Urbhano Mangabeiras | Sion nº 2

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5 a 20 . agosto de 2013 . ANO I . Número 02 . Distribuição gratuita

On-line: www.urbhano.com.br

Foto: Bruno Senna

tudo que inteRessa no seu bairro está aqui

noite no sion

a grande diversidade de bares e restaurantes fazem com que o bairro sion seja destaque na vida boêmia de belo horizonte

local

jovem a jornada mundial da juventude reuniu 3,5 milhões de pessoas e contou com a participação de jovens do Mangabeiras e sion pág. 10

festival gastronômico em tiradentes chega À 16ª edição com programação intensa para todos os gostos pág. 12

Foto: Weber Pádua

Quarenta famílias moradoras do sion tiveram que abandonar seus apartamentos às pressas durante a madrugada do dia 25 pág. 4

gastronomia

entrevista

o cantor e compositor lô borges fala de sua paixão por minas gerais, das parcerias e de como a música entrou em sua vida Pág. 6

Lô em 2002, lançamento do CD Um dia e meio

moda a colunista isadora vargas dá dicas do que não pode faltar no guarda-roupa das mulheres elegantes e descoladas pág. 14


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URBHANO mangabeiras | sion Belo Horizonte, 5 a 20 de agosto de 2013

opinião frasesURBHANAS

Milene Costa (*)

Amadurecer: um caminho saudável para a vida! Victor Hugo afirma que “amadurecer e morrer é quase a mesma palavra”. Ao meditar sobre essa afirmação e refletir sobre a arte de amadurecer, algumas indagações aparecem na mente, tais como: O que é amadurecer? Como se amadurece? Qual o objetivo do amadurecimento? Na tentativa de encontrar respostas, tracei alguns caminhos. O primeiro é tentar definir o que é o amadurecimento. O segundo é encontrar meios para experimentar o amadurecimento e, por fim, alcançar os benefícios do amadurecimento. O primeiro caminho, talvez o mais fácil, é definir o que é amadurecer. De acordo com os melhores dicionários, amadurecer é tornar-se experiente com o tempo, ser experimentado em algo ou se deixar viver. Para muitos, amadurecer é uma qualidade que pode ser desenvolvida com as experiências vividas. Diante dessa perspectiva, a arte de amadurecer passa pela abertura de se permitir vivenciar o novo, a mudança, a novidade que a vida oferece para cada indivíduo. O segundo caminho, traçado e alicerçado pela definição de amadurecimento, pode-se mostrar paradoxal. Se pois, por um lado existe a permissão para viver o novo, por outro lado existe a possibilidade de matar o que era velho. Dessa forma, ao permitir vivenciar algo novo, deve-se ter a disposição para matar algo que esteja arraigado na prática de vida. E não é isso o amadurecimento? A arte de amadurecer não é ser experiente com o tempo? Como ser experiente sem estar aberto para reelaborar-se? E a reelaboração não implica verificar o que fica e o que sai da vida? Então, pode-se afirmar que o caminho para o amadurecimento passa pela morte de muitos conceitos, valores, hábitos, costumes e ideologias. O terceiro caminho, quiçá o mais difícil de se observar durante o processo de amadurecimento, é o seu objetivo. A arte de amadurecer é um retorno ao encantamento com a vida. Viver, muitas vezes, se torna uma caminhada árida, bruta, seca e solitária. Ao se permitir viver, a pessoa encontra outros prazeres, outros olhares, outras maneiras de experimentar a fascinante arte de estar viva. Essa atitude de abertura, diante das diversas formas de experienciar a vida, traz o encanto o sonho, o prazer, o desafio de superação e a possibilidade de encontrar o bem-estar consigo e com os outros. “Amadurecer e morrer é quase a mesma palavra”. Pois, deixar-se amadurecer é um tipo de morte! Contudo, temse aqui uma visão positiva desse tipo de morte. Morrer durante o amadurecimento é renascer, é redescobrir o valor que a vida tem juntamente com o seu chamado para viver melhor. É expandir, explorar, ir além e, principalmente, descobrir o que alguém pode vir a ser com a permissão de se deixar viver. Milene Costa Teóloga e filósofa - Responsável pelo espaço SER & PERTENCER – Formação para a Vida – www.serepertencer.com.br (*)

Desejamos boas-vindas ao jornal Urbhano Mangabeiras/Sion e parabenizamos a equipe pelo excelente trabalho realizado com o Urbhano Belvedere. Um jornal bonito, com bons textos e fotos, que trata de assuntos de interesse de um público bem definido. O relacionamento do veículo com o público fica mais personalizado, é uma conversa mais direcionada. Raquel Aguirre e Paulo Cunha, diretores da Outra Visão Comunicação

O Jornal UrbHano é um veículo muito interessante do ponto de vista sociocultural. Essa é uma mídia que difere-se das demais por não só retratar a realidade e anseios dos moradores locais como também possibilitar a discussão dos principais assuntos que interferem no dia a dia de toda a população belo-horizontina. Lucas Coimbra de Araújo, da Hiato Comunicação, em email enviado para a redação do URBHANO

erramos

Foto: Cinthya Pernes

Foto: Lucas Alexandre Souza

Recebi o primeiro exemplar e gostei muito. Achei as matérias muito interessantes e ainda por cima posso levar no carro, porque não dá mal cheiro como os jornais comuns. Lucas Lobato Rabello, morador do Sion, sobre o lançamento do URBHANO Mangabeiras/Sion

Na edição anterior, publicamos que o Ford T foi o primeiro carro a ser fabricado no Brasil, depois da Segunda Guerra Mundial. Na verdade, a Ford foi a primeira indústria automobilística a se instalar no Brasil em 1919 e importava as peças para que o célebre Modelo T pudesse ser montado em terras tupiniquins. O Ford T – primeiro carro mundial – rapidamente ganhou dos brasileiros um apelido carinhoso: “Ford Bigode”.

