Urbhano Mangabeiras | Sion nº 8

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5 a 20 . novembro de 2013 . ANO I . Número 08 . Distribuição gratuita

On-line: www.urbhano.com.br

Foto: Lucas Alexandre Souza

tudo que inteRessa no seu bairro está aqui

Aqui é bom Viver

Proximidade com pontos comerciais, praças, parques, restaurantes, farmácias, supermercados e muito mais, são motivos que levaram os moradores a escolherem o Sion para criar suas raízes

bem estar

Foto: Cinthya Pernes

Pesquisa confirma que ter barba faz bem para saúde, descubra em quais aspectos elas melhoram a vida dos homens pág. 4

cultura O 8º Festival Internacional de Quadrinhos traz para Belo Horizonte uma intensa programação e convidados do brasil e do mundo pág. 5

entrevista Mary Arantes conta como começou na moda, sobre o seu processo criativo e o que gosta de fazer nos momentos de lazer pág. 6

local

tecnologia Para facilitar a vida dos cidadãos e dar mais acesso a informações do governo, um grupo de amigos criou o site Deepask pág. 12 O Restaurante Minas II e o Buffet Sausalito agora são um só:

risco de acidentes A preocupação com o trânsito no bairro Sion leva moradores a elaborar por conta própria um levantamento de dados sobre a densidade demográfica na região Pág. 3

31 3282-7663 | 3227-0338


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opinião

Foto: Rafael Coelho

frasesURBHANAS

Foto: Divulgação/TripTv

Manifestação é parte do fortalecimento da democracia, mas repudio o uso da violência. A presidente Dilma Rousseff disse nesta quinta-feira que o governo está cumprindo os pactos assumidos após as manifestações de junho que tomaram conta das ruas do país

André Márcio Murad (*)

GÁS RADÔNIO E CÂNCER DE PULMÃO Conforme a Organização Mundial da Saúde, entre 5% e 15% das mortes por câncer de pulmão estão relacionadas à exposição ao gás radônio, sendo que, entre não fumantes, acredita-se que a incidência seria de 25% a 30%. O alerta ocorreu durante o 17º Congresso Europeu de Oncologia, em Amsterdam (Holanda). Em Belo Horizonte, o estudo “Distribuição da concentração de radônio em residências e outras construções da Região Metropolitana de BH” identificou que 15% das 540 residências e construções analisadas apresentaram concentrações de radônio superiores ao limite de 150 bq (bequerel – unidade de medida da intensidade da radiação), definido como limite de segurança pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (Usepa) e pela Comissão Internacional de Proteção Radiológica (ICRP). A concentração do radônio é maior em casas, pavimentos térreos e em andares inferiores dos edifícios, onde rachaduras, fendas e perfurações permitem a livre vazão e concentração do gás. É um gás radioativo inerte, inodoro, incolor e insípido, originário da quebra natural do urânio e do tório presentes em solos e rochas. As partículas causam um dano direto ao DNA e podem resultar em câncer de pulmão. A OMS lançou um projeto internacional com três anos de duração para combater o fator de risco e ajudar os países a reduzirem os problemas associados ao radônio. Entre as medidas propostas destacam-se a avaliação de riscos, a adoção de normas para reduzir a exposição e a concentração do gás e campanhas dirigidas aos políticos e à opinião pública. Com o alerta, resta às autoridades e à população iniciar as medidas de segurança. André Márcio Murad Pesquisador, professor coordenador do Serviço de Oncologia do Hospital das Clínicas da UFMG e diretor do CENANTRON – Centro Avançado de Tratamento Oncológico (*)

Gosto de estar em todas as mídias. Fábio Porchat em entrevista no programa de Jô Soares sobre a superexposição da sua imagem

Achavam que eu queria ir para a Globo, mas não era isso. Tom Cavalcante para a revista “Contigo” sobre a época em que pediu demissão da Record

Não vou pedir demissão. Pelo menos este ano. Apoio e trabalho para o Tião Viana com muito orgulho. Mesmo pressionado por parte da militância do PT no Acre, o marido da ex-ministra Marina Silva, Fábio Vaz de Lima, decidiu que vai continuar no cargo que ocupa no governo do petista Tião Viana. Atualmente, ele é secretário adjunto de Desenvolvimento Florestal, da Indústria, do Comércio e dos Serviços Sustentáveis

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Fotos | Lucas Alexandre Souza e Cinthya Pernes Revisão | Pi Laboratório Editorial Estagiária | Renata Diniz


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local

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Trânsito saturado

Circulação | Moradores saem às ruas para buscar alternativas para o trânsito A mobilidade urbana tem sido assunto corriqueiro na imprensa e nas mídias sociais, principalmente com a proximidade da Copa do Mundo de futebol. O aumento da frota de veículos e a falta de infraestrutura adequada são os grandes vilões, e quem sofre são os engenheiros de tráfego que se desdobram para apontarem alternativas. Em algumas microrregiões a situação está caótica, como é o caso do Sion. O engenheiro Osvaldo Barros, que reside no bairro há trinta anos, não se deixou vencer pelo problema e se uniu a outros moradores para buscar soluções. O grupo decidiu fazer um levantamento de dados sobre a estrutura e a demanda do bairro. A microrregião trabalhada pelos voluntários compreendeu as ruas Nicarágua, Groenlândia, Guianas, Patagônia (entre as ruas Nicarágua e Haiti), Santa Fé e Haiti. Há cerca de quarenta dias, Osvaldo e outros três moradores visitaram todos os imóveis da região, recolhendo informações sobre o número de moradias, comércio, habitantes e veículos existentes no local. O objetivo da pesquisa é auxiliar as autoridades a encontrarem soluções para a fluidez e segurança do trânsito, principalmente nos momentos de pico. O trabalho de campo revelou que a microrregião estudada possui um elevado adensamento populacional, contando com 3.740 moradores e 2.850

veículos, conforme dados apurados pelo grupo. Entretanto, o cenário tende a piorar, em virtude da construção de novos sete prédios residências e dois comerciais, além de um restaurante. Osvaldo Barros afirma que, além do problema gerado pelas novas construções, a situação se torna mais caótica pelo fato de as pessoas utilizarem o Sion como rota para fugir do tráfego das grandes avenidas. “Tem diversos prédios que estão sendo construídos na minha rua, sendo que ainda tem um projeto de um edifício de vinte andares, que vai agravar a densidade populacional aqui. Além do mais, a rua virou uma ligação de quem vem para a Bandeirantes ou vai pra lá. A conexão da Avenida Nossa Senhora do Carmo passa toda pela nossa rua, porque o caminho é mais fácil. E não podemos nos esquecer dos moradores da microrregião e o pessoal que pretende evitar o congestionamento do Belvedere. Todo mundo passa por aqui”, afirma o engenheiro. Como se não bastasse o trânsito intenso, a infraestrutura local apresenta claros sinais de incapacidade para suportar a circulação de veículos em sentido duplo. “As ruas têm sete metros de pista de rolamento, o que não é suficiente para o fluxo que temos por aqui. Há um mês teve uma colisão entre dois carros, na Patagônia, esquina com a Santa Fé, e foi necessário chamar o SAMU. A Patagônia não comporta mais os dois

Oswaldo Barros tenta buscar soluções junto aos moradores do local

sentidos, tem que ser mão única. E com estacionamento só em uma lateral”, observa Osvaldo.Na tentativa de solucionar o problema, Osvaldo levou seu estudo às autoridades competentes e agora aguarda uma solução. O morador espera que os dados fornecidos sirvam para embasar a alteração de circulação da via, melhorando o fluxo dos veículos e aumentando a segurança no local. n


