Jornal Regional • Periodicidade Mensal • Director: Miguel António Rodrigues • Edição nº 67 • 22 Novembro 2018 • Preço 1 cêntimo
Valor Local
Jornal Regional • Periodicidade Mensal • Director: Miguel António Rodrigues • Edição nº 67 • 22 Novembro 2018 • Preço 1 cêntimo
Câmara de Azambuja renova contrato por mais um ano com empresa dos lixos de que todos se queixam
Valor Local Roteiro pelos mercados da região
Ambiente na 7
Obras da “Águas da Azambuja” atingem 2,5 milhões de euros em novas condutas
Dossier: Águas na 11
Antigo comandante dos bombeiros de Salvaterra à espera de receber indemnização
Entre a decadência e a regeneração Destaque na 12, 13 e 14
Sociedade na 2
2 Sociedade
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Antigo comandante dos bombeiros de Salvaterra ainda à espera pela indemnização antigo comandante dos bombeiros de Salvaterra de Magos sustenta que a corporação tem uma dívida para com o mesmo no valor de 36 mil 500 euros. Num processo que levantou muita celeuma, Paulo Dionísio sofreu a meio de 2017 um processo disciplinar, seguido pouco tempo depois, nas suas palavras, por um despedimento. O Tribunal do Trabalho na sua decisão, e não havendo mais instâncias onde apelar, exige o pagamento aos bombeiros dos valores em dívida de um ano de salários, juros, e descontos à Segurança Social do antigo comandante. Paulo Dionísio, em declarações ao Valor Local, refere que os bombeiros ainda não avançaram para o pagamento em causa. César Diogo, tesoureiro, da instituição diz que não compreende o valor, e pediu mais esclarecimentos ao tribunal. “Se o vencimento era 1200 euros por mês, mesmo com juros e Segurança Social, por um ano de salários, não é preciso calculadora para percebermos que as contas não batem certo”. O tesoureiro nega que se tenha recusado a pagar a dívida em questão a Paulo Dionísio – “Que remédio temos se não pagar, apenas queremos perceber estes valores”. Questionado se não estará a ser uma forma de ganhar tempo, César Diogo refere: “São apenas dúvidas”. Por outro lado, sustenta que o tribunal não está a considerar o despedimento do antigo comandante em janeiro último. César Diogo argumenta que apenas terá de pagar cinco meses, porque estamos a falar de um período temporal que vai de julho de 2017 a janeiro de 2018, “porque a 9 de janeiro deste ano ele demitiu-se”. Paulo Dioní-
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Paulo Dionísio diz que a sua vida está num impasse
sio refere que nunca chegou a fazer um ofício como está na lei, porque “quando estava para colocar a carta nos correios soube que um jornal tinha publicado uma notícia a dizer que eu estava de saída, imediatamente desisti”. César Diogo contrapõe e diz que o email já era o suficiente, embora e a avaliar pela decisão do tribunal, o mesmo não terá sido considerado. Para César Diogo, a Autoridade Nacional de Proteção Civil também não andou bem neste processo, e por isso diz que vai con-
tinuar a aguardar por essa resposta do tribunal, porque, “nem tudo está claro”. A demissão por email não foi considerada. “Numa casa onde falta o pão todos ralham e ninguém tem razão” A corporação que tem enfrentado desde há largos anos períodos de grande turbulência convidou Paulo Dionísio, em 2014, para o cargo de comandante. Na altura era bombeiro nos Bombeiros Munici-
pais de Santarém. O ex-comandante diz que aceitou apesar de saber das muitas polémicas nas quais a associação se tem visto envolvida ao longo dos anos - “Fui de boa vontade, porque achava que havia um desejo de mudança por parte dos dirigentes, que queriam realmente trabalhar e fazer alguma coisa de melhor pela associação”. Contudo, e com o passar do tempo apercebeu-se de que as coisas nunca funcionariam como chegou a acreditar. No seu entender, a di-
reção não destrinça o que é o comando e o que não é. “Cada um deve trabalhar de acordo com as suas competências, ninguém está acima do comando, basta consultar a legislação”. No entender de Paulo Dionísio, a direção preocupava-se com coisas menores como “aplicar processos disciplinares a quem se esquecesse de bater continência numa parada”. Diz ainda que “há muito álcool na corporação, apesar de existirem excelentes profissionais”. O ex-comandante sugere ainda que a fal-
ta de meios é visível, pois tendo em conta a dimensão do concelho, o número de homens deveria ser o triplo. “A direção é composta por pessoas muito incompetentes, prova disso é que foram falar para o vosso jornal, e quando se referiram ao que tinham de me pagar, disseram que era da vida. Mas não é da vida, é sim: extrema incompetência”, desabafa. Diz Paulo Dionísio que enquanto trabalhou na corporação, o clima de bullying e de cortar à faca era notório, e por isso sempre que respondia à direção “fazia-o por escrito e ‘enfiando’ nos emails toda a legislação”. O processo disciplinar que lhe foi levantado e que tinha como base o uso de uma viatura de serviço para uma deslocação pessoal, depois julgado como improcedente pela ANPC, foi a gota de água. Paulo Dionísio refere que quando era “para andarem com a minha carrinha pick-up nos incêndios a dar água aos bombeiros nunca houve problemas”. “Alegam também que nesse dia fui em excesso de velocidade, mas se calhar é normal porque o carro não tinha velocímetro”. Depois das muitas trocas de correspondência com a ANPC, salienta que houve uma inspeção aos corpos de bombeiros “mas que não deu em nada, porque a autoridade não tem jurisdição sobre as direções das associações”. Paulo Dionísio refere que, neste momento, está a tirar uma licenciatura em Proteção Civil, e tem recusado convites. “Caso contrário, perco o direito à indeminização”. “Aprendi nos dois anos que lá estive o que se calhar teria aprendido em dez noutro lado”.
Avisan de 30 de novembro a 2 de dezembro no CNEMA Avisan 2018 – Exposição Nacional de Aves, Animais de Companhia, Equipamentos e Acessórios, certame que decorre, entre os dias 30 de novembro e 02 de dezembro, no Centro Nacional de Exposições, em Santarém vai ser palco de mostras de aves, répteis, animais exóticos e exposições Internacionais de cães e gatos. Com a presença de criadores nacionais e internacionais, a Avisan é um ponto de encontro de milhares de visitantes e “contará com uma programação diversificada para que este evento seja atrativo e representativo do sector”, diz a organização em comunicado de imprensa.
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Destaque neste evento para a 25ª Exposição Canina Nacional de Santarém e a 19ª Exposição Canina Internacional de Santarém decorrem a 01 e 02 de dezembro, respetivamente. Estas iniciativas que contam com a colaboração do Clube Português de Canicultura, têm como objetivo premiar os melhores exemplares que serão divididos em grupos de acordo com as suas raças de acordo com os regulamentos da Fédération Cynologique Internationale (FCI) e do Clube Português de Canicultura. Para além do título “Best in Show” vão ainda disputar-se os prémios para “Jovem Promessa
Macho”, “Jovem Promessa Fêmea”, “Melhor Par” “Melhor Grupo de Criador” “Melhor Veterano”, “Melhor Reprodutor, “Melhor Bebé”, “Melhor Cachorro” e “Melhor Exemplar das Raças Portuguesas”. Durante a Exposição Canina Internacional será ainda premiado o “Melhor Jovem Apresentador”. A 8ª Exposição Internacional de Gatos de Santarém realiza-se a 01 e 02 de dezembro e é organizada pelo Clube Português de Felinicultura. Nesta exposição estarão presentes cerca de duas centenas exemplares vindos de diversos países como Portugal, Espanha, França e Itália. O público terá ocasião de apreciar ra-
ças de gatos como persas, exóticos, bosques da noruega, maine coon, sagrados da birmânia, europeus, abissínios, british, chartreux, azul eusso, somali, bengal, siameses, orientais, etc. Estes exemplares serão julgados por juízes internacionais vindos expressamente para esse efeito. Ao longo de três dias os visitantes poderão apreciar várias exibições de répteis que contarão com diversos exemplares como cobras, iguanas, tarântulas, entre outros. “A exposição tem como objetivo mostrar ao público em geral que estas espécies são autênticos animais de companhia e que ocupam uma posição fulcral no ecossistema”.
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Azambuja:
Mulher salva por bombeiros após seis choques dados por desfibrilhador O abraço que fica para a posteridade
Um salvamento que foi muito intenso para os dois bombeiros
Miguel A. Rodrigues aula Martins ficou praticamente sem sequelas depois de sofrer um enfarte agudo do miocárdio no início do mês de outubro. Paula, de 42 anos, diz não se lembrar praticamente de nada e de ter ficado surpreendida uns dias depois quando acordou no hospital, e lhe disseram que tinha sido salva através de seis choques dados pelo desfibrilhador dos bombeiros de Azambuja. O reencontro com uma das bombeiras que lhe salvou a vida, Thays Freixo, ficou gravado nas objetivas do Valor Local que registou em vídeo o reencontro entre a moradora em Azambuja e os soldados da paz, após o dia em que tudo podia ter corrido mal. Um reencontro emocionante que trouxe à lembrança os maus momentos que
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Paula viveu antes da chegada da ambulância tripulada por Pedro Botas e Thays Freixo. Paula Martins, apenas, conta ao Valor Local aquilo que os médicos lhe disseram. Não tem memória de nada com exceção de que uns dias antes tinha uma leve dor no peito que quase não dava por ela, e que diz ter associado ao cansaço. Dias depois a dor irradiou para a coluna e mais parecia que lhe estavam a “comprimir as costas contra o peito” De um momento para o outro, Paula que trabalha na Escola Secundária de Azambuja teve uma convulsão. Vomitou, sentiu-se mal, e daí até ao enfarte tudo terá sido muito rápido. As primeiras manobras de reanimação feitas por uma colega antes da chegada dos bombeiros, terão sido vitais para
que hoje possa contar a sua história e agradecer de lágrimas nos olhos aos dois bombeiros que lhe salvaram a vida. “Devo muito à minha colega que controlou logo a situação, e nunca me deixou cair para o lado e aos bombeiros”, refere Paula Martins que diz nunca ter sofrido quaisquer problemas de saúde. O enfarte agudo do miocárdio que Paula Martins sofreu, não estará relacionado com diabetes, colesterol ou outra qualquer doença. Paula diz que, depois do episódio, os eletrocardiogramas não acusaram qualquer problema, pelo que atribuiu “ao tabaco e ao stress” o enfarte que sofreu. Este foi de resto um episódio marcante para os dois bombeiros. Pedro Botas e Thays Freixo saíram do quartel para um súbita relacio-
nada com uma má disposição. Mas chegados ao local verificaram ser algo um pouco mais grave do que as informações inicialmente fornecidas. De imediato, começaram as manobras de reanimação e enquanto Pedro Botas colocava os elétrodos do desfibrilhador a Paula Martins, Thays Freixo tratava do oxigénio. A dupla de bombeiros mudou de funções entretanto, e em equipa Thays tratou do desfibrilhador automático externo, enquanto Pedro Botas tratava do oxigénio. Foram seis os choques que o equipamento automático sugeriu dar a Paula Martins até que estabilizasse. Pedro Botas fala num momento complicado mas também diz que a equipa “nunca desistiu” até porque as manobras duraram quase uma hora, ao mesmo
tempo, que esperavam a vinda da VMER (Viatura Médica de Emergência). Thays Freixo salienta ao Valor Local que noutras ocasiões já tinha tentado reanimar este mesmo número de vezes outras pessoas “mas infelizmente sem sucesso”, “porque hoje em dia apanhamos com muita frequência infeções cardiorrespiratórias”. A operacional fala numa intervenção mergulhada em “muita intensidade”, vincando o esforço de equipa que fez com Pedro Botas, mas também com a segunda equipa que levou mais oxigénio ao local. O desfibrilhador foi vital para reanimar e estabilizar Paula Martins. Pedro Botas diz que o aparelho que normalmente é fornecido às corporações é o dito “desfibrilhador para burros” já que depois de se
colocar os elétrodos, o próprio aparelho faz a leitura do coração e sugere os choques. Neste caso foi o que aconteceu e que culminou em sucesso, tendo em conta a perseverança dos dois bombeiros que receberem formação para o efeito e suportada pela própria associação no valor de 700 euros cada. Um esforço reconhecido pelo comandante dos Bombeiros de Azambuja, Ricardo Correia, que aponta Pedro e Thays como profissionais que levam o seu trabalho muito a sério. Pouco mais de metade da corporação, até agora, frequentou os cursos para poder prestar este tipo de serviço, mas que não são financiados pelo Estado. (Veja esta reportagem em vídeo em www.valorlocal.pt)
Alenquer: Papel do cuidador em evidência em seminário dedicado ao envelhecimento e saúde Papel do Cuidador” foi o tema deste ano de mais uma edição do seminário “Saúde e Envelhecimento Saudável”, promovido pelo município de Alenquer, que no dia sete de novembro, reuniu especialistas em torno das questões e problemáticas relacionadas com os mais idosos. A iniciativa contou com mais de uma centena de participantes. Entre os diversos exemplos evidenciados durante a iniciativa destacou-se o trabalho da Rede de Cuidados Continuados Integrados, importante na assistência domiciliária ao idoso e também na sua relação com o cuidador/familiar quer através do “de-
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senvolvimento de novas competências familiares”, quer no apoio em questões logísticas como “aquisição de produtos, aconselhamento sobre subsídios e complementos financeiros por parte do Governo, isenção/pagamento de taxas moderadoras”, e em última análise “apoio em situações de luto”. Ana Gomes, em representação do Instituto de Emprego e Segurança Social, evidenciou que o futuro na assistência ao idoso deverá passar de preferência pelo reforço do apoio domiciliário em detrimento da institucionalização. Neste sentido, realçou que é necessário um outro olhar para a figura do cuidador que não é tão li-
near quanto o que se possa pensar - “Cuidar de um pai ou de uma mãe é algo que pode ser extremamente desgastante, e a rede de cuidados na comunidade pode ser importante porque pode libertar mais vezes o cuidador para que possa também dedicarse a si próprio”. O voluntariado neste contexto, considerou, também pode assumir um papel preponderante. “Não podemos ter as mesmas respostas de há 20 anos”. Estima-se que hoje em dia no país, 823 pessoas sejam cuidadores informais, o que inclui não apenas os idosos mas outros grandes dependentes a seu cargo, como pessoas portadoras de deficiência. 207 mil desses
cuidadores sê-lo-ão a tempo inteiro. A realidade do cuidador por vezes tem quadros em que “há uma carga física, emocional, e psicológica agravada, com histórias em que se lhe fosse possível escolher não o faria mas foi impelido porque há uma pressão social, um risco de ser estigmatizado, ou porque é o filho que vive mais perto do idoso e não tem outra alternativa”. Paulo Franco, vereador do município, realçou também os desafios no futuro no que toca à terceira idade, deixando o dado, segundo o qual, a taxa de envelhecimento da população só deverá abrandar em 2049 face às estatísticas atuais.
Os desafios da terceira idade, no futuro, com a opinião de diversos especialistas
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Ataque a animais mais pequenos e pessoas no Bairro da Ónia em Azambuja
Moradores preocupados com cães de grande porte à solta s notícias sobre ataques de cães de maior porte a outros mais pequenos e a pessoas têm sido cada vez mais conhecidas. Na freguesia de Azambuja, mais propriamente no Bairro da Ónia, alguns vizinhos têm vindo a expressar a sua preocupação face a um fenómeno que acontece com maior frequência. O Valor Local soube de algumas queixas, mas no contacto com os queixosos, a maioria preferiu não dar o seu testemunho com receio de represálias. Rui Ramos é a exceção. Morador em Azambuja naquele bairro, afirma-se preocupado com aquilo que considera uma irresponsabilidade por parte dos donos de cães de raças consideradas perigosas. Uma preocupação que aumentou quando viu o seu pequeno cão com cerca de seis quilos ser atacado “por um animal muito maior e com um peso que poderia chegar facilmente aos 50 quilos.”
