Versátil Magazine 07

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Ano 2 • Edição 07 • Dez08 / Jan09 • Distribuição gratuita

Edição Comemorativa de Aniversário

Decoração

Belezas que resistem ao tempo Gastronomia

Prepare sua ceia de Natal

Cidadania

Você é um consumidor incálculo?

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SUMÁRIO

06 Nosso Bairro 22 Beleza Sociedade Beneficente Alemã

Escova progressiva

08 Educação Ensino fundamental

09 Cidadania 10 Veículos Fusca

24 Decoração Antiguidades

12 Pet Estresse animal

14 Saúde Melhor idade

16 Turismo Intercâmbio cultural

26 Meio Ambiente Finanças públicas

28 Gastronomia Receitas de Olivier

29 Vinhos 18 Entrevista 30 Mix Cultural Olivier Anquier e Adriana Alves

35 Perfil Hilton Acioli

38 Diversatilidade

Foto: João Valério


EDITORIAL

PARABÉNS!!!

Expediente Diretor Edgar M. Kage

Um ano de trabalho... Muito trabalho. Em todas as edições, uma luta imensa para que a revista superasse a edição anterior. Muito estresse, trabalho que parecia não acabar, até chegarmos à resposta e à fórmula: o trabalho em excesso nunca há de acabar. E isso é muito positivo, porque sempre podemos fazer algo maior. Nossa edição de aniversário presenteia os leitores com um uma entrevista de Olivier Anquier e Adriana Alves. Entrevistá-los foi um momento muito bonito: uma verdadeira aula de integridade. Ambos deixaram muito claro que para obter sucesso há que se trabalhar muito. E sempre. Na entrevista um pouco da história e de seus princípios. O primeiro ano da Versátil Magazine deve ser comemorado com um sentimento especial de gratidão. Agradecer à equipe que trabalha feliz e tem coragem de inovar, e também à amizade, que sustenta, a cada dia, as pessoas na difícil luta de produzir uma revista de bairro que busca qualidade. Em um ano de trabalho, todas as nossas dificuldades foram compartilhadas. E, assim, as coisas continuam dando certo e a revista crescendo... Devagar, de forma honesta.

Sobre o artigo Abandono de Animais, publicado na edição 6 da Versátil Magazine: “Dia 05 de outubro, domingo à noite, encontrei uma cachorrinha toda pretinha, com o peito branco, na frente de uma vídeo locadora na Av. Comendador Alberto Bonfiglioli. Ela é dócil e realmente pensamos que ela deve ter sido abandonada pelas proximidades. Nós a adotamos, de coração e coragem! Já temos uma gatinha de 8 anos que foi adotada também. (...) Essas pessoas devem ter consciência de que os animais sofrem com a ganância de seus donos, que querem vendê-los e lucrar com esse processo. Não sou contra cães, gatos e afins de raça, com “pedigree”; sou contra a indústria que

Jornalista Silvia Dutra – MTb 15.479 silviadutra@mail.myacc.net www.maluca4u.zip.net Diagramação Marcelo Brandt Matsumoto Revisão Rosária Maria Martins Comercial comercial@revistaversatil.com.br Colaboradores Adelino Varella, Carlos Alexandre Nascimento, Danilo Valeta, Eder Vendramel, Eduardo Assunção, João Valério, Juliana Jamilles, Lourdes Ap. R. Penteado e Milly Furquim. Agradecimento Especial Adriana Alves, Olivier Anquier e Magda Pedroso.

Cartas dos leitores Versátil Magazine “Desde a primeira vez que a vimos nos apaixonamos pela revista Versátil. Pelos seus textos inteligentes e diversos, o que faz muito agradável a leitura de toda a família (...). Parabéns no seu primeiro aniversário e desejamos que seja apenas o primeiro de muitos anos de sucesso.” Luís Guzmán, da Davittè Cosméticos.

Jornalista Responsável Marcos Garbelini – MTb 50.991 marcos.belini@terra.com.br

Foto da Capa João Valério

se criou em torno do filhote. E depois que o filhote cresce?” Samanta Lessa, moradora do Jardim Bonfiglioli, estudante da USP, esposa, mãe de um menino de 3 anos muito feliz com a Salomé!

Pré-Impressão, Impressão e Acabamento Doron Central de Compras

Acervo “Recebemos e agradecemos as edições 3 e 6 da publicação Versátil Magazine. Os fascículos foram imediatamente incorporados ao acervo e encontram-se disponíveis para todos os usuários de nossa Biblioteca. Reafirmamos o nosso interesse em continuar recebendo as próximas edições.” Elaine Silvia Maximiano, auxiliar de Biblioteca - Setor de Periódicos FIEO - Fundação Instituto de Ensino para Osasco - e-mail: period1@unifieo.br

Distribuição nas regiões do Butantã, Vl. Indiana, Jd. Rizzo, Vl. Gomes, Jd. Bonfiglioli, Morumbi, Vl. Sônia, Jd. Guedala, Vl. São Francisco e Pq. dos Príncipes.

Agradecimento “Agradeço a Versátil Magazine por ajudar a minha empresa crescer. Atualmente nossos funcionários têm trabalhado muito e isso se deve à propaganda da revista!” América, proprietária da Lavanderia América.

Assessoria Jurídica MM Advogados Tel.: (11) 3294-0800

Tiragem 20.000 exemplares Auditoria de Tiragem ASPR Auditores Independentes Tel.: 4437-6000 Certificado à disposição dos interessados. Versátil Magazine é uma publicação bimestral, distribuída gratuitamente e não se responsabiliza por eventuais mudanças na programação fornecida, bem como pelas opiniões emitidas nesta edição. Todos os preços e informações apresentados em anúncios publicitários são de total responsabilidade de seus respectivos anunciantes, e estão sujeitos a alterações sem prévio aviso. É proibida a reprodução parcial ou total de textos e imagens publicados sem prévia autorização.

Para Anunciar: (11) 3798.8135 comercial@revistaversatil.com.br www.revistaversatil.com.br

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NOSSO BAIRRO

Fotos: Divulgação

SOCIEDADE BENEFICENTE ALEMÃ

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uem passa de automóvel pela Rodovia Raposo Tavares, altura do quilômetro 11, repara uma belíssima área verde. O que muita gente não sabe é que ali está situada a Sociedade Beneficente Alemã que, sem fins lucrativos, mantendo-se unicamente de doações, é um exemplo de organização e beleza. Muitas plantas, chalés em estilo alemão, com variedades de flores e janelas voltadas às ruas estreitas, algumas de paralelepípedo, onde estão muitas pessoas a passear e admirar a natureza. O espaço é imenso, abriga cerca de duzentos moradores e tem quase o mesmo número de funcionários. A população flutuante, revela o gerente geral Sr. Nélio Tavares, chega a duzentas pessoas diariamente. São parentes, amigos e visitantes que alegram ainda mais a casa. A Sociedade Beneficente Alemã iniciou suas atividades, em 1863, e lá se encontra o Lar Recanto Feliz, onde vivem as pessoas da melhor idade. No Grajaú, em Santo Amaro, está o Lar Social Girassol, que cuida de aproximadamente 50 crianças; para os primeiros, a instituição mantém, diariamente, em esquema de vinte e quatro horas, enfermeiros auxiliares, cuidadores, e, em regime de plantão, médicos, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas e fonoaudióloga. Além desses profissionais, há um corpo de voluntárias

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que também contribui com a entidade, desenvolvendo atividades e realizando bazares beneficentes. Inclusive a diretoria da Sociedade é formada por voluntários. Interessante saber um pouco da história da instituição, que teve seu início, no Butantã, em 1925. Através de doações, foi possível adquirir um amplo terreno na região, cujo objetivo inicial era oferecer apoio às pessoas de língua alemã, assim como proporcionar o sustento de órfãos sem recursos, com custeio da educação escolar até o agenciamento de empregos, e também apoio especial aos idosos. A casa cresceu e, hoje, conta com uma infra-estrutura excelente, tanto que pessoas completamente independentes vivem lá porque encontram atividades e companhia. Para candidatar-se a uma vaga no Lar Recanto Feliz, há necessidade de passar por uma entrevista por um comitê que analisa a situação da pessoa como um todo. Também, é feita uma avaliação médica, onde se verifica a possibilidade de adaptá-la, na melhor condição possível, em nosso ambiente. O lar recebe pessoas também debilitadas, que precisam de cuidados mais intensos. E há alguns moradores que já passaram dos cem anos e continuam completamente lúcidos! O lar é uma mistura de casa de repouso e condomínio fechado. Os moradores têm

total liberdade de sair para passear. Para tanto, há uma van que os leva ao Shopping, ao teatro, cinema, exposições e até excursões. Mas se o morador preferir um pouco mais de paz e descanso, as atividades do local também são convidativas, pois todas as semanas há sessões de cinema (em português e alemão) e festas, como a tradicional Feijoada que acontece no mês de agosto, assim como as Festas de Natal e Ano Novo, que já estão em preparo. A Versátil Magazine visitou a Instituição e trouxe aos leitores uma possibilidade de fazer a sua parte em relação à responsabilidade social. Como a Sociedade Beneficente Alemã vive exclusivamente de doações, os dirigentes agradecem quaisquer contribuições, sejam em forma de doações de alimentos ou, ainda, de materiais ou quantias de pessoa jurídica ou física. Lembramos que sempre é possível fazer algo positivo e convidamos todos os nossos leitores a colaborarem com um trabalho social sério! Serviço: Doações de materiais ou objetos diretamente no endereço da entidade à Rua Dr. Romeu Ferro, 246, São Paulo - SP, comunicando, com atencedência, pelo telefone (11) 3723-3131. www.beneficencia-alema.org.br



