Journal UseFashion - Novembro 2009

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ANO 6 • nº 70 • NOVEMBRO 2009 • Edição Brasileira

moda profissional

preview verão 2011

Bem-estar | Natural | Tecnologia e Emoção | pág. 63

R$20,00

ISSN ISSN1808-6829 1808-6829

Roupas didáticas para aprender brincando | pág. 34 Ideias de vitrines para o Natal | pág. 40 Brechós conquistam consumidores | pág. 44 O design de Dijon de Moraes | pág. 54 Roberto Ethel e a comunicação de moda | pág. 62




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nesta edição fotos: © Agência Fotosite, UseFashion e reprodução

Capa: Bem-estar, Tecnologia e Emoção, Natural. Os três temas, que devem nortear os lançamentos para o verão 2011, são capa desta edição.

na capa

gente

34 INFANTIL

08 é moda

Roupas que estimulam o aprendizado.

Looks comentados de Milão e Londres.

40 VISUAL DE LOJA

É Natal para o varejo. Acompanhe ideias de vitrines e as tendências em decoração da Christmasworld.

22

10 paparazzi

Irreverência X Discrição no mundo das estrelas. 57 Estilo

44 REPORTAGEM

Em cinco imagens, a repórter de moda da MTV, Jana Rosa, revela seu estilo.

Brechós conquistam consumidores de todas as idades. 54 PERFIL

O designer Dijon de Moraes fala sobre sua trajetória, o período que estudou na Itália e o seu novo livro, que será lançado em 2010. 62 OPINIÃO

Moda, credibilidade e transparência. Por Roberto Ethel.

18

moda 12 VESTUÁRIO

63 EDITORIAL DE MODA

Preview para o verão 2011. Bem-estar, Natural, Tecnologia e Emoção. Esses são os temas que devem nortear os próximos lançamentos.

A sazonalidade na malharia retilínea. 18 Calçados

Solados coloridos, com texturas e desenhos, atraem consumidor. 20 Bolsas REPORT

44

Estruturas inusitadas e divertidas para o inverno 2010. 22 ACESSÓRIOS

Peças negras ou em preto e branco são tendência no inverno 2010. 23 ACESSÓRIOS

Pérolas coloridas vão bem até com jeans.

curtas 06 Portal usefashion.com

Panorama pós-crise e as perspectivas para 2010 são o tema da reportagem especial do portal. O que as lojas mais importantes do mundo estão mostrando em suas vitrines de Natal e fim de ano. E o inverno 2010 na moda nacional, no Minas Trend Preview. 07 dicas da redação

Exposição Melissa + Zaha Hadid, 7ª Bienal do Mercosul e a Ergonomics Real Design.

24 ACESSÓRIOS REPORT

O acessório que se camufla como uma parte do vestuário.

38 acontece

Courovisão: lançamentos para o inverno 2010.

26 radar internacional

Metal e bodado. 28 radar nacional

60 Campus

Os ganhadores e seus trabalhos no Prêmio Francal Top de Estilismo.

Charme discreto x Quase imperceptível. 78 MEMÓRIA 30 MASCULINO

Peças-chave para o verão 2011.

40 anos da GAP e a morte de seu idealizador, Donald Fisher.


expediente design

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Diretor-Presidente Jorge Faccioni Diretora Alessandra Faccioni Diretora de RH Patrícia Santos Diretor de Redação Thomas Hartmann Diretora de Pesquisa Patrícia Souza Rodrigues

50 design

Arte em copos; Horas em cores; Lixeira conceito; Paul Smith para Evian; Maniac World.

opinião 52 cultura

Instituto Cultural Inhotim. Por Eduardo Motta. 52

NEGÓCIOS

Núcleo de Pesquisa e Comunicação Editora-Chefe Journal Inêz Gularte (Mtb 7.775) Edição de Moda Eduardo Motta (consultoria) Redação Aline Ebert (Mtb 13.687), Fernanda Maciel (Mtb 13.399), Eduardo Pedroso e Juliana Wecki (assistentes) Projeto Gráfico Ingrid Scherdien Produção de Arte Ingrid Scherdien (design gráfico), Francine Virote (tratamento de imagens), Carine Hattge (revisão de imagens), Jucéli Silva e Vanessa Machado (web design) Equipe de Pesquisa Nájua Saleh (assessora de pesquisa de moda), Kamila Hugentobler (assistente de pesquisa), Aline Kämpgen (assistente de coordenação de imagens), Aline Romero, Daiane Padilha, Francine Virote, Juliana Geisel, Nícolas Samuel Gehlen e Thaís de Oliveira (classificação e tratamento de imagens) Consultores Angela Aronne (malharia retilínea, underwear e beachwear), Daniel Bender (inovação), Eduardo Motta (vestuário feminino e masculino), Juliana Zanettini (jeanswear), Paula Visoná (malharia circular), Renata Spiller (infantil e acessórios) e Vanessa Faccioni (visual de loja) Colaborou nesta edição Roberto Ethel

58 NEGÓCIOS 50

Como a ciência do consumo pode aumentar suas vendas

UseFashion Journal (ISSN 1808-6829) é uma publicação mensal do Sistema UseFashion de Informações Tiragem: 10.000 exemplares Impressão: Midia Gráfica - RBS

ao leitor Natural, Bem-estar, Tecnologia e Emoção são os temas que vão nortear os lançamentos para o verão 2011. Qual o papel do Brasil neste novo cenário mundial pós-crise, quais as atitudes do novo consumidor, que estratégias de varejo vão atender a clientes mais exigentes? Estes são alguns dos aspectos abordados em Editorial de Moda, que é capa desta edição de novembro. Na nossa Reportagem, o tema é a moda brechó. Como estas empresas de peças antes desprezadas, por serem de segunda mão, têm conquistado adeptos - inclusive entre as crianças? Seria o preço, a questão do estilo, a adoração ao vintage e ao retrô? Conversamos com pessoas que trabalham no ramo, entrevistamos pesquisadores e trazemos para você um pouco deste clima de nostalgia, ao mesmo tempo cheio de estilo. E quando o assunto é Infantil, as roupas didáticas é que fazem o show. Veja como o vestuário pode estimular o aprendizado, despertando os sentidos e principalmente fazendo a criança brincar. No Perfil, conheça o designer Dijon de Moraes, autor de livros e com mais de 300 produtos desenvolvidos em nível industrial. Ele fala do início de sua carreira, da experiência internacional,

conta sobre suas ideias a respeito de educação e design nacional e também sobre seu novo livro que será lançado em 2010. Imperdível. Em Visual de Loja, acompanhe um especial sobre Natal. Veja algumas ideias de vitrines pelo mundo e saiba quais as tendências apontadas pela feira de decoração Christmasworld, de Frankfurt, para este ano. Em Negócios, acompanhe dicas de especialistas sobre como aumentar a eficiência de seu ponto de venda por meio da ciência do consumo. Em Opinião, Roberto Ethel, sócio-diretor da MKT MIX Assessoria de Comunicação e da PRCOM, importantes assessorias de imprensa, escreve sobre o amadurecimento na comunicação de moda. Tudo e isso e muito mais no UseFashion Journal de novembro.

Vários dos conteúdos que abordamos nesta edição podem ser complementados no portal usefashion.com. Alguns são de acesso exclusivo para assinantes do portal. Ligue 0800 603 9000 e veja como acessar. Os textos dos colunistas e colaboradores são de responsabilidade dos mesmos e não representam necessariamente a opinião da empresa. Todos os produtos citados nesta edição são resultado de uma seleção jornalística e de consultoria especializada, sem nenhum caráter publicitário. Todas as matérias desta edição são de responsabilidade do Núcleo de Pesquisa e Comunicação da UseFashion. Proibida a reprodução, no todo ou em parte, sejam quais forem os meios empregados, sem a autorização por escrito do Sistema UseFashion de Informações.

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por tal u se fa s hion .com co nte ú d o pa r a a s s i n a nte s

2010/11 minas trend preview

Como será 2010/11?

inverno 2010

O novo cenário pós-crise é o tema da reportagem especial publicada neste mês no portal. Especialistas e empresários respondem como os vários setores da economia ligados à moda estão percebendo este momento. Quais as perspectivas para o próximo ano, o que muda, o que permanece, os reflexos da crise ainda serão sentidos em 2010/11? Estes e outros temas, de importância direta para a indústria da moda, estarão em nossa reportagem especial. Não deixe de conferir.

De 3 a 7 de novembro, o Minas Trend Preview dá a largada na nova temporada nacional.

foto: Messe Frankfurt Exhibition GmbH/divulgação

Reportagem especial

A Lagoa dos Ingleses, em Belo Horizonte, será o palco para desfiles, palestras e salão de negócios com os lançamentos nacionais do inverno 2010. A UseFashion estará no evento trazendo para seus assinantes o melhor do Minas Trend Preview.

Natal pelo mundo As propostas de decoração para o Natal das mais importantes lojas mundiais estão no portal UseFashion. Acompanhe no link Visual Merchandising as apostas em cores, elementos decorativos, toda criatividade dos profissionais para encantar os clientes nessa época de festas de fim de ano.

UseFashion nas redes sociais fotos: reprodução

Antenada nas últimas tecnologias que ajudam a ampliar seus contatos, a UseFashion criou seu espaço no Twitter (postagens rápidas que chamam Notícias) e também Flickr (fotos-legenda de eventos, campanhas, desfiles...). Os endereços são www.twitter.com/usefashion e www.flickr.com/usefashion

NOVEMBRO

calendário

SURPREENDA-SE COM O QUE O PORTAL USEFASHION.COM PODE LHE OFERECER!

ASSINE! LIGUE: 03 a 07 - Minas Trend Preview (dia 3, evento de abertura com Ronaldo Fraga)

0800 603 9000 vendas@usefashion.com


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dicas

da redação Melissa + Zaha Hadid

foto: divulgação

A partir deste mês, a Melissa criada pela arquiteta iraquiana Zaha Hadid estará na exposição Design Real na Serpentine Gallery, uma das mais importantes galerias de arte da Inglaterra. O renomado designer Konstantin Grcic assina a curadoria da mostra que ficará em cartaz durante três meses. A Melissa + Zaha Hadid passou a ser comercializada nos EUA recentemente, porém já está com as vendas esgotadas. O modelo foi requisitado para participar da Bienal de Pádua que começou em 27 de outubro deste ano e vai até 1° março de 2010. Ele faz parte de uma instalação, que complementa a mostra do trabalho de Zaha Hadid. E o sucesso é tamanho que não para por aí. O modelo criado em parceria com a arquiteta também está no livro Fifty Shoes That Changed the World (Os 50 sapatos que mudaram o mundo). Lançado em outubro pelo Design Museum de Londres, o livro traz ainda a Melissa Lady Dragon, criada em parceria com Vivienne Westwood. Veja outros modelos em: www.melissa.com.br

foto: reprodução

7ª Bienal do Mercosul Até o dia 29 de novembro, acontece a 7ª Bienal do Mercosul com mostras de arte em três espaços, Armazéns do Cais do Porto, Santander Cultural e MARGS – Museu de Arte do Rio Grande do Sul –, além de locais públicos de Porto Alegre (RS). Segundo a Fundação Bienal do Mercosul, esta edição irá promover ações pensadas para envolver o público em um processo contínuo de aproximação e diálogo, abrindo espaço para que as contribuições da Bienal à comunidade sejam positivas e crescentes. Mais detalhes: www.fundacaobienal.art.br

foto: reprodução

Ergonomics Real Design

Entre os dias 18 de novembro e 7 de março de 2010, o Design Museum estará com exposição Ergonomics Real Design. A mostra apresentará, através de protótipos e exposições interativas, exemplos de peças de design ergonômico, desde cadeiras a controles remotos. Esta exposição revela o envolvimento e o processo de pensamento por trás desta ciência, explorando a teoria, princípios e métodos utilizados e aplicados para criar itens de qualidade. Este evento é organizado por meio da parceria entre o Museu do Design e a Universidade de Brunel. Na imagem, Commode, Pearson Lloyd for Design Bugs Out, 2009. Informações: www.designmuseum.org/exhibitions/2009


h le Sa ua áj N r Po

a od ilã

o

m M

é

Óculos com armação preta e tamanho grande, símbolo dos geeks, denota todo o conceito do visual. O cabelo preso ajuda a destacar o acessório.

Bolsa matelassê com alça de corrente é ícone da feminilidade.

Calça clochard de flanela xadrez traz uma mistura do social comportado com a estampa alternativa. As cores são neutras, acompanhando o look.

Blusa em malha mescla demonstra a opção pelo conforto, que não deixa de ser luxo nos dias de hoje. O lenço estampado se sobressai e dá estilo a mais para a parte superior do corpo. Por ser de cores fechadas, não entra em conflito com a calça.


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fo to U s: se

Alice Dellal, conhecida pela sua atitude frente ao mercado da moda, traduz seu estilo através do seu hairstyle, com laterais raspadas.

s Fa hi on

Acessórios com metais pesados e tatuagens, como esta da caveira na parte inferior do braço, complementam o estilo único da filha da famosa modelo brasileira Andrea Dellal.

Meia arrastão com rupturas irregulares remete ao desequilíbrio do estilo punk. O fetiche também está introduzido neste contexto.

Simples na modelagem, a regata/vestido com estampa composta por pequenos ossos desenhados dá ousadia necessária ao visual.

Exagerado no salto e ao mesmo tempo discreto na cor. Peep-toe com estrutura meia-pata e tiras afiveladas dá força ao look.


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p ap ara z zi

irreverência x discrição fotos: © Agência Fo

tosite

Por Paula Visoná

Lady Gaga ao

lado de Marc Ja

cobs e Lorenzo

Mar tone

pois Costa, de Francisco e d York o d va o la em N e s ao Eva Mend alvin Klein C a d e il sf do de

Durante as semanas de moda de setembro, não só as coleções prendem a atenção dos fotógrafos. Os convidados especiais também são disputadíssimos por esses profissionais. É o caso da irreverente e expressiva Lady Gaga, que assim como a cantora Madonna, acompanhou os lançamentos de Marc Jacobs. Como de costume, Lady Gaga mesclou elementos com linguagens distintas. Entre punk e retrô, o look composto evidenciou metais, demonstrando o acento underground que costuma imprimir às suas composições.

Madonna Lady Gaga e

no desfile da

Marc Jacobs

Por outro lado, Eva Mendes elegeu a discrição, bem ao estilo da Calvin Klein, marca para a qual tem emprestado sua sensualidade. Eva elegeu um modelo de vestido simples, em tecido metalizado bege claro. Apesar de clean, o look acabou enaltecendo a beleza inconfundível da atriz.



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ve s t uário

p o nto d e v i s ta

Sazonalidade na malharia retilínea Um desafio a ser enfrentado por Angela Aronne*

Tramas abertas e transparências em materiais com aspectos tecnológicos na coleção de verão 2010, da Animale, no São Paulo Fashion Week.

AF Vandervorst, em Paris, busca criatividade para o verão 2011 nas assimetrias trabalhadas nos recortes. Destaque para os materiais sedosos.


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fotos: © Agência Fotosite

Laura Biagiotti busca a leveza do ponto gazeado para as transparências do verão 2011 em Milão.

O verão continua a ser um problema para as malharias brasileiras. A maioria deixa de apostar em produtos para essa temporada por não acreditar em um resultado significativo. Préjulgamentos consideram que o tricô é sempre muito quente e, portanto, não agradaria ao consumidor no verão. Mas será que isso é mesmo verdade? Ou faltaria às nossas malharias empreendedorismo suficiente para colocar no mercado peças atrativas, em fios finos, de textura suave, ideais para o clima quente?

Laura Biagiotti, em Milão, mantém a tendência dos metalizados. Camadas de babados brincam com as transparências em tramas abertas e fechadas.

Arrisco-me a responder que não temos o produto certo e não fazemos o seu lançamento na época ideal. De acordo com Mônica Rosenfeld, profissional de desenvolvimento de produto em malha retilínea e representante de marcas brasileiras importantes como Animale, Ellus, Isabela Capeto, Le Lis Blanc, Mara Mac, Osklen, Maria Bonita, Maria Filó, entre outras, do Rio de Janeiro e de São Paulo, “entrar com o produto na hora certa é fundamental. Em fevereiro de 2010, os setores de criação das

malharias têm que estar com a ideia pronta para que o desenvolvimento comece em março, para o alto verão do próximo ano. Devemos mudar o nosso conceito e entender que, no segmento, vamos ter que adiantar o calendário. Marcas como a Ellus já começam a trabalhar neste tipo de produto em novembro. Mal termina o showroom de inverno, já começam os desenvolvimentos de verão. Não existe tempo para descanso e pensar no que vai ser feito”.


