Bimestral • Director: Miguel A. Rodrigues • Nº 14 • 1 de Agosto 2019 • Gratuito
Chafariz
de Arruda
Arruda celebra as suas festas com muitas novidades Diogo Moreira na esperança de encontrar um dador de medula compatível
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Câmara de Arruda prepara-se para abandonar o glifosato
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2 Desporto
Bruno Rosa venceu Classificação Grande Prémio de Cardosas
Pedro Pinheiro vencedor Prémio da Montanha - Paulo Viduedo - Remax runo Rosa do “Santa Cruz / Litoralmotors”, foi o grande vencedor do Grande Prémio de Ciclismo de Cardosas no passado dia 21 de julho, um pódio que teve o apoio da empresa RealMacos. A iniciativa que juntou cerca de 70 atletas desenrolou-se entre a freguesia de Arruda e Cardosas, criando assim percursos com alguma dificuldade, mas também desafiantes aos concorrentes. Segundo Fábio Amorim,
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Foto Jorge Mesquita
presidente da Junta de Freguesia de Cardosas, o “balanço é positivo”. O autarca fala numa adesão por parte dos atletas bastante significativa e também por parte da população que não deixou de estar presente nesta iniciativa que promete voltar para o ano. No que toca a classificações, o segundo lugar foi entregue a Nelson Candeias da mesma equipa e o terceiro a André Canuto do Team Wingman. Quanto ao prémio da montanha – Paulo Viduedo -
Remax este foi entregue a um filho da casa. Foi vencedor Pedro Pinheiro, natural da freguesia de Cardosas e que tem estado na sua melhor forma nas últimas temporadas. Mais uma vez, a iniciativa foi repartida entre as duas freguesias que têm uma forte tradição no ciclismo. Ao todo os atletas tiveram pela frente um percurso de oitenta quilómetros, sendo que a o principal obstáculo em termos de dificuldade foi a subida para a localidade de Cardosas.
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1. Bruno Rosa 7 voltas, 02:20:38 (Santa Cruz / litoralmotors.pt); 2. Nelson Candeias 7 voltas, 02:26:38 (Santa Cruz / litoralmotors.pt); 3. André Canuto 7 voltas, 02:26:38 (Team Wingman); 4. André Costa 7 voltas, 02:26:38 (Individual); 5. Bernardo Alves 7 voltas, 02:27:29 (Malaguetini Cycling Club); 6. Tiago Martins 7 voltas, 02:31:10 (Pinabike); 7. Pedro Pinheiro 7 voltas, 02:31:48 (RÓÓDINHAS / Santos Silva); 8. Telmo Francisco 7 voltas, 02:34:10 (G. D ARRABIDA/ALL 4 BIKES); 9. René Caseiro 7 voltas, 02:36:42 (Individual); 10. Manuel Pereira 7 voltas, 02:38:01 (Individual); 11. Luis Conceição 7 voltas, 02:38:15 (E. C. C. BENFICA GRÂNDOLA); 12. João Nunes 7 voltas, 02:39:53 (Santa Cruz / litoralmotors.pt); 13. André Silva 7 voltas, 02:39:58 (Consinvest); 14. Rui Matias 7 voltas, 02:40:59 (Santa Cruz / litoralmotors.pt); 15. Carlos Candeias 6 voltas, 02:22:00 (ADECT/alumínios sacramento); 16. Ricardo Pereira 6 voltas, 02:23:06 (Santa Cruz / litoralmotors.pt); 17. Guilherme Pereira 6 voltas, 02:23:06 (Santa Cruz / litoralmotors.pt); 18. Rodrigo Oliveira 6 voltas, 02:26:36 (Individual); 19. Ruben Moreno 6 voltas, 02:28:21 (Santa Cruz / litoralmotors.pt); 20. Marco Fechas 6 voltas, 02:31:23 (Individual); 21. Hugo Lourenço 6 voltas, 02:31:31 (Individual); 22. Paulo Cartaxo 6 voltas, 02:32:14 (UDCA Loucos do Pedal); 23. Renato Ferreira 6 voltas, 02:32:47 (MoveFree); 24. Telmo Melo 6 voltas, 02:32:51 (Sorbettino cycling team); 25. Vitor Paulos 6 voltas, 02:35:59 (BTT Marinhais); 26. Daniel Duarte 6 voltas, 02:36:03 (Anipura-GDM-E. Alexandre Ruas); 27. Cláudio Canavilhas 6 voltas, 02:36:09 (3B Triatlo); 28. Gabriel Alves 6 voltas, 02:39:14 (3B Triatlo); 29. Jose Silva 6 voltas, 02:40:01 (G.D.Samora Correia / Hiper Porto Alto); 30. Manuel Santos 6 voltas, 02:44:10 (Centro Ciclismo de Loulé); 31. Eduardo Vaquinhas 5 voltas, 02:16:13 (Santa Cruz / litoralmotors.pt); 32. Flávio Silva 5 voltas, 02:20:58 (Malaguetini Cycling Club); 33. Rogério Nunes 5 voltas, 02:21:11 (Coxos & Marrecos); 34. Diogo Vasconcelos 5 voltas, 02:23:26 (Individual); 35. Pedro Esteves 5 voltas, 02:25:00 (Doidos da Estrada); 36. Ricardo Morgado 5 voltas, 02:25:33 (Doidos da Estrada); 37. João Esteves 5 voltas, 02:25:43 (Doidos da Estrada); 38. Paulo Campos 5 voltas, 02:30:49 (NCA Lisboa); 39. Paulo Rodrigues 5 voltas, 02:33:08 (Olhos Nos Olhos); 40. Cândido Ramos 5 voltas, 02:33:10 (Olhos Nos Olhos); 41. Pedro Santos 5 voltas, 02:34:35 (Individual); 42. Paulo Teles 5 voltas, 02:45:55 (3B Triatlo); 43. Ricardo Lemos 4 voltas, 01:45:10 (Individual); 44. Jorge Ramalho 4 voltas, 02:13:02 (Individual); 45. Fernando Esteves 4 voltas, 02:17:43 (Doidos da Estrada); 46. Tomas Costa 4 voltas, 02:20:53 (Cruzados das Cardosas)
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Profissionais do Hospital de Vila Franca ficaram indignados com a notícia das casas de banho Hospital de Vila Franca de Xira volta a figurar como uma das unidades do país com melhor avaliação no âmbito do Sistema Nacional de Avaliação em Saúde (SINAS). Entre as mais de cem instituições que participaram neste estudo da responsabilidade da Entidade Reguladora da Saúde, a unidade que serve os concelhos de Vila Franca de Xira, Alenquer, Azambuja, Arruda dos Vinhos, e Benavente é um dos hospitais do país com mais áreas com nível máximo de excelência clínica, concretamente, Cirurgia de Ambulatório; Cirurgia Geral - Cirurgia do Cólon; Cuidados Transversais - Avaliação da Dor Aguda; Neurologia - Acidente Vascular Cerebral; Obstetrícia - Partos e Cuidados Neonatais e Pediatria - Cuidados Neonatais. Sensivelmente um mês depois do surgimento de um outro relatório que dava conta do internamento de doentes em refeitórios e casas de banho, situações entretanto desmentidas pela administração da José de Mello Saúde, o Chafariz de Arruda falou com Mário Paiva, diretor clínico desta unidade, tendo em conta a aparente contradição produzida pela tutela para o mesmo hospital. O diretor clínico refere que sendo ambos os relatórios distintos, a notícia reportada ao relatório que foi produzido pela Entidade Reguladora da Saúde com base em queixas de utentes e familiares – (a
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escassos dias do anúncio da não renovação da PPP nos atuais moldes) – que dava conta do internamento em refeitórios e casas de banho “foi algo que indignou os profissionais do hospital”. “Esse tipo de situação seria impensável para todos aqueles que aqui trabalham”, refere, acrescentando que a nova unidade, inaugurada em 2013, encontra-se aquém do número de camas desejável para internamento de doentes agudos. Aliás o número de camas não subiu em relação ao antigo hospital, sendo que a procura disparou, bem como o aumento do número de especialidades. O também médico pediatra refere que cerca de 30 a 40 pessoas continuam a permanecer no hospital após receberem alta, o que é um fator crítico quando se fala em falta de camas nesta unidade de saúde, que tem apenas uma capacidade para 280 camas, obrigando muitos doentes a “permanecerem na urgência por ausência de camas nos pisos de internamento, e isso é algo que nos perturba”. Por outro lado, muitos dos doentes com alta ficam a aguardar nas ditas zonas de refeitório, mas que no fundo são pequenas alas onde aguardam “que os venham buscar, nomeadamente, as instituições ou os familiares”. Sendo certo que há casos notórios de negligência e de desinteresse por aqueles doentes por parte das famílias. São normalmente pessoas mais velhas à espera há muito tempo, em
Diretor clínico sublinha cultura de excelência nos cuidados de saúde tendo em conta nova avaliação do SINAS que a resposta só surge mais tarde e por parte da Segurança Social. O hospital apenas tem conhecimento de uma queixa relacionada com a questão da casa de banho – “Foi em 2015 que essa questão foi apresentada. É impossível desde logo internar alguém numa das casas de banho porque a maca não entra. Existe o espaço dos banhos assistidos que não é casa de banho, onde, uma vez, um doente pediu para ficar ali, porque havia demasiado barulho e luz no tal local designado erradamente por refeitório, mas que eu saiba foi uma única vez.” Quanto à avaliação produzida pelo SINAS que entregou ainda ao hospital de Vila Franca de Xira, segundo ava-
liação produzida no início do mês de julho, excelência clínica de nível 2 (duas estrelas) às áreas de Cardiologia - Enfarte Agudo do Miocárdio; Unidade de Cuidados Intensivos; Cuidados Transversais: Tromboembolismo Venoso; Ginecologia - Histerectomias; Ortopedia – Artroplastia da Anca e do Joelho e Tratamento Cirúrgico da Fratura Proximal do Fémur e Pediatria – Pneumonia; “é o resultado de um trabalho e de uma estratégia direcionada para a excelência da qualidade do ato médico”. A adesão ao SINAS é voluntária. “Ao longo do tempo fomos aderindo a novas propostas de trabalho neste âmbito, com planeamento estratégico, amadurecimento das equipas
