Jornal Valor Local - Edição Julho 2022

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Rádio Valor Local - www.valorlocal.pt - Ouça em todo o lado Jornal Regional • Periodicidade Mensal • Director: Miguel António Rodrigues • Edição nº 113 • 28 Julho 2022 • Preço 1 cêntimo

Valor Local Utentes dos centros de Saúde de Azambuja e Castanheira do Ribatejo vivem autêntica tortura Destaque da 10 à 14

Câmara de Vila Franca anuncia sete milhões de euros para a requalificação de Vialonga

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Benavente: Jovens que não estudam nem trabalham são uma das maiores preocupações sociais

Triaza pede ao Governo para ter mão na Câmara de Azambuja

Ambiente na 14 PUB


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CLDS4G

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Jovens que não estudam nem trabalham são uma das maiores preocupações sociais em Benavente programa de intervenção na comunidade CLDS 4G no concelho de Benavente, para três anos, cumpriu até à data metade do seu percurso, mas o balanço é positivo. A Fundação Padre Tobias foi o parceiro escolhido e Rosvita Neves, coordenadora, explica que este Contrato Local de Desenvolvimento Social que procura soluções para a população que necessita de respostas a diversos níveis encontrou, entre outras problemáticas mais difíceis de acompanhar, a dos jovens que não estudam nem trabalham e preferem que os seus casos nem sequer sejam conhecidos, quanto mais alvo de intervenção social. (Os denominados NEET – Not in Employment Education or Training – os que nem estudam nem trabalham). Rui Domingos, presidente da instituição, refere que foram identificados dois eixos de ação – proteção à infância e empregabilidade. “Queremos quebrar os ciclos que vão passando de geração em geração que andam à volta da economia informal, do trabalho sazonal, que resultam em situações de

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Banco de Higiene Menstrual arrancou na escola de segunda oportunidade no Porto Alto

Rosvita Neves é a coordenadora do programa grande precariedade”. O abandono escolar no concelho de Benavente “é prevalente, mas não está quantificado”, sendo esta uma realidade também ela escondida, e neste caso temos “muitos jovens nem- nem”, porque não estudam nem trabalham e “e escapam à malha das estatísticas”.

“Muitas vezes não estão inscritos no centro de emprego, passam os dias em casa, sem que os pais saibam o que vão fazer com eles”, refere Rui Domingos, que admite que este é um problema que atravessa as diversas faixas sociais. Poderão existir 200 a 300 mil jovens no país nesta situação, “mas

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são meramente estimativas”. Através de uma colaboração com os dois agrupamentos de escolas do concelho, o CLDS tentou perceber qual o encaminhamento profissional que seguiram todos os alunos nascidos em finais da década de 90, e que hoje são maiores de idade, para tentar compreender se se encaixam ou não no perfil dos “jovens que não estudam nem trabalham”. “Os contactos na maioria deles estavam desatualizados, conseguimos contactar 18 por cento das pessoas, tivemos boas notícias por parte de alguns que estavam a trabalhar ou ainda a estudar, mas quanto aos outros não conseguimos saber muita informação”. A Fundação Padre Tobias tem trabalhado com a Comissão de Proteção de Jovens e Crianças, Segurança Social e Centro de Emprego “para conseguirmos trazer esses jovens para o seio do projeto”. Os denominados “jovens NEET” têm até 32 anos, e estão há pelo menos dois anos sem qualquer atividade. Se contactadas estas pessoas referem que “está tudo bem”, e apenas se conseguem identificar casos através de situações já no limite quando há pedidos para o Rendimento Social de Inserção (RSI), em que têm de comparecer em sessões para continuar a usufruir do rendimento “e mesmo assim ficam lá atrás no auditório sem se expressarem muito”, conta Rosvita Neves. Quando pedem “ajuda é porque já estão a lidar mentalmente muito mal com a situação”. A responsável dá conta de um estado de coisas que não é fácil mudar de um dia para o outro - “Uma vez contactados é difícil esse acompanhamento porque rara-

mente há resposta, até pode ter existido um contacto inicial que correu bem. Temos um caso de um jovem que mostrou interesse, ficou de enviar um formulário e depois nunca mais disse nada”, acrescenta Rosvita Neves. O CLDS 4G em Benavente ficou com o eixo “Jovens e Famílias” levando a cabo uma série de programas não só junto das famílias que foram sinalizadas, e que no dia da nossa reportagem em finais de junho, eram 34, mas existe um trabalho mais vasto com os agrupamentos de escolas em que toda a comunidade estudantil/juvenil do concelho é abrangida através de ações de sensibilização, que passam por atividades lúdicas, palestras, workshops. No primeiro caso, as técnicas do CLDS fazem desde capacitação familiar, porque há quem chegue “no caso dos adultos, e não consiga organizar uma lista de compras, ou há crianças e jovens que não sabem ter cuidados de higiene corporal”, dá como exemplo Rosvita Neves, que continua a demonstrar – “Por exemplo temos uma criança que está a ser acompanhada pela CPCJ, enquanto a mãe foi encaminhada para nós para a ajudarmos a arranjar emprego”. O projeto tem página online incluindo redes sociais e está disponível para receber quem se enquadrar neste tipo de casos. “A ideia é estar presente para perceber o que podemos fazer diferente, e não substituirmo-nos a outras entidades. Fazemos prevenção e capacitação”. Recentemente “fizemos dois seminários sobre dependências, incidindo sobre as tecnológicas e as drogas”. Uma das ações que tem tido muito sucesso entre as jovens das escolas é a do

“Penso por Elas”, ideia da “psicóloga do projeto”. “Com a colaboração da universidade sénior foram costurados pensos reutilizáveis para oferecer às jovens. Por outro lado, tivemos uma empresa que nos ofereceu 105 copos menstruais, em que com as escolas através do Plano para a Educação em Saúde fizemos uma ação sobre as mudanças nos corpos masculino e feminino, principalmente junto das meninas já menstruadas”. Na escola de segunda oportunidade a funcionar no Porto Alto, onde também está instalado o CLDS, existe mesmo um banco de higiene menstrual onde as alunas podem aceder a itens diversos. Muito se tem falado em pobreza menstrual e começam a desenhar-se lá fora medidas para a combater. Rosvita Neves dá o exemplo- “Imagine uma família carenciada com três meninas, todas menstruadas ao mesmo tempo, os gastos em descartáveis ainda são consideráveis, e claro temos casos de moças que andam todo o dia com o mesmo penso ou tampão, o que é prejudicial para a saúde, e foi a pensar nelas que concebemos também esta vertente”. A ideia “é termos este banco de higiene menstrual em todas as escolas do concelho”. Os artigos são grátis e o projeto conta com a ajuda de empresas. O CLDS 4G termina em setembro de 2023, e Rosvita Neves “espera que dê frutos e que deixe uma marca positiva na comunidade”. “No nosso caso não é possível prolongarmos”. Para além da Rosvita Neves, professora e coordenadora, fazem parte ainda Ana Santos, educadora social; Ana Paulino, psicóloga; Cristina Silva, técnica de apoio psicossocial.


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Câmara de Vila Franca anuncia sete milhões de euros para a requalificação de Vialonga Miguel António Rodrigues freguesia de Vialonga vai sofrer obras de requalificação que vão alterar alguns dos bairros e jardins mais necessitados daquela localidade do concelho de Vila Franca de Xira. Fernando Paulo Ferreira, presidente da Câmara, deu conta, na última reunião do executivo, de um programa a que o município concorreu, no âmbito da Área Metropolitana de Lisboa (AML). O autarca refere que esta candidatura com um valor aproximado de sete milhões de euros, tem como objetivo “uma reabilitação urbana mais intensa em determinadas comunidades e com uma fatia de investimento muito significativa para ações de caráter mais imaterial”. Em reunião de câmara realizada em Vialonga, o autarca frisou que, entre outros objetivos, o projeto passará por “aproveitar esta candidatura para alargar o parque da Flamenga, e avançar com a construção de um campo escutista na Mata do Paraíso” sendo que já existiram reuniões com as várias associações de escuteiros e esco-

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teiros. O presidente da Câmara deu conta ainda da requalificação do piso do Grupo Desportivo de Vialonga bem como da criação de um conjunto de obras urbanas e a instalação de parques infantis, na zona da Icesa. O autarca que aponta esta requalificação como muito importante, refere ainda que este projeto é mais global e menos pormenorizado, tendo em conta as questões levantadas pelos vereadores da oposição em reunião do executivo. Antigo Hospital da Flamenga para habitação do 1º Direito Do mandato passado transitam também para este ano, outros investimentos, nomeadamente, as candidaturas ao 1º Direito “que vão permitir a intervenção no edifício do Palácio da Flamenga”. Este é um local emblemático para a freguesia de Vialonga, até porque foi aqui que funcionou até ao ano 2000 um hospital de retaguarda do concelho de Vila Franca de Xira. O edifício que está há vários anos ao abandono, propriedade do Estado, vai ser assim reconvertido em ha-

Nos últimos anos, o Palácio da Flamenga tem sido mais conhecido como um local abandonado. Servirá agora para habitação social bitação. Neste projeto de revitalização de Vialonga, o edifício da junta de freguesia também será deslocalizado. As atuais condições do espaço não são as ideias e por isso o presidente da Câmara anunciou, que em conjunto com o executivo da

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junta, estão a ser feitos esforços no sentido de encontrar um novo local onde vai ficar também disponível um Espaço do Cidadão. O autarca vai mais longe e refere que ao efetuar esta revitalização, vai levar a que a rua principal de Vialonga seja também ela transfor-

mada numa avenida urbana. “Esse é um projeto a longo prazo. Diria mesmo que dependerá das várias intervenções que em termos urbanísticos vão acontecendo ao longo desse eixo”. A autarquia está de resto já a trabalhar em vários desenhos que

têm como objetivo “criar um canal necessário para essa intervenção que deverá permitir novas centralidades na freguesia”. O autarca recorda que, nesta altura, decorrem obras para a construção de uma nova unidade comercial de média dimensão na freguesia, nomeadamente em frente à junta e na rua principal. “Esta será uma obra já enquadrada na nova filosofia urbana, com a criação de espaços pedonais ao longo de toda a via e ciclovias que atravessem toda a localidade de Vialonga”. Ouvido pelo Valor Local, João Tremoço, presidente da junta de Vialonga, diz esperar pela rápida concretização do projeto. O autarca assume que este vai mudar a vila e salienta o empenho do município. Ao Valor Local João Tremoço disse estar satisfeito também com a vinda de uma superfície comercial, neste caso um Continente – Bom Dia, e salientou o facto de ter conseguido saber que o espaço integra uma bolsa de estacionamento, algo importante para aquela zona de Vialonga, onde escasseiam os lugares.