EDUCAÇÃO

Foto: Divulgação

ENSINO FUNDAMENTAL: O PRIMEIRO GRANDE PASSO

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ensino fundamental, com licença para redundância, é fundamental na formação do indivíduo, já que é nessa fase escolar que se alicerçam as bases de toda a vida estudantil, pessoal e social do mesmo. O que implica dizer que um ensino fundamental mal feito, onde se busca, na maioria das vezes, apenas e tão somente, uma hipócrita transmissão de conhecimentos científicos, sem se atentar para valores sociais e pessoais, pode comprometer todo o futuro da pessoa, acarretando-lhe muitas dificuldades, tanto na área dos estudos, pois dificilmente conseguirá entrar para uma boa universidade, quanto na vida social, nas relações que estabelecem com as pessoas e nos valores pelos quais primam. Sem contar no comprometimento da possibilidade de se conseguir bons empregos, já que o mercado está cada vez mais exigente. Garantido por lei a todas as crianças de 6 a 14 anos, o ensino fundamental foi recentemente ampliado de 8 para 9 anos, abrangendo, também a classe alfabetizadora, que antecede a 1ª série. De acordo com a LDB (Lei de Diretrizes e Bases, Lei nº 9394 de 1996), o ensino fundamental tem como objetivo a formação básica do indivíduo, através do do-

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mínio da escrita, dos cálculos, da compreensão do ambiente natural e social, dos valores em que se fundamenta a sociedade, da formação de atitudes, dentre outros. A propósito, é no ensino fundamental que se prepara o cidadão para a vida em sociedade, se formam e se solidificam os primeiros conhecimentos científicos e valores, o que confere a esta fase sua imensurável importância. Por isso, a escolha da escola onde matricular seus filhos e/ou dependentes deve ser levada muito a sério, já que o futuro dessa pessoa será delineado a partir daí. Como profissional da educação, sinalizo, aqui, algumas dicas no momento dessa difícil escolha: pesquise a metodologia do processo de ensino/aprendizagem na instituição pretendida, verifique se ela permite, de fato, que a criança/adolescente participe do processo de forma ativa e crítica. Vale investigar, também, se o conhecimento é construído pelo aluno por intermédio do professor, ou se este assume, ainda, a postura de detentor do conhecimento relegando ao aluno o papel de mero receptor passivo. Pesquisas demonstram que, quando é permitido ao aluno participar de forma ativa e crítica do processo de ensino/aprendizagem,

esse se dá de forma mais sólida, prazerosa e significativa para o educando. Aspectos como a estrutura física que a escola oferece, se as salas de aulas constituem espaços estimulantes, se os professores são bem capacitados, se passam por cursos de atualização, se tem materiais didáticos e pedagógicos apropriados são também de suma relevância. E, principalmente, se os profissionais trabalham com amor. É imprescindível um excelente nível de afetividade quando se trata de lidar com seres humanos. De qualquer forma, seja qual for sua escolha, deixo aqui o que considero de maior importância nisso tudo, que é a participação dos pais/ e ou responsáveis na vida escolar de seus filhos, que se façam presentes, se interessem pelo que ele faz na escola e na vida. Afinal, o grande sucesso do seu filho pode estar ancorado nas palavras confiantes do professor e da família, que pode vir daquele momento em que ele ouve: eu sei que você é capaz, eu estou aqui para aplaudir você, até nos seus erros, pois sei que deles também virá alguma lição. Juliana Jamilles é professora formada em Magistério, graduada em História e pós-graduada em História do Brasil pela Unimontes - MG.


CIDADANIA

Foto: Divulgação

EDUCAÇÃO FINANCEIRA: O CONSUMIDOR É INCÁLCULO?

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a última semana do mês de outubro, deparei com um grande desafio nas questões de finanças pessoais. Estávamos participando de um grupo de casais e seus respectivos filhos, quando perguntei ao grupo qual a maior dificuldade que a família enfrenta? Para minha surpresa, um percentual bem significativo acusava que 82% das famílias enfrentava a dificuldade financeira. Analisando o contexto, concordo com o nosso Vice Presidente da República, quando dizia que “o consumidor é incálculo, ele não sabe calcular juros e não tem familiaridade com os números”. Esta entrevista mostrou a dificuldade que o brasileiro tem com o manuseio e habilidade de tratar com o pouco dinheiro que tem. O povo brasileiro, quando decide comprar um bem durável, não se preocupa com os juros, e sim com a prestação. Comparase a prestação com o salário e não com o que sobra do salário. Este é o grande erro do brasileiro, mesmo sabendo que nunca sobra nada do salário. Daí, o que falta é uma sensibilização e conscientização da importância da Educação Financeira em nossas crianças e jovens. Nossa população é bombardeada pela mídia escrita e televisiva, a toda hora, gerando a necessidade de comprar mesmo sem dinheiro. As facilida-

des do crédito fazem com que o consumidor compre mesmo sem precisar. Antes de assumir um compromisso as pessoas precisam verificar se realmente necessitam. No Brasil, as taxas de juros são uma das mais altas do mundo, sem contar com os juros reais, que estes sim, são o maior do mundo. Nos Estados Unidos, a preocupação com a Educação Financeira é tão grande, que o governo americano decidiu criar o Conselho de Alfabetização Financeira, que é composto por várias personalidades do mercado financeiro, com o objetivo de disseminar a cultura financeira na população em geral, cujo presidente é o Sr. Charles Schwab, diretor de uma das principais corretoras de valores dos EUA. O ideal seria que o Brasil tivesse a mesma postura e comprometimento na Educação Financeira, introduzindo desde o ensino fundamental, a Economia ao alcance de todos, como uma forma de construir um futuro melhor para os nossos filhos e netos. E, para finalizar, chegando a mais

um final de ano, é importante sinalizar para onde destinará o dinheiro extra, ou seja, o 13º salário. Para saber usá-lo muito bem, eis algumas dicas úteis: • Procure liquidar as dívidas mais caras, por exemplo: cartão de crédito, cheque especial, agiotas, etc.. • Procure reservar certa quantia para o mês de janeiro e fevereiro, claro dentro das possibilidades, pois nestes meses sempre se tem algumas despesas significativas, como: IPVA, seguros, material escolar, IPTU etc. Começar o ano novo endividado é complicado. Por isso, a importância de reservar certa quantia. • E, finalmente, não se esqueça de reservar uma parte do 13º salário para curtir um pouco a festa do final do ano. Paulo Roberto Silva dos Santos é professor da UMC, economista e perito econômico-financeiro. www.umotimoempreendedor.com


VEÍCULOS

Por Silvia Dutra Foto: Divulgação

car do gosto do freguês. A maioria dos outros não permite tantas alterações. Além disso, a suspensão é robusta, aguentava as estradas de terra das décadas de 50 e 60 e, até hoje, suporta bravamente as lombadas e buracos das rodovias brasileiras. Também, não há dificuldades de se encontrar peças, o que facilita a manutenção. Não há dados atuais sobre quantos Fuscas ainda rodam no Brasil. A maioria dos que ainda circulam são anteriores à decada de 1980. Os carros anteriores a esse período, não pagam IPVA, o que torna impossível para o Detran ter números confiáveis. Entretanto, o fascínio dos brasileiros pelo Fusca continua vivo e forte. E para eles, os jornalistas Fábio Kataoka e Portuga Tavares lançaram pela Editora Ediouro o “Manual do Fusca” com curiosidades e toda a história de mais essa paixão nacional. Silvia Dutra é jornalista e vive com a família na Flórida. Mantém o blog “Impressões da América” no site www.maluca4u.zip.net e adora receber mensagens pelo email: silviadutra@mail.myacc.net

Fusca Ele nasceu na Alemanha, no dia 10 de outubro de 1936, quatorze anos depois, aportou no Brasil, com mais 29 irmãos, pronto para trabalhar para a família Mattarazzo.

