15 . maio a 15 . junho de 2014 . ANO I . Número 19 . Distribuição gratuita
On-line: www.urbhano.com.br
Foto: Jomar Bragança
tudo que inteRessa no seu bairro está aqui
Arquitetura de Luxo Além de magníficas paisagens naturais, a vista do bairro Mangabeiras também é enriquecida por belas casas e Mansões que carregam traços arquitetônicos requintados
local
Foto: Rodrigo Esper
as Academias a Céu Aberto nas praças dos bairros Mangabeiras e Sion e proporcionam saúde e bemestar aos moradores pág. 3
entrevista O Somellier Nelton Fagundes desmistifica a profissão, fala sobre sua paixão e o mercado de vinhos no Brasil pág. 6
gastronomia O frio começou a aparecer e o melhor desta época do ano é aproveitar as diversas receitas de caldos e pratos quentes pág. 10
esporte
campeonato mundial de wakeboard realizado na Lagoa dos Ingleses, o evento proporcionou aos visitantes momentos de adrenalina e diversão Pág. 4
bem estar as grávidas precisam ter uma preocupação maior na hora de viajar de avião e os cuidados são importantes para mamães e bebês pág. 14
opinião
Foto: divulgação
frasesURBHANAS
Foto: arquivo pessoal
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URBHANO mangabeiras | sion Belo Horizonte, 15 de maio a 15 de junho de 2014
Deixa que digam, que pensem, que falem. Deixa isso pra lá, vem pra cá, o que que tem? Eu não estou fazendo nada, você também. Faz mal bater um papo assim gostoso com alguém? Jair Rodrigues Gabriel Oliveira (*)
FORMAÇÃO COMPLETA Como uma ponte que liga os estudantes universitários às demandas do mercado de trabalho, empresas juniores tem se destacado no Brasil e crescem a cada dia. Criado na França em 1967 com o intuito de proporcionar experiência prática aos alunos, promover estudos de mercado e enquetes comerciais em empresas, o modelo chegou ao Brasil em 1988 e foi muito bem aceito por aqui. Segundo a Confederação Brasileira de Empresas Juniores, somos o país que possui o maior número de empresas desse tipo no mundo - são mais de 1,2 mil. Hoje existem empresas juniores brasileiras em várias áreas do conhecimento. Ao trabalhar em uma empresa júnior o estudante se relaciona diretamente com clientes reais e adquire conhecimentos e habilidades relacionados à consultoria. A prática neste ambiente é de fundamental importância para se construir uma visão in loco da gestão empresarial. O resultado é mais eficaz para a formação do aluno, devido à diversidade de vivências e aprendizagem. Além disso, em várias empresas juniores ele pode participar desde o primeiro período de curso, o que normalmente não acontece nos estágios, que preferem estudantes que estão mais à frente na graduação. No mercado de trabalho, espera-se que o profissional que assume uma gerência seja um ‘solucionador de problemas’, e essa experiência prévia contribui muito no exercício da função futura. Além do trabalho prático com os projetos para clientes, também são realizados debates e intercâmbio de idéias com uma agenda constante de palestras e eventos. Fundada em Minas Gerais no ano de 1992, a UFMG Consultoria Jr. (UCJ), uma das pioneiras em seu segmento de mercado, foi a primeira empresa júnior nesta universidade. A organização oferece a um valor acessível - aproximadamente 10% do valor cobrado no mercado - serviços como plano de marketing, estruturação financeira, planejamento estratégico, melhorias em processos e na área de recursos humanos. Resumidamente, o foco é atuar junto ao cliente em assuntos de gestão. A instituição recebe mais de 30 alunos todo semestre, que buscam praticar o que aprendem durante as aulas na Faculdade de Ciências Econômicas da UFMG. Nos últimos 15 anos o papel das empresas juniores tem crescido nas universidades e acreditamos que estas poderiam valorizá-las ainda mais, por meio dos colegiados de cursos e reconhecendo oficialmente a experiência nas empresas juniores como válidas e recomendadas para a formação complementar dos estudantes. A promoção do tema Empresa Júnior está avançando na sociedade. Tramita no Senado o projeto de lei – PLS 437/2012 – que como objetivo regulamentar juridicamente a atuação das empresas juniores, o que pode facilitar o ainda mais o entendimento sobre o papel da empresa júnior. Gabriel Oliveira Presidente da UFMG Consultoria Jr. (UCJ) (*)
Isso é uma fantasia, nunca me neguei a fazer uma fotografia,nem se eu estivesse doente ou muito apressado. Renato Aragão negando que tenha sido responsável pela demissão de um manobrista em shopping do Rio
O Cruzeiro foi prejudicado contra o Bahia, prejudicado contra o São Paulo, contra o Atlético-PR e hoje também. E não acontece nada, a gente vêm fazendo reclamação, vem mandando fita pra ele e não vem acontecendo nada, pela quarta vez. A gente pega essa bandeira bonitinha. Se ela é bonitinha, que vá posar na Playboy, no futebol tem que ser boa de serviço. Ela não tem preparo, os caras gritam e ela erra. O diretor de futebol do Cruzeiro, Alexandre Mattos questionando a atuação da auxiliar Fernanda Uliana no clássico vencido pelo Atlético
Temos um profundo amor que vem de tudo que passamos juntos. Angelina Jolie fez declaração de amor emocionante ao marido, o também ator Brad Pitt
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Jornalista RESPONSÁVEL Raíssa Daldegan | R18.320/MG raissa@urbhano.com.br
Fotos | Lucas Alexandre Souza e Cinthya Pernes Revisão | Pi Laboratório Editorial Jornalista | Renata Diniz Estagiária | Tatiane Consuelo
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local
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Atividades ao ar livre Os bairros receberam Academias a Céu Aberto em diversas praças e locais de grande fluxo de moradores. A iniciativa da Prefeitura de Belo Horizonte possui a proposta de auxiliar a população a praticar atividades ao ar livre, e aproveitar melhor os espaços públicos da cidade. As academias são um conjunto de equipamentos de ginástica adaptados e implantados em espaços de fácil acesso da população, normalmente instaladas em praças e parques. Não há dificuldades no manuseio e na utilização dos aparelhos, que foram feitos para pessoas de todas as idades, mas, prioritariamente, para o público da terceira idade. Na opinião da funcionária pública Raquel Antunes, que tem o costume de praticar atividades físicas diariamente, afirma que é muito útil ter esses aparelhos em locais próximos a sua residência, apesar de acreditar que eles atendem melhor a terceira idade. “É muito bom ter um espaço como esse para praticar atividade física. Eu gosto muito desses aparelhos, faço sempre. Porém eles são bem fáceis, eles são bons mesmo para a terceira idade. Mas sempre que dá, faço um pouco. Não é a mesma coisa que uma academia de verdade, mas é útil, dá para aquecer o corpo”, comenta. Já o jornalista, Rafael Andrade, praticante de corrida, afirma que a ideia ajuda muito a diversificar as atividades realizadas nas praças do bairro. “Esse espaço aqui é muito bacana. É bom não só para quem quer correr, mas também para quem quer pedalar. Para quem quer trazer o cachorro, brincar e para quem quer fazer uma atividade física. É importante a cidade oferecer ao cidadão esse espaço para a prática de exercícios ao ar livre”, conta Rafael sobre a Praça JK. Porém, o jornalista alerta para um problema que as academias a céu aberto podem trazer para os usuários que não tomam alguns cuidados. “É legal ter essas academias para quem quer usar, mas acho um pouco perigoso. A maioria das pessoas que vejo fazendo, fazem de forma errada, pois elas não possuem acompanhamento, então fazem o que dão na cabeça. Mas mesmo assim, acredito que é melhor fazer algum exercício, mesmo que errado, do que não fazer nada”, opina. Além de aumentar os locais de convivência, as academias criam uma rotina de prática de exercícios e estes espaços deixam de ser ociosos, contribuindo para uma vida mais saudável e para a melhoria da qualidade de vida dos moradores. É o que enfatiza também a empresária e moradora do bairro Sion, Érica Arruda. “È muito bom ter um espaço como esse ao ar livre, onde as pessoas podem fazer caminhadas e exercícios a qualquer hora do dia. Depois que foi aumentando o número de pessoas que utilizam a praça e a academia, a prefeitura foi aumentando o número de aparelhos aqui na JK”. Mas a empresária também alerta para os cuidados na realização dos exercícios sem acompanhamento de um profissional. “É bem fácil fazer os exercícios nas academias a céu aberto, mas eu acho que seria muito melhor se tivesse uma pessoa aqui para estar auxiliando, pois o exercício físico precisa de um acompanhamento. É aqui nós temos uma carência disso”, acrescenta. n
Fotos: Cinthya Pernes
Saúde | Academias a Céu Aberto são implantadas em diversas praças dos bairros As academias proporcionam uma opção a mais de exercício para os moradores do bairro
O vereador Marcelo Aro conseguiu, junto à PBH, a implantação das academias nas praças JK e Alaska
Atividades físicas ao ar livre e gratuitas são as propostas das Academias a Céu Aberto implantadas no bairro.
