Urbhano Belvedere nº 32

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1º a 30 . setembro de 2014 . ANO II . Número 32 . Distribuição gratuita

URBHANO

On-line: www.urbhano.com.br

BELVEDERE

Foto: Shutterstock

tudo que inteRessa no seu bairro está aqui

Vida longa ao Golfe De volta às olimpíadas depois de 108 anos, o Golfe começa a ser difundido no Brasil

local

O tempo seco e a baixa umidade do ar têm causado queimadas em todo o estado. A maior causa ainda é o fator humano pág. 4

casa A mostra Morar Mais Por Menos cria ação em parceria com o urbhano para ajudar projetos da Igreja Nossa Senhora Rainha pág. 5

Foto: Tomas Rangel

A polêmica exigência da padronização de calçadas está causando diversos transtornos aos moradores do Belvedere pág. 3

cidade

entrevista com

miriam leitão A conceituada jornalista e economista fala, em entrevista exclusiva, sobre a sua paixão: a literatura pág. 10

gastronomia O Beer Chef Brasil é o primeiro circuito gastronômico dedicado exclusivamente à harmonização com cervejas especiais brasileiras pág. 13

anuncie no único canal direto com o belvedere. 31 2516.1801 comercial@urbhano.com.br


opinião frasesURBHANAS

Foto: divulgação

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URBHANO BELVEDERE Belo Horizonte, 1º a 30 de setembro de 2014

Coração já tomado de saudade. A atriz Guta Stresser, que vive a personagem Bebel em “A Grande Família”, desabafou sobre o fim do programa.

Marina Rossi (*)

O cinema do século XXI Até bem pouco tempo, ninguém imaginava encontrar mães com bebês de colo nas salas de cinema, muito menos, pessoas de mais idade que fossem às sessões para depois tomar chá com os amigos. Essas são apenas algumas das reinvenções da sétima arte, que hoje são possíveis graças a projetos sociais que enxergaram um público que gosta da telona, mas que precisava de uma atenção especial. E foi com esse olhar que todo o universo cinematográfico se modificou com o passar dos anos. Quem vai ao cinema no século XXI pode até assistir a uma partida de futebol como se estivesse num estádio, com narração exclusiva para os cinéfilos. Aqueles que gostam de todo o tipo de arte conseguem aproveitar um show de stand up comedy e assistir a um filme no mesmo local com os combos de diversão que foram criados. Além disso, os pais que querem fazer um aniversário diferente para o filho e sair da tradicional festa em casa ou num salão podem ter uma sala só para a comemoração com as crianças. A revolução do cinema flexibilizou toda a programação das redes. As salas viraram locais de conferências, palestras, treinamentos, entre outras atividades comerciais. O cardápio, que antes era só pipoca, passou a ter atendimento VIP, com serviço à poltrona, menu preparado por chefs de cozinha, mix de produtos diferenciados, como sanduíches, saladas e doces. Todas as mudanças, desde o surgimento do cinema em 1895, acompanharam a evolução tecnológica do mundo. As imagens ganharam sons, o P&B ganhou cores e as salas foram transformadas para dar conforto aos amantes da sétima arte. Cada vez mais, a preocupação com a comodidade aumentava. As cadeiras viraram poltronas acolchoadas e reclináveis. Hoje, no século XXI, o cinema tem significados variados para a sociedade. São momentos mágicos de lazer, que levam as pessoas do mundo inteiro para onde elas nunca imaginaram estar. Transporta as crianças para um universo grandioso que nem os pensamentos mais criativos chegaram a desenhar. As sessões na telona fazem rir e chorar, contam histórias reais que emocionam e exibem cenas que parecem impossíveis e surreais, de um futuro que soa distante, mas que pode nem estar tão longe assim. Marina Rossi Gerente de Marketing da Rede Cineart

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Foto: divulgação/O Globo

Quem cuida do casamento é o Thiaguinho, a Fernanda está cuidando da obra da casa. Cantora Preta Gil, amiga do casal, durante entrevista ao “Encontro com Fátima Bernardes”.

A decisão tem uma importância histórica. Não se limita ao fato ocorrido. O prejuízo causado à imagem do clube é irreparável e deve ter sentido pedagógico e não ultrapassar limites. Fábio Koff, presidente do grêmio, após o time ser excluido da Copa do Brasil por racismo

“Minha vingança foi sobreviver e vencer. Por meus filhos e netos, ainda aguardo um pedido de desculpas das Forças Armadas”. Mirian Leitão, entrevistada desta edição do URBHANO, em depoimento a Luiz Cláudio Cunha, sobre a tortura que sofreu durante a ditadura militar. errata Na última edição do UrBHano Belvedere, Número 31, de Agosto de 2014, na matéria intitulada “Segurança no trânsito”, erramos em não informar a participação da Associação dos Moradores do Bairro Belvedere (AMBB) na conquista da obra de readequação do cruzamento das Ruas Jornalista Djalma Andrade e Rua Fasto Nunes Viera. Registramos que referida associação, por meio de seu presidente Ricardo Jeha, empreendeu inúmeros esforços para solucionar o problema, tendo contribuído de maneira significativa para viabilizar o resultado final. Jornal URBHANO nas redes sociais

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URBHANO BELVEDERE é uma publicação da Editora URBHANA Ltda. CNPJ 17.403.672/0001-40 Insc. Municipal 474573/001-1 Impressão: GP Gráfica Tiragem Belvedere e Mangabeiras/Sion: 15.000 unid. Distribuição gratuita - mensal

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Fotos | Cinthya Pernes Revisão | Pi Laboratório Editorial Jornalista | Renata Diniz


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local

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Mudança polêmica Fotos: Cinthya Pernes

Padronização | Projeto da pbh gera diversos transtornos aos moradores do Belvedere

A PBH exige diversos padrões a serem seguidos pelos moradores, como material, largura e arborização

O Código de Posturas de Belo Horizonte, lei 8.616, impõe a padronização das calçadas da capital como medida para melhorar a acessibilidade universal da cidade. A mudança já vem ocorrendo em diversos bairros da zona sul, e as principais avenidas dessas regiões possuem padrões específicos, como, por exemplo, as avenidas Bandeirantes, Francisco Deslandes, Prudente de Morais, Nossa Senhora do Carmo e José do Patrocínio Pontes. Mas a exigência tem gerado transtornos para os moradores do bairro Belvedere, que começaram a ser notificados para realizarem a readequação. O grande problema é que os proprietários dos imóveis são os responsáveis pela implantação do novo padrão e do consequente custeio da obra. Outra reclamação recorrente é o prazo de 30 dias para a conclusão da obra, contados a partir do recebimento da notificação. Além disso, o proprietário precisa atender diversas exigências, como desenho, largura do passeio, tipo de jardim, etc. A Prefeitura de Belo Horizonte também delimita o tipo de ladrilho a ser usado, o qual, segundo os moradores, é de péssima qualidade. A reportagem do jornal UrBHano esteve em uma obra na Avenida Celso Porfírio Machado e notou diversas rachaduras no piso recém-colocado. O presidente da Associação de Moradores do Bairro Belvedere, Ricardo Jeha, explica o porquê da resistência à mudança. “O grande problema é que muitos não concordam com a notificação abrupta, à revelia do morador, fixando prazos e multas e omitindo informações importantes sobre questões técnicas, como a compatibilização das calçadas com o piso interno das garagens e jardins (o que viria a onerar demasiadamente a obra), deixando o morador inteiramente desorientado, não sabendo a quem recorrer”, aponta. Moradora há 11 anos da Avenida Celso Porfírio Machado, Diva Barros conta que recebeu duas notificações para a mudança de sua calçada, seguida de uma multa no valor de 800 reais. Mesmo não concordando com a medida adotada pela Prefeitura, Diva resolveu realizar

