15 . agosto a 15 . setembro de 2014 . ANO I . Número 22 . Distribuição gratuita
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Foto: Cinthya Pernes
tudo que inteRessa no seu bairro está aqui
Mais Luz
Um dos mais belos pontos turísticos da capital recebe nova iluminação. A escuridão na Praça do papa era reclamação antiga dos moradores do bairro.
cidade Proposta que limita uma vaga de garagem por apartamento em Belo Horizonte pode gerar crise no setor imobiliário pág. 4
gastronomia Com cores fortes, sabores inusitados e diversas texturas, culinária indiana vem conquistando o paladar dos mineiros pág. 10
negócio coworking é a nova tendência que chega ao mercado e propõe compartilhamento de ideias e espaços pág. 11
entrevista com
rogério fernandes O artista plástico Rogério Fernandes conta de onde vem a inspiração para misturar tantos elementos extremos em suas criações pág. 6
tecnologia Google Glass promete revolucionar a concepção de tecnologia. profissionais brasileiros testam o equipamento pág. 14
opinião
André Márcio Murad (*)
DOAÇÃO DE VIDA EM VIDA: MEDULA ÓSSEA Uma jornalista de Belo Horizonte criou a ação “Quinta do Bem”, dia em que as mulheres devem usar lenços na cabeça e homens fita vermelha no braço, para destacar a importância da doação da medula óssea. Por falta de informação sobre o processo e para que serve, muitas pessoas acabam não se interessando em ser doadoras, perdendo a oportunidade de salvar vidas. A medula óssea ocupa o interior dos ossos e nela são produzidos os componentes do sangue: as hemácias transportam o oxigênio dos pulmões para as células de todo o nosso organismo e o gás carbônico das células para os pulmões, a fim de ser expirado. Os leucócitos são os agentes mais importantes do sistema de defesa do nosso organismo e nos defendem das infecções. As plaquetas compõem o sistema de coagulação do sangue. O transplante de medula óssea é um tipo de tratamento proposto para algumas doenças malignas ou benignas, que afetam estas células do sangue. O procedimento consiste na substituição de uma medula óssea doente ou deficitária por células normais de medula óssea, com o objetivo de reconstituição de uma medula saudável. O grande problema é encontrar um doador compatível geneticamente com o paciente. Caso contrário, a medula será rejeitada. As chances de um indivíduo encontrar um doador ideal entre irmãos (mesmo pai e mesma mãe) é de 25%. Quando a doação ocorre entre gêmeos idênticos, o número sobe para 100%. Depois dos irmãos, as opções são os primos e tios, cujas chances são de apenas 10%. Os pais do paciente não podem ser doadores. Não conseguindo nenhum doador entre os familiares, busca-se o Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (REDOME). A chance de se achar uma medula em pessoa estranha varia entre 10.000 a 1 milhão. Por isso, são necessários milhões de pessoas inscritas. É importante ressaltar que existem dois métodos para a doação efetiva e que nenhum deles causa mal aos doadores. A doação é um gesto de amor e dignidade que salvará uma pessoa. Qualquer pessoa, entre 18 e 54 anos de idade, em bom estado geral de saúde pode ser doadora. É possível se cadastrar como doador voluntário de medula óssea em qualquer Hemocentro. André Márcio Murad Coordenador do Centro Avançado de Tratamento Oncológico - CENANTRON (*)
Foto: divulgação / Marie Claire
frasesURBHANAS
Foto: Rafael Coelho
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A maternidade dá um balacobaco a mais, só vem para completar. Sou mais feliz, gostosa e completa. Atriz Juliana Paes, em entrevista ao programa televisivo “Estrelas”.
Se acontecer algo, alguma traição, tenho certeza de que serei a primeira a saber. Nós temos uma relação muito franca, de confiança mútua. Já estamos há três anos juntos, a a essa altura do relacionamento não dá mais para sentir insegurança. Karem Brusttolin, namorada de Alexandre Nero, alegando não sentir ciúmes do companheiro e galã da novela ‘Império’
Nós podemos agir,com cuidado e responsabilidade,para evitar um potencial ato de genocídio. Barack Obama, presidente dos EUA, autorizando ataques aéreos no Iraque para tentar deter o avanço de fundamentalistas do grupo Estado Islâmico
O que posso dizer é que tenho um carinho muito grande por ele. Carinho, admiração, respeito. Vai ser eterno. Afirmou Bruna Marquezine, após assumir fim do relacionamento com o jogador Neymar.
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Fotos | Cinthya Pernes Revisão | Pi Laboratório Editorial Jornalista | Renata Diniz
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local
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Passeio vetado
Fim de contrato | trilha na Serra do Curral é interditada por falta de acordo com empresa condutores ambientais. Por isso, durante a vigência do contrato emergencial a trilha ficará suspensa. Ao todo quatro mirantes permanecem inacessíveis ao público. Além destes, desde o início do ano passado a trilha Travessia da Serra possui outros dois trechos fechados devido ao risco de desabamento de uma cava de mineração desativada. Mesmo com alto nível de dificuldade em algumas partes, o local recebia por mês cerca de três mil pessoas. Dentre esses milhares, a estudante Stella Lopes, 22, que expressou tristeza ao saber do fechamento da trilha. No ano passado, enquanto realizava um intercâmbio no Canadá, a aluna do curso de Biologia havia feito um acordo com o próprio pai; durante uma conversa os dois combinaram que assim que Stella retornasse ao Brasil fariam um passeio no local. De volta ao Brasil, em novembro de 2013, a promessa foi cumprida e descrita pela estudante como “inesquecível”. “Nunca tinha feito nada parecido. Meu pai ficou um pouco cansado, mas todos nós todos gostamos. Foi algo muito diferente. BH é uma cidade grande e oferecer um passeio ecológico dentro da cidade é uma coisa muito legal”, conta a estudante, que convidou um amigo vindo
do Canadá para o passeio. “Meu amigo também gostou muito. Ele ficou encantado com tudo”, lembra. Apesar de não haver previsão para a reabertura, a Fundação de Parques Municipais alega que até o fim do ano o passeio deve ser reaberto. Quando a normatização for concluída, as visitas gratuitas deverão ser agendadas através do site (http://www.parqueserradocurral.com.br/), com grupos de no máximo 10 pessoas. n
Fotos: Cinthya Pernes
No último mês, visitantes e moradores de Belo Horizonte perderam a possibilidade de ver a capital das alturas. O percurso da crista da Serra do Curral, com cerca de 2300m, foi interditado no dia 1º de agosto. A data marcou o encerramento do contrato da empresa responsável pela manutenção das trilhas e acompanhamento aos visitantes durante caminhadas monitoradas até os mirantes do parque da Serra do Curral. A suspensão de tempo indeterminado foi ocasionada pela falta de interesse da empresa responsável em renovar o contrato com a administração do local. Apesar do encerramento das atividades acompanhadas, o parque Serra do Curral continuará funcionando. Segundo a Fundação de Parques Municipais (FPM), a área de convivência da unidade, delimitada pelos três primeiros mirantes da Serra, permanecerá aberta à visitação. Apesar de não haver previsão para o lançamento do edital do processo licitatório para contratação de uma nova empresa, uma licitação emergencial se encontra em andamento. Ainda segundo a FPM, o documento deve contemplar a abertura da unidade, mas não os
Fim de contrato com empresa responsável pela manutenção das trilhas interdita passeio por tempo indeterminado.
