Urbhano Mangabeiras | Sion nº 17

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21 . março a 5 . abril de 2014 . ANO I . Número 17 . Distribuição gratuita

On-line: www.urbhano.com.br

Foto: Cinthya Pernes

tudo que inteRessa no seu bairro está aqui

querubins O olhar atento e a disposição em ajudar o próximo foi o que levou à criação do Projeto Querubins, desenvolvido pela moradora do Sion Magda Coutinho. Hoje com 20 anos, a ONG ajuda no desenvolvimento de cerca de 200 crianças e jovens da Vila Acaba Mundo

entrevista

Foto: Cinthya Pernes

A professora de música Betânia Parizzi, pioneira do ensino musical para crianças em bh, fala sobre sua paixão pelas notas pág. 6

gastronomia a oferta e o consumo de peixe aumentam no período da quaresma. Aprenda a fazer em casa uma receita deliciosa pág. 10

comportamento A folia passou, assim como romances de carnaval. especialistas falam sobre as consequências da traição nos relacionamentos pág. 11

esporte

César Cielo agora veste as cores do minas tênis clube Confiante nas próximas competições, o recordista mundial de natação é apresentado em uma coletiva para a imprensa em bh Pág. 14

moda rede internacional forever 21 chega ao brasil e pretende abrir quatro pontos de venda no país, mas bh ficou de fora pág. 12

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opinião

Foto: Revista Caras/divulgação

frasesURBHANAS

Foto: arquivo pessoal

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URBHANO mangabeiras | sion Belo Horizonte, 21 de março a 5 de abril de 2014

Você fez alguma plástica ou coisa assim? Fausto Silva deixou a atriz Bruna Marquezine sem graça durante o “Domingão” ao dizer que atriz não era bonita quando criança Betânia Maria de Meira (*)

As especificidades da Gestão Hospitalar Há uma distância muito grande entre a origem da administração hospitalar, em que os hospitais eram administrados por religiosos, médicos ou enfermeiros e as empresas hospitalares de hoje. Naqueles tempos, os profissionais administravam sem usar as ferramentas da administração, usavam sim, a intuição administrativa de forma empírica. Com a evolução dos tempos, a gestão hospitalar passou a ser considerada um dos segmentos mais complexos. Devido a este fator, os hospitais hoje têm que ter uma gestão profissional, extremamente técnica e usando as boas práticas da gestão. Hoje é difícil este segmento sobreviver no mercado com uma administração familiar. A atividade hospitalar exige o funcionamento simultâneo de vários serviços com uma logística interdependente, tais como serviços médicos, hotel, lavanderia, serviços de nutrição e dietética, relacionamento com o consumidor, farmácia, bloco cirúrgico, restaurante, infraestrutura administrativa. Conclui-se, portanto, que as organizações de saúde reúnem todas estas especificidades dentro de uma empresa só, daí o tamanho da sua complexidade administrativa e financeira. Este complexo de serviços é regido por leis, normas, regulamentações e portarias, vindas de diversos órgãos. Alguns pontos importantes a serem considerados são as diferenças entre organizações hospitalares e os demais tipos de organizações, entre os quais podemos destacar a preocupação dos médicos com a profissão e não com a organização e a alta variabilidade e complexidade do trabalho, que é extremamente especializado e envolve diferentes grupos de profissionais. Dado o acentuado dinamismo tecnológico, o setor é essencialmente de trabalho intensivo; muitas das inovações tecnológicas trazidas para a empresa hospitalar implicam na contratação de profissionais especializados e treinamentos intensivos para que o serviço seja implantado. A gestão hospitalar tem buscado em seus processos administrativos o aumento da competitividade através da eficiência dos processos, um dos fatores que levam a uma redução de custos, meta cada vez mais almejada pela gestão dos hospitais. Vale ressaltar que a redução de custos deve ser feita sem que a qualidade dos serviços prestados seja perdida. A gestão hospitalar tem que ser técnica, eficiente, em sintonia com o cliente interno e o cliente externo, que vai a esta empresa em busca de solução para os seus problemas de saúde. Betânia Maria de Meira Consultora da Viper – Gestão Empresarial, Administradora de Empresas e Administradora Hospitalar (*)

A gente já gastou um absurdo para a Copa do Mundo, e daqui para frente vai ficar mais absurdo ainda. Deputado federal Romário, um dos principais opositores na Câmara em relação ao excesso de gastos realizados nas obras para a Copa do Mundo

Sou brasileiro, pago meus impostos e, assim como vocês, também anseio por respostas, pelo cumprimento de promessas, por transparência e pelo fim da corrupção. É dever do Romário, como deputado, representar os anseios do povo, trabalhar por quem o elegeu, e fazer valer quanto custa um parlamentar aos cofres públicos, certo? O ex-atacante Ronaldo, membro do Comite Organizador Local (COL) da Copa do Mundo, respondendo às duras críticas de Romário

Terceiro mandato seria tão ruim quanto o filme “Se beber, não case 3”. O presidente Barack Obama descartou a ideia de se candidatar a um terceiro mandato

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Fotos | Lucas Alexandre Souza e Cinthya Pernes Revisão | Pi Laboratório Editorial Jornalista | Renata Diniz Estagiária | Tatiane Consuelo


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Violência continua Fotos: Renata Diniz

Insegurança | Estudante baleado em tentativa de assalto no cruzeiro segue em estado grave

Os assaltos frequentes nas imediações da Fumec estimulam a sensação de insegurança entre estudantes e moradores. A noite do último dia 13 foi de angústia para os familiares de um aluno do curso de Engenharia elétrica, Agostinho Augusto, 48, baleado durante uma tentativa de assalto. O incidente aconteceu próximo ao campus Cruzeiro da Universidade Fumec. Por volta das 19h, ao estacionar o carro na Rua Artur Joviano, esquina com Vitório Marçola, no bairro

Cruzeiro, o estudante foi abordado por um motociclista e reagiu à ação. O assaltante, um homem negro, vestia uma camisa branca, estava em uma moto escura e tentou tomar a mochila do universitário. Não conseguindo, atirou, baleando a região do abdômen da vítima. Agostinho foi levado consciente por policiais militares ao Hospital de Pronto Socorro João XXIII. Momentos depois de dar entrada o estudante foi para o bloco cirúrgico, pois se fazia necessária a retirada da bala. Segundo o boletim médico, a vítima segue em estado grave, porém estável. A mochila com os pertences dele – notebook, dinheiro e outros objetos de valor – foi entregue pelos PMs à esposa. O comando do 22º Batalhão de Polícia Militar (PM) e representantes da Fumec se reuniram na noite do dia 14 para discutir o alto índice de assaltos na região. Segundo a assessoria de comunicação da PM, uma base

comunitária móvel será levada até as proximidades da faculdade na próxima semana. A van adaptada passará a atender ocorrências e será deslocada de acordo com a demanda na região. Em agosto do ano passado, cerca de 100 alunos da universidade se mobilizaram em protesto pela onda de violência nos arredores do centro acadêmico. A manifestação aconteceu após a estudante de direito, Joice Gomes da Silva, na época com 21 anos, ser roubada e agredida às oito horas da noite, enquanto caminhava para a universidade. n

Este jornal é feito para você. Então quem lê o URBHANO pode e deve participar, sugerindo pautas e temas interessantes. Desde o seu lançamento, o jornal URBHANO tem a preocupação em comunicar-se de forma direta e eficiente com quem mora ou trabalha no Mangabeiras e Sion. Nossa proposta é ser uma mídia informativa, que mostre tudo o que interessa no bairro.