a obra. “Recebemos duas notificações para mudarmos a nossa calçada, com ameaça de multas. Tínhamos a opção de recorrer, mas entrar com um recurso, contratar um advogado, é um processo muito trabalhoso e demorado. Acho essa obrigação um absurdo, pois se compararmos com o resto da cidade, muitos lugares não têm nem a largura de passeio adequado para um cego passar. Agora temos que fazer essa confusão toda, meu passeio estava em boas condições. Eles deviam apenas fazer uma avaliação dos passeios e exigir a guia de cego”. O passeio custará 8 mil reais, e apesar de ainda não ter sido concluído, já apresenta diversas rachaduras. A moradora também questiona a qualidade dos materiais exigidos. “Há passeios muito resistentes e estão mandando quebrar tudo, o material exigido é de péssima qualidade. O meu passeio daqui a alguns dias estará todo quebrado, e serão os moradores novamente responsáveis por essa despesa? Se você vir a quantidade de material que já tivemos que trocar... Toda hora um azulejo trinca e temos que trocar. Minha calçada tinha uma base de concreto e tivemos que tirar. Era pedra portuguesa, iguais aos dos prédios que não precisarão fazer a mudança”, reclama a moradora. O presidente da AMBB, Ricardo Jeha, realizou uma reunião com os moradores do Belvedere no início de agosto, para debater o assunto e buscar soluções. A reunião contou com a presença do vereador Marcelo Aro, que também é morador do bairro. Após ouvir as reclamações dos moradores, o parlamentar produziu e protocolou ofício na Prefeitura, exigindo que o órgão municipal concedesse um prazo de 180 dias para todos os moradores do bairro, a fim de que cada situação fosse analisada conforme sua particularidade, possibilitando aos proprietários tempo hábil para promover as modificações. O vereador também requereu que a Prefeitura realizasse uma campanha prévia, explicando a necessidade de alteração aos moradores e possibilitando o diálogo. Além disso, solicitou que fossem enviados fiscais com

conhecimento técnico para avaliar a situação de cada imóvel e capacidade para explicar e avaliar a efetiva necessidade de alterações. Por fim, pediu a alteração dos materiais exigidos por outros com comprovada disponibilidade no mercado e a indicação do nome de pelo menos cinco empresas que trabalham com as marcas. “O morador precisa de mais tempo para executar uma obra deste porte, a PBH precisa conversar e explicar melhor os detalhes da padronização. Além disso, se a Prefeitura pretende impor os materiais a serem utilizados, precisa se certificar da qualidade, durabilidade e disponibilidade dos mesmos”, afirmou o vereador. Ricardo Jeha também arregaçou as mangas e foi à luta pelo direito dos moradores. “A AMBB entrou com um Recurso Administrativo na Regional Centro-Sul da Prefeitura de Belo Horizonte, via Cartório de Títulos e Documentos, no qual solicitamos a imediata paralisação da ação fiscal e que, também, não sejam emitidas novas notificações até que haja uma solução baseada nas ponderações e questionamentos de ordem jurídica, fiscal e técnica, já entregues pela Associação à Prefeitura e discutidas na audiência. Também solicitamos que a readequação dos passeios seja discutida caso a caso e pessoalmente com cada um dos moradores já notificados”. O pedreiro Emerson Caetano Horta, que trabalha no ramo da construção civil e de acabamentos há 15 anos, está terminado uma calçada no Belvedere e conta que somente sua mão de obra ficou em 10 mil reais. “Já fiz muita calçada na minha vida, mas nunca vi um material tão ruim para se trabalhar, ele quebra quando ainda estamos colocando. É uma obra cara para utilizar um material de péssima qualidade como esse. Só o meu trabalho ficou em 10 mil reais, o custo final ficou em torno de 20 mil reais”, relata. Agora os moradores aguardam uma resposta da Prefeitura para que possam seguir cumprindo a lei, providenciando a readequação das calçadas, tudo dentro de um prazo razoável. n

Os moradores são os responsáveis por arcar com os custos da padronização, algumas obras chegam a custar até 20 mil reais


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cidade

Fumaça no ar Fotos: divulgação/IEFA

alerta | este ano, mais de 930 ha de área verde já foram consumidos por queimadas em minas

Baixa umidade intensifica queimadas florestais na região metropolitana de BH

De janeiro a agosto de 2014, mais de 932 hectares de vegetação já foram destruídos pelas chamas no estado

Medidas de prevenção • Evitar a queima de lixo nos quintais; • Não acender fogueiras e velas em locais próximos a áreas vegetadas; • Não descartar pontas de cigarros acesas; • Monitorar as brincadeiras de crianças; Informações da Fundação de Parques Municipais

Com os índices de umidade relativa do ar em torno de 20% no início de setembro, Belo Horizonte permanece em alerta devido ao risco de queimadas. No último mês o aviso foi feito pela Coordenadoria Municipal de Defesa Civil. A atenção é voltada para o tempo seco, devido à contribuição do fator para o aumento de queimadas. De acordo com dados da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMAD), neste ano já foram destruídos 932,51 hectares de vegetação dentro de unidades de conservação do estado. As estatísticas mostram um aumento de 33,4% em relação à média histórica anual desde 2009. Segundo a SEMAD, nos últimos oito meses foram registrados 3.488 focos de calor, representando potenciais incêndios. Número superior aos dados computados no ano passado. Diferentemente de 2013, outros elementos agravam as chances de ocorrência de incêndios florestais. A presença do fenômeno meteorológico El Niño, aliado ao grande período de estiagem, coloca especialistas e a brigada do corpo de bombeiros em sinal de alerta. O El Niño mantém a umidade relativa do ar abaixo dos 30%, complicando muito episódios de incêndios. Porém, grande parte dos focos de incêndio é proveniente de ações humanas, seja por descuido ou de forma intencional. Outro obstáculo durante o combate às chamas é a extensão das unidades de conservação. Por isso, apesar de todo o aparato de helicópteros e brigadistas no combate e de funcionários para controle, o principal meio de profilaxia é a conscientização da população. Sanando a demanda, a Fundação de Parques Municipais

(FPM) promove ações de educação ambiental e conscientização da população. Além disso, o órgão realiza diariamente o monitoramento por câmeras instaladas em pontos estratégicos na Serra do Curral. E conta com um sistema de aspersão de água no topo da serra. Apesar dos cuidados, o número de casos de janeiro até a primeira quinzena de agosto deste ano já supera o registrado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) em relação ao mesmo período do ano passado. Até o momento foram 2.327 ocorrências contra 2.056 no ano de 2013. A SEMAD também registrou crescimento de 27% dos casos nos sete primeiros meses do ano, na comparação com o mesmo período do ano passado. Sendo registrados 2.106 focos contra 1.657, no ano anterior. Para o combate aos incêndios, a Fundação de Parques Municipais conta com uma Brigada voluntária no Parque das Mangabeiras, treinada em técnicas de combate. O chefe do Departamento de Parques da Fundação de Parques Municipais, André Funghi, lembra que o período crítico da estiagem ainda está longe de acabar. Com início em junho, o período continua até outubro, época na qual a vegetação está seca e existe ocorrência de ventos fortes. “É de extrema importância que os cidadãos entendam os danos causados pelos incêndios florestais, não somente aqueles que afetam diretamente as pessoas, mas também aqueles que destroem a natureza e toda a vida que ali contém”, enfatiza Funghi. Ainda segundo o chefe do departamento, só com o apoio da população as queimadas poderão ser minimizadas. n


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casa

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Boas ideias e boas ações Piscina, dos profissionais Clarissa Roscoe Betônico e Lucas Cotta Dinardi

