16 a 31 . janeiro de 2014 . ANO I . Número 22 . Distribuição gratuita
URBHANO
On-line: www.urbhano.com.br
BELVEDERE
Fotos: Cinthya Pernes
tudo que inteRessa no seu bairro está aqui
adrenalina a mil
Nas férias aumentam os praticantes de skate no Belvedere. assim como todo esporte, a prática nas ruas exige cuidados importantes
cidade Devido à rigidez da lei seca, novas regiões boêmias surgem e como consequência imóveis se valorizam no mercado pág. 4
esporte Ju Thai, primeira mineira a ser contratada pelo UFC, conta sobre o início de sua carreira e confessa que sua meta agora é o cinturão pág. 6
gastronomia O restaurante Est! Est! Est! traz para belo horizonte a experiência de saborear a essência da autêntica cocina italiana pág. 7
local
Mata do cercadinho Diminuição da segunda maior reserva de área verde da capital é vetada, mas a discussão ainda não acabou pág. 3
entrevista O morador do belvedere José Silvério conta sobre sua carreira como atleta e a participação no PanAmericano de 1952 pág. 10
anuncie no único canal direto com o belvedere. 31 2516.1801 comercial@urbhano.com.br
opinião frasesURBHANAS
Foto: Rafael Tavares
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URBHANO BELVEDERE Belo Horizonte, 16 a 31 de janeiro de 2014
Foto: Globo/divulgação
Vou ter que fazer um diário para não inventarem uma vida diferente para mim? Priscila Fantin, após boatos de barraco com o marido
René Berindoague (*)
Imagino que muitas mulheres desejaram estar no meu lugar. Dira Paes sobre suas cenas sensuais com Cauã Reymond na minissérie da Globo Amores Roubados
CIRURGIA CONTRA DIABETES TIPO 2
Dados atuais da Sociedade Brasileira de Cirurgia Metabólica e Bariátrica indicaram que 10% dos diabéticos morrem de problemas cardiovasculares todos os anos, caindo para 0,3% entre aqueles que fizeram a cirurgia bariátrica. Essa seria uma solução para diabéticos tipo 2 que precisam cuidar da disfunção, até então considerada incurável. A obesidade é apontada como um dos principais fatores de risco para o diabetes tipo 2. Estima-se que entre 80% e 90% dos indivíduos acometidos por essa doença são obesos. No entanto, a cirurgia bariátrica pode ser utilizada também em alguns pacientes com índice de massa corporal (IMC) entre 30 e 35, o que significa obesidade leve. Após a operação, há uma modificação na produção de hormônios produzidos no estômago e no intestino. A produção da grelina, hormônio liberado pelo estômago com a finalidade de estimular o apetite, cai substancialmente nos operados. E o imediato aumento das substâncias incretinas passa a estimular o pâncreas a produzir novamente a insulina. Com isso, os níveis de glicemia voltam ao normal já nos primeiros dias de operado. Outra influência hormonal importante é a do GLP1, produzido por células localizadas no intestino, que entre outras funções, serve para estimular o pâncreas a produzir a insulina. Como a cirurgia deixa quase todo o estômago fora de circuito, o bolo alimentar é desviado diretamente para o intestino delgado, área em que os alimentos já chegam processados pelo suco gástrico. Esse novo estímulo faz as células do delgado produzirem mais GLP-1. A cirurgia, no entanto, não deve ser utilizada indiscriminadamente. Cada caso deve ser estudado, uma vez que cada organismo tem suas diferenças e limitações. René Berindoague Cirurgião especializado em cirurgia do estômago e Diretor Técnico do Instituto Mineiro de Obesidade (*)
Me parece quase irresponsável que alguém tenha que jogar futebol num lugar assim, no meio da selva amazônica. Ottmar Hitzfeld, alemão técnico da Suíça, não gostou nada de ter que jogar em Manaus uma partida da primeira fase da Copa
Vitor Belfort parece o Hulk agora. Ele já foi pego trapaceando com testosterona, então fico feliz por lutar em Las Vegas e espero que o testem cuidadosamente. Chris Weidman ironizou a reposição hormonal de Vitor Belfort, seu próximo adversário após vencer Anderson Silva pela segunda vez, e diz estar feliz por lutar em Las Vegas, que não permite essa reposição
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URBHANO BELVEDERE é uma publicação da Editora URBHANA Ltda. CNPJ 17.403.672/0001-40 Insc. Municipal 474573/001-1 Impressão: Bigráfica Tiragem: 15.000 exemplares Distribuição gratuita - quinzenal
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Fotos | Lucas Alexandre Souza e Cinthya Pernes Revisão | Pi Laboratório Editorial Estagiárias | Tatiane Consuelo e Renata Diniz
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local
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Dor de cabeça recorrente Foto: Cinthya Pernes
Meio Ambiente | Mais uma vez a preservação da Mata da Cercadinho se salva
Todos nós sabemos das carências de recursos, que podem levar o mundo à loucura no futuro. Uma delas é a falta de água. E querem arrancar mais um terço da mata? Eduardo Costa, jornalista e morador da região
A Mata do Cercadinho, mais conhecida como “Mata da COPASA”, está localizada na subida da BR 356, quase em frente ao BH Shopping
No apagar das luzes de 2013, a Assembleia Legislativa aprovou, no dia 18 de dezembro, o projeto de lei de autoria do Executivo que limita o Parque Estadual da Ibituruna, em Governador Valadares, no Vale do Rio Doce e vetou a emenda que reduzia a área de preservação da Mata do Cercadinho, no bairro Buritis, em Belo Horizonte. A emenda nº 1, de autoria do deputado Gustavo Corrêa (DEM), diminuiria de 224 para 154 hectares a área da estação ecológica, também conhecida como “Mata da Copasa”. A emenda requisitava a diminuição da área verde da mata na região centro-sul e estava inserida na pauta sobre o projeto do Parque do Ibituruna, em Governador Valadares. Uma incoerência que ocasionou o questionamento por parte de alguns parlamentares. Para que a emenda fosse aprovada era necessário um acordo de lideres da Casa, algo que não ocorreu. Mesmo com o veto, conversas dos bastidores indicam que o assunto devera ser pautado novamente ao longo de 2014 pelos parlamentares. O debate em torno do local é recorrente. Ainda em 2005, um projeto de lei foi votado na Assembleia Legislativa para a transformação do local num Parque Ecológico. Já na época, havia forte pressão de construtoras para a liberação de parte do
local para a implantação de um condomínio de 11 prédios na porção sul da área. Mesmo com o apoio da COPASA, responsável pela mata desde 1982, para a realização do projeto, o plano foi engavetado ainda em 2005. Representando a segunda maior área verde de Belo Horizonte, o local abriga um manancial do rio Arrudas e possui localização estratégica para o abastecimento de parte da capital. Lá, a captação de água é feita superficialmente e em cinco poços existentes, a uma vazão de 180 litros por segundo, suficientes para abastecer cerca de 70 mil pessoas. Segundo assessoria da empresa de tratamento de água, o local possui componentes de transição de áreas de serrado, mata atlântica e campos rupestres. Uma vegetação que não pode ser encontrada em outros locais. A preservação do local ainda resulta em ganhos para a população, como patrimônio hidrológico, controle de enchentes, amenização do microclima, equilíbrio biológico, patrimônio genético e proteção de encostas. As informações são do Instituto Estadual de Florestas, IEF. A rica flora do local divide sua importância com a fauna. De acordo com o relatório “Fauna Registrada na Área de Proteção do Manancial Cercadinho – Aves e Mamíferos”, elaborado
