16 a 31 . julho de 2013 . ANO I . Número 10 . Distribuição gratuita
URBHANO
On-line: www.urbhano.com.br
BELVEDERE
Foto: Cinthya Pernes
tudo que inteRessa no seu bairro está aqui
Paixão sobre rodas Carros antigos são verdadeiras relíquias para colecionadores de Belo Horizonte
cultura
Foto: Cinthya Pernes
O artista plástico Atacir Costa conta um pouco da sua história e de como se iniciou no mundo das artes pág. 5
entrevista o velejador e escritor Amyr Klink conta em detalhes sobre os perigos e os desafios de SE navegar sozinho para a Antártida pág. 6
jovem festas com guerra dos anéis (GDA) é uma ótima opção de criatividade e socialização entre adolescentes pág. 10
local
infestação de ratos se torna um grande problema no Belvedere Vereador Marcelo aro se reúne com responsáveis para cobrar providências Pág. 4
Esporte casal de namorados, Atletas do Minas Tênis Clube, irão disputar o World Games, competição internacional na Colômbia pág. 11
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opinião frasesURBHANAS
Foto: Lucas Alexandre Souza
Anderson Silva é um lutador magnífico, acho que ele tem dons extraordinários. Ele realmente acredita em seus dons, mas abusou. Artes marciais são baseadas em honra e integridade, é preciso tratar todos com respeito. De alguma forma, ele perdeu essa visão e pagou o preço. Jon Jones, sobre a surpreendente derrota de Anderson Silva para Chris Weidman Milene Costa (*)
Caminhemos juntos rumo a esta grande festa de fé. Que Nossa Senhora nos acompanhe! Papa Francisco, em sua preparação para a Jornada Mundial da Juventude
Victor Hugo afirma que “amadurecer e morrer é quase a mesma palavra”. Ao meditar sobre essa afirmação e refletir sobre a arte de amadurecer, algumas indagações aparecem na mente, tais como: O que é amadurecer? Como se amadurece? Qual o objetivo do amadurecimento? Na tentativa de encontrar respostas, tracei alguns caminhos. O primeiro é tentar definir o que é o amadurecimento. O segundo é encontrar meios para experimentar o amadurecimento e, por fim, alcançar os benefícios do amadurecimento. O primeiro caminho, talvez o mais fácil, é definir o que é amadurecer. De acordo com os melhores dicionários, amadurecer é tornar-se experiente com o tempo, ser experimentado em algo ou se deixar viver. Para muitos, amadurecer é uma qualidade que pode ser desenvolvida com as experiências vividas. Diante dessa perspectiva, a arte de amadurecer passa pela abertura de se permitir vivenciar o novo, a mudança, a novidade que a vida oferece para cada indivíduo. O segundo caminho, traçado e alicerçado pela definição de amadurecimento, pode-se mostrar paradoxal. Se pois, por um lado existe a permissão para viver o novo, por outro lado existe a possibilidade de matar o que era velho. Dessa forma, ao permitir vivenciar algo novo, deve-se ter a disposição para matar algo que esteja arraigado na prática de vida. E não é isso o amadurecimento? A arte de amadurecer não é ser experiente com o tempo? Como ser experiente sem estar aberto para reelaborar-se? E a reelaboração não implica verificar o que fica e o que sai da vida? Então, pode-se afirmar que o caminho para o amadurecimento passa pela morte de muitos conceitos, valores, hábitos, costumes e ideologias. O terceiro caminho, quiçá o mais difícil de se observar durante o processo de amadurecimento, é o seu objetivo. A arte de amadurecer é um retorno ao encantamento com a vida. Viver, muitas vezes, se torna uma caminhada árida, bruta, seca e solitária. Ao se permitir viver, a pessoa encontra outros prazeres, outros olhares, outras maneiras de experimentar a fascinante arte de estar viva. Essa atitude de abertura, diante das diversas formas de experienciar a vida, traz o encanto o sonho, o prazer, o desafio de superação e a possibilidade de encontrar o bem-estar consigo e com os outros. “Amadurecer e morrer é quase a mesma palavra”. Pois, deixar-se amadurecer é um tipo de morte! Contudo, temse aqui uma visão positiva desse tipo de morte. Morrer durante o amadurecimento é renascer, é redescobrir o valor que a vida tem juntamente com o seu chamado para viver melhor. É expandir, explorar, ir além e, principalmente, descobrir o que alguém pode vir a ser com a permissão de se deixar viver. Milene Costa Teóloga e filósofa - Responsável pelo espaço SER & PERTENCER – Formação para a Vida – www.serepertencer.com.br (*)
Foto: Divulgação/TV Globo
Amadurecer: um caminho saudável para a vida!
Reviver a Magda é como abrir uma casa que estava fechada há muito tempo. Marisa Orth, ao UOL, sobre sua personagem em “Sangue Bom”
Vão às ruas! Protestem! Não deixem que raspem os cabelos ruivos de Marina Ruy Barbosa na novela! Aguinaldo Silva, autor de novelas, no Twitter
Amigos, tomei uma decisão: depois de tantos pedidos, não vou mais raspar a cabeça da Marina Ruy Barbosa. A história vai ficar linda, me aguardem. Walcyr Carrasco, autor da novela Amor à Vida em seu Twitter
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URBHANO BELVEDERE é uma publicação da Editora URBHANA Ltda. CNPJ 17.403.672/0001-40 Insc. Municipal 474573/001-1 Impressão: Bigráfica Tiragem: 15.000 exemplares Distribuição gratuita - quinzenal
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Fotos | Lucas Alexandre Souza e Cinthya Pernes
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cidade
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CRM diz não à importação Polêmica | A presidente Dilma quer importar médicos para suprir falta de profissionais A precariedade da saúde pública do Brasil não é nenhuma novidade para os brasileiros que necessitam dos recursos do SUS. Muitos profissionais de várias áreas da saúde estão deixando seus empregos, até mesmo em cidades de grande porte como Belo Horizonte, devido às terríveis condições de trabalho. A falta de recursos básicos tem feito muitos médicos optarem por exercer a profissão em setores privados e em grandes capitais, deixando um desfalque na saúde pública de pequenos municípios. A novidade agora é a decisão do Mistério da Saúde junto com a presidente Dilma Rousseff de importar médicos do exterior para trabalhar em pequenos municípios e periferias do Brasil. O governo acredita que esta seja a solução mais adequada para suprir a falta de profissionais no segmento. A notícia não teve boa aceitação entre as entidades médicas, que afirmam que não faltam profissionais, mas sim estruturas decentes para atender à população. Um levantamento do Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRM/MG) apresenta a dura realidade: faltam médicos em um quarto dos 853 municípios mineiros. São 209 cidades sem nenhum suporte e outros 148 municípios com apenas um médico. Profissionais e estudantes de medicina de diversas cidades do país foram às ruas protestar contra a importação de profissionais. O maior problema sobre a importação, apontado por eles, é a qualidade da formação desses profissionais. A principal reivindicação é a admissão de médicos estrangeiros a partir da revalidação dos seus diplomas por meio do Programa Revalida, do Ministério da Educação, porém a prova tem
baixíssima aprovação, até mesmo entre os profissionais brasileiros. A psiquiatra Luciana Andrade, 28, formada pela UFMG há três anos, esteve na manifestação contra a importação de médicos em que reuniu mais de 2 mil profissionais e estudantes, realizada no dia 03/07 na capital mineira. “Não sou a favor da proposta do Ministério da Saúde, pois acredito que não faltam médicos no Brasil – os números da Organização Mundial de Saúde (OMS) comprovam isso –, mas há uma má distribuição pelo país, com médicos concentrados nos grandes centros, especialmente na região Sudeste. Isso porque há uma total falta de recursos e investimentos na saúde do nosso país”, comenta Luciana, que acrescenta ainda: “Outro ponto que considero ainda mais grave é trazer médicos sem a devida qualificação. Defendemos que os médicos venham se forem aprovados no Revalida. Somente assim considero essa importação legítima; caso contrário, acho uma agressão ao povo brasileiro”, alerta Luciana. Os protestos resultaram na decisão da presidenta Dilma sobre o Programa Mais Médicos Para o Brasil. Ficou decidido que a partir de janeiro de 2015, o estudante que ingressar na faculdade de Medicina em instituições públicas ou privadas estará sujeito a uma nova grade curricular. O aluno levará oito anos para se formar e não seis, pois será obrigatório trabalhar dois anos pelo SUS. Serão abertos editais para vagas em pequenos municípios e periferias com remuneração de R$ 10 mil. As expectativas do governo é abrir 12 mil vagas de residência médica e 11,4 mil vagas para cursos de Medicina até 2017. n Foto: Shutterstock
