15 . setembro a 15 . outubro de 2014 . ANO I . Número 23 . Distribuição gratuita
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tudo que inteRessa no seu bairro está aqui
Cultura de Albergue
Com a filosofia de coletivismo e mente aberta para novas culturas e amizades, os hostels são procurados por pessoas que desejam novas experiências. No Mangabeiras e Sion já existem empresários investindo nessa ideia.
cidade
o Alma Chef oferece cursos livres de gastronomia para amadores, amantes da boa mesa e admiradores da arte de cozinhar pág. 10
esporte 39º Campeonato Mineiro Classe Laser Standard, Realizado no Iate Clube Lagoa dos Ingleses, atrai grande público pág. 11
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Os consumidores já sentiram o aumento de até 600% nos preços dos estacionamentos em áreas nobres da cidade pág. 4
gastronomia
entrevista com
miriam leitão A conceituada jornalista e economista fala, em entrevista exclusiva, sobre a sua paixão: a literatura pág. 6
lazer grupos de empresários, amigos e familiares se organizam para promover viagens em busca dos peixes mais cobiçados do país pág. 14
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opinião
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frasesURBHANAS
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URBHANO mangabeiras | sion Belo Horizonte, 15 de setembro a 15 de outubro de 2014
Selfie é uma agressão permanente. Sebastião Salgado, fotógrafo sobre o hábito das pessoas de tirarem autorretratos. Marina Rossi (*)
O cinema do século XXI Até bem pouco tempo, ninguém imaginava encontrar mães com bebês de colo nas salas de cinema, muito menos, pessoas de mais idade que fossem às sessões para depois tomar chá com os amigos. Essas são apenas algumas das reinvenções da sétima arte, que hoje são possíveis graças a projetos sociais que enxergaram um público que gosta da telona, mas que precisava de uma atenção especial. E foi com esse olhar que todo o universo cinematográfico se modificou com o passar dos anos. Quem vai ao cinema no século XXI pode até assistir a uma partida de futebol como se estivesse num estádio, com narração exclusiva para os cinéfilos. Aqueles que gostam de todo o tipo de arte conseguem aproveitar um show de stand up comedy e assistir a um filme no mesmo local com os combos de diversão que foram criados. Além disso, os pais que querem fazer um aniversário diferente para o filho e sair da tradicional festa em casa ou num salão podem ter uma sala só para a comemoração com as crianças. A revolução do cinema flexibilizou toda a programação das redes. As salas viraram locais de conferências, palestras, treinamentos, entre outras atividades comerciais. O cardápio, que antes era só pipoca, passou a ter atendimento VIP, com serviço à poltrona, menu preparado por chefs de cozinha, mix de produtos diferenciados, como sanduíches, saladas e doces. Todas as mudanças, desde o surgimento do cinema em 1895, acompanharam a evolução tecnológica do mundo. As imagens ganharam sons, o P&B ganhou cores e as salas foram transformadas para dar conforto aos amantes da sétima arte. Cada vez mais, a preocupação com a comodidade aumentava. As cadeiras viraram poltronas acolchoadas e reclináveis. Hoje, no século XXI, o cinema tem significados variados para a sociedade. São momentos mágicos de lazer, que levam as pessoas do mundo inteiro para onde elas nunca imaginaram estar. Transporta as crianças para um universo grandioso que nem os pensamentos mais criativos chegaram a desenhar. As sessões na telona fazem rir e chorar, contam histórias reais que emocionam e exibem cenas que parecem impossíveis e surreais, de um futuro que soa distante, mas que pode nem estar tão longe assim. Marina Rossi Gerente de Marketing da Rede Cineart
(*)
Achei desastroso o comentário de Pelé. Se a pessoa sofre um ato de racismo, ela tem que denunciar. Ronaldo Nazário, ex-jogador, a respeito do que disse Pelé sobre Aranha ter se precipitado ao contestar torcedores do Grêmio que o xingaram de macaco durante jogo.
Meu período como líder está quase no fim, mas, para a Escócia, o sonho nunca vai morrer. Alex Salmond, primeiroministro do Parlamento escocês e líder da campanha separatista, após plebiscito decidir pela não separação em relação ao Reino Unido.
CBF, você é uma vergonha! Emerson Sheik, jogador do Botafogo, se dirigindo à câmera da Globo após ser expulso pelo árbitro da partida contra o Bahia, pelo Campeonato Brasileiro. Nasci como um jovem de classe média e você voltar para isso... É óbvio que é um baque gigantesco. Eike Batista, reconhecendo sua nova condição.
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Fotos | Cinthya Pernes Revisão | Pi Laboratório Editorial Jornalista | Renata Diniz
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local
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Feliz Ano Novo! Foto: Cinthya Pernes
Celebração | praça de israel, no mangabeiras, é referência para a comunidade judaica em bh
A ceia Segundo a tradição, a ceia do Rosh Hashaná contém apenas bebidas e alimentos adocicados simbolizando a esperança de um ano de fartura e doçura. Conheça as comidas típicas da data!
Chalá Redonda (o pão redondo)
Ponte de encontro da comunidade judaica, a praça de Israel , no bairro Mangabeiras, é um dos símbolos da presença da cultura na cidade
Servido durante todo o Shabat, no período do Rosh Hashaná o alimento tem o formato redondo, o que representa continuidade e eternidade. O pão redondo simboliza a continuidade, sem começo ou fim determinado, e representa um pedido para um ano sem conflitos. É costume mergulhar o pão no mel.
Maçã com Mel Pedaços de maçã que ao serem mergulhados no mel simbolizam um ano bom e doce.
Romã
Cabeça de Peixe É tradição servir cabeça de peixe no jantar de Rosh Hashaná para que sejamos a cabeça e não a cauda.
Para o rabino Leonardo Alanati, a infraestrutura completa da capital auxilia a liberdade religiosa em BH.
