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Os fundamentos

em contato com a natureza. A experiência nos acampamentos militares, onde todos estavam sob severas ordens para o bem comum, bem como as experiências vividas em viagens poderiam servir de base para um assentamento colonial comunitário. Por isso, deu-se preferência aos candidatos engajados em algum grupo da juventude católica, como círculos e associações de várias denominações que se preocupavam com a formação dos jovens. Considerava-se normal e até necessário que, na América do Sul, predominantemente católica, o assentamento colonial fosse confessional, ou seja, formado por jovens católicos.4 Segundo os idealizadores do projeto, a vida em comum desenvolveria nos jovens fortes laços de companheirismo, necessários e fundamentais para a futura colônia cooperativa. Acresce que o trabalho comunitário, realizado no estágio preparatório sob rigorosa direção, só seria possível entre jovens solteiros. É de se observar ainda que o jovem, ao participar de um projeto colonial, trabalharia tendo em vista seu futuro pessoal ao passo que um casado, pai de família, trabalharia praticamente só para seus fi lhos.

Os fundamentos

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No livreto Die Jugend-Gemeinschafts-Siedlung “Heimat” Brasilien, Konrad Theiss escreve: “A solidez do assentamento colonial está no companheirismo, na direção uniforme e nos estatutos que pedem de cada um muito sacrifício, mas que dão a garantia de que, por tal caminho, o objetivo será alcançado. Apesar do isolamento, a comunidade manterá unidas as forças espirituais, culturais e

4 Cf. THEISS, Konrad. Die Jugend-Gemeinschafts-Siedlung “Heimat” Brasilien. Freiburg im Breisgau: Caritasverlag G.m.b.H., 1933, p. 11-12.

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religiosas no seio do grupo. No convívio comunitário, os valores serão não apenas cultivados, mas aprimorados e aprofundados. A vida em comunidade não permitirá que se instale o mau humor e a saudade. A direção, os estatutos e a rígida organização farão com que os confl itos, que sempre representam um perigo para uma comunidade, jamais tomem maiores proporções. A experiência mostra o poder do companheirismo quando empregado para um mesmo objetivo. A geração atual não é pior que a da guerra, que, durante quatro anos e meio, sofreu horrores sobre-humanos. Assim também nossa juventude superará as difi culdades que, certamente, surgirão na nova colônia no meio da fl oresta. ‘Se outros venceram, por que não também nós’? Estas palavras dizem agora também nossos jovens que não querem se deixar superar por ninguém em ânimo e coragem, em honestidade e disciplina. A direção cuidará para que o companheirismo seja promovido através do canto comunitário e das práticas musicais, dos jogos e do esporte, da oração e do trabalho. Seguiremos o mesmo caminho com nossas forças, como os cavaleiros teutônicos que conquistaram a Prússia Oriental e lá, através do laço de seu forte companheirismo e sacrifício, desbravaram a terra e a cultivaram. Assim queremos também nós fazer agora no Brasil: qual guarda avançada da juventude alemã e pioneiros enviados, procurar para o povo alemão um novo caminho para um novo espaço vital.” “A meta do trabalho é promover o surgimento de propriedades rurais autônomas que visam realizar em conjunto seus objetivos econômicos, populares, culturais e religiosos numa forte comunidade aldeã. A forma dos dois anos de trabalho comunitário é, portanto, para nós, apenas o caminho para alcançar esse objetivo e não um fi m em si mesmo”. “A constituição de famílias é, para nós, evidente. Se outrora, nas colônias formadas de famílias, também as mulheres

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