dentro desta cultura, e em que a responsabilidade é maior”. Em algumas patologias, o hospital montou mesmo alguns circuitos como o do Acidente Vascular Cerebral (AVC) que compreende a chegada do doente e o seu diagnóstico, “com uma série de parametrizações clínicas a decorrer sem quebra de tempos, de forma eficiente e rápida”. A servir uma população sobretudo idosa, o hospital definiu ainda um circuito do idoso com um número de camas atribuídas, e onde se trata de forma integrada as incidências e as doenças do ponto de vista da Geriatria, sobretudo doentes oriundos da urgência. Mário Paiva trabalha na uni-
dade há 30 anos, e conheceu os dois tipos de gestão- a pública, “sistematicamente controlada pela tutela e com problemas de défice orçamental”, por oposição “a esta gestão de parceria público-privada como a que temos em que existe maior liberdade, atendendo às necessidades imediatas dos serviços sem termos de ficar à espera de outra entidade externa que dê autorização para fazer isto ou aquilo”. “Temos uma gestão de qualidade em que conseguimos fazer planeamento a longo prazo”. Um dos desafios da gestão clínica deste hospital prendese com a procura crescente de utentes não oriundos dos cinco concelhos. Nesta altura não há mãos a medir para encaixar quem venha, por exemplo, de Santarém, Cartaxo, Torres Vedras, Salvaterra de Magos, apenas para citar concelhos próximos, à procura de uma consulta ou de um tratamento no hospital de Vila Franca de Xira. Para o diretor clínico “é tudo uma questão de equilíbrio entre a procura e a oferta, mas é sobretudo um desafio”. “Não pretendemos ser um hospital de final de linha, (hospital central) para a maioria das doenças, mas de facto fazemos aqui muita coisa”, orgulha-se, referindo ser da maior importância a ampliação das atuais instalações, até porque em certas patologias os tempos de espera para consultas ou cirurgias, e conforme os casos, chega a ser de seis meses.
Câmara de Arruda aprova a manutenção do 2º ciclo público em Arranhó o rescaldo da decisão da Direção Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEST) de dar por findo o protocolo com o Externato João Alberto Faria (EJAF) em Arranhó e subsidiação de duas turmas do 5º ano, os ânimos continuaram quentes em reunião de Câmara com o vereador do PSD, Luís Rodrigues a acusar o presidente da autarquia, André Rijo, de ter sido conivente com a decisão do ministério de Tiago Brandão Rodrigues desde o seu iní-
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cio. Na reunião de 15 de julho, foi emitido parecer favorável sobre a manutenção da oferta de ensino do 2º ciclo do Ensino Básico no Centro Escolar de Arranhó. Recorde-se que o Centro Escolar de Arranhó albergou até ao último ano letivo turmas do 5º e 6º anos por contrato de associação com o EJAF, situação que a tutela considerava ilegal, por se tratar de um edifício da escola pública. O ministério deu duas hipóteses tendo em vista já o próximo ano letivo: ou o município aceitava a integração das duas tur-
mas do 5º ano no ensino público, ou seja nas mesmas instalações (o 6º ficou de fora desta obrigatoriedade), com o consequente não pagamento de verbas ao EJAF por parte da tutela, neste caso 80 mil 500 euros por ano por turma, ou as cerca de 30 crianças teriam de rumar à sede do externato em Arruda para frequentarem o 5º ano. “Não posso deixar de notar que desde o início estava favorável à mudança no 5º ano em Arranhó. Houve uma incapacidade de chegar a acordo com o EJAF para sa-
nar aquilo que foi apresentado como uma ilegalidade, criando-se um quadro de instabilidade nas famílias pois nenhum encarregado de educação discordou do ensino levado a cabo pela EJAF naquele centro escolar. Só lamento a falta de coerência de camaradas seus, do PS, de outros concelhos que colocam os filhos no externato em Arruda, defendendo para os filhos aquilo que não querem para os filhos dos outros”, sintetizou o vereador da oposição. O presidente da Câmara respondeu alegando que com
aquele discurso Luís Rodrigues estava a passar o maior atestado de incompetência aos professores do ensino público, salvaguardando que foi a tutela que colocou esta questão na agenda política e não o município. “Reconheço que houve alguma incapacidade da Câmara na negociação com o EJAF”. Em causa estaria o pagamento por parte do externato de uma verba de 400 euros por mês numa espécie de aluguer das instalações desde 2009 sem que nunca tivesse sido assinado este protocolo. “Pode-
ríamos ter resolvido esta situação em 2016 quando a Câmara propôs o acordo, mas em 2011 o PSD também o poderia ter realizado”. As verbas do ministério ao EJAF para o ensino em Arranhó rondam os 80 mil 500 euros anuais e destinam-se no entender do Estado a fazer face aos custos em meios humanos e funcionamento das instalações, ora estando as aulas a serem ministradas num edifício público, o que não acontece em Arruda, o ministério achou estar perante um caso de dupla subsidiação.
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Traçado da variante de Arruda merece oposição de proprietário local uma das últimas reuniões de Câmara, o munícipe Jorge de Carvalho, conhecido empresário também proprietário de diversos terrenos na área onde está prevista a construção da variante de Arruda dos Vinhos, expressou o seu desacordo face ao traçado do projeto. “Considero um atentado em termos técnicos este traçado da variante e por isso mesmo vou dirigir-me às diversas instâncias no sentido de demonstrar a minha opinião”. O munícipe referiu que gastou horas do seu tempo a cultivar vinhas no local por onde vai passar esta variante. “Como o dinheiro é da União Europeia, o Estado Português não se importa e alega que vai resolver o problema da indústria em Arruda quando assim não é. Não faz sentido esta variante nestas condições”, afirmou. Recorde-se que a Câmara Municipal de Arruda dos Vinhos aprovou, na reunião de 28 de janeiro, uma suspensão parcial do PDM para a construção de uma variante à vila de Arruda dos Vinhos, procurando retirar do centro da localidade o elevado volume de trânsito e criar melhores condições de acesso às zonas industriais, com “inegáveis ganhos também ao nível ambiental”, referiu o município. A Infraestruturas de Portugal assume-se como dona da obra, responsável pela
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Projeto faz parte do Programa Nacional de Investimentos 2030 sua execução material e financeira, estimando-se um investimento de três milhões de euros. O lançamento do concurso para a empreitada da obra deverá ocorrer durante o primeiro semestre de 2020. O novo trajeto que não estava previsto no anterior PDM já foi aprovado pelos órgãos autárquicos. Segue-se uma contagem de prazo de dois anos com possibilidade de prorrogação de mais um tendo em vista a obra. A Câ-
mara Municipal de Arruda dos Vinhos assume uma verba de 400 mil euros para dar início à obra tendo em conta os custos da expropriação e execução do projeto. A variante à vila de Arruda está inscrita no Plano Nacional de Investimentos 2030. André Rijo referiu ao munícipe que não há marcha atrás neste projeto que é um desígnio municipal e do maior interesse público, tendo reunido o consenso das diferentes co-
res políticas. O tom entre o munícipe e o presidente da Câmara azedou durante a discussão com Jorge de Carvalho a defender que, perante o estado de coisas, André Rijo deveria demitir-se. O autarca respondeu – “Não temos de estar todos de acordo. Somos responsáveis pelo interesse público. Podemos colidir com o interesse privado neste projeto, mas os procedimentos previstos vão ser seguidos. Haverá a negocia-
Arruda dos Vinhos com novo canil em 2020 Câmara de Arruda dos Vinhos conseguiu posicionar-se para receber a fundo perdido 50 mil euros tendo em vista a construção/modernização de um Centro de Recolha Oficial de animais de companhia no âmbito do Programa CROs. Esta é uma possibilidade prevista no Orçamento de Estado de 2019 e no total foram 19 os municípios selecionados. O novo canil municipal a ser implantado na zona de ampliação da ETAR de Arruda dos Vinhos com capacidade para 40 boxes ao contrário das 10 atuais, conta com o apoio dos fundos estruturais. No total a obra custa 100 mil euros, sendo que a Câmara
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apenas financiará metade, tendo em conta que a outra metade será a fundo perdido. O projeto vai passar a contar também com uma zona de gatil e sala de esterilizações. O aumento da capacidade do atual canil que se constitui como uma medida importante do ponto de vista da saúde pública, tem ainda em linha de conta a salvaguarda de uma maior distância em relação aos aglomerados populacionais tendo em conta que ficará perto da ETAR, “retirando possíveis incómodos aos habitantes do Bairro Calouste Gulbenkian”, refere André Rijo. A Câmara inicia a obra nos primeiros meses de 2020 e espera ter o equipamento concluído no verão do próximo ano.