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otalmente adaptado ao nosso clima, sem se importar com nossas ruas estreitas, estradas irregulares e esburacadas, emocionado com a recepção calorosa, o amor e o carinho do povo brasileiro resolveu se instalar em São Paulo, em 1953, e fazer o que a Bíblia mandava: crescer e se multiplicar. Em 1967, já rodavam pelo País meio milhão deles. Mais de 5 décadas depois, o mundo girou, a Luzitana rodou e o Brasil mudou. O que permanece imutável é o amor dos brasileiros por esse alemãozinho raçudo, flexível, resistente, pequenino, mas valente, querido e admirado por famosos e anônimos: o Fusca. Olivier Anquier, capa dessa edição tem um, comprado por mil reais, completamente detonado. Reformado, mimado, lustrado, hoje é considerado por Anquier como um amigo querido. Celebridades como Sandra de Sá e João Gordo também são fãs declarados. Até gente menos passional, como o político mineiro Itamar Franco, se rende ao fascínio do Fusca. Em 1993, durante sua presidência, Itamar conseguiu que a Volkwagen do Brasil produzisse 4 mil Fuscas e o relançasse no País. Apelidado de “Fusca Itamar” o lote se esgotou em pouco tempo, a preços inflacionados, arrematado por colecionadores anônimos, mas igualmente fanáticos. Na década de 80, a venda de Fuscas começou a cair, no Brasil e no resto do mundo, devi-

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do à concorrência. Ele é pequeno, apertado, e as famílias precisavam de carros maiores, com mais espaço para crianças e bagagens. Pouco a pouco, várias linhas de montagens de Fuscas foram desativadas pela Volkwagen ao redor do mundo e, em 2003, fechou a última, em Puebla, no México. Considerado o veículo mais popular do século 20 e o único que detém o record mundial de ter rodado 12 milhões, 512 mil 852 Km sem fundir o motor (quem conseguiu a façanha foi Albert Klein, em 1963), o Fusca, atualmente, não é mais produzido em nenhum país da Terra, mas isso não significa que esteja esquecido. Só no Brasil, há dezenas de clubes de apaixonados pelo alemãozinho, sendo o Fusca Clube Brasil um dos mais atuantes, com milhares de membros. Dois eventos anuais, promovidos pela entidade, agitam os aficionados: o Dia Nacional do Fusca, celebrado todos os dias 20 de Janeiro, e a Festa da Primavera, que acontece em Setembro em São Bernardo do Campo, terra da fábrica da Volks. Nessas ocasiões, Fuscas, peças e histórias são trocadas entre os participantes, a maioria colecionadores. Mas por que tanta paixão? Além do saudosismo e de ser um carro econômico, os apaixonados apontam a flexibilidade do Fusca. É um carro que permite que se mude o motor, que se eleve a suspensão, que se transforme num conversível, que se façam modificações até fi-



PET

Foto: Divulgação

ESTRESSE ANIMAL onsiderado um mal que afetava somente os seres humanos, hoje em dia, sabe-se que estresse também afeta os animais, e é resultado da convivência com as pessoas dos lares em que vivem.

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para se exercitar, estar preso ou acorrentado, falta de companhia, donos agressivos ou insistentes, podem ser considerados fatores que causam aborrecimento e deixam os animais nervosos, ansiosos e em estresse.

Não é estranho ver um animal de estimação (cão, gato, dentre outros) isolar-se ou tornar-se agressivo, por presenciar situações de discórdia familiar, assim como outros desafetos do cotidiano dos seus donos.

Todos já ouviram histórias acerca de animais, extremamente apegados aos seus donos, que chegam mesmo a morrer de desgosto ou de saudades, quando o dono morre, adoece ou fica ausente por muito tempo.

Toda alteração de padrão de comportamento da casa, onde vivem esses animais, como: mudança, a chegada de algum membro para a família (animal ou humano), pode ser fator desencadeante de estresse animal.

O contrário também é verdadeiro, pois donos muito apegados e que saturam o animal com excessos de brincadeiras e carinhos, tornam-se chatos por não respeitarem o espaço do animal, contribuindo para a irritabilidade do mesmo.

Há informes que também a má alimentação, treinos exaustivos, comandos em demasia, festas, morte do dono, pouco espaço

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Na dose certa, o que faz uma boa relação, entre o dono e o animal, é o equilíbrio de cari-

nho e atenção, pois como os seres humanos, os animais domésticos também precisam de estímulos que os satisfaçam e preencham a sua vida de alegria e bem-estar. E manter animais de estimação em sua companhia, já foi provado, cientificamente, que é extremamente saudável, pois essa convivência traz benefícios à saúde das pessoas, tais como: redução do estresse, da pressão arterial, de dores de cabeça e até melhora a má digestão. Isso acontece porque o homem libera endorfina, quando há um cão ou outro animal de estimação em seu convívio, porque além de ser uma companhia agradável, contribui para que o seu dono se esqueça de situações estressantes do seu cotidiano e saia da rotina. Enfim, o prazer é duplo: os dois ficam sem estresse e de bem com a vida.



SAÚDE

Por Silvia Dutra Foto: Divulgação

SAÚDE DOS IDOSOS

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Brasil e o mundo envelhecem. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que vivem, no país atualmente, 18 milhões de pessoas acima de 60 anos, um idoso em cada dez brasileiros. A expectativa de vida do brasileiro que, na década de 90, era de 66,6 anos saltou para 72,5, em 2007, e deve chegar a 80 anos, em 2040, segundo projeções do IBGE. A tendência não se verifica, apenas em nosso país, mas mundialmente. Estima-se que, em 2050, a proporção de idosos em relação a outras faixas etárias da população

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chegará a uma pessoa acima de 60 anos em cada 5 brasileiros. Em países mais desenvolvidos, essa proporção será de um em cada três cidadãos. Podemos apontar como fatores que explicam essa maior longevidade uma população concentrada em regiões urbanas, com saneamento básico, tendo acesso à nutrição melhor e mais farta, assim como a cuidados médicos e preventivos. Além disso, campanhas na mídia conscientizam todos para os benefícios do exercício físico regular e do controle de doenças como hipertensão e diabetes, dentre outras.

Cuidand Cuidando da saúde e com potencial para mais entre 12 e 20 anos, os indivíduviver mais, os na faixa dos 60 não correspondem mais àquela imagem im de fragilidade, lentidão e dependên dependência que se costumava associar a eles algumas algum décadas atrás. Apesar do estresse da vida moderna e da violência nos grandes centros, eles aprenderam a envelhecer melhor e a encarar as alterações biológicas e emocionais, decorrentes da idade, sem permitir que elas afetem tanto as funções cotidianas e a qualidade geral da vida. Ainda assim, lidam inevitavelmente com dificuldades de visão, audição, memória, sono, funções digestivas, cognitivas, dentre outras. Também são mais sujeitos às quedas e acidentes, que podem encurtar ou afetar, negativamente, a qualidade da vida. E quando ficam doentes, os cuidados deles – por razões econômicas e culturais – recaem sobre os familiares, geralmente sob uma única pessoa, uma filha ou nora. E cuidar de alguém idoso e doente não é tarefa fácil. Sabendo disso e já se antecipando ao aumento da demanda de cuidadores, num futuro próximo, o Ministério da Saúde lançou, no dia 7 de outubro, o Programa Nacional de Formação de Cuidadores de Idosos, a ser oferecido em Escolas Técnicas do Sistema Único de Saúde, em todo o país. Em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social, o objetivo é formar e qualificar 65 mil cuidadores de idosos até 2011. Profissionais envolvidos no projeto criaram um manual que aborda vários aspectos do relacionamento entre o idoso e aqueles responsáveis por cuidar dele. Há desde orientações para alterar o ambiente onde o idoso vive, a fim de lhe proporcionar mais segurança e autonomia, até dicas de como reconhecer sintomas que requerem atenção médica imediata e como se deve agir nessas circunstâncias. Prevenção de escaras (lacerações na pele em pessoas acamadas), técnicas de banho na cama, cuidados de higiene, a importância da alimentação e da dieta adequada, como lidar com os lapsos de memória e o idoso confuso, desorientado, e técnicas para minimizar o stress do próprio cuidador, são alguns dos tópicos abordados no manual. Há, também, informações legais sobre os direitos do cuidador e de quem recebe os cuidados, benefícios previdenciários, telefones e websites de entidades e organismos sociais que existem para apoiar os idosos e suas famílias. O manual já foi distribuído e estará disponível para leigos e profissionais nas escolas do SUS, ONGs e nas Coordenações Estaduais de Saúde do Idoso.