Com vista privilegiada, local tinha capacidade para receber 700 visitantes por dia.
Trecho interditado Parte de uma faixa de circulação das ruas Patagônia e Groelândia, no Bairro Sion, estão interditadas desde o dia 28 de julho, para a realização de obras de canalização de gás pela Gasmig. Da data até o dia 15 de agosto, a empresa analisou o subsolo do local. Segundo informações da distribuidora de gás natural, será iniciada a obra, que causará retenções da rua Patagônia até a Avenida Presidente Eurico Dutra, no bairro Belvedere. A expectativa da Gasmig é de que a operação seja concluída dentro de dois meses, na segunda quinzena de outubro. De acordo com a BHTrans,
durante o período das obras os dois sentidos de circulação serão mantidos na via. Após o fim dos trabalhos, será iniciada a canalização de gás na Rua Haiti. A BHTrans recomenda aos motoristas que, caso possível, evitem trafegar no local durante o período de obras, principalmente nos horários de pico. Agentes da Unidade Integrada de Trânsito, BHTrans, Polícia Militar e Guarda Municipal monitoram o trânsito na região. A BHTrans orienta os motoristas a redobrarem a atenção e respeitar a sinalização e os agentes de trânsito. n
A obra tem conclusão prevista para segunda quinzena de outubro.
Foto: Cinthya Pernes
Trânsito | Rua Patagônia deve permanecer parcialmente interditada nos próximos dois meses
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cidade
Menos vagas
Foto: Drika Vianna
Foto: Cinthya Pernes
Imóveis | Conferência Municipal aprova proposta de restrição a construções e garagens
O empresário imobiliário Luiz Antônio Rodrigues acredita que a lei pode ocasionar prejuízos a todo o setor, prejudicando ainda consumidores.
Para o arquiteto Luiz Fábio, a restrição do número de vagas cria um conflito direto com a demanda do mercado.
A comodidade de ter o carro próprio na garagem de casa pode estar em risco. Um projeto de lei pede a redução dos coeficientes do número de vagas de garagem na capital, levando em conta vagas residenciais e institucionais. A questão aprovada durante os debates da 4ª Conferência Municipal de Política Urbana de Belo Horizonte deve ser votada na Câmara Municipal até o primeiro semestre de 2015. Se aprovada, a lei pode entrar em vigor até o fim do ano que vem. A conferência recebeu quase 650 propostas, tendo início em fevereiro deste ano, sendo concluída no último dia 2 de agosto. A proposta aprovada prevê a redução de vagas de garagem de acordo com o coeficiente de aproveitamento básico. Antes o número poderia chegar a 2,7, caso seja aprovada pelos vereadores o valor poderá se limitar a 1 para toda a capital. Na prática significa dizer que enquanto se poderia construir até 2,7 mil m² num terreno de 1 mil m², onde o CA é 2,7, somente será possível erguer edificação de 1 mil m². Sobre as vagas cobertas do imóvel, também há restrições. Fica estabelecido o limite de 25 m² para vagas de garagem por unidade residencial, ou seja, uma livre ou duas presas,
dependendo do projeto. Caso o empreendedor queira mais espaço para estacionamento, pode adquiri-lo por meio de outorga onerosa, que é um instrumento jurídico previsto em lei para se exercer o direito de construir de acordo com o coeficiente máximo estabelecido pelo zoneamento, mediante contrapartida prestada pelo beneficiado à sociedade. O mecanismo permite construir acima do máximo permitido pelo plano diretor do município, em áreas estabelecidas pelo poder público. O benefício é conquistado mediante pagamento ou contrapartida, como construção de praças e equipamentos públicos. Para o presidente da imobiliária Lar Imóveis, Luiz Antônio Rodrigues, caso aprovado o projeto trará fortes consequências para o setor. “Em vigor, essa lei poderá causar danos imensos. Investidores, compradores e usuários não vão querer um imóvel com uma única vaga. Não tem jeito de ocorrer esse retrocesso. Isso é como se fosse estipulado que a partir de agora as pessoas terão que utilizar apenas uma vaga na garagem. Não existe isso. Se os carros não estiverem na garagem de casa, terão de estar em outro lugar. Isso não vai diminuir o número de carros pela cidade. O que
vai aumentar é arrecadação da prefeitura”, contrapõe Luiz. Segundo o empresário, os imóveis na região centro-sul de Belo Horizonte, que tem um número maior de vagas na garagem ainda são os mais requisitados. Equiparados a alta demanda por vagas, o valor agregado de uma única vaga de garagem, na região, é no mínimo 80 mil. Sendo que em alguns casos o valor pode chegar a 150 mil. Com o valor do m² se valorizando cada dia mais na região centro-sul, não é de hoje a necessidade de se aproveitar bem o espaço, mas com a possibilidade da lei o negócio pode ganhar mais força. Acostumado com o pedido de projetos práticos que aproveitem bem o espaço disponível, o arquiteto Luís Fábio Rezende não concorda com a possibilidade de restrição de vagas na capital. “Em minha opinião, conseguiremos sim chegar a um tempo onde as vagas de garagem não serão tão imprescindíveis, se do lado de fora tivermos um transporte público digno, funcional e proporcional ao tamanho da população, de forma que a escolha pelo carro particular seja desnecessária”. O profissional relata que diferentes perfis de proprietários anseiam por vagas múltiplas de garagem, a fim de preservar a família e realizar planos para o futuro. “Famílias grandes com seus filhos, genros, noras e netos querem, se possível, proporcionar a comodidade da vaga certa para todos ou pelo menos para a maioria possível. Jovens casais pensam no futuro e consequentemente crescimento da sua família. Até mesmo os clientes que não possuem uma família numerosa e não vislumbram seu crescimento, pensam na valorização futura do imóvel e por isso na idealização de vagas de garagem proporcionais à dimensão do projeto”. n
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Incorporação, construção e informações:
facebook.com/ManhattanSquareSavassi ManhattanSquareSavassi
3286-1280
Desenhos de caráter artístico e ilustrativo. O mobiliário e os equipamentos não fazem parte do memorial descritivo. O empreendimento somente será comercializado após o registro do Memorial de Incorporação no Cartório de Imóveis, nos termos da Lei n° 4.591/64. Creci Brasil Brokers: PJ 3318 / PJ 2800. Creci Lopes: PJ 3480. Creci Patrimar: 8098. *As garagens funcionarão no sistema rotativo com manobrista e o proprietário terá o direito de uso. **Serviços não inclusos no condomínio.
