1 minute read
Sandra Ramos
CRIME EM SE SER MULHER
Mulher em chamas, engolida pelas trevas do obtuso; Mulher silenciada por paradoxos condicionantes da sua existência, Imposição de antagonismos, resgatadores soberanos do seu direito, Violação deliberada de si, do seu leito…do seu respeito.
Advertisement
Mulher, cujas palavras esfumaçam no vento vindo do Norte, Só apenas mais um rosto vazio, entre um mar de olhos adormecidos… Uma mulher, entre tantas, coagida a cedências abruptas, Vazia de objetivos na visão terrorista desumana, Invisível ao mundo novo apetrechado e tão distante de si.
Mulher, à mercê involuntária do cumprimento da desumana ignorância, Esmagada na força e engolida pelo ódio machista, pela cólera ao mundo; Mecanismos eloquentes de supressão à sua existência, De contaminação, de totalitarismo e de escravidão.
E, hoje, sou essa Mulher; Aprisionada num efeito paralisante, Por onde as minhas palavras se deslizam num circuito fechado. Estou viva, e no massacre que me engole, Direi, gritarei e não deixarei de “dizer”, Que no respirar da humanidade, não é crime em se ser Mulher…