TURISMO

Por: Silvia Dutra Fotos: Divulgação

INTERCÂMBIO CULTURAL

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oucas experiências na vida superam o enriquecimento cultural e humano que um indivíduo adquire ao viajar e viver durante algum tempo num outro país. E uma das maneiras mais baratas e completas de ter essa experiência é participar de um programa de intercâmbio cultural. Engana-se quem descarta a idéia por achar ser muito caro. Não é. Atualmente, até a classe C pode bancar tal aventura. Austrália e Nova Zelândia são, no momento, os destinos preferidos, graças à alta do dolar que jogou os Estados Unidos para escanteio. Porém, antes de arrumar as malas, é preciso cautela e planejamento. Se você não in-

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vestir seu tempo na preparação, prepare-se para perder tempo e dinheiro. E ainda pode ter que enfrentar muitos problemas em terras distantes, voltar para casa decepcionado e carregado de más lembranças. Para que seu tempo estudando, lá fora, seja uma boa e inesquecível experiência preste atenção no seguinte: Escolha criteriosamente a companhia, organização ou agência para fazer seu intercâmbio cultural. Certifique-se da idoneidade e experiência dos responsáveis e da solidez comercial do estabelecimento, para não correr o risco de pagar e receber serviços de má qualidade. Ou até nem receber serviço algum. Peça indicação de estudantes que já fizeram

intercâmbio através da mesma empresa. Entreviste pelo menos três deles e seus pais. Tente descobrir se a empresa realmente prestou serviços de qualidade, se houve alguma surpresa desagradável em relação à família hospedeira ou com a documentação exigida pela escola do país de destino, assim como na volta ao sistema escolar brasileiro. Não confie somente na palavra do vendedor dos serviços. Verifique as informações com consumidores, para ter uma visão real e imparcial da situação e, dessa forma, evitar problemas, decepções e prejuízos. Tenha certeza que seu passaporte está em ordem, com visto de estudante válido por todo o período planejado para sua estada. Alguns países permitem que um estudante estrangeiro trabalhe, por até 20 horas semanais, sem precisar de visto de trabalho. Cheque com a agência ou o consulado do país de destino. Em caso positivo, considere arrumar um emprego de meio período, depois que você estiver adaptado e tenha certeza que vai dar conta do trabalho, sem prejudicar os estudos. Além do dinheiro, você ganhará experiência profissional que pode ser um diferencial no seu curriculum futuro. Vai ficar, também, desinibido e com fluência maior no novo idioma mais rapidamente. Não saia do Brasil sem um bom seguro de saúde médico e dentário. Os custos desses serviços são absurdos e ninguém está livre de sofrer uma queda, um acidente, um imprevisto. Se você tem alergias ou alguma outra condição de saúde, como diabetes, asma, etc, informe


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a família e a escola e tenha sempre com você medicamentos apropriados, acompanhados das devidas receitas médicas. Better safe than sorry!

Se você entendeu a última frase, ótimo. Se não entendeu vá imediatamente aprender inglês. Mesmo que você esteja indo para um país em que o inglês não seja a língua oficial, saber pelo menos um pouco desse idioma universal vai ser fundamental para facilitar sua vida. E procure aprender o básico do idioma do país de destino. Nada de cair de pára-quedas numa terra estranha sem saber se apresentar, pedir e entender informações, comunicar que tem fome, sede ou solicitar ajuda. E agradecer na nova língua, importantíssimo. Antes da viagem, troque e-mails, cartas, telefonemas com a família que o vai hospedar. Peça fotos, pergunte quais são os interesses das pessoas, onde trabalham, quais são seus hobbies, o que gostam de comer, etc. Demonstre interesse, de forma polida

e educada. E fale sobre você também. Lembre-se: o intercâmbio não serve apenas para você aprender um novo idioma, mas para ampliar sua visão do mundo e sua apreciação por novas culturas e estilos de vida. Chegando ao seu destino, seja um hóspede gentil e demonstre consideração e gratidão pela família. Lembre-se que a situação não é nova só para você. Eles também estarão se adaptando para acomodar na vida, na casa e na rotina deles, um novo elemento. A mesma regra aplica-se à nova escola, amigos e professores. Não espere aceitação imediata, mas com paciência, bom senso, respeito e diálogo, tudo se ajeita e, em pouco tempo, você vai se sentir mais integrado ao novo ambiente. É elegante oferecer um presente para a família. Algum objeto de decoração típico do Brasil, flores, chocolates, etc. E no retorno, mande um cartão agradecendo por tudo. Cuide bem do quarto ou do espaço que lhe foi reservado. Faça sua cama pela manhã. Não deixe suas coisas esparramadas, seja organizado. Ao usar o banheiro, deixe-o tão limpo quan-

to você o encontrou. Guarde suas roupas sujas numa cesta escondida até a hora de lavá-las. Compre seu próprio detergente e peça permissão e orientação para usar as máquinas de lavar e secar. Ofereça ajuda nos serviços domésticos ajudando a colocar o lixo para fora, ir buscar a correspondência, passear com o cachorro, etc. Adapte-se à rotina de sua nova casa e participe das refeições, festas, passeios, etc. Experimente as comidas típicas do lugar onde você está, tente aprender a preparar aqueles pratos que você mais gostar. E aprenda a cozinhar pratos brasileiros, antes de viajar, para poder trocar experiências com seus novos amigos e, na pior das hipóteses, ser capaz de não morrer de fome, caso seu paladar não se adapte aos novos sabores. Sob nenhuma hipótese, jamais, fale mal ou faça fofocas sobre a família que o está hospedando. Para ninguém. Use seu bom senso. Caso algum problema ou dificuldade surja durante seu intercâmbio, tenha sempre à mão o telefone da agência responsável. E boa viagem.


ENTREVISTA

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Por Marcos Garbelini Fotos: João Valério


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um dia bastante iluminado, a equipe da Versátil Magazine aguardava, na sacada do apartamento, a chegada de Adriana Alves e Olivier Anquier. O fotógrafo começava a tirar de várias bolsas uma parafernália de câmaras, lentes e outros equipamentos para as fotos, como se algum ensaio fotográfico pudesse captar a beleza da versão ao vivo do casal. Como a doce Adriana sinaliza: a beleza vem mesmo de dentro. Sem dúvida! Ela desponta como atriz de teatro e televisão e já tem planos para a telona. Ele chegou da França, há quase 30 anos, e construiu uma sólida carreira no Brasil. E a tônica da conversa é trabalho, muito trabalho. Olivier fala sobre a sua primeira loja de pães (BOULANGERIE), em um local antigamente sem nenhuma tradição gastronômica, Higienópolis. Ele foi o precursor daquilo que um jornal de grande circulação apelidou, recentemente, de “Gastrópolis”. E, somando-se a essa empreitada: competência, trabalho árduo e amor, só poderia resultar em prosperidade e sucesso. Sentados à mesa, premiados com uma visão magnífica de São Paulo, o bate-papo correu muito gostoso e descontraído sobre carreira, beleza, espiritualismo, carnaval e claro, culinária! Versátil Magazine – Olivier, você veio do melhor país do mundo em relação à culinária. Como é a experiência de cozinhar no Brasil? Olivier Anquier – As cozinhas francesa, brasileira ou de qualquer outro lugar do mundo, têm algo em comum: a emoção. A minha relação com a culinária se traduz através do prazer de proporcionar as emoções que ela oferece.

VM – Como surgiu o gosto pela cozinha? OA – Veio de família, principalmente do incentivo do meu pai, que era médico, e ensinou a mim e ao meu irmão, o gosto de cozinhar e a ter intimidade com a cozinha caseira. Ele nos ensinou, também, o prazer em repartir o pão e partilhar com a família este momento único: todos sentados à mesa para a refeição. VM – Qual foi seu primeiro trabalho aqui no Brasil? OA – Quando cheguei aqui, não falava nem uma palavra em português. Então, um amigo sugeriu que eu tentasse a carreira de modelo e procurasse um fotógrafo francês que vivia em São Paulo. Eu nunca me olhei no espelho e imaginei: ‘Um dia esse cara vai virar modelo’. Fiquei com um pé atrás, mas resolvi aceitar a proposta, pelo menos o tempo necessário para aprender a língua e me sustentar, até encontrar algo que correspondesse mais com o que eu gostaria realmente de fazer. O fato é que eu gostei e fiquei por muitos anos. VM – Adriana, você se tornou modelo aos 17 anos. Quando decidiu que queria ser atriz? Adriana Alves – Dois anos após eu começar a trabalhar como modelo, assisti a uma aula experimental de teatro, que ficava na Praça da Sé, e me apaixonei pelo curso. Decidi, então, ser atriz. Montei um grupo de teatro e me profissionalizei pelo SATED (Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do Estado de São Paulo). VM – Sua primeira aparição, na TV, foi no seriado “A Turma do Gueto,” na Record, em 2002. Como foi a transição para a Globo? AA – Este momento foi muito importante na minha vida. Na época, o Gilberto Braga estava

iniciando uma novela chamada “Celebridade” e tinha um funcionário que assistia muito “A Turma do Gueto” e era meu fã. Ele chegou para o Gilberto e disse que ele tinha que assistir o seriado porque, além de interessante, tinha uma atriz que era diferente. Então me convidaram para fazer um teste e, quase 30 dias depois, me chamaram para integrar o elenco da novela da Globo. Eu só fiquei sabendo deste fato quando o Gilberto foi até o estúdio de gravação e me contou. VM – O público já conhece o talento da Adriana Alves na TV. Mas há ainda uma curiosidade: como é a Adriana na cozinha? AA – [risos] Quem pode responder isso é o Olivier. OA – Ela é uma grande ajudante, [risos], que já se propôs a preparar algumas coisinhas simples e gostosas, sem nenhuma pretensão, somente para proporcionar o prazer para a pessoa a quem ela estava oferecendo, no caso, eu. [risos] VM – Ser a madrinha de bateria da Pérola Negra deve ter sido uma responsabilidade enorme. Conte como foi a emoção de desfilar em uma posição de tanto prestígio. AA – O carnaval faz parte da cultura popular brasileira. É algo que está presente na minha vida há muito tempo. Desfilei na Pérola Negra, durante três anos, e, nos últimos dois, fui madrinha da bateria. É uma emoção muito grande interagir com o público, mas não vou desfilar no próximo ano, vou experimentar o outro lado da moeda assistindo aos desfiles. Não sei, ainda, se em casa ou na avenida. Como diz o Olivier: “Um homem precisa plantar uma árvore, fazer uma casa, ter um filho e também desfilar na avenida”. [risos]

