Urbhano Belvedere nº 30

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1º a 31 . julho de 2014 . ANO II . Número 30 . Distribuição gratuita

URBHANO

On-line: www.urbhano.com.br

BELVEDERE

Foto: Shutterstock

tudo que inteRessa no seu bairro está aqui

Cada país possui os seus ingredientes e temperos típicos. A troca de cultura gastronômica agrada a diversos paladares. Para saborear receitas internacionais, não precisamos sair do Belvedere.

Sabores do Mundo local

a capital adota o sistema de empréstimos de bicicletas em diversos pontos da cidade e Os moradores aprovam a iniciativa pág. 4

comportamento O uso excessivo do celular pelos jovens já é considerado doença em alguns países e a situação preocupa pais e especialistas pág. 5

Foto: Cinthya Pernes

Sair para passear com cães de raça tornou-se arriscado. Os sequestros de animais tÊm preocupado moradores do Belvedere pág. 3

CIDADE

entrevista com

minotauro Com muita simpatia e bom humor, o atleta de MMA Rodrigo Nogueira, o Minotauro, falou sobre suas lutas, projetos e a paixão pelo esporte pág. 10

CULTURA O projeto Circuito do Ouro apresenta uma ótima proposta para os mineiros que desejam conhecer e valorizar mais a cultura do estado pág. 13

anuncie no único canal direto com o belvedere. 31 2516.1801 comercial@urbhano.com.br


opinião frasesURBHANAS

Foto: arquivo pessoal

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URBHANO BELVEDERE Belo Horizonte, 1º a 31 de julho de 2014

Aquiles Leonardo Diniz (*)

Inflação perversa e desigual O IPCA, Índice de Preços ao Consumidor Amplo, foi criado para medir a inflação do custo de vida do povo brasileiro, ou seja, o acesso da população à moradia, alimentação, educação, saúde e serviços. Acompanhado mensalmente pelo IBGE, abrange famílias com renda mensal de 1 a 40 salários mínimos, que residem em 10 regiões metropolitanas distribuídas em todas as macrorregiões do país, além do Distrito Federal. O índice representa a base de referência da inflação para toda a economia brasileira. Mas, será que os altos e baixos do IPCA são sentidos igualmente por todas as classes da sociedade, em todas as regiões do país? Julgo que não. As famílias das classes D, C e E são as que mais sofrem com a alta de preços, pois alimentação tem peso maior no orçamento delas. A cada ano a inflação impacta mais fortemente os supermercados. Uma vez que os fatores climáticos pesam sobre alimentos in natura, afetando também itens industrializados. Somado a isso, as famílias de classes mais baixas têm menos condições de se proteger da inflação, pois normalmente não possuem recursos de sobra para guardar em poupanças pessoais. Pesquisa recente, divulgada pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras), comprovou que o consumidor tem trocado as marcas líderes por outras genéricas, ou seja, mais baratas. Por outro lado, o consumo das chamadas marcas premium ainda continua crescendo, mostrando claramente que a alta dos preços atinge diferentemente os níveis de renda. O otimismo do comércio, que no início do ano era latente, está sendo apagado pela decepção das lojas vazias. Com a renda afetada pela inflação, a população tem reduzido as compras de alimentos e vestuário. Segundo pesquisa do Instituto Data Popular, para driblar o aumento dos preços, mais da metade dos entrevistados afirmam substituir itens caros por marcas mais baratas, e muitos diminuem a quantidade de itens comprados. Independentemente da classe social, as projeções não empolgam. A meta central da inflação é de 4,5%, com tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. No ano passado, o IPCA avançou 5,91%. Neste ano, a meta também não deverá ser atingida. E as previsões do mercado em geral são ainda mais desanimadoras, pois apontam para crescimento da inflação acima do teto máximo que é de 6,5%. A inflação é um desastre para todas as camadas da sociedade brasileira. Deve-se reforçar a necessidade do combate diuturno por parte do governo para acabar com este mal de vez, para tornar o país mais igualitário, diminuindo as diferenças regionais e entre as classes de renda. Apenas assim teremos um país mais justo em que a população tenha acesso irrestrito aos serviços básicos e até aos pequenos luxos aos quais todo ser humano tem direito. Aquiles Leonardo Diniz Vice-presidente da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi) (*)

Foto: divulgação

Às vezes parecia que tinha alucinações por causa do calor. Marchisio, meia da Itália, sentiu muito a temperatura acima dos 30 graus à noite em Manaus na vitória sobre a Inglaterra por 2 a 1

Cléber, de qualquer forma, não dá para aturar. Ele é um mala! Célebre Machado? Vem para o Luiz Carlos Junior, sempre!. Thiago Lacerda critica transmissão de Cléber Machado

Gastaram 17 milhões para fazer essa… “mercadoria” aí… Faustão detona cerimônia de abertura da Copa

As pessoas fazem uma imagem errada de mim. Eu sou muito do sossego. Tenho horror à adrenalina. Eu gosto de segurança, do quentinho, das quatro paredes, da cama arrumada. Luana Piovani confessa que é uma mulher tranquila.

Estou de saída. Não estou nem aí... Joaquim Barbosa ao ser indagado sobre discussão para ingresso de negros durante sua última sessão no CNJ Jornal URBHANO nas redes sociais

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URBHANO BELVEDERE

URBHANO

URBHANO BELVEDERE é uma publicação da Editora URBHANA Ltda. CNPJ 17.403.672/0001-40 Insc. Municipal 474573/001-1 Impressão: Editora FAPI Tiragem Belvedere e Mangabeiras/Sion: 15.000 unid. Distribuição gratuita - mensal

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Fotos | Cinthya Pernes Revisão | Pi Laboratório Editorial Jornalista | Renata Diniz


URBHANO BELVEDERE Belo Horizonte, 1º a 31 de julho de 2014

local

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Pets em perigo Curtir a Lagoa Seca com o bichinho de estimação é, para muitos moradores do Belvedere, um dos pontos característicos do bem-estar proporcionado pelo bairro. Além da Praça, outras ruas da região são propícias para a rotina de sintonia com os pets. Cenário que vem sendo posto à prova, devido ao aumento da criminalidade na região. O problema mais recente enfrentado por quem vive no local é o sequestro de animais de estimação. A modalidade criminosa é antiga, sendo rotineira em outros estados como Bahia e Curitiba. Mas não era explorada por meliantes em BH, situação que infelizmente vem sendo invertida. Por possuir a maior média de renda per capita e ser o local de encontro de amantes de raças com alto valor no mercado, a região Centro-Sul virou alvo da ação. Dentre os bairros mais afetados, o Belvedere. De acordo com a veterinária Gláucia Serra, 37, que trabalha na região, os moradores já começaram a tomar medidas para coibir o crime. “Temos ouvido dos clientes que estão acontecendo muitos roubos de animais. Por isso, agora eles estão marcando caminhadas em grupo pra tentar coibir essa ação. Quem saía sozinho com o cachorro, já não sai mais”. Segundo a profissional, quem mais sofre com o medo de ter o pet levado embora são os donos de cachorros das raças York Shire e Shih Tzu. “São animais com alto valor agregado, custam caro. E estamos vendo uma reclamação maior desses proprietários. Quem tem animais grandes não vem tendo esse tipo de problema”. E não são apenas os cachorros que são alvos dos bandidos. Em novembro do ano passado, o gato persa João de nove anos foi levado por duas mulheres, em frente à loja onde vive. A dona do felino, Danielle Scarpelli, 38, proprietária de um pet shop no bairro, conta que João criou um forte vínculo com a proprietária de uma loja vizinha a sua, Carolina Rebello, que também cuida do bicho. Por esse motivo o gato se habituou a ir até a loja vizinha com certa frequência. No dia do desaparecimento do animal, a loja de Carolina se encontrava fechada e João ficou esperando a chegada da vizinha. Nesse intervalo, duas mulheres se aproximaram do bichinho e o levaram carregado no colo, as imagens foram registradas pelas câmeras de segurança da loja. “No dia, pedi pra Carol voltar. Vimos a filmagem e como foi o sequestro. No outro dia colocamos fotos dele no bairro inteiro. Até a TV veio aqui. Colocamos as imagens no Facebook. Meu motorista também viu uma menina arrancando os cartazes. Foi uma agitação tão grande que no fim, uma denunciou a outra. Com a mobilização que houve no bairro, ele ficou fora de casa apenas 24h”, relata Danielle. A empresária, que ainda tem outro gato e três cachorros de estimação, conta que mesmo ao receber a denúncia das autoras ainda teve dificuldade em recuperar João. “Todo mundo ajudou. Comerciantes e moradores. As pessoas vieram aqui pra ver as imagens. Não fomos com a policia, porque era numa favela. E quem nos contou me disse: olha não leva polícia porque pode irritar traficantes. Então como alguns funcionários moram lá, foi mais fácil pra irmos até lá buscarmos o João. Chegou lá, tiramos ele debaixo de uma geladeira, ele estava escondido. A

