Jornal Regional • Periodicidade Mensal • Director: Miguel António Rodrigues • Edição nº 63 • 19 Julho 2018 • Preço 1 cêntimo
Valor Local longo OOlongo caminho caminho daSaúde Saúde da Oralna na Oral região região Destaque na 12 , 13, 14, 15 e 16
CUAB na mira da justiça após queixa de ilegalidades de antigo dirigente Desporto na 9
Castro de Vila Nova de São Pedro: “Há trabalho para mais uma geração”
Cultura na 19
Sociedade na 5
Parque Moinhos da Póvoa de Santa Iria agrada à população
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Mata do Escaroupim com percurso pedestre Mata Nacional do Escaroupim vai passar a ter um percurso pedestre de natureza, com partida e chegada ao Largo dos Avieiros (aldeia do Escaroupim), Trata-se de um projeto integrado no programa “Walking Ribatejo”, lançado pela Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo (ERTAR) em conjunto com o município de Salvaterra, num percurso de 8,5 quilómetros de extensão, “Foi a oportunidade que aguardávamos para colocar em prática a intenção municipal de valorização do património que constitui a Mata do Escaroupim, sob diversas perspetivas, que vão da diversidade de espécies, importância histórica, dimensão, legado, entre outros”, explica o presidente da Câmara Municipal de Salvaterra de Magos, Hélder Esménio. O percurso está pensado para poder ser executado por uma faixa etária abrangente, no intuito de incentivar à prática desportiva e à descoberta deste recurso natural Com um grau de dificuldade em
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consonância com este objetivo de valorização, o percurso completo tem uma duração estimada de aproximadamente 3 horas para ser integralmente cumprido, podendo ser realizado durante todo o ano“O projeto já foi aprovado, pelo que terão início, muito em breve, os trabalhos de implementação no terreno deste traçado meticulosamente definido no interior da Mata Nacional pelos técnicos do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas, que permitirá a visita aos vários talhões da mata e o contato com a grande diversidade de espécies”, adiantou o presidente da Câmara Municipal. Inicialmente denominado de Pinhal do Escaroupim, foi até 7 de abril de 1836 administrado pela Montaria-Mor do Reino. Desde então, e até ao presente, é propriedade do Estado O visitante ficará também a saber que, embora originalmente constituída por povoamentos de pinheirobravo e pinheiro-manso, a partir de 1907 foram reconvertidos para povoamentos de eucalipto, tornando-se durante a II Guerra
Nova forma de disfrutar esta paisagem será possibilidade em breve Mundial num importante fornecedor de combustível para as locomotivas que passavam na
Ponte Rainha Dona Amélia, entre muitos outros aspetos de interesse histórico e contemporâ-
neo da mata, seja por exemplo na madeira fornecida para as naus dos Descobrimentos ou na
folhagem que diariamente alimenta os coalas do Jardim Zoológico de Lisboa.
Azambuja: Estacionamento junto à CP também será taxado estacionamento pago em Azambuja vai mesmo ser uma realidade. Em declarações ao nosso jornal, o presidente da Câmara Municipal, Luís de Sousa, garante que os parquímetros em breve serão colocados ao longo da Rua Engenheiro Moniz da Maia e Rua Vítor Cordon, sendo que deverá existir um primeiro período grátis de 15 minutos. Os preços a praticar serão “semelhantes aos que são levados a cabo noutros municípios vizinhos”, refere. Ao contrário das expetativas de muitos o estacionamento a criar junto à CP será também a pagar. O presidente da Câmara acrescenta que as alternativas vão para o Campo da Feira. Confrontado com a possibilidade de poder ser alvo de contestação, o autarca refere que “este local da vila não é assim tão longe da estação”. Luís de Sousa apenas ga-
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rante a prática de preços económicos, “simbólicos mesmo” para quem optar pelo estacionamento da estação, normalmente “utentes dos comboios oriundos de outras zonas do concelho e de concelhos vizinhos”. Estará a ser pensado um cartão para residentes naquela zona da vila em que o estacionamento no novo parque a surgir junto à CP será gratuito. Recorde-se que numa das últimas reuniões de Câmara, Silvino Lúcio, vereador com o pelouro da sinalização e trânsito, referiu que este é um problema “que se anda a empurrar com a barriga há muito tempo”, aludindo ao facto de o estacionamento dentro da vila ser usado por pessoas que apanham o comboio para os locais de trabalho, ocupando esses lugares durante todo o dia. A Câmara prepara-se ainda para criar um parque de estacionamento para pesados nas imedia-
ções das bombas de gasolina do Intermarché com capacidade para mais de 100 veículos daquele tipo, o que no seu entender vai
permitir resolver o problema de muitos camionistas colocarem os seus veículos arbitrariamente ao longo da vila. A autarquia pensou
primeiramente em fazer este parque na zona onde antes funcionou o mercado mensal, mas em virtude de um abaixo-assinado de
moradores, abandonou-se a ideia, “devido ao ruído e à poluição que esses veículos podiam causar”.
Estacionamento junto à estação será a pagar
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Azambuja
Redes da CP vandalizadas no acesso à linha do Norte s autoridades estão preocupadas com a ausência da rede que deveria impedir o acesso à linha do norte em Azambuja. São mais de trezentos metros de rede em falta, apenas no percurso junto às hortas na estrada de acesso ao esteiro. No entanto e para além destas, o Valor Local sabe que algumas das redes dos parques de estacionamento junto à linha, também estão em falta. A CP rejeita responsabilidades e atira as culpas para a empresa Infraestruturas de Portugal, que até ao fecho da nossa edição não respondeu às questões do Valor Local. Com efeito a ideia com que se fica quando chegados ao local, é de que foi cometido um ato de vandalismo fortuito, já que os postes que agregam as redes ainda estão no local. Conforme se pode ver na foto, apenas desapareceu a rede. Aliás mesmo ali ao lado, parte da rede serve de vedação a uma pequena horta. Facto esse que poderá estar replicado noutros locais, mas que não conseguimos apurar. A preocupação não incide ape-
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nas na falta da rede, mas no facto de a linha do norte estar, desta forma, ainda mais acessível a pessoas e sobretudo a animais. A zona onde faltam estas redes é local de passagem de muitos animais, entre cães, gatos, e até al-
gum gado. É possível verificar ainda a presença de muito mato rasteiro, propício à propagação de incêndios. Aliás no dia em que fizemos esta reportagem, os bombeiros de Azambuja tinham respondido a um fogo junto à li-
nha, a norte da estação da CP e junto aos parques de estacionamento. Ricardo Correia, comandante dos bombeiros de Azambuja, vinca que soube da situação pelo Valor Local. O operacional salienta que
a manutenção do local é da obrigação do Estado “que tem a responsabilidade de manter a linha segura”, e que acredita que a falta de rede possa provocar alguns constrangimentos à circulação de comboios, nomeadamente, no
Rede destruída junto ao caminho de ferro
que toca à travessia de animais na linha. Para Ricardo Correia, “o maior perigo é mesmo para os animais, porque as pessoas, mesmo com rede podem saltar”. O comandante destaca que são rígidos os protocolos de segurança da CP. “Por isso acho que depois dos diversos ofícios que vão ser feitos à CP, esta situação será corrigida”. Luís de Sousa, presidente da Câmara Municipal de Azambuja, também refere ter ficado a saber da situação através do Valor Local. O autarca destaca a sua preocupação face ao estado em que se encontra a rede e solicitou mesmo as fotos da nossa reportagem para enviar um ofício à IP (Infraestruturas de Portugal). Luis de Sousa lamenta o estado a que chegou este local, mas refere que nas últimas reuniões com a IP, os assuntos abordados têm andado à volta da reparação da Nacional 3. Contudo o autarca anuncia que está em estudo um passadiço seguro entre os parques de estacionamento a sul e norte do edifício da estação da CP.
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População de Benavente à beira de um ataque de nervos devido ao excesso de pombos município já utilizou diversas medidas para controle da população de pombos no concelho mas infrutiferamente. Esta é uma espécie que traz consequências para a saúde, podendo configurar um foco de insalubridade pública. O presidente da Câmara, em reunião do executivo, referiu que, entre outras medidas, recorreu-se à colocação de gaiolas em locais estratégicos, mas sem sucesso. Apenas se conseguiram capturar cerca de 40 aves. A autarquia tentou ainda colocar junto à Ribassor, em Benavente, onde há uma colónia de grande dimensão, duas ou três sacas de milho nas imediações da Escola EB 2,3 tendo em vista a captura, “no entanto, nem um único pombo lá foi buscar um bago de milho, porque estando o concelho rodeado por
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Proliferação da espécie é dificuldade comum a muitos municípios
campos agrícolas que têm muita oferta de alimentação, os pombos deslocam-se para aqueles mesmos campos, regressando para
pernoitar.” Tentaram-se ainda os métodos contracetivos e, nesse âmbito, foram efetuadas várias reuniões
com responsáveis de entidades que representam esses produtos, tendo sido transmitido à Câmara Municipal que, face às caracterís-
ticas do território, não é possível exercer essa medida com sucesso, dado que para tal seria necessário que os pombos se pudessem habituar a determinados locais onde se alimentassem e lhes fossem ministrados os produtos contracetivos, para controlar o aumento das colónias, o que não é o caso Nas redes sociais gerou-se uma enorme onda de desabafos em torno da notícia avançada pelo Valor Local no seu site. Ana Avó, munícipe, referia: “Enquanto houver pessoas a alimentá-los vai ser assim. Venham à Rua do Arco que encontram esses criadores de pombos, mesmo que outros alertem não serve de nada”. Tiago Limão, também morador no concelho, dava a sua perspetiva: “Insuportável o estado em que ficava o carro e as janelas quando
vivia mesmo ao lado do centro de saúde, não sei se a situação melhorou ou piorou”. Eva Gama, munícipe, dava também a sua perspetiva: “Na Ribassor há um pombal no lote 18 numa varanda de portas abertas, onde andam a fazer obras, mas quanto à situação dos pombos nada fazem, é uma vergonha. O senhor presidente da Câmara até sabe pois falei com ele”. Silvestre Pedrosa sentenciava – “Parece que afinal há pombos com fartura, e eu a pensar que só havia no prédio do Pingo Doce. Uma sugestão a todos estes meus conterrâneos que se queixam aqui onde ninguém pode ajudar. Às primeiras e terceiras segundas-feiras do mês, acontece que a reunião camarária é pública. Vão lá em força e obriguem a autarquia a comprometer-se com uma solução”.
Gastos da Feira de Maio questionados s despesas da Câmara de Azambuja na edição deste ano da Feira de Maio foram alvo de vários desabafos por parte do vereador da CDU no município, David Mendes. No total a Câmara investiu 500 mil euros no certame, mais 250 mil do que no ano passado. “Se gastamos o dobro depois vai faltar para outras coisas”, salientou o vereador, que acrescentou ainda o seguinte desabafo – “Para a Feira de Maio haverá sempre dinheiro mas para outras coisas não há”. Neste aspeto, o vereador Silvino Lúcio referiu que em 2010 já a
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autarquia gastara 500 mil euros no certame que na sua opinião é montra de todo o concelho e não apenas da vila de Azambuja. O vereador com o pelouro da Cultura, António José Matos, deu conta que parte do investimento foi aplicado nos pavilhões da feira, sendo que na designada praça das freguesias, onde normalmente funcionam as tasquinhas das coletividades, este ano, conseguiu-se albergar cerca de mais 100 pessoas do que nos anos anteriores. “Estiveram lá a trabalhar nove coletividades que conseguiram cerca de 70 mil euros
de lucros”. Para além de que e pela primeira vez e por ação exclusivamente da Câmara conseguiu-se albergar empresas que nunca antes tinham estado presentes com um stand na feira. Empresas, houve, ligadas ao turismo no concelho que se deram a conhecer e que alcançaram uma projeção também “bastante apreciável” assim como “alguns produtores de vinho”. “Não basta dizer que se gastou muito dinheiro nisto ou naquilo porque há público para os concertos, para os touros, e para as atividades económicas”.