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bem-estar

Barba faz bem

Look | A ciência se torna aliada desse estilo que arranca suspiros e reprovações

Foto: Cinthya Pernes

Tipos de barba e bigode www.flickr.com

A barba cheia representa para alguns falta de cuidado pessoal, no entanto há aqueles que não abrem mão da presença dela no visual, seja num formato despojado ou elegante. Ultrapassando a estética apreciada pelos defensores do estilo, existe agora um novo motivo para os homens aderirem ao charme no visual: a saúde! Foi o que constatou uma pesquisa da Universidade de Southern Queensland, na Austrália, publicada este ano. Segundo os pesquisadores, manter a barba pode trazer muitos benefícios à saúde do homem. Dentre eles, proteção contra o sol, alergias e tosse. Além de hidratar e deixar a pele com uma aparência jovem por mais tempo na região facial. Não apontado pela pesquisa, o quesito comodidade foi a vantagem determinante para que o professor de história, Rafael Verdin, 26, parasse de se barbear diariamente há cerca de seis anos. “Costumo ouvir elogios e críticas. As opiniões a respeito de quem usa a barba são bastante divididas. Geralmente quando está maior ouço mais críticas, e quando a deixo bem aparada as pessoas costumam elogiar com maior frequência”, comenta. Para ele, o resultado da pesquisa documenta parte de sua própria experiência com os pelos. Rafael confirma a eficácia da proteção da barba contra o sol e alega ter sentido a diminuição do incômodo após a exposição ao sol, e uma menor agressão da pele do rosto. Benefícios que o estudante de Comunicação Social Thiéres Rabelo, 22, pretende conferir a longo prazo. “Se vai desacelerar o envelhecimento ou não, saberei no futuro. Já resfriados, alergias e asmas, eu não tenho, talvez seja um pouco em função da barba, quem sabe?”, reflete o estudante, que há cerca de três anos se barbeia apenas esporadicamente. Apesar de não receber incentivos de amigos para manter a barba, Thiéres alega não abrir mão do visual por se identificar com ele. Para o estudante, manter o comprimento e alinhamento dos pelos é essencial e exige cuidados especiais. “É preciso pentear a barba. Passar um xampu, um condicionador. Alinhar a parte de

cima e a de baixo para ela ficar retinha e passar uma mensagem de que está bem cuidada”. Tudo isso para, segundo ele, manter o visual “socialmente aceitável”.

Estilo que requer cuidados

Preocupação necessária não apenas para manter um rosto harmonioso, mas crucial para a saúde daqueles que optam pelo visual. É o que afirma o professor de dermatologia da UFMG, Antônio Carlos Guedes, morador do Belvedere. Segundo o especialista é importante se preocupar com a higiene dos pelos faciais devido à possibilidade da presença de doenças na região, como, por exemplo, dermatite, seborreia, psoríase, micoses, infecções bacterianas (foliculite), viroses (verrugas e molusco contagioso), alopecias etc. O médico destaca que fatores genéticos, como tipo de pele e pelo são determinantes em problemas como pelos encravados. “A presença do problemas é frequente na região cervical (pescoço) da barba e ocorre em homens afrodescendentes com maior

frequência, por terem pelos que se encurvam ao crescerem e que podem penetrar novamente na pele, ocasionando uma pseudofoliculite da barba”, explica o dermatologista. Caso o encravamento dos pelos não seja tratado podem surgir lesões no local semelhantes à acne, manchas escuras, cicatrizes e, em alguns casos, queloides. Os cuidados mais importantes ao se barbear seriam a adoção de métodos menos irritantes (aparelho elétrico ou lâmina, depilação) e produtos pré e pós-barba para evitar irritações. O médico afirma que não existem fórmulas mágicas para evitar o problema, nem forma de barbear mais indicada para acabar com o encravamento. Segundo ele, apenas com o tempo a experiência individual levará ao método preferido de cada um. No entanto, algumas dicas são válidas para amenizar a possibilidade de traumas na região. Se barbear após o banho ou realizar uma depilação definitiva que poderia ser via eletrólise ou laser. E, ainda, simplesmente deixar a barba crescer. n

Vantagens de se manter a barba Proteção contra o sol

Alívio contra asma

Geralmente, os cabelos e pelos oferecem boa proteção contra o sol, um rosto com barba oferece proteção significativa contra os danos do sol e câncer de pele. Partes do rosto cobertas por barbas e bigodes, em média, têm um terço a menos de exposição aos raios UV prejudiciais.

Pelos faciais são capazes de conter pólen e poeira, por isso podem ajudar a reduzir os sintomas da doença.

Ajuda com resfriados e tosses Rafael Verdin já se acostumou a receber críticas e elogios em relação a sua barba

Barbas espessas que crescem sob o queixo e o pescoço aumentam a temperatura do corpo e podem ajudar a combater um resfriado. No geral, pelos faciais podem atuar como uma barreira física à temperatura fria.

Suaviza a pele Com a barba, os homens também poderiam se livrar de pelos encravados e condições como foliculite (infecção dos folículos pilosos),

Desaceleração do envelhecimento O pelo facial pode ajudar a manter a pele jovem e em boas condições. Isso porque ele impede que a água deixe a pele, mantendo-a hidratada e protegendo-a do vento.


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cultura

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Capital dos quadrinhos Fotos: Divulgação/FIC

Diversão | 8º Festival Internacional de Quadrinhos traz para BH uma intensa programação Criado em 1999 e realizado a cada dois anos, o FIQ (Festival Internacional de quadrinhos) tem sido uma peça fundamental no processo de valorização e crescimento dos quadrinhos no Brasil. Como o maior evento do gênero no país, o festival é referência obrigatória para artistas e público, uma vez que apresenta um panorama da produção contemporânea de quadrinhos no mundo e propicia o intercâmbio entre roteiristas e editores nacionais e internacionais. O evento cultural atingiu o público de 150 mil pessoas na última edição, e desta vez a Fundação Municipal de Cultura, responsável pela

O Festival Internacional de Quadrinhos está presente nos principais canais da Internet, no Twitter oficial do FIQ (@fiq_bh), Instagram (@fiqbh), Facebook (facebook.com/FIQ2013) e o site oficial do evento (fiqbh.com.br). Nestas páginas será possível acompanhar a cobertura completa e interativa da programação e ainda aproveitar as atrações do festival.

organização, pretende superar o público dos anos anteriores. O FIQ está marcado para os dias 13 e 17 de novembro, na Serraria Souza Pinto, e traz para Belo Horizonte exposições, artistas de estilos bem distintos, debates, oficinas e estandes, que dimensionam a diversidade que os quadrinhos alcançaram e o alto patamar que ocupam na cultura brasileira e internacional. Ao todo são 85 convidados da cena local e também de várias partes do Brasil e do mundo, que vão se reunir nesses cinco dias, proporcionando para os amantes de quadrinhos uma diversificada gama de atrações. “O FIQ hoje, além de ser o maior festival do país em número de convidados e atrações, é também em longevidade, além de possuir grande importância e ser um ponto referencial dos quadrinhos. É o momento no qual artistas e editores se concentram, preparam novas publicações e trocam ideias. Existe uma mobilização da cena que começa a acontecer muito tempo antes do festival”, destaca Afonso Andrade, coordenador de quadrinhos da Fundação Municipal de Cultura, que assina a curadoria geral do evento ao lado de Daniel Werneck. O evento tem programação integralmente gratuita, com entrada e saída livres. n