Então o que você está esperando? Entre em contato conosco por telefone ou e-mail e diga o que você quer ver no URBHANO. Pode ser algo que traga alegria ou que te incomode. Pode ser uma pessoa interessante ou um lugar agradável. Fique à vontade.

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Estudante foi baleado, no último dia 13, ao resisitir a um assalto no cruzamento das ruas Artur Joviano e Vitório Marçola


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cidade

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Medo na estrada Buscando fugir do alto valor das corridas de táxi ao Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, na região metropolitana de Belo Horizonte, muitos passageiros optam pelo transporte coletivo. Apesar do atrativo financeiro do translado, outra questão vem sendo pensada na hora da escolha pelos passageiros: a segurança. Ainda nos dois primeiros meses do ano, sete coletivos que fazem o trajeto entre a capital e o aeroporto, por meio da linha convencional (com partida da rodoviária de BH), foram assaltados. A informação foi confirmada pelo 36º BPM de Vespasiano, responsável pelo trecho entre a cidade e Belo Horizonte. Todos os crimes ocorreram na linha convencional, que sai da rodoviária da capital em direção ao terminal. Durante o trajeto, o ônibus faz 29 paradas. O outro serviço de transporte até Confins, com partida do terminal na Avenida Álvares Cabral, feito em veículos executivos e sem paradas, nunca foi assaltado. A atuação dos criminosos segue da seguinte forma. Durante parada próximo ao bairro Jardim da Glória, os assaltantes se passam por passageiros e anunciam o crime. O motorista é obrigado alterar a rota, entrar na estrada antiga, entre a MG-010 e a MG-424 (sentido Pedro Leopoldo). O condutor então é forçado a diminuir a velocidade. Nesse momento, os passageiros têm seus pertences levados. Em sequência, o ônibus faz o caminho de volta para Belo Horizonte. No último dia 27, A Polícia Civil apresentou um dos suspeitos de assaltos a dois ônibus da empresa Unir, responsável pela linha Conexão Aeroporto. Durante a apresentação, a delegada Nicole Perim Martins, da 2ª Delegacia de Policia Civil de Vespasiano, informou que Marcus Vinícius de Oliveira, de 22 anos, foi preso na noite do dia 26, em sua casa, no bairro Jardim da Glória, em Vespasiano. O suspeito foi reconhecido pelos policiais a partir de imagens de circuito interno dos ônibus assaltados nos dias 2 e 8 de janeiro. Apesar do grande número de assaltos, a empresa Unir não quis se pronunciar. Segundo o comando do 36º BPM de Vespasiano, representantes da Unir foram ao batalhão e se reuniram com o comandante Alfredo José Alves Veloso a fim de buscar alternativas para coibir a ação dos criminosos. Como plano de ação, a polícia rodoviária estadual e o tático móvel 247 intensificaram as blitze na região. Os policiais ainda passaram a realizar vistorias diárias nos ônibus que percorrem o trecho. A presença das viaturas ao longo do trajeto trouxe certo alívio ao técnico cinematográfico, André Paoliello, 45. Acostumado a realizar a viagem pela linha, André se diz preocupado com a situação. “A segurança é uma preocupação grande. Eu peguei esse ônibus na rodoviária para ir ao aeroporto e confesso que a gente fica um pouco mais alerta nele, do que no ônibus que não faz paradas. Já fiz esse trecho, quando viajei do aeroporto da Pampulha até Confins. Eu faço muita viagem interestadual de ônibus também. É uma preocupação constante. Fico alerta. Porque a gente sabe que em toda parada podemos ser surpreendidos. Existe esse risco”, enfatiza o técnico. Apesar da insegurança ao longo dos 40 km da viagem, para André o valor do táxi até o aeroporto torna a opção pelo transporte coletivo a mais viável. “O preço do táxi até o aeroporto é proibitivo. A não ser que eu esteja viajando a trabalho e meu empregador banque a corrida. Eu preferira que fosse um preço mais acessível, porque assim com certeza eu usaria mais”. n

Fotos: Cinthya Pernes

Conexão Aeroporto | Sete assaltos e um preso é o saldo do 1º trimestre do 2014 da linha

Onda de assaltos preocupa usuários da Conexão Aeroporto

O morador do Sion André Paoliello relata tensão durante as viagens


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entrevista

Música para a alma Fotos: Cinthya Pernes

Sons | Doutora em Ciências da Saúde, Betânia Parizzi conta sobre suas pesquisas no campo infantil Acordes de piano e canções eruditas sempre estiveram presentes na vida de Betânia Parizzi, que começou a estudar música aos 12 anos, quando seus pais tiveram a condição de comprar um piano. Daquele momento em diante nunca mais parou. Formou-se pela UFMG em piano, mas o seu interesse sempre foi a pedagogia da música, ensinar música de uma forma prazerosa e prática. Especializou-se na área, fez mestrado em Educação Musical e mais tarde doutorado na Faculdade de Medicina da UFMG, pois queria entender o desenvolvimento das crianças através dos estímulos dos sons e da musicalidade. Foi sócia-diretora da tradicional escola de música, o Núcleo Villa-Lobos, até 2009, onde conseguiu desenvolver o trabalho de música para bebês, juntamente com outros educadores musicais. Foi a pioneira, em Belo Horizonte, no ensino de música para crianças menores de seis anos. Hoje se dedica à Escola de Música da UFMG, onde atua como professora e coordena o CMI – Centro de Musicalização Integrado desta instituição. Casada há 37 anos e com dois filhos já criados, Betânia se diz uma pessoa muito feliz e realizada por trabalhar com aquilo que lhe dá prazer. Aposentar-se é uma palavra que não passa pela sua cabeça. Com muitos planos e projetos, ainda sonha em lançar um livro com as suas pesquisas sobre a música para o desenvolvimento humano. É moradora do Mangabeiras há dez anos, lugar que considera privilegiado pelo silêncio e tranquilidade.