Equipamentos da Academia a Céu Aberto
O programa oferece diversos aparelhos. Confira os detalhes de alguns deles e suas finalidades. alongador Alonga articulações dos membros superiores, cintura escapular, tronco e cintura pélvica.
Rotação vertical Fortalece os membros superiores, melhora a flexibilidade das articulações dos ombros e aumenta a mobilidade das articulações dos ombros e dos cotovelos.
desenvolvimento de ombros
Supino
Fortalece os membros superiores e costas, aumentando a mobilidade das articulações dos ombros e dos cotovelos.
alongador Alonga articulações dos membros superiores, cintura escapular, tronco e cintura pélvica.
Simulador de remo Fortalece a musculatura das costas e ombros.
Rotação dupla diagonal Fortalece os membros superiores, melhora a flexibilidade das articulações dos ombros e aumenta a mobilidade das articulações dos ombros e dos cotovelos.
Fortalece os grupos musculares dos peitorais e ombros e articulações dos ombros e braços.
Simulador de cavalgada Aumenta a mobilidade dos membros inferiores e desenvolve a coordenação motora.
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esporte
Nas ondas do Wake Fotos: Rodrigo Esper
Radical | Torneios levam os melhores nomes do Wakeboard à Lagoa dos Ingleses
Bruno Dib (a esquerda) posa ao lado dos campeões do Campeonato Mundial
Cerca de 90 wakeboarders de diferentes idades e nacionalidades, deram show de manobras na água
Wakeboarders do mundo inteiro disputaram a melhor colocação na quarta etapa do mundial de Wake na Lagoa dos Ingleses
A Lagoa dos Ingleses, no Clube Serra da Moeda, em Nova Lima foi pela sexta vez consecutiva palco de uma das etapas do Campeonato Mundial de Wakeboard. Competidores de todo Brasil e países como EUA, Canadá e Austrália disputaram a melhor colocação no esporte, no qual o atleta se equilibra em cima de uma prancha puxada por uma lancha. O grande destaque do torneio foi o americano Phillip Soven. Mantendo o favoritismo Phillip venceu pela quarta vez a etapa brasileira da WWA – Wakeboard World Series com a pontuação 91.67. O atleta JD Webb com 83.33 ficou em segundo lugar e Austin Hair em terceiro com 77.67. Para os atletas brasileiros não foi possível ir além da semifinal. Nem mesmo o medalhista de ouro nos Jogos Pan-Americanos de 2007, Marcelo Giardi Marreco, conseguiu superar os estrangeiros. “Andei bem, foi a melhor passada da minha vida. Estou feliz porque cheguei perto, por meio ponto não passei para a final. Agora é treinar mais para as próximas etapas”, diz Marreco. O campeão mundial de Philip Soven não poupou elogios ao evento. “É muito importante vencer no início da temporada. Gosto de competir no Brasil, das festas e as pessoas animadas”, afirmou Phillip. Essa etapa do circuito mundial premiou os vencedores com US$ 20 mil em dinheiro. “O evento é único na América Latina. Além da festa no sábado e domingo, as pessoas ainda podem ver as disputas. Existe festa e finais. É um fim de semana completo. Sinto-me realizado de trocar o programa de ir ao bar no fim de semana para estar aqui. Não é só de bar que vive Minas” disse o organizador Bruno Dib, que lamentou a eliminação do Marreco. “Fiquei chateado pelo Marreco não ter passado para a final, ele andou muito bem. Ele é o principal nome do wakeboard nacional. Ele está em 10 º no ranking mundial. Mas a gente ainda pode presenciar surpresas.Por exemplo,o Pedro Caldas de SP, um menino de 14 anos que é uma revelação. Ele ficou em vice no wake games no EUA, na semana passada”, ressaltou animado o organizador. Apesar do sucesso,
Bruno revela prejuízo na edição deste ano devido a realização da Copa do Mundo no Brasil. “Este ano ficou mais complicado para os atletas obterem o visto para vir ao Brasil. Nunca tínhamos tido esse tipo de problema, mas cerca de seis atletas não conseguiram obter o visto a tempo para competir” . O evento também teve outras atrações para o público como aulas de slackline, SUP e skate. Além do público convencional, 40 crianças de lares carentes tiveram a oportunidade de conhecer e praticar os esportes. A ação foi resultado de uma parceria com os organizadores do evento e a prefeitura de Nova Lima. “Essa ação é importante para mostrar as crianças que o mundo está ao seu alcance. Estando ao lado dos grandes atletas mundiais de wakeboard fortalece a oportunidade de se descobrir novos talentos no esporte”, diz Sergio Mota, secretário municipal de comunicação de Nova Lima. Pela noite, o frio não foi capaz de espantar quem chegou para a festa. Repetindo o sucesso da última edição, os ingressos já haviam se esgotado antes do início do evento. Cerca de 2.500 pessoas aproveitaram os shows no fim de semana. Para o responsável pela produtora Prime, da Camarim, Lucas Vereza, os shows durante a noite aliados com a prática de wake pela manhã e tarde promoveram um evento completo. “Muitas pessoas vem para o evento pra acompanhar a prática do Wake e acabam ficando até a noite pra aproveitar a festa. E o público de balada acaba tendo curiosidade de conhecer mais sobre o wakeboard. Então as duas atividades se completam, integram esse público e fazem o evento ser tão especial”.