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Centro de Bem Estar da Glória do Ribatejo: Novo lar de idosos para travar a proliferação dos ilegais Responsável aponta uma das zonas onde se vai desenvolver a obra

Rogério Monteiro explica que esta é uma obra há muito aguardada por todo o concelho

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Centro de Bem Estar Social da Glória do Ribatejo viu aprovada uma candidatura ao programa PARES 3ª Geração que vai permitir a construção de um lar para idosos, uma infraestrutura com um peso especial no concelho de Salvaterra de Magos, dado que a única instituição existente até à data fora do setor privado é a Misericórdia local, e quando proliferam os denominados lares ilegais neste município. Rogério Monteiro, presidente da instituição, refere em entrevista ao Valor Local que as expetativas são elevadas também da parte dos postos de trabalho que vai proporcionar quando a nova Estrutura Residencial para Idosos estiver pronta, à partida em 2024. A ideia para a criação desta res-

posta social surgiu em 2015 em conversa com o presidente da Câmara, Hélder Esménio. “Salvaterra tem carências no que respeita ao apoio à deficiência, às famílias, mas também nesta área dos idosos, porque o que assistimos é que os nossos idosos quando já não conseguem estar no centro de dia, nem em casa em apoio domiciliário, acabam por ir para esses lares clandestinos”. O centro de dia tem neste momento 44 idosos, e Rogério Monteiro conta que a aposta numa ERPI foi “muito forte”. O projeto da ERPI está concretizado desde 2016, mas o financiamento não aconteceu do dia para a noite. “Ainda procurámos um apoio através da CDDR-Alentejo, mas como não estavam a finan-

ciar valores tão altos, acabámos por não ter sucesso”. “Com a saída deste programa da Segurança Social, o Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais (PARES) 3ª Geração, decidimos que era agora ou nunca, até porque este instrumento está muito bem desenhado”. A valência tem um valor de 1 milhão 337 mil 472 euros e foi apresentado em 2020, “sendo que caiu muito bem no despacho que dava relevância aos projetos que já tivessem alguma maturidade como foi o caso do nosso”. A Segurança Social vai pagar 1 milhão 069 mil 977 euros ficando a instituição encarregue da verba restante através de apoio da Câmara e da junta e com recurso ainda a um empréstimo bancário de 100 mil eu-

ros. Contudo esclarece que a empresa que está encarregue de calcular os custos financeiros já elevou este encargo para 1 milhão 631 mil euros, “ou seja corresponde a um aumento de 15 por cento”. “Esperamos dar a volta a isto”. O novo lar conta com 36 camas, sendo que prevê aumentar o número de funcionários dos atuais 26 para mais 18 a 20 pessoas. O anúncio dos projetos financiados para o distrito de Santarém decorreu recentemente na Glória do Ribatejo onde foram distribuídos os contratos financeiros com a presença da ministra da Segurança Social, Ana Mendes Godinho. Rogério Monteiro espera lançar o concurso público antes do fim do verão. “A expetativa é muito grande daí

também a enorme disponibilidade da Câmara, e entendemos todos que este não é apenas um projeto da freguesia, mas de todo o concelho que tem muita falta deste tipo de infraestruturas. Vai exigir um esforço de gestão e de trabalho, mas este é de facto um projeto simbólico e entendido assim até por outras instituições do concelho. Para fixarmos pessoas temos também de garantir este tipo de respostas para os mais idosos”. A população mais idosa também não vê a hora de novo equipamento ser colocado ao serviço. “Ficam tristes quando têm de ir embora, e estão sempre a perguntar quando é que conseguimos construir o lar”. Rogério Monteiro, presidente da instituição, refere que este é um

Câmara de Alenquer recusa negócio de compra de quinta de antigo administrador do BES A

Câmara Municipal de Alenquer não mostrou interesse em adquirir em Pereiro de Palhacana a denominada Quinta do Boiro que fora arrestada a um antigo administrador do Banco Espírito Santo, Amílcar Morais Pires. A propriedade foi vendida por 878 mil euros, no passado mês de junho, muito abaixo do seu real valor pelo que o

município foi questionado acerca da razão por não ter “aproveitado o negócio” uma vez que Pedro Folgado, presidente da Câmara, chegou a ser sondado “para quatro frações distintas da quinta e para as quais foram sugeridos quatro valores também eles distintos”. O autarca adiantou, na última reunião de Câmara, que até po-

deria haver interesse, mas não o suficiente para dar o passo seguinte, “porque não deixava de ser um valor elevado, e não estava contemplado em nenhuma rubrica”. Tendo em conta o preço a que a quinta acabou por ser vendida face ao seu real valor, Folgado concretizou – “Lá por ser barata não temos de a comprar, porque a aquisição deste

imóvel não seria importante para nós, mesmo que procedêssemos a uma alteração no orçamento dificilmente conseguiríamos adquirir a propriedade”. O presidente da Câmara deu a entender ainda que a autarquia não tem de ser chamada, neste tipo de casos, para exercer o direito geral de preferência, dado que a lei apenas o prevê para

“imóveis classificados, áreas de reabilitação urbana, ou áreas protegidas” o que não era o caso. Esta propriedade era a antiga casa de férias de Amílcar Morais Pires, e foi adquirida em 2009 ao fundo ACIF por 3,2 milhões de euros. Segundo o Jornal de Negócios e com a acusação do Ministério Público no caso GES,

grande passo, à semelhança daquele que foi dado há cerca de 12 anos quando foi inaugurada a valência de creche que na altura teve um custo de 190 mil euros, com comparticipação a 75 por cento dos fundos comunitários. Atualmente conta com 41 crianças. Na vertente de centro de dia, a instituição tem protocolo com a Segurança Social para 44 idosos, no serviço de apoio domiciliário estão 23 pessoas abrangidas, “mas normalmente prestamos esse serviço a mais de 30”. São ainda ajudadas seis carenciados com comida através da cantina social, referindo ainda 127 cabazes alimentares que são distribuídos em várias zonas do concelho numa parceria com uma instituição de Coruche.

o imóvel está arrestado à ordem do Tribunal Central de Instrução Criminal, desde 15 de maio de 2015, sendo que a receita reverterá a favor dos autos do caso GES. A propriedade acabou por ser adquirida por uma diretora do banco Goldman Sachs por 878,1 mil euros, depois de ter conhecido outros valores mais elevados nos últimos anos.

Benavente

Regulamento de apoio à fixação de médicos “metido na gaveta” A vereadora do PSD, Sónia Ferreira, na Câmara Municipal de Benavente criticou o executivo por apenas ter feito sair, nas últimas semanas, em Diário da República a decisão camarária relacionada com o regulamento de apoio à fi-

xação de médicos, votado favoravelmente em reunião de assembleia municipal a 13 de setembro de 2021. Na opinião de Sónia Ferreira tudo não passou de “uma manobra eleitoralista da CDU”. “Quiseram ganhar espaço com a

questão da saúde, ao aprovar um regulamento que apenas foi publicado pelas vias oficiais recentemente”. A autarca sublinhou que não fora a oposição “e este regulamento continuaria fechado na gaveta e esquecido”, pelo que

“passado quase um ano não podemos continuar a brincar com isto”. Carlos Coutinho desvalorizou as críticas de Sónia Ferreira alegando que o documento em abril já estava na Casa da Moeda para publicação. Sendo que ao longo dos úl-

timos meses não deixaram de ser desencadeadas diligências para trazer mais médicos para o concelho de Benavente, referindo que em breve será colocada mais uma médica no centro de saúde da sede de concelho. A Câmara está

ainda a preparar uma habitação tendo em vista essa circunstância. “Não é pelo regulamento não estar publicado que deixamos de nos esforçar para trazer médicos para o nosso concelho”, concretizou o presidente da câmara.