Espaço íntimo da piscina, das profissionais Cláudia Martins, Camila Fidelis e Vanessa Barbosa

Quarto da filha, da profissional Analu Guimarães

Estar íntimo do apreciador de vinhos, da profissional Rosane Guedes

O Morar Mais Por Menos vai muito além de uma simples mostra de decoração, o conceito não é apenas uma apresentação de belos e modernos ambientes. A ideia embutida no evento é a criatividade, e é esse o grande desafio dos diversos profissionais participantes da exposição. Outra vertente é a bandeira da sustentabilidade, e em diversos projetos encontramos luminárias, adornos e revestimentos feitos com materiais recicláveis. O ambiente Estar íntimo do apreciador de vinhos, da designer de interiores Rosane Guedes, é um dos espaços onde podemos observar diversas ideias inusitadas e que podem ser reproduzidas facilmente em casa. “Muitas pessoas adoram guardar rolhas de vinhos e espumantes que foram consumidos para utilizarem na decoração. Daí surgiu a ideia de utilizar as rolhas de espumante no pendente que ficou muito charmoso e original. Criei um lugar de destaque no painel para guardar rolhas, com um recorte a laser em formato de taça que gerou um efeito interessante no painel. As caixas de vinho foram utilizadas no tampo da mesa e nos nichos do móvel embutido. Os pés da mesa de centro são de garrafas de vinhos em diferentes tamanhos, gerando um movimento”, detalha. Segundo a profissional, os ambientes também desafiam o visitante. “A mostra a cada ano propõe esse desafio aos profissionais e acaba gerando um desafio equivalente aos visitantes, que deixam a imaginação correr solta com cada detalhe visto nos ambientes. Muitos saem da mostra pensando em como poderiam reproduzir algo parecido em suas

casas, reaproveitando algo que está por ser simplesmente descartado”. Já as designers de interiores Cláudia Martins, Camila Fidelis e Vanessa Barbosa são as responsáveis pelo Espaço íntimo da piscina, e utilizaram diversos materiais fáceis de serem encontrados, como cordas, fibra de coco e papelão. “Usamos a corda de sisal para revestir o balcão do espaço gourmet, a aplicação de spray dourado trouxe nobreza para o material. O lustre, feito com vasos de fibra de coco, ganhou um toque de requinte, com o uso de pedras de acrílico, que remetem aos cristais dos lustres luxuosos. Restos de papelão, em formato circular, foram colados com inspiração nas escamas do peixe Pirarucu, para compor o painel da TV”, contam. A mostra, que fica no Belvedere até o dia 05 de outubro, está promovendo também uma ação social para ajudar as obras da Paróquia Nossa Senhora Rainha. Josette Davis, coordenadora geral, conta como idealizou a ação de ajudar a Paróquia do bairro. “Já frequentei muito a igreja, e conheço as obras sociais que eles realizam de perto, sei da sua importância, pois ajudam diversas pessoas. Como a Morar Mais acontece esse ano no Belvedere, em uma casa projetada por Fernando Graça, pensei em uma ação que pudesse ajudar a paróquia”. A coordenadora relata como os visitantes do evento podem ajudar e ainda ganhar desconto no ingresso. “Qualquer pessoa que for até a mostra e levar um quilo de alimento não perecível, brinquedo ou roupas, pagará o mesmo valor cobrado para profissionais, 30 reais”. n

Participe! Para ter desconto no ingresso para visitar a mostra Morar Mais Por Menos e ainda ajudar aos projetos realizados pela Paróquia Nossa Senhora Rainha, basta levar qualquer brinquedo, roupas ou alimento não perecível. O ingresso sairá o mesmo preço cobrado para profissionais da área, no valor de 30 reais.

Local Av. Celso Porfírio Machado, 1481 Belvedere, Belo Horizonte – MG Horário de funcionamento 4ª a 6ª, das 16h às 22h Sábados, das 13h às 22h Domingos e feriados, das 13h às 19h

Foto: Cinthya Pernes

Morar Mais por Menos | Visite a mostra e ajude os projetos da Igreja Nossa Senhora Rainha


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lazer

Linha na água

Natureza | Empresários dão corpo ao grande número de adeptos da pesca esportiva na capital Sossego é a sensação mais almejada, apontada com grande frequência por quem vive no corre-corre das grandes cidades. Mesmo com o trânsito caótico e compromissos acumulados na agenda, muitos empresários e renomados profissionais da capital vêm encontrando na pesca esportiva uma válvula de escape para a exaustão do dia a dia. Por se constituir em uma ação promotora de prazer e sem fins comerciais, a atividade é classificada como esporte. Para quem já se mostrou apaixonado pelo exercício, a nomenclatura pouco importa, o que ganha destaque para os mais aficionados é aonde será a próxima pesca. Conhecida ainda como pesca recreativa, o hobby não só mantém o tradicionalismo de antigos pescadores, como ainda conquista uma geração de jovens. É o que testemunha o advogado Paulo Sérgio, 84, após inúmeras viagens com amigos e filho para pescar, hoje ele conta que já faz planos com os netos. “Minha próxima viagem será com meu neto. Uma preocupação que temos, quando viajo com amigos, é não trazer os peixes que pescamos. É assim que podemos contar que haverá sempre peixes para nossos netos pescarem”, opina o advogado. Ainda segundo o profissional, as viagens possuem caráter impar quando se trata de bem estar. “Quando volto, sou outra pessoa. O estresse fica todo pra trás”. Opinião compartilhada pelos mais de cem componentes do grupo de pesca do Monjolo, de exatamente 108 pescaDurante expedição, Carlos dores, que possui sede Pirarara ostenta o grande no condomínio Monjolo, Pirarara pescado no Rio no bairro Floresta, em Araguaia em Tocantins Belo Horizonte. Nascido a partir da organização de cinco amigos e moradores do condomínio, o grupo inicialmente pretendia organizar uma excursão de pesca pelo Brasil. A ideia deu tão certo que as viagens para a prática são realizadas há 20 anos durante o feriado de Corpus Christi. Além de organizar as expedições, o grupo ainda desenvolve diferentes produtos para cada edição. São coletes, bancos, almofadas, luvas, meias, bandeiras, ao todo mais de cinquenta produtos personalizados já foram produzidos durante as duas décadas de encontros. Além de eternizadas em vídeos, as pescarias do grupo são registradas no site da organização. Além do truco, uma das principais diversões das viagens é a escolha do pescador de destaque. Para Ricardo Luiz Freitas, que é professor universitário e um dos criadores do grupo, o mais importante é que a brincadeira não representa uma competição. “A viagem em si é um lazer. Não temos espírito competitivo. É uma roda de amigos. Gostamos de ir a lugares que não tem celular. Durante o ano detestamos levantar cedo, lá não. Lá adoramos acordar às 5:30h. Depois damos uma

descansadinha”, detalha o acadêmico, que participou das vinte viagens do grupo. Apesar do descanso, planejar uma viagem de 30 pescadores pode dar muita dor de cabeça. Para evitar possíveis problemas, o médico urologista e pescador nas horas vagas Alex Franco, 55, conta que toma várias medidas para que tudo transcorra da forma mais tranquila durante a viagem. “Pedimos que todos providenciem licenças de pesca junto ao Ibama e todas as vacinações necessárias, o que depende do lugar pra onde vamos. E vamos conferindo tudo até a data da viagem”, explica o principal organizador das expedições. Ainda segundo Alex, as precauções conseguiram cumprir bem seus objetivos, afinal nenhum pescador do grupo já passou por problemas relacionados a doenças ou fiscalização do Ibama. O veterano do grupo, o administrador de empresas Antonio Pereira lembra que a pesca esportiva é feita sem rede ou linha de mãos, instrumentos usados por pescadores profissionais, e utiliza apenas três tipos de