Zona de gatil será uma das novidades
ção particular com as devidas expropriações. A tutela tem dado razão à Câmara de Arruda e temos colaborado ao mais alto nível com a Infraestruturas de Portugal”. Jorge de Carvalho retorquiu – “Não me chame de estúpido porque esta solução não tira o trânsito da vila. Quem vem do Sobral tem de ir às Corredouras para apanhar a variante quando podia apanhar nos Três Portões”. O traçado vai compreender uma rotunda
nos Três Portões, ligação à Estrada da Costa para possibilitar o escoamento de trânsito que venha da urbanização do Casal do Telheiro, que por sua vez liga aos Quatro Caminhos e rotunda aí a construir. “Isto é uma vigarice e a União Europeia tem de saber das vigarices que aqui se andam a fazer. É uma vergonha”, concluiu o munícipe. André Rijo respondeu – “Tudo faremos para que a variante seja uma realidade”.
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Câmara de Arruda prepara-se para abandonar o glifosato Câmara Municipal de Arruda dos Vinhos vai abandonar o uso do glifosato nos espaços públicos e caminhos rurais. A garantia foi dada ao Chafariz de Arruda pelo vereador com o pelouro do ambiente, Mário Carvalho. À semelhança de outros no país, o concelho de Arruda quererá caminhar para a não aplicação deste herbicida no futuro. Recorde-se que decorreu nos últimos meses uma aplicação de fitofarmacêuticos de forma desproporcionada, por parte de uma empresa contratada pela Câmara, que levou um grupo de munícipes a reunião de Câmara que se insurgiram quanto ao estado de coisas dado o alarme público provocado. O vereador refere que a Câmara para além da monda térmica pretende apostar num outro produto de nova geração, o denominado Katoun Gold à base de ácido pelargónico, uma dita substância natural extraída das plantas e comum na natureza, que está a começar a ser cada vez mais divulgado como substituto do glifosato. O ácido pelargónico “não é tão agressivo para o meio ambiente e é homologado pela Direção Geral de Alimentação e Veterinária”. As contraindicações resumem-
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Vereador diz que a solução passa pelo ácido pelargónico se “a algumas irritações cutâneas e oculares mas por parte de quem aplica o produto”, refere. Neste momento, o produto está em fase de testes no município. O autarca
diz que lhe foi transmitido que o ácido pelargónico tem eficácia sem necessidade de remoção de ervas daninhas durante 10 meses – “Se se comprovar será muito bom,
embora seja em médio cinco vezes mais caro do que o glifosato”. Neste momento, a autarquia tem estado a articular com a Quercus o futuro em termos
ambientais na redução da aplicação de químicos e vai adquirir uma máquina de monda térmica cujo valor ronda os 26 mil euros. “Sabemos que outros concelhos
Jovem apresenta vídeo sobre as vindimas em Arruda eatriz Cachulo tem 20 anos e está a estudar Som e Imagem no ensino superior. Em conjunto com Ana Amadeu, artesã que viveu até há pouco tempo em Arruda dos Vinhos, elaborou um trabalho em vídeo sobre a Adega Cooperativa de Arruda dos Vinhos com imagens das vindimas. Este trabalho foi dado a conhecer no âmbito de uma exposição na última edição da ÁVINHOFeira do Vinho e das Adegas em Aveiras de Cima, concelho de Azambuja. Nessa exposição foram exibidas peças de artesanato alusivas ao vinho e à vinha por Ana Amadeu bem como o vídeo da autoria de Beatriz Cachulo sobre as vindimas em Arruda e Aveiras de Cima. A estudante já participara no Curt’Arruda, festival
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de curtas-metragens em Arruda dos Vinhos, e por isso pensou que poderia ter sucesso no vídeo sobre a adega local. A arte documental é onde se sente mais à vontade, tendo participado e colaborado em várias curtas-metragens e documentários. O convite para fazer as filmagens foi repentino mas “já tinha filmagens das vindimas quando andara a recolher imagens sobre as vinhas, e o processo de distribuição”. O filme não contempla entrevistas mas apenas o captar dos processos de apanha e encaminhamento das uvas. “Acabou por ser meramente ilustrativo”. Beatriz Cachulo que reside em Samora Correia teve um especial gosto em fazer este trabalho – “Aprendi algumas coisas novas sobre a produção de vinhos”. O filme chama-se “Nesta cepa nasce vida”.
Beatriz Cachulo apresenta Nesta Cepa nasce Vida
não viram as vantagens neste equipamento mas Arruda vai tentar”, diz o vereador. Durante o mês de agosto vai ser feita uma limpeza mecânica em toda a vila, para em setembro aplicar-se o ácido. O objetivo final será sempre o da eliminação do uso do glifosato. “Sabemos que já estão a usar o ácido pelargónico em Cascais e Torres Vedras com bons resultados, embora o produto seja muito mais caro”. Para já será testado na área da freguesia de Arruda, caminhos vicinais incluídos. “Se for eficaz depois poderemos estender à área das demais freguesias”. A Câmara vai ainda adquirir um outro aspirador de limpeza mecânica, no valor de 12 mil euros. A nível ambiental a autarquia está também a ponderar ações de sensibilização junto de agricultores nas diversas freguesias, mas também uma adequação deste género de conteúdos em escolas, e alertar no fundo a população para a causa do ambiente, incentivando-a a manter o espaço público limpo. Vão ser ainda efetuadas limpezas de entulhos nos caminhos com a ajuda de voluntários. À semelhança da junta de Arruda, a Câmara também vai recorrer à plantação de espécies em zona de taludes para controlo das infestantes.
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Diogo Moreira na esperança de encontrar um dador de medula compatível iogo Moreira, o jovem de 18 anos de Arruda dos Vinhos, portador de leucemia mieloide crónica ainda se encontra a aguardar por um dador de medula compatível. Muitos amigos, vizinhos, ou simplesmente pessoas que tomaram contacto com a causa têm participado nas diversas campanhas de recolha de sangue que o Instituto Português do Sangue promove um pouco por toda a parte, nomeadamente, na região. A doença foi diagnosticada em setembro do ano passado, e desde então a mãe de Diogo, Esmeralda Moreira, refere que a família passou a viver um dia de cada vez. O jovem fez dois tratamentos diferentes de quimioterapia no Instituto Português de Oncologia, mas sem grande sucesso. Desde há dois meses que aguarda
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por transplante de medula. Diogo Moreira espera que surja alguém compatível na base de dados nacional de dadores ou até mesmo na base de dados mundial. Atualmente cerca de 13 milhões de pessoas estão registadas nesta rede mundial de solidariedade de acordo com a Associação Portuguesa contra a Leucemia. Contudo a probabilidade de se encontrar um dador é escassa. Pode ser necessário pesquisar entre 100 mil, 200 mil, 500 mil, ou mais de um milhão de dadores. Normalmente, a tarefa fica mais fácil no seio da família, porquanto há partilha de ADN. Neste campo, o jovem arrudense tem um irmão de 15 anos que contudo não é compatível, pelo que a procura contínua e a esperança da família não cessa. Esta é uma das formas mais vulgares de leucemia, contudo menos comum em jovens desta idade. “Tentá-
mos duas medicações para se evitar o transplante, mas sem resultado, o Diogo já teve de fazer transfusão de plaquetas porque ficou bastante debilitado”. Nesta altura resta apenas o transplante. Neste momento, Diogo Moreira encontra-se a fazer alguma medicação tendo em conta a possibilidade de dádiva de medula compatível – “Está mais estável, mas necessita mesmo do transplante”. Até à data ainda não apareceu nenhum dador. A família tem divulgado a causa do Diogo junto dos centros de recolha onde decorrem atividades de doação de sangue e medula. A mãe do Diogo diz que o filho continua com força e esperança e não desistiu dos seus planos de ingressar no próximo ano na faculdade. “É um miúdo muito positivo. Já se candidatou à faculdade e está com muita força, para seguir Engenharia Química”.
