1º a 15 . dezembro de 2013 . ANO I . Número 19 . Distribuição gratuita
URBHANO
On-line: www.urbhano.com.br
BELVEDERE
Foto: Shutterstock
tudo que inteRessa no seu bairro está aqui
clima de natal no bairro
As luzes de natal já começaram a aparecer no Belvedere. moradores enfeitam suas casas para receber a família e os amigos
veículos
Foto: Cinthya Pernes
bienal do automóvel supera expectativas e impressiona o público com modelos clássicos e lançamentos automobilísticos pág. 6
cultura Belo Horizonte recebe a exposição repetição e síntese, dedicada especialmente ao artista mineiro amilcar de castro pág. 7
entrevista Há 24 anos morando no bairro, o psicanalista e colecionador Carlos Perktold conta sobre sua paixão pela arte e psicanálise pág. 10
local
parque das nações por intermédio do vereador marcelo aro, comam aprova projeto de revitalização paisagística do parque, além de obras de melhoria pág. 4
moda a colunista de moda isadora vargas dá dicas de quais maquiagens à prova d’água são mais adequadas para o verão pág. 12
veja na última página como ganhar presentes e prêmios no natal do pátio savassi.
02
URBHANO BELVEDERE Belo Horizonte, 1º a 15 de dezembro de 2013
opinião frasesURBHANAS
Foto: divulgação
Foto: Lucas Alexandre Souza
Não tem pressão sobre o Brasil para ser campeão da Copa de 2014. O Brasil vai ser campeão. Felipão após a vitória por 5 a 0 sobre Honduras
Milene Costa (*)
O tempo como aliado
Crô é mistura de Mazzaropi e Arlequim. Marcelo Serrado, em entrevista sobre seu mais famoso personagem, que agora virou filme
O tempo nunca foi um inimigo ou um deus devorador, ele pode ser percebido como aliado O ser humano, desde suas primeiras reflexões sobre a vida e o mundo, se questiona sobre o fenômeno tempo. No passado, o tempo já foi visto como um deus que devorava seus filhos. Hoje ele é um inimigo que traz a morte, a velhice e o pesar. Para uns, ele tudo cura. Para outros, ele tudo revela. Mas a verdade é que todos temos nossas próprias e múltiplas relações com ele. Independentemente dessas diversas relações com o tempo, quero partilhar um caminho que pode nos auxiliar a lidar com esse fenômeno. Penso que o tempo pode ser percebido, mas não capturado. Ao medir o tempo o ser humano tenta, de todas as formas, capturar, controlar e deter aquilo que escapa às suas medidas e pretensões. Fugir do tempo é uma atitude que alguns adotam em relação ao presente. Negar o tempo é uma postura negativa em relação ao futuro. Já aprisionar o tempo é uma maneira de permanecer no passado. Todas essas posições veem no tempo um inimigo. A percepção sobre o tempo passa pela sua observação. Basta reservar alguns segundos para notá-lo, que veremos o quanto ele nos ajuda a perceber a realidade. O tempo como aliado nos ajuda a compreender os acontecimentos, a aceitar as limitações humanas, a esperar suas revelações extraordinárias sobre quem somos e quem os outros são, e, principalmente, nos ajuda a amadurecer, dando-nos um novo olhar sobre a vida. Ah... o tempo como parceiro da vida nos leva a uma consciência tranquila e a uma paz imensurável. “Batidas na porta da frente... é o tempo”. Milene Costa Teóloga e filósofa - Responsável pelo espaço SER & PERTENCER – Formação para a Vida – www.serepertencer.com.br (*)
Por volta das 17h, pedimos apoio do serviço aéreo da PM, que também conseguiu localizar o helicóptero. Flagramos os homens descarregando a aeronave e percebemos que se tratava de muita droga. Por isso, entramos em contato com a Polícia Federal para nos dar apoio. Major Flávio Pereira Santiago, comandante da 2ª Companhia Independente da Polícia Militar, sobre a apreensão de mais de 400 quilos de cocaína no helicóptero da Limeira Agropecuária - empresa do deputado estadual Gustavo Perrella
Centralização excessiva, em vez de se provar prestativa, complica a vida da Igreja e seu alcance missionário. Trecho de documento divulgado pelo Papa Francisco defendendo a descentralização do poder da Igreja Católica
Jornal URBHANO nas redes sociais
facebook.com/jornalurbhano
Sua opinião é muito importante. Envie suas sugestões de pauta, críticas e elogios para redacao.belvedere@urbhano.com.br ou por carta para Jornal URBHANO Rua Calcedônia, 97 . Prado CEP 30411-103 . Belo Horizonte . MG Tel.: 31 2516.1801 | Cel.: 31 9663.7427 BELVEDERE
URBHANO BELVEDERE
URBHANO
URBHANO BELVEDERE é uma publicação da Editora URBHANA Ltda. CNPJ 17.403.672/0001-40 Insc. Municipal 474573/001-1 Impressão: Bigráfica Tiragem: 15.000 exemplares Distribuição gratuita - quinzenal
twitter.com/jornalurbhano
O Jornal URBHANO não se responsabiliza por opiniões, comentários, análises e pontos de vista expressos pelos colunistas e articulistas.
Diretor GERAL/JURÍDICO Adriano Aro adriano.aro@urbhano.com.br
Departamento FINANCEIRO Marli Ferreira marli.ferreira@urbhano.com.br
Diretor COMERCIAL/PUBLICIDADE Clovis Mello | 31 2516.1801 clovis.mello@urbhano.com.br
Jornalista RESPONSÁVEL Raíssa Daldegan | R18.320/MG raissa@urbhano.com.br
Fotos | Lucas Alexandre Souza e Cinthya Pernes Revisão | Pi Laboratório Editorial Estagiárias | Tatiane Consuelo e Renata Diniz
URBHANO BELVEDERE Belo Horizonte, 1º a 15 de dezembro de 2013
cidade
03
BH em festa
Entre os anos 1894 a 1897, Belo Horizonte foi projetada pelo engenheiro Aarão Reis, tornando-se a primeira cidade brasileira moderna planejada. Foram feitas avenidas em diagonal e quarteirões de dimensões regulares. Entre a paisagem urbana e a natural foi prevista uma área de transição que articulava os dois setores. Belo Horizonte surgia como uma tentativa de síntese urbana do final do século XIX. O objetivo de criar uma das maiores cidades brasileiras do século XX foi atingido. O projeto foi inspirado no modelo de cidades modernas como Paris e Washington. A cidade foi dividida em três áreas: central urbana, suburbana e rural. Em 12 de dezembro de 1897, o então governador de Minas, Crispim Jacques Bias Fortes, inaugurou a nova capital, que já possuía 10 mil habitantes. Cercada pela Serra do Curral, que lhe serve de moldura natural e referência histórica, foi projetada e construída para ser a capital política e administrativa do estado mineiro. A capital sofreu um inesperado crescimento populacional, chegando a mais de 1 milhão de habitantes em quase setenta anos de fundação. Hoje, Belo Horizonte tem aproximadamente, de acordo com dados do último censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2010, 2,3 milhões de habitantes. É a sexta cidade mais populosa e a terceira maior do país. n
Praça da Liberdade
Por-do-sol em BH
Entre no site www.belohorizonte.mg.gov.br e fique por dentro de toda a programação cultural em comemoração aos 116 anos da cidade.