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ve s t uário

p o nto d e v i s ta

A Le Copains, em Milão, dá leveza para o tricô com pontos trabalhados com furos simulando o crochê.

Se refletirmos um pouco, veremos que esta antecipação das coleções de verão é, sem dúvida, viável. A própria UseFashion, em outubro, disponibiliza a seus assinantes informações sobre as tendências de desfiles de verão 2011. Observando atentamente o mercado brasileiro, percebemos que marcas como Animale, Mara Mac, Ellus, Maria Filó, Les Lis Blanc, Osklen e a marca de beachwear, Salinas, trabalham coleções de verão menores, mas não deixam de apostar em produtos de tricô. Deixando claro que existe um resultado comercial no segmento no verão, mas direcionado para um público seleto, disposto a pagar mais por produtos especiais.

Ainda na coleção de verão 2011, a grife aposta na modelagem ampla das túnicas, com ponto vazado.

Mônica cita a marca Aspargos. Localizada no Rio de Janeiro, a grife trabalha forte com malha retilínea de fabricação própria. No verão, mistura o tricô com outros produtos na loja, sem deixar de lado seu produto principal. Não podemos esquecer que no Rio faz calor o ano inteiro e, mesmo assim, o tricô é valorizado palas marcas cariocas e por sua clientela. Pensando desta forma, este período de sazonalidade, que vai de outubro a dezembro, é quando as malharias devem aproveitar a baixa de produção, em que a maioria das malharias está adiantando o inverno, para trabalhar o verão. Em novembro, já é possível começar

Tramas abertas, transparências e modelagem ampla assimétrica: fórmula da Le Copains no tricô de verão.

o desenvolvimento das minicoleções, para que em fevereiro tudo esteja pronto. Desta forma, não há prejuízo para o forte da produção de inverno, que começa em janeiro, e ainda otimizamos o tempo nas épocas de baixa, aproveitando a ociosidade das malharias, para pensar de forma ágil e planejada o produto certo para o verão. Matérias-primas e tramas Quando se fala em matéria-prima, devemos ficar atentos às novas possibilidades de fios do mercado nacional. Misturas com linho, linho


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fotos: © Agência Fotosite

Arrojada a Balmain faz desgastes nas tramas de tricô, imitando os efeitos da malha circular e do jeans.

com seda, algodão com seda e viscoses são ótimas opções de fios com bons resultados no que diz respeito às condições térmicas. Escolher o fio certo é muito importante nesta hora. Impor, em todas as situações, o algodão, nem sempre é uma boa solução, pois o resultado final, dependendo da tensão do ponto, pode ser bem quente. 100% algodão penteado, ultrafino, trabalhado nas máquinas, de preferência desagulhado, sempre dá um resultado perfeito. As tramas mais abertas da malha retilínea e os pontos desagulhados em algodão tem um resultado térmico bem melhor que a trama fechada da malha circular do Piquet trabalhado

Isabela Capeto, na sua coleção de verão 2010, no São Paulo Fashion Week, apostou nos vestidos leves em tramas mais abertas na máquina 12. Atenção no tingimento artesanal.

nas polos. Isso nos faz pensar que a forma como trabalhamos a trama é que deixa o produto quente. Portanto, devemos nos preparar e investir cada vez em tecnologia e apostar em gauges finas como 12 e 14, e quem sabe até 16 e 18. Desafio para as fiações Não posso deixar de fazer um alerta no que diz respeito às fiações brasileiras. Elas lançam suas cartelas de cores com atraso, para as malharias que investem no verão. Para resolver a questão da sazonalidade, seria preciso que as fiações se adequassem às novas necessidades das

malharias brasileiras, lançando suas cartelas e fios com antecedência. Outro desafio a ser enfrentado é o preço dos fios nacionais. Os mais inovadores estão sendo lançados no mercado a preços muito altos, deixando as peças em tricô a um preço não competitivo. E nem sempre o resultado final justifica esse preço. Por isso, é preciso que as fiações agreguem cada vez mais valor no tratamento dos fios ou repensem suas políticas de preço. Estes seriam os melhores caminhos para que o setor encontrasse um ponto de equilíbrio. Com fiações e malharias antecipando-se às demandas do mercado.


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ve s t uário

p o nto d e v i s ta fotos: © Agência Fotosite

Mara Mac, no Fashion Rio, fez experimentações na modelagem ampla da túnica sem cavas, tecida com painel inteiro. Tramas abertas desagulhadas com fios leves.

Beneficiamentos Outro caminho possível para o setor de retilínea é investir em beneficiamentos. Sublimação, silks, resinas, amassados e estonados já comprovaram que trazem um resultado ainda mais criativo nas tramas de tricô. Devemos tornar este valor mais percebido no mercado. Como? Investindo em tecnologia, na mistura de materiais, sofisticando ainda mais as peças, usando a criatividade na hora de trabalhar a modelagem, trazendo novas soluções pelas experimentações e assimetrias.

A marca de beachwear Salinas apostou no cardigã leve para complementar a sua coleção de verão 2010 nas passarelas do Fashion Rio.

Nada de trabalhar produtos que entrem em concorrência direta com a malha circular. Para isso, devemos esquecer de vez os básicos. Minicoleções Ao invés de trabalhar com coleções de inverno o tempo todo, as malharias deveriam investir forte em minicoleções. Com as incertezas climáticas deixando as estações cada vez mais confusas, nem os magazines estão mais absorvendo altos estoques. Grandes redes como Renner, C&A e

Zara trabalham com a diversificação de produtos e com estoques cada vez mais baixos, apostando no lançamento das minicoleções, colocando produtos novos a cada mês nas lojas. *Angela Aronne é consultora de moda da UseFashion, especialista na área de malharia retilínea, lingerie e beachwear. Tem formação universitária na área de comunicação e é pós-graduada em Moda, Consumo e Comunicação pela PUCRS. Atuou por mais de 15 anos nas áreas de desenvolvimento de produto e coleção em empresas como Paramount, Lacoste e Privet Label.



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c alç ado s

Beleza íntima Solas coloridas, com desenhos, estampas e texturas diferenciadas, dão toque de exclusividade Por inêz gularte Foi-se o tempo em que o que não podia ser visto, o que ficava encoberto, não precisava ser belo. Hoje em dia, consumidores, cada vez mais exigentes, querem garantia de bom acabamento e capricho nos detalhes. Não é por que o forro está por dentro da roupa que pode ser feio, ou feito de qualquer jeito. E o que dizer das etiquetas? Ganharam desenhos tão apurados e modernos que várias marcas optaram por deixálas à vista, na parte externa da roupa. Mas, no caso do calçado, você já se preocupou com a estética da palmilha, ou da sola do modelo que está comprando?

Sim, é comum fiscalizarmos a qualidade do acabamento, mas sem exigirmos muito da estética. Para quem trabalha na área, no entanto, o visual destas partes um tanto escondidas dos calçados tem ganhado importância. Principalmente, no caso das palmilhas, as estampas não são nenhuma novidade. Mas, chegando à parte de baixo do calçado, aquela que fica em contato com o solo, o mais comum é encontrarmos cores neutras e texturas-padrão com o objetivo bem funcional de dar segurança, impedir que o calçado escorregue, garantindo aderência. Mas por que não investir em solados mais alegres?

Foi depois de Louboutin imprimir como marca registrada de suas criações as solas vermelhas, que esta parte do calçado começou a chamar a atenção dos consumidores pelo mundo. Todos queriam imitar as celebridades fotografadas com suas sandálias altíssimas com fundo “vermelho Louboutin”. Nos desfiles internacionais de verão 2011, o cuidado estético, a exploração das cores, o uso de estampas e a criatividade na impressão da marca, usada algumas vezes em relevo, não deixam dúvida. Por lá, solas e solados recebem um trabalho estético apurado. Mesmo não sendo assim tão comum no Brasil, as indústrias de calçados têm investido neste detalhe para que não passe desapercebido. A Corso Como, que além de sua própria coleção desenvolve os calçados de Isabella Giobbi e Reinaldo Lourenço, é uma das marcas que investe no diferencial. “Quando surgiu o projeto da Isabella Giobbi, foi decidido que teria as mesmas características de um sapato Corso Como (conforto, qualidade, todo em couro, social e ecologicamente correto). Porém, o solado e a palmilha seriam em cor diferente da coleção Corso Como original, que usa solado natural, com logo ‘queimado’ e com a presença de nossa marca registrada, o strass. Isso foi feito, tanto para a diferenciação entre as coleções, como para o enriquecimento visual da coleção da estilista, como um recurso fashion pra requintar o produto”. Segundo Jéssica T. Blankenheim, do marketing da Corso Como, a primeira coleção criada por eles para Isabella Giobbi tinha solado e palmilha pink. Na coleção de verão 2010, a estilista decidiu mudar e optou por solado amarelo e palmilha nude. Seguindo este pensamento, a coleção Corso Como por Reinaldo Lourenço nasceu com solado verde e palmilha preta.

Dennis Basso | Nova York

Y3 | Nova York

Reinaldo Lourenço | SPFW

fotos: divulgação

fotos: © Agência Fotosite

Ruffian | Nova York

Isabella Giobbi


Diadora

Esportivos saem na frente Na área dos esportes, os tênis já têm, há algum tempo, apostado na diferenciação dos solados. Como esta parte do calçado é responsável por absorver o impacto e, através de novas tecnologias, aumentar o desempenho, existe também uma preocupação estética intrínseca. A Umbro traz um bom exemplo. A marca está com um concurso na web “Customise your Speciali” que mostra como as solas podem ser diferentes. No hotsite www.umbro.com/ mydesign, o modelo mais tradicional da marca, a chuteira Speciali, está recebendo propostas, vindas de todo o mundo, de novos desenhos, frases, fotos e estampas para dar cara nova à parte de baixo da chuteira. Das propostas enviadas, 11 serão escolhidas e confeccionadas. Três dos selecionados poderão escolher o atleta patrocinado pela marca que usará a sua criação estampada na sola. De acordo com Adriano Lopes Eziliano, gerente de produto da Umbro Brasil, o consumidor olha e avalia o solado na hora da compra. Por isso, a marca investe em detalhes como cores e texturas. “São fundamentais para atrair a atenção dos consumidores e se diferenciar dos concorrentes”. Ele ressalta que a finalidade de uso é o primeiro ponto a ser considerado na hora de pensar o solado de um tênis da marca. “No caso de sola para campo, temos alturas de travas e materiais diferentes. Para um campo profissional, precisamos de travas mais altas, as quais permitam ao atleta ter a tração necessária. No caso de campos de terra, as travas devem ser mais baixas e mais largas para melhor distribuição de peso e de impacto. Quando pensamos em solados para futsal, as características são outras: perfil baixo e desenhos que permitam aderência à quadra”.

Para Alexandre Allgayer, gerente de produto da marca, o solado é 50% do calçado. “No caso de solados com tecnologia aparente, como no modelo Diadora Aros, este peso é ainda maior. Os designers veem esta parte do sapato como uma grande oportunidade de extravasar e experimentar novas possibilidades”. Mas ele alerta que nem tudo pode ser feito nos solados. Diz que o maior limite para a exploração desta área do calçado é o conforto, já que o solado não pode ficar muito pesado ou muito duro. “Mas devemos lembrar que a tecnologia evolui todos os dias e o que seria impossível hoje, pode ser normal daqui a um ano”. Allgayer diz que os solados da marca são construídos sempre visando performance e durabilidade. “Todas as solas têm, na parte intermediária, materiais nobres como EVA (material para absorção de impactos muito leve) ou Nitral (composto exclusivo da Diadora para amortecedores). Só usamos borracha na parte que toca o solo”.

Umbro

fotos: divulgação

Outro fator relevante para a Umbro é adequação tecnológica. “Os atletas profissionais e heavy users buscam desempenho, por isso a aplicação de tecnologias ao produto é fundamental”. Ele diz que o solado de performance sempre tem alguma tecnologia, devido à sua importância técnica no calçado. “Fazendo uma analogia, o solado equivale ao chassis de um carro”. Por fim, o gerente da marca faz um alerta. “De nada adianta ter o produto certo, com tecnologia adequada, se ele for feio. Nos dias de hoje, tanto atletas como amadores querem usar produtos bonitos e adequados às suas necessidades”.

Outro bom exemplo de preocupação com a sola do tênis aparece na Diadora. A marca acaba de lançar o modelo Speciale Street, com sola em borracha estampada e uma sobressola de borracha transparente. Os anos 1980 estão ali, em grandes números vermelhos sobre um fundo amarelo contrastante. O nome da coleção não podia ser diferente, Diadora 80.


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bol s a s report

Aposte em novas estruturas Formatos diferenciados de bolsas para o inverno 2010 Por NÁJUA SALEH

Os estilistas soltam a criatividade ao inovar os formatos das bolsas. Para o inverno 2010, eles utilizaram materiais estruturados e semiestruturados, metais e outros elementos que influenciaram na modelagem final dos produtos. Geralmente, as bolsas de materiais rígidos são as mais exploradas para causar impacto no formato. É o caso da carteira de Emilio Pucci, toda

Alexandre Herchcovitch | Nova York

em metal, em uma forma embrionária na bolsa de mão. Alexandre Herchcovitch optou pelo modelo irregular e por material rígido assim como Rachel Roy, que sugeriu o hexagonal lapidado.

um pentágono estruturado. Para finalizar, a caixinha de Christian Lacroix, que deu lugar aos modelos mais espaçosos, sem tanta mobilidade, porém um luxo só.

Para efeitos assimétricos, Cheap and Chic Moschino utilizou tecido para dar formas onduladas, enquanto Armand Basi, apesar de aparentar pregas em seus foles, apresentou

Quer saber mais novidades? Acesse o portal www.usefashion.com, link Report.

Rachel Roy | Nova York

Cheap and Chic Moschino | Milão


Emilio Pucci | Milão

fotos: © Agência Fotosite

Armand Basi | Londres

Christian Lacroix | Paris


aces sórios

foto: divulgação

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Preto no branco Por que nada é tão básico

Morellato | Vicenzaoro

por Inêz Gularte Consultoria: renata Spiller Há algum tempo, a UseFashion vem apontando a tendência black total nos acessórios. O colar escolhido para estrelar o cartaz da feira Eclat de Mode, que aconteceu em setembro, não deixa dúvida. A tendência continua no próximo inverno. E, já pontua alguns desfiles do verão 2011. Pedras, pérolas, correntes, fitas em veludo, ou tiras de couro, todos negros, estão em alta em peças normalmente combinadas com prata ou aço. Mas também em joias e bijuterias que combinam preto ao branco. foto: © Agência Fotosite

fotos: UseFashion

Emporio Armani | Milão | verão 2011

Nina Ricci | Eclat de Mode


Nem tão dia, nem tão noite

Pérolas se renovam e vão bem até com jeans Não apenas brancas ou negras. As pérolas rosadas e douradas também têm vez no próximo inverno. Elas que, durante séculos foram consideradas as mais importantes das gemas preciosas, perdendo o posto apenas no século 18, quando as técnicas de lapidação foram aprimoradas, hoje podem ser naturais, artificiais ou cultivadas. Dal Lago | Vicenzaoro

Mescladas a correntes e com referências étnicas, se renovam no uso, ganhando o dia-a-dia na combinação com o jeanswear. A mistura de pérolas de diferentes cores, em uma mesma peça, é outro ponto alto. fotos: UseFashion

River Island | Londres


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aces sórios report

Sem fim Onde começa o acessório e termina a roupa?

Por RENATA SPILLER

fotos: © Agência Fotosite

Valentino | Paris

Valentino | Paris

Rick Owens | Paris

Com a proposta de looks monocromáticos para o inverno 2010, os acessórios entram no clima e parecem criar uma extensão das roupas. Os cintos acompanham a proposta até mesmo nas fivelas, e muitos são confeccionados no mesmo material da peça, seguindo a mesma estampa, como no modelo da Valentino. De luvas a meias-calças, todos os acessórios entram na proposta. Para ver o conteúdo completo deste Report, acesse o portal www.usefashion.com.



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rad ar intern ac ion al i n v e r n o 2010

Metal Em lugar de joias e cristais, entram os metais. Principalmente em banho níquel e prata, eles tomam conta do produto em grandes peças ou em aplicações seriadas, repetindo o mesmo elemento várias vezes. A correntaria é utilizada de forma bem nova em franjas e bordados.