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URBHANO mangabeiras| sion é uma publicação da Editora URBHANA Ltda. CNPJ 17.403.672/0001-40 Insc. Municipal 474573/001-1 Impressão: Bigráfica Tiragem: 15.000 exemplares Distribuição gratuita - quinzenal

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Fotos | Lucas Alexandre Souza e Cinthya Pernes Revisão | Pi Laboratório Editorial Estagiárias | Daniela Greco e Renata Diniz


Participação para maiores de 18 anos residentes no Brasil. Total de dez kits de prêmios. Imagens ilustrativas. Certificado

de Autorização caixa nº 6-1031/2013. Regulamento e lojas participantes disponíveis em www.patiosavassi.com


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local

Perigo iminente Na madrugada do último dia 25, moradores do Sion passaram por momentos de tensão. Um prédio de vinte andares, localizado na Rua Chicago, n. 117, aparentou risco de desabamento, em virtude do deslizamento de um barranco limítrofe ao edifício. Pessoas foram retiradas de seus apartamentos, em plena madrugada, pelos oficiais do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar. Segundo a assessoria da Defesa Civil, a medida preventiva foi tomada em virtude de uma pequena movimentação de terra, ocorrida no topo do morro, que empurrou levemente uma cerca. O período noturno não

possibilita uma avaliação apropriada do terreno por um técnico da defesa civil, e por esse motivo os bombeiros se precaveram através da evacuação do local. Ainda segundo a assessoria, logo pela manhã funcionários da Defesa Civil vistoriaram o local e descartaram o risco para os moradores do Edifício Dona Berna. A advogada Luma Boaventura, 24, conta que juntamente com o síndico do prédio acionou a Defesa Civil para vistoriar o barranco por diversas vezes. A advogada morou no prédio por quatro anos e se mudou do local em dezembro do ano passado, com medo de que a estrutura não

suportasse um possível deslizamento de terra. Em meados de 2012, a recepção do edifício ficou interditada após um deslizamento do barranco, ocorrido durante o período de chuvas. “Desde o final de 2011, os moradores do prédio começaram a perceber que o barranco estava deslizando. O síndico do prédio procurou então a Defesa Civil, mas eles apenas interditaram o local com uma faixa laranja. Teve uma época que ficou complicado. O barranco despencou mesmo e a portaria ficou interditada. Não tinha como acessar o prédio pela portaria”, relata. Mesmo sendo ex-moradora do edifício,

Foto: Lucas Alexandre Souza

Susto | Prédio no Sion sofre risco de desabamento E Moradores são retirados na madrugada Luma conta que teme pela situação. “O que me estranha é eles terem começado essas obras (para estabilização do terreno) e ainda assim os bombeiros terem pedido aos moradores para evacuar o prédio”. Ela ainda afirma observar situações semelhantes em outras construções do bairro. A Defesa Civil alerta que a colaboração da população é necessária a fim de evitar acidentes. Caso exista alguma irregularidade em obras ou alguma situação de risco ao imóvel, os moradores devem acionar o órgão através do telefone 199. O número recebe notificações 24 h por dia. n

cidade

Um cardeal em BH Foto: Wagner Diló Costa

Visita | Cardeal do Vaticano esteve na cidade para Congresso Mundial de Universidades Católicas

O cardeal Peter Turkson, presidente do Conselho Pontifício de Justiça e Paz do Vaticano (CPJP), muito falado na mídia há um tempo por estar na lista dos favoritos para a sucessão de Bento XVI, esteve em Belo Horizonte entre os dias 18 a 21 de julho e celebrou missa dominical na paróquia Nossa Senhora Rainha, no Belvedere. A Associação de Dirigentes Cristãos de Empresa (ADCE) promoveu a vinda

do cardeal ao Brasil para participar do Congresso Mundial de Universidades Católicas (CMUC), falar com empresários mineiros e lançar o livro A vocação do líder empresarial – uma reflexão. Na sexta-feira (19), proferiu uma palestra para empresários mineiros no auditório da PUC Minas, onde falou sobre o seu livro lançado em 2011 pelo CPJP e redigido com a colaboração de professores de universidades dos EUA,

Alemanha, Espanha e Itália. O livro é inspirado na encíclica “Caritas in veritate”, do papa Bento XVI, e oferece orientações práticas para homens e mulheres de negócios. Peter Turkson lembrou aos empresários que “toda atividade humana deve ser ligada a Deus”. Os ensinamentos do livro são para que conduzam suas empresas a serviço do bem comum, com ética e responsabilidade. “Essa visão do mundo dos negócios é fonte de notável tensão e não é fácil implementá-la no mundo de hoje, por causa das várias barreiras externas que podem impedir a um dirigente de sociedade plasmar as estruturas a partir desse ponto de vista”, afirma o cardeal. O presidente da ADCE Minas e Brasil, e da Uniapac América Latina, Sérgio Cavalieri, acompanhou a visita do cardeal a Belo Horizonte e acredita que a vinda de Turkson mostra novos tempos da Igreja Católica. “É motivo de grande entusiasmo para nós, empresários e em especial para a ADCE, passarmos a contar com a força e a inspiração da Igreja na busca de novos caminhos para uma economia solidária, que esteja a serviço das pessoas, gerando riqueza econômica e social”, comenta Cavalieri. n


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bem-estar

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Falsos amigos

Cuidado | Especialistas alertam sobre bebidas que se passam por saudáveis

Foto: Shutterstock

Não é novidade que os refrigerantes são prejudiciais à saúde, sejam eles normais, diet ou “zero”. O que grande parcela da população não sabe é que muitas bebidas usadas para substituí-los, como os isotônicos, sucos de caixinha ou em pó, também podem fazer mal ao organismo.

Um estudo europeu publicado na revista britânica Diabetologia comprovou que quem bebe ao menos uma lata por dia de refrigerante tem 20% de chances a mais de desenvolver diabetes do que uma pessoa que consome uma lata ou menos por mês. Com os perigos à saúde, a tendência dos amantes da bebida é partir para alternativas que prometem ser mais saudáveis. Com tanta propaganda sobre a importância da busca pelo bem-estar, a indústria alimentícia vem investindo pesado. Mas nem tudo é o que parece, e muitos “falsos amigos” estão à venda tentando se passar por produtos saudáveis. As bebidas diet ou zero, por exemplo, passam a ideia de que não possuem açúcar, fazendo menos mal, e de que não engordam, podendo ser consumidas sem restrições. Porém, a quantidade de sódio nessas versões é maior do que no refrigerante tradicional, já que são

utilizados adoçantes na forma de sais em substituição ao açúcar. O sódio em excesso, não só nos refrigerantes, pode causar graves danos à saúde, como hipertensão arterial (pressão alta), aumento do trabalho dos rins, fígado, entre outros órgãos. É o que confirma a nutricionista Camila Vieira. “Os refrigerantes zero contêm adoçantes que não são saudáveis e ainda contêm sódio, que dificulta a queima da gordura por afetar a sinalização da insulina. Além disso, esses alimentos possuem ácido fosfórico, que retira o cálcio dos ossos. Refrigerante não tem nenhum nutriente, seja comum ou zero. Eles não fazem bem à saúde. Para quem não consegue exclui-los da alimentação, o melhor é a moderação”, aconselha. Buscando uma alimentação saudável, a maioria das pessoas começa a substituir essas bebidas por sucos industrializados, isotônicos, chás prontos etc., o que também não é sinônimo de saúde. O problema dos sucos industrializados está na quantidade de açúcar da receita. Seja néctar, de caixinha ou em pó, todos podem ser ricos em açúcar, conservantes e corantes, além de não possuírem todas as vitaminas encontradas na fruta. É importante ter atenção para aqueles ditos “naturais” e “com 100% de fruta”. O recomendado é não ultrapassar dois copos por dia. “Os sucos de pó não possuem vitalidade, além de terem corantes, açúcar ou adoçante e sódio”, confirma a nutricionista, que chama a atenção para a embalagem desses produtos. “O suco industrializado tem o problema da caixa poder passar alumínio e contaminar a bebida. O alumínio

