1º a 15 . fevereiro de 2014 . ANO I . Número 23 . Distribuição gratuita
URBHANO
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BELVEDERE
Foto: divulgação VAC
tudo que inteRessa no seu bairro está aqui
chegou o VAC
Para os apreciadores de cultura, arte, dança, exposições, gastronomia e moda, o Verão de Arte Contemporânea apresenta uma rica gama de atrações
local Para melhorar o tráfego no bairro Belvedere, bhtrans altera sentido de rua para mão única e agrada moradores pág. 3
cidade O “rolezinho” é um assunto que tem gerado bastante polêmica. alguns defendem, já outros acreditam que é bagunça pág. 4
gastronomia O café é uma bebida quente, mas devido à paixão brasileira pela bebida muitas cafeterias inventaram a versão gelada da receita pág. 7
Fot o: C inth ya P ern es
entrevista
eduardo costa Em um bate-papo descontraído, o jornalista mais querido de minas conta sobre sua carreira no rádio e na TV pág. 10
BEM-ESTAR A ocitocina é considerada o hormônio do amor, por ser liberado no organismo nos momentos de felicidade e bem-estar pág. 14
anuncie no único canal direto com o belvedere. 31 2516.1801 comercial@urbhano.com.br
opinião frasesURBHANAS
Foto: arquivo pessoal
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URBHANO BELVEDERE Belo Horizonte, 1º a 15 de fevereiro de 2014
Foto: Globo/divulgação
Não vamos dialogar com este movimento #naovaitercopa. Não tem sentido. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, vai se reunir com secretários de Segurança dos doze estados-sede para firmar um protocolo de atuação policial frente às manifestações
Ítalo de Azeredo Coutinho (*)
Segurança nas piscinas
Nas últimas semanas presenciamos três graves e fatais acidentes ocorridos em piscinas no Brasil. No primeiro deles, um garoto de 10 anos teve seu braço succionado e preso em uma piscina em Caldas Novas. Em Belo Horizonte, uma menina de sete anos prendeu o cabelo no fundo após descer do toboágua. Já em São Paulo, em uma piscina caseira, uma garotinha também teve os cabelos sugados no filtro da piscina. Em estudos do engenheiro Nilson Maierá, autor do livro “Piscinas litro a litro”, as principais causas de acidentes em piscinas são choques elétricos causados por instalações mal feitas próximas ou dentro das piscinas, traumatismos ocasionados por brincadeiras, descaso e piscinas mal projetadas, afogamentos e sucção de alguma parte do corpo, prendendo a pessoa no fundo da piscina. Soluções já existem e precisam ser adotadas. O Brasil tem mais de 10 normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) designadas à construção de piscinas. Uma boa solução para evitar esses acidentes é ter um maior número de ralos. Segundo uma das normas, no caso da bomba de sucção, a área do ralo não pode ser suficiente para prender uma pessoa. Também é mais indicado o uso do ralo curvilíneo, para que se evite a sucção total. Outra medida é que a saída da água aconteça de forma indireta, e se o projeto for bem feito, essa sucção não precisa ficar ligada enquanto os banhistas estiverem nadando. Para piscinas caseiras o cuidado deve ser redobrado, mas como a maioria é comprada pré-fabricada, muitos pais acabam se descuidando. É preciso que os adultos sempre acompanhem suas crianças enquanto nadam e adéquem suas piscinas a fim de evitar uma fatalidade. São muitas as normas, o que falta é que elas sejam cumpridas. Até quando tragédias como estas acontecerão? Os pais precisam redobrar a atenção e os clubes devem urgentemente tomar medidas para corrigirem os projetos de suas piscinas e não esperar pelo pior. Ítalo de Azeredo Coutinho Engenheiro mecânico e diretor do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia (Ibape-MG). (*)
Foi muito mais difícil do que eu imaginava. Tatá Werneck , sobre ter participado do “BBB14” como Valdirene
Ela dá uma canseira. Daniel Oliveira, ao brincar sobre a disposição de Fernanda Montenegro, de 84 anos
Eu tinha acabo de passar no mesmo local 20 minutos antes e quando cheguei ao Centro ouvi que a passarela havia caído. Um rapaz falou que tinha uma senhora presa nas ferragens, sei que minha mãe faz o trajeto três vezes por semana. Liguei para dizer a ela para pegar um caminho alternativo. O telefone só chamava e achei estranho, meu irmão tentou ligar e também não conseguiu. Na internet, meu irmão viu que era a nossa mãe. Genilson Andrade Venâncio, filho de Glaucia Pereira de Andrade, que ficou presa às ferragens na batida de um caminhão basculante em uma passarela no Rio.
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URBHANO BELVEDERE é uma publicação da Editora URBHANA Ltda. CNPJ 17.403.672/0001-40 Insc. Municipal 474573/001-1 Impressão: Bigráfica Tiragem: 15.000 exemplares Distribuição gratuita - quinzenal
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Fotos | Lucas Alexandre Souza e Cinthya Pernes Revisão | Pi Laboratório Editorial Estagiárias | Tatiane Consuelo e Renata Diniz
URBHANO BELVEDERE Belo Horizonte, 1º a 15 de fevereiro de 2014
local
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Mão única No fim do mês passado, a BHTrans fez algumas alterações na região Centro-Sul de Belo Horizonte. As mudanças no bairro Belvedere aconteceram na rua José Ferreira Cascão, entre as ruas Desembargador Jorge Fontana e Rodrigo Otávio Coutinho, que passa a operar em mão única. De acordo com a assessoria de comunicação e marketing da BHTrans, o objetivo da mudança é proporcionar mais segurança para pedestres e veículos, além de melhorar a fluidez na circulação dos veículos. O vereador Marcelo Aro foi quem interdeceu junto à PBH para que a alteração fosse feita. “Já havia recebido várias solicitações de moradores da região neste sentido. Acreditamos que esta alteração vai melhorar a fluidez do trânsito e trazer mais segurança para todos que circulam no local”, afirmou o vereador. O porteiro de um dos condomínios da rua, Lindombergton Rocha Moreira, 27, aprovou a alteração. “Foi ótima essa mudança, porque aqui é uma confusão. Geralmente os motoqueiros descem igual um doido, as pessoas estacionam em lugar errado e também costuma dar tráfego de veículos”, comenta. As alterações foram sinalizadas com faixas de pano para melhor orientar os motoristas e pedestres. Além disso, agentes da BHTrans irão monitorar o trânsito na região. Para maior segurança de todos,
Fotos: Cinthya Pernes
Trânsito | Rua do Belvedere passa a ter sentido único para melhor fluidez do trânsito a empresa orienta os motoristas a redobrarem a atenção e respeitarem as sinalizações e orientações implantadas. O motorista particular, Getúlio Henrique de Brito, 44, acredita que a mudança irá trazer benefícios. “Achei excelente a mudança, porque sendo uma rua de mão dupla, às vezes, as pessoas se confundem, param na contramão e podem até levar multa. Sendo mão única, elas vão prestar mais atenção”, diz Getúlio. Além dessa rua, outras duas passam a ser mão única nos bairros Santa Mônica, região da Pampulha, e no bairro Santa Lúcia, região Centro-Sul de Belo Horizonte. No bairro Santa Mônica, a Rua Vicente de Carvalho, entre as ruas Érico Veríssimo e Carlos Gomes, passou a operar como mão única no dia 22 de janeiro. Já no bairro Santa Lúcia, a alteração começou no dia 23 de janeiro na rua São Thomás de Aquino, entre as ruas Raimundo Tinti e La Paz. Mudanças também ocorreram no Hipercentro da cidade, na área hospitalar e no Viaduto B, Complexo da Lagoinha no fim do mês passado. As alterações aconteceram para o funcionamento do Transporte Rápido por Ônibus (BRT), o Move, que passa a exigir mais atenção dos motoristas para evitar acidentes e maiores transtornos. n
Rua José Ferreira Cascão recebeu alteração para mão única
Metrô até o Belvedere
Mobilidade | Presidenta Dilma Rousseff aprova recurso para a expansão do metrô
Presidente Dilma aprova orçamento para melhorias na mobilidade urbana de BH