Marni | Milão

Emilio Pucci | Milão Burberry | Milão

Calvin Klein | Nova York

Emilio Pucci | Milão

Marc Jacobs | Nova York

Gucci | Milão

Gianfranco Ferré | Milão

Balmain | Paris

Giuseppe Zanotti | Milão

Dolce & Gabbana | Milão

Emilio Pucci | Milão


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Bordado Lantejoulas, paetês, pérolas, pedras e canutilhos, são apenas alguns dos materiais utilizados para cobrir as superfícies de roupas, acessórios, bolsas e calçados. A falta de economia nas aplicações resulta em peças exuberantes, quase barrocas, formando desenhos e padrões sobre as matérias-primas. Um luxo só.

Alberta Ferretti | Milão

Marni | Milão

fotos: © Agência Fotosite

Marc Jacobs | Nova York

Gianfranco Ferré | Milão

Alberta Ferretti | Milão

Kaliste | Milão

Claudio Montias | Milão

Giuseppe Zanotti | Milão

Gucci | Milão


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r ad ar n ac ion al v e r ão 2010

Charme discreto A aparência elegante com toques femininos faz a cabeça das mulheres profissionais, aquelas que buscam looks com pequenas ousadias, mas sem excessos.

foto: Rogério Silveira

The Brigde

Paula Bahia

Santa Lolla

Andarella

Werner

Cori | SPFW

Santa Lolla

Zeferino


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Quase imperceptível Ambientes de trabalho que exigem o máximo de discrição nas roupas e acessórios requerem cuidado na escolha. Adotando o estilo minimal, praticamente sem adornos, mas com o corte correto e peças monocromáticas, não há como errar.

foto: Rogério Silveira

Capodarte

The Brigde

Terrace

fotos still: divulgação

Werner

Santa Lolla

fotos desfiles: © Agência Fotosite

Via Uno

Longchamp

Mara Mac | Fashion Rio


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m a s c ulino

Peças-chave para o verão 2011 Confira as principais apostas desfiladas nas semanas de moda de Londres e Nova York Por Paula Visoná

Após publicar as principais tendências apresentadas nas semanas de moda masculina de Milão e Paris, o UseFashion Journal traz as peças-chave destacadas nos desfiles mistos de Nova York e Londres. Analisando as propostas, é possível encontrar relações com o que foi relevado anteriormente em Milão e Paris, mas, também, é possível perceber alguns direcionamentos próprios, fruto da multiplicidade de linguagens atuais. Confira:

Exploradores Sem dúvida, essa perspectiva se confirma nas diferentes passarelas. Conforto, cores claras, tecidos naturais e uma estética que lembra exploradores de outros tempos nortearam várias apresentações.

John Bartlett | Nova York

Monarchy | Nova York

Pringle of Scotland | Londres


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Nova Elegância Misturar fatores distintos de modo a construir novas formas de representação da elegância: esse pressuposto é central para o verão 2011 masculino. A Nova Elegância conjuga elementos de modo indiscriminado, buscando romper limites pré-estabelecidos para o segmento. A alfaiataria ainda é o método, a ferramenta e norte, e o domínio dela permite subverter alguns fatores de construção. fotos: © Agência Fotosite

Burberry Prorsum | Londres

Phillip Lim | Londres

Elie Tahari | Nova York

Esportivo Urbano Despojamento e elegância. O equilíbrio entre esses fatores orienta uma estética que mistura aspectos esportivos ao melhor do street casual. Trata-se de um modo de vestir descomprometido e fluído.

Michael Kors | Nova York

Lacoste | Nova York

Y3 by Yamamoto | Nova York


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m a s c ulino

Radical Folk A ideia de buscar referenciais em culturas antigas é importante, principalmente quando embalada pela facilidade de misturar códigos, promovendo uma verdadeira experimentação de bricolagem.

Todd Lynn | Londres

Y3 by Yamamoto | Nova York

Marc by Marc Jacobs | Nova York

Silhuetas Três tipos de silhueta foram exploradas em Londres e Nova York: Toda alongada

Alongada em cima e curta embaixo

Yigal Azrouel | Nova York

Pringle of Scotland | Londres

Alongada em cima, ampla e curta embaixo

Y3 by Yamamoto | Nova York


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Peças Em termos de peças, as passarelas de Londres e Nova York apresentaram várias propostas de ternos com bermudas. Ternos formados por coletes e bermudas, ou calças, também são importantes, o que conjuga com os apontamentos da Nova Elegância. Outro destaque é a Calça Clochard, que converge para a perspectiva de bricolagem experimental.

Calça Clochard

Colete

Terno com bermuda fotos: © Agência Fotosite

Rag and Bone | Nova York

Todd Lynn | Londres

Duckie Brown | Nova York


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in fant il

Zig Zig Zaa

fotos: divulgação Malwee

Roupas didáticas Marcas apostam no estímulo para o aprendizado lúdico Por Fernanda Maciel

É na infância em que estamos em constante desenvolvimento. Brincar, tocar, experimentar, aprender, construir significados é intrínseco a esse universo repleto de cores e brincadeiras. Partindo disso, grifes infantis estão focadas em confeccionar peças que estimulem, de alguma forma, o aprendizado lúdico das crianças, sejam em tecidos que favoreçam os movimentos ou em detalhes de aplicações que interagem com elas. Especializada em roupas e acessórios para garotos, a Cara de Menino foi criada 2003 justamente para oferecer roupas de 0 a 12 anos mais criativas e lúdicas. “A ideia era oferecer peças diferenciadas para mães de meninos, que não encontravam roupas tão lindas e criativas quanto a que as marcas oferecem para meninas”, explica Jacqueline Campos e Silva sócia de Valéria Macedo na loja. Segundo as sócias, a grife sempre aposta em coleções lúdicas, em peças que possam ensinar algo para as crianças. “Temos a camiseta dos sete erros, que vem com uma canetinha para que a criança marque os erros. Além disso, o desenho foi feito por uma criança. Temos a camiseta do surf, com um texto sobre a história do esporte. A camiseta com trava língua com desenho para a criança pintar. E muitas outras”, argumenta.

Antes mesmo de ser lançada no mercado em 2007, a Zig Zig Zaa, linha infantil da Malwee Malhas, contou com dois anos de estudos e pesquisas com pedagogos, psicólogos, assistentes sociais, médicos de família, entre outros profissionais para assim confeccionar suas coleções. “A proposta da marca é extremamente inovadora: ser muito mais que uma roupa bonita e confortável, ser uma roupa que estimule nossos filhos a se tornarem adultos mais preparados e desenvolvidos”, revela Jonas Henrique Jacobi, coordenador de Marketing da Zig Zig Zaa. Segundo Jacobi, durante o ano são desenvolvidas cinco coleções, cada uma com cerca de 40 modelos, sendo que essas coleções são divididas por duas fases - de 1 a 3 anos e de 4 a 6 anos - para estimular os pequenos de acordo com as necessidades pedagógicas de cada faixa etária. “A Zig Zig Zaa busca um lado estilístico, voltado para a estética da roupa, e outro lado pedagógico, recomendado pelos especialistas para cada fase da infância”, enfatiza o coordenador,. Ele diz que outro diferencial da marca é a atuação de uma equipe multidisciplinar no processo de criação, que se preocupa em aprimorar, contribuir e potencializar o desenvolvimento saudável das crianças.

Zig Zig Zaa


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fotos: divulgação

Cara de Menino

foto: Julilo Soares/divulgação

Cara de Menino

foto: divulgação Malwee

Dedeka

Cara de Menino

Zig Zig Zaa


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in fant il

Dedeka

Um dos grandes detalhes das peças da Zig Zig Zaa são aqueles que trazem referências como a linguagem de sinais Libra e o sistema Braille para oportunizar a integração social dos pequenos. Com o slogan “pra deitar e rolar”, a Dedeka também procura unir moda com aprendizagem mesmo em se tratando de homewear bebê e infantil. Criada em 1990, começou confeccionando calças plásticas e, atualmente, produz pijamas, bodies e roupões para crianças de 0 a 8 anos. Em 2006, deu início ao programa Moro no Mundo para instigar a qualidade de vida das crianças do século 21 que passam a maior parte do tempo trancadas em casa, na frente do computador, jogando vídeo game, por exemplo. “O objetivo desse programa e, é claro, da Dedeka, é resgatar coisas simples e saudáveis, mas que têm grande importância para a educação e desenvolvimento das crianças. Ou seja, quer que as crianças sejam realmente crianças. Por isso, toda a coleção tem seus temas baseados nesse princípio”, reforça Sérgio Moacir da Rosa, diretor da Dedeka. Seguindo esse princípio, a empresa traz como tema da coleção de primavera-verão 2009/2010 a “Brincadeira Transforma”, repleta de pija-

mas com estampas que brilham no escuro, e de peças em que a criança pode brincar de caça-palavras, ligar os pontos, montar origami e encontrar objetos. Além disso, a linha ecológica da empresa, a DedECO, tem o objetivo de educar ambientalmente. “É por meio das brincadeiras que elas põem em prática o que aprendem no seu dia-a-dia e desenvolvem novas formas de lidar com situações que, mais tarde, vão se deparar na vida adulta. Mais do que isso: o fato de brincar proporciona à criança mais estímulo à imaginação, à criatividade, ao desenvolvimento do raciocínio, ao aprendizado de regras e da disciplina”, diz o diretor. Para a pesquisadora, psicóloga, professora e doutora em Comunicação Social, Rosane Palacci Santos, quando falamos de criança a primeira ideia que nos ocorre é a de brincadeira. “É no brinquedo, nas suas diversas formas e diferentes níveis, que a criança pode ir montando seu mosaico de identidade, ir testando sua personalidade e sua consistência junto aos outros”, destaca. Além de favorecer no desenvolvimento, as roupas didáticas podem ter uma função a mais, como supõe a professora: “uma criança que desde pequena interaja com suas roupas se

transformará em alguém menos vítima da moda, alguém mais capaz de se inventar, através de seu estilo, para os outros. Ao experimentar na infância, experimentará na pré-adolescência, na adolescência e também, tomara, quando adulto”, conclui.


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Em busca da infância

Dedeka

POR Renata Spiller* A percepção da criança em relação ao mundo não se dá da mesma forma que a de um adulto. A sua realidade é seu imaginário. É por meio das ações, do fazer, do pensar e do brincar que vai construindo seu conhecimento e desenvolvendo suas estruturas para se relacionar com o mundo que a cerca. E por que a moda não pode acompanhar este desenvolvimento, com peças que ajudem as crianças em cada fase, que incitem sua criatividade, a experimentação, que as estimulem a criar e transformar, que sejam confortáveis e auxiliem nos seus movimentos?

gosta de brincar de faz-de-conta para expressar o mundo que está percebendo. O jogo simbólico propicia grande desenvolvimento cognitivo e social. Nessa brincadeira de representação, ela cria inúmeras situações ao pretender ser um animal ou objeto, ou ao utilizar um objeto como se fosse outro, adquirindo a liberdade de sugerir temas e assumir papéis. Quando participa de brincadeiras desse tipo, a criança utiliza a linguagem adequada e participa de atividades importantes, adquire experiência, conhecimento e assimila os hábitos ou costumes culturais.

Brincando e jogando, a criança tem oportunidade de desenvolver capacidades importantes para sua vida, como atenção, afetividade, o hábito de permanecer concentrada, entre outras. Por meio do brinquedo, ela reinventa o mundo e libera suas fantasias. Ela satisfaz algumas de suas curiosidades e traduz o mundo dos adultos para a dimensão de suas possibilidades e necessidades.

De 5 a 6 anos: ela começa a levar a sério o jogo. Passa a gostar de movimentar seu corpo, de pular, nadar, correr. Além disso, gosta de ouvir histórias e recontá-las, de brincar com as letras do alfabeto, ver e recortar figuras de revistas e jornais, de brinquedos de montar e desmontar, escrever, ler; estes são seus novos interesses, além da imitação, que continua presente. Sendo assim, é necessário que as roupas possibilitem maior agilidade, as peças podem ter partes removíveis como mangas e capuz, calças com bolsos removíveis, casacos compridos que ficam curtos, saias que podem se transformar em bermudas, entre outras.

E se nos baseássemos na psicologia genética de Jean Piaget para criar roupas para crianças conforme o estágio de seu desenvolvimento, será que poderíamos ter peças para cada fase específica? A resposta é sim, claro. Veja como:

fotos: Julilo Soares/divulgação

Dedeka

Até 2 anos: na fase sensório-motora ocorre o desenvolvimento de movimentos, musculatura, sentidos e percepção. É mais apropriado usar peças separadas e não muito amplas, de tecido confortável e com elasticidade. Assim, seus movimentos ficam facilitados, e a criança consegue abrir e fechar os braços, esticar e dobrar pernas ou mexer em objetos. De 2 a 4 anos: a criança realiza exercícios motores utilizando as mãos, como encaixar objetos, desmontar e montar coisas intencionalmente. Para essa idade, a roupa pode ser como um quebra-cabeça, com estampas removíveis e que podem ser montadas e desmontadas, acessórios que possam se movimentar na peça, porém que não possam ser retirados, usando pequenos imãs internos, velcro, zíper. A criança nesta fase

A criança se desenvolve de acordo com os estímulos dados ao seu cérebro e conforme o meio em que vive, sendo assim, os adultos que fazem parte deste meio são responsáveis por grande parte no seu desenvolvimento físico, intelectual e social. Criando produtos adequados ao seu corpo e aos movimentos que realiza, a moda mostra seu papel social e passa de fútil e efêmera, para ser vista como coadjuvante na ludicidade do aprender, do desenvolver.

*Renata Spiller é designer da Costume Design e consultora do gênero infantil da UseFashion. Graduada em Moda pela UCS, e especialista em Moda, Consumo e Comunicação pela PUCRS.


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acontece

Couros DIFERENCIADOS em destaque na feira Courovisão | Inverno 2010 Por eduardo pedroso e juliana wecki Aproximadamente 140 expositores marcaram presença na Courovisão (Feira Internacional de Componentes, Couros, Equipamentos, Químicos e Acessórios para Calçados e Artefatos), realizada entre os dias 29 de setembro e 1º de outubro nos pavilhões da Fenac em Novo Hamburgo (RS). O evento recebeu centenas de profissionais brasileiros e latino-americanos ligados ao setor coureiro-calçadista, que aproveitaram a oportunidade para pesquisar, avaliar tendências, conhecer lançamentos de inverno 2010, adquirir amostras e encaminhar negócios. A empresa Arte na Pele buscou inspiração no folclore brasileiro para lançar sua coleção de inverno, que foi dividida em duas linhas, “natureza” e “esportiva”. Na linha “natureza”, a marca apostou em couro de píton com acabamentos artesanais muito coloridos. Para os acabamentos, opções em metalizados, que conferem um efeito de pátina envelhecida ou efeito holográfico na peças, além de tie-dye e degradê. Já o tema “esportivo” focou no couro de jacaré, sem corantes nem metais. Na cartela cromática, nude, marfim, champanhe e roxo. Os couros estampados, pintados à mão, são o grande foco da Berlonzi. O diretor da empresa, Claudemir Lorenzi, afirmou que, por ser um pro-

duto muito personalizado, não segue tendências específicas. “Por isso, criei estampas variadas, que vão desde os motivos geométricos aos florais, passando pelos abstratos”. Além de apresentar seus lançamentos, o diretor revelou que a Berlonzi foi escolhida como empresa destaque da última feira Le Cuir em Paris. A Mats trabalha principalmente com couro vacum, mas também vende couro mestiço e com pelo, porém, apenas em baby calf. A empresa aposta em estampas de animais, tendência que, segundo a Mats, vem de outras temporadas e segue para o inverno 2010. Na feira, a marca Brisa mostrou como lançamento três linhas de forros Ecoline, que primam pela transpirabilidade, conforto leveza e higiene. Além disso, enfatizou sua aposta em uma tecnologia de estampa pioneira, a Natur Vac, que tira a uniformidade e aumenta a maciez de sintéticos. A Crespi trouxe três temáticas para temporada: essências, seduções e vivacidade. Entre os principais lançamentos estão as texturas miúdas e naturais, aspectos empoeirado e esbranquiçado, brilhos naturais, que mostram a essência do produto. Os materiais em destaque da empresa são os laminados sintéticos de PU e polímeros sintéticos.