A música sempre esteve presente na sua vida? Comecei a estudar música de uma forma relativamente tardia, por volta dos 12 e 13 anos. Mas informalmente sempre tive uma educação musical, porque o meu pai adora música e sempre ouvia música erudita, música popular brasileira, música de qualidade, pois acredito que esse é o diferencial. Da mesma forma que a gente se preocupa com a alimentação saudável dos filhos, existe uma “alimentação musical” de qualidade, e isso eu tive. Sempre gostei muito desta área, queria estudar piano, mas somente

quando eu tinha de 12 para 13 anos é que meus pais conseguiram me comprar um. Comecei então a estudar piano com muita alegria e muita seriedade. Entrei para o Conservatório, que já era a Escola de Música da UFMG, só que naquela época eles tinham um curso de formação para adolescentes. Fiz o vestibular para Música na UFMG e me formei em piano. Ao mesmo tempo, eu sempre me interessei pela pedagogia da música, de como ensinar de uma forma prazerosa e prática, diferente da forma como eu aprendi, que foi uma forma muito tradicional e antiga. Muitas pessoas

que conheço deixaram a música por causa desta forma pouco didática e nada prazerosa. E como você começou a dar aulas? Quando me formei decidi que queria investir nesta área pedagógica. Naquela época passou a vir a Belo Horizonte um professor que era um grande músico, o alemão Hans Joachim Koellreutter. Ele vinha à cidade de 15 em 15 dias. Isto foi em meados da década de 80, quando comecei a ter aulas com ele. Fiz uma especialização com esse professor na UFMG em 1985, e


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comecei a dar aula de música para crianças pequenas. têm esta oportunidade. Esse trabalho de educação Em Belo Horizonte não havia ninguém que fizesse musical para bebês é oferecido no Núcleo Villa-Lobos isso, fui a pioneira, todos começavam a dar aula para e na UFMG. crianças a partir de sete anos. Hoje vejo que é uma coisa completamente equivocada. Neste curso de espe- O atraso na fala de um bebê pode ser a falta cialização tive incentivo para trabalhar com crianças de estímulos? menores, e foi aí que comecei a estudar Piaget e ouÉ uma grande possibilidade. Essa criança pode tros teóricos do desenvolvimento cognitivo da crian- ter tido poucos estímulos no inicio da vida. Há pesça. Comecei a trabalhar com crianças pequenas em quisas que comprovam esta questão. Há um estudo 85 e nunca mais parei, fui ficando cada vez mais fasci- feito sobre a guerra do Kosovo, na década de 1990, nada. Descobri como trabalhar questões complicadas quando houve milhares de adultos mortos e milhares da música de uma forma lúdica, prática e divertida. de crianças órfãs. Essas crianças foram levadas para Foi nesta época que conheci a professora Rosa Lúcia abrigos, onde elas eram cuidadas, recebiam comida e dos Mares Guia, que foi minha grande companheira e roupas para vestir, e nada mais. Todas as crianças dos minha sócia no Núcleo Villa-Lobos até a minha saída abrigos estavam com atraso cognitivo, pois elas não de lá, em 2009, quando entrei para a UFMG como eram devidamente estimuladas. Muitas não falavam, professora. Fomos colegas de um mesmo curso e ficamos muito amigas. Ela me convidou para trabalhar com ela, unimos nosso O primeiro contato de trabalho e ampliamos a Escolinha Betânia com a música Villa-Lobos, de propriedade da foi através do piano Rosa Lúcia na época, que se tornou o Núcleo Villa-Lobos. Resolvi fazer um mestrado em educação musical na UFMG. Nesta época já dava aulas na UEMG também. Como começou o seu interesse em pesquisar o desenvolvimento de bebês e crianças através da música? Fiquei curiosa para saber como as crianças inventam suas músicas, o que isso representa no seu desenvolvimento. Percebi que as músicas que elas inventam é a forma como percebem o tempo e o espaço. Essas manifestações expressivas e espontâneas podem “falar” muita coisa. Comecei a gravar tudo isso, e percebi que esta música espontânea poderia ser também uma referência para se avaliar o desenvolvimento de bebês e de crianças pequenas. Fiquei muito interessada nisso e decidi fazer o meu doutorado na Faculdade de Medicina da UFMG. Continuei investigando o desenvolvimento de crianças, do nascimento aos 6 anos de idade. Como acontece a evolução dos primeiros A doutora explica a importância da músisons que os bebês emitem, como ca nos primeiros anos de vida da criança estes sons se transformam em fala e em canto. Normalmente não faz parte dos exames clínicos de rotina, feitos por pediatras, uma avaliação das vocalizações dos bebês. O desenvolvimento não interagiam, não andavam e, por isso, houve uma da criança está relacionado a esses sons iniciais, que grande campanha de adoção. As mais novas consequase sempre são acompanhados de movimentos. guiram reencontrar um caminho e se recuperaram. Se a mãe está deprimida e não interage com o bebê, Aquelas que passaram muito tempo nestes abrigos com certeza, ele terá problemas de cognição, com re- desenvolveram-se muito pouco. Hoje isso está sendo percussões negativas em seu desenvolvimento. Essa muito estudado. Existe a tendência na intervenção forma de comunicação mãe/bebê tem características precoce, quando a plasticidade cerebral é máxima. musicais e acontece por meio de sons mais agudos, Os especialistas já estão intervindo precocemente na expressivos e pausados. Essa interação pode ser for- recuperação de bebês que têm alguma deficiência ou talecida por meio da música, se os pais passarem a que possam vir a ter (como no caso do autismo). São interagir de uma forma mais “musical” com seus be- oferecidos trabalhos de fonoaudiologia, terapia ocubês. Esses recursos antecedem a fala, pois todos nós já pacional, fisioterapia, psicologia, dentre outros, e agonascemos musicais É possível perceber uma grande ra a música. Percebe-se hoje que a musica é um canal diferença no desenvolvimento das crianças que fazem de comunicação que prescinde da palavra. São inúmúsica desde muito pequenas em relação às que não meros recursos de timbre, de intensidade, de altura,

entrevista

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de caráter expressivo, de contrastes das mais diversas ordens. São muitos os recursos que o educador musical pode utilizar. Tudo isso sem precisar articular uma única palavra. E como funcionam essas aulas para os bebês? Trabalhamos com os bebês levando em consideração seu desenvolvimento motor. O trabalho antes dos seis meses é mais complicado, pois o bebê não tem uma rotina muito definida, não tem hora para acordar ou dormir. Fica difícil agendar um horário com os pais, mas se o bebê já está com a rotina consolidada seria ótimo começar antes. Dividimos as aulas pelo processo de cada bebê: os que sentam formam turma, os que já engatinham outra turma e assim por diante. Os pais sempre participam das aulas e as turmas não possuem mais de quatro alunos. As aulas duram de meia hora a quarenta minutos, pois é o tempo que o bebê vai ficar muito feliz e não vai se cansar. Nós provocamos a criança em termos musicais, usamos muito a voz, que é o instrumento musical que mais mobiliza o bebê. Os educadores musicais devem “provocar” essa interação vocal dos bebês com seus pais e oferecer a eles momentos mágicos durante as aulas de música. O que você está pesquisando no momento? Estou finalizando uma pesquisa com bebês nascidos prematuros no Hospital das Clinicas da UFMG. Há bebês que nasceram com 26 semanas, 27 semanas de gestação, alguns com 500 gramas, outros com 700. Tenho 40 bebês que nasceram nestas condições, 20 deles estão fazendo aula de músicas e 20 não estão fazendo. Estou medindo o desenvolvimento dos dois grupos. Os resultados já mostram que os bebês que participaram das aulas de música tiveram um desenvolvimento superior em relação aos que não fizeram. Alguns deles igualaram seu desenvolvimento ao de crianças no final do primeiro ano de vida, sendo que normalmente isso acontece ao final do segundo ano. Além disso, estou acompanhando, até a idade escolar, três meninas que participaram da pesquisa, para verificar se esse envolvimento com a música vai ter alguma influência no desempenho escolar destas crianças. Há quantos anos você mora no Mangabeiras? O que você acha do bairro? Tenho uma história aqui no Mangabeiras, morei aqui dois anos antes de me casar. Depois que me casei, saí daqui. Mas há dez anos voltei para o bairro. Adoro morar aqui. Claro que existem problemas muito sérios, como o da falta de segurança. Porém o silêncio que temos é privilegiado. Como trabalho com música, prezo muito pelo silêncio. O ruído é sabidamente um dos principais agentes de stress. Por morar próximo à Praça da Bandeira, aproveito o comércio e as facilidades que tenho próximo de casa. É realmente muito boa a qualidade de vida que o bairro oferece. n