pela equipe técnica da COPASA, foram observadas algumas importantes espécies de aves e mamíferos, entre eles gaviões-pinhé, perdizes coatis e saguis. Defensor da preservação da mata em seus programas matinais, o radialista e morador do Belvedere Eduardo Costa se diz aliviado com o veto. Para ele, uma diminuição da área verde representaria um prejuízo não apenas aos moradores do bairro, mas atingiria a todos de forma direta ou indireta. “Todos nós sabemos das carências de recursos, que podem levar o mundo à loucura no futuro. Uma delas é a falta de água. Toda vez que bate uma chuva mais forte em BH, há reflexos em toda cidade. Não são problemas apenas nos morros. Estamos falando de gente em bairro chique que também passou a sofrer com isso, é um problema que vem crescendo. E ainda vamos arrancar mais um terço da mata?”, questiona o radialista. Sobre o assunto ser possivelmente colocado em votação pelos parlamentares, Eduardo afirma desacreditar em algum sucesso na diminuição da mata. “Não acredito que isso vá pra frente. Porque mesmo diante da coragem inacreditável de alguns deputados e da falta de pudor e vergonha de se discutir isso, já não há mais clima pra tentarem isso novamente”. n
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cidade
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Valorização imobiliária Mesmo com a limitada oferta de imóveis na região centro-sul, o setor imobiliário continua prosperando. As construções elegantes fazem coro à completa infraestrutura da região, que tem diversas opções de comércio e serviços. Modelo que agrada àqueles que buscam a comodidade de encontrar o necessário ao dia a dia nos arredores de casa e também o lazer da noite. A proximidade aos bares e restaurantes mais renomados da capital, aliada ao endurecimento da Lei Seca no último ano, resultou num dos fatores de aquecimento desse mercado. Segundo Márcio Tavares Lanna, Diretor da Alphasul Consultoria Imobiliária, no ano passado foi registrado pela empresa um crescimento de 8% na procura por imóveis nas regiões boêmias de Belo Horizonte. Segundo o diretor, um novo fator que passou a pesar na hora da decisão da compra de um imóvel foi o custo adicional do táxi nas regiões de bares. “Um dos nossos clientes colocou imóvel a venda e sabíamos que o apartamento tinha um padrão excelente. Na hora da captação, ele colocou o motivo da venda: “O meu problema é o que estou gastando em uma noite. Se eu gastava 150 reais num restaurante, eu gasto o dobro em função do táxi. Eu pago a bandeira 2, se eu fosse gastar 150, eu acabo gastando 300”, exemplifica o diretor. Segundo a imobiliária os bairros mais procurados vêm sendo: Savassi , Funcionários e Lourdes, Belvedere e Mangabeiras. E as microrregiões mais visadas são nas proximidades da rua Pium-i (Sion), da praça Marília de Dirceu (Lourdes), e próximo ao relógio do Belvedere. Há vinte anos morando no bairro Funcionários, a jornalista Tania Moreira, 64, conta que apesar de frequentar os bares próximos a sua casa não foi esse o único motivo que a atraiu e manteve no local. “Moro perto da Praça da Liberdade e de tudo o que preciso por perto: restaurantes, bares, igrejas, bancos, farmácias, padarias, supermercados, sacolões, sapateiro, costureiras, escolas, shoppings (o Pátio, onde vou a pé, e o Diamond ), salas de cinema, Palácio das Artes, Bibliotecas, livrarias e agora, o Espaço Cultural da Praça da Liberdade”. Tania relata que se mudou da zona leste para a sul em 1994, devido a um desejo do marido e à praticidade da região. “Tem a facilidade pra resolver tudo sem necessidade de carro, inclusive para ir ao trabalho, pois se quiser posso ir a pé em 15 min., ou de carro em 5 min. Exceto quando chove ou quando tem manifestações, que o trânsito fica um horror”. Para Flávio Galizzi, diretor da Valore Imóveis, o caso da jornalista ilustra bem a qualidade de vida de que dispõem os moradores da região. “Temos verificado que as pessoas têm gastado grande parte do tempo no trânsito, todas as cidades brasileiras têm tido o problema da mobilidade urbana. Quem consegue trabalhar num lugar próximo onde mora tem uma qualidade de vida muito grande. Pois, assim, a pessoa ao invés de gastar seu tempo no trânsito, pode usufruir desse tempo de forma mais produtiva e agradável. Quem mora no Sion, Anchieta e Serra, por exemplo, consegue ficar próximo de vários pontos que atendem às próprias necessidades”. O diretor ainda ressalta a importância dos diversos supermercados, das escolas e do polo gastronômico na região. Para Flávio, apesar da perspectiva otimista para 2014, o mercado imobiliário na região deve crescer de forma mais recuada este ano, já que a oferta é baixa, o que valoriza ainda mais os imóveis do local. “Existe uma carência muito grande de terreno na capital. Ao contrário de muitas cidades brasileiras, como São Paulo, BH não tem mais terrenos disponíveis para construção. Só e possível realizar construções quando se retira alguma casa”. Expectativa compartilhada pelo presidente da Célula BH da Rede Netimóveis, José De Filippo Neto. Para o presidente é inegável que a valorização dos imóveis da região esteja atrelada à rigidez da Lei Seca. Ele lembra que o endurecimento da lei contra motoristas que dirigirem depois de ingerir álcool estimulou o trâmite de um projeto de lei na Câmara Municipal que propõe um serviço de transporte público coletivo destinado a atender ao público das regiões boêmias da cidade. José De Filippo Neto destaca os critérios de diferença nos valores dos imóveis na região centro-sul. “Os imóveis de luxo localizados nos melhores pontos da região centro-sul de BH têm m² variando entre R$10 mil e R$15 mil, dependendo da especificação e do tempo de construção. Nos bairros de Lourdes, Santo Agostinho, Funcionários e Belvedere, os valores para imóveis usados em bom estado de conservação, e imóveis novos de padrão superior, variam entre R$8 mil e R$15 mil, enquanto no Sion e em outros bairros equivalentes da mesma região o m² varia entre R$6.500,00 e R$12 mil”, explica. n
Fotos: Cinthya Pernes
Mercado | Lei seca estimula demanda por imóveis em Regiões boêmias da capital
Sion, Belvedere, Anchieta e Mangabeiras são bairros que tiveram imóveis mais valorizados devido à proximidade com bares e restaurantes de luxo
Rigidez da Lei Seca promove valorização de imóveis em regiões boemias da capital
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turismo | cristina ho
05 Foto: Arquivo pessoal
Chove, para... Foto: Arquivo pessoal
Irlanda | na quarta parte, mais um pouco deste país impressionante Habitada por um povo brincalhão e de bem com a vida, a cidade é embalada por ritmos contagiantes dos seus músicos de rua e inspira felicidade. A alegria só é interrompida por chuvas intermitentes que forçam os pedestres a buscar abrigo em algum pub. Mas quando você alcança a porta do bar, surpresa, a chuva já foi embora! E assim, de cinco em cinco minutos, A Abadia de Kylemore era São Pedro irlandês brinca de um castelo da Era Vitoriana abre-e-fecha dos guarda-chuva com os turistas! Galway é a base para se conhecer os famosos Cliffs of Moher, uma incrível extensão Saindo de Dublin, a 2h30 de viagem, fica uma cide penhascos no litoral irlandês. A cena final do fildadezinha muito acolhedora chamada Galway. me “Casa Comigo” foi feita lá, onde a vista é de tirar Típica cidade irlandesa, Galway é uma fiel repreo fôlego! Se você não tem medo de altura, dá até para sentação do que é a Irlanda. É também o ponto cenchegar na beirada do penhasco e tirar uma foto linda. tral para conhecer aquela região do país onde as suas Apesar das sinalizações de perigo, vários turistas se belas paisagens são reproduzidas nos filmes. aventuram a caminhar nas partes desprotegidas dos O centrinho de Galway é charmosíssimo e preserpenhascos. va até hoje os principais traços culturais irlandeses.