Para o inverno, a Cofrag apresentou uma coleção com 12 tipos de forros, que são divididos em duas linhas. A linha Botaé destaca três conceitos: o “Ecológico”, peças em fibras de modal, que aquecem o pé sem concentrar o suor; a “Poliamida” utiliza esse tecido pouco usado em forros; e “Poliéster”, que dá ênfase na absorção da umidade. Já a outra linha, Esportiva, valoriza a resistência do tecido, atrelada ao baixo custo. Nos tecidos, a aposta é o pelo estampado com motivos selvagens e o “soft”, com fio brilhante estampado. Saltos altos e meia pata, com relevos e cores vivas são os destaques da Rede Mix, um grupo de empresas calçadistas da região do Vale dos Sinos, Paranhana e Serra, que congrega companhias como a Gergrin, voltada exclusivamente para saltos e solados. Além disso, a Rede Mix trabalha com uma aplicação holográfica nas palmilhas, através de um processo em altas temperaturas, que age como um carimbo e confere cores variadas, dependendo da iluminação. Para a estação, aposta no neon e nos metalizadas, em prateado ou dourado. Já a Bertex ressaltou como novidades a tela mosqueteiro bordada e cortiça bordada, Na cartela de cores, terrosos predominam, mas surgem também tons escuros de verde, alguns claros e metalizados. O evento tem a realização da Fenac, em parceria com a Assintecal (Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos), Abeca (Associação Brasileira de Estilistas de Calçados e Afins), ABQTIC (Associação Brasileira dos Químicos e Técnicos da Indústria do Couro), AICSul (Associação das Indústrias de Curtume do Rio Grande do Sul), CICB (Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil), e o IBTeC (Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçados e Afins). A próxima edição da Courovisão será realizada entre os dias 28 e 30 de setembro de 2010. Quer ver mais conteúdo e imagens da feira? Acesse o portal www.usefashion.com. Boa pesquisa!

Bertex


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fotos: UseFashion

Arte na Pele

Bertex

Bertex

Berlonzi

Berlonzi

Berlonzi

Brisa

Cofrag

Crespi

Mats

Rede Mix

Rede Mix


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v i s ual de loja

É Natal as Entre no clima e bo

vendas

Por Vanessa Faccioni , não existe data que se No calendário do varejo r com paração deve começa iguale ao Natal. A pre os . Pensando nisso, reunim bastante antecedência e foram vis tas mundo algumas boas ideias qu e que agora podem afora no Natal de 20 08 ser vir de inspiração.

la Escolhendo a carte m: vermedata, três cores se repete Quando se pensa nessa rto. Mas há ace de tia uso delas é garan lho, verde e branco. O cor inusia um l, azu oste apostou no quem prefira ousar. A Lac ntos que me ele a da al de ano. Combina fin de s ine vitr ra pa a tad que estamos no ratégia funcionou. E, já est a a, tem ao m ete rem l pode ajudar em países tropicais, o azu e, qu r bra lem e val sil, Bra primavera-verão acionando-se à coleção rel o açã aliz xtu nte co na passar um ar Para lojas que querem ia. pra à ir de o sej de e ao ro são ótimas tons de cinza, prata e ou o, ros mu gla e c chi is ma alta, que tal que os tons fluo estão em opções. Em época em escente para for fos lo, rosa-pink e amare ão -lim de ver em ar ost ap ? animar a vitrine natalina

Lacoste | Barcelona


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fotos: UseFashion

Além da loja conta de tudo: O clima de fes ta toma ppings, interiores sho vitrines, corredores de ermercados. Para de loja, gôndolas de sup portante produzir o encantar o cliente é im na parte de fora clima de Natal também é possível fazer a da loja. Já na fachada natural enfeitado diferença. Um pinheiro de dar conta do com luzes natalinas po m ajuda a estenbé recado. A árvore tam da, reduzindo a der a loja para a calça ção, espaço que nsi chamada zona de tra ambientar em uma o cliente ocupa até se is a oito passos após loja (geralmente de do a porta de entrada).

Prada | Milão

s Elementos aé reo os aéreos sempre Vitrines que usam recurs enchem o espaço que são um show. Elas pre elementos suspenso sobra ver ticalmente e os is Vuitton usa este fazem a diferença. A Lou mindo o estilo da elemento básico, impri amente bem-vindo. marca, o que é extrem

Louis Vuitton | Paris


v i s ual de loja ados Pinhe iros estiliz mas. A criativiar as mais variadas for O pinheirinho pode tom s muito irrevevai longe, e cria árvore dade dos merchandisers colocadas me ndes letras de seu no rentes. A Bvlgari usou gra prateleira a um e, em alguns pontos, em forma de uma árvore r material po a tranquilamente substituíd de vidro (que pode ser . tos du expositor para os pro mais acessível) ser ve de iras obras de árvores que são verdade Algumas lojas criaram tratando de se o sm mente que, me arte. Vale sempre ter em a com o estilo loj de l coerência do visua a al, eci esp ine vitr a um rca é indispensável. e posicionamento da ma

Bvlgari | Roma

fotos: UseFashion

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Sisley | Florença

Sempre presentes vitrines natalipresença garantida em Pacotes de presentes têm s presentes, não da força emocional do nas. E as lojas, sabendo expositores, gigantescas caixas como perdem tempo. Vale até no espaço se incluir este elemento uma ótima opção para disponível da vitrine. vitrines, usou os usa das cores em suas A Gap, que sempre ab des caixas tral da decoração. Gran presentes como tema cen dios para os pó mo expositores e como coloridas são usadas co manequins. da vitrine riou na parede de fundo Já a Victoria’s Secret rec ça exposta se pe a nte balagens. Some em s osa fam s sua de a um s rosas com um a imensidão caixas e fita um a io me em ca sta de toque de brilho.

Gap | Paris

Victoria's Secret | Nova York


ChristmasWorld Tendências em decoração para 2009/10 Por Inêz Gularte Todo ano, acontece em Frankfurt, na Alemanha, a mais importante feira internacional de decoração de eventos, a Christmasworld. Segundo Jutta Baumann, diretora da feira, o tema “Expresse seus Sonhos” norteará as decorações para 2009/10. No book de tendências do evento, cada um dos quatro estilos propostos vem acompanhado de informações sobre cores, materiais e imagens relacionados. Veja no que eles apostam:

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As festividades natalinas ganham um impacto particularmente glamuroso na tendência Obsessão. Ela inclui violeta, dourado e preto. É um tema exclusivo, distingue-se por linhas fluídas, materiais e formas bem decorativas. Em contrapartida, a tendência Airy parece muito leve e mágica. Branco e tons pastel, materiais translúcidos e vários graus de transparências estão presentes. Jutta Baumann

Diretora da Christmasworld

fotos: Messe Frankfurt Exhibition GmbH/divulgação

Airy

Sweet

Fragilidade e modernidade. Tudo parece frágil, delicado, sensível, transparente. Os parâmetros de cor são criados por giz pastel indo do creme ao cinza, ao rosa pálido, combinado com todas as nuanças de brancos. Transparentes, os materiais translúcidos são tão leves quanto as cores. Eles incluem, por exemplo, vidro de cristal facetado, madrepérola, chiffon, seda e porcelana vitrificada. O tema delicado encontra a sua expressão em desenhos lineares, flores, relevos e gravuras, assim como em efeitos de luz e sombra. A indefinição dos motivos e estruturas fluídas seduzem o observador. As decorações festivas que refletem esse estilo são ao mesmo tempo românticas e modernas.

É um estilo que traz a temática feminina com cores fortes e presença do kitsch. Areia, violeta, turquesa, limão e cinza ardósia estão na cartela. Os materiais incluem verniz, plástico, porcelana, rendas e fitas de cetim. Aqui, o sonho se transforma em realidade lúdica. A maneira pela qual a ocasião festiva é celebrada é tão despreocupada como o estilo: com espontaneidade, intensamente, com inúmeros acessórios.

Conforto

Obsession

É um tema que brinca com os contrastes. Pedras naturais, em uma variedade de nuances, reúnem-se a superfícies metálicas como cromo e alumínio. Espelhos e vidros podem estar ao lado de pele de carneiro, cascas e cordões. Na cartela, cores suaves como cinza-ardósia, grafite e caramelo, combinadas com tijolo-vermelho. Este estilo representa tanto um desejo de estética funcional como de conforto.

Reflete um desejo por algo especial. As cores expressam elegância feminina e exclusividade. Quartzo rosa e lilás iluminam mogno, berinjela, violeta e ouro. Motivos decorativos, enfeites e formas do mundo animal definem o projeto. Materiais exclusivos sublinham o luxo do estilo. Cristais, pedras preciosas, mármore, madeira de qualidade superior, seda e cetim são alguns deles. O ambiente é requintado e de bom gosto.


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repor tagem


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Roupas seminovas, vintages e retrôs viraram sinônimos de economia e de estilo Por Fernanda Maciel

Os brechós viraram febre nos últimos anos aqui no Brasil. Superdemocráticos, atendem da classe A à D, além de promover a filantropia, como, por exemplo, os brechós sociais, que vendem roupas usadas de celebridades em prol de grandes entidades. Muitos são temáticos, separam seu vestuário por década. Outros, trabalham apenas com roupas de grifes. Eles também, são fontes de locação para compor o figurino de filmes, novelas ou outras produções. Há também os que atendem o setor infantil, vendendo não apenas peças do vestuário, mas móveis e outros objetos para bebês. As vendas acontecem cada vez mais pela internet, principalmente através de blogs. Conversamos com algumas pessoas que trabalham neste nicho de mercado para entender como estas lojas de roupas usadas, de segunda mão, conseguem exercer tanto fascínio nos consumidores, a ponto de conquistarem uma clientela fiel. Seria o preço mais baixo, a questão do estilo, ou a adoração ao vintage? Afinal, o que faz o sucesso dos brechós? Nessa foto: reprodução/royalty-free

reportagem, procuramos entender o que vende, qual o perfil de quem compra, o que estas lojas oferecem, qual a opinião de especialistas sobre o assunto. Acompanhe.


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repor tagem

uem nunca entrou em um brechó, pode até pensar que é um lugar onde se encontra muita roupa antiga e, por já ser usada, sem qualidade. Ledo engano. Os brechós são como qualquer loja, oferecem roupas limpas, em perfeito estado. E com a vantagem de pagar menos por peças únicas e até mesmo de grife. O lugar não é apenas para quem quer fazer economia, mas principalmente quem quer fazer estilo, montando looks totalmente originais. Tão originais a ponto de concorrer a um flash no tapete vermelho, como aconteceu com a atriz Angelina Jolie, que compôs um look de brechó e foi a atração dos paparazzi e fotógrafos de plantão. O modelo foi usado durante a première do filme “A Mighty Heart” (Um poderoso coração), em julho de 2007, em Nova York. Geralmente, quem compra acaba montando o seu espaço. Aqui, no Brasil, a cantora Maysa Monjardim foi pioneira no quesito moda dos brechós. Depois de muitas viagens pela Europa tomou conhecimento deste negócio e, em 1972, criou o Malé Lixo, em Copacabana, no Rio de Janeiro, onde vendia roupas, calçados, bolsas e acessórios já usados por ela e por seus amigos. De lá pra cá os brechós tornaram-se uma mania de Norte a Sul do país. E há quem aposte apenas na loja virtual, utilizando blogs e sites como vitrine e divulgação das peças. É o caso da jornalista e publicitária Patrícia de Paula Gomes, de Brasília. Ela tinha um guarda-roupa repleto

de peças que não usava, algumas ainda com a etiqueta, e então, em 2007, decidiu vendê-las através do blog Valentina Bazar. “No começo eu postava umas cinco peças por semana. Com o tempo fui aumentando. Hoje, posto um volume grande, cerca de 15 peças a cada 15 dias”, explica. Atualmente, além de suas roupas, vende peças de amigas e conhecidas, o que auxilia na variedade de estilos e tamanhos. “A demanda é enorme! Todo dia eu respondo e-mails do Valentina Bazar. São em média 200 acessos por dia, às vezes mais, às vezes menos. Eu sempre tento colocar coisas legais, coisas que eu gosto. Faço fotos legais para valorizar as peças também. Acho que é por isso que as pessoas gostam tanto”. Segundo Patrícia, blusas, sapatos e bolsas diferenciadas são as peças mais procuradas. Já as calças e as peças muito básicas são mais difíceis. “Acho que têm dois perfis de meninas que compram: primeiro aquelas que estão à procura de peças diferentes. Outras estão atrás de coisas mais da moda ou da estação. Por exemplo, botas e casacos saem no inverno. Shorts e outras peças mais leves tendem a sair mais quando chega a época das coleções primavera-verão”, explica. Além da internet, Patrícia participa de feirinhas para vender suas peças, como a Xepa Chique - feira itinerante que se instala em cafés, bares e outros pontos de Brasília, reunindo brechós, moda, design, decoração, saúde e beleza em um só lugar. Patrícia revela que atende mulheres, entre 18 e 30 anos, de diversas classes econômicas, porém o público masculino é raro. “De vez

em quando, aparece um comentário de algum homem no blog... Uma vez teve um menino que comprou um casaco feminino para ele... ele disse que ficou bom...”, conta. Antes mesmo de montar sua loja virtual, Andrea Luiza vivia com seu “sacolão” de usados. Ela reunia toda a roupa, que mal cabia no armário dela e de sua irmã, e saía oferecendo para as amigas e conhecidas. “Até que um dia surgiu uma oportunidade de participar de um bazar chamado Garage Sale promovido por uma agência de Marketing Promocional de Curitiba, onde fiz minha lojinha, levei móveis da minha casa, fiz um ambiente bacana visando a atrair consumidoras. Conheci muita gente e as vendas foram ótimas”, conta. Com os contatos que fez na feirinha de usados, teve a ideia de criar o brechó online, com o nome de Maria Loja, para ampliar as vendas para consumidoras de outros estados. Conforme Andrea, o público que atende é de classes média e média alta. “Não coloco no brechó qualquer peça, elas têm que estar em bom estado e, principalmente, ser usáveis, é muito comum algumas pessoas colocarem roupas fora de moda, que ninguém usa mais. Uma coisa são peças com estilo retrô e vintage (que são sensacionais), outra são peças fora de qualquer contexto”, argumenta. Assim como a Patrícia do Valentina Bazar, blusas, bolsas e sapatos são os produtos que mais têm saída no brechó de Andrea Luiza. Ela conta que atende também a uma boa demanda de produtoras de fotos e filmes publicitários.

fotos: Aline Aguiar/divulgação

Peças do acervo da Valentina Bazar


fotos: divulgação

Andrea Luiza, do brechó Maria Loja

Quem tem filho sabe como é difícil investir em roupas e calçados bacanas para os pequenos e o que isso significa no bolso. Afinal, logo eles crescem e tudo aquilo já não serve mais. Muitas vezes, com poucos meses de uso, roupas praticamente novas deixam de ser usadas. Os bebês cresceram, as crianças espicharam, e não há mais como aproveitar o que foi comprado. Por conta disso, os brechós infantis estão, a cada dia, mais numerosos, oferecendo além de roupas e calçados, brinquedos, móveis, e outros utilitários como carrinhos de passeio, cadeiras para alimentação e banheiras. Fabrícia Krupp e Cynthia Requena mantêm o Chic Mania Brechó Infantil, em Porto Alegre (RS). Segundo elas, o espaço foi criado para reciclar o investimento feito por pais e mães em produtos infantis, muitas vezes caros e de utilização limitada. A loja é bastante diversificada e democrática, atendendo classes de A à D, no espaço físico e também pelo site. “Para aquelas mães que sonham em dar roupas de grifes, que são muito caras e com um uso muito restrito, o brechó é, sem dúvida a melhor saída. Acessórios como carrinhos e cadeiras também são muito procurados. No Brasil, o preço de roupas e acessórios para bebês e crianças estão impraticáveis.

Cada vez mais, o consumidor está se despindo deste preconceito sobre o brechó, que trabalha com ítens seminovos, e aderindo a esta prática, independente da classe econômica ou estilo”, enfatiza Fabrícia. Ela revela que as roupas e os acessórios, trazidos pelos próprios pais para vender no brechó, são meticulosamente selecionados. “As roupas mais usadas são doadas ao Instituto do Câncer Infantil, pois se tem a consciência de que é preciso continuar com doações, portanto não vendemos estas peças”, avisa. No Chic Mania, além dos utilitários para bebês, que conforme as proprietárias, não ficam nem uma semana expostos na loja, o público também encontra peças de grifes como Tommy Hilfiger, Ralph Lauren, Carters, Dior, Dolce & Gabanna, Nike, Calvin Klein, Noruega, 1 mais 1 , Tyrol, Green, Zara. Há quem se engane que a decisão de compras no brechó infantil é dos pais. Segundo Fabrícia, muitas crianças vão sozinhas para as araras escolherem suas roupas. “O que percebemos mesmo é que, cada vez mais, crianças têm estilo e gosto próprio, muitas delas chegam aqui e escolhem a roupa que vão usar, e o senso estético delas é incrível,” observa.