Apaixonados pelo esporte, os amigos criaram o Clube de Pesca do Monjolo

O médico Edison Bruno exibe uma bela Piapara

O pescador Ely exibe Dourado que lhe rendeu título de Campeão no Grupo Monjolo em 2009

ferramentas, molinete, carretilha e vara, que apresentam mais segurança para os praticantes. Para o pescador, o caráter ecológico da pesca esportiva impulsiona a entrada de cada vez mais adeptos ao esporte. “Em cada viagem percebemos que entram novas gerações. A filosofia do grupo, de não trazer os peixes pescados, permite que os peixes procriem e crescem nos rios”, destaca o pescador, que lembra que o período de novembro a março é vetado pelo Ibama por ser a época da Piracema (período de reprodução dos peixes.) Outro ponto importante lembrado por Edison Bruno, 59, que é médico anestesista e pescador, é a importância das viagens para a economia dos vilarejos visitados. “Na próxima viagem ficaremos em um barco hotel. Serão 28 pescadores, cada dupla de pescadores precisa de um guia da região para pescar ao longo do rio. Em muitos lugares que vamos, essa é a principal fonte de renda da população. Então, além de realizarmos uma viagem maravilhosa, ainda agregamos a isso uma importante função social”, enfatiza. n

Alex Franco, coordenador das viagens do grupo

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matéria de capa

A vez do golfe

Para o médico Ronan Horta, o golfe se tornou uma filosofia de vida

Foto: Cinthya Pernes

Foto: divulgação

Esporte | De volta às olimpíadas, o sofisticado esporte ganha maior projeção no Brasil

Com mais de 25 milhões de golfistas no mundo inteiro, golfe emplaca seu crescimento no Brasil

Praticante há 14 anos, Ronan já participou de torneios amadores em vários países

o retorno dos jogos, o rúgbi também retornará na próxima edição dos jogos. Para Márcio Galvão, a volta da disputa em 2016, ano em que o Brasil sediará os Jogos Olímpicos, representa um grande momento para os apaixonados pelo esporte. “Demos muita sorte! Ter a volta aos jogos exatamente no ano em que será sediado no Rio de Janeiro. Como será realizado aqui, o Brasil tem direito a pelo menos uma vaga em cada modalidade (masculino e feminino). Mas podem haver mais. Estamos de olho no site pra acompanhar o ranking. Só em julho de 2016 (um mês antes das Olimpíadas) teremos certeza de quem irá disputar”. Para o diretor executivo, essa será uma ótima oportunidade para a população brasileira conhecer os benefícios acarretados pela prática,

A paixão pelo esporte é tanta que o golfista decidiu criar driving range em casa (mini campo de golfe)

Foto: Cinthya Pernes

Foto: shutterstock

esporte realizados pelo órgão. Como o projeto Golfe Para a Vida, realizado em parceria com as federações de todas as regiões do país. Através do programa, a organização capacitou diversos profissionais de educação física ao esporte e o introduziu na rotina de milhares de jovens. O projeto ainda não chegou a Minas, mas já contempla várias capitais do país e tem prospecção para crescer ao longo de todo território nacional. Segundo Márcio Galvão, diretor executivo da Confederação Brasileira de Golfe, o objetivo do projeto é expandir o número de praticantes de golfe, no Brasil, para 150 mil até 2016. Além do projeto, outro fator que impulsiona esse saldo é o retorno do golfe aos Jogos Olímpicos. Após ficar fora da disputa por 108 anos, o Comitê Olímpico Internacional (COI) declarou

Foto: shutterstock

Foto: Cinthya Pernes

Ar puro, área verde, silêncio e um cenário deslumbrante, essa é a realidade apreciada por mais de 25 milhões de golfistas no mundo inteiro. Tradicional nos Estados Unidos, com cerca de 5 milhões de praticantes, o esporte ainda engatinha no Brasil. No mercado financeiro global, o esporte mostra sua importância movimentando anualmente 180 bilhões de dólares no mundo, os dados são da Confederação Brasileira de Golfe (CBG). Apesar da pouca adesão no território nacional, o número de esportistas em terras tupiniquins dobrou nos últimos dois anos. Hoje são 25 mil pessoas no Brasil que se divertem tentando arremessar uma bolinha dentro de buracos nos campos. De acordo com a CBG, grande parte do aumento de adeptos é consequência dos esforços da difusão do


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que tem como forte característica a longevidade de seus competidores. “A longevidade é fantástica. Tem profissional com 65 anos. Alguns começam nessa idade e seguem a vida toda. É um esporte que pode praticar com 80 e 90 anos, sem impacto. Você só precisa fazer caminhada. Outra característica importante é a de relacionamento. Os jogadores sempre conversam muito e existem jogadores dos 6 aos 90 anos”. O entrosamento entre os jogadores é também uma das características responsáveis pela introdução do meio empresarial dentro dos campos. O golfe é mundialmente conhecido como território para se concretizar grandes negócios. O motivo apontado por muitos desses profissionais é o relaxamento promovido pelo ambiente. O esporte não acentua apenas a sociabilidade de seus adeptos, como ainda promove a concentração, dedicação e a postura dos praticantes. Apesar de alegar nunca ter realizado negócios durante uma partida, o advogado Oscar Correa revela ter aperfeiçoado sua concentração através do esporte. “É um esporte muito gostoso. Pode parecer monótono, mas exige muita concentração. E você tem de jogar com a cabeça limpa. Se você está com a cabeça cheia, não é bom. É preciso esvaziar a mente”, relata o jogador. Para o advogado, a duração de 4 horas e meia de cada partida não é um empecilho, pelo contrário, mesmo jogando todos os fins de semana no Morro do Chapéu Golfe Clube, próximo a Nova Lima, Oscar garante que jogaria ainda mais se pudesse. O motivo de tanta paixão, segundo ele, é a sensação de bem-estar e as belas paisagens proporcionadas pelo esporte. “Sempre que viajo pra Angra (Angra dos Reis- RJ), jogo muito golfe. Lá tem bons espaços e é muito lindo. É muito bom pra cabeça e fisicamente. Além de ser ótimo para os olhos. Afinal, você já viu algum campo de golfe feio? Não tem um único lugar que seja. Todos são em lugares lindos”. Oscar não vê nenhum prejuízo físico na prática da atividade e aponta

matéria de capa um ponto alto do hobby: o desafio pessoal. O advogado lembra que durante os treinos existe muito contato com a natureza e que o esporte não permite interferência de outros jogadores. Os obstáculos impostos são apenas o próprio campo e as influências da natureza, por exemplo, vento e chuva. Desafio que atraiu o jogador e médico cirurgião Ronan Horta, 65. Jogando no golfe amador há 14 anos, Ronan já participou em torneios em diversos países, dentre eles, Cuba e Estados Unidos. “É um esporte pouco impactante fisicamente. Não tem impacto nenhum, só realizamos caminhadas nos campos e é super desafiante.” Com um grande desejo de treinar e pouco tempo disponível, Ronan decidiu trazer o golfe para perto de si e construiu um driving range (mini campo de golfe) no quintal de casa com seis buracos. Além disso, o médico ainda frequenta o campo do Morro do Chapéu aos fins de semana. “Lá eu chego junto com o sol. O bom desse esporte é que não importa o quão profissional você é, não há motivos para parar de treinar. Até o Tiger Woods tem aulas. O objetivo é esse, ficar sempre treinando e aperfeiçoando. Porque a perfeição completa é inalcançável, mas você sempre vai querer melhorar mais”. A vitalidade do golfe, que permite ao praticante nunca precisar parar de jogar, também foi um das características do esporte destacadas pelo cirurgião. “A grande vantagem do golfe é que você pode praticar até depois dos 80, mas jogam pessoas bem novas também. Isso cria uma convivência fascinante. Você passa a manhã passeando e conversando com quem encontra. E assim você vai dividindo experiências”. Segundo Ronan, a grande vivência no golfe o estimula a querer conhecer ainda mais campos. “Tenho muita vontade de conhecer o St. Andrews (na Escócia), por ser lindo e ainda ser o berço do golfe, onde tudo começou”. n

o candidato do belvedere .com.br

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Em Minas Gerais existem apenas 4 campos disponíveis. Pra quem deseja relaxar nas disputas de golfe, listamos duas opções bem perto de BH.