Muito se especulava sobre a visita da presidenta Dilma Rousseff à Belo Horizonte. Visita que deveria ter acontecido em dezembro de 2013, mas devido ao funeral do ex-presidente sul-africano Nelson Mandela, foi adiada. Dilma, em sua primeira viagem oficial em 2014, veio à cidade para anunciar recursos para obras de melhorias na mobilidade urbana da cidade. O encontro com a presidenta aconteceu na Serraria Souza Pinto, no dia 17 de janeiro. O prefeito Márcio Lacerda assinou três contratos de financiamento com o Governo Federal, por meio da Caixa Econômica Federal, no valor total de R$ 320 milhões. O dinheiro, captado por meio
do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), será utilizado na execução de obras de mobilidade, prevenção de enchentes e melhoria da infraestrutura em áreas de risco geológico. O assunto mais aguardado da visita da presidenta à cidade era sobre a ampliação das linhas do metrô, que há anos é aguardada pelos belo-horizontinos. Dilma Rousseff e o ministro das Cidades, Aguinaldo Veloso, anunciaram também o investimento de R$ 2,55 bilhões para Belo Horizonte e região metropolitana, sendo que R$ 2 bilhões serão aplicados em novos trechos para o metrô da capital. Desse total, R$ 1,284 bilhão sairá do Orça-
mento Geral da União e o R$ 1,271 bilhão restante de financiamento público com juros subsidiados. “Venho aqui mais uma vez para anunciar recursos federais e a nossa participação nos investimentos em mobilidade urbana em Belo Horizonte. São mais de R$ 2,5 bilhões nesta visita para obras de transporte coletivo aqui na região”, anunciou a presidente. Em parceria, a Prefeitura e o Estado de Minas Gerais, irão construir o trecho 3, da linha 2 do metrô, que terá 5,6 quilômetros de extensão com quatro estações. O percurso será da Praça Raul Soares até a estação Santa Tereza, na Avenida dos Andradas, passando pela área dos hospi-
tais e pelo Palácio das Artes. Já o trecho 2, da linha 3, terá 2,3 quilômetros, onde serão construídas as estações Savassi, Uruguai e Morro do Papagaio, próximo ao bairro Belvedere. A Prefeitura ainda não anunciou as datas para o início das obras e nem o prazo em que elas serão concluídas. O único fato concreto é que os contratos de investimento já foram assinados. “Essa cooperação entre os governos federal, estadual e municipal tem sido essencial para desenvolver o Brasil, tanto do ponto de vista das questões de infraestrutura quanto em relação às questões do desenvolvimento social”, reafirmou a presidenta. n
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cidade
Bagunça ou preconceito?
Comportamento | O encontro de jovens para o famoso “rolezinho” gera grandes repercussões
Afinal, o que é o famoso rolezinho? É o neologismo para definir o encontro de grandes grupos de jovens em locais como praças, parques públicos e shoppings. Encontros que são marcados pela internet, quase sempre por meio das redes sociais. Nos últimos meses o rolezinho tem gerado diversas discussões sobre o assunto no país. Em Belo Horizonte, esses encontros começaram com frequência nos meses de agosto e outubro de 2013, causando tumultos e assustando clientes e lojistas dos shoppings da capital. Porém os rolezinhos vêm sendo recebidos tanto com críticas quanto com manifestações de apoio. Há quem acredite que, na realidade, o encontro de jovens tem incomodado devido à classe social e à cor dos frequentadores. Já outros defendem que o encontro de muitos jovens em um mesmo lugar vira transtorno e baderna para a sociedade. De acordo com a neurocientista Caroline Alencar, o comportamento dos jovens se deve, em grande parte, a eles terem o cérebro fisiologicamente diferente dos adultos. “Enquanto a amígdala, área cerebral relacionada à impulsividade, sentimentos e agressividade, já está bem formada nos jovens, o córtex pré-frontal, área relacionada ao controle, à previsão de consequências, ao julgamento do que é bom ou ruim, só se forma por volta dos 18 anos”. Ela acredita que esses comportamentos desenfreados dos jovens podem ser resultado da ausência dos pais na vida dos filhos. “Não diria que falta rigidez dos pais, mas com certeza falta participação na vida dos filhos, que precisam de muita orientação nessa fase da vida, quando sua influência é maior. É preciso que os filhos tenham liberdade para conversar abertamente sobre todos os assuntos com os pais, para que eles não busquem respostas em outros adolescentes tão ou mais confusos”, comenta a especialista. No dia 18 de janeiro foi marcado um encontro no Minas Shopping, na região Nordeste da capital. A ameaça colocou em alerta o Juizado de Menores e a Polícia Militar. Não houve registro, mas os jovens menores, sem a companhia de um adulto foram bar-
rados. A especialista em Direito Constitucional do escritório Araújo Soares & Cruz Advogados Associados, Dayse Garcia, analisa a questão dos shoppings proibirem a entrada. “A proibição pode ser considerada como uma conduta discriminatória e preconceituosa, uma vez que estaria por selecionar quem poderia entrar ou não. Uma medida que pode ser adotada, e pela qual inclusive alguns shoppings do Rio de Janeiro e São Paulo obtiveram êxito, foi fazer um pedido judicial de antecipação de tutela para que fossem coibidos os rolezinhos. Inclusive com ameaça de multa para quem descumprisse a determinação judicial”, explica a especialista. Outro encontro foi marcado no dia 19, domingo, no shopping Pátio Savassi, região Centro-Sul de Belo Horizonte. Na porta do shopping o policiamento foi reforçado, mas também não houve
Jovens marcam rolezinho pela internet Minas Shopping, na Região Nordeste da capital
Fotos: Cinthya Pernes
Rolezinho gera grandes debates sobre sua real intenção
informações sobre ocorrências envolvendo jovens, conforme relatos da PM e do Juizado de Menores. No fim da tarde do mesmo dia, segundo a Polícia Militar, um grupo de jovens se aglomerou no Parque Municipal, levando os policiais para o local. A assessoria de imprensa da PM informou que nenhum incidente foi registrado no local. O Delegado da Polícia Federal e professor de Direito no Curso Supremo, Bruno Zampier, acredita que os rolezinhos nada têm a ver com a falta de espaços públicos. “O jovem tem uma necessidade de autoafirmação. Quer ser importante, bem visto, estar na moda e, hoje, se mostrar na internet. Participar de um rolezinho é uma forma de integração, de se afirmar perante o grupo, de sentir importante. Os jovens estão valendo pelo que mostram no facebook ou no instagram e não pelo que realmente são. O que vale mais: ter centenas ou milhares de seguidores ou ser uma pessoa do bem, estudiosa, educada, bom caráter, que cultiva verdadeiras amizades? Não acredito que tenha a ver com ausência de espaço público. Desde que os shoppings existem, sempre foram espaços de encontros de jovens”, analisa. Além desses, houver outros encontros marcados, como no Shopping Estação BH, em Venda Nova, na Praça do Papa e também no Parque Guanabara, na região da Pampulha. O Itáu Power Shopping, em Contagem, foi o primeiro a obter uma liminar para impedir os rolezinhos. Além dessa medida, o centro de compras pediu apoio à PM e ao Juizado para garantir a segurança dos clientes e lojistas. Para Bruno Zampier, a questão das liminares solicitadas por shoppings é um claro confronto entre Direitos assegurados pela Constituição. “De um lado a propriedade privada, a livre iniciativa, de outro, a liberdade de reunião e, porque não, o direito de ir e vir. O Judiciário tem se inclinado a proteger preventivamente o patrimônio dos shoppings e o direito de liberdade dos demais frequentadores. Porém, há decisões concedendo salvo-conduto aos integrantes dos grupos que organizam rolezinho. Acredito que cada caso deve ser analisado com o devido cuidado pelo Poder Judiciário”, explica o Delegado. n
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turismo | cristina ho
05 Foto: Arquivo pessoal
Bye, Irlanda
Alegria | na quinta e última parte, a cultura e filosofia irlandesa Nesta última parte sobre a Irlanda você vai conhecer alguns aspectos da cultura irlandesa e compartilhar a filosofia de vida desse povo tão alegre.