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local
Presença indesejada Há mais ou menos quatro meses, moradores do bairro Belvedere têm se deparado com a presença indesejada de ratos. Segundo denúncias recebidas pelo vereador Marcelo Aro, e encaminhadas à redação do Jornal URBHANO, os roedores se concentram, principalmente, na parte mais antiga do bairro, fato que não deixa as demais regiões livres do problema. A convivência com esses animais pode trazer, além do desconforto, sérios danos à saúde. Por sua vez, a prevenção e a exterminação de pragas urbanas nem sempre é fácil, e depende de um esforço conjunto entre moradores e poder público. As grandes capitais brasileiras possuem cerca de quinze roedores por habitante, enquanto nos EUA a média é de dois ratos por pessoa. Esses animais, além de trazer incômodo para a população, são a praga urbana mais perigosa que existe. Seus hábitos furtivos acarretam sérios riscos e prejuízos aos seres humanos, pois contaminam alimentos, roem tecidos, madeiras, plásticos e transmitem doenças. De acordo com a Dr. Tânia Marcial, médica infectologista e membro do departamento de infectologia da Associação Médica de MG, “aqui no Brasil as principais doenças transmitidas pelos ratos são a leptospirose, transmitida pelo rato do esgoto através da urina, e a hantavirose, transmitida por ratos em gaiola e zona rural, além de outras não muito comuns”, afirma. Maria do Carmo Faleiro, 77, é uma das moradoras que tem se deparado com a presença de ratos. “Isso está acontecendo demais aqui. Eu e as minhas vizinhas do lado e da frente já reclamamos. Eu acho que está vindo pelo esgoto da rua”, comenta. Maria do Carmo tenta enfrentar o problema, mas os ratos continuam aparecendo. “A gente põe remédio e mata. Aqui em casa já morreram uns dez, sendo uns dois a cada dia, mas não para. Colocamos remédios diariamente. Eles ficam no quintal porque ficamos vigilantes, é muito problemático. Daqui a pouco começarão a entrar em casa. Já tentei contatar a Zoonoses, mas não consigo que eles venham olhar”, reclama a moradora. Edwiges Maria Carvalho, 66, também se mostra descontente pela convivência com esses
Foto: Cinthya Pernes
Alerta | Moradores do Belvedere sofrem com aparecimento constante de ratos
Vereador Marcelo Aro em reunião com a gerente de controle de zoonoses da Região Centro-Sul, Priscila Starling e o Técnico de Saúde, Luis Simões, discutindo o problema da infestação de ratos no Belvedere.
animais. A moradora tentou eliminar o problema sozinha, mas sem sucesso. “Eles aparecem mais na região das casas e à noite, mas também encontramos durante o dia. Não é nem por causa de lotes vagos, porque hoje há poucos lotes. Fui a lojas especializadas e comprei veneno, mas não resolveu. Só o pessoal da Zoonoses tem o veneno eficaz”, comenta a moradora que procurou o serviço público mas afirma que não foi atendida. No dia 8 de julho, a equipe do Jornal URBHANO acompanhou reunião realizada entre o vereador Marcelo Aro, a gerente de controle de zoonoses da Região Centro-Sul, Sra. Priscila Starling, e o Técnico Superior de Saúde, Luis Simões, para discutir o problema da proliferação de ratos no Belvedere. A gerente informou que existem 21 registros de ocorrência para o bairro Belvedere e que todas foram atendidas em tempo hábil. Segundo Priscila, o cidadão deve entrar em contato com a prefeitura pelo número 156 para que seja aberto um chamado. Este é imediatamente enviado ao setor
competente para solução em dez dias úteis, sob pena de intervenção da ouvidoria do município. Se a reclamação não for realizada pelo canal apropriado, não ocorre o devido registro no banco de dados do município, dificultando a solução da demanda. Embora a gerente afirme que as demandas foram atendidas, para atender à solicitação do vereador e zelar pela saúde e interesse dos moradores do bairro, a prefeitura se prontificou a realizar uma desratização do local até à próxima semana. De acordo com o parlamentar, não basta acompanhar a ação da prefeitura, mas é preciso ir além. “Me comprometo a acompanhar de perto a intervenção da prefeitura, mas ressalto que isso resolverá apenas parte do problema. Pretendo realizar uma campanha de conscientização no bairro, para que possamos, juntos, exterminar essa praga. Precisamos adotar hábitos que contribuam para evitar a ocorrência da peste. O que está em jogo é a nossa saúde e o nosso bem-estar”, afirmou. n
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cultura
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Em vida e cor Foto: Cinthya Pernes
Arte | Cotidiano, paisagens e retratos ganham cores e vida nas pinturas de Atacir Costa
Atacir Costa em seu atelê, pintando o retrato de Oscar Niemeyer
O pintor Atacir Costa é referência na capital mineira, e suas obras es-
tão espalhadas por todo o Brasil. O artista adora pincelar o cotidiano abs-
trato, as paisagens bucólicas e retratos humanos. Seus quadros são o mais
próximo do real possível, dando ilusão fotográfica às pinturas. A mãe de Atacir fazia bonecas de porcelana. O artista conta que pegava as tintas utilizadas por ela para pintar em pedaços de madeira, e assim começou a gostar de arte muito cedo. “Eu acredito ter nascido artista, pois desde criança meu maior divertimento era o lápis e uma folha de papel. A admiração pela arte era muito grande, principalmente quando se tratava de pinturas. Eu não tinha dúvidas que me tornaria um pintor, só não sabia que Deus pudesse ser tão maravilhoso me concedendo esse dom”, explica Atacir. Influenciado pelo impressionismo, Atacir já
expôs com artistas como JB Campos, Rui de Paula e Mauro Rocha. O pintor já retratou em suas telas Sérgio Pererê, Vander Lee, entre outros. “O nosso primeiro contato foi profissional, mas há um ano mantemos esse contato, até mesmo porque temos em comum a amizade do cantor Sérgio Pererê. Pintar o Vander Lee me fez descobrir o quanto ele é humano com suas atitudes. A forma com que ele nos recebeu em sua casa foi surpreendente. Nós nos falamos frequentemente por telefone e acredito muito que ao longo do tempo essa amizade pode se estreitar ainda mais”, comenta o artista sobre a sua amizade com o cantor Vander Lee.
Em Belo Horizonte, na Contemplo Galeria de Arte, situada no bairro Santo Antônio, zona sul da capital, uma vez por ano acontece o encontro dos pintores mineiros. Nesse encontro grandes artistas expõem suas obras e discutem ideias para o desenvolvimento da arte no Estado. Na Contemplo são encontradas muitas telas permanentes do artista para a comercialização. Os trabalhos do pintor ficam expostos também no Museu Jeca Tatu, onde o poeta Leonardo Ruggio foi eternizado por Atacir. Vale a pena uma visita para conhecer os quadros desse artista mineiro. n
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entrevista
O mar é o caminho Fotos: Marina Bandeira Klink
Aventura | Amyr Klink é o primeiro navegador a atravessar o Atlântico Sul a remo Para Amyr Klink o mar nunca foi um obstáculo, mas sim um caminho para novas descobertas. Dono de uma personalidade autêntica, ele nunca se considerou uma pessoa aventureira, apesar de ser o primeiro homem a atravessar o Atlântico Sul a remo e ter embarcado QUINZE vezes para a Antártica, na maioria das vezes sozinho. Enfatiza que suas viagens sempre são muito bem pensadas e planejadas. Conheceu Paraty (RJ) quando tinha apenas 2 anos, e foi naQUELA cidade que descobriu o mar e a paixão pela embarcação. Amyr Khan Klink nasceu em 25 de setembro de 1955 em São Paulo, filho de pai libanês e mãe sueca. Casado há dezessete anos com Marina Bandeira, velejadora experiente, teve com ela três filhas, as gêmeas Tâmara e Laura e a caçula Marina. Hoje é empresário, possui uma coleção que ultrapassa trinta embarcações, ministra palestras pelo mundo todo sobre o meio ambiente, assunto que o preocupa, e também é escritor. Já escreveu cinco livros, entre eles o best-seller Cem dias entre o céu e o mar. Em 12 de junho esteve em Belo Horizonte como palestrante do 11º Seminário Meio Ambiente e Cidadania, onde abordou temas ligados às mudanças climáticas e ao aquecimento global.