Campeonato Brasileiro de Wakeboard 2014 Simultaneamente aconteceu a etapa única do Campeonato Brasileiro de Wakeboard, novo formato
que se assemelha ao dos EUA, com as categorias: Profissional, Open, Intermediário, Avançado, Open feminino, Feminino Amador e Iniciantes. Na categoria profissional o atleta Vitor Cordeiro é o novo campeão brasileiro. Em segundo lugar ficou o atleta Marcelo Giardi Marreco, seguido por Fábio Vitor Moreira que levou o terceiro lugar. “A vitória do Vitor Cordeiro foi uma ótima novidade porque temos um novo campeão. É a nova geração chegando com tudo”, avalia o presidente da ABW - Associação Brasileira de Wakeboard, Mario Manzoli. Na categoria Open quem venceu foi o atleta Pedro Machado Caldas. Na categoria Avançado, o atleta Helmuth Altheim Filho levou o primeiro lugar. Na categoria Intermediário, Argeu de Lima Geo Filho foi o vencedor. Na categoria Feminino Open, Teca Lobato foi a melhor atleta na água. n
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entrevista
Paixão pelo vinho Fotos: Cinthya Pernes
Negócios | Sommelier Nelton Fagundes expõe tendências do mercado dos vinhos no Brasil Trabalhando com harmonização de vinhos a partir de 28 até 10 mil reais, o sommelier enfatiza que nem sempre o valor condiz com o sabor da bebida
Com apenas 35 anos, o sommelier Nelton Fagundes já faz parte do seleto grupo de especialistas em vinhos de Belo Horizonte. Coordenando os mais de 1.400 rótulos de vinhos de todo o mundo da Enoteca Decanter,o sommelier é um dos 46 Sommeliers Profissionais Homologados pela associação Brasileira de Sommelier com o nº46 Pin, o único homologado atuando em Bh,conta também com certificados de Sommelier Internacional pelo ICIF e com nível 3 da Wine & Spirit Education Trust - título relacionado à enologia, reconhecido em todo o mundo do vinho. Vindo de uma família de amante de cachaça mineiras e casado com uma pedagoga que foi fisgada pelo vinho, Nelton é apaixonado pela bebida e contou ao jornal UrBHano os sacrifícios e desafios vencidos para entrar e se especializar no mercado. Há 13 anos trabalhando diretamente com o produto, o profissional abandonou uma posição confortável numa empresa para investir no sonho de viver do seu conhecimento sobre vinhos. Preocupado com o desenvolvimento da bebida e com a especialização dos profissionais ele fala com otimismo sobre a produção e mercado nacional de vinhos. O sommelier se prepara, ainda, para novas conquistas, intensificando seus estudos com a intenção de levar o nome de Minas no o seguimento de vinhos e alimentos. Nelton também foi convidado para participar do Projeto Douro e Estrela, que percorreu as regiões de Douro e Beira Interior ao norte de Portugal, com o objetivo de conhecer os vinhos, os queijos, a história e a cultura regional, com ênfase nos produtos e pratos típicos portugueses. O projeto vai além da enogastronomia, com visitas em museus históricas e hotéis monumentais. O sommelier foi convidado devido ao seu conhecimento e influência na área enogastronômica em Minas Gerais. Como você entrou no mundo dos vinhos? Comecei a trabalhar em 2002 num local que oferecia aos clientes várias coisas: azeite, massas e tinha um setor de bebidas pequeno, whisky, vodka, e vinho. Todo mundo que ia comprar vinho, perguntava como ele era e queria saber da bebida. Ninguém perguntava sobre a vodka ou o whisky. Então fiquei curioso e comecei a estudar. Em 2002 eu fiz um curso na Médica. Em 2004 fiz um curso de sommelier internacional pelo CIF que é uma escola italiana. Que tem varias células no mundo inteiro. Morei no Sul do Brasil um tempo, voltei pra cá fiz ABS. E mais um monte de coisa acontecendo, fiz várias degustações. Porque nessa profissão
degustações são essenciais. Depois na escola Wine Experience, estou no nível 3. Meu pai não gosta muito de vinhos. Minha família fazia cachaça, mas uma coisa foi levando a outra. Foi difícil investir em sua formação profissional? Eu sempre gostei de trabalhar com vendas, trabalhei num empório que tinha 100 vinhos diferentes. Tinha um salário legal. E fui para outra loja que tinha mais de mil rótulos. Pedi demissão da empresa em que trabalhava antes para ir pra essa loja trabalhar só com vinhos. Não foi fácil. Passei a ganhar metade, do que eu ganhava antes. Abri mão
de muita coisa pra trabalhar no que gosto. Antes eu trabalhava mais com alimentos, vinho era só uma pequena parte. Hoje eu vejo que valeu a pena. Sua família te apoio quando você decidiu se tornar sommelier? Meu pai sempre questionou muito, porque tem que beber bastante. Ele ficava meio preocupado. Quando fazemos festa lá em casa ele fica preocupado. Semana passada fiz uma festa, abrimos 15 garrafas pra 10 pessoas. Ele falou: você vai morrer qualquer hora. (risos) Mas me cuido bastante, bebo bastante água. Provo muito, mas não bebo muito.
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Uma taça por dia? Depende do tamanho da taça (risos). Após os desafios em investir na profissão, sua inserção no mercado ocorreu de forma tranquila? Como eu comentei, nós fazemA área de sommelier é difícil. Quem vê de fora acha que é muito glamourosa, mas é bem complicado. É muita dedicação. Tem que ler muito. Fazer um cursinho não adianta muita coisa. Tem que pesquisar, falar com pessoas influentes. Então é um pouquinho pesado se você quiser ser realmente bom.
entrevista vai comprar. Temos vinhos a partir de 28 reais até 10 mil reais. Quem entende mesmo de vinho toma vinho branco e tinto o ano todo. Em sua opinião, hoje as pessoas estão mais interessadas em conhecer sobre vinhos? Antes as pessoas perguntavam: esse é muito bom? E quem atendia respondia: sim, muito bom. Hoje em dia, muito bom não basta. Não se pode falar mais isso. Eu falo as características e pergunto o Sr. gosta desse tipo de vinho? As pessoas hoje querem saber da acidez, se é madeira, qual a estrutura e história. A trajetória manda muito, existe uma curiosidade se a safra foi importante, se o enólogo tem alguma particularidade sobre a bebida e fatores históricos. É algo indiferente
Quais as dificuldades para se formar como sommelier hoje no Brasil? O Brasil está meio carente de profissionais especializados, mas não é culpa de ninguém. Na Europa é o seguinte: muitas famílias têm vinhedos, seja de pais ou avós. Tem um contato direto. No Brasil o nosso primeiro contato é abrir uma garrafa de vinho. E quem decide trabalhar com vinhos tem de se interar do assunto, até começar a entender demora um tempo. Não basta só querer ser somellier e fazer um curso, tem que estudar muito. É como um advogado que não tem carteira do OAB. Tem uma entidade regulamentadora Trabalhando com harmono Brasil, a Associação Brasileira de nização de vinhos a partir Sommelier fundada em 83. No Brasil de 28 até 10 mil reais, o sommelier enfatiza que hoje só existem 46 sommeliers profinem sempre o valor condiz sionais, que assim como eu, possuem o com o sabor da bebida certificado.