Foto: Shutterstock
Anel de Claddagh Este tradicional anel irlandês simboliza o
amor e também fez parte do filme “Case Comigo”. Claddagh é o nome de uma pequena vila de pescadores perto de Galway. A história conta que o jovem Richard Joyce deixou sua amada em busca de fortuna nas Índias Ocidentais. Seu navio foi capturado pelos piratas e ele foi vendido como escravo para um rei mouro. Depois de muitos anos de serviços prestados ao rei, Richard desenvolveu a arte de fazer joias. Quando o rei concedeu a liberdade aos escravos, ofereceu-lhe a mão de sua filha e um bom dote. Mas Richard recusou pois o seu coração ainda estava na Irlanda. De volta a sua terra ele descobriu que ela havia lhe permanecido fiel durante todos aqueles anos. Em tributo ao seu amor, ele criou o anel de Claddagh: onde as mãos representam amizade, a coroa significa lealdade e o coração simboliza o amor verdadeiro. No reencontro com a sua amada, Richard lhe apresentou o anel como seu pedido de casamento e os dois viveram felizes para sempre e nunca mais ficaram longe um do outro! A Harpa O lendário herói Brian Boru, que morreu na Batalha de Clontarf em 1014 contra os Vikings,
Cristina Ho também escreve no www.fasciniopelomundo.blogspot.com.br guiava o exército para as batalhas sempre carregando uma harpa nas costas. A harpa então foi reconhecida como um símbolo da Irlanda desde o século XIII. Também presente em moedas, foi adotada pela Guinness como seu símbolo. Filosofia de vida do irlandês Na vida somente duas coisas merecem preocupação: se você está saudável ou se está doente. Se você está doente tem somente duas coisas para se preocupar: se você vai se curar ou se vai morrer. Se você for morrer, então só tem duas coisas a se preocupar: se vai para o céu ou para o inferno. Se você for para o céu então não há nada para se preocupar, mas se você for para o inferno, você vai estar tão ocupado cumprimentando seus amigos que não terá tempo para se preocupar! n
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comportamento
Ecodrive: dirija essa ideia Foto: Shutterstock
Sustentabilidade | conceito de direção econômica gera economia e ajuda o meio ambiente Por Mateus Rodrigues Silva
Regras de ouro para um ECODRIVER 1. Antecipe-se ao fluxo do tráfego. Para que continuar acelerando se o sinal está fechado? Deixe em uma marcha superior e aproveite o movimento do veículo. Quando o sinal abrir, reduza a marcha e acelere. Assim, economizará combustível e agilizará o trânsito! 2. Mantenha o carro acelerado em baixa rotação (rpm). Já observou aquele “reloginho” de rotação do motor no painel do carro? Com essa medida, você economiza combustível e auxilia na diminuição da poluição sonora. 3. Troque para uma marcha superior aproximadamente em 2000 RPM. Sabe aquela famosa “esgoe-
lada” no motor? Mais barulho e mais consumo, muitas vezes sem necessidade. Logicamente, você deverá observar se a via permite tal mudança rápida de marcha. Em uma subida não dará muito certo!
4. Calibre os pneus ao menos uma vez por mês ou sempre após viajar. Pense nos extremos: um carro com os quatro pneus furados consegue se deslocar bem? Com menos ar dentro dos pneus haverá maior aderência dos mesmos ao asfalto. 5. Use ar condicionado e outros componentes elé-
tricos apenas quando necessário. Muitas vezes a temperatura externa está menor do que a interna. Logicamente, você deverá considerar sua segurança (em locais perigosos) e conforto (em uma viagem, em que a ventania pode incomodar, atrapalhando os cabelos, por exemplo!).
O biólogo Mateus Rodrigues escreve sobre como dirigir com consciência
Foto: Cinthya Pernes
Já ouviu falar sobre os termos “ecodrive”, “ecodireção” ou “direção econômica”? Esses são termos usados para descrever um uso eficiente da energia dos automóveis por meio de uma direção mais consciente desses veículos. Diríamos que é algo que pode auxiliar na redução de problemas de tráfego e poluição em Belo Horizonte. Não é a “cura para os problemas”, mas um “tratamento” importante. Muito além de economizar combustível, a direção econômica traz vários outros benefícios. Recordo-me da primeira vez em que ouvi falar sobre o assunto. Rodrigo, um grande amigo, formado em Administração, treinava motoristas de ônibus no estilo “ecodrive”, na companhia de seu avô. Inicialmente, muitos deles eram descrentes com relação ao método, devido a outras experiências negativas. Aliás, alguns até conheciam Rodrigo desde pequeno e chegavam a dizer: “Você, me ensinando a dirigir?” Resultado. Em pouco mais de um ano, a empresa iniciou um processo de crescimento. Novos ônibus foram adquiridos, premiações aos motoristas foram feitas, dentre outros benefícios, como sociais, da saúde e na segurança dos funcionários e usuários das linhas. Em um dos treinamentos de que participei ouvi um motorista dizer que constantemente chegava em casa com os braços cansados. Após as aulas teóricas fomos para a rua. Esse funcionário reduziu em torno de setecentas vezes a troca de marchas em uma curta viagem de 4 km. Tudo isso fruto de um trabalho minucioso, porém simples: mudança de hábitos. Outro motorista discutia com Rodrigo sobre o freio motor do ônibus, um botãozinho no painel que auxilia na frenagem do veículo: “Aí Rodrigo, esse freio motor não funciona!” Mal sabia ele, “experiente motorista”, que esse recurso não funciona bem quando, em uma descida, a marcha do ônibus está alta. São muitas toneladas para se segurar! Coincidência ou não, muitos motoristas de caminhão que se envolvem em acidentes chegam a dizer: “É, o freio não funcionou.” Mas é lógico que não iria funcionar! Em resumo, uma quantia significativa de dinheiro foi economizada, em pouco tempo, com o uso mais consciente de combustível e partes mecânicas, como lonas de freios e embreagens. Há dez anos aproximadamente, programas europeus foram elaborados com o intuito de incentivar o estilo ecodrive na população. Vários países da União Europeia aderiram às diversas campanhas e tiveram resultados satisfatórios, apesar de parecerem imperceptíveis aos olhos. Desde que comecei a aplicá-lo, melhorava o rendimento em meu carro de 10 km/l de combustível para 11 km/l. Pouco, não? Talvez. Para uma pessoa que consome entre três e quatro tanques de combustível por mês, a economia, em um ano, pode girar em torno de R$500,00. Mas como afirmei no início, esse estilo de dirigir não tem como objetivo apenas a parte financeira, pois se fosse assim, muitos nem adeririam por usarem pouco o veículo. Para quem se preocupa com sustentabilidade, segurança e sociabilidade esse estilo tem muito a contribuir! Mas, afinal, como me tornar um ecodriver? Logo a seguir estão algumas medidas, chamadas de “regras de ouro da Ecodireção”. Mas lembre-se: para que isso se torne um hábito é necessário perseverança! Mas não tente ser perfeccionista, pois muitas vezes o tráfego pesado poderá lhe surpreender. n
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gastronomia
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Café também no verão
O café gelado pode ser uma ótima sugestão também para o verão
Kahlúa Café INGREDIENTES ½ xícara de café gelado expresso 2 colheres de baunilha 3 colheres cheias de sorvete 4 pedras de gelo Calda de chocolate Chantilly Raspas de chocolate MODO DE PREPARO Coloque o café no liquidificador, juntamente com a baunilha, o sorvete e o gelo. Bata tudo até o gelo derreter e formar um líquido mais pastoso. Após bater, coloque a calda de chocolate em um copo e despeje o líquido até a metade. Em seguida, acrescente o chantilly e por último jogue as raspas de chocolate por cima.