O que te motiva a viajar tanto? O exercício do aprendizado. Eu faço as viagens de uma forma diferente, participando de todo o processo. Inventamos a viagem, organizamos os equipamentos, a tecnologia, as pessoas. Construímos todo um circo, do qual a última parte é a viagem. Eu gosto desse processo. Não sou viciado em viajar, eu gosto é da organização de uma viagem, construir e projetar os meios e soluções do percurso. Foi isso que me deu a oportunidade de conhecer lugares em que eu nunca pensei estar. Gosto muito desse contexto. É uma experiência difícil, ela exige muita dedicação, preparação e competência. Envolve aspectos imprevisíveis. É importante ter um planejamento, mas é preciso saber que tudo pode mudar, afinal envolve um conjunto de fatores e atitudes bem mais complicados. Eu gosto de conhecer coisas novas, estar em lugares impressionantes e remotos, mas o que mais me atrai é a experiência humana. Na Antártica, por exemplo, você convive com expoentes de todas as áreas do conhecimento humano. Da onde veio A paixão pela embarcação? Veio das vacas. Eu trabalhei com leite em condições muito precárias, numa região onde não havia cooperativas, não tinha nada. Eu queria ganhar dinheiro com leite e, aos poucos, fui aprendendo a desenvolver os meios necessários. Queria fazer o curral com tábua de Ipê, mas era muito caro, e por isso aprendi a fazer com bambu. Eu acredito que a paixão inicial veio dessa necessidade de desenvolver novas soluções para os problemas, e tudo começou com o
problema das vacas. Foram dez anos de aprendizado, descobrindo novos meios e uma nova forma de pensar. Depois fui influenciado pelo que acontecia no manejo de gado na Índia. Descobri que no Brasil se conhecia muito pouco sobre gado e que os grandes criadores são muito recentes. Fui estudar, procurei saber de novos meios, novas técnicas, novas formas de pensar. Durante o processo, desenvolvi a vontade de fazer produtos diferenciados. Eu não queria fazer queijo minas, eu queria fazer um queijo mais elaborado do que um queijo fresco. Foi um exercício que, curiosamente, tem muito a ver com o modo como realizo minhas viagens. Eu desenvolvo os projetos dos meus barcos de um modo que é referência no mundo. Hoje, os americanos não têm um barco como os que nós fazemos para operar em regiões polares. Eles não têm os equipamentos que nós temos? Temos mais tecnologia? Não, é porque nós temos um olhar diferente. E isso nos últimos anos está me fazendo repensar muitas das coisas que eu vejo sobre o Brasil, sobre o nosso desperdício intelectual, nossa burrice crônica, esse nosso vício de só falar uma língua, sem falar dos desperdícios de matéria-prima. Nós estamos em uma atividade que você exercita todas as suas capacidades. Fazemos coisas extraordinárias, que europeus e asiáticos não conseguem fazer, e é porque fazemos de um jeito totalmente oposto e totalmente simples. Como é esse jeito? Simples. Quem imaginaria o computador com um botão? Ninguém, nenhum especialista de tecnologia há quinze anos atrás imaginou. Não dava
para pensar que as pessoas se comunicariam com os dedões. Aprendemos muito com a diversidade que o Brasil e muitos países pobres ostentam. Esse aprendizado nos permite aplicar soluções, muitas vezes, incrivelmente sábias e inteligentes, mas simples, usando recursos modernos. Usamos, por exemplo, o conceito de estrutura de bambu. Por que na maioria das vezes resolveu viajar sozinho? Eu fiz algumas viagens sozinho, e foram viagens que por alguma razão ninguém mais quis fazer. Até hoje ninguém mais atravessou o Atlântico Sul a remo, enquanto que o Atlântico Norte tem mais de duzentas travessias. Algumas viagens eu gosto de fazer sozinho porque me agrada o desafio de pensar em todas as funções de um barco. Não tem absolutamente nada a ver com dificuldade de relacionamento, algo do tipo “estou fugindo do mundo”. É um desafio técnico muito legal, ser obrigado a pensar em tudo, administrar tudo, cuidar de sua energia física. Você não pode dormir mais que 45 minutos quando está comandando o barco sozinho. O barco não para, e quem é que cuida? É como dirigir um carro mil horas sem parar. E pra dormir? Não pode, não para. É um caminhão que nunca para. Você dorme pedacinhos de 45 minutos em que o barco anda sozinho na velocidade máxima e você administra os riscos em volta. Se tiver trânsito você tem que monitorar o trânsito: “opa, não dá pra dormir agora, estou na rota”. Então você vai administrando: faz dieta de sono,
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por pedacinhos; tem que ter a energia física de consertar as coisas, os equipamentos que vão quebrando; fazer as manobras, as comidas; ir ao banheiro; cuidar da parte elétrica. Se você tiver essa índole da curiosidade, de querer aprender, você vai muito longe. E no meu caso, eu não faço isso intencionalmente. As poucas pessoas, a maioria brasileiros, que eu levei nesse processo, cresceram muito. Não conheço nenhum caso de alguém que tenha participado e voltado atrás. Você já passou algum perigo em alto-mar? Esse é o lado folclórico. É claro que tem perigo. Acredito que você andar de bicicleta na marginal em São Paulo é muito mais perigoso do que dar uma volta ao mundo sozinho. No barco vou tentar lutar até o fim para consertar o defeito quando tiver uma tempestade. Tem perigo? Tem, se eu escorregar eu morro, uma morte terrível. Se você cair para o lado do mar calmo e o barco continuar andando no piloto automático, não se machucará, não estará doente, vai conseguir boiar por umas trinta horas, entrará em exaustão e esperará a morte chegar. É uma morte que eu não quero, eu tenho medo, essa é uma morte que me assusta. Morrer lutando, explodindo, caindo bomba, é uma maravilha. Navegar é uma atividade que envolve muito risco, mas curiosamente o risco não é exatamente esse de estar em meio a uma tempestade, em uma área não cartografada da antártica. O maior risco é você não ter pensado em algo durante o projeto, e isso quebrar. E isso eu aprendi com as vacas. Eu comecei a trabalhar com búfalo, um bicho muito forte, porém muito desconfiado, então não adiantava construir um muro de concreto que ele batia a cabeça no muro e derrubava. Porém, descobri que se você botar uma linha flexível ele vai empurrar e ela não vai arrebentar. Foi um processo interessante, porque descobri uma tecnologia com algo muito simples. Usamos muito esse tipo de solução. Um bom exemplo foram os sistemas antiderrapantes que costumávamos comprar nos EUA e na Europa. São caríssimos, cem dólares o metro quadrado. Percebi que estamos no polo da indústria calçadista, onde PVA é um material que fazem sapatos. Ele é resistente e ultravioleta, resiste ao problema do aquecimento global. Assim, passamos a usar o PVA. Os gringos ficam loucos quando veem meu barco: “Nossa mas que material lindo!”. O PVA tem quarenta cores, duzentas texturas e custa um dólar o metro quadrado. O material para colar é cola de sapateiro da pior marca, para que daqui a alguns anos fique mais fácil de tirar. Temos milhares de soluções
entrevista desse tipo. Madeira maciça eu gosto, mas prefiro bambu. Quais são suas maiores preocupações com o meio ambiente? Não tenho uma preocupação filosófica, mas tenho uma educação de querer passar para frente aquilo que sei. Não tenho necessidade de guardar a sete chaves. Hoje, temos no Brasil uma cultura empreendedora de preservar segredos dos negócios, patentes. Mas eu tenho vontade de mudar, de transformar, às vezes a gente deixa de ganhar dinheiro, mas ganhamos clientes. As maiores obras que fiz até agora são aquelas que ainda não fiz. Enfim, quero fazer alguma coisa que daqui a seiscentos anos digam: “Quem é o louco que deixou isso assim?” Sua família tem influÊncia SOBRE O seu jeito de pensar? Meu pai era um visionário, um homem inteligente, muito acima da média, mas não era um empreendedor. Isso sempre me incomodou. Ele era um homem que se relacionava em todos os ambientes e níveis de pessoas, sabia sobre diversas áreas de conhecimento e línguas. Só que ele não era um cara que constrói. Já minha mãe era uma pessoa totalmente desligada do mundo material, meu pai era o patriarca e não dava muito dinheiro para ela. Acreditava que se os empregados dele viviam com um salário mínimo, ela também tinha que viver. Minha mãe fazia roupas com sacos e cortinas, mas, ao mesmo tempo, meu pai colocava a gente em escolas caras. Então era muito engraçado, eu estudava em escola de elite e minha mãe fazia roupas de cortinas. Isso foi uma realidade muito interessante. Mas o que completou isso foi o mundo dos barcos, em que você faz um esforço intelectual, físico e econômico de vinte anos para chegar a ter um barco maravilhoso. E pode perder tudo isso em 3 minutos. Você pode bater e já era. Eu já passei por isso várias vezes. Tudo isso que você constrói ao longo da vida, casa própria, carro, tudo isso não é nada. Serve o que você pode fazer e não o que você tem. O interessante desse processo é a vontade de fazer. Não importa você ter todo o dinheiro do mundo, se você não tiver a vontade de transformar, de virar algo bacana, não vale nada. O que você tenta passar para suas filhas? Didaticamente eu não tento passar nada, porque elas já têm pressão didática no mundo e na escola. Porém acredito que pais e pessoas próximas têm o poder de influenciar. Por exemplo, para você gostar