Foto: Marcelo Rosa
A cidade inteira se prepara para soprar as velinhas do bolo de aniversário. No próximo dia 12, a capital completa seus 116 anos com muita festa e alegria para os belo-horizontinos e visitantes. Para marcar a data da comemoração do aniversário, acontecerão em diferentes pontos da cidade atrações culturais como palestras, exposição, debates e shows. A simpatia da capital mineira é nítida nas pessoas, a começar pelo sotaque. Letras a menos no fim das palavras e o uso do diminutivo sempre que possível caracterizam o “jeitinho” dos belo-horizontinos. A capital, de avenidas largas e arborizadas e uma arquitetura ousada, oferece aos visitantes uma sensação de viagem no tempo. Com diversos pontos turísticos, a cidade é conhecida mundialmente e exerce significativa influência nacional, tanto no âmbito cultural quanto no político e econômico. Importantes monumentos, museus, parques e praças fazem parte da beleza da cidade. Um dos principais pontos é o Conjunto Arquitetônico da Pampulha, formado pelo Cassino, a Casa do Baile, a Igreja São Francisco de Assis e o Iate Tênis Clube. O conjunto foi projetado por Oscar Niemeyer, sob recomendação do prefeito Juscelino Kubitschek, e construído entre 1942 e 1944.
Foto: Lucia Sebe_Imprensa MG
Comemoração | Belo Horizonte completa 116 anos de muita história e tradição
04
URBHANO BELVEDERE Belo Horizonte, 1º a 15 de dezembro de 2013
local
Moradores ganham parque Foto: Google Maps
Vitória | Vereador Marcelo Aro obtém revitalização paisagística do Parque das Nações
de entulho e apresenta, constantemente, vegetação alta que funciona como abrigo para pessoas mal intencionadas. Todavia, de acordo com o diretor dos Parques da Área Sul, Homero Brasil Filho, a situação já foi sanada. “Em tempos anteriores, infelizmente, houve deposição irregular de entulho, porém tal prática foi interrompida. Se ainda persiste, trata-se de ato isolado”. Ao tomar conhecimento das denúncias dos moradores, em reunião para prestação de contas realizada no dia 19 de novembro, no bairro Belvedere, o vereador Marcelo Aro decidiu abraçar a causa e se comprometeu a lutar por melhorias no parque. No último dia 27, o vereador, que é membro do Conselho Municipal de Meio Ambiente (COMAM), obteve a aprovação de uma condicionante ambiental, determinando a execução de um projeto de revitalização paisagística no parque, além de obras de melhoria. A responsabilidade pelas obras coube à empresa Concreto Empreendimentos e Participações Ltda., conforme processo administrativo n. 01.153.991/09-59. Em declaração ao URBHANO, o vereador afirmou que ainda pretende lutar por novas condicionantes ambientais para o parque. “Hoje conquistamos uma grande vitória, mas ainda há muito o que ser feito para que a área se torne um verdadeiro parque ecológico, que atenda às necessidades da população. Pretendo incluir novas condicionantes para a área em outros processos do COMAM”, afirmou Marcelo Aro. n
Parque das Nações
Parque das Nações
O parque abrange uma área de 110 mil m2 entre os bairros Bevedere e Santa Lúcia
ções das Na Parque
lógico. Na opinião da secretária administrativa Daniela Costa, 35, a mata alta, em conjunto com uma má iluminação, aumenta a sensação de insegurança. “Se realmente tivéssemos um parque aqui, iria beFoto: arquivo pessoal
Conhecida como Cidade Jardim pela rica arborização planejada por seus fundadores, Belo Horizonte apresenta, hoje, 18,22 m² de área verde por habitante, número superior ao índice mínimo recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 12 m² de área verde por habitante em região urbana. No entanto, os apreciadores da natureza não possuem muitas alternativas na cidade, ao contrário do que poderia se imaginar. Muitas das áreas denominadas “parques” na verdade são espaços sem infraestrutura e cuidado adequados. Esse é o caso do Parque das Nações, localizado na avenida José Maria Alkimim, 889, e que compreende os bairros Belvedere e Santa Lúcia. De acordo com o site da prefeitura de Belo Horizonte, o parque foi criado em 2002 por solicitação da comunidade local, em prol da preservação e proteção da área verde existente. Possui aproximadamente 110 mil m², com vegetação diversificada de gramíneas, arbustos e pequenos grupos de árvores, além de fauna composta por rolinhas, bem-te-vis, tizius, gaviões carijó, anus-pretos e outros pássaros. Todavia, desde sua criação, o parque nunca serviu como área de lazer para a comunidade, que relata que no local existe apenas um terreno amplo, com mata alta, rampa de concreto com guarda-corpos e iluminação voltada para o trânsito de veículos. Abordados pela equipe do URBHANO, moradores e frequentadores da região se surpreenderam com a informação de que o terreno é um parque eco-
O vereador Marcelo Aro em reunião no COMAM
neficiar muito a região, pois teríamos mais pessoas circulando pelo local e, provavelmente, não seria tão perigoso. Fui assaltada aqui na semana passada”, contou Daniela. A secretária também ressaltou a importância da área verde para o meio ambiente, declarando que “Nós sempre podemos ver daqui papagaios e esquilos na mata. Acredito que se tivesse mais vegetação poderíamos ver mais animais”. Procurada pela redação do URBHANO no início de novembro, a Fundação Municipal de Parques (FMP) afirmou que a vegetação do recinto sofre intervenções de capina e roça periódicas. Naquela data, o órgão informou que o plantio de novos espécimes arbóreos estava sendo estudado, mas que ainda não existia previsões de obras de infraestrutura. Em denúncia encaminhada à redação do URBHANO, moradores noticiaram ainda que o terreno vem sendo utilizado como depósito irregular
Processo Nº: 01.153.991/09-59 1. Executar obras de melhoria em toda extensão do passeio da BR 356, Parque das Nações, no trecho compreendido entre o Posto Xuá até o Shopping Ponteio, conforme projeto elaborado pela Concreto Engenharia, e aprovado pelo DNIT. 2. laborar e executar projeto de revitalização paisagística nas proximidades do acesso ao Parque das Nações, incluindo execução de baia para PED - ponto de embarque e desembarque de pedestres, já existente neste local. Foto: Cinthya Pernes
Parque das Nações
A secretaria administrativa Daniela Costa passa constantemente pelo local e já foi assaltada
06
URBHANO BELVEDERE Belo Horizonte, 1º a 15 de dezembro de 2013
veículos