8º Festival Internacional de Quadrinhos De 13 a 17/11 - Entrada gratuita Serraria Souza Pinto – Belo Horizonte / MG Site: www.fiqbh.com.br Email: fiqdirecao@gmail.com Telefone: (31) 3277-4655


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entrevista

O luxo da simplicidade

Fotos: Cinthya Pernes

Design | Apaixonada por seu trabalho, a moradora do mangabeiras conta como tudo começou

Mary Figueiredo Arantes, a famosa Mary Design, nasceu em uma cidade muito pequena do Vale do Jequitinhonha. Teve uma infância simples, mas perfeita para uma criança, com muita liberdade e espaços verdes. Mudou-se aos doze anos para Belo Horizonte para poder estudar, assustou-se com o tamanho da cidade e por conta disso teve que se reinventar, procurar uma própria identidade. Formou-se em odontologia, mas trabalhou apenas alguns anos na área, pois graças a seu estilo próprio já criava moda. A marca Mary Design surgiu pela busca do diferente, valorizando sempre o artesanal, o feito à mão. Hoje as bijuterias são exportadas para todo o Brasil, e ganharam notoriedade também fora do país. Mary é casada há 33 anos com o médico José de Paula Arantes, com quem tem dois filhos, Juliano e Gabriel. Mora há 27 anos no Mangabeiras, na casa que construiu aos poucos com muito trabalho e onde se sente realmente feliz, cuidando do seu jardim e cozinhando para a família. Como foi a sua infância? Eu nasci no vale do Jequitinhonha, numa cidade muito pequena, passei a minha infância lá, que para mim foi uma das coisas mais importantes e preciosas da minha vida. Minha infância foi muito feliz, ela é responsável por tudo que eu sou hoje, por tudo que eu penso sobre a minha formação humana. Aos doze anos cheguei em Belo Horizonte, porque lá não tinha escola. Todos os meus irmãos já moravam fora, pois quando acabava o grupo tinha que sair para estudar. Eu vim e me assustei com o tamanho da cidade, na proporção daquilo que eu vivia né? Era um mundo muito maior, tanto que do inicio até os quinze anos eu não tenho lembrança do que isso foi para mim. Eu acho que meio que pulei essa fase da minha vida, eu devo ter sofrido demais. Só de imaginar que eu era uma menina que brincava no quintal, que abraçava árvore, que tinha uma infância totalmente poética e de repente é jogada em uma

cidade de pedra. Eu acho que doeu, mas foi um tempo de amadurecimento. Quem seria eu nessa cidade? Eu me questionava sempre, aquela coisa da adolescência também, onde você está plenamente em formação. Esse período foi importante porque eu era uma menina do interior e eu agia e me vestia muito como uma jequinha (risos). Eu tive que formar aquilo que a gente chama hoje de estilo, eu comecei a inventar um estilo para mim, que na época nem chamava estilo, pois as pessoas não entendiam muito bem o que era aquilo. Chamavam-me de hippie, queriam me nomear mas eu não me sentia hippie. Eu sempre me vesti muito diferente dos outros, eu sempre fui muito diferente na minha forma de ser, nada que tinha no mercado me agradava. Eu comprava, eu desmontava e criava de novo. As pessoas então começaram a querer usar aquilo que eu estava usando, a comprar aquilo que eu usava e não tinha para vender. E foi assim que eu comecei as minhas pri-

meiras comercializações, primeiro para as amigas e depois para o mercado. Como surgiu a Mary Design? Nesse meio tempo eu me formei como dentista. Trabalhei três anos na área depois que me formei. Eu considero as duas profissões muito similares, as duas envolvem a relação manual e com a estética. Me casei e meu marido é médico, mas deixou a Medicina para trabalhar comigo na empresa, e quando eu me formei em Odonto, já tinha a empresa montada, ser dentista passou a ser um hobby. Eu fazia as bijuterias para mim, os meus primeiros clientes foram nos primórdios da Savassi, um deles foi a Beth que tinha uma loja chamada Balangandam e hoje é a dona da Água de Cheiro. Depois eu fiquei dez anos vendendo para o grupo da Via Láctea. Eu fazia tudo praticamente sozinha e quando montei a fábrica éramos eu, meu marido e o meu irmão. Minha família


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toda sempre me ajudou muito, meu irmão Aloísio já foi meu gerente, ele é super criativo também, hoje ele é artista plástico, sempre me ajudou nos trabalhos manuais. Eu falo que escolhi o caminho das pedras, o mais difícil de ser feito, que é o feito à mão. Já naquela época as pessoas queriam produzir em série e industrializar tudo, e eu pensava que já que existem pessoas para fazer isso, eu queria fazer o contrário. Queria fazer algo que fosse demorado, queria entregar para as pessoas um produto que fosse diferente daquele industrializado. Uma coisa que vem também da minha infância, que é bem o DNA da marca, é o tecido. Meu pai era alfaiate, então temos essa ligação muito forte. Os tecidos eram meus brinquedos, aqueles pedaços que iam para o lixo eu juntava e brincava. E quando falamos do artesanato e do manual lembramos o Vale do Jequitinhonha, que é um dos lugares mais pobres do mundo e um dos mais ricos em artesanato. Eu sempre prezei o que é feito com a mão do homem, como um trabalho que é autoral, um resgate de brasilidade. Minhas coleções sempre levam um nome nacional, sempre abordo questões que precisam se lembradas, salientadas. Eu penso que quem tem uma marca, tem uma bandeira, tem que levantá-la por questões nobres. A última coleção que eu fiz chama “incomum”, onde eu falo das mulheres incomuns, as mulheres que não seguem a moda, que se vestem de forma incomum. Elas podem até receber olhares negativos, mas escolheram ser assim. São mulheres fortes, que escolheram ter uma identidade própria. Então usamos muitas ideias assim para as coleções. Como funciona o seu processo criativo? O meu processo criativo é 99% a busca de um tema, que muitas vezes não surge logo no início da coleção. Escolhido o tema, a gente faz uma pesquisa em cima daquele assunto. Por exemplo, já fiz uma coleção chamada “Para comer com os olhos”, sobre o universo da gastronomia, fizemos um curso de três meses com uma professora, um curso que mostrava a gastronomia associada à literatura. Estudamos desde O banquete de Platão a Ítalo Calvino. Depois que essa teoria está dentro de mim eu me sinto capacitada para falar sobre o assunto e criar coisas relacionadas a isso. Tenho também uma equipe, hoje está comigo a Juliana Scheid, que vai atrás da parte de imagens. Ela entra na internet e busca tudo de comida que vai me inspirar e, juntas, criamos essa coleção. O processo de venda e o showroom também opinam sobre a coleção, não dá para criar uma coisa só da sua cabeça achando que aquilo vai agradar o mercado. Quantas vezes eu quero fazer um colar com trezentas bolas e as meninas me freiam dizendo que não vai vender. A criação hoje tem que ser um grupo de ideias, não pode ser uma coisa à parte, porque se eu for seguir minha cabeça nada vende, porque eu só gosto do diferente, do esquisito.

entrevista O que mais te dá prazer no seu trabalho? Eu acho que é a vida, o criador é uma grande esponja que cria, normalmente são pessoas muito sensíveis. Tudo no mundo merece um olhar diferente. Eu gosto muito de texto, sempre leio com uma caneta e um caderno ao meu lado. Tudo