“Antigamente, as pessoas mandavam os empregados comprar pão; hoje, ir à padaria é um programa familiar”. (Olivier)

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ENTREVISTA

“A beleza não é só exterior, ela tem que vir de dentro. A partir daí, você pode administrar, muito bem, o que as pessoas vêem por fora”. (Adriana)

VM – Ter nascido linda é uma questão constantemente positiva, ou traz, também, algum tipo de desconforto? AA – Obrigada pelo elogio. Desde menina eu já chamava a atenção das pessoas, em geral, por ter um corpo de mulher. Beleza é uma responsabilidade muito grande e a gente tem que saber como administrar isso. A beleza não é só exterior, ela tem que vir de dentro. Creio que, a partir daí, você pode administrar, muito bem, o que as pessoas vêem por fora. OA – Ainda, sobre este assunto, gostaria de completar dizendo que, de acordo com o brilho das nossas ações, recebemos um reconhecimento muito positivo. (...) Mas há um lado negativo que chega também, como exemplo, a inveja. Na verdade, administrar os dois lados é o que considero saber viver. VM – O “Programa do Olivier” é transmitido pela internet desde 2004. Qual é a vantagem de ter um programa em rede? OA – Ela favorece uma relação direta com o telespectador. Por exemplo, a apresentação de julho, que foi ao vivo, proporcionou uma

“A minha relação com a culinária se traduz através do prazer de proporcionar as emoções que ela oferece”. (Olivier)

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interação melhor e mais direta com o internauta. O site foi criado em 1999, paralelo ao “Diário do Olivier”, que era transmitido pela GNT. Devido à dificuldade que eu tinha em me comunicar com as pessoas, resolvi criar o “Programa do Olivier”, justamente, para poder conversar e responder aos internautas. Completando dez anos e sem nenhuma propaganda, o site já teve mais de 90 mil acessos e trouxe uma relação muito próxima das pessoas para comigo. É um tesouro que tenho e faço questão de preservar, pois me dá muito prazer. VM – No Brasil, graças à grande biodiversidade, temos uma quantidade enorme de vegetais e frutas, o que pode auxiliar os chefs na criação de pratos novos. Como você vê, atualmente, a culinária no Brasil? OA – Temos uma cultura culinária que, há mais de 500 anos, está em constante evolução. Nós tivemos uma abertura muito grande com a entrada de novos produtos, na época do Plano Real, fator que favoreceu e criou um maior interesse do consumidor pela culinária. Hoje em dia, temos um movimento de alguns profissionais, encabeçado por um brasileiro importantíssimo, o Alex Atala, que faz com que tudo isso nos dê uma evolução muito rápida e positiva. Através do meu programa, tive a oportunidade de mostrar produtos brasileiros que estavam esquecidos. VM – Adriana, qual foi o primeiro prato que o Olivier preparou, especialmente, para você? AA – Foi uma omelete de shitake deliciosa, que me deixou encantada. Eu não gostava muito de shitake, eu prefiria o shimeji, mas ele fez de uma maneira tão gostosa que conquistou meu estômago [risos].

VM – Olivier, você abriu um restaurante, em Florianópolis, com a cozinha no centro do salão. No espetáculo interativo, “Olivier, Fusca e Fogão,” também vivenciava situação semelhante, cozinhando no palco. Como foi cozinhar com a clientela assistindo? OA – Fui muito inovador na época. A cozinha é a alma da casa e foi um prazer levála para um palco e para o centro de um restaurante. A diferença é que o espetáculo tinha duas horas e era apresentado duas vezes por semana, enquanto no restaurante, eu ficava todos os dias, durante várias horas, sem poder sair do fogão. Eu era uma atração para os clientes. Cozinhar é um espetáculo, então por que esconder tamanha emoção?


VM – Adriana, você está em cartaz no teatro? AA – Estou com a peça “Mãos ao Alto, São Paulo” viajando pelo Brasil e em algumas cidades do interior paulista. Eu acredito que o teatro, o cinema e a tv se completam, mas o teatro é a grande paixão do ator. Eu trabalhei com crianças, que é um grande prazer para o ator, porque elas não mentem. Se gostam falam e se não gostam falam do mesmo jeito. [risos] Na peça “Mãos ao Alto, São Paulo” eu faço a Flora, que é uma mulher dinâmica, mãe do Artur, vive com um ex-marido problemático e com uma tia e uma empregada totalmente malucas. Eles se vêem diante de um assalto dentro de casa e, a partir daí, a peça tem o seu desenrolar. VM – Você está com algum projeto para fazer cinema? AA – Vou fazer pela primeira vez. É uma emoção muito grande e um prazer ver que o cinema brasileiro está crescendo, a cada ano, com grandes diretores, atores e produtores. O longa irá chamar “Besouro” e a minha personagem será Oxum, que é uma orixá do candomblé. Para fazer a personagem, tive que aprender a nadar (até então, eu não sabia ...) e a fazer apnéia debaixo d’água. VM – A condessa Finzi Contini, de “Duas Caras,” foi sua grande projeção na TV? Por quê? AA – Nossa vida é feita por etapas. A condessa Finzi Contini foi um presente que ganhei do Agnaldo Silva, autor da novela, e me deu a oportunidade de interpretar algo que nunca fora feito no Brasil: levar para o horário nobre uma condessa negra, longe de qualquer estereótipo, elegante,

generosa e fina. Ela voltou para mostrar que podia ajudar o próximo, mantendo a imagem de uma mulher requintada e inteligente. Ainda existem muitos degraus para eu subir, mas este foi, sem dúvida, o grande marco da minha carreira. VM – Olivier, você é empresário, padeiro, escritor, apresentador de tv e cozinheiro. Como você encara tudo isso? OA – As atividades que tenho vão aumentando, a cada ano, e cada uma delas traz uma ligação entre si. Eu nunca encaro uma atividade como definitiva. Quando você cria algo, automaticamente, terá a abertura de outros caminhos. Em 1995, tive uma grande evolução com o meu trabalho de padeiro em relação à filosofia de padaria. Antigamente, as pessoas mandavam os empregados comprar pão; hoje, ir à padaria é um programa familiar. As pessoas vão buscar toda a diversidade que existe dentro dela. Este movimento todo fez com que, naquela época, a Record me convidasse para fazer um programa de culinária. As palestras, seminários, conferências e outros eventos que fiz, me ajudaram a desenvolver uma grande intimidade com o público. Não é por acaso que criei o primeiro espetáculo-performático-culinário brasileiro, que é o “Olivier, Fusca e Fogão”. VM – Como surgiu a idéia de escrever livros? OA – Foi no dia seguinte após a abertura da minha primeira padaria na Rua Matogrosso, em Higienópolis. Era um local desvalorizado e com um comércio noturno muito intenso. Li outro dia no jornal “O Estado de São Paulo” que esta rua, agora,

“Eu acredito que o teatro, o cinema e a tv se completam, mas o teatro é a grande paixão do ator”. (Adriana)

é considerada um ponto gastronômico do bairro. Após a abertura da padaria, o comércio local começou a crescer e ficou muito valorizado. Foi então que a Editora Melhoramentos me convidou para escrever meu primeiro livro: “Pães de França”. Depois vieram outros. VM – E você, Adriana, qual tipo de literatura faz a sua cabeça? AA – Sou uma pessoa eclética. Gosto muito da literatura do cotidiano pela curiosidade de saber o que está acontecendo. Tem momento que quero saber tudo a respeito de um assunto. Já quis conhecer a literatura espiritual e li muita coisa a respeito, como os da Zíbia Gasparetto, para entender o que acontece do outro lado da vida. No momento, estou interessada em leituras sobre liderança, convívio com a família, amigos e trabalho. E por aí, vai. VM – Então você tem um lado espiritualizado? AA – Eu acredito que existe uma energia que move o mundo e faz com que a gente tenha pensamentos positivos, acredite no ser humano e que as coisas não acontecem por acaso. Acho importante ler sobre isso, pois o espiritualismo é uma linguagem universal.