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entrevista
Um universo à parte Fotos: Cinthya Pernes
Cultura | Do pop ao baião, Rogério Fernandes abre seu ateliê e fala sobre seu processo de criação
Frida Kahlo e Coco Chanel em meio ao cenário nordestino. No ateliê do artista plástico Rogério Fernandes, através de muitas cores essas imagens ganham vida e celebram o imaginário do artista. Cenas que entram em sintonia com a música tradicional cubana, e ainda canções do rei do baião, Luiz Gonzaga e do rock da banda norte-americana Red Hot Chilli Peppers. Os elementos divergentes presentes em suas obras são resultado da mente borbulhante e mãos criativas de Rogério. Com contato direto com a arte desde a infância no Piauí. Devido à carreira de engenheiro do pai, Rogério teve vários endereços no Brasil. Depois da graduação em Design pela Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) e Belas Artes pela Escola Guignard em Belo Horizonte, visitou vários países. Fator decisivo para construção de sua identidade única. Depois de trabalhar em diversas agências de publicidade, viajou para Londres, onde se especializou em Ilustrações e Gravuras, pela Central Saint Martins. Em ritmo frenético de quase uma obra por dia, o espaço ficou pequeno e seus trabalhos alcançaram muros e fachadas de prédios. Hoje já conquistou o sucesso internacional. Premiado como artista revelação de 2011 pela Editora Abril, Rogério tem em seu currículo inúmeras exposições coletivas e individuais, no Brasil, Madri, Viena, Miami, Buenos Aires e Amsterdam. No ano passado, Rogério inaugurou sua segunda galeria e ateliê, no Wynwood Art District, em Miami (EUA), que se tornou a meca das artes da capital da Flórida. Nesse clima, o artista plástico revelou detalhes do seu universo fantástico, repleto de personagens fictícios trazidos do cotidiano, mas carregados de lirismo e poesia. Casado com uma mineira, é pai dos pequenos Benjamim, Aurora e Valentina. Rogério vê com otimismo a valorização da arte nacional e fala da importância do apoio familiar para o desenvolvimento de sua carreira.
Na hora de buscar inspiração, Como acontece o processo? Acontece meio por acaso. Você começa a ter um insight. Começa a pesquisar e vai montando um enredo. Inspiração, pra mim, é quase um enredo de escola de samba. Você vai pesquisando elementos e coisas que têm a ver com você. Eu crio muito assim. Então, têm várias séries que abro como se fosse umas caixinhas. Às vezes retomo as guardadas, às vezes abro outras janelas, assim e por aí vai. No fim todas se misturam.
Seu trabalho apresenta tanto influência de cordel como também da cultura pop. Existe algum pilar específico em que você apoia seus trabalhos? O cordel foi uma coisa inicial. O movimento cordelista nordestino não tem muito academicismo. Tudo é possível. Não precisa saber exatamente onde o galo está cantando, mas se você escuta pode imaginar. Você passa a ver um galo cantando. Ele (cordel) vai bebendo de fontes sem muito compromisso com a realidade. A cultura popular vai bebendo fontes sem muito compromisso com a realidade. Então o
fantástico vem daí. Sem compromisso com a realidade. De misturar épocas diferentes, sem compromisso com cronologia dos fatos. Isso eu peguei muito do cordel. Quando eu estudei gravura, na minha pós-graduação, estudei isso. Foi um ponto de partida do meu trabalho. Existe algum plano de fundo para que você desenvolva seus quadros? Meu trabalho não é um trabalho de cordelista. Ele é muito requinado. Porque cordel é uma coisa muito rústica, primitiva. Apesar de ter trabalhado
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isso, meu trabalho nunca foi 100% puro cordel. E hoje é uma coisa mais contemporânea, voltada pra essa arte. Penso numa coisa global. Gosto de colocar cultura brasileira no meu trabalho. É onde me reconheço como artista brasileiro, gosto de colocar desde a culinária, os costumes e histórias. Mesmo quando eu coloco duas personalidades que não são brasileiras, como Frida Kahlo e Coco Chanel. Sempre coloco elementos do Brasil. No nordeste, conhecendo o cangaço, faço essa mistura toda. Foco relacionamentos humanos e bichos. Gosto de colocar a natureza em cena, mas meio camuflados, invisíveis. Acho que o animal dá essa leveza e beleza, que o ser humano não tem. Como foi sua transição para uma vertente exclusivamente artística? Como eu ilustrava muito, e, na época, não tinha computador, comecei a ganhar dinheiro muito cedo. Pintei muito trabalho, dei de presente para as pessoas. Depois de muito tempo cansei da vida da indústria e publicidade e voltei aos tempos da arte. Vendi meu apartamento e fui fazer minha pós-graduação em Londres. Abri minha cabeça, lá me descobri como artista brasileiro, nordestino de referências fortes. Voltei pro Brasil muito mais brasileiro do que fui. Quando viajei estava com o pensamento de ser uma pessoa cosmopolita e fazer arte internacional. Cheguei lá e nada. Comecei a pensar em feijão de corda, música nordestina. Só escutava Luiz Gonzaga e, quando era música clássica era Villa Lobos. Estudei muito Portinari, os modernistas brasileiros. Sempre falava um pouco de Aleijadinho, que estudei a fundo. Falava do Barroco. Toda oportunidade que eu tinha de falar do Brasil sobre arte brasileira, eu falava. Sentia-me embaixador do Brasil. Gostava muito e as pessoas gostam de ouvir, porque elas não conheciam. Qual a importância que sua família teve na sua carreira? Quando vim cursar Design e Belas Artes, que era o que eu queria. Meu pai falou: “Faz design, porque te garante uma profissão que pode te sustentar e na arte é uma coisa mais difícil”. Meus pais, meus irmãos, todos contribuíram muito. Meus irmãos fizeram Engenharia. Eu sempre pintava e desenhava. Eles nunca falaram “não mexe com isso, porque não dá dinheiro”. Pelo contrário eles me falaram faz o que você tem vontade o que de te dá prazer, mas não abra mão da praticidade.
entrevista especulativa. Você investe num artista que você acha que vai dar certo ou não. É quase uma ação. Às vezes esse dar certo não tem nada a ver com talento. É muito difícil você entrar no mercado. Não é que o mercado lá fora seja mais fácil que no Brasil, todos os mercados de arte são fechados. É uma ca-
rapidamente, mas já tem muita gente fazendo. Aqui no Brasil não tem tanta gente produzindo.
Qualquer um pode produzir arte? A arte hoje está fugindo das mãos dos galeristas. Arte de rua, qualquer um hoje pode arrumar um muro, pintar e receber convites para expor e continuar trabalhando. A arte ficou muito mais democrática na internet. Arte contemporânea é um pouco isso. Tem os galeristas que continuam tentando manter o controle de quem tem poder econômico. Depois do modernismo, a arte contemporânea nasceu com a função de manter as pessoas produzindo arte de maneira conceitual. Porque fora isso qualquer um pode fazer artes. Arte, design, moda, arquitetura está tudo interagindo. Aqui no Brasil que chamam de arA galeria de Rogério tes plásticas. Fora você é artista, artista Fernandes fica no de moda e artista de qualquer coisa. bairro Sion na Rua Orenoco, 137 , Belo Horizonte
O surrealismo de Salvador Dalí, é apenas uma dentre as várias influências retratadas no trabalho do artista
A presença de Frida Kahalo foi amplamente explorada nas obras da última coleção de Rogério
O Mercado internacional está aberto para a cultura brasileira atualmente? O mercado muda de acordo com as tendências do próprio mercado. A arte é uma produção parecida com a bolsa de valores. É uma coisa meio
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racterística. Você fecha um pouco esse mercado pra tentar vender e ganhar dinheiro em cima. Lá fora eu tive muita dificuldade de penetração. Se eu tivesse tido facilidade em Londres, eu teria ficado. Talvez em Nova Iorque você possa ganhar dinheiro mais
A arte está sendo mais valorizada por aqui? Talvez mais impulsionada, sim, sendo utilizada como meio de propagação de consumo. Tudo é consumo. Você quer ter algo exclusivo? Então pode ter através de uma obra de arte. Quer uma coisa cara? Quem pode introduzir isso pra você? Ah, é um grande designer que fez um trabalho em Milão e trouxe uma coisa diferente. Como o mundo está muito global e pulverizado, quem tem dinheiro se volta para coisas exclusivas e se voltam para a arte design, moda e acabam consumindo mais arte. Mas tem muita gente que tem dinheiro, mas não tem cultura artística. Uma coisa não é atrelada a outra. Você tem muitos trabalhos pela cidade, como a fachada do prédio do Grupo Corpo. Como funcionam esses trabalhos? Sou contratado. Não sou grafiteiro, fiz o movimento contrário. Vim das galerias para as ruas. Comecei fazendo alguns trabalhos por convite, mas não sou do movimento de grafite. Os grafiteiros têm uma filosofia, eu não tenho filosofia nenhuma, no sentido de ser um movimento de liberdade. Acho legal esse movimento de ocupação urbana visual. É um movimento válido. Nos esbarramos em questões sociais de direito. Todos os meus grafites são contratados. É algo autorizado.