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muito pobres mesmo. A gente não pôde contar com ninguém, só com a nossa família e nosso trabalho mesmo. Tudo foi feito muito passo a passo, na medida do que era possível. Eu sempre rezei muito para Deus me dar sabedoria para tudo que viesse. Eu lembro a primeira vez que saí na Elle, em uma matéria que dizia: “Eles vão invadir a sua casa”. Sobre os estilistas e entre eles estavam Jean Paul Gaultier, Nina Ricci e eu lá no meio do povo. Eu rezava e pedia entendimento para tudo que estava acontecendo, para eu não ficar metida, para eu não ficar besta, para eu não achar que sou alguém. Isso é muito bacana, porque moda é um assunto muito fascinante e ela tem dois lados, o lado do glamour e o de você ser um operário, porque você acaba construindo o sonho dos outros. Você é chão de fábrica, você vai para lá, você cria. Eu escolhi esse outro lado, acho mais bacana ser assim. O que você gosta de fazer nas horas de lazer? Jardinar e ler, ah e ficar à toa também. Que hoje a coisa mais difícil do mundo não é ficar à toa, é ficar em casa. Eu e meus filhos, o Juliano e o Gabriel, somos muito chegados nessa coisa de acordar e ficar o domingo inteiro de pijama. Assistir filmes, almoçar juntos, são coisas bem simples mesmo, nada grandioso. Eu aprecio muito ler e cozinhar também, eu fiz um curso de culinária durante quatorze anos, então eu tenho muito prazer de receber e cozinhar para os outros e para a família. Eu passo o fim de semana praticamente todo na cozinha. Não tem nada melhor do que família, essa solidez e esse embasamento. Se sua vida está estabilizada neste sentido, você está mais livre para criar.

que eu leio me leva para outra coisa, vou sempre anotando frases, palavras, poemas, pois tudo isso pode virar uma coleção. Tem amiga minha que me pergunta se eu crio dormindo e eu digo: Eu acho que sim (risos). Eu já acordo com uma coisa dentro de mim, e quando isso acontece eu vejo que é uma coisa que vem de cima, que é um dom. Você esperava todo esse sucesso da marca? Não, a gente nunca espera. Minha família, eu e meu marido, somos pessoas muito simples, fomos

Você mora no Mangabeiras, o que você acha do bairro? Quando me casei fui morar no bairro Cidade Nova, depois compramos a casa no Mangabeiras. Compramos um terreno e construímos, eu nem falo que foi tijolo por tijolo, no nosso caso foi strass sobre strass. A construção foi o suor do nosso trabalho, a realização de um sonho. Foi muito lindo para mim morar no Mangabeiras, porque é como se fosse a oportunidade de reviver aquilo de quando era criança. Uma casa com quintal, com jardim, eu pude dar isso para os meus filhos. Essa infância de quintal, de achar ovinhos de passarinhos, de tanque de areia. Meu marido até fez uma casinha de madeira, e então procurávamos ovos de páscoa, plantávamos feijão e cenoura para mostrar como nascem essas coisas, foi maravilhoso. E minha paixão com jardim é uma coisa inexplicável, eu costumo dizer que se eu não fosse designer eu seria jardineira (risos). Tamanha é a paixão pelo chão, pela terra, passo o final de semana inteiro, se me deixarem, cuidando do jardim e da horta. Eu amo o bairro pelo sossego, por não ter comércio e nem prédios. O Mangabeiras também é cinco graus mais frio que a Praça Sete, dormimos de cobertor quase o ano todo. n


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matéria de capa

O bom do Sion Foto: Lucas Alexandre Souza

Viver bem | Moradores relatam os motivos que os levaram a escolher o bairro

A Praça JK é referência para os moradores quando o assunto é lazer, esporte e diversão

Há diversos motivos que levam as pessoas a escolherem um bairro para morar, que variam entre comodidade, segurança, sossego, uma boa localização, entre outros. A vizinhança é o local onde a maioria cria os seus filhos e desenvolve os laços de amizade. Nos dias atuais, as escolhas

são muito influenciadas pela localização do trabalho, pois devido ao problema de mobilidade urbana, morar próximo ao emprego representa aumento na qualidade de vida. Atualmente, o Sion é um dos bairros mais desejados pelos mineiros, e não é à toa, visto que

possui o maior IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) de Belo Horizonte, com 0,973 pontos. A nota supera a do Estado de Minas Gerais, que atingiu a sua melhor colocação em 2013, com a marca de 0,731. Valores entre 0,700 e 0,799 são considerados altos. A dentista Rosane

Leonardo Dinali Magalhães , engenheiro, 53, e Ângela Dinali Magalhães, do lar, 50 possuem 25 anos de casados, 20 deles passados no Sion

Motta Carvalho, 47, mãe de Ana Cláudia Motta Carvalho, 17, que estuda na escola Santa Dorotéia, escolheu o Sion para morar há sete anos pela proximidade entre a residência e a escola da filha. “O Sion é muito centralizado, próximo de tudo. Mas tem algumas desvantagens, a mobilidade urbana, por exemplo, está péssima. Na verdade, eu escolhi morar aqui por conta da proximidade com a escola. É um bairro excelente, a maioria dos meus amigos moram no entorno mesmo”, comenta a Rosana que confessa ter acertado na escolha. O bairro oferece uma localização privilegiada em relação aos demais bairros da cidade, integrando a região conhecida como Centro-sul. Os moradores podem chegar ao centro da cidade com uma única condução, sendo que os mais

animados conseguem fazer o trajeto a pé, com apenas alguns minutos de caminhada. As áreas verdes e parques também influenciam na escolha de quem vive em grandes centros urbanos, como Belo Horizonte. Neste quesito o bairro não deixa a desejar, pois

oferece a pequena reserva ecológica da Mata das Borboletas e as praças Nova York, Miguel Chiquilof, Alasca e JK. Boa parte dos moradores se encontra nesses locais para praticar atividades físicas, aproveitar o dia com os filhos ou simplesmente passar momentos ao ar livre. É o caso do

O estudante Rafael Fagundes afirma que aproveita as praças para adestrar sua cadelinha Pinga


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matéria de capa

A dentista Rosane Motta Carvalho e a filha Ana Cláudia moram no Sion há 7 e escolheram o bairro pela proximidade com o Colégio Santa Dorotéia

O geógrafo Alessandro Borsagli pesquisa a história de BH

A Praça JK oferece muitos atrativos para pessoas de todas as idades

Como tudo começou A história do bairro se funde com a da cidade. O Sion nasceu na região atravessada pela antiga estrada do Acaba Mundo, que ligava o arraial do Curral Del Rey e a pedreira, que forneceu grande parte do calcário empregado no embelezamento dos edifícios públicos da Praça da Liberdade. Em 1928, no boom das vilas que eram criadas ao redor da capital, foi aprovada a primeira planta do bairro, cuja região se chamava Acaba Mundo. O nome Sion foi adotado somente na década de 1940, em alusão ao colégio Sion, atual Santa Dorotéia, antigo internato feminino. É o que afirma o pesquisador e geógrafo Alessandro Borsagli, apaixonado por Belo Horizonte. O especialista, que é capaz de detalhar os acontecimentos sobre qualquer canto da capital, afirma: “É interessante observar que essa estrada foi inserida na malha urbana de BH e do próprio bairro, figurando como uma das únicas vias ainda existentes e que remonta ao período da construção da nova capital e da destruição do arraial (Rua Major Lopes, Avenida Uruguai, Ruas Califórnia e Correias, daí seguia para a fazenda do Rabelo, hoje vale do Sereno). Também existiu na região um pequeno ramal férreo que transportava o material proveniente do Acaba Mundo