Paixão sobre rodas Cerca de 130 mil visitantes puderam conferir de perto, entre os dias 20 e 24 de novembro, diversos veículos, desde os clássicos aos esportivos, na 4ª edição da Bienal do Automóvel. Com o mérito de maior evento do gênero automotivo de Minas Gerais e um dos maiores do Brasil, a exposição realizada no Expominas abrange as diferentes vertentes do automobilismo. A mostra movimentou cerca de R$ 50 milhões ao longo de cinco dias. Modelos como Masserati, BMW, Mercedes e Ferrari foram apresentados na exposição, que não se limitou a essas supermáquinas. Além disso, quem pôde ir ao local conferiu veículos de edição limitada e raros, e ainda diversos aeromodelos expostos, alguns disponíveis à venda, com valores a partir de 400 mil dólares. E ainda, Cadilacs, Lambretas, Kombis e veículos de grande porte, como caminhões. Os apreciadores de veículos náuticos também puderam se sentir em casa, com a apresentação de lanchas e barcos de última geração. Veículos blindados e lançamentos do segmento também estavam ao alcance dos visitantes, sendo apresentados nos 130 estandes da feira. A sustentabilidade também foi abordada pelos expositores, que apresentaram veículos elétricos e de novas tecnologias. No estande “Plataforma da Inovação Tecnológica pela Mobilidade Sustentável” foi realizado um concurso entre oitenta estudantes de cursos técnicos e de engenharia, que apresentaram diversos protótipos de modelos de transporte sustentável e mobilidade urbana. A diversidade agradou os amigos e empresários João Marcelo Teixeira, 41, morador do bairro Belvedere, e Fabiano Ladeira, 45, morador do bairro Anchieta. Para os dois um grande avanço ao longo das últimas edições da Bienal do automóvel foi a presença de diferentes modelos e marcas. “Nós demos uma volta e estou achando interessante. Bem melhor que a última edição. Está bem mais distribuído, deu pra notar mais a presença de todas as marcas, como FIAT, Mercedes. Sem contar as motos”, pontuou Fabiano. Foi a primeira Bienal do Automóvel que João Marcelo conferiu. Para ele, a espera valeu a pena. “Eu estava esperando o evento ganhar corpo, porque tudo no começo é geralmente meio fraco. Mas com o decorrer dos anos vêm mais pessoas e mais anunciantes. E foi isso que aconteceu”. Para os empresários o evento propicia não apenas entretenimento aos mineiros, como também beneficia a economia do estado.
Fotos: Cinthya Pernes
Bienal do Automóvel | Na 4ª edição, o evento apresenta modelos de luxo e novidades do mercado
Fernando Duran avalia como positiva a participação da AvantGarde na Bienal
Para o coordenador geral da Bienal, Hudson Navarro, não há dúvidas sobre o saldo positivo da mostra, tanto para os fãs de automotores quanto para os investidores do setor. “Ocorreu tudo muito bem em todos os aspectos. A Bienal superou todas as expectativas que tínhamos de crescimento. Além do aumento do número de expositores”. O coordenador destacou ainda a abertura de portas que o megaevento proporciona à capital e ao estado. “A Bienal ajuda a projetar o estado. É um evento grande que mobiliza uma cadeia grande de fornecedores e expositores, então é um evento que ajuda a firmar Belo Horizonte como um destino importante no mundo dos negócios, além de ser extremamente importante para a economia do estado”. Um dos estandes mais procurados pelo público foi o da marca AvantGarde, presente pela segunda vez na Bienal, com a apresentação de modelos de luxo como Porsche, Ferrari, Aston Marin e Bentley, em valores de R$ 500 mil até R$ 1,1 milhão. Fernando Duran,
sócio-proprietário da AvantGarde, enfatizou o destaque recebido por Minas ao sediar essa mega exposição sobre rodas. “O evento ganha cada vez mais corpo. Vem gente de fora de Belo Horizonte e uma grande exposição da mídia nacional do evento. Muitas emissoras de outros estados já passaram por aqui”. Para ele essa grande cobertura da imprensa se deve à paixão do brasileiro por carros, o que reflete também no estande. “Devido aos nossos veículos exclusivos, quase 100% do público que vem na feira visita nosso estande. O brasileiro é apaixonado por automóvel, então desde crianças até empresários, todos estão comparecendo bastante”. Essa receptividade estimula ainda mais a organização da Bienal. Segundo os organizadores, o evento só tende a expandir. Nas três últimas edições, a Bienal do Automóvel na capital mineira movimentou mais de R$ 350 milhões em negócios, agregando quinhentos expositores e recebendo um público estimado em 320 mil visitantes. n Marcas famosas marcaram presença
Os modelos clássicos também chamaram atenção na Bienal
Os amigos João Marcelo Teixeira e Fabiano Ladeira elogiaram e evolução da feira
URBHANO BELVEDERE Belo Horizonte, 1º a 15 de dezembro de 2013
cultura
07
Repetição e Síntese Fotos: Jomar Bragança
Arte | Belo Horizonte recebe exposição dedicada especialmente ao artista mineiro
Centro Cultural Banco do Brasil é palco da exposição “Repetição e Síntese” de Amilcar de Castro
Com quinhentas obras, entre pinturas, desenhos, gravuras e esculturas em materiais como aço, madeira e vidro, a capital mineira recebe a exposição Amilcar de Castro: Repetição e Síntese, com curadoria do mineiro Evandro Salles. Os visitantes podem conferir as obras de perto no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), que integra o Circuito Cultural Praça da Liberdade. Essa é a segunda mostra do espaço, que estreou em agosto, e a primeira dedicada a um profissional de artes visuais de Minas Gerais. A exposição apresenta um panorama das obras de Amilcar de Castro, um dos maiores artistas brasileiros de todos os tempos. As esculturas expostas pertencem às três maiores coleções do criador que inovou com diferentes técnicas em variados materiais. O desenho era usado como ponto de partida para sua criação. A escultura surgiu a partir do corte e dobra de pesadas e densas chapas planas de aço, tratadas visualmente como se fossem folhas de papel. A mostra do CCBB apresenta a coleção completa, 140 esculturas de corte e dobra, poucas vezes vista em sua totalidade. A exposição também resguarda o maior conjunto de gravuras, 52 obras, algumas com apenas 10 centímetros e outras edições experimentais únicas com até 2 metros de comprimento. Uma coleção de desenhos clássicos feitos por Amilcar de Castro na década de 1980, com pincel e tinta sobre papel, também será apresentada. Já o lado pintor de Amilcar será mostrado por de telas de grandes dimensões, produzidas na década de 1990, quando o artista se dedicou de maneira particular a essa técnica. São pinturas de extrema simplicidade formal e enorme impacto visual, tendo a maior tela aproximadamente 5 metros de comprimento. Além dos trabalhos expostos, o público poderá consultar livros e publicações sobre o artista mineiro.
