Jornal valor local edição junho 2018

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Jornal Regional • Periodicidade Mensal • Director: Miguel António Rodrigues • Edição nº 62 • 21 Junho 2018 • Preço 1 cêntimo

Valor Local Comunidades ajudam às obras nas igrejas e fortalecem laços

Destaque na 12 , 13, 14 e 15

“Dia histórico” - Viveiros da Guarita vão ser transformados em parque biológico

Ambiente na 6

Junta de Vila Franca de Xira: Alegadas agressões de eleito da CDU originam processocrime no Ministério Público

Política na 7

Azambuja: Culpa “morre” solteira no caso do arranque de sobreiros no aterro

Ambiente na 6


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Atletas de Alenquer destacam-se na dança robótica além fronteiras m conjunto de atletas do Sporting Clube de Alenquer ficou em segundo lugar num festival decorrido na Áustria, durante o mês de abril, na modalidade de dança robótica. Dois desses atletas são o Tiago Belo e o Mário Amaro que estiveram na origem da idealização dos vários robots com que se apresentaram a concurso, na modalidade “On stage”. Esta é uma modalidade que não apenas tem em conta a criatividade e a estabilidade em palco dos robots mas também a coreografia dos atletas que dançam ao som de música acompanhados pelos movimentos das peças. Desde 2005 que a modalidade foi integrada no clube, de acordo com a professora Carla Bettencourt, mas tudo teve início na escola Pêro de Alenquer, que entretanto firmou uma parceria com o agrupamento de escolas de Alcochete nesta componente da dança robótica, com o qual tem vindo a apresentar-se em conjunto no dito campeonato. No Sporting quatro atletas integram esta modalidade, mais seis da escola da margem sul. Boas classificações não têm faltado a Alenquer neste campo, com muitos lugares cimeiros e

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sempre com muitas centenas de participantes sempre que vão lá fora. Para Mário Amaro, para se ser um bom praticante desta modalidade é preciso “não ter vergonha, acima de tudo”. “Porque no meu caso posso dizer que já dancei de leggings no capitólio italiano, já dancei ballet na Áustria, por isso de certeza que não ter vergonha é um bom começo”. O atleta com 17 anos confessa que começou “nisto aos oito anos”. Já participou dentro da dança robótica nas vertentes de “seguimento de linha”, “rescue”, e “on stage”, onde se apresenta numa coreografia com os robots. Mas também participa na feitura das máquinas, na parte mecânica, enquanto Tiago Belo está vocacionado para a vertente eletrónica, mas este não acompanha o colega em palco, que dá asas à componente artística em competição. À Àustria a equipa levou uma inovação quanto aos materiais utilizados, depois de durante anos ter feito as peças em pvc, este ano optou-se pelo cartão, por ser mais leve. A apresentação da coreografia fez-se com robots inspirados em bandas de rock, nomeadamente, Pink Floyd e Led Zeppelin.

À primeira vista, o aspeto tosco das peças com um material tão comum como o cartão e um emaranhado de fios lá dentro engana. Pois na conceção e articulação das peças estão inseridos vários conceitos da física e da engenharia e muitas horas de tentativa e erro por parte dos praticantes que para conseguirem efeitos mínimos

na peça têm de recorrer a muita criatividade. Por exemplo, no robot que homenageia, por assim dizer, o álbum The Wall dos Pink Floyd, há um prisma, (símbolo associado a esta banda) que tem um mecanismo que o faz sair e projetar um feixe de luzes. “Tem aqui muita física envolvida”, diz Mário. Um dos desafios do trabalho que envolve

Atletas, professora e algumas dos robots que levaram à Áustria

os robots prende-se com o domínio do centro de massa, e a procura da estabilidade da peça em palco tendo em conta as velocidades que consegue alcançar. Para estes atletas, será normal seguir uma carreira no futuro ligada em parte ao mundo da robótica. Tiago Belo quer seguir programação. Foi ele o idealizador do pris-

ma na peça que presta o tributo aos Pink Floyd. Também trabalhou o hardware no que respeita ao controlo dos motores incluídos na peça. Mário Amaro diz que no seu caso e como sempre esteve ligado às artes, não tem problemas em dançar. “Se é preciso alguém fazer eu faço”. Este atleta gostaria de tirar um curso na área da engenharia aeroespacial. “A parte artística fica como hobbie, por assim dizer”. Já a peça referente aos Led Zeppelin tem um sensor que aciona todo o sistema sempre que o led é ativado. A peça evoca a música Stairway to Heaven. Quando se fala em apoios estes são “poucos”. A equipa tem optado ultimamente por apenas disputar campeonatos na Europa, já que se torna mais dispendioso fazer viagens mais longas. Uma empresa do concelho tem vindo a apoiar regularmente a dança robótica. Empresas ligadas ao ramo da robótica têm patrocinado mas muito amiúde. A autarquia “por vezes apoia outras vezes não”. Em breve, o Sporting Clube de Alenquer vai organizar um workshop de robótica com o intuito de captar mais entusiastas da modalidade e angariar fundos.


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Associação Mais Barrada nasce para combater a exclusão asceu este ano, e propõe uma mudança para a urbanização da Barrada, no Carregado. A Associação Mais Barrada está a organizar-se para ocupação de um espaço que se encontrava completamente vandalizado num dos locais mais problemáticos do bairro, a Praceta Gaspar Corte Real, mais especificamente o chamado túnel de Vali, onde funcionou em tempos um supermercado que nos últimos anos servia para todo o tipo de atividades marginais. Esse espaço está agora a ser aproveitado pela associação. Foi limpo numa ação conjunta de todos os que integram a Mais Barrada e moradores do bairro. A ideia é tornar um local feio e de que muitos procuravam fugir no novo centro comunitário do Carregado com atividades para os jovens e população. Utilizando a expressão brasileira, Mutirão, que designa uma ação coletiva em que muitas pessoas se organizam gratuitamente para determinado fim, nomeadamente este tipo de ações de limpeza, os moradores do bairro e a associação conseguiram “tirar toneladas de lixo do interior do antigo supermercado” que servirá de sede da associação em breve. Garrafas, seringas, e de tudo um pouco se podia encontrar. “Eu saí daqui a coçar-me todo porque até pulgas havia”, conta Vando Sano, um dos principais dinamizadores da associação. Vítor que se encontra a ajudar nas obras necessárias ao edifício – que esteve fechado muitos anos – acrescenta – “Só de garrafas devem ter tirado uma camioneta cheia”. No final das obras, a associação quer apagar os graffitis medonhos que são imagem de marca pelo piores motivos desta zona da Barrada. Este grupo pretende ainda que haja mais iluminação no intuito de dissuadir a continuação das atividades paralelas. Na praceta existe o único parque infantil do bairro, “mas eu como pai tenho medo de vir até

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Associação pretende em breve apagar da memória dos carregadenses os graffitis do túnel de Bali aqui com a minha filha tendo em conta a envolvência da praceta. É isso que queremos mudar, queremos trabalhar no coração do problema”, refere Vando. No entanto, e a contrário do que seria a sua expetativa, a Câmara, segundo refere, “não tem ajudado como gostaríamos”. Vando conta que houve uma reunião com o vereador Paulo Franco que mostrou disponibilidade, contudo a Câmara “falhou duas vezes” quando tocou a ajudar na retirada do lixo do interior do edifício. Os elementos da associação tiveram de tirar tudo à mão e levar para os contentores quando estava prometida a presença de um veículo e contentor da Câmara para ajudar ao efeito, o que teria facilitado em muito o trabalho dos voluntários. Vando diz-se desanimado, até porque este é um projeto para uma comunidade que necessita de uma atenção especial e quando se pretende diminuir os ímpetos marginais. E diz mesmo – “Chegámos à conclusão de que se a Câmara quiser ajudar, que venha ter connosco, porque não vamos andar mais atrás deles. Até agora só nos desmotivaram”. Ou-

vido pelo Valor Local, Paulo Franco refere que de facto houve uma descoordenação dos serviços no dia em que era suposto um contentor da Câmara ter estado no local para facilitar o trabalho dos membros da associação, mas diz que mantém a sua intenção de colaborar com a associação, mediante um protocolo que se venha a estabelecer entretanto. O autarca diz ainda que este projeto é complementar de outro que a Câmara tem vindo a desenvolver noutro local, e por isso bem-vindo. No fundo, o objetivo desta associação e do centro comunitário é permitir que “quem se sinta mais marginalizado possa ter uma ocupação”. Ideias não faltam à Mais Barrada para o que se pode fazer num espaço que necessita de obras urgentes mas que tem uma área considerável, cuja renda a muito custo os elementos da associação conseguem suportar. Todos os meses pagam 600 euros, sem apoios de qualquer espécie. “Organizamo-nos e cada um paga 100 euros, por exemplo”. O espaço ainda não está a ser rentabilizado pelo que se torna ainda mais complicado despender a verba. “O

proprietário é um privado e naturalmente quer rentabilizar isto”. Quanto a apoios de entidades como a Câmara, refere que o apoio foi pedido apenas para os materiais, e até agora com balanço negativo, por parte da associação, conforme exposto acima. “A Câmara disse logo que não podia dar mais porque a situação financeira não andava famosa”. Para o espaço estão pensadas

aulas de zumba, de ballet, ginásio comunitário, muay thai, capoeira, uma biblioteca, e já e possível verificar que foram doados muitos livros a pensar nesse objetivo. “Já pedimos às pessoas para pararem de contribuir porque de facto já são imensos”. A grande maioria das pessoas que estão a colaborar com a associação é da Barrada, que está a acolher esta ideia do centro comunitário de braços

abertos. “A envolvência da comunidade está a ser muito boa”. Agora a associação precisaria de mais apoios relacionados com materiais para requalificar o espaço, e tem feito contactos com empresas nesse sentido, estando ainda disponível para receber nesse sentido todo o tipo de contributos. A Mais Barrada pretende ainda intensificar a necessidade de se criarem protocolos com as empresas e com as agências de trabalho temporário da zona do Carregado tendo em vista as necessidades de emprego dos habitantes. Sendo assim vai também funcionar neste centro comunitário, um posto de atendimento tendo em conta esse fim. Na Barrada já funciona um serviço da Câmara com vista à inserção dos imigrantes e cidadãos em geral no mercado de trabalho, e Vando refere que a Mais Barrada “vem para somar ao que já existe, não pretendemos rivalizar com ninguém até porque o objetivo é o mesmo, embora aqui estejamos no foco do problema”. “Todas as pessoas estão muito empenhadas em mudar a Barrada, e isso também nos dá muito alento em prosseguir apesar das dificuldades”, conta.


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Atual comandante dos bombeiros de Azambuja foi o primeiro a chegar ao terreno nos grandes fogos de outubro abituado a conviver com os fogos à porta de casa, Ricardo Correia, hoje comandante dos Bombeiros de Azambuja, era no ano passado bombeiro de primeira nos voluntários da Lousã. Não participou no combate dos incêndios de 17 de junho, mas foi o primeiro a chegar ao terreno aquando dos fogos de 15 de outubro. Ricardo Correia vinca que na memória estão ainda as populações aflitas por estarem na iminência de perderem o que tinham conquistado na vida. O operacional salienta que ver as habitações a arder, foi o que mais lhe custou a si e à equipa. Recorda ao Valor Local que quando chegou ao local, questionou a equipa da GNR que se deslocava através de helicóptero, sobre onde estaria o fogo, e diz ter ficado surpreendido quando lhe disseram que estava a dois quilómetros da sua localização. A partir daí o fogo espalhou-se muito rapidamente, mais rapidamente do que as equipas que chegavam para o combater. O operacional fala em momentos mal compreendidos pela população, que entrou em pânico em algumas

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ocasiões, e revela mesmo que chegou a ter uma equipa dos bombeiros “refém” dos populares, tendo sido precisa a intervenção da GNR para que “pudessem seguir o seu objetivo”. Ricardo Correia diz que percebe o anseio das populações, mas refere também que naquele caso, quanto mais tempo a viatura estivesse retida “menos tempo teria para acorrer à situação para a qual estava destinada”. O operacional conta mesmo que numa das ocasiões, uma equipa forçada pelos populares, teve de “despejar água para cima de uma empresa nova, que tinha poucos meses de atividade”. Sobre esse caso o operacional percebe que as ameaças dos populares levaram a melhor, mas também se questiona sobre os meios de autoextinção daquela empresa, já que são obrigatórios e que aparentemente não funcionaram. Aliás, o operacional vinca a impossibilidade da existência “de um carro de bombeiros à porta de cada casa” e fala mesmo numa missão “inglória neste caso”, relacionada com o facto de os bombeiros terem de decidir com os poucos

meios que tinham sobre qual a situação a acudir em primeiro lugar: “Tínhamos nas mãos o futuro das habitações das pessoas” lamenta o operacional, que aponta essa questão como emocionalmente muito complexa. Todos estes fenómenos refere o agora Comandante dos Bombeiros de Azambuja, poderão vir a ser mais frequentes. Em causa estão as alterações climáticas que se têm acentuado na última década e dá como exemplo “a frequente queda de neve na Lousã, e os furacões no Algarve”. Ainda assim, o operacional está também convencido que os hábitos das populações podem ajudar. Ricardo Correia lembra que desde sempre é obrigatório limpar os terrenos, mas estes últimos fogos, vieram “adensar” as coimas e alguma consciência, que o operacional teme que possa vir a passar com o aparecimento de outros adventos. Ricardo Correia lembra a necessidade de uma cultura de segurança por parte das populações, não só na limpeza dos terrenos como na forma como se constrói. O planea-

Comandante lembra situações emocionalmente difíceis mento do território é por isso “muito importante” nas palavras do

operacional, contudo em alguns casos não há muito a fazer, como

acontece em algumas aldeias mais para o interior, onde os bombeiros, sempre que há fogos, apenas se podem ir posicionando, de aldeia em aldeia e esperar que o fogo passe por elas, sem causar danos de maior. Nestes dois últimos incêndios, Ricardo Correia refere que qualquer dispositivo poderia fazer melhor. No seu saber, salienta que as condições atmosféricas foram de tal ordem que nem que existissem milhares de meios, estes seriam eficazes. O operacional diz que ao concelho de Azambuja, esta questão não se aplica. Existe alguma organização do território e nos últimos anos, tem existido um trabalho da proteção civil municipal muito eficaz “que passou mesmo pelo contacto porta a porta” recordando, neste ponto, as sessões de esclarecimento. “Só não ficou esclarecido quem não quis”, ainda assim acredita que alguns proprietários possam vi a ser “surpreendidos pela GNR com uma multa”, nomeadamente, os proprietários de habitações devolutas ou terrenos rurais ao abandono.