Cristina Ho também escreve no www.fasciniopelomundo.blogspot.com.br Perto de lá está Connemara, uma região que é o perfeito retrato da Irlanda que vemos em filmes e lemos em livros: campos verdes, castelos escondidos por montanhas e adornados por belos lagos. A principal atração de Connemara é a Abadia de Kylemore: originalmente um castelo da Era Vitoriana, esta abadia agora é a casa das freiras beneditinas na Irlanda. Durante o nosso percurso encontramos com um pônei branco que é típico da região. Bem dócil – provavelmente acostumado com os turistas – foi pura diversão alimentá-lo com pedaços de maçã! Não posso deixar de mencionar o delicioso e engordativo café-da-manhã tradicional composto por salsichas, bacon, ovo frito, tomate grelhado, feijão doce, cogumelos grelhados e pudding branco e preto (chouriço). Hum... deu água na boca? n
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esporte
Ela é uma fera
MMA | Ju Thai é a primeira mineira de belo horizonte a ser contratada pelo UFC
Fotos: Cinthya Pernes
Ju Thai foi contratada pelo UFC no final do ano passado, e já se prepara para essa nova fase
O MMA superou o preconceito no Brasil, e hoje se tornou um grande sucesso por aqui. Pessoas param tudo para assistir às lutas marcadas. Um exemplo é a grande repercussão sobre as lutas de Anderson Silva, um dos ídolos da modalidade no país. O sucesso é tanto que as mulheres também estão lutando e alcançando o seu espaço neste mercado altamente competitivo. O UFC (Ultimate Fighting Championship) é a principal organização de MMA e impõe as regras unificadas de Mixed Martial Arts, sem exceção. Com mais de vinte eventos por ano, o UFC é a casa da maioria dos lutadores de alto nível no mundo. É onde todo atleta de MMA almeja estar. E para a grande surpresa dos mineiros, a atleta Juliana Lima, mais conhecida pelo apelido de Ju Thai, foi contratada pelo UFC. A mineira de Belo Horizonte irá participar do TUF americano, um reality show sobre o MMA, com início no dia 16 de maio. São 16 lutadoras confinadas em uma casa, onde será feita uma divisão em dois times que lutarão entre si. Uma novidade deste TUF é que ele vale o cinturão. Ju Thai, que disputa pela categoria peso palha, 52 quilos, conta como ficou sabendo da contratação. “Eu não esperava de jeito nenhum. Sabia
que o UFC ia ter contratação na minha categoria, só que todas as reportagens lá de fora, nos Estados Unidos, não tocaram no meu nome. Achei até bom, porque iria sair muita menina boa do Invicta e poderia ter a oportunidade de disputar o cinturão mais rápido. Estava treinando quando abri minha caixa de e-mail, quando fui ver era o twitter oficial do UFC dizendo ‘Bem-Vinda ao UFC’.”, relata a lutadora. Juliana é formada em Turismo e já trabalhou seis anos na área. Começou a lutar por hobby, para perder peso. “O meu treinador viu que eu levava jeito em pouco tempo, então começou a me colocar nas lutas e assim comecei a ganhar, a ganhar e gostar muito. Comecei a fazer o Jiu-jitsu, e depois de um ano, fui chamada para lutar o Brasil Fight, que é um dos maiores eventos do Brasil de MMA. Foi assim que fiz a minha primeira luta profissional e ganhei”. Isso a levou a difícil decisão de sair do seu emprego e da vida estabilizada. “Cheguei em casa e falei, pai, mãe, estou largando o meu emprego. Já trabalhava há seis anos, ganhava bem, tinha a minha vida estabilizada. Larguei tudo para voltar a depender de meu pai. Só depois que ganhei a primeira luta de MMA que minha carreira começou. Passei muita dificuldade por conta de dinheiro. Não tinha patrocínio, precisava de dinheiro para ir treinar”, desabafa. A atleta treina três vezes ao dia, cada um dura entre uma hora e uma hora e meia. Sempre mesclando a preparação física com uma musculação, um treino de MMA, e uma luta específica. Como o MMA é uma mistura de várias lutas, a profissional precisa treinar um pouco de tudo. A atleta afirma que se alimenta normalmente, só em época de lutas se preocupa mais. “Entro na casa dia 16 de maio, e estou 12 quilos acima do meu peso, então já estou começando a dieta. Não posso perder os quilos todos de uma vez, tem que ser aos poucos até chegar ao peso ideal para a data”, conta a atleta. Juliana diz que as lutas mais marcantes de sua carreira foram a sua primeira de MMA e a primeira internacional, que ela perdeu. A lutadora acredita que a derrota no Invicta, que é o maior evento de MMA feminino, decorreu de seu psicológico. Ela relata que ficou muito deslumbrada com tudo o que estava
acontecendo e por causa disto não conseguiu se concentrar na luta. Porém, diz que foi através desta luta que o UFC viu que ela lutava bem e por isso foi contratada. “O engraçado é que perdi a luta e fui contratada, a menina que ganhou a luta não foi contratada”, detalha Juliana, feliz da vida. Para trabalhar o seu lado psicológico Ju irá se preparar durante os próximos meses. “Não sou uma pessoa tão controlada, não vou mentir. Tenho o pavio curto, mas já tenho um psicólogo esportivo, vou me preparar bem. Vou até fazer ioga, tudo para ficar calma. (risos)”. A atleta ainda conta com uma equipe de profissionais que cuidam da sua preparação física. O fisioterapeuta, Rafael Freire, da RAFFE Fisioterapia Esportiva, conta que o seu papel é tentar evitar que Ju tenha lesões sérias. “Os atletas devem adotar algumas medidas preventivas para não se machucarem durante as lutas. Usar os equipamentos de proteção obrigatórios (protetor bucal, bandagem de mão, coquilha, etc). Conhecer bem as regras do esporte para evitar golpes ilegais que podem causar lesões graves, e estar sempre bem preparados, treinados, física e mentalmente”, comenta o profissional. Ju Thai está a todo vapor em relação aos treinos e preparativos para a entrada na casa em maio, e a mineira sonha alto. “Minha vida já mudou completamente, o sonho de qualquer lutador é entrar no UFC, é o top que você pode chegar, estou muito feliz. Era o meu sonho, mas o ser humano sempre quer mais, agora eu quero o cinturão”. n
A atleta com seu mestre de Jiu- jitsu Marcelo Uirapuru na academia Runner, onde treina
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gastronomia