Você já expôs em Madrid e muitos outros países. Alguma dessas exposições foi mais especial? Uma em Nova Iorque da Brasil Foundation, fiz a exposição e a cenografia de um evento. Um dos mais badalados eventos que divulga a cultura brasileira no mundo. Um circuito de arte brasileira que teve em Viena, Portugal, foi bem legal. Tem a que fiz em Buenos Aires a convite do Roger Waters do Pink Floyd. Também foi bem legal. Ah! Todas foram importantes (risos). n
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matéria de capa
Praça iluminada Fotos: Cinthya Pernes
Conquista | Praça do Papa ganha nova iluminação e recebe mais visitantes no período noturno
Com a nova iluminação, a Praça do Papa passa a ser mais frequentada no período noturno.
Um dos pontos turísticos mais visitados pelos apreciadores de uma bela vista na capital é a Praça do Papa. Do alto da Avenida Agulhas Negras é possível observar a cidade de Belo Horizonte em sua magnitude. O espaço é motivo de orgulho para o bairro Mangabeiras e há tempos sofre com a marginalidade no período noturno. A falta de iluminação era um agravante que ocasionava aglomerações de usuários de droga e pessoas em comportamento suspeito. Uma nova iluminação para a Praça Governador Israel Pinheiro, a Praça do Papa, era um pedido antigo e recorrente dos moradores do bairro Mangabeiras, que já fizeram diversas solicitações na prefeitura pedindo a mudança. Para alegria dos moradores e admiradores do ponto turístico, no final do mês de julho, as reclamações foram atendidas. Segundo a Cemig as mudanças realizadas foram a substituição de 91 lâmpadas de vapor de sódio 250W por 400W nas luminárias existentes na Avenida Agulhas Negras da Praça da Bandeira até o entorno da Praça do Papa. Foram instalados também sete postes de aço de 16 metros, equipados com 35 luminárias com lâmpadas de vapor metálico 400W de foco direcionado para o gramado inferior da Praça. Além de outros 42 postes de aço com 6,5 metros, equipados com luminárias topo de alumínio e lâmpadas vapor metálico 150W na parte superior da Praça. O esforço de moradores, membros da associação e representantes da população foi intenso e significativo
para a conquista. Em 24 de fevereiro deste ano, o vereador Marcelo Aro reuniu autoridades e moradores no Parque das Mangabeiras em uma Audiência Pública que visava discutir assuntos relacionados à violência e à falta de iluminação na Praça do Papa. Estiveram presentes diversos moradores indignados com a situação, na data tiveram a oportunidade de expressar a sua opinião e insatisfação sobre diversos temas envolvendo o bairro. Depois do encontro, o parlamentar Marcelo Aro levou as reivindicações colhidas na audiência às autoridades competentes. “Escutei diversos moradores que reclamavam constantemente dos problemas da praça. A nova iluminação é uma conquista dos moradores do bairro e da população de Belo Horizonte, que poderão aproveitar do local também no período noturno. Tenho consciência de que a praça ainda precisa de outros reparos, mas devemos comemorar esta conquista”, declara. O presidente da associação de moradores do bairro das Mangabeiras, Alberto Dávila, também comemorou as mudanças na praça. “Há poucos dias, tivemos a grata satisfação de ver inaugurada a bela iluminação da Praça do Papa, uma conquista não só do nosso bairro, como também de Belo Horizonte, que vê a valorização de um de seus mais importantes pontos turísticos. Agradecemos ao Secretário de Defesa Social do Estado pelo seu empenho junto às autoridades diretamente responsáveis pelo feito, que merecem igualmente o nosso reconhecimento”,
pronunciou o presidente em nota para os moradores. O vendedor de cachorro quente, Otacílio Rosa da Paixão, trabalha há 31 anos na Praça do Papa. Para ele, desde que a nova iluminação foi instalada, o público que frequenta o local durante a noite mudou bastante de perfil. “Depois que a nova iluminação foi instalada na praça, o ambiente melhorou 100%. O tipo de frequentadores também mudou muito. A praça mais iluminada dá coragem para os visitantes pararem pra comer um cachorro quente, elas se sentem mais seguras e confiantes. A escuridão espantava as pessoas daqui”. Otacílio que trabalha todos os dias na Praça de 17hs às 22hs diz não temer a criminalidade no local, pois já está acostumado, mas que a escuridão atrapalhava muito as suas vendas.“É claro, se a escuridão prejudicava o povo, também prejudicava os vendedores da praça, que trabalham há muito tempo aqui”. Já Fábio Matos, administrador de empresas, 37, acredita que é valida a mudança na iluminação. “Frequentava muito a Praça do Papa, mas por falta de tempo, por trabalhar muito, viajar muito, o tempo passou e eu não vinha aqui há um bom tempo. Aqui é um dos lugares mais lindo de Belo Horizonte, a vista daqui é magnífica, em minha opinião melhor que a do mirante. E deve ser cuidada, não é mesmo? Temos que valorizar este lugar, e se mudanças são feitas em relação a uma maior segurança e iluminação para quem frequenta, isso é muito válido”. Porém, o administrador ainda enfatiza
URBHANO mangabeiras | sion Belo Horizonte, 15 de agosto a 15 de setembro de 2014
matéria de capa
que muito ainda precisa ser feito no local. “A prática de atividades mal intencionadas é uma questão educacional. Não adianta ter uma maior iluminação se isso não inibir os marginais. Tem muita gente que vem à praça no meio do dia para fazer uso de drogas, sendo assim a iluminação não interfere. É questão de educação”. A escuridão na Praça fazia com que diversas pessoas a visitassem somente durante o dia. Esse é o caso do empresário Felipe Borges, 29, que adora passear com o filho no local, mas confessa ter evitado o lugar durante a noite por não se sentir seguro. Felipe acredita ser necessário um maior policiamento ao longo do dia na região. “A praça tem um visual muito bonito, é um bom lugar para trazer meu filho para andar de bicicleta. Venho sempre para tomar água de coco e passear com ele. Eu gostaria muito de chegar aos brinquedos e não encontrar maus elementos por lá, e eles sempre estão fazendo coisas ilícitas. Isso mesmo com a luz do dia, é um pouco de falta de bom senso, com um espaço que é destinado para crianças”. Gustavo Duarte de Oliveira, 27, empresário, já frequentou diariamente o ponto turístico devido à localização próxima a sua faculdade. O empresário que estava passeando com namorada, relatou a nossa reportagem que notou diferenças com após a nova iluminação. “Eu vinha muito na praça quando estudava na Fumec e era muito perigoso. Acontecia muito arrastão na praça, por isso, essa nova iluminação vai ajudar muito na segurança. O Mangabeiras é um bairro muito nobre e recebe muitos visitantes, é fundamental ter mais policiamento e iluminação”. n
Felipe Borges leva sempre o filho pequeno para passear no local.