Quais as tendências para o mercado de vinhos brasileiros? O Brasil é um bom produtor de espumantes, isso é fato. Então se você De acordo com Nelton, cada perguntar um sommelier da Argentina, país produz a bebida de Uruguai ou Chile que entende de vinhos acordo com as caracterísele saber que Tannat é no Uruguai, ticas peculiares da região produzida, por isso o cada Cabernet Sauvignon no Chile, Malbec vinho tem um sabor único na Argentina e espumantes no Brasil. Isso é conceito formado. Só que para se comparar com os grandes do mundo falta um pouco de tempo ainda, mas o caminho está formado. Tem muita coisa boa no Brasil. Cada vinho tem uma característica. O italiano uma, o chileno outra e o brasileiro também é diferente. Você pode gostar ou não. Isso não implica que ele não seja bom. O estilo pode não agradar. O vinho brasileiro tem muita acidez, porque o clima é assim. Chove muito, o solo é ácido. Então as pessoas nem sempre amam, pois não são macios como Chile e Argentina. Quem começa a tomar vinho, geralmente toma esses ao preço do vinho. É mais poético inclusive. Eu tenho primeiro. Ou ainda da Espanha ou França. Então o amigos que tem alguns vinhos excepcionais, os mais brasileiro não acostuma o paladar ao vinho brasilei- caros do mundo: Château Petrus, Château Margaux, ro e sim ao vinho de outros países. grandes vinhos, muito sofisticados. Quando vamos fazer algum relato sobre o vinho, as pessoas perguntam: Com a chegada do frio do outono, houve um qual a sensação? Eu respondo: é um vinho. Um vinho aumento nas vendas? Quais os vinhos mais que custa 40 mil não vai ser nunca mil vezes melhor procurados? que um de 40 reais, mas é a mesma coisa pra quem A gente vende de tudo o ano inteiro, isso é boba- gosta de arte ver a Monalisa de perto. Tem muitas coigem. Você pode pensar que em janeiro as pessoas sas envolvidas. Só quem gosta bastante pode entender. não tomam muito vinho porque está quente, mas não é assim. As pessoas bebem vinho o ano inteiro. O preço interfere na qualidade da bebida? Claro, no inverno aumenta um pouco. Mas a nossa Normalmente o vinho bom é o caro, mas tem coivenda está muito ligada ao conhecimento de quem sas que são impagáveis. Se você pegar um vinho de 10
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mil reais e der a alguém que nunca tomou vinho, provavelmente ela vai achar horrível. Não é que é a pessoa seja despreparada ou não tenha bom gosto. Mas tem que ter leitura, bagagem para dar um salto desses. Aquela história que vinho bom é vinho velho, é verdade? A gente faz muito curso de vinho na casa e essa pergunta é muito comum. Não é verdade. A idade de um vinho depende muito. Tem prontos em seis meses, que no sétimo mês já estão estragados. Vinhos sem conservantes, por exemplo os Beaujolais. E outros que podem durar de até 100 anos, que é o caso Château e Bordeaux da década de 30, 40 e 50 que estão perfeitos. Mas se você pegar um vinho branco ou tinto simples e deixar passar dez anos, com certeza ele estragar, pois não foi concebido para durar tanto. A maioria dos vinhos não é pra envelhecer e sim pra se tomar assim que comprar. Esse espumante se ele não tem safra você tem de tomar em até dois anos. O pessoal fala direto que está guardando vinho há alguns anos e eu já aviso que daqui a pouco ele estará bom pra temperar carne. Existe preconceito com vinho brasileiro? Hoje o sommelier brasileiro é massacrado com muita informação, porque tem muito vinho no Brasil. Se você vai à Toscana, na Itália, vai numa loja e só encontra vinhos de lá. O vendedor ainda conhece quem produz. E assim acontece em outros países europeus. Aqui eu tenho vinhos da Croácia, Eslovênia, Hungria, Alemanha e Francês nem se fala. O mercado brasileiro é muito competitivo e tem de tudo. No nosso país é diferente, as pessoas vem pra cá pra beber vinho do exterior e inclusive o nosso. Sou considerado entre meus amigos o defensor do vinho brasileiro, tento fazer degustação e divulgar tudo. Mas a maioria dos profissionais não indica o vinho nacional. Se você pedir num restaurante, talvez te indiquem algum na carta. Mas a maioria não vai querer lhe vender isso, por achar que não vale à pena. Eu sou o contrário. Sempre que vem alguém de fora, eu falo você tem que tomar esse aqui. Semana passada veio um italiano a loja, da Lombardia, eu abri um espumante brasileiro pra ele e ele gostou. É bacana, é legal. Mas ninguém quer fazer isso, é coisa de brasileiro acreditar que o bom vem de fora. Apesar dos vinhos brasileiros terem um longo caminho a percorrer existe alguns muito bons. Quais as recomendações pra quem deseja ter uma adega em casa? Não é obrigatório ter uma adega em casa, muitos acham um investimento caro ter uma adega no apartamento. Pra quem toma vinho de vez em quando, o recomendável é procurar um canto fresco da casa e manter os vinhos deitados no chão. Mas o ideal, pra quem gosta muito, é ter uma adega. Tenho amigos com cinco mil garrafas em casa. Adega deve ser mantida em 13°C e 75% umidade. Mesmo alguns restaurantes não tem adega. Caso você não queira investir em uma, compre vinhos e tome rápido, dentro de um ano. Porque tentar envelhecer vinho sem adega é perder dinheiro. n
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Estilo na montanha Foto: Daniel Mansur
Arquitetura | Mansões do bairro Mangabeiras são uma atração à parte O maior desejo dos consumidores de arquitetura e design de luxo é a exclusividade do projeto
também no caráter plástico de suas formas”, relata. Segundo o arquiteto, a tendências das mansões e da arquitetura de luxo hoje, caminha para ambientes cleans, com grandes vãos na cobertura e nas aberturas (portas e janelas), pouca mistura de materiais nos acabamentos e muita integração com os exteriores. Para ele projetar grandes casas é uma tarefa complicada, pois envolve diversos espaços amplos que precisam entrar em harmonia. “Por um lado sim, o trabalho de detalhamento é muito maior, pois envolve um número muito grande de
A designer de interiores Iara Santos acredita que a arte é um elemento chave para personalizar uma decoração
Foto: Jomar Bragança
Para os amantes da arquitetura, o bairro é um verdadeiro reduto. Encontramos casas dos mais variados estilos: modernas, atuais, sofisticadas, barrocas e tradicionais. O arquiteto Luiz Lanza que já realizou cinco projetos no bairro, conta que os detalhes e estilos de cada casa dependem dos gostos individuais dos clientes. “Cada uma delas têm características próprias, pois foram pensadas para atender necessidades e expectativas diferentes de cada cliente, o que lhes confere personalidades diferentes não só nos aspectos operacionais e funcionais dos espaços, mas Foto: Priscila Borella
Foto: Daniel Mansur
Cercado pelo esplendor da natureza, o bairro Mangabeiras possui uma das vistas mais bonitas da cidade. Muitos turistas e frequentadores da região ficam admirados com a beleza das montanhas da Serra do Curral. Porém, é impossível passear pelo Mangabeiras sem notar as belas casas e mansões construídas no local desde 1960, quando o bairro começou a ser projetado. Exclusivamente residencial e com regras específicas que impedem a construção de prédios ou pontos comercias no local, as casas imperam e dão contorno criativo e requintado no cenário de montanhas da região.