Vida do artista
Amilcar Augusto Pereira de Castro nasceu em Paraisópolis, Minas Gerais, em 8 de junho de 1920 e faleceu em Belo Horizonte, no dia 21 de novembro de 2002. Durante sua vida o artista foi escultor, gravador, desenhista, diagramador, cenógrafo e professor. Entre 1941 e 1945, estudou na Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais, mas não exerceu a profissão. Em 1944 iniciou um curso livre de desenho e pintura na Escola de Arquitetura e Belas Artes em Belo Horizonte, e escultura figurativa logo em seguida. Em 1952 foi para o Rio de Janeiro, onde trabalhou como designer gráfico em várias revistas e jornais e se destacou pela importante reforma gráfica introduzida por ele no Jornal do Brasil, ocasionando uma transformação visual e editorial na imprensa brasileira. Em 1953, realizou a sua primeira escultura construtiva, exposta na Bienal Internacional de São Paulo. Depois, em 1956, participou da Exposição de Arte Concreta em São Paulo, e em 1959 assinou o Manifesto Neoconcreto. Ao longo dos anos 1960 continuou a trabalhar com diagramação para jornais cariocas e mineiros. Entre 1968 e 1970, o artista foi bolsista nos Estados Unidos. Retornou ao Brasil em 1971, quando se tornou professor de composição e escultura da escola Guignard, da qual seria diretor mais tarde. Nos anos 1990 aposentou-se da docência e dedicou-se apenas à produção artística. Em 2000, uma exposição de catorze obras e dez desenhos inéditos foi montada em São Paulo e no Rio de Janeiro para homenagear seus 80 anos. Em 2001 inaugurou seu novo ateliê em Nova Lima, ano anterior ao de seu falecimento. n
Exposição Amilcar de Castro: Repetição e Síntese Local: Centro Cultural Banco do Brasil – Circuito Cultural Praça da Liberdade Endereço: Praça da Liberdade, 450 – Belo Horizonte Data: 13/11/2013 a 27/01/2014 Horário: Quarta a segunda, das 9 às 21h Informações: (31) 3431-9400 Entrada franca
08
URBHANO BELVEDERE Belo Horizonte, 1º a 15 de dezembro de 2013
matéria de capa
O Natal vem aí
Jardim iluminado com centenas de lâmpadas. No hall de entrada, uma grande guirlanda acentua o motivo da decoração. Dessa forma, a psicóloga Cláudia Dias, 53, enfeita sua casa no Belvedere todos os anos. Para ela, a expectativa para o natal dura o ano todo, ao menos até novembro, quando a família dá início aos preparativos. E haja trabalho. Cláudia afirma que já perdeu a conta de quantas caixas guardam os enfeites natalinos. E não são apenas artigos para decorar a árvore de natal. Cada cantinho da casa foi cuidadosamente decorado, até mesmo a caixa d’água da casa conta com uma guirlanda. Os corrimões também são caprichosamente enfeitados. Ao todo, 10 mil lâmpadas são postas em sintonia com as dezenas de anjos, arcanjos, velas, bonecos de Papai Noel, além de outros enfeites que decoram e emitem canções natalinas. Os diversos modelos de diferentes estilos e nacionalidades requerem três dias da rotina da psicóloga para que o cenário natalino seja montado cômodos afora. “Tem ano que eu coloco tudo [todas as caixas de enfeite] numa espreguiçadeira da piscina e vou montando aos poucos. Leva três dias porque já estou no ritmo de montar tudo rápido”. Além dos enfeites tradicionais, a árvore de mais de 2 metros, que se impõe na sala de estar, apresenta enfeites que fogem do padrão, como corujas, faisões, romãs, e ainda artigos artesanais de diferentes países da Europa, América do Norte e Sul, Ásia e ilhas do Pacífico. “Minha árvore é um somatório de histórias. Todos os meus amigos e familiares sabem que eu amo o Natal, então sempre que viajam pra algum lugar diferente eles trazem alguma lembrança de natal do local. O mais divertido é que, quando eles voltam à minha casa, começam a procurar onde está o enfeite. E sempre ficam super felizes quando encontram”. Cláudia conta que a interação com os amigos
sobre a data é tão grande, que mesmo aqueles que não gostavam do período passaram a apreciar a comemoração. Quem não precisou de incentivo foi a blogueira e também moradora do Belvedere Lê Diniz, que sempre decora todo o apartamento, onde vive na companhia do filho. Para ela, a tradição natalina se inicia no dia 31 de outubro, data em que ela e o filho montam e enfeitam a árvore. Desfazem a árvore, religiosamente, no dia 6 de janeiro, dia dos Reis Magos. “Gosto da alegria da decoração de natal. Sempre me encantei, desde pequena, e depois que meu filho nasceu faço questão de deixar a casa toda decorada, pois ele ama. Montamos juntos a árvore, separamos juntos brinquedos para doação, enfim, acho importante viver o espírito natalino de todas as formas!” Destaca que para ela, antes da decoração de natal, o mais importante é viver o momento em família. Por esse motivo, todos os anos a moradora realiza uma confraternização com os parentes durante a ceia de natal. Para ela, que é católica, a importância familiar da data conta com grande significado religioso.