para as obras de construção de Belo Horizonte”. As primeiras casas surgiram na margem direita do córrego do Acaba Mundo, atualmente canalizado sob a Avenida Uruguai. As Ruas Pium-i e Grão Mogol, nesse período, eram as principais vias de ligação entre o bairro e o centro da capital. Na década de 1940 foi iniciada a abertura das ruas na margem esquerda do Acaba Mundo, incorporando a estrada ao arruamento do bairro, cujo marco seria a Praça Nova Iorque. O geógrafo Alessandro conta como a erradicação do córrego Acaba Mundo ajudou a desenvolver o bairro. “No inicio da década de 1970, devido à necessidade de expansão urbana do bairro, o córrego do Acaba Mundo, poluído, foi erradicado da paisagem urbana, e sobre ele foi aberta a Avenida Uruguai. Tal medida foi amplamente comemorada pela população, que então via o curso d’água como um entrave no desenvolvimento do bairro, e não como parte integrante dele, utilizado anteriormente como fonte de água para consumo e para diversas atividades da população local”, explica o geógrafo, que pretende em breve lançar um livro com todas as informações que pesquisou por muitos anos sobre Belo Horizonte.

Fotos: www.curraldelrey.com

estudante Rafael Fagundes, 19, que afirma aproveitar suas tardes livres nas praças do bairro com sua cadelinha Pinga. “Onde eu moro é muito tranquilo. O que eu mais gosto é a grande quantidade de praças com área verde por aqui. A minha vizinhança também é outra coisa que gosto, ela é muito simpática”, comenta o estudante. A infraestrutura oferecida pelo local é outro ponto que chama a atenção daqueles que procuram investir em um imóvel. A diversidade do comércio gera grande movimento para o bairro, além de oferecer comodidade para seus moradores, que não precisam migrar para outras regiões em busca de servi;cós e produtos para o dia a dia. Além disso, a região é conhecida por sua gastronomia, abrigando a famosa Rua Pium-i que atrai pessoas de diversos cantos da cidade. A via oferece uma vasta opção de bares e restaurantes, possuindo opções para todos os gostos e bolsos, apresentando estabelecimentos sofisticados, simples e alternativos. Opinião que é defendida por Leonardo Dinali Magalhães, 53, e Ângela Dinali Magalhães, 50, casados há 25 anos, 20 deles morando no Sion. “O bairro oferece de tudo! Quem mora aqui tem possibilidade de fazer várias coisas, afinal, tudo fica perto: bons restaurantes, convívio com amigos, apoio espiritual na Igreja do Carmo, várias praças pra correr. Qualquer coisa que você precise está próxima à sua casa”, relata o casal. Para o engenheiro geólogo Areli Nogueira Jr., 33, o importante é ser um bairro completo, que ofereça tudo aquilo que o morador precisa. “Eu morei no Sion no ano de 2008, saí pra trabalhar e voltei a morar em 2011. O que mais me motivou a morar no Sion foi sua localização e proximidade com bares, restaurantes, shoppings e boates. É um bairro tranquilo, apesar de morar na ponta do Sion, próximo à Avenida Nossa Senhora do Carmo e, consequentemente, ao Morro do Papagaio”, comenta o engenheiro. n

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gastronomia

Duelo de chefs Desta vez a disputa será entre dois renomados restaurantes de Belo Horizonte, que apresentam receitas inusitadas com o mesmo ingrediente: o camarão. Os amantes de frutos do mar não podem deixar de saborear esses pratos.

Para você, qual é a melhor receita? Não deixe de votar na nossa página do Facebook. www.facebook.com/jornalurbhano

Chef João Paulo Gomes

Camarão à Grega p/ 2 pessoas

João Paulo Ferreira Gomes trabalhou em restaurantes na Inglaterra por cinco anos. Além de trazer sua experiência internacional para o Sausalito, realizou o Curso de Culinária Mediterrânea pelo Instituto Cervantes, em Belo Horizonte. O estudo, experiência, cuidado e o carinho que tem pela gastronomia, procura levar para todos os pratos que cria.

Ingredientes 08 Camarões GGG sem casca e limpos (deixar apenas a cauda) 01 limão siciliano 30 ml de conhaque 50g de manteiga sem sal 30g de cebola roxa picadinha 300g de arroz agulhinha já cozido 20g de milho verde (pode ser enlatado) 20g de ervilha (congelada,tirar alguns minutos ates do preparo) 30g de presunto cortado em cubos 30g de cenoura cortadas em cubinhos pequenos (cozida ao dente) 20g de vagem cortadas em rodelinhas (cozida ao dente) 20g de uva passas 300g de queijo cheddar cremoso

Camarões flambados ao molho cheddar com arroz à grega 40g de alho-poró cortados em cubos pequenos 20 ml de água Salsinha picadinha,sal,pimenta do reino a gosto. Azeite Modo de preparo - 30 minutos Tempere os camarões com sal, pimenta e limão. Derreta a metade da manteiga com um fio de azeite,sele os camarões por 3 minutos e flambe,acrescente salsinha e reserve.Derreta o restante da manteiga com um fio de azeite e deixe a cebola murchar, coloque o restante dos ingredientes, mexa bem e junte o arroz, acerte o tempero e reserve. Aqueça o alho-poró com um fio de azeite, acrescente a água e o queijo em seguida,deixe derreter até atingir a consistência de molho. Em um prato coloque o arroz (use uma forminha),o molho ao lado e ajeite os camarões em pé por cima do molho,decore o prato e sirva.

Restaurante Atlântico Chef Kátia Xavier

Natural de Goiânia, trabalha na área desde 2006. Formouse em Gastronomia pela Faculdade Cambury em 2007. Em Goiânia, trabalhou no restaurante Piquiras e no Bistrô Le Chef. Em 2008, teve a oportunidade de trabalhar com o Chef Arthur Sauer, em São Paulo. Ao retornar a Goiânia, trabalhou ao lado do Chef Rafael Cardoso, no Atacama. Essa parceria continuou até 2011, quando mudou-se para Belo Horizonte para juntos assumirem o Restaurante Atlântico, inicialmente como Sous Chef e atualmente Chef.

Raviole de Camarões Crocantes com Purê de Beterraba e Quiabo na Chapa Ingredientes Para o purê 2 beterrabas médias cozidas com casca 2 colheres de sopa de creme de leite Noz moscada a gosto Sal a gosto Pimenta do reino branca a gosto Para os ravioles 1 batata doce em fatias finas e uniformes 3 camarões Vg sem casca 1 colher de sopa de mel 1 pitada de pimenta calabresa

Sal a gosto 4 undades de quiabos cortados ao meio no sentido longitudinal 1 fio de azeite Modo de preparo Descasque as beterrabas e passe por uma peneira fina. Em uma panela coloque o creme de leite e a polpa da beterraba amassada, deixe reduzir e tempere a gosto. Reserve. Em uma frigideira quente com um fio de azeite coloque os quiabos com a polpa para baixo até dourar bem. Misture o mel, a pimenta calabresa e o sal, em seguida passe os camarões nesta mistura. Abra as fatias de batata doce e recheie com os camarões temperados, enrole e coloque um palito de dente pra segurar. Frite em óleo quente até que a batata doce fique corada no momento de servir. Escorra em papel absorvente e sirva.