Antes de abrir o Adoleta Brechó em 2006, a designer Vanessa Fogel foi cautelosa. Fez pesquisa de mercado, cursos para empreendedores e estudos que a levaram a optar por um negócio não tradicional onde teria mais liberdade para criar. Foi daí que surgiu a ideia do brechó, localizado em uma área nobre do Rio de Janeiro, que oferece roupas exclusivas de qualidade, grife e preço baixo, atendendo principalmente a classe alta, média e média-alta. De acordo com Vanessa, todos os produtos vendidos na loja passam por uma análise e o critério de escolha é baseado na seguinte pergunta: “Eu usaria no meu filho?” Para a proprietária do Adoleta, o ponto alto de um brechó é a diversidade. “Em uma loja tradicional você encontra apenas uma coleção com um único estilo, fica difícil comprar mais de cinco peças completamente diferentes, enquanto em um brechó se encontra o melhor do que cada um dos fornecedores tinha em casa. Sem contar que não dói no bolso pagar por cinco ou mais peças. Imagine sair de uma única loja com uma calça Diesel, uma blusa Lacoste, um tênis Puma, vestido Dior e uma mochila da Kipling. Nada mal, né?”, salienta Vanessa.


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repor tagem

Ela comenta que muitas mães preferem comprar sozinhas, para ver tudo com calma, porém, quando a criança está presente, a decisão de compra é feita em conjunto. “Criança tem uma forma muito simples de pensar sobre consumo: Gosta ou não gosta e quer ou não quer. Qualquer outro conceito em relação ao produto não influencia em nada a vontade de levar um brinquedo ou roupa para casa. Em geral, a partir dos 5 anos elas entendem melhor, inclusive fazem comentários divertidos, porque sabem que podem usar o preço como argumento para ganhar um presente”, frisa. O Adoleta Brechó Infantil vende apenas na loja. “Acho indispensável marcar presença na internet e mantenho o site da loja sempre em movimento, mas considero e-commerce um formato muito diferente de loja física. Prefiro ter apenas um deles para não comprometer a qualidade do trabalho”, ressalta Vanessa.

A experiência em se tornar mãe de gêmeos e iniciar uma busca por roupas e acessórios foi a maneira que Sheiny Chermont conheceu e se encantou pelo brechó. “Eram lojas onde era possível encontrar lindas peças por um bom preço”, destaca. Com a chegada das crianças, Sheiny se afastou do mercado de trabalho e logo soube que o Bolota Brechó (fundado em 2002 pela jornalista Miriam Sanger), em São Paulo, iria fechar. “Procurei a dona da loja para checar seu interesse em vendê-la. Conversamos durante alguns dias e acabamos fechando negócio. Desde março de 2008, minha tia e eu estamos à frente do Bolota”, explica Sheiny. O Bolota dispõe de peças de grifes, como Gap, Carter´s, Jacadi, Kenzo, Tyrol e Lacoste. Com acessórios, moda praia, brinquedos, além de utilitários como carrinhos de bebê, babá eletrônica e muitos outros objetos, atendendo a demanda apenas na loja. “A quantidade de peças que

temos hoje em estoque e a alta rotatividade das peças nos dificulta um pouco o trabalho pela internet, mas estamos trabalhando para em breve atendermos os clientes de outros estados”, reforça Sheiny, que complementa que seus clientes são de todas as classes e que buscam produtos com estilo, qualidade e bom preço. Segundo Sheiny, as crianças são determinadas na hora da compra. “É interessante ver que algumas clientes nossas, bem pequenas, já escolhem o que querem e nem adianta a mãe levar se a filha disser não, porque, neste caso, ela não usa mesmo. Porém, com vários outros clientes vejo que há um acordo na hora da compra. Algumas crianças sabem claramente que são peças seminovas, mas acho que nem todas. Temos dois clientes específicos que sempre que enjoam dos brinquedos pedem para a mãe levar o brinquedo para a loja, pois sabem que com o valor da venda podem comprar um novo brinquedo” revela. fotos: divulgação

Adoleta Adoleta

Adoleta

Adoleta

Chic Mania

Bolota

fotos: Chic Mania: Henrique Rocha/divulgação

Chic Mania

Chic Mania


Para Marina Cezar, especialista em Cultura de Moda e professora dos cursos de Design e de Moda da Feevale (RS), atualmente há uma grande expansão desse tipo de comércio, pois “a moda brasileira está vivenciando uma era mais laboratorial”. “Nas décadas passadas, havia uma maior preocupação em seguir certas normas sociais. Era uma forma de segurança saber que pessoas do mesmo grupo social frequentavam os mesmos locais de compra e usavam peças semelhantes”, esclarece a professora. Ela também ressalta que, por um tempo, os brechós eram vistos como um espaço aparentemente abandonado, que disponibilizava roupas descartadas. “Havia um resquício do pensamento de que brechó era somente artigos descartados de pessoas que haviam falecido, e por esse motivo, muitos nem entravam nesses estabelecimentos. E não era difícil de se compreender, pois esses lugares realmente tinham um aspecto de abandonados”, esclarece a professora. Segundo Marina, hoje esse conceito mudou muito. “Virou um local bacana, considerado uma alternativa de composição de estilo, onde muitas pessoas se encontram tanto para adquirirem algo, como para pesquisar moda. Somados a isso, atualmente as pessoas já se deixam experimentar mais, pois o que vale é a originalidade”, acredita. De acordo com Marina, o brechó oferece a oportunidade única de encontrar peças exclusivas, antigas, de marca, diferentes, ou com outras características que sejam importantes para aquele consumidor, por um preço bem mais acessível do que em outras lojas. Uma das grandes apostas da especialista é o aumento da procura dos homens pelos brechós. “Uma das macrotendências que mais se fala é a desse novo homem, que está se permitindo mais. Como elas conquistaram a tão sonhada igualdade, hoje são eles que querem essa igualdade! E uma das manifestações é exatamente eles se articularem em espaços antes reservados somente às mulheres. Ainda é uma ideia nova, pois quem mais procura por artigos diferenciados são homens mais alternativos, onde seu trabalho admite um visual mais despojado.” Já a professora e consultora de moda Andréia Miron, da Faculdade Santa Marcelina, diz que um dos fatores mais importantes para a grande demanda nos brechós foi a crise. “A crise financeira mundial fez o mundo repensar o dia-a-dia dos brechós e a maneira de pensar sobre o consumo. A troca de mercadorias já está

virando um novo modelo de negócio - reutilizar peças usadas também ajuda a conservar o meio ambiente”, acredita. Outro fator seria a nostalgia dos processos criativos de moda e a reeleitura dos mesmos. “De formas, volumes e cores tudo já foi inventado, experimentado, usado, e o que se vê não é um processo de renovação de moda e sim um total esgotamento de ideias. A cada estação as releituras sustentam um passado saudosista e que deu certo. A moda é cíclica, mas sem o poder de reinventar a roda. Daí surge o interesse cada vez maior em modos e modas de épocas passadas. Ninguém usa a mesma roupa a vida inteira. A necessidade de se repensar os hábitos de consumo, seja por razões econômicas ou ambientais (ou ambas), traz de volta o velho conhecido escambo”. Para a professora, os brechós se transformaram em ótimas opções de consumo para quem procura peças exclusivas, diferenciadas, modernas, de qualidade incontestável de acabamentos e matéria-prima a preços acessíveis. “O brechó é um registro vivo das tendências, do comportamento social de épocas. Acessórios e peças antigas estabelecem um elo entre a moda do fundo do baú da vovó e as vitrines internacionais do mundo fashion, opção para aqueles que não estão preocupados em estar na moda, mas, sim, em fazer a moda, de forma consciente e a preços acessíveis”, reforça. No setor infantil, o conceito de brechós visto pela professora é de reutilização, baseados em princípios do consumo consciente, já que a roupa tem uma durabilidade maior que o tempo da fase de crescimento da criança. “As clientes que conhecem os brechós ficam encantadas com a oportunidade de comprar por preços mais baixos produtos quase novos, e também em ganhar algum dinheiro com aquilo que seus filhos não usam mais”, explica. De acordo com a professora da Faculdade Santa Marcelina, o poder de decisão das crianças no consumo de roupas “é evidente no mercado que a cada ano cresce com mira na vaidade infantil”. “Exigentes, as crianças costumam passar um bom tempo diante do espelho, montando looks como as irmãs mais velhas. E criam, desde cedo, códigos que as insere ou as excluem de um determinado grupo. As grifes fazem parte do universo tanto das meninas como dos meninos, sendo a marca um forte aliado ou inimigo nas mãos”, conclui.

Além dos blogs e sites para vender pela internet, os brechós também contam com uma vitrine online para divulgar seus produtos. É o que faz o Busca Brechó, um site que reúne e mostra as peças como uma vitrine dos brechós virtuais. Na home do Busca Brechó há diversas imagens de peças, cada uma delas tem um link que leva o usuário diretamente para o blog ou site que está vendendo roupa ou acessório. Clicando na foto ou na descrição da peça, automaticamente o usuário é direcionado. Após isso, as negociações e vendas ficam entre o cliente e o dono do brechó virtual. É importante ressaltar que o Busca Brechó não intermedia a venda, nem ganha comissão e também não é responsável por eventuais problemas que possam ocorrer com a negociação e transação dessas peças. Veja: www.buscabrecho.com.br Conheça o site e as localidades de alguns brechós brasileiros Valentina Bazar (Brasília - DF): valentinabazar.blogspot.com Xepa Chique (Brasília - DF): www.xepachique.blogspot.com Maria Loja (Curitiba - PR): maria-loja.blogspot.com Chic Mania Brechó (Porto Alegre - RS): www.chicmaniabrechoinfantil.com.br Adoleta Brechó Infantil (Rio de Janeiro - RJ): www.adoletabrecho.com.br Bolota – Brechó Infantil (São Paulo - SP): www.bolota.com.br Moda de Brechó (São Leopoldo - RS): www.ninaflores.net/modadebrecho Brechó Vó Judith (São Paulo - SP): brechovojudith.blogspot.com Snif Pet Mix Bazar: www.snifpetmixbazar.blogspot.com Tomates Verdes Fritos: tomatesverdesfritos.wordpress.com


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de s ign

POR Carine Hattge e ingrid scherdien

Arte em copos Alguns artistas optam por desenhar em grandes telas. Outros, trabalham com películas fotográficas, tecidos e tantas outras superfícies que geram belos resultados. Mas o ilustrador Cheeming Boey resolveu inovar, utilizando copos de isopor para café como suporte para seus desenhos. A superfície é mais difícil de ser trabalhada, mas o próprio artista afirma gostar de resolver os problemas que o objeto curvo pode causar aos desenhos. Boey realiza essas intervenções desde 2006, e o que inicialmente era apenas um hobby tem se revelado bastante popular, a ponto de garantir a venda de algumas peças por uma centena de dólares. Não há grandes projetos prévios, as imagens vão surgindo à medida que desenha. Procure por “Coffee Cup speed draw” no You Tube e veja o vídeo de Boey fazendo uma de suas ilustrações. Para saber mais, acesse: www.iamboey.com

Horas em cores A proposta dos relógios da marca inglesa Mr. Jones Watches é fazer com que as pessoas olhem as horas de forma descontraída, amenizando a atual vida agitada. As modificações são simples, mas geram produtos inteligentes que traduzem mais do que tempo. O modelo Cyclops, por exemplo, marca as horas em cores. Cada hora é representada por um círculo de cor diferente, enquanto um círculo preto vazado transita sobre as cores, indicando o horário. Saiba mais sobre o produto e conheça outros modelos de relógios em www.mrjoneswatches.com

Lixeira conceito É praticamente impossível pensar em novos produtos sem considerar as atuais mudanças climáticas e também as questões políticas e sociais, que aos poucos vêm valorizando cada vez mais a responsabilidade com um futuro verde. Pensando nisso, os designers participantes do concurso Braun Prize 2009 – International Design Awards, Julien Bergignat, Cecilia Jia e Johnny Chen, desenvolveram um protótipo de lixeira, chamado Envi, que realiza o processo de reciclagem através da compostagem de resíduos biodegradáveis. A lixeira é feita de aço inoxidável, alumínio, vidro, polipropileno e polietileno, garantindo boa durabilidade e resistência a ambientes externos. Com estética minimalista, possui uma abordagem social, mostrando os benefícios que podem ser alcançados com a reciclagem urbana. Conheça outros produtos participantes do concurso em www.braunprize.com/international


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Paul Smith para Evian A famosa marca de água Evian vem realizando, há algum tempo, parcerias com grandes estilistas na criação de garrafas com toques diferenciados. Dessa vez, convidou o designer britânico Paul Smith, conhecido por seu senso de humor e atitude otimista. Paul propôs um tema jovem e festivo, com tarjas coloridas e vibrantes, com cinco opções de cores nas tampas. Com esse projeto, o designer afirmou: “A juventude não é

só uma questão de idade, é também uma questão de atitude”. Para adquirir este produto com a garrafa em edição limitada, ou ainda outras versões de Evian, acesse www.shopevian.com

fotos: divulgação

Maniac World O ilustrador francês Skwak criou seu próprio mundo gráfico chamado de “Maniac World” composto pelos Maniacs, personagens que traduzem situações do cotidiano de forma bem exagerada. Eles representam histórias de amor, traição, manipulação, poder e riqueza, entre tantas outras, com um apelo absurdo. Como afirma o próprio ilustrador, “é sempre mais de tudo”. Na Europa, os Maniacs são um sucesso! Estampam camisetas, tênis, almofadas e até iPhones. Veja mais imagens desse mundo em www.skwak.com


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c ul t ura

p o r E d ua r d o Motta

Jardins do Inhotim: vista externa e interna do pavilhão com obras da Adriana Varejão

Instituto Cultural Inhotim No interior de Minas Gerais, em uma pequena cidade chamada Brumadinho, está um dos destinos mais importantes da arte contemporânea atual. Parece ficção? Parece, mas não é. Trata-se do Instituto Cultural Inhotim. A esta altura, um endereço certo para os aficionados por arte, mas ainda desconhecido para a grande maioria dos brasileiros, embora circule por lá boa parte de quem assina ou pensa a cultura em âmbito mundial. O museu, que também é um precioso parque botânico, ocupa a área de uma grande fazenda. Para visitar as obras, espalhadas em pavilhões construídos especialmente para elas, ou instaladas em locais específicos, em meio à natureza, são necessárias longas caminhadas. Também é possível tomar um dos veículos elétricos que circulam todo o tempo em meio a bolsões de mata e luxuriantes jardins, originalmente concebidos pelo Burle Max e hoje bastante expandidos. Inclua no roteiro lagos, mobiliário confortável espalhado pelos caminhos, vistas deslumbrantes, cafeterias bem aparelhadas, um bom restaurante e, a lista de motivos materiais para visitar o Inhotim está completa. Este é um dos raros casos em que é possível afirmar que as expectativas serão superadas, no entanto, o que realmente interessa é a coleção,

grande não apenas em quantidade, mas em qualidade e na escala das obras. A maioria delas é monumental e são aquisições do museu. Entre os muitos artistas que têm trabalho lá estão Hélio Oiticica, Cildo Meireles, Yayoi Kusama, Olafur Eliasson, Matthew Barney, Paul McCarthy, Rivane Neuenschwander, Chris Burden, Doug Aitken, Janet Cardiff, Adriana Varejão, Tunga, e é possível ir enfileirando outros tantos. Recentemente, engrossando a repercussão internacional, uma extensa matéria no New York Times apontou o Inhotim como um lugar a ser visitado. A propriedade e a maior parte dos investimentos são do Bernardo Paz, um magnata da área de mineração, que fez o que raramente faz quem tem dinheiro no Brasil: investiu em cultura. O projeto nasceu do relacionamento dele com experts em arte contemporânea, curadores nacionais e internacionais, e hoje tem como diretor artístico Jochen Volz, Rodrigo Moura, entre os curadores, um enorme staff e muitos parceiros. Entre eles, Petrobrás, Cemig, CSN, Vivo, Votorantim e BMG. Além de convênios científicos com a Fundação Zoobotânica de BH, o Sítio Roberto Burle Marx do RJ, o Instituto Plantarum de SP, o Ministério do Meio Ambiente do Governo Federal e a Universidade Federal de Minas Gerais.