Foto: Ricardo Stengel
Efigênia, na Região Leste, e no Bairro Funcionários, Região Centro-Sul. Além de uma escola de ensino judaico, a Theodor Herzl e o cemitério Israelita no bairro Jaraguá. Para o rabino, locais fundamentais para o estreitamento de laços da comunidade judaica com a capital, e, ainda, estimular o estudo, as orações primordiais no período do Rosh Hashaná. “Esse é um período voltado para a ajuda ao próximo e de descanso do Shabat. Isso permite um preparo íntimo nesse ultimo mês do calendário judaico. As pessoas começam a se autoavaliar, rezar mais, mandam mensagens de feliz ano novo. Tudo isso ligado ao desejo de um ano novo bom e saudável para todos”, finaliza. Desejo de prosperidade compartilhada também pela publicitária Ilna Baratz, 23, que também é judia, e se diz ansiosa com a aproximação da data. Como membro de uma tradicional família judaica, Ilna acredita que o evento promove uma importante troca entre várias gerações. “Estes costumes são ensinados de geração a geração, para que a cultura não se perca ao longo dos anos”, pontua. A jovem conta que seus bisavôs migraram da Europa para o Brasil em busca de um local onde pudessem exercer com liberdade sua religião. Criada em Belo Horizonte, Ilna se diz satisfeita com a infraestutura voltada para a comunidade judaica na capital. “É uma comunidade pequena, diante das existentes em São Paulo e Rio. Mas é uma cidade muito tranquila, que abraça novas culturas”. Ilna lembra que a ausência dos fogos de artifícios no céu é um dos diferenciais da data em relação ao réveillon convencional. Apesar disso, para a publicitária, o importante mesmo é o significado da data. “É momento de reflexões e arrependimentos das atitudes e decisões que foram tomadas durante o ano. Devemos especialmente nesta época pensar em mudar ações que não são boas e tomar boas decisões para o novo ano que está chegando”. n
Foto: Cinthya Pernes
O ano novo está chegando e provavelmente bem antes do que você imagina. Para cerca de cinco mil judeus, residentes na capital, os preparativos reservados para Rosh Hashaná, que significa “Ano Novo” em hebraico, estão a todo vapor. A celebração tem início na noite do dia 25 de setembro (quinta-feira) e duração de dois dias. Tendo início no surgimento da primeira estrela no dia 25, o evento dura até o pôr do sol do dia 27. Durante o período, judeus ortodoxos de todo o mundo não podem trabalhar, nem fazer uso de objetos dependentes de eletricidade. Ou seja, atividades usuais como andar de carro, assistir televisão e até mesmo acender a luz estão banidas nesse período, conhecido como Shabat. No momento da virada, os judeus vão à sinagoga rezar e participam do culto religioso, no qual ouvem o toque do shofar, instrumento de sopro de chifre de carneiro. Após o encontro, as famílias se reúnem para um jantar regado a comidas típicas e trocam presentes. A partir da noite do Rosh Hashaná passa a valer o ano 5775 no calendário judaico. Segundo a tradição religiosa, a data marca o dia da criação de Adão e Eva por Deus. Presente em várias datas comemorativas do calendário judaico, a Praça Estado de Israel, no bairro Mangabeiras, desta vez ficou fora das comemorações. Um dos maiores símbolos da presença da cultura judaica em Belo Horizonte, a praça fica na Rua Professor Lair Ramusat Renno. Para o rabino Leonardo Alanati, 51, responsável pela congregação israelita mineira, a existência da praça reafirma a política da boa vizinhança existente na capital. “Muitos encontros e comemorações são realizadas lá. Mas não temos só praça, temos também a presença da União Israelita de Belo Horizonte e o Instituto Histórico Judaico e muitos outros lugares que promovem uma boa relação da capital com os membros de famílias judias”. Além dos pontos citados, na capital estão situadas duas sinagogas, que ficam nos bairros Santa
A presença da fruta nas mesas durante a festa é constante. A importância se deve ao fato de a fruta possuir 613 caroços, o mesmo número de mitsvot (mandamentos) que constam no Torá ( velho-testamento).
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cidade
Preços elevados Os moradores das grandes capitais do país enfrentam o problema de mobilidade urbana quase todos os dias. Horas no trânsito para conseguir se locomover até o trabalho, e o horário de voltar para casa é ainda pior. Além de todo o transtorno e estresse de horas no congestionamento, existe outro problema que causa ainda mais dor de cabeça ao motorista, estacionar. Em locais de grande movimento, como o centro da cidade, a tarefa se tornou um desafio. A opção, para quem está disposto a desembolsar um bom valor por mês, é pagar por uma vaga em estacionamento particular. Porém, a grande procura por vagas faz os estabelecimentos aproveitarem a oportunidade e reajustarem os preços a cada ano. Segundo pesquisa realizada pelo Mercado Mineiro, desde o mês de abril até o mês de agosto de 2014, a fração de 15 minutos em um estacionamento em Belo Horizonte teve aumento de 6,5%. Ainda segundo o site os preços na capital para a fração de 15 minutos podem chegar a variar 600%, dependendo da região da cidade. Os mensalistas também podem sofrer bastante variação nos preços, chegando a 300%. O preço médio para quem paga por uma vaga mensalmente é de 265,20, mas o valor pode chegar a até 400 reais por mês. É o caso do projetista civil, Luiz Américo Ferreira, 63 anos, que aluga a mesma vaga há mais de três anos. Este ano o projetista se assustou com o aumento da mensalidade, que apresentou variação de 10 a 15% do valor pago no ano passado. “A minha decisão por pagar um estacionamento são por vários motivos. Uma delas por falta de segurança nas ruas e também por comodidade, pois eu estaciono no prédio onde trabalho e tenho o controle da garagem. Lá, a vaga é só minha. Já alugo essa vaga há três anos e meio, e atualmente pago R$350 reais mensais. Este ano teve um aumento em torno de 10 a 15%”. Mesmo pagando um preço elevado, Luiz afirma que não vê outra opção, e que não abre mão da comodidade e da agilidade de ir trabalhar com o próprio carro. “Se o nosso transporte público fosse mais eficiente e menos demorado, é claro que a minha opção seria por ele”, relata.
Só no primeiro semestre desde ano a fração de 15 minutos em um estacionamento em Belo Horizonte teve aumento de 6,5%
O consumidor deve pesquisar os preços antes de parar o carro. A variação pode chegar a 300%.
Tamanho do veículo Além do aumento dos preços em vagas particulares, os estacionamentos privados estão cobrando preços diferentes para determinado tipo de carro. Carros grandes pagam preços mais altos do que os carros pequenos. Muitos consumidores não concordam com a medida adotada. Segundo dados do Mercado Mineiro, no Ilakar Estacionamentos, localizado na Av. Augusto de Lima, a hora para um carro pequeno custa oito reais, para um carro grande o preço é de 12 reais. Já a diária para o veiculo menor sai a 25 reais, e o de grande porte por 40 reais. A prática ocorre mais na região centro-sul, mas segundo o PROCON a medida é irregular e abusiva, pois os estacionamentos não disponibilizam vagas específicas para veículos maiores, sendo assim, não há motivos para a diferenciação nos preços.
Para parar na rua O preço do rotativo também aumentou este ano, o valor foi reajustado em 6,89%. Segundo a Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans), o preço da folha individual passou de R$ 2,90 para R$ 3,10. Já o talão, com dez unidades, subiu de R$ 29 para R$ 31. Aumento justificado pela empresa como uma forma de inibir o uso do transporte particular e promover o uso do transporte público. n
Fotos: Cinthya Pernes
Absurdo | Estacionar na capital mineira fica cada vez mais caro
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Desenhos de caráter artístico e ilustrativo. O mobiliário e os equipamentos não fazem parte dos memoriais descritivos. Haverá montagem de equipamentos e mobiliários das áreas comuns de acordo com o memorial descritivo de cada empreendimento. Creci Patrimar: 8098.