Gastos questionados pela oposição comunista
Estação da CP de Alhandra fechada durante o mês de Agosto encerramento parcial das bilheteiras e do edifício da estação de Alhandra está a preocupar autarcas e população. Segundo apurámos, a empresa pondera fechar apenas durante seis dias por semana, no mês de agosto, tendo em conta o período de férias, garantindo a abertura do edifício e das respetivas bilheteiras às sextas-feiras. Numa primeira nota enviada à comunicação social, os comunistas de Vila Franca de Xira, referiram que os factos apontavam para o encerramento total da estação. A Câmara Municipal, liderada por Alberto Mesquita (PS), mostrou-se preocupada com a situação que teve início a 12 de julho passado. Mas de acordo com uma nota do
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Durante agosto, edifício da estação abre apenas às sextas
município vilafranquense, a autarquia confrontou o conselho de administração da CP e também da Infraestruturas de Portugal. Nessa missiva a autarquia vincou a necessidade de esclarecimentos urgentes, pois nem a Câmara, nem a União de Freguesias, foram informadas destas medidas. A direção de exploração da CP fez saber através de uma informação à Câmara que o encerramento da bilheteira da estação de Alhandra seria apenas provisório, “sendo reaberta a partir do final do próximo mês de agosto”. Nos contactos estabelecidos, a autarquia vincou junto da CP que a presente situação “prejudica severamente um serviço público que é essencial para a promoção da
mobilidade no concelho de Vila Franca de Xira, privando os utentes da possibilidade de acederem a um serviço presencial” e solicitou que a normalidade deste serviço público seja reposta com a maior celeridade, segundo uma nota a que o Valor Local teve acesso. Quanto à aquisição de bilhetes, enquanto a bilheteira estiver encerrada, “os clientes podem adquirir o seu bilhete através das máquinas de venda automática e em trânsito, junto do revisor do comboio. Outra das soluções, são as máquinas de venda automática, que dispõem de um “help point” direcionado a um centro de apoio que disponibiliza a informação.
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Póvoa de Santa Iria
Parque Moinhos da Póvoa agrada à população
Povoenses e não só quiseram ficar a conhecer o percurso logo no dia da inauguração
município de Vila Franca de Xira deu mais um passo na ligação da sua frente ribeirinha com a inauguração do Parque Moinhos da Póvoa em Póvoa de Santa Iria. A obra faz parte de um conjunto de intervenções que a autarquia quer levar a cabo, com o objetivo de unir o concelho através dos 22 quilómetros de frente ribeirinha junto ao Rio Tejo. Ao todo, nesta obra, foram gastos cerca de 2, 3 milhões de euros, que segundo Alberto Mesquita, presidente da Câmara Municipal ao Valor Local, vem contribuir para o aproveitamento e devolução à população daquela zona da cidade da Póvoa. O autarca destacou a importância da obra, realçando que a mesma era uma promessa antiga sua, e que a sua conclusão o deixava entusiasmado, apesar de existirem ainda algumas arestas a limar em todo o processo, nomeadamente, no que toca às ligações de esgotos ilegais, que os Serviços Municipa-
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lizados de Águas e Saneamento (SMAS) de Vila Franca de Xira tentam agora resolver, não só através da deteção dos infratores, como no encaminhamento dos mesmos para a ETAR (ver caixa). Para o autarca, este novo espaço é uma mais-valia “pois é um prolongamento do passeio ribeirinho, do qual a população pode disfrutar”. O autarca refere as caraterísticas diferentes deste passeio ribeirinho, “ que com a criação de pequenos lagos permite a possibilidade de se desenvolverem atividades náuticas proporcionando a muitos jovens a iniciação na prática da canoagem e da vela”. O edil destaca que a obra em causa foi levada a cabo por um conjunto de pessoas, funcionárias do município, que conseguiram ultrapassar as barreiras e os constrangimentos, quer legais, quer físicos. “É por isso um momento muito importante para a população da Póvoa de Santa Iria e para o concelho de Vila
Franca de Xira”. Entre os obstáculos estiveram questões ligadas ao ambiente “que acolhemos”, porque este passeio ribeirinho “deve estar equilibrado em termos ambientais ” explica Alberto Mesquita, que salienta a preservação do sapal. O autarca recorda que o espaço que agora acolhe o Parque Moinhos da Póvoa era até há pouco tempo, um local desordenado, com lixo, e pouco amigo do ambiente, com edifícios devolutos e a precisarem de uma intervenção. Para a população, o novo local foi uma mais-valia. A avaliar pelas opiniões dos populares, mas também a avaliar pelas largas centenas de pessoas que participaram na inauguração e fizeram uma caminhada ao longo do novo passeio que termina já perto do concelho de Loures com o qual, segundo Alberto Mesquita, o município de Vila Franca de Xira tem vindo a conversar, para alargar o passeio ri-
beirinho até ao Parque das Nações. O autarca salienta que ainda há troços por fazer, desde logo o espaço entre Alhandra, Alverca e Sobralinho, e mais a norte, a ligação de Vila Franca ao Carregado, aí já com o município de Alenquer. A população essa agradeceu o esforço da autarquia, e no que toca ao espaço, ouvimos por parte da moradora Sílvia Pires, da Póvoa de Santa Iria, que estava “muito agradável”. O novo espaço vai dar alento às caminhadas que já fazia. A utente deste novo espaço diz que tem vindo a usar as máquinas ali colocadas e que este complemento é bem-vindo. Para si o espaço “tem várias modalidades para se poder agradar a todos”. Opinião semelhante tem Irene Pereira que diz que “foi uma boa aposta esta de se recuperar o rio para as pessoas”. A utente, também residente na Póvoa de Santa Iria, destaca por seu lado que embora o rio muitas vezes
não cheire muito bem, porque está poluído não vai deixar de usufruir o espaço, embora reco-
mende a melhoria do curso de água para que um dia se consiga aliar o bom ao ótimo.
Esgotos ilegais no Tejo lberto Mesquita, presidente da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, diz estar preocupado com o facto de se terem encontrado ligações ilegais de esgotos diretamente para o Rio Tejo. O autarca salienta que os SMAS estão atentos ao problema, e que os mesmo têm para já uma origem desconhecida, vincando a antiguidade desses esgotos Alberto Mesquita afasta a possibilidade de as ligações ilegais serem das indústrias que estão junto ao passeio ribeirinho, nomeadamente da Solvay, que contribuíu também para a construção do mesmo, com a cedência de terrenos. Para Alberto Mesquita, o próximo passo vai ser mesmo o de identificar os infratores, ao mesmo tempo que se vai tentar desviar os esgotos para a ETAR que fica muito próxima daquela zona. “Vamos filmar em todas as zonas em que isso seja possível para identificarmos a proveniência dessas descargas”. O autarca lamenta que este tipo de situações ainda aconteça, mas refere que o papel da autarquia será agora o de resolver a situação. Aliás, Alberto Mesquita vinca mesmo que a entrada em funcionamento da ETAR de Vila Franca de Xira, veio contribuir para a diminuição da poluição no Tejo. O autarca que refere e aponta o rio como “uma autoestrada” para o desenvolvimento, salienta igualmente que o mesmo poderá servir as indústrias do concelho através do transporte de matéria prima, no entanto, vinca que para isso, deve existir primeiro um desassoreamento do mesmo.
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A via sacra dos municípios com a Infraestruturas de Portugal diamentos constantes, falta de verbas, respostas que teimam em tardar, de tudo um pouco se caracteriza a relação entre várias Câmaras da região e a Infraestruturas de Portugal (IP) quanto à necessidade de obras nas vias nacionais que atravessam os concelhos, ou mesmo o simples corte de vegetação junto às bermas dessas estradas. No concelho de Azambuja, a sinistralidade na Nacional 3 tem estado na ordem do dia há vários meses, e em reuniões recentes a Câmara e uma plataforma cívica que nasceu em 2016, conseguiram chegar a uma base de acordo para algumas obras a desenvolver no troço entre Azambuja e Vila Nova da Rainha, e daqui até ao Carregado no concelho vizinho de Alenquer. Segundo Luís de Sousa, presidente da Câmara, à nossa reportagem, foi dado um passo em frente quanto à construção de três rotundas, junto à Siva, junto à Auchan, e na interseção, em Vila Nova da Rainha, com a estrada que vai dar à central termoelétrica. O Estado comprometeu-se a dada altura com o pagamento de apenas 33 por cento, mas Luís de Sousa já rejeitou essa hipótese e num ofício colocou em cima da mesa os 50 por cento. Cada rotunda terá um custo de 150 mil euros, verba que a Câmara vai tentar ainda, no que à sua parte diz respeito, obter um compromisso de comparticipação por parte das em-
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presas de logística. Já foi transmitida essa preocupação pelo autarca. Já quanto a custos com iluminação, passeios, e expropriações a Câmara também recusa tomar a dianteira dos pagamentos, comprometendo-se apenas com o arranque do estudo para o projeto. A IP ainda tentou a calendarização do arranque destes compromissos para 2020, “mas disse logo que tinha de ser já, caso contrário chegávamos a 2020, como aconteceu no passado, e diziam que não tinham verba”. A Câmara refere que tem também tentado convencer a IP a assumir as suas responsabilidades na 366 nomeadamente quanto ao corte de vegetação nas bermas que tarda em acontecer ou a criação de passadeiras em alguns locais bem como a iluminação na rotunda de Aveiras que estará agendada “para breve”. Em conclusão diz que “é com facilidade que adiam as questões e não podemos baixar os braços nas nossas lutas”. No caso do concelho de Benavente, a IP chegou a argumentar no final do ano passado que já não dispunha de verbas para as obras necessárias na Nacional 118 e a sua requalificação, e por isso pouco ou nada saiu do papel. O gabinete que ficou de fazer o projeto entrou em insolvência e “tudo isto naturalmente que nos indigna”, desabafa o presidente da Câmara, Carlos Coutinho. “Há uma grande indefini-
Nacional 118 uma das vias a necessitar de intervenção (imagem Google Maps)
ção”. O pavimento desta via encontra-se bastante degradado. Por dia cerca de 20 mil viaturas atravessam Samora Correia e muitas são veículos pesados. O projeto das rotundas em Benavente, sede de concelho também atravessada pela estrada nacional, mergulhou igualmente num impasse assim como o protocolo assinado em 2013 que previa o desvio de pesados do interior de Samora Correia. Embora classifique o diálogo com a IP a nível distrital como cordial, não esconde que são muitas as dificuldades – “Sentimo-nos defraudados porque assinámos protocolos, nomeadamente, referentes ao pagamento de verbas anuais para obras nessas estradas e até hoje nunca fomos ressarcidos. Trata-se de uma atitude inaceitável, em relação à qual já colocámos uma ação em tribunal, e quando estamos a fa-
lar em centenas de milhares de euros”. Mais cauteloso, Pedro Ribeiro, presidente da Camara do Cartaxo, também elenca uma série de obras que estão à espera de melhores dias, a começar pela Ponte Dona Amélia cuja gestão do tabuleiro é partilhada com a Câmara de Salvaterra que neste aspeto também aguarda por um projeto sobre toda a infraestrutura. O autarca do Cartaxo diz que, neste momento, e no que é sua responsabilidade encetou contactos com todas as entidades com o intuito de se limitar o atravessamento da ponte por veículos aos quais o trânsito se encontra proibido como certas alfaias agrícolas e não só. A IP dá dois anos para que se chegue a bom porto quanto às obras, um hiato de tempo sobre o qual Pedro Ribeiro prefere não tecer grandes considerações, e
reforça mais uma vez e neste campo, que os dois municípios fizeram tudo o que estava ao seu alcance. Durante os meses de mau tempo “tomámos todas as medidas possíveis e de forma preventiva perante a falta de informação da IP, restringindo as velocidades e a tonelagem”. Pelos dois municípios já foi elaborado um plano com vista às obras mas a IP ainda nada apresentou de concreto. À partida o caderno de encargos deverá ser conjunto bem como o lançamento da obra mas para isso é necessário que o instituto apresente a sua parte. O Cartaxo reivindica ainda a construção de uma rotunda no cruzamento da freguesia da Lapa com Pontével na 366-2, obras no viaduto de Santana, necessidade de melhoria das condições da Nacional 3, e na variante à 3652.