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Um passeio pela Itália Dentre os principais patrimônios que caracterizam a Itália, além de suas belezas paisagísticas e de sua arte, está a gastronomia. A cozinha italiana é uma das mais ricas do mundo e possui uma grande variedade nos seus pratos, principalmente no que diz respeito aos ingredientes característicos da cozinha típica e regional. Isso é uma consequência dos vários povos que passaram pela península itálica e deixaram a marca com a introdução de novos elementos e alguns pratos hoje apreciados em todo o mundo. Com cozinha comanda pelo chef italiano Simone Biondi e com a ajuda da equipe formada por Thiago Magnano e Reginaldo Silva, o Est! Est!! Est!!! Autêntica Cucina Italiana foi inaugurado em 2012 no bairro Funcionários, e traz aos amantes da comida italiana pratos tradicionais do país para a capital mineira. A proposta do restaurante é diferente: uma vila italiana, com chef italiano, com garçom italiano, além é claro do sobrenome italiano. O restaurante possui dois menus: um fixo, composto por pratos consagrados da culinária do país, incluindo opções vegetarianas; e outro sazonal, desenvolvido a cada mês em homenagem a uma das vinte regiões da Itália, com preço fixo, incluindo entrada, primeiro prato, segundo prato e sobremesa. Todas as receitas seguem à risca a tradição italiana, e além dos pratos (primo e secondo) e das sobremesas, os antepastos, pães, licores e o típico guanciale servidos na casa são produzidos no próprio restaurante. Localizado em um sobrado da década de 1930, antiga residência de Amadeu Passini, bisavô de um dos sócios, o restaurante vem se firmando como um dos principais redutos da capital para quem aprecia a legítima comida italiana. A intenção é levar aos clientes não apenas a gastronomia, mas também um pouco desta cultura. Os fundadores sãos os primos Henrique Passini e Leonardo Pedretti. O restaurante recebeu esse nome devido à história de um bispo alemão que, prestes a viajar para a Itália, no século XII, enviou seu prelado antes e o incumbiu de anotar na porta das melhores cantinas pelo caminho a palavra latina est (“é este”). Uma delas, localizada em Montefiascone, parece tê-lo impressionado tanto que foi indicada como “est! est!! est!!!”. Com capacidade para 60 pessoas, o restaurante possui dois ambientes distintos, mas que conseguem traduzir o melhor da hospitalidade italiana. O maior deles, interno, conta com decoração composta por mesas cobertas com toalhas brancas e cortinas nas cores da bandeira italiana, e possui ar condicionado. Além disso, possui quadros, adereços e mapas que enriquecem a experiência visual dos visitantes. Já na parte externa a iluminação baixa e o ambiente rústico garantem ao local um clima aconchegante, ideal para encontros românticos. Para harmonizar as diversas opções de menu, a casa conta com uma ampla carta de vinhos, sendo mais de 120 rótulos, com cores, aromas e sabores necessários para uma experiência gastronômica completa e tipicamente italiana. A adega, entre vinhos, espumantes e proseccos (casta de uva branca), comporta até 600 garrafas devidamente climatizadas. É uma das únicas da capital cujo chão é coberto por uma camada de areia branca, garantindo a segurança do acervo e atiçando a curiosidade dos frequentadores. n
Fotos: Cinthya Pernes
Sabor | Est! Est!! Est!!! Autêntica Cucina oferece pratos tradicionais da cozinha italiana Com capacidade para 60 pessoas, o restaurante possui dois ambientes, um interno e outro externo
Localizada em um sobrado da década de 30, a proposta do restaurante é ser uma vila italiana
Rigatoni alla Boscaiola (4 pessoas) INGREDIENTES 400 g de rigatoni 400 ml de creme de leite fresco 200 g de cogumelos frescos 80 g de cogumelo seco italiano reidratado 4 linguiças tipo toscana despedaçadas 40 g manteiga sal e pimenta a gosto salsinha picada e desidratada para decorar (opcional) 50 ml de azeite trufado (opcional) MODO DE PREPARO Ferver bem a água, salgá-la com um punhado de sal grosso e colocar a massa para cozinhar. Enquanto isso, numa frigideira, dourar a cebola na manteiga. Fritar a linguiça despedaçada até ficar bem dourada. Em seguida, acrescentar os cogumelos, ajustar sal e pimenta. Adicionar o creme de leite e deixar encorpar. Acrescentar parmesão. Escorrer a massa al dente e misturar ao molho. Finalizar com o azeite e a salsinha espalhada no prato. Funcionamento Terça das 12h às 15h e 18h às 23h. Quarta à sexta das 12h às 15h e 18h a 0h. Aos sábados das 12h às 16h e 19h a 0h. E no domingo aberto para o almoço das 12h às 16h.
Endereço Avenida Getúlio Vargas, 107 Funcionários Reservas: 2526-5852
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matéria de capa
Descendo a ladeira Fotos: Cinthya Pernes
Radical | Nas férias o Skate toma conta das ruas do Belvedere, mas cuidados são essenciais
Avenida do Belvedere é ponto de encontro para skatistas de toda cidade
O relevo acidentado de Belo Horizonte, somado ao baixo fluxo de veículos em alguns pontos da Avenida Celso Porfírio Machado, no Belvedere, vem tornando o local num ponto de encontro de skatistas vindos de todas as regiões da cidade. Ao longo do dia, entusiastas do skate de diferentes gerações vão ao local para praticar manobras ou simplesmente passar um tempo ao ar livre. Segundo a Confederação Brasileira de Skate, a capital mineira é hoje a quarta cidade do Brasil em número de skatistas, atrás apenas de São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre. Belo Horizonte tem 53.838 praticantes. No ritmo das férias, praças e pistas de skate vêm recebendo ainda mais esportistas e curiosos. No entanto, assim como toda prática esportiva, a atividade requer cuidados. Segundo dados do Hospital João XXIII, no ano passado, cerca de 91 pessoas foram atendidas após se lesionarem em quedas de skates e patins. Praticamente o dobro do número de socorridos no hospital em 2011 pelo mesmo motivo, que na época totalizou 47 atendimentos. Além da Porfírio Machado, os skatistas ainda se aventuram descendo a Avenida Agulhas Negras, no Mangabeiras, e nas ruas pouco movimentadas do Vale do Sereno, em Nova