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entrevista
No auge Fotos: Cinthya Pernes
Livro | Com reconhecimento internacional no jornalismo, Miriam Leitão se consolida na literatura
Mãe, avó, dona de casa, funções compatíveis com uma carreira de sucesso. é o que prova a jornalista e escritora Miriam Leitão, 61. Com mais de quatro décadas de atuação no jornalismo, brindados com 24 prêmios nacionais e internacionais, Miriam se destaca na terceira colocaçãodo Ranking Jornalistas&Cia dos Mais Premiados Jornalistas Brasileiros de Todos os Tempos. Conhecida principalmente pela atuação na cobertura econômica, a jornalista expande seus projetos para o imaginário lúdico infantil. A inserção no campo da literatura foi um dos temas explorados pela autora durante sua participação no “Sempre um Papo”, no Palácio das Artes, em Belo Horizonte, no dia 5 de Agosto. Além dos livros infantis A Menina de Nome Enfeitado (2014) e A Perigosa Vida dos Passarinhos Pequenos, obra que marcou, em 2013, a bem-sucedida estreia da autora no universo infantil, Miriam também falou sobre seu primeiro romance Tempos Extremos e sobre a construção de seu livro-reportagem Saga Brasileira. Natural de Caratinga, zona da mata mineira, Miriam revela ter sido uma criança tímida, com um gosto extraordinário pelos livros. Na época, conhecida ainda por Mirinha, a escritora lembra ter sido criada numa casa com muitos livros. Paixão que causava estranheza, mas era vista com bons olhos pelos pais, um pastor presbiteriano e uma professora do primário. “Eu tinha 11 irmãos, então ser uma criança quietinha com os livros, não era nenhum problema”, revelou a escritora durante o encontro. Tendo sofrido durante a juventude com os horrores da ditadura militar, presa e torturada durante a gravidez do primeiro filho, a jornalista permanece otimista com o futuro do Brasil. E vê nos livros e na formação cultural de seu povo a melhor chance do país. Confira a entrevista exclusiva com a escritora.
Como surgiu a ideia de escrever um livro de ficção, Tempos Extremos? Não tive propriamente uma ideia de escrever um livro de ficção. Eu estava – e ainda estou – escrevendo outro livro de não ficção sobre o Brasil. Um livro que
estou adorando escrever e exige muito de mim. Venho escrevendo desde que acabei o Saga Brasileira. Em uma tarde que me dei de descanso, vieram frases à minha mente. Escrevi. E elas foram os fios pelos quais acabei puxando a história. Fiquei, assim, escrevendo
dois livros ao mesmo tempo. Me dividindo entre ficção e não ficção. Foi desafiador. O livro de não ficção, uma espécie de continuação do Saga, mas com um olhar para o futuro, será publicado no ano que vem pela Intrínseca.
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O jornalismo te ajudou na construção do romance ou dificultou o trabalho? O jornalismo ajudou. Um romance é outra história, é preciso se deixar levar pela imaginação, construção de enredo e personagens. O jornalismo ajudou dando elementos para essa construção da narrativa. Por exemplo: eu fiz reportagens sobre presos políticos, sobre o Cais de escravos do Valongo ou o Cemitério dos Pretos Novos. Usei esses ambientes e sentimentos para a construção dos personagens. Nem sabia que usaria, mas o jornalismo informou detalhes importantes ao livro que escrevia. A experiência de escrever esse livro foi diferente das suas experiências anteriores como escritora? Totalmente. O escritor pode estar no comando de um projeto de um não ficção, mas tem pouco controle sobre o romance. Enfim, esse é o primeiro que escrevo, não posso teorizar. Mas comigo foi assim: eu me deixei levar. Às vezes tentei abandonar o projeto, mas apareciam cenas, e diálogos na minha mente e eu voltava ao computador até em horas inesperadas, como as madrugadas. No livro, uma das personagens é presa política. Durante a construção da obra você se baseou na sua própria experiência? Se sim, além desse episódio, o livro contém traços autobiográficos? Não é autobiográfico. Nenhum personagem sou eu. Na verdade usei partes do que tenho vivido, visto, ouvido. Mas Alice, a presa política, é bem diferente de mim e viveu outra história. No livro falo dos sentimentos: o que sente um escravo? O que sente um preso político? O que sente a filha de um desaparecido político? O mais difícil, evidentemente, foi falar dos escravos. Como leio muito sobre o tema, por interesse pessoal, há muitos anos, eu usei essa pesquisa. Mas o escritor Alberto Mussa me disse algo, num debate, que me emocionou. Ele falou que no meu livro, os escravos são sujeitos da sua própria história. Eles falam por si. Não são o “outro”. Isso era que eu queria. Você se baseou em algum escritor ou obra para escrever Tempos Extremos? Sou leitora de romance desde menina. Tive as mais diversas influências, que não
entrevista saberia decidir qual. Acho que tudo o que você lê e aprende em outros livros acaba ajudando na hora de escrever. Com vários livros publicados, dentre eles,
No Sempre um Papo, realizado em Belo Horizonte no dia 5 de Agosto, Miriam Leitão apresentou ao público suas obras infantis
Mesmo com o sucesso no campo da literatura, para Miriam não existe possibilidade de deixar o jornalismo
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livros-reportagens, infantis e agora um romance, você se diria realizada como jornalista e escritora? O Saga Brasileira, a longa luta de um povo por sua moeda (Record) ganhou o Jabuti de Livro do Ano de Não Ficção. Foi uma alegria tão grande que nem posso descrever. Meu primeiro infantil A perigosa vida dos passarinhos pequenos foi premiado pela Fundação Nacional do Livro Infantil. Vitórias que me encantam e me estimulam. Eu sou uma jornalista realizada, que quer continuar jornalista, e uma escritora com muitas ideias de mais e mais livros. Eu estou num momento extraordinariamente rico e feliz da minha vida. Para você, qual a importância da leitura na construção da identidade brasileira? Eu me construí lendo. Foi lendo que superei barreiras e limitações. Acho que se é verdade no plano pessoal, é também no plano nacional. A literatura brasileira é vasta, complexa, bela e está sempre trazendo novos talentos. Alguns, muito jovens. Acho que estamos todos escrevendo essa identidade a cada dia. Se tenho um sonho é de ver mais espaço na estante para os livros de autores nacionais. Além da divulgação do livro, quais são seus projetos atuais? E quais devem ser os futuros? Estou cheia de projetos. Tenho um novo infantil com a Rocco, acho que ela lançará no ano que vem. Tenho outro infantil na gaveta. Estou atualmente terminando esse segundo de não ficção. Ao mesmo tempo, divulgando o Tempos Extremos da Intrínseca e o infantil A Menina de Nome Enfeitado que lancei em 2014. O jornalismo também requer muito de mim. Não me falta trabalho, graças a Deus. Outro dia no Sempre um Papo, em BH, abri meu coração para os mineiros, gente da minha terra, e disse que meu sonho é escrever até o último dia de vida. Como espero viver bastante, ainda há muito a escrever. E eu espero muito que os leitores me concedam a honra da leitura dos meus livros. Por exemplo: vocês já leram Tempos Extremos? Eu escrevi o livro com muita paixão. Espero que gostem. n
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matéria de capa
Amizades de check-in Com vista para as montanhas, os hospedes do Mangabeiras Residence aproveitam a tranquilidade oferecida pela localização privilegiada.