No concelho de Salvaterra de Magos, a Câmara informa no que respeita à necessidade de obras na Nacional 367, que “aquilo que está neste momento acordado com a IP é procederem à repavimentação na parte restante do troço dessa via intervencionado pelo município (cerca de 1000 metros no total da intervenção entre a Nacional 118 e a Estrada Militar, em Marinhais), onde construímos passeios, estacionamentos e pluviais, uma vez que ficou estabelecido que repavimentaríamos 50 por cento, e eles os restantes 50 por cento desse troço.” Já no que respeita à Nacional 118 nomeadamente o piso fissurado em alguns locais; sinalização vertical degradada; falta de sinalização na Zona Industrial de Vale de Lobos (Muge); inexistência de drenagem pluvial na descida do Ramalhais ao Paúl de Magos e junto ao entroncamento com a Nacional 367, em Marinhais e na zona de ligação ao concelho de Almeirim; bem como a necessidade de construção de uma rotunda no cruzamento com a Nacional 367; a criação de caixas de viragem no cruzamento com a Rua do Furo e com a Rua do Cartaxeiro, em Marinhais, e caixa de viragem no entroncamento com a Zona Industrial de Vale de Lobos (Muge) não há novidades quanto ao arranque das desejadas e reclamadas intervenções O Valor Local tem ao longo dos meses e em diversas ocasiões contactado a IP sobre este tipo de queixas mas até à data nunca recebeu as respostas.
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Centro Escolar de Pontével deverá estar pronto no início de 2019 novo centro escolar de Pontével cuja obra se encontra em andamento deverá abrir as suas portas a alunos, professores e restante comunidade educativa no primeiro trimestre de 2019. O equipamento é composto por jardimde-infância e escola básica, com um custo de 1 milhão 125 mil euros comparticipado em 85 por cento por fundos comunitários. Pedro Ribeiro, presidente do município do Cartaxo, refere que a nova escola está preparada para receber cerca de 275 crianças, havendo a possibilidade de no futuro, e no caso da população escolar vir a escassear, receber alunos de outras escolas do Agrupamento D. Sancho I. Para a atual escola do primeiro ciclo será transferido o centro de dia de Pontével que necessita de melhores instalações. O novo centro escolar disporá de oito salas de primeiro ciclo e três salas de jardim-de-infância. Os alunos vão partilhar um refeitório comum, pensado para dar resposta às necessidades das diferentes idades com uma zona de self-service para as crianças com mais idade poderem iniciar a sua autonomia durante as refeições, mas terá também novos equipamentos, como um banho-maria portátil para as refeições servidas nas mesas aos mais pequenos. As novas salas serão servidas por um mini polidesportivo e por duas salas polivalentes, que permitem diferentes configurações conforme as necessidades das atividades escolares, permitindo novas possibilidades de ensino/aprendizagem. Pedro Ribeiro saúda a boa articulação entre o empreiteiro, Cons-
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Obra tem um custo de 1 milhão e 125 mil euros
truaza, a Câmara e os serviços municipais. O autarca sublinha que os atrasos não são significativos pese embora a autarquia tenha manifestado na altura da adjudicação, em janeiro de 2017, que esperava ter a obra pronta no prazo de um ano, o que não veio a acontecer. Guilherme Monteiro, engenheiro civil da Construaza, refere que a obra tem apresentado alguns desafios nomeadamente quanto ao tipo de solo “muito rochoso” o que implicou o recurso a uma retroes-
cavadora com martelo hidráulico. Por outro lado, está a ser usada nesta obra laje pré-fabricada, o que significa também uma inovação para a empresa. O projeto foi definido, com grande enfoque nas questões de sustentabilidade energética, que permitirão aos edifícios manterem temperaturas de 22 graus ao longo de todo o ano, quer através da instalação de sistemas de climatização de muito baixo consumo, quer pelo uso de pavimento radiante. Para além do cuidado com o iso-
lamento térmico, serão ainda usadas soluções de construção que vão permitir o aproveitamento solar dos envidraçados no inverno, ou o seu ensombramento, no verão, de forma a se proceder uma poupança de energia. Para Guilherme Monteiro, tem “um significado especial a Construaza participar numa obra destinada às crianças, como já antes foi importante fazermos obras a pensar na população mais idosa”. “Tentamos sempre marcar presença nas obras de cariz social”.
A Câmara pretende intervir ainda a nível da escola básica 2,3 de Pontével, com a primeira fase da sua requalificação, que deverá estar pronta dentro de dois a três anos bem como na Escola Secundária do Cartaxo que implicará “uma profunda recuperação”. Abatimento de piso, falta de pinturas, e degradação na sua generalidade são as principais queixas quanto a este estabelecimento de ensino, cuja construção remonta aos inícios da década de 80. A obra deverá ter um custo de um milhão e
meio de euros com financiamento de 85 por cento dos fundos comunitários. A comparticipação nacional será de 15 por cento, e a Câmara assumirá metade desse valor. “Deveria ser totalmente financiada, a obra, pelo ministério da Educação mas para acelerar o processo assumimos esse compromisso”. As obras deverão arrancar no final do ano. O município está a trabalhar com o ministério da Educação no projeto, que já teve luz verde dos fundos comunitários
Depois de pressão de anos da CDU
Jardim de Infância de Aveiras de Cima aquém das expetativas quanto ao número de alunos o último mandato foi pedra de toque da oposição CDU na Câmara Municipal de Azambuja a necessidade da obra do pré-escolar público em Aveiras de Cima. No ano passado foi inaugurada uma sala, e este ano entrará em funcionamento mais uma sala em conjunto com a ampliação do refeitório. Contudo, a sala com capacidade para 25 crianças ficou aquém das expetativas, tendo recebido apenas a inscrição de 17 alunos. Este ano e já com duas salas a funcionar, o equipamento que teve um custo de um milhão de euros também ficará aquém, pois as inscrições não são em número suficiente para preencher a totalidade das vagas.
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Ao longo dos anos sucediam-se as notícias que davam conta desta necessidade urgente em que as mensalidades no centro paroquial local, a única alternativa até à data, rondavam os 100 euros. A oposição argumentava que muitas famílias viam-se na necessidade de colocarem os seus filhos em creches no concelho do Cartaxo. Ouvido pelo Valor Local, Luís de Sousa, presidente da Câmara, não deixa de refletir que “a adesão ficou abaixo do esperado”. “Ainda pensámos que no ano passado e como era o primeiro ano, muitos pais não soubessem da existência do equipamento ou já tivessem os seus filhos noutros locais, mas constato que este ano ainda temos va-
gas.” O autarca até compara este caso ao que aconteceu há alguns anos atrás nos mandatos de Joaquim Ramos quando uma onda de indignação varreu o alto do concelho, e em que se reclamava um equipamento do mesmo género em Manique do Intendente. “Fez-se a obra e hoje está fechado”. A Câmara de Azambuja tem a intenção de abrir no local, nos próximos meses, um berçário e creche “porque as instalações estão a degradar-se”. “Temos lá uma cozinha ótima que está fechada, temos andado a estudar o exemplo de Coruche que tem duas creches municipais no sentido de podermos fazer algo parecido em Manique”.
Pré-escolar público não suscitou a procura que se pensava
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“Terapias do Agora” traz a Azambuja a ciência do Biomagnetismo Biomagnetismo nasceu em 1989, e progressivamente tem vindo a conquistar cada vez mais adeptos em Portugal. Azambuja, não é exceção, e acolheu este tipo de terapia como sendo um método fiável de diagnóstico e tratamento das mais variadas situações relacionadas com a saúde. Descoberta pelo médico mexicano Isac Goiz Durán, esta “é uma terapia complementar”, conforme explica ao “Negócios com Valor” a terapeuta Sílvia Tavares da Silva da “Terapias do Agora”. À nossa reportagem, a terapeuta explica que o Biomagnetismo baseia-se na colocação de pares de ímanes no corpo da pessoa, conforme a patologia que se queira tratar. “Sendo que o diagnóstico é feito através da pulsação na mesma consulta” que pode durar até 90 minutos. Sílvia Tavares da Silva enfatiza, entretanto, que este método tem vindo a obter excelentes resultados. A terapeuta refere que o diagnóstico é feito através da pulsação, mas segundo o predecessor desta terapia, também pode ser realizado através das pernas, embora este método não seja muito utilizado por cá.
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De uma forma mais pormenorizada, Sílvia Tavares da Silva explica que “basicamente, o diagnostico é feito através da pulsação da pessoa e listagens com todas as patologias detetando assim a origem do problema que é preciso tratar”. A terapeuta salienta que antes de qualquer consulta, “temos uma conversa prévia com o paciente pois é importante que a pessoa se liberte, porque muitas das patologias que são manifestadas no corpo físico, são reflexo de algumas emoções mal resolvidas, ao nível emocional”, salientando que hoje em dia os sintomas de ansiedade são um mal generalizado. Sílvia Tavares da Silva destaca que este método tem como objetivo neutralizar o pH, já que o pH alterado (ácido ou alcalino) vai permitir o desenvolvimento de vírus onde o pH é mais ácido e de bactérias onde ele é mais alcalino. Os vírus e bactérias vão comunicar entre si através da denominada bio- ressonância magnética e potenciar o desenvolvimento de um vasto conjunto de doenças e patologias degenerativas. Deste modo, bastará alterar a polaridade de ambos os tecidos afetados para eliminar a doença. Porém todo o espaço envolvente
destas consultas também faz a diferença. Logo à entrada, as instalações proporcionam um ambiente de muita tranquilidade. São visíveis, por isso, uma série de frases positivas que “apelam à consciência do indivíduo, porque depois da sessão terminar e a pessoa se encontrar equilibrada, não precisa de
ir à farmácia comprar medicamentos”, refere, e adianta: “Se tivermos o cuidado de nos consciencializarmos do que é necessário adaptarmos na nossa vida, é meio caminho andado para a cura”. Para além de que também “é muito importante o pensamento positivo”. Refere, Sílvia Tavares da Silva,
que o número de sessões necessárias dependerá de cada paciente e de cada patologia, sendo que, em regra, entre duas a seis sessões bastam para dar “uma nova vida” aos pacientes. A terapeuta refere que este método não tem efeitos secundários e que se trata de uma técnica não invasiva nem
dolorosa, compatível com outros tratamentos médicos convencionais ou complementares. Está contraindicada apenas a pessoas com pacemaker e a pessoas que tenham feito quimioterapia nos últimos 5 anos, pois os ímanes podem potenciar o efeito da quimioterapia.