Lima. O bowl – pista em formato de tigela - do Parque Julien Rien, no bairro Anchieta, também é um dos locais mais procurados neste período de férias. Apesar da diversão proporcionada pelo esporte, a prática no Belvedere vem trazendo também preocupação aos moradores do local, já que na Avenida Celso Porfírio Machado, onde a prática é realizada, alguns esportistas mais destemidos se arriscam pegando caronas em ônibus e carros que cruzam o local. Alguns motoristas já param o carro ao avistarem os skatistas para dar “caronas” aos aventureiros. Mesmo os condutores que não param, acabam recebendo o pedido. Entretanto, a atitude vem sendo alvo de reclamações dos moradores, segundo um dos vigias que patrulham a região, que pediu para não ser identificado. A moradora do Belvedere Luiza da Nóbrega,17, alega entender a situação dos skatistas, já que tem um amigo frequentador do local, mas se diz incomodada com as ações de alguns. “A maioria incomoda quem mora e quem passa na avenida. Ficam pedindo carona o tempo todo, além de ficarem no meio da rua. Meu amigo, que também anda de skate por aqui, quase foi atropelado na semana passada”, relata a moradora. Para o morador Marcos Campos, 17, o local não representa nenhum risco para quem se protege com os equipamentos de segurança necessários. Em férias escolares, ele frequenta o local entre quatro a cinco vezes por semana, sempre com equipamentos de segurança. “Tenho um amigo que foi parar no hospital mês passado, depois de cair sem capacete. Ele está bem, agora. Como eu uso capacete e luva não tenho medo”. Marcos acredita que as condições do Belvedere tornam a prática na avenida ideal. “Aqui é muito tranquilo, muito calmo. Acho que em BH, não existe mais isso de bairro tranquilo e calmo. Mas aqui é assim. É excelente pra se fazer caminhadas e andar de skate”. O mesmo pensa o estudante Caio Braga, 17, que mora no bairro Floresta e vai duas vezes por semana ao local para praticar manobras. “Todo mundo se encontra aqui, são vários grupos que vêm aqui. Hoje eu
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vim com um colega, não conheço o restante do pessoal, mas no final tá todo mundo junto”. Com uma experiência no skate desde os sete anos, o estudante Vinícius Salomão, 17, afirma ter começado no esporte por influência do pai, que na década de 70 se aventurava em decidas na Av. Afonso Pena, num modelo de skate estilo speed. “É um tipo de skate que a pessoa fica deitada, não tem muito controle sobre as manobras, o que era muito perigoso. Meu pai me contava que já viu algumas pessoas acabarem indo para baixo de carros. Hoje o esporte é praticado de forma bem mais segura”. Para Vinícius a única forma de aprender a andar sobre a prancha é não tendo medo. “Não tem como aprender a andar de skate sem cair. É preciso ter cicatrizes. Bicicleta alguns aprendem usando as rodinhas sem se machucar, mas o skate não tem dessa. Depois que você conhece melhor a estabilidade dele, você percebe que é muito seguro e que dá pra confiar”. Apesar de ter quebrado o braço há três meses durante uma manobra mal realizada, Vinícius afirma que o episódio foi um incentivo para se dedicar ainda mais ao esporte. “Depois que quebrei o braço e voltei a andar de skate, eu fiquei aterrorizado. Porque eu consegui fazer
matéria de capa manobras que eu nunca consegui antes. Voltei muito melhor. Acho que me ajudou a perder o medo”. O engenheiro Nilo Silveira, 68, mora próximo ao local e vê com um misto de alegria e preocupação a situação dos skatistas na avenida. Para ele, a atividade é essencial para o bem-estar da população, mas se preocupa com a segurança dos praticantes do esporte. “Um dia falei com os meninos que quando tiver um descendo a avenida, deve ficar alguém na esquina, para ver se não tem carro, mas eles não fazem isso. É perigoso. Não tem nenhum motivo para os carros correrem aqui, mas infelizmente alguns motoristas passam correndo. Talvez se eu tivesse a idade deles, até eu mesmo estaria fazendo isso, mas fico preocupado”. Para o morador do Belvedere, a única alternativa para resolver o problema seria uma iniciativa do poder público. “Deveriam fazer um espaço para os skatistas aqui. Seria bom ter isso no bairro, mas na via pública é muito perigoso. A prefeitura devia fechar uma das ruas durante algum dia da semana, para eles poderem ficar ali com segurança. Se fizesse isso, alguns motoristas iriam reclamar. Mas se eles estão de carro é só dar a volta. Uma medida simples que faria bem a todos”. n
ONDE PRATICAR Parque Julien Rien Avenida Francisco Deslandes, s/nº, Anchieta. Parque das Mangabeiras Avenida José do Patrocínio Pontes, 580, Mangabeiras. Parque Ismael de Oliveira Fábregas Rua Horta Barbosa, 1014, Nova Floresta. Parque Maria do Socorro Moreira Rua Bom Retiro, 232, Padre Eustáquio. Escola com pista indoor Blunt Skate Shop Rua Montes Claros, 189, Sion. Tel.: 3284-2161
Escolha o seu estilo
Os amigos Caio Braga e Marcos Campos aproveitam os declives da Avenida Celso Porfírio Machado para a prática do skate
Downhill speed e slide No speed, manda bem quem descer ladeiras mais depressa. Já no slide, o objetivo é correr fazendo manobras ou derrapadas, mas sem perder muita velocidade. Megarrampa O skatista faz manobras e saltos numa grande rampa em forma de U, em que a ponta da descida tem 27 metros de altura! Vai encarar? Mini ramp Se curte arriscar manobras, esta é para você! É parecida com a rampa em U, mas não é tão vertical nas pontas e costuma ser mais baixa. Slalom Com cones enfileirados, você precisa fazer um ziguezague certeiro, com velocidade, e não pode derrubar nenhum dos pinos!
Alguns skatistas desafiam o perigo e se arriscam pegando “carona” em ônibus e carros
Free style Escolha uma música e crie movimentos consecutivos com seu skate! É a mais prática para se divertir, pois não precisa de rampas. Banks e bowl Nas modalidades, o usuário anda de skate em pistas que se parecem com uma bacia. Street Se você já imaginou como seria incrível descer uma escada ou corrimão sobre rodas, se jogue neste estilo: o lance é andar sobre obstáculos do cenário urbano, como barrancos, buracos e bancos.
