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Vanessa Ratton

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Valéria Pisauro

Valéria Pisauro

MENINA, MOÇA, MULHER AFEGÃ

Mulher afegã eu queria poder lhe dar a mão Eu queria poder acolhê-la em meu abraço Fazer dele seu escudo, a sua proteção, um forte laço. Sinto tanto, mesmo com todos os meus privilégios.

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Estou longe, muito longe geograficamente Estou tão perto da sua dor. Se eu tivesse asas, eu as levaria a outro lugar, deixaria sua terra somente com homens, pois sei que logo eles se extinguiriam.

Moça afegã, enxergo seu horror, sua coragem de existir, resista em seus sonhos, proteja-se como puder, por favor.

Precisamos lhes emprestar nossas vozes e alimentarmos a confiança num futuro. Precisamos agir juntas de todas as partes do mundo.

Assim nós traríamos vocês para perto, estão longe, mas as sentimos em nós.

Menina afegã, eu queria te levar à escola para que essa semente fizesse brotar esperança no deserto dos homens.

Queria que teu pai lhe conduzisse ao altar, se assim você quisesse, entregando-a ao homem que você amasse se assim o dissesse. Esse desejo, essa luta ancestral é de milhares de mulheres que vieram antes e virão depois.

Assim, sentimos todas vocês, não, vocês não estão longe, estão dentro de todas nós.

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