Fotos: Cinthya Pernes

Absurdo | Sequestro de animais chega a bh e preocupa moradores do Belvedere A empresária Roberta Spidalieri sofreu com o sequestro de seu gato João, no Belvedere

senhorinha não quis entregar. Ficou dizendo que ele não estava, mas a gente já tinha recebido a denúncia de que estava”, relata a proprietária. Segundo Danielle, a aflição de ter o bichinho levado era maior após ouvir um relato. Uma cliente da empresária, moradora do Mangabeiras, teve a casa invadida. Na ação, os criminosos mataram o gato da família e levaram o cachorro, da raça Pug. “Eles chegaram a pedir resgate pra ela. Mas depois de uma ligação, ela não conseguiu mais contatar eles. Acho que devem ter ficado com medo.” Felizmente no caso de Danielle, seu gato João foi resgatado sem ferimentos e passa bem. Muitas vezes em casos onde não há pedido de resgate, os cachorros são levados e comercializados em feiras clandestinas ou usados como matriz para reprodução e venda ilegal de filhotes. Acostumada a passear na Lagoa Seca com a cadela Maya, da raça weimaraner, de três anos , a designer de joias, Roberta Spidalieri, 29, desconhecia a tensão dos outros donos. “Acho que por ela ser maior o pessoal assusta. Muita gente que caminha por aqui tem medo dela, porque acha que ela morde. Ela estranha as pessoas e late. Então me dá mais segurança”, reflete a designer. Para coibir a modalidade criminosa, a Polícia Militar recomenda que ao sair com seu cão de casa, coloque nele guia, coleira e uma placa de identificação, além de ficar muito atento, é claro. Outra ação recomendada para evitar a disseminação do crime é estar atento à procedência do animal a ser adquirido para não estimular a ação de criminosos. n

Roberta Spidalieri conta com o tamanho da cadela Maya para afugentar pessoas má intencionadas


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URBHANO BELVEDERE Belo Horizonte, 1º a 31 de julho de 2014

cidade

Bike BH Fotos: Cinthya Pernes

Pedalando | Projeto de compartilhamento promove rodízio de 40 bicicletas em BH

A expectativa é de que até o fim do ano 400 bicicletas estejam disponíveis

Guilherme Oliveira deixou o carro de lado e passou a usar as bicicletas para realizar afazeres na cidade

“Terra convulsionada”. Dessa forma o jornal Clarín, um dos mais conhecidos da Argentina, se referiu à capital mineira, logo no início da Copa do Mundo. A descrição foi ocasionada por um problema que vem se agravando na capital nos últimos tempos, o trânsito caótico. Milhares de carros transitam diariamente pela cidade. A fim de promover maior fluxo, a prefeitura de Belo Horizonte, no último mês, seguiu a tendência europeia de adesão a veículos não poluentes e deu um passo importante com o lançamento do projeto Bike BH. Viabilizando o compartilhamento de bicicletas a baixo custo, o programa busca inserir a modalidade de transporte na rotina da capital. São 40 bikes disponíveis em quatro estações instaladas em locais estratégicos. Os valores para compartilhamento das bicicletas variam entre R$ 3, diário, R$ 9, mensal ou R$ 60, anual. Para começar a usar as bicicletas, o usuário deve utilizar o aplicativo Bike BH para smartphones ou ligar, do telefone celular, para o telefone 4003-9847 (custo de uma chamada local). A expectativa da PBH é que até o fim do ano 400 bicicletas estejam disponíveis em 40 estações espalhadas pela área central. Ao todo oito bairros serão contemplados: Barro Preto, Boa Viagem, Centro, Funcionários, Lourdes, Santa Efigênia, Santo Agostinho, Savassi e Pampulha. Para o gestor ambiental, membro do Movimento Nossa BH, Bike Anjo BH e BH em Ciclo, Guilherme Tampieri, 25, a iniciativa representa melhoria na qualidade de vida de quem vive na região. “Ainda é pouco comparado à infraestrutura de outras cidades do mundo. Mas de qualquer forma é uma boa iniciativa. Colocar a bicicleta como modo de transporte impulsiona melhorias nas condições de quem busca realizar seus trajetos pela cidade. Além de ajudar muito na diminuição do trânsito”, opina Guilherme, que alega utilizar o veículo em 90% de suas locomoções.

Desde a inauguração em 7 de junho até 18 de junho, mais de 1200 viagens foram realizadas e mais de 3870 pessoas se cadastraram no sistema. O total de cadastros via aplicativo foi de 3591. Viabilizado pela parceria entre a PBH, por meio da BHTrans, com a Serttel/Samba Transportes Sustentáveis, e com o patrocínio do Itaú Unibanco, o programa vem agradando quem trabalha na região da Praça da Liberdade. Como o estudante Kayke Quadros, 20. Estagiando perto da estação da Praça da Liberdade, já na primeira semana de instalação do sistema Kayke aderiu ao transporte. “Me ajuda muito. Todos os dias eu desço (Av. Bias Fortes) com ela. Só não posso fazer como eu fiz hoje e tentar subir”, brinca. Para o técnico em Mineração, Guilherme Oliveira, a comodidade é o diferencial do projeto. Mesmo possuindo carro próprio e sendo habilitado, Guilherme conta que há uma semana começou a utilizar as bikes do projeto e garante preferir se locomover pelas magrelas no centro. “É muito melhor pra resolver as coisas. O transito em BH não contribui para que a gente ande de carro. Quisera eu que aqui fosse como a Holanda. Infelizmente não é, mas com certeza já demos o primeiro passo.” Durante o lançamento do projeto, o prefeito Marcio Lacerda lembrou que Belo Horizonte tem potencial de 350 quilômetros de ciclovias e, apesar disso, apenas 60 quilômetros já estão implantados. O prefeito assegurou que até o fim do ano 100 quilômetros estarão implantados. Após a implantação, algumas bicicletas, das estações Praça da Liberdade e Mercado Central, foram danificadas por ação de vândalos. Segundo a Serttel, empresa responsável pela criação, implantação e operação as bikes foram recolhidas e os reparos realizados. n

Estações Funcionam alimentadas por energia solar e são interligadas por sistema de comunicação sem fio, via rede GSM e 3G, permitindo que estejam conectadas com a central de controle da empresa por 24 horas. A central monitora, em tempo real, toda a operação do sistema.

Locais • Praça Rui Barbosa (Avenida Santos Dumont, em frente ao número 165, na esquina com a Rua da Bahia) • Mercado Central (Avenida Augusto de Lima, em frente ao número 876, entre a Rua Santa Catarina e a Praça Raul Soares) • Praça Afonso Arinos (área oposta à Escola de Direito da UFMG, na esquina com a Avenida João Pinheiro). • Praça da Liberdade (Avenida João Pinheiro, em frente ao número 607, na Lanchonete Xodó, na esquina com a Rua Gonçalves Dias).