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BELEZA

Por Marcos Garbelini Foto: Marcelo Brd. Matsumoto Modelo: Sabrina Cassulino

SEM MEDO DE SER FELIZ Para pessoas que levam uma vida muito corrida e que precisam de um cabelo prático e bonito para o dia-a-dia, podem encontrar a solução na escova progressiva. Ela deixa os cabelos mais fáceis de lavar, pentear e secar.

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ambém conhecida como escova inteligente, ela surgiu por acaso em um salão de beleza carioca e já é o maior sucesso também nos Estados Unidos, onde é chamada de Brazilian Brushing. A escova progressiva é feita à base de queratina, lipídeos, ceramidas e formol. Este último ingrediente pode assustar e fazer com que muitas pessoas questionem a sua utilização. “Os produtos devem ter 0,02% de formol, que é a quantidade permitida pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), além de ter um químico responsável”, esclarece a hair stylist Regina Nascimento do Salão Ducharm. É aconselhável a aplicação de queratina ou ceramidas, dias após a realização da progressiva, especialmente para cabelos propensos à oleosidade. A aplicação desses nutrientes, também, auxilia na durabilidade do produto e retira aquele aspecto de “vassoura” das pontas. Uma das perguntas mais freqüentes é se há a necessidade de ficar três dias sem lavar os cabelos. “Isso é um mito. Eu trabalho com vários tipos de escovas e, em todas elas, os cabelos são lavados na seqüência”, revela a hair stylist. Para este caso, os profissionais de beleza utilizam um neutralizador para fechar as cutículas e garantir a lavagem. E depois, quanto mais você lavar os cabelos, mais rápido o produto será eliminado. A durabilidade entre uma pessoa que lava os cabelos duas vezes por semana e uma que lava os cabelos todos os dias será consideravelmente menor. Normalmente, o produto dura de 30 a 40 lavagens e o ideal é usar xampu e condicionador sem sal e com o pH estabilizado. Este processo também permite que a pessoa possa colorir os cabelos no mesmo dia graças à cauterização dos fios que ficam fortalecidos pela queratina e pelas ceramidas, obtendo, assim, um aspecto tratado e saudável. Existem no mercado outros tipos de escovas. Dentre as mais procuradas estão a definitiva e a de chocolate. A primeira possui um princípio ativo que abre a cutícula dos cabelos com a ação do tioglicolato de amônia e a guanidina, que desobstruem as células dos fios encaracolados, tornando-os lisos. “Enquanto a progressiva age por fora dos fios, a definitiva trabalha dentro das escamas dos cabelos”, revela Regina. A segunda é indicada para cabelos escuros em tons pretos, vermelhos e marrons. Ela é rica em proteínas do cacau e isso faz com que os cabelos fiquem sedosos e com mais brilho. Mas se você prefere ter cabelos ondulados, o indicado é fazer um suporte, que é preparado à base de amônia. “É um tratamento mais suave do que a permanente e ideal para quem quer ondular os cabelos”, indica a hair stylist Daniela Midori Kanaoka do Salão Izunomê. A técnica é indicada para pessoas que tenham cabelos pouco volumosos ou cabelos afro-descendentes, proporcionando também praticidade após o banho. Pronto. Agora você já conhece alguns tipos de procedimentos que deixam os cabelos mais bonitos e tratados, porém lembrese antes de consultar um profissional de beleza, pois ele indicará o procedimento mais adequado para seu tipo de cabelo.

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Onde encontrar: Ducharm Rua Diogo Moreira, 226 Informações: 3034-1989/3034-0527 Izunomê Av. Com. Alberto Bonfiglioli, 480 Informações: 3731-4446/3731-8725



DECORAÇÃO

Por Marcos Garbelini Foto: Divulgação

ANTIGUIDADES: UMA QUESTÃO DE BOM GOSTO

Um objeto de época pode dar um ar de sofisticação em um ambiente, desde que seja utilizado de forma harmônica com o restante da mobília.

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á imaginou levar para dentro de sua casa uma obra de arte feita por Botticelli, Rembrandt ou ainda Aleijadinho? Talvez sejam peças caras demais, mas podemos decorar nossas casas com antiguidades barrocas, sacras, cubistas ou com uma infinidade de outros estilos. Mas onde encontrar essas antiguidades que, por muitas vezes, achamos tão belas? Basta ir até um antiquário, ou ainda, quem nunca se deparou com uma faixa informativa, colocada em frente de uma casa, por famílias que vendem tudo? Também, existem aquelas que são vendidas por pessoas que mudam para espaços menores. Independente da procedência, essas versáteis e arrojadas obras de arte são antiguidades, que foram criadas de forma artesanal, pois apresentam detalhes impressionantes em suas composições. Mas será que todas as peças antigas podem ser consideradas obras de arte? “Uma peça antiga somente possui algum valor quando transmite arte, é feita com detalhado acabamento e gosto estético”, explica Kátia Schwarcz, proprietária do Antiguidades Francisco. Antes de comprarmos uma antiguidade, temos que verificar se é autêntica e também

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o estado em que se encontra. Um objeto de época requer alguns cuidados básicos de conservação e restauração como, por exemplo, alguns móveis, que necessitam de aplicação de verniz ou óleo de peroba, dependendo do tipo da madeira. Se o móvel também tiver puxadores de bronze, esses devem ser polidos, pois só assim poderão voltar a ter boa aparência. Algumas das vantagens de se ter um objeto de época em casa é que, além de ser pronta entrega, ele não perde o valor, diferente dos móveis novos que, após a compra, são logo desvalorizados para revenda. “Nós valorizamos nossas obras de arte muito mais do que as européias e de outros países”, diz Kátia. Ainda, segundo ela, a pintura e a prataria brasileiras e os mobiliários antigos são os mais procurados para compra. Tornam-se, portanto, uma boa opção para quem quer decorar a casa com um toque especial. Mas será que é possível misturar antiguidades com objetos e móveis atuais? Sim. Uma sala de jantar moderna, por exemplo, pode receber um lustre antigo ou ainda podem ser colocadas mesas laterais de estilo clássico em um living com sofás modernos. Um abajur ou uma prata antigos também são muito

bem-vindos nesse tipo de ambiente. Enfim, existem infinitas possibilidades. “Misturas como essas não chocam. Pelo contrário, podem criar uma harmonia muito grande entre o moderno e o antigo. Mas tudo isso tem que ser feito com muito cuidado e bom gosto”, adverte a antiquária. Porém, não é recomendável variar muito para não envelhecer demais o ambiente. O ideal é determinar um período da história e desenvolver algo com um toque de sofisticação. Uma antiguidade resiste ao tempo, pois possui história e beleza próprias. Para a maioria das pessoas, que gostam desses objetos de época, o valor é o que menos importa, pois a autenticidade e a beleza de uma peça geram algo mais importante: o prazer de ter uma obra de arte. Onde encontrar: Antiguidades Francisco Av. dos Tajurás, 112 – C. Jardim Informações: 3032-3189 Luiz Machado de Melo Antiquário R. Dr. Clóvis de Oliveira, 441 Informações: 3721-9357



MEIO AMBIENTE

Foto: Divulgação

O SISTEMA FINANCEIRO AMBIENTAL: NOVAS OPORTUNIDADES

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ários artigos da Constituição Federal contemplam a questão ambiental, em especial os artigos 5º, 23, 24, 129, 170 e 225. O Capítulo 170, que trata da ordem econômica, dispõe sobre o seguinte princípio: “defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado, conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação”. Nesse aspecto, podemos considerar como atividade impactante a extração mineral, em especial a exploração e comercialização de petróleo e seus derivados. Com exceção da TCFA (Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental), a Política nacional do Meio Ambiente não faz nenhuma menção aos financiamentos ambientais. Com objetivo de instituir um instrumento oficial de financiamento ambiental, criou-se em 1989, através da Lei 7.797/89, o Fundo Nacional do Meio Ambiente – FNMA, que visa o uso racional e sustentável dos recursos naturais, incluindo a manutenção, melhoria ou recuperação da qualidade ambiental, com objetivo de melhorar a qualidade de vida da população. A partir dos anos 80, surge, no setor público, a figura dos fundos públicos, entre eles o Fundo de Direitos Difusos (FDD), Fundo da Mata Atlântica, Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal (FNDF), entre outros. Além desses, existem mais de mil fundos ambientais públicos, no âmbito Federal, Estadual e Municipal, porém, menos de 10% deles funcionam efetivamente. Um aspecto importante para o funciona-