Morro do Chapéu Golfe Clube Aberto ao público, o campo fica dentro do condomínio Morro do Chapéu e possui nove buracos. Durante a semana o valor é de 100 reais pelo percurso. Aos fins de semana o valor passa para 130 reais. Quem ainda não tem experiência pode fazer aulas antes, que custam 60 reais e duram 45 minutos. É necessário fazer reserva previamente. Avenida das Azaléas, 265, Nova Lima. 3547-4579. 7h30/18h (fechado às segundas)

Thermas Executive Golf Entre Belo Horizonte e Sete Lagoas, o clube oferece um campo aberto para não-sócios que conta com seis buracos. O valor individual para percorrer o campo é 120 reais. Aulas gratuitas são disponíveis no local aos fins de semana. BR-040, KM 497, Esmeraldas. 3295-6565. 8h/17h (fechado às segundas)

Descomplicando o golfe* • Cada partida tem cerca de 4 horas e meia; • As equipes durante cada partida possuem entre 3 ou 4 jogadores; • Nos campos de 9 buracos, a partida é realizada em duas rodadas consecutivas; • O vencedor é o jogador que totalizar o menor número de tacadas; • Os jogadores caminham cerca de 4 quilômetros por jogo; • A partida de golfe é baseada em jogar uma série de buracos, em determinada ordem.

Objetivo do esporte Acertar a bola em buracos (dispostos em posições e distâncias variadas), no menor número possível de tacadas. Tudo dentro de um percurso delimitado em um campo específico. Os obstáculos são as adversidades climáticas (vento e a chuva, por exemplo). O trajeto até o buraco pode incluir desafios adicionais, dentre eles, bancas de areia, árvores, relevos acentuados e lagos. * O golfe é um esporte com regras bem específicas. As informações são apenas uma síntese dos fundamentos básicos.


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entrevista

No auge Fotos: Cinthya Pernes

Livro | Com reconhecimento internacional no jornalismo, Miriam Leitão se consolida na literatura

Mãe, avó, dona de casa, funções compatíveis com uma carreira de sucesso. é o que prova a jornalista e escritora Miriam Leitão, 61. Com mais de quatro décadas de atuação no jornalismo, brindados com 24 prêmios nacionais e internacionais, Miriam se destaca na terceira colocaçãodo Ranking Jornalistas&Cia dos Mais Premiados Jornalistas Brasileiros de Todos os Tempos. Conhecida principalmente pela atuação na cobertura econômica, a jornalista expande seus projetos para o imaginário lúdico infantil. A inserção no campo da literatura foi um dos temas explorados pela autora durante sua participação no “Sempre um Papo”, no Palácio das Artes, em Belo Horizonte, no dia 5 de Agosto. Além dos livros infantis A Menina de Nome Enfeitado (2014) e A Perigosa Vida dos Passarinhos Pequenos, obra que marcou, em 2013, a bem-sucedida estreia da autora no universo infantil, Miriam também falou sobre seu primeiro romance Tempos Extremos e sobre a construção de seu livro-reportagem Saga Brasileira. Natural de Caratinga, zona da mata mineira, Miriam revela ter sido uma criança tímida, com um gosto extraordinário pelos livros. Na época, conhecida ainda por Mirinha, a escritora lembra ter sido criada numa casa com muitos livros. Paixão que causava estranheza, mas era vista com bons olhos pelos pais, um pastor presbiteriano e uma professora do primário. “Eu tinha 11 irmãos, então ser uma criança quietinha com os livros, não era nenhum problema”, revelou a escritora durante o encontro. Tendo sofrido durante a juventude com os horrores da ditadura militar, presa e torturada durante a gravidez do primeiro filho, a jornalista permanece otimista com o futuro do Brasil. E vê nos livros e na formação cultural de seu povo a melhor chance do país. Confira a entrevista exclusiva com a escritora.

Como surgiu a ideia de escrever um livro de ficção, Tempos Extremos? Não tive propriamente uma ideia de escrever um livro de ficção. Eu estava – e ainda estou – escrevendo outro livro de não ficção sobre o Brasil. Um livro que

estou adorando escrever e exige muito de mim. Venho escrevendo desde que acabei o Saga Brasileira. Em uma tarde que me dei de descanso, vieram frases à minha mente. Escrevi. E elas foram os fios pelos quais acabei puxando a história. Fiquei, assim, escrevendo

dois livros ao mesmo tempo. Me dividindo entre ficção e não ficção. Foi desafiador. O livro de não ficção, uma espécie de continuação do Saga, mas com um olhar para o futuro, será publicado no ano que vem pela Intrínseca.


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O jornalismo te ajudou na construção do romance ou dificultou o trabalho? O jornalismo ajudou. Um romance é outra história, é preciso se deixar levar pela imaginação, construção de enredo e personagens. O jornalismo ajudou dando elementos para essa construção da narrativa. Por exemplo: eu fiz reportagens sobre presos políticos, sobre o Cais de escravos do Valongo ou o Cemitério dos Pretos Novos. Usei esses ambientes e sentimentos para a construção dos personagens. Nem sabia que usaria, mas o jornalismo informou detalhes importantes ao livro que escrevia. A experiência de escrever esse livro foi diferente das suas experiências anteriores como escritora? Totalmente. O escritor pode estar no comando de um projeto de um não ficção, mas tem pouco controle sobre o romance. Enfim, esse é o primeiro que escrevo, não posso teorizar. Mas comigo foi assim: eu me deixei levar. Às vezes tentei abandonar o projeto, mas apareciam cenas, e diálogos na minha mente e eu voltava ao computador até em horas inesperadas, como as madrugadas. No livro, uma das personagens é presa política. Durante a construção da obra você se baseou na sua própria experiência? Se sim, além desse episódio, o livro contém traços autobiográficos? Não é autobiográfico. Nenhum personagem sou eu. Na verdade usei partes do que tenho vivido, visto, ouvido. Mas Alice, a presa política, é bem diferente de mim e viveu outra história. No livro falo dos sentimentos: o que sente um escravo? O que sente um preso político? O que sente a filha de um desaparecido político? O mais difícil, evidentemente, foi falar dos escravos. Como leio muito sobre o tema, por interesse pessoal, há muitos anos, eu usei essa pesquisa. Mas o escritor Alberto Mussa me disse algo, num debate, que me emocionou. Ele falou que no meu livro, os escravos são sujeitos da sua própria história. Eles falam por si. Não são o “outro”. Isso era que eu queria. Você se baseou em algum escritor ou obra para escrever Tempos Extremos? Sou leitora de romance desde menina. Tive as mais diversas influências, que não

entrevista saberia decidir qual. Acho que tudo o que você lê e aprende em outros livros acaba ajudando na hora de escrever. Com vários livros publicados, dentre eles,

No Sempre um Papo, realizado em Belo Horizonte no dia 5 de Agosto, Miriam Leitão apresentou ao público suas obras infantis

Mesmo com o sucesso no campo da literatura, para Miriam não existe possibilidade de deixar o jornalismo