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de livro você tem que conviver com ele. O que eu fazia era levar minhas filhas nas gráficas, editoras e palestras. Elas entravam em gráficas enormes, que crianças nem podem entrar. Se vai dar certo isso eu não sei, mas elas já dão palestras, fazem de sessenta a setenta palestras por ano. Eu dou muita palestra, mas não faço disso uma profissão, e elas vão vendo, acompanhando. Uma escola pediu e elas foram, um banco pediu e elas foram, sem nenhuma vergonha. Não foi uma coisa forçada, foi natural. Como foi A primeira viagem com suas filhas? Foi tensa. Como já disse, tem os riscos, os perigos. Quando você leva terceiros, a consciência do perigo em relação a estes impacta mais. Eu fiquei muito preocupado e tinha um monte de pessoas me chamando de irresponsável. Mas elas adoraram. Para mim foi bastante legal. Eu aprendi mais na viagem com elas do que nas que fiz sozinho. Elas aprendiam as coisas muito mais rápido, coisas que para mim eram mais difíceis de aprender, como por exemplo a burocracia ambiental da Antártica. Elas já sabiam que não podiam chegar perto dos filhotes de focas devido às infecções. Rapidinho elas pegaram as regras de andar pela Antártica. Em uma de suas palestras você disse que escrever é uma dádiva. Para você, que já escreveu muitos livros, como surgiu esSe dom em sua vida? Sempre gostei de escrever e já escrevi muito. Eu gosto de escrever bem. O pessoal fica chocado, mas infelizmente vivemos em um país que não conhece a própria língua. A língua é algo que temos que respeitar, é um patrimônio muito importante. Eu prezo muito. E não digo isso pelos livros que escrevi, pois a maioria dos livros que escrevi achei muito mal escritos. Acho escrever uma atividade muito bacana. Você conhece Belo Horizonte? O que acha da cidade? Há anos em que venho aqui toda semana. Nesse ano é a terceira vez no mês. Eu achava que conhecia Belo Horizonte, mas não conhecia, porque nunca tinha ido ao Mercado Central. Há duas semanas pude ir e adorei. Acredito que conhecer uma cidade é conhecer o Mercado, pois lá tem os produtos da terra. Acompanho há anos o Comida di Buteco, acho um evento genial. São Paulo tentou copiar e não deu certo. Gosto muito desse espírito mineiro, do jeito que os mineiros fazem as coisas, gosto das coisas autênticas. n
Amyr Klink em uma das suas viagens à Antártica
Em Belo Horizonte no 11º Seminário Meio Ambiente e Cidadania no Teatro Oi Futuro
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matéria de capa
Relíquias de época Fotos: Cinthya Pernes
Automóveis | Carros restaurados por colecionadores trazem de volta pedaços da história
O presidente do Veteran, Otávio Pinto de Carvalho, com um dos carros da sua coleção
Não se sabe ao certo em que data a roda surgiu, e nem quem foi o seu primeiro criador. Sabe-se que ela teve seus primeiros registros na metade do quarto milênio a.C., quase simultaneamente na Mesopotâmia, no nordeste do Cáucaso e na Europa Central. Desde a sua invenção o mundo mudou muito. Essa forma geométrica de rotação, com certeza, foi uma das maiores invenções do planeta. Com as rodas, surgiu o meio de transporte mais utilizado no mundo: o carro. O primeiro automóvel à gasolina continha somente três rodas e foi criado no ano de 1885, pelo alemão Karl Benz. Já em 1886, Gottlieb Daimler inventou o primeiro veículo de quatro rodas com motor de combustão interna. A velocidade
máxima era 16 km/h. O primeiro carro a ser fabricado no Brasil foi o modelo Ford T (20 cv), logo depois da Segunda Guerra Mundial, uma época em que o mundo ainda sentia os reflexos das batalhas. O automóvel, porém, teve uma aceitação muito boa no mercado, por ser relativamente barato e ter um baixo custo de manutenção. Hoje os automóveis são objetos de desejo, status e paixão. No mercado automobilístico a cada ano chegam novos modelos e marcas, além das novas versões dos clássicos passados. É um mercado forte e em constante ascensão no país. Porém, a paixão por automóveis vem do tempo em que o modelo Ford T foi fabricado. Hoje modelos antigos valem uma pequena
fortuna e são preciosidades para os colecionadores. Muitas pessoas que fazem coleção de carros antigos aprenderam a gostar de automóveis através de avôs, pais e tios. É o caso de Arthur Rodrigues, o Vibrantinho, 44, empresário e comentarista esportivo da Tv Alterosa, que sempre observava os carros dos tios. “Sempre gostei de carros antigos, lembro-me dos carros dos meus tios e sempre admirava, mesmo sem ter noção de modelo ou ano”, comenta o empresário, que também é colecionador e possui cinco modelos antigos. “Comecei a colecionar desde o ano 2000. Meu primeiro veículo foi um fusca 1967 na cor café com leite, e o detalhe desse fusca era o seu interior, que era na cor vermelha, uma série especial que a Volkswagen tinha lançado na época em que houve pouca procura, pois as pessoas compravam o carro com o interior preto mesmo. Esse carro foi capa da revista 4 Rodas de 1967”, lembra Vibrantinho. O comentarista ainda pensa em aumentar a coleção, tem o sonho de adquirir um Cadillac conversível 1952, um dos modelos mais bonitos e raros de Cadillac, segundo ele. O piloto João Luiz de Seixas Cruz, 53, também é um colecionador apaixonado por reformar e restaurar modelos antigos. Sua coleção possui oito automóveis, segundo ele todos em ótimo estado de conservação. “O primeiro carro que comprei foi um Ford Custom 1951. Eu morava em Santa Maria (RS), lembro que seu valor foi igual ao valor de uma bicicleta Caloi 10. O carro estava completamente detonado e chegou à minha garagem puxado por um Galaxie com uma corrente. Meus amigos acharam muito engraçado. O carro foi completamente recuperado, mas quando me mudei para Lagoa Santa (MG), não tinha lugar para guardá-lo e ele começou a ser destruído pelo tempo. Com o coração partido fui obrigado a vendê-lo por um preço bem baixo, embora fosse muito maior do que eu havia pago quando o comprei”, lamenta o piloto. Para ele, os automóveis antigos são muito mais que simples carros de época. “Cada modelo me fascina de maneira diferente, pois eles são verdadeiras obras de arte. O carro antigo era praticamente feito à mão, embora fosse produzido numa linha de montagem. Cada modelo revela e traz de volta uma época que certamente influenciou sua concepção. Um carro antigo é um símbolo de sua época. Tanto os esportivos quanto os modelos Sedan ou caminhonetes trazem consigo a marca de sua idade. É incrível.” O delegado ainda acrescenta: “Diz-se que a diferença entre homens e meninos está no seu brinquedo. Ao
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adquirir um veículo antigo, talvez não transpareça a mesma emoção que se vê nos olhos de uma criança ao ganhar um brinquedo novo, mas é bem por aí. É muito gostoso poder guardar o tempo”, lembra. Para quem pretende começar esse tipo de coleção, não é um hobby tão barato assim, e o preço da manutenção pode variar muito. Em Belo Horizonte, segundo os colecionadores, ainda se encontra mão de obra especializada e de boa qualidade, mas eles garantem que daqui a pouco tempo não vão mais existir pessoas que saibam fazer esse tipo de trabalho. Restaurar ou reformar um carro antigo precisa de uma série de cuidados, não é simples como os consertos feitos em carros novos. Há todo um detalhamento impecável para que o carro se mantenha o mais fiel possível ao que era em sua época. O empresário Vibrantinho comenta como realiza a manutenção dos seus carros: “A manutenção depende muito do ocorrido, pois existe a manutenção normal, que é bateria, pneus, velas e outras coisas, que são fáceis de adaptar e resolver. Já no caso de peças de lataria, acessórios, é mais específica, sempre recorremos primeiro a alguém de São Paulo, e se caso não encontramos, recorremos aos Estados Unidos, onde se encontra de tudo, tudo mesmo”, conta Vibrantinho. Um fator muito importante na hora de restaurar é que os carros antigos precisam ser 80% originais em sua essência, só assim conseguem a placa preta. Essa placa nada mais é que um certificado provando que o carro é original. (Veja no box abaixo quais são os passos para conseguir a mesma).