Foto: arquivo pessoal
Procurando o oposto de luxo e conforto, os albergues ou hostels são uma ótima opção para aqueles que têm a alma livre e o coração aberto para novas oportunidades. Viajar já é sair do seu lugar comum e se aventurar pelo desconhecido, porém a grande maioria das pessoas visa descansar nas suas férias, e procuram por hospedagem que ofereçam diversos serviços, como camareira, garçom, arrumadeira e etc. E todas essas comodidades custam um preço mais elevado do que aqueles que decidem por uma hospedagem mais alternativa. O primeiro atrativo para quem procura por um albergue é o preço mais em conta. Por isso, normalmente o público frequentador são os jovens. Em Portugal eles costumam chamar esse tipo de hospedagem de Pousada da Juventude. Porém, depois da primeira estadia, as pessoas passam a entender que se hospedar em um hostel vai muito além do que só pagar mais barato. É quase uma filosofia, quem opta por esse tipo de hospedagem são pessoas que sabem compartilhar e estão abertas para fazer novas amizades. Conhecer e explorar a cultura local também é fundamental para esse tipo de viajante. A jornalista Maria Carolina Caiafa, 26, já ficou em hostel no Rio de Janeiro, Buenos Aires, Miami, Las Vegas, Los Angeles, Chicago, Barcelona, Madri e Londres. Com essa rica experiência ela explica o que mais gosta neste tipo de hospedagem. “Eu gosto de ficar em albergues, pois neles sempre conheço novas pessoas e convivo com jovens de diversos países. Também acho uma boa oportunidade para quem viaja sozinho. Como os hostels são lugares que concentram viajantes de muitos países, sempre encontramos pessoas de diferentes origens e acabamos enriquecendo nossa experiência. A própria hospedagem vira uma forma inusitada de fazer intercâmbio”. Para ela, as pessoas que frequentam os hostels são o que deixa a viagem mais interessante. “É um lugar propício também para conhecer aqueles que são bem livres, e que gostam de viajar e viver em diferentes culturas. Albergues, geralmente, reúnem um grupo de pessoas descoladas, que se importam mais com cultura e alegria do que com conforto e status. Isso me atrai muito”, completa. Os sócios Henrique Dornas Dutra, 27, Mariana Machado Zupo, 28, Gabriela Dornas Dutra, 24, e Pedro Martins Perone, 27, apaixonados por viajar e amantes de hospedagens descoladas, resolveram investir no segmento em Belo Horizonte. Buscando diferenciais para o seu negócio, em junho de 2014 nasceu o AllBargue, localizado no bairro Sion. O local é a junção de albergue, bar e a promoção de turismo de aventura. “Nós, sócios, viajamos muito, sempre nos hospedando em hostels pelo mundo. Percebemos que, em vários lugares, os hostels possuíam seu próprio bar, que era um ponto de encontro para os hóspedes, e também um ponto de contato entre os locais e os viajantes, se tornando assim locais vibrantes e interessantes. Queríamos criar algo assim em BH. A questão dos passeios de aventura e as parcerias com as instituições que realizam essas atividades foi uma forma de encontrar um tema que tivesse um potencial no mix turístico regional”, conta o sócio Pedro. Quando pensaram em abrir o AllBargue, o foco foi transformar o espaço em um lugar descontraído e interessante, onde eles pudessem conhecer novas pessoas e culturas e passar um pouco dos lugares incríveis
Foto: Cinthya Pernes
Albergues | Hospedar em hostels é uma ótima forma de fazer amigos e viver experiências culturais
A grande vantagem de ficar hospedado em um hostel é a oportunidade de fazer amizades de diversos lugares do mundo.
que existem na cidade. Os sócios comentam como vem sendo essa experiência.“Vem sendo sensacional. Durante a Copa do Mundo, por exemplo, tivemos visitantes de vários lugares, como Japão, Alemanha, Argentina, África do Sul, Colômbia, Inglaterra etc. que interagiram intensamente entre si e com os frequentadores do bar. Criou-se um ambiente divertido e interessante, com muita conversa, brincadeiras e aprendizado. Para nós foi uma enorme satisfação, pois foram exatamente o tipo de interações que vislumbramos ao abrir o estabelecimento”. O consultor de marketing digital Bruno Borges, 35, já viajou por diversos países e sempre optou pela hospedagem em hostel devido ao clima acolhedor e a rica troca de experiências. “Faz parte da filosofia dos hostels promover o intercâmbio cultural. Para que isso aconteça, quase todos contam com áreas de
convivência com jogos e atividades promovidas pela equipe. Fica muito claro que as pessoas que se hospedam nos hostels entendem o espírito e entram no clima. Todos são muito receptivos e abertos a conhecer outras pessoas. Num hotel os hóspedes praticamente só se vêem no café da manhã e não há interação. Nos hostels, ao contrário, as pessoas interagem e buscam uma integração e troca de experiências com viajantes de várias partes do mundo”, enfatiza. Da América Latina à Europa, Bruno relata que a filosofia e estilo da hospedagem são bem parecidos em quase todos os hostels pelos quais passou. Em sua viagem conheceu pessoas de diversas nacionalidades e culturas, muitas dessas amizades foram cultivadas além da viagem. “No ano de 2012, por exemplo, estive por 10 dias em Berlim, fiquei hospedado no apartamento de um amigo que conheci
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Fotos: Cinthya Pernes
matéria de capa
Foto: arquivo pessoal
num hostel em Olinda. Nesta viagem, particularmente, pude conhecer várias pessoas que se tornaram amigos de verdade”, conta. Porém, nem tudo são flores, quem deseja fica em albergues precisa ter a mente aberta e o senso de coletivismo. A jornalista Maria Carolina, aponta quais são as partes mais complicadas dessa hospedagem. “A parte negativa do hostel tem relação com o compartilhamento de espaço: um só banheiro para muitas pessoas e poucas tomadas para muitos celulares, por exemplo. A diferença de hábitos de limpeza também pode gerar mal-estar. Quem vai para hostel tem que saber conviver e respeitar as vontades de cada colega. Não dá para ser egoísta”. Para manter a ordem, muitos estabelecimentos criam regras para serem seguidas pelos alberguistas. No Mangabeiras Residence os hóspedes têm toda privacidade e tranquilidade possível, segundo o proprietário Afrânio Lima. Proprietário de uma casa de mil metros quadrados no bairro Mangabeiras, aproveitou o espaço ocioso para criar uma espécie de hostel, mas com foco na tranquilidade. “Buscamos sempre atender da melhor forma possível, visando sempre o conforto entre eles, buscamos aplicar algumas regras e multas para colocar a casa sempre em ordem e aplicar multas para quem sai da ordem”, explica Afrânio, que conta que a maioria dos hóspedes são pessoas adultas de independência financeira que buscam o bem-estar e qualidade de vida morando em área nobre. Apesar de diversas regras, a casa apresenta uma grande área de lazer, onde os hóspedes podem aproveitar o tempo que desejarem, para fazer amizades ou descansar. n
O AllBargue, no Sion, é a junção de bar, albergue e a promoção de turismo de aventura
O consultor de marketing digital Bruno Borges (ao centro, de óculos escuros) prefere se hospedar em hostels devido ao clima acolhedor e a rica troca de experiências
Melhores experiências em Hostels por Bruno Borges A jornalista Maria Carolina Caiafa prefere este tipo de hospsdagem
Loki Hostel em Lima e Cusco, quando fui a Machu Picchu. O de Cusco está instalado num casarão gigante, onde por muitos anos funcionou um antigo monastério. A franquia argentina de hostels Che Lagarto, onde já me hospedei várias vezes em diversas cidades (Rio de Janeiro, Itacaré, Buenos Aires e Montevidéu), sempre com boas experiências; Los Jardines Colgantes de Babilônia, um hostel extremamente simpático e aconchegante em Montevidéu. Foi uma experiência muito diferenciada. Hostel de Sammy, em Santiago: o melhor café da manhã, sinuca, playstation, cachorros e bicicletas grátis pra rodar pela cidade. Millhouse, em Buenos Aires. Muito estruturado, organizado e ótimo para fazer amigos.