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Rui Ramos é um profissional do setor. A sua vida é cuidar da estética dos cães, sejam eles de pe-
queno ou de grande porte, e talvez por isso já antecipasse que poderia estar iminente um ataque da-
Ataque foi denunciado às autoridades
quele animal ao seu pequeno Schnauzer Miniatura. Rui Ramos diz ao Valor Local que já era hábito ver o outro cão solto na via pública, e apesar dos avisos ao dono, este não se terá mostrado colaborante no sentido de colocar um açaime ao animal. “A desculpa é sempre a mesma, a de que o cão não morde”, refere indignado Rui Ramos que acrescenta que, neste caso, “mordeu mesmo” e com consequências físicas para o seu cão que garante “passeava com a trela”. “Por sorte consegui separar os dois cães”. Ramos lamenta que o “ataque” tenha acontecido a poucos metros do posto da GNR, e lamenta mais ainda que as autoridades ao ver aquele animal com comportamentos complicados na via pública várias vezes ao dia, “nunca tenham chamado o dono à razão”. O ataque que aconteceu a 23 de setembro, foi entretanto participado ao Ministério Público - “Preferi
ir diretamente ao tribunal, pois pelos vistos a GNR que está mesmo ali à porta não faz nada”, refere Rui Ramos que se mostra indignado. O seu pequeno cão Schnauzer Miniatura, foi intervencionado com sucesso de imediato por um veterinário. No entanto, com toda esta situação Rui Ramos garante ter despendido até agora, cerca de 800 euros, valor que pretende ver ser ressarcido pelo dono do cão que atacou o seu animal de estimação. Refere Rui Ramos, que não quis identificar o vizinho proprietário do cão atacante e que com esta ação, “espera que outros donos de cães potencialmente perigosos abram os olhos e acordem para a realidade”. “O ataque foi a um cão mas podia ter sido uma criança”. Contudo o caso não é inédito. Rui Ramos refere a existência de um outro ataque por parte deste cão, mas entretanto, um segundo ani-
mal atacou também “um senhor de idade, que precisou de receber tratamento”, desconhecendo se existiu uma queixa formal na GNR. Rui Ramos diz-se preocupado com a frequência destes ataques no Bairro da Ónia, e fala mesmo num outro animal de grande porte que é solto apenas para fazer as necessidades, mas que não anda com focinheira colocada, e vai passeando à vontade no bairro. Quanto ao Schnauzer Miniatura de Rui Ramos, este “anda traumatizado”. O animal mostra-se menos sociável, e mais nervoso quando passa pelo local onde foi atacado. O caso aguarda agora a sua primeira audiência no tribunal do Cartaxo, o que deverá acontecer muito em breve. Sobre as queixas, o Valor Local tentou contatar o comando geral da GNR para saber se existiram apresentações formais, contudo e até ao fecho da nossa edição, essas respostas não nos chegaram.
Samora Correia
Balneários no Campo da Murteira uma realidade em 2019 oi finalmente dado o pontapé de saída para a construção dos balneários do Campo da Murteira em Samora Correia. A obra apresentada numa das últimas reuniões de Câmara tem um valor de 365 mil euros, com financiamento total do município, a mesma deverá arrancar em 2019, e tem um prazo de execução de 300 dias. No total estão pensados quatro balneários para as equipas, com adaptação também a pessoas portadoras de deficiência, um balneário para os árbitros, sala administrativa, sala técnica, bar e instalações sanitárias para o público. No futuro, o complexo deverá ter um posto médico que não faz parte ainda desta primeira fase da obra apresentada. Carlos Coutinho, presidente da
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Câmara de Benavente, realçou que a obra foi pensada em conjunto com os dirigentes do Grupo Desportivo de Samora Correia, “procurando ir de encontro às necessidades identificadas”. A oposição estranhou o facto de a Câmara não avançar neste pacote de obras com a construção das bancadas que vão ficar entre dois campos. Isso mesmo foi evidenciado por Florbela Parracho, do PS, bem como por Ricardo Oliveira, do PSD, que aludiu à possibilidade de a obra agora em marcha poder ficar obsoleta e aquém das aspirações do clube. Já o vereador do PS, Pedro Pereira, referiu que a obra como está apresentada não configura um ato de boa gestão, e que em primeiro lugar a Câmara deveria optar pela compra dos terrenos
ao proprietário: a Companha das Lezírias. “Imbróglio que já se arrasta há 20 anos”, aludiu. Mas como “a Câmara está em grande dívida com a Companhia das Lezírias”, dá margem para o surgimento de “negociatas que se arrastam”. O autarca garantiu ainda que conhece um empreiteiro que faria os balneários e as bancadas pelos mesmos 365 mil euros, “mas que a gestão da CDU” não quis ouvir. Carlos Coutinho voltou a evidenciar que o projeto teve o contributo de duas direções do clube para que “o que vier dali a surgir possa ir de encontro às necessidades”. Quanto às bancadas e posto médico são obras orçadas em 100 mil euros, mas face às alusões da oposição, garantiu que no caso de o preço descer mais do que
esse valor adjudica de imediato. Quanto à compra dos terrenos à
Companhia da Lezíria estes estariam avaliados em 500 mil euros,
valor que não se revela como possível para o município.
Carlos Coutinho deu a conhecer o projeto consertado com os dirigentes do clube
Câmara de Azambuja anuncia de novo Orçamento Participativo uís de Sousa, presidente da Câmara Municipal de Azambuja, garantiu ao Valor Local que o Orçamento Participativo do concelho vai ser uma realidade. O autarca rejeita a informação colocada a circular de que o valor a atribuir pelo município seja de 50 mil euros, vincando que este “é apenas indicativo”. “Ainda não decidimos
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se é 50 ou 100 mil euros, até porque considero 50 mil euros um valor baixo”. Luís de Sousa refere que o OP de Azambuja ainda está numa fase muito inicial e que por isso é prematuro falar em quaisquer verbas associadas ao mesmo. O autarca refere que “ainda não definimos os valores certos porque estamos a trabalhar no OP”, e sublinha que já solicitou
ideias aos vereadores da oposição “para que participem neste orçamento para fazermos o regulamento e o colocarmos em prática”. O OP vai ser desenhado pelos próprios técnicos municipais já que “temos uma funcionária com experiência no Orçamento Participativo de Lisboa”, e que será segundo o autarca uma mais-valia em todo este proces-
so “já que domina toda a documentação”. O autarca salienta que o documento entrará em vigor em 2019, e nesse processo ainda aguarda os contributos da oposição para enriquecer o OP. Luis de Sousa deixa em aberto entregar às juntas de freguesia este OP “até porque estão mais perto da população”, e com esta “descentralização” poderá ser
minimizada a confusão que o OP possa gerar, dado que é a primeira vez que o concelho de Azambuja gera um OP, embora em anos anteriores este tipo de anúncio por parte do presidente da Câmara tenha sido em quase tudo idêntico, mas sem que tivesse ido para a frente. O autarca recolheu, na altura, opiniões de vereadores e presidentes de junta, com algumas des-
sas medidas a serem concretizadas, mas outras acabaram por não sair do papel. Agora, o presidente da Câmara volta a dizer que será uma realidade para o próximo ano. Por outro lado, lamenta que as forças da oposição ainda não tivessem entregado qualquer sugestão oficial para o documento, o que considera importante para este primeiro ano de vida.
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Marcha Lenta pelas Vítimas da Estrada Nacional 3 Dia Mundial das Vítimas das Estradas, 18 de novembro, foi aproveitado pela Plataforma Nacional 3 para lembrar os que acabaram por falecer ou sofreram acidentes nesta estrada. O movimento cívico apelou à participação nos jornais e redes sociais e foram muitos os que não quiseram deixar de estar presentes numa marcha lenta que ligou Azambuja ao Carregado. À hora de fecho desta edição, o presidente da Câmara, Luís de Sousa, em declarações ao nosso jornal, refere que a Infraestruturas de Portugal (IP) anuiu, finalmente, em comparticipar em 50 por cento a obra das duas rotundas previstas para o troço, na zona da Auchan e na zona da Siva. No total este é um investimento de 300 mil euros a ser pago em duas metades: uma pela IP e outra pela Câmara. Recorde-se que aquele instituto apelas queria financiar as obras em 33 por cento. O autarca está
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esperançado que em 2019 as obras na Estrada Nacional 3 sejam uma realidade, e diz que não vai desarmar nesta questão. O ponto de encontro da marcha lenta foi no parque de estacionamento norte de Azambuja e juntou mais de quatro dezenas de viaturas. O objetivo seria percorrer depois a estrada em direção ao Carregado numa velocidade constante de 10 quilómetros/hora. A GNR apenas acompanhou lateralmente. A marcha lenta não fez parar o trânsito, mas abrandou em muito a circulação, criando longas filas desde que saiu do ponto de encontro, até que chegou ao largo da Câmara cerca de uma hora depois. O movimento cívico pretende a melhoria das condições de circulação dos peões e ligeiros, já que esta via é muito frequentada por pesados de mercadorias que todos os dias saem dos armazéns de logística.
Iniciativa da Plataforma realizou-se no Dia Mundial das Vítimas das Estradas António José Matos, vereador da autarquia azambujense, que
integrou a comitiva, vincou que a Câmara “não está fora daquilo
que são as preocupações das pessoas e da segurança rodoviária”, lembrando as dezenas de mortes que ocorreram naquela via. André Salema, um dos rostos do movimento cívico, salientou por seu lado a adesão da população num dia particularmente agreste e muito chuvoso. Para o responsável esta adesão “superou as expetativas, e fizemos aqui alguns quilómetros de fila até ao Carregado”. “Muita gente que não se juntou ao protesto, não deixou de se solidarizar com esta nossa iniciativa”. Ao todo são cerca de dez mil os pesados de mercadorias que atravessam diariamente a Estrada Nacional 3 entre Azambuja e o Carregado. Um facto que tem suscita a apreensão das autoridades locais, nomeadamente, dos bombeiros de Azambuja que através do comandante, Ricardo Correia, expressou em março passado, ao Valor Local, a sua
preocupação quanto aos materiais transportados por estes pesados. Garantindo a formação dos voluntários de Azambuja, Ricardo Correia salienta que esta é uma matéria que deve ser levada em conta, ao mesmo tempo que vinca a necessidade da implantação de uma cultura de segurança nos trabalhadores das empresas naquela zona, que muitas vezes circulam a pé, de noite ou de bicicleta naquela via e sem qualquer tipo de visibilidade. Ainda em março a plataforma, aproveitando o dia da família, levou a cabo uma ação de sensibilização com a edificação de um conjunto escultórico e a colocação de milhares de garrafões nas bermas da estrada. Uma ação que contou com a participação de centenas de pessoas, numa iniciativa bastante emotiva acompanhada por um minuto de silêncio pelas vítimas.
Já nasceu a Confraria do Torricado Confraria Azambuja - Terra do Torricado nasceu oficialmente no dia 14 de novembro. A escritura foi assinada no notário de Azambuja, no Centro Comercial Atrium, na presença dos promotores da ideia, nomeadamente Joaquim António Ramos, antigo presidente da Câmara de Azambuja, Luís de Sousa, atual presidente do município, Francisco João Silva presidente da Caixa de Crédito Agrícola de Azambuja, e Rita Ortigão Costa, empresária da Sociedade Agrícola Fonte do Pinheiro. A Confraria vai agora tratar de encontrar os respetivos trajes para os confrades e confreiras e elaborar as diligências com objetivo de eleger os corpos sociais. No que toca aos objetivos, a confraria pretende lutar “pela defesa do tor-
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ricado que é património gastronómico do concelho de Azambuja”, bem como pela “defesa e valorização cultural da confraria e a divulgação turística e cultural do município” segundo os estatutos na nova entidade. Ainda recentemente a Câmara Municipal de Azambuja assumiuse como “Terra do Torricado” cuja marca também já registou. Durante o passado mês de outubro, os restaurantes do concelho foram convidados a participar na campanha gastronómica “A Gula” onde confecionaram não só este prato típico das lezírias como a lapardana, feita à base de couves e muito apreciado no alto concelho de Azambuja. Esta iniciativa, que juntou também duas iniciativas populares, a
Paraísabor em Vale do Paraíso, e o Festival do Torricado, levado a cabo pelo Grupo Desportivo e pelo Rancho Folclorico de Azambuja, culminaram num “sucesso”, com o aumento de refeições servidas, e numa adesão acima da
média para os últimos anos, segundo apurou o Valor Local, junto dos responsáveis autárquicos. Há no entanto, vários concelhos a reclamar a origem do Torricado. São na sua essência municípios de borda d’agua e com extensas
lezírias. O que se sabe deste prato é que, por exemplo, nos campos de Azambuja era frequente os trabalhadores dos campos passarem muitos dias sem irem a casa. Aprenderam a reutilizar o pão que levavam bem como os
A associação que visa promover o prato típico de Azambuja vai ter sede no posto de turismo
ingredientes, como o azeite e o alho que usavam no seu dia-adia. Sem uma resposta científica para o efeito, dizem os mais velhos que à época o bacalhau era barato e considerado como um dos pratos dos pobres e menos afortunados. Algo contrariado nos dias de hoje, em que o fiel amigo pode ultrapassar facilmente os 10 euros por quilo, não sendo opção para todas as bolsas. Certo é que o Torricado foi ficando, até assumir-se hoje como um prato gourmet, servido cada vez mais nos melhores restaurantes e menos confecionado pelos agricultores nas lezírias ribatejanas. É também figura de cartaz nos inúmeros certames que glorificam o “fiel amigo”.
Nível máximo de excelência para o Hospital de Vila Franca em quatro especialidades Hospital Vila Franca de Xira, unidade gerida em regime de parceria público-Privada pela José de Mello Saúde, acaba de receber a classificação máxima de Excelência Clínica, nas áreas de Cirurgia de Ambulatório; Cirurgia Geral - Cirurgia do Cólon; Neurologia - Acidente Vascular Cerebral e Obstetrícia - Partos e Cuidados Neonatais, de acordo com os resultados publicados hoje pelo SINAS - Sistema Nacional de Avaliação em Saúde, responsabilidade da Entidade Reguladora da Saúde (ERS). O SINAS atribuiu, ainda, excelên-
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Mais de cem instituições ligadas à saúde foram avaliadas pelo SINAS
cia clínica de nível 2 (duas estrelas) às áreas de Ginecologia; Pe-
diatria – Pneumonia; Pediatria – Aleitamento Materno; Ortopedia
– Artroplastias; Ortopedia – Fraturas; Unidade de Cuidados In-
tensivos; Avaliação da Dor Aguda; Tromboembolismo Venoso (TEV) e Enfarte Agudo do Miocárdio (EAM). “Os resultados desta avaliação na qual o Hospital Vila Franca de Xira aderiu voluntariamente consubstanciam a visão de se afirmar como uma referência nacional pela qualidade, eficiência e segurança do serviço prestado às populações que serve”, indica Pedro Bastos, presidente da Comissão Executiva do Hospital Vila Franca de Xira. E acrescenta: “Estes resultados demonstram ainda a qualidade dos cuidados
de saúde prestados no Hospital e a competência dos profissionais de saúde que nele trabalham, sempre com o propósito de prestar os melhores cuidados de saúde à população”. O SINAS visa avaliar, de forma objetiva e consistente, a qualidade dos cuidados de saúde em Portugal, com base em indicadores de avaliação que permitam obter um rating dos prestadores. A publicação deste rating garante o acesso dos utentes a informação adequada acerca da qualidade dos cuidados de saúde nos diversos prestadores.