Grau de Prova é referência para atuais e antigos alunos Escola de Línguas “Grau de Prova” no Cartaxo celebra este mês seis anos de existência. Com efeito, a escola liderada por Ana Gaudêncio, iniciou a sua atividade no dia 1 de junho, Dia Mundial da Criança. Já são centenas, os alunos que passaram por esta escola nos últimos seis anos. Segundo a responsável pela escola, os alunos “crescem connosco e nós com eles” e explica que “os meninos que começaram connosco no primeiro ciclo hoje já são adolescentes que pensam em médias para as universidades.”. Para Ana Gaudêncio, é recompensador poder acompanhar “alunos universitários, pois sentimo-nos valorizados pelo facto de nos consultarem para esse percurso tão dignificante”.

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A escola Grau de Prova tem também acompanhado alunos que já estão no mercado de trabalho, mas que recorrem aos serviços da escola, nomeadamente, “às aulas de línguas pois a realidade destes mercados assim o exige”. Para a professora “este processo é dignificante e enche-nos de alegria”. “Esse sucesso é para qualquer um de nós a razão pela qual escolhemos ser professores e continuamos com muito amor à nossa profissão”, vincando que o acompanhamento é sempre feito tendo em atenção os objetivos de cada aluno e as suas necessidades. A diretora da Grau de Prova sublinha por isso que “o facto de nos ajustarmos à realidade escolar, ano após ano, tem feito com que

os nossos alunos consigam os seus objetivos mais facilmente”. Com a evolução da educação, as exigências também têm sido crescentes. Sobre essa matéria, Ana Gaudêncio refere a necessidade de o grupo de professores estar sempre atualizado, vincando que

essa é uma preocupação “constante de todos nós e a cada ano que passa é necessária uma maior disponibilidade da nossa parte para atualizarmos tanto os materiais que utilizamos como a nível de formação individual”. A responsável pela escola explica a

aposta “em conceitos já experimentados com bons resultados, mas sempre com atenção às necessidades específicas dos alunos”. Por outro lado a escola Grau de Prova aposta também numa série de iniciativas lúdicas e pedagógicas. São, por exemplo, os casos das visitas de estudo ou das aulas de robótica, que fazem as delícias das crianças. Ana Gaudêncio refere por exemplo que o ano letivo começou com uma exposição e demonstrações de robótica. Já nas férias de natal passadas “valorizámos a cultura assistindo a um musical e levámos os nossos alunos a patinar no gelo, o que para muitos foi uma primeira vez”. Por outro lado, levou a cabo a habitual campanha solidária anual,

“ajudando duas instituições, com a participação dos nossos alunos”. Por esta altura, a escola leva a cabo a habitual visita de estudo “que é sempre aguardada pelos nossos alunos com muita expectativa”, sendo que este ano o destino foi a Escócia. “Tivemos ainda uma participação ativa na Festa do Vinho, no Cartaxo” refere Ana Gaudêncio que destaca ainda uma visita de estudo que “ficou marcada no coração dos nossos alunos e professores pelas experiências e pelo empenho da equipe do Girabola que tão bem nos recebeu.” Quanto a visitas de estudo, este ano terão como destino “Constância e Batalha, mas muitas outras virão”, destacando os períplos que serão feitos em Portugal.

Moradores da Castanheira querem polidesportivo gratuito m grupo de moradores na Castanheira do Ribatejo vai entregar um abaixo-assinado ao presidente da Câmara de Vila Franca de Xira para que seja construído um espaço desportivo na freguesia que se diz esquecida, neste campo, em relação a localidades do concelho como Póvoa de Santa Iria, Alverca ou a sede de concelho. Luís Santos

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que é um dos organizadores da iniciativa refere que até à data conseguiram recolher cerca de 300 assinaturas. O abaixo-assinado que se encontra na Associação de Promoção Social da Castanheira e no quartel dos bombeiros voluntários locais vai estar disponível até dia 30 de junho. Este movimento de cidadãos até aponta algumas localizações pos-

síveis para o espaço nomeadamente na Quinta dos Anjos, no centro da urbanização e caso o terreno o permita; na Quinta de São João fase 1, na zona dos pombais que está abandonada, ou ainda na Quinta de São João fase 2, onde estava aprovado o campo de ténis “São locais que a olho nu estão disponíveis para construção”, acrescenta. Luís

Santos refere que não existe qualquer campo polidesportivo na freguesia e que os preços praticados pelo Juventude da Castanheira para usufruto das suas instalações compreende preços que no seu entender são “um pouco elevados por hora”. A ideia seria dispor de um espaço para a prática de modalidades como ténis, futebol ou basquetebol. “Modalidades

com bola no fundo”, diz. Para este morador a oferta gratuita de espaços desta natureza na Vala do Carregado e nas Quintas não substituem a necessidade de algo semelhante na Castanheira, tendo em conta “as dificuldades de transporte nomeadamente para crianças mais pequenas”. Sobre a forma como a Câmara pode receber esta proposta para

já Luís Santos ilustra que não tem expetativas de maior – “O não está sempre garantido!” Os moradores também já tentaram questionar a junta de freguesia sobre a possibilidade de assumir esta obra, “contudo e como os custos são muito avultados não é possível à junta”. À partida o complexo terá um custo a rondar os 90 mil euros.


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Abrigada

Coligação Juntos pelo Concelho quer obras urgentes na Ponte da Graça m comunicado de imprensa, a Coligação Juntos pelo Concelho (PSD/CDS) afirma-se preocupada com o estado de degradação da ponte da Graça, em Abrigada. Numa visita ao local, os eleitos do partido na Câmara e União de Freguesias de Abrigada e Cabanas de Torres, puderam constatar o abatimento do terreno, as rachas e o deslocamento de alguns elementos que “indicam claramente que só uma ponte nova resolverá o problema”. O trânsito encontra-se ali encerrado, depois de um período em que a passagem esteve condicionada. Mas, segundo os locais, “o alerta estava dado desde novembro passado, e já desde o início do ano que a solução se revelava

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Ponte está presa por um fio

incontornável.” Veículos pesados de empresas da zona, como de Cabanas do Chão e Paúla, e de zonas vizinhas utilizavam habitualmente a ponte estão a ver a sua atividade condicionada. A Câmara de Alenquer aconselha a contornar a serra de Ota em alternativa, mas a inclinação “ali é inviável para pesados carregados”, sustenta o PSD. Os motoristas preferem atalhar por Atouguia, cuja ponte não é vista como adequada, ou mesmo ir até Alenquer. Um incómodo que tem “sido agravado por falta de sinalização adequada, que leva os camiões ao engano até perto da ponte”. Além disso, o trânsito no interior de Abrigada tem sofrido “enormes constrangimentos”. A aperta-

da e sinuosa rua que atravessa a localidade era já uma fonte permanente de conflitos de trânsito. Mas agora aquela rua tem ainda de absorver o acréscimo do trânsito de ligeiros que passava na ponte em ambos os sentidos, e mesmo de alguns pesados que por ali se aventuram, apesar de não serem ali permitidos, com exceção dos autocarros. Os vereadores da coligação PSD/CDS consideram que esta obra deve estar acima de todas as prioridades e avançar desde já. Deverá ser equacionada ainda a colocação de uma ponte militar. O Valor Local contactou o município com algumas questões sobre este tema, mas até ao fecho de edição não obtivemos resposta, apesar das insistências.

David Lobato tomou posse como comandante dos bombeiros do Cartaxo avid Lobato tomou posse como Comandante dos Bombeiros Municipais do Cartaxo, numa cerimónia que teve lugar no dia 14 de junho, no quartel da corporação. O novo comandante assegurou que a sua liderança “vai ser democrática, integradora, rigorosa e orientada pelo exemplo”. Com o entendimento de que “as pessoas são o ativo mais valioso dentro de qualquer organização”, quer que valores como “justiça, igualdade e fraternidade, continuem a ser os elos que nos ligam e nos definem”. A gestão “que preconizo, obriganos a manter objetivos comuns, a estarmos unidos para ultrapassarmos juntos as dificuldades, a cres-

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cer juntos enquanto operacionais e enquanto pessoas”, pelo que “devemos ser capazes de criar condições que nos permitam desenvolver capacidades técnicas e operacionais de excelência, de garantir condições de segurança e elevados níveis organizacionais, que nos permitam responder com a máxima qualidade àqueles que servimos”, defendeu David Lobato. Fernando Amorim, vice-presidente da Câmara Municipal deu posse a David Lobato, afirmando que “foi sempre comandante, hoje apenas lhe entregamos a insígnia de comandante”, num ato que “se reveste de enorme importância enquanto reconhecimento pelo percurso de uma pessoa humilde, tra-

balhadora, rigorosa e transparente, características essenciais de um líder, afirmando-se pela exemplar competência técnica, tanto quanto, pela capacidade de unir vontades e conduzir este exemplar corpo de bombeiros no caminho da excelência”. Também Mário Silvestre, Comandante Operacional Distrital da Autoridade Nacional de Proteção Civil, destacou as características de David Lobato “meu amigo”, que alia “à sua capacidade de trabalho e profissionalismo, a humildade e a perseverança que são traços indeléveis do seu caráter”. Para o Comandante Distrital, “esta promoção não é nem o princípio de um caminho, nem o fim de outro, é

apenas a continuidade de um trabalho bem feito e o reconhecimento da qualidade desse mesmo trabalho. É um momento de sucesso, mas não tem origem no acaso, é ganho, é conquistado todos os dias”. A capacidade de assumir riscos, “de lutar e de procurar constantemente a sua própria superação, tanto quanto a da Corporação que hoje passa a liderar de modo reconhecido, marcam um longo caminho de perseverança e de garra”, afirmou Mário Silvestre “por estas e outras razões que demoraria muito a elencar, afirmo que reforço toda a minha confiança no Comandante dos Bombeiros Municipais do Cartaxo.”

Vice-presidente e David Lobato que é agora o novo responsável

Retirada do amianto na escola de Vila Nova da Rainha até final do ano té ao final do ano, o jardimde-infância de Vila Nova da Rainha vai entrar em obras tendo em vista a retirada do amianto da cobertura numa operação que vai incluir ainda a requalificação da

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escola existente no local que implica a criação de novas infraestruturas como refeitório, biblioteca, sala de professores e duas novas salas de aula, dois gabinetes de apoio ao aluno, requalifica-

ção do exterior, com espaço coberto. O custo total ronda o meio milhão de euros. O município, segundo a vereadora da Educação, ao Valor Local, Sílvia Vítor encontra-se a aguar-

dar ainda pela reunião com o diretor regional da Educação. Estava agendado um encontro nas últimas semanas que acabou por não acontecer devido a problemas de saúde do mesmo. A Câ-

mara tem intenção de pedir ao responsável uma verba para a retirada da cobertura na básica de segundo e terceiro ciclos de Azambuja, da jurisdição da Câmara, bem como na Secundária

que pertence ao ministério. Segundo a vereadora, são estes os únicos casos de telhados em amianto no concelho para serem resolvidos. O custo das obras na básica 2, 3 é de 150 mil euros.

Esclarecimento Município de Vila Franca de Xira m resposta à reportagem realizada na passada edição do Valor Local no bairro social de Povos junto do Rancho Folclórico da Alfarrobeira que teceu críticas à atuação da Câmara de Vila Franca de Xira relativamente aos apoios concedidos, nomeadamente, a necessidade de uma intervenção no telhado na coletividade, dado que chove lá dentro sempre que

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chove. Segundo os membros do rancho, a coletividade tem sido ignorada pela autarquia. Esta, em resposta enviada à nossa redação, salienta que as afirmações do rancho não são verdadeiras, porquanto e segundo o município, foram detetadas infiltrações no teto/parede, provenientes do canteiro/floreira existente na varanda do 1.º andar, onde a Câmara Municipal fez

uma intervenção, no sentido de impermeabilizar o referido canteiro/floreira. Em 2016, verificou-se uma outra situação de infiltração, desta feita na zona da prumada de esgotos, proveniente da instalação sanitária também do andar superior, pelo que foi assegurada a reparação da canalização de esgotos do andar superior, prossegue o município na sua explicação.