O administrador Fábio Matos não frequentava o ponto turístico.
Otacílio Rosa da Paixão vende cachorro-quente há 31 anos na Praça.
o candidato do mangabeiras e sion .com.br
Gustavo Duarte e a namorada aprovaram a nova iluminação.
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gastronomia
Índia em BH
Foto: Washington Alves
Foto: Washington Alves
Exótico | Há sete anos no mercado, restaurante indiano consolida-se na cidade
O chef Sunil Bhandari, o proprietário Leonardo Ananda e o chef Virendra Singh.
um sonho antigo de possibilitar que mais pessoas no Brasil pudessem ter acesso a esta cultura tão diversificada e rica. Não existe forma melhor de promover um país e sua cultura do que com a gastronomia, não é mesmo? Além disso, vários amigos indianos já haviam nos requisitado a criação de um pedacinho da Índia em nossa cidade”, conta. Segundo o proprietário, o público do restaurante é bem variado, há frequentadores da comunidade indiana, muitos estrangeiros e brasileiros curiosos com os sabores marcantes da culinária. No menu do Maharaj podemos observar a diversidade de ingredientes usados no pratos. Uma característica forte é a mistura de cores e texturas. Leonardo conta quais são os pratos mais pedidos da casa. “Os pratos de cordeiro e de camarões são os destaques. Principalmente a sugestão do chef Tadka Jhinga Masala! Mas nos últimos anos temos percebido um grande aumento na procura por nossos pratos vegetarianos também”.
Molho • 04 colheres de iogurte natural; • 04 colheres de leite de coco; • 01 colher de açafrão; • 01 colher de açúcar; • sal a gosto. Prato • 06 camarões VG; • 01 colher de óleo; • 01 colher de vinagre; • 02 colheres de iogurte natural;
A proposta do espaço é também difundir a cultura indiana no estado de Minas Gerais.
Chef’s
Desde 2010, a cozinha é chefiada pelo indiano Virendra Singh, que nasceu no vilarejo de Jagdhar, em Tehri Garhwal, e já passou por casas de renome na Índia, o que lhe rendeu alguns prêmios. Recentemente,
Tadka Jhinga Masala Ingredientes
o Maharaj trouxe também para o cargo de sous chef Sunil Bhandari, nascido na vila Chhadiyara, em Uttrakhand, com especialidade na culinária de Punjab, Awadhi e Mughlai. Já passou por diversos restaurantes em Nova Déli e Gurgaon, como o cinco estrelas Ashok Hotel, além de experiências internacionais. n
• 10g de arroz basmati; • 01 colher de masala; • sal, colorau e manteiga a gosto.
Modo de preparo Molho Misture todos os ingredientes do molho em um recipiente e deixe cozinhar durante cinco a seis minutos. Prato Asse os camarões por aproximadamente 2 minutos
no forno, misture óleo, vinagre, iogurte natural e tempere com as especiarias indianas. Refogue o arroz basmati com a masala, o colorau, a manteiga e o sal. Cozinhe até ficar no ponto. Rua Paraíba, 523, Funcionários – BH / MG Telefone: 31 3055.3836 Site: www.maharaj.com.br Consulado A.H. da Índia de Minas Gerais
Foto: Washington Alves
Com sabores marcantes, muitos temperos e cores fortes, a gastronomia indiana encanta. Se não encanta, pelo menos desperta uma grande curiosidade de provar as especiarias de um país tão distante e cheio de misticismo. O Centro Cultural e Gastronômico Maharaj abriu suas portas em dezembro de 2007. Neste ano completa sete anos em Belo Horizonte, e segundo o proprietário a cada dia o público que frequenta o local vem aumentando. “Os mineiros gostam de conhecer novos sabores e apreciam muito a gastronomia com personalidade e autenticidade. Nosso movimento cresce a cada ano e estamos muito felizes com o crescimento da nossa clientela cada vez mais fiel ao nosso tempero”, declara Leonardo Ananda, proprietário da casa. A proposta do espaço além da rica gastronomia é também difundir a cultura indiana no estado de Minas Gerais. No restaurante sempre há eventos que valorizam a cultura do país, como apresentações de músicas, danças típicas, eventos empresariais e importantes reuniões de negócios com a Índia acontecem com frequência no Maharaj. O proprietário conta como surgiu a ideia de investir em um restaurante indiano. “Trabalhamos com a Índia há muitos anos, eu dirigindo a Câmara de Comércio Índia Brasil e meu pai, Elson de Barros Gomes Jr., como Cônsul da Índia em Minas Gerais. Somos apaixonados pela cultura indiana e tínhamos
Foto: Thyago Rodrigues
A decoração do restaurante remete ao cliente uma viagem pela Índia.
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negócio
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Ideias compartilhadas Expediente | Novas formas de trabalho ganham cada vez mais adeptos
Paul Leite é proprietário da Desk Coworking desde 2012.