Especialista em projetos para classe A, arquiteta Estela Netto procura viajar, conhecer feiras internacionais e ler sobre diversos assuntos
O arquiteto Luiz Lanza adora projetar grandes construções, já possui cinco casas assinadas no bairro Mangabeiras
matéria de capa
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Foto: Daniel Mansur
Foto: Daniel Mansur
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Foto: Jomar Bragança
Uma das preocupações dos proprietários das mansões é com a área de lazer
Foto: Daniel Mansur
Para compor os espaços, esse público busca peças que não se repetem e nem são vistas com frequência em outros lugares
espaços e sistemas que devem ser muito bem compatibilizados, envolvendo muitos outros profissionais, o que exige um trabalho de equipe bem coordenado, já que é o arquiteto que deve comandar tudo. Por outro lado, como geralmente os terrenos são muito maiores, a composição espacial é mais livre e pode-se jogar com mais liberdade na relação entre os espaços e as formas que os definem”. O planejamento de cada casa começa pelas preferências específicas de cada proprietário. Todo projeto inicia-se por uma conversar detalhada, como se fosse um briefing, contendo todas as informações a respeito de estilos e desejos dos clientes. Um dos moradores do Mangabeiras fez um pedido mais complicado para o arquiteto Luiz Lanza, mas ele confessa que adora os desafios da profissão. “Um cliente especificamente apresentou um problema diferente, pois além de colecionador de obras de arte contemporâneas é também um desportista e queria uma galeria para suas obras e uma quadra de tênis integrada na casa. Mas este tipo de desafio é o que mais me motiva porque me da oportunidade de criar espaços e formas diferenciados”. Para atender a esse público criterioso e com vontades muito sofisticadas. A arquiteta e moradora do Sion, Estela Netto, analisa quais são os diferenciais necessários para os projetos desenvolvidos para o público de luxo. “O grande diferencial dos projetos desenvolvidos para classe A é que as preocupações desse público nunca são voltadas para as
necessidades básicas. Isso porque elas certamente já serão atendidas no projeto. Atenção dessa classe fica voltada sempre aos detalhes que vão tornar o projeto único, exclusivo, que vai traduzir espacialmente o modo pessoal de vida daquele cliente. Como são pessoas com repertório estético apurado, isso contribui para que os projetos sejam sempre diferenciados. Essa classe sempre espera mais pelos projetos arquitetônicos desenvolvidos e o profissional que os atende deve viajar. Conhecer feiras internacionais. Ler muito sobre diversos assuntos para que, dessa forma, possa atender com primor os anseios desse exigente cliente”, exemplifica a arquiteta que possui diversos projetos realizados para o público classe A. Muitas casas no bairro são antigas e possuem em sua própria construção marcas do tempo. Alguns de seus moradores já são da segunda geração da família. Alguns desejam manter a arquitetura da casa como estão, outros desejam investir em praticidade e tecnologia. Caminhando junto com a inovação do design, hoje uma forte tendência do mercado é investir em automação. A arquiteta Estela Netto acredita que clientes de luxo buscam essa forma de exclusividade como um meio para se destacar. As tecnologias para o mercado de luxo visam sempre à exclusividade. E isso vai desde uma pedra de origem paquistanesa até a automatização de toda a casa por meio do iPhone. Existe um desejo de se destacar dos demais. A forma de
destacar varia de pessoa para pessoa. Uns investem mais na aquisição de móveis de design internacional ou nacional, outro já querem uma casa mais cosmopolita. Eles desejam realizar no projeto tudo àquilo que almejaram. Existe uma disponibilidade financeira para atender esse fim e cabe a nós, profissionais, atender os desejos dos clientes”, afirma a profissional. Os moradores que querem modernizar a casa, sem mexer na sua estrutura ou fazerem obras, quem causam muito transtorno e dor de cabeça, podem investir em decoração dos ambientes. Para a designer de interiores Iara Santos quem investe neste tipo de serviço são pessoas pertencentes à classe média alta e classe A, pessoas que entendem a função do design e sua importância. Acostumada a desenvolver projetos para públicos com esse perfil, a especialista conta sobre as dificuldades da decoração de grandes ambientes. “O mais complicado é não repetir. Cada ambiente deve dialogar entre si, mas manter peças (objetos, cores) únicas usadas somente naquele ambiente. Outro desafio é fazer naquele ambiente grande um espaço harmonioso e acolhedor”, detalha. A profissional ainda comenta sobres as tendências do mercado da decoração atualmente. “A tendência para projetos de luxo está no mobiliário exclusivo. Hoje se valoriza muito a inserção da fotografia na decoração, o uso da cor também está mais em evidência atualmente”, afirma a designer. n
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gastronomia
Para afastar o frio
Caldos | Com as baixas temperaturas, o prato ganha destaque na mesa do belo-horizontino Com mínimas de 11 C ° no mês de maio, as baixas temperaturas na capital vêm fazendo os belo-horizontinos tirar blusas pesadas do armário. Uma forma de aproveitar o tempo frio é desfrutando da culinária mineira, rica em caldos e pratos quentes. De olho nisso, muitos restaurantes da capital já aderiram ao cardápio variedades da receita. Alguns empresários promovem ainda festivais de caldos nesta época do ano. Com três opções constantes em seu menu, o restaurante Emporium Armazém Mineiro adere aos festivais há 18 anos. Durante o período de maio a junho, o restaurante abre um leque de 15 variedades do prato. “Temos demanda por caldos durante todo o ano, por isto, a cada noite mantemos ao menos 3 tipos por noite em nosso fogão a lenha. Quanto mais frio o tempo, maior ainda a demanda. Varia muito, mas normalmente os mais procurados são os mais tradicionais, como, Mandioca com carne cozida, Feijão Preto com pertences de feijoada, Caldo de Mocotó, Canjiquinha com costelinha, Mocotó e Bambá de Couve”, conta o empresário Eduardo Caldeira responsável pelo estabelecimento. Comprovando a demanda frequente, o professor universitário Walter Parreira, 64, conta que há cerca de 10 anos tem um ritual, tomar caldo duas vezes na semana antes de dar aulas. “Pode estar frio ou quente eu sempre vou lá e tomo um caldo. Porque é muito bom, principalmente nesse tempo frio pra esquentar o corpo e é pertinho de onde dou aulas”, conta o professor.