COMO CONSEGUIR A famosa “PLACA PRETA”
matéria de capa
Novidades para os apaixonados O Veteran Car Club é o clube de automóveis antigos de Minas Gerais, fundado em 1979 e que reúne os colecionadores de carros antigos em Belo Horizonte. Na cidade há outros clubes do mesmo segmento, mas o Veteran é o mais tradicional. O clube é relativamente pequeno – há somente quarenta membros –, mas os sócios acreditam que seja um número consideravelmente bom. Otávio Pinto de Carvalho é presidente do Veteran e, claro, apaixonado pelos modelos antigos, possuindo seis veículos em sua coleção. “Eu não sei se gosto mais de carros antigos ou da turma de carros antigos. Quem gosta de carros antigos gosta de história, geografia, gosta de artes, porque o carro é muito ligado ao homem. Se você gosta de carros, você vai olhar e saber de que época e de que país ele veio, por conta da suas cores e design”, comenta Otávio. Quando questionado sobre o carro dos seus sonhos, ele é detalhista: “Tem carros maravilhosos. Eu gostaria muito de ter um Delahaye 1937, carroceria Celtic”, sonha. O Clube organiza diversos eventos, como o grande encontro em Araxá, que ocorre de dois em dois anos no Grande Hotel, onde acontecem desfiles, exposição, premiações e palestras sobre o assunto. O encontro de Araxá é, hoje, referência no Brasil. No primeiro sábado de cada mês, eles também se reúnem no Aphaville, onde andam com seus carros antigos livremente, possibilitando que os frequentadores vejam de perto os modelos de épocas passadas em movimento. Eles ainda organizam caravanas para participar de encontros em outros estados e alugam carretas para transportar os veículos.
O presidente Otávio contou com exclusividade para o Jornal URBHANO sobre os planos do clube para a cidade de Belo Horizonte. “Nós possuímos o maior acervo do Brasil, mas é uma pena que as pessoas não vejam isso, pois os carros ficam guardados nas garagens. Eventualmente nós fazemos uma exposição para as pessoas poderem apreciar um pouquinho. Por isso, nós estamos lutando para fazer um museu do automóvel aqui na cidade. Já conseguimos duas vitórias muito grandes: a doação de um terreno pelo governo e a ajuda da Fiat para a construção desse museu”, afirma Otávio. Ele também conta em primeira mão onde está prevista a construção do novo museu. “Vai ser atrás do Palácio da Liberdade. Chique, não? Ali pouca gente conhece, mas tem um galpão enorme, onde era a garagem da Polícia Militar, mas ela saiu de lá. Então nós vamos utilizar esse galpão (evidentemente ele vai ser aumentado e tratado). O governador cedeu esse espaço e nós passaremos a fazer parte do circuito de museus da Praça da Liberdade”. E ainda acrescenta: “Existe uma rua que ninguém conhece, seguindo a Rua da Bahia em sentido ao Minas. A nossa ideia é abrir essa rua e fazer uma rua cenográfica, contando a história de Belo Horizonte, com lojinhas, e essa rua chegaria até o museu”, conta o presidente. O projeto ainda é embrionário, segundo Otávio, mas os contratos com o governo de Minas Gerais e com a Fiat já foram assinados, de modo que tudo leva a crer que o projeto sairá do papel. n
Em conformidade com as Portarias de n° 56 e 127 do Contran, qualquer Clube de Carros Antigos, ou seja, sem fins lucrativos, poderá emitir os “Certificados de Originalidade”, após ser devidamente credenciado por uma Portaria do Denatran. Portanto o colecionador que queira certificar seu veículo deve: 1. Ser proprietário de veiculo com mais de trinta anos de fabricação;
2. Filiar-se a algum Clube de Veículos Antigos, autorizado pelo Denatran a fazer as inspeções de originalidade; 3. Submeter o veículo a uma vistoria pela comissão técnica
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desse clube; 4. Conseguir obter nessa vistoria uma pontuação igual ou superior a 80% , nos quesitos originalidade e conservação;
5. Assinar o Termo de Responsabilidade e preparar a documentação: Cópia simples do RG (Identidade) e CPF,cópia simples do DUT (Documento do Veículo);
6. Remeter ao Clube de Veículos Antigos fotografias do veículo (frente, traseira, lateral direita, lateral esquerda, motor e painel), juntamente com toda a documentação exigida.
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jovem
Além da imaginação Fotos: Cinthya Pernes
Diversão | GDA pode ajudar crianças e adolescentes a respeitar as diferenças
Personagens da história de Guerra dos Anéis
Marcelo Lacerda com as crianças organizadoras da festa de GDA
Guerra dos Anéis, ou GDA, é um jogo de aventura em que as crianças entram na pele de personagens da história e, com muita interatividade, atravessam várias situações em uma jornada na busca pelo fim da guerra e da maldade. O jogo, que surgiu em 2002, possui quarenta capítulos. A história começa na festa de uma criança e tem sequência pelas festas dos colegas, com duração de em média três horas cada. O criador da febre nas festas infantis, Marcelo Lacerda, 34, diz ter começado a história sem intenção de que ela virasse algo tão grande. “ Tinha machucado o ombro, e havia uma festa de aniversário de uma menina que eu não poderia faltar (Marcelo já trabalhava com animação de festas há seis anos), mas não conseguia fazer brincadeiras agitadas demais. No meio da festa, sem recursos, resolvi contar uma história, só que ninguém queria as histórias comuns. Resolvi então inventar uma historia ali. Peguei uns personagens de outras narrativas, mudei o nome, coloquei novas ideias, e vi que os meninos estavam envolvidos porque era novidade. Pra ficar mais legal, fiz com que eles se sentissem parte da história, deixando com que alterassem o enredo. Todas as coisas que eles faziam me davam ideias novas. O GDA surgiu dali e foi se desenvolvendo, sem muito planejamento. Hoje em dia eu planejo alguma coisa, mas normalmente eu chego na festa e crio de acordo com as crianças”, comenta Marcelo, que já possui camisas, cards e livros sobre o jogo . A história para distrair as crianças acabou se tornando para Marcelo um meio de auxiliar os pais na educação dos filhos, fazer com que estes vivam e aprendam na prática valores morais e éticos. “Mais ou menos uns três anos depois, quando vi como o jogo alcançava a criançada e a forma com que eu tinha influência sobre elas, resolvi incluir conhecimentos, sabedorias que eu adquiri com minha família, pra mostrar para essas crianças. Eu não tinha contato com tantas crianças de classe alta, e vi o tanto que estava distorcida a forma com que eles viam o mundo. Para elas palavrão era algo comum. Eu nunca achei comum, sempre achei errado.