Diogo Moreira mantém-se positivo e não desiste dos seus sonhos
Próximas colheitas de medula óssea na região de Lisboa e Oeste 2 de agosto, Bombeiros de Colares, entre as 15h00 e as 20h00 3 de agosto, Centro Comercial Serra Nova-Póvoa de Santa Iria, entre as 15h00 e as 20h00/Oeiras, Junta de Freguesia de Carnaxide, das 9h00 às 13h00/Torres Vedras, Associação de Socorros do Outeiro da Cabeça, das 15h00 às 20h00 6 de agosto, Torres Vedras Parque de Campismo de Santa Cruz, das 9h00 às 13h00 7 de agosto, Centro Pastoral de Torres Vedras, das 15h00 às 20h00 28, 29, 30 de agosto, Praia do Max, Santa Cruz, das 15h00 às 20h00 31 de agosto, Alverca, Futebol Clube de Alverca, das 9h00 às 13h00 28 de setembro, Arruda dos Vinhos, Bombeiros Voluntários das 9h00 às 13h00
Lançada obra de modernização da Linha do Oeste projeto de eletrificação e modernização da Linha do Oeste foi apresentado, no dia 23 de julho, pela Comunidade Intermunicipal do Oeste. O concurso estará a cargo da Infraestruturas de Portugal, estando previstas duas empreitadas que deverão terminar, em simultâneo, no terceiro trimes-
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onecos E.L.T.S (Exércitos Linhas Torres), é um projeto com objetivo de cativar os mais pequenos para histórias, momentos e intérpretes da 3ª Invasão Francesa durante a Guerra Peninsular, bem como a importância nas Linhas de Torres. Na foto temos uma das personagens do projeto; o Napoleão Bonaparte. Hélia Carvalho, dinamizadora do projeto, convida a uma visita na página: www.facebook.com/pg/BonecosELTs, em que pode ficar a conhecer todas as outras personagens.
tre de 2022. O projeto de modernização da Linha do Oeste será desenvolvido no âmbito do Programa Ferrovia 2020 e visa a melhoria da eficiência e competitividade do sistema ferroviário, através do aumento da capacidade, segurança e fiabilidade da exploração e pela redução dos tempos de trajeto. O concurso para a primeira
fase da obra lançado no mês de julho vai incidir sobre o troço de 43 quilómetros entre Mira Sintra-Meleças e Torres Vedras, com um investimento de 68,5 milhões de euros. A segunda fase engloba a conceção-execução da subestação de tração de Runa, postos autotransformadores e zona neutra no troço Mira Sintra-Meleças e Caldas da Rainha, com orçamento de
5,8 milhões de euros. Segundo o Secretário de Estado das Infraestruturas, Jorge Delgado, o concurso para esta segunda fase deverá ser lançado “dentro de quatro meses”. A eletrificação do troço até Caldas da Rainha permitirá a redução do tempo de percurso entre Caldas da Rainha e
Lisboa em cerca de 30 minutos, o que representa “uma enorme mais-valia para as cidades desta região, nomeadamente ao nível turístico”, afirmou Carlos Fernandes, vice-presidente do Conselho de Administração Executivo da Infraestruturas de Portugal. No final da apresentação, o
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Assinatura de protocolo entre as entidades
presidente da Comunidade Intermunicipal do Oeste, Pedro Folgado, corroborou o desejo da OesteCIM que, de futuro, o projeto de modernização da Linha do Oeste se estenda aos troços a norte de Caldas da Rainha, garantindo, assim, a realização da obra na plenitude da Linha do Oeste.
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Irene Lisboa e Agustina Bessa-Luís gustina BessaLuís (1922/2019) morreu no passado dia 3 de junho, 61 anos depois de Irene Lisboa (1892/1958). E se a segunda autora quebrou todas as regras no que à poesia, crónica e escrita intimista diz respeito, encetando o Modernismo escrito no feminino, a segunda rompeu a teia do Neorrealismo, criando um tipo de literatura próprio: os seus contos e romances não têm paralelo na história da literatura portuguesa. Portanto, partimos do princípio, embora as generalizações sejam sempre perigosas, de que estas são as duas grandes escritoras do século XX: Irene na primeira metade e Agustina na segunda. E apesar de a distância que as separa ser enorme, no tempo, no espaço, nas abordagens, no estilo e até nas temáticas, no público, nos prémios e na aceitação por parte dos pares... há avizinhamentos entre as duas autoras que Irene não teve oportunidade de observar e que Agustina observou, mas sobre os quais deve ter achado que não valia a pena falar, talvez para os recusar, até porque a visada não estaria presente para a contrariar, e, como sabemos, se Irene gostava de uma boa guerrilha feita de palavras irónicas e contundentes, Agustina não lhe ficava atrás. De uma e de outra ficaram testemunhos escritos e falados que provam isso mesmo. Mas afinal, de uma forma muito superficial, que aproximações são essas entre as duas autoras? Ora, aquela que me vem à ideia imediatamente é, pois, a base de toda a literatura produzida por uma e por outra: a capacidade de transformar ironicamente a coisa pequena, o banal, em coisa grande, o notável, que aliás é uma tradição inglesa, da literatura e não só, e que estas duas autoras tão bem aportuguesaram. Outra é a dificuldade que os leitores sempre demonstraram em ler as suas obras: Irene buscava leitores e consumia-se por não ser lida, pondo-se em causa muitas vezes; Agustina, quase sempre segura da qualidade do que produzia, ironizava e punha em causa os outros. Conta, aliás, com muita graça, que um dia foi abordada na rua por um leitor que lhe disse que gostava
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muito dela e que um dia até iria ler uma obra sua. Outras aproximações haverá, mas que não cabem aqui, terão, um dia, de ser alvo de estudo aprofundado. Será no entanto importante referir um outro ponto: as amizades comuns. De todas, destaca-se José Régio, grande admirador e amigo dos últimos anos de Irene Lisboa e amigo de longa data de Agustina, por
aquando da publicação do livro Voltar atrás para quê? (1956): “Se esta mulher se chamasse Tchekhov, o seu livro impunha-se em qualquer parte do mundo!” Ou José Gomes Ferreira, quando afirma em letras maiúsculas, como se gritasse, ser ela a maior escritora de todos os tempos portugueses. Irene e Agustina não se conheceram. Quando Irene já
te numa carta a José Régio, palavras essas que Irene deve ter conhecido, uma vez que nutria um desconforto enorme quando alguém lhe falava dela, talvez mesmo um pouco de inveja pela êxito repentino de Agustina. Exemplo disso é esta passagem do diário VII de Ferreira, Rasto Cinzento (2015): “O Luís Amaro a evocar a Irene Lisboa – de que foi admi-
escritores da época escreveram grandes críticas a muitos aspetos da vida e produção literárias da autora de A Ronda da Noite (2006). Penso, no entanto, que, logo após a morte de Irene, em 1958, Agustina quis fazer uma espécie de paz com a memória da autora de Começa uma vida (1940), escrevendo um louvor no jornal O Diabo, com o qual Irene colaborou:
esquerda e contra a opressão de um regime acéfalo; a outra (Agustina) de direita, que não se dispensou a encetar discórdias sobre determinados aspetos do regime de Salazar e depois por onde quer que passasse. No entanto, de tudo isto, ficaram duas obras magníficas que, por certo, continuarão a não ser lidas como os apreciadores dos seus escritos
quem esta nutria uma admiração e respeito, coisa pouco comum na vida da autora de A Sibila. Conhecem-se várias relações, algumas pouco amistosas, estabelecidas por Agustina, mas apenas três escritores eram verdadeiramente considerados: José Régio, Eugénio de Andrade e Sophia de Mello Breyner Andresen, e com esta última ainda teve algumas controvérsias. Já Irene Lisboa sempre foi considerada pelos seus pares como uma grande escritora, a única com aceitação no grupo da Presença, embora Régio inicialmente tivesse achado estranha a poesia de Irene Lisboa, veio a render-se, mais tarde, chegando mesmo a afirmar,