Fotos: Cinthya Pernes
Talvez poucas pessoas saibam ainda o que é um coworking, mas a ideia já vem se espalhando por Belo Horizonte há uns quatro anos e a nova forma de trabalhar vem ganhando cada vez mais adeptos. Com a chegada da internet e as diversas redes sociais, hoje você não precisa mais estar trancafiado entre quatro paredes para exercer as demandas de um emprego. Conectado a um computador, qualquer pessoa consegue desenvolver diversos serviços, até mesmo de casa. Foi assim que surgiu o termo home office. Muitas pessoas compraram a ideia dos diversos benefícios de trabalhar em casa. Porém, ter horários mais flexíveis e a mordomia do lar como escritório não é tão fácil como aparenta ser na teoria. Precisa-se muita disciplina e dedicação para cumprir prazos, por isso, muitas pessoas não conseguem se organizar e fazer o trabalho render em casa. Devido a esta realidade, surgem os coworking, que é um novo modelo de trabalho que se baseia no compartilhamento de espaço e recursos de um escritório, reunindo pessoas que trabalham em diversas áreas. Os irmãos Bruno e Lucas Durães, junto com a mãe Liliane, fundaram a Guajajaras Coworking há um ano. Resolveram investir nesse ramo de negócio devido ao grande espaço que tinham disponível e de que ninguém fazia uso. No local antes funcionava o escritório de advocacia de Bruno, mas ele utilizava uma pequena parte dos mais de 100 m² disponíveis. Foi o irmão Lucas que chegou de Milão com a ideia de investir em uma plataforma de trabalho colaborativa. Os irmãos hoje pensam em ampliar os negócios e alugar o espaço também para cursos. “Foram feitas diversas adequações estruturais, planejamos o ambiente para atender vários tipos de perfis e público. Montamos uma sala de reunião, que muitos colaboradores têm a necessidade de marcar reuniões com os seus clientes. Oferecemos espaço para cursos, não foi algo planejado, mas começaram a surgir clientes com esse tipo de demanda”, conta Bruno. Segundo o proprietário da Guajajaras há diversos benefícios para quem decide compartilhar o espaço de trabalho com outras empresas e profissionais. “Há muito benefícios em trabalhar em um coworking, além dos baixos custos com o aluguel e a estrutura de trabalho. Aqui é um lugar que você vive em um constante networking, você pode gerar demandas para outros colaboradores. Você pode utilizar de um serviço de uma pessoa que esteja trabalhando do seu lado na mesa. Além de produzir mais, tem muita gente que produz muito no home office, mas tem gente que não consegue produzir em casa”, declara. O jornalista Fábio Gomides trabalhava em home office, mas se cansou da rotina de trabalhar em casa e descobriu que um coworking atendia as suas necessidades. “Na verdade eu descobri essa plataforma de trabalho em pesquisas na internet. Foi um casamento para mim, pois eu já estava buscando um espaço assim. Trabalhei muito tempo dentro de empresa, já trabalhei dois anos em casa e já estava querendo sair de casa. Escolhi um coworking pelo custo-benefício e pelas oportunidades. É um conjunto do que eu procurava” A Desk Coworking surgiu em 2012, devido ao fato de os proprietários precisarem de um espaço físico para trabalhar. O proprietário Paul Leite relata mais alguns benefícios de contratar essas estações de trabalho. “Basicamente, os escritórios compartilhados oferecem uma infraestrutura completa para que os clientes se preocupem apenas em desempenhar as tarefas inerentes ao seu trabalho, dando foco exclusivo, sem se preocupar com funcionamento de internet, atendimento telefônico, manutenção e limpeza do escritório, funcionários, entre outros recursos que numa estrutura própria o cliente deveria se preocupar”. Leandro Ramos, 29, jornalista, trabalha para uma organização internacional que possui base em Nova Iorque e com a equipe espalhada pelo mundo todo. Ele conta por que trocou o conforto de trabalhar no lar pelo ambiente colaborativo. “Trabalhava em casa e comecei a não dar conta de trabalhar, em casa precisa de muita disciplina. Comecei a procurar lugares onde eu pudesse me instalar. Não foi só para sair de casa, mas para ter contato com outras pessoas. Tem um ano que eu trabalho em coworking e eu adoro, é uma experiência muito boa. Para mim essa experiência de vir para cá e conhecer pessoas é excelente”, admite Leandro. Fazer uma rede de contatos é o que também aponta Paul Leite como principal sucesso do modelo entre os mineiros. “A aceitação está excelente e cada vez mais os espaços de coworking ganham mais adeptos, principalmente pela possibilidade de geração de negócios com uma pessoa que possa estar exatamente ao seu lado e ser de uma área totalmente diferente da sua”. n
O jornalista Fábio Gomides trabalhava em home Office, mas se cansou da rotina de trabalhar em casa
Os irmãos Bruno e Lucas Durães fundaram a Guajajaras Coworking há um ano.
Fazer uma rede de contatos é o principal benefício apontado por quem trabalha em espaços colaborativos.
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moda |
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Isadora vargas
Make me UP! Maquiagem | técnicas e produtos indispensáveis para mulheres de hoje
A maquiagem, que para muitos não passa de um cosmético de embelezamento e disfarce, para outros é um item milagroso, indispensável até para manter o bom humor. Não há mulher no mundo que não goste de se sentir bem e, por consequência, não há mulher que não adore uma boa maquiagem. Se você achava que o tal do pó de arroz, que aparecia
nas novelas cuja história se passava no início do século passado, era coisa nova, está muito enganada! Para a surpresa da maioria das pessoas, a maquiagem vem de milhares de anos atrás. Os povos egípcios já conheciam batom, o pó branco (pó compacto), iluminador, maquiagem para reforçar os olhos e sobrancelhas (à base de chumbo e malaquita), o blush era feito a partir de
produtos vegetais, como as pétalas de rosas. Agora vamos deixar essa coisa pré-histórica de lado e analisar o que a tecnologia nos oferece, para desfrutarmos do melhor dela, aumentando a autoestima e tendo o mínimo de vaidade. Veja abaixo,uma seleção de maquiagem e dicas para se sentir uma nova mulher. n
2. Corretivo 1. Base
Faça o teste no pulso ou no maxilar, área que mais se aproxima do nosso tom de pele real ou área que te faz ter a noção do tom exato da base em relação à cor do pescoço, já que o ideal é igualar o tom dessas duas regiões.
Seu maior aliado! O verde esconde as cicatrizes avermelhadas e o amarelo os tons puxados pro roxo. Para as da mesma cor da pele, o corretivo habitual serve. Primeiro, aplique-o na área a ser corrigida (olherias, cicatrizes) depositando-o com um pincel fino. Espalhe com batidinhas da ponta dos dedos para uniformizar o tom e a textura do rosto.
4. Batom É um item clássico da necessaire feminina. A maioria das mulheres fica muito bem usando. O batom dá aquele poder à maquiagem, mesmo que você esteja usando só rímel. Para começar passe uma camada de corretivo nos lábios para nivelar a textura da boca e fazer o produto aderir melhor. Depois comece o contorno pelo arco do cupido fazendo um V com o lápis vermelho - é mais fácil do que começar pelas laterais.
5. Delineador
Tente manter as mãos o mais firmes possível e tenha a raiz dos cílios como referência – o delineador deve ficar rente a ela sempre. Faça um pedacinho do traço de cada vez, como se fosse um pontilhado, até criar uma linha inteira. Para puxar o olho do gatinho, você deve seguir a linha invisível onde termina a sobrancelha.
7. Cílios Nada de achar que nunca vai conseguir colocar cílios postiços. A aplicação é uma prática que exige treino, então não deixe para aprender apenas no dia em que está programada para usá-lo. Passe a cola nos cílios postiços e, com uma pinça, grude-os rente à raiz, começando de fora para dentro e finalize com um traço de delineador.
3. Máscara para cílios Duas boas camadas destacam e abrem o olhar, tirando o ar de cansaço e transmitindo uma aparência de bonequinha.
6. Lápis de olho
Deve-se usar sempre, em qualquer ocasião, um lápis à prova d´água, pois é o mais básico e indispensável. Alguns tipos prometem, inclusive, permanecerem intactos mesmo com o suor. Em dias mais quentes, em que se transpira mais, se for usar o lápis como delineador aplique também um primer para sombras nas pálpebras e um corretivo na região das olheiras.
8. Contorno
Afine o rosto contornando-o. Mas como fazer isso? É simples! O seu rosto deve ser colorido com um tom mais escuro que o da sua pele. Este truque cria um jogo de luz que logo se transforma em ilusão de ótica, alterando as proporções do seu rosto. O segredo é realçar as partes mais altas do rosto com corretivo do tom da sua pele ou um tom mais claro e as mais fundas com um corretivo ou base mais escura. Para que o resultado seja perfeito e natural você deve esfumar para que o contorno fique aparente, porém não marcado demais.