Posteriormente a esta intervenção, foi efetuada vistoria às instalações, tendo-se verificado que a situação estava resolvida. Contudo, e já em 2017, foram verificadas outras patologias, designadamente infiltrações por motivo de degradação de caleiras/tubos de queda de águas pluviais e de fissuração de alçados. Tendo em conta o estado de coisas, a Câmara refere que

tem para o bairro de Povos e acredita-se que para o edifício da coletividade um programa de reabilitação onde está prevista a substituição das caleiras e tubos de queda de águas pluviais. Mais se informa que na época das chuvas, já ocorreram situações pontuais de inundações, por motivo de entupimento da rede (coletor) de águas pluviais, sendo que nessas ocorrências

tem existido a intervenção dos SMAS na resolução das anomalias, garante o município A Câmara Municipal finaliza referindo que permanece disponível para, em articulação direta com o Rancho Folclórico da Alfarrobeira e tal como já vem acontecendo, fazer as intervenções tidas por necessárias para a melhoria das suas instalações.


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Culpa morre solteira no caso do abate de sobreiros no aterro de Azambuja Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) reforça taxativamente que não há qualquer ação a tomar no denominado arranque de sobreiros, em que terão sido destruídos centenas de exemplares, numa ação levada a cabo no aterro da Triaza/Suma em Azambuja. Instada pelo Valor Local, à margem da assinatura de um protocolo entre o ICNF e a Câmara de Azambuja, no dia 20 de julho, e após nunca termos recebido qualquer explicação sobre este tema após seis meses de muitas tentativas frustradas da nossa parte junto daquele órgão do Estado, eis que Maria de Jesus Fernandes, diretora do departamento do ICNF de Lisboa e Vale do Tejo, refere que tudo se resume “a uma contenda entre a empresa proprietária do terreno e a arrendatária”. No seu entender esta é uma questão de litígio que terá de ser “tratada por um tribunal” e não pelo órgão de que é responsável. Confrontada com o facto de existir uma ata lavrada em dezembro último após uma visita ao local por parte de várias entidades, inclusivamente, por técnicos do instituto, em que se pode ler claramente, que houve um elevado corte de sobreiros, Maria de Jesus Fernandes, diz que “não há vestígios de corte de sobreiros recente, o que houve terá sido há muitos anos numa situação que

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Juridicamente a ser provada a implicação da Triaza neste caso a mesma poderia perder a licença para laborar em Azambuja será difícil de apurar”, limita-se a dizer sem querer entrar em mais explanações. Esta é uma área cuja empresa proprietária é a Zubareia, que no fundo arrendou o terreno à Triaza. Esta empresa foi a única proprietária e ao mesmo tempo usufrutuária do terreno em tempos, até inícios da década de 90, altura em que quis expandir a sua atividade de extração de areias, tendo-se visto impedida à época, exatamente, devido à proliferação de uma árvore protegida como o sobreiro na Quinta da

Queijeira, assim se chama a localização em causa. Após abdicar da expansão da extração de areias porque previa-se o corte de mais de 874 árvores, chegou, ao longo dos anos, a acordo com interessados tendo em vista a localização de um aterro, como está a acontecer, no local. Questionámos Pedro Ribeiro, administrador da Zubareia sobre o facto de a ser descartada a Triaza, apenas restar a sua empresa como estando hipoteticamente na origem do caso, pois mais ninguém operou ali, defen-

de-se taxativamente – “Então eu não pude continuar a minha atividade no local porque não podia arrancar sobreiros, que sentido faz cortar as árvores quando já tinha cessado de operar ali? Claramente não tenho nada a ver com o caso, até porque a Triaza meteu um pedido à Câmara para corte de árvores numa área de 22 mil metros quadrados”. Conhecedor do terreno até porque é seu, não tem dúvidas ainda em dizer que “a grande maioria das árvores abatidas são sobreiros”. “Pode haver ali um ou outro pi-

nheiro, mas o grosso são sobreiros”. Estima ainda que terão sido deitados abaixo centenas de exemplares da árvore protegida. Numa fatura à qual o Valor Local teve acesso em dezembro último mostrada à nossa redação pelo munícipe que se tem vindo a queixar constantemente dos maus cheiros do aterro, António Pires, encontra-se discriminado o abate de árvores pela Câmara num serviço pedido pela Triaza mas sem que seja feita a correspondência de qualquer valor. O Valor Local questionou, numa

das edições deste ano, Luís de Sousa, presidente da Câmara, sobre esta fatura, e o mesmo sempre negou responsabilidades quanto ao abate das árvores em questão. Recorde-se que desde o início deste processo que o Valor Local se disponibilizou para uma entrevista com a Triaza, empresa visada, que nunca mostrou interesse em esclarecer cabalmente este assunto, reforçando até que o abate de sobreiros é uma questão que deve ser esclarecida pelo ICNF e não pela mesma.

“Dia histórico” para Azambuja agora que já pode gerir os Viveiros da Guarita m 2013, a Câmara de Azambuja assumia em declarações ao nosso jornal o sonho de poder revitalizar os desativados viveiros da Guarita num local para fruição de todos. Anos depois surgiu o conceito de parque biológico. A ideia era tornar possível a realização de diversas atividades num espaço completamente limpo, e que tivesse tudo a ver com o conceito de ruralidade. No dia 20 de junho foi finalmente assinado um protocolo que dá carta-branca ao município para poder finalmente realizar naquele espaço um conjunto de atividades, depois de longas negociações com o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas que exigia uma renda, mesmo com a Câmara a assumir todas as despesas. Segundo Silvino Lúcio, vereador no município, ao Valor Local, esse obstáculo foi ultrapassado, tendo em conta que a Câmara sempre rejeitou essa despesa acrescida quando todo o embelezamento e limpeza do

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local seriam por sua conta e risco. A Câmara não paga rendas, apenas se encarrega de financiar a manutenção e a compra de materiais para o espaço, bem como toda a logística e dinamização inerentes. Para Luís de Sousa, presidente da Câmara, aquando da assinatura do protocolo com o ICNF, a 20 de junho, este “é um dia histórico para o concelho”. Recordese que em primeira mão, Luís de Sousa em declarações ao nosso jornal em abril de 2016, dava conta dos projetos a desenvolver e que passarão, doravante, e conforme está escrito pela concretização de percursos pedestres, zonas de arvoredo, posto avançado para os bombeiros, um parque de merendas, um café/restaurante, área para pesca recreativa, área para observação de aves, gestão de resíduos verdes. As possibilidades que o espaço pode oferecer a nível de atividades lúdicas apontam ainda, segundo o autarca, para diversos

eventos como “festas de aniversário”, “criação de hortas pedagógicas”, “atividades equestres”, “jogos do tipo caça ao tesouro”, “demonstrações de falcoaria”, “observação astronómica”. O projeto compreende também a reabilitação do centro aquícola. O município passa agora a ter gestão partilhada desta área com o instituto tutelado pelo Estado. Rui Pombo, do ICNF, referiu que “é um prazer termos concretizado este caminho e vamos trabalhar muito proximamente para a conservação do ambiente, e a promoção da agricultura e da floresta”. Já o secretário de Estado das Florestas, Miguel Freitas, saudou o município de Azambuja na procura da conservação da natureza ao abraçar este projeto. Recordese que esta era uma área há muito abandonada com mato a crescer aos olhos vistos, que apenas recebia em média uma limpeza por ano aquando da iniciativa “Um dia no Campo”.

Todos os presentes congratularam-se com a assinatura do protocolo


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Política 7

Junta de Vila Franca de Xira

Alegadas agressões de eleito da CDU originam processo-crime no Ministério Público s eleitos do Partido Socialista na Assembleia de Freguesia de Vila Franca de Xira anunciaram o “corte” de relações com o líder da bancada comunista e antigo candidato à junta, João Conceição. Em causa estão alegadas agressões de João Conceição a Ricardo Carvalho, elemento do executivo liderado por João Santos, no dia 18 de maio último. Em reunião da Assembleia de Freguesia de Vila Franca de Xira, os socialistas, anunciaram, para além do corte de relações, a entrega de um processo-crime ao Ministério Público visando João Conceição e exortaram os comunistas no sentido de doravante se organizarem no que toca às questões ao executivo, pois recusam-se a partir de agora a responder a Conceição. Tânia Caniço, do Partido Socialista, apresentou uma declaração política na qual lamentou e condenou a atitude do elemento do Partido Comunista para com o eleito do PS, Ricardo Carvalho. Para o PS “dadas as circunstâncias, não há condições para que tal sujeito se continue a sentar nesta assembleia de freguesia”,

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defenderam os socialistas, ao mesmo tempo que acusaram os comunistas de falta de sentido democrático. Em nome do PS, Tânia Caniço, referiu mesmo que espera que o Partido Comunista retire ilações da situação, reiterando a necessidade de afastamento do eleito e líder da bancada da CDU na Assembleia de Freguesia. O Valor Local tentou ouvir mais em particular a CDU que remeteu para as declarações proferidas na reunião da Assembleia de Freguesia. Fonte dos comunistas, que lamentou a forma como o PS tratou esta questão, vincou que não está prevista qualquer declaração de João Conceição sobre o assunto, apontando para os locais próprios a defesa do elemento da bancada da CDU. Na reunião da Assembleia de Freguesia, Álvaro Figueiredo, que falou em nome da bancada sobre este assunto, uma vez que João Conceição nunca se pronunciou sobre o mesmo, lamentou igualmente a forma como o Partido Socialista está a tratar esta questão que apelidou de “joguinho”. Álvaro Figueiredo salientou mes-

Clima entre CDU e executivo é de cortar à faca

João Conceição não teceu qualquer comentário em sua defesa mo que a declaração lida, seria a única sobre o assunto. O elemento da CDU lamentou “a utilização

deste órgão para se patrocinar brincadeiras infantis de baixo nível”, alegando que as mesmas

não dignificam a Junta de Freguesia. A CDU através de Álvaro Figueiredo fala em ataques de caráter ao longo da campanha eleitoral aos elementos do seu partido “e aos seus eleitos”. “Imaginávamos que ainda poderia restar alguma decência e que não utilizariam este órgão para o circo onde muitos gostam de atuar”. O eleito da CDU que rejeitou as acusações do PS a João Conceição, exortou o Partido Socialista a mostrar provas “da alegada agressão”. Figueiredo diz que a acusação do PS foi feita “com base em relatos que não correspondem à verdade” e sem “qualquer sustentação e provas”, recusando que tal fosse verdade. Contudo o presidente da Junta de Freguesia de Vila Franca de Xira, apontou o dedo à CDU e referiu a existência de imagens de videovigilância já entregues ao Ministério Público. João Santos acusou ainda João

Conceição de intimidar os funcionários, algo que segundo o autarca, terá acontecido no início de mandato, com a presença do elemento da CDU à porta das oficinas da junta e no atendimento, no edifício principal, local onde alegadamente terão ocorrido as agressões. João Santos apontou ainda o dedo a Álvaro Figueiredo, que segundo o presidente da junta, tem feito acusações e insultos a familiares seus nas redes sociais. Esta última acusação, levou o eleito da CDU a indignar-se, referindo que a sua vida pessoal nada tinha a ver com aquela reunião da assembleia de freguesia. O PS diz ter provas de todas as situações onde acusa a CDU, e que as mesmas já fazem parte de um processo entregue no Ministério Público. A CDU, que não fala mais sobre o assunto, refere estar pronta a debater este assunto no lugar certo, que poderá vir a ser a barra do tribunal.


8 Eventos

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Vila Franca de Xira celebra 34 anos de elevação a Cidade ila Franca de Xira assinala a 28 de junho os seus 34 anos de elevação a cidade. Segundo o presidente da Junta de Freguesia de Vila Franca de Xira este é um momento importante para a cidade, e das comemorações deste ano consta uma série de iniciativas relacionadas com os aspetos mais importantes desta cidade que deixou de ser vila em 1984. Segundo João Santos, este será um dia assinalado por uma sessão solene com um concerto da Banda do Ateneu Artístico Vilafranquense e a atuação de dois cantores líricos vilafranquenses, nomeadamente, Marco Alves dos Santos, e Sofia Rodrigues. Na sessão solene, que decorrerá no Auditório João David Marques Pinheiro, no Ateneu Artístico Vilafranquense, decorrerá igualmente a atribuição de várias distinções a algumas associações que, “do ponto de vista cultural, social e recreativo, têm sido fundamentais para a freguesia de Vila Franca de Xira”, explicando que serão homenageados nas pessoas dos presidentes de Junta, “os diversos ciclos de gestão da Junta de Freguesia de Vila Franca de Xira no período pós o 25 de Abril”. Já no que toca às homenagens às associações, merecerá a distinção máxima da freguesia, o Ateneu Artístico Vilafranquense, os Bombeiros Voluntários de Vila Franca de Xira, o Grupo Recrea-

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Concerto da banda do Ateneu é sempre um dos pontos altos

tivo do Paraíso, a Santa Casa da Misericórdia de Vila Franca de Xira; e o Grupo de Artistas e Amigos da Arte. Para o presidente da junta de Vila Franca, a sessão solene é mesmo o ponto alto destas comemorações. Será por isso “um momento muito particular”, salientando que desta forma se espera que este “evento contribua para a promoção da

unidade e da coesão em nome de um interesse superior: a freguesia e a cidade de Vila Franca de Xira”. Para o presidente da junta, o facto de as comemorações do Dia da Cidade se realizarem antes do Colete Encarnado, acaba por funcionar como um complemento ao mesmo. “São acontecimentos distintos, mas com um denominador em comum: marcam, indiscutivel-

mente, a vida social e cultural da freguesia de Vila Franca de Xira”. O autarca explica que “neste dia celebra-se a cidade de Vila Franca de Xira, que é indissociável dos acontecimentos e eventos que a caracterizam enquanto elemento identitário”. Para o presidente da junta, faz sentido ainda comemorar os 34 anos de elevação a cidade. “A identidade de um território, e

Município de Azambuja vai eleger a Rainha das Vindimas 2018 zambuja prepara-se para realizar o espetáculo final de eleição da Rainha das Vindimas 2018 do concelho. O evento decorrerá no próximo dia 23 de junho, a partir das 21h30, no Largo da Igreja, em Alcoentre. Após serem apuradas as candidatas das diversas freguesias, será agora eleita a candidata que representará o município no Concurso Rainha das Vindimas de Portugal, promovido pela Associação de Municípios Portugueses do Vinho (AMPV). A final nacional terá lugar no próximo dia oito de setembro, no concelho de Alenquer. Durante as últimas semanas, as participantes tiveram oportunidade de conhecer melhor o concelho onde residem, explorando os usos e costumes, a gastronomia, o património e a oferta turística existente, com grande destaque para a produção vitivinícola que tanto prestigia o concelho de Azambuja. Desde uma viagem de barco pelo Tejo, até aos pas-

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seios em quintas tradicionais, passando pela visita a vinhas e adegas, e até pela experiência prática de confeção de bolos típicos, as candidatas tiraram partido destes momentos. O espetáculo contará com os habituais desfiles em traje regional, casual e de noite, e ainda com alguns apontamentos culturais. Um deles, será levado ao palco pelo grupo de recriações etnográficas Terra Velhinha. Haverá, também, uma performance de dança contemporânea, pelo bailarino Juan Maria Seller. Na área musical, assistir-se-á às atuações do fadista Rui Vaz, das vozes líricas “Spring Voices”, do cantor pop Bruno Correia e da banda de rock/folk “The Town Bar”. O júri será composto por Catarina Rito (jornalista de moda), Óscar dos Reis (ex-manequim e scouter da Elite Models), André Costa (manequim internacional), Pedro Lourenço (AMPV), e Marina Ferreira (atual Rainha das Vindimas do Concelho de Azambuja).