em excesso pode causar dificuldade de funcionamento do fígado. A melhor opção para uma dieta saudável é o suco natural e com a polpa da fruta”, ressalta Camila. As bebidas “esportivas” são ricas em potássio e sódio, indicadas para quem treina pesado, e não devem ser usadas como uma alternativa em relação ao refrigerante. Vale lembrar que muitas delas chegam a ter 125 calorias por garrafinha. “Isotônicos só devem ser consumidos por praticantes de atividade física, pois têm o objetivo de hidratar e repor eletrólitos perdidos no treino. Quem não treina pode tomar se adoecer ou se estiver desidratado. Se consumidos no dia a dia em excesso, podem causar sobrecarga renal e inchaço. Quem é hipertenso também deve tomar cuidado, uma vez que a presença do sódio na bebida aumenta a pressão arterial”, aponta a nutricionista. As famosas águas com sabor, que ganham cada vez mais consumidores, também costumam possuir alto teor de sódio e muitos edulcorantes artificiais (adoçantes), podendo chegar a níveis calóricos próximos aos dos refrigerantes. O mesmo acontece com os chás gelados. Eles são boas opções de hidratação principalmente no inverno, porém os industrializados nas caixas e latas não conseguem manter os fotoquímicos das plantas e têm conservantes, sódio e açúcar para manter a palatabilidade e conservação. Observando as dicas dos especialistas, é bom ficar atento às bebidas que parecem saudáveis. “A melhor opção é o suco natural, pois é rico em vitalidade e tem funcionalidade para o corpo, contendo vitaminas e minerais. Em seguida a polpa, que nada mais é do que a fruta embalada e congelada. Os sucos concentrados também podem ser consumidos de vez em quando, principalmente naqueles dias de correria, em que realmente não há tempo para preparar o suco da fruta. Quando for comprar os industrializados, verifique os ingredientes nas embalagens. Existem marcas que possuem uma quantidade de aditivos bem menor do que outras”, aconselha Camila. n

mais que um restaurante, uma experiência gastronômica.

Rua Conde de Linhares, 345 | Cidade Jardim Reservas: (31) 2531-6964 www.oconde.com.br oconderestauranteebar


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entrevista

Ele é Minas Gerais

Foto: Pedro David

Clube da Esquina | cidadão do mundo, lô borges declara seu amor incondicional por minas gerais

Salomão Borges Filho, o famoso Lô Borges, que tanto encanta os mineiros com suas canções e letras, já morou no Rio de Janeiro e em São Paulo por conta da carreira artística, mas é por Minas Gerais que seu coração bate mais forte. Lô Borges nasceu no bairro Santa Tereza, em 10/01/1952, mas hoje vive próximo à Praça da Liberdade. Casado com Patricia Maês, escritora e letrista paulistana, e pai do Luca, de 15 anos, Cresceu em uma família numerosa e musical. seus irmãos, Marilton e Márcio, já tocavam e compunham antes dele, o que o ajudou a trilhar o caminho da música. Mais tarde, a vida artística cruzou novamente seu destino ao se mudar para o mesmo prédio de Milton Nascimento, no centro de Belo Horizonte. Seu último CD, Horizonte Vertical, foi lançado em 2011 e possui a participação de diversos artistas, entre os mineiros Fernanda Takai e Samuel Rosa. Esse é o 14º álbum de sua carreira. Entre suas composições mais famosas destacam-se “Paisagem da janela”, “Para Lennon e McCartney”, “Clube da Esquina n.º 2” e “O trem azul”.

Como foi a sua infância? Que tipo de música você escutava em casa? Minha infância foi bastante alegre. Levava uma vida de menino nascido em uma família numerosa (somos onze irmãos) e vivia num bairro pacato (Santa Tereza), em que as crianças podiam sair para se divertir na rua em brincadeiras como futebol, mãe-da-rua, pique-esconde. Minha família sempre foi muito ligada às artes. Meus irmãos mais velhos, Marilton e Márcio, já tocavam e compunham. Os ensaios (canções da bossa-nova) aconteciam na casa dos meus pais. Eu ficava ali deslumbrado com

todos aqueles instrumentos. Só de observar, aprendi sozinho a tocar violão. Daí, eu comecei a ir para a esquina, tocar violão com meus amigos do bairro. Não tínhamos dinheiro para frequentar os clubes da cidade, então nosso clube era na esquina, onde nos encontrávamos e nos divertíamos. Portanto cresci num ambiente muito musical: muita música brasileira, muita bossa-nova e muito jazz, era o que sempre rolava na vitrola lá de casa. Todos os mineiros já sabem um pouco da sua história na música, mas desde quando você

começou a se interessar pela música de verdade, pensou em seguir carreira? Não, entrei completamente nessa por acaso, coisas do destino. Quando tinha 10 anos de idade, minha família se mudou temporariamente para o Edifício Levy, no centro de BH. Numa tarde, minha mãe pediu para eu ir comprar pão e leite, e como todo menino de 10 anos, eu gostava de ir pela escada, deslizando pelo corrimão. Quando eu estava chegando quase à portaria, escutei um violão e uma voz maravilhosa, vindo de baixo. Eu parei e fiquei escutando aquela voz celestial. Era o Milton


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Foto: Thiago Costoli

Show com Milton Nascimento, em novembro passado, para mais de 30 mil pessoas, na UFMG

O auge do sucesso da MPB foi nas décadas de 1970 e 80. mesmo assim, hoje muitos jovens ainda gostam desse estilo musical. O público mais jovem frequenta os seus shows? O que você acha disso? Pois é, nas décadas de 70 e 80 foi quando os grandes artistas da MPB fizeram as grandes canções, gravaram aqueles discos memoráveis, que até hoje frequentam as listas do que se fez de melhor na música brasileira. Eu tenho orgulho de ter dado minha contribuição nessa história, primeiro por ter feito, junto com o Milton, o Clube da Esquina, um dos discos mais cultuados da MPB, principalmente fora do Brasil. É impressionante como os críticos estrangeiros adoram esse disco. Ele é um dos pouquíssimos discos brasileiros presentes no livro-referência 1001 Albums You Must Hear before You Die (em português: 1001 álbuns para ouvir antes de morrer).Quando estive no Japão, para uma temporada de dez shows, os jornalistas e fãs japoneses me perguntavam detalhes da gravação do Clube da Esquina, e não só dele, mas também dos outros discos que gravei (A Via Láctea, Nuvem cigana, Sonho real), que eu já nem mais me lembrava. O que posso te assegurar é que a música que produzimos naquela época é objeto de estudo nas principais escolas de música, seja na França, na Dinamarca, na Alemanha, nos EUA, Japão e por aí vai. Vejo que esse repertório se tornou perene, passando de pai para filhos, de tio para sobrinhos. É muito em função dessa perenidade que essa nova geração está descobrindo e, cada vez mais, gostando dessas músicas. Fico muito feliz com isso. Você é um dos compositores mais influentes do Brasil. De onde vem sua inspiração? Do que você mais gosta na arte de compor?