Foto: arquivo pessoal
Os sócios e amigos apaixonados por viagens e esportes radicais decidiram investir na ideia
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gastronomia
Alma do sabor
Foto: Cinthya Pernes
Com o intuito de reunir diversas vertentes do mundo gastronômico, como restaurante, espaço para eventos, aulas de gastronomia e empório, a Alma Chef traz um novo conceito para a cidade. Chamada pelos proprietários de Casa da gastronomia, o ambiente está localizado no bairro de Lourdes, em uma charmosa casa, que foi totalmente reestruturada para receber diversos segmentos. Comandada pelos chefs Felipe Rameh e Thiago Guerra, o lugar vem conquistando os amantes da boa mesa. A comida servida no restaurante no horário do almoço tem o objetivo de ser uma opção mais leve e saudável, com grande variedade de saladas e legumes. Já no cardápio a la carte há pratos vegetarianos, para agradar todos os tipos de público. De três em três semanas o menu é completamente modificado. Com alguns meses de funcionamento, o resultado tem sido positivo e agradado o exigente mercado mineiro. Em setembro a casa divulgou o formato dos cursos tão aguardados. As aulas serão realizadas uma vez por mês, o curso completo tem a duração de seis meses. As turmas já começaram a se formar, cada aula terá no máximo 17 alunos. A proposta não é ser um curso profissionalizante, as aulas serão mais descontraídas. Haverá espaço para uma boa conversa e confraternização entre os alunos e o chef, como explica o sócio Felipe Rameh. “A princípio tínhamos pensado em um formato mais profissionalizante, um pouco diferente do que nós já estamos acostumados a fazer, tanto eu como o Thiago. Antes de abrir o espaço eu já tinha quatro turmas e o Thiago tinha sete turmas, todos os cursos que nós oferecíamos, eram de uma forma bem descontraída para amadores, o formato era de aula jantar. A pessoa chega e já recebe uma taça de espumante. Todo mundo encosta na beira do fogão, a gente fala dos ingredientes, falamos de cultura, jogamos conversa fora. Tudo que eu vou preparando as pessoas provam e o último prato é montado individual. Todos sentam à mesa, provam o que preparamos e fazemos um brinde. O curso vai funcionar assim”.
O chef conta também sobre a diversidade de pessoas que procuram os cursos. “Os alunos que procuram o curso não têm o objetivo de serem profissionais, os perfis das turmas são bem variados. Há pessoas super interessadas, que tiram foto de tudo, querem anotar tudo, os mínimos detalhes. Já tem pessoas que vem para comer e beber, outras vêm para fazer relacionamento. Cada turma é bastante diferente”. Já no primeiro mês o Alma Chef recebeu uma procura de quase 800 pessoas interessadas em fazer as aulas. O conteúdo abordado nos encontros é bastante variado, as aulas não seguem uma sequencia. Em cada aula o tema é diferente, como cozinha toscana, cozinha da Borgonha, comida brasileira e entre outras. O foco é apresentar a gastronomia de forma prazerosa e divertida, além de fazer bons amigos. n
Fotos: Cinthya Pernes
Culinária | A Alma Chef reúne diversos segmentos gastronômicos em um só lugar
Comandada pelos chefs Felipe Rameh e Thiago Guerra, o lugar conquista os amantes da boa mesa
As aulas de gastronomia são direcionadas para qualquer tipo de público, para amadores ou profissionais
Investindo em diversos segmentos, o Alma chef traz um novo conceito gastronômico para a capital mineira
Filet Alto com Falso Ovo Trufado Ingredientes 200 gramas de cará 1 gema de ovo 10 gramas de manteiga 250 gramas de filet Sal, pimenta do reino e nozmoscada
Modo de preparo Temperar a carne com sal, pimenta do reino e noz-moscada, colocar para grelhar por alguns
minutos. Para o creme de cará, descascar o cará e utilizar somente a polpa, colocar para cozinhar em uma panela com água. Depois de cozido amassar até ficar na consistência de purê. Em uma panela coloque o purê e tempere com sal, e vá acrescentando devagar o creme de leite. Por cima do purê pronto colocar a gema de ovo cru, com uma colherzinha de manteiga derretida.
Cursos de gastronomia noturnos Alma Chef Setembro de 2014 a fevereiro de 2015 Total: seis aulas no período – uma por mês Data: de acordo com cada turma fechada Máximo de 17 alunos por turma *Valores de terça a quinta: R$ 180 (por aula) e R$ 220 (aula avulsa) *Valores de segunda-feira: R$ 220 (por aula) e R$ 280 (aula avulsa) *Mais informações e inscrições pela coordenação administrativo-pedagógica: (31) 2551-5950 * Nesses valores não estão inclusas bebidas alcóolicas Site: www.almachef.com.br
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esporte
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Campeonato Classe Laser Vela | Disputa na Lagoa dos Ingleses premia melhores velejadores da classe no Estado com esses obstáculos. “A nível nacional o mineiro ainda tem muito a aprender, pois as condições de velejar no Estado de Minas Gerais não são satisfatórias, devido a pouco vento e nada de ondas. Minas Gerais, através do Iate Clube Lagoa dos Ingleses, vem mantendo a vela mineira com um número satisfatório de participantes e sempre que possível atletas mineiros participam de competições fora do estado. A modalidade Laser vem se mantendo estável ao longo dos anos e bem representada a nível nacional”, analisa o atleta que há 38 anos veleja na Lagoa dos Ingleses. Acostumado com diversas disputas nacionais, Pedro se diz satisfeito com a tarefa de organizar o campeonato mineiro na sede do clube no qual é membro. “Participar e organizar de um evento destes é muito prazeroso, pois fico com a certeza que a vela mineira permanecerá acessa”. A fim de difundir a vela no estado de Minas Gerais, o Campeonato Mineiro deverá ser realizado em outra cidade no ano que vem. A cidade mais cotada pelos organizadores é Juiz de Fora. n
Esportistas de idades entre 15 a 55 anos puderam disputar em igualdade pela melhor classificação
Fotos: Cristoph Reher
Apreciar o velejar de barcos em plena manhã de sábado não é privilégio de quem mora no litoral. Quem vive na capital mineira pôde presenciar, nos últimos dias 6 e 7, a final do “39º Campeonato Mineiro Classe Laser Standard”. Realizado em Nova Lima, no Iate Clube Lagoa dos Ingleses, e, aberto a todos os participantes do Brasil, a disputa tem validade para o ranking nacional e peso 2. Pontuação considerável, levando em conta que o peso 4 é correspondente ao Brasileiro e 3 aos regionais. Este ano, o evento contou com a participação de 16 competidores, dentre eles 12 da capital mineira, 3 de Juiz de Fora e 1 do Rio de Janeiro. Seis competidores representaram o clube da casa, o Iate Clube Lagoa dos Ingleses, enquanto o Minas Tênis Clube teve quatro velejadores na disputa. Realizada uma vez por ano, em dois finais de semana consecutivos, a primeira etapa do torneio teve início nos dias 30 e 31 de agosto e teve regulamentação da Confederação Brasileira de Vela, CBVELA, juntamente com a Associação Brasileira da