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Obras no centro histórico de Benavente só devem estar concluídas em novembro obra de requalificação do centro histórico de Benavente que inclui para além da Praça do Município, a Praça da República, e envolvente a cargo da Unikonstroi orçada em 1 milhão 310 mil euros está a conhecer atrasos devido à descoberta de conjuntos funerários em alguns daqueles locais, o que tem levado à intervenção da Direção Geral do Património Cultural. A vereadora do Chega Milena Castro tendo em conta que alguns empresários estão descontentes com a situação, nomeadamente, o proprietário do Benavente Hotel, “onde nas imediações permanece um buraco aberto devido aos achados” questionou sobre o desenrolar dos trabalhos durante umas das últimas reuniões do executivo. O presidente da Câmara de Benavente, Carlos Coutinho, concor-

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Praça do Município deverá ter este aspeto quando as obras terminarem

dou que as obras estão a demorar mais do que o previsto e um

dos pontos da reunião de Câmara prendia-se justamente com o alar-

Balanço Positivo

Hospital Santarém com 200 doentes em hospitalização domiciliária O Hospital Distrital de Santarém tem neste momento cerca de 200 doentes em hospitalização domiciliária, um projeto que arrancou nos últimos anos três anos e que de acordo com a presidente do conselho de administração, Ana Infante, “tem estado a correr muito bem”. “Temos registado uma satisfação muito elevada por parte dos utentes”. A unidade de saúde serve oito concelhos da região do dis-

trito de Santarém. Diariamente um médico e um enfermeiro estão destacados para o acompanhamento ao doente “no conforto do seu lar e junto dos seus familiares”. Nestes casos estamos a falar de doentes sujeitos a terapias de antibióticos de longa duração, pois caso contrário teriam de ficar hospitalizados. Mas também de ortopedia e da medicina geral. “Tem de haver sempre um cuidador como

Um projeto que arrancou em 2019 e que será para continuar

regra, para além disso os nossos profissionais devem ir a casa do doente duas vezes por dia, e estar disponíveis 24 horas por dia se houver uma intercorrência médica”. O Hospital Distrital de Santarém foi um dos primeiros 14 do país a celebrar este acordo com o Estado para a hospitalização domiciliária, que nesta altura está a expandirse aos restantes hospitais do Serviço Nacional de Saúde. Um dos maiores benefícios para além “do grau de satisfação dos doentes, é que desta forma desimpedimos camas hospitalares para outro tipo de casos”. Segundo os dados apresentados por esta unidade hospitalar e ao fim de três anos foram realizadas 6039 visitas ao domicílio num total de 1334 doentes avaliados, tendo sido admitidos 463. Foram passadas 4523 horas nos domicílios.

gamento dos prazos para que a obra seja concluída. Referiu que

a maioria dos achados encontrase a cerca de 30 a 35 metros de

profundidade e que o município tem “feito alterações ao projeto” de forma a preservar o que ali foi encontrado. “Temos de cumprir as regras que estão definidas, os trabalhos têm estado a decorrer, apesar de não terminarem a cinco de agosto como definido, mas prevemos que isso aconteça em novembro”. As obras de requalificação preveem para além de outros aspetos mais espaços pedonais, uma nova dinâmica de equipamentos, esplanadas e serviços, com novo mobiliário urbano e pavimentos. A identidade histórica será mantida, à qual se alia modernidade. Na Praça da República será feita uma reinterpretação da nave da Igreja Matriz e o antigo altar será pontuado por uma fonte. O projeto prevê a instalação de pérgulas de sombreamento.

Câmara de Arruda atribui voto de louvor a todos os setores do ensino no concelho A

rruda dos Vinhos continua a apostar na Educação como uma das principais bandeiras. Nesse sentido, e para valorizar esta área, o presidente da Câmara Municipal, André Rijo, levou a reunião do executivo uma moção de reconhecimento aos mais variados “players” no concelho. O documento argumenta com “a qualidade da educação no município de Arruda dos Vinhos, de há muitos anos a esta parte, sendo que é indubitavelmente um dos principais polos de notoriedade e atratividade no concelho”. Para o proponente, André Rijo, o mérito de todos os profissionais deste setor “é digno do mais elevado reconhecimento, saudação e louvor”, sendo que esse mérito é extensível a todos os níveis de ensino, “desde a creche até mais recentemente ao ensino superior no concelho de Arruda dos Vi-

nhos”. Para o presidente da Câmara, “o trabalho de enorme qualidade desenvolvido pelo Agrupamento de Escolas de Arruda dos Vinhos, pelo Externato João Alberto Faria, pela Escola Profissional Gustave Eiffel, pela Santa Casa da Misericórdia de Arruda dos Vinhos, mais recentemente pela Associação Caminhando, pela Fundação CEBI, pelos diversos centros de estudo e academias, e a parceria no âmbito do ensino superior com o Instituto Politécnico de Santarém, constitui um motivo de orgulho e enorme satisfação para Arruda e todos os arrudenses, e é um fator de competitividade absolutamente estratégico”. Por outro lado, o presidente da Câmara recorda que ao dar impulso a este ato está ainda o início do curso técnico superior profissional de viticultura e enologia

no ano letivo 2021/2022, a tentativa de reforço da oferta de CTESP’s para 2022/2023, e a aposta municipal no projeto ArrudaLab “que vem reforçar a aposta do município na senda do desenvolvimento alicerçada numa estratégia de capacitação, inovação, e tecnologia, elementoschave para o futuro de sucesso que todos pretendemos”. Não ficam ainda indiferentes os mais recentes resultados obtidos nos rankings, na realização dos exames nacionais, o Externato João Alberto Faria, obteve o melhor resultado das escolas dos concelhos que compõem a Comunidade Intermunicipal do Oeste. “É um resultado muito honroso e extremamente enaltecedor a nível nacional, é digno do maior reconhecimento, saudação e louvor por parte da Câmara Municipal de Arruda dos Vinhos”.

Trabalhos da Cimpor em A-dos-Melros gera preocupação A

CDU de Vila Franca está preocupada com os alegados trabalhos de alargamento da pedreira da Cimpor em A-dos-Melros, uma localidade que fica na confluência das freguesias de Alverca Sobralinho e Alhandra. Em reunião de Câmara realizada em Vialonga, Anabela Barata Gomes, interrogou o presidente da Câmara de Vila Franca de Xira,

Fernando Paulo Ferreira, sobre os trabalhos que têm dado algumas preocupações aos moradores. Segundo a vereadora da CDU, “a zona de exploração está a ser alargada e pelo que sabemos casas da estrada de Arruda já apresentam danos devido ao alargamento, mas sobretudo devido às detonações que são diárias”. A vereadora vinca que os furos de

água “começam a apresentar sinais de derrocada”, sendo que a grande preocupação passa também pela informação ainda não confirmada que está relacionada com a “exploração desta pedreira até ao limite de A-dos- Melros”. Na resposta, Fernando Paulo ferreira esclareceu que o município está a acompanhar o caso e já se reuniu inclusive com a empresa

proprietária da exploração e com as uniões de freguesia de Alverca e Alhandra. O presidente da Câmara referiu que já assumiu o compromisso para se reunir com a população de A-dos-Melros, assim como, com a Cimpor para que determine o perímetro de exploração. Fernando Paulo Ferreira assume a existência de um impasse no que toca à

exploração nos limites dos terrenos da Cimpor, que a autarquia quer que seja o mais afastado possível dos limites legais. O autarca esclareceu que a licença da empresa é antiga “ainda do século XX, e as distâncias previstas nessa lei são mínimas”. Nesse aspeto não existe nenhuma utilização abusiva por parte da Cimpor “mas sim uma exploração abusiva,

face ao que hoje é o nosso sentimento relativo à distância razoável relativamente à exploração das pedreiras e como deve acontecer face aos núcleos urbanos e rurais”. Nesse sentido Fernando Paulo Ferreira referiu que é importante estabelecer com a empresa alguns compromissos para que possa recuar quando chegar a certos limites.


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OGMA assinala 40 anos como centro de manutenção de aeronaves C-130 Hércules OGMA – Indústria Aeronáutica de Portugal, S.A. é centro de manutenção autorizado da Lockheed Martin para as aeronaves C-130 Hércules desde 1982. Quarenta anos depois, a OGMA continua a ser um dos 13 centros de manutenção autorizados para este tipo de aeronave de Defesa, espelhando a relação de confiança e o compromisso consolidado entre a OGMA e este fabricante aeronáutico”, refere em comunicado a empresa sedeada em Alverca. A OGMA e a Lockheed Martin construíram e reforçaram esta relação numa parceria que permitiu à empresa portuguesa “enfrentar os vários desafios colocados por operadores de C130 espalhados pelo mundo”. “A oportunidade de partilhar experiências, o conhecimento consolidado e o compromisso entre as equipas da OGMA e da Lockheed Martin tornaram possível alcançar este marco histórico”. “A OGMA orgulha-se de assinalar 40 anos de ligação com a Lockheed Martin como Centro de Manutenção Autorizado para C-130H. Mais do que uma sim-

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OGMA nos seus 40 anos com mais um passo importante

ples efeméride, este é um momento de reconhecimento de uma relação que muito nos orgulha. Queremos continuar esta parceria de confiança com a Lockheed Martin por, pelo me-

nos, mais 40 anos”, afirma Alexandre Solis, CEO da OGMA. “É necessário um sistema global de apoio para assegurar que a frota mundial de C-130 Hércules esteja pronta para cumprir e

Obra do novo quartel da CVP Aveiras já está no terreno O novo quartel da Cruz Vermelha de Aveiras de Cima já saiu do papel. A delegação e a população esperavam há vários anos por este momento, sendo que o mesmo ficou assinalado com o auto de consignação assinado no inicio do mês de julho. Foi a empresa ERGSILVA, que após concurso público ficou com

a empreitada da obra. O auto de consignação foi assinado então pelos engenheiros, Nuno Cordeiro e Camilo Cruz pela empresa e por José Torres, presidente da direção da CVP de Aveiras de Cima. A cerimónia contou ainda com a presença de representantes do Município de Azambuja e da Junta de Aveiras de Cima. A obra, que conta com fundos