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livros-reportagens, infantis e agora um romance, você se diria realizada como jornalista e escritora? O Saga Brasileira, a longa luta de um povo por sua moeda (Record) ganhou o Jabuti de Livro do Ano de Não Ficção. Foi uma alegria tão grande que nem posso descrever. Meu primeiro infantil A perigosa vida dos passarinhos pequenos foi premiado pela Fundação Nacional do Livro Infantil. Vitórias que me encantam e me estimulam. Eu sou uma jornalista realizada, que quer continuar jornalista, e uma escritora com muitas ideias de mais e mais livros. Eu estou num momento extraordinariamente rico e feliz da minha vida. Para você, qual a importância da leitura na construção da identidade brasileira? Eu me construí lendo. Foi lendo que superei barreiras e limitações. Acho que se é verdade no plano pessoal, é também no plano nacional. A literatura brasileira é vasta, complexa, bela e está sempre trazendo novos talentos. Alguns, muito jovens. Acho que estamos todos escrevendo essa identidade a cada dia. Se tenho um sonho é de ver mais espaço na estante para os livros de autores nacionais. Além da divulgação do livro, quais são seus projetos atuais? E quais devem ser os futuros? Estou cheia de projetos. Tenho um novo infantil com a Rocco, acho que ela lançará no ano que vem. Tenho outro infantil na gaveta. Estou atualmente terminando esse segundo de não ficção. Ao mesmo tempo, divulgando o Tempos Extremos da Intrínseca e o infantil A Menina de Nome Enfeitado que lancei em 2014. O jornalismo também requer muito de mim. Não me falta trabalho, graças a Deus. Outro dia no Sempre um Papo, em BH, abri meu coração para os mineiros, gente da minha terra, e disse que meu sonho é escrever até o último dia de vida. Como espero viver bastante, ainda há muito a escrever. E eu espero muito que os leitores me concedam a honra da leitura dos meus livros. Por exemplo: vocês já leram Tempos Extremos? Eu escrevi o livro com muita paixão. Espero que gostem. n


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moda |

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Isadora vargas

Make me UP! Maquiagem | técnicas e produtos indispensáveis para mulheres de hoje

A maquiagem, que para muitos não passa de um cosmético de embelezamento e disfarce, para outros é um item milagroso, indispensável até para manter o bom humor. Não há mulher no mundo que não goste de se sentir bem e, por consequência, não há mulher que não adore uma boa maquiagem. Se você achava que o tal do pó de arroz, que aparecia

nas novelas cuja história se passava no início do século passado, era coisa nova, está muito enganada! Para a surpresa da maioria das pessoas, a maquiagem vem de milhares de anos atrás. Os povos egípcios já conheciam batom, o pó branco (pó compacto), iluminador, maquiagem para reforçar os olhos e sobrancelhas (à base de chumbo e malaquita), o blush era feito a partir de

produtos vegetais, como as pétalas de rosas. Agora vamos deixar essa coisa pré-histórica de lado e analisar o que a tecnologia nos oferece para desfrutarmos do melhor dela, aumentando a autoestima e tendo o mínimo de vaidade. Veja abaixo uma seleção de maquiagens e dicas para se sentir uma nova mulher. n

2. Corretivo 1. Base

Faça o teste no pulso ou no maxilar, área que mais se aproxima do nosso tom de pele real ou área que te faz ter a noção do tom exato da base em relação à cor do pescoço, já que o ideal é igualar o tom dessas duas regiões.

Seu maior aliado! O verde esconde as cicatrizes avermelhadas e o amarelo os tons puxados pro roxo. Para as da mesma cor da pele, o corretivo habitual serve. Primeiro, aplique-o na área a ser corrigida (olherias, cicatrizes) depositando-o com um pincel fino. Espalhe com batidinhas da ponta dos dedos para uniformizar o tom e a textura do rosto.

4. Batom É um item clássico da necessaire feminina. A maioria das mulheres fica muito bem usando. O batom dá aquele poder à maquiagem, mesmo que você esteja usando só rímel. Para começar passe uma camada de corretivo nos lábios para nivelar a textura da boca e fazer o produto aderir melhor. Depois comece o contorno pelo arco do cupido fazendo um V com o lápis vermelho – é mais fácil do que começar pelas laterais.

5. Delineador

Tente manter as mãos o mais firmes possível e tenha a raiz dos cílios como referência – o delineador deve ficar rente a ela sempre. Faça um pedacinho do traço de cada vez, como se fosse um pontilhado, até criar uma linha inteira. Para puxar o olho do gatinho, você deve seguir a linha invisível onde termina a sobrancelha.

7. Cílios Nada de achar que nunca vai conseguir colocar cílios postiços. A aplicação é uma prática que exige treino, então não deixe para aprender apenas no dia em que está programada para usá-lo. Passe a cola nos cílios postiços e, com uma pinça, grude-os rente à raiz, começando de fora para dentro e finalize com um traço de delineador.

3. Máscara para cílios Duas boas camadas destacam e abrem o olhar, tirando o ar de cansaço e transmitindo uma aparência de bonequinha.

6. Lápis de olho

Deve-se usar sempre, em qualquer ocasião, um lápis à prova d’água, pois é o mais básico e indispensável. Alguns tipos prometem, inclusive, permanecerem intactos mesmo com o suor. Em dias mais quentes, em que se transpira mais, se for usar o lápis como delineador aplique também um primer para sombras nas pálpebras e um corretivo na região das olheiras.

8. Contorno

Afine o rosto contornando-o. Mas como fazer isso? É simples! O seu rosto deve ser colorido com um tom mais escuro que o da sua pele. Este truque cria um jogo de luz que logo se transforma em ilusão de ótica, alterando as proporções do seu rosto. O segredo é realçar as partes mais altas do rosto com corretivo do tom da sua pele ou um tom mais claro e as mais fundas com um corretivo ou base mais escura. Para que o resultado seja perfeito e natural você deve esfumar para que o contorno fique aparente, porém não marcado demais.


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gastronomia

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Sintonia perfeita

Harmonização | Beer Chef Brasil, 1º circuito gastronômico dedicado às cervejas especiais júri especializado em gastronomia e cervejas especiais. Os frequentadores do circuito também poderão votar em sua harmonização preferida pela internet. No site do evento, beerchefbrasil.com.br, há um pequeno guia para leigos no assunto de harmonização conhecerem um pouco do processo, e, assim, conseguirem escolher o prato que melhor harmonizou os sabores e texturas. Os valores dos combos variam entre R$ 35 e R$ 45, o que inclui o prato e a cerveja harmonizada. Beer Chef Brasil 2014 ainda contará com workshops de temas ligados ao universo das cervejas especiais e gastronomia, além do Beer Tour em parceria com o cervejólogo Rodrigo Lemos. n

Fotos: Ana Garcia

As cervejas especiais já caíram no gosto dos mineiros, encorpadas e com sabores inusitados tem conquistado cada vez mais novos apreciadores. Inspirado nessa nova tendência surgiu o Beer Chef Brasil, primeiro circuito gastronômico dedicado exclusivamente às cervejas especiais brasileiras. Neste ano, a segunda edição conta com 13 estabelecimentos, em Belo Horizonte e Nova Lima. A grande ideia do evento, que ocorre entre os dias 1º e 27 de setembro, é a criatividade e a capacidade de combinar pratos com as cervejas especiais. É proposto a cada estabelecimento participante apresentar uma receita harmonizada com a cerveja especial, os pratos serão avaliados por um

ADRIANO O IMPERADOR DA CERVEJA

cccp

HAUS MÜNCHEN

Ninho de Baconssauro + Cerveja Imperador

3×3 em Vladvostok + Cerveja Wäls Dubbel

Linguiça de pernil + falke Bier

Prato

Prato

Prato

Batatinha cozida no açafrão recheada com queijo gorgonzola, envolta em bacon carnudo e empanada. Servida em uma cama de couve e acompanhada de molho especial de alho.