Lagoa dos Ingleses foi palco do 39° Campeonato Mineiro Classe Laser Standard
Classe Laser. O Campeonato deu a chance de competidores de diferentes idades, entre 15 a 55 anos, disputarem em igualdade pela melhor colocação. Guilherme França, 25, (Iate Clube Lagoa dos Ingleses), Pedro Basilio, (Iate Clube Lagoa dos Ingleses), 54, e Felipe Bandeira, 48, (Juiz de Fora) mostraram o porquê de terem sido apontados como favoritos desde o início. Com maestria os três se saíram bem diante das dificuldades da prova e conquistaram respectivamente as medalhas de ouro, prata e bronze. Com 12 primeiros lugares conquistados no campeonato mineiro, e organizador da 39º edição, o atual vice-campeão mineiro da Classe Laser Standard e campeão brasileiro de Microtonner, Pedro Basílio, 54, lamenta a pequena participação do público no evento, mas lembra que o esporte atrai atenção nos meio náuticos e vê com otimismo os rumos do esporte em Minas. Segundo Pedro, muitas dificuldades são encontradas por quem deseja praticar o esporte em Minas Gerais. Apesar disso, o organizador acredita que os esportistas vêm se saindo bem ao lidar
Entenda o esporte Laser é um barco a vela de classe olímpica, a mais popular do mundo, que são tripulados por um velejador. A principal característica dos modelos é a simplicidade e baixo preço. Consideradas muito velozes, as velas são capazes de planar em dias de vento forte. O laser tem um casco com 4.23 metros de comprimento total e 3.81 metros de comprimento na linha de água. Pesa 56.7 kg. De acordo com a área de vela, o Laser é subdividido em três classes difundidas mundialmente: Laser Standard (olímpica masculina) – Com 7 m² de área, o barco é desenhado para ser velejado por um iatista com peso entre 78 a 85 kg e com altura entre 1,70m a 1,90m. Os mais altos levam vantagem em dias de vento forte. Laser Radial – área de vela é de 5,2 m² e o peso do velejador oscila entre 65 Kg e 80 Kg, sendo muito usado para regatas femininas.
O torneio deste ano contou com a participação de 16 competidores
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moda |
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Isadora vargas
NYFW Summer Fotos: divulgação
New York Fashion | dourado, romance e psicodelia são tendências para o verão
Para falar de fashionismo, nada mais justo do que aprofundar nos assuntos decorrentes dos eventos de moda espalhados pelo mundo que, diga-se de passagem, representam com grande maestria a indústria de moda. A semana de moda de Nova Iorque, a mais comercial das temporadas de moda, abrange muitas grifes renomadas que são ditadoras de tendências e deixam os apreciadores da indústria fashion se conçando de vontade de usar o que lhes são apresentados. Os caminhos tomados pelos estilistas que se apresentam no NYFW servem de inspiração no mundo todo. Mas, nessa temporada de obras de arte, pode-se perceber uma desvantagem: essas tendências demoram pouco menos de cinco meses para chegarem às lojas e enquanto isso ficamos sentados, anciosos, esperando a chegada do tão adorado verão brasileiro. Poucas cores fazem tanto sucesso nas noitadas brasileiras quando o dourado. E, se você integra o time das mulheres apaixonadas por esse acabamento metálico, o NY Fashion Week traz uma boa notícia: o dourado voltou com tudo e promete dominar os looks da temporada. Várias grifes que desfilaram na última semana apostaram na cor e não hesitaram em dar o seu toque de extravagância nas produções exibidas pelas modelos na passarela.
Quer tendência melhor? A intenção dos estilistas é transformar tudo em ouro mesmo. Foi notado que a tendência não se limita a acessórios, mas em composições monocromáticas da cabeça aos pés literalmente, englobando makes e esmaltes! Vamos combinar que o dourado é uma cor que valoriza todos os tons de pele e permite a criação de looks versáteis, glamurosos ou descolados. O tecido também abrange tudo: dos mais fluidos aos mais estruturados e com texturas diversas, estampas amplas ou miúdas, e claro o bordado. No que diz respeito à cartela de cores apresentadas pelos estilitas nos desfiles, não se pode deixar para trás o amarelo, que é a cor que mais se enquadra ao verão. O amarelo aparece em dezenas de estampas amplas, em aplicações no tecido ou servindo de textura para peças rendadas. O amarelo e dourado reinam quase sozinhos: em contraste, apenas tons neutros como o branco e o cinza. O efeito é incrível e por ser um país tropical, é a cara do Brasil! A primavera por aqui começa no próximo dia 23, abrindo espaço para você providenciar uma peça amarela para chamar de sua, desde já! Fora isso, os desfiles fizeram os amantes da moda suspirarem pelos looks de Carolina Herrera. A estilista apresentou estampas florais misturados com
o candidato do mangabeiras e sion .com.br
figuras geométricas, experimentações com modelagens nos ombros e saias bem rodadas. De outro lado, o desfile da Tommy Hilfiger deu o que falar. Apresentou uma pegada festival de música, Woodstock, flower-power, estrelas e listras, vestidos bem curtos ou longos, toque militar à Sgt. Pepper’s Lonely Heart Club Band. Kendall Jenner e Georgia May Jagger deixaram seus adimiradores boquiabertas ao desfilarem pelas passarelas. Marc by Marc Jacobs usou tecidos esportivos, com atenção ao aspecto plástico, que aparece em galochas coloridas, bolsas e em uma legging envernizada que foi estrela por baixo de saias, calças e até bermudas femininas. Os polka dots de bordas embaçadas representam as estampas na coleção e fizeram belo par com mangas amplas, saias plissadas repletas de camadas e curiosos sutiãs sobrepostos às camisas. Michael Kors apresentou uma coleção encantadora, calcada no romantismo e na feminilidade, desde as estampas às tranças no cabelo, compondo um verão absolutamente leve e solar. O estilista apresentou uma gama bem variada de estampas e flores. Destacou também as florzinhas, não em estampas, mas texturas. O estilo navy também teve seu lugar na temporada de Michael Kors, tanto em blazers azul marinho, camisas listradas quanto em bermudas justas. n
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cultura
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A arte de fazer escolhas Foto: divulgação
Lançamento | Autor escreve livro para auxiliar pessoas a fazerem escolhas mais conscientes
Lançado no aniversário da Fnac, o livro A arte de fazer escolhas, do escritor mineiro Louis Burlamaqui, leva os leitores a refletirem sobre as escolha do cotidiano com a ajuda da física quântica e da linguagem metafórica. O livro é resultado de 10 anos de estudos e debates do autor com especialistas, físicos e estudiosos da física e