Empréstimo • As bicicletas estão à disposição dos usuários todos os dias da semana, de 6h ás 23h para retiradas, e até meia-noite para devoluções. • O sistema irá permitir a utilização da bicicleta por até 60 minutos, de segunda-feira a sábado (exceto feriados), e por até 90 minutos aos domingos e feriados, quantas vezes por dia o usuário desejar. Após estes prazos, o ciclista devolve o equipamento em qualquer estação por um intervalo de 15 minutos. Para continuar utilizando a bicicleta, sem fazer a pausa, serão cobrados R$ 3 pelos primeiros 30 minutos excedidos e, depois, R$ 5 para cada novo intervalo de meia hora. •Para destravar a bicicleta, o usuário pode usar o aplicativo Bike BH para smartphones ou ligar para 4003-9847 (custo de uma chamada local).


URBHANO BELVEDERE Belo Horizonte, 1º a 31 de julho de 2014

comportamento

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Aparelhos no controle

Foto: Wagner Diló

Foto: Cinthya Pernes

Foto: Cinthya Pernes

Ligados | Uso excessivo do celular prejudica relações e já é considerado doença

Laura, de apenas 5 anos, já sabe mexer em todas as funções do aparelho

A relações públicas Isabella Abreu não desgruda do celular

não atrapalha a sua vida, só na hora de conversar com a caçula. “Fico incomodada com minha filha mais nova, a gente conversa com ela e ela não responde. Porque está entretida com o celular”. A fisioterapeuta, Nayara Abreu, 25, confirma o relato da mãe. “Meus relacionamentos não foram afetados pelo uso do celular. Mas já ocorreram situações nas quais deixai de dar a atenção devida a alguém, amigo ou familiar, por estar utilizando o celular”. A mestre em Psicologia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Maria Clara Jost, fala sobre os problemas do vício e quando o uso passa dos limites

Foto:Shutterstock

Novos modelos de celulares trouxeram diversos benefícios para a vida moderna. Se antes eram utilizados somente para ligações, hoje eles fazem um pouco de tudo. Com a ajuda da internet, surgiram milhares de aplicativos que facilitam o nosso relacionamento com o mundo ao redor. Nos dias atuais, ninguém precisa mais ligar quando quer se comunicar com alguém, basta usar as redes sociais ou o WhatsApp. Apesar de todas as facilidades, o vício pelo celular tornou-se um assunto bastante discutido no mundo inteiro, e já é considerado doença. Nomofobia foi o termo criado na Inglaterra para designar as pessoas compulsivas por esse tipo de conexão. É uma abreviação de “no mobile phobia”, que significa o medo de ficar sem celular. Segundo pesquisas da empresa de segurança SecurEnvoy, cerca de 76% dos jovens britânicos entre 18 e 24 anos sofrem do mal e alguns chegam a ter dois ou mais aparelhos para garantir que sempre estarão online. São dados alarmantes, mas os brasileiros não estão muito longe desta realidade. A empresa francesa de pesquisa Ipsos revelou que 18% dos brasileiros admitem ser viciados nos seus aparelhos. Em outro levantamento, feito pela revista Time e pela empresa Qualcomm, 35% dos brasileiros afirmaram consultar o celular a cada dez minutos ou menos. É o que acontece com a relações públicas Isabella Abreu, 26, que admite sofrer de abstinência se ficar longe do celular por algumas horas. “Fico no celular o dia todo. Mesmo quando estou trabalhando, ele fica do meu lado. Qualquer apito eu já corro para ver o que é. Na hora de dormir é a mesma coisa. Ele fica do meu lado na cama. Nunca desligo o aparelho”, conta. Apesar de Isabella afirmar que suas relações afetivas melhoraram devido ao uso do telefone, pela troca de mensagem mais frequentes com parentes e amigos, confessa que o celular, às vezes, atrapalha o seu desempenho no trabalho. “Acho que atrapalha um pouco meu rendimento no trabalho, porque se estou concentrada fazendo alguma coisa e alguém me chama no WhatsApp ou no chat do Facebook já mudo meu foco e acabo demorando a organizar as ideias novamente”. Porém, o vício na família não é só dela, Denise Abreu, 50, mãe de Isabella, conta que chega há ficar dez horas por dia no aparelho telefônico, mas diz que o hábito

Maria Clara Josté, mestre em psicologia, fala dos problemas causados pelo vicio do celular

aceitáveis. “O problema é quando o contato com as pessoas face a face começa a ser substituído pelo contato virtual. Quando a pessoa ao invés de se relacionar com os outros a sua volta começa a se relacionar somente via virtual. Aí sim temos um problema que precisa ser observado, porque a pessoa passa a se isolar do mundo real e vai se desligando das pessoas que a envolvem. Quando isso acontece essa pessoa pode estar dando sinais de que ela não está bem consigo mesma”, afirma a psicóloga. A professora de matemática Liliany Diniz, 33, relata que ela e o marido não são pessoas viciadas no celular, mas que ultimamente acabam ficando mais tempo no aparelho devido ao WhatsApp. Ela afirma que sua família conversa muito, mas existe uma preocupação com a filha Laura de 5 anos, que já aprendeu a mexer no eletrônico. “A Laura sempre foi muito esperta, com 3 e 4 anos ela já sabia mexer em algumas coisas no celular. Esse ano ela fez 5 anos e está mais resolvida, descobre as coisas por conta própria. Ela sabe muito mais do que eu, quando eu vejo já está fazendo. Ela descobriu uma função no WhatsApp que eu nunca tinha reparado”. A professora conta que a filha não passa o dia no celular, porque tem horários específicos para usar. “Ela só não é viciada no celular porque eu e o pai dela controlamos muito. Porque se deixássemos ela ficaria no aparelho o dia todo. Ela já sabe entrar nos joguinhos que ela gosta. Manda mensagens no WhatsApp para as tias. Mas ela tem horários para entrar no celular, assim que ela acorda de manhã, ela pode ficar um pouquinho, e à noite deixamos mais uma hora no máximo”, confessa Liliany. Assim como fazem os pais de Laura, é preciso estar atento às crianças e adolescentes que já nascem em meio a essa revolução tecnológica. A psicóloga alerta que em alguns casos de dependência é preciso buscar ajuda de um profissional. “O primeiro passo é exatamente perceber que se está passando dos limites e reconhecer que isto é prejudicial ao estabelecimento de relações com as pessoas para quem ela é importante. Contudo, em alguns casos, é necessário ajuda profissional para identificar porque essa pessoa não se sente bem ou porque não se sente participando ou mesmo porque não tem vontade de participar do seu ambiente familiar ou do grupo de amigos no qual ela naturalmente pertence”. n


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URBHANO BELVEDERE Belo Horizonte, 1º a 31 de julho de 2014

negócio

Sem preocupações Foto: Shutterstock

Noivas | Serviços exclusivos oferecem tranquilidade na hora de planejar o casamento

Foto: divulgação

até o dia do casamento o serviço é exclusivo da noiva. O trabalho é feito dessa forma para dar maior atenção e acompanhar a noiva de perto”, conta a proprietária da Rose Quadros Personal Wedding. Com experiência de quatro anos na área, Rose diz que o serviço de assessoria é fundamental para que tudo dê certo no dia mais esperado pelas noivas. “Esse evento (casamento) só é feito com sucesso se tiver uma equipe grande trabalhando para tudo dar certo. Fazer com que uma equipe de uma empresa trabalhe em sintonia já é uma tarefa árdua, imagine coordenar várias equipes de várias empresas em um único espaço? Esse é o trabalho da assessoria”. n