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Um olhar humano Solidariedade | Há 20 anos a Associação Querubins muda a realidade da Vila do Acaba Mundo

Magda Coutinho, fundadora da Associação, não acredita em tudo que conseguiu construir

toparam na hora e me perguntaram o que tinham que fazer. Eu disse para elas me trazerem garrafas de plástico. No outro dia, eles trouxeram e eu cortava as garrafas no fundo e fixava nas árvores. Buscava a água nas construções em volta da praça. Ganhei até um carrinho de supermercado na época, para eu não ficar carregando as garrafas na mão. Foi quando fiz um mutirão da limpeza, e um amigo dono de uma construtora me doou vassouras, pazinhas e sacos plásticos. Na época já tinha cem crianças me ajudando e nós varremos a praça

inteira. Conseguimos também mudas de cem árvores e eu plantei com as crianças. Cada uma nomeou a árvore com o seu nome. Consegui uma empresa que reformou a praça e outra que a mantém, mas antes disso fui à Copasa pedir uma ligação de três pontos de água e consegui 200 metros de mangueira. Fazíamos uma corrente humana com as crianças para regar todas as plantas. Ganhamos o Prêmio de Gentileza Urbana, por termos salvado uma praça. E foi aí que descobri que perto da minha casa tinha uma comunidade carente. Nós sofremos de miopia, não conseguimos enxergar o nosso entorno. Ficamos isolados dentro dos nossos apartamentos e acabamos não notando o que se passa em nossa volta”, detalha Magda. Depois de salvar a praça a moradora percebeu outra realidade, a daquelas crianças que moravam próximo a sua casa, na Vila do Acaba Mundo. Magda, junto com o seu filho, vocalista da banda Tianastácia, Podé, formularam um projeto. Compraram alguns instrumentos musicais e na própria praça começaram a dar aula para os meninos da comunidade. O projeto cresceu, e a presidente da associação dos moradores da favela cedeu um espaço dentro da comunidade, onde eles começaram a dar aula de capoeira, de canto e artes visuais. “O Centro comunitário era muito pobre, não tinha nada. Eu fiz as mesas com três tampas de madeirite e seis cavaletes que os pais arrumaram. Levei um fogão, depois consegui um freezer e fui montando o espaço com doações. Comecei a fazer uma sopa para as crianças também, com as sobras do sacolão, eu ia buscar as verduras todos os dias”. Magda começou a fazer um trabalho de educação através da arte, e depois de cinco anos dentro da comunidade, o espaço ficou pequeno. Em comodato com a Mineração Lagoa Seca, ela conseguiu um novo espaço, onde o projeto funciona até hoje. “O grupo foi crescendo e eu queria expandi-lo, começamos com esse espaço de 2 mil m². No começo cederam só duas salas para mim, mas fui conseguindo que eles cedessem tudo. Acabei expulsando eles, aqui tinha um arquivo morto e fui no

Foto: Cinthya Pernes

Andando pelo Sion, bairro de classe média alta de Belo Horizonte, podemos nos deparar com a tranquilidade típica de um bairro tradicional. Encontramos bons restaurantes e lojas, além de muitas áreas verdes para o lazer dos seus moradores. Um exemplo é a Praça JK, bem cuidada e arborizada, local perfeito para passear com as crianças e os animais de estimação. O que quase ninguém repara, ou se dá conta, é que atrás daquela praça tão bonita e dos prédios altos e bem construídos, existe uma favela. A Vila do Acaba Mundo, como ela foi nomeada, começou a ser ocupada, segundo o site da prefeitura, em meados da década de 40 e 50, junto com as atividades da Mineração Lagoa Seca. O nome teve origem na localização afastada, naquela época, mas abastecida por um córrego com nascente no alto do morro. De acordo com o Plano Global Específico, elaborado pela Urbel/PBH em 2000, a vila possui área de 35.313 m², e uma população de 1.346 habitantes. Entrando na Rua Correias, observamos a desigualdade social do local. No início da rua, perto do posto e de lojas requintadas, há prédios altos e robustos. Andando por mais poucos metros a rua deixa de ser asfaltada e podemos ver as casas amontoadas e sem reboco. À margem da sociedade, a violência na vila era alta. Em 2007, dados da Polícia Militar apontaram que o índice de criminalidade na Vila do Acaba Mundo era de 86% e refletia diretamente nos bairros do entorno, Sion, Mangabeiras e Belvedere. Porém, tudo começou a mudar graças a um olhar diferente da moradora do Sion, Magda Coutinho, que caminhando pela Praça JK conseguiu enxergar o que acontecia perto de sua casa. Magda tinha acabado de perder um irmão e precisava caminhar. Ao andar pela Praça JK, em sua a primeira volta, deparou-se com cinco crianças que tomavam conta dos carros. Na volta seguinte observou que as árvores da praça estavam morrendo. Como sempre gostou da natureza ficou indignada com a situação. “Parei e resolvi convidar essas crianças a me ajudar a salvar o parque. As crianças

Os meninos da comunidade têm aulas percussão, artes visuais e dança


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matéria de capa

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No período noturno o ginásio da associação transforma-se em uma escolinha de futebol

A cozinha-escola é uma grande alegria para Magda, lá são formados cozinheiros, ajudantes de cozinha e garçons

Os Querubins fazendo aula de dança urbana com o professor Valdir

Magda é apaixonada pelas crianças da comunidade, perto delas a fundadora se sente realizada e feliz

presidente da mineradora e pedi que tirasse aquilo de lá. Comecei a ter uma parceria muito boa com a mineradora”. A moradora foi pedindo ajuda aos amigos e empresários conhecidos, e aos poucos foi construindo o Projeto Querubins. “O presidente virou para mim e disse que eu sou a maior sem terra que existe, pois me deu 2 mil m² e eu fui tomando conta. Mas tudo eu pedi para eles, desde a construção da sala de música, até a oca, o estúdio, o ginásio. Ah, só a horta que eu avancei (risos). Por isso, eles mandaram cercar o espaço”, conta Magda. A mineradora também doa para o projeto a água e a energia. Hoje o Querubins já comemora 20 anos de existência, e oferece aos meninos da comunidade aulas de dança afro, percussão, artes visuais, circo, informática, além de apoio psicológico. As crianças ficam no projeto em horários alternados e complementares ao da escola. Recebem duas refeições diárias, ou o café da manhã e o almoço, ou o almoço e lanche da tarde. Os jovens que já concluíram o ciclo podem ter aulas à noite de dança e música. Há também o curso de capacitação profissional para esses jovens, onde muitos já trabalham como jovem aprendiz. Os cursos oferecidos na cozinha escola são de ajudante de cozinha, cozinheiro, garçom e copeiro. De terça à sexta também funciona uma escolinha de futebol no ginásio. A associação começa as atividades todos os dias às seis e meia da manhã e vai até as nove horas da noite. Todos os custos do projeto são pagos com doações de grandes empresários, amigos, parceria com a prefeitura e leis de incentivo. Todos os professores e profissionais são remunerados através destas parcerias, ao todo