Além da tradicional árvore, Lê não abre mão da presença de um presépio na casa. Investindo Adultos e crianças alto na decoração de se encantam com a cada cômodo, neste ano decoração de Natal fez uso de uma decoração elegante e delicada, completando a composição do ambiente com enfeites de anjos e botinhas nas portas dos quartos. Segundo a blogueira, o valor do investimento é difícil de mensurar, já que os enfeites são resultado de uma coleção de objetos reunidos ao longo dos anos, provenientes de presentes dos pais e dos sogros, e ainda adquiridos em viagens. Para Lê, cada um dos pequenos enfeites representam fragmentos da história e lembranças de momentos especiais da família. Apesar de buscar decorar cada canto da casa, ela afirma que seu principal foco é a decoração das salas de estar e jantar, locais onde acontecem as comemorações e orações natalinas. A tendência em focar na decoração de determinados cômodos vem se fortalecendo, segundo Margarida Marins, lojista de artigos decorativos da Casa Maia. Ela afirma ter observado uma brusca diminuição na decoração natalina dos jardins das casas, mas isso não significa que os moradores estejam desanimados com a proximidade do Natal. Pelo contrário, houve um Foto: arquivo pessoal
Fotos: Cinthya Pernes
Natal | Moradores do Belvedere preparam decoração natalina e deixam o bairro mais alegre
Até arranjos simples dão um toque especial na decoração natalina
URBHANO BELVEDERE Belo Horizonte, 1º a 15 de dezembro de 2013
Margarida Marins afirma que algumas famílias investem alto nos enfeites
resultam num retorno significativo para a empresa.“Todo mundo anda muito cansado, fazendo esse trabalho percebemos que é algo que acaba motivando as pessoas. Já tivemos um case sobre isso. Com a decoração as pessoas tendem a melhorar no trabalho, pois se sentem valorizadas. Você mostra para elas que são importantes”. Quanto aos valores investidos pelas empresas a projetista prefere não revelar e lembra que os resultados refletem o sentido do natal. “Com a decoração você mostra para as pessoas que aquele ano está acabando, mas que o novo ano já está chegando com novas oportunidades e possibilidades. É uma renovação de ânimo. Todas as empresas que se preocupam em fazer isso tendem a perceber uma diferença no início do ano. Há uma renovação de energia e todos se mostram mais animados no trabalho”. n Foto: arquivo pessoal
aumento na demanda por determinados artigos. “Nossa decoração de natal tomou forma em setembro e desde o início de outubro a loja tem estado abarrotada de pessoas”. Segundo a vendedora, a novidade deste ano é a locação de árvores e guirlandas natalinas. O fim da preocupação com o local para guardar as árvores, disponíveis em tamanhos a partir de 90 cm até 5 m de altura, é um dos motivos do sucesso dos aluguéis dos artigos natalinos. Segundo a vendedora, outros objetos que estão atraindo a atenção de clientes são as fontes ornamentais, luzes de led e os tradicionais bonecos de Papai Noel, no tamanho de até 1,9 m. O valor do investimento não é empecilho para que as pessoas entrem no clima do natal. A loja de artigos decorativos recebe, diariamente, cerca de cem pessoas em busca de enfeites natalinos e, de acordo com Margarida, realiza orçamentos levando em conta as diferentes possibilidades de quem quer aproveitar o espírito natalino com o cenário dos sonhos. “Sábado mesmo, eu atendi um jovem casal que gastou R$ 1 mil com a árvore e os enfeites. Mas, constantemente, famílias inteiras vêm aqui e investem cerca de R$ 6 a 7 mil na decoração”, conta.
Setor empresarial investe na decoração natalina O investimento é realizado não apenas por famílias, mas por diversas empresas que se mostram cada vez mais preocupadas com a própria imagem perante seu público e seus funcionários. Para a projetista de natal Cláudia Travesso, 52, há 18 anos responsável por projetos natalinos de empresas e de locais da região metropolitana, o investimento proporciona sensação de bem-estar aos trabalhadores e
A blogueira Lê Diniz decora todo o apartamento na companhia do filho
10
URBHANO BELVEDERE Belo Horizonte, 1º a 15 de dezembro de 2013
entrevista
Desafiando a mente Fotos: Cinthya Pernes
Freud | o psicanalista e crítico de arte carlos perktold conta sobre os desafios da sua profissão
Carlos Perktold é natural de Belo Horizonte, graduado em Direito e Psicologia pela Puc Minas e especialista em História da Cultura Ocidental e da Arte pela Universidade Federal de Minas Gerais. É psicanalista e crítico de arte, integrante do Círculo Psicanalítico de Minas Gerais e das Associações Brasileira e Internacional de Críticos de Arte. Já escreveu três livros – Ensaio e Pintura da Psicanálise, de 2003, Caixa de ferramentas, 2005, e História do Crédito no Brasil, 2008 –, além de inúmeros contos e crônicas para os jornais Estado de Minas e Hoje em Dia.
Casado há 36 anos com Luciana Caldeira Perktold, com quem tem dois filhos, e seguidor da psicanálise freudiana, atende em sua própria residência no bairro Belvedere, onde mora há 24 anos. Hoje, aos 70 anos, faz mestrado em Literatura na PUC Minas e pretende escrever seu quarto livro. Como foi sua trajetória profissional? Primeiro eu cursei Direito. Me formei em 1972 pela PUC Minas e advoguei por pouco tempo. Trabalhei com comércio exterior. Depois, perdi o interesse pelo Direito e, por estar me submetendo à psicanálise, me interessei pela área e decidi ingressar na carreira. Aos 32 anos comecei a cursar Psicologia e Formação Psicanalítica. Estudei cinco anos de Psicologia e mais cinco de Psicanálise, além de me submeter à psicanálise durante muitos anos e fazer supervisão durante uns quatro anos. A minha geração fazia psicanálise, tinha interesse nisso, acho que essa geração não tem o mesmo interesse, não sei o que aconteceu. Penso que, com a globalização e a violência que surgiu dos anos 1980 pra cá, o mundo mudou demais. As pessoas perderam a vontade de se tornar um ser humano melhor, e por causa disso a psicanálise caiu de prestígio. A atual geração não acredita em psicanálise, prefere viver com as dificuldades emocionais do que enfrentar alguns anos de divã. A minha área é freudiana. Se você chega aqui e tem 30 anos de idade, acreditamos que você tenha trinta anos
de conflito armazenado. Isso significa que você vai mexer em um quarto que armazena coisas há trinta anos. Então, até que você organize isso, tire a poeira de tudo, leva tempo. Não existe psicanálise fast food. A atual geração quer tudo fast food. Namoro, casamento, comida, terapia. Mas na psicanálise não tem jeito. Qual área da psicanálise você mais gosta? Da clínica, que atendo aqui, na minha casa, desde 1982. Gosto da área clínica e do método freudiano. Você pode me explicar um pouco em que consiste o método freudiano? O método freudiano impõe um tempo determinado para a sessão, de 50 minutos. Você tem um horário certo para iniciar e terminar. Habitualmente, a pessoa permanece assentada enquanto expõe, e a condução do tratamento, das interpretações do ponto de vista teórico, são baseados apenas na teoria freudiana. Freud postulou duas hipóteses do nosso funcionamento psíquico: a primeira, que aborda o consciente,