No dia do ato de consignação da obra

próprios da CVP e a ajuda do município de Azambuja, ascende a mais de meio milhão de euros, um valor significativo para esta obra há muito esperada para aumentar as condições de operacionalidade da Cruz Vermelha de Aveiras de Cima e para dar melhores condições aos socorristas no dia a dia daquela casa.

mostrar a sua reputação. Graças a parceiros como a OGMA, podemos oferecer um robusto sistema de apoio que abrange todo o mundo para ajudar a frota mundial de C-130H a atingir

verdadeiramente altos voos. Parabéns à equipa da OGMA por ter alcançado este marco verdadeiramente hercúleo e é uma honra contar com ela como parceira, pois ambos trabalhamos

para apoiar o poderoso C-130”, afirma Trish Pagan, Vice-presidente de Programas Internacionais, Mobilidade Aérea e Missões Marítimas da Lockheed Martin. PUB


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Lucky Duckies chegaram aos 35 anos de carreira Nuno Vicente verdade! Já passaram trinta e cinco anos , e o tempo voa, pois mesmo após trinta e cinco anos, fico com a sensação que sou um ‘maçarico’, que ainda estou a aprender, é aquela sensação de que ando há montes de tempo a estagiar e o melhor ainda está para vir". Foi desta forma, que aos microfones da Rádio Valor Local, Marco António caracteriza a sua vivência de mais de três décadas no mundo da música como mentor e voz principal dos Lucky Duckies, uma das bandas mais acarinhadas do nosso país, uma banda que é inconfundível no seu estilo vintage e de revival. Nascidos na Póvoa de Santa Iria (Vila Franca de Xira) em meados dos anos 80, os Lucky Duckies, chamavam-se na altura Promúsica, no entanto, esse nome não era do agrado de todos e após uma ida à RTP, (que segundo Marco António teve que ser feita um pouco às pressas, pois a seguir ia para a tropa e tinha que cortar a popa típica do seu estilo musical) ao serem convidados pelo alhandrense Francisco Romão que procurava um grupo de jovens dentro do estilo de música

"É

Marco António passa em revista alguns dos melhores momentos da banda que os Promúsica já faziam, chegaram à conclusão que tinham de ter um nome mais chamativo e assim de uma junção da popa de Lucky Luke com o rabinho dos patinhos (ducktail) surgiam os Lucky Duckies, os patinhos sortudos.

Com uma tarimba adquirida ao longo dos anos, primeiro em festas, onde tocavam tanto a convite de autarquias como em grandes eventos em hotéis, e depois através de temporadas a tocar em cruzeiros onde iam correndo mundo e dando-se a conhecer,

os Lucky Duckies depressa se tornaram uma referência no campo do Vintage Swing Rock, sendo hoje em dia uma das bandas mais conhecidas do género , mesmo a nível internacional. No início do novo milénio, com a entrada de Cláudia Faria, a ban-

da, segundo Marco António, veio enriquecer o seu estilo, pois junta ao seu repertório canções que apesar de “belíssimas” não soariam bem ao serem interpretadas por um homem, e assim com uma voz feminina o leque de opções é maior, assim como, a pos-

sibilidade de serem feitos duetos, algo também muito em voga neste género musical. Numa altura em que nas rádios se vive a ditadura das playlist, os Lucky Duckies orgulham-se de ter um público fiel e uma legião de fans que os segue. Segundo alguns "estudos e especialistas", o seu estilo não se coaduna com uma rádio de música comercial. Um dos pontos de honra da banda, embora seja muitas vezes difícil, é em programas de televisão actuarem sempre que possível ao vivo pois a emoção transmitida é sem dúvida outra, impossível com recurso ao playback. Sendo uma banda vilafranquense, perguntámos a Marco António o que acha do estado da cultura no seu concelho. Segundo Marco, a cultura em Vila Franca, está bem, mas falha na divulgação pois “as coisas acabam por passar muitas vezes despercebidas”. “Tem que haver uma divulgação à antiga, com os velhos cartazes nas montras ou quem sabe até com recurso a carro de som. A cultura em Vila Franca está boa, é preciso é que todos saibam que ela acontece .” Lucky Duckies, 35 anos de carreira , um marco no Vintage Swing Rock Português.

Ler é o Melhor Remédio Especial… Mónica Guerra Convida Mónica Guerra e Antónia Balsinha no segundo programa de Ler é o Melhor Remédio

omeçou no mês de junho o novo programa de Mónica Guerra “Ler é o Melhor Remédio Especial… Mónica Guerra Convida”. Há mais de um ano em antena com as suas sugestões literárias às quintas-feiras em diversos horários. A escritora Mónica Guerra tem agora um convidado mensal em que durante uma hora passa em revista a carreira, e a história de vida de cada escritor. Em junho passou pelos estúdios da Rádio Valor Local, o escritor Ricardo Bragança Silveira e em julho recebemos Antónia Balsinha, de Alhandra, que deu a conhecer a sua obra e uma história de vida invulgar. Todos os meses um novo escritor a descobrir no novo programa de Mónica Guerra. Para ouvir em www.valorlocal.pt.

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Regressam as Festas em Honra de Nossa Senhora da Salvação a Arruda dos Vinhos vila de Arruda dos Vinhos recebe de 6 a 18 de agosto mais uma edição das Festas em Honra de Nossa Senhora da Salvação. Depois de uma paragem forçada devido à Covid – 19, o certame maior de Arruda regressa assim e em força com um cartaz que vai abranger o sagrado e o profano, com novenas, largadas de toiros, serões culturais e muito mais. Carlos Alves, vice-presidente da autarquia arrudense, refere ao Valor Local que as festividades de agosto estão a agregar alguma expectativa, e sublinha que o sucesso do Mercado Oitocentista deverá servir de mote para estes festejos que à partida receberão milhares de pessoas, tendo em conta a sua extensão e programação. O autarca refere que os festejos são seculares, e que mesmo com o contratempo da pandemia, o município não desistiu de os realizar, sendo que apenas em 2020 o

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certame não foi realizado, e no ano passado, foi produzido, ainda que com limitações. Ao Valor Local, Carlos Alves sublinha a dimensão dos festejos ao trazerem para a programação os artistas locais, e as tradições locais, de que são exemplo as tertúlias móveis, “um património único dos festejos em honra de Nossa Senhora da Salvação”. Este ano, o município volta assim a apostar também na prata da casa “como os “Gana” que tocam a 14 de agosto, “e outros projetos de cariz mais local, como é o caso da iniciativa Jazz no Terreiro, que nos tem dado, ao longo dos anos, uma qualidade que faz com que seja incontornável nestas festividades”. O vice-presidente refere a existência de um cartaz cultural “aliciante” e destaca entre outras iniciativas “a 12 de agosto o tributo aos Xutos e Pontapés, a 13 a atuação de Syro, a 14 ods Gana”. A 17 de

Festas regressam no seu melhor a Arruda dos Vinhos

agosto o destaque vai para o artista Nuno Ribeiro, e a 18 para Sara Correia. O autarca frisa, ainda, uma aposta forte no que toca às tradições locais, como é o caso da tauromaquia com as largadas e corridas de toiros. O folclore também vai

estar presente com a realização de um festival nacional. “Há aqui um entrosar entre aquilo que é o tradicional e aquilo que no fundo é um chamariz para todos aqueles que nos visitam”, vincando que Arruda acaba por ser um ponto de encontro para todos os que estão

fora e regressam por esta altura à sua terra, frisando o papel das tertúlias móveis em todo este evento. O vice-presidente refere, entretanto, que Arruda é de resto um concelho que fica entre a urbe e a ruralidade, o que a torna numa loca-

lidade única onde a confluência de culturas é evidente. Nestas festividades, o município vai ainda inaugurar um auditório no Bairro João de Deus com o nome de Joel Rodrigues com momento musical com Ensemble de Cordas, Saxofone e Piano com direção artística de Tiago Matos. Joel Rodrigues foi um grande dinamizador da cultura de Arruda dos Vinhos e esteve ligado, entre outros projetos ao “Curt´ Arruda”. Mas as festas não se fazem apenas só com o profano. O sagrado em honra de Nossa Senhora da Salvação também faz parte do programa, e tem início a seis de agosto com a tradicional novena em Honra de Nossa Senhora da Salvação na Igreja Matriz de Arruda dos Vinhos. Do programa faz ainda parte uma missa das tertúlias na Igreja Matriz de Arruda dos Vinhos e uma procissão de velas, em honra de Nossa Senhora do Rosário de Fátima.