As candidatas a mais bela das Vindimas

dos seus cidadãos, constrói-se a partir do seu passado e dos momentos que o marcam do ponto de vista histórico”, reflete. Nesse sentido explica que “a cada sessão de Comemoração do Dia da Cidade, reforça-se o pilar da identidade e o sentimento de pertença a Vila Franca de Xira”. “Por isso, perpetuar Vila Franca de Xira, tal como a conhecemos, não pode dispensar a ce-

lebração dos seus momentos históricos e dos elementos simbólicos que mais se destacam e destacaram em sua representação”. João Santos lembra inclusivamente que a identidade está para sempre ligada “às lezírias, ao Rio Tejo, à campinagem, às culturas avieira e varina” referindo que estes “são alguns dos elementos que orientam a nossa freguesia para o setor do Turismo”.


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Economia 9

Lezíria + Sustentável

NERSANT e CIMLT explicam oportunidades associadas à rentabilização de frotas Startup Santarém acolheu no dia 14 de junho, uma workshop sobre “Otimização da Rentabilidade em Transportes e Logística”, que explicou às duas dezenas de empresas participantes as vantagens de investir em estratégias de sustentabilidade das suas frotas. A sessão realizou-se ao abrigo do projeto Lezíria + Sustentável, promovido pela NERSANT - Associação Empresarial da Região de Santarém e pela CIMLT - Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo. O evento iniciou com o acolhimento de António Campos, presidente da Comissão Executiva da NERSANT, que alertou as empresas presentes para esta temática da sustentabilidade, evidenciando que a NERSANT foi pioneira na região a adquirir uma frota de veículos elétricos. “É esse o nosso papel, o de desafiar as empresas”, concluiu o responsável pela associação. Seguiu-se o acolhimento por parte da CIMLT, na voz de Natacha Oli-

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veira, que desejou aos participantes uma sessão de trabalho proveitosa e com aplicabilidade nos seus negócios. Foi de seguida apresentado o projeto ao abrigo do qual se realizou esta sessão o Lezíria + Sustentável - com foco nas lacunas e oportunidades da sustentabilidade e com realce para o facto de esta preocupação com a sustentabilidade ser uma das prioridades em termos de agenda política atualmente. Com o mote “Menos frota, mais serviço”, interveio Hugo Dinis, Consultor da Cross-Logistics, que deu a conhecer o método desta empresa para o controlo de frotas, assegurando que o mesmo resulta numa redução dos custos da distribuição em 25%. Da mesma empresa, falou ainda Daniel Silva, que analisou alguns casos de reconfiguração da frota por via de redução do número de viaturas, alteração das tipologias de capacidade, otimização de rotas e alteração das tipologias de motor-combustível (diesel, gás natural, elétri-

co), bem como a renovação da frota como retorno do investimento. “A cadeia de distribuição alimentar aumenta cada vez mais, aumentando também a necessidade de transportes, em especial rodoviários. Quanto mais transportes existirem, maior nível de CO2 fica na atmosfera, existindo, por este motivo, uma cada vez maior necessidade de otimizar”, fez saber o sócio-fundador da Cross-Logistics. Marco Alves, Consultor, sócio-fundador da Rácios Múltiplos, lançou o mote para a realização de um workshop prático, onde as empresas participantes foram divididas em dois grupos, um simulando uma empresa logística / de transportes, e outro simulando um grupo de distribuição (com frota própria). O desafio do workshop foi encontrar soluções de logística inversa, ou seja, formas de aproveitar o regresso das frotas. No final, foram apresentadas as propostas de cada um dos grupos de trabalho.

Especialistas do ramo dos transportes e logística trocaram conhecimentos

O projeto Lezíria + Sustentável pretende atuar sobre um conjunto de lacunas e oportunidades identificadas na área da sustentabilidade, criando atividades e ferramentas que contribuam para o reforço

da capacidade empresarial das PME’s através do incremento de competências, da facilitação de informação relevante e do estímulo à realização de diagnósticos precoces e da realização de escolhas

estratégicas que conduzam à melhoria dos níveis de produtividade e da capacidade de criação de valor. É um projeto promovido pela NERSANT e pela CIMLT, com financiamento do Alentejo 2020.


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Dossier: Águas 11

Arrancam finalmente as obras das novas condutas de água no concelho de Azambuja ão ter início a 2 de julho, as esperadas obras por parte da Águas da Azambuja no sistema de abastecimento de água numa empreitada estimada no valor de um milhão de euros entre a freguesia de Alcoentre e Aveiras de Baixo. Desde 2016 que as obras tinham sido dadas a conhecer, contudo sucessivos atrasos motivados pela falta de autorização por parte das empresas de telecomunicações e da Infraestruturas de Portugal (IP) alteraram o calendário previsto. Só nas últimas semanas, a IP deu luz verde quanto à intervenção. Recorde-se que a tubagem em fibrocimento há muito que ultrapassou o período de vida útil. Conta com mais de 30 anos, quando deveria ter existido uma substituição aos 25. O estado de coisas tem levado a sucessivas roturas na freguesia de Aveiras de Cima que há muito necessitava desta obra. Recorde-se que o ciclo da entrega de água com esta obra será invertido. Começa com a picagem na Silheira (Cadaval), a entrega no Cercal, e o abastecimento via Al-

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coentre, Aveiras de Cima, Vale do Paraíso e Casais da Lagoa. No fundo inverter o ciclo de entrega da água. A Câmara prepara-se ainda para adquirir um terreno que vai servir para o alargamento do cemitério de Aveiras de Cima e por onde passarão as condutas para abastecimento à população, com a colocação do que foi designado na última reunião de Câmara por uma espécie de bypass na problemática zona de uma unidade de restauração entre Aveiras de Cima e Aveiras e Baixo onde ocorrem as roturas de água todos os anos, com “encamisamento” também das tubagens até Aveiras de Baixo. Espera-se assim minimizar ou eliminar um problema de anos naquelas localidades do concelho de Azambuja. Para fazer face ao problema, a Águas da Azambuja tem optado e enquanto as obras não arrancaram por apostar numa redundância (ou seja mais alternativas) no sistema de abastecimento de água às freguesias de Aveiras de Cima, Aveiras de Baixo e Vale do Paraíso para fazer face à questão.

Acabar com as constantes faltas de água em Aveiras de Cima é um dos objetivos

Luís de Sousa, ao Valor Local, refere que esta obra que vai de Alcoentre a Aveiras de Baixo demo-

ra mais do que um ano a concretizar-se. Este plano de investimentos chegou a ser criticado pela

oposição (PSD) que entre outros aspetos apontava opções técnicas discutíveis na zona industrial de

Aveiras de Cima- Vale Tábuas e a eliminação do reservatório de Virtudes.


12 Destaque

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Comunidades ajudam às obras nas igrejas e fortalecem laços Um pouco por todo o país, as comunidades juntamse para ajudar as suas paróquias. Muitas pessoas juntam à devoção o seu lado mais altruísta e ajudam como podem no intuito da realização de obras nas suas igrejas e outros monumentos, que muito lhes dizem. O caminho da introspeção e da fé ainda vai sendo importante para muitos, e num espírito de comunhão e de convívio as pequenas comunidades organizam-se e celebram não só a fé, mas os laços de comunidade, cada vez mais em perda numa sociedade que vive a ritmo acelerado. Sílvia Agostinho Miguel A. Rodrigues os últimos anos, as comunidades têm voltado a realizar peditórios, quermesses e várias festas em honra dos seus padroeiros, algo que aconteceu em força, nomeadamente, nos anos 90, com os donativos dos paroquianos e sem ajudas do Estado. A crise, trouxe o engenho. E com as autarquias a apertarem o cinto a partir do ano 2008, as comunidades voltaram a estas atividades como forma de financiarem as necessidades do povo. Sejam elas necessidades ao nível espiritual

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a Igreja de Vila Nova da Rainha e Santa Marta, a santa padroeira local, no concelho de Azambuja, cuja imagem original, oriunda do século XVIII foi encontrada, recentemente, por acaso pelo atual pároco Paulo Pires na sacristia. Esta é uma história que traz à memória dos mais velhos, muitas recordações e emoções. O Padre Paulo Pires, que está em Azambuja há cerca de três anos, contou ao Valor Local que quando chegou, pediu aos fiéis para que fossem em busca de factos históricos de cada uma das localidades onde serve, com o objetivo de se en-

XVIII, trata-se “de uma imagem de roca, ou seja para vestir (ver foto) e essa sim corresponde às fotografias antigas da padroeira”, bem como corresponde “no seu trajar e na forma como está adornada às imagens azulejares que estão na igreja”. O pároco refere que a mesma está em mau estado, e por isso necessita de um restauro, nomeadamente, no que toca ao pano, e à imagem em si. O restauro da imagem de Santa Marta, será em breve entregue a uma empresa da especialidade, sendo necessário recuperar a cara

Sónia Grazina organiza as rifas

ou mesmo material. Na região, muitas foram as comunidades, que na impossibilidade de receberem qualquer ajuda das autarquias para obras de restauro nas suas igrejas, e mesmo das dioceses, voltaram às quermesses populares, dando mais significado ao resultado da união entre o sagrado e o profano. A igreja matriz da Ereira, no Cartaxo e a igreja de Samora Correia no concelho de Benavente, ou a Igreja de Cardosas em Arruda dos Vinhos, são um exemplo disso mesmo. A juntar a estas está também

quadrar das respetivas realidades. O pároco salienta que com as fotos antigas e os recortes dos jornais antigos percebeu que a imagem de Santa Marta, não era aquela que está habitualmente na Igreja. Como a imagem que aparece nos relatos, não correspondia à imagem que está a ser utilizada, o padre, procurou pela igreja, e encontrou num lugar um pouco mais escondido, a imagem original de Santa Marta. Paulo Pires, refere que a imagem original que pertence ao século

e um braço, que se encontram em muito mau estado. Paulo Pires salienta a importância do envolvimento da Junta de Freguesia de Vila Nova da Rainha neste processo, mas vinca igualmente como fundamental a participação da população nas iniciativas para recuperar a imagem, que significa não só o culto, como também o património de uma comunidade sempre devota à padroeira. É por isso que o padre Paulo Pires considera que toda a envolvência da população em torno deste assunto como da máxima importân-

Igreja continha numa ala escondida a imagem original da padooeira

cia. O pároco diz que nem todos partilham a mesma confissão religiosa, mas isso não é o mais importante. O importante, segundo o padre, é mesmo o sentido de partilha em volta do sentido da terra e da crença. Ainda sem orçamento, a imagem antiga de Santa Marta, aguarda agora por boas notícias por parte da comissão das festas em honra da padroeira que não se realizavam há 18 anos. Algo que voltará a acontecer no início de julho pelas mãos da junta de freguesia de Vila Nova da Rainha, que já destinou as verbas recolhidas pelas várias iniciativas que se vão realizar, para o restauro da santa padroeira. Mário Parruca, presidente da Junta de Freguesia, referiu ao Valor Local que essa era uma prioridade, pois trata-se da identidade da freguesia e de uma imagem que diz muito aos seus fregueses, que deveria estar exposta na Igreja onde casou Dom Nuno Álvares Pereira, o Santo Condestável, em 1376. Aliás a junta de freguesia local está “de corpo e alma” neste processo da devolução da imagem da Santa Marta original àquela igreja. Para os fiéis de Vila Nova da Rainha, esta iniciativa é uma mais-valia para a comunidade. Não foi difícil de resto juntar a população que tem vindo a ajudar a etiquetar as doações para a quermesse. Todos os dias, a junta de freguesia coloca no facebook as horas em que têm início os serões para ajudar à festa. Segundo Paula Grazina, da junta de freguesia de Vila Nova da Rainha, não tem sido difícil encontrar ajuda, e isso tem sido importante. A população em si, refere o orgulho em participar nos preparativos

das festas. São às dezenas as voluntárias que fazem flores de papel ou que ajudam na organização da logística da quermesse, que já conta com mais de um milhar de itens para oferecer e cujas receitas serão para ajudar ao restauro da Santa. É o caso de Sónia Grazina que na noite da nossa reportagem contava os “papelinhos” que vão dar origem às rifas que serão vendidas na quermesse. A habitante de Vila Nova da Rainha, salienta a importância destes festejos e recorda que sempre esteve integrada nas outras comissões de festas, festejos esses que já não se realizavam há 18 anos. Ao Valor Local, Sónia Grazina refere, assim como, Ana Paula e Vanda Rocha o orgulho em participar na iniciativa, vincando que o espírito de comunidade reforçou-

se. “Pensava que esse espírito tinha desaparecido ao fim de tanto tempo, mas não. As pessoas juntaram-se e organizaram-se. Isso é importante”. Já quanto à restauração da imagem da santa, Sónia Grazina recorda que já os seus avós e até os seus pais falavam dessa primeira imagem. E essa é aliás uma mensagem comum junto dos mais velhos de Vila Nova da Rainha. A mesma visão tem Laura Russo de 15 anos e que foi eleita Rainha das Vindimas de Vila Nova da Rainha. A jovem, tem, claro, poucas memórias ou nenhumas da festa, já que é mais nova do que a última edição, há 18 anos, mas já ouviu falar e por isso participar e poder ajudar, é para si um motivo de orgulho, sobretudo quando vai representar brevemente a freguesia na final do concurso.