Em Paralelo Enveredando pela publicação de livros e em parceria com a Editora Cobogó, saíram dois volumes das entrevistas realizadas pelo curador suíço Hans Ulrich Obrist, que esteve por lá para fazer o lançamento e falar de seus projetos. Obrist ignora pausas enquanto fala e desconhece fronteiras quando pensa. Não há compartimentação nas suas abordagens, só um fluxo torrencial e francamente interdisciplinar de idéias. Trânsito entre áreas diferentes, no caso dele, não é só teoria. Entre as muitas ideias apresentadas, uma interessante visão da associação das artes com outras áreas do conhecimento, que depois de passar pela moda, no momento, migraria para a poesia.


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fotos: reprodução foto: divulgação

Doug Aitken: retrato do artista

Chris Burden: Beam Drop, obra realizada para o Inhotim

Edgard de Souza: obra no Inhotim

Janet Cardiff: obra do Inhotim em montagem em outro espaço

Match, obra de Jorge Macchi. No Inhotim, ele expõe uma piscina em escala real.

Valeska Soares: cena do vídeo que ganhou instalação permanente

Matthew Barney: ele mesmo em cena da sua obra Creemaster

Rivane Neuenschwander: mesmo trabalho do Inhotim montado em outro espaço foto: Pedro David/divulgação

Nove novos destinos Em setembro, o Inhotim inaugurou o que chama de Destinos, nove no total, com os artistas cujos trabalhos aparecem nas imagens. Acrescido destas obras e ocupando uma área extensa do total da propriedade, o Instituto atinge um porte impressionante, e qualifica-se como um dos endereços mais singulares para a arte contemporânea no planeta. Yayoi Kusama: retrato da artista

Eduardo Motta é designer, consultor de moda da UseFashion, com formação em Artes Plásticas e autor do livro “O Calçado e a Moda no Brasil - Um Olhar Histórico”.


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p er f il

Dijon de Moraes Design na veia Por INÊZ GULARTE

O mineiro Dijon de Moraes passou seis anos estudando na Itália e cursou desenho industrial no Brasil em uma época em que pouco se falava em design. Hoje vice-reitor da Universidade do Estado de Minas Gerais, é também professor no mestrado em Design e em cursos de especialização. Colabora como professor visitante em outras universidades do Brasil, ministra palestras em eventos no país e no exterior. Com mais de 300 produtos já produzidos em nível industrial, desde mobiliários a peças cerâmicas, Dijon está trabalhando agora em seu terceiro livro - Metraprojeto: o design do design-, que tem previsão de lançamento para o primeiro semestre de 2010.

UseFashion: Como começou seu interesse pelo design? Dijon de Moraes: Eu sempre tive interesse pelas áreas relacionadas à criatividade, às artes e às ciências sociais aplicadas, como o design e a arquitetura. Tive também muita influência do meio em que vivia, pois na minha família tenho irmãos e irmãs artistas - músicos, atrizes, decoradoras -, e penso que por ser um dos últimos filhos (o sétimo de oito), obtive também muita informação advinda das atividades por eles desenvolvidas. Por exemplo, eu tinha um tio que era arquiteto-restaurador de patrimônios históricos (inclusive ele foi um dos arquitetos responsáveis pela restauração das Missões de São Miguel no Rio Grande do Sul), foi dele a influência direta na minha opção em prestar vestibular para design. Por isso, dediquei meu primeiro livro, Limites do Design, a ele. Outra influência indireta, mas não menos importante, foi minha origem de cidade do interior de Minas Gerais, com forte presença de movimentos e festividades populares, folclore, procissões, circos, parques de diversões, lendas e muitas diversões de uma criança de interior que é mais livre e propensa à liberdade e à imaginação. Posso dizer que este húmus rico e fértil de informações fez surgir em mim o interesse por áreas criativas, artísticas e por que não inventivas, onde se inclui o design.

UF: Sua tese de doutorado abordou “Mimese e Mestiçagem”. Comente um pouco sobre seus estudos nessa área. DM: Quando fui fazer o meu doutorado em design junto ao Politecnico di Milano, na Itália, abordei o tema da relação local-global no design. Na prática, eu propunha pesquisar as influências da globalização nesta disciplina, e o que isto trouxe de desafios e oportunidades para o design, tendo o Brasil como estudo de caso local. Durante meus estudos, eu tinha percebido que o Brasil já tinha de fato nascido globalizado, pois a nossa cultura foi moldada por três raças distintas, o índio, o branco e o negro. Mas, na verdade, o índio veio de diversas tribos da América do Sul, o branco de diversas origens da Europa e o negro de regiões distintas da África. Tudo isso se soma ainda à quantidade de asiáticos (japoneses, chineses etc.) que ainda compuseram a heterogeneidade da cultura e raça brasileira, o que Darcy Ribeiro (o brasileiro de maior autoestima que já existiu) nos define como sendo, por isso, uma raça superior. Todos esses imigrantes que vieram para o Brasil com seus costumes, artes e engenhos, se misturaram entre si dando origem a outros costumes, artes e comportamentos. Vindo a configurar, por fim, a rica e exuberante mestiçagem brasileira, que se manifesta em beleza plástica, em culturas distintas e em poéticas próprias.


55 fotos: divulgaç ão

Foi então que percebi que toda esta rica cultura híbrida e heterogênea local ainda não tinha sido inserida no design brasileiro. Este, por sua vez, seguia ainda a imitação de modelos europeus como referência projetual. Todo este processo de imitação, eu chamei de forma elegante na minha tese de doutorado, de “mimese”, que vem da mímica, da imitação e, por que não dizer, da cópia. Tinha percebido, também, que o Brasil era um dos poucos países do mundo a não “sofrer” com o processo de globalização então estabelecido, pois, na verdade, no bem e no mal, o mundo é que passou a parecer mais com o Brasil que este com o mundo. Esta realidade levantou a autoestima brasileira, pois se perdeu a vergonha de ser mestiço, múltiplo, plural e heterogêneo, como é próprio do Brasil, e como é hoje grande parte do mundo ocidental após o processo de globalização. Isto explica também por que o Brasil virou moda no mundo a partir dos anos noventa, foi justamente pela sua afinidade cultural e estética com a nova era que então se prefigurava. A partir de então, as características brasileiras e suas referências estético-formais começaram a ser utilizadas pelos designers e empresas brasileiras como valor de diferenciação. Por isso me refiro a este tema no meu segundo livro, “Análise do design brasileiro: entre mimese e mestiçagem”, pois foi este o nosso percurso, de primeiro valorizar e imitar o que vinha de fora para depois assumir a nossa mestiçagem local. UF: Como veio a oportunidade de estudar em Milão? DM: Inicialmente eu pensava em continuar meus estudos em Chicago nos Estados Unidos, no Instituto de Design do IIT. Queria fazer mestrado em design e sabia desta escola que era uma continuidade dos princípios da Escola Bauhaus fechada na Alemanha, pelos nazistas, em 1933. Acontece que, entre o intervalo de preparação para os exames para o mestrado nos EUA, eu tive

a feliz proposta de acompanhar, como designer, a equipe de uma grande empresa fabricante de móveis do Brasil em uma feira de Milão. Chegando lá, eu percebi que, se fosse para os EUA, iria para o lugar errado, pois a minha identificação com Milão e com a Itália foi de imediato, fluiu naturalmente como um amor à primeira vista. O mesmo não tinha acontecido com os Estados Unidos. Retornando ao Brasil, após esta missão técnica, comecei a estudar italiano e reiniciei o meu percurso rumo à Itália. Em 1992, eu fui para Milão como bolsista do governo brasileiro pela Capes para estudar na Scuola Politécnica di design di Milano, oportunidade em que fiquei até 1994. Retornei ao Brasil após este período de estudos, mas já convicto do meu retorno à Itália para cursar também o doutorado. Isto aconteceu em 1999, junto ao Politecnico di Milano, também como bolsista do governo brasileiro, mas desta vez, através do CNPq. Fiquei na Itália até o final de 2003 e tudo somado perfez um período de seis anos vividos em Milão. UF: O que a temporada na Europa lhe trouxe? DM: Muita riqueza cultural e de informação. Nesta oportunidade, estudei e convivi com os grandes protagonistas do design e da cultura italiana que conhecia somente através de livros e reportagens. Muito deles se tornaram verdadeiras lendas, como Achille Castiglioni, Ettore Sottsass, Tomás Maldonado e Umberto Eco. Os meus orientadores de tese de doutorado são hoje dois nomes internacionais do design: o Andréa Branzi e o Ezio Manzini, e tudo isso me proporcionou um alargamento de conhecimentos e de referência cultural. Outro ponto positivo diz respeito à facilidade de viagens a museus e mostras por toda a Europa, onde listei uma série de locais que gostaria de conhecer e fui em todos, inclusive no Hermitage, de São Petersburgo, na Rússia, onde se encontra o quadro “A dança”, de Matisse, um marco da arte moderna.

No âmbito familiar, a minha temporada na Itália também me marcou, pois o meu primeiro filho nasceu em Milão logo quando eu concluía o doutorado em design. Foram dois marcos na minha vida que recordo com bastante carinho. Resumindo, poderia dizer que foi uma experiência rica e produtiva, faria tudo outra vez. UF: Como você vê atualmente o design brasileiro? Temos uma identidade nacional? DM: Hoje eu ando mais contente com o design brasileiro, no sentido que vemos mais presentes na atualidade os elementos, ícones e signos da nossa própria cultura mestiça e plural. Neste sentido, poderíamos dizer que o design brasileiro evoluiu bastante, mas, por outro lado, ainda é muito lenta a inserção deste novo design nas indústrias do país. O Brasil já produz uma boa referência estética e se diferencia através da inovação, mas a maioria acontece em nível de protótipos e em propostas conceituais em concursos da área. É ainda muito tímida a aplicação e o uso do design na produção industrial de massa. Uma das poucas exceções é a moda brasileira, onde já existe uma maior sinergia entre os estilistas e os produtores. Mas, quando viramos os nossos olhos para o mobiliário, os eletrodomésticos, os bens de consumo e os serviços, ainda temos muito o que andar. Quanto à questão da identidade, temos que saber que serão várias, e não somente uma, as referências brasileiras. Somos um país múltiplo, plural, heterogêneo e espontâneo e é natural que o nosso design também espelhe isto. O que não quer dizer que não haverá elementos próprios e marcantes neste design. Esta identidade, apesar de múltipla, se distingue como marcante através de energia própria, alegria e espontaneidade como demonstra ser o próprio país. Isto já acontece na música, onde apesar de vários ritmos distintos, se nota uma característica própria local apesar da sua diversidade.


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p er f il foto: divulgação

Alguns projetos:

Brinco madeira, Casquinha Acessórios, 2006 fotos: Rogério Franco/divulgação

Tuareg System, Grupo Madeirense, 1996

UF: No seu livro, “Limites do Design” um dos temas abordados é o design do centro, versus o design da periferia. Que implicações estes contrastes trazem? DM: Eu nunca vi com bons olhos estas propostas divisionistas entre design de centro e de periferia, apesar de entender as intenções sociais a elas contidas. De fato, um país com tantos problemas sociais a serem resolvidos deve sim considerar isto no seu design, mas também penso que isso não pode ser a única referência a ser seguida porque assim não se avança, não se inova e são criadas até mesmo barreiras para a exportação dos nossos bens. Se estes conceitos tivessem de fato dominado o design brasileiro, estaríamos condenados a conceber e produzir somente para a periferia, enquanto os países ricos e industrializados produziriam para o centro e também para a periferia. Hoje, com a mudança de paradigma da produção industrial, onde o processo industrial migrou de forma acentuada para o sul e para o leste do planeta, jogou definitivamente estes conceitos para baixo e não se fala mais em design de centro e periferia, mas de mercado global, design universal, eco-design, design de serviço, etc. O que serve a todos independentemente de origem e localização geográfica. Então, eu penso que tinha razão nas minhas considerações. UF: Como é o modelo de ensino de design que você sugere para os países do terceiro mundo? DM: O mesmo modelo de qualquer país, apenas inserindo disciplinas que reforcem a nossa cultura, nossas tradições, comportamento, etc. Isto para se referir ao âmbito cultural. No âmbito tecnológico e produtivo, devemos nos valer das mesmas tecnologias e ferramentas avançadas e utilizadas por todos na atualidade. O problema do ensino do design no Brasil continua na ênfase excessivamente tecnológico-produtiva em relação aos aspectos culturais, sociais, mercadológicos, ambientais etc. Os nossos jovens designers têm muito talento e criatividade, mas muitas vezes apresentam um vazio cultural que as nossas escolas ainda não foram capazes de suprir. Existe ainda

Linha de Cerâmica Caleca, Itália, 2003

Colonna Home Office, Grupo Madeirense, 1999

a dificuldade de conseguirmos inserir importantes disciplinas como as que se referem aos requisitos ambientais e ao meio ambiente nos nossos cursos de design, bem como poucas escolas oferecem teoria do design, história do design brasileiro e a questão da valorização da identidade local. Outras como o metaprojeto, o design estratégico e o sistema produto-design ainda estão distantes dos nossos cursos, apesar de já termos mais de trezentas escolas de design no Brasil. UF: O que falta ao Brasil para ocupar espaço de destaque no design mundial? DM: O fato do meu último livro se chamar “Análise do design brasileiro”, foi porque, na verdade, quando concluí o meu doutorado em design eu tinha percebido ter feito não somente uma profunda análise do percurso formativo do design brasileiro, mas tinha feito também uma verdadeira análise (no sentido Freudiano) comigo mesmo. Eu sofria muito, antigamente, com a lentidão do design brasileiro em se firmar como disciplina estratégica para as nossas indústrias e para o próprio país. Percebi, nesta minha autoanálise, durante o doutorado, que isto leva tempo, maturação e amadurecimento. Por isso eu parei de sofrer ao entender que o nosso percurso vivido é que configurou a realidade atual. Como sabemos, o percurso do design brasileiro foi imposto e não espontâneo, ignorou-se por muito tempo a importância do design para o nosso país, negou-se a nossa identidade local nas escolas de design, oprimiram-se a nossa espontaneidade e mestiçagem e tudo isto contribuiu para fazer do nosso design o que ele hoje é. Mas, às vezes, também podemos tirar vantagem do atraso e nos revelar inovativos e competitivos, por isso continuo acreditando no design brasileiro, sou daqueles que vê o copo que está com água na metade mais cheio que vazio, sou otimista. UF: Como o design pode auxiliar no desenvolvimento de comunidades sustentáveis? DM: As comunidades sustentáveis são sim passíveis de objeto de estudo e de inserção do design, é a própria abrangência desta atividade que nos pro-

porciona isto. Existe hoje uma forte tendência do design auxiliar comunidades artesanais em busca da sustentabilidade sócioambiental, seria até estranho se o design não tivesse também inserido neste processo pois, como disse anteriormente, o design hoje se posiciona mais como um gesto cultural e comportamental que tecnológico e produtivo. O design abrange vários segmentos relativos à produção e gera o que chamamos de “cultura material”. Hoje não falamos mais somente de projeto, mas de “cultura projetual”, não mais de tecnologia, mas de “cultura tecnológica” e não mais de produção, mas sim de “cultura produtiva”. O designer se coloca como um intermediário entre o produto e o usuário, ele colabora no processo de concepção de novos produtos através da inserção de novas modalidades de uso, de novos diferenciais estéticos,da aplicação de materiais diferenciados, da valorização e inserção da identidade local no produto, da promoção da inovação, bem como da utilização das tecnologias de produção disponíveis. Isto serve para qualquer sistema de produção, seja ele industrial ou semiartesanal. UF: Quais são as características do design contemporâneo? DM: Primeiro, a busca pela simplificação formal em equilíbrio com a qualidade produtiva. Segundo, a aplicação dos fatores semânticos e sensoriais, isto é, o produto deve comunicar-se de forma afetiva e emocional com o seu usuário. Terceiro, a capacidade do produto em transmitir rapidamente como devemos utilizá-lo (devido ao excesso de informações hoje presentes). Quarto, o respeito à sustentabilidade ambiental (característica fundamental para quem almeja a exportação). Quinto, a inserção das características locais e regionais em busca da diferenciação do produto no mercado global. Sexto, como grande desafio na atualidade para o design, conseguir projetar um estilo de vida, transmitir uma referência comportamental, inserir valores intangíveis e imateriais nos produtos de produção industrial. É claro que, com tudo isso, ficou mais complexa a prática do design hoje que no século passado.


es t ilo

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JANA ROSA Saiba um pouco mais do estilo da repórter e blogueira de moda em 5 imagens

fotos: arquivo pessoal

Ela tem a alma cigana. É louca por dourado, tachas e botas. Sabe compor estilo e comprar muitas peças de roupas com pouco dinheiro. Ela é Janaína Rosa, 24 anos, nascida em Araraquara (SP), blogueira, proprietária do agoraquesourica.com, repórter de moda do Scrap MTV e trendsetter desde criancinha. Confira o estilo de Jana:

foto: divu

s, acho a em bota nord ia ic v te lmen ção e “Sou tota vou ter uma cole da vez. a ia d o h m n u te que u estação e ek cheia a s d rc a c e B A . ia me a Fab d a é e!! Me dá o rm A do verã com o salto eno padaria.” se de tacha usar até pra ir na de vontade

da a mais lin ra é a cois unca repaa u q ra ra n eA 0 anos e a “O céu d Morei lá 2 idade porque queri . o d n u m c z do e a v a a v d eu odia ora, to rei, aliás, ão Paulo logo. Ag e fotograS do mudar pra , fico horas olhan rcebi como o lt pe o e v u u rq e que zul, po tons de a e grande.” s o o d n fa ad lta na cid isso faz fa

urso é de “Essa parede de o desde : to ile ed pr o Urso, o desenh m. É o meu desenho favorit . mbé rno, já vetorizei Araraquara ta camiseta, cade em e el ei a nh di se de em criança. Já rência. E hoje lo, minha refe de muitas É o meu símbo agado depois ap i fo s, ai m te quase nem exis o.” chuvas de verã

lgação

“Sou viciada em co mprar tudo dourado que vejo pela frente. Não importa se é de uma loja ou ba nquinha de camelô da Teodoro Sampaio . Brinco que é porq ue sou cigana e traz riqueza, mas es pero que traga mesm o!”