Arruda discute a Cultura Popular em Conversas à Capela A Capela do Morgado foi o palco para a primeira edição de “Conversas à Capela”. A iniciativa do município de Arruda dos Vinhos juntou num mesmo espaço, Elísio Summavielle, Presidente do Centro Cultural de Belém, Emiliano Dantas, artista plástico e o sociólogo Luís Capucha para discutir as várias formas de cultura popular, e as várias formas de a interpretar. O mote foi avançado por Carlos Alves, vice-presidente do município e moderador deste debate, que contou com casa cheia, num espaço escolhido a dedo, tendo em conta a dimensão do mesmo e o objetivo desta série de encontros que conta com a Rádio Valor Local como media partner. Para Carlos Alves, a ideia de discutir a cultura popular prende-se com o facto de esta ser “a alma de

uma região e de um território” e nela se insere por exemplo a tauromaquia, que de resto foi o mote para Luís Capucha, conhecido aficionado, aproveitar a ocasião para fazer uma destrinça entre os vários tipos de cultura. Recordou que na sua opinião o facto de a tauromaquia ser uma cultura de massas, leva a que seja bastante atacada por certos setores. São setores que não compreendem, segundo Capucha, este tipo de cultura e que emergem das grandes cidades onde as pessoas tendem em ser “narcisas”. Elísio Summavielle que gere o CCB destacou o facto de nos últimos anos ter emergido uma “cultura urbana” nomeadamente nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto. “Arruda é resistente com a sua própria cultura, mas a cultura

dominante é a da cidade”, esclarece vincando que na sua opinião nas cidades as pessoas estão mais sós e ao isolarem-se “agarram-se mais aos animais”, que no fundo são um escape. Elísio Summavielle referiu que, nos últimos anos, têm-se multiplicado os hospitais veterinários em Lisboa - “Há aqui toda uma indústria, uma economia para isto tudo, como por exemplo as rações para os cães, ou seja cria-se um ambiente social e cultural e económico que vai fazer com que surjam os movimentos ditos animalistas”. Emílio Dantas, vindo do Brasil, destacou a tranquilidade de Arruda dos Vinhos. Há para o artista muitos pontos culturais de convergência com alguns locais do Brasil. Um deles a tauromaquia, comparando os vaqueiros do Brasil aos

campinos. Por outro lado, disse não o chocar as tradições locais e enalteceu o facto de poder ver as

estrelas à noite, algo que não acontece em muitas cidades. A próxima edição de “Conversas à

Capela” decorrerá no próximo trimestre, ainda sem data marcada. Miguel António Rodrigues

Tauromaquia em destaque no primeiro Conversas à Capela PUB


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Utentes dos centros de Saúde de Azambuja e Castanheira do Ribatejo vivem autêntica tortura Sílvia Agostinho ão seis da manhã de uma das últimas quartas-feiras junto ao centro de Saúde de Azambuja. Um grupo de cerca de uma dezena de pessoas já está em frente ao local há largas horas. Começaram a chegar era uma da manhã para a consulta de recurso. A unidade apenas recebe um número muito residual de marcações para o telefone, e mesmo assim muitos se queixam de que não conseguem telefonar para o centro de saúde. De resto há 10 vagas todos os dias para o médico de recurso. Neste momento é o doutor Biscaínho quem está encarregue destas consultas, “e mesmo assim é preciso ter sorte porque quando há greve dos transportes ele não vem”, é nos dito. Estavam abertas

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três vagas para o centro de saúde de Azambuja, no mais recente concurso lançado pelo Ministério da Saúde, mas nenhum médico concorreu. Desolados, os utentes, enfrentam uma autêntica maratona pela noite dentro de frio, melgas, em pé ou sentados nos degraus. Quem quer ter acesso à saúde em Azambuja, vive, por estes dias, uma via-sacra nunca antes vista. Quando eram seis da manhã, ainda faltavam duas horas para abrir. No rosto dos utentes vimos um misto de conformismo e de indignação de quem prescindiu de uma noite de sono para ter uma consulta. Idosos, pessoas com mobilidade reduzida, e no fundo gente doente que não tem outra solução. No dia da nossa reportagem encontrámos na sua maioria pes-

Armando Martins fala num intensificar das ações de luta

soas com idade superior a 50 anos. João Cardoso chegou eram 3h30 da madrugada. Tivera um episódio de urgência no domingo que o levou ao Hospital de Vila Franca de Xira. Na segunda-feira deveria dirigir-se ao Centro de Saúde, mas não conseguiu vaga, pelo que dois dias depois e à cautela decidiu aguardar vez bem cedo para ter direito a uma consulta. Para passar o tempo restou-lhe “conversar com as pessoas e olhar para o telemóvel”, diz conformado. Quando chegou já havia oito pessoas à sua frente, mas ainda vai a tempo de ser contemplado com a consulta de recurso. Há dois anos que não tem médico de família. Já Otília Piriquito foi a quarta a chegar. Sentada nos degraus do centro de saúde procura mostrar

um ar de paciência e resignação. “É aguentar e ficar de cara alegre”. Mas não deixa de comentar que é uma vergonha o estado a que a saúde chegou no país e em particular no concelho de Azambuja. Chegou eram 2h30 da madrugada. O médico de família era o antigo diretor do centro de saúde, Mário Esteves que foi embora “há quatro ou cinco meses”. José Fuzeiro foi o primeiro a guardar vez. Era uma da manhã. Dois dias antes tinha chegado às seis, mas como já havia mais do que 12 pessoas à sua frente, teve de voltar para casa. No dia da nossa reportagem a consulta não lhe escaparia. “Não se admite o estado a que isto chegou. Está bem que é assim em todo o país, mas aqui em Azambuja não se compreende que haja só um médico para tanta

gente”. Há perto de cinco anos que deverá estar sem médico de família – “Não consigo precisar, mas foi desde que o doutor Casimiro se reformou”. Recorrer ao privado está fora de hipótese “porque a reforma não dá para isso”. Julieta Varela foi a terceira a chegar. Embrulhada numa manta refere que já não é a primeira vez que vem de madrugada para a porta do centro de saúde. Recentemente numa outra ida à Unidade de Cuidados Primários, vulgo centro de saúde, chegou era meianoite, “e nesse dia fui a quinta”. Para além de uma noite de sono sacrificada, “passamos um grande sofrimento, porque amanhã mal vou conseguir andar”. Fala quem já tem experiência deste tipo de expediente para ter uma consulta em Azambuja. Há dois meses que

Julieta Varela diz que não tem condições de ir ao privado

não tem médico de família. Ir ao privado está fora de questão, dado que não tem condições financeiras para o fazer. Jaime Cardozo é colombiano e veio viver para Azambuja há dois anos. Conta que no seu país não há casos assim, pois a segurança é o grande problema. Com uma hérnia inguinal veio cedo para a porta do centro de saúde. Eram 3h30 da manhã. Nos dias anteriores veio às cinco da manhã, mas já não conseguiu consulta. Vem tentar obter uma baixa, porque não pode trabalhar. Sílvia Martins foi a última a chegar. Nesta altura ainda não são seis e meia da manhã, mas já não vai conseguir ter consulta. Com uma mão partida veio a conduzir à procura de ter sorte, no fundo, para renovar a baixa. Vai ter de ficar


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João Cardoso ainda conseguiu lugar quase no fim das vagas para outro dia, ou seja, terá de chegar ainda mais cedo. “Já me tinham dito que estava mau, mas nunca pensei que estivesse assim com tanta gente a esta hora à espera. Isabel Nogueira é uma das moradoras vizinhas do centro de saúde de Azambuja e refere que noite após noite assiste ao movimento de utentes que começa a chegar ainda de madrugada para ter consulta no outro dia. “Incomoda-me mais saber que aquelas pessoas estão ali a passar uma noite inteira ao relento, do que algum barulho que possam fazer”. Com frequência à uma da manhã “já se encontram várias pessoas à espera”. Isabel Nogueira conta que numa das madrugadas deste mês assisPUB

tiu à chegada “de um senhor de oitenta e tal anos às 4h30, debilitado, e que trouxe um banquinho para a porta do centro de saúde para ir marcar consulta para a mulher que não se consegue mexer. Deixou-me muito impressionada”. Nessa mesma noite “disseram-me que ele era o último a conseguir consulta”. Isabel Nogueira afirma que por vezes é notívaga, seja porque está a preparar aulas, dado que é professora, seja porque gosta de ver televisão pela noite dentro e nesse aspeto dá conta – “Isto tem vindo num crescendo, porque inicialmente percebia que as pessoas chegavam de madrugada às quatro ou cinco da manhã, e agora é cada vez mais cedo. Já vi um conhecido ir para à

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porta às onze da noite. É inacreditável. Só falta as pessoas levarem saco-cama e irem dormir para ali”. O Movimento Cívico pela Saúde em Azambuja esteve recentemente reunido com a ministra da Saúde, Marta Temido, que deixou algumas promessas de que pelo menos as condições de atendimento na unidade poderiam melhorar, não se comprometendo com mais médicos, “porque este é um problema que não se consegue resolver do dia para a noite”, argumentou a governante. No dia da nossa reportagem convidámos Armando Martins, um dos rostos deste movimento, para nos dar o ponto de situação daquilo que poderão ser as mais próximas iniciativas pela saúde em

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Otília Piriquito chegou às 2h30 da madrugada Azambuja. Armando Martins confessa que já são muitas as promessas que ouviu desde o diretor da ARS-LVT, Luís Pisco, passando pela diretora do Agrupamento de Centros de Saúde do Estuário do Tejo, Sofia Theriaga, mas até à data nada de muito palpável foi alcançado. Armando Martins quer soluções no terreno o quanto antes, “nem que seja recorrendo aos privados, em que os utentes possam ter uma espécie de livre-trânsito para se deslocarem a uma das clínicas privadas do concelho”. “A ministra disse que um médico demora muitos anos a formar, pelo que temos de encontrar alternativas, até porque alguns dos médicos que aqui estão no centro de saúde são de

uma empresa privada que pelos vistos trata muito mal o concelho de Azambuja. Só pode haver aqui um grande lobby”. “Como é que se admite que cada vez mais as pessoas tenham de chegar ainda de noite para conseguirem consulta no dia seguinte. Isto é completamente terceiro-mundista”, desabafa. Para piorar o estado de coisas, o centro de saúde não tem o ar condicionado a funcionar, pelo que torna ainda mais agrestes as condições que os utentes têm de enfrentar uma vez no interior da unidade. Depois do verão, o movimento equaciona algumas ações como uma marcha lenta na Nacional 3 em hora de ponta. Por outro lado, está a ser pensada uma des-

locação em massa dos vários movimentos e utentes da área do Agrupamento de Centros de Saúde do Estuário do Tejo até ao ministério da Saúde para que a voz de descontentamento de todos se faça sentir bem alto. Caos na medicina dentária: Empresas de trabalho temporário ficam com fatia de leão e médicos ganham cerca de 1400 euros por mês a recibos verdes Um dos setores que mais se tem ressentido com o caos na saúde seja na Unidade de Cuidados Primários de Azambuja, seja ainda nos centros de saúde de Alenquer e Arruda dos Vinhos prende-se