A imagem original da Santa


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Destaque 13

Ereira

Degradação do Coro Alto e da Tore Sineira une população para angariar verbas a freguesia da Ereira, concelho do Cartaxo, a população também se uniu para ajudar às obras de restauro do Coro Alto da igreja local. Neste caso, o impulso foi dado por um grupo da sociedade civil, que aponta como prioridades a recuperação tanto do Coro Alto como da Torre Sineira, que segundo Ana Bernardino, um dos elementos do Grupo Hêrera, correm o risco de cair. As obras ascendem a mais de cinco mil euros e segundo a responsável, falta ainda uma verba significativa para se conseguir a totalidade do valor, “apesar de a nossa prioridade ser a manutenção do Coro Alto”. O próximo passo, garante “é angariar verba também para a reconstrução da Torre Sineira”. “Acreditamos que iremos conseguir com a ajuda de todos”, assume. Ana Bernardino revela que está mesmo iminente a queda do Coro Alto, feito de madeira e que “no momento revela um elevado estado de degradação devido ao caruncho e aos longos anos sem manutenção”. A responsável que também assume o lugar de verea-

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dora da Câmara Municipal do Cartaxo, lamenta “ser impossível utilizar este espaço lindíssimo” referindo que as condições em que se encontra a Torre Sineira são precárias: “Está em risco de ruir, uma situação gravíssima e de máxima urgência.” Para minimizar os problemas e conseguir alguma verba para o restauro destas situações, o Grupo Hêrera levou a cabo no passado dia 20 de maio, uma feira para recolha de fundos. A “Feira do Adro” foi de resto um sucesso revelando-se mesmo “ um êxito em todos os sentidos” segundo Ana Bernardino que destaca a envolvência das várias associações e empresas da freguesia “num objectivo comum, ou seja contribuir para as obras de beneficiação da Igreja Matriz, um edifício arquitetónico que a todos orgulha” já que “essa união permitiu um dia de partilha, de amizade, animação e, principalmente de recolha de fundos”, revelando, ainda, que a presença das instituições locais como Associação de Festas da Ereira, Casa do Povo da Ereira, Centro Social e Paroquial da Ereira, So-

ciedade Filarmónica Ereirense, Rancho Folclórico da Casa do Povo da Ereira, e empresas foram fundamentais para conseguir chegar aos objetivos em vista nesta primeira fase. Destaca o apoio também dado pela Câmara do Cartaxo e União de Freguesias Ereira-Lapa. Segundo a responsável, a adesão da população foi irrepreensível. “Respondeu como sempre, de forma positiva e empenhada às mais variadas iniciativas realizadas na Ereira”, destacando que foram centenas as pessoas que “ passaram pelo adro para deixar o seu contributo”. “A música e a dança cativaram as pessoas para uma tarde com petiscos, animação e, claro, esse espírito único de entreajuda”. Quanto aos produtos que estiveram à venda, Ana Bernardino salienta que “cada associação ou empresa ocupou uma tenda na qual vendeu vários produtos desde bolos caseiros, a café, petiscos, canetas e t-shirts”. Produtos esses que foram angariados junto de várias empresas e população em geral.

Quanto a outras iniciativas para ajudar nas obras de restauro, Ana Bernardino vinca que o Grupo Herêra já organizou um concerto com o objectivo de angariar fundos para a manutenção da igreja.

“Nessa iniciativa contámos com a colaboração do Orfeão de Almeirim” mas há mais iniciativas planeadas. Revela que para o futuro existirão caminhadas e “uma feira do livro a ter lugar no final do ano”,

Feiras, caminhadas e muitas iniciativas para ajudar às obras na igreja local

garantindo que o grupo “não vai baixar os braços, até termos a verba necessária para as obras”, e adianta ainda que no próximo ano, existirá mais uma edição da Feira do Adro.


14 Destaque

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Arruda dos Vinhos

Paroquianos de Cardosas empenhados apesar do desaire do Orçamento Participativo m grupo de fiéis tem vindo a organizar diferentes atividades tendo em vista a recuperação da cobertura e paredes da Igreja de S. Miguel em Cardosas, Arruda dos Vinhos. O grupo inscreveu as obras no Orçamento Participativo 2017/2018, organizado pela Câmara de Arruda, mas acabou por não conseguir levar o barco a bom porto, já que acabou por não vencer, e com isso perdeu a oportunidade de conseguir financiamento para as obras. No inverno e quando chove são colocados baldes a aparar as águas, e a humidade vai corroendo não apenas o telhado mas também o chão de madeira. No total, e de acordo com José Moreira, da comissão das obras na igreja, seriam necessários 15 mil euros + IVA para recuperar o telhado. Um valor aquém do que se pratica no mercado tendo em conta que o empreiteiro também quer ajudar. A diocese que vive das doações da comunidade não

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poderá contribuir. “Isso acontecia há cerca de 40 anos atrás talvez. Hoje em dia damos mais prejuízo do que lucro à diocese para poder contribuir”, diz o Padre Daniel Almeida. O monumento data de 1724, e ao longo dos anos tem sofrido várias obras. Contudo Delfina Daniel, habitante da freguesia, revela que não se lembra de o telhado alguma vez ter sido arranjado. Uma fração adjacente à igreja “onde se realizam os velórios já levou um telhado mas o edifício principal ainda não”, acrescenta José Moreira. Os altares em talha dourada também foram alvo de restauro, e até o próprio piso. “Sempre com a ajuda da população”, referem. Segundo o padre Daniel Almeida que presta serviço naquela comunidade, o telhado terá sofrido obras há cerca de 50 a 60 anos atrás, através de uma benemérita local, daí a urgência em voltar a intervir no local.

O Orçamento Participativo deixou um gosto agridoce para estes paroquianos, “até porque da maneira como está feito nunca iremos ganhar”, refere Delfina Daniel – “Somos uma freguesia pequena, há sempre menos gente a votar em nós em comparação com os projetos de Arruda. Mesmo assim apenas perdemos por 200 votos, estava à espera de perder por muitos mais”. A população da freguesia votou massivamente. Por parte dos proponentes houve um trabalho de ir porta a porta e incitar a população a votar, a maioria através de voto físico já que nem todos têm acesso às novas tecnologias. Ainda houve alguns votos fora da freguesia, “mas como seria de esperar a maioria foi para o projeto de um veículo de combate a incêndios dos bombeiros”. “É normal até porque se calhar é algo que diz mais às pessoas do que as obras numa igreja”, refere José Moreira. No total o projeto de Cardosas almejou

501 votos. “Não deixa de ser um resultado muito positivo, tendo em conta a excelente votação alcançada e a dimensão de Cardosas”, refere o padre Daniel Almeida. A igreja diz muito à população de Cardosas, maioritariamente envelhecida, e à medida que os anos vão passando cada vez mais infiltrações ocorrem no interior do monumento. O santo padroeiro desta igreja é

o São Miguel Arcanjo que conta “com muitos devotos”, e isso “nota-se nas festas de setembro”. Reza a história que a freguesia foi especialmente protegida aquando do terramoto de 1755 e que por isso “São Miguel congregou muitos devotos de Lisboa nessa altura, pessoas que acabaram por se proteger aqui”, dá conta Delfina Daniel. A população espera agora conse-

guir angariar os fundos necessários para as obras na igreja através de atividades como almoços convívio e recolha de donativos. A verba está perto de ser alcançada, e as obras deverão ter início em julho para estarem prontas no final do verão a tempo das festas em honra do padroeiro. Contudo e como não convém deixar os cofres a zero, será necessário ainda mais algum esforço.

Obras devem ficar prontas a tempo das festas da aldeia


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Destaque 15

Samora Correia

Igreja restaurada sem esquecer a figueira e a oliveira

Piedade Salvador é uma das que organiza várias iniciativas om um orçamento de 1 milhão 109 mil euros, a Igreja Matriz de Samora Correia está já na segunda fase de um conjunto de obras que começou em 2014,

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numa primeira fase com a requalificação do exterior e telhado do monumento. Aparentemente, e segundo o pároco Heliodoro Nuno da paróquia de Samora

Monumento é ex-libris local

Correia, a figueira e a oliveira que cresceram ao longo do interior do edifício e que são visíveis no alto do monumento estarão a ser tidas em conta nesta obra

Padre Heliodoro reforça a necessidade de obras através de um processo que prevê a sua manutenção no local. Recorde-se que a população sempre se opôs à sua retirada, apesar dos danos que podem vir a causar. Nestas obras está a ser colocada uma resina especial à volta das raízes de modo a minimizar eventuais estragos. Nets fase que teve início em janeiro, a obra contempla o restauro da madeira e dos azulejos. O financiamento do FEDER é de 75 por cento. A Câmara de Benavente assume também uma fatia da comparticipação na ordem dos 122 mil euros, mas os fiéis e população terão de encontrar a restante verba que consiga suportar as obras. Noites de fados, peditórios, entre outras atividades estão na forja. A paróquia terá de angariar 80 mil euros, e contará nesta altura com metade do valor. Almoços solidários e uma campanha de venda de azulejos também estão a ser equacionados. O pároco de Sa-

mora refere ainda alguns concertos em que os grupos atuam gratuitamente. A igreja datada do século XVIII é tida não apenas como local de culto mas também de património em Samora Correia. Nossa Senhora de Oliveira é a figura de devoção da população, e Heliodoro Nuno que está em Samora há seis anos refere que a igreja estava mesmo a precisar de obras. Também neste caso, a diocese de Évora, segundo Heliodoro Nuno, não tem capacidade para ajudar ao financiamento da obra“Têm de ser as paróquias a suportar este tipo de investimentos”. Piedade Salvador, da comissão da Fábrica da Igreja Paroquial da freguesia de Samora Correia, não tem dúvidas em atribuir o impulso que as obras conheceram padre Heliodoro. Durante a primeira fase foram necessários cerca de 300 mil euros também

com o apoio do FEDER. Angariar fundos não é fácil “porque apesar de as pessoas gostarem muito da igreja quando é para contribuir financeiramente cortam-se um bocadinho, de modo que só com a realização de espetáculos é que lá vamos conseguindo angariar alguma coisa”, refere Piedade Salvador. Nas noites de fado que incluem jantar consegue-se angariar cerca de 2000 a 2500 euros – “Temos sempre a casinha cheia!” No fundo “temos de ver todas as possibilidades para angariarmos as verbas necessárias não é senhor padre!”, dirige-se ao prior que responde – “A comissão é que organiza”, riem-se. As obras deverão estar terminadas em dois anos. Agora a igreja está fechada tendo em conta o cenário de obras. Habitualmente é muito visitada por excursões. No futuro, estão previstas visitas guiadas tendo em conta o valor patrimonial do monumento.