são 20 funcionários com carteiras assinadas, além de outros tantos profissionais que ministram cursos esporádicos no projeto. A criadora ainda relata que em todas as sextas-feiras são oferecidas sessões de cinema, normalmente com filmes nacionais. Após a exibição, os participantes desenvolvem uma discussão sobre o assunto. “Isso está mudando a mentalidade da comunidade, as pessoas começam a ampliar os seus horizontes. Começam a sonhar”, afirma Magda, que nem consegue acreditar no sucesso do projeto. Todos os anos há apresentações do trabalho desenvolvido na associação e jantares beneficentes para arrecadar fundos, pois os projetos de Magda para a associação não param. Aos poucos, está sendo construído um estúdio de música, com ilha de edição e vedação acústica. O plano é formar DJs e técnicos em som. “Nesse meio tempo conseguimos mudar muito a realidade da vila. Tínhamos jovens que não completavam os estudos. Hoje os jovens já estão cursando o segundo grau, e alguns a universidade. Para mim isso já é uma grande diferença. Levar educação e cultura é a proposta do Querubins”. A associação já mudou muito a realidade da favela, que hoje é pacificada. A violência e criminalidade também caíram consideravelmente. “Nós pensamos que moramos em um bairro classe A, onde todas as pessoas têm o que comer, mas não é bem assim. Vivemos ao lado da miséria, e isso traz muita exclusão, esses meninos se sentem revoltados. Hoje não mais, mas quando comecei essas crianças eram muito agressivas. Os próprios desenhos eram só em cores escuras, em preto e marrom. E

você vai mudando isso, vai refinando essas almas”. Aqueles cinco meninos que começaram com ela na Praça JK hoje são educadores Querubins, além de muitos outros que já passaram pelo projeto e hoje estão bem sucedidos em suas profissões. “Nós precisamos de mais lugares assim na nossa sociedade, precisamos mudar o nosso olhar. Ver o que se passa no nosso entorno. É saber que uma criança que estaria na rua hoje virou um educador”, conta Magda emocionada que ainda completa. “Às vezes as pessoas têm crise de depressão e não sabem que há tantas pessoas precisando delas. Não é o dinheiro que traz a felicidade, mas sim a sua realização como pessoa, e todos precisam descobrir isso. Precisamos ser felizes e fazer as pessoas em nossa volta felizes.” n

Conheça o Querubins www.associacaoquerubins.org.br Rua Correias, 700 - Sion CEP: 30.150-340

Como apoiar a Associação Querubins Doação direta Banco Itaú , Agência 6313, conta-corrente 01596-5 Doação pela Lei Federal de Incentivo à Cultura (Rouanet), com abatimento no Imposto de Renda - Banco do Brasil, agência 3858-X, conta corrente 29.271-0, PRONAC 128099, Projeto Gestão e Manutenção 2013.


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gastronomia

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Peixes em alta

Foto: Guilherme Horta

Semana Santa | O consumo de carne branca aumenta devido ao período de quaresma

Estamos na Quaresma, período que antecede a celebração da Páscoa. Iniciada na quarta-feira de cinzas, depois do carnaval, a celebração se estende até a quinta-feira da Semana Santa. Tempo reservado para reflexão, espiritualização e recolhimento para os cristãos que se refugiam na oração e penitência. No domingo de Páscoa se celebra o renascimento e a primeira aparição de Cristo aos seus discípulos. Muitas pessoas se perguntam sobre o porquê da Quaresma ser um período de 40 dias. A explicação está na Bíblia. Nas escrituras, o número quarenta é bastante comum, como, por exemplo, os 40 dias de dilúvio, 40 anos do povo de Deus no deserto, 40 dias de Elias e Moisés na montanha, 40 dias de Jesus no deserto antes de começar o seu ministério. A data, cheia de significados para a igreja, é um tempo de preparação e abstinência dos fiéis. Porém, a tradição se estende até para quem não segue a religião. Nesta época muitas pessoas fazem jejum de algum tipo de alimento, alguns ficam sem consumir bebidas alcoólicas, outros sem comer doce, mas o mais comum é ficar o período sem comer a carne vermelha, uma vez que no Brasil é tradição ficar sem comer carne na quarta-feira de cinzas e na sexta-feira santa. Devido à grande procura pelos frutos do mar e os variados tipos de peixe, o preço costuma subir bastante nesta época do ano. O consumidor precisar ser criativo para conseguir variar o cardápio nestes 40 dias sem carne vermelha. A grande vantagem é que o peixe é um ótimo alimento para a saúde, com cerca de 20% de proteína e rico em aminoácidos essenciais para o organismo, com grande destaque para as gorduras do tipo ômega 3, presentes em peixes como sardinha, salmão e atum. Estudos mostram que o nutriente tem caráter anti-inflamatório e auxilia na redução do risco de doenças cardiovasculares, diminuição dos triglicerídeos e colesterol e até mesmo na obesidade. Os fãs de comida japonesa podem usufruir bastante deste período nos diversos restaurantes da capital. Um exemplo é o restaurante O Kabuto Sion, inaugurado em abril de 2013, que segue na contramão dos demais estabelecimentos do segmento. Mantendo sua especialidade nos pratos tradicionais de Kyoto e apostando em refeições quentes, o restaurante traz a tradicional culinária japonesa. No cardápio, podemos encontrar receitas inusitadas que levam peixes e frutos do mar, e muitas delas podem ser preparadas também em casa. n

Receita Bifun o Kabuto INGREDIENTES (porção para duas pessoas) 200g de macarrão de arroz (bifun) 150g de salmão (cortado em pedaços) 200g de legumes variados (cenoura, pimentão de qualquer tipo, brócolis, cebola, vagem, couve-flor) 01 ovo Modo de preparo Cozinhe o macarrão de 3 a 5 minutos Coloque o salmão em uma frigideira e deixe até grelhar Cozinhe os legumes Faça um ovo mexido para misturar aos outros ingredientes Depois de grelhar o salmão, junte-o aos legumes grelhados, acrescentando sal, Ajinomoto e 02 colheres de sopa de saquê. Acrescente o macarrão, o ovo mexido e misture bastante. Para enfeitar o prato, você pode usar alface, tomate e cebolinha.