pré-consciente e inconsciente, e a segunda, que trata do id, ego e super ego. Tem gente que trabalha com a primeira, tem gente que trabalha com a segunda. Hoje, existem muitos psicanalistas em Belo Horizonte que são lacanianos, que trabalham com a teoria formulada por Jacques Lacan, médico francês que tratou Picasso durante muito tempo. O método lacaniano é um pouco diferente, tem horário marcado para começar, mas não tem para terminar. Uma sessão pode demorar 3 minutos ou 2 horas. Existem outros aspectos teóricos diferentes, mas, de qualquer maneira, a teoria de Lacan foi inspirada em uma frase de Freud, que aborda a questão da linguagem. A teoria freudiana valoriza muito a linguagem, é uma representação da palavra. Qual a dificuldade dessa profissão? A primeira dificuldade consiste em encontrar um cliente que venha no horário certo e que faça associações livres. Geralmente, as pessoas querem vir aqui para resolver um único problema, deseja comprar uma coisa que não temos para vender. Às vezes me
URBHANO BELVEDERE Belo Horizonte, 1º a 15 de dezembro de 2013
perguntam o que um psicanalista vende, e eu respondo que nós vendemos o que o cliente não quer comprar, ele vem aqui por causa de um problema e de repente descobre que aquilo é o resultado de algo que ocorreu anteriormente na vida dele, na infância, por exemplo. E como você se tornou crítico de arte? Sempre gostei de arte e sou colecionador. Gosto muito de pintura, de desenho, de esculturas. Também gostava de escrever, mas eu comecei a escrever com uns 23 anos, achei que meus textos estavam muito ruins e parei completamente, não escrevi mais. Quando o Inimá de Paula, que é um grande pintor, morreu, resolvi escrever um texto em homenagem a ele. Quando terminei, achei que estava bom e que merecia ser publicado, então ofereci para o caderno “Pensar” do Estado de Minas. Quem me recebeu lá foi a Clara Arregui. E foi uma surpresa, no sábado seguinte saiu uma página inteira com meu texto, não mudaram nada, uma página muito bonita. Fiquei muito entusiasmado e falei com ela que iria escrever sobre o Guignard. Ela achou ótimo, publicou, e eu não parei mais. Mas isso foi no ano 2000, eu já tinha 57 anos. Recentemente descobri a importância da literatura e estou até fazendo mestrado na PUC. Me fale dos seus livros? Tenho um amigo em São Paulo que tem uma gráfica. Ele me disse: reúna seus textos que vamos editar um livro para você. Então surgiu o primeiro livro, chamado Ensaios de pintura e psicanálise, editado em 2003. Tem umas coisas boas nele, mas outras que hoje eu não publicaria de jeito nenhum. Em 2005, reuni crônicas e contos em um livro chamado Caixa de ferramenta. Depois recebi uma encomenda de um livro de História. Não sou historiador, por isso me surpreendeu muito a proposta que a pessoa me fez. Era um livro que já possuía verba destinada para edição, mas não tinha um autor. A pessoa me procurou e falou que gostava dos meus textos. Perguntei, vou escrever sobre o quê? Vai escrever sobre a história do crédito no Brasil. O livro chama-se A cultura da confiança:
entrevista do escambo à informática ou A história do crédito no Brasil. Eu falei que iria pensar. Na sexta-feira seguinte, ele apareceu com o contrato na mão e um cheque. Assinei o contrato, mas depois percebi a responsabilidade que havia assumido para escrever um livro sobre um assunto que eu não dominava completamente. Fiquei seis ou sete meses só lendo bibliografias. Comecei a escrever e fiquei dois anos escrevendo. Quando ficou pronto, mandamos para fazer a diagramação. A Lúcia Memer me avisou que
Nas crônicas eu escrevo o que vem na cabeça, uma coisa meio passageira. Procuro fazer uma coisa que seja legível daqui a dez, vinte anos. Acredito que consegui em algumas delas, crônicas que tratam de assuntos universais. Estou pensando em fazer um livro, pois já tenho textos para isso, devo ter uns sessenta, setenta textos sobre artistas diferentes. Um livro sobre a arte, que está praticamente pronto, só e preciso fazer uma releitura. O plano é esse.
Carlos já escreveu três livros e ainda pretende lançar um quarto sobre a maldade
o livro tinha 350 páginas e que o projeto só tinha sido aprovado para 250. Tive que cortar cem páginas do original, e aí veio a parte mais dolorosa. Cortar um texto que você acha que está bom é duro, e eu cortei cem páginas, praticamente um livro. Ele foi publicado em 2008. Ficou muito bem diagramado, foi premiado graficamente, recebeu o prêmio da Abigraf. Atualmente eu tenho uma coluna na revista da Academia Mineira de Letras, onde escrevo sobre arte. E o que você mais gosta de escrever nas suas crônicas?
Como é fazer mestrado aos 70 anos? Esse semestre eu parei, porque fui acometido por uma doença e fiquei muito ruim, com dificuldades para caminhar. Mas já tenho os créditos para começar a escrever a dissertação. Pensei em escrever sobre um livro do João Ubaldo Ribeiro chamado Diário do farol. É um livro que tem um personagem extremamente cruel. Pretendia escrever um texto sobre a maldade, uma coisa psicanalítica, universal, e o livro dele é muito bom. Escrever sobre a maldade vai envolver muitas outras áreas da psicanálise, como a filosofia, que eu conheço muito pouco.
Você mora há quanto tempo no Belvedere? Conheço o Belvedere desde 1967 e me lembro daqui quando não tinha nenhuma casa, nada. O primeiro morador daqui foi um amigo meu, que mudou recentemente. Chamase Rodrigo Fonseca Dantas. Ele fez a primeira casa e me falou sobre o Belvedere. Lembro do Cart Clube, onde é o atual BH Shopping. O bairro era longe e ninguém queria vir, foi vendido por “mixaria”, os lotes eram baratíssimos. Comprei o primeiro terreno na rua Virgílio Uchôa, mas vendi esse terreno e comprei outro em 1985. Em 1987 comecei a construir e mudei para cá em 1989. São 24 anos. Gosto muito daqui, fiquei apaixonado desde o início. Me lembro de quando essa rua não era aberta, a gente passava pelo meio do mato. n
anuncie no único canal direto com o belvedere.
URBHANO BELVEDERE
Tel.: 31 2516.1801 comercial@urbhano.com.br
11
URBHANO
BELVEDERE
moda |
URBHANO BELVEDERE Belo Horizonte, 1º a 15 de dezembro de 2013
Isadora vargas
Verão waterproof
Maquiagem na praia pode? | Confira as dicas de maquiagem à prova d’água
Não tem como negar, a maquiagem tem ocupado tamanho espaço na vida e rotina da mulherada que não há desculpa para deixar de usá-la. No geral, as mulheres querem, cada vez mais, ficar lindas e se sentir bem em todos os lugares, até mesmo debaixo da água. Com a luz do dia, as pequenas imperfeições realçam e as fazem querer usar a maquiagem também para ir à praia. As melhores marcas de cosméticos da atualidade investiram em produtos à prova d’água e com proteção
solar, a fim de acompanhar a necessidade das mulheres que não abrem mão da make de maneira alguma. Vale lembrar que o uso do bom senso é extremamente importante e indispensável para tais ocasiões, ou seja, nada de olho preto esfumado ou uso de cores fortes. A dica é fazer uma maquiagem leve e natural, fazendo com que a pele pareça ser naturalmente perfeita. A cor da base ou a cor do protetor deve sempre combinar com a cor natural da sua pele ou do seu bronzeado, para que, assim, haja uniformidade de
isadora.vargas@urbhano.com.br
12
cores. Se a pele do rosto estiver com um tom mais claro que o resto do corpo, o segredo é andar com o pó bronzeador, sem brilho, para igualar os tons de pele. Partindo do pressuposto de que rosto limpo é o principal responsável por manter a maquiagem bem apresentada, é essencial que se faça uma limpeza com sabonete neutro antes de dar início aos trabalhos. Lápis marrom, rímel à prova d’água e blush em tons terrosos é quase tudo o que você precisará para esta estação. n
Veja, então, 10 dicas de produtos waterproof para adicionar à nécessaire de férias. Quem está pronta pra dar um mergulho e continuar linda?