O café
A história do café iniciou-se no século IX. O café é originário das terras da Etiópia, e difundiu-se para o mundo através do Egito e da Europa. Mas ao contrário do que se acredita a palavra café não é originária de Kaffa, local de origem da planta, e sim da palavra árabe “qahwa”, que significa vinho, devido à importância que a planta passou a ter para o mundo árabe. Uma lenda conta que um pastor chamado Kaldi observou que seus carneiros ficavam mais espertos ao comer folhas e frutos do cafeeiro. Ele experimentou os frutos e sentiu maior vivacidade. Um monge da região, informado sobre o fato, começou a utilizar uma infusão de frutos para resistir ao sono enquanto orava. Com o passar do tempo, o café se tornou uma bebida popular em todo o mundo civilizado, mas pouco se sabe sobre a maneira exata como foi descoberto. Assim o centro da produção se mudou do antigo mundo para o novo e, com um começo promissor, o café, atualmente, é uma das produções mais rentáveis do comércio mundial. O consumo chega a 2 bilhões de quilos, dos quais cerca de 57% são fornecidos pelo Brasil. Os Estados Unidos lidera como o país que mais consome o café, com cerca da metade de toda a quantidade consumida mundialmente.
Todo mundo sabe que o brasileiro adora um cafezinho. Somos o primeiro produtor e segundo consumidor mundial de café. O Brasil tem em seu mercado interno um grande estímulo, já que a bebida é consumida diariamente por mais de 97% dos cidadãos acima de 15 anos, segundo pesquisa da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic). A novidade é que nem precisamos parar de nos deliciarmos com a bebida em tempos de temperaturas extremas. Existe uma forma fácil de fazer os amantes de cafeína saborearem um expresso sem morrer de calor: é só recorrer à versão gelada da bebida. Mas será que os brasileiros são adeptos do café gelado? Apesar de ter fãs, para algumas pessoas pode causar estranheza. No entanto, o café gelado também tem seus encantos. E para não perder a clientela as cafeterias inovam nos cardápios nesta época quente e oferecem diversas opções. As ousadias gastronômicas incluem drinques com ingredientes inusitados para refrescar os paladares, como combinações de café expresso, coca-cola, sorvete, chantilly, frutas, leite, calda e muito mais. Fácil e rápido de ser preparado, ele pode ser feito em casa e abre muitas portas para reinterpretar a bebida com diversos sabores. Em Belo Horizonte, opção é o que não falta para se refrescar. Na tentativa de atrair novos clientes nesta época de calor, a rede de cafeterias Mr. Black inova na hora de servir a bebida. Segundo o proprietário Cristian Soares, a bebida gelada à base de café se destaca seguindo uma tendência no Brasil do consumo de café de diferentes formas. Ele afirma que o carro-chefe da casa é o Blackccino de Café, um café batido com leite, gelo e coberto com chantilly. A casa também conta com alternativas como o Frappé Mr. Black (receita especial da casa), o Afogatto de Café, o Cappuccino Gelado e o Cappuccino Gelado com Chantilly. Outra ótima opção é o Café Kahlúa. Há quase 20 anos no mercado, ponto de encontro de diversas gerações e culturas na capital mineira, a cafeteria recebe, em média, 600 pessoas por dia. O local alia tradição e modernidade, oferecendo cafés de diversas partes do mundo. O Kahlúa possui ainda sua própria marca de cafés que podem ser preparados também em casa, além do diferencial de torrar e moer os grãos do café na hora. Comandado pelo sommelier Ruimar de Oliveira Junior, um dos maiores conhecedores do café na cidade, o local mantêm sua função de ponto de encontro dos apreciadores dos melhores tipos de café. Durante o verão, o proprietário atualiza o cardápio, oferecendo diversas opções da bebida gelada. Entre os que mais saem nesta época estão o Angelica, Kahlua Café e Ice Vanilla. “Apostamos no atendimento e procuramos sempre atualizar o nosso cardápio, pelo menos a cada estação. Mesmo durante o verão o café quente mantém as vendas, mas o gelado também tem uma procura muito alta. Todos os sábados os nossos baristas testam novas receitas”, comenta o sommelier. n
Foto: Shutterstock
Fotos: Cinthya Pernes
Coffee | A versão gelada também pode ser uma boa pedida durante a época mais quente do ano
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URBHANO BELVEDERE Belo Horizonte, 1º a 15 de fevereiro de 2014
matéria de capa
Uma cidade cultural
Foto: Leonora Weissmann
Imperdível | Para os moradores do Belvedere, o VAC apresenta diversas atrações
O verão Arte Contemporânea traz diversas atrações culturais para os belorizontinos e visitantes
popular e erudita, artes plásticas, cinema e vídeo, moda, literatura, gastronomia e arquitetura. O festival cultural ocupará 31 espaços da cidade. Em 57 atrações há convidados de outras localidades do país e do exterior. A festa de abertura aconteceu no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), na Praça da Liberdade, e contou com a apresentação do Grupo Oficcina Multimédia e do Grupo de Percussão da UFMG. Além da intervenção musical “Furores abstratos”, dirigida por Francisco César. O VAC é idealizado e realizado pelo Grupo Oficcina Multimédia da Fundação de Educação Artística, em parceria com a produtora Mercado Mineiro. A diretora do grupo Oficcina Multimédia e idealizadora do evento, Ione de Medeiros, conta como o projeto do Verão de Arte Contemporânea nasceu. “Este projeto nasceu em 2006 com o grupo Multimédia, que é um grupo que integra teatro, dança, música, entre outros. Começamos fazendo apresentações no tetro
Apresentação do Oficinão Galpão Cine Horto
Exposições de fotos e instalações fazem parte do projeto
Francisco Nunes com diversas atrações, mas a primeira edição não teve muito público. Foi então que o diretor do teatro nos deu a ideia de juntarmos com outros grupos e outras pessoas. Em 2007 fizemos a nossa primeira edição do VAC. No começo foi difícil, mas tivemos muito apoio. Cada artista teve que bancar a sua apresentação, foi só na terceira edição que entramos na lei de incentivo à cultura”, conta a idealizadora Ione. Com o objetivo de promover o nosso tempo por meio de um recorte cultural, de modo a respeitar as diversidades expressivas de sua época e abrir espaço para novos formatos na criação artística, a cada edição do VAC incluem-se novos artistas e pensadores, dentro de um caráter de mobilidade e transformação conivente com a contemporaneidade. Com preços acessíveis e algumas atrações gratuitas, o evento apresentará oficinas e cursos que resgatam técnicas e práticas artísticas, reforçando a proposta nostálgica do tema. Em 2014, o foco está nas Foto: Guto Muniz
Foto: divulgação VAC
Há diversos moradores do bairro Belvedere ligados às muitas formas de cultura. Já entrevistamos artistas plásticos, arquitetos, chefs de cozinha renomados, músicos e empresários do ramo da moda. Isso demonstra o quanto nossa cidade é rica em diversidade cultural e possui uma extensa gama de bons profissionais nessas áreas. Por isso, a cidade vive se reinventando nos cenários da arte, gastronomia, música e moda. A oitava edição do Verão Arte Contemporânea – VAC 2014 é um evento que traz uma ótima mistura de talentos e atrações que encontramos somente em Belo Horizonte. Neste ano, o festival propõe a valorização da memória afetiva, aquela que desperta nos visitantes as mais remotas lembranças sentimentais. Com mais de um mês de programação intensa, o evento irá até o dia 16 de fevereiro. A oitava edição do VAC traz uma programação diversificada para todos os tipos de gostos e públicos. Há opções culturais como teatro, dança, música
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matéria de capa
Na gastronomia, acontece o banquete “Em busca do tempo perdido” que irá promover um resgate de receitas antigas. Os participantes, amantes da boa comida, poderão participar do evento, valendo como entrada um prato (salgado ou doce) para compor a mesa dos comestíveis. Após o banquete, os presentes poderão trocar receitas num processo interativo de integração afetiva. Presentes também nesta edição estão os programas “Verão nos Ateliês”, que estimula o público a um encontro com os artistas em seu local de trabalho, e o “Verão nos Museus”, que divulgará os endereços, horários e locais destas instituições da capital e do interior de Minas Gerais. Neste ano, acontecem alguns espetáculos de lançamento, como, por exemplo, o show do grupo Música do Espinhaço, no dia 14 de fevereiro, no Grande Teatro do Cine Theatro Brasil, com o mais novo sucesso do disco “Janelas”. O compositor e instrumentista do grupo, Bernardo
já vamos chegar ao lançamento com uma maturidade em relação ao espetáculo”, conclui. Na música ainda terá o lançamento do quarto disco “Vozes Invisíveis” ou “Dois e meio” da banda Graveola e o Lixo Polifônico, no dia 9 de fevereiro, no Teatro Bradesco. E para quem gosta de literatura, no dia 15 de fevereiro, no espaço aLaje Cultural acontece o lançamento do livro “Para-me [Gritocão]” de Assis Benevenuto com entrada gratuita. Algumas das atrações da oitava edição do Verão Arte Contemporânea podem ser conferidas nos espaços Café no Cinema, Casa Una, Cine 104, Cine Humberto Mauro – Palácio das Artes, Espaço Mari’Stella Tristão – Palácio das Artes, Galpão Cine Horto, Museu de Arte da Pampulha (MAP), Memorial Minas Gerais Vale, Multiespaço Oi Futuro, Teatro Bradesco, Teatro Espanca, entre outros teatros e espaços culturais da cidade. n
programação Confira a programação completa do Verão Arte Contemporânea 2014 pelo site: www.veraoarte.com.br ou pelo telefone: (31) 3227-7331
Apresentação do Grupo Aldebaran
O Museu Inimá de Paula é um dos locais que recebe apresentações do VAC
Foto: Assis Benevenuto
No dia 15 de fevereiro acontece o lançamento do livro “Para-me [Gritocão]” de Assis Benevenuto.