Uma nova proposta para a saúde apresentada por Sílvia Tavares da Silva
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Julho 2018
Desporto 9
CUAB na mira da justiça após queixa de ilegalidades de antigo dirigente Sílvia Agostinho m antigo dirigente e treinador de atletismo do Clube União Artística Benaventense (CUAB) apresentou queixa no Ministério Público em que denuncia o que considera serem diversas ilegalidades que decorreram durante anos na coletividade, nomeadamente, uso indevido do cartão visa do clube por parte de um dos diretores, contratos de trabalho fraudulentos, recebimentos de dinheiros por parte de treinadores através do modo “por fora” sem que as verbas tivessem sido declaradas para efeitos fiscais ou de segurança social, colocação de familiares em cargos técnicos à revelia do que dizem os estatutos, bem como apropriação indevida de verbas para contas pessoais. O CUAB e os seus dirigentes são ainda acusados nesta exposição conduzida por Joaquim Ruivo de não prestarem contas ou quando as prestam são apresentadas de forma pouco concreta, sendo que o atual presidente João Vermelho e a sua direção são acusados de se terem “autoelegido numa assembleia geral secreta onde não houve convocatória aos sócios”. Ouvido pelo Valor Local, João Vermelho, presidente da coletividade, diz que “já não é novidade
Foto Facebook Joaquim Ruivo
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Joaquim Ruivo refere que tem em seu poder documentação que comprova o que diz tismo na Barrosa e Santo Estevão e dessa formação não apareceu ninguém. Mesmo assim ninguém o mandou embora. Foi porque quis, porque disse que não tinha tempo”. João Vermelho sentencia
mentos por fora, verbas não declaradas aos organismos do Estado, e não emissão de recibos ao clube, conforme sustenta o documento a que tivemos acesso, porque havia quem estivesse no
“A Câmara deu um apoio de 12 mil euros em dois anos à secção do qual a mesma não viu nem um cêntimo” esta lengalenga do senhor em questão”, e atira – “Se ele tem provas do que refere, que as apresente”. Sendo que o clube já prestou declarações junto da GNR. Questionado acerca de uma das acusações que se refere ao uso de um cartão bancário de forma pouco clara pela direção “em que houve levantamentos e pagamentos vários para uso pessoal”, e em que Joaquim Ruivo declara ter extratos que comprovam isso, João Vermelho salienta – “O clube não tem cartões visa como ele diz”. O dirigente refere que Ruivo “também se servia do cartão débito do clube”, facto que é contestado pelo antigo dirigente e treinador que à nossa reportagem refere ter provas de tudo o que expôs ao Ministério Público, “e daquilo que não tiver basta o Tribunal pedir provas junto das várias instâncias”, como bancos, Segurança Social, finanças e afins. João Vermelho diz, por seu turno, que Ruivo “recebia 300 euros por mês para fazer formação de atle-
– “Possivelmente e depois disto tudo também temos que fazer a esse senhor o que ele nos fez a nós, porque temos, igualmente, muita coisa para contar. Isto também tem muito de aproveitamento político, mas eu com a política nunca quis nada”. Joaquim Ruivo diz que a verba de 300 euros tinha como destino cobrir despesas ao serviço do clube. “Ia para todo o lado com o meu carro, e fui eu que abdiquei da avença ao fim de nove meses”. “Justifiquei tudo com despesas que se prendiam com deslocações, sempre a andar de um lado para o outro para provas com os atletas no país todo aos sábados e domingos, Houve meses que se calhar não chegávamos a esse valor, mas noutros o mesmo era ultrapassado”. Salienta ainda que foi graças a si que a dívida do atletismo baixou a dada altura quando a sua ajuda foi pedida. Relativamente a vínculos menos claros com técnicos e funcionários avulsos no sentido de paga-
Fundo de Desemprego, ou com penhoras pessoais – nos quais foram colaborantes nesta situação, segundo Ruivo, para além
de João Vermelho, Manuel Guterres e Ana Carla Gonçalves (também da direção)– o presidente do CUAB refere que uma das técnicas visadas na exposição, Telma Loureiro, “teve um contrato legal em que nos comprometemos a pagar a Segurança Social da parte do clube e também a da parte dela”, rejeitando por isso pagamentos por fora – “Com que direito fala ele da vida privada das pessoas?”. O desvio de verbas para contas pessoais de membros do clube “é outra mentira” que diz conseguir provar. “Nos extratos bancários que tenho em meu poder há transferências feitas para muita gente”, acrescenta Ruivo na tentativa de mostrar que também tem provas em seu poder. Para o antigo dirigente e formador, as queixas são o resultado do estado a que o CUAB chegou “completamente desacreditado e que sem ninguém faça nada”. Hoje “a secção de atletismo quase não existe, porque não podemos falar em secção quando atualmente estão lá três ou quatro atletas, e quando o CUAB foi das melhores equipas nacionais”. Para piorar o estado de coisas, foi dado como roubado um livro de tomadas de posse e um livro de atas, na sequência da dita assembleia-geral secreta em que os sócios alegadamente não terão sido convocados. O presidente do clube apresentou queixa mas refere que sabe que Ruivo terá ido ao jornal O Mirante “entregar cópias de atas do clube há cerca de um ano atrás” e avisa: “Nunca o acusei de nada”, rematando: “Sei de muita coisa mas isso não é para agora, é para mais tarde!”. “Não sei se alguém acredita numa situação dessas de o livro de atas ter sido roubado, e pas-
João Vermelho duvida das provas apresentadas
me-se só roubaram isso! Não levaram computadores nem nada desse género. Se calhar até vão dizer que fui eu, possivelmente”, atira Ruivo. Para além de que “esta direção foi eleita para dois anos, e já vamos a caminho dos
cêntimo”. A secção só resistiu “com a Feira das Sopas, a prova 15 Quilómetros de Benavente, e patrocínios”. As verbas segundo refere terão ido para outras modalidades. “Hoje em dia continuam a ser atribuídos pela Câma-
“Se ele tem provas do que refere, que as apresente” dois anos e meio e nunca mais houve eleições”. “Estão agarrados ao poder e não dão contas a ninguém, para além de que abandonaram a sede e venderam espólio sem dizerem nada aos sócios”. Para João Vermelho, a passagem de Ruivo pelo clube conta-se em poucas palavras e a atual atitude do ex-dirigente e treinador tem como base o facto de não ter gostado que outros tomassem as rédeas do atletismo “depois de ter feito muitas promessas de patrocínios para se pagar aos atletas mas estes começavam a falhar ao fim de dois ou três meses, e depois o encargo era nosso quando o investimento em atletas já estava feito”. “Não estávamos a falar de muito dinheiro por atleta, mas quando tínhamos uma equipa de 14 e não havendo patrocínios tornava-se difícil”. Foi com dificuldade que, assegura, se conseguiu liquidar os compromissos com os atletas. No campeonato dos subsídios e patrocínios, Joaquim Ruivo junta por seu turno, e em contraponto a Vermelho, que no último ano em que fez parte da direção do clube (2013-2014) a Câmara deu um apoio de 12 mil euros em dois anos à secção do qual a mesma “não viu nem um
ra subsídios para uma secção que não existe. Nesta altura rondará essa verba, os três mil euros por ano”. No capítulo da acusação referente aos estatutos supostamente proibirem a contratação de familiares da direção para cargos técnicos nomeadamente a filha de João Vermelho, professora de ginástica, Vermelho diz– “A minha filha forma 20 miúdas por época quando ele (Joaquim Ruivo) nunca formou ninguém, e recebe metade do que ele recebia, quando nem treinador era, mas apenas um curioso do atletismo”. O antigo dirigente contrapõe – “De 2005 a 2014 ganhámos todos os campeonatos distritais de meio fundo e fundo. Tínhamos 17 atletas federados”. “Não percebo o que ele quer com isto tudo, porque ele vem a todas as assembleias gerais e abstémse sempre”, conclui o presidente da coletividade. Assembleias gerais que segundo refere são sempre divulgadas com antecedência, contrariamente ao exposto por Joaquim Ruivo, que é ainda acusado de estar a misturar politica com esta questão ao permitir “a divulgação deste tipo de coisas na página do PS de Benavente no facebook”.
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Julho 2018
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Dossier: Águas 11
Águas do Ribatejo duplica Capital Social
Para a empresa este é um passo importante para o futuro da AR Assembleia-Geral da Águas do Ribatejo (AR) aprovou no dia 27 de junho, um aumento do capital social da empresa e uma alteração dos Estatutos da sociedade de modo a manter o capital em exclusivo na posse dos municípios. Em relação ao capital social a empresa, foi aprovado o seu aumento dos atuais 6 milhões 871 mil 681 euros para 13 milhões 743 mil 362 euros, ou seja, uma duplicação do respetivo valor. “Este aumento de capital será
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efetuado através da incorporação de reservas, isto é, por via dos resultados gerados pela empresa ao longo dos anos e que os municípios sempre entenderam dever servir para reforçar a capacidade da empresa para dar resposta às necessidades das populações”, explica Pedro Ribeiro, presidente da Câmara Municipal de Almeirim e presidente da Assembleia Geral da AR. Francisco Oliveira, presidente do Conselho de Administração da AR, e da Câmara Municipal de
Coruche refere que “o reforço do capital social da sociedade é um sinal de confiança dos municípios acionistas, sendo igualmente importante nas relações que a AR estabelece com terceiros”. O administrador acrescenta que com esta operação será reforçada a credibilidade da empresa municipal junto do exterior e haverá uma melhoria das condições de financiamento dadas pelas instituições financeiras”. “Na prática a AR vai conseguir empréstimos mais vantajosos, o
que se irá traduzir numa maior capacidade de investimento”, conclui. “A confiança dos municípios na empresa e a convicção de que esta solução de gestão conjunta e integrada dos serviços de abastecimento e saneamento nos vários concelhos é, de facto, aquela que melhor defende os interesses dos cidadãos, foi um dos principais motivos para proceder à alteração dos estatutos da empresa”, refere o AR em comunicado.
A alteração mais relevante prende-se com a restrição no acesso ao capital social da sociedade, passando a ser possível apenas a municípios e a entidades. “Deixa, portanto, de ser possível a participação de privados no capital da empresa, ficando assegurada a sua manutenção na esfera pública municipal”, explica o vogal do Conselho de Administração da AR, Pedro Ferreira, que preside à Câmara Municipal de Torres Novas. Segundo, Catarina Vale, verea-
dora no município de Benavente, “o resultado conjunto destas operações não podia ser mais claro: O sucesso da AR assenta na relação de confiança e solidariedade entre os municípios com uma visão para o futuro da região”. Francisco Oliveira conclui que a AR “está hoje mais forte para fazer face aos desafios que se avizinham e continuar, como sempre, a trabalhar arduamente para prestar um serviço com cada vez maior qualidade para todos”.