Foto: Cinthya Pernes

chapelaria para guarda volume, dentre outros”, detalha a empresária que ainda relata os benefícios dos serviços de assessoria. “Sem dúvida o melhor de tudo é a tranquilidade. Casamentos hoje em dia são eventos complexos e lidam com inúmeros fornecedores num mesmo ambiente. Não há espaço para erros, pois não haverá uma segunda chance para fazer certo! As noivas modernas trabalham, estão envolvidas em inúmeras atividades e não têm tempo para cuidar de todos os detalhes fundamentais para que o evento saia como planejaram. Não dá mais para contar com a boa vontade das amigas e parentes ajudando no grande dia. Existimos para cuidar destas noivas. É aí que entramos”, afirma. As sócias Anna Barsante e Lígia Ferraz, donas do Cerimonial Bendito há quatro anos, decidiram dedicar-se a esse mercado devido ao gosto pela área, e detalham como esse serviço acontece. “Quando a cliente pensa em casar ela nos contrata e assim nós fazemos um planejamento de todo o casamento levando em consideração custo, tempo e, claro, o gosto dos clientes. A maior vantagem de se contratar uma assessoria é poder ter uma ideia do casamento como um todo evitando gastos desnecessários, futuros prejuízos, sem deixar nada para última hora”, relatam. Por causa de fatos como prejuízo e imprevistos no grande dia de Rose Quadros, ela decidiu investir no ramo de Personal Wedding. “Algumas coisas deram erradas no meu casamento e essa experiência me fez ter a vontade de abrir uma assessoria de casamento. Sou formada em enfermagem, mas quando comecei a trabalhar com eventos fiz cursos livres na área. Hoje estou finalizando o MBA em Gestão de Eventos e Cerimonial e escrevendo o projeto de mestrado”, conta. A empresária hoje realiza eventos e serviços de assessoria até mesmo fora da capital. “Recebo clientes que querem fazer cerimônia e festa em Paris, mini wedding, renovação de votos e book externo. Fazemos toda a assessoria deste casamento, do período da contratação

A personal Wedding, Rose Quadros, realiza o sonhos de noivas que decidem casar no exterior

Foto: divulgação

Há diversos tipos de noivas, ansiosas, nervosas, felizes, neuróticas, e mesmo as mais tranquilas, todas têm algo em comum: a preocupação com o grande dia. Hoje, para algumas pessoas, o casamento passou de uma simples comemoração para um mega evento. O mercado de casamentos cresce a cada dia no Brasil. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de dezembro de 2013 indicam aumento de 23,2% no número de casamentos realizados no país em uma década. Outra pesquisa, realizada em 2012 pelo Instituto Data Popular em parceria com a Associação Brasileira de Empresas de Eventos (Abrafesta), indica que o setor de festas movimentou naquele ano R$ 14,8 bilhões em todo o Brasil. A mesma pesquisa informa ainda que a média de gastos das famílias brasileiras com festas e cerimônias aumentou cerca de 52% entre 2003 e 2009, representando uma média de R$ 1,7 bilhões ao ano. De acordo com o crescimento, o mercado está mais moderno e tecnológico. A cada nova estação são lançadas novas tendências, seja na decoração, no tipo de cerimônia, nos convites e, claro, nos vestidos também. Em meio a tanta novidade, tantos detalhes e fornecedores para contratar, muitas noivas não sabem nem por onde começar a organizar o casamento. Outro fator é o tempo, as noivas atuais trabalham e possuem diversos outros compromissos. Atentos a esta realidade, os cerimoniais passaram a oferecer o serviço de assessoria de casamento. O serviço funciona como uma secretária exclusiva da noiva, e pode incluir de visitas a diversos fornecedores à organização da agenda da cliente. A empresária Erika Brum, proprietária do Celebritá Organização de Eventos, há 12 anos no mercado, decidiu abrir o negócio por perceber uma carência no mercado. “Além do serviço de cerimonial e organização de eventos, possuímos outros serviços que colocamos à disposição dos nossos clientes, como assessoria à visita em todos os fornecedores com dia e hora marcada, serviço de transporte de luxo para familiares e noivos,

Erika Brum, proprietária do Celebritá Organização de Eventos, está há 12 anos no mercado

As sócias, Anna Barsante e Lígia Ferraz investem em serviços exclusivos


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URBHANO BELVEDERE Belo Horizonte, 1º a 31 de julho de 2014

matéria de capa

Sabor internacional Fotos: Paulo Cunha

Sabor | Restaurantes de diversos países fazem do Belvedere um polo gastronômico

O tradicional restaurante italiano Villa Roberti oferece aos clientes uma rica experiência gastronômica

Fotos: divulgação

Comer, com certeza, é um dos prazeres da vida. O hábito também está muito associado a nossa memória afetiva. Como não salivar ao lembrar-se daquela comida caseira que sua avó fazia? Quase todo mundo consegue ligar a gastronomia a algum momento importante da vida. Qualquer celebração é regada a comes e bebes. Assim, como cada família possui as suas receitas secretas, que passam de geração para geração, cada país também possui na sua nacionalidade traços gastronômicos. Com a Copa do Mundo acontecendo em nosso país, temos a oportunidade de vivenciar experiências de culturas diferentes da nossa, seja na língua, no modo de se ser, vestir, torcer. Porém, a cultura gastronomia de diversos países já está muito bem inserida no nosso cotidiano. A macarronada e massas da Itália, o sushi e sashimi do Japão, as empanadas da Argentina, os tacos e nachos do México, entre outros, podemos encontrar com facilidade na capital mineira. No Belvedere há restaurantes de diversas nacionalidades, o que faz com que o bairro se torne um dos polos gastronômicos da cidade. Descendentes de italianos, os irmãos Roberti resolveram investir em um restaurante italiano, em uma homenagem ao bisavô Nicola Roberti, que emigrou de Sassano, na Província de Salermo na Itália, para o Brasil, no final do século XIX.

Misturando duas nacionalidades, o restaurante OutBack já conquistou o paladar dos mineiros

O Villa Roberti está no Belvedere desde 2011, e oferece aos clientes o que há de mais clássico e moderno na gastronomia italiana. Gilvanya Roberti, umas das proprietárias do restaurante fala sobre a aceitação dos mineiros quanto aos pratos típicos. “Se formos pensar, Minas Gerais foi o terceiro Estado que mais recebeu imigrantes italianos para trabalhar nas fazendas de café e possui hoje muitos descendentes por aqui. Além da culinária italiana ser muito saborosa, a cultura deste povo se arraigou em nossa terra”, explica. Os ingredientes que são traços da identidade do pratos italianos são os tomates e o manjericão para o molho, a sêmola e ovos para a pasta e o bom azeite. As receitas mais pedidas pelos moradores do bairro no restaurante são as massas. “Os que fazem mais sucesso são o Risoto ai Gamberoni (risoto com camarão e redução de tangerina), Gnocchi di Patate Al Filletto e Brie (nhoque de batata com molho especial de queijo brie, vinho tinto e tirinhas de filé), Ravióli Ripieni Di Gallina Faraona (ravióli recheado com galinha d’angola ao molho próprio assado com champignon fresco e ora-pro-nóbis)”, conta a empresária Gilvanya. Outro restaurante delicioso e agradável que podemos encontrar no bairro é o Bistrô do Divino,

especializado em comida francesa. Há oito anos no Belvedere, e sob o comando de Fany Silveira, a gastronomia sofisticada e mais elaborada agrada aos clientes que frequentam o bistrô. “Escolhemos o Belvedere por ser um público seleto que aprecia bons vinhos e boa gastronomia, e essa é a proposta da casa”, elucida Fany sobre a escolha do local. Os ingredientes presentes na culinária são ervas secas, ervas de provence, tomilho, aipo, flor de sal e as pimentas do reino e poivre. A proprietária explica que é muito boa a aceitação dos pratos e receitas internacionais. “Os sucessos da casa são os risotos servidos na cestinha de parmesão, filet com crosta de castanha servido com risoto, magret com purê de mandioquinha e carret com geleia de menta. O mineiro está se especializando em vinhos e gastronomia mais sofisticada, saindo um pouco da tradição da comida mineira”. Próximo ao bairro, instalado no BH Shopping recentemente está o mexicano Si Senõr. A rede de restaurantes nasceu em 2007 e já ganhou o coração dos brasileiros, hoje são 17 franquias. Apostando na mescla de sabores, e no ingrediente preferido dos mexicanos, a pimenta. A gerente da franquia de Belo Horizonte, Greiçam Pimenta, conta os pratos mais pedidos no restaurante. “Um dos campeões de venda é o Playa del Carmen, um combo que traz um pouco