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cristina ho
| turismo
13 Foto: Arquivo pessoal
Lagos e vulcões Foto: arquivo pessoal
Chile | lindas paisagens são as protagonistas do espetáculo
O vulcão Osorno e o lago Llanquihue, o segundo maior do Chile.
Nossa viagem pelo Chile iniciada na edição anterior continua na Região dos Lagos. A porta de entrada é a pequena e charmosa cidade de Puerto Varas onde o rei da paisagem é um imponente vulcão chamado Osorno. Emoldurado pelo 2º maior lago do Chile, o Llanquihue, te impressionará pelo tamanho e pela beleza. Com uma área aproximada de 860 km², o lago oferece vistas espetaculares e em alguns pontos se parece com o mar.
Mesmo assim, quem vai tirar o seu fôlego e merecer inúmeros cliques fotográficos ainda será o genioso Osorno, pois frequentemente ele se esconde por detrás de nuvens e de grossas camadas de neblina testando a paciência dos turistas! Mas a espera é bem recompensada. Quase ao meio-dia, já com as neblinas dissipadas, o Osorno abre a cortina de nuvens e se mostra poderoso no alto de 2.652 metros. Considerado um dos vulcões mais ativos do sul do Chile, já registrou 11 erupções históricas, mas isso não chega a assustar os turistas, já que seu cume completamente branco de neve parece mais um sorvete gigantesco! Muitos dizem que ele é a cara do japonês Monte Fuji. Obviamente os chilenos discordam. Controvérsias à parte, o Osorno é um símbolo da região e a sua imagem é muito usada em campanhas
Cristina Ho também escreve no www.fasciniopelomundo.blogspot.com.br publicitárias. Veja se ele não é mesmo fotogênico! Além de emprestar sua beleza aos fotógrafos, o vulcão oferece diversas atrações para todas as idades e interesses: ski, snowboard, trekking, rafting, tirolesa, teleférico, mirante e visita guiada para descobrir a história e a geologia do vulcão. Ufa, depois de tanta atividade, você certamente vai querer desfrutar de um bom vinho acompanhado por um rico prato típico! Então aqui vai a minha sugestão: curanto, originalmente da ilha de Chiloé e tradicionalmente preparado na terra, dentro de um buraco. Só para dar água na boca é composto por uma variedade de mariscos: almejas, cholgas, navajuelas. Depois vem uma camada de carnes e embutidos. Outra camada de batatas, milcaos e chapalele. Finalmente coxa de frango e um pedaço de costelinha! Para acompanhar: um aromático vinho branco da vinícola de Santa Ema! n INFORME PUBLICITÁRIO
A ENDOSCOPIA NO COMBATE À OBESIDADE
Balão intragástrico é um importante método endoscópico usado para auxiliar a perda de peso. Ao contrário do que muitos imaginam o procedimento de endoscopia não se limita apenas a fornecer diagnóstico de gastrite ou de outros problemas gástricos. Existem vários procedimentos terapêuticos realizados por meio deste método. Entre eles, o Balão intragástrico é uma importante ferramenta para quem busca um auxílio para o emagrecimento, sem ter que submeter-se a cirurgia bariátrica ou ao uso de medicamentos inibidores de apetite. Aprovado pela ANVISA (Reg. Nº 80143600103) e indicado aos pacientes com índice de massa corporal (IMC) maior que 27, o balão intragástrico é inserido vazio no estômago por endoscopia e então preenchido com soro e corante azul (na quantidade de até 700 ml). O procedimento é realizado com a mesma sedação usada na endoscopia convencional e dura em média 20 minutos. Não é necessário corte ou internação e o paciente é liberado, em média, até uma hora após a colocação do balão. O médico endoscopista Bruno Queiroz Sander, explica que o balão intragástrico atua ocupando a área de reserva do estômago por sua ação mecânica, oferecendo uma sensação de saciedade precoce e isto induz o paciente a ingerir uma quantidade menor de alimento. Ele revela ainda, que o contato constante com a parede interna do estômago inibe a produção de grelina, um potente estimulante do apetite no cérebro que é secretada quando o estômago está vazio, reduzindo o apetite. O especialista ressalta que o período de permanência do balão intragástrico no estômago é de até seis meses e o mesmo é removido também por endoscopia.
DE MÉDICO A PACIENTE
Bruno Sander conta que perdeu 31 kg com a ajuda deste método e orienta que é fundamental a reeducação alimentar e a mudança do estilo de vida para o sucesso do tratamento e a manutenção do peso perdido. “Não existe nenhum método milagroso”, completa. O especialista alerta que, por ser um procedimento endoscópico, é recomendado que seja realizado por um médico devidamente capacitado em endoscopia. Para saber se o seu médico é especialista em endoscopia, verifique no site da SOBED (Sociedade Brasileira de Endoscopia) http://sobed.org.br/servicos/comunidade/busque-especialista-clinica/ ou junto ao CRM (Conselho Regional de Medicina). Acesse também o nosso site www.clinicasander.com.br para mais informações sobre este método endoscópico.
INFORMAÇÕES: Rua Alagoas, 601 – 2º andar – Funcionários – BH/MG Contatos: 31 3588.1155 | 3261.4515 | 8508.5000 | 9464.0909 www.clinicasander.com.br
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tecnologia
Google Glass Mais de dois anos após ser apresentado ao mundo, o Google Glass continua prometendo revolucionar a concepção de tecnologia. O equipamento ainda não foi disponibilizado no mercado brasileiro. Para especialistas do setor, consultados pelo Jornal UrBHano, a promessa pode ainda vir a ser um grande sucesso ou enorme fiasco. Com processo de desenvolvimento de aplicativos em andamento, os óculos são comercializados na versão Beta nos Estados Unidos e no último mês passou a ser vendido no Reino Unido. Segundo o jornal britânico The Guardian, o gadget custa mil libras (R$ 3,775 mil) e pode ser comprado por qualquer pessoa maior de 18 anos com endereço e cartão de crédito do Reino Unido. Nos dias 27 e 28 de junho, a empresa realizou um evento em Londres para que os consumidores testassem o Google Glass. Como o equipamento ainda não chegou em sua versão final, a companhia busca relatos de problemas e sugestões para que o produto seja melhorado. A intenção é que o Glass tenha o preço médio de um smartphone no futuro. No Brasil, o uso do eletrônico se limita aos profissionais que trabalham no desenvolvimento da plataforma. É o caso do desenvolvedor Ronaldo Gazel. Para o profissional, o aparelho, apesar de ainda estar em desenvolvimento, possui grande potencial no Brasil e no exterior. Ronaldo explica que a tecnologia não é tão inovadora, mas a forma de lidar sim. “A tecnologia utilizada nele,já é usada em aparelhos celulares. Mas o Google Glass
permite trabalhar a realidade aumentada de uma maneira diferente. A realidade aumentada é operada da seguinte forma: você utiliza a câmera do dispositivo como um outro olho, que reconhece padrões visuais e projeta uma nova camada de informações. Pode ser plano, tridimensional ou um áudio. Uma variedade de coisas”, explica o especialista. Para Ronaldo, o Google Glass ainda receberá maior impluso comercial por seguir a tendência mundial de “tecnologia vestível”, como a de relógios inteligentes. O conselheiro do MGTI e vice-presidente de inteligência digital da Sucesu Minas, Reinaldo Heleno, concorda com o potencial do equipamento, mas teme que o aparelho seja um grande fiasco. “Sem dúvida, é um equipamento que possibilita revolucionar inclusive a Medicina, apresentando diversas possibilidades à área. Mas ainda não pegou. Muitas pessoas no exterior estão associando o equipamento a “nerds” e alguns estabelecimentos dos Estados Unidos proíbem a entrada de pessoas que usem os óculos. Porque as pessoas, de forma geral, não conhecem os limites do aparelho. Por isso, proíbem o equipamento, como uma forma de preservar a privacidade”, explica o especialista. Para Reinaldo a discussão dos prós e contras ainda está muito latente nos EUA. “O jeito é aguardar e ver como será a adesão mundial nos próximos meses”, finaliza o conselheiro. n
Foto: Cinthya Pernes
Inovação | Ainda na versão Beta, óculos futurísticos da Google já causam controvérsia Para o desenvolvedor Ronaldo Gazel o aparelho consolida a tendência da “tecnologia vestível”.