ETAR de Lapa/Ereira ainda num impasse stá em marcha a auditoria da Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR) à concessionária Cartágua. Contudo o presidente da Câmara nega a existência de qualquer pedido de reequilíbrio,
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por enquanto, mas apenas contactos no sentido de se assegurar a verba de 1,5 milhões de euros para a construção da ETAR de Ereira/Lapa. A auditoria da ERSAR relacionase com os investimentos efetua-
dos no concelho. O terreno para a ETAR referida foi adquirido no ano passado mas não tem fundos comunitários atribuídos, sendo que as obras ainda não foram iniciadas contrariamente ao previsto. Este é um investimento de
Autarca do Cartaxo está confiante na possibilidade de conseguir fundos comunitários para o projeto da ETAR em falta
dois milhões de euros tendo em conta uma população de dois mil habitantes. A Câmara Municipal do Cartaxo tem tentado o contacto com a secretaria de Estado do Ambiente no sentido de uma ajuda ao fi-
nanciamento em causa. Carlos Martins terá dado a “a expetativa (não a certeza) que numa eventual reprogramação dos fundos comunitários poderíamos conseguir de novo um apoio para esta obra”. A ETAR em causa chegou
a ter, no mandato de Paulo Caldas/Paulo Varandas, financiamento comunitário “mas dada a situação financeira da autarquia não foi possível acompanhar a disponibilização dessa verba, e o investimento perdeu-se”. A ERSAR encontra-se ainda a analisar o novo aditamento ao contrato aprovado em finais de 2016 entre a Cartágua e a Câmara. Entre as condições acordadas está a revisão em baixa do contrato: 0,6 por cento em seis anos, ou seja apenas 0,1 por cento ao ano; a redução da Taxa de Rentabilidade Interna (TIR) do contrato, grosso modo os lucros da concessionária, de 11,2 por cento para 8,4 por cento; a reposição de todas as prestações mensais que a empresa deixou de pagar ao município durante as negociações e que perfazem 690 mil euros; a construção da ETAR de Valada e a reconversão da ETAR de Pontével num investimento de cinco milhões, 800 mil euros, sem encargos para o município e já com fundos comunitários. Obras estas que se encontram em marcha. A que se junta a ETAR de Lapa/Ereira que mergulhou num impasse. Depois do parecer favorável da ERSAR, caso este aconteça, o contrato seguirá para visto do Tribunal de Contas.
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O longo caminho da Saúde Oral na região Sílvia Agostinho rrependo-me muitíssimo de não ter tratado os dentes mais cedo. Ainda bem que sempre incentivei os meus filhos a serem diferentes”, as palavras são de António Baptista, 69 anos, utente do serviço de cuidados primários de médico dentista no Centro de Saúde de Azambuja. No dia da nossa reportagem, vinha pela “quarta ou quinta vez” à consulta. António já não tem praticamente dentes nenhuns, apenas três restaram, que vão servir para segurar a prótese que colocará proximamente tendo em vista uma consulta na Faculdade de Medicina Dentária de Lisboa. Como ele, muitas pessoas de faixas etárias mais avançadas apresentam uma saúde oral muito debilitada com dentes repletos de cáries e de tártaro em que a extração é a única solução. Desde os últimos meses de 2016 que alguns centros de saúde do Agrupamento de Centros de Saúde do Estuário do Tejo passaram a contar com este tipo de consultas, até à altura praticamente inexistente no Serviço Nacional de Saúde. Numa primeira fase as consultas estavam destinadas a doentes diabéticos, com neoplasias, problemas cardíacos, entre outros, mas entretanto abriram-se para a população em geral. O doente com quem conversámos
“A
está bastante satisfeito com o atendimento protagonizado pela médica dentista, Teresa Ribeiro, e pela assistente dentária Vânia Fialho. “Tem sido impecável”, exprime. Esta é também a opinião de Maria Virgínia que tinha dentes “para pôr massa e outros para arrancar”. “O serviço é cinco estrelas”, refere. Maria Odete não podia estar mais satisfeita. Conta que vai conseguindo ultrapassar o medo nas consultas com as conversas da médica e da assistente – “Falam de roupa e de sapatos e assim eu distraio-me e fica mais fácil”. Ganhou medo dos dentistas porque “um médico particular ia-me partindo os queixos”, ilustra, rindose, para se referir a um trabalho que na sua opinião ficou mal feito. E onde, diz: “Gastei uma carrada de dinheiro”. “O estado da minha boca era terrível! Desde que aqui venho tenho andado a desvitalizar e a colocar massa. Os tratamentos não custam nada. Já não tenho medo como aconteceu no outro”. E finaliza – “Agora é mais fácil sorrir e comer!” Para conseguir consulta nesta nova especialidade no centro de saúde de Azambuja refere que teve de esperar cerca de três a quatro meses mas não tem dúvidas – “Estas consultas faziam muita falta”. Para além do tratamento, esta utente também aprendeu pela
primeira vez na vida como se escova os dentes corretamente – “Tinha fio dentário mas não sabia como se usava”, complementa. O nível de satisfação é evidente “ e tal como eu, as minhas colegas quase todas vêm cá (trabalha no lar da Misericórdia de Azambuja)
bem como os utentes”. No fim do encontro com as profissionais do centro de saúde e com a nossa reportagem diz em jeito de despedida – “Se conseguirem uma vagazinha para mim mais cedo digam, é que eu sou muito vaidosa”. Teresa Ribeiro, médica dentista,
presta estas consultas no centro de saúde de Azambuja desde o início do projeto piloto. Está em Portugal a viver e a trabalhar há alguns anos, e as comparações com o Brasil, o seu país, são inevitáveis quando se fala em saúde oral, com o nosso país a perder claramente
este campeonato. Durante muitos anos, era mais ou menos normal ter dentes cariados, e a população mais idosa é disso um exemplo. Mas entre os jovens e as crianças de hoje em dia o panorama não é mais famoso. “O português é um paciente muito difícil”, refere Tere-
António Batista nos últimos tratamentos antes de receber a prótese
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Julho 2018 sa Ribeiro. Para além de chegar ao consultório com demasiados receios, tem dificuldade em confiar, para além de transportar consigo uma série de ideias preconcebidas que em nada ajudam o trabalho das profissionais. “Se não houver colaboração nada feito”, acrescenta a médica, que salienta também que em nada ajuda à saúde oral dos portugueses, o fraco índice de flúor presente na água que “tornaria o esmalte mais resistente”. Logo é ainda mais importante escovar os dentes e estar atento à saúde da boca. “Cá em Portugal, há pessoas com grau superior que relegam a saúde oral para segundo plano. No Brasil isso não acontece com quem tem mais cultura. Acontece com quem tem pouca instrução. De modo que de facto estamos a falar de uma questão cultural, e não é querer estar a puxar a brasa à minha sardinha”. Em Azambuja, a experiência com as escolas também não tem sido positiva, sinal de que o caminho da prevenção ainda é longo. Refere Vânia Fialho que o Governo fornece flúor para que as crianças façam bochechos na escola. Até existe um plano que deveria ser entregue pelos responsáveis escolares às enfermeiras mas que é negligenciado. Não tem sido fácil sensibilizar a população deste concelho – “Estive a dar uma palestra sobre cáries na primeira infância, as de progressão rápida, correspondentes à mudança para a den-
tição definitiva mas não apareceu quase ninguém”, adianta Teresa Ribeiro. Por outro lado, neste centro de saúde bem como nos restantes em que a nossa reportagem marcou presença assiste-se ao fenómeno de os pacientes não comparecerem no dia da consulta, e sem aviso prévio. Algo que se torna ainda mais difícil de gerir quando a lista de espera é longa e os tratamentos a cada paciente são muito prolongados ao longo do ano, tendo em conta que muitos “chegam na última” às consultas. “Para que tudo corra bem há um esforço muito grande aqui dentro”, refere Vânia Fialho que enaltece a dedicação da dentista “que faz um trabalho reconhecido e que ultrapassa os 15 minutos do que está convencionado por exemplo em alguns hospitais”. Tânia Carvalho, responsável pelo projeto de médicos dentistas nos centros de saúde adstritos ao Agrupamento de Centros de Saúde do Estuário do Tejo, considera que de facto há uma taxa de absentismo a rondar os 20 por cento nos três centros de saúde retratados nesta reportagem (Azambuja, Alenquer, e Arruda dos Vinhos). “Essa questão tem sido muito debatida mas creio que se resume a uma questão de mentalidades, acontece o mesmo noutras consultas. Temos um longo caminho”. Neste aspeto, as profissionais com quem falámos em Azambuja acreditam que muito há para fazer nes-
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Equipa do centro de saúde e utente que é também funcionária esperam mais da tutela te domínio dos cuidados de saúde oral, e que o Estado deveria apostar na possibilidade de passar a criar vínculos efetivos com os médicos e respetivos assistentes – “Quando está em causa a criação de uma relação de confiança entre o médico e este doente, que em muitos casos nunca conheceu outro dentista na vida, é importante que se aposte também em dar estabilidade a quem trabalha aqui”, refere Vânia. Dulce Rainho que trabalha neste centro de saúde e que é ao mesmo tempo frequentadora destas consultas dado que reside em Azambuja desabafa – “Deviam poder contratar a doutora
e a Vânia”, lamenta. A utente também não podia estar mais satisfeita com as consultas. “No início o Estado apenas queria números e estatísticas. Quando o projeto começou apenas estava a atender cerca de seis a sete pessoas por dia, e o secretário de Estado adjunto ligou-me a perguntar o que estava a acontecer”, diz a médica. Esses dias já parecem longínquos quando o tempo de espera nesta altura pode chegar aos seis meses. O stress é imenso e a médica diz que devido a tal chegou a ficar doente com um problema de visão. O Estado na opinião das profissio-
nais terá de escolher se quer apostar mais ou não nestes profissionais, sendo que ambas saúdam o bom entendimento com a direção do centro de saúde que “nunca se nega a nada”. Portugal que apenas introduziu esta especialidade a esta escala no SNS tem um longo percurso pela frente até porque “as pessoas chegam aqui no último grau à espera de um milagre”, consubstancia a médica, que alerta que a má higiene oral pode conduzir a uma série de problemas sistémicos que vão muito além de dentes estragados. E lança o desafio de o SNS permitir aos utentes o acesso ao
serviço de prótese no centro de saúde, através de um protésico a trabalhar em conjunto com os demais profissionais. Tânia Carvalho admite que esta será uma falha até porque uma prótese não é algo estético, “mas talvez não tenha sido pensada, no início do projeto, essa necessidade”. “Sabemos que a nível dos hospitais o tempo de espera é longo, se falarmos nos que providenciam esse serviço. O idoso tem a possibilidade contudo de através do complemento solidário ter uma ajuda na comparticipação da prótese e receber o reembolso à posteriori”.