havia feito grande parte da sua obra, Agustina começou a publicar. Agustina nasceu em 1922, nesta altura Irene já tinha 30 anos. Se Irene leu alguma coisa de Agustina, foi provavelmente o controverso romance Os Super-homens (1950), talvez nunca tenha lido A Sibila, pois em 1956 já se encontrava devastada pela doença, mas com certeza ouviu falar dele, quanto mais não fosse pela voz da sua grande amiga dos últimos anos, Luísa Dacosta, ou pelo próprio Régio. No entanto, Agustina conhecia a obra de Irene, e conhecia-a relativamente bem, de tal forma que a levou a escrever breves linhas depreciativas sobre a mesma, nomeadamen-
rador fervoroso: / - Coitada! O que ela sofria com o êxito dos outros – êxito que nunca a bafejou. Sobretudo com o êxito das mulheres. Não podia com as Natércias, nem com a Bessa-Luís – a quem chamava a Bessa! Uma vez quando já estava doente anunciaram-lhe a possível visita da autora da Sibila. Quê, a Bessa? – berrou. – A Bessa? Não quero! E a sua voz estridente varava o mundo de raiva: A Bessa? A Bessa? Só me faltava a Bessa!” Mas não era apenas Irene Lisboa que sentia este desconforto por Agustina, sobre o qual nunca escreveu, apenas o sabemos pela boca de alguns amigos, como vimos no excerto anterior, muitos
“No momento em que desaparece Irene Lisboa, bem poucos de nós estão isentos de a ter desconhecido ou evitado (...) A obra de Irene continua ao nosso dispor; não é de morte que devemos falar”. Irene Lisboa “é uma mulher desconcertante”, diz-nos algures João Gaspar Simões, eu diria: o século XX trouxenos muitas mulheres desconcertantes, nomeadamente na literatura, mas todas estão, sem sombra de dúvida, simbolicamente representadas por Irene Lisboa (até aos anos 50) e Agustina BessaLuís (depois dos anos 50), pela produção literária e pela luta por ideais em que acreditavam ferozmente: uma (Irene) manifestamente de
gostariam que fosse. Termino parafraseando novamente José Gomes Ferreira, adaptando (que ele me perdoe, pois foi pouco apreciador de Agustina) um excerto que dedicou a Irene Lisboa e que eu, agora, para homenagear também a autora do norte, transponho para o plural, muito embora consciente de que uma e outra me odiariam por isso, ou talvez não! Descansem Irene e Agustina, as dos olhos vigilantes. Hão de ler-vos até ao fim da língua portuguesa, cada vez mais vivas e alargadas pelo mundo em pátrias novas. Jorge da Cunha (Mestre em Ciências da Educação, Professor de Português, Antropólogo)
8 Festas de Arruda
Chafariz de Arruda
Julho 2019
Arruda celebra as suas festas com muitas novidades
A homenagem às Tertúlias Móveis é sempre um dos pontos altos e 6 a 18 de agosto a vila de Arruda dos Vinhos recebe mais uma edição dos seculares Festejos em Honra de Nossa Senhora da Salvação. Trata-se de mais um momento em que o profano e o sagrado se unem em torno da cultura de uma comunidade, com uma variedade de iniciativas que envolvem toda a população. Mário Carvalho, vereador da Câmara Municipal de Arruda dos Vinhos, destaca ao Chafariz, entre outras iniciativas, a “inauguração no dia 10 de agosto da ponte pedonal Salgueiro Maia no Parque das
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Rotas, que foi aberto à população desde há um ano”. “Este será um dos pontos altos dos festejos” que culminará com um almoço partilhado na Praça Mário Soares, refere o vereador. Todavia, estes festejos, celebram também a música. Está de regresso mais uma edição de Jazz no Terreiro “um evento que tem vindo a crescer com uma adesão bastante grande, por parte da população”, salienta Mário Carvalho que sublinha que embora recente, esta iniciativa é já uma parte fundamental dos festejos. Os espetáculos musicais continuam com as atuações
de José Cid a 15 de agosto no jardim municipal e de Gisela João a encerrar as festas no dia 18 no Largo do Município. No entanto os festejos em Honra de Nossa Senhora da Salvação não se limitam aos espetáculos musicais. Este ano, o vereador destaca o encontro de carros clássicos na “Reta da Mata” no dia 18 de agosto. Trata-se “de um encontro, não de uma prova, de carros clássicos desportivos”. “Vamos fazer a subida da Reta da Mata. A estrada vai estar fechada por motivos de segurança” refere Mário Carvalho. Aliás, sobre esta estreia, o
vereador destaca a colaboração da GNR local e dos bombeiros que delimitaram zonas de segurança para que os espetadores possam assistir à iniciativa em segurança. Segundo Mário Carvalho, esta é apenas uma primeira iniciativa, que se correr como esperado, poderá ser repetida em anos futuros. No que toca à tauromaquia e
para além da habitual corrida de toiros, Arruda celebra também as tertúlias móveis. O dia 14 de agosto é um dos marcos mais importantes dessa celebração, tendo em conta a candidatura a Património Imaterial da UNESCO daquela que é uma parte muito própria e integrante dos festejos e da cultura local. Mário Carvalho salienta o
lançamento de uma publicação sobre as tertúlias móveis, no encontro das mesmas junto à Praça de Toiros. O vereador refere a importância deste livro, tendo em conta “o seu historial que relata de que forma estão implementadas e qual o objetivo da sua existência”. Outro dos pontos altos são as exposições. Uma delas re-
Praça de Touros estará a postos a tempo dos espetáculos
Chafariz de Arruda
Julho 2019
Folclore sempre presente lacionada com “As memórias d’Arruda”. Trata-se de uma exposição fotográfica que estará exposta nas ruas da vila. A outra retrata os 50 anos da ganadaria local “Jorge Rodrigues de Carvalho”. Nas ruas, Arruda dos Vinhos volta a apostar nas tradicionais largadas de toiros, que começam a 14 de agosto. Nesse mesmo dia, a autar-
quia distribuirá também sardinha assada, algo que já faz parte integrante da tradição destes festejos. Ainda no que toca à parte sagrada, a 12 de agosto, pelas 21h30, a Procissão das Velas, em honra da Nossa Senhora do Rosário, percorre as ruas da vila. A 15 de agosto, pelas 18h30, a imagem de Nossa Senhora
Festas de Arruda 9
Será apresentada uma publicação sobre este movimento da Salvação sai à rua em procissão, acompanhada pela banda da Santa Casa da Misericórdia de Arruda dos Vinhos. Praça de Toiros de Arruda dos Vinhos recebe Feira Taurina Com obras a decorrer no recinto propriedade da autar-
quia, o vereador Mário Carvalho, garante que tudo estará pronto para as festas locais. Este ano, Arruda celebra os 50 anos da ganadaria de Jorge de Carvalho, um filho da terra, que desde sempre tem estado ligado ao mundo da tauromaquia. O festival taurino está marcado para sexta-feira pelas
10h00 da noite e conta com os cavaleiros, Francisco Palha, Marcos Bastinhas e Miguel Moura. Atuam neste festival os Grupos de Forcados Amadores de Vila Franca de Xira e os Amadores de Arruda dos Vinhos. Estarão três troféus em disputa, para a melhor lide a cavalo, troféu oferecido pela Junta de Freguesia de S.Tia-
go dos Velhos, melhor grupo de forcados, troféu oferecido Junta de Freguesia de Arruda dos Vinhos, e a melhor pega, oferecido pela Junta de Freguesia de Arranhó. Os toiros são seis, todos eles da ganadaria Eng. Jorge de Carvalho. Como habitualmente, este festival tem a organização do Clube Tauromáquico Arrudense.