Fotos: Cinthya Pernes

Restaurante Sausalito


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turismo | cristina ho

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Volta ao passado

País de Gales | primeira de duas matérias sobre este pequeno refúgio uma cidade cosmopolita como Londres. A partir da estação Paddington, em Londres, a viagem de trem para chegar à capital Cardiff dura apenas duas horas e meia. Quer conhecer alguns castelos medievais? Então me acompanhe nessa viagem e entre comigo no

Foto: Arquivo pessoal

Apesar de ser um destino não muito conhecido pelos brasileiros e muito pouco promovido pelas agências de turismo, o País de Gales é uma ótima sugestão para quem quer conhecer um lugar tranquilo, bonito e cheio de pessoas simpáticas, além de ser o refúgio ideal para descansar um pouco do agito de

O principal ponto turístico de Cardiff é o seu castelo

túnel do tempo! O principal ponto turístico de Cardiff é o seu castelo que se encontra a poucos minutos a pé da estação de trem. Erguido como uma torre normanda por volta do ano 1.000 d.C. sobre o local onde existia um forte romano em torno do ano 55 d.C, o castelo está situado exatamente no centro da cidade de Cardiff. As suas primeiras partes, ainda de madeira, foram erguidas em 1.091 e fortificadas durante o século XII com a construção da torre de pedra, um dos pontos centrais do castelo e que permanece de pé ainda hoje. No muro que cerca o castelo, quinze animais em posição de ataque fazem a proteção do mesmo. São esculturas de hiena, lobo, macaco, foca, urso, leoa, dois leões, castor, guaxinim, leopardo, abutre, lince, pelicano e tamanduá. Um artista do século XIX teve essa ideia e fez a criação de nove animais. Mais tarde, os administradores do castelo encomendaram mais seis. Se você for um

Cristina Ho também escreve no www.fasciniopelomundo.blogspot.com.br turista desavisado, cuidado para não se assustar com os olhos vivos desses animais! Cardiff é a mais nova capital de todo o continente europeu. Seus mais de trezentos parques colocaram a cidade entre as mais verdes do Reino Unido. As antigas docas, que há um século faziam parte do porto de carvão, deram lugar a diversos restaurantes e atrativos para os visitantes que vão até Cardiff. Seus vários museus, lojas e teatros fazem com que a cidade seja um centro de diversão durante todo o ano. O povo é alegre e receptivo. Conhecer Cardiff é uma descoberta agradável que vale a pena! n


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tecnologia

Canal de informação

Foto: Cinthya Pernes

Internet | Site criado por grupo de amigos promove transparência do Governo

Grupo de amigos que desenvolveu o site de transparência Deepask

Os protestos ocorridos em junho deste ano por todo o Brasil tinham como objetivo diversas reinvindicações da sociedade, em especial o fim da corrupção. Essas ações, realizadas nas ruas, foram apenas um sintoma do cansaço da sociedade brasileira habituada a ver as coisas acontecendo “por debaixo dos panos” e sem nenhum retorno para o cidadão. Foi essa visão que levou o grupo de cinco amigos, e desenvolvedores, a criar o site Deepask. A página de web cruza e confronta dados públicos de fontes oficiais para que o internauta possa se informar e pesquisar com completa independência. Algo que ocorre através da utilização de fontes oficiais dos dados públicos, tais como: Portal da Transparência do Governo Federal, IBGE, DATASUS, Ministério da Saúde, Senado Federal, Câmara

dos Deputados, Nações Unidas e DENATRAN. O site de pesquisa apresenta, ainda, informações para todos os 5.570 municípios brasileiros, com dados de igual período de tempo (permitindo comparações), a criação de rankings e o monitoramento dos principais indicadores socioeconômicos. Em vigor desde o 16 de maio de 2012, a Lei Federal de Transparência - nº 12.527/12 - determina que todas as ações e gastos do Poder Público devem ser de conhecimento da população. Todos os órgãos do governo, sejam eles da esfera municipal, federal ou estadual, são obrigados a prestar contas sobre contratos, despesas com pessoal e demais informações que sejam de interesse público. Essas informações devem estar em portais via internet, além de oferecer um canal de atendimento ao

cidadão, tanto de forma presencial como on-line. Apesar de garantir o acesso à informação, a transparência de todos os dados do governo é mais objetiva no documento, já que na prática, muitas vezes essas informações ficam perdidas em links truncados e páginas de difícil acesso na Internet, fator que desestimula o cidadão a buscar um maior esclarecimento sobre a realidade do país. É o que conta o engenheiro Guy Bernardo Villela, 46, um dos desenvolvedores do Deepask. Segundo ele, a ideia de criação do site surgiu após várias conversas entre ele e outros quatro amigos, o engenheiro Vitor Ferreira, 42, e os analistas de sistemas, César Soares, 33 anos, Diego Colen, 31, e Rodney Oliveira. Todos eles com experiência de nove anos no desenvolvimento de ferramentas voltadas para o desempenho de negócios das

grandes corporações. Guy afirma que o principal objetivo era promover um despertar do brasileiro para as informações do país. “Essa nova cultura poderia contribuir não somente para melhorar a escolha de nossos representantes públicos, como também para apoiar a elaboração de políticas públicas alinhadas com a nossa realidade e as nossas principais demandas”. Com essa meta, o site responde perguntas de forma direta, rápida e simples. Como, por exemplo, qual foi o deputado federal que mais gastou com transporte aéreo no 1º semestre de 2013, qual a capital mais beneficiada com verba da União por habitante, quais as principais doenças que afetam os brasileiros, quantos servidores municipais tem no Brasil por habitante, dentre muitas outras questões.

Guy conta que a equipe de desenvolvedores se sentiu ainda mais estimulada na elaboração do site quando, logo na primeira busca pela Internet, percebeu que, apesar de os dados estarem disponíveis, apenas um número pequeno de internautas conseguia acessá-los. “As informações estavam espalhados por diversos sites. Muitas vezes de forma textual ou em planilhas de diferentes formatos. O que tornava a análise, consolidação, confronto, comparação e levantamento de rankings, tarefas difíceis e exclusivas para especialistas”, lembra o desenvolvedor do site, que com menos de seis meses já recebe milhares de acessos no Brasil e no exterior. Segundo os desenvolvedores, o perfil de usuários que acessam o site é diversificado,

desde estudantes e cidadãos comuns até investidores, pesquisadores, fundações e órgãos públicos nas esferas municipal, estadual e federal. Dentre o público atingido está a professora de Biologia Luana Alves, 22, que até a entrevista não conhecia o site, mas após tomar conhecimento afirmou que não vai só acessar como também indicar o conteúdo aos seus alunos. “É importante termos esse tipo de acesso, pra podermos saber melhor como os impostos que pagamos estão sendo utilizados. É também um guia pra avaliarmos os políticos em que votamos. Além do que, o governo manipula muito os dados. Ele apresenta dados oficiais, mas nunca relaciona os dados de um estado com outro, como podemos observar no site”. n


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cidade

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Mudanças no Centro

BRT | comerciantes temem prejuízo no Natal devido às obras e Novos sentidos de tráfego Fotos: Cinthya Pernes

O que mudou É permitido 1. Sentido Rua dos Guaicurus / Viaduto A (Pedro II / Av. Antônio Carlos) • Avenida do Contorno, Rua da Bahia, Rua dos Guaicurus • Viaduto da Floresta, Avenida dos Andradas, Rua dos Guaicurus 2. Sentido Avenida Amazonas • Avenida do Contorno, Avenida dos Andradas, Rua dos Guaicurus, Rua da Bahia, Avenida Amazonas • Viaduto da Floresta, Avenida dos Andradas, Rua dos Guaicurus, Rua da Bahia, Avenida Amazonas • Rua dos Caetés, Avenida Amazonas