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Fotos: Cinthya Pernes

matéria de capa

O coordenador de salão do Si Señor, Paulo Pimenta, investe na simpatia para atrair novos clientes

Tijuana Tacos é um dos pratos mais pedidos do mexicano Si Señor

do que há de mais tradicional na culinária Tex Mex (2 Tijuana Tacos de frango, 2 tacos de carne, 2 enchiladas de queso cremoso, 1 burrito de frango margarita e 1 mini quesadilla de machaca). Outra estrela do cardápio é o Chili con Carne, uma receita exclusiva de carne com feijão temperados, servida em um tacho de ferro fumegante. Entre as sobremesas o Oreo Madness é sucesso garantido”. A gerente ainda afirma que a franquia só veio para a capital devido à grande receptividade dos mineiros por experiências gastronômicas diferenciadas. “Estudos mercadológicos nos apontaram que Belo Horizonte possui um grande

potencial e um perfil de público muito receptivo a temáticas diferenciadas, como o conceito Tex Mex. Além disso, recebíamos muitos pedidos de clientes para abrirmos uma casa em BH”. Um exemplo de que a mistura cultural dá certo é a rede de franquias OutBack, onde a cozinha é em estilo americana, mas a decoração e as referências são australianas. É outra aventura gastronômica que pode ser aproveitada próximo ao bairro. O sócio-regional, explica o sucesso da rede no Brasil. “O perfil do restaurante agrada muito aos brasileiros porque se assemelha ao perfil das pessoas daqui. O conceito

da rede apresenta um estilo jovial e é conhecido por ter um serviço de excelente qualidade, mas de abordagem informal, com proximidade entre atendimento e clientes. É esse modelo que aproxima muito do perfil do brasileiro e explica a empatia entre ambos”. Só em 2014 duas novas unidades foram abertas na capital mineira. “A abertura de duas novas unidades em Belo Horizonte no mesmo semestre representa o potencial do mercado mineiro. O objetivo é oferecer mais da qualidade de atendimento e culinária de sabor marcante para os belo-horizontinos, os quais receberam muito bem o OutBack”, afirma o sócio-regional.. n

Fotos: Cinthya Pernes

MAGRET AO MOLHO DE FRAMBOESA ACOMPANHAdo PURÊ DE MANDIOQUINHA COM RASPAS DE LARANJA

Fany Silveira, proprietária do Bistrô Divino, aposta no ambiente intimista e na diversidade gastronômicas do seu restaurante

Ingredientes

MOLHO

100 g de batata baroa 1 magret de pato de 250g 1 colher de sopa de cebola ralada 150g de framboesa 1 colher de sopa de geleia de framboesa 1/2 colher de sopa de manteiga 2 colheres de sopa de creme de leite sal raspas de laranja

Bater no liquidificador a framboesa com água e despejar no açúcar mascavo dissolvido em uma frigideira ao fogo. Deixar ferver por 20 minutos. Dissolver 50g de maizena e adicionar ao molho e adicionar por último a geleia de framboesa. Deixar ferver por mais 5 minutos até dar consistência de molho.

PURÊ Cozinhar a batata baroa e espremer até ficar fininha. Refogar numa frigideira com manteiga a cebola, a baroa e

creme de leite até chegar no ponto firme de purê. Colocar as raspas de laranja e sal a gosto. Deixar cozinhar mais 1 minuto.

MAGRET Grelhar o peito de pato na frigideira antiaderente sem óleo ou manteiga durante 5 minutos cada lado do peito. Fatiar bem fino e levar ao forno por mais 5 minutos. Montar o prato espalhando as fatias de magret regadas com molho de framboesa, ao lado o purê de mandioquinha com raspas de laranja. Enfeitar com ervas de Provence.


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entrevista

Totalmente do bem Fotos: Cinthya Pernes

Fight | Minotauro conta detalhes sobre a sua carreira no MMA e sua paixão pelo esporte

Ele é grande, forte, e possui no corpo algumas marcas de suas lutas, como nas orelhas. Porém, qualquer imagem de durão se desfaz pelo grande sorriso. Simpático, atencioso e bem humorado, assim é o grande atleta de MMA, Rodrigo Nogueira, o Minotauro. apaixonado por esportes, desde pequeno já praticava Judô, Boxe e Jiu-Jitsu. Sempre acompanhado de seu irmão gêmeo, o também lutador Rogério Nogueira, o Minotouro. Nasceu em Vitória da Conquista, no estado da Bahia, mas mudou-se aos 22 anos para os Estados Unidos, onde se tornou atleta profissional. No exterior, Rodrigo conseguiu se especializar, conhecer técnicas e aprimorar seus golpes. O ponto forte do atleta sempre foi a resistência física. Assim, Minotauro fez grandes feitos na carreira como lutador de MMA, se tornou o primeiro peso pesado da história a conquistar o cinturão do Ultimate e do PRIDE. Em seu currículo possui lutas históricas, como, por exemplo, a vitória sobre o “gigante” Bob Sapp, na ocasião sofreu muitos golpes potentes, mas conseguiu finalizar o oponente no segundo assalto, aplicando um arm-lock (chave-de-braço). Rodrigo veio a Belo Horizonte para inaugurar mais uma academia da sua rede, Team Nogueira, em sociedade com seu irmão. Com muito bom humor, concedeu uma entrevista exclusiva para o Jornal UrBHano. Em qual momento da sua vida você decidiu que queria ser lutador profissional? Desde os quatro anos de idade sou praticante, sempre fui apaixonado por esporte. Graças a Deus eu consigo viver da minha paixão, do que eu gosto de fazer. É um trabalho realmente administrar as academias, mas tem dias que estou treinando, que estou dando aula. Não considero que estou trabalhando. Na verdade estou me divertindo, conhecendo pessoas e fazendo o que gosto. O esporte me deu a oportunidade de vencer na vida, conhecer muitos países, fazer amizades que nunca sonharia em fazer. Conheci a maioria dos

meus ídolos através do esporte, todos os jogadores de futebol que sempre admirei e consegui ser amigos das pessoas, tudo eu devo ao esporte. Foi um caminho muito bom, e fico muito feliz por ter feito tudo isso. Me tornei lutador profissional aos 22 anos, quando me mudei para os Estados Unidos, mas dou aula desde os 16 anos, tenho minha academia desde os 16. Aos 22 anos abri a minha academia na Flórida, nos Estados Unidos. Desde que me tornei profissional já foram quatro títulos mundiais, e muitas batalhas, 44 batalhas, 9 derrotas, 33 lutas bem-sucedidas. É uma carreira muito bacana, são 15 anos de estrada.