16 Opinião

A Autoestrada (?) e as obras em curso á muito que temos defendido para a área do Concelho de Vila Franca de Xira a desclassificação da A1, com a transferência das portagens da zona de Alverca para norte da Castanheira do Ribatejo, e a criação de novos nós de acesso nos Caniços/Póvoa de Sta Iria e no Sobralinho. A A1, no contexto metropolitano, mais não é que uma via rápida (já lá vamos a essa parte…) que deve retirar o trânsito pendular das localidades a ela adjacentes. Note-se que não falamos apenas do trânsito ligeiro e até do transporte público rodoviário, mas também do trânsito pesado que se dirige de e para Lisboa. A EN10 deve ser uma grande avenida urbana que acrescente com acessibilidade pedonal e ciclável a interligação dessas localidades, com interfaces à zona ribeirinha, cada vez mais qualificada, se quisermos realmente dar

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condições urbanas de maior qualidade às periferias da capital. No momento em escrevo este texto decorrem obras de grande dimensão no troço entre Santa Iria e Vialonga, da responsabilidade da Brisa, que implicaram a supressão – pelo menos para já – de duas faixas de rodagem (uma em cada sentido) da A1, o que tem causado o caus para todos quantos se deslocam de e para Lisboa, com especial incidência no início da manhã e ao fim da tarde. Compreendendo que todas as obras causam incómodos, estas em particular merecem-me algumas reflexões, certamente partilhadas por muitos de vós: * A comunicação prévia de trabalhos desta dimensão teria aconselhado maior antecedência e melhor mensagem, incluindo nas razões para a sua execução (explicarem que «estão a melhorar o

troço» é pouco, comparando com a enorme perturbação causada); * A Brisa deveria ter explicado porque é que tem de cortar duas faixas ao mesmo tempo, numa extensão tão longa, e por um período de tempo tão largo (esperando, claro, que a execução destas obras tenha garantido que o faz pelo menor período de tempo possível, e que seja mesmo absolutamente imprescindível o corte das duas faixas…); * Terá a Brisa tentado negociar soluções que garantissem uma alternativa às pessoas durante os trabalhos? * Nomeadamente, terá ponderado possibilitar a utilização da CREL como alternativa, sem custos para o utilizador? * É que numa situação dessas, com uma boa informação, o desvio voluntário do trânsito permitiria o desenvolvimento mais tranquilo dos trabalhos (o que eventual-

mente até os aceleraria…) sem prejudicar tanto as pessoas e a economia; * Procurou ver com os Presidentes de Câmara de Loures e Vila Franca de Xira os termos exatos em que ia realizar os trabalhos, ou procurou apoiar-se atempadamente neles para encontrar soluções que envolvessem a utilização da CREL como alternativa? * Qual o nível de preocupação da Brisa, concessionária do Estado, com a garantia do serviço que tem de prestar aos cidadãos que utilizam a A1, seus clientes? * Haverá no contrato de concessão alguma cláusula que assaque à Brisa as decorrências de entupir Lisboa e todas as localidades onde há acesso à A1? Uma coisa é óbvia: os incómodos que estão a ser causados aos residentes, turistas e agentes económicos que atravessam a Área Metropolitana de Lisboa não são

Ah… A inveja! e entre os estados emocionais que experienciamos no nosso dia-a-dia, a inveja, será reconhecidamente, uma das piores emoções do ser humano e que facilmente nos conduzem à “identificação” da personalidade e do cárater de uma pessoa, e isto porque, naturalmente, só a espécie humana tem capacidades cognitivas, de entre milhares de outras espécies animais, porque possui inteligência, capacidade de pensamento abstrato e analítico, memória e consciência, que nos capacitam a “escrever” a nossa própria história de vida. Como deveis percecionar, nem todas as emoções são desagradáveis (e.g.: inveja, repugnância, desprezo, tristeza, fúria, raiva, ira, etc), também há emoções agradáveis (e.g.: alegria, orgulho, satisfação, esperança, etc). Para tanto,

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Valor Local

denominei as “invejas” em: 1) inveja perniciosa (maldosa; nociva; danosa); 2) inveja emulativa (aquela que procura igualar ou mesmo exceder os outros – emulação - no que de bom fazem e/ou possuem). Estabeleçamos então, as respetivas diferenças/singularidades. A inveja perniciosa ocorre quando alguém cobiça algo que outro conquistou (com assinalável sucesso), através da sua inteligência, perseverança, trabalho árduo e espírito de sacrífício e, como se sente impotente para alcançar o mesmo, envereda pela via “predadora”, manifestada através da raiva, do ódio e do ciúme do sucesso do outro e em casos limites, da violência psíquica e/ou física. Normalmente, este tipo de pessoas, enfermam de psicopatologias, tais como: complexo de

inferioridade/ausência de auto-estima, de mágoas passadas e frustrações de diversa ordem, não resolvidas, porque ainda presentes na memória e denominadas de janelas killer – conflituantes - e, sobretudo, de um sentimento de incapacidade para se afirmarem por si próprias, levando-as a tentar sabotar, ferir, rejeitar e até caluniar a pessoa invejada. Transpondo esta constatação para a esfera política, percecionamos com alguma facilidade que é raro os opositores aplaudirem e sustentarem aquilo que os outros fazem bem feito. A ânsia do poder tolda-lhes a mente, apouca-os e, manifestamente, desumaniza-os quando usam de forma subreptícia ou explicitamente todos os “mecanismos de sabotagem”, tais como: utilizando uma linguagem maldosa: as palavras proferidas não são para encorajar

Fernando Paulo Ferreira*

compatíveis com a obrigação de garantia de mobilidade que se exige a um concessionário de uma Autoestrada e, se naquele troço em particular o utente não paga, todos os que ali chegam vindos de norte de Vila Franca de Xira continuam a pagar exatamente o mesmo, por um serviço indescritivelmente pior... Notas finais: 1 – Mesmo os que defendem a imposição de portagens nas entradas das grandes cidades como forma de diminuir a pressão automóvel, é inevitável que aceitem considerar que a entrada norte na Metrópole portuguesa é o Concelho de Vila Franca de Xira, ainda por cima a partir do momento em que o País instalou a Plataforma Logística Lisboa Norte no seu território, integrada na Estratégia Nacional «Portugal Logístico»; 2 – Mesmo os que defendem –

como eu – o desenvolvimento do transporte público como fator de melhor mobilidade, melhor economia e desenvolvimento ambiental, é inevitável que reconheçam que estas obras não podem ser consideradas como fator legítimo de dissuasão da utilização da viatura individual, porque a rede de transportes existente está longe de corresponder às necessidades de mobilidade das populações, de garantir as interligações necessárias para a vida atual e muito longe também de garantir os horários que as pessoas hoje têm. Teremos, certamente, um Verão complicado por estas bandas… * Presidente da Assembleia Municipal de Vila Franca de Xira

Augusto Moita os que criticam, mas sim para os minimizar e desmotivar; as ideias não são para debater deficiências ou insuficiências e apontar eventuais caminhos alternativos, antes pelo contrário, objetivam insidiosamente o apoucamento dos visados (fazem a crítica pela crítica!) Contudo, e de forma inconsciente, são os próprios invejosos que se autossabotam e se autoflagelam quando “sufocam” o seu próprio desempenho profissional e social (dizer mal de tudo e de todos, não é de todo, uma manifestação de caráter, inteligência e pundonor!). A inveja perniciosa ocorre basicamente entre semelhantes (pares), pessoas próximas, muitas das vezes, familiares ou do mesmo nível socio-económico e intelectual. A inveja emulativa, ao contrário da perniciosa, acontece quando uma pessoa cobiça algo que outro fez

“Campinos, toiros e fado

bem e/ou possui (grau académico, socioprofissionalmente, empresarialmente, etcetera) e que, acreditando nas suas potencialidades se automotiva para conquistar o mesmo ou melhor, se possível, mas tendo sempre o outro como uma referência, um exemplo a seguir. A inveja emulativa, é consequentemente, saudável e fundamental na consolidação da personalidade e do caráter de um indivíduo e contribui decisivamente para a humanização da sociedade pela positividade das relações interpessoais, pela competição generosa, empática e respeitosa entre pares, pelo bom clima institucional que gera nas organizações. Quando nos “enamoramos” pelo sucesso dos outros e os tomamos como exemplos a seguir, entramos num processo de

emulação, que se consubstancia na observação das suas lutas para superar dificuldades e conflitos e, no atingimento com sucesso das suas metas e sonhos, fazendo o mesmo ou melhor, se possível. Augusto Cury escreveu um dia: A força produz bajuladores, a inteligência produz amigos; o poder cultiva servos, porém só o diálogo produz mentes livres. Seja um ser humano de excelência promovendo a humanidade (que tão necessária é!).

Luís Monteiro

Esperas de gado em Vila Franca unho e julho são meses de forte expressão cultural e marcam de forma característica e inequívoca as raízes identitárias do Concelho de Vila Franca de Xira, com a realização da Semana da Cultura Tauromáquica (de 29 junho a 5 de julho) e da festa maior e mais emblemática do ribatejo: o “Colete Encarnado” – Festa do Campo, do Campino, da Lezíria e do Toiro Bravo de Lide – que está de volta à cidade de Vila Franca de Xira, nos dias 6, 7 e 8 de julho.

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O Colete Encarnado, que já vai na sua 86.ª edição, tem um impacto bastante positivo e significativo no comércio, no tecido empresarial e no turismo local. Projeta o Concelho de Vila Franca de Xira a nível nacional e a nível mundial. A tauromaquia constitui-se como um elemento fundamental da identidade natural, cultural, histórica e patrimonial do nosso Concelho Ribatejano. Faz parte das nossas tradições e costumes. Nestes três dias de festa, que tra-

zem a Vila Franca de Xira muitos milhares de visitantes, estão em destaque as tradições ligadas ao campo e à campinagem, além das esperas e largadas de toiros pelas ruas da cidade, a Corrida de Campinos, a homenagem ao Campino com a entrega do Pampilho de Honra, o Desfile de Campinos, Cavaleiros e Amazonas e a garraiada. A confraternização nas ruas e nas tertúlias é marcada por momentos de grande alegria, conversas ani-

madas, encontros e reencontros e não faltará, também, música em vários pontos da cidade, com destaque para o palco principal, situado na Avenida Pedro Vitor, e que contará com as atuações de Jorge Palma, Carolina Deslandes, Capitão Fausto, Cuca Roseta, entre muitos outros artistas. O fado – Património Cultural e Imaterial da Humanidade – marca também presença nesta grande festa ribatejana, com as atuações de fadistas de Vila Franca de Xira, nas es-

cadarias da Igreja Matriz, momento que se sucede à realização da Missa Rociera. A oferta e diversidade cultural é imensa, quer na animação musical, quer no programa tauromáquico e dará, certamente, oportunidade a que todas e todos usufruam da melhor forma de cada um destes três dias festivos. A Cultura é um todo, por isso, devem ser respeitadas as tradições culturais vindas de há muitas gerações, enraizadas nas comunida-

des e consolidadas pela História, algo incontrastável e que não se anula por decreto. Os motivos de interesse para visitar o Concelho nestes dez dias são muitos. Encontramo-nos em Vila Franca!


Valor Local

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Portugal e o turismo esta edição não vou pronunciar-me sobre o tema forte do ValorLocal, relacionado com alguns aspectos do papel das paróquias na nossa área. Em primeiro lugar porque não tenho conhecimentos nem reflecti o suficiente sobre o assunto para poder emitir opinião. Em segundo lugar porque o cargo que desempenhei no Município de Azambuja não me permite objectividade na matéria. Em terceiro e ultimo, porque às vezes é bom fugir ao tema, para que possamos introduzir um outro qualquer assunto sobre o qual tenhamos dedicado a nossa atenção e que são questões actuais e demasiado importantes para que as deixemos passar ao lado. Nesta edição vou “perorar” sobre Turismo e, sob o meu ponto de vista, a sua importância na recuperação económica do nosso País nos últimos anos. Longe vão os anos de 1975 em que o então Ministro da Economia – um célebre professor universitário do “reviralho”, várias vezes agarrado pela Pide, chamado Francisco Pereira de Moura – de-

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sabafava, eivado de puro furor revolucionário: “O turismo é a prostituição dum Povo!”. Hoje em dia o Turismo não só deixou de ser conotado com a mais velha profissão do Mundo, como passou a ter honrarias de motor do desenvolvimento económico, do aumento do Produto Interno, da diminuição do famoso déficit e da taxa de desemprego. Não quero afirmar que se deve apenas ao Turismo a expansão da nossa economia. Há sectores exportadores, mesmo de tecnologias de ponta e de investigação, que têm triunfado “lá fora”. Mas, na verdade, nada que se compare com o fenómeno turístico como um todo. Sei que houve um esforço das diversas instituições públicas e privadas que enquadram o sector turístico, que foram realizadas inteligentes campanhas de divulgação do muito que Portugal tem para dar. O que é certo é que Portugal passou a estar na moda, o país desabrochou num bouquet de maravilhas paisagísticas, gastronómicas,

monumentais. Lisboa e Porto entraram na rota das cidades grandes destinos turísticos e um pouco por todo o lado – interior incluído, desta vez, que é mais uma das virtudes do Turismo – despontaram e despontam turismos rurais, turismos de habitação, turismos de natureza, alojamentos locais de curta duração. Começou a girar toda um conjunto de serviços que respondem diretamente às necessidades do sector. Basta referir as cadeias de “tuk-tuk” que passeiam pelas grandes cidades, as empresas de gestão de alojamento que se constituíram, as escolas de turismo que proliferaram pelo País. Experimentem e vão às zonas mais turísticas de Lisboa ou do Porto, a Óbidos ou à Nazaré. Se conseguirem passar ou entrar, verão que tenho razão: uma autêntica Babilónia de gentes e falares diferentes que tentam descobrir Portugal, comprar um “recuerdo” – alguns ainda acham que falamos espanhol-, bater-se com uma alheira de Mirandela, umas sardinhas nesse arraial permanente

em que se transformaram Alfama e o Bairro Alto, a zona ribeirinha do Porto ou a baixa de Albufeira. Descobriu-se um novo País que não era apenas mar e as areias algarvias ou o pitoresco das sete saias da Nazaré. Os turistas encontraram um interior por desbravar, muitas vezes num estado de pureza raro na Europa Ocidental, paisagens únicas e modos de vida genuínos. A estrangeirada gosta disso. Tudo quanto é acontecimento importante a nível europeu ou mundial passa por Lisboa ou pelo Porto, pelo Algarve e pela Costa Oeste. É um fenómeno que não se limita ao continente. A Madeira aprimorou-se como destino turístico de excelência – aliás, desde há três séculos que o é. As ilhas açoreanas são várias vezes consideradas por revistas especializadas o melhor destino turístico do mundo. Há na verdade uma grande indústria diretamente montada para responder à explosão turística – os chamados efeitos diretos do aumento do turismo. Mas, e os efeitos indirectos? O impulso so-