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José Fuzeiro, o primeiro da fila com as consultas de médico dentista, introduzidas nos últimos anos, mas onde tem existido um entra e sai de clínicos inusitado. Uma das causas prende-se com o facto de serem extremamente mal pagos. Os médicos são colocados com recurso a empresas de trabalho temporário e cumprem uma jornada inteira de trabalho, e ganham cerca de 1400 euros por mês, mas a recibos verdes, o que significa que têm de fazer os descontos a suas expensas com os necessários cortes de ordenado. Já outras classes profissionais (assistentes dentários) ligadas a esta consulta chegam a auferir pouco mais de quatro euros à hora. Após os descontos e no final do mês levam abaixo do ordenado mínimo para casa. A medicina dentária encontra-se neste ponto nos centros de saúde da região – Azambuja, Alenquer e Arruda dos Vinhos. Cristina Ribeiro, médica dentista atualmente a exercer funções no Norte, mas que foi a primeira colocada neste tipo de consultas, em Azambuja, ainda em 2016, conta que as empresas de trabalho temporário pagam na maioria dos casos tarde. “Os trabalhadores não têm um dia certo para receber o ordenado”. Isto aplica-se quer a

médicos quer a outras classes profissionais adstritas aos centros de saúde do Estuário do Tejo com os quais este tipo de empresas trabalha. Brasileira radicada em Portugal, Cristina Ribeiro desabafa – “Os médicos passam uma vida inteira a estudar e não têm o seu trabalho

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Sílvia Martins já não teve consulta valorizado”. Cristina Ribeiro confessa que o seu trabalho em Azambuja foi muito intenso “porque significou o arranque desse tipo de consulta, com muita gente para ser atendida, porque não havia medicina dentária no SNS, e estávamos a lidar com o facto de durantes décadas não ter existido

a cultura de cuidar dos dentes”. Hoje Cristina Ribeiro conseguiu encontrar outras condições no norte do país com contrato direto com a ARS-Norte, mas em Azambuja e a trabalhar por conta da empresa de trabalho temporário “Precise” com contrato com o Estado, as condições eram piores -

“Eles exploravam ao máximo. Não se pode culpar apenas o Governo ou só a empresa, porque um é o criador e o outro a criatura”, não se coíbe de enfatizar. Em Azambuja, Cristina Ribeiro começou por auferir 8,5 euros à hora mas a dada altura baixou para 8 euros, “sem que houvesse lugar a qual-

quer aumento”, e “sem direito a subsídio de férias, subsídio de Natal, e a ter de fazer os descontos para a Segurança Social do meu bolso”. Atualmente ganha 9 euros e 89 cêntimos à hora num centro de saúde da ARS-Norte para um total de 35 horas semanais e não 40 como acontece em Azambuja por intermédio da empresa de trabalho temporário. “O sonho dos médicos daí do Sul era serem contratados diretamente pelo Estado como acontece aqui, porque pelo menos a jornada de trabalho seria menor, de 35 horas. A única vantagem é essa. Não posso dizer que ganho muito mais aqui, mas se essa empresa é intermediária deveríamos auferir muito mais”. O Valor Local apurou que no âmbito de um congresso de dentistas ocorrido nos últimos tempos, tiveram lugar muitas queixas quanto a este tipo de empresas, sendo que se este intermediário não existisse os assistentes dentários poderiam estar a ganhar 9 euros à hora, e os médicos 15 euros. “Houve uma dentista que se levantou e disse os valores que eram pagos, e ficou tudo de boca aberta, até houve ameaças de abandono desse congresso. Foi um escândalo”, diz a nossa fonte.

Centro de Saúde da Castanheira- O Caos continua a Unidade de Saúde Familiar da Castanheira do Ribatejo, o caos continua igual, isto de acordo com a comissão de utentes que tem sido das mais ativas da nossa região. É quase impossível marcar consultas, porque ninguém atende o telefone e segundo Pedro Gago, daquela comissão, há quem tenha os números de telemóvel privados das funcionárias que estão no atendimento, e sem meias medidas marque diretamente com as mesmas, ao arrepio daquilo que deveria ser o funcionamento normal de marcação de consultas. “Nós sabemos que por dia cada funcionária (são cinco) leva de casa três ou quatro consultas para lá desses

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utentes que têm o telefone delas. Não há provas, mas já ouvimos pessoas a contarem que é isso que fazem”. Segundo Pedro Gago, à volta de 20 habitantes da união de freguesias usam este tipo de estratagema. Já quem não tem médico de família, tem de recorrer ao Centro de Saúde da Póvoa de Santa Iria para a consulta de recurso, o que se torna algo penoso para quem não possui transporte próprio. “O centro de saúde da Póvoa fica na parte de cima da cidade, muito longe da estação da CP, por exemplo. Nem sabemos muito bem que autocarros é que há para lá. Fica quase na outra ponta do concelho. Não se admite

que façam isto a pessoas idosas”, refere Pedro Gago que até sugere a alternativa de voltar a abrir o Catus de Vila Franca de Xira para os utentes da Castanheira. A situação é de tal modo grave que uma vez chegadas à Póvoa, “as pessoas mesmo assim não sabem se vão ter consulta, porque entram para dentro do centro de saúde e desconhecem quem é que já lá está para ser atendido pelo médico. Se for preciso esperam até às oito horas da noite, altura em que a consulta de recurso é iniciada, e sem que ninguém lhes diga se as vagas foram ou não preenchidas”. Naquele centro de saúde por dia há 20 consultas de recurso para todo o concelho de Vila

Franca de Xira. “Agora o que está a dar é - Vai para a Póvoa e desenrasca-te!”. “Chega-se ao cúmulo de as pessoas irem para lá para pedirem baixa e medicamentos, quando se poderia fazer isso na Castanheira. Isto não tem pés nem cabeça”. O diálogo continua impossível com os responsáveis do centro de saúde da Castanheira- “Recentemente entregámos à doutora Olena Kovalova um abaixoassinado e ela acusou-nos de mentirmos aos utentes quando as queixas são mais do que muitas”. Na sua opinião, a Câmara de Vila Franca de Xira e a junta da Castanheira deveriam ajudar mais. “Recentemente houve

uma reunião com todos os presidentes de junta do concelho, e o senhor presidente da junta da Castanheira entrou mudo e saiu calado”. Contudo saúda o facto de a Câmara para já ter garantido uma sede para a comissão. Fernando Paulo Ferreira adiantou ainda que viria mais um médico para a Castanheira, transferido de uma outra unidade do concelho, sendo que Pedro Gago encontra-se na expectativa. Para já e através do concurso mais recente não houve interessados em vir exercer medicina para aquela unidade de saúde familiar. Pedro Gago refere que todos estes assuntos já foram colocados junto da diretora do ACES Estuá-

rio do Tejo, Sofia Theriaga, que “os ignora”. O Valor Local também contactou a responsável para prestar declarações sobre o funcionamento dos postos de saúde da Castanheira e de Azambuja, mas sem sucesso. Esta comissão teve também um encontro recente com a tutela, onde expôs o que se anda a passar. “O secretário de Estado Lacerda Sales acho que nem queria acreditar. Olhou para nós com cara de parvo, passo a expressão”. O principal rosto do movimento conta ainda o caso caricato de alguém que foi propositadamente ao centro de saúde, que fez inclusive queixa à qual o Valor Local teve acesso, e que querendo marcar consulta


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foi-lhe dito que teria de ser pelo telefone – “A pessoa nisto saiu do centro de saúde, pegou no telefone, estando a poucos metros da entrada, e efetuou a marcação”. Pedro Gago conta que recentemente foi visitar a Unidade de Saúde Familiar de Vialonga, “onde a organização é impecável e não tem nada a ver com o que se passa na Castanheira”. Na Unidade de Saúde Familiar da Castanheira do Ribatejo para uma população de 8750 pessoas, 5250 não têm médico de família. São necessários para cumprir os rácios cinco médicos, mas neste momento há apenas três, sendo que um está doente.

fibromialgia, depressão, e tem uma asma em último grau. Deixou de ter acesso às consultas de Pneumologia no Hospital de Vila Franca de Xira, “porque o médico disse que tinha de ser

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Destaque transferida para o centro de saúde”, mas como não tem médico de família, a sua vida virou uma autêntica roda-viva em que suplica dia após dia para ser atendida, examinada ou consultada.

Até para lhe passarem as receitas médicas no centro de Saúde da Castanheira viu a sua vida andar para trás – “Desde que apareci num vídeo que agora demoram semanas a darem-me as

receitas quando antes não tinha esse problema”. Ir para a Póvoa para obter consulta está fora de questão porque não tem condições de saúde para se sujeitar a tal. Numa das últimas ocasiões,

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pediu o livro de reclamações, porque “não queriam passar uma baixa, dizendo que não havia médico, o que é mentira, e chamaram a GNR alegando que estava a fazer desacatos”.