O morador do Belvedere Nilo Silveira apoia o esporte, mas defende um espaço mais seguro para os praticantes
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entrevista
Um vencedor
Foto: Cinthya Pernes
Esportista | o 1º atleta profissional do Brasil no voleibol é Apaixonado pela família e pelo trabalho
Com 1,88m de altura, José Silvério Ayres Lage nasceu no ano de 1937 em uma família muito simples, começou a trabalhar muito cedo em uma multinacional do ramo farmacêutico. Mudou de emprego e foi trabalhar com mercado de capitais, onde trabalhou por 48 anos e ainda continua em atividade. Casou-se em 1965 com Iara Rodrigues Lage, com quem teve cinco filhos. Os filhos e seus quatro netos são seu grande orgulho. Uma das grandes paixões de sua vida é o esporte. Jogou futebol pelo Clube Atlético Mineiro e foi atleta profissional de vôlei pelo Minas Tênis Clube e pelo Palmeiras. Foi assim que conheceu vários países, indo disputar campeonatos pelo mundo afora. Ganhou o prêmio de melhor jogador do Pan-Americano de Chicago de 1952. Durante oito anos foi diretor do voleibol do Minas Tênis, e por ser extremamente competitivo e acreditar sempre que o importante é ganhar sempre, seu coração não aguentou, e teve que se afastar do esporte. Mora no Belvedere há 28 anos, lugar onde criou seus filhos e admira a tranquilidade e sossego. Como foi sua trajetória profissional? Minha trajetória é muito simples, tive uma vida simples. Filho de um pai que teve nove filhos, que lutou muito para mantê-los e dar o melhor. Ele era funcionário público da Caixa Econômica Federal, então você imagina que ele lutou muito. Não nasci rico e eu não sou rico, para mim a maior riqueza é o saber. Sou o irmão mais velho desta família, mas a família da minha mãe é enorme, fazemos encontros anuais e juntamos mais de 200 pessoas com parentesco de primeiro grau. Eu me formei à custa do meu pai, com muita luta, e fui trabalhar em uma empresa norte americana, que é uma das melhores empresas de produtos farmacêuticos. Eu trabalhei durante muitos anos nesta empresa aqui em Belo Horizonte, fui promovido e fui morar no
Rio de Janeiro, para ser supervisor da empresa do Rio até Recife. Ali tive muitos bons resultados, um aprendizado enorme, porque estou convencido que vendas é uma arte que nos traz progressos muitos bons. Aprendemos a dialogar e a lidar com diversas pessoas. Sai desta empresa e fui convidado a entrar no mercado de capitais, na bolsa de valores, que engloba hoje mais de 4 mil empresas brasileiras de capital aberto. Isso quer dizer que estão abertas a negociações de ações em bolsas. Eu trabalho com isso há 48 anos, e hoje continuo, apesar de ter me aposentado em 1994. Continuar trabalhando é muito bom, faz a gente ser produtivo. Como é trabalhar na bolsa de valores? É apaixonante, a bolsa oferece oportunidade de
ganhos muito interessantes, até cinco anos atrás era o melhor investimento que havia no Brasil, melhor que imóvel e que aplicação financeira. Mas agora vem parecendo cansada. Os capitais estrangeiros que movimentavam o Brasil eram muito atraentes para o estrangeiro e vinha muito capital estrangeiro investir aqui. Mas começaram a diminuir, diminuir, até que veio a grande crise americana. A crise imobiliária, daqueles bancos que financiaram loucamente pessoas jurídicas e físicas que compravam muitos imóveis e que de repente não tinham liquidez e não pagavam ao banco. E assim explodia a crise que quebrou alguns bancos grandes americanos e foi justamente quando o Obama foi eleito. O Obama, coitado, vem atravessando a fase mais difícil americana dos últimos 50 anos, mas os americanos,
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em minha opinião, se recuperam com muita facilidade. A expectativa nossa hoje é que o mundo se recupere, porque essa crise atingiu toda a Europa, toda a Grécia, atingiu potências do mundo, como Alemanha e Espanha. A expectativa é que isso passe, que isso melhore de alguma maneira. O difícil é vislumbrar o horizonte, de que maneira isso pode ocorrer. E quais são as dificuldades de trabalhar dia a dia em uma bolsa de valores? Dificuldadeéqueatualmenteabolsaestáfuncionando com um terço do seu movimento normal. Ou seja, se ela tem um terço de movimentos eu também tenho um terço do meu movimento, nos meus clientes. Tenho uma maneira de ser muito ética, aprendi com meu pai, e tenho um filho (que também é meu sócio) que aprendeu comigo. Não temos coragem, por nós atualmente não vislumbrarmos um horizonte azul próximo, de incentivar nossos clientes a comprar ações neste momento. Se nós ainda não estamos acreditando e nem enxergando um resultado em médio prazo bom, não devemos fazer isso. Eu sou um orientador de investimentos, eu ligo para meus clientes e analiso várias empresas e vejo qual é a melhor oportunidade de ganho a curto e médio prazo, eu ligo e falo que acho que ele deveria adquirir essas ações pelo preço de mercado. Atualmente eu não tenho coragem de fazer isso, não estou tendo segurança e o meus clientes também estão inseguros. Mudando de assunto, o esporte sempre fez parte da sua vida? A minha vida esportiva foi fantástica, e disso tirei muitos bons frutos. Tive muita habilidade para jogar
entrevista esportes com bolas. Joguei futebol por três anos na minha idade juvenil, de 15 aos 18 anos no Atlético Mineiro, joguei voleibol no Minas Tênis Clube e no Palmeiras, em São Paulo. Nesta época o Palmeiras veio me buscar aqui, e eu disse que nunca fui uma pessoa rica, e eles me fizeram uma proposta e não existia atleta profissional naquela época, fui o primeiro atleta profissional do Brasil no voleibol. Fiquei no Palmeiras um ano, porque não aguentei São Paulo, achei muito ruim. Depois joguei futebol de salão, na seleção mineira e em times muito bons. Joguei esses três esportes em alto nível, quando falo alto nível eu quero dizer em uma seleção do Brasil. Isso me fez viajar muito para o exterior, tive oportunidades muito boas de conhecer um pedaço do mundo com a seleção do Brasil. Porém a seleção de vôlei não era essa maravilha que é hoje, nós estávamos iniciando um processo de desenvolvimento, que é o que se apresenta atualmente, como o segundo esporte do país. E através do esporte eu fui morar no Rio de Janeiro, onde morei por dez anos. Voltei do Rio em 1974 já com quatro filhos. Quando voltei para BH eu já tinha 40 anos, já não era mais um atleta. Eu ainda jogava, mas por hobby mesmo, nada profissional. Então o Minas Tênis Clube, que sempre foi o quintal da minha casa, me fez um convite para ser diretor do voleibol do clube. E como foi essa experiência? Assumi durante oito anos a diretoria de voleibol do Minas, e foi muito bom. Hoje o voleibol é um esporte muito caro, exige um patrocínio muito alto, todos os jogadores ganham muito dinheiro. Quando eu vim para o Minas ser diretor eu enfrentei essa
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dificuldade, porque em Belo Horizonte não tinha patrocinadores fortes, para montar uma equipe forte. O que eu fazia e é o que o Minas continua fazendo até hoje, é ter uma boa base de formação, de meninos e meninas que começavam com 9 e 10 anos. Essa foi a nossa experiência, o melhor resultado que tivemos foi o terceiro lugar em um campeonato de times, em uma competição com times de profissionais. Isso foi com o feminino, pois o masculino foi tricampeão Brasileiro, três anos seguidos. Hoje você ainda faz alguma atividade física? Não pratico nada, porque eu sempre fui um atleta competitivo. Existiu um francês que sempre dizia uma frase que atletas como eu discordam, que era “O importante é competir”. Acredito que não, o mais importante é ganhar. Sempre fui assim, eu não gostava perder, e por causa disso, aos 40 anos, eu tive uma arritmia cardíaca e meu coração quase parou. O médico me disse que eu estava gordo, fumando e comendo só o que não devo. Disse que eu tinha que parar de fumar e fazer uma dieta para emagrecer. Eu não fiz nada disso e depois de seis meses aconteceu de novo. Então eu resolvi me afastar do esporte, hoje só faço exercícios compatíveis com a minha idade. Como é morar no Belvedere? Eu comprei essa casa aqui em 1985, há 28 anos moro aqui. O bairro tinha pouquíssimas casas e não tinha os edifícios. Gosto muito do Belvedere, do sossego, da tranquilidade, sou muito caseiro. Saio do escritório e venho direto para cá, gosto muito de ficar em casa e conviver com meus filhos e netos. n
moda |
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Isadora vargas
Summer hair!