Chafariz de Arruda
10 Opinião
Julho 2019
Será que o homem foi mesmo à Lua? esde há 50 anos, quando Neil Armstrong “pisou” a Lua a 21 de julho de 1969 e deixou a pegada do feito indiscutivelmente histórico para a humanidade, que houve céticos e posteriormente especialistas de várias áreas, que colocam em dúvida se isso efetivamente aconteceu. Recordo, que o meu pai se
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víamos na televisão e no que saía nas notícias. Hoje, a maioria do que vemos e ouvimos nas notícias ou é uma novela, ou é uma fake news. O sistema ambiental e ecológico do planeta sofreu alterações e adaptações ao longo dos milhões de anos de existência. Mas em 50 anos, as estações do ano passaram a ser vividas dia sim, dia não. Desaparecem espécies
estufa. Quem for apanhado pela polícia sem ter ido com o carro à inspeção paga 200 euros de multa. Mas, circulam milhares de carros por dia que deitam mais fumo do que uma cafeteira a ferver num lume a lenha e não são multados, nem é proibida a sua circulação. Os delinquentes fazem festanças na cadeia, ou nem lá chegam a entrar. Os mani-
os jogos das crianças e as crianças vivem como adultos em concursos para serem os melhores cozinheiros ou cantores do mundo. Para almoçar, se havia birra acabava-se o almoço. Agora vai-se ao MacDonalds e espera-se que a criança termine o jogo do Tablet enquanto vai comendo batatas fritas, um Hambúrguer e molhos, tanto quanto justifique para que se explique a obe-
se vai para a discoteca. Ao que parece, tudo por uma alimentação saudável e para sairmos da posição de principais consumidores de bebidas alcoólicas do mundo. O que antes era orgulho, hoje é vergonha ou sinal de quem não acompanha a evolução dos tempos. Quem não foge aos impostos, já não é considerado pela sociedade em como um
manifestava com indignação contra esse ceticismo, porque ele (tal como eu) tínhamos visto as imagens na televisão e para comprovar isso, acrescentava a seguinte frase: desde que o homem foi à Lua, isto ficou tudo desorganizado. E nesta frase, verdade ou coincidência, podemos encontrar as grandes mudanças, a todos os níveis, que ocorreram em 50 anos, dos 400 milhões de anos da humanidade. Nessa altura, acreditávamos na maioria das coisas que
de aves e de todo o tipo de mamíferos e surgem novos insetos e micróbios. Existiam 5 continentes e agora são 6. O sexto continente é uma ilha de plástico no Pacifico Norte, cerca de 17 vezes maior que Portugal. Combate-se o consumo do plástico, não produzindo cotonetes. Mas quase ninguém dispensa o ar condicionado nas casas e nos carros, equipamentos fabricados com materiais em plásticos e cujo gás é o principal responsável pelo efeito
festantes batem em polícias. E, os polícias ou fogem ou são presos por excesso de exercício da autoridade. Os traços contínuos nas estradas são um desperdício de dinheiro em tinta, porque quase ninguém os respeita e os “pisca-piscas” são uma espécie de “opção” do carro para os condutores em geral. Os pais educavam as crianças (o melhor que sabiam ou podiam) e agora as crianças mandam nos Pais, nos avós e são os Reis da verdade. Os pais brincam com
sidade excessiva da criança. Antes, de facto a obesidade das crianças não era um problema, porque os pais tinham de ir à rua buscar as crianças, por um braço, para virem para casa. Agora, têm de as puxar pelo braço para as levar a um jardim para brincarem. É refeita a roda dos alimentos, o vinho deixa de integrar essa lista, porque claro nas Hamburguerias, não há vinho e esse bebe-se à noite misturado com outras substâncias dentro de uma garrafa de litro e meio enquanto
cidadão honesto, mas sim como um parvo. Quem leva uma conduta séria na vida pública, é catalogado de corrupto e interesseiro, porque afinal são esses os exemplos que se veem ou ouvem todos os dias. Se havia uma catástrofe que implicava uma ação de solidariedade nacional, o mundo inteiro se disponha a ajudar. Do mais rico ao mais pobre todos procuravam contribuir. Agora, todos se questionam se o devem fazer, porque a probabilidade
Casimiro Ramos* de utilização fraudulenta dos donativos e aproveitamento da bondade dos outros são os exemplos que temos mais presentes. Quando havia um fogo, os bombeiros procuravam apaga-lo protegendo as pessoas e os seus bens. Agora dizem-lhes para tirar as pessoas de casa e deixar arder. Nos incêndios das últimas semanas de julho distribuíram pelos bombeiros máscaras e coletes para proteção do fogo. Mas, afinal são de material inflamável. Ou seja, em vez de lhes salvar a vida podia ter-lhes sido fatal. As Instituições de solidariedade social existiam para ajudar os necessitados. Hoje existem porque dão postos de trabalho e cargos diretivos remunerados. As máquinas e equipamentos eletrónicos eram instrumentos de trabalho, agora trabalhamos para as máquinas e estamos instrumentalizados por elas. Antes, quem fugiu a uma guerra, que não era na sua terra, e foi para a França ou para a Suíça, era considerado emigrante ilegal. Agora é considerado um refugiado. Os que andaram na guerra numa terra que não era a sua, vivem com parcos meios e pouco reconhecimento. Hoje os que vão para a guerra numa terra que não é a sua, recebem uma comissão choruda e são considerados heróis. Antes, aquele que poderia compreender e aceitar a homossexualidade, facilmente era considerado “diferente “. Agora, parece que se não é suficientemente diferente para ser bissexual: rapidamente poderá ser considerado xenófobo. E tudo isto e muito mais se modificou, somente, em 50 anos. O meu pai dizia-me muita vez: um dia dar-me-ás razão. Se calhar ele tinha razão. E, às tantas, começo a acreditar que desde que o homem foi à Lua, o mundo ficou todo desorganizado ou, na verdade, a evolução do mundo é sempre vista de uma forma apressada, à medida que ficamos mais velhos.
Chafariz de Arruda
Julho 2019
Opinião 11
A Farsa da Governação Socialista atual governo das Esquerdas Unidas assumiu a governação do País num período muito particular da nossa história recente sucedendo ao governo de Pedro Passos Coelho que tinha imposto aos Portugueses, devido à bancarrota socialista de 2011, enormes sacrifícios e um esforço colectivo que tão cedo não será esquecido. Com muito trabalho e com o sentido máximo das responsabilidades, o anterior executivo foi o primeiro governo de coligação, PSD/CDS-PP, a cumprir integralmente o seu mandato na história da democracia portuguesa. Foi um governo que durante praticamente toda a sua vigência esteve envolvido num intenso e difícil processo de negociação com os nossos parceiros europeus e internacionais. Um governo que teve de ser corajoso e
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reformador para alcançar os objetivos impostos pela Troika e lançar as bases para o desenvolvimento do País no caminho do crescimento económico, do investimento e do emprego. Recuperou a credibilidade e confiança externas e resgatou a autonomia política e financeira nacional. Portugal tornou-se um país atrativo para o investimento externo. Virámos a situação cronicamente deficitária das nossas contas. Aumentámos as nossas exportações para níveis que nunca tínhamos registado no passado. E apesar das dificuldades e constrangimentos financeiros, conseguimos ainda atingir resultados importantes na esfera social. Reduzimos significativamente o abandono escolar precoce, ao mesmo tempo que instituímos a escolaridade obrigatória de doze anos. Alargamos significativamente a rede de cuidados de saúde primários, garanti-
mos médico de família a mais 650 mil Portugueses e vimos melhorar os principais indicadores de saúde no País, incluindo taxa de mortalidade infantil, mortalidade prematura ou esperança de vida e atualizou sempre o valor das pensões mínimas, sociais e rurais. E conseguiu aumentar o investimento público apesar das fortes restrições orçamentais. O País chegou ao ano de 2015 com muita ambição e vontade de crescer, de tal forma que Passos Coelho ganhou as eleições. Com a chegada ao poder de António Costa com os parceiros que suportam a atual situação governativa as condições e o exercício de governo centraram-se essencialmente na satisfação das exigências dos parceiros de extrema esquerda. O primeiro ministro pretendeu desde logo “comprar “ os parceiros atendendo às suas pretensões imediatamente. A repo-
sição de rendimentos duma só vez, o regresso às 35 horas na função pública, a reposição dos feriados, a reversão de várias medidas do governo anterior, a ideia de que se podia dar tudo a todos e satisfazer todas as pretensões, etc, demonstraram desde logo ao que vinha António Costa - manutenção do poder a qualquer custo. Refém do acordo parlamentar que suporta o governo, António Costa não teve qualquer ímpeto reformista que permita acompanhar o crescimento dos países do pelotão da frente da União Europeia. O País afunda-se cada vez mais nos últimos lugares e enfrenta desafios que não consegue abraçar, refém que está do imobilismo que lhe é imposto pela solução de governo. Chegados ao final da legislatura são impossíveis de esconder os problemas do Serviço Nacional de Saúde em ruptura, os baixíssi-
mos níveis de investimento público, com a degradação conhecida de infra-estruturas importantes, como escolas, estradas, pontes, hospitais etc. As enormes falhas nas funções de soberania, como a Proteção Civil e nas Forças Armadas, onde o roubo de armas em Tancos corresponde a uma das páginas mais negras da história das prestigiadas Forças Armadas Portuguesas. Um governo em que as relações familiares e a nomeação de clientelas partidárias não tem paralelo na nossa história democrática. O País assiste a uma onda de greves como nunca aconteceu no governo anterior porque foram dados sinais de que tudo seria possível e Portugal não tem restrições orçamentais, portanto todos se acham legitimamente em condições de reivindicar mais do orçamento de Estado. António Costa não governou para as futuras gera-
Lélio Lourenço ções, mas limitou-se a governar para as próximas eleições e os Portugueses estão a perceber bem isso. Enfim, e embora reconheça que as sondagens ainda lhe vão sendo favoráveis percebe-se claramente que está em final de ciclo e cansado, desgastado em lutas intestinas com os parceiros e estes a descolar da verdadeira calamidade a que chegaram os serviços públicos. Nas legislativas de outubro só o PSD está em condições de propor um caminho de esperança e desenvolvimento para Portugal. O atual governo limitou-se a navegar à vista e não nos conduziu a bom porto. É preciso dar voz aos Portugueses e permitir que possamos todos sonhar com um País mais próspero e mais desenvolvido!!
Se não pediste e to dão, pagar não é contigo, não! A propósito do couvert não solicitado, nos restaurantes e estabelecimentos similares, em Portugal que a observação permanente, de norte a sul do País, permite concluir é que a norma a que se reporta o “couvert” (a proibição de cobrança quando não solicitado) é autêntica letra morta. Parece tratar-se de norma a que se não confere qualquer relevância. Por ganância ou por ignorância? A ignorância, neste caso, não excusa! Até porque parece esbarrar num hábito execrável que os tempos sedimentaram: o de empontar-se aos clientes os acepipes ou aperitivos como algo que forçosamente precederia a refeição. E, no entanto, a moldura sancionatória, tratando-se de empresas, pode variar segundo a natureza do ilícito (de leve a muito grave)
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entre 450 a 3 000€ e de 48 200 a 180 000€. Por couvert se entende o conjunto de alimentos (acepipes, aperitivos), como tal identificados nos cardápios (ementas, menus ou listas de produtos), fornecidos antes da refeição, “a instâncias do cliente”. A lei obriga a que tanto à entrada do estabelecimento de restauração ou de bebidas como no seu interior se disponibilize aos clientes as listas de preços, redigidas em língua portuguesa. E, no artigo 135 do Regime Jurídico de Acesso e Exercício de Actividades de Comércio, Serviços e Restauração, de 16 de Janeiro de 2015, se estabelece imperativamente que: “Nenhum prato, produto alimentar ou bebida, incluindo o couvert, pode ser cobrado se não for solicitado pelo cliente ou por este for inutilizado.”