“O meu lu gar favori Clube Gló ria. Me sin to em São Paulo é o to em um monte de gente d casa no meio de ivertida e c olorida.”


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negóc ios fotos/arte: UseFashion

Vitrine...

Quer vender mais? Então, entenda seu cliente A ciência do consumo pode ajudar tornando seu ponto de venda mais eficaz Por Daniel Bender Um dos principais desafios dos varejistas sempre foi aumentar a eficiência de seus pontos de venda. Várias táticas foram desenvolvidas para aumentar a conversão e, consequentemente, os lucros. Hoje em dia, numa sociedade bombardeada de estímulos por todos os lados, destacar-se é mais complicado e contar apenas com a intuição para escolher a ação certa pode se revelar pouco eficaz, principalmente se o concorrente fizer uso de ciência e tecnologia. A ciência comportamental aplicada ao varejo A ciência do consumo foi introduzida no varejo, no século passado, pelo antropólogo norte-americano Paco Underhill, autor do livro “Vamos às compras: a ciência do consumo”. A metodologia é baseada em observação e muita, muita experimentação. A forma de prever o comportamento do consumidor, segundo quem trabalha na área, é executando testes.

“Nos baseamos na relação causa-efeito. Ou seja, mudamos o layout e controlamos a taxa de atração ou conversão. Por exemplo, em um teste de propaganda em PDV, medimos que a taxa de atração de um cartaz em um corredor é de 10%. Após trocar a cor de fundo deste cartaz, a taxa de atração pode aumentar ou cair. Só após vários testes, temos a certeza de que o melhor resultado foi atingido – e assim podemos escolher a cor que trará mais vendas ao varejista, cor esta que será reproduzida nas próximas propagandas”. A explicação é de José Augusto Domingues, vice-presidente da empresa de Underhill no Brasil, Sense Envirosell. Segundo ele, este é um processo bastante quantitativo e compreende quatro etapas para definir a eficiência do ponto de venda: 1 - controle das variáveis: determinar fluxo de clientes, taxa de conversão e tempo médio na loja, entre outros; 2 - análise dos dados coletados: determinam-se

os períodos do dia de maior frequência e os de maior conversão, por exemplo; 3 - geração de insights: aqui se tenta explicar o que pode ter contribuído para que o consumidor tenha se comportado de determinada forma, em determinado período, e com determinado estímulo; 4 - teste de campo: muda-se detalhes como mobiliário, layout, merchandising, etc, e monitora-se todas as variáveis novamente. A diferença deste método em relação a outras formas de pesquisa, como aplicação de questionários e grupos focais, é que, neste, o ambiente é real. Um cartaz pode parecer muito eficiente numa sala com iluminação adequada e com pouca interferência de outros estímulos. Mas, e num ambiente de varejo, com milhares de produtos competindo pela atenção, com pessoas circulando, com vendedores interferindo... Aquele cartaz continuará eficiente?


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... e cartazes: qual cor você escolheria? Como medir e analisar a taxa de conversão Domingues diz que há duas formas de medir o indicador mais simples de um ponto de venda, a taxa de conversão. Uma é alocar uma pessoa em cada entrada e saída da loja, que fará uso de uma planilha ou contador para registrar toda esta movimentação. O ideal é efetuar o registro por hora ou qualquer outro período de tempo, assim é possível saber a média de permanência na loja e quais os períodos de maior taxa de conversão. Dado o custo, este tipo de medição é geralmente realizada pontualmente.

incluindo todas as grandes redes de moda. “Elas são ligadas em um software especial que traduz as imagens em informação e permitem criar mapas de calor, tracking, monitoria de comportamento, identificação de etnia, de gênero e controle de fluxo”. Na opinião dele, este é o método mais eficaz de pesquisar o comportamento do consumidor. “No mundo, percebe-se que todos os outros equipamentos estão com venda em queda, com exceção deste”. Usando o comportamento do consumidor a seu favor

Outra forma é investir em automatização. Contadores de fluxo automatizados entregam todos esses dados, com direito a gráficos. “Com eles, o varejista pode medir rapidamente o resultado de suas ações”, explica Meire Soares, executiva de marketing da Plastrom Sensormatic, especializada neste segmento de automação.

Com os dados e análises na mão, começa-se a fazer testes usando os anteriores como controle. Experimentar em inovação, como sugere Caio Camargo, especialista em varejo, pode ser uma alternativa. Desde que, segundo ele, o foco seja melhorar a experiência do consumidor no ponto de venda.

Mais do que medir, os sistemas desenvolvidos pela Feixe são acompanhados por um processo de monitoramento e análise. “Quando começamos a operar, há 15 anos, nos focávamos em controle de fluxo. Não demorou muito para percebermos que a necessidade do cliente era outra. Ele precisava entender os dados”, explica Fernando Maman, um dos proprietários da empresa.

Naturalmente, como toda a ocasião de compra tem sua motivação, fica a dica de otimizar a loja para cada público e objetivo. “Percebemos que, dependendo da ocasião de uso, muda também o comportamento. Comprar um presente para a namorada é bem diferente de comprar um para mim, e a loja precisa estar direcionada para isso. Dependendo da ocasião de uso, o consumidor estabelece uma ocasião diferente de compra”, explica Domingues.

Segundo Maman, as câmeras da empresa, a pioneira no país em vigilância robótica, monitoram mais de dois mil pontos de venda no país,

A dica para vender mais, e que serve para quase todos os caso, é investir em atendimento. “Algu-

mas lojas investem pesado em criar experiência para o cliente, mas não adianta nada se o processo de checkout (o pagamento) for doloroso. Ao sair da loja o cliente vai pensar ‘nunca mais volto aqui’”. Neste sentido, é bom cuidar para não exagerar nas medidas de prevenção de furto, pois algumas delas costumam diminuir a conversão. De acordo com Meire, da Plastrom, produtos confinados vendem cerca de 20% menos do que autoatendimento. Investir em etiquetas eletrônicas e vigilância pode ser uma boa saída. “Em alguns casos, recomendamos ao cliente colocar o furto na conta de promoção”, diz Domingues. Especialistas em aumentar a conversão No rastro da introdução da ciência experimental nos pontos de venda, estão diversos especialistas em pesquisa e automação comercial. Antes de contratar, recomendamos que o portfólio e a experiência sejam usados para a escolha adequada. Fontes citadas: Caio Camargo, consultor em varejo, falandodevarejo.blogspot.com Sense Envirosell, pesquisa comportamental, www.envirosell.com Plastrom Sensormatic, automação para ponto de venda, www.plastromsensormatic.com.br Feixe, vigilância robótica, www.feixe.com.br


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c am pu s

15º PRÊMIO FRANCAL TOP DE ESTILISMO São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul nos primeiros lugares Os vencedores do Prêmio Francal Top de Estilismo foram anunciados no dia 2 de outubro. A solenidade de premiação aconteceu no dia 19 do mês passado, em São Paulo, no restaurante Seraphini, nos Jardins, em cerimônia comandada pelo estilista Walter Rodrigues. Nessa noite, além da entrega dos troféus e prêmios em dinheiro (R$ 2 mil para o primeiro colocado de cada categoria, R$ 1.500 para o segundo e R$ 1 mil para o terceiro), foi conhecido o ganhador do prêmio mais esperado do ano: uma bolsa de estudos com três meses de duração em uma das mais conceituadas escolas de moda do mundo, a Modapelle Academy, em Milão. Todos os trabalhos inscritos foram avaliados pelos designers Jorge Bischoff, Rogério Lima, Martha Ribeiro (TAO Galeria) e Cristiano Bronzatto (Louloux), e pela coordenadora de área da FAAP (Fundação Armando Álvares Penteado, de São Paulo), Sandra Harabagi. Os jurados levaram em consideração quesitos como viabilidade comercial, criatividade e adequação ao conceito de brasilidade exigido pelo regulamento. Pela primeira vez, a categoria Bolsa Social, Clássica, Casual ou Esportiva não teve ganhadores. Na avaliação dos jurados, nenhum dos modelos inscritos cumpriu os pré-requisitos exigidos pelo regulamento.

Calçado Feminino Social

1º Lugar: Ana Paula de Lima Pereira (Rio de Janeiro - RJ)

2º Lugar: Gabriela Coulatti Vergacas (São Paulo - SP)

3º Lugar: Fernando Menille da Silva (Jaú - SP)

Calçado Feminino Casual ou Esportivo

Aberto a estudantes dos cursos de Moda, Design, Estilo bem como profissionais que já atuam na área, este ano, o Prêmio Francal Top de Estilismo foi composto de cinco categorias: Calçado Feminino Social, Calçado Feminino Casual ou Esportivo, Calçado Masculino Social, Calçado Masculino Casual ou Esportivo e Bolsa Social, Clássica, Casual ou Esportiva.

1º Lugar: Barbara Alves de Lima Nicesio (São Paulo - SP)

2º Lugar: Fabiano Silva Fernandes (Sapiranga - RS)

3º Lugar: Thiago Oliveira de Antonio (Jaú - SP)

Confira os vencedores de cada uma delas:

Next Generation Camila Dubina e Nei de Oliveira vencem o concurso Camila Dubina, aluna da Ulbra, e Nei Aguilar de Oliveira, aluno do UniRitter, venceram, em outubro, o Next Generation, concurso que garimpa os novos talentos do estilismo no Rio Grande do Sul. A disputa ocorreu, paralelamente ao Donna Fashion Iguatemi, evento que traz os principais nomes da moda nacional a

Porto Alegre. A temática dessa edição foi música, moda e atitude. E deu empate! Camila buscou no rock ’n’ roll dos anos 1960 inspiração. Ela elaborou um modelito multicolorido, tendo como tema a música Tutti Frutti, de Little Richards, gravada por Elvis Presley. Nei abordou o tema proposto

com inspiração no glam rock. A avaliação ficou a cargo de nomes de expressão na moda nacional. Com a vitória, os dois alunos ganharam o direito de ingressar na programação oficial de desfiles do próximo Donna Fashion Iguatemi. Uma bela estreia.


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cursos & concursos Calçado Masculino Social fotos: divulgação

1º Lugar: Mateus Boeri (Sapiranga - RS)

2º Lugar: Custodio Garcia Guimarães de Miranda (Franca - SP)

3º Lugar: Salatiel Rodrigues (Franca - SP)

Calçado Masculino Casual ou Esportivo

iF Concept Award 2010 inscrições prorrogadas até 15 de novembro Estão abertas as inscrições para o iF Concept Award 2010 por intermédio do programa Design Excellence Brazil (DEBrazil). Podem participar do prêmio europeu, estudantes de design, arquitetura, engenharia e marketing ou profissionais formados nessas áreas nos últimos dois anos. Este ano, os projetos devem ser inscritos nas seguintes categorias: time to market – projetos que tenham a pretensão de serem comercializados; desenho industrial; moda; comunicação/multimídia; arquitetura e design de interiores; design universal. Os participantes concorrem ainda a prêmios em dinheiro. No total são distribuídos 30 mil euros. Coordenado desde 2007 pelo Centro de Design Paraná, o DEBrazil é uma iniciativa do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). O programa organiza a participação dos estudantes no iF Concept, oferecendo orientações e apoio no envio do material solicitado para a Alemanha. O regulamento do prêmio encontra-se no site www.designbrasil.org.br/debrazil As inscrições devem ser feitas até o dia 15 de novembro de 2009.

1º Lugar: Paulo Sergio Ferreira Junior (Franca - SP)

2º Lugar: Pedro Junqueira Becker (Estância Velha - RS)

3º Lugar: Mateus Vinicius de Moraes (Novo Hamburgo - RS)

Nota: Como o fechamento desta edição aconteceu antes da grande noite de premiação, o nome do vencedor da bolsa de estudos em Milão ainda não havia sido divulgado.

você na Usefashion A vez do estudante Campus é um espaço dedicado à publicação de notícias, cursos, eventos, acontecimentos e temas que são do interesse de estudantes e professores ligados aos cursos de moda, estilismo e design. Você pode participar enviando para nossa redação sua contribuição. Sugira assuntos a serem abordados, opine,

envie notas a serem divulgadas sobre a programação de sua universidade ou instituição de ensino, sobre trabalhos premiados e atividades extra-curriculares. Estamos aguardando sua participação. Contate-nos através do email: campus@usefashion.com

Workshop Figurino na tevê Com Emilia Duncan O workshop vai abordar a teoria e a prática do trabalho, a partir das etapas do processo de pesquisa, concepção e realização dos figurinos. Será usada como base a novela Caminho das Índias, da TV Globo, que teve direção de figurino de Emilia Duncan. Formada em história pela PUC - RJ, estudou também no Fashion Institute of Technology - Nova York e, antes de fixar-se como figurinista, trabalhou no Arquivo Nacional. Figurinista e diretora de arte, Emilia atua no cinema, teatro e televisão. Estreou no cinema em 1994 com Carlota Joaquina - princesa do Brasil, de Carla Camurati. Data: 28 de novembro | sábado Horário: 10h às 17h (com 1 hora de intervalo) Local: Escola São Paulo Inscrições: www.escolasaopaulo.org


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opinião

MODA, CREDIBILIDADE E TRANSPARÊNCIA por Roberto Ethel *

foto: Beth Lee/Odju/divulgação

Há exatamente um ano, a maior parte do mundo industrializado/globalizado estava paralisada, em estado de choque. Se apresentava uma crise sem precedentes para a maior parte da população do planeta, que não vivenciou as crises econômicas e nem as assustadoras guerras mundiais do século passado. Iniciado no sistema financeiro, o crash veio em efeito dominó. Inicialmente paralisou e depois encolheu as mais importantes economias: Estados Unidos da América, Japão, Alemanha, França, Inglaterra, China. E chegou ao Brasil, mesmo que um pouco depois. A moda, um dos mais importantes segmentos do processo industrial, também entrou nessa espiral de declínio. Os conceitos de marca, de luxo, de valor agregado, foram duramente questionados e em boa parte dos casos, relegados a um segundo plano. E o consumo caiu, em todos os setores da economia. E esta queda de consumo, mesmo que em menor escala, chegou rápido ao Brasil. Foram atingidos os valores de certos produtos de luxo – uma palavra e um conceito que se desgastaram e que hoje se reinventam, agora com mais base e menos fantasia. O questionamento de se pagar milhares de dólares por uma bolsa ou por um sapato ainda é muito forte, principalmente no Japão e nos EUA. O mercado joalheiro mundial teve uma queda vertiginosa, e especialistas calculam que serão necessários pelo menos cinco anos para esta indústria se reequilibrar. Redes de consumo popular cresceram, e a classe média agora frequenta as grandes e pequenas lojas de preço baixo. Mas a moda é, até por definição, uma eterna fênix. Ela sempre ressurgiu das cinzas mais forte. Enquanto fenômeno capitalista, da revolução industrial, e muito contemporânea, a moda sempre esteve e estará intimamente ligada à evolução dos meios de comunicação e da melhor maneira de estar presente neles. De uma certa maneira, o Brasil vive um amadurecimento capitalista e de ascensão. E isso está

presente na moda. O setor se profissionaliza cada vez mais. Um calendário se fixa, as semanas de moda começam a ter uma convergência. Grupos de marcas se formam, sejam de investidores externos ou a partir das próprias empresas do segmento. Mesmo o que ainda tem estrutura familiar cada vez mais traz profissionais de fora em seu board. Este amadurecimento e esta profissionalização chegaram também na comunicação de moda. O que era aventura ontem hoje é essencial: um trabalho de assessoria de imprensa (ou PR, como é conhecido no exterior) e comunicação onde a ética e a credibilidade são fundamentais em todo o processo. A moda sempre influenciou a comunicação de vários outros setores como automóveis, alimentos, turismo. Agora, talvez pela crise e pela mudança de comportamento dos consumidores, ela é influenciada. Hoje, talvez o maior valor agregado de uma marca ou de um conceito seja a transparência, a credibilidade. Consumidores querem produtos com selos de garantia que não agridam ao meio ambiente, que tenham responsabilidade social. E na moda, isso tem de estar aliado ao glamour, à elegância, ao desejo. É com planejamento, profissionalismo e muito foco que este trabalho tem que ser feito. A única indústria mais veloz que a moda é a indústria de comunicação. Blogs e twitters levam esta velocidade de informação a níveis quase imediatos, e aqui entra cada vez mais a questão da credibilidade. É necessário ser forte para ter respeito e a força vem da transparência. Apenas as marcas/empresas de moda, design, comportamento que tenham este componente intrínseco em seus produtos e comunicação – principalmente, além da propaganda, que é questionada sempre, mas fundamental no processo – vão sobreviver e crescer. É uma exigência do mercado hoje.