Foto: Juvenal Pereira (revista O Cruzeiro)

Nascimento, que morava numa pensão, no mesmo prédio. Então eu conheci primeiro a “voz” e depois o “cara”. Ele se tornou grande amigo dos meus irmãos mais velhos, tocavam juntos na noite, frequentavam as sessões de cinema francês, no Cine Acaiaca. O Bituca (apelido do Milton) se tornou praticamente o 12º filho da nossa família. Logo depois ele ganhou o Festival Internacional da Canção com “Travessia” e se mudou pro Rio de Janeiro, firmando sua carreira como uma estrela internacional. Mas sempre voltava à BH, e numa dessas vindas ele foi ao Santa Tereza, me encontrou e fomos a um bar. Naquela noite, eu com 16 anos de idade, fizemos nossa primeira parceria, “Clube da Esquina”, com letra do meu irmão Márcio. Depois ele começou a pedir músicas de minha autoria, e assim ele gravou “Para Lennon e McCartney”, minha primeira composição gravada, quando eu tinha 17 anos de idade, e foi um grande sucesso na voz do Milton. Um ano depois, ele voltou a BH e pensei que ele iria me pedir mais música. Não, ele me convidou para gravar um disco com ele, dividindo as canções do álbum. Mudei para o Rio, levando junto o Beto Guedes, e daí nasceu o álbum Clube da Esquina, lançado em 1972. Foi assim que começou minha carreira artística. E com certeza esse foi um dos momentos mais marcantes da minha história musical.

entrevista

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um disco com as minhas principais músicas feitas a partir dos anos 2000, ou seja, as minhas “canções do novo milênio”. É um projeto que está aprovado na Lei de Incentivo de Minas Gerais (ICMS), uma lei que comprovadamente funciona, e está à procura de um patrocinador, que queira se associar ao projeto, que julgo ser bem legal. Quem sabe algum de seus leitores queira me patrocinar, hein? (risos). Você tem uma página no Facebook com mais de 12 mil seguidores. Você é adepto das novas mídias e redes sociais? Pois é, a minha página no FB (/loborges) começou despretensiosamente e de repente já está com mais de 12 mil seguidores. E não são apenas seguidores, são fãs de verdade, que estão sempre interagindo, postando ou comentando coisas legais. Eu tenho acompanhado as redes sociais, e como estou inserido nesse mundo maluco dos dias de hoje, altamente plugado e conectado, obviamente tive que aprender sobre as novas mídias e, na medida do possível, tento interagir com os internautas. Mas continuo gostando mais dos seres humanos, do olho no olho, daquela cumplicidade que apenas um show ao vivo pode te proporcionar. Acho que sou um pouco “jurássico” nesse aspecto (risos).

Com JK no início dos anos 70, em Diamantina

Bom, o que acho mais bacana na arte de compor é, a partir do silêncio, experimentar uma sequência de acordes, e isso se tornar uma canção. O mais curioso é que algumas músicas já nascem “prontas”. Basta colocar a mão num instrumento (o violão ou o piano, que são meus instrumentos de composição), e ela vem inteira, como se estivessem orbitando no espaço, esperando alguém ir buscá-la. É como se eu recebesse um presente. Tem outras músicas, que eu comecei a fazer na década de 80 e terminei nos anos 2000! Eu adoro acordar cedo, antes da cidade despertar, sentar com um instrumento e pensar: bom, qual presente irei ganhar hoje? Eu gosto tanto de fazer (cada vez mais) isso, que nos últimos oito anos compus e gravei quatro discos. Te falo que a minha capacidade de compor tem andando bem maior que a minha capacidade de gravar e lançar os discos (risos). Me fale um pouco do seu mais recente CD? Já planeja algo para o futuro? O meu disco mais recente, intitulado Horizonte vertical, foi lançado em 2011, pela Sony Music, e fiquei muito feliz com o resultado. Por dois motivos: a grande maioria das músicas que estão nele foi composta no piano, instrumento do qual estava afastado e no qual resolvi retomar meu processo criativo. O piano é muito generoso. Em segundo lugar, porque é o meu 14º disco lançado e o primeiro a ter convidados, que são muito especiais pra mim: Milton Nascimento, meu padrinho musical, Samuel Rosa, meu parceiro querido e ultimamente bem frequente, e a Fernanda Takai, essa artista talentosíssima e uma pessoa doce, que eu chamei para cantar uma música no disco e acabou cantando quatro! Para o futuro próximo, planejo lançar

O que acha da cidade de Belo Horizonte? O que ela representa para você? Eu nasci, cresci e até hoje moro em Belo Horizonte, é a minha cidade. Já morei no Rio e em São Paulo, nos anos 70 e 80, por uma necessidade profissional daquele momento, mas sempre quis estar em BH. A geração do Skank, do Jota Quest e do Pato Fu provou que você podia fazer sucesso nacional (e internacional) e morar em BH, sem qualquer prejuízo à carreira artística. Hoje sou um cidadão feliz e moro no coração de BH, perto da Praça da Liberdade, no corredor cultural da nossa cidade. Belo Horizonte, apesar de nova, tem uma tradição cultural de destaque no país e fora dele. Aqui estão (ou daqui saíram) grandes talentos, não só da música, mas da literatura, da dança, do teatro, da moda e das artes plásticas. Sinto muito orgulho de ser mineiro, de Belo Horizonte. Como diz a letra daquela canção (da qual sou um dos autores): “sou do mundo, sou Minas Gerais”! O que mais gosta de fazer por aqui? Gosto do clima ainda pacato de BH, das praças, das pessoas, do sotaque. Samuel Rosa fala, com bastante entusiasmo, uma coisa bem bacana: quando ele, adolescente, estava se iniciando na música, ele andava por BH com a turma dele, ia aos bares ou lugares que a minha geração frequentava (eu, o Beto Guedes, o Flávio Venturini, o Toninho Horta) e ele se sentia como se morasse em Liverpool, porque nós éramos os verdadeiros Beatles para ele! Hoje entendo como é importante essa coisa da referência, de quem desbravou o caminho e deixou um rastro, para os que vieram depois. No fundo, despretensiosamente, se ficar essa herança para as novas gerações, já valeu. n


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matéria de capa

Uma boa pedida Foto: Cinthya Pernes

Agito | O bairro é destaque na noite mineira pela diversidade de bares e restaurantes