Carta Aberta ao Conselho de Admnistração da CLC em Aveiras-de-Cima xmº. Sr. Presidente do Conselho de Administração da CLC – Companhia Logística de Combustíveis, S.A. - Aveiras de Cima; Dirijo-me a sua excelência nesta carta aberta, motivado pela denúncia feita por parte da CLC, ao protocolo estabelecido entre vós e a Camara Municipal de Azambuja, no âmbito do programa de atribuição de bolsas de mérito aos estudantes do ensino superior residentes no nosso Concelho. Sendo eu também, por um lado, um jovem residente neste concelho, e por outro, um estudante universitário que no computo académico tem demonstrado bons resultados, e tendo ficado algo agastado e surpreendido com tal notícia, decidi investigar um pouco mais sobre a CLC, nomeadamente no que à sua política de responsabilidade social e educacional diz respeito, e ainda, nas metas pela empresa traçadas quanto às relações entre esta e a comunidade onde se sedia. Foi então que, durante essa minha pesquisa, no sítio oficial desta entidade na internet, me deparei com as seguintes informações constantes, nomeadamente, do seu código ético e de conduta, as quais passo a transcrever: “Artigo 4º Princípios e valores

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Opinião 17 Joaquim António Ramos bre todos os sectores da nossa economia que as necessidades de hordas de espanhóis, franceses, chineses, americanos implicam? As divisas que cá deixam os americanos e asiáticos que se atropelam para descobrir Portugal? Longe vão, na verdade, os tempos do Professor Pereira de Moura. É claro que a grande questão que se pode perguntar é: até quando vai durar? Não vai chegar um dia em que os estrangeiros já não têm nada para ver em Portugal, em que os hotéis vão ficar mais ou menos às moscas, os alojamentos locais passam ao mercado normal de arrendamento? Faltará muito para que o Algarve volte a ser um paraíso exclusivamente português, de alguns espanhóis da raia mais ou menos profunda e de bandos de ingleses que passam três dias esticados ao sol por 200 euros, viagem e estadia incluídas? Acredito que esse dia vem longe e que o turismo continuará a ser por vários anos um dos sectores

de ponta de maior impacto no nosso desenvolvimento. Não é só por tudo aquilo que temos para oferecer e mostrar. É também porque apresentamos um bem precioso para quem viaja hoje em dia: segurança. Façam figas, mas nunca houve um atentado ou algo que cheire a terrorismo em terras lusas. Mas já os houve em Espanha, França, Inglaterra, Itália- nossos concorrentes neste campo. Enquanto a instabilidade reinar no norte de África e no Médio Oriente, Portugal será um destino turístico preferencial. E, infelizmente para aqueles pobres Povos, cheira-me a que a instabilidade e a consequente insegurança por aquelas bandas estão para continuar…

Gonçalo Ferreira

(…) 3. A CLC opera no quadro da Declaração Universal dos Direitos do Homem das Nações Unidas e da Organização Internacional do Trabalho, respeitando os direitos humanos fundamentais e universais, como tal, inalienáveis e imprescindíveis, promovendo os princípios da igualdade e de solidariedade, repudiando todas as formas de discriminação e corrupção. 4. É compromisso da CLC contribuir para a promoção da qualidade de vida e para o desenvolvimento socioeconómico da comu-

verdadeiras em todas as circunstâncias. 2. A CLC privilegiará o diálogo com as autoridades e com a sociedade civil. (...)” Destarte, e depois de ter ficado para mim claro que a própria empresa está ciente que hoje em dia, e cada vez mais, assume especial relevância este papel de intervenção e fomentação do bem-estar e de desenvolvimento social/educacional que as empresas desta dimensão têm no contexto das comunidades onde se integram, não consigo deixar de

no valor de 1000€. Bolsas essas que mais do que reconhecerem o empenho e mérito académico dos alunos deste concelho, representam uma ajuda fundamental para muitos dos pais destes alunos que alocam grande parte do seu esforço financeiro à educação e formação académica dos seus filhos. Estou certo de que esta empresa nos seus processos de recrutamento, e para a admissão de colaboradores para os mais variados cargos ou funções, se pauta pela excelência, vigorando no seio da sua dimensão organiza-

nidade onde opera, bem como para a formação de capital humano e das capacidades locais. “Artigo 10º Relações com autoridades e comunidades locais 1. A CLC deverá cooperar ativamente com as autoridades, mantendo com as mesmas um comportamento de franca colaboração, definido pelo rigor e transparência, prestando declarações

achar estranho ou até mesmo caricato, a denúncia de tal protocolo por parte de vossas excelências. Relembro que, na prossecução dos princípios que vós próprios enunciam no vosso Código Ético de Conduta (atrás mencionado), e durante a vigência do acordo que haviam estabelecido com a Câmara Municipal de Azambuja, foram atribuídas no passado recente cerca de 15 bolsas anuais

cional e funcional o princípio da meritocracia, pois apenas assim se atingem os níveis de excelência e qualidade que qualquer empresa de fins económicos ou lucrativos ambiciona. Mas, pergunto: 1º Se assim é no que à vida interna da empresa diz respeito, porque é que não há a consciência e a vontade de promover e reconhecer também essa excelência

no âmbito das camadas mais jovens da comunidade onde essa se integra? 2º Não será isso um mínimo dever ético? 3º Não será isso uma obrigação de coerência? 4º Não será isso uma (quase) obrigação moral de uma empresa que apresenta a saúde financeira que a CLC apresenta, e para a qual o patrocínio destas bolsas não acarreta qualquer tipo de “prejuizo”? 4º Não se criaram afinal, ao longo dos últimos anos, legitimas expectativas nos estudantes do nosso concelho que não podem nem merecem ser defraudadas desta forma? 5º Não será esse apoio que esta empresa pode perfeitamente dar aos nossos alunos o simples cumprimento daquilo que consta do documento pelo qual vossas excelências regem a vossa conduta? Afinal, e como ensinou o autor brasileiro Paulo Freire: “Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tão pouco a sociedade muda” Em boa hora que, da parte das entidades com responsabilidades autárquicas, neste caso da parte da Câmara Municipal de Azambuja, essa consciência tem imperado, e que face a toda esta contrariedade não deixe cair no vazio, o interesse de quem acaba

por no meio de toda esta situação ficar mais prejudicado, os nossos alunos. Isto porque este ano, estão previstas ser entregues cerca de 30 bolsas de estudo no valor de 1000€ (sendo que até ao ano passado esse valor era apenas de 600€), sendo esse gasto suportado, em singelo, pela autarquia. É um inequívoco sinal de que, a educação e formação dos jovens do nosso concelho está no centro das prioridades, e por isso de saudar! Por tudo isto, e ciente mais uma vez de que todo o Conselho de Administração da CLC – Companhia Logística de Combustíveis tem plena consciência da capital importância que tem a promoção da excelência e o reconhecimento do mérito na formação académica das camadas mais jovens do nosso Concelho, apelo a que se reflita quanto a este assunto e quanto a esta tomada de posição da vossa parte, esperando com bastante veemência que seja possível retomar a apoio que por vós era dado e que tanta importância tinha para a nossa comunidade. Com os mais cordiais e respeitosos cumprimentos;


18 Especial Colete Encarnado

Valor Local

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Vila Franca entra em modo Colete Encarnado ila Franca de Xira recebe de 6 a 8 de julho o Colete Encarnado. Trata-se de mais uma edição da festa maior de Vila Franca de Xira, onde se renova a tradição e a afición, de ano para ano. Em 2018, o Colete Encarnado celebra algumas novidades, e aponta caminhos para outros tantos projetos. Alberto Mesquita, presidente da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, salienta a importância que esta festa tem para a identidade dos vilafranquenses e para os ribatejanos. Trata-se de um certame importante ao nível nacional e internacional, e como em muitas outras festas do género, muitos são aqueles que tiram férias para aproveitar melhor o fim-de-semana do Colete encarnado. A festa que é marcada pelas tertúlias de amigos, tem também uma componente importante associada às largadas de toiros que seduzem os aficionados, ao mesmo tempo que a restante programação, tenta chegar a outro tipo de público, como são os casos dos colóquios ou das exposições integrados na Semana da Cultura Tauromáquica que se realiza uma semana antes do Colete encarna-

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Evento realiza-se de seis a oito de julho do. Em conferência de imprensa, Alberto Mesquita falou dos aspetos ligados ao Colete Encarnado, des-

de a programação cultural e musical, passando pelas largadas de toiros. O autarca referiu o apoio dado pelos bombeiros e proteção

civil, para que, mais uma vez o certame decorra sem problemas, vincando que as forças de proteção civil estarão operacionais para que nada falhe. Há algumas alterações na programação e o autarca refere que houve a necessidade, por exemplo, de os espetáculos de folclore regressarem ao jardim Constantino Palha. Esta era uma reivindicação da população que Alberto Mesquita considera justa. O Jardim Constantino Palha é um local importante no Colete Encarnado, que nos últimos anos não tem sido utilizado. Já no que toca à Semana da Cul-

tura Tauromáquica que decorre entre 29 de junho e 5 de julho, Alberto Mesquita refere que devido às obras no Celeiro da Patriarcal, todas as exposições e colóquios serão realizados no Salão Nobre do Município. Aliás, o autarca refere mesmo que este foi o local onde começaram estes colóquios. Alberto Mesquita vinca que para o ano, as obras no Celeiro da Patriarcal, já deverão estar concluídas, por isso considera que esta situação é transitória. Alberto Mesquita acrescenta também que a Semana da Cultura Tauromáquica poderá no próximo ano realizar-se mais cedo e não

Cartoon Bruno Libano

em junho como é hábito. O autarca refere que foi feita uma reflexão que levará a uma mudança de datas, o que se reflete também noutros eventos tauromáquicos a realizar em Vila Franca de Xira. O autarca que elogiou a União de Tertúlias de Vila Franca de Xira destacou também a organização do “Dia das Tertúlias” referindo que este foi apenas um primeiro passo, nas parcerias que poderão vir a ser feitas com o município no futuro. Mas o Colete Encarnado é também música. Este ano a Avenida Pedro Víctor recebe desde Cuca Roseta a Jorge Palma, e por isso tendo em conta as enchentes no passado, o município pensa em alternativas àquele espaço. O vereador António Félix, com a pasta do Turismo, vinca que esse assunto tem de “ser bem pensado”. O autarca diz que a única solução poderá ser o Cevadeiro, mas a simples retirada dos espetáculos do centro da cidade para a periferia pode ser mal interpretada pela população. António Félix, referiu a uma pergunta do Valor Local, que a avenida já se vai tornando pequena se pensarmos em nomes mais sonantes, ainda assim diz que todas as condições de segurança estão asseguradas. Todavia Alberto Mesquita reforçou, vincando que o Parque de Santa Sofia poderá vir a ser uma alternativa. O presidente da Câmara fala na realização de um espetáculo fora do Colete encarnado para “testar” o local, até porque este “é um anfiteatro natural” e com as obras que vão ser feitas “vamos trazer o Parque de Santa Sofia para a cidade” referiu.


Valor Local

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Solidariedade 19

Centro de dia de Manique sai do sufoco das dívidas usando a imaginação Miguel A. Rodrigues Centro de dia da Casa do Povo de Manique do Intendente, no concelho de Azambuja, respira agora de alívio depois do pagamento uma dívida de cerca de 44 mil euros, deixada por anteriores direções. Pedro Moita, diretor técnico e presidente da instituição, salienta ao Valor Local “o enorme esforço que foi preciso fazer para sair desta situação”, salientando o empenho dos funcionários da instituição, que sempre foram compreensivos para com o trabalho da direção. Num ano, o responsável vinca que a direção conseguiu descer o passivo para cerca de 19 mil euros, um valor ainda aquém do necessário, mas que representou uma “meia vitória”, representando um decréscimo de 56 por cento da dívida, tendo em conta a sobrevivência da instituição, referem também Edite Rodrigues e Fernando Rodrigues, secretária da direção e presidente do conselho fiscal, respetivamente Na origem do passivo, segundo Pedro Moita, estão sobretudo dívidas a fornecedores e ao Estado, nomeadamente à Autoridade Tributária e Segurança Social. Todavia, nestes últimos dois casos, o responsável vinca que nesta altura “está tudo em dia” já que manter as contas atualizadas com estes organismos, “é essencial para o bom funcionamento e relacionamento da Casa do Povo de Manique do Intendente”. Neste processo “tivemos de estabelecer prioridades”, principalmente com o Estado, que refere, Pedro Moita, mostrou capacidade negocial neste dossier. Pedro Moita diz que foi vital “controlar o fluxo de compras” nomeadamente os combustíveis, as telecomunicações e até a nível de algumas das mercearias que entravam na cozinha. O responsável vinca que não havia sistema de compras na antiga direção, e

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Direção conseguiu reduzir o passivo deixado por anteriores direções

por isso o desperdício de mercearias era muito elevado. Pedro Moita esclarece que os funcionários da cozinha, tinham por exemplo, ordem para comprar produtos, mas como não controlavam o orçamento, iam comprando sem controle da direção. O presidente da instituição não atribui a culpa aos funcionários, mas à direção anterior, que acusa de “má gestão e gestão danosa” durante os três anos em que esteve em funções. Críticas essas subscritas também pela restante direção. Os tempos não foram fáceis, mas o responsável salienta que os vencimentos dos oito funcionários “estiveram sempre em dia”, no entanto a direção está ainda a levar a cabo planos de pagamento a outros fornecedores.