E há ainda a exigência de expressa menção (naturalmente em caracteres legíveis) na lista de preços. Para que os consumidores o não ignorem. Para que tenham presente esse seu direito. E para coibir a tentação de cobrança de banda do empresário, sempre que não solicitado. Tal direito é o corolário natural do princípio da protecção dos interesses económicos do consumidor, constitucionalmente consagrado e, em geral, desenvolvido no n.º 4 do artigo 9.º da LDC - Lei de Defesa do Consumidor: “O consumidor não fica obrigado ao pagamento de bens ou serviços que não tenha prévia e expressamente encomendado ou solicitado, ou que não constitua cumprimento de contrato válido, não lhe cabendo, do mesmo modo, o encargo da sua devolução ou com-
pensação, nem a responsabilidade pelo risco de perecimento ou deterioração da coisa.” O facto é que tal menção, de norte a sul, um pouco por toda a parte, não consta nem das listas de preços dos restaurantes, nem o procedimento normal, quando não solicitado, é o da oferta, como manda a lei. Ou os acepipes/aperitivos estão já na mesa quando os comensais se sentam ou servem-nos quando se instalam. Uma simples frase faria toda a diferença: “É servido?” E se a interrogação se fizesse, a resposta permitiria encarar a cobran-
Ficha técnica:
ça como lícita ou ilícita, cumprindo-se em absoluto a lei. Aliás, a Lei dos Contratos à Distância de 14 de Fevereiro de 2014, em um capítulo sobre “práticas proibidas” em geral, prescreve, no seu artigo 28, sob a epígrafe “fornecimento de bens não solicitados”: 1 - É proibida a cobrança de qualquer tipo de pagamento relativo a fornecimento não solicitado de bens… ou a prestação de serviços não solicitada pelo consumidor,… 2 - Para efeitos do disposto no número anterior, a ausência de resposta do con-
Mário Frota* sumidor na sequência do fornecimento ou da prestação não solicitados não vale como consentimento.” As autoridades, ante o défice de efectivos com que se defrontam, não poderão dar conta do recado. Mas há um papel pedagógico que cabe às associações empresariais e nem sempre se cumpre. Elementar seria que a lei se observasse, neste como em outros segmentos do mercado. Porque a dúvida subsiste: não se cumpre por ganância ou por ignorância? * apDC – DIREITO DO CONSUMO - Coimbra
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12 Rubricas ACES Estuário do Tejo Unidade de Saúde Pública
Saúde Pública
Fátima Nalha Enfermeira Especialista na área de Enfermagem Comunitária
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A importância da vacinação: os benefícios e as razões para vacinar A vacinação é uma das formas mais eficazes e menos dispendiosas de prevenir doenças infeciosas. Esta forma de imunização ativa está cientificamente provada e, segundo dados da Organização Mundial de Saúde, impede entre duas e três milhões de mortes anuais face a doenças como o sarampo ou a tosse convulsa. As vacinas permitem salvar mais vidas e prevenir mais casos de doença do que a maioria dos tratamentos médicos. A expressão “é melhor prevenir do que remediar” aplica?se totalmente à vacinação, estando provado que, para as vacinas incluídas no Plano Nacional de Vacinação (PNV), o que se poupa em mortes prematuras, internamentos hospitalares, consultas/visitas médicas e tempo sem trabalhar/aprender por doença ou por assistência à família ultrapassa largamente os custos da vacinação de toda a população abrangida. Os ganhos em saúde obtidos através do PNV ao longo dos últimos 46 anos são evidentes, mas é necessário sublinhar os fatores que contribuíram para tal. Na verdade, a vacinação do indivíduo, além de constituir um ato para proteção da sua vida e da sua qualidade de vida futura, constitui também um ato de proteção da comunidade, principalmente dos seus familiares, amigos e colegas de trabalho. Além desta proteção individual, uma elevada taxa de cobertura de vacinação numa população impede a circulação dos agentes patogénicos (bactérias ou vírus), o que permite a proteção adicional dos não vacinados (que não têm idade para completar o esquema vacinal ou por alguma contraindicação específica). A este conceito de uma população com alta cobertura vacinal que permita a interrupção da cadeia de transmissão da doença, chama?se imunidade de grupo. Se as pessoas não forem vacinadas, as doenças que se tor-
naram raras, como tosse convulsa, poliomielite e sarampo, reaparecerão. Embora as doenças que possam ser prevenidas pela vacinação se tenham tornado raras em muitos países, os agentes patogénicos que as causam continuam a circular em algumas partes do mundo. Num mundo altamente interligado, eles podem atravessar fronteiras geográficas e infetar qualquer pessoa que não esteja protegida. Na Europa Ocidental, por exemplo, ocorreram surtos de sarampo em populações não vacinadas na Áustria, Bélgica, Dinamarca, França, Alemanha, Itália, Espanha, Suíça e Reino Unido e nos Estados Unidos. Desde a implementação do PNV, mais de 10 milhões de crianças e vários milhões de adultos foram vacinados, o programa mais antigo, mais universal e mais bem sucedido dos programas de saúde nacionais. As vacinas que fazem parte do PNV são gratuitas. O PNV é da responsabilidade do Ministério da Saúde e integra as vacinas consideradas mais importantes para defender a saúde da população residente em Portugal. As vacinas que fazem parte do PNV podem ser alteradas de um ano para o outro, em função da adaptação do programa às necessidades da população, nomeadamente pela integração de novas vacinas. Para se vacinar basta dirigir-se ao centro de saúde da sua área de residência e levar consigo o Boletim de Vacinas. Se por qualquer motivo (férias prolongadas, por exemplo) não puder recorrer ao seu centro de saúde, dirija-se àquele que está mais próximo do local onde estiver. As duas razões principais para a vacinação são protegernos e proteger aqueles que nos rodeiam. Programas de vacinação bem-sucedidos dependem da cooperação de cada indivíduo para assegurar o bem-estar de todos.
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Julho 2019
Cultura 13
Escavações no Moinho do Custódio abrem caminho para novas descobertas erminou mais uma campanha de escavações no Moinho do Custódio, na freguesia de Arranhó, que permitiu consolidar a tese da sua habitação por povos no período Calcolítico, há cinco mil anos atrás. As escavações tiveram a coordenação de Ana Catarina Sousa, arqueóloga da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, e do arqueólogo do município, Jorge Lopes. Participaram ainda alunos de arqueologia daquela instituição de ensino. Desde 2006 que este foi identificado como um sítio com potencial arqueológico pelos estudiosos Guilherme Cardoso e António Gonzalez tendo sido identificados materiais da época romana como cerâmicas decoradas, um machado de pedra polida, bem como alguns alinhamentos de pedra “que podiam ser associados a uma muralha ou estrutura habitacional”, lembra Jorge Lopes. No município a partir da Carta Arqueológica efetuada em 2015 por Jorge Lopes foram identificados 38 sítios de vários períodos desde o Neolítico até ao período contemporâneo, quando antes havia só oito. O Moinho do Custódio é dos que tem mais potencial. Tendo em conta o
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Escavações contaram com a participação de estudantes de Arqueologia seu enquadramento histórico representa as primeiras formas de organização da sociedade- “Temos agricultores e pastores como se de tribos se tratassem”. Este é um período onde as sociedades criam muralhas o que “indica alguma competitividade entre as vários tribos, em que a
O sítio foi identificado em 2006
população já está a crescer, e as muralhas apontam para a necessidade de se protegerem”. O moinho denota “ocupação desde a Idade do Cobre, passando pelo período pré-romano, até outras ainda mais recentes”, consubstancia Ana Catarina Sousa, para demonstrar que
o sítio esteve na mira dos povos ao longo de milénios. Na elevação considerada para o efeito, conservam-se vestígios de vários momentos da ocupação “rural” deste território, desde o terceiro milénio a.C. (Calcolítico), principal fase de utilização do sítio. Trata-se de um po-
voado, com possíveis estruturas de fortificação, tendose identificado artefactos associados a essa cronologia (cerâmica e pedra lascada) bem como “restos de fauna que nos reportam para a alimentação dessas primeiras sociedades camponesas”, refere a arqueóloga Ana Ca-
tarina Sousa. Registam-se também ocupações da Idade do Ferro e, posteriormente, de cronologia moderna e contemporânea associada ao moinho. Após uma primeira fase de trabalho de campo, decorre agora a análise dos dados recolhidos. “Estamos numa fase muito inicial ainda, no fundo apenas escavámos uma ponta do sítio”. Na Estremadura existirão cerca de vinte sítios deste tipo. Neste como noutros sítios contemporâneos daquela era, não é fácil encontrar sepultamentos que estariam separados dos locais de povoamento. “Temos essa dificuldade particular na Estremadura portuguesa, o que não acontece noutras áreas da Península Ibérica, e dou exemplo de Portimão onde as zonas de habitação e de sepultamentos estão próximas, o que não é assim tão linear nesta região”. Os trabalhos de escavação arqueológica estão também associados a estudos multidisciplinares que melhor permitirão caracterizar os contextos arqueológicos, tais como a realização de levantamentos com o recurso às geotecnologias, análises químicas para obtenção de cronologia absoluta e estudos dos materiais e estruturas identificados.