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Arruda dos Vinhos
“Temos doentes que arrancaram os seus próprios dentes” o centro de saúde de Arruda dos Vinhos, a consulta de médico dentista também tem sido alvo de muita procura por parte não apenas da população do concelho, mas também de concelhos vizinhos. Os utentes vêm sempre referenciados pelo médico de clínica geral previamente. Cerca de 400 pessoas aguardam neste momento em lista de espera no sentido de obterem uma consulta. Ângelo Boga optou pelas consultas nesta unidade de saúde tendo em conta que antes teve uma má experiência num dentista local. Ângelo Boga começou a ser seguido nestas consultas no centro de saúde por um médico que já não se encontra mas continuou com a dentista Andreia Rosa e o balanço com ambos os profissionais não podia ser mais positivo. A história de Ângelo, 69 anos, é um pouco diferente da da grande maioria da população com a sua idade. Emigrado no Canadá durante muitos anos teve sempre acesso a cuidados dentários de saúde públicos. “Lá as empresas são obrigadas a enviar os seus trabalhadores para essas consul-
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tas, de modo que tive sempre acesso a tratamento gratuito”. “Sou do tempo em que os jovens abriam nozes com os dentes, quando emigrei tinha os dentes todos escavacados, e foi lá que os arranjei”, recorda. Quando regressou ao país foi com espanto que percebeu que as consultas “custavam 50, 60 ou 70 euros”. Está de novo em Portugal desde há 15 anos, e acabou por descurar a saúde oral. Há 10 anos que não ia ao dentista, de modo que estas consultas acabam por significar o regresso às velhas e saudáveis rotinas. A médica Andreia Rosa afirma que este paciente já vinha com bons cuidados de higiene, “fruto da sua experiência no Canadá onde a realidade é completamente diferente”. Para a médica que presta serviço nesta unidade de saúde, que nesta altura dispõe de duas dentistas nesta área, esta tem sido uma experiência que difere um pouco daquilo a que estava acostumada no setor privado – “Temos contacto com todo o tipo de doentes – polimedicados, com condições financeiras mais baixas, com menos
instrução e menos motivação para a higiene oral”. Contudo esta mé-
dica que dá consultas desde março deste ano no local refere que
“acaba por ser importante quando vemos que em parte os doentes
vão tentando ultrapassar velhos hábitos e passam a dar mais valor
No Centro de Saúde de Arruda utente partilhou a sua experiência no Canadá
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Julho 2018 à higiene oral”. “Tem sido bastante enriquecedor!”. Pela primeira vez tem-se deparado com casos de pessoas “já com uma certa idade que nunca foram ao médico dentista, que ficaram sem dentes ao longo do ano e que contam que foram os próprios a arrancarem os próprios dentes ou o que restava deles, melhor dizendo”. “Ao longo dos tratamentos vamos tentando moldar as pessoas no sentido de fazerem mais por elas mesmas neste campo, e lá vão aceitando que tem mesmo de ser assim”, refere. “O desafio é muito grande quando queremos chegar a essas pessoas que nunca trataram dos dentes. Ao fim de algumas consultas lá nos vão dizendo que já mudaram a escova ou que já escovam os dentes durante mais tempo”, acrescenta a assistente dentária Joana Roque. Há quem também chegue a estas consultas a pensar que no fim da extração tem direito a uma prótese quando não é o caso por enquanto, “mas também há quem ache que depois de ter vivido uma vida inteira quase sem dentes entenda que já não vale a pena depois da extração do que ainda resta, adquirir uma prótese”, diz Andreia Rosa, que confessa: “Às vezes também é preciso fazermos um pouco de psicólogos”. Face à procura que as consultas têm suscitado, Andreia Rosa conta que segue atualmente 256 utentes. Quem se inscrever por estes dias no centro de saúde
apenas conseguirá a primeira consulta “em novembro ou dezembro”. “Seriam precisos mais médicos dentistas, mais gabinetes, porque atendemos pessoas de todo o lado. Temos muita gente do concelho de Vila Franca de
Xira e de Benavente, por exemplo”. Tânia Carvalho acrescenta que o ACES está a tentar, nesta altura, a possibilidade de as consultas serem alargadas a Vila Franca de Xira e Benavente com médico dentista no respetivo cen-
tro de saúde. Atualmente os doentes desses concelhos podem optar por se deslocar a uma das unidades de saúde retratadas nesta reportagem. O caminho ainda é longo “e voltando ao início da nossa conversa, talvez seja possível
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um dia chegarmos ao nível do Canadá como vimos pela experiência do paciente”, diz Andreia Rosa. Tal como acontece nos outros dois concelhos que mostramos nesta reportagem, Arruda não foge à regra quando falamos de “doentes
com consulta marcada que não comunicam a avisar que vão faltar”. “É bastante desmoralizador”, confessam as duas profissionais. “Vejo que no privado isso acontece com mais dificuldade”, conclui a médica.
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Alenquer
“Temos doentes que nunca se sentaram antes na cadeira de dentista” epois de ter partido um dente Ângela Cabral, através do médico de família, foi reencaminhada para as consultas de médico dentista no centro de saúde de Alenquer. Foi atendida pela primeira vez em dezembro último, e depois de solucionado o problema passou a vir para algumas “destartarizações” que eram necessárias, apesar de apresentar no cômputo geral uma boa saúde oral. A experiência com a médica dentista, Mariana Morgado, “tem sido excelente sem dúvida nenhuma”. “Não só o preço é mais económico, mas também é muito bom quando há profissionalismo e o dentista nos transmite segurança”, refere. Depois de Ângela vieram à consulta os pais e as colegas de trabalho – “Estão todos satisfeitos”. Por isso não tem dúvidas- “Estas consultas têm mesmo de continuar!” A dentista que se encontra em Alenquer desde o início do projeto conta que a maioria dos doentes são pessoas com fracos recursos económicos que de outra forma não teriam como ir a um profissional de saúde oral. Mas há também quem “já tenha passado pelo privado e neste momento não tem condições económicas, como são os casos de alguns pacientes com implantes”. Mas há quem “com mais de 60 anos nunca se tenha sentado antes numa cadeira de dentista”. “Infelizmente é muito difícil lidar com certas realidades porque ainda há quem pense que os dentes são para estragar
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Em Alenquer, Ângela recomendou as consultas a amigos e família e depois é que vai tentar mudar alguma coisa, quando se arrancar o que resta”. Por vezes chegam às consultas “quando as dores começaram a surgir ou quando o médico de família se apercebeu da má condição de saúde oral que essas pessoas apresentam”. Surgem também muito doentes neste centro de saúde em busca de uma prótese, e nessas alturas “temos de explicar que não é possível aqui, mas apenas, e fa-
lando do público, no Hospital de Santa Maria onde o tempo médio de espera ronda os dois anos”. Nem todos têm recursos para investir numa prótese já para não falar de implantes, pelo que Mariana Morgado reflete que há que fazer algo pelos pacientes que depois de iniciarem os cuidados primários, “não podem simplesmente ficar sem dentes”, pelo que o próximo passo deveria passar pela inclusão de um protésico no Serviço Na-
cional de Saúde. Cada vez se fala mais nos cortes no setor da saúde, e esta médica acrescenta que eles também se têm feito sentir no seu trabalho no centro de saúde a nível de algum material. Na sua opinião, o Estado não estava preparado, ao introduzir estas consultas, para a condição em geral dos portugueses e da sua saúde oral, em que temos uma população idosa com problemas muito graves, mas tam-
Tânia Carvalho define que uma das apostas no futuro passa por criar as consultas em Benavente e Vila Franca
bém a nível dos mais novos, em que os pais descuram por completo a higiene oral, principalmente na mudança para a dentição definitiva. “Têm muito aquela ideia de que os dentes vão cair de qualquer maneira por isso não é preciso ter cuidado”, refere. Para a dentista é difícil compreender a mentalidade portuguesa que “só dá valor aos dentes quando eles caem”. A desinformação é gritante ainda no que se refere aos cuida-
dos de saúde na infância porque há alguns anos que as famílias têm acesso ao cheque dentista mas este não é usado. Através deste cheque, a criança pode ser tratada numa consulta numa clínica particular de forma gratuita. “Mas ainda há muitos pais que não ligam ao cheque dentista, ou que pensam que é a pagar ou nem se lembram de ter recebido em casa”. “Infelizmente as pessoas não se preocupam”, diz Madalena Caetano, assistente dentária. Mais uma vez “estaremos perante uma questão cultural. Não podemos andar em cima das pessoas mas temos a noção de que muitos cheques ficam inutilizados porque as pessoas não os utilizam”, acrescenta Tânia Carvalho. A lista de espera nesta unidade de saúde também já é longa e para atrasar ainda mais as marcações, haverá novo concurso para a especialidade por parte do ministério da Saúde. Tal como Teresa Ribeiro, que presta consultas em Azambuja, Mariana Morgado não sabe se vai continuar em Alenquer. “Causa imensa insegurança”, refere. Por vezes os próprios doentes também não ajudam com a famigerada questão das faltas às consultas sem aviso prévio – “Na primeira consulta peço sempre para que nos avisem porque a lista de espera é longa e há pessoas que querem mesmo fazer os tratamentos, mas são raras as que depois nos avisam. É muito desmotivador”.
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Opinião 17
O serviço nacional de saúde – um bem precioso
Joaquim António Ramos
Serviço Nacional de Saúde tem andado a ser protagonista permanente das colunas dos jornais, dos canais televisivos, das balbúrdias parlamentares, das enfadonhas manifestações sindicais e do programa da manhã da TSF, onde tudo quanto é gente tem opinião sobre ele. Entre outros, porque não há mesa de café, esplanada de jardim ou banco de sala de espera onde não se fale do SNS. Nem sempre pelas melhores razões. O Ministro Centeno cativa a verba, o ministro Adalberto – uma espécie de D. Sebastião
cêuticos e parece que se instalou o caos em hospitais e centros de saúde. Eu acho que nós não podemos tomar a nuvem por Juno. Temos que lutar para que o direito universal à saúde que o SNS garante seja uma realidade cada vez mais efetiva no grau de segurança e bem estar dos portugueses. E um primeiro passo nesse sentido é avaliar objetivamente aquilo que temos. Não quero dizer que tudo vai bem no SNS. Muita coisa há a melhorar. Mas a verdade é que, se nos
ciais, no meu entender, a maior conquista da democracia e um bem que a todos cabe defender e preservar. É verdade que há listas de espera, é verdade que há carências, sem dúvida que há muito a melhorar. Mas criou-se um hábito entre os portugueses de, quando não têm mais nada que fazer, ir até ao Centro de Saúde. Se há uma unha encravada, uma arranhadela de joelhos, um dente com uma guinada, toca de ir até ao Centro, que a gente paga os nossos impostos. E há também o mi-
vive. Ali, sempre se repartem os nossos males com alguém. Ali, encontra-se sempre alguém que está pior que nós. Não há SNS que resista a esta invasão! Peço antecipadamente perdão se o que vou escrever soar mal ou ferir suscetibilidades. O SNS trata-nos bem. Nós é que o tratamos mal! Há um hábito português de dizer mal de tudo quanto está ao seu serviço público. É uma tendência que nos acompanha ao longo de séculos. Se fizermos um balanço entre o que se diz das forças de segurança, dos tribunais, das fi-
da saúde, sempre que há novo Governo- afadiga-se a apagar fogos no São João, nos Hospitais Civis Lisboa Norte e a aplacar os ânimos em tudo quanto é Sindicato da área ou a deitar água na fervura da contestação autárquica pelas carências na saúde. Protestam médicos e enfermeiros, manifestam-se utentes e farma-
despirmos de paixões políticas – o SNS está sempre bem para quem está no Governo e mal para quem está na Oposição -, se nos tentarmos abstrair de problemas conjunturais como os atrasos nas consultas desta ou daquela especialidade, a falta de enfermeiros ou a superlotação dalgumas unidades, o SNS é, em termos so-
tigar da solidão, que leva tanta gente às unidades de saúde ; um sítio onde se pode estar, conversar, fazer amizades e tecer cumplicidades sem ter que se pagar nada. As enchentes nos Centros de Saude e nas próprias urgências dos hospitais são, também, o reflexo da solidão em que uma parte da população mais velha
nanças, da segurança social, da educação, há nove a dizer mal por cada um que elogia. E nalguns casos até podem ter razão. Mas no caso do SNS, não. Digoo por experiência própria. Quando, há cerca de cinco anos, sofri um terrível acidente vascular na minha casa da Lagoa de Óbidos, fui salvo pelo SNS. Sobrevivi
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porque nós, portugueses, temos um dos melhores sistemas públicos de saúde do Mundo, digam lá o que disserem as comadres da política e os arautos da desgraça. Estive vários meses hospitalizado e em coma, fui sujeito a duas intervenções de peito aberto e alto risco, sem contar com várias tropelias de menor impacto a que o meu corpo foi sujeito. Sobrevivi porque o INEM funcionou a tempo e com os meios adequados. Estou cá hoje porque médicos, enfermeiros e auxiliares de saúde em Santa Maria, nos hospitais de Vila Franca e Caldas da Rainha foram duma dedicação inexcedível – operaram, trataram-me do corpo e da alma, deram-me banho, medicaram-me a tempo, alimentaram-me. E para eles eu era apenas um homem que tinha tido uma rotura da aorta numa casa de praia para os lados das Caldas da Rainha, apenas acompanhado por um cão. Teria morrido, inexoravelmente, se não fosse a prontidão com que Bombeiros e INEM me acudiram, se não fosse a capacidade de nessa mesma noite reunir uma equipa para uma cirurgia complexa, se não fora os cuidados que durante meses de in-
ternamento as equipas médicas me dedicaram. E não era particularmente comigo, porque esses mesmos cuidados foram iguais para os oito ou nove que agonizavam comigo em Santa Maria. Teria morrido, inevitavelmente, se não fosse a prontidão e a competência dos Bombeiros de Óbidos e de Azambuja e das equipas do INEM. É que na verdade há prioridades. E não é razoável que a gente se queixe dum atraso duma consulta dos dentes como se se tratasse duma urgência vascular. Deixei de ouvir noticiários nas últimas semanas. Virei-me para a Netflix, que ao menos é tudo ficção e ninguém tem que ser confrontado com a realidade. Mas a principal razão deste meu apagão televisivo foi a revolta que senti na permanente malhação no Serviço Nacional de Saude. É porque é a ele que devo estar vivo ( e de borla...), e não gosto de ouvir dizer mal de quem me salvou.