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mento desses Fundos é a participação da população em sua operação, transformando essas ações, em atos transparentes, com controle e participação social, promovendo o fortalecimento dessa instituição como política de fomento aos financiamentos ambientais. Ainda ocorrem algumas iniciativas privadas, voltadas para o financiamento ambiental, como por exemplo a disponiblização de recursos por ONGs, Instituições Bancárias, Organismos internacionais e empresas privadas. Esses recursos são injetados, através de financiamentos, empréstimos, pagamentos por serviços ambientais, entre outros tipos de ajustes. Diferente dos fundos públicos, as entidades privadas podem aplicar seus recursos em ações ambientais voltadas a projetos específicos, independente dos benefícios estarem em propriedades particulares ou não. Porém, os fundos públicos devem ser aplicados com intuito de promover o bem público de forma abrangente e coletiva. Essas iniciativas decorrem de uma demanda crescente de recursos financeiros, para promover projetos ambientais, que não dispunham de um mecanismo que os viabilizassem. No caso dos fundos públicos, geralmente os recursos são captados através de mecanismos diversos como multas ambientais,

Termos de Compromissos Ambientais, Termos de Ajustamento de Conduta, uso de espaços públicos, entre outros, que geram os recursos necessários para o seu funcionamento. Por outro lado, sua aplicação deve ser feita de forma criteriosa e com tratamento de igualdade entre os candidatos aos recursos. Em São Paulo, a Prefeitura do Município dispõe do Fundo Especial do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – FEMA, criado pela lei 13.155/2001. No entanto, seu funcionamento só se deu em 2005, com o lançamento do primeiro edital de chamamento para seleção de projetos ambientais. Nessa ocasião, foram selecionados três projetos, voltados à Educação Ambiental, no valor de aproximadamente R$ 80.000,00 (oitenta mil reais) cada um. No ano seguinte (2006), foi lançado o segundo edital com a disponibilização de R$ 480.000,00 para projetos. Atualmente, o Fundo Especial do Meio Ambiente e Desen-


volvimento Sustentável – FEMA está selecionando projetos do edital 4 para várias linhas temáticas referentes às Áreas de Preservação Ambiental Capivari – Monos e Bororé – Colônia, localizados na região Sul do Município e o Edital nº 5, cujo objetivo é selecionar projetos de Educação Ambiental para todo o Município. Outra possibilidade de captação de recursos para aplicação em ações ambientais é a geração de Créditos de Carbono, por projetos de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo – MDL, com produção de energia da queima de Gás Metano, nos Aterros Sanitários Bandeirantes e São João. Esses leilões geraram aos cofres do Município o montante de aproximadamente R$ 70.000.000,00 (setenta milhões de reais). Por deliberação do Conselho do Fundo, os recursos estão sendo canalizados para programas e projetos ambientais nas regiões de Perus, Pirituba e São Matheus, locais onde os aterros encontram-se instalados. Desses recursos, cerca de 13 milhões já foram aplicados, na implantação de áreas verdes, Parques Lineares, implantação de centro de recuperação de animais silvestres, entre ações de educação ambiental na região de Perus. Em são Matheus, estão sendo realizadas Audiências Públicas para discussão sobre os projetos a serem eleitos. Sabemos que essa é uma discussão que merece aprofundamento, pois a demanda por ações dessa natureza são crescentes, e a falta de experiência do setor público e privado nessa área é um fator de bloqueio que deve ser brevemente superado. Municípios como São Paulo (SP), Vitória da Conquista (BA) e Montes Claros (MG), têm sido modelo de aplicação dos recursos públicos, em favor da questão ambiental, destacando a busca pela participação e interação com os segmentos sociais nas deliberações e acompanhamento de sua execução. A possibilidade de fortalecimento dos fundos existentes, o início das operações daqueles criados, porém ainda sem o efetivo funcionamento e a implantação de novos fundos, geram a expectativa de uma injeção considerável de recursos, para promoção da preservação e manutenção dos recursos naturais para os próximos anos, sendo, além de uma ótima oportunidade de promoção da sustentabilidade, uma grande possibilidade de negócios com geração de emprego e renda, que não podemos deixar passar despercebida.

Rubens Borges é administrador, especialista em Educação Ambiental e Secretário Executivo do Fundo Especial do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – FEMA.


GASTRONOMIA

RECEITAS PARA A CEIA DE NATAL Para passar a ceia de Natal com nossas famílias sugerimos duas receitas de Olivier Anquier. Para o tradicional peru de Natal, uma maneira diferente de preparo com um toque brasileiro: as castanhas. E também um panetone de dar água na boca. Ao lado há sugestões de vinhos para acompanhar. Boas festas. Panetone Prepare assim: Rende 6 porções de 500 g Ingredientes: • 100 g de fermento para pão • 1 xícara de água morna • 1,5 kg de farinha de trigo • 2 xícaras de açúcar • 9 ovos grandes • 1 colher (chá) de sal • 1 1/2 xícara de leite • 150 g de manteiga derretida • 250 g de manteiga para a massa • 1 colher de essência de panetone • 500 g de frutas cristalizadas • 250 g de uvas passas

Peru de Natal recheado com castanhas-de-caju Ingredientes: • 1 peru de aproximadamente 4 kg • 2 cebolas • 40 g de manteiga • 150 g de bacon magro • 200 g de bacon em fatias finas • 100 g de gordura de porco moída • 200 g de lombo de porco moído duas vezes • 1 maçã sem casca cortada em cubos • Especiarias (canela, cravo, noz moscada) a gosto • Óleo vegetal para regar • 200 g de castanha-de-caju • 500 g de bacon fatiado • Sal e pimenta-do-reino moída na hora a gosto

• Em uma bacia, dissolva o fermento com a água morna, junte 1 colher (sopa) de açúcar, 6 colheres (sopa) de farinha de trigo, misture e deixe dobrar de volume. • Em seguida, bata as claras em neve e coloque as gemas e o açúcar; • Junte a essa mistura o fermento que foi preparado no passo anterior, vá colocando o leite morno, o sal, a essência e a manteiga derretida; • Deixe descansar por mais ou menos 30 minutos; • Depois acrescente aos poucos a farinha e vá sovando a massa com as mãos, cubra e deixe descansar por 10 minutos; • Abra esta massa com rolo de confeiteiro e espalhe parte da manteiga e as frutas por toda a massa, enrole como um rocambole, abra novamente com o rolo e espalhe o restante da manteiga; • Enrole novamente e corte em 6 partes; • Coloque as partes em formas e deixe crescer por aproximadamente 1 hora; • Em seguida coloque no forno pré-aquecido a 200º C e deixe assar por aproximadamente meia hora. Prepare assim: • Limpe o peru e tempere-o por dentro e por fora com sal e pimenta; • Descasque as cebolas e pique-as em tiras finas; • Numa caçarola, derreta a manteiga, junte o bacon e doure as cebolas; • Coloque a banha e o lombo de porco moído por cerca de três minutos; • Junte a maçã e tempere com as especiarias e sal; • Retire do fogo e adicione as castanhas. • Recheie o peru com esta mistura e costure-o, deixando-o bem fechado; • Amarre as coxas e as asas do peru para que não se abram no forno; • Coloque-o numa assadeira, regue-o com óleo e cubra-o com o bacon em fatias; • Leve ao forno pré-aquecido a 170º C, por 1 hora, tapado com papel alumínio; • Retire do papel alumínio e deixe o peru por mais uma hora no forno regando-o de vez em quando com a gordura do bacon. • Finalização • Quando o peru estiver assado, coloque-o em uma travessa, retire a linha da costura e sirva-o com as maçãs e as castanhas. • Acompanhamento • Castanhas-de-caju cozidas por 10 minutos em calda fina de açúcar aromatizada com rum, cravo e canela; • Maçãs com casca cortadas em fatias grossas e cozidas rapidamente em caramelo ralo. Mais receitas disponívies no site: www.olivieranquier.com.br

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VINHOS

Por Eduardo Assunção Fotos: Divulgação

O VINHO E A CEIA DE NATAL

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Natal é uma data muito especial para confraternização entre amigos e familiares, ocasião que todos aproveitam para comer e beber em grupo e as mesas, geralmente, são muito fartas. São tantas opções de comidas e sobremesas que vamos sugerir vinhos diferentes para cada situação. A dica para as entradas é oferecer vinhos leves e frescos. Diante disso, quando servirmos nozes, frutas, salgadinhos, saladas, queijos e similares, poderemos oferecer um Espumante Nacional Brut (seco e boa acidez) ou Prosecco Italiano (sensação mais suave que o Brut). O prato principal, geralmente é o chester ou o peru, que pode variar muito na forma de preparo e os molhos de acompanhamento. Podemos sugerir um vinho Tinto Espanhol Crianza (macio e não muito encorpado) para os pratos ao forno com poucos temperos; para os mais condimentados, como o lombo, quando temperado com canela, cravo, noz moscada e bacon, um vinho Syrah Australiano será a melhor opção. A dica para o prato principal é oferecer vinhos de médio corpo para agradar a maioria. Para as sobremesas, a tradição recomenda sempre panetone, doces, sorvetes e salada de frutas, que combinam perfeitamente com Espumantes Nacionais da uva moscatel ou Vinho do Porto, que são doces e bons para a digestão. Feliz Natal a todos e um 2009 pleno de felicidade !!! www.vilavinhos.com.br