Foto: Netun Lima
Foto: Arquivo do Museu Inimá de Paula
Foto: divulgação VAC
Puhler, fala da importância do festival para os artistas. “O verão é um festival muito importante porque ele acaba agregando uma série de artistas de vários seguimentos, você tem um pouco de tudo. O grande diferencial do evento é essa capacidade de agrupar diversas capacidades artísticas”. O artista ainda comenta sobre o que o público pode esperar do lançamento do CD do grupo. “Já fizemos um tour pelo interior com o disco “Janelas”, e também um pré-lançamento em agosto em BH. A expectativa é que
Foto: divulgação VAC
Artes Visuais, com a inclusão da fotografia e o circuito de visitação aos Cineclubes da capital mineira, comprometidos com uma programação diferenciada. Na área da moda, o VAC inaugura uma proposta de venda de roupas e adereços. Em um formato itinerante utilizando uma Kombi com roupas especialmente escolhidas para serem vendidas em diversos pontos da cidade, o objetivo é estimular a produção de uma moda criativa e original, além de democratizar o acesso para um público diversificado.
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entrevista
Simpatia que encanta Foto: Cinthya Pernes
História | jornalista há quase 30 anos, Eduardo Costa relata que o rádio é a sua grande paixão José Eduardo Costa, mais conhecido como Eduardo Costa, radialista, apresentador de televisão, colunista e blogueiro. Formado em Jornalismo pela Uni-BH, pós-graduado em Valores Humanos pela Fundação Getúlio Vargas, tem mestrado em Gestão de Cidades pela PUC Minas e MBA Executivo na Ohio University. Veio de uma família simples e humilde, desde criança já se mostrava uma pessoa batalhadora, que sempre correu atrás dos seus ideais, mesmo com dificuldades. Antes de trabalhar no rádio, já foi um pouco de tudo, office-boy de hotel, contínuo, escriturário, caixa-executivo e procurador de banco. Nos anos 1970, iniciou a carreira como repórter na rádio Itatiaia. Em 2000, assumiu o programa Chamada Geral. Em jornal impresso, sempre atuou como colunista. Na TV, apresentou o programa Alta Tensão, na Rede Minas, e o Horizonte Notícias, na TV Horizonte. Recentemente, em 2010, foi contratado pela TV Record para apresentar o MG no Ar. Já escreveu dois livros, “Uma paixão chamada Itatiaia” (2002) e “Os primeiros Cem Anos (Belo Horizonte)” (1997) e pretende escrever mais um. Ao longo dos 28 anos de carreira, o radialista já recebeu diversas honrarias, entre elas títulos de cidadão honorário em diferentes cidades. Hoje, com 57 anos, casado, pai de duas filhas, pretende viajar muito, rodando o mundo por diversos países.
Como foi a sua trajetória? Sou o quarto filho de uma família de 7 irmãos, nasci na Assis de Carvalho, perto de Pedro Leopoldo. Meu pai era caminhoneiro, muito lutador, quando eu tinha nove anos, decidiu que tínhamos que mudar para Belo Horizonte para que pudéssemos estudar. E naquela dificuldade própria de quem é pobre, chegamos aqui e começamos a ralar, meu irmão começou a trabalhar com carroceria. Meu pai tinha um amigo num hotel e pediu a ele que arrumasse emprego para um dos seus meninos, na verdade era para o meu irmão. Mas ele disse que tinha gostado de mim e eu acabei ficando. Tinha acabado de completar 11 anos e fui trabalhar no Hotel Onze. Durante o dia fazia serviço de banco para ele e à noite ia para o elevador e ficava até as 22h. Gostava daquela vidinha, mas eu sonhava trabalhar em banco.
Um dia, um hóspede me perguntou se eu queria trabalhar no banco, respondi: “meu sonho”. Fiz três meses do curso de datilografia, fiz a prova e passei. Um dia, atendi um radialista, fiz uma festa tão grande pra ele, que quando ele saiu minha colega falou que era filha de radialista e que ela achava que eu deveria ser jornalista. Ela perguntou para qual curso estava prestando vestibular e respondi que era para Letras na Federal e Administração na PUC, mas que não era aquilo que eu queria e sim Fisioterapia ou Terapia Ocupacional. Ela falou que eu deveria fazer Comunicação e me contou que as inscrições para o Vestibular na FAFI (hoje Uni-BH), onde ela estudava estavam abertas. Fiz a inscrição e passei. No primeiro dia de aula percebi que era aquilo mesmo que eu queria para minha vida toda. Antes de formar, larguei o banco e fui fazer estágio no Jornal de Minas, na sequência veio um na Guarani, depois no Diário da Tarde. Tive que vender o único bem
que tinha, um fusquinha velho, para pagar os últimos 6 meses de faculdade. Porque trabalhava o dia todo e não recebia salário. Meu pai falava que essa profissão não ia prestar, mas eu sabia que ia dar certo, que iria ganhar dinheiro. Falei: eu vou ser feliz com isso, e então as coisas foram acontecendo. Quando fui contratado na Guarani e no Diário da Tarde, sai do Jornal de Minas. Estava tão contrariado que a Guarani ia acabar que eu pedi para sair e eles me mandaram embora também do Diário da Tarde. Então fui para a Itatiaia, foi uma bênção. Estou na rádio há 28 anos. Paralelamente a isso, tive passagens na televisão, jornal, eventualmente escrevo algo. Agora, tem três anos que estou na Record, igual ao período que estou escrevendo no Hoje em Dia, uma coluna toda semana. O programa vai ao ar todos os dias de manhã, mas a minha praia continua sendo o rádio, que é a minha paixão.