14 Negócios & Empresas
Chafariz de Arruda
Julho 2019
Iviagens com balanço positivo Iviagens em Arruda dos Vinhos celebra ano e meio de atividade. Inês Ferreira, proprietária da agência, faz ao “Negócios & Empresas” um balanço positivo de toda a atividade da sua empresa. Ao nosso jornal refere que “não poderíamos estar mais contentes com a nossa aposta”. Logo no primeiro ano foram cumpridos “todos os objetivos a que nos propusemos”. Já neste segundo ano, refere, que “estamos a conseguir ultrapassar as expetativas”. A proprietária salienta que tal “se deve ao excelente acolhimento que tivemos em Arruda dos Vinhos e à vasta carteira de clientes construída ao longo de 13 anos”. Com treze anos de atividade, foram muitos os clientes que acompanharam Inês Ferreira nesta nova aventura em Arruda dos Vinhos. Esta foi uma aposta ganha, pois “a nossa vinda para Arruda permitiu não só manter os clientes que já nos conhecem e reconhecem o nosso trabalho, pois continuamos a manter uma relação de proximidade, como alargar o leque de clientes dando-nos a conhecer através de diversas iniciativas locais”. No entanto, o mercado vai mudando e os gostos dos consumidores/clientes também. Inês Ferreira salienta que nos últimos dois anos deram-se algumas mudan-
A
ças significativas nos gostos e nas preferências. A responsável salienta que neste período “mais do que alteração na escolha de destinos, houve um aumento de viajantes” e a juntar a isso assiste-se ainda à tendência crescente de “não concentrar tanto o período de férias apenas nos meses de verão”. Assim, os consumidores viajam noutras alturas do ano e para locais cada vez mais longe, segundo refere Inês Ferreira. Entre os destinos preferidos, a proprietária aponta como exemplos “a Tailândia, a Indonésia, e as Maurícias”. No entanto, e para além das tradicionais férias, Inês Ferreira fala numa outra tendência. O aproveitamento de feriados e pontes para destinos nacionais “como as nossas ilhas da Madeira e dos Açores bem como dentro de Portugal Continental”. Destinos esses que estão em fase de crescimento nos dias que correm. Segundo a responsável, uma das razões que está na base destas novas escolhas de destinos “dentro de portas” está relacionada com o aumento de oferta hoteleira. Para além da oferta, Inês Ferreira fala também no aumento da qualidade dos hotéis nestes mesmos destinos. No entanto para fora de portas, os clientes continuam a procurar destinos como a
Inês Ferreira salienta a subida de qualidade do alojamento em Portugal Tunísia, Marrocos, ilhas espanholas, Cabo Verde, República Dominicana, que “já são bem conhecidos e com provas dadas de uma excelente relação qualidade pre-
ço”. Inês Ferreira salienta que o “grosso” do trabalho da Iviagens está no mercado Outgoing “ou seja, viagens para o estrangeiro, contudo a
base do nosso trabalho continua a ser o constante acompanhamento, no antes, durante e no pós viagem”. Tal acompanhamento tem possibilitado a recomenda-
ção de familiares e amigos “que é um excelente cartão de visita que nos possibilita chegar não só a Portugal como a outras zonas do mundo”.
Chafariz de Arruda
Julho 2019
Negócios & Empresas 15
Piquete da Fruta soma 12 anos e pensa na abertura de novos espaços caminho dos 12 anos de atividade, o “Piquete da Fruta” em Arruda dos Vinhos, não dá sinais de abrandar, antes pelo contrário. André Moleiro, proprietário da empresa, sustenta ao Chafariz, que no seu entender a aposta foi ganha, tendo em conta a lista de clientes fiéis ao “Piquete da Fruta”. Em entrevista ao espaço “Empresas & Negócios” o empresário refere que o balanço destes quase doze anos é “bastante positivo” e existe a expetativa “de continuar a crescer mais ainda, do que temos crescido até agora”. O Piquete da Fruta está agora também em Loures, num mercado completamente diferente do de Arruda dos Vinhos. Um mercado mais desafiante e mais urbano, com maior exigência, no entanto o empresário sustenta que até ao momento tudo está a correr como esperado. André Moleiro refere que o nível de exigência obriga a que “tenhamos que ser muito profissionais” vincando que,
A
neste caso, não está tão presente o sentimento de vizinhança, sendo por isso menos pessoal. “Ali não há caras. Há o produto e a aceitação do cliente e do trabalho diferenciado que fazemos”, vincando que ainda assim: “Temos um toque um pouco diferente do das grades superfícies”. O passo para Loures deu-se há perto de dois anos “para uma loja muito mais generosa e muito maior do que a de Arruda dos Vinhos”. André Moleiro salienta que este projeto já caminha para os três anos e resultou de uma oportunidade “bem aproveitada” de negócio No caso de Arruda, o negócio começou na venda porta-aporta nas aldeias das redondezas e ainda continua. Neste caso André Moleiro, vinca que é importante conhecer quem dá a cara pela loja, mas também “porque as pessoas conhecem o Piquete da Fruta, gostam da nossa qualidade, dos nossos preços e da nossa dinâmica e é isso que faz com que trabalhemos todos os dias”. No entanto, o Piquete da Fru-
André Moleiro faz um balanço destes 12 anos do Piquete da Fruta ta prometa não ficar apenas por Arruda e Loures. O proprietário anunciou ao Chafariz a abertura de novas lojas, mas prefere não adiantar a sua localização.
A prova de que o futuro da empresa está assegurado, e ao mesmo tempo continua a oferecer produtos de qualidade aos seus clientes, é que se prepara para “franchisar” a
marca. André Moleiro refere que esse é um passo para um futuro a médio prazo, adiantando que nesta altura estão a ser criadas dinâmicas no que
toca à qualidade de procedimentos, tendo em vista esse passo. Veja esta reportagem na íntegra em vídeo em www.chafariz.pt
Owl´s House em Arruda dos Vinhos aposta na formação e ensino Centro de Formação Owl´s House em Arruda dos Vinhos é muito mais do que um simples centro de formação. São várias as valências dedicadas a adultos e graúdos, não só no que toca a matéria escolar, como à formação profissional em vários contextos. Mariana Moura, professora e proprietária deste centro, salientou ao “Empresas & Negócios” que esta ideia que já tem “um ano e pouco” de atividade começou tendo em conta o facto de no passado já ter dado aulas no sistema de ensino público, mas refere não concordar com a forma como está montado esse sistema. A professora vinca que este é um antigo sonho, que se transformou em realidade, estando a revelar-se um sucesso na comunidade onde se insere, e salienta que a ideia “foi a de melhorar o ensino que existe hoje em dia, optando por métodos diferentes e mais práticos”. Mariana Moura aponta por
O
exemplo a forma como ensina a Matemática ou o Inglês, com casos práticos da vida no dia-a-dia. O Centro de Formação Owl´s House tem um leque variado de vertentes que vão desde a formação para adultos que está no cartaz nacional de formações, passando pela formação pessoal, e pela formação certificada e obrigatória para empresas. “Algo a que as pessoas ainda não estão habituadas mas que é obrigatório para as empresas ministrarem aos seus trabalhadores”. Já no que foca a outra vertente, nomeadamente, a escolar, o Owl´s House aposta na Matemática, Físico-Química, no Inglês, entre outras disciplinas. No caso do Inglês é sempre “muito procurado não só pelos alunos do secundário, como pelos adultos.” Mariana Moura refere que os alunos procuram no seu centro “algo diferente” no sentido de “alcançarem os seus objetivos rapidamente”, e explica que o método que desenvolveu afasta a necessidade
de longas horas de estudo contínuo “apostando-se antes em formas mais práticas para se chegar aos mesmos resultados”. Para além deste tipo de ensino, o Owl´s House aposta também em várias formações destinadas às empresas. No caso, Mariana Moura refere uma formação específica que será levada a cabo em breve sobre o manuseamento de extintores nas pequenas e médias empresas. A responsável salienta a existência de alguma formação na área, e por isso resolveu dar a conhecer esta vertente que na sua opinião faz todo o sentido e a diferença na altura certa. Trata-se de uma formação de quatro horas que decorrerá a nove de novembro próximo. A juntar a esta formação, a professora chama ainda a atenção para uma outra, mais complexa de resto, relacionada com o socorrismo para o dia 21 de outubro. Veja esta entrevista na íntegra em vídeo em www.chafariz.pt
Owl's House é o novo centro de formação em Arruda