Fotos: divulgação
Summertime | acerte no look das madeixas para brilhar neste verão
isadora.vargas@urbhano.com.br
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A atriz e cantora Vanessa Hudgens também adotou o estilo summer hair
A top Gisele Bundchen é adepta do look “surf hair”
Que mulher não gosta de cuidar dos seus cabelos? Ondas naturais e volumosas, à la Gisele Bundchen ou Serena Van Der Woodsen (Blake Lively), são preferência na maioria dos salões de beleza. O look, além de descolado chic, é a cara do verão e justamente por este motivo foi batizado de “surf hair”, o típico cabelo com textura “podrinha” das meninas surfistas. O messy hair, usado nas passarelas, praias, red carpets é super fácil de ser feito e usando o produto certo, você pode ter o mesmo resultado que as celebridades. Se você não é rata de praia e muito menos dessas mulheres que se aventuram nas ondas do mar, não se preocupe, é possível reproduzir o mesmo efeito da água salgada com o auxílio de alguns produtos, sem danificar o cabelo. Existem no mercado sprays, mousses e pomadas criados para garantir o sucesso desse cabelón. Alternativamente, para aquelas que são mais
chegadas num “fancy hair”, existem diversos penteados chiques e modernos. As tranças por exemplo, que são atemporais, se mostram bastante práticas para a temporada de sol e calor. Os penteados que já foram sucesso no verão e inverno de 2011 ganharam versões modernas, românticas, elegantes e até bagunçadas para este verão. O verão sempre pede por cabelos menos elaborados e, com o vento, umidade e calor ficam mais rebeldes. Uma dica preciosa pra domar as madeixas e ainda garantir um toque de estilo são os lenços. Eles podem ser usados de várias formas. Para um visual praiano, escolha um lenço mais curto e amarre na cabeça como uma headband. Mas, se estiver a fim de um look mais hippie, amarre um lenço comprido na cabeça, deixando as pontas jogadas entre os cabelos. Dá também pra improvisar uma faixa de cabelo, acessório super em alta!
As tranças são atemporais e bastente práticas para serem usadas no sol e calor
Contra o vento, os lenços são uma prática e estilosa solução
Entretanto o cuidado com o cabelo é essencial. Para tratar o cabelo é preciso tomar cuidado com o excesso de calor, que acaba prejudicando a saúde capilar. No verão, ocorre uma dilatação dos fios e as cutículas ficam abertas, absorvendo poeiras, resíduos de produtos, cloro e sal, por exemplo. Fora isso, o cabelo perde com mais facilidade substâncias importantes, como proteínas e água, ficando mais ressecado. Aquelas mulheres que fizeram algum tipo de coloração, principalmente as loironas, devem ter cuidado dobrado nessa época do ano, já que os fios ficam mais porosos, vulneráveis e sensíveis, podendo até ficar esverdeados.Uma das dicas para evitar maiores danos é abusar do protetor solar, que forma uma camada de proteção nos fios, impedindo a entrada dos raios solares e dificultando a saída da nutrientes. n
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cultura
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Circuito aberto ao público Instituto Sérgio Magnani desde junho de 2012, por meio de parceria com o Governo do Estado. Além disso, alguns desses museus/espaços são administrados por empresas privadas, que realizam investimentos na recuperação do patrimônio e na manutenção dos prédios. A gerente executiva do Circuito Cultural Praça da Liberdade, Cristiana Kumaira, destaca que este ano artistas mineiros terão grandes oportunidades de se apresentarem no Circuito. “Fechamos 2013 abrindo as portas do Circuito Cultural para os artistas mineiros, em uma construção conjunta, por meio de shows e espetáculos. Neste período de recesso escolar aproveitamos para inaugurar as atividades de formação artística, outro grande alicerce da nossa Política Educativa e Cultural. Foram selecionadas propostas bem diversificadas e que atendem a vários públicos, o que é uma ótima oportunidade para troca de experiências e aprendizado em um ambiente lúdico e inspirador”. O Circuito Cultural Praça da Liberdade, nos meses de janeiro e fevereiro, apresenta “O Circuito Aberto” com workshops e oficinas. A proposta abrange atividades que ocorrem em seis museus e espaços do complexo, além de intervenções ao ar livre, na Praça da Liberdade. n
No dia 23/01, às 21h30, no Museu das Minas e do Metal, acontece o NOW or NOW
Foto: Lucia Sebe Secom
O Circuito Cultural Praça da Liberdade, localizado na região central de Belo Horizonte é, atualmente, o maior complexo cultural do país. Ao todo, são nove espaços e museus em funcionamento, sendo eles: Arquivo Público Mineiro, Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa, Centro de Arte Popular Cemig, Centro Cultural Banco do Brasil, Espaço do Conhecimento UFMG, Memorial Minas Gerais, Museu das Minas e do Metal, Museu Mineiro e Palácio da Liberdade, além das atividades do Inhotim Escola, que ocorrem paralelas às obras de sua sede. Além destes, outros três espaços já estão em processo de implantação: a Casa Fiat de Cultura, o Centro de Referência da Economia Criativa Sebrae-MG e o Museu do Automóvel. Inaugurado em 2010, o Circuito foi criado com o objetivo de explorar a diversidade cultural, com opções interativas e abertas ao público, em uma área de enorme valor simbólico, histórico e arquitetônico da capital. A oportunidade surgiu com a transferência da sede do Governo de Minas Gerais para a Cidade Administrativa, no bairro Serra Verde. Os antigos prédios das secretarias foram adaptados e abriram suas portas para abrigar os museus e espaços culturais. Somente em 2013, mais de 800 mil pessoas visitaram o complexo. O circuito é codirigido pelo
A Circuito abrange os antigos prédios no entorno da Praça da Liberdade
As atividades são gratuitas, porém é necessário fazer a inscrição pelo site: www.circuitoculturalliberdade. com.br/circuitoaberto. As atividades já começaram, mas ainda dá tempo de conferir várias outras atrações. Nos dias 23, 25, 30, 31/01 e no dia 01/02 o Circuito realiza a oficina “Modos de lembrar, esquecer e viver: Memória e diversidade cultural na Praça da Liberdade”. A proposta é desenvolver atividades lúdicas e reflexivas sobre a relação entre a memória social e individual e a diversidade cultural. Dia 25/01 acontece o “Museu do Instante”. O Museu é um evento que reconstrói o museu tradicional na escala urbana. Galerias, sala de exibição, praça de alimentação e auditório são ressignificados e incorporados ao tecido urbano, ganhando materialidade por meio de suportes físicos existentes e novos. De 22 a 24 e 28 e 29/01 é a vez da população conferir a “Oficina de análise e criação de jogos digitais”. A oficina vai abordar conceitos, dinâmica dos jogos e realizar atividades práticas com o software Game Maker. Ao final do percurso de cinco dias, o grupo irá desenvolver uma proposta de jogo a partir do aprendizado. Durante os dias 1, 2, 8 e 9/02 acontece a oficina “Escrita infinita”, que irá trabalhar a escrita cotidiana como forma de pensar a memória e a construção da subjetividade no mundo atual, realizando um diálogo entre escrita, narração e invenção. Cada participante irá confeccionar o seu próprio caderno (corpo simbólico) e, ao final, será realizada uma pequena exposição e um livro coletivo. Ilustração: Júlio Palhares
Foto: Carola Beresi
Diversidade | Museus da Praça da Liberdade trazem diversas atrações para os belo-horizontinos
Com duas turmas, de 8 horas cada, dos dias 17 a 21/02 o público poderá participar do workshop “Teatro multimídia e o futuro” sobre a utilização de novas mídias no teatro, com foco no audiovisual e os limites e restrições de sua utilização. A oficina abordará ainda o estudo técnico de equipamentos e superfícies de projeção e exercícios práticos de filmagem e projeções, gravadas e ao vivo. Nos dias 18, 19, 20, 21 e 22/02 acontece a oficina “Coreto e cores”, uma intervenção no coreto da Praça da Liberdade, que será coberto com estruturas de tricô e crochê. Serão ministradas oficinas de capacitação destas práticas manuais tradicionais usando a arte de rua como pano de fundo para a intervenção artística.