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Valor Local
Julho 2018
Onde anda a candidatura do fandango a património da Unesco? P
ela primeira vez abordada em 2016 a intenção de candidatura do fandango a património imaterial e cultural da humanidade, já há algum tempo que este dossier não tem conhecido novos episódios. A Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo estaria incumbida da recolha do património a fim de compilar a candidatura apresentada e liderada pelo município do Cartaxo. Pedro Ribeiro, presidente do município, refere que para que o processo seja bem instruído são precisos “dois a três anos” pelo que não considera que esteja a existir uma demora significativa. “Estamos a fazer um trabalho invisível e a alocar recursos do município na pesquisa e na preparação de iniciativas que pretendemos vir a efetuar”, refere. “Uma candidatura robusta e fortalecida para que possa ter êxito” é o objetivo. Mas não esconde que o dossier só deverá estar pronto dentro de dois a três anos, sendo este “o tempo normal para este tipo de candidaturas a submeter à
Unesco”. Para além de que até ao final do ano será anunciada a comissão científica que trabalhará no projeto, mas para já prefere remeter-se ao silêncio quanto a possíveis nomes reconhecidamente ligados e com trabalho académico a esta dança típica ribatejana. Confrontado com o facto de outras candidaturas na região criticarem o excesso de protagonismo evidenciado pelo presidente da ERT (como é o caso da candidatura avieira) que acaba por reivindicar para si os louros nestes dossiers, recusa fazer comparações – “Tem sido um parceiro que gosta de trabalhar para o sucesso, e só tenho uma palavra de gratidão”. O concelho do Cartaxo distinguese pela “singularidade” de todas as freguesias possuírem o fandango no seu repertório, quer na sua manifestação mais tradicional, quer assumindo outras nuances. Este é um desiderato que irmanou os diversos ranchos folclóricos do Cartaxo aquando da apresentação do projeto de candidatura em 2016.
Ranchos do Cartaxo disseram sim ao projecto
Azambuja quer ressuscitar candidatura da Tauromaquia a património nacional município de Azambuja estará a preparar o dossier respeitante à inscrição da tauroma-
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quia como património imaterial e cultural nacional com a recolha de uma série de elementos tendo
em vista esse objetivo. Em declarações ao Valor Local, o vereador com o pelouro da Cultura, Antó-
Episódio do Campus Tauromáquico acabou por não ajudar à candidatura (foto arquivo)
nio José Matos, que já antes o tinha feito em reunião de Câmara, confirma esse interesse, apesar das exigências que tal acarreta. Segundo apurámos, até hoje nenhum município com tradições taurinas conseguiu passar da grelha de partida quanto a este objetivo. A Direção Geral do Património Cultural terá critérios muito exigentes quanto a este tipo de inscrições. Recorde-se que no último mandato de Joaquim Ramos na Câmara de Azambuja (2009-2013) a Assembleia Municipal votou por maioria favoravelmente este projeto municipal suportado num inventário de mais de 600 páginas apresentado pelo historiador José Machado Pereira, o proponente da candidatura em que a Câmara aparece como promotor.
O passo seguinte nunca foi dado, pelo que até hoje permanecem em parte incerta as melhores expetativas quanto a este desiderato, apesar de a Câmara “louvar o excelente trabalho do historiador Machado Pereira”. Não conseguimos apurar para já se o proponente continua interessado em levar a bom porto este projeto depois de não ter havido consequências práticas após a votação em assembleia municipal. Se a base de trabalho continuar a ser o inventário disponibilizado naturalmente que terá de ser o mesmo a coordenar a pasta tendo em conta a sua proposta. O episódio em que Machado Pereira propôs a designação de Campus Tauromáquico para o local designado por Campo da Feira, em Azambuja, acabou por fazer cair ainda
mais no esquecimento o dossier de candidatura. A proximidade à praça de touros e a possibilidade de ser um elemento enriquecedor no vasto dossier acabou por ser alvo de crítica e de chacota para os políticos dos vários partidos, tendo o presidente da Câmara, Luís de Sousa, em inícios do mandato passado, acabado por retirar a proposta. No inventário a que tivemos acesso, o historiador traça, entre outros, um paralelismo com Vila Nova de São Pedro e o seu Castro, e a descoberta de elementos relacionados com animais bravos, touros ou búfalos, e o domínio do homem como elemento evocativo da ancestralidade da arte tauromáquica e a sua relação com a sociedade e o espaço geográfico do concelho.
Bordados Típicos da Glória do Ribatejo com candidatura a património da Unesco Câmara Municipal de Salvaterra de Magos prepara-se para elaborar um dossier de candidatura com vista à classificação dos bordados típicos de Glória do Ribatejo como Património Cultural Imaterial Nacional. A candidatura será preparada em conjunto com a Universidade
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de Évora, com a qual o município assinou um protocolo, com a qual já trabalhou no passado aquando da classificação pela UNESCO da Falcoaria a Património Cultural Imaterial da Humanidade. “Não estamos a falar apenas da técnica e da tipicidade dos bor-
dados glorianos, mas de todo o estudo que está associado a esta arte ancestral, pelo que vamos querer também envolver os parceiros locais que serão determinantes para o sucesso final”, refere o presidente da Câmara Municipal de Salvaterra de Magos, Hélder Esménio.
“O objetivo da autarquia é preservar os costumes e tradições de Glória do Ribatejo, como sejam as expressões orais, os trajes, o artesanato, a decoração das habitações, entre outros aspetos que marcam a autenticidade cultural da comunidade local”, acrescentou.
Uma arte muito antiga que quer passar ao patamar seguinte
Valor Local
Julho 2018
Cultura 19
Castro de Vila Nova de São Pedro: “Há trabalho para mais uma geração” ma das grandes novidades da segunda campanha de escavações arqueológicas que, por estes dias, acontece no Castro de Vila Nova de São Pedro prende-se com a descoberta de um pequeno sistema cársico com a predominância de algares e pequenas reentrâncias que podem no final conduzir a uma sala subterrânea com água. Este complexo tipo cavernas poderá chegar a Torre Penalva, embora os arqueólogos prefiram ser cautelosos com esta informação. As escavações estão a ser levadas a cabo pelas equipas da Associação dos Arqueólogos Portugueses e da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (FLUL), com a colaboração de 17 alunos dos 1º e 2º ciclos do curso de Arqueologia da FLUL e também da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas - Universidade Nova de Lisboa, e vão até dia 27 de julho. A equipa liderada por José Arnaud, presidente da Associação dos Arqueólogos Portugueses, está também a efetuar o reconhecimento das muralhas exteriores, e correspondente cartografia. Neste campo, a descoberta de uma segunda e terceira muralhas no local já era esperada, o que está a produzir o consequente alargamento do campo de ação deste estudo protagonizado pelos especialistas, que se encontram no terreno. O objetivo passa ainda pela datação por radiocarbono e outros métodos atuais dos achados detetados “para que possamos caracterizar com ainda mais exatidão a forma de vida destes antepassados de há 5500 anos atrás”, refere José Arnaud, que evidencia que o radiocarbono pode levar à compreensão das várias épocas do Castro e às suas diferentes camadas através de uma datação mais
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Alunos de várias universidades participam no projeto
precisa e sequencial. O Castro ainda tem “trabalho para mais uma geração”, consubstancia o arqueólogo. Os vestígios da sua edificação referem-se a 2600 anos A.C até 1300 A.C. O trabalho de campo que está a ser efetuado compreende a investigação científica, mas também a criação de técnicas de conservação, tendo em conta que a densificação da vegetação existente no local não tem contribuído para a manutenção nas melhores condi-
ções do Castro. Por último, a partilha em condições ótimas de visitação com a população em geral, e no fundo com quem queira conhecer este património, é outro dos objetivos. A valorização turística do local farse-á com a colocação de painéis explicativos e com a criação de um circuito de visita “que evite que as pessoas andem por cima das pedras”. Sendo um povoado Calcolítico dos mais importantes da Europa é
Até 27 de julho, equipa vai andar no terreno em Vila Nova de São Pedro
também o berço da arquitetura militar, onde também são visíveis vestígios do que terão sido trocas comerciais à época com a predominância de algum marfim no local, oriundo do norte de África. Para os arqueólogos europeus este local tem um significado especial dado que aquando das campanhas de Afonso do Paço, no século passado, “se enviou muita informação para os colegas estrangeiros”. O Castro de Vila Nova de São Pedro já deu origem
a 10 teses de mestrado e doutoramento. As “eternas” negociações com a proprietária para um projeto “importantíssimo” O vereador da Cultura, António José Matos, sublinha “o empenho da Câmara para que este património passe da esfera científica para o da visitação com a possibilidade de sinalética no local”. No cerne da questão está sempre o tão falado contrato de arrendamento com os atuais proprietários dos terrenos em relação ao qual nunca houve boas notícias, e quando as negociações começaram há mais de uma década. Até hoje nunca foi possível chegar a acordo embora a esperança nunca morra. Há vários meses que o vereador da Cultura fala em “conversações a decorrer a bom ritmo” mas até à data nada foi apresentado ainda em concreto, embora Matos prefira reportar-se apenas ao tempo em que está na Câmara, desde o final do ano passado, para fazer um balanço – “Há luz ao fundo do túnel mas ainda não chegámos ao fundo do túnel”. A autarquia pouco mais vai adiantando. A Câmara chegou a falar na disponibilidade, no mandato passado, para chegar aos 200 euros mensais de renda, mas como novo território de escavações tem sido desbravado, é possível que neste momento os
valores já sejam outros, estando em causa três parcelas de terreno. Recorde-se que a oposição PSD chegou a adiantar a figura da expropriação mas o executivo PS tem recusado essa ideia. Matos adianta que está na calha um projeto para um museu virtual do Castro, com candidatura em breve aos fundos estruturais, na internet que contará com centenas de fotografias dos materiais que estão no museu do Carmo, no museu municipal, e no fundo o que de mais significativo tem sido encontrado. O sonho é ainda transformar a antiga escola primária local numa espécie de museu no âmbito de uma Área de Reabilitação Urbana a concretizar e um Centro Interpretativo do Castro. Neste momento, a União de Freguesias de Manique do Intendente, Maçussa e Vila Nova de São Pedro está a colaborar com este projeto arqueológico “VNSP3000 Vila Nova de S. Pedro no 3º Milénio” a nível logístico “com transporte, refeições, desmatações, maquinaria, ferramentas e gasolina”, refere José Avelino, presidente da junta. A Câmara Municipal de Azambuja também “tem desenvolvido um esforço no sentido de poder acompanhar e proporcionar tudo o que é material logístico para a equipa que aqui se encontra”, refere também o vereador Silvino Lúcio.