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comportamento

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Após o calor do Carnaval Traição | o período pode representar um momento de decisão no relacionamento

Palco de música baiana, axé e marchinhas, o carnaval apresenta também períodos de turbulência nos relacionamentos afetivos, desde os mais longos até os em fase inicial. Para quem se descobre traído, o período de folias pode perder o sentido. Afinal, descobrir a infidelidade da pessoa amada é uma das dores emocionais mais fortes e difíceis de enfrentar. Além da decepção, o parceiro traído sofre uma queda na autoestima que pode prejudicar sua capacidade de confiar nos outros e em si mesmo. Em meio ao problema, o casal precisa de um tempo de reconciliação para voltar a lidar com os acontecimentos de maneira equilibrada. Fases de insatisfação pessoal, intromissão da família no casamento e conflitos de rotina são questões que podem potencializar a chance de uma terceira pessoa surgir, como válvula de escape para um relacionamento desgastado. Segundo a psicoterapeuta e autora do livro Amor em Pedaços e Refúgio, Renata Feldmand, não é possível definir se a traição é realizada em maior parte por homens ou mulheres. No entanto, a especialista explica que as puladas de cerca possuem perfis diferentes de acordo com cada gênero. “Os homens separam bem a questão do prazer e sentimento. Eles dizem: foi uma aventura, mas eu amo a minha parceira. Isso é

quem enfrentou o problema, a especialista expõe que apesar da dor, é possível superar e crescer. Raiva. Ódio. Ciúme. Depressão. Desencantamento e muitas vezes separação. São alguns dos obstáculos que essas pessoas têm de enfrentar até a superação. “Quando uma traição termina em separação – porque a pessoa traída foi deixada ou porque decidiu deixar a outra, ela já viveu até o momento da separação inúmeras perdas. Ela perdeu a tranquilidade e a segurança (quando essas faziam parte do relacionamento), a sensação de ser a única fonte amorosa na vida do outro. Pode ter perdido a saúde física e o funcionamento normal de seu corpo, o equilíbrio emocional , a rotina da casa e trabalho, o esquema. Pode ter descartado valores e princípios que faziam parte de sua visão de vida para se adequar à situação, pois a percepção de realidade que tinha até então mostrou-se distorcida e enganosa”. No caso da publicitária Monique Lima (nome fictício), 24, o Carnaval de 2009 mudou sua vida. Após presenciar a traição de seu namorado, com quem tinha um relacionamento de três anos, Monique conta que nunca mais conseguiu ser fiel. “Terminamos. Fiquei um ano sem ver ele. Eu tinha pesadelos com isso frequentemente. Passei por grande dificuldade em confiar nos homens. Por isso tenho dificuldade em ser fiel. Eu acho que ficando com outros, eu fico protegida. Porque se me traírem, eu já fiz antes”, desabafa a publicitária. Na visão da psicoterapeuta, esse desejo de vingança, motivado pela decepção, é uma das formas naturais de reagir a esse tipo de experiência traumática. Em casos como esse, a especialista aconselha acompanhamento profissional. “A traição atinge mais ou menos as forças estruturantes e defensivas que nos constituem como sujeitos. O eu do indivíduo traído pode apresentar fraturas emocionais que exigirão dele um trabalho de recomposição narcísica, autoimagem”, afirma Clara Feldman. n Fotos: Ana Cristina Albuquerque

Autora do livro Sobre-vivendo à traição, a psicoterapeuta Clara Feldman afirma que a traição pode ser dolorosa não apenas por quem é traído, mas também para aquele que trai

muito relatado aqui no consultório. As mulheres configuram nisso uma falta de afeto. Mas eu vejo muitos relacionamentos que deságuam numa traição. Para a maioria das mulheres, essa atitude é ocasionada por outros fatores. Ao sentirem o desejo de trair, elas já se assustam. Geralmente, quando traem é por acreditarem ter razões sérias para isso. Muitas afirmam nunca imaginar a possibilidade de viver uma situação assim. Mas às vezes a casualidade entra na vida delas. Nesse casos, a situação muitas vezes é resultado de um déficit na relação afetiva. Quando o parceiro já não demonstra tanto interesse por ela. A maioria dos casos de traição feminina acontece quando a mulher já está fragilizada. Eu tenho visto muito essa justificativa”, elucida a Renata. A psicóloga explica que a traição feminina é na maioria das vezes mais complexa, envolvendo sentimento e desejo sexual, mas ainda assim o número de traições por parte delas é crescente. Para os homens, a principal justificativa é a pressão cultural, incitados principalmente nas rodas de amigos. Outro fator apontado é o distanciamento por parte da parceira. “O sexo tem ainda uma importância cultural. Os homens têm essa coisa da virilidade. Mas independente do negar fogo, muitos homens querem brincar com fogo. Alguns buscam isso. Mesmo com um relacionamento às mil maravilhas, alguns querem testar seu poder no mercado. Por uma questão egóica, querem testar sua capacidade de conquista. Mas não medem as consequências por detrás disso”, explica a escritora. Apesar dos prejuízos no relacionamento afetivo, a piscicoterapeuta explica que muitas vezes uma crise após a infidelidade pode resultar numa superação do casal. “A gente precisa transformar algo cinza em ensolarado. Quando esse tipo de coisa bate à porta, o casal começa a olhar pra si e ver a importância um do outro. É uma vida inteira colocada à prova. Dependendo da traição, isso pode fortalecer o vínculo entre o casal, que dá a volta por cima, revigorando a parte sexual e afetiva”. Buscando uma reflexão mais profunda para esses casais a psicoterapeuta Clara Feldman, mãe de Renata e autora do livro “Sobre-vivendo a traição” descreve essa problemática. Através de relatos de

A especialista Renata Feldman, autora de livros sobre relacionamentos, fala sobre as diferentes facetas da traição feminina e masculina


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moda |

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Isadora vargas

Forever 21 Lançamento | rede pretende abrir quatro pontos de venda no brasil em 2014

A primeira loja da Forever 21 foi inaugurada no ultimo sábado (15), no Shopping Morumbi, em São Paulo. A store paulistana espalhou araras pelos dois andares da loja, totalizando 3.650 metros quadrados, e contou com a linha casual Faith 21 – linha destinada ao público adulto de 25 a 45 anos – além de lingeries, acessórios, sapatos e vestuário. No primeiro momento, a loja recebeu por lá a coleção de inverno (em harmonia com a estação brasileira, já que o inverno não é rigoroso), carregado de itens estilo boho chic, além de jaquetinhas navy e rocker, botas com salto grosso e sandálias de plataforma – uma das apostas da marca de best-sellers entre as brasileiras. Segundo Kristen Strickler, global e gerente social de mídia e marketing, a loja foi aberta com a certeza de que os preços em reais fossem equivalentes

aos valores em dólares das peças vendidas no EUA. Assim sendo, as etiquetas terão valores mais que convidativos: a partir de R$ 8,90 por um brinco, R$ 122,90 por vestidos longos ou blazers masculinos. O grande diferencial da Forever 21, em relação às demais lojas fast-fashion como Topshop, H&M, Zara, segundo Kristen, está na alternância de mercadorias dos pontos de vendas, isto é, “há novidades todos os dias”, além da tiragem dos modelos ser limitada. Kristen defende a ideia de que você não será pega de supresa e encontrar uma pessoa usando uma peça idêntica a sua no trabalho. A assessoria de imprensa e marketing da loja confirmou a inauguração da segunda unidade no shopping Village Mall – Rio de Janeiro, que acontecerá no dia 22 de março. Os primeiros 500 consumidores que estiverem na fila para a abertura das lojas,

programada para as 10h, receberão um brinde da loja. “Como um dos economicamente mais fortes países da América Latina, vemos um grande potencial de expansão no Brasil”, disse Linda Chang, gerente-geral de produto da Forever 21. Com planos ambiciosos para o Brasil, a grife planeja até o fim de 2014 a abertura de outros quatro pontos de venda no Brasil, em nova locação em São Paulo, além de Brasília e Porto Alegre, uma vez que Linda Chang acredita ser o Brasil um dos países mais fortes em termos de economia. A loja do Rio terá quase 4 mil metros quadrados e terá, além das mesmas linhas, outras marcas da rede varejista, como F21 Contemporary, Forever 21 Active e 21MEN (linha de fast-fashion para homens de todas as idades). n