O Valor Local sabe que o “aperto” foi de tal ordem que a instituição viu-se obrigada a recorrer à imaginação para sobrevier. Pedro Moita salienta que as compras passaram a ser feitas no comércio, e não aos fornecedores diretamente. Diz que assim se conseguiram melhores preços comparativamente aos representantes dos vendedores ao retalho. Por outro lado, a imaginação e criatividade vai também ao ponto de se ter procurado as melhores promoções. Pedro Moita vinca que “andamos sempre à procura dos folhetos dos supermercados, e escolhemos sempre as melhores promoções”. Segundo o dirigente, esta é uma das melhores formas para se economizar, recolhendo-se folhetos, cupões e promoções de forma a se aproveitar

os melhores descontos, como se de uma casa particular se tratase. Outra das formas que tem vindo a servir para a recuperação da instituição, prende-se com a presença em vários eventos, nomeadamente nas Tasquinhas de Manique do Intendente. Aconteceu na iniciativa em abril do ano passado, após a tomada de posse, e novamente este ano, o que já permitiu um bom encaixe financeiro à instituição, que não coloca de parte, vir a participar um dia na Praça das Freguesias em Azambuja, por altura da Feira de Maio. Pedro Moita salienta também que a credibilidade da instituição está aos poucos a ser reconquistada. A última direção deixou marcas profundas na comunidade, ao

ponto de o Centro de Dia ter apenas oito utentes diários, sendo que em sentido contrário, o apoio domiciliário não sofreu qualquer decréscimo. Pedro Moita refere que na causa dessa situação, está o facto de muitos idosos preferirem receber as refeições em suas casas. Muitos ainda podem fazer as suas vidas normalmente e possuem a necessária mobilidade. A falta de dinheiro da associação levou-os também a servir refeições para fora. Qualquer pessoa pode passar pela cozinha do Centro de Dia e levar para casa a sua refeição. Pedro Moita refere que a lei concede essa prerrogativa. A instituição está enquadrada nas normas do HCCP, que se traduz num certificado para a restauração.

Outra das questões por resolver relacionava-se com a frota de transporte. Sem dinheiro e com a urgência na substituição de uma carrinha, o Centro de Dia da Casa do Povo de Manique do Intendente, viu-se obrigado a recorrer à Câmara de Azambuja. Depois de algumas reuniões e insistência, a autarquia cedeu uma viatura usada para o serviço diário da instituição, algo que Pedro Moita e a restante direção viram como positivo, pois a IPSS não tinha posses financeiras para adquirir uma viatura, fosse qual fosse a comparticipação. Para o futuro, fica o desejo de vir a construir um lar em Manique do Intendente, mas Pedro Moita, refere que nos próximos dois anos esse desejo será de difícil concretização.


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Junho 2018

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Horizonte Europa, o novo programa de Investigação e de Inovação Para o próximo orçamento da União Europeia (UE) a longo prazo 2021-2027, a Comissão propõe atribuir 100 mil milhões de euros à Investigação e à Inovação. O novo programa Horizonte Europa, terá por base os resultados e o sucesso alcançado pelo anterior programa de Investigação e Inovação Horizonte 2020 e manterá a UE na vanguarda mundial neste domínio.

A dotação orçamental proposta de 100 mil milhões de euros para 2021-2027 inclui 97,6 mil milhões de euros ao abrigo do Horizonte Europa, dos quais 3,5 mil milhões de euros afetados a título do fundo InvestEU e 2,4 mil milhões de euros para o Programa de Investigação e Formação Euratom. O programa Euratom, que financia a investigação e a formação no domínio da segurança nuclear e da segurança e pro-

teção contra as radiações, articular-se-á mais em torno de outras aplicações além da produção energética, tais como a saúde e equipamentos médicos, e apoiará igualmente a mobilidade dos investigadores nucleares no âmbito das ações Marie Sk?odowska-Curie. Fonte: Portugal 2020

i4.0 | Financiamento para formação de empresas Está a decorrer, até 28 de dezembro, o prazo para submissão de candidaturas a um concurso que permite financiar projetos de formação de empresas, que estejam associados a investimentos em inovação e transferência de tecnologia, visando a adoção de tecnologia no domínio da Indústria 4.0. O Aviso n.º 22/SI/2017 - Projetos Autónomos de Formação, surge integrado no Eixo 3: Qualificação do programa Capacitar, que visa

qualificar as pessoas e as organizações para responderem aos desafios da 4.ª revolução industrial que é caracterizada pela introdução de sistemas ciberfísicos, inteligentes e interligados, nos processos de produção, na cadeia de valor, na relação com o cliente e no modelo de negócio. Este sistema de incentivo visa financiar projetos de formação de empresas que estejam associados a investimentos em domínios

como a inovação e transferência de tecnologia, a adoção de tecnologia no domínio da Indústria 4.0, a internacionalização ou a qualificação das empresas, de modo a potenciar o desenvolvimento de atividades produtivas mais intensivas em conhecimento e criatividade e com forte incorporação de valor acrescentado nacional. Fonte: IAPMEI

Nova Linha de Apoio para Microempresas As microempresas ‘Startups’ na fase inicial do seu ciclo de vida (quatro anos de existência ou menos) dispõem de uma nova Linha Apoio ao Desenvolvimento de Negócio ADN 2018 - Start Up, com um montante global de dez milhões de euros. A ADN 2018 - Start Up foi criada pela SPGM, pelo IAPMEI, pelo Turismo de Portugal e por três sociedades de garantia mútua, e para ter acesso as empresas terão de ter um mínimo de 15% de capitais próprios.

Terá um prazo de vigência de até 12 meses após o seu início e 5% dos 10 milhões orçamentados serão atribuídos exclusivamente ao setor primário. O prazo das operações apoiadas poderá ir até 8 anos, contando todas as startups com um período de carência de capital até 24 meses. FINANCIAMENTO DA UNIÃO EUROPEIA A Comissão Europeia vai reunir numa estrutura única todo o financiamento da UE que será concedido de 2021 a 2027

sob a forma de empréstimos e garantias. O Programa InvestEU vai englobar um fundo, urna plataforma de aconselhamento e um portal com o objetivo de criar emprego e fomentar o crescimento. Para o mesmo período, a Comissão propôs atribui 100 mil milhões de euros à investigação e à inovação, no âmbito do novo Programa Horizonte Europa para a Investigação e Inovação. Fonte: Alentejo 2020

Ficha técnica: Valor Local jornal de informação regional Propriedade e editor: Metaforas e Parabolas Lda - Comunicação Social e Publicidade; NIPC 514 207 426 Sede, Redação e Administração: Rua Alexandre Vieira nº 8, 1º andar, 2050-318 Azambuja Telefones: 263 048 895 - 96 197 13 23 Correio eletrónico: valorlocal@valorlocal.pt; comercial@valorlocal.pt Site: www.valorlocal.pt Diretor: Miguel António Rodrigues • CP 2273A • miguelrodrigues@valorlocal.pt Redação: Miguel António Rodrigues • CP 2273A • miguelrodrigues@valorlocal.pt • 961 97 13 23; Sílvia Agostinho • CP 10171 • silvia-agostinho@valorlocal.pt • 934 09 67 83 Multimédia e projetos especiais: Nuno Filipe Vicente multimédia@valorlocal.pt Colunistas: Rui Alves Veloso, Augusto Moita, Acácio Vasconcelos, José João Canavilhas, António Salema “El Salamanca” Paginação, Grafismo e Montagem: Milton Almeida • paginacao@valorlocal.pt Cartoons: Bruno Libano Departamento comercial: Rui Ramos • comercial@valorlocal.pt Serviços administrativos: Metaforas e Parabolas Lda - Comunicação Social e Publicidade N.º de Registo ERC: 126362 Depósito legal: 359672/13 Impressão: Gráfica do Minho, Rua Cidade do Porto –Complexo Industrial Grunding, bloco 5, fracção D, 4710-306 Braga Tiragem média: 8000 exemplares Estatuto Editorial encontra-se disponível na página da internet www.valorlocal.pt


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Tauromaquia Azambujense António Salema “El Salamanca”

Valor Local Retratos da Nossa Terra

Instantâneos 21

falta de estacionamento para pesados continua a ser um problema na vila de Azambuja. Ou então é mesmo uma questão de civismo. É hábito vermos veículos pesados estacionados um pouco por todo o lado, mas o olhar atento de um leitor do Valor Local, captou esta foto junto às torres à entrada norte de Azambuja. É caso para dizer que o passeio é para todos…

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m ano depois das eleições autárquicas descobrimos que o verdadeiro interesse de alguns candidatos estava na freguesia da Merceana, concelho de Alenquer. Foi lá que encontrámos há escassos dias este exemplar dos cartazes das autárquicas do Concelho de Azambuja, onde estão os candidatos Armando Calixto, à Junta de Vale do Paraíso, António Manuel Duarte, candidato à Assembleia Municipal de Azambuja e Luís de Sousa, candidato à Câmara de Azambuja. O que nos leva a acreditar que os proprietários do outdoor não fazem a devida manutenção dos cartazes, removendo os anúncios antigos. Mais incrível é o facto de não o terem feito quando já passou quase um ano das eleições. Assim sendo resta-nos desejar felicidades às candidaturas destes senhores à Junta de Freguesia de Aldeia Galega da Merceana e Aldeia Gavinha, quem sabe para 2021, já que todos eles estão agora muito atarefados como autarcas no concelho de Azambuja.

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Festival em Santarém s toiros querem sol e moscas. Por isso a temporada espera pelo melhor tempo (abril, maio) e agora em junho está já em pleno. No dia 24 de março de 2018, realizaram-se em Santarém dois espetáculos a favor das vítimas da tragédia de Pedrogão Grande. Mas o tempo não ajudou quem precisa. Estiveram nos dois espetáculos 4000 pessoas. A chuva e o vento afastaram muita gente das bilheteiras. Mas falando dos festivais em si, passemos às figuras. O primeiro teve como triunfador o jovem cavaleiro de alternativa Parreirita Cigano disso não temos dúvida. A melhor pega foi no mesmo toiro e pertenceu ao Grupo de Forcados Amadores de Azambuja. O toiro esse era da ganadaria Coimbra. Tomemos atenção a este Parreirita. O cavaleiro que faz lembrar o saudoso Mestre Baptista. Entretanto chegou a informação que Parreirita toureia a 21/06 no Campo Pequeno e a 22/06 no Cartaxo.

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Ana Rita

Dia Mundial da Criança no Intermaché de Abrigada Intermarché de Abrigada voltou a celebrar o Dia da Criança. Durante todo o dia 1 de junho, muitas foram as crianças que disfrutaram da animação levada a cabo por esta loja que já faz parte da rotina de muita gente. O dia dedicado à criançada ficou marcado pela animação, com a presença da Patrulha Pata, muitas pinturas faciais, gelados e insufláveis. Todavia, o Dia da Criança, marcou igualmente o início de mais uma campanha de solidariedade. Mais uma vez o Intermarché de Abrigada voltou a associar-se aos bombeiros através de uma iniciativa de apoio. Para tal, o Grupo Intermaché disponibiliza por 1,99€ o livro “Pafi e o incêndio no parque de merendas”. Este é o novo livro infantil que estará à venda, até 31 de agosto, em todas as 315 lojas do Grupo Os Mosqueteiros, com o objectivo de ajudar a angariar fundos para a compra de equipamentos de proteção individual de combate a incêndios florestais.

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Credito da foto: Reuters

epois da sua apresentação na corrida da Feira de Maio de Azambuja, a cavaleira de Aveiras de Cima já prepara as suas montadas para a temporada que se aproxima em Espanha e este ano Ana Rita terá uma excelente quadra de cavalos. Vamos ver como correrá a temporada.

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Joaquim Oliveira bandarilheiro Joaquim Oliveira vai entrar em Las Ventas - Madrid. Os azambujenses desejam sorte. Assim como desejam a Ana Rita, Rui Jardim e aos Forcados da terra e e não nos podemos esquecer do Paulo Jorge Ferreira lá pelas terras da Califórnia. Que a Virgem de Macarena os acompanhe a todos e um grande Olé!

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100 quilómetros depois, Hélder Batista cumpre o objetivo de chegar a Moscovo a tempo do jogo que se disputou no dia 20 de junho entre Portugal e Marrocos, como era seu objetivo. O alenquerense partiu no dia 5 de maio e chegou à capital russa a 18 de junho, tendo atravessado vários países europeus de bicicleta. Parabéns Hélder!

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22 Fotorreportagem

Valor Local

ela segunda vez, O Valor Local levou a cabo a iniciativa “Como posso poupar água e proteger o ambiente, Reciclando”. Na edição de março, demos a conhecer o trabalho de quatro escolas da nossa região: Básica de Vale do Brejo, Aveiras de Cima, Azambuja; Escola Básica Álvaro Guerra, Vila Franca de Xira; Escola Básica da Barrosa, Carregado, e escola básica do Carregado, Alenquer na componente de desenho e de uma peça que ilustrasse a prática da reciclagem. Como é hábito, entregámos em junho os diplomas aos pequenos participantes, alunos dos quartos anos de cada uma das escolas, desta vez no Auditório Damião de Goes em Alenquer, na presença de autarcas, concessionárias, da representante do Ministério do Ambiente, Cátia Rosas, e convidados em geral. Foi uma manhã bem passada em que o espírito dos mais pequenos contagiou todos. No fim apagámos as velas do bolo do quinto aniversário do jornal. Segundo o diretor, Miguel Rodrigues, e depois de duas edições bem sucedidas com uma adesão incrível por parte dos alunos e com o apoio imprescindível de professores e diretores de agrupamento, no próximo ano, o nosso jornal tentará dar um passo em frente com um convite a mais escolas no conjunto dos oito municípios onde estamos presentes, tornando-a ainda mais abrangente e com mais participação e criatividade.

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Valor Local

Fotorreportagem 23


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