O bares do Sion ficam constantemente movimentados

Rodrigo Ferraz, proprietário da Choperia Albano’s, um dos pioneiros na região

Botecos, que é festejado no terceiro sábado de maio. Nesse cenário, o bairro Sion chama a atenção pela variedade de estabelecimentos que oferece ao público. Por isso é a escolha de muitos belo-horizontinos nas noites de quinta, sexta, sábado e nas tardes de domingo, dias em que o movimento em bares é mais intenso. A famosa Rua Pium-i é destaque na cidade por ser tomada por bares e restaurantes. Muitos frequentadores vão à região sem saber ao certo em qual bar vão entrar e decidem na hora, pois os estabelecimentos são um ao lado do outro. E as opções são inúmeras: há bares mais calmos e tranquilos, há lugares mais sofisticados, há bares dançantes e descontraídos. Também há uma diversidade de públicos, como afirma o proprietário da choperia Albanos, Rodrigo Ferraz. “De segunda a quinta-feira recebemos muitos executivos e empresários que estão na cidade a negócios, além do público da vizinhança. Nos finais de semana (sexta a domingo) recebemos um público mais jovem, de diversas partes da cidade, principalmente da Zona Sul”, comenta o empresário. Há dezessete anos sua choperia está localizada na Rua Pium-i, n. 611, e foi o primeiro estabelecimento do local. Hoje a casa já possui mais uma unidade no bairro Lourdes. Rodrigo comenta o porquê de a noite no Sion ser tão atrativa. “É uma noite divertida pela variedade de opções de estabelecimentos na região e pelo público presente. O Sion é um tradicional polo gastronômico da capital mineira. Posso afirmar isso pois o Albanos foi o primeiro estabelecimento a ocupar a região, há dezessete anos, e viu de perto o crescimento do número de bares e restaurantes no bairro. Esse cenário foi possível porque a região é privilegiada

geograficamente, está no coração da Zona Sul e muito próxima a bairros como Belvedere, Savassi, Mangabeiras”, conta Rodrigo. A concorrência entre os estabelecimentos do bairro é grande, porém ela acaba ajudando a atrair mais pessoas ao local, fazendo com que os bares tenham sempre público. O Sion já é ponto certo para os happy hours depois do trabalho, para os jovens que buscam Foto: Janine Goes

Foto: divulgação/Albanos

Belo Horizonte não tem mar, mas em compensação tem inúmeros bares. Uma variedade de opções que atende a diversos públicos. São tantos bares que em junho de 2009 a cidade foi declarada a Capital Mundial dos Botecos pela Lei nº 9.714, sancionada pelo prefeito Marcio Lacerda. A legislação compreende botecos, bares, restaurantes e assemelhados. Para aqueles que não sabem, já foi instituído o Dia Municipal dos

Renato Rossetti, proprietário do Lanikai Tiki Bar


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um cardápio que equilibra a culinária litorânea, com pratos preparados com peixe fresco, frutas e folhas, além dos drinques, que são uma atração à parte. No cardápio existem mais de trinta opções para agradar a todo tipo de público, como o Tequila Sunrise Bowl, bebida servida em um aquário e para ser consumida em grupo, e o Lanikai Mai Tai, tradicional drinque havaiano que é dividido curiosamente por camadas de diferentes tonalidades. “O grande diferencial do bar é o ambiente, onde procuramos fazer com que o cliente faça uma viagem momentânea a um ambiente diferente dos padrões a que está acostumado e se sinta mais próximo de uma ilha desconhecida com pratos e petiscos deliciosos, bem como drinques exóticos”, explica o proprietário. Essa diversificação ajuda a atrair pessoas de todos os gostos. O advogado Rafael Dantas, 29, morador do bairro há vinte anos, diz que seus pais optaram por morar no Sion pela localização e infraestrutura que o local oferece. O advogado sai pelo bairro em suas horas vagas, frequenta os bares e restaurantes e gosta de andar de bicicleta pela Avenida Bandeirantes. “O bairro ainda conserva alguma tranquilidade, mas grande parte das casas foram demolidas para construção de prédios de luxo, o que levou o local a ser muito populoso, trazendo alguns problemas como trânsito e diminuição da tranquilidade. Mas uma grande vantagem é a localização, que permite deslocamento em menos tempo para os bairros Savassi e Centro”, comenta Rafael. O advogado vai a pé aos estabelecimentos da rua Pium-i, e a variedade de opções pertinho de sua casa faz com que ele seja frequentador nato do local. Rafael já conhece praticamente todos os bares da região. “Eu sempre vou ao Café do

Carmo, Bar da Neca, Blá Blá Bar, Bar do John e o Butiquim da Esquina, que fica no bairro Anchieta. O ponto negativo dos bares do Sion é o preço, pois como a grande maioria dos frequentares é de classe média, os preços são mais elevados. Sinto falta de bares com estilos mais alternativos também”. A designer Ulianna Oliveira, 22, sempre frequenta a noite do Sion com as amigas ou com o namorado, diz que adora sair pela região pelo movimento e o alto-astral do bares, além das opções gastronômicas. “A noite no Sion é bem movimentada e com várias opções boas de bares e restaurantes, a maioria com uma gastronomia excelente e ótimas opções de drinques”, comenta Ulianna. Apesar da diversidade de opções a designer aponta alguns pontos negativos do local. “Acho os bares bem parecidos uns com os outros, o que acaba enjoando um pouco. Outra coisa é que no Sion não tem muitas opções de lugares para sair pra dançar”. Uma opção para quem gosta de cair na noitada para dançar é o Celtic Irish Pub, que aposta no conceito de juntar shows de rock com comidas típicas da Irlanda. As atrações incluem desde jogos de dardo e discotecagem a uma programação intensa de shows semanais, além de um espaço para transmissão de todos os esportes nos televisores de LCD. O proprietário da casa, Humberto Machado, conta que o chope oferecido no pub é artesanal, feito no próprio estabelecimento, e que o público varia de acordo com o show que vai tocar no dia, mas normalmente fica na faixa dos 30 anos. “Sem demagogia, acho o Sion um dos melhores bairros para se morar e se divertir. Aqui é tudo perto e se encontra de tudo com facilidade”, afirma Humberto. n