Desperdício era algo comum. Eu vi que eu podia mudar isso”, relata o animador, que faz cerca de oito festas por semana. Segundo Marcelo, o GDA é capaz de trazer para as crianças mais respeito uns pelos outros, mais amizade e compreensão, além de ajudar os participantes a serem menos tímidos, uma vez que o jogo pode ser comparado a um teatro sem falas programadas. “Dentro do jogo, eles assumem papéis de personagens, e cada personagem tem um jeito, tem a personalidade e o corpo. Tem o gordinho, o baixinho, a magrela, e da forma que o jogo é contado, eu dou importância igual pra todos eles. Se o menino tiver qualquer característica que os colegas o maltratem por causa dela, dentro do jogo é o contrário. No pouco que ficam juntos começam a respeitar uns aos outros”, afirma. Durante uma festa de GDA as crianças têm a possibilidade de entrar em um mundo paralelo e esquecer um pouco das preocupações, problemas na escola e em casa. “No jogo eles têm a oportunidade de falar: eu sou um herói, eu posso lutar pelas coisas que eu quero, eu tenho poder pra enfrentar, e a hora que eu não con-
seguir, eu tenho o Marcelo ao meu lado, tenho meus amigos pra me mostrarem o caminho”, elucida. Tiago Challoub ,12 , vivencia o que Marcelo conta. “É um jeito de entrarmos em outro mundo, viver outras coisas e arrumar mais amigos”, confirma. Encantados pelo jogo, uma turma de amigos resolveu juntar dinheiro e organizar uma festa de GDA. Amanda Couto, 12, uma das organizadoras da festa, explicou um pouco de sua paixão pelo jogo. “Eu adoro GDA e estava tendo pouca festa. No jogo sou uma fada. Gosto da minha personagem, eu posso sempre ajudar e curar as pessoas”, comenta. Luciana de Couto Silva, professora, 42, sempre deixa a filha ir às festas. “Ela foi a uma e começou a gostar, foi em duas, três, e teve a iniciativa de fazer a vaquinha com uma amiga. Eu vejo o jogo como socialização, acho bom pelo prazer e pela alegria que ela tem de jogar e participar”, relata a mãe de Vitória, 12, que também ajudou a organizar o evento. “Desde pequena eu imaginei um mundo diferente. No GDA eu posso viver esse mundo. Eu aprendi a amar mais as pessoas”, relata a estudante. n
As crianças entram na brincadeira e vivem na pele as dificuldades e vitórias de seus personagens
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esporte
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Rumo ao World Games Fotos: Lucas Alexandre Souza
Ginástica | Ginastas do Minas são os únicos brasileiros selecionados para a Competição
Os namorados Mariana Aquino e Bruno Martini
Saltos ornamentais e coreografias precisamente executadas são apenas algumas das formas pelas quais a ginástica se tornou conhecida no Brasil. Mas poucos conhecem as variações do esporte. No Brasil cinco tipos de ginásticas são praticadas: de trampolim, rítmica, aeróbica, artística e acrobática. Todas apresentam suas próprias singularidades. “Cada ginástica é um esporte diferente, e sendo assim cada um possui os próprios aparelhos”, explica o treinador de alto rendimento dos ginastas de trampolim do Minas Tênis Clube, Silton Santos, 30. Ele ainda alega que algumas características em comum são essenciais para todas as modalidades, como flexibilidade e força dos praticantes. O treinador conta que para a execução da ginástica de trampolim é desejável que o atleta se inicie ainda criança e possua baixa estatura, seja forte, flexível e bem coordenado. “Não é impossível que existam atletas fora desse perfil, mas é o perfil dos atletas de alto rendimento. É bom que os atletas não sejam muito altos para conseguir desenvolver melhor as acrobacias”, elucida. Apesar das dificuldades suplementares que
atletas fora do perfil apresentado possam enfrentar, Silton alega que possuir alguma característica fora do padrão não é um fator excludente do sucesso do esportista. “Nós mesmos temos uma atleta que foge um pouco dessa norma, porque ela é alta e tem a estatura que atrapalha um pouco. Mas é forte e extremamente coordenada”, exemplifica. O treinador acrescenta que esses são requisitos decisivos para a seleção das crianças que farão parte das “categorias de base” da ginástica do Minas Tênis Clube. “Os testes são realizados com crianças a partir de seis anos. À medida que as coisas vão evoluindo nós vemos quem tem possibilidade de virar um grande atleta”.
World Games Apesar da associação usual da ginástica com as Olimpíadas, nem todas as modalidades são contempladas durante os Jogos Olímpicos. Entre as modalidades não agraciadas pela competição estão: as ginásticas de trampolim, aeróbica e acrobática. E ainda outros esportes como wakeboard, rugby, patinação artística, dentre outros. As práticas que
Atletas treinam no Minas Tênis Clube
ficam de fora das Olimpíadas encontram espaço dentro do World Games. A competição será realizada em Cáli, na Colômbia, e acontece entre os dias 26 e 31 de julho. O torneio internacional equivale às Olimpíadas para os esportes não olímpicos e engloba 120 países na disputa pelas melhores colocações em 33 modalidades. Dentre os representantes do Brasil na competição estão os únicos ginastas brasileiros competidores na categoria de trampolim: a atleta mineira Mariana Aquino, 21, campeã pan-americana em 2010 na modalidade duplo-mini trampolim e vice-campeã pan-americana em 2012 de trampolim, e o ginasta carioca Bruno Martini, campeão mundial em 2011 na modalidade ginástica de trampolim. Os atletas, que namoram há quatro anos e meio, fazem parte da equipe do Minas Tênis Clube e estão ansiosos para levar o ouro para casa. Acostumados ao ritmo puxado das competições, o casal se dedica intensamente aos treinos. “Estamos treinando de segunda à sábado, em turnos manhã e tarde, por cerca de 6 horas por dia”, afirma Bruno.
Quanto ao número de conquistas de âmbito nacional, os atletas se mostraram confusos devido ao grande volume de medalhas conquistadas. Principalmente Bruno, praticante do esporte há 22 anos. “Não me lembro quantas foram, mas foi bastante. Com certeza mais de quinze”, alega Bruno. Para Mariana, praticante da ginástica há quinze anos e a primeira brasileira a competir na modalidade de trampolim no World Games, os treinos do casal devem permanecer voltados para competições internacionais. “Já chegamos a um ponto onde não focamos nas nacionais. O importante agora é treinar para os campeonatos interna-
cionais”, aponta a ginasta. No dia 26 de julho o casal embarca para a Colômbia para disputar
o título no duplo-mini, modalidade em que Bruno é atual campeão mundial. n
Diferenças entre as ginásticas A ginástica aeróbica é uma combinação da ginástica clássica com a dança. É uma atividade dinâmica que possui movimentos rítmicos aliados à música. Os elementos principais são dinamismo, coordenação motora, força, flexibilidade e ritmo. A ginástica acrobática agrega movimentos de solo da ginástica artística em suas séries. Os movimentos isolados, em geral, são compostos por mortais, muitos deles impulsionados por parceiros e exercícios estáticos que solicitam muito equilíbrio e força do atleta. A modalidade requer muita força e flexibilidade. A ginástica artística é caracterizada pelo exercícios físicos em aparelhos diversos, como argolas, barras, traves e cavalos (com e sem alças), ou no solo. Os atletas realizam movimentos extremamente
elegantes, que exigem força, agilidade, flexibilidade, coordenação e equilíbrio. A ginástica rítmica ou ginástica rítmica desportiva (GRD) tem a prática constituída por movimentos de corpo e dança combinados com a manipulação de equipamentos.Para uma boa execução,os esportistas devem demonstrar excelente coordenação motora e equilíbrio, além de realizar os movimentos em harmonia com a música executada durante a apresentação. A ginástica de trampolim é caracterizada pela execução de saltos mortais, duplos, quádruplos e movimentos variados. Os atletas devem ser fortes, flexíveis e bem coordenados, além de preferencialmente possuírem baixa estatura.
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| direito
Foto: Lucas Alexandre Souza
12 especial
Os dez mandamentos são os seguintes:
Mandamento I
Todos têm direito de trabalhar bem. Trabalhar bem significa se transportar bem, ter uma vida financeira saudável e organizada e poder se aposentar bem. Principais empecilhos ao Mandamento I: atrasos constantes de voos, muito superiores a quatro horas, geradores de danos morais; fraudes bancárias; erros dolosamente cometidos pelos planos de previdência privada, no momento da aposentadoria dos consumidores.