Os cardápios de BH costumam listar opções tradicionais, como os feitos com feijão e mandioca. Pratos similares, como a vaca atolada e a canjiquinha, também costumam aparecer nas mesas. Mas para os aventureiros existem caldos diferentes, feitos com camarão, frutos do mar, batata baroa, inhame e abóbora. Para diversificar um pouco conheça também o caldo de Bambá de Couve. n
Bambá de Couve
pelo restaurante Emporium Armazém Mineiro
Ingredientes
• 1 maço de couve • 150g de bacon cortado em cubos • 1 cebola média picada • 2 dentes de alho finamente picados • 1 1/2 litro de caldo de carne ou de galinha • 1 xícara (chá) de fubá • 4 ovos • Sal a gosto • Azeite a gosto • Pimenta do reino branca a gosto
Modo de Preparo
Doure os cubos de bacon em um fio de azeite, junte o alho e a cebola e refogue junto com os cubos de bacon dourados • Adicione o caldo de carne ou de galinha e deixe ferver • Dissolver o fubá em um pouco de água fria e adicionar ao caldo fervente • Espere voltar a ferver e deixe ferver um pouco até a consistência desejada • Quebre os ovos diretamente no caldo fervente, tomando o cuidado de mexer delicadamente para não desmanchar totalmente • Finalize com a couve rasgada com a ponta dos dedos, descartando os talos • Tempere com sal e pimenta do reino branca a gosto Foto: Cinthya Pernes
Foto: Cinthya Pernes
eleições | especial
Diogo Mendonça Cruvinel é Cientista político, Bacharel em Direito, Especialista em Direito Público e professor de Direito Eleitoral. diogocruvinel@yahoo.com.br
prefeitos itinerantes
Dando continuidade ao tema tratado por esta coluna na edição passada (Reeleição e democracia), abordarei agora o caso dos prefeitos que, tendo sido uma vez eleitos e reeleitos, lançam sua candidatura para as eleições municipais seguintes em outra cidade, geralmente vizinha da anterior. Com isso,
entre eleições e reeleições em municípios diferentes, perpetuam sua atuação à frente dos Poderes Executivos municipais, normalmente em uma mesma região sobre a qual exercem forte influência. Conforme já destacado, um dos princípios basilares de qualquer democracia minimamente séria é a alternância de mandatários no poder. No caso do Brasil, nossa Constituição permite a reeleição aos chefes do Executivo apenas para um único período subsequente. Até as eleições de 2008, não havia restrição aos prefeitos itinerantes. Porém, tanto o TSE, em abril de 2011, quanto o STF, em agosto de 2012, decidiram que tal prática não seria mais permitida. Com essas decisões, ficou clara a interpretação dada ao texto da Constituição de que a proibição
ao terceiro mandato deve ser analisada de acordo com a situação do candidato, e não do município por ele comandado. O que mais chama a atenção nesse caso é que a proibição aos prefeitos itinerantes surgiu sem que para isso tenha havido nenhuma alteração em nosso arcabouço legislativo. O texto legal, que se manteve o mesmo, simplesmente ganhou nova interpretação pelo Judiciário que, para o bem ou para o mal, acarretou mudança na maneira como os eleitores escolhem seus representantes, ao tirar da disputa candidatos cuja participação antes era assegurada. Entendo que, da forma como as regras estão atualmente postas, o sentido seja o de garantir a alternância do poder apenas em determinada circunscrição (municipal, esta-
dual ou nacional). O termo “reeleição”, portanto, diz respeito somente ao caso do candidato que por mais de uma vez se elege para ocupar exatamente o mesmo cargo, o que pressupõe a continuidade de sua gestão, e não para aquele que concorre em município diverso, ainda que próximo. Contudo, na esteira do entendimento firmado pelo TSE e STF, foi aprovada recentemente, na CCJ do Senado, a PEC 38/2007, para incluir em nossa Constituição, de maneira expressa, a proibição aos prefeitos itinerantes. Aguardemos a concretização dessa mudança para ver se o Congresso realmente acabará com mais esse tipo de conduta, normalmente adotada por aqueles que praticam a política menos por vocação do que por profissão. n
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cultura
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Em prol da leitura Foto: divulgação
Solidariedade | ONG leva bibliotecas para dentro de comunidades carentes
Com a vontade de fazer o bem, três amigos iniciaram uma ONG em 2002 chamada FuteFeliz, a ideia era abria escolinhas de futebol em comunidades carentes para inclusão social através do esporte. O projeto já levou integração social por meio do futebol para diversas comunidades do Brasil. Porém os amigos queriam mais, e foi assim que em 2005 nascia um novo projeto. André Resende, Caetano Altafin e Rafael Cordeiro sempre acreditaram que a educação poderia melhorar diversos problemas do país, por isso, investiram na proposta de criar bibliotecas em comunidades carentes. A iniciativa passou por dificuldades e por uma
grande perda, um dos criadores descobriu um câncer e acabou falecendo. André Lara Resende, 32, Vice-Presidente da ONG, conta que o fato fez com que os amigos seguissem em frente, e hoje comemoram a 10ª biblioteca inaugurada. “Tivemos dificuldades no início, então criamos um nome e logo mais chamativo para Um Pé de Biblioteca e abrimos a primeira em 2009, que chamamos de Rafael Cordeiro em homenagem ao amigo que iniciou. De lá pra cá já foram 9 bibliotecas, e a 10ª é em BH”, comemora André. No dia 10 de Maio foi inaugurada a Biblioteca Elizabeth Santos na Creche Cruzada do Bem Elizabeth Santos, localizada no Jardim América próximo à favela da Ventosa. O vice-presidente da ONG relata como é feita a escolha e o processo de montagem da biblioteca. “Somos um projeto, e gostamos de garantir o envolvimento da comunidade local na abertura, além de desenvolver o caráter voluntário em jovens da região. Preocupamos-nos muito com a continuidade do projeto, por isso, abrimos em locais que chamamos de pontos de suporte, ou seja, onde já exista um projeto a mais de um ano e com perspectivas de continuidade e que tenha pessoal capacitado para continuar a biblioteca. Nossas bibliotecas são doações, analisamos o local indicado na primeira visita, arrecadamos, fazemos parcerias, captamos voluntários e inauguramos realizando a entrega para a entidade cuidar. Somos um projeto com
início, meio e fim, e pensamos sempre em modernizar para garantir que o apoio seja melhor possível, com menor custo, maior envolvimento local e que realmente gere impacto social na comunidade onde apoiamos”, conta o Vice-Presidente. n
Quero uma Biblioteca Para quem tiver o interesse de ter uma biblioteca na sua comunidade é só entrar no site da ONG Um Pé de Biblioteca (www.umpedebiblioteca.org.) e fazer o cadastro no selo “Quero uma biblioteca na minha comunidade”.