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Valor Local
Julho 2018
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Apresentada nova linha Capitalizar 2018 O Governo apresentou no passado dia 11 de Julho um conjunto de instrumentos de financiamento para apoio às empresas, no âmbito da linha Capitalizar 2018, que totalizam um montante de 3500 milhões de euros alcançado através dos 1600 milhões de euros da linha Capitalizar 2018, 500 milhões de euros da Capitalizar MidCaps, 600 milhões de euros da Capitalizar
Exportações e 800 milhões de euros da Capitalizar Mais. O Ministro Caldeira Cabral salientou que foram alargadas as condições de acesso «a um novo tipo de empresas que vão até aos 3000 trabalhadores, empresas que são essenciais ao processo de inovação e modernização da economia portuguesa e a empresas que são essenciais para a exportação» e referiu
que «muito do processo de exportação e seu aumento está a ser feito por Pequenas e Médidas Empresas mas também por MidCaps, que são empresas de média dimensão e que estão mais bem posicionadas para se afirmarem nos mercados globais». Fonte: Portugal 2020
Comissão Europeia lança consulta pública sobre a hora de verão
A Comissão Europeia lançou uma consulta pública sobre as mudanças de hora que se verificam duas vezes por ano para ter em conta a evolução dos padrões de luz do dia. Os cidadãos europeus e as partes interessadas são convidados a partilhar os seus pontos de vista sobre a questão preenchendo um questionário em linha (disponível em todas as línguas da UE) até 16 de agosto. As disposições relativas à hora de verão na UE exigem que os relógios sejam alterados duas vezes por ano, para ter em conta a evolução dos padrões de luz do dia e tirar partido da luz do dia disponível num dado período. Foram realizados vários estudos ao longo dos anos para avaliar as disposições europeias relativas à hora de verão, dos quais se retiram algumas conclusões. Em termos de mercado interno, a mudança da hora de forma não coordenada entre os Estados-Membros seria prejudicial para o mercado interno, uma vez que acarretaria um aumento dos custos do comércio transnacional, problemas nos transportes, comunicações e viagens, assim como uma redução da produtividade no mercado interno de bens e serviços.
Em termos de energia, os resultados mostram que o efeito da hora de verão é marginal, dependendo muito da localização geográfica. No que toca à saúde, pensa-se que as disposições relativas à hora de verão geram efeitos positivos ligados a um aumento das atividades de lazer ao ar livre. Em contrapartida, estudos cronobiológicos sugerem que o efeito sobre o biorritmo humano pode ser mais grave do que se pensava anteriormente. Neste ponto, os elementos são inconclusivos. No que toca à agricultura, existem preocupações devido a possíveis perturbações no biorritmo dos animais, mas estas têm-se dissipado devido ao desenvolvimento tecnológico (novos equipamentos, iluminação artificial e tecnologias automatizadas). Um hora de claridade suplementar permite um horário de trabalho alargado para as atividades no exterior, como os trabalhos no campo e de colheita. Para além dos resultados destes estudos, a Comissão Europeia recebe regularmente observações de cidadãos sobre esta questão, referindo impactos negativos na saúde, como, por exemplo, a privação de sono. No entanto, mui-
tos cidadãos defendem que o atual sistema deve ser mantido, por considerarem que tem efeitos positivos. Alguns Estados-Membros abordaram esta questão em ofícios dirigidos à Comissão. Por outro lado, o Parlamento Europeu adotou uma resolução em fevereiro de 2018, convidando a Comissão a fazer uma avaliação exaustiva da diretiva e, se necessário, apresentar uma proposta de revisão. Ao mesmo tempo, a resolução confirmou que «é crucial manter um regime de hora uniforme da UE, mesmo após o fim da mudança de hora bianual». Tendo em conta todas estas questões, a Comissão tem, comprometeu-se a avaliar as duas opções estratégicas possíveis para assegurar um regime harmonizado. Ou manter as disposições relativas à hora de verão na EU, atualmente em vigor, de acordo com a Diretiva 2000/84/CE. Ou acabar com a atual mudança semestral de hora em todos os Estados-membros e proibir alterações periódicas. Isto não teria qualquer efeito na escolha do fuso horário. A consulta e mais informações estão disponíveis em https://ec.europa.eu/portugal/news/daylight-saving-time_pt
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Julho 2018
Tauromaquia Azambujense António Salema “El Salamanca”
Parreirita Cigano Corrida das Festas do Cartaxo e outras o dia 22 de Junho e integrada nas festas da cidade houve uma corrida no Cartaxo que contou com a presença de Carlos Conceição, o Parreirita Cigano. A noite antevia ser boa, pois além de Parreirita o cartel contava ainda com Luís Rouxinol e Filipe Gonçalves e com os Forçados do Cartaxo e de Vila França de Xira. No entanto, os toiros do Dr. António Silva assim não o entenderam e causaram muitas dificuldades aos artistas. Parreirita que fazia a sua apresentação como cavaleiro de alternativa perante o seu público teve o melhor ferro da noite e deu volta à arena. Os grandes triunfadores da noite foram os amadores do Cartaxo que em sua casa mostraram estar em boa forma. Numa corrida bem dirigida pelo azambujense Lourenço Luzio, destaque ainda para a alternativa de bandarilheiro do antigo novilheiro João Martins que esteve excelente tanto no capote como nas bandarilhas. Na Moita do Ribatejo, Parreirita foi a figura da tarde, com quatro ferros à Baptista muito aplaudidos pelo público. No Campo Pequeno, o cavaleiro do Cartaxo voltou a estar em bom plano com três ferros de belo recorte.
Valor Local Instantâneos 21 Alunos completam estágio no Valor Local Diogo e o João colaboraram durante as últimas semanas na edição online do Valor Local. Os alunos da Escola Secundária de Azambuja, participaram através de um estágio promovido pela escola junto do Valor Local onde ganharam mais competências no que toca à edição de vídeos. Diogo e o João foram os responsáveis pela edição e realização da iniciativa do Valor Local a 15 de junho passado em Alenquer relativa ao concurso “Como Posso Poupar Água e Proteger o Ambiente, Reciclando” e pela edição de outros vídeos. Em cerca de um mês ficaram a conhecer como funciona uma redação, e todo o processo da produção de um jornal impresso e online.
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Férias Seniores em Azambuja
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Ana Rita cavaleira de Aveiras de Cima toureou na bonita praça de El Tiemblo (Avila). Ana Rita, teve uma lide boa tanto a nível de preparação como a cravar a ferragem e no rojão certeiro. Como prémio deu uma volta à arena e cortou uma orelha.
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Califórnia aulo Jorge Ferreira, cavaleiro tauromáquico, está a fazer uma grande temporada repleta de êxitos onde monta cavalos Ortigão Costa. De salientar que Pablo Hermoso de Mendoza tem neste momento na sua quadra três montadas trabalhadas por Paulo Jorge. Um grande olé para todos.
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ecorre até dia 27 de julho, mais uma edição das Férias Séniores da Freguesia de Azambuja. A iniciativa começou a 16 deste mês e junta cerca de meia centena de seniores que vão visitar Alcobaça, Batalha, as Salinas de Rio Maior, Nazaré e a Praia Fluvial de Castelo de Bode.
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Operação “Limpeza Expresso” os últimos dias e depois de muita contestação popular nas redes sociais, a Junta de freguesia de Azambuja e a Câmara Municipal, iniciaram um “ataque” à vegetação. Ainda há muito por fazer, mas certo é que a operação “Limpeza Expresso”, se assim podemos dizer, já que depois das vozes críticas tudo começou a ser limpo a todo o vapor, tem surtido resultados, quer nos casais envolventes à vila de Azambuja, quer noutras localidades do concelho. A destacar a limpeza do largo de Palmela e Casais do Farol. Por limpar, estão ainda as bermas da Estrada nacional 3 junto à Estação da CP, que há muito reclamam do competente organismo, uma operação de cosmética, bem como alguns outros locais. Nas redes sociais, ainda são muitas as vozes que clamam por limpeza junto às suas ruas e localidades. A junta de freguesia, ao Valor Local, referiu o eterno problema da falta de mão de obra a que se somou o crescimento exponencial da vegetação tendo em conta as chuvadas constantes dos últimos meses. Ainda esta terça-feira, dia 17 de julho, quando um leitor se preparava para se queixar ao Valor Local do estado em que se encontrava o antigo centro de saúde, o espaço foi limpo. Caso para dizer, que alguém já vai lendo a mente dos nossos leitores, ou será apenas senso comum.
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Arruda promove-se em Lisboa vila de Arruda dos Vinhos esteve esta terça-feira, presente mais uma vez na Rua Augusta em Lisboa. Em causa está o certame vinhos de Lisboa, onde Arruda pôde de novo mostrar o que tem de melhor. A promoção do “Vale Encantado” deliciou os alfacinhas, assim com os turistas que foram passando pelo local.
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Valor Local
Julho 2018
Valor Local
Julho 2018
Eventos 23
Alenquer apresenta aposta renovada no “Alma do Vinho”
Autarcas e convidados com expetativas altas para esta edição
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o ano em que é Cidade Europeia do Vinho, em conjunto com Torres Vedras, todas as atenções estão focadas em mais uma edição do “Alma do
Vinho”, festival vínico que a autarquia alenquerense tem vindo a realizar nos últimos anos, e que este ano acontece de 13 a 16 de setembro. A apresentação
decorreu no dia 18 de julho, na Rua Augusta em Lisboa, onde à semelhança do ano passado, Alenquer esteve presente com um stande de divulgação dos vi-
nhos da região, que poderá ser visitado até 22 de julho. Segundo a autarquia, em comunicado de imprensa, este evento vai ao encontro “da vontade
do município de criar um festival de projeção nacional, que afirmasse Alenquer e as suas profundas raízes na cultura da vinha e do vinho, colocando ainda em evidência toda a Região de Lisboa da qual é um verdadeiro motor produtivo.” A edição inaugural excedeu as expetativas com mais de 40 mil visitantes que puderam experimentar diversas atividades e propostas, combinando enologia e vitivinicultura, com cultura, gastronomia, desporto e lazer. Na edição deste ano, e tendo em conta o facto de ser Cidade Europeia do Vinho, está a ser ultimado um programa “capaz de agradar a todos, desde o grande público, até aos profissionais especializados nas várias áreas que gravitam em torno da fileira do Vinho”, sustenta o município. Ao longo dos quatro dias que compõem o festival, haverá provas de vinhos comentadas, colóquios, showcookings, jantares harmonizados pela mão de chef’s nacionais, um mercado de vinhos, gastronomia regional, exposições vínicas, visitas enoturísticas a quintas e adegas, passeios de helicóptero.
Alenquer define-se como o município mais influente da região de Lisboa neste aspeto, representando sozinho cerca de 66 por cento do vinho que é certificado. “Alenquer não fez do vinho no seu município uma moda, pois o vinho faz parte do ADN da sua gente desde os primeiros vestígios de ocupação romana, vindo ao longo dos séculos a tirar partido do seu terroir único, o seu povo fez valer também a sua mestria para produzir alguns dos melhores vinhos do território nacional”, refere a autarquia em comunicado. Cerca de 11 produtores já confirmaram a presença no evento. David Antunes e convidados, Diogo Piçarra, AGIR e a fadista Maria Emília são os artistas com presença já confirmada na “Alma do Vinho 2018”. Os bilhetes para o festival “Alma do Vinho 2018”, a decorrer no Parque Urbano da Romeira, são colocados à venda entretanto na Ticketline. Os primeiros 2500 passes gerais, para além de um preço reduzido de pré-venda garantem ainda acesso a um kit especial com brindes e ofertas de patrocinadores.
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