Mandamento II Thiago Naves Bacharel em Direito pela UFMG, Advogado Militante e Gestor de Empreendimentos Inovadores na Internet
Os 10 Mandamentos do Consumidor Moderno Em tempos de inovações nas relações de cidadania que envolvem os brasileiros, o direito do consumidor ganha especial relevo, como força motriz do incremento de novos conceitos mais justos nas relações de consumo. O fato parece óbvio, principalmente a partir da Constituição de 1988, regulamentada pelo Código de Defesa do Consumidor, pela qual os cidadãos ganharam muitos direitos. Entretanto, sobre eles infelizmente ainda se tem vaga ciência, fator que dificulta o correto exercício do Código para coibir os abusos comumente praticados por empresas e fornecedores. Em detrimento do consumidor, são verificados muitos casos nos quais empresas e fornecedores buscam o lucro exorbitante, desproporcional e, sobretudo, indigno. É de se ressaltar que os abusos praticados contam, infelizmente, com um grande amparo para que se reproduzam, seja pela deficiência de informações ao consumidor, seja pela leniência e ineficácia das Agências Reguladoras. Assim é que o consumidor frequentemente tem a impressão de estar sendo enganado, mas não sabe como agir para preservar o seu direito. E nesse momento entra em cena a verdadeira revolução digital que hoje ocorre no Brasil, permitindo ao consumidor informações claras e online, que saiba de modo simples e direto como agir contra os abusos cometidos. Pensando nessa facilidade, por que não refletir-se sobre “dez mandamentos” que podem auxiliar o consumidor a concluir que ele tem direitos?
Todos têm direito ao descanso, férias e lazer. Descansar bem significa viajar, sem atrasos de voos, sem extravios de bagagens e sem problemas ostensivos com pacotes turísticos. Principais empecilhos ao Mandamento II: falta de respeito ao consumidor e desleixo com seus direitos mais básicos.
Mandamento III
Todos têm direito a um sistema de saúde privada adequado. Os consumidores só acionam seus planos de saúde quando mais precisam deles, ou seja, quando estão doentes. Esperam, assim, um tratamento minimamente digno a essa circunstância. Principais empecilhos ao Mandamento III: falhas nas coberturas e atendimento deficiente.
Mandamento IV
Todos têm direito a uma vida segura, com planos securitários adequados: mais uma vez, os consumidores só acionam os seguros contratados quando deles mais precisam. Principais empecilhos ao Mandamento IV: fraudes e falhas nas coberturas de seguro, sem nenhuma justificativa plausível para o consumidor.
Mandamento V
Todos têm direito a crédito para crescer economicamente. O crédito justo é um elemento essencial para a dignidade do consumidor, dentro da economia moderna. Principais empecilhos ao Man-
damento V: abusos praticados em contratos bancários e financiamentos.
Mandamento VI
Todos têm direito de se comunicar bem. As telecomunicações são hoje peça-chave para as relações interpessoais dos consumidores. Principais empecilhos ao Mandamento VI: falhas nas chamadas de telefones celulares, fraudes em contas, defeitos nos serviços de internet, propaganda enganosa sobre o serviço de internet “grátis” nos aeroportos brasileiros e cobranças indevidas pelas empresas de TV a cabo, principalmente sobre o denominado “ponto extra”, “conexão adicional” ou “aluguel de decodificador”.
Mandamento VII
Todos têm direito de comprar de modo seguro pela internet. As compras online são hoje uma grande facilidade para o consumidor, mas, muitas vezes, o que era para ser solução acaba se transformando em problemas de grande repercussão para a vida das pessoas. Principais empecilhos ao Mandamento VII: desrespeito aos prazos de entrega, fornecimento de produtos estragados e deteriorados, cobranças indevidas nas faturas de cartão de crédito e clonagem dos mesmos.
Mandamento VIII
Todos têm direito de morar bem: a realização do sonho da casa própria consiste em bem primordial para o consumidor moderno. Principais empecilhos ao Mandamento VIII: atrasos exorbitantes nas entregas dos imóveis, atrasos desarrazoados na entrega de móveis para residências e escritórios.
produtos deteriorados e falhas na prestação de informações ao consumidor sobre elementos nutricionais.
Mandamento X
Todos têm direito de exercer seus direitos. Para mudar a situação de desrespeito, somente a ação firme do consumidor, ingressando no Poder Judiciário, poderá solucionar os empecilhos aqui listados.
Conclusão
Casos incluídos nos mandamentos aqui descritos normalmente geram boas indenizações, tanto em sede material – devolução dos valores indevidamente pagos, em dobro – como em sede moral, para a compensação do sofrimento causado com as condutas ilícitas das empresas e fornecedores. Os danos morais possuem também cunho pedagógico, desestimulando as empresas a abusarem de suas relações com os consumidores e forçando-as a uma reflexão sobre sua postura no mercado. O Poder Judiciário tem se preparado para acolher os consumidores em suas demandas. Caso típico acontece em Belo Horizonte, onde foi montado um Juizado Especial Digital, célere e eficiente, no qual em grande parte dos casos as demandas são solucionadas favoravelmente ao consumidor, em poucos meses e em um padrão processual equivalente ao dos países com melhor qualidade de vida do mundo. Não existem mais processos de papel e tudo pode ser solucionado pela internet, pelo próprio consumidor!
Assim sendo, consumidor, por que não tentar? Por que não ser cada vez mais cidadão e com isso transformar o Brasil em Mandamento IX um país de cidadania em Todos têm direito de se alimen- seu legítimo conceito? tar bem. A indústria alimentícia também consiste em peça-chave para a felicidade do consumidor, que deve confiar nos alimentos adquiridos como fonte de saúde para suas vidas. Principais empecilhos ao Mandamento IX: fornecimento de
Essa é uma manifestação pacífica, silenciosa, inteligente e que dá muitos frutos positivos para as mudanças que tanto desejamos. n
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bem-estar
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Vaidade masculina
O cirurgião José Eduardo Paixão
A preocupação estética vem crescendo cada vez mais, e não apenas entre as mulheres. Seja pelo desejo de um rosto mais jovem, a busca por um corpo apolíneo ou apenas pela satisfação de corrigir alguma imperfeição física, as intervenções cirúrgicas e tratamentos estéticos vêm ganhando o interesse também do público masculino. A pesquisa da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS), em conjunto com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (a), comprova esse aumento. Segundo os dados apresentados, a busca por essas cirurgias tiveram um aumento de 97% nos últimos quatro anos, sendo perceptível o crescimento da procura pelos homens. “Antes o público masculino não passava de 2 a 5% dos pacientes nos consultórios de cirurgia plástica. Hoje essa proporção já atinge de 10 a 15%, sendo que no caso de consultórios especializados em implantes capilares esse percentual pode chegar a quase 100%”, explica o cirurgião plástico José Eduardo Paixão, que possui mais de vinte anos de experiência na área.O cirurgião, que teve Ivo Pitanguy como professor, afirma que a faixa etária mais comum dos pacientes é de 30 a 65 anos. “Nesse período o homem já
tem sua liberdade econômica determinada”, comenta. Dr. José Eduardo alega que o implante capilar é o procedimento mai procurado pelos homens devido à calvície androgênica, seguido por outras cirurgias, como: lipoaspiração de abdômen e flancos (cintura), cirurgias de rejuvenescimento de face e pescoço (papada), rinoplastia (cirurgia de nariz), tratamento de ginecomastia (mama do homem), cirurgia das pálpebras, cirurgias de orelhas em abano e, mais recentemente, cirurgias pós-emagrecimento extremo. Segundo o cirurgião os procedimentos não se limitam à busca por uma estética mais agradável. “Em um mercado de trabalho extremamente competitivo, uma aparência mais jovem e saudável pode ser vantajosa”, aponta. O médico acredita ainda que a ascensão das plásticas masculinas se deve à mudança dos valores sociais. “Antigamente, a vaidade era considerada um pecado capital. As pessoas tinham certa vergonha de queixar-se de alterações, que muitas vezes incomodam a ponto de ser prejudiciais às relações sociais. Além disso, nossa sociedade é basicamente machista, e expressar o desejo de fazer uma cirurgia estética podia ser constran-