Você veio à capital mineira para lançar mais uma academia com o selo Team Nogueira. Quais são os diferenciais da academia? Além do espaço físico diferenciado, ela é uma academia AA das artes marciais. Nós temos o octógono oficial do UFC, com tamanho e densidade. O ringue oficial para o boxe da seleção brasileira, o mesmo tamanho. Os sacos que são usados, o material, o tatame da confederação brasileira, nós temos aqui o melhor para a prática do esporte. A formação das aulas também é outro ponto, temos o Team Nogueira kid, temos mais de 2.200 alunos no mundo inteiro. Tem uma turma


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entrevista

com mais de 300 crianças em Dubai, temos na Califórnia, em San Diego, em Zurique na Suíça. É uma rede internacional padronizada. As aulas são escritas por mim, pelo Anderson Silva, pelo Rafael Feijão, pelo meu irmão, os melhores lutadores do mundo escreveram planos de aula. O aluno entra aqui e sabe exatamente o que ele vai fazer, qual o seu objetivo, e aonde vai chegar. Hoje o esporte é muito valorizado no Brasil, mas nem sempre foi assim. Você já chegou a sofrer preconceito por ser lutador? Já sofri sim, com certeza. O começo da nossa carreira foi muito difícil. Na década de 1990, a mídia fazia um sensacionalismo em cima de alguns lutadores problemáticos. Que existe em qualquer profissão. Se hoje um advogado ou um médico bater em alguém, ninguém vai falar que os médicos são violentos, mas com os lutadores não é assim. Começaram a surgir muitos lutadores, e uma hora ou outra alguém se envolvia em confusão.Por ele ser lutador a mídia ia em cima. Nós temos um campeonato mundial, que ainda acontece todos os anos no Rio de Janeiro, em que nós, os brasileiros, ganhamos todas as medalhas e não sai uma linha nos jornais. Mas se um dia algum lutador bater em alguém vai sair várias matérias sobre o caso. Sofremos então no começo certo preconceito da imprensa, que graças a Deus foi quebrado. Hoje em dia, nós estamos em muitos programas, a mídia sendo especializada ou não, fala bem do esporte.

vão ganhar da gente, seja no número de atletas, em cima do cansaço de viagem que a gente tem, e todo o estresse de lutar fora de casa. Esses já são dois motivos importantes. Outro ponto são os diversos octógonos existentes nos Estados Unidos. Nós temos diversas escolas de MMA lá fora e assim deve ter mais de mil octógonos. No Brasil temos cem. Essa diferença é muito grande. Nós, com as academias, já abrimos 30 octógonos no Brasil, até ano que vem esperamos abrir 51. Então ainda estamos criando essa cultura de escola de MMA. Nós estamos em uma entressafra de lutadores, temos lutadores da minha idade, da idade do Anderson Silva e lutadores mais novos. Então muita gente mais nova e boa ainda vai chegar.

A academia conta com programas específicos para todas as faixas etárias

Minotauro recebeu o URBHANO com muito bom humor

E agora é uma das paixões nacionais. O que você acha desta mudança de opinião sobre o esporte? O MMA é paixão nacional. O Brasil é conhecido nos Estados Unidos e no Japão como o país das artes marciais. É muito bonito de se ver. Eu morei no Japão por um tempo e todo mundo me falava: “Você é brasileiro? Então você é lutador.” Todos os japoneses conheciam os brasileiros assim, então isso é muito bacana, esse movimento sobre as artes marciais que foi criado no Brasil. No sábado à noite, hoje, em dias que tem UFC e tem uma festa também, se não tiver televisão e não passar o canal de luta, as pessoas não vão à festa. Eu já fui em um show de axé na Bahia em que pararam o show, colocaram um telão para passar a luta do Anderson Silva. Seja o cantor mais famoso do Brasil, todo mundo para para assistir as lutas. E esse movimento é muito bonito, para o sábado à noite em frente à televisão. Esse sucesso é devido à cultura brasileira. Os pais costumam matricular os filhos pequenos em uma arte marcial, Karatê ou judô. E a criança já cresce com essa noção, essa é a nossa habilidade, por isso que o brasileiro é bom no esporte.

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O espaço de 750 m² é totalmente climatizado, com octógono, ringue oficial e mezanino com 200 m² de tatame

Em 2012 tivemos quatro cinturões em posse de atletas brasileiros, agora temos apenas um. Na sua visão, por que tivemos esse declínio? O número de americanos no esporte é quatro vezes maior que o de brasileiros. A maioria das disputas de cinturão é feitas nos Estados Unidos, temos uma estatística que fala que 75% dos lutadores que lutam em casa ganham. Quatro vezes contra os 75%, é o número que eles

E a sua luta mais marcante? Para mim foram algumas lutas marcantes. Em 2003, ganhei o titulo do Pride, com 87 mil pessoas assistindo, a Glória Maria levou o Fantástico para lá, o que para mim foi um marco para o povo brasileiro conhecer o lutador do país. Teve a do UFC em 2008, que foi muito marcante na minha carreira, em Las Vegas, a luta que eu estava apanhando, apanhando muito no primeiro round e consegui ganhar de virada no segundo. E uma terceira luta foi quando lutei com um gigante chamado Bob Sapp, ele com 171 quilos e eu com 101, 70 quilos a mais do que eu. O cara me bateu em dois rounds, no estádio nacional de Tóquio, para 108 mil pessoas, foi o maior público, e consegui essa grande vitória. Hoje em dia é a luta mais assistida do YouTube, foi sensacional. Apanhei 14 minutos e ganhei a luta em um minuto.

Você já conhecia Belo Horizonte? Já conhecia sim, cheguei a morar aqui quando era pequeno, quando tinha uns quatro anos de idade. A família da minha mãe é do Vale do Jequitinhonha, do Norte de Minas, a minha avó era de Sete Lagoas, que é aqui do lado. E a minha tia-avó pintava quadros, e vendia na feira que tem aqui, na feira hippie na década de 80. Eu já cansei de levar quadro para ela na feira, era bem pequeno, mas levava os quadros para ela. Fiquei seis meses com minha tia em BH, e conhecia muito a feira, na época ela tinha mais quadro e mais artesanatos, hoje não sei como que está. Eu gosto muito daqui, as pessoas são muito bacanas. Eu adoro Ouro Preto também, já fui algumas vezes. Como moro na divisa de Minas com Bahia, em Vitória da Conquista, vínhamos muito para cá de carro, o que dá uns 700 km. n


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moda |

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Isadora vargas

É GOOOL! Fotos: divulgação

Copa do Mundo | vamos usar verde e amarelo para torcer pelo nosso Brasil

Amarelo com azul bem forte, azul royal e verde-bandeira ou mesmo verde e amarelo, são as cores para sair com estilo durante a Copa

Copa do Mundo é paixão, ansiedade, torcida e muita emoção. Para ter estilo nessa torcida, arrase nas opções de roupas e make que vão te deixar em clima de vitória. Muito verde, amarelo, azul e branco para arrasar e torcer pelo hexa! Se você não é do tipo que usa a camisa oficial da seleção para assistir aos jogos, mas ainda assim quer demonstrar seu apoio, aposte num look fashion, gracioso, criativo ou arrojado! A criatividade é o segredo para ter um visual show de bola. Aposte nas peças que você já tem no seu guarda-roupa e customize! Além de inovador e inusitado, o seu look personalizado, pode ficar a sua cara! Para as mais animadas, o estilo “color block” pode funcionar perfeitamente. Seja amarelo com azul bem forte, azul royal e verde-bandeira ou mesmo verde e amarelo mais cítricos também. Por outro lado, para as mais discretas, vale apostar numa dessas cores na roupa, por exemplo, uma camisa social amarela, e investir em acessórios verdes ou azuis. Neste clima de copa, vale a pena fugir do óbvio e se divertir com as unhas “à brasileirinha”. Misture as cores com desenhos que lembram as cores da nossa nação e você vai ficar com a bola toda! Presilhas, tiaras, pulseiras e acessórios coloridos são a vibe da sua torcida! Com eles, você pode garantir um visual perfeito apenas usando um jeans e uma regata básica. Se joga, sem medo de errar! Este momento de Copa, ainda mais no Brasil, é raro, então aproveite! Quer ir além e apostar em algo ainda mais vibrante? Escolha um casaco superestiloso ou aquela sandália que arrasa em qualquer lugar. Para variar o estilo da sua torcida sem exagerar no verde-amarelismo, use camisetas com um lenço ou aposte num boné esportivo fashion e pronto: você não vai precisar de mais nada! A dica importante é o conforto para assistir aos jogos nos estádios: escolha shorts, regatas, camisetas e, nos pés, sapatos baixos e confortáveis. Se você vai assistir em clubes, restaurantes, casas de familiares ou amigos, pode investir em looks mais elaborados, como um vestido, saia, calça colorida, e nos pés um salto alto. Acessório principal: a buzina! Não se esqueça dela para fazer muito barulho na hora do gol. O momento é para curtir a emoção dos jogos ao lado de quem você ama! n