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cristina ho

| turismo

13 Foto: Arquivo pessoal

Red lights sob ângulos diferentes, além de passar pelos principais pontos turísticos. Você vai descobrir, também, várias curiosidades sobre Amsterdam. Para os apreciadores da arte, Amsterdam oferece diversos museus, e entre os mais importantes está o de Van Gogh. Neste museu é possível admirar os trabalhos do famoso pintor pós-impressionista. Curiosamente, Van Gogh, conO Distrito da Luz Vermelha siderado um dos maiores pinpossui restaurantes e lojas de souvenirs com tores de todos os tempos, venmelhores preços deu um único quadro enquanto vivo e teve uma vida conturbadíssima. É dele a famosa história do pintor que cortou um pedaço da orelha direita, Linda capital holandesa cheia de vida que pulsa que embrulhado em um lenço, foi oferecido como alegria e beleza. A atmosfera histórica combinada com presente a sua amiga e prostituta Rachel. O museu uma mentalidade moderna faz com que seus visitanatrai aproximadamente 1,5 milhões de visitantes por tes se sintam bem recebidos e à vontade. Aproveite ano. essa preciosidade e divirta-se! Outro destaque é o Distrito da Luz Vermelha. Vamos começar a viagem pelos lindos canais de Embora outras grandes cidades do mundo tamAmsterdam. Este delicioso passeio de barco vai te dar bém tenham o distrito da luz vermelha, nenhum uma ideia da exuberância arquitetônica da cidade

Cristina Ho também escreve no www.fasciniopelomundo.blogspot.com.br deles é tão aberto e tão divertido quanto o de Amsterdam. A cidade tem três desses distritos, o De Wallen, no centro, é o maior e o mais conhecido. Vale a pena admirar os canais e a Oude Kerk (Igreja Velha do século XIII), mas é difícil não se distrair com os vários clubes de sexo e as prostitutas nas janelas. O Distrito da Luz Vermelha é uma das partes mais antigas de Amsterdam e foi lentamente se transformando em uma área de sex shops, bordéis, bares gays, cafés, “peepshows” e prostitutas nas janelas. As luzes vermelhas fluorescentes são uma marca desse bairro. Por ser uma área turística bastante visitada, próximo de lá se encontram vários restaurantes e lojas de souvenirs com os melhores preços de toda a cidade. Deixe o preconceito de lado e dê um pulinho no Distrito de Luz Vermelha, é diversão garantida! n

maurilo andreas

| crônica Foto: arquivo pessoal

Pega!

bravura e falta de preparo físico. Deram a volta na praça em desabalada carreira e o homem suava em bicas, resfolegando vermelho enquanto o meninote sem camisa sorria um riso livre.

Editoria de arte URBHANO

Foto: Rostislav Glinsky / Shutterstock.com

Holanda | na segunda parte da série vamos conhecer aMSTERDAM

rumo ao pequenino que tentava atabalhoadamente se levantar. Não havia como escapar. Em poucos segundos as mãos gordas estavam pousadas nos ombros do garoto com surpreendente leveza. - E aí, machucou? - Não, tá tudo certo. - respondeu o menino, meio envergonhado e com um resto de orgulho que o impedia de reclamar da dor que sentia no joelho. Fora vencido, mas não daria o prazer de se entregar à derrota.

Maurilo Andreas é mineiro de Ipatinga, publicitário de formação e escritor por paixão. Casado com Fernanda e pai de Sophia, é autor de seis livros infantis e foi um dos homenageados na I Feira Literária de Passos. Seu texto

- Tem certeza? - Tenho…

Fora de forma, o homem bem vestido corria desesperadamente atrás do moleque. As pessoas que observavam logo imaginaram a mão magra surrupiando a carteira do gordinho que, perto dos 50, reagia com um misto de

De repente, o impensável: o menino confiante e soberano na arte da fuga tropeçou em um buraco da calçada e se estatelou no chão. Percebendo a oportunidade o homem arrancou forças de algum lugar e disparou

Mal o moleque terminava o aceno positivo com a cabeça, o homem saiu novamente em disparada, dessa vez atrás de ninguém, e gritou enquanto dobrava a esquina. - Então tá com você, bobo. Vem me pegar!

“Sebastião e Danilo” foi escolhido pela revista

Nova Escola para uma edição especial e vários outros fazem parte de livros didáticos e paradidáticos de diversas editoras.

E assim pai e filho mudaram a hora de almoço, mudaram a terça-feira, mudaram a praça com a alegria de uma amizade grande demais para regras. n


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esporte

Agora é Minas Com pontualidade e um sorriso no rosto, César Cielo exibiu otimismo em sua apresentação no Minas Tênis Clube no último dia 13, ocorrido no salão de festas do Clube. Ao lado de autoridades do Minas e vestindo o uniforme, César falou com entusiasmo sobre os projetos para as próximas três temporadas em que defenderá o clube. Dispensado do Flamengo no fim de 2012, após mudança na direção rubro-negra, o nadador estava praticamente sem clube até assinar com o Minas. O tricampeão mundial dos 50m livre estava treinando no Mesa Aquatics Club, nos Estados Unidos, e competindo pelo pequeno Clube de Campo de Piracicaba. Totalmente recuperado de uma lesão nos joelhos, o atleta afirmou estar preparado para conquistar novas vitórias pelo time mineiro. “Depois do Mundial, eu vi que eu precisava ter um cube grande aqui no Brasil, coisa que todo atleta precisa ter, desde os companheiros de treino até a super estrutura que o Minas oferece. E aí, foi só dar continuidade, hoje eu sinto que posso nadar bem de novo”. Cielo tratou com bom humor sua familiaridade com a capital. “Para ser sincero, até agora só conheço a Rua da Bahia, a piscina do Minas e o lugar que estou morando. Não conheço mais nada, vou ter que comprar um GPS”. O atleta destacou que apesar de desconhecer a rotina da capital, não terá problemas na adaptação: “Eu morei no Alabama e foi tranquilo. BH vai ser moleza”. Já instalado na capital, Cesão, como é conhecido, vai trocar de técnico e passará a treinar com Scott Volkers e demais companheiros da Fiat/Minas, depois de uma temporada com o norte-americano Scott Goodrich, seu ex-companheiro de equipe na Universidade de Auburn (Estados Unidos). “Entendi que o Minas seria o clube e o Scott o cara que também poderia ser importante na minha carreira. Aqui, eu senti que posso ser um nadador melhor, nadar mais rápido, que é o que eu quero. Precisava de um técnico que me passasse experiência, capacidade técnica, confiança, que eu ouvisse, acreditasse e sentisse que seria um nadador melhor treinando com ele”. Em tom de brincadeira o atleta disse que esse ano concorrerá a um título inédito na carreira, o de campeão mineiro. O atleta revelou ainda que o flerte com o Minas já vem de longa data. “Eu estou muito feliz com esta parceria, não precisa nem falar muito. O Minas há anos é um dos clubes de elite da natação. Espero continuar o que vem sendo feito, continuar