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Caixa Agrícola de Azambuja premeia alunos do alto concelho Caixa Agrícola de Azambuja distribuiu, no dia 13 de novembro, cerca de 1500 euros aos melhores alunos da Escola EBI de Manique do Intendente, concelho de Azambuja. O objetivo, segundo o presidente da Caixa de Azambuja, Francisco João Silva, passa por fomentar o empreendedorismo nos jovens do concelho. O banco premiou sete alunos, cinco do primeiro ciclo, um do segundo ciclo, e outro do terceiro, sendo que os primeiros ganharam um cheque de cem euros cada, e os outros dois um cheque de 500 euros cada. No primeiro ciclo, a Caixa Agrícola entregou um cheque de cem euros aos alunos Alice Cruz, Leonor Pedro, Mariana Sécio, Maria Correia e Carlota Libânio. No segundo e terceiro
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Banco distribuiu 1500 euros pelos alunos das escolas mais distantes da sede de concelho ciclos, respetivamente, foram contempladas, as alunas Mara Coelho e Tatiana Fonseca com 500 euros cada. Para muitos destes alunos, esta será a primeira conta bancária. Como são menores e dado que existem regras bancárias aper-
tadas, os vencedores terão de utilizar este cheque para abrir uma conta no Crédito Agrícola para posteriormente terem acesso ao dinheiro. Nestes casos a primeira conta, terá a supervisão de um adulto. O presidente da Caixa de Azam-
buja, Francisco João Silva destacou o empenho dos alunos neste “concurso” ao mesmo tempo que elogiou os professores, nomeadamente, a diretora do agrupamento que acolheu esta iniciativa da caixa azambujense.
O responsável lamentou, por outro lado, o desinteresse dos agrupamentos de Azambuja e Aveiras de Cima, que não responderam à proposta da Caixa para que também os seus alunos fossem premiados. Francisco João Silva salientou que em tempos numa iniciativa levada a cabo pelo município fez uma radiografia da economia do concelho, o que levou a Caixa de Azambuja a criar prémios de desempenho para os alunos. Passado quase um ano, o presidente do Conselho de Administração da Caixa, diz ter encontrado alguma frustração neste processo, ressalvando que depois de vários contatos, apenas o agrupamento de escolas do alto concelho abraçou a ideia. Silvia da Purificação, diretora do agrupamento de escolas do Alto
Concelho, vincou a importância da iniciativa do Crédito Agrícola ao presentear os melhores alunos, fomentando ao mesmo tempo a competitividade. A responsável que vincou também a presença dos encarregados de educação na iniciativa, referiu que há cerca de um ano nas Jornadas de Educação tinha deixado em aberto a possibilidade de os empresários poderem ajudar o agrupamento. Algo que veio a acontecer agora com este apoio aos alunos por parte do Crédito Agrícola de Azambuja. Um agradecimento também expresso pelo presidente da Câmara de Azambuja, Luís de Sousa e pelo representante da União de Freguesias local, António José Rodrigues, e pelo presidente da Junta de Freguesia de Alcoentre, António Morgado.
Conferência Arruda Lab: Vinhos cada vez mais alcoólicos Adega Cooperativa de Arruda dos Vinhos recebeu uma conferência do projeto municipal “Arruda Lab” acerca do impacto das alterações climáticas e medidas de adaptação a seguir. Vários especialistas deram conta das profundas alterações que estão a acontecer nas vinhas portuguesas em virtude do novo quadro climático. Um dos oradores, José de Melo e Abreu, do Instituto Superior de Agronomia, começou por aludir
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que o aumento do efeito do CO2 está a produzir efeitos como videiras mais altas, com mais folhas, flores maiores, mas consequentemente maior acumulação de biomassa. Vistas as coisas, os vinhos estão cada vez mais alcoólicos. E no caso daqueles que já o são pela natureza das castas, este é um problema acrescido. Os perfis organoléticos saem prejudicados, mas também provocam, estes vinhos filhos das alterações climáticas,
uma diminuição da qualidade do carvalho dos barris, bem como uma diminuição da acidez total do mosto “que pode ser desfavorável especialmente nos vinhos brancos”. Logo, esta nova realidade pode condicionar problemas de sustentabilidade das empresas agrícolas e do mundo rural. Por outro lado, e face a condições extremas meteorológica como o escaldão nas vinhas, a opção deverá incidir em redes de som-
bra, e podas adequadas, bem como utilização de castas mais adequadas a temperaturas altas. Para combater os graus alcoólicos excessivos, o orador recomendou colheitas mais precoces, a opção por clones e castas mais favoráveis, adaptação às novas tecnologias de informação para melhor dominar o estado de coisas bem como os necessários seguros que possam permitir seguros e prémios bonificados.
Conselhos para a nova realidade deixados por especialistas
PSD acusa Câmara de Alenquer de lucrar com refeições escolares vereador da oposição, PSD, Frederico Rogeiro questionou na última reunião de Câmara de Alenquer, acerca do diferencial que a Câmara lucrará com o facto de o ministério da Educação estabelecer o preço de 1,46 euros por cada refeição escolar, mas a autarquia através de concurso público ter conseguido fechar contrato com uma empresa de restauração por 1,24 euros. Segundo o autarca, haverá aqui um acréscimo de 22 cêntimos que está a ser pago
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por todos os encarregados de educação, “mas que não deveria ser assim”. O vereador com o pelouro da Educação, Rui Costa, esclareceu que tal se deve à lei da concorrência. O facto de a autarquia ter conseguido um preço mais baixo deve-se à circunstância de “estar próxima de Lisboa e possuir boas vias de comunicação”, o que funcionará como um atrativo para as empresas do ramo das refeições escolares. Contudo, elucidou que as ver-
bas ditas remanescentes servem para fazer face a outro tipo de despesas como equipamentos, energia, água, funcionários. “No fundo, o Estado acaba por dar esse adicional para se suportar esse tipo de despesas”. “O valor é decretado por despacho ministerial, e cobrado de forma uniforme para todo o país”, acrescentou Rui Costa. O autarca referiu que com muita frequência há queixas acerca da alimentação nas escolas mas também críticas positivas. “É difícil
agradar a todos porque tão depressa os encarregados de educação pedem peixe mas depois queixam-se das espinhas. Temos uma nutricionista a acompanhar as ementas e a qualidade do que é servido. Tentamos disponibilizar a carne da forma que é mais fácil de comer por uma criança, normalmente, às tirinhas, e supervisionar a qualidade dos cremes e das sopas”, descreveu, acrescentando, ainda, que as escolas do concelho fornecem esposta a cerca de 100
crianças com intolerâncias alimentares. “Há quem diga que estaria disposto a pagar mais para ter mais qualidade, mas nem sempre as coisas são assim tão lineares. Já nos foram apresentadas refeições, cujo prato rondaria os 90 cêntimos, e outras os 2,50 e a diferença nem sempre é tão grande quanto isso”. Frederico Rogeiro concluiu do lado do PSD que mesmo assim “seria mais coerente a Câmara devolver o dinheiro às famílias, até porque desta forma
está em contradição com a medida de apoio aos agregados familiares na baixa do IMI”. O vereador fez as contas e por cada educando, o encarregado de educação estará a pagar mais 48 euros e meio por ano. O executivo referiu que este tipo de matemática “acaba por acontecer em todos os serviços e no fundo as verbas servem para o bolo total da Câmara que visa prestar um serviço público a todos os munícipes”, concluiu o presidente da Câmara, Pedro Folgado.
Alenquer inaugura Espaços do Cidadão em Meca e Olhalvo s freguesias de Olhalvo e Meca vão passar a dispor de um “Espaço do Cidadão” a partir de 28 de novembro. A inauguração do Espaço do Cidadão de Olhalvo está marcada para as 14h30 e de Meca às 16h30, nas respetivas sedes de freguesia, numa cerimónia presidida pelo se-
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cretário de Estado Adjunto e da Modernização Administrativa, Luís Goes Pinheiro. Com estas inaugurações, Alenquer vai passar a dispor de quatro Espaços do Cidadão, depois da abertura do balcão da freguesia de Ventosa em julho do ano passado, e da união de freguesias de
Abrigada e Cabanas de Torres em abril deste ano. O presidente da autarquia de Alenquer, Pedro Folgado, considera que os Espaços Cidadão são essenciais numa política de proximidade e igualdade de acessos aos serviços essenciais a toda a população do concelho, reiterando
a intenção de inaugurar até ao final do corrente mandato (2017/2021) um Espaço do Cidadão em cada uma das 11 freguesias do concelho. Na união de freguesias de Carregado e Cadafais está prevista a abertura de dois destes equipamentos, um dos quais vocaciona-
do para a população imigrante. Este tipo de espaços estão vocacionados para serviços relacionados com emissão de cartas de condução, assuntos relacionados com Autoridade Tributária, emprego e formação profissional, alterações de morada do Cartão de Cidadão, Cartão Europeu de Seguro
de Doença ou realização de serviços e-fatura, entre muitos outros. O atendimento é assegurado por funcionários das respetivas freguesias que recebem formação especifica, a cargo da AMA – Agência para a Modernização Administrativa, entidade que tutela estes equipamentos.
Valor Local
Novembro 2018
Ambiente 7
Câmara de Azambuja renova contrato por mais um ano com empresa dos lixos de que todos se queixam Câmara Municipal de Azambuja decidiu prolongar por mais um ano o contrato com a Ecoambiente, empresa responsável pela recolha de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) no concelho, nos últimos oito anos. Ao longo do tempo, as queixas quanto à deficiência do serviço têm sido constantes, apesar da incúria dos cidadãos no acondicionamento dos lixos também não ser a melhor. Certo é que avisos não faltaram, por parte da oposição, quanto à necessidade de uma nova solução: ou a Câmara voltaria a chamar a si este serviço, ou optaria por um novo concurso público e de preferência com novo privado, ou uma solução no âmbito intermunicipal. Silvino Lúcio, vereador com o pelouro da higiene e limpeza urbana, anunciou que face ao aproximar da data de conclusão do contrato, 26 de novembro, esta foi a solução possível. Para o vereador da CDU, David Mendes, a Câmara disporia, nesta altura, de capacidade financeira para voltar a cumprir este serviço, mesmo significando a aquisição de viaturas, material e gastos com recursos humanos, contudo poderia procurar “economias de escala com municípios vizinhos como o de Alenquer”. “Mas como esta é uma Câmara reativa, e por isso não lhe apetece gerir os lixos porque dá trabalho”, sentenciou, ilustrando – “No fundo o que esta Câmara gosta é de ser apanhada com as calças na mão”. Na edição de janeiro de 2014 do Valor Local, este já era um assun-
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to debatido no seio da vereação e na mesma altura, Silvino Lúcio constatava que até 2018 a Câmara tinha de se preocupar em “fazer um estudo sério sobre quais as melhores opções”. O Valor Local questionou o vereador do pelouro acerca dos custos com a internização do serviço neste momento. Silvino Lúcio refere que o investimento aproximar-se-ia do milhão de euros em viaturas de recolha, lava contentores, e outros materiais, bem como, um “incremento significativo dos custos salariais” (cerca de 250 mil euros por ano). A Câmara de Azambuja reflete ainda a nível dos seus custos e receitas com este setor os seguintes valores: Os encargos com a recolha e transporte de resíduos, lavagem e fornecimento de contentores cifram-se anualmente em cerca de 600 mil euros, enquanto os custos com o tratamento representam cerca de 250 mil euros. No entanto, os custos globais com a gestão dos resíduos ascendem a cerca de 1 milhão 100 mil euros. A receita da Câmara com a tarifa de RSU é de 740 mil euros, e a recolha nos dois estabelecimentos prisionais sedeados no concelho é de 77 mil 500 euros, o que somado dá cerca de 820mil euros. Os custos com a Ecoambiente realçados na Reunião de Câmara são atualmente de 450 mil euros e vão passar para 550 mil euros para o ano. O PSD, em comunicado, enviado às redações também não compreende o prolongamento do con-
Este é um cenário que não é raro acontecer em Azambuja
trato com a empresa em causa, e alega que em oito anos, o serviço atingiu os graus mínimos – “a recolha deixou de ser diária, a lavagem e desinfeção dos contentores deixou de ser feita com regularidade, a recolha de monos também deixou de existir”. Na reunião de Câmara em que apresentou a renovação de contrato por mais um ano, o vereador Silvino Lúcio recusou a ideia de que a Câmara tenha receios de retomar as rédeas da recolha dos lixos, e que esta foi a decisão possível. Recorde-se que o próprio executivo PS neste e no anterior mandato também demonstrou, por diversas ocasiões, a sua insa-
tisfação com os níveis de serviço da empresa com a qual voltou a renovar. Deu conta que a tarifa dos Resíduos Sólidos Urbanos vai subir por parte da Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR), no âmbito do princípio poluidor-pagador. A proposta de renovação por mais um ano com a Ecoambiente foi aprovada por maioria com os votos a favor do PS, abstenção da CDU, e votos contra do PSD. A Câmara de Azambuja evidencia, ao nosso jornal, que há vantagens na gestão dos lixos pelos privados, pelo que após este ano de contrato com um parceiro que tem deixado a desejar, a autar-
quia deixa no ar a ideia de voltar a privatizar a recolha dos lixos porque as vantagens são elencadas da seguinte forma: “a Câmara não necessita de realizar um investimento significativo em viaturas, garantia da resolução de problemas com avarias de viaturas de forma mais expedita e consequentemente, garantia de um serviço de recolha de resíduos e de lavagem de contentores mais fiável e eficaz.” Custos para os consumidores na fatura da água Silvino Lúcio, em declarações ao Valor Local, responde que a revi-
são tarifária para 2019 prevê a existência de um único escalão para a tarifa variável aplicável aos utilizadores domésticos e não domésticos, na componente dos resíduos sólidos urbanos; exemplificando: Para os utilizadores domésticos com um consumo mensal de água médio (7 m3), o aumento será inferior a um euro mensal. Para os utilizadores não domésticos, com um consumo mensal de água médio (27 m3), o aumento será de 1,43 euros. Atualmente os encargos com os RSU são cobertos em 75 por cento pelas receitas, havendo um défice de 25 por cento no concelho de Azambuja.
Ministério do Ambiente não detetou irregularidades nos transvases da Triaza os primeiros meses deste ano, a empresa que gere o aterro em Azambuja, a Triaza, foi acusada de ter procedido a uma descarga de efluentes para uma linha de água que vai desaguar ao rio Tejo. A operação estaria apenas relacionada com transvases de águas pluviais, não contaminadas, asseguraram, em reunião de Câmara, na altura o comandante dos Bombeiros de Azambuja, Ricardo Correia, e o engenheiro da Suma/Triaza, Rui Santos. Tese agora corroborada após inspeção ao local pelo ministério do Ambiente. A 3 de julho último, a InspeçãoGeral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território (IGAMAOT) efetuou uma ação de inspeção ao aterro
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de resíduos para averiguar desta e de outras situações relacionadas com o controle ambiental e cumprimento dos diversos licenciamentos por parte da estrutura. O ministério do Ambiente, ao Valor Local, refere que este aterro “a ser desenvolvido em três fases” produz efluentes relacionados com os lixiviados provenientes da célula do aterro e das águas residuais domésticas associadas ao funcionamento das instalações sanitárias do edifício administrativo/portaria e da oficina e balneários do edifício de apoio. Sendo que à data da inspeção, “constatou-se que não tinham ocorrido quaisquer acidentes/incidentes relacionados com a incorreta gestão dos efluentes produzidos na unidade e conse-
quentemente não foram detetadas práticas passíveis de contraordenação, relacionadas com descargas de água residuais ou outras práticas incorretas em termos de utilização do domínio público hídrico.” Triaza “viola” alvará e é alvo de contraordenação Contudo, aquando da ação inspetiva acima referida foi detetado o exercício da atividade de tratamento de resíduos em violação das condições impostas no alvará da estrutura. Foi levantado o auto de notícia e instaurado o competente processo de contraordenação. É possível verificar numa troca de correspondência a que o Valor Local teve acesso
entre a Agência Portuguesa do Ambiente e a Triaza, que a primeira entidade alertava para a necessidade de determinados resíduos, que a empresa estaria a receber, serem devidamente va-
lorizados, não devendo ser encaminhados para aterro, e com isso “proceder-se à separação dos resíduos na origem de forma a promover a sua valorização por fluxos e fileiras”. A empresa respon-
dia que tem estado a separar manualmente resíduos valorizáveis como madeira, plásticos, entre outros. Pedimos um comentário à empresa que à data de fecho deste jornal não respondeu.