Centro da Saúde da Castanheira continua a ser alvo de queixas

O Calvário de uma utente do centro de saúde da Castanheira Odete Maria tem passado um calvário nas instituições de saúde do concelho de Vila Franca de Xira. Com vários problemas de saúde, conta à nossa reportagem, esta mulher com 47 anos de idade, que sempre que precisa de uma consulta, tratamento, ou um simples ato de rotina como colocar um implante contracetivo tem de passar um sem número de contratempos. Sem médico de família, a moradora na Castanheira do Ribatejo tem um enfisema pulmonar, sofre de

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Suspensão oficial da atividade do aterro aconteceu em junho

Triaza pede ao Governo para ter mão na Câmara de Azambuja Triaza enviou à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDR-LVT) a informação oficial de que suspende a sua atividade no aterro de Azambuja. Nos últimos meses houve muita especulação acerca do facto de a empresa ainda estar ou não a exercer a sua atividade, mas confirma-se a informação adiantada em fevereiro pelo Valor Local de que a receção de resíduos parara, ou era apenas bastante residual, conforme é também corroborado pela própria Triaza em informação constante do processo. A maioria dos trabalhos que ali se desenvolveram, nos últimos tempos, estavam relacionados com a cobertura da célula. Os dados estão lançados e a batalha entre a Câmara de Azambuja e a Triaza passa agora pelas vias jurídicas. A suspensão de atividade do aterro de resíduos não perigosos em Azambuja foi decretada nos inícios de junho, após envio de documentação da Triaza para a CCDR e Agência Portuguesa do Ambien-

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te que alega, neste momento, aguardar por uma clarificação (à partida por parte dos Tribunais) acerca do “quadro urbanístico municipal subjacente à execução das células 2 e 3” já objeto de “licenciamento ambiental”. Em resposta a comissão de coordenação adianta que se a empresa voltar a iniciar a atividade terá de submeter novos pedidos de licença de exploração. A Triaza, através daquela entidade, pede para que o Estado tome uma posição de força perante a forma como a Câmara de Azambuja tem gerido todo o processo. Refere a empresa numa comunicação emitida ainda durante o primeiro trimestre do ano quando ainda não admitia o encerramento do aterro, “por ter de cumprir um período de verificação e acompanhamento de assentamentos inerentes à massa de resíduos” em consonância com a “salvaguarda dos valores ambientais que caracterizam o cenário de bem estar social e ambiental, bem como a autossuficiência na gestão de resíduos que abrange a área

Portas do aterro fechadas à espera de um desenlace por via dos tribunais

de influência da CCDR-LVT”, que aquela entidade deveria “sensibilizar a tutela para a situação alarmante que se tem vindo a constituir em torno da gestão de resíduos”. “No caso concreto desta

empresa, a permissividade das entidades e do Estado Central a propósito das ações levadas a cabo por um município” e como tal no entender da Triaza “deve ser definida e clarificada a delimitação de competências atribuídas a cada entidade em específico no âmbito da gestão de resíduos e exploração de aterros”. Recorde-se que a relação entre a empresa e a Câmara começou a azedar em inícios de 2020 quando os maus cheiros começaram a ser sentidos pela população que se organizou em vários movimentos cívicos de recolha de assinaturas para contestar a atividade da Triaza, que requereu apenas um ano e meio após o início da sua labo-

ração a abertura da segunda célula do aterro, indeferida pelo município que assim não aceitou a recalendarização de faseamento da obra alegando ainda caducidade da aprovação do projeto de arquitetura que tinha sido enviado para o município fora de prazo. É neste pressuposto que a Câmara se tem agarrado e através do qual se prepara para esgrimir nos próximos anos uma contenda jurídica com a empesa a pedir uma indemnização de 12 milhões de euros a cada um dos eleitos do mandato 2017-2021 no órgão executivo. Na documentação do processo, conhece-se a posição da empresa que alega que apenas 19 meses depois de ter sido submetido o pe-

dido à Câmara (11-10-2018 a 0405-2020) o município “apresentou resposta concreta, mas infundamentada sem antes ter solicitado qualquer elemento adicional junto da Triaza”. A empresa pede ainda que a CCDR esclareça se das ações inspetivas que aconteceram no aterro se se verificaram evidências passíveis de colocar em causa o ambiente e a saúde pública conforme alega o município. De acordo com a CCDR-LVT não impendem, nesta altura, contraordenações quanto à empresa na famigerada questão da deposição de amianto no aterro. A entidade considera que o amianto era recebido devidamente embalado e com agendamento prévio, sendo assim garantida a separação dos biodegradáveis. Contudo são várias as imagens e os relatos que provam exatamente o contrário, mas acerca dos mesmos que estão também nos dossiers do processo existente na CCDR-LVT, a entidade pouco ou nada se pronuncia. A CCDR-LVT refere que entre 2017 e 2020 foram rececionadas 3131 toneladas de resíduos de amianto enterradas, atualmente, no subsolo da Quinta da Queijeira. Desde o início deste ano que a empresa colocava no aterro fundamentalmente resíduos destinados a tapar as células. No processo, a CCDR destaca os códigos 16034 (grosso modo resíduos inorgânicos inespecíficos); 17063 (solos e rochas); 190112 (cinzas e escórias) e 200301 (mistura de resíduos urbanos e equiparados).

Rio da Merceana a precisar de limpeza urgente O

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estado em que se encontra o Rio da Merceana está a preocupar munícipes e autarcas. Eurico Borlido, antigo vereador do PSD, esteve na última reunião de Câmara enquanto morador para se queixar do estado a que chegou o rio daquela localidade. O facto de aquele curso de água não ser limpo na maioria das vezes, faz com que haja entupimento de sarjetas, mas chega a sair também água pelos lavatórios e sanitas das casas mais antigas, tendo em conta a forma como a localidade tem sido construída em cima do rio. “Há uma manilha que tem de estar limpa, caso contrário as águas recuam e têm de sair por algum lado, e foi o que aconteceu no ano passado, com a minha casa e a da minha vizinha a

serem inundadas” com risco de derrocada de um muro contíguo. O munícipe lamentou que a autarquia ficou de ver o leito do rio em 2020 para possível arranque de vegetação que estivesse a bloquear a passagem das águas, “mas até hoje nada”. No fundo do rio, referiu, há choupos e outras árvores de pequeno porte que estão na origem do estado de coisas. Paulo Franco, vereador com o pelouro do Ambiente, na Câmara Municipal de Alenquer, deu conta que a intervenção no rio da Merceana está planificada para que aconteça na altura do verão. “Estamos preocupados, e em alturas de chuva, este tipo de problemas acontecem, sendo que nos próximos dias arrancaremos com essa

limpeza”. Eurico Borlido relembrou que o último alerta foi em 2020 para se verificar que arbustos estariam no fundo do rio, “até porque se aquilo que está a sugerir é uma limpeza das canas e das bordas ficamos na mesma”. Neste debate, o vereador do PSD, Nuno Henriques, juntou – “Gostaria que o município visse este tipo de situação noutros locais como em Ribafria, onde pode ocorrer a qualquer momento uma enxurrada como sucedeu na Madeira. Seria de acautelar uma intervenção urgente”. Paulo Franco referiu que está na calha um estudo prévio à bacia hidráulica de Ribafria e Mato, duas localidades construídas junto ao rio, do ponto de vista da requalificação dos taludes.


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Vida do Aterro de Ota prolongada até 2035 Sílvia Agostinho aterro de Ota gerido pelo grupo Proresi cujo período de vida útil deveria terminar, numa fase inicial, em 2023 vai continuar com a capacidade de receber resíduos a aumentar para o dobro, na sua terceira fase. Prevê-se que esteja a funcionar até 2035. A volumetria que estava prevista licenciar vai aumentar para os 619 mil 470 m3, correspondente a uma capacidade de receção de 715 mil 832 toneladas, quando inicialmente a área era de 366 mil 666 m3. Prevê grosso modo o alargamento nesta ordem de grandeza da célula prevista para esta última fase do aterro enquanto unidade recetora de resíduos não perigosos. Esta alteração permitirá atribuir à Proresi uma vida útil de mais cerca de 14 anos (incluindo o ano 2022), tendo em conta a receção média de 80 mil toneladas por ano de resíduos. O processo encontra-se neste momento em fase de consulta pública na Agência Portuguesa do Ambiente e no site participa.pt Refere a Proresi na documentação enviada para aquela entidade pública que pretende, ainda, construir mais uma lagoa de lixiviados

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com um volume útil aproximado a 3 100 m3. Por último, atendendo à atual cota da primeira fase, e à modelação das células, procedeuse ao (re)cálculo da capacidade das fases 1 e 2. Neste seguimento obteve-se uma nova volumetria de 516 000 m3 e 504 500 m3 para a primeira e segunda fases respetivamente. O aterro passará assim ter uma capacidade total de 1 639 970 m3 para as três fases. O projeto de execução da fase 3 abrange um alargamento da célula de deposição de resíduos, relativamente ao que estava considerado no projeto original, a construção da terceira lagoa de lixiviados e a construção de uma nova estação elevatória. A zona disponibilizada para a terceira fase do aterro de resíduos não perigosos (célula de deposição de resíduos e lagoa de lixiviados n.º 3) abrange uma área global de cerca de 5,8 hectares, dos quais são considerados, para a construção do aterro e lagoa, 5,39 hectares. O aterro de Ota não tem conhecido ao longo dos anos o mesmo tipo de oposição por parte das populações porquanto não fica encostado a povoações, à exceção da altura em que o país estava a importar em grande quantidade li-

