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Vânia Perciani
NO CIMO DA ARA
No espaço íntimo vive a mulher do sonho: uma mulher maçã, não flor! Mas rama – grito de lua, mandrágora!
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No espaço íntimo subverte a mão o relógio, mulher do rosa frágil flana, íris pulsante: ave, palavra no tempo!
O homem mordido: raízes ao ar, sem chuva azul, saqueada a igreja do todo real espesso, sem plumas, que pena! o cão.
No espaço íntimo, eleita arca da fome, flutua, abocanha a mulher a fluente paisagem, escrevendo no cimo da ara
o queijo, o corvo, o profeta, a palavra em fogo montada
o manto caído, esquecido no chão.
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