CDU alerta para o estado das pedreiras em Alenquer sabel Graça, vereadora da CDU, na Câmara de Alenquer alertou para a situação em que se encontram as pedreiras no concelho, na última reunião do executivo. A autarca falou de um cenário em que a fiscalização por parte do Estado não se tem feito cumprir com “crateras abertas e sem se ter em conta os devidos planos de recuperação”, e incitou a Câmara a fazer pressão junto do ministério da Economia no sentido de serem apresentados relatórios com mais regularidade. Em comunicado enviado aos jornais, no passado mês de agosto, a Associação para o Estudo e Defesa do Ambiente do concelho de Alenquer (ALAMBI), alertava também para o estado de coisas nas pedreiras, referindo que existem verbas cativas para a recuperação paisagística mas que não são utilizadas, “Não existe fiscalização, iniciativa ou vontade de fazer o que quer que seja.” Sendo também importante instalar uma rede de monitorização da qualidade do ar na área envolvente às pedreiras do eixo Carapinha – Ota”, concluía o comunicado.
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8 Política
Valor Local
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Câmara de Benavente aprova orçamento de 19 milhões de euros oi aprovado por maioria com os votos favoráveis da bancada da CDU, abstenção do PSD, e votos contra do PS, o orçamento da Câmara de Benavente, 19 milhões de euros, para o ano que vem. A submissão do documento ao órgão executivo levantou celeuma, como o vereador socialista, Pedro Pereira, a acusar a maioria CDU de só ter começado a discutir as propostas do documento depois de ter sido aprovado em reunião de Câmara prévia. Entre as propostas apresentadas para 2019, o orçamento destaca os investimentos da reabilitação urbana e, também, de outras intervenções apoiadas pelos fundos comunitários, sendo que a previsão é que se possam iniciar em 2019 e que estejam concluídas em 2020. A requalificação do museu municipal; a reabilitação da biblioteca municipal; o sistema de climatização do Palácio do Infantado; os balneários do Grupo Desportivo de Samora Correia; o relvado sintético de Santo Estêvão; a requalificação dos postos médicos dos Foros da Charneca e de Santo Estêvão; a aquisição duma viatura de recolha do lixo (um investimento de cerca de 200 mil euros estando inscritos 180 mil); a requalificação do Parque Ruy Luís Gomes, em Samora Correia; intervenções em diversos arruamentos e caminhos do município, a criação dos circuitos pedonais entre Samora Correia e Benavente; a requalificação da Praça do Município e da Praça da República, em Benavente; o esta-
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cionamento na periferia do centro histórico de Benavente; a requalificação da Praça da República, do Largo João Fernandes Pratas e do Largo “25 de abril”, em Samora Correia, e a aquisição de um autocarro são alguns dos investimentos elencados, “num orçamento de
grande exigência”; considerou Carlos Coutinho, presidente da autarquia. Pedro Pereira, vereador do PS, classificou o documento como fantasma porque a Câmara Municipal “promete coisas que já deviam estar cumpridas” e, “ao longo dos úl-
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mil 480 euros. “Sendo que todos se lembram da quantidade de pessoas que entraram ao serviço da Câmara Municipal no ano de eleições autárquicas e, portanto, embora o PS defenda os funcionários, tem que haver um pouco mais de equilíbrio e de cuidado, não po-
Requalificação urbana será uma das áreas em evidência
Um problema de “agendas” aprovação de um relatório de transparência sobre a atividade da Câmara Municipal provocou uma acesa discussão numa das últimas reuniões de Câmara de Azambuja. Num dos documentos podia ler-se que a autarquia gerida por Luís de Sousa (PS) fazia relatos pormenorizados da agenda política. (Participação em eventos das associações locais, reuniões
timos cinco anos, foi-se assistindo ao adiamento das obras, chegando à atualidade com as mesmas opções que a autarquia tinha em 2013”. Acrescentou ainda que o orçamento tem, também, entre 40 a 50 por cento de despesas com pessoal, “qualquer coisa como 7
com decisores políticos do Governo, ou outras, são algumas das atividades por vezes relatadas pelos presidentes de Câmara nas reuniões). A oposição PSD insurgiu-se tendo em conta que esse é um modo de proceder que não acontece nas reuniões de Câmara de Azambuja, “ao contrário do que está na lei”, “salvo raras exceções nomeadamente através do vereador Silvino Lú-
cio” (PS). E como tal o relatório não estava em condições de ser aprovado. O presidente da Câmara comprometeu-se, nesse ponto, a fornecer uma lista dos eventos onde participa, mas recusou dar a conhecer a sua agenda ao vereador do PSD, porque segundo Luís de Sousa nela também estão assinalados agendamentos da sua vida pessoal. Passados 15 dias, Rui Corça esclareceu
Cartoon Bruno Libano
que têm vindo ao seu conhecimento alguns agendamentos, nomeadamente, cerimónias e eventos onde a Câmara está presente, mas não tanto os atos relacionados com a gestão da Câmara, mas voltou a reforçar “Os seus atos são públicos e sujeitos a escrutínio. Pedir para ter acesso à agenda pública não é uma falta de educação, como é evidente a sua vida pessoal não me interessa”.
dendo valer tudo, sobretudo em anos de eleições, ainda que o problema de não se fazer obra seja mais fácil de resolver com o alcatroamento das ruas e a maior contratação possível de pessoal, para ver se ficam no poder, eternamente.”, concluiu. Já o vereador do PSD, Ricardo Oliveira, colocou o acento tónico no que considera ser um problema estrutural da Câmara – “a ausência completa da capacidade de captar investimento, de captar empresas e de dar ao município de Benavente uma estratégia de desenvolvimento”. Exemplificou que a requalificação e revitalização das zonas industriais do município de Benavente foi uma bandeira do PSD e é um problema identificado que merece uma séria reflexão. Lamentou ainda que no documento a votação, a ideia do Orçamento Participativo no concelho não tenha sido aceite. Pedro Pereira voltou à carga referindo que só em impostos, o município consegue arrecadar 9 milhões euros, “sendo que em IRS estamos a falar de um milhão e meio”. Carlos Coutinho retorquiu ser falso que o município receba esses 9 mil euros, sendo que o valor do IRS faz parte das receitas da Câmara provenientes das transferências do Orçamento de Estado. Em informação enviada à imprensa, o vereador socialista evidenciou ainda que a proposta de isenção da derrama para as pequenas empresas foi rejeitada pela CDU e teve a abstenção do PSD.
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10 Eventos
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Alenquer promete cenário de sonho e fantasia este Natal
ntre 1 e 20 de dezembro, e como é hábito o Parque Urbano da Romeira, na Vila Presépio, transforma-se num autêntico Parque Temático de Natal, com uma oferta diversificada para miúdos e graúdos. Circo de Natal, pista e rampa de gelo, fábrica de brinquedos do Pai Natal, jogos, pinturas faciais, espaços de diversão infantil, ateliês infantis de presépios, exposição de presépios do mundo e mercado de presépios – com destaque para um presépio mecanizado de grandes dimensões são apenas algumas das sugestões, bem como a “Quinta do Pai Natal” repleta de animais neste Parque Temático de Natal, que promete garantir horas de diversão em família. No Fórum Romeira, poderá também encontrar uma mercearia de Natal, com os vinhos e as iguarias do concelho e da região, complementada com um mercado de Natal, instalado no parque da paróquia, bem no centro da vila de Alenquer. O Museu Damião de Góis e das Vítimas da Inquisição, recebe uma Feira do Livro de Natal, enquanto o Museu João Mário terá patente a exposição “Aguarelas e outras Artes de Natal”, já o Museu do Vinho
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convida a conhecer a exposição “Grape Land” e nos Paços do Concelho o visitante pode visitar a exposição “Dos 50 anos das cheias de Alenquer ao Presépio Monumental”. Pelo nono ano consecutivo, o município de Alenquer, promove o Concurso de Presépios, incentivando comerciantes, instituições e munícipes a construir um presépio e a colocá-lo nas montras e jardins, trazendo outro brilho e cor às localidades do concelho. Pela primeira vez, o município organiza uma excursão e roteiro, proporcionando uma oportunidade a todos para visitarem os presépios a concurso. Já habituais, são as visitas guiadas ao Monumental Presépio de Alenquer, que comemora neste ano de 2018, meio século de existência. Os visitantes terão oportunidade de ouvir como nasceu este Presépio, que fascina todos aqueles que da estrada nacional, disfrutam de uma vista privilegiada sobre a encosta que o recebe todas as quadras de Natal nos últimos 50 anos. O lançamento de mais uma edição de Lugares e Palavras de Natal no museu João Mário, o teatro com “Um Conto de Natal” de Charles Dickens no Teatro Ana Pereira e
“Um Conto de Natal no Palácio Municipal”, nos Paços do Concelho, Concertos Corais de Natal em Igrejas das Paróquias de Alenquer, a Festa dos Loucos Anos 80 e o V Alenquer Xmas Trail são outras das propostas durante o mês de dezembro. A ligar todas estas atividades, junta-se o habitual comboio de Natal que vai percorrer as principais artérias da vila, iluminadas e ao som
de música natalícia. A cerimónia de iluminação do “Monumental Presépio de Alenquer”, a 1 de dezembro pelas 22h30, seguido de um espetáculo piromusical, marca como habitualmente o início da quadra natalícia na vila. O espetáculo de fogo de artificio promete atrair uma vez mais milhares de pessoas à vila de Alenquer, pelo que o município “recomenda uma vez mais, que os visitantes
cheguem antecipadamente e utilizem os parques de estacionamento gratuitos nos limites da vila”, pode ler-se em comunicado de imprensa. Em Alenquer como é tradição, apesar das atividades de Natal encerrarem a 30 de dezembro, a quadra só termina com o Pintar dos Reis, na madrugada de 5 para 6 de janeiro, no cumprimento de uma tradição candidata a Patrimó-
nio Cultural Imaterial. Este ano, tendo em conta a hora tardia do cantar dos Reis que impossibilita a visita de muitos interessados, o município organiza duas visitas às aldeias de Alenquer que mantêm esta tradição ancestral. “O Pintar e Cantar dos Reis no Concelho de Alenquer” que terá uma primeira partida pelas 15h00 e a segunda às 22h00, num percurso efetuado num autocarro do município.
Valor Local
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Dossier: Águas 11
Obras da “Águas da Azambuja” atingem 2,5 milhões de euros em novas condutas Sílvia Agostinho stão a decorrer as muito aguardadas obras da concessionária “Águas da Azambuja” que visam a substituição das condutas numa obra que se prolonga desde Alcoentre a Aveiras de Baixo, sendo que um dos grandes objetivos passa por acabar com as roturas e as falhas de água na freguesia de Aveiras de Cima. Em entrevista ao Valor Local, Paulo Oliveira, administrador da “Águas da Azambuja” (ADAZ), refere que o processo tem sido moroso, porque em dada altura foram necessárias as devidas autorizações por parte da Infraestruturas de Portugal. Desde 2016 que este investimento na rede estava anunciado pela empresa que já vai em mais de dois milhões e meio de euros. Nesta altura, a empresa tenta terminar da melhor forma a parte da obra que está a ser finalizada em Alcoentre, faltando apenas compactar o tout-venant depois de abertas as valas, tendo em conta um cenário de poeira e de lama verificado. Há também uma obra em frente ao cemitério da localidade em causa que vai fazer uma ligação até ao reservatório. A obra atravessa a 366 entre estas freguesias numa “obra grande com muitos quilómetros de conduta”. Com a remodelação e tendo em vista um dos principais fins que é colocar termo às faltas de água nas torneiras na freguesia de Aveiras de Cima, a empresa está ainda a ligar, o que Paulo Oliveira designa por, “várias origens de água”. A concessionária “encontra-se a aumentar os diâmetros dos ramais” também com a substituição de condutas de modo a garantir que a água “possa vir de Casais da Lagoa para Aveiras bem como de Alcoentre para Aveiras”, dá conta. No fundo “o sistema passa a ter um dinamismo que neste momento não possui”. Sendo que a partir do momento em que a água possa ser distribuída no concelho de Azambuja, o sabor deverá ficar melhorado, ao contrário do que acontece com a presente capta-
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Administrador confessa que não é possível fazer obra sem refletir custos nas faturas
ção, via Estação de Tratamento de Água (ETA) de Vale da Pedra, onde apesar de a água ser segura desagrada “aos nossos clientes”. Em declarações ao Valor Local, na sua edição passada, o vereador com o pelouro das águas e saneamento, Silvino Lúcio, referiu que as situações de faltas de água na torneira poderão ser resolvidas nos primeiros meses do ano. Paulo Oliveira não contesta esse prognóstico feliz, mas avisa que as ro-
turas podem acontecer porque a reabilitação não estará totalmente feita devido à morosidade da obra, “mas face às redundâncias no sistema não serão suficientes para que a água falte nas torneiras”. Sendo o quadro de Aveiras de Cima tão urgente, Paulo Oliveira, refere que no início da concessão – que no ano que vem atinge uma década no concelho de Azambuja – apostou-se sobretudo em obras de expansão ligadas à parte do
saneamento. A obra agora a decorrer é de reabilitação, e ficou agendada para este cronograma de um ano. Atualmente, a empresa está também a apostar na telegestão com monitorização de todos os reservatórios com o fim último de controlar ao máximo as perdas de água, que neste momento rondam os 20 por cento. Um valor dentro da média de eficiência nacional mas que Paulo Oliveira deseja que possa baixar.
A média do grupo Aquapor, empresa mãe da ADAZ, ronda os 17 por cento. Com a obra em curso, e com a diminuição das roturas em Aveiras de Cima, as perdas de água deverão baixar. Em 2015 e depois de muitas negociações, foi aprovado o novo aditamento ao contrato celebrado entre a Câmara e a empresa, cuja entrada em funcionamento a nível das tarifas foi implementado em 2016. A ADAZ alegava défice. Volvidos dois anos, Paulo Oliveira faz um balanço positivo do modelo económico. Já quanto aos lucros, não serão os mais positivos do ponto de vista dos acionistas, tanto mais que “a Taxa Interna de Rentabilidade foi baixada e o intervalo de tempo entre a aprovação do contrato e a sua aplicação ainda demorou um ano e meio o que condicionou ainda mais esse equilíbrio”. A empresa esteve muitas vezes debaixo de fogo por não comunicar, e com isso propiciar menos clareza na sua atuação no concelho. Paulo Oliveira reconhece que nos primeiros anos a ADAZ focouse demasiado nas questões técnicas- “fazer obra, melhorar as perdas de água e entregar as faturas a tempo e horas, e a comunicação ficou para segundo plano, reconhecemos”. Sendo uma empresa privada a operar um setor que ainda é público na maior parte do país, e quando há poucos anos as faturas da água eram relativamente baixas na generalidade do território nacional, Paulo Oliveira é taxativo: “Há duas formas de ter faturas baixas, uma é fazer com que o consumidor não cubra os gastos da operação de captação e distribuição, mas com consequente prejuízo noutras áreas de gestão de uma Câmara, de uma empresa ou do Estado. A outra é não fazer investimento, mas a qualidade do serviço não será a mesma. É impossível fazer investimento no concelho como estamos a fazer, de vários milhões de euros, e isso não ser repercutido na fatura ao cliente”.