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Fotos: Cinthya Pernes

lugares descontraídos para paquerar, para famílias que se encontram para almoçar nos finais de semana. Entretanto, mesmo com público certo, sempre há algum bar fechando as portas no bairro, e no local surge um novo estabelecimento. Por isso, apostar em um diferencial que seja durável, e não apenas uma atração momentânea, faz com que alguns locais tornem-se tradição entre os frequentadores e permaneçam anos no mesmo ponto, como é o caso da choperia. “O grande diferencial do Albanos, além do chope, carro-chefe da casa, é o atendimento e a gastronomia. A casa leva em seu nome uma das maiores referências em chope no Brasil, Albano Celini. Estamos sempre inovando como, por exemplo, por meio de cardápios em iPads para os clientes, oferecendo a maior TV de bares e restaurantes da cidade (80 polegadas) e realizando diversas ações de interação em nossas redes sociais, o que nos gera um excelente número de seguidores/curtidores. Tudo isso nos levou a ser a choperia mais premiada do Brasil”, relata Rodrigo. Já o proprietário Renato Rossetti, do bar havaiano Lanikai Tiki Bar, oferece ao público que frequenta a região um conceito diferente do de bares tradicionais. “O público do Lanikai é bem diversificado, mas na sua maioria são jovens que gostam do clima de surfe, sol e praia. Recebemos bastantes comemorações de aniversários e casais e famílias que geralmente buscam um ambiente diferenciado da maioria dos bares de Belo Horizonte”, comenta. Renato, após ter vivido um tempo no Havaí, resolveu trazer a cultura de lá para Belo Horizonte, e escolheu o bairro Sion para montar o Lanikai por acreditar que o público do local procura lugares que fogem do tradicional. O bar oferece

matéria de capa

Anita Nunes, Andréia Mattozinhos e Sandra Abi-ackel Tebet

Vinícius Brasil, Taíssa Mourão e Filipe Martini

Thomas Rocha e Fernanda Queiroz

Manuela Fischer e Tamara Sant’anna


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jovem

A juventude do papa

JMJ | Jovens dos bairros Mangabeiras, Sion e serra estiveram presentes no Rio de Janeiro

Durante os dias 23 a 28 a cidade do Rio de Janeiro foi invadida por 3,7 milhões de jovens católicos, que esperavam a vinda do papa para a Jornada Mundial da Juventude. O grande evento levou ao Rio, e principalmente à Praia de Copacabana, o rosto de peregrinos de cerca de 180 países, que gritavam a todo momento: “Essa é a juventude do papa”.

esse grande evento. “Por mais triste que seja ter chegado ao fim, meu coração se alegra, por tudo o que vivi nesses dias, e pela certeza de que tudo ficará gravado em meu coração: a acolhida tão carinhosa das pessoas que nos receberam em suas casas, as palavras e o amor deixados por nosso querido papa Francisco, e a certeza de que nossa Igreja é uma só, em todo

como muitas vezes pensamos ao vermos tantas pessoas que não se importam nem um pouco com Jesus e com o Reino ao qual Ele nos chama. Milhões de pessoas no mundo inteiro também amam Nosso Senhor e lutam pela santidade, e ver isso tão de perto nos dá uma força extraordinária pra seguir Jesus!”, comenta a estudante, que pretende ir para a

pretende levar a sério a proposta da jornada: não ficar preso somente nas paróquias, mas sim fazer discípulos entre todas as nações. A mudança repentina do local da vigília, que primeiramente seria realizada em Guaratiba, a falta de banheiros e as filas intermináveis incomodaram alguns peregrinos, que se desapontaram um pouco

Foram vários os shows, exposições, grupos de oração e eventos que reuniram os jovens católicos. A prefeitura do Rio divulgou que o evento injetou cerca de 1,2 bilhão de reais na economia da cidade. Foi divulgado ainda que 72,7% dos estrangeiros afirmaram que estavam na cidade pela primeira vez e 93% responderam que estão dispostos a retornar. Com relação ao número de participantes, o evento só perdeu para o encontro das Filipinas, que reuniu 4 milhões de jovens em 1994. O impacto do evento não foi somente econômico. O encontro com o papa Francisco, que fez sua primeira viagem internacional, marcou o coração das pessoas que participaram e de quem acompanhou através da mídia. Um grupo de jovens dos bairros Mangabeiras e Sion e região foram com a paróquia de Santana, do Serra, para

o mundo, e continua fiel e enraizada em Cristo. Independentemente das noites mal dormidas, do frio, da chuva, das filas intermináveis. Eu faria tudo de novo! Mal posso esperar até a próxima Jornada”, recorda a jovem Cecília Rameh, 19, moradora da região. O Brasil e as demais partes do planeta puderam experimentar a unidade da Igreja, com os cantos africanos, brincadeiras argentinas, e a acolhida do povo carioca. As bandeiras hasteadas na Praia de Copacabana revelaram a dimensão do evento. Os vagões do metrô eram tomados diariamente por peregrinos que cantavam em suas línguas, dançavam e se divertiam enquanto tentavam chegar aos locais centrais. Luisa Monteiro, 20, percebeu essa universalidade da Igreja durante a JMJ. “O mais impressionante da JMJ é que se pode perceber que você não está sozinho,

próxima JMJ, a ser realizada em 2016, na cidade de Cracóvia, Polônia. “A JMJ me mostrou que Jesus está vivo em nossos corações! Ver 3,5 milhões de jovens enfrentando frio, chuva, trem lotado, além da mudança inesperada do local da vigília, revela que a Jornada é composta por jovens que não querem apenas ver o papa (mesmo que isso já seja muito), mas que têm o desejo de mostrar ao mundo o que é a Igreja Católica, e que Jesus está longe de ser esquecido por nós! Participar de adorações em outras línguas, conversar com jovens do mundo inteiro é uma experiência única, pois podemos ver que a fé é uma só e que o trabalho que realizamos em nossa paróquia e a vontade de viver como Jesus é uma realidade para muitos”, declara Fernanda Pazzini, 20, moradora do Mangabeiras, que

com a falta de estrutura. Muitas foram às reclamações sobre a desorganização no dia da vigília. Entretanto, apesar das reclamações os testemunhos positivos são vários. Até quem não participou do evento se emocionou. Quem já havia participado de alguma Jornada Mundial da Juventude também se impressionou com o público e com o papa Francisco. “Após a JMJ de Madri achei que tivesse vivido a melhor experiência da minha vida, uma constatação de que a nossa Igreja é viva e jovem, mas após esses cinco dias no Rio, percebi que, muito mais do que isso, a Igreja Católica é perfeita e a juventude católica tem muito a contribuir para a mudança da nossa sociedade. Hoje, mais do que nunca, acredito em um mundo melhor. Que venha a Polônia”, afirma Victor Isaac, 24. n


Foto: Lucas Alexandre Souza

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especial

genitores estejam dispostos a evitar qualquer tipo de sofrimento aos filhos e a manter o padrão no qual as crianças viviam, o valor dos alimentos quase nunca é consensual. Na maioria das vezes, os pais não têm sequer a noção do valor exato que gastam com os filhos. Despesas pequenas como bala na porta da escola, presentinho para os colegas, visitas ao Hot Zone e lanches no shopping, que quase nunca são relacionadas no orçamento doméstico devido à correria do dia a dia, acabam pesando (e Daniella Matta Machado Caporali Ribeiro muito!) no bolso do genitor Sócia do Escritório Matta Machado, Soalheiro & Farah Advogados, especialista em Direito de Família e Sucessões guardião. Além disso, com o crescimento dos filhos crescem também suas necessidades. A menina começa a “precisar” do salão de beleza, de fazer as unhas, depilação, livros caros... O menino “precisa” do tênis, do video game, de equipamentos esportivos. Gastos novos advindos A fixação do valor dos alimentos para os filhos da nova realidade que se apresenta. Adaptando o menores, quando da separação de um casal, é ditado popular: filhos criados, custos dobrados! A lei prevê que, sobrevindo uma mudança na resempre uma questão delicada e espinhosa. Ainda que o divórcio tenha sido amigável e que ambos os alidade financeira das partes, tanto na necessidade