1.Aqua SealMakeUpForEver
2.Stay FlawlessPrimerBenefit Nada como começar com um primer de longa duração que promete funcionar como ímã para a fixação da base, corretivo e sombra por até quinze horas.
É a solução para quem não quer gastar muito com cosméticos à prova d’água: é só pingar algumas gotinhas em qualquer maquiagem e “tcharam”; o produto miraculosamente se torna waterproof.
3.Waterproof Bronzer Hourglass É um pó bronzeador que mantém uma cor saudável no seu rosto até mesmo embaixo d’água.
4.EyePaintPotNars Pode ser usada como sombra ou como delineador em gel, com dezoito horas de duração.
6.FullCoverExtrem CamouflageConcealer MakeUpForEver
Se o seu foco é caprichar nos lábios, o lápis de boca de longa duração é o que você precisa. E pode ser usado como batom.
7.TopCoatGelDior
Perfeito pra qualquer estação do ano. Esconde olheiras e manchas da pele com sua textura incrível e bem pigmentada. MUST HAVE!
Se seu medo é o inevitável desgaste de esmalte pela água do mar ou piscina, esse extra-brilho dá efeito de unhas de gel profissionais, com alto poder de duração.
8.TheColossalVolum’Express 9.BenetintBenefit Maybelline
10.Crayon Eyeliner Dior
Máscara para cílios com colágeno e pincel que garante o preenchimento completo dos cílios para um volume dez vezes maior em apenas duas aplicações.
Macio com traço firme, e possui dupla função: a de delinear e a de esfumar.
Produto com três funções: blush, batom e sombra.
Fotos: divulgação
5.SoftLipLinersArtdeco
URBHANO BELVEDERE Belo Horizonte, 1º a 15 de dezembro de 2013
turismo | cristina ho
13 Foto: Arquivo pessoal
Alegria verde
Irlanda | primeira parte da matéria sobre um país muito divertido
Foto: Arquivo pessoal
Para falar da República da Irlanda, preciso antes de tudo confessar que o que me motivou a escolher esse destino foi um filme chamado Leap Year (no Brasil, Case comigo). Quem me conhece sabe que sou uma romântica inveterada. Sendo assim, fiz questão de incluir no roteiro alguns lugares que foram cenários desse filme “água com açúcar”, um daqueles perfeitos para assistir no domingo chuvoso, de preferência ao
Os castelos são visitas imperdíveis na Irlanda
lado de alguém muito especial! A história dos protagonistas se passa no interior da República da Irlanda e termina em Dublin, mas vamos começar essa aventura justamente pela capital irlandesa, onde a alegria do povo é simplesmente contagiante! Na terra do escritor Samuel Beckett faremos, também, uma visita à famosa cervejaria Guinness, com direito à degustação. Conheceremos uma ponte em forma de harpa, iremos percorrer algumas cidades do interior e vou contar para vocês uma filosofia de vida do irlandês que faz jus à fama! Para ninguém se confudir, a República da Irlanda faz parte da zona do euro e não é integrante do Reino Unido, que é composto por quatro países: Inglaterra, Escócia, Irlanda do Norte e País de Gales. Agora prepare-se, porque essa viagem, composta por cinco partes, vai ser inesquecível.
Dublin
Bela capital e maior cidade
Cristina Ho também escreve no www.fasciniopelomundo.blogspot.com.br da Irlanda. É habitada por um povo animado e super educado, e é onde a noite é agitada todos os dias da semana (por mais que o comércio feche relativamente cedo para nós brasileiros, ele também começa mais cedo). Os pubs na região do centro são os melhores. A cada esquina você ouve o som ao vivo de clássicos do rock e da música irlandesa. A cerveja vem em pints (568 ml) e são deliciosas. O ambiente do pub é sempre o mesmo: gente bonita, muita animação, cantoria e, claro, muita cerveja! A cidade é linda, com igrejas, catedrais, castelos e parques maravilhosos. E se pode fazer todo o caminho a pé lá! Na próxima edição deste jornal nós vamos conhecer os principais pontos turísticos de Dublin e também uma ponte que tem o apelido de meio centavo. Não perca! n
14
URBHANO BELVEDERE Belo Horizonte, 1º a 15 de dezembro de 2013
gastronomia
Duelo de chefs Com a chegada do natal, o Jornal URBHANO procurou dois grandes chefs de Belo Horizonte para disputa de melhor receita. Dessa vez o embate será entre duas receitas de sobremesas especiais de dois renomados restaurantes da capital. Os apaixonados por doces não podem deixar de saborear esses pratos. sobremesas de natal! Nós deixamos duas opções pra você fazer em casa e votar através da nossa página do Facebook. Lembrando que para os votos serem computados, é necessário curtir a página do Urbhano.
Prepare as receitas e conte-nos sua experiência pela nossa fan page www.facebook.com/jornalurbhano. Queremos saber sua opinião!
Chef Lucas d’El Peloso
Tiramisù
É graduado em Gastronomia pela Estácio de Sá e iniciou a carreira no grupo Porcão, onde entrou como estagiário e encerrou suas atividades como o chef principal. Em seguida, assumiu importantes cozinhas, como a do La Isla Ecoresort, na Bahia. Atualmente comanda uma equipe de trinta funcionários e está à frente das criações do Villa Roberti. Apesar de ser mineiro, é especialista em culinária italiana. Lucas tem hoje 28 anos e começou a trabalhar com gastronomia aos 19.
Ingredientes para 6 pessoas 500 g de mascarpone 2 gemas 4 claras 80 g de açúcar refinado 100 ml de água 100 g de biscoito champanhe 30 g de café solúvel Cacau em pó para polvilhar
Modo de preparo Leve a água e o açúcar ao fogo e deixe ferver até que a mistura se transforme em uma calda com ponto de fio. Na batedeira, bata por quatro minutos as gemas com três colheres de sopa da calda ainda quente. Em seguida, acrescente o mascarpone e bata por mais dois minutos. Retire da batedeira e deixe reservado. Bata as claras até que elas estejam em ponto de neve. Com a batedeira ainda ligada, acrescente aos poucos sobre as claras em neve o restante da calda preparada. Em seguida, desligue a batedeira e envolva o mascarpone com as claras, delicadamente e com o auxílio de um fuet, até que a mistura fique homogênea. Prepare o café solúvel e molhe os biscoitos nele. Modo de preparo Em uma fôrma, disponha no fundo uma camada de biscoitos champanhe molhados no café solúvel. Em seguida, coloque uma camada do creme preparado. Disponha mais uma camada de biscoitos molhados e finalize com outra camada de creme. Leve a receita para a geladeira por cinco horas e polvilhe cacau em pó na hora de servir.