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entrevista
Você com tantos anos de experiência no no meio, porque vou criar alguns embaraços com as rádio, virar apresentador na Record foi um coisas que vou escrever, tenho maior carinho com desafio? esse projeto. O outro é consolidar a minha estrutura Foi. Eu já tinha sido convidado várias vezes, tive pessoal no próximo ano e meio, e dos 60 em diante muitas chances. Tive muitos convites ao longo da vou trabalhar só com o que eu gostar, procurando faminha vida para ir pro Rio de Janeiro e São Paulo, zer o melhor possível, lendo cada vez mais, quero ler mas não queria, nunca me empolguei. Esse convite bons livros e caprichar no meu trabalho. da Record foi bom demais, foi irrecusável por três motivos. O Ao longo dos 28 anos de carreira, o radialista primeiro porque eles não exigiam já recebeu diversas honrarias e prêmios que eu saísse da rádio, segundo que a grana é boa, muito boa para o mercado e, por fim, era um desafio. Então, foi muito mais pelo desafio do que pelo salário, por vaidade, por aparecer na televisão, que, aliás, é algo que está estragando minha vida, porque acabou com a minha liberdade. Mas eu estou muito feliz e bem tratado. Você sofre também com o estrelismo? Acho que a coisa mais gostosa do mundo, mais divina, é a pessoa falar eu gosto de você, minha mãe gosta de você. Acho isso o maior barato, mas às vezes cansa. Você gosta de viajar? Eu gosto. Acho que as duas grandes universidades são a da vida e a viagem. No momento não estou viajando porque estou em outro projeto. Mas estou planejando tudo para quando eu completar 60 anos, dos 60 aos 70 eu quero ficar viajando. Vou trabalhar dois meses e viajar uma semana, quero rodar o mundo todo. Já conheço 32 países, mais seguramente, uns 25 deles eu fui a trabalho, como o caso da Índia. Eu queria cobrir um Fórum Social Mundial, pedi para os meus chefes e fui. Sempre fiz essas viagens a trabalho com a maior alegria. alguma dessas viagens te marcou mais? Tem uma viagem que é tão importante, que ela abre o Manual de Radiojornalismo da Itatiaia. Em 1997, o João Paulo II viria ao Brasil pela terceira vez, então eu sugeri ao meu chefe que a gente fosse a Roma e viesse no avião dele para fazer matéria e ele topou. Eu arrumei tudo com o Vaticano, arrumei intérprete e fui. Eu vim no avião do Papa, fazendo flashes ao vivo ao longo da viagem. Essa foi a grande viagem por conta da repercussão que ela rendeu. Quais são os seus projetos? O primeiro deles é formar a Sarinha, minha filha, porque já tenho a alegria de ter a Fernanda formada, ela diz que quer ser médica. Segundo escrever um livro que até já comecei com o título “O ascensorista”, no qual vou contar a minha trajetória de vida, uma autobiografia, mas eu vou colar umas três mentirinhas
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prêmio. Mas teve uma que fiz questão de escrever e ganhei. Foi o Prêmio Líbero Badaró, em 1998, a respeito de uma rebelião, esse pesa muito. Tem outro também, outros, na verdade. Sou cidadão honorário em sete cidades, eu amo esses títulos, principalmente o de Belo Horizonte. É muito profundo você ganhar esse título de uma cidade. Para você qual a importância dessa relação de se aproximar tanto da população? O que é um repórter se não intérprete dos anseios? O que é um repórter se não o veículo transmissor da comunidade? Somos meio que nomeados, eleitos para poder falar em nome das pessoas. A única chance de você não ficar falando para as paredes é conhecer a sua gente, porque se você conhece, você sabe quais são as suas aflições. Não converso mais por absoluta falta de tempo e preparo físico, a minha garganta não aguenta, mas ainda vou dedicar mais tempo a isso. Se você caminhar pelo Belvedere, pela Praça Lagoa Seca, duas vezes por semana, disciplinadamente, e se abrisse pra dar um boa tarde e boa noite para as pessoas, mais uns três meses, você não vai precisar nunca mais ninguém te dar pauta sobre o Belvedere. Elas vão fluir, as pessoas vão te contar. Conversar com as pessoas é tudo, porque só assim você vai saber o que as pessoas estão sentindo.
Quais são os atuais desafios que o jornalismo está enfrentando? O maior deles é fazer a transição do tradicional para o novo, do analógico para o digital com responsabilidade. Eu posso esO jornalista possui uma vasta biblioteca com livros de assuntos variados tar enganado, mas hoje estou no time dos que acham que o jornal impresso está acabando. Por que você vai esperar amanhecer para ler uma notícia que você pode ler agora? Claro que você sempre vai ter lugar para as revistas, os jornais de bairro. Mas a internet é maravilhosa, ela é a maior prova da capacidade humana, mas ao mesmo tempo ela é a maior prova de que nós seres humanos somos capazes de estragar uma boa ideia. Já me curvei à internet, porque eu preciso dela, mas eu não me curvei às chamadas redes sociais que falam que são mídias sociais. Se Você ganhou muitos prêmios ao longo da a gente conseguir fazer da internet cada vez mais sua carreira. Qual destacaria como o mais um território sério e independente, ela é um espaimportante? ço em que temos chances de ficar sabendo a verdaSabe esses prêmios que você se inscreve para de com mais facilidade. Então, o grande desafio é concurso de reportagem? Eu me inscrevi umas esse, fazer a transição melhorando a qualidade da três vezes, mas eu nunca fui de fazer matéria para informação. n
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moda |
URBHANO BELVEDERE Belo Horizonte, 1º a 15 de fevereiro de 2014
Isadora vargas
isadora.vargas@urbhano.com.br
Haute Couture Estar em Paris na semana de Alta-Costura é um sonho pra muitas mulheres. Vestidos longos, vestidos curtos, tecidos nobres e bordados riquíssimos são apenas alguns itens que representam horas e horas de trabalho dos estilistas. E qual a meta desses estilistas? Tornar suas criações peças desejo mundo afora. A alta-costura consiste na produção em escala artesanal de modelos exclusivos e em edição limitada, que mantêm a tradição e excelência desde 1858, ano este em que ocorreu o primeiro desfile de moda em Paris. Geralmente, os vestidos ultrapassam nada menos que a casa dos seis dígitos no seu respectivo valor e, por óbvio, a clientela se torna bastante restrita, sendo factível dizer que gira em torno de 200 pessoas em todo o mundo. Sem fugir da elegância, as grifes Chanel e Dior chamaram a atenção pela ousadia ao apresentar a coleção do próximo verão europeu e introduzir o tênis em um ambiente que é sinônimo de alto luxo. Raf Simons apresentou o tênis couture bordado e sem cadarços e a reação dos espectadores foram diversas: uns chamaram de heresia, e outros, de genialidade. A grife Chanel foi além e calçou todas as modelos com sapato de corrida e deixou de lado o uso de jóia ou acessórios. Além disso, cotoveleiras, joelheiras e pochetes completavam o look esportivo vintage, fazendo referência à inspiração da vez: uma balada futurista.
A Dior fez três apresentações da maison francesa para esta temporada - uma delas, feita especialmente para o ‘staff’ de seus ateliês e estudantes de moda do mundo inteiro. Pela primeira vez a marca dedicou um show de couture exclusivamente a este público. Elie Saab é um estilista que vive imerso em um eterno conto de fadas. Isto lhe dá o olhar necessário para criar vestidos à altura das mais belas mulheres que o cercam. Nesta primavera-verão, não foi diferente. Sua coleção foi inspirada em Lawrence Alma-Tadema - pintor holandês do século XIX - cheia de romantismo, composta por vestidos rodados e drapeados, destacando os bordados e rendas, em tons de rosa bebê, azul claro, lavandas e preto. Ainda sobre a alta-costura, não se pode deixar de mencionar o queridinho e ilustre Zuhair Murad, que compõe looks dignos de red carpet. Nesta temporada, o estilista libanês abriu o desfile com uma pegada bem minimalista, apresentando modelos que por cima de seus belos vestidos, vestiam paletós. O mais surpreendente é que no decorrer do desfile, os looks compostos de paletós que, até então traziam um ar masculino, foram se transformando na graça feminina, com a representação de jardins ricos em aplicações de flores, levando ao público a sensação de efeito 3-D. A cintura das modelos no desfile foi marcada com cintos de metal, que deixaram a silhueta acentuada e curvilínea, bem o tipo do corpo da mulher. n
Fotos: divulgação
Alta-Costura | estilistas renomados de todo mundo mostram suas obras
Ellie Saab
Dior
Zuhair Murad
Zuhair Murad
A alta-costura consiste na produção em escala artesanal de modelos exclusivos e em edição limitada.