gedor, principalmente para as pessoas mais velhas”, lembra. Preconceitos nunca representaram nenhum obstáculo para o advogado José Carlos Buzelin, 65, que afirma ter realizado diversos procedimentos de estética e hoje frequenta periodicamente o consultório do cirurgião para realizar tratamentos de pele. “Eu faço qualquer negócio pra ficar bem. Alguns colegas me perguntam como eu estou tão bem. Eu falo então o que eu faço e eles dizem: “Ah isso é coisa pra mulher”. Mas isso não machuca nem de leve minha masculinidade”, relata José Carlos. Há quinze anos, o advogado decidiu dar uma revitalizada na aparência e buscou o consultório do Dr. José Eduardo para uma cirurgia nas pálpebras. Era para ser apenas isso, mas o advogado gostou tanto do resultado que aderiu às sessões de carboxiterapia, botox, drenagem linfática, laser soprano, lifting facial, além de uma “esticadinha”, como ele próprio diz. Os tratamentos escolhidos para o combate à flacidez são apenas algumas das medidas adotadas pelo advogado para cuidar da estética do corpo. Para garantir o físico, José realiza ainda exercícios de ginástica e caminhada. “Os resultados superaram as mais otimistas das minhas expectativas. Eu achava que não fosse ficar tão bem. Comecei a ficar até mais feliz. A gente tem que aceitar a idade e conviver com ela”. Ao ser questionado sobre quantos procedimentos já reali-
zou o advogado foi enfático. “É como perguntar para mim quantas noites eu já dormi. Quando eu comecei a ficar velho eu comecei a fazer”, comenta. Pensando nos benefícios de se realizar uma cirurgia plástica, o professor de física Jaques Azevedo também aceitou o desafio de se submeter à faca. Ele conta que realizou duas operações cirúrgicas de uma só vez: nas orelhas e no nariz. Os cuidados com a beleza não terminam por aí. O professor re-
vela ainda que após os procedimentos aderiu a sessões de carboxiterapia, lipocavitação (ultrassom abdômen), depilação a laser e limpeza facial. Segundo
Jaques, caso ele fosse calvo optaria ainda por um implante capilar. O professor de física afirma que apesar de não ter recebido incentivo para a realização dos procedimentos, isso não foi um empecilho. “As pessoas acham que é frescura, o preconceito sempre existe. As pessoas de fora não conseguem avaliar o quanto algo pode nos incomodar. O procedimento precisa valer a pena para a pessoa que fez. Com certeza valeu a pena para mim”, assegura. n
Foto: Shutterstock
Foto: arquivo pessoal
Beleza | Procedimentos estéticos e cirúrgicos ganham atenção dos homens
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moda |
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Isadora vargas
isadora.vargas@urbhano.com.br
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íntimas femininas nos mais variados modelos. Sutiãs meia-taça com detalhes rendados, calcinha em diversas tonalidades rendadas, tops, dentre outros! Não tem como não se render a elas. Qualquer pretinho básico com detalhes em renda fazem toda a diferença na vestimenta e, com certeza, deixam a mulher bem luxuosa. A dica é ter atenção aos tipos de renda usados, pois existem aquelas mais sofisticadas, como as guipure, e outras engana-bobo, de qualidade duvidosa, que podem, inclusive, acabar empobrecendo o look. n Foto: divulgação
Foto: Aline Weber/ThePhotographyLink
Foto: Lace Chic/Squidoo
De lá pra cá a renda se destacou de tal maneira que é difícil pensar em uma estação sem looks compostos por diferentes tipos do tecido, que agora deixa de compor peças inteiras para dar forma a detalhes e até mesmo acessórios. O poder da transparência das rendas nos looks femininos transmitem romantismo e sensualidade na medida certa, e se usados de maneira correta transformam looks simples em verdadeiras obras de arte. É o que fazem a maioria dos designers em seus fashion shows. A renda tem tanto a cara da mulher moderna e tradicional que é utilizada em peças
Foto: Dolce&Gabbana/divulgação
Com certeza, toda mulher tem pelo menos uma peça de renda em seu guarda roupa. A indústria fashion se apaixonou por esse tecido que abriga várias características, muitas vezes combinadas com diferentes materiais que se encaixam em qualquer estação. É um tecido transparente, fino e delicado que forma diversos desenhos com entrelaçamentos de fios de linho, seda ou algodão. A pioneira da febre do material foi a marca Prada, que, em 2009, lançou sua coleção de inverno com looks sóbrios em renda guipure, reacendendo em todos o desejo pela trama.
gastronomia
Culinária premiada Italiano | Restaurante Vecchio Sogno é destaque em Belo Horizonte
Receita
Foto: Mikio
Criada em 1995 e localizada no piso térreo da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, no tradicional bairro Santo Agostinho, a casa comandada pelo chef e proprietário Ivo Faria tornou-se uma referência gastronômi-
ca na capital mineira. Frequentado por políticos e pessoas de todas as idades, o Vecchio Sogno é especialista na comida italiana criativa, reconhecido por premiações nacionais e internacionais. Como o nome an-
tecipa, o restaurante é a realização de um sonho do chef Ivo Faria, que sempre almejou comandar a cozinha do seu próprio restaurante. O cardápio criado por ele é renovado anualmente, mantendo a alma italiana mesclada
Salmão
unilateral com espaguetinho fresco e filamentos de legumes
Chef Ivo Faria
a influências francesas, orientais, mediterrâneas e mineiras. Essa grande variedade de sabores e ingredientes possibilitam ao cliente a escolha entre cerca de cinquenta opções de pratos. Com capacidade para 130 pessoas, a
Ingredientes para 8 pessoas 1,2 kg de salmão fino 70 ml de azeite 40 g de alho 60 g de cebola 250 g de espaguetinho fresco 100 g de filamentos de cenoura 100 g de filamentos de abobrinha 2 unidades de endívia 1 unidade de radicchio 1 folha de basílico Salsa Sal e pimenta
casa conta com serviço de sommeliers formados pela ABS-Rio (Associação Brasileira de Sommeliers), à disposição dos clientes para indicar o vinho adequado para uma harmonização perfeita. Os funcionários apresentam
Preparação 1. Temperar o salmão com sal e pimenta do reino. 2. Em uma frigideira refogar em azeite o alho, a cebola, a cenoura e a abobrinha. Juntar a endívia, o radicchio, a folha de basílico picada e a salsa picada grosseiramente. 3. Temperar e finalizar com azeite. 4. Temperar o salmão com sal e pimenta do reino. Grelhar o salmão em azeite somente de um lado. 5. Servir o salmão com a massa e molho de ervas.
uma carta com mais de 350 rótulos incluindo garrafas de Itália, França, Espanha, Portugal, África do Sul, entre outros, e bebidas que atingiram as melhores notas segundo os principais enófilos do mundo. n
A casa é um dos 100 restaurantes espalhados pelo Brasil que participam da Confraria da Boa Lembrança, uma associação dedicada a assegurar uma marca na memória daqueles que se sentam à sua mesa, oferecendo uma recordação feita com arte: um prato de cerâmica pintado à mão com uma representação da iguaria antes degustada.
URBHANO BELVEDERE Belo Horizonte, 16 a 31 de julho de 2013
gente
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Fotos: Barbara Dutra e Luisa Ferraz
animação total na festa junina do chevals
Clara Häusslein e Mathias Häusslein
Breno Vasconcelos e Marina Diniz
Luiza Ferraz e Barbara Dutra
O “arraial” do Chevals
Show da dupla Rick & Ricardo foi uma das atrações da noite
Rodrigo Almeida e Gabriela Morandi
Cristiano Cilésio, Shawn Paul Pentagna Guimarães e Gabriel Pentagna Guimarães
A BOATE TRANSFORMOU COM CHITAS E RETALHOS A MADRUGADA DO ÚLTIMO SÁBADO NO FAR EAST. A boate na Sala reapresentou a mais tradicional Festa Junina do roteiro da capital mineira no último sábado, 6 de julho, no Faz East. A super produção da boate, assinada por Renzo Maia, voltou a compor o calendário de festas externas da casa reunindo 1.200 convidados no espaço no Jardim Canadá, com direito a bandeirolas e muito retalho.
Fotos: Thiago Poncherello
JUNINA NASALA
Cristiano Nenety e Vitoria Nejm
Bruno e Luísa
Érica Araújo
Juliana Paes
Raissa Ferraz
Renata Guidi
Renata Riedel