As crianças cresceram. e a pensão?

| direito

de quem recebe quanto na possibilidade de quem paga, a quantia fixada a título de alimentação poderá sofrer reajustes, podendo os valores serem aumentados, diminuídos ou até mesmo extintos. Qualquer alteração, seja para diminuir, aumentar ou exonerar os alimentos deverá ser precedida de uma ação revisional, pela qual, após a comprovação da alteração alegada, o juiz proferirá uma sentença. Assim, não cabe a simples alegação de que os gastos aumentaram; será necessário prová-lo através de documentos consistentes. Da mesma forma, não basta que o alimentante afirme que o valor pago aos filhos tem sido oneroso; também ele deverá comprovar, de forma inconteste, sua impossibilidade de continuar a adimplir com o valor fixado. Ressalte-se que o fato de um filho ter atingido a maioridade, por si só, não exonera os genitores de sua obrigação de sustento. Também a constituição de nova família, com o advento de outros filhos, não é justificativa para a redução dos alimentos da prole anterior. A redução por conta própria do valor fixado judicialmente, ou a suspensão voluntária dos pagamentos, poderá resultar em ação de execução, correndo o devedor o risco de ter seus bens penhorados ou ser privado de sua liberdade. Devemos nos lembrar de que existem ex-cônjuges/companheiros, mas não existem ex-filhos. n Por Daniella Matta Machado Caporali Ribeiro Escritório Matta Machado, Soalheiro & Farah Advogados

Este jornal é feito para você. Então quem lê o URBHANO pode e deve participar, sugerindo pautas e temas interessantes. Desde o seu lançamento, o jornal URBHANO tem a preocupação em comunicar-se de forma direta e eficiente com quem mora ou trabalha no Mangabeiras e no Sion. Nossa proposta é ser uma mídia informativa, que mostre tudo que interessa no bairro.

Então o que você está esperando? Entre em contato conosco por telefone ou email e diga o que você quer ver no URBHANO. Pode ser algo que traga alegria ou que te incomoda. Pode ser um pessoa interessante ou um lugar agradável. Fique à vontade.

Participe! Sua contribuição é muito valiosa!

Envie suas sugestões para: redacao.mangabeiras@urbhano.com.br ou ligue pra gente, teremos prazer em atendê-lo: 31 2516.1801 Para anunciar, solicite uma proposta por email: comercial@urbhano.com.br

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gastronomia

Sabores do Brasil

Reprodução de anúncio criado pela Agência LZ, responsável pela publicidade do evento

Tiradentes | Com chefs nacionais e internacionais o festival gastronômico chega À 16ª edição

Foto: Edison Teixeira

A cidade recebe turistas do mundo todo

Tiradentes é uma cidade encantadora, e não há um só mineiro que diga o contrário. Ela, que já foi palco de momentos históricos do estado, carrega até hoje consigo fragmentos desse tempo. A arquitetura dos casarios em estilo colonial, as ruas de pedras e as diversas igrejas barrocas fazem com que a cidade de apenas 6,9 mil habitantes

tenha um charme incomparável e atraia turistas do mundo inteiro. E para tudo ficar ainda melhor, há 16 anos Tiradentes ganhou novo tempero e sabor. A alta gastronomia, que dispensa adjetivos, se tornou atração com o Festival Cultura e Gastronomia Tiradentes. O evento, que já está em sua 16ª edição, atrai renomados

chefs dos quatro cantos do mundo e centenas de turistas para a cidade – na edição 2012, foram 35 mil visitantes em apenas dois finais de semana. Este ano, o evento acontecerá de 23 de agosto a 1 de setembro. O Festival conta com uma programação intensa, com festins, cursos e degustações, além de atrações culturais como

AGORA, SIRVA-SE DA GASTRONOMIA REGIONAL BRASILEIRA. Nesta edição, o Festival Cultura e Gastronomia de Tiradentes realizou a 2a etapa da Expedição Brasil Gastronômico. Venha experimentar todos os sabores dessa viagem no maior encontro gastronômico do país. DE 23 DE AGOSTO A 1O DE SETEMBRO.

Consulte a programação completa no gastronomiatiradentes.com.br

Foto: Divulgação/Árvore de Comunicação

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COP O ATR AT OCÍ O NIO OC O

alambiques e lojas de quitandas e doces. Antes de as ruas de Tiradentes serem tomadas pelo aroma dos deliciosos pratos do Festival, a Expedição Brasil Gastronômico percorreu cinco estados brasileiros – São Paulo, Paraná, Bahia, Mato Grosso e Rio Grande do Sul – e o Distrito Federal

REA EALIZ L AÇÃ LIZ AÇÃO ÇÃO

em busca de sabores e temperos peculiares. “Por meio da expedição, conhecemos e registramos toda a cadeia produtiva da gastronomia, do produto ao chef”, diz o diretor do Festival, Rodrigo Ferraz. O resultado dessa pesquisa foi fundamental para a curadoria do evento e será registrada em livro e DVD. n Foto: Eugênio Sávio

shows e exposições. Diversos hotéis e pousadas também se preparam para essa data, em que se deliciar com sabores de várias partes do país é o principal objetivo. Os turistas terão uma vasta cartela de opções para agradar ao paladar. São 85 estabelecimentos da cidade – restaurantes, bares,

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A chef Ariani Malouf, do Mato Grosso do Sul, participará do evento

Muita atenção no momento de preparação dos pratos


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gastronomia

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Mais perto da Itália

Receita Molho Pomodoro Perfetta

e incluímos algumas opções de pizzas especiais com ingredientes como shitake, shimeji, damasco, nozes, bacalhau, camarão e mortadela”, explica Breno Vianna, que, para a criação do cardápio, contou com a consultoria do chef executivo Adriano Santos. Vale ressaltar que a cozinha é separada do público apenas por um vidro, proporcionando um contato maior com os clientes, que podem observar o preparo de sua pizza. Além das pizzas, a Perfetta apresenta um cardápio composto por fettuccine, fusilli, gnocchi, linguine, penne e spaghetti, lasanhas, parmegianas, além de um bufê de antepastos. Para as sobremesas algumas das opções são as pizzas doces e os tradicionais Panna Cotta e Tiramisù, entre outras opções. n

Ingredientes

400 g de tomate pelado italiano 1 cebola (média) repicada 2 dentes de alho repicados 4 colheres de sopa de azeite 1/2 molho de manjericão 100 ml de vinho tinto seco 1 colher de sopa de açúcar refinado Sal, pimenta-do-reino e noz moscada a gosto

modo de preparo

Refogar a cebola e o alho no azeite. Acrescentar o tomate e o vinho. Deixar evaporar o álcool. Deixar ferver e reduzir por aproximadamente quinze minutos. Ao longo do processo, retirar a espuma ácida com auxílio de uma escumadeira. Corrigir o restante da acidez acrescentando açúcar e deixar reduzir mais. Temperar com sal, pimenta-do-reino e noz moscada. Enquanto morno, colocar as folhas frescas de manjericão.