Para Luiz Lage, Presidente do Minas Tênis Clube, a chegada de Cielo representa um maior desenvolvimento do esporte no estado

Fotos: Cinthya Pernes

Natação | Cielo passa a defender a natação do Minas Tênis Clube nas próximas 3 temporadas “Aqui, eu senti que posso ser um nadador melhor, nadar mais rápido, que é o que eu quero”, declarou o tri campeão mundial César Cielo, após ser apresentado como novo reforço do Minas Tênis Clube

adicionando títulos. Ano passado, quando eu passei pela cirurgia no joelho, eu tinha conversado com o Minas, mas não sabia em que condições físicas estaria. Hoje eu sinto que posso nadar bem de novo. Podem me colocar no revezamento, de borboleta. Me sinto mais confortável e apto para competir”. Durante a coletiva o diretor de natação do Minas, Carlos Antônio da Rocha Azevedo, deu as boas vindas ao recém contratado e elogiou a comissão técnica da Fiat/Minas. “É uma alegria muito grande estar aqui recebendo o Cielo. Também agradeço à comissão técnica, à equipe multidisciplinar e aos atletas da base, que são fundamentais e a alma de todo o trabalho”. Os recordes e títulos mundiais fazem de Cielo não apenas um esportista bem sucedido. A imagem do atleta, de apenas 26 anos, estimula jovens e crianças aspirantes à natação a se dedicar ao esporte, principalmente num clube com centenas deles inscritos. “Espero que vejam como eu trato a natação, como cuido de chegar na hora e não fazer nem 5 metros a menos do que foi estabelecido para o treino. Espero influenciar de forma exemplar.” Importância observada também pelo presidente do Minas, Luiz Gustavo Lage, que vê a chegada do atleta como fundamental para o crescimento do esporte no estado. “Representa muito para o Minas. Estamos enxergando esse crescimento como um todo. Representa muito para o Clube e para as outras modalidades. Nós estamos próximos das Olimpíadas, que é um momento único no país, e ter um atleta igual ao César Ciello representa bastante. Nós temos mil meninos, filhos de sócios aqui. A partir do momento que você tem um espelho, como César Cielo, dentro do Clube,

a expectativa é muito grande. Tem que dar resultado nas Olimpíadas e queremos que seja um projeto de muito tempo. Para que após 2016, ele esteja aí com a gente e seja esse exemplo de atleta que ele é”. n

Ficha do atleta Nome completo: César Augusto Cielo Filho Data de nascimento: 10/1/1987 Local de nascimento: Santa Bárbara D’Oeste-SP Altura: 1,95 m Peso: 88 kg

principais conquistas Olimpíadas Medalha de ouro nos 50m livre (Pequim/2008) Medalha de bronze nos 100m livre (Pequim/2008) Medalha de bronze nos 50m livre (Londres/2012) Mundiais 11 medalhas Pans 8 medalhas Recordes mundiais 3 Recorde olímpico 1


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Foto: Cinthya Pernes

especial

Diogo Mendonça Cruvinel é Cientista político, Bacharel em Direito, Especialista em Direito Público e professor de Direito Eleitoral. diogocruvinel@yahoo.com.br

Cavaletes: um incômodo necessário?

Os cavaletes ocupam a segunda posição na lista de propagandas eleitorais que mais incomodam os eleitores, ficando atrás apenas dos carros de som. Digo isso com base exclusivamente em minhas observações pessoais e conversas com eleitores ao longo dos últimos anos, sem seguir, portanto, qualquer rigor metodológico ou científico.

No período eleitoral, essas peças publicitárias tomam as calçadas, praças, canteiros centrais de avenidas e, por diversas vezes, até as pistas por onde passam os carros. Mas os cavaletes tiveram uma vertiginosa ascensão no gosto dos candidatos apenas em 2006, ano no qual foram proibidos os outdoors. A justificativa para essa proibição era o custo elevado destes, o que acabava beneficiando somente os partidos e candidatos mais abastados. Como consequência, provocaram o repentino e justificado interesse pelos cavaletes, cujo custo de produção e veiculação era significativamente inferior. A rejeição dos eleitores a esse tipo de propaganda foi percebida desde o início. Nas eleições de 2010, por exemplo, vários jovens saíam às

| eleições

ruas durante a noite filmando cenas, protagonizadas por eles mesmos, em que cavaletes de diferentes candidatos eram derrubados a golpes de “voadora” ou pichados, com chifrinhos, bigodinhos e narizes de palhaço. Em seguida, os vídeos eram hospedados no YouTube, obtendo expressivo número de acessos. Já em 2012, alguns movimentos foram articulados nas redes sociais, como o “Você já chutou um cavalete hoje?” e o “Cavalete parade”, este último em alusão direta à exposição artística “Cow parade”, por meio da qual estátuas no formato de vacas bastante coloridas eram instaladas em diferentes pontos da cidade. O “Cavalete parade”, contudo, incentivava as pessoas a recolherem (furtarem) os cavaletes que estivessem nas ruas em períodos proibidos pela legis-

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lação e, em uma data estipulada, devolverem essas peças, mas com manifestações artísticas pintadas no lugar das propagandas políticas. Entendo a insatisfação dos eleitores com os cavaletes e até mesmo com os políticos, mas não tenho como concordar com a destruição de peças publicitárias. Primeiro, porque a legislação eleitoral, além de permitir tal meio de propaganda, ainda tipifica como crime o ato de inutilizar, alterar ou perturbar uma propaganda veiculada licitamente. Segundo, porque entendo que faria muito mais sentido incentivar os eleitores a manifestarem sua insatisfação de maneira mais direta e sem danificar patrimônio alheio. Eu apostaria, por exemplo, em uma campanha que tivesse como mote algo do tipo: “sujou a rua, perdeu meu voto”. n


Aqui você vai conhecer a história da humanidade, passo a passo.

Exposição A História do Sapato uma fascinante viagem pela história da humanidade, dos pés à cabeça.

Antigos / Glamorosos / Famosos / Únicos / Design

De 14 de março a 10 de abril

Piso L2 na área do cinema. Evento gratuito.

outono - inverno 2014

Sapato: Ano 1950 / por Salvatore Ferragamo / para Marilyn Monroe

patiosavassi.com


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