Para Ajudar A ONG busca constantemente doações de móveis, estantes, computadores e livros. Facebook: facebook.com/UmPeDeBiblioteca Site: www.umpedebiblioteca.org E-mail: contato@umpedebiblioteca.org andre.resende@umpedebiblioteca.org casadabetinha@ig.com.br
maurilo andreas
| crônica Foto: arquivo pessoal
Juleide Maurilo Andreas é mineiro de Ipatinga, publicitário de formação e escritor por paixão. Casado com Fernanda e pai de Sophia, é autor de seis livros infantis e foi um dos homenageados na I Feira Literária de Passos. Seu texto
- Pai, sabe quem é a minha professora nova? - Quem, filha? - A Juleide! - Juleide? - É, ela é muito legal. - Nome diferente… Juleide.
E assim seguiram as coisas, a cada dia uma notícia nova com a Juleide como protagonista: novas brincadeiras, novas matérias, novos projetos e minha filha adorando tudo.
Sentamos então aquele bando de adultos descobrindo como ser pais e ficamos prestando muita atenção até que uma moça se levantou e disse:
Até que fomos chamados para a primeira reunião de turma. Muitos pais desconhecidos, muita conversa pra descobrir “ah, então fulano é seu filho” e pra perguntar “e aí, tá gostando da escola?”, até que chegaram os professores.
- Olá, eu sou a Juliana Leite, professora dos filhos de vocês. Aí imediatamente veio, com meses de atraso, a resposta. Juliana Leite. Ju Leite. Juleide.
“Sebastião e Danilo” foi escolhido pela revista
Nova Escola para uma edição especial e vários outros fazem parte de livros didáticos e paradidáticos de diversas editoras.
E lá fui eu pedindo licença e saindo da sala pra ver se ainda conseguia pegar com minha filha o bilhete que eu havia escrito para a Juleide aquela manhã e recomendado muito que ela não deixasse de entregar. n
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moda |
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Isadora vargas
Desire to inspire Tendência | Nas coleções de inverno, quem vai brilhar é o conforto
Quatro capitais da moda, 321 desfiles, mais de 10 mil looks. Em meio a esse alvoroço, repleto de novidades, foram selecionados o melhor de Nova Iorque, Londres, Milão e Paris para você se inspirar e sair bem por aí. Existem temporadas em que o “sexy” reina e outras em que o romance é quem impera. Existem também aqueles estilistas que são chegados em viagens no tempo e inspiram suas coleções e looks no anos 60, 70, 80... O que acontece nessa transição de estações é que as marcas – mais do que quais cores serão in ou qual peça será o must have da vez
– plantam o desejo de conforto, que com frequência vem sendo ignorado pela indústria da moda. Saem saltos de tirarem o fôlego, entram tênis em maisons de alto luxo? Sim! A realidade agora é pé no chão, embora ainda custe muitas cifras. O que também desperta a busca de proteção e aconchego é a sobreposição de tricôs e casacos amplos, que cada vez mais parece sumir no mundo moderno. Tudo isso para a mulher se esconder, ou pelo menos ficar menos expostas com a ajuda de belíssimas roupas – não que as mulheres não possam mostrar um pouco de pele e sua silhueta, mas isso
Sobreposições trabalhadas em camadas monocromáticas geram sintonia ao look e é uma garantia de acerto. Muito cuidado ao montar o seu modelito, pois ele deve ser confortável e continuar sofisticado, sem aparentar desleixo. Se você não se identifica com volumes em excesso, provocados pelas camadas de roupas, dê preferência a peças de tecidos mais finos. Cintos grossos podem ser usados para acentuar a silhueta. Vale lembrar que tênis e botas baixas são tentativas de buscar o conforto esquecido pela indústria fashion.
Aquecimento Global
As peles continuam sendo ecologicamente incorretas, mas nem por isso deixam de ser vistas por aí. A boa notícia é que, com a tecnologia da industria têxtil, é possível obter um resultado quase que perfeito de uma pele sintética, podendo ser confundida com a verdadeira.
Foto: divulgação
Foto: divulgação
Zona DeConforto
CinquentaTons DoInverno
Garota DaCapa
Elegantes e práticas, as capas viraram objeto de desejo no inverno. Os modelos minimalistas, em tons de marrom ou camelo, completam o look de forma elegante e clássica. Para um visual despojado e confortável, aposte nas opções mais esportivas.
Foto: divulgação
Os brancos, tons pastéis e preto básico já marcaram presença. Mas a maior novidade dos eventos de modas que aconteceu pelo mundo foram as nuances de marron, que prometem substituir o preto de sempre. O vermelho-aberto também se destacou, mas o shape é clean. O verde-floresta, sem se preocupar em achar que está igual ao Hulk é sofisticado e feminino. Se quer investir em uma cor, fuja do óbvio e escolha uma dessas! Foto: divulgação
pode ser óbvio a ponto de levar à exaustão. Atualmente, é quase impossível pensar na vida sem tecnologia, principalmente quando se diz respeito a industria têxtil e os fashion shows, que nos remete que o componente humano ainda é essencial. O resumo de tudo isso? Pelos próximos meses a moda vai trabalhar a favor do conforto. Pelo menos nada de saia lápis de couro fetichista ou andar com vestidos longos de princesas que parecem funcionar só no red carpet. No inverno de 2014/2015 a palavra-chave é conforto, inspire-se nesta ideia! n
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cristina ho
| turismo
13 Foto: Arquivo pessoal
Tulipas e moinhos
Simbologia | a holanda tem suas marcas registradas reconhecidas
Foto: arquivo pessoal
O moinho de vento é um dos cartões-postais mais famosos da Holanda
Chegamos no período do ano mais colorido da Holanda, os meses de abril e maio são agraciados pelo florescer e o desabrochar dos bulbos de tulipa, enchendo de encanto a paisagem deste belo país! Trouxe a sua cestinha? Então vamos começar o nosso passeio pelos campos floridos. Mas antes vamos alugar uma bicicleta, pois, além de ser o meio de transporte favorito dos holandeses, é a melhor maneira de percorrer os extensos campos e apreciar as fragrâncias frescas das flores. As tulipas vêm em cores e formas bem variadas, vermelhas, amarelas, roxas, brancas, rosas, laranjas e até pretas. Curiosamente, apesar de ser símbolo da Holanda, é uma planta originária da Turquia! O nome da flor foi inspirado na palavra tülbend (que em turco-otomano significa turbante, pois na forma invertida lembra essa peça turca) e mais tarde foi afrancesada para tulipe. Ainda no embalo de conhecer os símbolos da Holanda, nossa próxima visita nos leva a um moinho de vento. Os moinhos de vento existem desde antiguidade e foram os holandeses que aperfeiçoaram este extraordinário gigante de madeira. Além de ser cartão-postal do país, os moinhos exercem um papel importante na manutenção territorial – usados para bombear a água e manter a terra seca – e na produção, como