Confira algumas das possibilidades proporcionadas pelos óculos
Ajuda para deficientes auditivos
Estudantes da Universidade da Geórgia, nos Estados Unidos, criaram um aplicativo que faz leitura labial, transformando a fala em legendas que podem ser lidas nas lentes. O app pode ser de grande utilidade para deficientes auditivos ou em lugares barulhentos onde fica difícil ouvir o que o interlocutor está dizendo. O mesmo grupo de estudantes está trabalhando em outro aplicativo capaz de traduzir línguas em tempo real.
Saídas de emergência
Por meio do Google Glass, serviços de emergência como o Corpo de Bombeiros poderão acessar informações úteis durante um resgate, por exemplo, plantas de prédios em chamas e suas saídas de
emergência. A empresa Mutualink ainda está testando um aplicativo permite paramédicos visualizarem o histórico de saúde de um paciente logo ao chegar à cena de um acidente. A polícia também poderá usar os óculos para ver imagens captadas por câmeras de segurança ou filmar brigas.
Facilitando o entendimento de obras de arte, o app de realidade aumentada GuidiGo traz explicações em tempo real para as lentes sobre quadros, esculturas e monumentos. A tecnologia permite inclusive assistir a vídeos, ouvir comentários de áudio e até fazer um zoom na tela.
Correndo atrás de você mesmo
A primeira impres- Fite as estrelas Star Chart, um app desenvolvido são é a que fica por uma empresa britânica com ape-
Uma inovação durante a atividade física é o app Race Yourself. O aplicativo permite que você “corra atrás de você mesmo” por meio de um avatar em 3D que reproduz a velocidade da sua última corrida. É possível também tentar ultrapassar amigos ou, até mesmo, zumbis.
Melhore sua experiência com arte
A empresa Refresh afirma poder fornecer um “dossiê instantâneo” sobre alguém que você está prestes a conhecer. O aplicativo reúne dados de diferentes fontes da internet, incluindo redes sociais como Facebook, Twitter e LinkedIn, e fornece ao usuário dos óculos uma ficha completa da pessoa – incluindo currículo escolar, filmes favoritos ou fotos das férias.
Finja que você domina várias línguas
A Word Lens, recentemente adquirida pelo Google, traduz instantaneamente para o inglês textos impressos em placas em outras línguas.
nas quatro funcionários é a uma das últimas adições à loja oficial do Google Glass. A ferramenta usa GPS, além do compasso dos óculos, giroscópio, acelerômetro e ferramentas de ativação de voz para exibir em tempo real um mapa das constelações, estrelas e planetas. A tecnologia pode até conversar diretamente com o usuário e explicar os mistérios do cosmos. Informações obtidas através da BBC
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ESPORTE
15 Foto: Arquivo pessoal
A caminho do tetra Foto: divulgação
Brasileirão | cruzeiro está no rumo para se tornar campeão brasileiro
Paulo Azeredo também é jornalista da 98 FM e TV Horizonte
O Cruzeiro segue voando e sobrando no Campeonato Brasileiro 2014. O time comandado pelo técnico Marcelo Oliveira já começa a abrir vantagem em relação aos concorrentes e dá indícios que pode deslanchar na competição, assim como foi na campanha do tricampeonato no ano passado. Particularmente, não acredito que este ano o Cruzeiro consiga abrir uma vantagem tão grande
como foi na última temporada, porém tenho absoluta convicção de que a equipe celeste brigará até o final na cabeça do Brasileirão. O time do Cruzeiro além de estar vencendo a maioria das partidas, penso que tem um grande diferencial em relação aos demais concorrentes: manteve a base campeã e ainda se reforçou. Isso em um campeonato de pontos corridos pode fazer
muita diferença, uma vez que a disputa é de regularidade e é mais do que necessário ter pelo menos 20 jogadores de mesmo nível ou próximo disso no elenco. Daqui para frente o técnico Marcelo Oliveira e seus comandados precisam manter o foco e, principalmente, a humildade. Acredito que quando um grupo está em grande fase o mais complicado é administrar a disputa por posições e o ego dos jogadores. Todos que estão no grupo devem ter a consciência de que o interesse coletivo está muito acima dos interesses individuais e que se o clube for novamente campeão, todos farão parte desta conquista. Portanto, concentração, humildade, trabalho e fé. Eis a receita do sucesso para o Cruzeiro e todos nós em nossos projetos. A conquista do tetra segue bem encaminhada. Mas é preciso caminhar. E muito... n
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crônica |
maurilo andreas
Bichos
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Foto: arquivo pessoal
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O Amor é um passarinho que canta baixinho e lindo, que pousa na mão da gente, mas que no primeiro gesto brusco voa e deixa no lugar o ovo gigante de um outro bicho chamado Tristeza. O amor quando chega é de um amarelo bem claro, mas muda sempre de cor. O Cansaço é um vírus que pesa como um elefante, mas que se move sem som pelo ar e cabe dentro da gente, às vezes nas pernas, às vezes nas costas, às vezes em cada fibra. Se o cansaço tiver uma cor, é cinza escuro. A Tristeza é um tipo de sanguessuga, que esvazia a gente e que engole horizontes. Muda de tamanho e se encolhe e mesmo que pareça ter ido embora, sempre pode voltar de repente. Tem a cor do vazio. A Palavra é um bichinho que se deve guardar muito bem, porque quando escapa se metamorfoseia e chega diferente no outro. Palavra quando sai e volta, sempre retorna outra. Sua cor são todas. O Futuro é um bicho que jamais existe e que a gente insiste em tentar enxergar
Maurilo Andreas é mineiro de Ipatinga, publicitário de formação e escritor por paixão. Casado com Fernanda e pai de Sophia, é autor de seis livros infantis e foi um dos homenageados na I Feira Literária de Passos. Seu texto “Sebastião e Danilo” foi escolhido pela revista
Nova Escola para uma edição especial e vários outros fazem parte de livros didáticos e paradidáticos de diversas editoras.
e se convencer de que vai ser diferente. O grande segredo do Futuro é fazer parecer que está lá quando na verdade ele já passou. A cor do Futuro é aquela que a gente nunca vai encontrar. n