Chanel
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tecnologia
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Navegação móvel
Velocidade | tecnologia e aparelhos 4G se espalham pelo Brasil, mas muito ainda precisa ser feito Praticamente só quem é muito avesso às é possível uma experiência ainda melhor em novas tecnologias ainda não possui um apare- aplicações como games multiplayers, videoconlho celular com acesso à internet. O comparti- ferência ou streaming de vídeo. Mas para chelhamento de mensagens instantâneas, e-mails, garmos a uma velocidade que seja eficiente para fotos e outros dados através de aparelhos mó- o usuário é necessário mais investimento maior veis facilitou a vida dos usuários das telecomu- do que para a tecnologia anterior. “Uma coisa nicações. Os celulares que, até ontem, eram usados somente para fazer ligações, hoje oferecem inúmeros serviços. Entre eles, a navegação pela internet de qualquer parte do planeta que possua um sinal para tal tecnologia. O problema está na disponibilidade do sinal que permite a troca de informações online. No Brasil ainda precisamos de muitos recursos, não só nos avanços na tecnologia, mas também em nossas estruturas geográficas. Pela imensidão territorial brasileira, a engenharia para a instalação de antenas dos sinais 3G e 4G é complicada e trabalhosa. É o que explica o especialista em tecnologia e diretor da empresa Ledcorp, José Pela imensidão territorial brasileira, Lúcio Balbi de Mello. a engenharia para a instalação de antenas “Há fatores clássicos dos sinais 3G e 4G é mais complicada para essa tecnologia ainda não ser eficiente no Brasil. Um deles é a nossa extensão territorial, pois nós não temos um país, nós temos um continente. É difícil realmente quando você compara a infraestrutura do Brasil com a do Japão, pois o Japão é do tamanho do Rio de Janeiro. Então não dá para comparar, é muito mais fácil a questão de logística e de engenharia instalada em países como esse”, comenta José Lúcio. A principal diferença entre a tecnologia 4G tecnicamente interessante para falar sobre o 4G para o 3G é o aumento da velocidade no tráfe- em relação ao 3G, é que essa nova tecnologia go de dados e acesso à internet. O 4G permite precisa de um maior número de antenas para navegação na internet em altíssima velocidade, cobrir a mesma área de um 3G. Por exemplo, que podem chegar até 100 Mbps – megabits por em uma área coberta pelo 3G, pode-se chegar segundo – em dispositivos móveis, como celula- a precisar de duas, três ou quatro antenas para res, tablets e modem de banda larga. Com isso, cobrir a mesma área do 4G. São antenas meno-
res, mas que propiciam uma velocidade de dados maior”, relata o especialista. O governo brasileiro em conjunto com a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) determinou através de leilões, que as empresas de telefonia móvel aplicassem a tecnologia 4G nas cidades que irão sediar a Copa do Mundo de 2014. Segundo a agência, além de levar o serviço, as operadoras terão que garantir que a cobertura atinja pelo menos 50% do município, sendo esse um dos principais focos da fiscalização. Outro ponto que será observado diz respeito à qualidade do sinal recebido pelos usuários. Pelo edital da licitação, a cobertura 4G deveria contemplar, até 31 de dezembro de 2013, as cidades do Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Salvador, Recife, Fortaleza, Manaus, Natal, Cuiabá, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre. Foi o caso da operadora Claro, que se adiantou ao cronograma estabelecido pela Anatel e, desde julho, já está presente com sua rede 4G em todas as cidades-sede da Copa do Mundo FIFA 2014. É o que relata o porta-voz e diretor regional da operadora em Minas Gerais, Erik Fernandes. “Fomos a primeira operadora a comercializar o 4G no país, com o início da operação com testes nas cidades de Campos do Jordão (SP), Búzios e Parati (RJ), em agosto de 2012. Atualmente, já temos rede 4G em 64 cidades Fotos: Shutterstock de todo o Brasil”. Há dois anos a operadora vem se preparando para o 4G, foram investidos R$ 780 milhões nos últimos quatro anos na rede de fibra óptica para atender à crescente demanda por serviços de banda larga móvel. Até o final de 2014 a operadora vai investir R$ 6,3 bilhões em infraestrutura no país. n
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bem-estar
O hormônio do amor
Afetividade | A ocitocina promove sentimentos ligados ao bem-estar e à felicidade reduzem a sua produção, como a solidão, ansiedade, depressão, estresse crônico, deficiências hormonais, envelhecimento, sedentarismo e hábitos irregulares. O economista e neurocientista americano Paul Zak, 51, após 12 anos de pesquisa diz que a ocitocina é a molécula que funciona como um interruptor da bondade humana. Ele fez experimentos com situações reais, como ao checar os níveis hormonais de noivos antes e depois de um casamento. Nas pesquisas, ele encontrou uma relação entre níveis altos de ocitocina e uma postura mais generosa. “A ocitocina é a base biológica do amor, ajuda as pessoas a confiar nos outros, a dar dinheiro para a caridade”, conta o neurocientista. A pesquisa virou livro intitulado “A molécula da moralidade”, que contém 264 páginas. Paul relata a sua receita favorita para liberar o hormônio. “Há uma “receita” para aumentar os próprios níveis de ocitocina, a minha favorita é dar oito abraços por dia. Cheguei nesse número porque penso em um abraço por hora, durante um dia de trabalho”. n penianas, a qualidade e frequência das ereções, o orgasmo e a ejaculação. Além disso, tem a capacidade de deixá-los menos agressivos, mais amáveis e com comportamentos sociais mais adequados, embora sua atuação seja muitas vezes bloqueada pela ação da testosterona”, explica o médico Hemmerson. A ocitocina é considerada uma substância tímida, e assim como a testosterona, outros hormônios também podem impedir a sua liberação. Um deles é a adrenalina, o hormônio da urgência, que prepara o corpo para agir ou para fuga. A liberação de adrenalina em mamíferos bloqueia a liberação de ocitocina. “A ocitocina depende de fatores ambientais para ser liberada. É um hormônio que tem sua produção diminuída na presença de estranhos e observadores”, enfatiza o obstetra. Segundo o médico existem alguns fatores que melhoram a produção e a ação da ocitocina, como por exemplo, o contato físico, abraços, massagens, leitura, canto, intercursos sexuais, atividade física moderada e regular, alimentação balanceada, momentos de diversão e relaxamento. Há também fatores que
Efeitos psicológicos da Ocitocina • Estimula a sociabilidade; • Facilita a formação de laços de amizade e o estreitamento de ligações sentimentais; • Melhora o humor e reduz a ansiedade.