* Roberto Ethel é jornalista formado pela USP. Hoje é sócio-diretor da MKT MIX Assessoria de Comunicação e da PRCOM. Ministra aulas de Marketing de Moda e Novos Negócios de Moda na Escola São Paulo, foi professor de Jornalismo de Moda na FMU, e na pós-graduação em Jornalismo de Moda e no MBA de Gestão de Comunicação em Moda da Anhembi Morumbi.


preview verão

2011 referências | matéria-prima | consumo direção de pesquisa: patrícia souza rodrigues e THOMAS hARTMANN edição de moda: Eduardo Motta colaboraram: Angela Aronne, Juliana Zanettini, Nájua Saleh, Paula Visoná, Renata Spiller fotos: © Agência Fotosite (desfiles), UseFashion (feiras) fotos referências: reprodução (saiba mais no portal www.usefashion.com)

Basso & Brooke | Londres


re ferên c ia s e m a teriai s

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Bem-estar

Conforto em família

Alimentação saudável

Palavras-chave Conforto, fluidez, leveza. Conceitos Eu me sinto bem/os meus se sentem bem. Definições Compartilhamento de experiências e emoções. Busca constante por uma vida saudável e pelo equilíbrio. Concentração de investimentos em produtos e condições que traduzam situações de conforto para indivíduos e grupos (família). Domesticidade: a casa, os objetos cotidianos, a roupa, a arquitetura de interiores. Direcionamento de estilo Associações positivas da memória com elementos lúdicos, memórias da infância, presença visível da tecnologia, visualidade pop e leves referências esportivas.

Inspiração no futebol americano de Alexander Wang, em Nova York


edi torial de mod a

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pr e v i e w v e r ão 2011

Modelos divertidos da marca francesa Swims

Banquinhos da Sweet Collection da Spell

Pitti Filati

Pitti Filati 65% algodão penteado e 35% fibra de leite (com aspecto e toque da viscose). Os tecidos são leves, sutis, quase transparentes, confeccionados principalmente em fibras naturais.

Luminária Beach Ball

Lineapelle

Lineapelle Loja da Camper, desenhada pelo espanhol Jaime Hayon

Couros e laminados sintéticos, transformados pela cor e perfurados


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ten dên c ia s

Marni | Milão

Josh Got | Londres

Bottega Veneta | Milão


edi torial de mod a

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pr e v i e w v e r ão 2011

Alexandre Herchcovitch | Nova York

Ashish | Londres

Bem-estar A modelagem é confortável, simplificada e prática, e absorve do algodão ao nylon, passando pela malha. Os motivos decorativos florais fazem parte, e neste caso aparecem sintetizados, como na proposta da italiana Marni, onde se aproxima de um tratamento dado a brinquedos plásticos. Este acento lúdico, que encosta no universo infantil, permeia aspectos e técnicas. Como existe a ligação com o esporte, valem linhas dinâmicas de corte, que facilitem os movimentos. Áreas geométricas de cor predominam, seguidas por manchas e lettering. A cor ocupa um papel importante. Ela sublinha e define formas em mistura de tons fortes com branco e natural. Uma mescla de aspectos tecnológicos e outros naturais.

Ashish | Londres


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re ferên c ia s e m a teriai s

natural

Flora brasileira documentada por Margareth Mee

Redução de ruído de trem bala japonês a partir da observação de pássaros. Um dos projetos do Instituto Biomimicrys.

Palavras-chave Sustentabilidade, rústico, texturas. Conceitos A natureza como modelo. Definições Perspectiva de união entre homem e natureza. Uma relação estética, táctil e até mesmo medicinal com o planeta. Soluções ecologicamente corretas para a produção industrial. Direcionamentos de estilo Elementos do mundo botânico e animal, o étnico diluído, associações com a anatomia, junções de matérias-primas opostas, deixar transparecer a essência do material, a técnica artesanal de execução exposta, a tecnologia industrial oculta.

Aspecto amassado e modelagem propositalmente irregular da Calvin Klein em Nova York


edi torial de mod a

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pr e v i e w v e r ão 2011

Illum Chair, de Damaris e Marc

Bracelete com marcação de idade, Sara Ferrari

Pitti Filati

Mistura de materiais em mobiliário de Simone Simonelli

Lineapelle

Lineapelle

Lineapelle Interiores contemporâneos mimetizam a natureza e voltam ao passado

Estampas florais sobre base rústica


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ten dĂŞn c ia s

Cynthia Steffe | Nova York

Hiroko Koshino | Paris

Cushnie et Ochs | Nova York


edi torial de mod a

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pr e v i e w v e r ão 2011

Isabel Marant | Paris

Donna Karan | Nova York

natural Ao se voltar para a natureza, a tendência traz flores de todos os tipos. Esta também é a tendência onde o étnico encontra espaço e sobrevive, com animal prints estilizadas e outros elementos do repertório, e permanece atraente, mas precisa ser reinventado para não encontrar resistência. No tratamento dos materiais, assim como na modelagem, convivem duas vertentes de trabalho. Uma delas de inclina para algo que poderia ser definido como selvagem/soft, em cores naturais delicadas e incorporando suaves imperfeições. A outra volta-se para o mesmo colorido, mas trabalha com modelagem comportada, simétrica e fresca. A divisão gera uma linha vinda diretamente da natureza e outra sugere uma interpretação urbana da inspiração. Há muita tecnologia investida, mas ela se oculta no resultado final.

Christian Siriano | Nova York


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re ferên c ia s e m a teriai s

tecnologia e emoção

Morph Phone, da Nokia

Experimentações com tecido luminescente do projeto de novas tecnologias da Phillips

Palavras-chave Interação, performance, polido. Conceitos Tecnologia como mediação afetiva. Definições Formas e experiências inesperadas. Campo sensível entre pessoas e objetos. Exploração de interfaces sensoriais e cognitivas entre o produto e o consumidor. Direcionamentos de estilo Aparência high tech, produtos com algum tipo de desempenho agregado, associações homem/máquina, repetição de elementos, futurismo diluído em formas orgânicas, tecnologias industriais em primeiro plano.

Aspectos brilhantes e formas orgânicas da Gucci em Milão


edi torial de mod a

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pr e v i e w v e r ão 2011

Instalação da Onsite Studio

Modamont

Lineapelle Aviamentos metálicos

Polido ao extremo

Ambiente expositivo, com temática de sustentabilidade em Berlim

Pitti Filatti

Forma geometrizada

Moda In Loja na China desenhada pela Sako Architects

Superfícies brilhantes


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ten dĂŞn c ia s

Costume National | Paris

Cesar Galindo | Nova York

Balenciaga | Paris


edi torial de mod a

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pr e v i e w v e r ão 2011

Jil Stuart | Nova York

Versace | Milão

TECNOLOGIA E EMOÇÃO O brilho, as cores fechadas e o gosto pelo impacto migram para esta tendência. Nela, é necessário deixar clara a tecnologia investida, e isto vale para o aspecto da matéria-prima, para a modelagem e para a performance de ambas. Um tecido termorregulador, ou elástico, ou antibactericida, pode fazer a diferença, por exemplo. A silhueta enxuta e ágil, viabilizada pelo desenho e pelo desempenho do material, é a que coordena o estilo. Aspectos metalizados e estampas que exploram a simetria e o interior de máquinas e circuitos eletrônicos funcionam muito bem. O que diferencia esta tendência da onda futurista de estações passadas é que os produtos precisam ganhar leveza e parecerem mais humanos. Nada de robôs, é tudo sobre o feminino e sobre sensibilidade, com a tecnologia servindo ao corpo e mimetizando a natureza.

Basso & Brooke | Londres


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con s umo

Assim como a onda da crise se espalhou, rápida e devastadora, espera-se que o refluxo venha logo em seguida. O Brasil, como se sabe, não foi circunstancialmente tão impactado, embora persistam problemas que antecedem à própria crise, somados ao desequilíbrio no mercado internacional. O consumidor vai considerar tudo isso, mas os dados são positivos. Incluem a real estabilidade política e financeira do país, o impacto de políticas de ano eleitoral, fatores como o pré-sal, e a escolha do Brasil para sede da Copa e das Olimpíadas. Somados à gradativa emersão da crise, eles irão fomentar o desejo e a capacidade de consumo. O mundo mudou neste que pode ser chamado do século dos emergentes, e a expectativa é que o Brasil ocupe um papel determinante neste novo cenário. Novas atitudes do consumidor Consumir menos e melhor. Conferir a veracidade das vantagens apregoadas pelos produtos. Descartar o supérfluo e valorizar hábitos e produtos duráveis. Encontrar novos canais de compras. Novas atitudes do varejo Investir na qualidade. Oferecer produtos com valores reais. Acentuar a utilidade. Identificar e a adotar novos canais de ofertas. Oferta de produtos já posicionados: co-branding e licenciamento de marcas. Oferta de segunda marca, conservando o status do nome e da qualidade do original a preços acessíveis. Oferta de edições limitadas. Oferta de produtos ícones. Oferta da simplicidade com status de luxo. Oferta de performance tecnológica. Oferta de produtos verdes. Oferta de produtos que expandem o valor cultural da moda.

GERAÇÕES

Baby boomers 50 a 65 anos

Geração X 30 a 50 anos

Os gostos: objetos e experiências de qualidade, conforto, cultura, turismo.

Os gostos: gadgets eletrônicos, artigos de beleza, roupas descoladas, saídas noturnas,viagens.

Os desejos: manter a saúde, aparência jovial e ativa, autossuficiência pessoal e financeira.

Os desejos: aparência em dia com a moda, corpo em forma, fazer as coisas a seu próprio modo.

Os valores: laços familiares, amizades, tempo.

Os valores: senso utilitário, boas relações profissionais, conquistas.


edi torial de mod a

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pr e v i e w v e r ão 2011 Forças que dão maior complexidade ao consumo contemporâneo Crianças nas decisões de compra da família.

A participação das mulheres.

A vida ativa na terceira idade.

Indivíduos que vivem sozinhos.

Os direitos dos gays.

Ações globais por um consumo consciente.

A origem étnica.

As tribos urbanas.

Sustentabilidade ambiental.

Geração Y 15 a 30 anos Os gostos: tecnologia, arte, música, moda. Os desejos: liberdade de ir e vir. Os valores: domínio da tecnologia, criatividade, domínio de línguas, ecologia. Características: extremo individualismo, o consumo compulsivo.

A geração Y e seus desdobramentos A aceleração das transformações, nas últimas décadas, levou a uma série de modificações no conceito geracional. A chamada geração Y, em princípio extremamente individualista e focada em relacionamentos virtuais, incorporou outros valores, procurando compartilhamento na vida real, e desdobrou-se nos millennials. Eric Greenberg simplifica a leitura geracional concentrando-se em baby-boomers e millennials.


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memória fotos: reprodução

Um dos pontos fortes da GAP: campanhas atrativas dedicadas ao público jovem

40 anos da GAP Por Juliana Zanettini

Reza a lenda que Donald Fisher teve a ideia para a fundação da Gap após entrar em uma loja de roupas em Sacramento e não encontrar a numeração adequada para um par de jeans Levi's. A oportunidade batia à porta: produtos com preços acessíveis e em grandes quantidades, que atendessem à grande massa. E foi o que ele buscou ao abrir a primeira loja da Gap em 1969, na Ocean Avenue, em São Francisco. Don, como era conhecido, resolveu nomear sua empresa inspirado no termo 'The generation gap', usado para caracterizar as diferenças culturais entre gerações - vale lembrar que eram os anos 1960, da geração hippie. A aposta principal de Don e sua esposa, Doris, foi no jeans; mas o casal também trouxe fitas e discos de vinil para compor o mix do espaço. Contudo, no início, as vendas nao foram nada boas. Desesperado, Don pôs anúncios nos jornais locais divulgando a venda de “quatro toneladas” de jeans em preços acessíveis, reforçando o posicionamento da loja. Como resultado, o estoque liquidou-se rapidamente. Em um ano, a Gap, que teve aporte inicial de US$ 63 mil, já estava faturando US$ 2 millhões/ano. E abria novos espaços em locais com custos de

locação baixos.

e Athleta, entre outras.

Em 2004, Donald Fisher se aposentou do Com rapidez extraordinária, abriram pontos de cargo de presidente da empresa. Embora ainda vendas em todo os Estados Unidos, e, em cinco atuante, foi substituído por seu filho anos, as vendas aumentaram quase Robert. Com perdas financeiras sig50 vezes. Os produtos eram distribunificativas em função da inclusão de ídos por 21 estados. Em 1976, abrioutras redes de fast-fashion como a ram capital na Bolsa de Nova York. Eu criei a Gap com Zara e a H&M, recentemente a GAP Conquistando consumidores muito uma simples ideia: apostou em parcerias com estilisjovens, através das campanhas atratitornar fácil a busca tas consagrados como Alexander vas e compra centralizada, em 1982 de um par de jeans. Wang e Phillip Lim para alavancar deram um passo além e investiram Nos mantemos com- as vendas. Hoje, é a segunda maior na marca própria de roupas. Jeans, prometidos com este empresa do ramo no mundo, atrás camiseta e moletom tornaram-se princípio básico. apenas da espanhola Inditex, que símbolos da marca, especialista em detém a marca Zara, e opera em produtos casuais. Donald Fisher quase 3.500 lojas no mundo todo. Inaugurando espaços em locais diversos como Canadá, Tóquio, França e até no Alaska, a rede varejista chegou a contabilizar lucros de US$ 1 bilhão no seu auge. Com o passar dos anos, foram lançadas diversas marcas próprias como a “Baby GAP”, dedicada aos pequenos, a “GAP Body”, linha de cuidados pessoais e a “GAP Maternity”, com produtos para gestantes. O grupo também promoveu novas lojas sob os nomes Banana Republic (marca adquirida em 1983), Old Navy

Ironicamente, em 2009, ano de comemorações dos 40 anos da GAP, Donald Fisher veio a falecer de câncer no dia 27 de setembro, dias após anunciar que sua coleção de arte contemporânea, uma das maiores dos Estados Unidos, terá permanência fixa no San Francisco Museum of Modern Art. Mais de mil obras de artistas singulares como Roy Lichtenstein, Andy Warhol e Richard Serra poderão ser conferidas pelo grande público.




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