Medalhão de filé com paçoca de castanhas e molho de ameixa com cerveja.

Linguiça de pernil imersa em polenta de gorgonzola + Falke Bier Ouro Preto

Cerveja

Cerveja

Cerveja Imperador – A Batalha, produzida em parceria com a Krug Bier. Estilo Export. Paladar com notas de lúpulo acentuadas, tipicamente austríaca. Saborosa e refrescante .

Wäls Dubbel: Medalha de Ouro na World Beer Cup 2014. Uma Belgian Strong Ale Dubbel com aparência castanha escura, espuma densa e duradoura. No aroma traz frutas secas com notas de especiarias e maltes especiais. Paladar com persistência do torrado, levemente picante e bastante seca. Refermentado na garrafa com 7,5 % de álcool.

Falke Bier Ouro Preto. Feita com malte torrado na própria cervejaria, tornando-a única no cenário das cervejas especiais brasileiras, a Ouro Preto é uma Schwarzbier, estilo alemão da família Lager caracterizado pelas notas de café e chocolate no aroma e no sabor.

Harmonização

Harmonização

Combinação criada com 3 elementos principais: uma loira gelada, um bom tira-gosto e um balcão de boteco. Os ovos do Baconssauro são do tamanho ideal para você devorar em uma ou duas mordidas. O tempero vem do bacon carnudo, salgadinho e defumado e do queijo gorgonzola, que entranham na batatinha cozida no açafrão, que é servida à milanesa. Acompanha molho especial de alho. Chef / Sommelier: Luisão Endereço: Rua Cristina, 1270, Santo Antônio – BH Telefone: (31) 3586-9066 | Capacidade: 60 pessoas Funcionamento: segunda à sexta das 11 às 15h e terça a domingo das 17 às 02h

O 3×3 em Vladvostok traz elementos marcantes e complexos em sua receita. Exatamente como a Wäls Dubbel. A carne vermelha e a paçoca casam perfeitamente com o perfil encorpado e alcoólico da cerveja. Enquanto o molho, que leva ameixas e um pouco da própria Dubbel, cria uma perfeita harmonia entre o prato e a bebida. Chef / Sommelier: Vicente Ramos / Frederico Garzon Endereço: Rua Levindo Lopes, 358, Savassi – BH Telefone: (31) 3582-5628 Funcionamento: segunda à sexta das 18 às 3h e sábado das 20 às 4h

Cerveja

Harmonização Os fungos azuis do gorgonzola harmonizam perfeitamente com as notas de café e cacau dessa schwarzbier. A polenta saborizada pelo gorgonzola traz notas suaves e torna o prato leve e agradável sustentados pela linguiça de pernil tenra e suculenta. Trata-se de uma harmonização por contraste, onde a força dessa cerveja é valorizada pela textura da polenta e ressaltada pela crocância de sabor neutro dos pães. Chef / Sommelier: Paula Cardoso e Arthur Dias Endereço: Rua Juiz de Fora, 1257, Santo Agostinho – BH Telefone: (31) 3291-6900 Funcionamento: terça à sexta das18 à 1h, sábado das 12 à 1h e domingo das 12 às 17h


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veículos

Proteção extra Fotos: Cinthya Pernes

Serviço | empresas especializadas garantem aspecto de novo a veículos de diferentes gerações Proprietários de veículos de luxo são apenas parte do público que busca pelos serviçoes, na foto um Mercedes-Benz CLA 200 Alexandre Sá Fortes preparando o carro

O profissional realizando o polimento do veículo

Para quem é apaixonado por carros, os cuidados diários em casa com o veículo podem não ser o suficiente. Para aqueles que se enquadram nesse perfil, surge no mercado automobilístico cada vez mais alternativas para manter em dia o brilho da lataria. A maciez do couro dos assentos, condições do ar condicionado e parte interna do veículo também estão nas preocupações dessa clientela exigente. A renovação da parte externa pode ser realizada através de procedimentos como espelhamento ou cristalização. Os serviços visam a revitalização da pintura do carro, proporcionando proteção e brilho extra à camada de tinta. Segundo o empresário e especialista em revestimento veicular Alexandre Sá Fortes, os serviços são amplamente requisitados por quem deseja renovar a imagem do carro, assim como também por aqueles que ambicionam aumentar o valor agregado do veículo para venda. De acordo com Alexandre, também conhecido como Soneca, de modo geral, todos os proprietários de veículos podem ser considerados clientes em potencial, incluindo revendedoras de veículos seminovos e concessionárias. Ainda segundo o especialista, outra forte demanda é a de proprietários cujos veículos ficam mais expostos às agressões do ambiente externo. Quem estaciona sob sol e chuva sabe que está à mercê de problemas na pintura. Pintura fosca, manchas, oxidação, além de riscos e defeitos superficiais, todas essas imperfeições podem ser corrigidas após os serviços de revitalização. Apesar da possibilidade de ter a pintura restaurada, Alexandre lembra que cada caso deve ser avaliado. “A avaliação deve ser feita por um profissional especialista em pintura automotiva para verificar qual é a solução mais adequada. O espelhamento é um processo muito complexo e detalhado, e que somente um profissional técnico devidamente qualificado pode executá-lo. A camada de resina ou verniz é muito fina – tem aproximadamente a espessura de uma folha de papel A4 – e, assim, qualquer erro no procedimento pode ser fatal e o dano reparável só com nova pintura”, explica. Apaixonado por carros e proprietário de uma Mercedes-Benz CLA 200, Gustavo Huntar, 35, gerente

de comércio exterior, revela ser extremamente cauteloso. Manobrando com extremo cuidado e sempre atento às condições do veículo, Gustavo quinzenalmente realiza na oficina uma lavagem interna e externa no automóvel. Além disso, o gerente comercial conta ter realizado por várias vezes o processo de revitalização em seus carros anteriores. “Uma vez dei uma esbarrada numa pilastra do estacionamento do meu prédio. Trouxe o carro aqui, e eles conseguiram remover o arranhão com um pequeno polimento”, recorda. Além da aparência, o conforto também é visado por quem busca manter o carro com aspecto de novo. Para esses casos, a revitalização interna ganha destaque. Durante o processo é realizada a limpeza e higienização completa do interior do veículo, eliminando eventuais fungos e bactérias. Os automóveis com revestimento em couro exigem um cuidado especial, além da limpeza é feita a hidratação do material. Outro componente interno que requer cuidado é o ar condicionado, para o equipamento é realizada higienização específica. n Conhecido como Soneca, o especialista em revestimento veicular, Alexandre Sá Fortes destaca que os serviços agregam valor ao automóvel

Dica do especialista O período de tempo entre as aplicações do polimento pode variar de acordo com as condições de uso do veículo. O ideal é que a pintura seja protegida com o espelhamento logo na aquisição do veículo, e que a reaplicação ocorra a cada seis meses ou 20 lavagens, em média. Assim, é possível manter o aspecto original da pintura por um longo tempo.

Cuidados para o dia a dia • Mantenha a lavagem em dia, evitando que a sujeira se acumule ou se torne de difícil remoção. Poeira, barro, minério e maresia exigem atenção constante. • Sempre que possível, opte por uma lavagem feita por um profissional. Em casa, use apenas água, sabão neutro e um pano limpo. Escovões, rolos e outros equipamentos danificam a pintura. • Evite estacionar em locais abertos ou sob árvores. Além dos efeitos do sol e da chuva, as folhas, frutos e seiva de plantas, assim como dejetos de passarinho, podem manchar a pintura. Essas impurezas devem ser removidas o quanto antes. • Aplique cera a cada 40 dias e refaça o espelhamento quando a cera não for capaz de resolver o problema.