Muito aguardada foi a entrada em funcionamento da entidade que em alta fornece a água à ADAZ, por via da extinção da Águas do Oeste, porque em vista encontrava-se a possibilidade de as tarifas baixarem para a concessionária, e deste modo para os consumidores, sendo o mesmo aplicável à congénere em alta para o saneamento – Águas do Tejo Atlântico. Em diversas reuniões do executivo, o vereador da CDU, David Mendes, alegou que isso não está a acontecer, por causa da fórmula do contrato celebrado entre a autarquia e a ADAZ, e como tal os azambujenses não estarão a usufruir dessa benesse. Paulo Oliveira dá a sua versão – “São muitas as variáveis que entram em jogo, desde logo a inflação, os impostos, e os custos que também não são refletidos de imediato, salvo erro são de junho a junho, depois não quer dizer que quando baixe 10 por cento, se reflita 10 por cento no consumidor ou mesmo quando sobe 10 por cento, também seja esse valor, pode ser muito menos. Neste momento posso até dizer que subiram estes custos para nós em relação à entidade em alta. Se as pessoas tiverem uma diminuição de dois por cento, estamos a falar se calhar de uns 50 cêntimos e não se nota. As pessoas têm sempre a ideia de que a água é cara e essas componentes são sempre percecionadas dessa forma, ao contrário das telecomunicações por exemplo”. Quase a atingir os 10 anos de permanência no concelho de Azambuja, esta empresa faz um balanço positivo – “Ainda bem que neste caso a memória é fraca, porque muita coisa mudou, só em obra, saneamento e abastecimento, já investimentos 3,5 milhões de euros desde o início da concessão, mais 2,6 milhões euros nas obras em curso, fora os restantes custos de investimento – software, telegestão, instalações, etc.” 8,5 milhões de euros é o valor no plano de investimento inicial para a concessão.
Torre Penalva, Carrascal, Casal de Além
A eterna promessa do saneamento básico a União de Freguesias de Manique do Intendente, Maçussa e Vila Nova de São Pedro, o dia em que os esgotos poderão ser uma realidade nas localidades de Casal de Além, Carrascal e Torre Penalva teima em não acontecer. Todos os anos a promessa é a mesma – “Para o ano é que vai ser!”. Assim o diz o presidente daquela junta de freguesia, Avelino Cor-
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reia – “O vereador Silvino garantiu-me que será em 2019”, constata mas não deixa de o fazer em tom cómico, dado o cenário de eterna promessa adiada. A obra a cargo da empresa Águas do Tejo Atlântico já conheceu diversas configurações e trajetos. Falta concluir a ligação dos emissários. “As pessoas continuam a ver as caixas do saneamento básico às
suas portas e não podem fazer a ligação aos esgotos”, diz. Enquanto isso, a população daquelas localidades, em pleno século XXI, vai continuando a escoar as águas das lavagens das máquinas, para que as fossas não atinjam o limite da sua capacidade mais depressa. “Dizem que é para o segundo semestre do ano que vem. É um ano bom! É um ano de elei-
ções”, diz o autarca. Enquanto a nova realidade não chega, à população é cobrado o saneamento básico, (embora esse no fundo não exista), na fatura da Águas da Azambuja. Um facto contestado pela população que não se conforma com o estado de coisas. Paulo Oliveira, administrador da Águas da Azambuja, refere que a entidade reguladora preconiza que esse serviço
possa ser efetuado através da limpeza móvel das fossas sem custos acrescidos porque já são refletidos nas faturas. José Avelino assume que não tem tido queixas da população e que a empresa tem correspondido sempre que solicitado. Sendo que o despejo é pedido, em muitos casos, com muita frequência dadas as características do terreno, que propicia o rápido en-
chimento das fossas. “É revoltante que com tantas moradias novas, e jovens casais que têm vindo viver para estas aldeias tão desertificadas tenhamos de andar a construir soluções como as fossas, e nós junta quando fazemos sarjetas e obras nos passeios e vem aquele cheiro a esgotos, derivado das lavagens das máquinas. É muito desmotivador”, confessa o autarca.
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Novembro 2018
Roteiro pelos mercados da região São espaços que vão caindo em desuso mas com uma grande vontade de regeneração. Noutras zonas do país, os mercados têm vindo a ser ressuscitados à custa de conceitos diferenciadores, que já começam a ser aplicados em algumas das nossas praças. Entre a decadência e a regeneração fomos conhecer quatro exemplos neste roteiro. Sílvia Agostinho uem chega ao pequeno espaço onde menos de meia dúzia de bancas se organizam no denominado mercado diário de Manique tem a sensação de que está num qualquer país do terceiro mundo tal a falta de condições gritante. Este é um cenário que não é nada novo. Comerciantes e população desesperam há décadas por uma mudança neste estado de coisas. Até há pouco tempo, o peixeiro de serviço lavava o peixe num balde. Foi o executivo da atual junta que providenciou um lava louças. Eterna promessa dos sucessivos governos da Câmara Municipal de Azambuja, a obra tem conhecido muitos solavancos. A dada altura, Joaquim Ramos, anterior presidente, em 2012, anunciava na comunicação social da época que não tinha verbas e já não era prioridade. Luís de Sousa, presidente de Câmara desde 2013, construiu a parte da alvenaria e telhado no anterior mandato do mercado novo, mas a obra não tem conhecido avanços. Fica uns metros mais acima na mesma rua do atual mercado. José Avelino, presidente da União de Freguesias de Manique do Intendente, Maçussa e Vila Nova de São Pedro diz que recebeu a garantia de que
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será para o ano, mas é ver para crer. A primeira fase da obra aconteceu em 2014, deveria ter sido retomada em 2016, mas tem sido sucessivamente adiada. Ao Valor Local, o presidente da Câmara de Azambuja, Luís de Sousa refere que na sua totalidade este é um investimento que ronda os 300 mil euros. Explica o interregno com constrangimentos legais que “forçaram a interrupção da obra”. Em 2016 podia ter sido retomada mas não o foi apesar de inscrita em Orçamento. Agora, avança que pretende lançar o concurso em janeiro de 2019. Os comerciantes que há muitos anos estão nesta praça têm dificuldades em falar com a nossa reportagem, e alegam que estão demasiado ocupados para prestar declarações que mesmo assim vamos conseguindo arrancar. O malestar percebe-se – Estão fartos da falta de condições. Jorge, vendedor de peixe, no local, diz mesmo que “isto é uma vergonha”. Há 40 anos que faz negócio em Manique. “Puseram ali um lava louças, mas isto tem poucas melhoras. É tudo do pior”. Foi o atual presidente de junta, José Avelino, que providenciou, bem como o arranjo do chão apenas em cimento, mas onde até há poucos anos havia buracos “e
Um espaço muito antigo e com poucas condições
as pessoas caiam”. Mas o novo edifício, maior e que está de acordo com as normas em vigor, também não agrada. Por ficar junto a uma escola primária que muito diz às gentes da terra, o desagrado é generalizado. Depois é nos dito que não há estacionamento suficiente junto ao novo edifício. A ideia pode ser boa, mas o local mal escolhido. É este o sentimento. Mas Jorge também não deposita grandes esperanças – “Duvido que alguma vez aquilo vá para a frente. O dinheiro que gastaram naquela porcaria, tinham arranjado isto aqui, posto um telhado e ainda sobrava dinheiro”. O espaço do mercado diário atual apenas
Peixeiro do mercado de Manique desolado com as perspetivas de futuro
possui um pequeno telheiro que nem chega para as bancas todas. Estas apresentam sinais evidentes de sujidade entranhada. Por isso os comerciantes levam os produtos dentro de caixas. As paredes já foram brancas. Rita, uma cliente de uma vendedora de frutas e vegetais, diz mesmo – “Desde que eu saí da junta que nunca mais se caiou isto que mais parece que estamos dentro de um curral de cavalos”. E quanto ao mercado novo – “Morro e não o vejo”. Mas o novo edifício também para esta moradora de Manique não interessa – “É um mamarracho que ali está, uma verdadeira aberração”. Uma outra cliente, Ana Paula, até sugere – “Podiam fazer o mercado dentro da escola, sempre aproveitavam o espaço que é tão simbólico e importante para a população e que está ali parado entregue às teias de aranha”. Dizemos que as regras para este tipo de espaços comerciais estão cada vez mais exigentes e possivelmente não se coadunariam com um edifício de uma antiga escola primária, mas mesmo assim a população não desarma – “O mercado não devia ser ali. Há outros terrenos. Talvez se arranjassem este servisse. A terra tem cada vez menos gente não era preciso tanto. E a nossa escola que é tão bonita”, vociferam as várias clientes com quem nos encontrámos. Outro comerciante do mercado, Pedro Correia, também não está nada satisfeito – “Não sei se chego a ir para lá porque vendo mais no porta-a-porta”. “O preço da banca será mais caro e o estacionamento é reduzido”, acrescenta. As condições higiénico-sanitárias são as mais sofríveis possível, e José Avelino deixa escapar – “Ca-
lhou nunca cá ter vindo uma inspeção da ASAE”. Apesar de estarmos numa freguesia rural e desertificada, verifica-se que o mercado até tem clientes, porque na aldeia não há supermercados e há sempre quem queira vir comprar a este espaço. José Avelino diz que também em Maçussa, os vendedores conseguem fazer negócio, “porque nestas localidades não há nada, para além de umas pequenas mercearias”. Mercado de Vila Franca de Xira - Fecho do hospital antigo fez diminuir clientela Rumamos depois ao Mercado de Vila Franca de Xira, que entre 2000 e 2006 viu recuperado o seu património azulejar. O edifício foi inaugurado em 1929 e é bem conhecido pela sua arquitetura e pelos painéis de azulejos que o revestem. Foram encomendados pela Câmara Municipal à Fábrica de Louças de Sacavém entre 1929 e 1933. No interior, já foi por diversas vezes alvo de remodelação.
Mas também aqui a decadência acabou por se instalar, visível no número de bancas vazias. Mas ainda há os resistentes como Custódia Poeiras, vendedora de frutas e legumes, que está na praça há mais de 40 anos, e que foi conhecendo as obras profundas em diversas ocasiões- “Era tudo muito diferente”. Dos tempos de antigamente, recorda quando o número de clientes era superior – “Não havia chineses nem grandes Continentes!”. Todos os dias podemos encontrar esta vendedora no mercado de Vila Franca. Desde manhã cedo até às três da tarde. No seu caso, considera que não valeria a pena estender o horário no sentido de conseguir chegar aos clientes que só conseguem ir às compras depois do horário de saída do emprego. Tem os seus clientes fixos, e que “preferem nitidamente a fruta de boa qualidade, portuguesa”. A que vende é proveniente na sua maioria de Alcobaça. Constância Costa, vendedora de azeitonas, veio para o mercado de Vila Franca, e confirma que a
Bancas deram lugar a esplanada por falta de vendedores
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Custódia Poeiras vende há mais de 40 anos em Vila Franca maior parte dos clientes conseguese aos fins-de-semana. A falta de estacionamento não ajuda ao movimento. “De semana estamos parados, ao sábado mexe mais”. Por outro lado, aquilo que considera ser “a decadência do comércio de Vila Franca de Xira não ajuda”. “E desde que fechou o hospital velho ainda é pior, porque quando estava a funcionar notava-se mais afluência”. O mercado pode ser mais dinamizado, na sua opinião, como já acontece nos mercados da Ribeira e de Campo de Ourique, em Lisboa, com “bancas de
comes e bebes”, e aberto à noite, entre outras atividades. Até porque “hoje tem outras condições, cada banca tem água e luz, e antigamente era uma pia para vários comerciantes, infelizmente ainda está muito fraco para o negócio”. Augusto Levezinho gere um pequeno café no mercado e aproveitou o facto de em frente algumas bancas permanecerem vazias para estender a esplanada, onde todos os dias, nos assegura, o proprietário do estabelecimento, um grupo de senhoras passa as ma-
nhãs a beber café e a conviver. Há mais de 40 anos que Augusto Levezinho vende neste mercado e recorda os tempos áureos quando “a malta de Lisboa vinha aqui comprar carne porque tinha fama de ser a melhor da região”, e lembrase da quantidade de talhos que se podia encontrar no espaço em causa. O movimento até há meia dúzia de anos era melhor “porque a malta vinha do hospital velho e passava aqui”. “Espero que com a nova unidade de cuidados continuados (que vai nascer no mesmo local) isto melhore, porque Vila
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Luísa Letra passou toda a vida no mercado de Vila Franca Franca não tem gente. A partir de uma certa hora vê-se mais gatos do que pessoas. Lojas de chineses é que não faltam”, desabafa. Hoje diz que apenas mantém o café porque tem postos de trabalho e porque prefere estar ocupado. “Não tenho feitio para estar no largo da Câmara a ver os carros passar”. “Calhou a minha mãe não ter dado à luz aqui por sorte”, é assim que Luísa Letra se refere a uma vida inteira passada no mercado de Vila Franca de Xira, onde diz, chegou a dormir dentro de caixas de
fruta. Com 57 anos, brincou, correu, e quis a vida que seguisse o negócio da família. É uma das peixeiras do mercado. Mantém clientes de uma vida, e alguns já são do tempo da mãe. “Temos um atendimento mais personalizado ao cliente, e fazemos amizades”. Por outro lado, a oferta acaba por ser mais diversificada em comparação com as grandes superfícies, nomeadamente, com a venda de peixe do rio, como o sável. Admite que nem sempre é fácil às pessoas virem aos mercados, porque as grandes superfícies fazem mui-
tas promoções, os horários do mercado, confessa, também condicionam as deslocações, por isso de semana “quem vem até cá são sobretudo os reformados”. “O pequeno comércio vai tentando sobreviver e por vezes a alimentação não é prioridade para as gerações mais novas, que preferem comprar feito e recorrer ao fast food”. Mercado de AlenquerComerciantes desesperam pelas obras Também a passar por dias me-
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Comerciante compara mercado de Alenquer a uma prisão nos felizes, está o mercado municipal de Alenquer. Quando se entra no local, o ar triste dos que fazem da venda de bens, ali, a sua atividade é indisfarçável. Clientes são muito poucos, sendo notório que o espaço suplica por obras. Era assim o quadro em 2014 quando ali realizámos uma primeira abordagem ao local. Apesar de a espaços, o mercado conhecer alguma animação sobretudo em época de natal, e também graças ao projeto de venda de cabazes hortícolas todas as sextas-feiras, o panorama está longe de ser o ideal para os comerciantes. “Ao sábado mexe um pouco mais, mas de semana é muito fraquinho”, refere José Mateus, 56 anos, que herdou a banca, pois a mãe também já vendia no local. A clientela é sobretudo fixa. Já quanto às obras “dizem que é para o ano”. É necessário, sobretudo, um telhado novo “porque de inverno chove cá dentro, e de verão faz um calor que não se consegue aguentar”, refere. A
banca deste vendedor é mesmo por baixo da claraboia, e por isso “torna-se insuportável”. Apesar de “já se verem uns casais novos às compras na praça, houve uma altura em que não se vendia peixe no mercado, e nesse tempo era o cúmulo com isto tudo às moscas, agora veio para cá uma rapariguita vender esse produto, e já melhorou um pouco”. Mas vai mais longe nas críticas – “No inverno, sobretudo é uma tortura tão grande até parece que estamos na antiga prisão do Forte de Peniche. De verão, os produtos parece que ficam cozidos, tudo queimado”. O mercado de Alenquer tem quase 70 anos. Leila Almeida desde março que se encontra no mercado a vender peixe. Faz um balanço positivo, embora “não tenha um grande movimento”. A vendedora refere que o apreciador de peixe prefere ir ao mercado fazer as suas compras em detrimento das grandes superfícies, “onde apresar de ser mais barato, a qualidade não é a mesma”.