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cultura

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Circuito do Ouro Fotos: divulgação

Riqueza | Projeto convida mineiros a vivenciar experiências turísticas sem sair do estado

O Circuito do Ouro é uma região turística que agrupa 16 municípios com afinidades culturais, históricas e naturais

Minas Gerais possui belezas que até mesmo os mineiros desconhecem. Em um raio 200 km da capital mineira, há diversos lugares e cidades incríveis para se conhecer e passar um final de semana diferente. Para aqueles que querem fugir do clima de Copa do Mundo no dias de jogos, existem

roteiros de apenas um dia também. Esse é o obOs casarões do jetivo da Associação dos centro de Mariana Municípios do Circuito são uma visão Turístico do Ouro, que inesquecível está fazendo uma campanha para estimular o fluxo de visitantes em seus roteiros turísticos. A proposta do projeto é estimular a circulação de pessoas nos destinos de Minas Gerais, a ideia foi devido ao fluxo de pessoas na cidade durante a Copa do Mundo, mas a intenção é que a campanha continue pelo resto do ano. O presidente do Circuito do Ouro, Ubiraney Silva, comenta sobre a campanha desenvolvida pela associação. “Todo ano temos um plano de trabalho voltado para gestão e planejamento turístico, como estamos em um ano atípico, que é ano de Copa do Mundo, nós achamos interessante adequar nosso plano de trabalho em um foco maior de promoção de destino. A nossa ideia foi potencializar o Circuito do Ouro como possibilidade de roteirização para o mercado, e, principalmente, para o belo-horizontino, porque devido ao comportamento Há opções de roteiros para do público na Copa das cidades muito próximas da capital, como a cidade de Confederações, perceItabirito bemos que pouquíssimas pessoas tinham acesso aos jogos”. O Circuito do Ouro é uma região turística que agrupa 16 municípios, com afinidades culturais, históricas e naturais, com grande proximidade geográfica entre eles. A região foi marcada pela grande a exploração e exportação do ouro, que se destacava como a principal atividade econômica do período colonial no Brasil e hoje ainda se destaca no cenário econômico com a extração de minério de ferro. “O projeto é potencializar o turismo dentro do estado, é mostrar para o público que nós temos muitas atrações e opções a menos de 100 km da capital mineira. Nosso

O Presidente do Circuito do Ouro, Ubiraney Silva, fala sobre as opções de turismo

exemplos de Roteiro passeio de Um dia

Serra dos Alves – Cachoeira do Sereno, Canyon do Marques e Igreja de São José

passeio de dois dias

Museu do Tropeiro, apresentação das Lavadeiras de Ipoema (agendamento prévio). Visita ao Morro Redondo e ao Parque Estadual do Limoeiro (Cachoeira Alta e Cachoeira Boa Vista).

passeio de três dias

Entre Serras da Piedade ao Caraça: Caeté, Barão de Cocais, Catas Altas e Santa Bárbara. 1º DIA: Visita à Serra da Piedade e almoço no restaurante do Santuário de Nossa Senhora da Piedade. Pernoite em Caeté. 2º DIA: Visita ao Distrito de Cocais e ao Sítio Arqueológico da Pedra Pintada (Barão de Cocais). Jantar e pernoite em Santa Bárbara. 3º DIA: Visita a Catas Altas, com passeio de quadriciclo. Visita e almoço no Santuário do Caraça.

Site: www.circuitodoouro.tur.br Blog: circuitodoouro.tur.br/blog Facebook: www.facebook.com/pages/Circuito-do-Ouro programa é atender a regiões como Raposos, Rio Acima e Nova Lima, Itabirito, Ouro Preto, Mariana e Catas Altas, Santa Bárbara, Congonhas, Barão de Cocais e Caetés, Itabira e Piranga. Nossa expectativa é que no efeito pós-Copa as prefeituras se entusiasmem a manter esse tipo de comportamento de programa regionalizado e não individual”, afirma o presidente. No site do Circuito do Ouro, os turistas podem escolher a opção de roteiro que desejam fazer, divididos em História, Cultura, Natureza e Gastronomia. “A ideias dos roteiros é eles serem auto guiados, onde o turista não precisa comprar um pacote de viagem para viver experiências diversificadas e diferentes no âmbito da gastronomia, da ecologia, e da historia cultural de cada cidade. O Circuito do Ouro está no coração da Estrada Real e detém praticamente 60% do patrimônio edificado do Brasil, então tem muita coisa para ver”, convida o presidente Ubiraney Silva. n


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jovem

Diversão offline Ação, estratégia e trabalho em equipe. Atitudes essenciais para um bom desempenho profissional e que podem auxiliar em embates de paintball – disputa de armas de ar comprimido (marcadores) com bolinhas de tinta. A brincadeira que estourou no Brasil em meados dos anos 2000, hoje mantém um público fidelizado e diversificado. As disputas não envolvem contato físico, o que possibilita a participação de todas as idades e gêneros. Além de ser uma alternativa para quem deseja abandonar um pouco jogos virtuais e partir para uma ação real. Mesmo sem contato direto entre os participantes, algumas medidas devem ser adotadas a fim de evitar lesões. O cuidado é necessário, devido à velocidade e pressão na qual a bolinha de tinta é disparada dos marcadores, normalmente 300 fps (pés por segundo), equivalente a 327 km/h. A velocidade é necessária para a realização do esporte e exige o uso de equipamentos, como luvas, capacete, óculos e colete. O principal cuidado é com os olhos, tendo em vista que um disparo em curta distância pode ocasionar lesões. “Por esse motivo nós tomamos tanto cuidado aqui. Se alguém tira o capacete o juiz já grita: Coloca o capacete! Interrompe o jogo e não para de gritar até o jogador recolocar o capacete”, enfatiza o proprietário do Tropa Serrana Paintball, Eustáquio Caldeira, 32. Para o empresário, a preocupação com os equipamentos vai além e por isso o campo ainda dispõe de protetores para o pescoço e genital. “Fazendo o uso de todos os equipamentos não tem problema nenhum. Nunca ninguém se machucou aqui por estar sem equipamento”, garante. Jogador assíduo de games virtuais, o estudante Guilherme Mariano, 11, no último mês optou por comemorar seu aniversário de uma forma diferente. Em meio a muita adrenalina e num campo repleto de obstáculos e esconderijos, o estudante desafiou seus amigos em uma partida. “Acho legal dar um tempo na tecnologia e viver um pouco a vida. Tipo andar de bicicleta e jogar paintball. A experiência foi bem interessante. Lá você não pode vacilar, se não você leva tiro. Dá pra divertir bastante”, avalia o estudante. Veterano no paintball, o estudante Jackson Moreira, 20, revela que pelo menos 4 vezes ao mês vai a um campo de paintball com amigos. “Tem 9 meses que jogo. Comecei depois que o primo de uma amiga me convidou. Aí não parei mais. Não tem nada melhor pra desestressar do dia a dia”. Opinião compartilhada pelo grupo de amigos, Thales Lessa, 20, Hugo Vanelli, 20, Douglas Machado, 20, que participaram de uma partida no campo Tropa Serrana paintball em Nova Lima, próximo ao bairro Belvedere. Para Thales, que é mecânico hidráulico, além do relaxamento após as disputas, as partidas ainda promovem bons momentos com os amigos. “Teve uma febre há uns anos atrás. Mas ainda vejo muita gente marcando. Meus amigos do trabalho sempre vão. Eu ainda

Fotos: Cinthya Pernes

Lazer | Disputas de Paintball retomam espaço no mês de julho

Uma proposta para curtir as férias ou apenas sair da rotina, o paintball atrai quem gosta de se divertir além dos jogos digitais

Os amigos Hugo Vanelli, Thales Lessa e Douglas Machado foram até o Belvedere para disputar uma partida no Tropa Serrana Paintball

não pude ir com eles, mas às vezes vou com outros amigos. É muito bom! Dá muita adrenalina”, garante Thales. Para o amigo e colega de equipe na partida, Douglas Machado, 20, outra característica importante do paintball é a capacidade da brincadeira em aproximar e promover a interação com colegas de trabalho. “Geralmente eu vou com o pessoal do trabalho. É bom, porque sai um pouco da rotina. Sempre conhecemos outras pessoas de lá que também vêm jogar. São pessoas de setores diferentes que se reúnem e acabam vindo junto”, elucida o supervisor de almoxarifado.