O Conde Restaurante & Bar Chef Carlos Bruno Lacerda Carneiro
É graduado em Gastronomia pelo Instituto Gastronômico das Américas (IGA) e o atual chef e proprietário do O Conde Restaurante & Bar. O chef aproveita a liberdade de ser proprietário para criar pratos inusitados e criativos, os quais tem surpreendido o paladar dos mineiros. O Conde já foi premiado como restaurante revelação de 2012 e 2013.
gota trufada Ingredientes 300 g de chocolate meio amargo 300 g de chocolate branco 1 l de creme de leite fresco 500 ml de licor de cacau
Modo de preparo Corte o chocolate em pequenos pedaços e coloque-o em um refratário. Derreta o doce em banho maria por cinco minutos, mexendo-o levemente durante o derretimento. Em uma panela, ferva 300 ml de creme de leite, acrescente o chocolate derretido e misture. Junte o creme formado ao licor de cacau. Bata os 700 ml de creme de leite restantes até que chegue ao ponto de chantilly, e em seguida envolva ao restante da mistura.
Fotos: Cinthya Pernes
Restaurante Villa Roberti
URBHANO BELVEDERE Belo Horizonte, 1º a 15 de dezembro de 2013
crônica
15
A vida sempre tinha sido irônica com o Vieirinha. Se passava de ano direto em todas as matérias, pegava catapora e ficava metade das férias de molho. Se a menina pela qual era apaixonado enfim dava bola, no dia seguinte surgia uma bela herpes no canto da boca. Ficou mais velho e a sina continuou a mesma: muita sorte, mas talvez na hora errada. Passava no vestibular e a faculdade entrava em greve, resolvia viajar para o nordeste e ainda na estrada recebia a notícia de que as aulas voltariam. Teve aquela vez, por exemplo, em que o Vieirinha ganhou um carro numa rifa qualquer e, todo satisfeito, chegou ao trabalho, apenas para descobrir que havia sido demitido. Pouco tempo depois, estava vendendo o carro para pagar as dívidas. Não era um cara infeliz, sabia levar com bom humor e paciência esses ca-
Foto: arquivo pessoal
Sortes minhos tortuosos de sortes e azares. Os amigos do Vieirinha divertiam-se com seus casos, mas era só ele virar as costas que a palavra “coitado” surgia em todas as bocas. Até que um dia o Vieirinha conheceu a Salete. Foi numa festa de trabalho. Ela tinha ido com uma amiga e se encantou com o jeito meio atrapalhado do rapaz. Ficaram juntos e, só para compensar, na volta para casa o pneu furou e ele teve que empurrar o carro por toda a Afonso Pena. Mas o azar foi pouco perto da mudança que a Salete trouxe para a vida do Vieirinha. Era um novo homem, mais confiante, mais alegre, até mesmo mais produtivo. Estava apaixonado da mais perigosa maneira, era como um boxeador apoiado nas cordas quando era bom-
bardeado pelos carinhos da Salete, bem próximos de um nocaute. Algum tempo depois, ao pagar uma conta numa casa lotérica, o Vieirinha pegou de troco um jogo na Mega Sena. Números aleatórios, só para não carregar moedas. Colocou no bolso displicentemente e só foi lembrar do bilhete dois ou três dias depois do resultado do sorteio. O comentário era que o ganhador vivia em Belo Horizonte e não havia buscado o prêmio ainda. Por desencargo de consciência resolveu conferir os números. Ainda descrente, percebeu que os quatro primeiros números coincidiam. Ressabiado conferiu o quinto e batata! Estava ali, faltava apenas um para tornar-se um milionário. Nesse momento, o rosto da Salete cruzou-lhe a mente. Vieirinha tremeu. Sabia como funcionava sua sorte, com as dolorosas compensações de cada êxito, merecido ou não. Ganhar aquele prêmio poderia custar-lhe a Salete ou sabe-se lá o que mais. Vieirinha então balançou a cabeça fingindo um misto de desapontamento
Maurilo Andreas é mineiro de Ipatinga, publicitário de formação e escritor por paixão. Casado com Fernanda e pai de Sophia, é autor de seis livros infantis e foi um dos homenageados na I Feira Literária de Passos. Seu texto “Sebastião e Danilo” foi escolhido pela revista Nova Escola para uma edição especial e vários outros fazem parte de livros didáticos e paradidáticos de diversas editoras.
e resignação, rasgou o bilhete e lamentou-se para os poucos apostadores presentes “é, passou longe”. O prêmio acumulado nunca foi retirado e o Vieirinha volta e meia comenta que sorte mesmo é ter uma mulher como a Salete em casa. n
RESPEITE OS LIMITES DE VELOCIDADE. Se você já se apaixonou por um na rua, imagine quando tiver mais intimidade.
ABOVE AND BEYOND
ABOVE AND BEYOND
LAND ROVER SERVIÇOS FINANCEIROS CONSULTE CONDIÇÕES ESPECIAIS DE FINANCIAMENTO NO CONCESSIONÁRIO MAIS PRÓXIMO.
TERRANOVA terranovalandrover.com.br
ABOVE AND BEYOND
RANGE ROVER EVOQUE. TOUCH AND DRIVE. Faça um test drive e conheça de perto o carro que vai além.
Av. Barão Homem de Melo, 3191 Bairro Estoril | Belo Horizonte | MG
Imagens meramente ilustrativas e os itens podem variar de acordo com a versão do carro. Veículo equipado com rodas 20”, vendidas como acessórios.
(31) 3319.2500
landrover.com.br facebook.com/landroverbr twitter.com/landrover_br
patiosavassi.com
R$450,00
A partir de em compras, você concorre a um
Mercedes Classe B * almofada do Pinóquio**
e ganha uma
Contos de fadas sempre têm final feliz. Deixe a magia do Pinóquio contagiar você neste Natal!
promoções válidas para maiores de 18 anos. * automóvel mercedes-benz, modelo b200 turbo. ** “comprou-ganhou”: participação válida até o dia 26/12 ou em data anterior, caso esgote o estoque das 14.900 almofadas destinadas exclusivamente para esta promoção. limite: 1 por cpf. promoção autorizada: sorteio: 27/12, às 15h. imagens ilustrativas. certificado de autorização caixa nº 6-2029/2013.
regulamentos e lojas participantes em www.patiosavassi.com