Os fornecedores são de Peniche. Lurdes Soares é cliente, e diz que compreende que os preços do pescado possam ser mais caros no mercado porque a qualidade é outra, apenas lamenta a falta de obras no local – “Passase aqui muito frio, imagino o que estas pessoas enfrentam todos os dias, e durante tantas horas”. Leila Almeida também acha que já é tempo de obras. “Os melhoramentos são urgentes. Esta praça é mesmo muito gelada”. Segundo Paulo Franco, vereador com o pelouro do mercado municipal, a Câmara Municipal de Alenquer identificou esta como obra prioritária, visando não só a requalificação do edifício mas a reanimação do espaço na sua totalidade no âmbito de um quadro comunitário que integra ainda um conjunto mais vasto de obras no território do município. O projeto já vem do mandato passado mas ainda não deu o pontapé de saída. A autarquia refere que pretende dar a conhecer o que está em vista aos vendedores
Nova banca de peixe veio dar mais movimento à praça
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Jorge Caseiro está satisfeito com o negócio
que anseiam por um mercado de cara lavada há demasiado tempo. Mercado de SalvaterraVendedores insatisfeitos com a planta do espaço Já o mercado de Salvaterra foi completamente renovado nos últimos anos. Fez 12 anos em 2018. Apesar de um aspeto moderno e funcional também não agrada a todos. Dizem os vendedores de peixe que a configuração não é a melhor. “Quem vende deste lado não vê para a parte de lá, por isso quem entra no mercado não consegue ver tudo de uma só vez, devia dar para ter uma visão sobre todas as bancas, como é no mercado de Vila Franca”, diz Edmar Henriques. À semelhança dos demais mercados, de semana o movimento é fraco. A Câmara de Salvaterra tem a funcionar desde o passado mandato, o programa “Praça com Vida” com atividades
diversas ao fim de semana, desde gastronomia, música, ginástica, e com isso tenta captar mais clientes e munícipes para o espaço. Dizem os comerciantes que ao fim de semana, o movimento é diferente. “De semana isto anda em baixo de forma”. Por outro lado, “e numa terra tão pequena como esta o que não falta para aí são supermercados”, queixam-se. No dia da nossa reportagem, a banca exibia apenas umas parcas postas de bacalhau – “Porque vende-se pouco e não vale a pena o trabalho de andar a carregar e descarregar mercadoria”, refere a vendedora Maria Relvas. Quando “vêm cá as festas da Câmara (atividades dinamizadas ao fim de semana) vende-se um bocadito mais”. Já outro comerciante acrescenta – “Quem sofrer dos nervos pode vir para cá que isto é um sossego”, graceja para se referir à falta de clientes. Há bancas que só estão ocupadas ao fim-de-semana, e o marido de
Maria Relvas conclui, rindo-se – “Ao menos enquanto um gajo anda aqui, distrai-se”. Para esta geração de comerciantes, vender na praça acaba também por um ser um complemento para a reforma. “Agora vem aí o mês do bacalhau, vai melhorar”, diz Maria Relvas Já o vendedor de frutas e legumes, Jorge Caseiro, diz que o muro que divide as duas partes do mercado não é problema, e que não tem razões de queixa quanto às vendas. “Felizmente temos clientes, mesmo de semana”, sente-se otimista, e nem a concorrência feroz dos supermercados lhe faz mossa, e diz mesmo que conseguiu muitos clientes nas gerações mais novas. Vende sobretudo fruta oriunda de Alcobaça, e nota que há uma clientela com poder de compra que procura os produtos portugueses e dá importância “ao atendimento personalizado”. “Fixo os nomes de todos os clientes”, refere.
Vendedores de peixe à espera de melhores dias no mercado de Salvaterra
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Antigos Bombeiros de Azambuja reunidos em encontro de emoções uase um ano depois de ter falecido o antigo comandante do Quadro de Honra, Mário de Oliveira Jorge, os bombeiros de Azambuja juntaram-se para homenagear os antigos soldados da paz que fizeram parte desta causa
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azambujense. O passado dia 10 de novembro foi assim repleto de muitas emoções e testemunhos, numa iniciativa que juntou algumas dezenas de “velhos” bombeiros que no seu íntimo, nunca deixaram de o ser.
O socorro ao próximo é algo que está na génese destes homens e mulheres, que partilharam as suas histórias mais marcantes num encontro inédito promovido pelos Bombeiros Voluntários de Azambuja.
A iniciativa que começou com uma homenagem e formatura junto à estátua do bombeiro, desenrolouse depois com a realização de um simulacro mesmo à porta do quartel, onde os soldados da paz, tiveram oportunidade de demonstrar a
sua capacidade operacional. A iniciativa prosseguiu com um almoço convívio e posteriormente uma sessão solene comemorativa no Centro Social e Paroquial de Azambuja. Os antigos voluntários que se far-
daram a preceito para a iniciativa, quiseram agradecer à corporação e à população, mostrando-se gratos pelos tempos que passaram nesta casa “onde formaram a sua personalidade” e ajudaram numa causa.
Um encontro que reuniu várias gerações de bombeiros. Foto José Júlio Cachado O Café Restaurante Sala de Jogos “A Cabaça” tem uma nova gerência. O estabelecimento que fica em Casais de Lagartos no concelho do Cartaxo é mais do que um local onde se pode apreciar a boa cozinha portuguesa. O espaço gerido por Joaquim Pais e Cristina Meia-Onça, oferece para além de boa comida, um local para descontrair num jogo de snooker entre amigos ou simplesmente tomar um copo depois de um dia intenso de trabalho. O local tem ainda uma particularidade que tem despertado a curiosidade de muitos. Com ajuda de amigos, “as sessões de Karaoke têm sido um sucesso, levando muitos miúdos e outros que já são graúdos a momentos de diversão e descontração únicos.”
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A mobilidade e o direito à Cidade Área Metropolitana de Lisboa (AML) decidiu avançar com a ideia da criação de um passe único para os transportes públicos na região da Grande Lisboa, à qual o Governo foi sensível. Esta medida, consonante com o que o PS tem vindo a defender, quando implementada, constitui um avanço significativo na construção da ideia de «Cidade», em que a mobilidade é simultaneamente instrumento fundamental para a vida dos cidadãos e dos agentes económicos, como instrumento para a melhoria ambiental do espaço urbano, contribuindo fortemente para o conjunto do desempenho ambiental do País. Hoje em dia, a mobilidade das pessoas e das mercadorias não só é uma necessidade premente e permanente, como constitui um custo enorme para as famílias. Num momento em que preço da habitação voltou a subir (sobretudo no centro das capitais, em que Lisboa é exemplo paradigmático), incrementado entre outros também pela crescente procura nacional e estrangeira, vive-se uma nova pressão sobre as periferias, com o afluxo significativo de novos habitantes em idade ativa,
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Fernando Paulo Ferreira*
que nelas encontram a solução para estabelecerem residência. Quanto ao emprego, a dinâmica atual obriga a uma disponibilidade para trabalhar em diferentes locais da metrópole (desde logo), sem que necessariamente o local de trabalho seja o de residência. A peculiaridade está, em Portugal, num desenvolvimento territorial
transporte individual, sendo que os horários, a cobertura e os preços dos transportes públicos foram sendo determinados ao longo dos anos mais em função dos agentes que os operam do que no interesse concreto das Pessoas, que foram sujeitas a uma oferta de horários e percursos insuficientes, viagens longas com atrasos
que este se afigure como possível. Acrescente-se ainda que a multiplicidade de títulos (mais de dois mil!) na área de Lisboa tornou praticamente impossível tomar facilmente a opção economicamente mais vantajosa para o utente, sem que se tenha de recorrer a uma consultoria (e estar dependente
em que a infraestruturação e gestão dos transportes públicos foi ficando aquém das necessidades, induzindo a utilização massiva do
habituais, e sobretudo demasiado caras para que seja lógico optar pela utilização do transporte coletivo face ao individual, sempre
da simpatia) das próprias empresas de transportes, cada vez menos humanizadas na relação com o cliente, como se sabe, fruto da
Estamos há 18 anos a ver “o comboio” passar século XXI tem tido uma curva de modernização muito acentuada. Nunca num tão curto espaço de tempo se deu tamanho salto qualitativo. Atualmente, muito por culpa das tecnologias, a velocidade do planeta mudou. Não digo que tenha mudado no sentido literal, pois continuamos com as 24h diárias, mas mudou no sentido figurado. Nos dias de hoje, as simples tarefas diárias são feitas a uma velocidade que há 30 anos
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seria impensável. O email, por exemplo, substituiu a carta, e hoje conseguimos enviar correspondência para qualquer parte do mundo em apenas alguns segundos; com o telemóvel, é possível pagar as contas e ter, através das redes sociais, um ilimitado conteúdo adaptado aos nossos interesses. O segundo passou a ter uma valorização nunca antes pensada, tornado o seu desperdício um prejuízo pessoal e/ou profissional.
A mobilidade ganha aqui uma preponderância na vida das pessoas. Pois, com uma boa oferta, as pessoas, para além de pouparem dinheiro, poupam tempo. No entanto, em Portugal, a mobilidade não tem acompanhado a velocidade que o século XXI exige, e só agora é que entrou na agenda política do país. Estamos, por isso, com 18 anos de atraso em relação aos países mais desenvolvidos. Atualmente, na área metropolitana
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de Lisboa e no nosso concelho, temos um sistema ferroviário desadequado, um sistema de autocarros incapaz de cumprir horários e o sistema de transporte partilhado, como o bike sharing, à exceção de alguns municípios, é uma miragem. É necessário reformular todo o sistema, renovando os meios de transporte e integrando todos os operadores numa só plataforma, fazendo com que se complemen-
crescente mecanização da bilhética. Chegou pois a hora de inverter esta prática, simplificando e embaratecendo significativamente os títulos de transporte, por forma a trazer mais pessoas para o transporte coletivo, criar mais massa crítica e induzir novos comportamentos nos agentes de transportes (alguns deles públicos, outros privados, mas concessionários de transportes públicos). Sob o ponto de vista legislativo ainda faltará afinar os modos com que uma autoridade única poderá determinar circuitos e gerir a intermodalidade de forma centralizada, mas o caminho que os Presidentes de Câmara seguiram (com uma única exceção, que inevitavelmente se irá alinhar com os restantes, a bem dos cidadãos) de delegação na AML das suas competências próprias, foi um passo importante nesse sentido. Há hoje uma visão integrada do problema e das oportunidades geradas por uma melhor mobilidade e há uma vontade política clara por parte do Governo em acompanhar este esforço, pelo que estamos a viver momentos relevantes na constru-
ção de um futuro diferente (e melhor) na metrópole de Lisboa. Dificuldades? Vai haver certamente. Desde logo com tentativas de preservar interesses instalados (individuais ou corporativos) das empresas de transporte coletivo. Poderá haver resistências e tentativas de dificultar a sua implementação, mas com vontade e empenho certamente será possível concretizar este desenvolvimento do transporte público (que é público, e não só coletivo). Nota Final: A Assembleia Municipal de Vila Franca de Xira realizou no primeiro semestre deste ano uma audição pública com a Área Metropolitana de Lisboa sobre esta matéria e voltará ao tema no início de 2019, reconhecendo a pertinência e importância desta temática para o Concelho e para todas as pessoas que nele vivem, trabalham e investem. * Presidente da Assembleia Municipal de Vila Franca de Xira
Rui Rei*
tem e não concorram entre si. Só assim será possível servir os cidadãos com a excelência que merecem e baixar os preços sem que, mais tarde, os de sempre tenham que pagar em duplicado os erros de gestão daqueles que mal decidem. O serviço público e a mobilidade precisam de profissionais com responsabilidade e com estratégia para servir os cidadãos. Não há espaço para mais falhas, e nós,
em Vila Franca de Xira, estamos há 18 anos a ver o “comboio” da modernidade passar, e se não o apanharmos agora teremos de desperdiçar mais tempo, e tempo é dinheiro. * PSD Vila Franca de Xira
Opinião
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Joaquim António Ramos
Touradas s touradas estão na ordem do dia. Ponto prévio: nunca sei se se escreve touraras ou toiradas. Eu cá por mim escrevo touradas, mas, na verdade, sempre que leio escritos de aficionados, a versão toirada é mais comum. As touradas estão tão na ordem do dia que chegaram à Assembleia da República e o próprio Primeiro Ministro teve o desassombro de expressar o que sente relativamente à tauromaquia. Eu tenho sentimentos ambíguos sobre este assunto. Tenho-os como pessoa, como alguém que foi criado num ambiente e numa cultura tipicamente ribatejana. A minha mãe era uma aficionada ferrenha, amiga de toureiros e profunda conhecedora da arte de tourear. Mas um homem não é só feito de sentimentos determinados pela cultura e tradição. Vai criando, também, um conjunto de valores próprio que o define enquanto pessoa. E, muitas vezes as tradições culturais que se entranharam e os valores que fui instalando em mim não são muito compatíveis. Enquanto fui Presidente da Câmara tinha que ter uma posição oficial
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na defesa e promoção das touradas e da tauromaquia. Tanto assim foi que promovi a construção duma nova praça de touros e a classificação da tauromaquia como património imaterial municipal. E acho que, do ponto de vista formal, não sou a favor nem contra e considero que as coisas devem ser feitas como estão a ser encaminhadas: deverão ser os Municípios a decidir sobre a realização ou não de touradas no seu Concelho. Porque são eles que conhecem o sentimento maioritário das suas populações sobre o assunto. Não me foi difícil tomar as decisões que tomei. Sempre que as tomei despi-me do ser humano que sou e assumi as vestes de Presidente da Câmara. É um preço que tem que ser pago quando se desempenham cargos públicos. O busílis da questão é quando eu volto a ser um simples cidadão, sem ambições de qualquer cargo ou carreira política – mesmo que as tivesse, a máquina que me faz bater o coração não o permitiria. Eu acho que Tauromaquia é um conceito muito lato, que envolve
muita coisa para além das touradas. Tauromaquia é uma cultura, um ciclo de vida que vai desde o nascimento dum touro no meio duma Ganadaria com tradições, hereditariedades e pergaminhos próprios. Uma comunhão com a natureza presente em todas as manifestações que se fazem numa ganadaria – gozei desse sentimento e dessa sensação de liberdade total na meia dúzia de vezes que tive oportunidade de visitar uma herdade ou participar em atividades ligadas à criação de touros. Fascina-me a paisagem da lezíria com touros e, por várias vezes, fui até ao campo, quando o Eng. Rui Gonçalves tinha a sua ganadaria aqui em Azambuja e o António Carniça me deixava atravessar de carro a propriedade, pelo caminho de terra batida, com touros dos dois lados. Espantavame a sua indiferença ao ver-me passar; se ruminavam, a ruminar se mantinham; se dormitavam, a dormitar ficavam. Perguntava-me como é que um animal que, acossado, é uma fera mortífera, pode ser tão pacífica e indolente no seu meio natural. É essa comunhão