História

Muitas versões circulam na Internet sobre a origem do paintball. Mas o empresário Eustáquio Cadeiras, que dedicou longo período de estudo sobre o esporte para

abrir seu negócio no Belvedere, garante que o esporte partiu do Canadá. Quando fazendeiros e trabalhadores florestais começaram a realizar pequenas brincadeiras com dispositivos de tinta que eram primeiramente utilizados para demarcar árvores que seriam cortadas. Já na década de 60 o dispositivo de tinta era comercializado como pistolas de paintball.

Dicas

Apesar de os campos de paintball geralmente possuírem todos os equipamentos necessários para alugar, desde os marcadores de paintball (armas), bolinhas, máscaras, roupas camufladas e coletes. Vestir roupas grossas minimizam o impacto das bolinhas. Lembrando que a tinta utilizada nas partidas sai das roupas ao serem lavadas.n


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Paulo Azeredo

| esporte

15 Foto: Arquivo pessoal

Começo, meio e fim Surpresa | a saída precoce do time campeão do mundo em 2010 A seleção da Espanha se despediu cedo da Copa no Brasil

Paulo Azeredo também é jornalista da 98 FM e TV Horizonte

A Copa do Mundo no Brasil tem surpreendido a todos positivamente. A média de gols do torneio tem sido muito boa e os jogos têm apresentado um futebol muito bem jogado e com vocação ofensiva. A prova disso são os estádios lotados com o torcedor bastante entusiasmado com os resultados dos jogos. Mas a grande surpresa dessa Copa com certeza foi a eliminação precoce da última campeã do torneio: a Espanha. Os espanhóis chegaram para o Mundial no Brasil mais uma vez credenciados a brigar pelo

título, mas o que se viu dentro de campo não foi exatamente isto. Um time sem alma, muito autoconfiante e que sentiu a responsabilidade na hora de decidir. Acredito que assim se resume a participação espanhola nesta Copa do Mundo. É verdade que a média de idade entre os jogadores é mais alta em relação ao time da última copa, porém não creio que somente isso tenha sido determinante para a eliminação da Espanha. O que se viu em campo foram jogadores muito autoconfiantes e um estilo de jogo já muito estudado e bem marcado pelos

adversários. Resultado: o time não conseguiu jogar e sentiu a pressão na hora que precisou decidir. Não vou aqui aproveitar o momento para desqualificar o grande futebol que este time um dia já apresentou, porém tenho a convicção de que dificilmente a Espanha voltará a montar uma equipe tão forte e diferenciada como foi esta de Casillas, Xavi, Iniesta e cia. Gostaria de parabenizar a Espanha por durante um bom tempo estar mostrando algo diferente do que estávamos acostumados a ver no cenário do futebol mundial. Esta seleção fracassou aqui no Brasil, mas nunca poderá ser considerada fracassada. Muito pelo contrário. Foi uma equipe diferente e que marcou história no futebol. Entretanto, como tudo na vida, teve começo, meio e fim! n

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turismo |

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cristina ho

Foto: Arquivo pessoal

Na terra do poeta Chile | imersão numa cultura mística e tradicional Peço silêncio Agora me deixem tranquilo Agora acostumem-se sem mim Eu vou fechar os olhos E quero apenas cinco coisas A primeira é o amor sem fim A segunda é ver o outono Eu não posso ficar sem as folhas Voam e voltam à terra A terceira é o inverno rigoroso Que ama a chuva, a carícia do fogo no frio selvagem Em quarto lugar o verão Redondo como uma melancia A quinta coisa são teus olhos Matilda, minha bem-amada Não quero dormir sem teus olhos Não quero ser sem que me olhes Eu troco a primavera para que continues me olhando Amigos, isso é tudo o que eu quero: É quase nada e quase tudo. (Tradução livre)

Cristina Ho também escreve no www.fasciniopelomundo.blogspot.com.br

e premiado com o Nobel de Literatura: Pablo Neruda. Chile, um país de paisagens contrastantes: de lagos a deserto, de montanhas a pampas, de vulcões a geleiras, tudo isso harmoniosamente encaixado numa longa e estreita faixa costeira encravada entre a Cordilheira dos Andes e o Oceano Pacífico. Na terra de bons vinhos e de diversidade de frutos-do-mar vamos apreciar uma culinária ampla e rica

Se você reconheceu o poema acima descobriu que o nosso próximo destino será na terra natal deste poeta, um dos mais conceituados e importantes do século XX

para todos os gostos e bolsos. Conheceremos, também, uma cultura que mescla a mística indígena com a tradicional europeia. E para os amantes da natureza, pinguins, lobos-marinhos, guanacos e condores à sua espera na Patagônia Chilena. Se você gosta de aventura, prepare-se: nas próximas edições vamos conhecer a Região dos Lagos e caminhar pelas encostas de um vulcão, faremos a travessia dos Andes para chegar a Bariloche, visitaremos o estreito de Magalhães e avistaremos a Terra do Fogo, vamos enfrentar a implacável ventania no Parque Torres del Paine, iremos nos encantar com as belas e gigantescas geleiras e, claro, faremos uma visita numa centenária vinícola famosa por sua tradição e especialmente por uma lenda diabólica! – Quer saber qual é? Acompanhe minha coluna e descubra este destino cheio de encantos. Até a próxima. n

Princesa

Sueli morava no sótão de uma casa antiga, com grades nas janelas, uma porta de madeira pesada e uma longa escada com um corrimão enferrujado. Do alto de sua torre, Sueli inventava príncipes e aventuras com os rapazes que passavam e assobiavam ao vê-la encarapitada na laje. Sua mãe era uma senhora bastante velha, que vivia no andar de baixo e que proibia Sueli de sair. Dizem que os cuidados da megera eram por medo de que a menina, muito bonita, acabasse

| crônica Foto: arquivo pessoal

maurilo andreas

engravidando de um dos rapazes do bairro. Um medo, aliás, bastante justificável se pensarmos nas gravidezes precoces de suas duas meio-irmãs. Na verdade, do alto de sua janela, Sueli era observada por quatro garotos da região, verdadeiros príncipes em sua mente. Cléber, que fazia curso técnico para eletricista; Pedro, que era motoboy em um escritório de advocacia; Jefferson, que estava desempregado há alguns anos e Zé Roberto, que cuidava de uma lan house na garagem da casa da tia. Um por um, todos tentaram resgatar Sueli de seu castelo. Cléber foi atropelado e morreu na hora. Pedro tomou uma dura de um traficante local a mando da velha, teve um braço quebrado e nunca mais voltou. Jefferson foi visto pela polícia enquanto escalava o muro e está preso. Só Zé Roberto, aproveitando uma distração da senhora, conseguiu se encontrar com Sueli. Viveram um amor mágico, heróico e arrebatador.

Maurilo Andreas é mineiro de Ipatinga, publicitário de formação e escritor por paixão. Casado com Fernanda e pai de Sophia, é autor de seis livros infantis e foi um dos homenageados na I Feira Literária de Passos. Seu texto “Sebastião e Danilo” foi escolhido pela revista

Nova Escola para uma edição especial e vários outros fazem parte de livros didáticos e paradidáticos de diversas editoras.

Ela, depois de fugir com ele, engravidou já no primeiro mês e hoje cuida da lan house enquanto ele toma cerveja no boteco da esquina. A vida é um outro tipo de conto de fadas. n


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