mecânica quântica. Dividido em 10 temas, entre eles relacionamento, estresse, dinheiro, amor e produtividade, o livro é construído por centenas de contos e insights curtos e de fácil leitura relacionados a princípios quânticos, como o princípio da incerteza, de Werner Heisenberg, e a teoria do campo morfogenético, de Rupert Sheldrake. O autor que se aventurou pelo desafio de traduzir princípios quânticos com exemplos simples do cotidiano, explica porque decidiu escrever sobre o tema. “Sou estudioso e pesquisador por natureza e me interesso pelos assuntos ligados à física e aos princípios quânticos. Por vezes estive trocando ideias e debatendo com pessoas renomadas como o Dr Amit Goswami, da Índia, e percebia que o assunto tinha muitas correlações com o cotidiano, mas não seria trabalho fácil criar de forma simples essa ligadura. Então, decidi escrever sobre isso em forma de contos e metáforas. Essa forma de escrever possibilita transformar o
complexo em simples e, assim, criar acesso de entendimento e utilidade para todos”. Louis também aborda na obra, que escolhas tomada com consciência podem afetar positivamente resultados pessoais e profissionais. Ele conta quais decisões precisamos tomar todos os dias. “Eu abordo as escolhas do cotidiano. A todo momento nós fazemos escolhas e não nos damos conta disso. Escolhemos o caminho para o trabalho, escolhemos amigos, opções de lazer, círculo social, até mesmo pensamentos são nossas escolhas. Então, no livro, eu abordo sobre dezenas de escolhas sobre temas como amor, estresse, dinheiro, relacionamentos, produtividade, bem-estar, entre outros”. n
paulo azeredo
| esporte Foto: Arquivo pessoal
Era Dunga, de novo Foto: divulgação
Amarelinha | técnico tem nova chance de comandar a seleção do brasil Ele voltou. Contra tudo e contra todos, Dunga foi o escolhido pela cúpula da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para iniciar uma grande renovação na seleção. Se ele terá êxito ou não, são outros quinhentos, porém é com ele que tudo começará. Se levarmos em consideração o desempenho frente à seleção, Dunga é inquestionável. Evidentemente ficou a última impressão da eliminação na Copa do Mundo na África do Sul, mas se analisarmos o contexto geral ele foi bem. A dúvida que fica é se ele evoluiu ou não como treinador, uma vez que pós-seleção brasileira, Dunga treinou somente o Internacional e não realizou um bom trabalho lá. Os maiores problemas de Dunga sempre foram os de relacionamento, principalmente com a imprensa. No tempo em que esteve à frente da seleção brasileira, podemos dizer que reinou a ditadura, e isso contribuiu muito para que a imagem dele fosse ainda mais denegrida após a eliminação da Copa de 2010. Há quem diga que o treinador gaúcho aprendeu muito de lá para cá e tende a ser bem diferente daqui para frente. Tomara. Analisando a primeira convocação, gostei muito e achei justas as convocações dos três mineiros: Everton Ribeiro, Ricardo Goulart e Tardelli. Os dois primeiros
Paulo Azeredo também é jornalista da 98 FM e TV Horizonte
pelo ótimo desempenho dentro do excelente time do Cruzeiro e o atleticano por tudo que tem jogado desde o ano passado. Aqui de Minas Gerais, poderiam também ser convocados e não seria nenhuma surpresa: Fábio, Victor, Marcos Rocha e Dedé. Afinal de contas, todos estes já estiveram lá e têm jogado aquilo que é necessário para vestir novamente a amarelinha. Acredito que o maior desafio de Dunga será fazer a seleção apagar a imagem que ficou no 7x1 contra a Alemanha, pelas semifinais. Apesar de ser um resultado atípico, é histórico, marcante, doído e quem vestir a camisa do Brasil daqui para frente sofrerá uma pressão muito grande para apagar esta imagem. Aguardemos as cenas dos próximos capítulos, mas espero que Dunga tenha calma, sabedoria e principalmente humildade para vencer este desafio. Boa sorte! n
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lazer
Linha na água Sossego é a sensação mais almejada, apontada com grande frequência por quem vive no corre-corre das grandes cidades. Mesmo com o trânsito caótico e compromissos acumulados na agenda, muitos empresários e renomados profissionais da capital vêm encontrando na pesca esportiva uma válvula de escape para a exaustão do dia a dia. Por se constituir em uma ação promotora de prazer e sem fins comerciais, a atividade é classificada como esporte. Para quem já se mostrou apaixonado pelo exercício, a nomenclatura pouco importa, o que ganha destaque para os mais aficionados é aonde será a próxima pesca. Conhecida ainda como pesca recreativa, o hobby não só mantém o tradicionalismo de antigos pescadores, como ainda conquista uma geração de jovens. É o que testemunha o advogado Paulo Sérgio, 84, após inúmeras viagens com amigos e filho para pescar, hoje ele conta que já faz planos com os netos. “Minha próxima viagem será com meu neto. Uma preocupação que temos, quando viajo com amigos, é não trazer os peixes que pescamos. É assim que podemos contar que haverá sempre peixes para nossos netos pescarem”, opina o advogado. Ainda segundo o profissional, as viagens possuem caráter ímpar quando se trata de bem-estar. “Quando volto, sou outra pessoa. O estresse fica todo pra trás”. Opinião compartilhada pelos mais de cem componentes do grupo de pesca do Monjolo, de exatamente 108 pescaDurante expedição, Carlos dores, que possui sede Pirarara ostenta o grande no condomínio Monjolo, Pirarara pescado no Rio no bairro Floresta, em Araguaia em Tocantins Belo Horizonte. Nascido a partir da organização de cinco amigos e moradores do condomínio, o grupo inicialmente pretendia organizar uma excursão de pesca pelo Brasil. A ideia deu tão certo que as viagens para a prática são realizadas há 20 anos durante o feriado de Corpus Christi. Além de organizar as expedições, o grupo ainda desenvolve diferentes produtos para cada edição. São coletes, bancos, almofadas, luvas, meias, bandeiras, ao todo mais de cinquenta produtos personalizados já foram produzidos durante as duas décadas de encontros. Além de eternizadas em vídeos, as pescarias do grupo são registradas no site da organização. Além do truco, uma das principais diversões das viagens é a escolha do pescador de destaque. Para Ricardo Luiz Freitas, que é professor universitário e um dos criadores do grupo, o mais importante é que a brincadeira não representa uma competição. “A viagem em si é um lazer. Não temos espírito competitivo. É uma roda de amigos. Gostamos de ir a lugares que não tem celular. Durante o ano detestamos levantar cedo, lá não. Lá adoramos acordar às 5:30h. Depois damos uma