com a Natureza que eu gosto na lezíria. É isso uma das coisas que ainda hoje me encanta no mundo da tauromaquia. Confesso também que sou fã incondicional de entradas e largadas de touros, as chamadas esperas de touros, porque retratam exatamente aquilo que se passava no ritual taurino: a espera duma corrida de seis ou oito touros, conduzidos entre cabrestos e campinos, que percorriam, geralmente à noite, as estradas do Ribatejo em direção às praças da região. Não havia vila ribatejana por onde passassem onde não se tivesse antes juntado uma pequena multidão, à espera de ver passar os touros. Escondidos atrás dum muro, uns, pendurados nas árvores de alinhamento, outros, à janela do primeiro andar os menos afoitos ou dados a estas lides. Gosto de ver uma boa corrida em Espanha. Tento esconder o inquestionável sofrimento dum animal que me fascina com o facto de ser breve e acabar logo ali. Além de que, do ponto de vista artístico, uma lide dum bom touro por um toureiro tipo Ponce, ou Manzana-
res ou Castella, para citar alguns – vêm como eu sei?é um verdadeiro ballet entre homem e touro, duma grande beleza plástica. Mas penso poder afirmar que ninguém me voltará a apanhar numa tourada em Portugal. Só se eu me der para fazer como aqueles velhos que adivinham que vão morrer e decidem peregrinar às suas rotinas por uma última vez. Ir uma última vez à Nazaré, fazer a derradeira viagem a Espanha, assistir à última tourada. Nesse caso, talvez. Em plena lucidez, não. Primeiro, porque não aprecio toureio a cavalo; segundo porque o público português, salvo raras exceções, não percebe nada do que está a ver. Tanto aplaude e obriga a voltas à arena o autor duma grande lide como um daqueles toureiros que falha ferros e nem citar o touro sabe. Terceiro e último, porque aquilo de que, eventualmente, se desfruta não justifica o indiscritível sofrimento a que é sujeito um touro bravo em Portugal a partir da chegada a uma praça de toiros. Particularmente após a lide, até serem abatidos umas quarenta
E agora, “Oh terras de Vila Franca”, inovação, sim ou não? hegados aqui, o que podem os Vilafranquenses fazer para que Vila Franca de Xira, tal como a conhecem, não “desapareça” no futuro próximo? O tempo é de estratégia. Em Vila Franca de Xira, nunca antes foi tão relevante conciliar a emoção e a razão. Observando os dados publicados recentemente pela Inspeção-Geral das Atividades Culturais, o número de espectadores nas praças de toiros diminuiu, em nove anos, aproximadamente 50%, de 698.142 (2008) para 377.952 (2017) espectadores. A conclusão a que devem chegar, de forma muito pragmática e lógica, todos aqueles que não querem contribuir para o “desaparecimento” de Vila Franca de Xira, é a seguinte: Em 2026, o número total de espectadores nas praças de toiros será igual a 150 mil, ou seja, pouco mais do que o suficiente para encher dois estádios de futebol. A negação desta conclusão constituir-se-á como mais um contributo para a tendência a que se vem assistindo. A realidade atual, dura e exigente, deve ser encarada com pragmatismo. A dimensão do problema não dispensa racionalidade e estratégia. (Por isso, é com racionalidade que a resposta à seguinte questão deve ser dada). Que processo deverão os Vila-
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franquenses estrategicamente desencadear, com o objetivo de manter viva a Identidade de Vila Franca de Xira e de, inclusivamente, ampliar a base de apoio aos seus costumes e tradições? A resposta à questão anterior não pode deixar de considerar o conceito de “Inovação”. E não é, evidentemente, de Inovação disruptiva que se trata. É apenas de Inovação. A Inovação ajusta as atividades às conjunturas. A Inovação contribui para tornar as atividades mais eficientes. A inovação contribui para a diminuição dos “custos” inerentes às atividades, tornandoas, por conseguinte, sustentáveis no tempo. A Inovação contribui, decisivamente, para o sucesso das atividades. Nesta fase, só com recurso à Inovação será possível tornar os costumes e tradições Vilafranquenses sustentáveis no tempo e, mais ainda, robustecê-los. Mais do que não deixar Vila Franca de Xira “desparecer”, os Vilafranquenses devem ambicionar robustecer os seus costumes e tradições. E isto só será possível através da ampliação da adesão e da base de apoio aos mesmos. Para alcançar este desígnio estão todas e todos os Vilafranquenses convocados. Estão convocados os Vilafranquenses que gostam da atividade tauromáquica. Estão convocados os Vilafranquenses que se opõem à atividade tauro-
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máquica. Estão convocados os Vilafranquenses que sentem indiferença relativamente à atividade tauromáquica. O espírito que emana da cultura Vilafranquense extravasa a atividade tauromáquica, é certo. No entanto, também não é menos verdade que esta atividade assume um dos papéis centrais na construção identitária dos Vilafranquenses. As Lezírias, por exemplo, são um dos elementos fundamentais da Identidade de um Vilafranquense. A misticidade associada às Lezírias é indissociável da figura do Campino, que assume um simbolismo central em Vila Franca de Xira. O Campino desenvolve a sua atividade, justamente, em função da tauromaquia. Deste ponto de vista, é perfeitamente compreensível a defesa vigorosa dos interesses tauromáquicos por parte dos Vilafranquenses “aficionados”. Sendo privados da atividade tauromáquica, estes Vilafranquenses sentir-seiam identitariamente “amputados”. Também não é menos compreensível, é certo, a posição dos Vilafranquenses que se afirmam como contrários a qualquer forma de sofrimento infligido aos Seres Vivos em geral. Apesar de tudo, é muito lógico que até os Vilafranquenses contrários a qualquer forma de sofrimento infligido a Seres Vivos não
deixem de reconhecer o desempenho estético e corajoso dos Forcados de Vila Franca de Xira ou de intérpretes como José Júlio, Mário Coelho, Vitor Mendes, e, mais recentemente, João D’Alva. Isto ocorre porque os Vilafranquenses em geral, “tauromáquicos” e “não-tauromáquicos”, possuem uma Identidade própria, assente num sistema específico de Valores. Estes valores, tendo sido apreendidos durante as fases da infância e da adolescência, fazem parte integrante do “ADN” dos Vilafranquenses. No entanto, para os Vilafranquenses “não-tauromáquicos”, ao sistema de Valores referido no parágrafo anterior, foram-se acrescentando, ao longo da vida, circunstancialmente, outros Valores. Para estes Vilafranquenses, o reconhecimento do desempenho estético e corajoso dos intérpretes tauromáquicos não deixa de ocorrer. No entanto, este reconhecimento é acompanhado, em simultâneo, por uma ambiguidade de sentimentos, que tem culminado, invariavelmente, no “encolhimento” da base de apoio aos costumes e tradições tauromáquicas. Nesta fase, é absolutamente crucial travar o “encolhimento” da base de apoio aos costumes e tradições Vilafranquenses. Mais, é fundamental aumentar a base de apoio aos mesmos. É aqui que a Inovação assume condição de indispensável.
e oito horas depois – para lhes passar a febre – num qualquer matadouro. Eu sei. Estive por dentro e vi e não o posso negar. Não vou aqui fazer a descrição das coisas a que assisti e sabia acontecerem. Mas sei. Por isso acho que posso afirmar que sou daqueles a quem a evolução da relação com a natureza e os animais se tornou incompatível com as touradas à portuguesa. Não é uma questão de politiquice nem de adesão à moda PAN. É uma questão de formação e de sensibilidade que me inquieta há muitos anos. PS: Há uns anos fiz um texto qualquer sobre o tema que foi “usurpado” pelo PAN, que, truncando o que escrevi, fez uns cartazes espalhados por Lisboa. Espero que desta vez não repitam a graça.
João Santos*
Sendo possível Inovar, com resultados eficazes na ampliação da base de apoio aos costumes e tradições tauromáquicas de Vila Franca de Xira, em vez de pouco mais de uma centena de milhar de adeptos em 2026, os intérpretes tauromáquicos anteriormente mencionados tenderiam a ser considerados “estrelas” de nível global (por que não?), equiparadas aos maiores desportistas ou artistas mundiais. Avaliando, com detalhe, as características da atividade desenvolvida pelos intervenientes diretos em eventos tauromáquicos, a hipótese colocada no parágrafo anterior seria plausível: estética dos movimentos; tecnicismo apurado; coragem invulgar; risco eminente; emoção; dimensão ritualística… Sendo o processo de Inovação bem sucedido, que consequências se desencadeariam no “mercado” da atividade tauromáquica? Verificando-se um aumento significativo do “consumo” desta atividade, o investimento financeiro neste setor, por parte de investidores privados, seria verdadeiramente colossal. Esta exponencial ampliação do investimento privado no setor, resultaria em níveis superiores de especialização em todas os segmentos da atividade tauromáquica (mais e melhores praças de touros, mais e melhores intérpretes, mais e melhores ganadarias,
mais e melhores escolas tauromáquicas,…). Tudo isto pode ser realidade desde que seja possível ampliar o mercado de consumo da atividade tauromáquica, que, neste caso, também significaria ampliar a base de apoio que dá suporte aos costumes e tradições Vilafranquenses. Por isso, por paradoxal que possa parecer, o reforço da Identidade Vilafranquense, tal como a conhecemos, não dispensa Inovação. Será através de processos de diálogo construtivos, com intervenientes serenos, dotados de substância crítica e com humildade intelectual para observarem a realidade de acordo com a perspetiva da parte contrária, que se concretizarão cedências e se alcançarão os consensos absolutamente cruciais para Vila Franca de Xira Vila Franca de Xira merece esta conduta de todas as partes. “Inovar, para tornar perene”. Deverá ser este o mote para o processo que urge ser iniciado em Vila Franca de Xira. * Presidente da Junta de Freguesia de Vila Franca de Xira
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Estação Náutica do Oeste recebe distinção no Bussiness2Sea Estação Náutica do Oeste recebeu a certificação de Estação Náutica de Portugal, durante a 8ª edição do Business2Sea – Fórum do Mar 2018, que decorreu no Centro de Congressos da Alfândega do Porto, no dia 16 de novembro, passando a integrar uma rede nacional e internacional de oferta turística náutica de qualidade. Na sessão, 14 estações náuticas receberam o diploma de Estação Náutica de Portugal, entre elas a Estação Náutica do Oeste que integra os concelhos constituintes da sub-região Oeste (Alcobaça, Alenquer, Arruda dos Vinhos, Bombarral, Cadaval, Caldas da Rainha, Lourinhã, Nazaré, Óbidos, Peniche, Sobral de Monte Agraço e Tor-
A
res Vedras), num território com mais de 90 km de costa. Para além da sua sede institucional na Comunidade Intermunicipal do Oeste, a Estação Náutica do Oeste, apresenta uma rede polinucleada de acolhimento permanente distribuída pela zona costeira: no núcleo de Torres Vedras, o Posto de Turismo de Santa Cruz, no núcleo de Peniche, a receção da marina da Ribeira, no núcleo de Nazaré, a receção do núcleo de recreio do Porto da Nazaré, no núcleo da Lourinhã, o posto de turismo da praia da Areia Branca, no núcleo Alcobaça / São Martinho do Porto, o posto de turismo de São Martinho do Porto e no núcleo das Caldas da Rainha / Foz do Arelho, o
Atividade de parapente no Baleal
posto de turismo da Foz do Arelho.
As estações náuticas são organizadas com base na valoriza-
ção dos recursos náuticos presentes em cada território, os
quais incluem a oferta de alojamento, restauração, atividades náuticas e outras atividades e serviços relevantes para a atração de visitantes. A agenda da Estação Náutica do Oeste contempla eventos e atividades que vão do surf à vela, bodyboard, stand up paddle, windsurf, canoagem/caiaque, pesca desportiva, passeios de barco, mergulho, entre outras experiências. A certificação foi entregue por António Nogueira Leite, presidente da Fórum Oceano - Associação da Economia do Mar, Ana Abrunhosa, Presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro e por vários desportistas embaixadores na área do desporto náutico.
Câmara de Vila Franca fica a conhecer investimento de 6 milhões de euros da Cipan presidente da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, Alberto Mesquita, visitou no dia 15 de novembro as instalações da CIPAN – Companhia Industrial Produtora de Antibióticos, S.A., na Vala do Carregado (Castanheira do Ribatejo) que se prepara para iniciar a comercialização de um novo fármaco que vai levar a um investimento de cerca de seis milhões de euros. Para além da visita às instalações, decorreu também uma reu-
O
nião entre o presidente da autarquia e a administração da empresa, que deu a conhecer o caminho percorrido e a evolução esperada para esta empresa e unidade industrial. Estiveram presentes nesta reunião o presidente do Grupo SuanFarma, Héctor Ara, e a Diretora Geral da CIPAN, S.A., Teresa Alves. Um dos temas abordados foi o lançamento de um novo antibiótico previsto para o primeiro trimestre de 2019, a Omadaciclina, que
foi aprovado no início de outubro deste ano pela Food and Drug Administration (FDA), com o nome de “Nuzyra”. Para a produção desta nova Tetraciclina, a CIPAN está a realizar, na unidade industrial da Vala do Carregado, esse investimento de seis milhões. A CIPAN, S.A. foi fundada em 1960 e desde o início da sua ati-
vidade em 1963 que está instalada na Vala do Carregado. É uma empresa dedicada ao desenvolvimento, produção e comercialização de Ingredientes Ativos Farmacêuticos, principalmente antibióticos, mas também de outras matérias primas para a indústria farmacêutica. Paralelamente, promove atividades de investigação e desenvolvimento.
Desde que a se tornou subsidiária de um grupo internacional que o número de postos de trabalho duplicou na fábrica da Vala do Carregado
Em setembro de 2016, a CIPAN foi adquirida pelo Grupo SuanFarma que se dedica ao desenvolvimento, produção e comercialização de matérias-primas e produto terminado para os sectores farmacêutico, biotecnológico, veterinário, nutricional e cosmético. Das sinergias entre o Grupo SuanFarma e a CIPAN resultou um crescimento da unidade fabril
sedeada em Vila Franca de Xira nos últimos dois anos, destacando-se neste âmbito um investimento de mais de 2,5 milhões de euros na área ambiental, a renovação das instalações fabris (mais de 5 milhões de euros de investimento) e a duplicação do número de funcionários, contando atualmente com 180 colaboradores.
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Economia 21
Caixa Agrícola de Azambuja com linha de crédito de 20 milhões Caixa de Crédito Agrícola de Azambuja tem uma linha de crédito de vinte milhões de euros para as empresas que se fixem no concelho. No entanto essa linha está praticamente intacta porque segundo Francisco João Silva, presidente do conselho de administração do banco, “não têm aparecido empresas com projetos válidos”. O responsável que falava numa cerimónia de entrega de prémios de mérito a alunos em Manique do Intendente, não quis deixar passar a oportunidade de naquele local falar do desinteresse de algumas empresas em fixaremse no concelho de Azambuja. Francisco João refere que a linha de crédito foi anunciada há perto de um ano numa iniciativa
A
promovida pela autarquia. O responsável salienta que a Caixa “tem feito um esforço para financiar as empresas do concelho”, todavia conclui que tal se deve à fraca vitalidade da economia essencial ao desenvolvimento do município. Para Francisco João “há falta de projetos válidos” e lembra que o banco local “tem verbas para o financiamento desses projetos. “O responsável salienta a inexistência de “pequenas e médias empresas” à partida com projetos “que valha a pena financiarmos”. Crédito Agrícola com prémio nacional Já a nível nacional, o Crédito
Agrícola conquistou, pelo oitavo ano consecutivo, o prémio MSCI “European Property Investment”, que distingue o portefólio imobiliário nacional com melhor rentabilidade, na categoria portefólio diversificado, entre janeiro de 2015 e dezembro de 2017. Este fundo é o mais rentável do país e é gerido e representado legalmente pela Square Asset Management SGFII, sendo o Grupo Crédito Agrícola o banco depositário e responsável pela comercialização. Este é um fundo que investe predominantemente na aquisição de imóveis que gerem rendimento para o fundo destinados a comércio, escritórios, serviços, indústria, logística, hotéis ou outros.