Efeitos físicos da Ocitocina
• Contrações uterinas no trabalho de parto; • Contrações dos alvéolos mamários levando a ejeção do leite; • Vasodilatação, aumentando o diâmetro das artérias, inclusive as coronarianas, podendo prevenir isquemia e reduzir a pressão arterial; • Aumenta o suprimento sanguíneo para a pele, podendo acelerar a cicatrização de lesões; • Aumenta a potência sexual, melhora a libido e aumenta o prazer durante o orgasmo; • Pode induzir relaxamento muscular e reduzir dores. Fotos: Cinthya Pernes
Muitos ainda não conhecem e nem acreditam, mas há diversas provas cientificas que atestam a existência do hormônio do amor. Conhecido como ocitocina, o hormônio foi descoberto em 1909, quando o farmacologista inglês Henry H. Dale notou que ele causava contração do útero em gatas grávidas. Capaz de promover sentimentos de amor, sociabilidade e bem-estar, o hormônio é produzido pelo hipotálamo e armazenado na hipófise posterior. A ocitocina é mais presente nas mulheres, que liberam a substância em três momentos de sua vida: no parto, na amamentação e no orgasmo. Segundo o médico obstetra e diretor técnico do Instituto Nascer, Hemmerson Magioni, é na hora do parto que a mulher alcança o ápice de liberação do hormônio, e por isso ele é um dos defensores do parto normal e humanizado. O médico explica que os laços afetivos entre mãe e filho já se iniciam no processo do nascimento. A liberação de ocitocina no momento do nascimento do bebê diminui as chances de depressão pós-parto, e faz com que o momento de dar a luz seja algo prazeroso e ligado diretamente com o emocional. É no que também acredita a médica Quésia Villamil, 33, que está grávida e se prepara para o seu terceiro parto humanizado. “Adoro ficar grávida. Acho muito gostoso sentir o bebê mexendo, sonhar com a chegada dele, com a recepção da minha família, com a nova vida que está chegando para o bebê e para mim também. É a vida se renovando, é uma parte de mim que irá nascer”, relata a médica sobre os prazeres da gravidez. Quésia, que também é obstetra, conta sobre os sentimentos liberados pelo hormônio na hora do parto. “Cada bebê que chega é um reflexo real e palpável do amor. Do amor de Deus por mim e do meu amor pelo meu esposo. Cada parto é a materialização deste amor, desta felicidade”, comenta. A ocitocina é conhecida como o hormônio do amor, pois costuma ser liberada quando estamos perto de nossos parceiros. Quando isso acontece, os níveis de cortisol (hormônio do estresse) diminuem no organismo. Apesar de ser mais constantes nas mulheres, os homens também podem liberar ocitocina. “Nos homens, a ocitocina aumenta a sensibilidade do pênis ao contato, melhora a lubrificação das glândulas
A médica Quésia Villamil se prepara para o seu terceiro parto humanizado
O obstetra e ginecologista Hemmerson Magioni relata que a ocitocina é um hormônio tímido
Foto: Cinthya Pernes
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especial
Foi promulgada no mês passado a Lei nº 12.891/2013, popularmente conhecida como minirreforma eleitoral. A exemplo das Leis nº 11.300/2006 e 12.034/2009, que à época de suas publicações ganharam da imprensa o mesmo apelido, o Congresso Nacional preferiu o caminho das alterações pontuais no já confuso arcabouço legislativo eleitoral, ao invés de encarar uma séria e pesada tentativa de sistematizar essa colcha de retalhos. Das modificações promovidas, a maior parte altera apenas procedimentos buroDiogo Mendonça Cruvinel é Cientista político, Bacharel em Direito, Especialista em Direito cráticos e não passa nem perto dos temas mais relevantes e polêmicos, como o finanPúblico e professor de Direito Eleitoral. diogocruvinel@yahoo.com.br ciamento de campanhas eleitorais por pessoas jurídicas. E mais uma vez o Congresso saiu de fininho quando cobrado pelas ruas a promover mudanças contrárias aos interesses de partidos, candidatos e grandes empresas. Algumas alterações, contudo, devem ser destacadas, como a fixação do prazo de 20 dias antes do pleito para substituição de candidatos, a surpreendente retirada dos cavaletes do rol de propagandas expressamente permitidas e a flexibilização de algumas restrições relativas à propaganda antecipada, inclusive pela internet. Mas em meio às acanhadas mudanças, merecem atenção dois fatos pouco noticiados pela grande mídia. O primeiro diz respeito a um artigo do projeto dessa lei que visava impedir, dentre outras,
A tímida minirreforma eleitoral
| eleições
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a fixação de bandeiras e faixas em propriedades privadas. Ou seja, o eleitor que, à moda antiga, desejasse manifestar em sua própria casa a preferência por um ou outro candidato estaria praticando fato proibido pela legislação eleitoral. Mas em um lampejo de bom senso, sobreveio o veto presidencial e impediu que entrasse em nosso ordenamento jurídico essa verdadeira afronta ao direito fundamental básico de liberdade de expressão e participação política. Já o outro fato diz respeito a uma proposta efetivamente sancionada, embora por meio de outra lei (Lei nº 12.875/2013), que alterou o cálculo para distribuição do tempo de propaganda eleitoral no rádio e na televisão. Essa alteração, também não tão divulgada pela mídia, reduziu a parcela do tempo total a ser distribuída igualitariamente entre todos os partidos e aumentou a parcela a ser contemplada apenas pelos partidos com representantes na Câmara dos Deputados, com a clara intenção de minar a força dos partidos menores. O maior problema, contudo, é que ainda não há a certeza de que essas mudanças valerão para as eleições deste ano. Isso porque caberá ao TSE e, em último caso, ao STF decidir se o art. 16 da Constituição será aplicado. Esse artigo determina que, por motivos de segurança jurídica, as regras eleitorais devem estar definidas no prazo mínimo de um ano antes das eleições, o que não ocorreu em relação às leis acima mencionadas. Enquanto essa decisão não chega, ficamos com a dúvida. n
informe publicitário
Procedimento não cirúrgico para perda de peso:
Balão intragástrico é um importante aliado para o emagrecimento. Com a chegada do verão e aproximação do carnaval, a preocupação de quem está acima do peso de querer ficar em forma e com uma aparência melhor, faz com que a procura por métodos para emagrecimento aumente bastante. Em meio a vários métodos para tratamento da obesidade, destaca-se um procedimento endoscópico de rápida execução e que não requer cortes ou internação: o balão intragástrico. De acordo com o médico Dr. Bruno Sander, que se especializou neste método, o procedimento apresenta baixo risco e é bastante acessível. “Os resultados, quando o paciente segue as orientações médicas e nutricionais, têm sido muito positivos e satisfatórios”, afirma. Indicações para uso do balão intragástrico É importante salientar que o método só deve ser adotado após a avaliação de um médico capacitado e é indicado para pacientes com sobrepeso ou obesos que apresentam um índice de Massa Corporal (IMC), maior que 27. “O paciente recebe uma sedação leve e, por via endoscópica é introduzido um balão de silicone no estômago que, em poucos minutos, é preenchido com soro fisiológico e corante. Ao ocupar boa parte da área de reserva do estômago, gera uma saciedade precoce. Isto induz o paciente a ingerir menor quantidade de alimentos, o que, associado à reeducação alimentar, auxilia no emagrecimento saudável, rápido e seguro”, esclarece o médico. O próprio Dr. Bruno Sander foi usuário do balão intragástrico em 2011 e com a ajuda deste método conseguiu eliminar 36kg e, desde então, vem mantendo o peso perdido. O médico lembra ainda que nenhuma técnica sozinha faz milagre e que o resultado positivo depende do paciente seguir corretamente o tratamento nutricional proposto, além de associar exercícios físicos para potencializar a perda de peso. Normalmente o resultado é muito satisfatório e a grande maioria dos pacientes consegue atingir a meta desejada, acrescenta Dr. Sander. Fonte: Dr. Bruno Sander – Diretor clínico da Clínica Sander, em Belo Horizonte, especializada em tratamento para obesidade com o uso do Balão Intragástrico.
Informações: Rua Alagoas, 601 – 2º andar – Funcionários – BH/MG Contatos: 31 8508-5000 ou 3588-1155 E-mail: clinicasander.adm@hotmail.com www.clinicasander.com.br
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crônica
Gina ganhou um gato. Comum, vira-lata, presente de uma amiga que estava se mudando para o Canadá e não tinha como levar o bichano. Na primeira semana ela até se esquecia de que o bicho estava por perto. Só quando tropeçava no animal ou percebia com o canto do olho um vulto que se esgueirava entre os vasos é que se lembrava de colocar água e ração e limpar a caixa de areia. Pouco depois começaram as confissões. Gina chegava em casa e falava de seu dia monótono no trabalho, do trajeto no ônibus, e às vezes deixava escapar algo so-
Foto: arquivo pessoal
Gina e o gato bre uma nova série ou grupo musical que havia descoberto. Em pouco tempo o gato já era o grande confidente de Gina, que seguia sua jornada solitária entre o apartamento pequeno, o banco, a academia e alguma rara saída com os colegas. Começou a falar de seus medos, de seus sonhos perdidos, de suas esperanças patéticas, de suas fantasias sobre si mesma e sobre os outros. Transformou o animal em um diário que solta pelos e dividiu com ele até mesmo suas paixões impossíveis e príncipes inventados. A grande vantagem é que, ao contrário de um diário, que pode ser roubado, ou de um amigo, que pode ser indiscreto, o gato era um cofre seguro para seus sentimentos, uma pasta indevassável para seus segredos e suas esquisitices. Certa manhã ouviu o gato miar insistentemente. Levantou-se e, enquanto despejava o leite na vasilha, percebeu que o miado soava diferente. O que era aquilo? Parecia um som humano, um
Maurilo Andreas é mineiro de Ipatinga, publicitário de formação e escritor por paixão. Casado com Fernanda e pai de Sophia, é autor de seis livros infantis e foi um dos homenageados na I Feira Literária de Passos. Seu texto “Sebastião e Danilo” foi escolhido pela revista Nova Escola para uma edição especial e vários outros fazem parte de livros didáticos e paradidáticos de diversas editoras. nome. Isso, o gato olhava para ela e, naquele momento, miava claramente uma palavra: “Mauro”. Na manhã seguinte o gato apareceu morto no lote vago ao lado. Gina detestava fofoca. n