Na fase em que recebia resíduos de Itália, eram visíveis extensos bandos de aves em torno do aterro

xos de Itália, e o trânsito de pesados era intenso no interior da localidade de Ota. Na documentação disponível, a empresa refere a existência de possíveis riscos para a saúde pública, mas minimiza-os quer no que toca à proliferação de aves, roedores, mas também no aspeto dos maus odores, embora tenham existido relatos deste tipo de problemas por parte da população ao longo dos anos, sobretudo na fase em que estava a receber resíduos de Itália, uma operação que terminou em 2020. O presidente da Câmara de Alenquer, Pedro Folgado, ouvido pelo Valor Local, refere que ainda não deu entrada o processo para movimentação de terras que é a parte que compete ao município nes-

te caso. Compete à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDR-LVT) e Agência Portuguesa do Ambiente (APA) os licenciamentos de construção e ambiental respetivamente. Em setembro, a comissão de acompanhamento do aterro deverá deslocar-se ao local para conhecer os projetos da Proresi neste aspeto. O autarca espera que sejam acauteladas as questões relacionadas com o impacto visual e os maus cheiros, bem como a circulação de pesados pelo interior da localidade de Ota – “Estaremos atento!”. Pedro Folgado refere ainda que a Proresi nunca falou numa extensão do aterro até 2035, referindo apenas que ia fazer mais um projeto. A

Alambi, associação ambientalista do concelho de Alenquer, reage também a esta novidade referindo que não se admira, mas espera que “o aterro que não tem suscitado questões muito preocupantes, não sendo alvo de muitas queixas, que assim continue”. Numa primeira abordagem aos documentos e consulta pública, “o que me parece mais saliente é que a construção atual não corresponde ao projeto de 2005, em que havia três células separadas e amplos afastamentos às estremas da propriedade. Entretanto, com a primeira célula ainda em exploração, procedeu-se à sua ampliação em direção às estremas, o que resultou num ganho de 1,5 hectares, a que correspon-

deu, segundo a empresa, cerca de mais 90 mil toneladas de deposição”, esclarece Francisco Henriques da Alambi. Entretanto, nas duas fases seguintes, “a construção das células passou a ser feita pelo novo alinhamento da primeira célula, utilizando os terrenos até ao limite e eliminando as estradas entre as células, de modo a maximizar o aproveitamento do espaço e o volume de deposição”, continua a destacar. O volume inicial previsto para deposições era de cerca de 1,1 milhões de metros cúbicos, a que correspondiam 750 mil toneladas, e, com as ampliações das células relativamente ao inicialmente previstos, “passou a ser cerca de 1,6 milhões de metros cúbicos, correspondentes a 1,8 milhões de toneladas”. Uma parte da diferença na tonelagem deve-se à alteração contabilística da densidade dos resíduos de 1,1 para 1,3 ton/m3. “Portanto, a empresa está a usar o espaço de que dispõe até ao limite”, conclui. Já o presidente da junta, Diogo Carvalho, que tem sido uma das vozes mais contestatárias à presença do aterro, não mostrou interesse em falar para a nossa reportagem. PUB

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A tragédia dos incêndios rurais no Portugal profundo

atal como o destino nestes meses de verão é o regresso dos fogos florestais um pouco por todo o Pais, mas especialmente no interior mais profundo e abandonado por todos e onde já só restam os velhos. A tragédia repete-se anos após ano sem que se vislumbre uma solução para o problema, que naturalmente é muito complexo e tem causas di-

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versas. As condições atmosféricas têm sido particularmente severas com uma vaga de calor destruidora e não podemos continuar a ignorar as alterações climáticas, mas não podemos assistir impotentes e de braços cruzados ao fogo e limitarmo-nos a evacuar as populações e deixar arder casas, armazéns e culturas agrícolas, por vezes o trabalho de

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Opinião

toda uma vida. Naturalmente que o primeiro-ministro Antonio Costa não é culpado das elevadas temperaturas, da mudança repentina dos ventos, dos comportamentos irresponsáveis e até de mão criminosa e dos maluquinhos de serviço em muitos dos fogos. A culpa não pode ser só sua, mas alguém que à frente de um Governo ne-

nhuma reforma digna desse nome encetou, que deixou na gaveta a prometida reforma da floresta, logo após a tragédia de Pedrógão em 2017. Todos nos recordamos do ex-ministro da agri-

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Lélio Lourenço

cultura, Capoulas dos Santos, anunciar com pompa e circunstância a maior reforma da floreste desde D. Dinis…. Claro que existem problemas estruturais e de décadas, mas a habitual desres-

ponsabilização, tão ao jeito do PS não pode ficar sem reparo. Hoje não há problema no País (na saúde, na educação, na justiça, e também nos fogos florestais), que António Costa não se apresse a dizer que é um problema estrutural. Convém recordar que António Costa está há 7 anos no Governo e nos últimos 27 anos o PS (sempre com António Costa no governo ou na CM de Lisboa), governou 20 anos. O que fez António Costa para resolver esses problemas estruturais? Onde estão as reformas estruturais que o país reclama? Não estão. Simplesmente não foram feitas, porque não era suposto serem feitas. Foi o próprio primeiroministro que, em tempos, disse ter arrepios quando lhe falavam em reformas estruturais. Entretanto o País arde anos após anos sempre com as promessas adiadas que agora é que vai ser e vão ser feitas as tão prometidas reformas estruturais. Até quando?

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Faltam 11 anos para o fim da concessão

Assembleia Municipal de Alenquer recomenda que município comece a fazer o trabalho de casa

Assembleia Municipal de Alenquer aprovou uma recomendação, na última reunião, para que daqui a 11 anos quando terminar o contrato de concessão com a Águas de Alenquer formada, atualmente, pelos privados Aquapor, AGS e Eco Impact, o serviço volte a ser remunicipalizado. O documento emanado pela comissão de ambiente do órgão de liberativo foi aprovado por maioria, e salienta entre outros aspetos que o próprio município se antecipe e que possa efetuar um plano de investimento nas redes de água e saneamento para que o esforço financeiro seja menor quando chegarmos a 2033, e para que o consumidor também não seja ainda mais onerado do que aquilo que já acontece nesta altura. Recorde-se que esse investimento poderá chegar aos 80 milhões de euros dado o estado em que se encontra a rede principalmente devido às incrustações calcárias. Em entrevista à Rádio Valor Local, João Nicolau, deputado do Partido Socialista e coordenador desta comissão, sublinhou que as conclu-

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João Nicolau dá conta que mais fiscalização da atividade da empesa deve ser pedra de toque do município

sões que levaram à apresentação desta moção foram desenvolvidas através de reuniões e do conhecimento de dossiers desde 2019,

com audições quer à concessionária, quer ao concedente, o município. Tendo em conta que o caderno de investimento no valor de 18

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milhões de euros por parte da concessionária já foi cumprido e quando a Águas de Alenquer pediu um aumento das tarifas na ordem dos 53 por cento, entretanto colocado em banho-maria, por via de um encontro de contas em que vai ter de restituir quase dois milhões de euros aos munícipes, o deputado considera contudo que é tempo do município arregaçar as mangas e construir de per si o plano de investimentos “porque estamos a falar de obras a perdurar no tempo, dado que a rede está com muitos problemas”, em que “sofremos com roturas permanentemente, e o investimento será elevado, porque nalguns locais as condutas têm mais de 60 anos”. Para evitar que a empresa volte a equacionar um pedido de reequilíbrio financeiro e após o estudo encomendado pela Câmara a Poças Martins, académico do setor, esta deve, de acordo com o mesmo, focar-se no “combate às perdas de água, e no aumento do número de clientes” para que a diferença “de volume não seja superior a 20 por cento”, valor a partir do qual dá lu-

gar a um possível aumento de tarifas, assim espera o deputado. “Penso que estão reunidas as condições para que com um esforço se baixe dessa fasquia dos 20 por cento”. João Nicolau dá a entender que a empresa não abriu o jogo para o que resta dos 11 anos da concessão, nem de que forma estaria disposta a negociar com a Câmara para que não haja lugar a novos pedidos de reequilíbrio financeiro daqui a três anos, quando conseguir diluir os quase dois milhões de euros cobrados a mais entre 2016 e 2020, muito menos se adiantou acerca da possível diminuição da Taxa de Rentabilidade Interna, grosso modo a margem de lucro. “Não aumentar as tarifas ou até baixar é uma exigência”, dá conta João Nicolau apesar de não ter encontrado eco deste tema junto da empresa, sendo que aponta como possível caminho neste desiderato “um maior acompanhamento ou fiscalização da atividade da concessionária”, e com isso “talvez conseguirmos reduzir custos com a renovação da rede”.

Questionado se esta declaração estaria relacionada com o facto de Pedro Folgado, presidente da Câmara enquanto candidato autárquico, ter revelado numa entrevista à Rádio Valor Local, que já não se reunia com a empresa há cerca de um ano, rejeita que assim seja. “Não digo que a fiscalização não tenha sido feita, porque conheço os relatórios de acompanhamento do contrato, mas é uma questão de investirmos mais nesse aspeto, como verificámos, agora, com a devolução dos quase dois milhões de euros”. Arredada fica a possibilidade de uma reversão da concessão antes do final do contrato, o que poderia custar aos cofres do município “um valor de indeminização entre os 20 e os 50 milhões” de acordo com o mesmo estudo de Poças Martins. Ou seja praticamente o orçamento anual do município. “Temos casos de municípios que optaram por o fazer, mas tiveram de incluir os gastos na indemnização no valor da tarifa o que não fez diminuir por aí além os gastos de cada munícipe”.

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