Banco está na disponibilidade de ajudar empresas que apresentem projetos válidos e interessantes
Dia Aberto do Núcleo NERSANT de Santarém reuniu mais de 80 empresas na Startup Santarém ezenas de empresas marcaram presença no dia 14 de novembro na Startup Santarém, a fim de acompanharem o Dia Aberto do Núcleo NERSANT de Santarém. Uma visita à Startup Santarém e ao núcleo, seguido de workshops sobre diversas temáticas, foi o programa do evento, que contou com 80 empresas participantes ao longo das atividades. O Dia Aberto do Núcleo NERSANT começou logo cedo, tendo o Presidente da Comissão Executiva da NERSANT, António Campos, feito o acolhimento às dezenas de empresas presentes, acompanhado pelo Presidente do
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Núcleo NERSANT de Santarém, Luís Filipe Borgas, e pelo diretor João Lucas. O responsável executivo da associação começou por apresentar a associação empresarial e o trabalho do núcleo, enfatizando de seguida um passo muito importante para a atividade desde seu pólo, a inauguração, em 2016, da Startup Santarém e a consecutiva mudança de instalações do núcleo para este local. Na sua intervenção inicial, realizada no lounge da Startup Santarém, António Campos afirmou que em 2 anos a Startup Santarém conseguiu esgotar a sua capacidade, tendo sido feita uma candi-
O Núcleo NERSANT de Santarém convidou os presentes a conhecer o espaço
datura ao Alentejo 2020, liderada pelo município, para a realização de obras no espaço contiguo, já protocolado, que permitirá o alargamento desta infraestrutura de acolhimento. Logo de seguida, o Núcleo NERSANT de Santarém convidou os presentes a conhecer o espaço, tendo a comitiva percorrido os corredores da Startup Santarém e ficado a conhecer as 43 empresas ali incubadas. Posteriormente, deu-se início às diversas sessões temáticas previstas. O primeiro seminário teve como tema os incentivos fiscais às empresas e acontece, pela voz de José Farinha, da Ordem dos Contabilistas Certificados. Diogo
Santos, da empresa Tera Studio e formador da NERSANT nas áreas do Marketing Digital, interveio logo de seguida, numa sessão sobre a importância deste tema para as PME. Após o almoço, as sessões prosseguiram com a apresentação, por parte da NERSANT, de algumas questões práticas após a implementação do Regime Geral da Proteção de Dados, seguindo-se a apresentação do estudo de Novas Profissões, na voz de Jorge Gaspar, elaborado pela NERSANT e pelo IP Santarém ao abrigo do projeto financiado pelo Programa Operacional Regional Alentejo 2020, Get Innovation - A
Caminho da Indústria 4.0. Logo de seguida, pela Factis, empresa também sediada na Startup Santarém, realizou-se um workshop sobre a importância da segurança informática nas empresas, tendo o Dia Aberto do Núcleo NERSANT de Santarém, encerrado com uma apresentação, por parte da associação, dos incentivos e financiamentos disponíveis atualmente para alavancar a competitividade das empresas, tais como o Projeto Vales, o Plano de
Formação Financiada 2018/2019, o Capitalizar+, o Si2E, PPEC e os apoios à internacionalização. Ao longo de todo o dia, muitas foram as empresas que se juntaram ao Núcleo NERSANT de Santarém para presenciar as diferentes atividades, tendo o Dia Aberto sido considerado um sucesso por este polo da associação. Ao todo, foram mais de 80 as empresas que passaram pela Startup Santarém no Dia Aberto deste núcleo NERSANT.
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Os conteúdos são da exclusiva responsabilidade da ACISMA - Associação, Comércio, Indústria e Serviços do Município de Azambuja
Alentejo 2020 - Abertas Candidaturas: Sistema de Apoio a Ações Coletivas, domínio da Competitividade e Internacionalização O ALENTEJO 2020 abriu o Concurso (ALT20-53-2018-38), Competitividade e Internacionalização das PME. O Objetivo temático é o reforço da competitividade das PME, reforçando a sua capacitação para o desenvolvimento de bens
e serviços. A Tipologia de Intervenção é a Qualificação e Inovação das PME. Os Beneficiários são, nos termos do presente Aviso, as Associações e as Entidades Públicas com competência no domínio
do Desenvolvimento Empresarial. O prazo para apresentação de candidaturas decorre até às 18h de dia 15 de janeiro de 2019. Fonte: Alentejo 2020
Concursos/Avisos que se encontram abertos e em que o IAPMEI é Organismo Intermédio Processo de Acreditação de entidades para prestação de serviços - Projetos Vale Aviso nº 18/SI/2017 - Formação em Processos de Inovação (de 03/07/2017 a 28/12/2018) Aviso nº 22/SI/2017 - Projetos Autónomos de Formação (de 10/11/2017 a 28/12/2018 (19h)) Aviso nº 23/SI/2017 - Propriedade Intectual e Industrial (de 15/11/2017 a 31/12/2018 (19h)) Aviso nº 16/SI/2018 SI Inovação Produtiva - REGISTO
Aviso nº 17/SI/2018 SI Empreendedorismo Qualificado e Criativo - REGISTO Aviso nº 20/SI/2018 SI Qualificação das PME - Vale Economia Circular Aviso nº 21/SI/2018 SI Qualificação das PME - Vale Comércio Aviso 22/SI/2018 - Acreditação Vale Incubação Republicação (até 15/11/2018) Aviso nº 23/SI/2018 SI Empreendedorismo Qualificado e Criativo - Vale Incubação
Aviso nº 24/SI/2018 SI ID&T - Vale Oportunidades de Investigação Aviso nº 29/2018 SI Qualificação das PME - Vale Indústria 4.0 Aviso nº 30/2018 SI I&DT - Núcleos de I&DT - Proj. Individuais (de 4/10/2018 a 30/11/2018 (19h)) Os restantes Concursos/Avisos abertos e encerrados, poderão ser consultados em http://www.poci-compete2020.pt/Avisos Fonte: IAPMEI
IAPMEI: Ciclo de workshops sobre Economia Circular Objetivo: dotar as PME de conhecimentos e competências para a transição para modelos de gestão mais sustentáveis e competitivos. Design circular de produtos e serviços:
* 17 de outubro, Lisboa * 24 de outubro, Porto Modelos de negócios para a Economia Circular * 31 de outubro, Lisboa
* 7 de novembro, Porto Pensamento do ciclo de vida, Economia Circular e ISO 14001 * 14 de novembro, Lisboa * 28 de novembro, Porto
Feira do Empreendedor 2018 Nos próximos dias 5 a 7 de dezembro de 2018, realiza-se a 21ª Edição da Feira do Empreendedor no Centro de Congressos da Alfândega do Porto, cujas Inscrições ficaram disponíveis no dia 15 de novembro. O certame organizado pela ANJE – Associação Nacional de Jovens Empresários, recebe anualmente milhares de visitantes e direciona o foco para as empresas que disponibilizam produtos e serviços inovadores. A Feira promove novas oportunidades de negócio, o acesso a novos clientes e parceiros, o lançamento de novos serviços e produtos, o networking empresarial, o acesso às mais recentes soluções ao nível dos apoios e financiamentos, franchising, consultoria, coaching, gestão, marketing, vendas, internacionalização, formação, gestão de carreiras e muito mais. Com a inclusão da 21ª Feira do Empreendedor na "ANJE Business Week" reúne-se um vasto conjunto de oportunidades de negócio adicionais e promove-se intensamente o networking à escala global. Esta oportunidade única, resulta desta reunião no Porto, durante 3 dias com representantes de 3 ecossistemas de empreendedorismo jovem (O ecossistema nacional, o ecossistema europeu e o ecossistema que integra a CPLP). A denominada “ANJE Business Week”, vai incorporar, cruzar e potenciar sinergias entre os 3 eventos âncora que a integram (#21 Feira do Empreendedor, 10ª European Young Entrepreneur Conference e CPLP Meeting). A área de EXPOSIÇÃO privilegiará o universo das soluções inovadoras de apoio ao ecossistema empresarial, com um mega showroom temático: o Entrepreneur Showcase que contará com cerca de 100 empresas e entidades com intervenção direta ou indireta no apoio aos empreendedores e empresas. Fonte: ANJE Ficha técnica: Valor Local jornal de informação regional Propriedade e editor: Propriedade: Metáforas e Parábolas Lda –
Comunicação Social e Publicidade • Gestão da empresa com 100 por cento de capital: Sílvia Alexandra Nunes Agostinho; NIPC 514 207 426 Sede, Redação e Administração: Rua Alexandre Vieira nº 8, 1º andar, 2050-318 Azambuja Telefones: 263 048 895 - 96 197 13 23 Correio eletrónico: valorlocal@valorlocal.pt; comercial@valorlocal.pt Site: www.valorlocal.pt Diretor: Miguel António Rodrigues • CP 2273A • miguelrodrigues@valorlocal.pt Redação: Miguel António Rodrigues • CP 2273 A • miguelrodrigues@valorlocal.pt • 961 97 13 23; Sílvia Agostinho • CP 6524 A • silvia-agostinho@valorlocal.pt • 934 09 67 83 Multimédia e projetos especiais: Nuno Filipe Vicente multimédia@valorlocal.pt Colunistas: Rui Alves Veloso, Augusto Moita, Acácio Vasconcelos, José João Canavilhas, António Salema “El Salamanca” Paginação, Grafismo e Montagem: Milton Almeida • paginacao@valorlocal.pt Cartoons: Bruno Libano Departamento comercial: Rui Ramos • comercial@valorlocal.pt Serviços administrativos: Metaforas e Parabolas Lda - Comunicação Social e Publicidade N.º de Registo ERC: 126362 Depósito legal: 359672/13 Impressão: Gráfica do Minho, Rua Cidade do Porto –Complexo Industrial Grunding, bloco 5, fracção D, 4710-306 Braga Tiragem média: 8000 exemplares Estatuto Editorial encontra-se disponível na página da internet www.valorlocal.pt
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Cultura 23
Ana Rita, triunfadora na época que agora termina Nuno Filipe stamos em novembro, e é este o mês que por norma marca o encerramento da temporada taurina quer em Portugal quer em Espanha. Aproveitando esse facto o Valor Local falou com Ana Rita para saber como correu o ano de 2018 à jovem cavaleira do concelho de Azambuja. Globalmente, diz Ana Rita, a temporada foi boa. Atuou em 29 corridas, o que lhe valeu o terceiro lugar no Escalafón de Rejoneadores, tendo cortado 70 orelhas e 9 rabos. Este foi o segundo ano em que a cavaleira de Aveiras de Cima foi representada pela dupla José Luiz Cazalla e López Diaz e diz-nos que em relação ao passado, embora o número das corridas se tenha mantido, as praças onde atuou e os cartéis em que participou tiveram uma importância superior. Como pontos altos da temporada,
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Jovem cavaleira voltou a atuar este ano na praça de Azambuja
Ana Rita destaca o troféu para a melhor rejoneadora da Comunidade de Valência (troféu que merece ainda mais destaque visto não ter atuado na principal praça da cidade levantina) que venceu ao lado do consagrado Enrique Ponce (este na lide a pé) e o troféu de Al-
gemesi também na região de Valência, onde a cavaleira considera que teve uma das suas melhores atuações de 2018. Ana Rita guarda também boas recordações de Peraleda de la Mata onde toureou ao lado de Leonardo Hernández; e de Tordesilhas onde
conforme noticiou, na altura, o Valor Local, substituiu à última hora a francesa Lea Vicens e acabou por ser a grande triunfadora do dia. Maus momentos apenas recorda um quando “um toiro saiu muito mal e foi totalmente impossível de lidar”. Outro momento que Ana
Rita recorda com satisfação, foi a sua participação na Feira de Maio de Azambuja. Afinal de contas era o seu regresso às arenas portuguesas ao fim de três anos, e logo na praça do seu concelho e segundo a jovem foi muito bem recebida e com praça quase cheia, Ana
Rita espera voltar mais vezes a Azambuja e a Portugal, afinal de contas é a sua terra e o seu país. Em final de conversa, perguntamos qual a opinião da artista sobre a polémica que atualmente envolve o meio taurino devido ao orçamento de Estado e ao IVA a aplicar nos espetáculos tauromáquicos. Ana Rita diz-nos que, na sua opinião, o que se perspetiva não vai influenciar a festa brava. “Quem gosta vai, independentemente, do IVA ser seis ou 13 por cento”. No entanto na sua opinião, pensa que sendo considerado um espetáculo cultural deveria ser taxado da mesma forma que os outros tipos de espetáculos. Para 2019, Ana Rita diz que ainda é cedo para adiantar algo e que lá para meados de dezembro deve haver notícias, mas espera (como neste ano que agora finda) iniciar a temporada em fevereiro por terras de França.
Biblioteca do Cadaval com exposição póstuma da coleção de Roberto Silva ai estar patente, de 1 a 8 de dezembro, na Biblioteca Municipal, a exposição póstuma da coleção “Roberto Silva, Cadaval
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1981-1986”. A inédita mostra exibirá o espólio daquele que representa um dos maiores pintores angolanos, tendo o mesmo residido no
Pintor angolano viveu no Cadaval
Cadaval. O pintor Roberto Silva nasce em 1907, em Benguela (Angola), e não existem certezas nem do ano, nem do local do seu falecimento. De igual modo se desconhece o móbil da sua vinda para o Cadaval, no ano de 1981. “Era uma pessoa extremamente pobre e sem qualquer apoio social, que se alimentava na cozinha do hospital e residia numa arrecadação cedida pelo município do Cadaval”, afirma Rui Henriques, curador da coleção, em nome da Câmara Municipal. “O único recurso que tinha era proveniente da venda das suas pinturas e retratos, o que era manifestamente insuficiente”, adianta o responsável. Em 1986, sairia do Cadaval, por doença, e não há memória de alguma vez ter regressado. Da sua passagem pelo Concelho não existem muitos registos, mas as obras que deixou ao Município, e as que existem em casas particulares, constituem hoje a coleção “RS Cadaval 1981-1986”.
LIV’REIRA
Ereira oferece viagem de três dias à volta dos livros terceira Feira do Livro da Ereira oferece um fim de semana repleto de atividades especialmente dedicadas aos amantes da leitura. Sessões de autógrafos, lançamento de livros, mesas redondas, exposições, música e teatro e Hora do Conto, para além de dois espaços para acompanhar as leituras com vinho e gin – a Wine Taste Fair e o Lounge Books & Gin –, prometem muitas horas passadas à volta dos livros e das histórias que eles contam. Organizada pelo Grupo Herêra – Associação Cultural, a Liv’reira vai decorrer de 30 de novembro a 2 de dezembro, de sexta-feira a domingo, das 18h00 às 21h00, na Casa do Povo da Ereira e os fundos angariados vão reverter para a manutenção da Igreja Matriz da Ereira.
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Na exposição a realizar na biblioteca municipal vão estar expostas
26 obras originais do pintor, 24 das quais pertencentes ao acervo ca-
marário e duas cedidas por particulares, para o efeito.
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