As obras são necessárias, mas geram transtornos para os pedestres e motoristas e prejuízo para os comerciantes

A alteração do sentido do trânsito nos arredores da Praça da Estação, no Centro da capital, realizada no dia 5 de outubro, vem aumentando a dor de cabeça de motoristas e lojistas do local. Além de causar transtornos a quem depende do transporte público, já que a mudança realizada também alterou os locais de paradas de ônibus e o itinerário das linhas de transporte coletivo que passam na região. De acordo com a assessoria da BHTrans, as obras de alteração do sentido das vias no entorno da praça são permanentes e fazem parte do projeto de instalação do BRT. Para a implantação do sistema estão sendo feitas, desde janeiro deste ano, interdições em importantes vias de BH, como as avenidas Santos Dumont e Paraná, fechadas esporadicamente ao longo do ano. Fator que dificulta o tráfego dos 600 mil veículos e dos dois milhões de pessoas que passam pelo Centro da capital diariamente, de acordo com os dados da BHTrans. O órgão informou que as pistas serão liberadas assim que as instalações do BRT forem concluídas, no prazo previsto para fevereiro de 2014. Após a instalação, as faixas nas avenidas Vilarinho, Pedro I, Antônio Carlos e Cristiano Machado, se tornarão exclusivas para o Move, marca escolhida para o transporte rápido por ônibus. O clima de desconforto não é o único problema gerado pelas obras, para muitos comerciantes as modificações vão trazer ainda um grande prejuízo nas vendas de fim de ano. Para o gerente de vendas, Cristiano

Vitor, 33, que trabalha em uma loja de perfumes na Avenida Paraná, essa situação pode acarretar ainda uma diminuição parcial ou completa dos trabalhos temporários de Natal no local. De acordo com o gerente, o comércio que normalmente contratava duas pessoas no período, no ano passado contratou apenas uma pessoa, devido ao fechamento da Santos Dumont. Esse ano, o lojista afirma não saber ainda se haverá contratações ou quantos serão os contratados. “O fluxo era todo aqui na Paraná, com essa mudança está todo mundo indo pra Praça Sete”, lamenta o lojista. Clima de apreensão que atingiu também o vendedor Gabriel Souza, 26. Com apenas dois meses trabalhando numa loja de roupas na Paraná, ele conta que viu a loja vizinha fechar as portas por não conseguir superar os prejuízos decorrentes da obra. Com a diminuição de pessoas no local, os aluguéis caíram pela metade. Na loja de roupas, o aluguel que em 2012 era 15 mil, este ano passou para 7 mil e 500 reais. Infelizmente, para os lojistas, a arrecadação de vendas mensais sofreu uma queda desproporcional em comparação aos aluguéis. “Essa loja antes vendia cerca de 30 mil, hoje fica por volta de apenas 12 mil”, avalia o vendedor. Mesmo sem a confirmação de novas contratações para o fim de ano, o comerciante afirma estar confiante, para ele as vendas devem melhorar no fim de ano e, principalmente, após o término das obras. n

O gerente de vendas Cristiano Vitor acha que as obras podem compromenter as vendas de Natal

3. Sentido Rua da Bahia • Avenida do Contorno ou Viaduto da Floresta, Avenida dos Andradas, Rua dos Caetés, Rua da Bahia 4. Sentido Rua dos Carijós • Avenida dos Andradas (Sentido Hospitais/Praça da Estação), Rua dos Tupinambás (à direita), Rua Aarão Reis, atravessar a Avenida dos Andradas utilizando a Rua dos Carijós 5. Sentido Avenida dos Andradas e Terminal Aarão Reis • Rua dos Caetés, Rua da Bahia, Rua dos Tupinambás (à esquerda), Avenida dos Andradas

É proibido - Acessando a Rua da Bahia, por meio da Avenida do Contorno (próximo a Escola de Engenharia da UFMG) não será permitido seguir pela via após o cruzamento com a Rua dos Guaicurus. Os veículos devem virar à direita na Rua dos Guaicurus. O novo acesso será realizado utilizando os itens 2 (Sentido Avenida Amazonas) e 3 (Sentido Rua da Bahia), acima. - Na Rua da Bahia, não será permitido seguir após o cruzamento com a Rua dos Caetés. Os veículos devem virar à direita e subir a Avenida Amazonas. O novo acesso será realizado utilizando o item 3 (Sentido Rua da Bahia), acima. - Na Avenida dos Andradas (sentido Hospitais / Praça da Estação) não será permitido virar à esquerda para acesso a Rua dos Carijós. O novo acesso será realizado utilizando o item 4 (Sentido Rua dos Carijós), acima.

Cones sinalizam alterações nas vias do Centro

- Os veículos vindos da Rua Aarão Reis (próximo ao Viaduto da Floresta) não poderão atravessar a Avenida dos Andradas por meio da Rua dos Guaicurus.


Print me!

Roberto Cavalli | O estilista italiano vem lançar sua coleção para a C&A

É isso mesmo! Pasmem: o estilista italiano Roberto Cavalli desembarcou em São Paulo, na última terça-feira, 22, acompanhado de sua namorada Sandra Bergman. Após deixar suas malas rapidamente no Hotel Fasano, onde ficou hospedado, foi almoçar com sua companheira em um restaurante japonês e, depois de conversar com alguns fashionistas declarou abertamente sua paixão pelas mulheres brasileiras. Cavalli disse que era difícil explicar, mas deixou claro que, para ele, as mulheres brasileiras são diferentes das demais e, certamente, as mais sensuais do mundo. Após seu retorno ao hotel, em uma sala reservada, o estilista conversou com a imprensa sobre moda, mulheres e o principal: a coleção que assina para uma das maiores redes de fast fashion do Brasil, a C&A. A coleção abriga 57 itens desenvolvidos a partir dos best-sellers da grife, isto é, 29 peças de roupas e 28 acessórios, todas

fartas de animal prints, uma de suas “marcas” registradas, além de bijoux douradas. “Eu escolhi minhas peças favoritas feitas nos últimos anos e as transformei, deixando-as mais modernas”, conta Cavalli. O designer, ao falar a sua opinião sobre suas criações, não consegue deixar as mulheres de lado e reforça : “elas são a essência da minha marca”. Para a C&A não foi diferente: “Não apenas as brasileiras me inspiram, como as mulheres de todo o mundo”, confessou. Ele também falou da sua mania de estampa: “Eu sempre busquei inspiração na natureza, no verde das folhas, no azul do céu. Minha primeira estampa de leopardo surgiu a partir de uma fotografia que fiz de um animal bem próximo de mim – dava para ver com detalhe os pelos dele na imagem. Com o meu sucesso, começaram a copiar as estampas, mas ninguém consegue fazer igual, com esse nível de detalhe”. Devido a sua grande obsessão, o ita-

liano fez eleger os jeans com estampas de zebra e onça como seus itens preferidos. Vale lembrar que em 2007, Cavalli já havia desenvolvido uma coleção exclusiva para a loja sueca H&M e o motivo que fez ele se unir à C&A foi o mesmo da parceria de 5 anos atrás: “Sei que minha roupa é cara, mas queria que todas as garotas que sonham em ter uma peça que leva minha assinatura pudessem ter acesso”. Mas o que o desginer quer mesmo com a coleção “é dar poder ao maior número de mulheres possível”, e pelo que parece ele vai conseguir. A tão esperada linha chegará em 47 lojas brasileiras no próximo dia 5 de novembro. Mas, antes disso, na noite da última quartafeira, 23 de outubro, uma venda mais que especial foi realizada para convidados e imprensa, na flagship store de São Paulo. Vale dizer que o preço das peças varia de R$ 39,90 a R$ 799,00. n

isadora.vargas@urbhano.com.br

moda |

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Isadora vargas

Fotos: Divulgação/C&A

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Os animal prints são a aposta da C&A nesta coleção