descansadinha”, detalha o acadêmico, que participou das vinte viagens do grupo. Apesar do descanso, planejar uma viagem de 30 pescadores pode dar muita dor de cabeça. Para evitar possíveis problemas, o médico urologista e pescador nas horas vagas Alex Franco, 55, conta que toma várias medidas para que tudo transcorra da forma mais tranquila durante a viagem. “Pedimos que todos providenciem licenças de pesca junto ao Ibama e todas as vacinações necessárias, o que depende do lugar pra onde vamos. E vamos conferindo tudo até a data da viagem”, explica o principal organizador das expedições. Ainda segundo Alex, as precauções conseguiram cumprir bem seus objetivos, afinal nenhum pescador do grupo já passou por problemas relacionados a doenças ou fiscalização do Ibama. O veterano do grupo, o administrador de empresas Antonio Pereira lembra que a pesca esportiva é feita sem rede ou linha de mãos, instrumentos usados por pescadores profissionais, e utiliza apenas três tipos de
Foto: arquivo pessoal
Natureza | Empresários dão corpo ao grande número de adeptos da pesca esportiva na capital
Apaixonados pelo esporte, os amigos criaram o Clube de Pesca do Monjolo
O médico Edison Bruno exibe uma bela Piapara
O pescador Ely exibe Dourado que lhe rendeu título de Campeão no Grupo Monjolo em 2009
ferramentas, molinete, carretilha e vara, que apresentam mais segurança para os praticantes. Para o pescador, o caráter ecológico da pesca esportiva impulsiona a entrada de cada vez mais adeptos ao esporte. “Em cada viagem percebemos que entram novas gerações. A filosofia do grupo, de não trazer os peixes pescados, permite que os peixes procriem e crescem nos rios”, destaca o pescador, que lembra que o período de novembro a março é vetado pelo Ibama por ser a época da Piracema (período de reprodução dos peixes.) Outro ponto importante lembrado por Edison Bruno, 59, que é médico anestesista e pescador, é a importância das viagens para a economia dos vilarejos visitados. “Na próxima viagem ficaremos em um barco hotel. Serão 28 pescadores, cada dupla de pescadores precisa de um guia da região para pescar ao longo do rio. Em muitos lugares que vamos, essa é a principal fonte de renda da população. Então, além de realizarmos uma viagem maravilhosa, ainda agregamos a isso uma importante função social”, enfatiza. n
Alex Franco, coordenador das viagens do grupo
Ao longo de 20 anos, os amigos já criaram mais de 50 produtos personalizados da equipe
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cristina ho
| turismo
15 Foto: Arquivo pessoal
Travessia O dia começa cedo na região dos lagos chilenos. A paisagem é Enquanto o sol fica encoberto um bônus para por finas camadas de névoa, os turistas nesta região do Chile o nosso passeio se inicia pelo Parque Nacional Vicente Pérez Rosales, onde, após uma curta caminhada, encontramos os famosos Saltos del Rio Petrohué, com a incrível queda d’água de coloração azul esverdeada. Aos amantes de rafting o parque oferece essa opção esportiva em trechos selecionados do rio onde as águas agitadas garantem adrenalina nas veias! Um pouco adiante encontramos o Lago de todos los Santos, com a belíssima coloração verde-esmeralda, que ostenta uma superfície de 178,5 km2 e 337m de profundidade. A paisagem em torno do lago, emoldurada por montanhas íngremes que se alternam com pequenas planícies, é simplesmente de tirar o fôlego. Isso sem mencionar que os vulcões Osorno, Pontiagudo e Tronador fazem vigia dos barcos turísticos que fazem a travessia.
Foto: arquivo pessoal
Chile | curta uma incrível viagem dos Andes a Bariloche
Cristina Ho também escreve no www.fasciniopelomundo.blogspot.com.br
Uma vez acomodado num desses barcos, aproveite para desfrutar as belezas naturais, tirar fotos e relaxar, porque a próxima parada está perto e se chama Peulla. Uma vila com apenas 120 habitantes, Peulla é uma joia escondida entre montanhas e lagos. Possui boa estrutura turística e oferece diversas atividades como trekking, cavalgadas, caiaque, pesca e tirolesa. Nosso passeio, dentro de um ônibus adaptado, nos levou a
uma fazenda cheia de animais, entre os mais requisitados, as llamas e seus filhotinhos fofos! Depois de alimentar as llamas, ainda em Peulla, seguimos até o Rio Negro, onde um barco nos levou rio adentro. Alguns minutos depois desligam-se os motores e o silêncio prevalece: é o som das cordilheiras! Somente cantos de pássaros, correnteza d’água e vento marcam aquele momento mágico! De volta ao ônibus seguimos rumo a Bariloche. O Parque Nacional Nahuel Haupi sinaliza que estamos na República Argentina. Depois dos procedimentos burocráticos em Puerto Frias embarcamos no catamarã para dar continuidade à travessia. A bandeira azul e branca hasteada na embarcação nos dá as boas vindas! Algumas horas depois, a chegada a Bariloche é celebrada com um bom vinho e uma suculenta carne, obviamente argentinos! ! n
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crônica |
maurilo andreas
URBHANO mangabeiras | sion Belo Horizonte, 15 de setembro a 15 de outubro de 2014
Aos 37 anos, era a primeira vez que ela via o mar. A emoção era visível no seu olhar, no sorriso bobo que teimava em seu rosto. O namorado carioca que a conheceu em uma visita a primos no interior de Minas segurava sua mão com carinho e firmeza. Trêmula, ela tirou a camiseta, a saia e ficou só de biquíni olhando a imensidão aquática diante de
Foto: arquivo pessoal
Mar
si. Sentiu o sol em seu corpo prolongando ao máximo a espera do primeiro contato com a água salgada (seria salgada mesmo?). Nem percebia pessoas à sua volta. Existia apenas para o mar e o mar apenas. Levantou-se lentamente e saiu da toalha sobre a qual se deitava. Caminhou sentindo o vento marinho no
rosto e sentiu a areia ficando cada vez mais úmida, seus pés se retorcendo de uma alegria infantil. Chegando à beira da água agachou-se e tocou a ponta da onda que chegava perto de seus pés. Sorriu mais aberto. Ao longe, ouviu a voz do namorado. Virou-se pra ele, acenou. Ao tornar o olhar para o oceano, só conseguiu sentir o impacto da onda que a derrubou e a deixou girando insanamente, trombando com as pernas das pessoas até retomar o controle com os olhos ardendo pelo sal e a boca cheia de areia. Tentou respirar fundo, mas a segunda onda a atingiu enquanto puxava o ar. Engasgou e achou que ia morrer. Só se acalmou totalmente quando estava seca, de banho tomado e deitada na cama do namorado. Sobre sua barriga a passagem de volta à sua terra sem graça e sem mar que ela acariciava como o mais precioso tesouro. n
Maurilo Andreas é mineiro de Ipatinga, publicitário de formação e escritor por paixão. Casado com Fernanda e pai de Sophia, é autor de seis livros infantis e foi um dos homenageados na I Feira Literária de Passos. Seu texto “Sebastião e Danilo” foi escolhido pela revista Nova Escola para uma edição especial e vários outros fazem parte de livros didáticos e paradidáticos de diversas editoras.