Cristina Ho também escreve no www.fasciniopelomundo.blogspot.com.br moer grãos, serrar madeiras, entre outros. Por dentro de um moinho você terá oportunidade de conhecer melhor a sua história e o seu funcionamento e, quem sabe, operar as suas pás! Como parte importante da herança cultural fica evidente o motivo de os holandeses terem, desde o começo, construído tantos moinhos: o que mais tem lá é vento! A energia eólica é utilizada no país com os moinhos de vento mais modernos – chamados de “turbinas de vento”. E os moinhos de vento antigos, clássicos, que sobreviveram, são criteriosamente catalogados e preservados, e alguns (poucos) ainda funcionam! Na próxima edição vou te levar para uma vila dos pescadores onde vamos conhecer um restaurante que há seis gerações é comandado pela mesma família e degustar um delicioso e inesquecível salmão defumado! n
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bem estar
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Grávidas nas alturas Foto: Cinthya Pernes
Cuidados | Companhias aéreas exigem documentação específica para gestantes com 27. Olhei com a médica e contei as semanas. É bom tomar cuidado, ainda mais porque já tive problemas de aborto. Por isso, só faço a viagem com autorização médica. Não tem perigo, está tranquilo. O único cuidado que preciso é o mesmo cuidado que toda grávida deve ter. Andar de roupas mais leves, evitar cafeína, chá, pois dão vontade de ir ao banheiro e também andar um pouco pelos corredores do avião”. Medidas úteis para evitar a possibilidade de mal estar durante o vôo garante a obstetra Dra. Suzana Pires do Rio, especialista em gravidez de risco. A médica, cooperada pelo Unimed, ainda acrescenta outras ações que promovem uma viagem melhor (no Box). Para a médica as precauções das empresas aéreas não constituem nenhum exagero, já que é fundamental um acompanhamento médico durante a gestação. A especialista ainda recomenda o melhor período para viajar. “Entre 14 e 28 semanas. Pois a época de maior risco de abortamento já passou, e as náuseas e os vômitos já não são tão frequentes. Depois disso, o útero cresce muito sendo mais incomodo pra ela”, elucida Dra. Suzana. A medica explica ainda que o ambiente da aeronave não atua de forma danosa as gestantes”. n
Dicas para uma viagem segura e confortável Segundo a obstetra Dra. Suzana Pires do Rio, especialista em gravidez de risco. Caso a viagem seja acima de quatro horas, tais medidas são obrigatórias. Com sete meses de gestação, Virgínia Machado adotou recomendações médicas na hora de embarcar
A comodidade e agilidade de viagens aéreas influenciam na hora de planejar uma viagem. Apesar disso, poucos sabem dos cuidados requeridos pelo translado aéreo, principalmente de gestantes. Já que o longo período sentado e restrições de cuidados médicos são situações enfrentadas por passageiros. Com base nisso, o Conselho Federal de Medicina (CFM), formulou precauções direcionadas a profissionais de linhas aéreas e gestantes. As recomendações estão presentes na cartilha: “Doutor, eu posso voar?”, e foram adotadas pela maioria das empresas aéreas, atuantes no Brasil. Respaldadas pelo informativo, as companhias passaram a exigir documentação específica de grávidas que desejem embarcar em vôos nacionais e internacionais. Com viagem agendada para o Rio de Janeiro e 28 semanas de gestação, a advogada Virgínia Machado, 23, procurou orientação médica. De acordo com ela, a profissional de saúde informou que o CFM determina que até 31ª semana a grávida não corre riscos adicionais ao realizar viagens aéreas. Além disso, cada empresa aérea possui sua própria política de embarque de gestantes. “Com base nas restrições da Gol, a empresa em que viajei, minha médica me deu uma declaração. Pela empresa, poderia viajar até a 27ª semana sem atestado. A partir desse período, preciso de atestado de responsabilidade do médico. Mas eles (funcionários do aeroporto) nem me pediram nada, nem perguntaram quantas semanas tinha. Na volta, quando já estava dentro do avião na hora de decolar, a comissária de bordo me perguntou de quantas semanas eu estava. Ela não chegou a me pedir o atestado, mas eu tinha por precaução”, relata a advogada. No caso da grávida, que estava na transição da 27ª para 28 ª semana gestacional, o atestado médico não era obrigatório. Ainda segundo normas da empresa, só a partir de 28ª para 34ª semana a empresa exige o atestado do médico. Da 36ª até 40ª a gestante só pode embarcar com a presença do médico. Para Virgínia, a exigência das empresas ocorre na medida certa. “Achei que seria mais complicado, mas a viagem foi super tranqüila. Se eles tivessem me pedido pra autenticar o atestado médico, aí seria exagero. Até me surpreendi, não tive nenhum incomodo”. Com a família em Belo Horizonte e morando no Distrito Federal, a professora Liliany Mariano,33, afirma ter encontrado meios de conciliar viagens com os cuidados da maternidade. Embarcando neste mês, na 26 ª semana, Liliany não teme o vôo. “Não tenho preocupação, pois viajei na minha primeira gravidez. A médica me disse que no máximo com 30 semanas eu poderia viajar sem riscos pra mim, nem pra ele”, conta a professora que aguarda um menino. “Vou com 26 semanas e volto
• Beber muita água; • Não se sentar ao lado da janela. Como a grávida faz mais xixi, ela deve sentar no corredor, porque fica muito mais fácil pra ir ao banheiro; • Fazer exercícios de flexão e rotação dos pés. Essas atividades diminuem muito o risco de trombose durante os vôos, não apenas de grávidas, mas de todos os passageiros de forma geral; • Utilizar meia elástica. O uso auxilia na circulação sanguínea e evita o risco de trombose; • Levantar e andar pela cabine, a cada hora sentada; • Usar roupas e sapatos confortáveis. Como o pé fica mais inchado nesse período, é aconselhável o uso de tênis ou sapatos de base larga e abolir os sapatos de salto alto e bico fino; • Levar soro fisiológico. Numa cabine pressurizada, o ar é um pouco mais seco. Por isso, é recomendável que a grávida pingue no nariz e assim evitar que ele sangre.
Recomendações do Conselho Federal de Medicina (CFM) para gestantes Recomenda-se que os vôos sejam precedidos de uma consulta ao médico. De forma geral as seguintes medidas devem ser observadas: • As mulheres que apresentarem dores ou sangramento antes do embarque, não devem fazê-lo; • Evitar viagens longas, principalmente em casos de incompetência ístmo-cervical, atividade uterina aumentada, ou partos anteriores prematuros; • A partir da 36ª semana, a gestante necessita de declaração médica permitindo o vôo. Em gestações múltiplas a declaração deve ser feita após a 32ª semana; • A partir da 38ª semana, a gestante só pode embarcar acompanhada dos respectivos médicos responsáveis; • Gestação ectópica é contra-indicação para o vôo; • Não há restrições de voo para a mãe no pós-parto normal, mesmo no pós-parto imediato.
Responsável Técnico: Dr. Marcos Sampaio - CRMMG 27858
Quando nasce um filho, também nasce uma mãe. UMA HOMENAGEM DA ORIGEN PARA O DIA DAS MÃES.
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