Estamos cheios de novidades.

endereço Praça Dep. Renato Azeredo, nº 32 - Sion - Praça Alaska Horário de funcionamento de Terça a Quinta, das 18 às 24 h Sexta e Sábado, das 18 à 1 h Domingo, das 12 às 17 h AgênciaDaCasa

Inspirada nas pizzarias e cantinas da capital paulista, a Perfetta Pizzeria e Ristorante foi recentemente inaugurada na conhecida Praça Alaska, no Sion. Comandada pela chef Geórgia Silveira, a casa italiana de Breno Vianna e Luciana Leão oferece 35 tipos de pizzas, que vão das opções tradicionais a receitas exclusivas, e cerca de vinte pratos. O ambiente é assinado pelo arquiteto Reinaldo Saturnino e conta com um espaço amplo e familiar. As pizzas são assadas em forno a lenha e seguem o padrão das pizzarias paulistanas, com massa mais grossa e borda alta. O cliente pode optar também pela massa fina. As receitas das pizzas seguem também a tradição italiana e nem todas levam queijo. Contudo, todas as “redondas” podem ser solicitadas nas versões com muçarela. “Também ousamos

Fotos: Paulo Cunha

Praça Alaska | Novo ponto de gastronomia italiana é inaugurado no Sion

restauranteminas2.com.br facebook.com/RestauranteMinas2

ABERTO AO PÚBLICO

O que você está esperando para provar estas delícias?

Risoto Imperial

Cambito Suíno

Risoto com lichia, aipo e burrata, coroado com camarões flambados.

Espaço para eventos

Quartas e domingos Buffet completo

Panturrilha de porco assada com polenta ao próprio molho.

Sábados Deliciosa feijoada

Av. Bandeirantes, 2323 - Mangabeiras Reservas: 31 3227-0338 | 3282-7663


moda |

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Isadora vargas

Must have

Imprescindíveis | Descubra dez coisas que não podem faltar no seu closet

1. Camisa branca Começando por ela, claro! A camisa branca é fundamental no guarda-roupa de uma mulher. Clássica, chic e elegante, essa peça é bem-vinda em qualquer look e em todas as estações do ano. Vale a pena investir nela, pois além de ser atemporal, é também base para vários looks, podendo ser combinada com peças que podem até virar look balada.

isadora.vargas@urbhano.com.br

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O guarda-roupa de uma mulher é recheado com diferentes peças e incluem, além de roupas, sapatos e acessórios. Nota-se que as mulheres, em geral, estão constantemente buscando novidade no que diz respeito à moda. Mas nem sempre o que esta alí é o que realmente se precisa. Peças-chave são essenciais para montar looks com outras peças que estão na moda. n

3. Little black dress

2. Jeans

Clássico e indispensável. O pretinho básico é considerado essencial para um guarda-roupa ser completo. Estilistas e ditadores da moda acreditam que toda mulher deve possuir um vestido simples e preto, pois combinado com diferentes acessórios é crucial para eventos durante o dia ou noite.

Calça, short e camisa. A existência dessas peças em jeans são quase que obrigatórias. A camisa jeans, por exemplo, vai bem com calças coloridas e também com saias estampadas, formando um visual bem romântico. Os shorts e as calças jeans são companheiros infalíveis na maioria dos eventos informais e dão com tudo!

5. Blazer

4. Cardigan

Muitas pensam que pode ser uma peça chata e careta demais. Mas tudo depende de como é usada. É apropriado para a rotina de trabalho, mas também cai bem com short jeans ou vestidinhos. Vale apostar em blazers coloridos para fugir do óbvio.

É uma opção prática e confortável para se proteger do frio e pode ser usado com quase todos os looks. Como o clima do Brasil é quente, a mulher deve optar por cardigans com tecido leve e fino.

7. Sapatilha 6. Sapato nude Pode ser clichê, mas não existe um look que não iria bem com um sapato alto nude.

9. Acessórios Brincos, colares, pulseiras, anéis, clutches. Os acessórios enfeitam as mulheres e deixam qualquer look a cara da ocasião. Mudam a proposta da roupa dando um up na mulher.

Quem não ama? Elas são lindas e confortáveis e se adaptam a qualquer estilo. É fácil de encontrar no mercado uma infinidade de modelos para todos os gostos, com diferentes estampas e aplicações.

10. Bolsa preta Não há mulher que não preze por uma bolsa preta em seu guarda-roupa. Ela combina com tudo, tudo mesmo! Há vários modelos por aí que são de tirar o fôlego. Escolha a sua!

8. Calça flare ou alfaiataria Alonga a silhueta. Possui corte e caimento perfeitos, deixando o look elegante e pode ser usada em vários ambientes.


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gente

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Início da expansão

Lançamento | jornal Urbhano mangabeiras/sion é lançado com almoço para parceiros Na ocasião, o diretor geral Adriano Aro justificou a antecipação do cronograma estipulado para o lançamento do segundo URBHANO e o diretor comercial Clovis Mello mostrou dados da pesquisa realizada, comprovando que o jornal

tem maior afinidade com o público qualificado, com excelente penetração no público A, e que as publicações segmentadas são caracterizadas como mídia eficiente e direta, com retorno praticamente assegurado para os anunciantes. n

Fotos: Lucas Alexandre Souza

Devido ao grande sucesso alcançado no Belvedere, foi lançado no dia 17 de julho o Jornal URBHANO Mangabeiras/Sion. O evento realizado no Restaurante Minas II contou com a presença de agências de comunicação, anunciantes e parceiros.

O diretor geral do URBHANO, Adriano Aro, faz sua apresentação ao público presente

Raíssa Daldegan, Renata Diniz e Daniela Greco

Adriano Aro, Ana Paula Horta e Raíssa Daldegan

Eduardo Valadares, Izabela Beirão e Sabrina Beckler, da Assessoria Elo.com

Fabíola Pimenta, Clarice Mendes e Cintia Neves

O evento contou com a presença de agências de publicidade, assessoria de imprensa e anunciantes

Vanessa Barbosa, Clovis Mello e Natália Salum

Adriano Aro e Schubert Araújo

Da On Ideias Interativas, Daniela Carvalho, Maurício Frey e Natália d’Alcântara, com Clovis Mello e Adriano Aro

Diego de Stéfano, Adriano Aro, Clovis Mello, Clau Diamante, Regina Ziller e Paulo Mungo

Camila Tavares, José Luiz da Silva e Renata Santos



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