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jovem

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Escolha o diferente

Fotos: Arquivo pessoal

Conhecer novos lugares e sensações, aprender uma nova língua e ter a oportunidade de vivenciar novas culturas são alguns dos fatores que fazem com que a maioria dos jovens sonhe em fazer intercâmbio. Hoje morar no exterior está mais simples do que se imagina, há diversas agências especializadas em intercâmbios culturais. O viajante tem todo o suporte relacionado a questões como visto, lugar para ficar - que pode ser em casas de famílias ou alojamentos estudantis - e qual curso é o mais adequado. O intercambista já chega às cidades escolhidas sabendo dos detalhes sobre a cultura daquele país, comidas típicas, qual é o melhor meio de transporte utilizado, e o que se deve ou não comprar. Fundada em 1971, o Student Travel Bureau (STB), agência especializada em intercâmbio, possui mais de 70 lojas no Brasil e uma unidade na Austrália. Desde maio de 2013 vem operando com a nova loja no Belvedere. “O STB entende a importância do intercambista já sair do Brasil ciente das diferenças culturais que irá encontrar no país de destino. Assim, ele já adquire desde antes do embarque flexibilidade e abertura para o novo”, relata Marina Passos, gerente da loja do Belvedere. Canadá, EUA e Inglaterra ainda são os países mais procurados, mas para fugir de culturas já disseminadas e experimentar realmente novas experiências, muitos viajantes estão escolhendo países incomuns, como, por exemplo, China, Hungria, África do Sul, Rússia, Ilha de Malta, entre outros. “Normalmente, as pessoas que procuram lugares não convencionais já estão cientes das dificuldades que irão encontrar, como, por exemplo, a adaptação às diferenças socioculturais”, conta Marina.

Editoria de arte URBHANO

Experiência | novos intercambistas fogem do tradicional na hora de decidir seus destinos

A professora de Inglês, Juliana Matos, 21, aprendeu a diversificar muito os seus hábitos alimentares depois de morar seis meses em Budapeste, na Hungria. “A minha experiência foi sensacional, fiz vários amigos. Para mim, sem dúvida, o mais diferente foi a língua. Apesar de que já tinha feito aulas de húngaro aqui no Brasil antes de ir. Senti muita diferença no início em relação às comidas, porque carne lá é caro e não achava que tinha uma cara tão boa quanto as do Brasil. Um dia comprei carne moída de avestruz achando que era carne bovina”, comenta a estudante. O estudante de Engenharia elétrica Guilherme Magalhães, 25, que também foi estudar um ano e meio na Hungria, conta que também teve dificuldade em relação à comida. “Budapeste é uma das cidades mais bonitas da Europa, com um custo de vida relativamente baixo. Uma coisa que me chamou atenção por lá foi a qualidade do transporte público, impecável! A maior dificuldade foi em relação ao idioma, pois o húngaro é bastante diferente do português e ir ao supermercado para comprar algo pode ser bem desafiador”, enfatiza Guilherme. São muitos os motivos que levam os intercambistas a optar pelo diferente. A escolha da analista internacional Letícia Britto dos Santos, 26, pelo Chile, foi devido ao seu interesse de entender o que outros países sul-ameri-

Juliana aprendeu a diversificar os seus hábitos alimentares depois de morar em Budapeste

A escolha de Letícia pelo Chile foi devido ao seu interesse pelos países sul-americanos

canos podem oferecer. “Muitas pessoas consideram o Chile como um país bem desenvolvido para os padrões sul-americanos. Meu tio tem uma irmã que mora lá, casou com um chileno, teve filhos e nunca mais voltou para o Brasil. Diante dessas informações, eu quis vivenciar essa experiência de perto para entender o que aquele país tinha de diferente dos demais na América do Sul”, relata Letícia. Ir para países de que conhecemos pouco a cultura pode ser um desafio e tanto, o intercambista tem que gostar de aventuras e não se intimidar com a língua local. É o caso da jornalista Karen Guy, 27, que foi viver dez meses na Alemanha, país onde a língua é complicadíssima. “Eu tive sinusite por causa do clima seco. Fui sozinha ao posto médico, e não entendia o que a atendente me dizia, então pedi para que ela me mostrasse a palavra em alemão no dicionário, para que eu pudesse entender o significado. Ela se recusou a me ajudar quando mostrei o dicionário, me deu as costas e saiu”, conta. Karen relata que já esperava passar por este tipo de situação, afirma que não mudaria a escolha do seu intercâmbio. “Era o que eu queria, viver experiências diferentes, aprender outro idioma e lidar com uma cultura completamente diferente daquela que estamos acostumados no Brasil”. n

Karen Guy foi viver dez meses na Alemanha, país onde a língua é complicadíssima


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crônica

Maldita memória. Como ele pôde esquecer o nome daquele menino que fazia natação com ele? Fernando? Bernardo? Eles foram melhores amigos desde bem pequenininhos até os 13 anos de idade, quando o garoto mudou-se para Vitória. Ernesto? Rodrigo? Re… Ro… o nome com certeza era com “R”. E o sobrenome… com “C”! Não, com “G”, isso, certeza de que era com “G”.

Renato! Isso, o nome dele era Renato. Renato Guerra? Renato Góes? Renato Gomes! Pronto, agora tinha certeza, Renato Gomes era o nome do amigo. Virou-se para o computador e começou uma busca frenética. Google, Facebook, LinkedIn e dá-lhe milhares de Renato

Rogério Gomide? Reinaldo Gouvêa? Os dois passavam o final de semana brincando no clube, poxa! Ele tinha uma irmã mais nova que usava óculos grossos e o pai tinha um Opala. Roberval? Não, claro que não era Roberval. A mãe era dona de casa e fazia um bolo de cenoura absurdo de bom. Era torcedor do Guarani de Campinas, olha só que loucura. Rinaldo Gonçalves? Rubens Guimarães?

Foto: Arquivo pessoal

Nomes Gomes, mas nenhum que fosse seu velho colega de infância. Ficou horas nessa obsessão infrutífera até que o chefe chamou sua atenção. - E aí, Marcelo, cadê o relatório? Chamado ao dever, esqueceu o assunto e seguiu seu dia com as tarefas chatas e repetitivas de sempre. À noite, deitou-se exausto e dormiu rápido. Foi acordado no meio da madrugada com um momento de clareza: Henrique Costa! Nem Renato e nem Gomes, Henrique Costa era o nome do coleguinha. O bom e velho Henrique Costa, como poderia esquecê-lo? Levantou da cama em um salto para o susto da mulher e partiu para o computador rumo a mais uma longa busca através de uma infindável

Maurilo Andreas é mineiro de Ipatinga, publicitário de formação e escritor por paixão. Casado com Fernanda e pai de Sophia, é autor de seis livros infantis e foi um dos homenageados na I Feira Literária de Passos. Seu texto “Sebastião e Danilo” foi escolhido pela revista Nova Escola para uma edição especial e vários outros fazem parte de livros didáticos e paradidáticos de diversas editoras. selva de homônimos. Não importava, daquela vez ele estava seguro de que acharia seu amigo perdido, o grande Henrique Costa. Infelizmente o nome certo não era esse, era Henrique Castro. E Marcelo nunca mais soube dele. Maldita memória. n

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