Entenda o processo O espelhamento da pintura é um procedimento indicado para todos os veículos, independente de marca ou ano de fabricação, e pode ser feito até em automóveis zero km, prolongando, assim, a vida útil da pintura original. Após o espelhamento, além do brilho intenso, a pintura fica protegida dos efeitos do sol, chuva e outros agentes corrosivos, e mais resistente à oxidação.

Elite Car Wash

Lavagem, polimento e restauração automotiva Rua Amoroso Costa, 285 - Bairro Santa Lúcia - BH - MG Funcionamento de segenda à sexta, das 8 às 18h Tel.: 31 9915-0719 www.facebook.com/ EliteCarWash


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esporte

15 Foto: Arquivo pessoal

Era Dunga, de novo Foto: divulgação

Amarelinha | técnico tem nova chance de comandar a seleção do brasil Ele voltou. Contra tudo e contra todos, Dunga foi o escolhido pela cúpula da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para iniciar uma grande renovação na seleção. Se ele terá êxito ou não, são outros quinhentos, porém é com ele que tudo começará. Se levarmos em consideração o desempenho frente à seleção, Dunga é inquestionável. Evidentemente ficou a última impressão da eliminação na Copa do Mundo na África do Sul, mas se analisarmos o contexto geral ele foi bem. A dúvida que fica é se ele evoluiu ou não como treinador, uma vez que pós-seleção brasileira, Dunga treinou somente o Internacional e não realizou um bom trabalho lá. Os maiores problemas de Dunga sempre foram os de relacionamento, principalmente com a imprensa. No tempo em que esteve à frente da seleção brasileira, podemos dizer que reinou a ditadura, e isso contribuiu muito para que a imagem dele fosse ainda mais denegrida após a eliminação da Copa de 2010. Há quem diga que o treinador gaúcho aprendeu muito de lá para cá e tende a ser bem diferente daqui para frente. Tomara. Analisando a primeira convocação, gostei muito e achei justas as convocações dos três mineiros: Everton Ribeiro, Ricardo Goulart e Tardelli. Os dois primeiros

Paulo Azeredo também é jornalista da 98 FM e TV Horizonte

pelo ótimo desempenho dentro do excelente time do Cruzeiro e o atleticano por tudo que tem jogado desde o ano passado. Aqui de Minas Gerais, poderiam também ser convocados e não seria nenhuma surpresa: Fábio, Victor, Marcos Rocha e Dedé. Afinal de contas, todos estes já estiveram lá e têm jogado aquilo que é necessário para vestir novamente a amarelinha. Acredito que o maior desafio de Dunga será fazer a seleção apagar a imagem que ficou no 7x1 contra a Alemanha, pelas semifinais. Apesar de ser um resultado atípico, é histórico, marcante, doído e quem vestir a camisa do Brasil daqui para frente sofrerá uma pressão muito grande para apagar esta imagem. Aguardemos as cenas dos próximos capítulos, mas espero que Dunga tenha calma, sabedoria e principalmente humildade para vencer este desafio. Boa sorte! n

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turismo |

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cristina ho

Foto: Arquivo pessoal

Travessia O dia começa cedo na região dos lagos chilenos. A paisagem é Enquanto o sol fica encoberto um bônus para por finas camadas de névoa, os turistas nesta região do Chile o nosso passeio se inicia pelo Parque Nacional Vicente Pérez Rosales, onde, após uma curta caminhada, encontramos os famosos Saltos del Rio Petrohué, com a incrível queda d’água de coloração azul esverdeada. Aos amantes de rafting o parque oferece essa opção esportiva em trechos selecionados do rio onde as águas agitadas garantem adrenalina nas veias! Um pouco adiante encontramos o Lago de todos los Santos, com a belíssima coloração verde-esmeralda, que ostenta uma superfície de 178,5 km2 e 337m de profundidade. A paisagem em torno do lago, emoldurada por montanhas íngremes que se alternam com pequenas planícies, é simplesmente de tirar o fôlego. Isso sem mencionar que os vulcões Osorno, Pontiagudo e Tronador fazem vigia dos barcos turísticos que fazem a travessia.

Foto: arquivo pessoal

Chile | curta uma incrível viagem dos Andes à Bariloche

Cristina Ho também escreve no www.fasciniopelomundo.blogspot.com.br

Uma vez acomodado num desses barcos, aproveite para desfrutar as belezas naturais, tirar fotos e relaxar, porque a próxima parada está perto e se chama Peulla. Uma vila com apenas 120 habitantes, Peulla é uma joia escondida entre montanhas e lagos. Possui boa estrutura turística e oferece diversas atividades como trekking, cavalgadas, caiaque, pesca e tirolesa. Nosso passeio, dentro de um ônibus adaptado, nos levou a

uma fazenda cheia de animais, entre os mais requisitados, as llamas e seus filhotinhos fofos! Depois de alimentar as llamas, ainda em Peulla, seguimos até o Rio Negro, onde um barco nos levou rio adentro. Alguns minutos depois desligam-se os motores e o silêncio prevalece: é o som das cordilheiras! Somente cantos de pássaros, correnteza d’água e vento marcam aquele momento mágico! De volta ao ônibus seguimos rumo à Bariloche. O Parque Nacional Nahuel Haupi sinaliza que estamos na República Argentina. Depois dos procedimentos burocráticos em Puerto Frias embarcamos no catamarã para dar continuidade à travessia. A bandeira azul e branca hasteada na embarcação nos dá as boas vindas! Algumas horas depois, a chegada a Bariloche é celebrada com um bom vinho e uma suculenta carne, obviamente argentinos! ! n

Mar

Aos 37 anos, era a primeira vez que ela via o mar. A emoção era visível no seu olhar, no sorriso bobo que teimava em seu rosto. O namorado carioca que a conheceu em uma visita a primos no interior de Minas segurava sua mão com carinho e firmeza. Trêmula, ela tirou a camiseta, a saia e ficou só de biquíni olhando

Foto: arquivo pessoal

crônica | maurilo andreas

a imensidão aquática diante de si. Sentiu o sol em seu corpo prolongando ao máximo a espera do primeiro contato com a água salgada (seria salgada mesmo?). Nem percebia pessoas à sua volta. Existia apenas para o mar e o mar apenas. Levantou-se lentamente e saiu da toalha sobre

a qual se deitava. Caminhou sentindo o cento marinho no rosto e sentiu a areia ficando cada vez mais úmida, seus pés se retorcendo de uma alegria infantil. Chegando à beira da água agachou-se e tocou a ponta da onda que chegava perto de seus pés. Sorriu mais aberto. Ao longe, ouviu a voz do namorado. Virou-se pra ele, acenou. Ao tornar o olhar para o oceano, só conseguiu sentir o impacto da onda que a derrubou e a deixou girando insanamente, trombando com as pernas das pessoas até retomar o controle com os olhos ardendo pelo sal e a boca cheia de areia. Tentou respirar fundo, mas a segunda onda a atingiu enquanto puxava o ar. Engasgou e achou que ia morrer. Só se acalmou totalmente quando estava seca, de banho tomado e deitada na cama do namorado. Sobre sua barriga a passagem de volta à sua terra sem graça e sem mar que ela acariciava como o mais precioso tesouro. n

Maurilo Andreas é mineiro de Ipatinga, publicitário de formação e escritor por paixão. Casado com Fernanda e pai de Sophia, é autor de seis livros infantis e foi um dos homenageados na I Feira Literária de Passos. Seu texto “Sebastião e Danilo” foi escolhido pela revista Nova Escola para uma edição especial e vários outros fazem parte de livros didáticos e paradidáticos de diversas editoras.


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