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bem-estar
Sorriso de estrela
Novidade | Lente de contato dentária é capaz de garantir um belo sorriso
Foto: arquivo pessoal
Izabela Guimarães colocou a lente dentária há 5 meses e garante estar mais confiante
O uso de lentes de contato dentárias é consagrado em diversos países da Europa, Canadá e Estados Unidos e tem sido procurado por celebridades
lentes. É preciso apenas uma análise facial do sorriso através de fotografias e moldes, onde é traçado o plano de tratamento mais indicado para cada paciente. A quantidade de lentes usadas em cada pessoa também é indicada nessa análise. Além disso, o processo de colocação das lentes é bem simples, é o que explica a especialista. “Na primeira consulta, é realizada a análise facial do sorriso do paciente e coletados os parâmetros necessários como cor, formato, tamanho, volume, disposição, altura da linha do sorriso, levando em consideração os traços naturais do paciente e seus anseios. Já na segunda consulta são instaladas as lentes seguindo o planejamento anterior. Se o paciente desejar visualizar o resultado final antes da instalação, é feito um mocape (como se fosse um test drive) que reproduz o resultado final”, enfatiza. A aposentada Oda Maria Muniz, 58, também fez o uso desse novo método. Ela conta que quando tinha 10 anos precisou passar por uma cirurgia devido a um coágulo na gengiva entre os dentes superiores,
Foto:Shutterstock
Quase que imperceptível, uma técnica inovadora na odontologia estética chega ao Brasil, as lentes de contato para os dentes. O método que já é consagrado em diversos países da Europa, Canadá e nos Estados Unidos, tem sido a grande procura do momento, até por celebridades nacionais e internacionais. As lentes de contato superfinas são feitas de porcelana para corrigir imperfeições, manchas leves, clarear os dentes, além de evitar desgastes do esmalte natural. Segundo a Especialista em Implantodontia, e pós-graduada em Odontologia Estética, Dra. Lílian Petrucelli, as indicações das lentes de contato dentárias são as mais diversas. “Essas lentes criam um sorriso mais harmonioso, corrigindo imperfeições, sinais de envelhecimento, fraturas, sinais de tabagismo, manchas, diastemas (espaços entre os dentes) e aumento ou diminuição dos dentes. Em alguns casos pode ser indicado inclusive para o alinhamento dentário evitando que o paciente utilize durante anos o aparelho ortodôntico”, ressalta a especialista. A lente que possui uma espessura entre 0,2mm e 0,4mm tem uma variação de preço entre R$ 1.000 a 2.500 por dente, com duração de até 20 anos. De acordo com a especialista, a inovação deste método é justamente a evolução do material utilizado na constituição das lentes. Mesmo sendo finíssimas, quando instaladas atingem extrema resistência e durabilidade, possibilitando ao paciente uma vida normal. Izabela Guimarães, 30, administradora de empresas, há 5 meses colocou a lente dentária e garante estar mais confiante. “Eu tinha manchas nos dentes da frente e aos 10 anos precisei cortar a metade de cada um para retirá-las. O que me levou a fazer o uso foi justamente o incômodo causado pela resina que ficou em um desses dentes, ela quebrava muito e me trazia constrangimentos”. Ela comenta ainda que a lente não causou incômodo algum e que também não teve restrições alimentares. “A lente não provocou nenhum incômodo, pelo contrário, é muito bom saber que ela não vai cair e me deixar em alguma situação desconfortável, me sinto mais confiante. A colocação foi super rápida, menos de 20 minutos”, comenta Izabela. Não existem restrições, qualquer pessoa que se interesse pelo novo método pode fazer a colocação das
o que ocasionou um derrame de sangue e o escurecimento de um desses dentes. “Eu era muito infeliz por causa desse dente, me sentia envergonhada para sorrir, ficava até mesmo estressada. Pensei em fazer um clareamento, mas quando conheci essa nova técnica me interessei bastante. Na primeira consulta fiz o molde e na segunda a colocação da lente. Foi super tranquilo, não tive dores e nenhum incômodo”. Há dois meses ela está usando a lente e conta que mudou completamente a sua forma de se expressar. “Mudei a minha forma de comunicar, fiquei mais feliz e confortável. Hoje, sem dúvidas, as minhas expressões são diferentes, melhorei a minha autoestima, o resultado foi maravilhoso”, relata a aposentada. Os cuidados com as lentes são os mesmos dos dentes naturais. A manutenção deve ser feita no próprio consultório. De acordo com a Dra. Lílian o prazo para a manutenção indicado é o mesmo, porém o ideal é visitar o dentista habilitado nesta técnica de seis em seis meses. n
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crônica
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Hmmm… pouco provável. Procurou o número do telefone na internet e nada, nem nome e nem endereço. Não podia responder dizendo que não fazia ideia de quem era ou corria o risco de acabar ali mesmo com a conversa.
Já passava das duas da manhã quando o celular deu o aviso de SMS. Ainda dormindo pegou o aparelho pensando no pior e deparou-se com a mensagem: “Tô te esperando, lindo! Vem logo!” Solteiro desde sempre, quase 50 anos, uma vida social nula e muito acima do peso ele logo imaginou que fosse trote ou engano. O número era desconhecido e ele resolveu deixar pra lá.
Como não tinha telefone fixo em casa, resolveu descer e procurar um orelhão de onde pudesse ligar e tentar descobrir o nome da tarada da madrugada. Desistiu. Aquele bairro não era brincadeira de dia, imagine nesse horário absurdo.
Encostou a cabeça no travesseiro e outra mensagem do mesmo número: “Tô com tanta saudade…” Por via das dúvidas procurou o número na velha agendinha ao lado da cama e nada. Nem ideia de quem seria. Mesmo curioso resolveu deixar pra lá e tentar dormir, até porque era claramente um engano e ele não sabia quem era e nem onde estava a pessoa. Podia até mesmo ser um golpe, uma tentativa de sequest… PLIIIM! Pronto, no
Foto: arquivo pessoal
Mensagens
Passou o resto da noite fantasiando a cada nova mensagem, uma mais picante que a outra e viu o dia nascer entre exausto e confuso. meio do raciocínio, mais uma mensagem. E dessa vez com um conteúdo tão explícito que não dá pra publicar. O sono já tinha ido embora e ele, sentado na cama, pensava nas opções. E se fosse alguma namorada antiga?
Saiu da cama, tomou um banho frio, e resolveu que iria tomar uma atitude. Aquela mulher misteriosa, em apenas uma noite, tinha virado seu mundo de cabeca pra baixo. Ele, que se sentia morto, tinha experimentado sensações das quais até já havia se esquecido.
Maurilo Andreas é mineiro de Ipatinga, publicitário de formação e escritor por paixão. Casado com Fernanda e pai de Sophia, é autor de seis livros infantis e foi um dos homenageados na I Feira Literária de Passos. Seu texto “Sebastião e Danilo” foi escolhido pela revista Nova Escola para uma edição especial e vários outros fazem parte de livros didáticos e paradidáticos de diversas editoras. Ligou para a companhia telefônica sentindo-se determinado e, assim que foi atendido, com a voz visivelmente trêmula, pediu: - Por favor, eu gostaria de mudar meu número de telefone. n
O jornal URBHANO agradece o carinho e a confiança que foi recebido no Belvedere. Em 2014, vamos continuar trazendo muito mais informações relevantes e de qualidade. Este é o nosso compromisso.