MIX CULTURAL

Por Cláudia Liba, Edgar Kage Marcos Garbelini Fotos: Divulgação

LIVROS TROCANDO EM MIÚDOS Luiz Paulo Faccioli se inspira nas músicas de Chico Buarque para criar as 15 histórias deste livro, narrando, principalmente, as muitas conseqüências do amor. ‘Suburbano coração’, por exemplo, transforma-se na história de uma mulher, que fica postada na janela e encontra prazer ouvindo uma canção na vitrola, que fala de um amor que vai chegar. Editora Record AS MELHORES HISTÓRIAS EM QUADRI NHOS DO SÍTIO DO PICAPAU AMARELO Esta coleção reúne as melhores histórias em quadrinhos da Turma do Sítio do Picapau Amarelo. A obra traz as muitas aventuras que a Turma do Sítio já teve. É diversão que não acaba mais em histórias muito engraçadas. Editora Globo

AÚ, O CAPOEIRISTA Segundo o cartunista, Flávio Luiz, o objetivo é conquistar um público leitor de quadrinhos e destaca: “A hospitalidade, a alegria, a criatividade do povo baiano retratada nos personagens, servirá para divulgar ainda mais os lugares, ritmos e as diferenças culturais do nosso país, principalmente a cultura negra e seu sincretismo.” Maiores informações no site www.auocapoeirista.com.br.

A ESSÊNCIA DO MAL No centenário do nascimento de Ian Fleming, criador do agente secreto mais charmoso da literatura, Sebastian Faulks leva James Bond ao auge da Guerra Fria, em uma trama de tirar o fôlego. Uma execução bárbara nos arredores de Paris desencadeia uma série de acontecimentos que ameaçam a paz mundial. Editora Record

AS GRANDES AVENTURAS DE SUPERMAN Para marcar os setenta anos do homem de aço, a editora Panini segue a tendência de reeditar as principais histórias de heróis de todos os tempos. Editora Panini

RIM POR RIM Livro-reportagem sobre o tráfico de órgãos humanos no Brasil. Júlio Ludemir mostra vendedores de rins, de bairros sem infra-estrutura de Recife, e como alguns deles acabam recrutando, a sangue-frio, seus próprios parentes em troca de uma recompensa da cúpula do tráfico. Editora Record.

ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA José Saramago, um dos mais importantes escritores portugueses atuais, relata uma trágica história de personagens cegos e sem nomes. Nas entrelinhas, uma contundente crítica à sociedade atual. Companhia das Letras

VOCÊ ESTÁ COM SORTE Os escritores norte-americanos Deborah Aaronson e Kevin Kwan pesquisaram a origem de cada uma das principais crendices e desenvolveram este curioso guia. Editora Gente

MINHA MÃE, MEU MUNDO Resgata momentos especiais do nascimento do bebê à chegada da idade adulta, despertando a memória afetiva do leitor para a beleza da relação mãe-filho. Editora Gente.

SEXO SEM AMARRAS Um livro que não se limita ao erotismo. Ele apresenta uma linguagem simples e agradável, porém repleta de elementos filosóficos que nos remetem a uma bela reflexão sobre a arte de viver com prazer. Editora Gente

HISTÓRIAS DA GUERRA Chega ao Brasil uma obra poética do crítico literário americano, Charles Bernstein em edição bilíngüe, inglês-português. O livro foi escrito logo após a invasão americana ao Iraque em 2003. Editora Martins Fontes.

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O PORTUGUÊS BRASILEIRO Do lingüista alemão Volker Noll, traduzido por Mário Eduardo Viaro (USP), é uma obra de especialistas para leigos. O português do Brasil não é uma língua nem um dialeto, mas uma variedade, talvez a mais importante, mundialmente, dadas às dimensões do país. Editora Globo

A PAIXÃO SEGUNDO G.H. De Clarice Lispector, escrito em primeira pessoa, foca surpreendentemente as angústias e os sentimentos do ser humano, trazendo à tona suas questões cruciais, que atravessam a obra com questionamentos sobre quem somos, por que e para que viemos ao mundo. A angústia da personagem leva o leitor a questionar-se sobre a própria existência, através da densa e profunda escrita da autora. ALÍPIO NA MATA COLEÇÃO COCORICÓ PRIMEIRA VEZ A Coleção narra experiências vividas por cada um da Turma do Cocoricó. No terceiro livro da série de Bia Rosenberg, Alípio vai visitar um primo na cidade e acaba se perdendo na mata, mas ele conta com a ajuda de novos amigos para encontrar o caminho certo. Editora Globo.


MÚSICA O MELHOR DE TOM JOBIM

CLUBE DA ESQUINA

Tom Jobim talvez seja o maior representante da Bossa Nova, gênero musical derivado do samba, surgido oficialmente em 1958, com o LP Chega de saudade de João Gilberto. Neste Cd, temos uma coletânea, lançada pela BMG com algumas das obras mais expressivas desse compositor, como Retrato em preto e branco, Vou te contar (Wave), Lígia, Samba de uma nota só, além da incomparável Garota de Ipanema, com excelentes interpretações de nomes como Chico Buarque, Nelson Gonçalves, Nana Caymmi, Maria Bethânia e do próprio Tom Jobim. Imperdível!

Álbum antológico, de 1972, sem dúvida um grande marco da música brasileira. Liderados por Milton Nascimento, jovens músicos mineiros gravaram a obra que alcançou projeção internacional, com uma notável sofisticação vista em músicas como O Trem Azul, Paisagem da Janela, Clube da esquina n°2, Cravo e Canela e Um Girassol da Cor do seu Cabelo. Imperdível para apreciadores de boa música.

VALSA BRASILEIRA  ZIZI POSSI

SUMMIT ASTOR PIAZZOLLA E GERRY MULLIGAN

Músicas belíssimas com concepção e Impossível descrever a beleza e a força que direção musical da própria Zizi. Há comtraz a faixa Years of Solitude. Vale a pena ouposições de Edu Lobo, Pixinguinha, Chico vir como os mestres inovaram a música, mesBuarque, Gilberto Gil e outros. clando tango e jazz.

TIME OUT  TAKE FIVE  THE DAVE BRUBECK QUARTET Este disco, lançado originalmente em 1960, precisa mesmo é ser absorvido aos poucos. O que Dave Brubeck e Paul Desmond são capazes de realizar em Take Five, com compasso 5/4 e em Blue Rondo a la Turk (9/8), tornou o disco um dos mais famosos álbuns de jazz do mundo! Experimente.

ATENCIOSAMENTE  DUOFEL Fernando Melo e Luiz Bueno são impecáveis em uma obra prima que traz homenagens a Sebastião Tapajós, UAKTI, The Beatles, Adoniram...e uma série de outros músicos maravilhosos. Merecem nossa reverência.


MIX CULTURAL

DVDS A nossa equipe reuniu-se e selecionou alguns filmes, de vários que temos como grandiosos! Foram suspenses, dramas, romances, comédias...todos com algo de especial e que gostaríamos de compartilhar com nossos leitores na edição especial de um ano da Versátil Magazine. ...E o vento levou – Victor Fleming 21 gramas – Alejandro González Iñárritu 36 – Olivier Marchal 8 milímetros – Joel Schumacher A confissão – Costa-Gravas A doce vida – Federico Fellini A era do rádio – Woody Allen A festa de Babete – Gabriel Axel A hora da estrela – Suzana Amaral A insustentável leveza do ser – Phillip Kaufmann A máfia no divã – Harold Ramis A missão – Roland Joffe A outra face – John Woo A rainha Margot – Patrice Chereau A rosa púrpura do Cairo – Woody Allen A viagem de Chihiro – Hayao Miyazaki Camille Claudel – Bruno Nuytten A vida de Bryan – Terry Jones Abril despedaçado – Walter Salles Adeus minha concubina – Chen Kaige Adeus, meninos – Louis Malle Amadeus – Milos Forman Amistad – Steven Spielberg Armênia – Robert Guédiguian Priscilla, a rainha do deserto – Stephan Elliott As bicicletas de Belleville – Sylvain Chomet As horas – Stephen Daldry As pontes de Madison – Clint Eastwood Assassinos por natureza – Oliver Stone Beleza americana – Sam Mendes Berlin Alexanderplatz – Rainer Werner Fassbinder Bird – Asas da liberdade – Alan Parker Blade Runner – Ridley Scott Buena vista social club – Wim Wenders Casablanca – Michael Curtiz Central do Brasil – Walter Salles Cidadão Kane – Orson Welles Cidade de Deus – Walter Salles Cinema paradiso – Giusepe Tornatore Clube da felicidade e da sorte – Wayne Wang Clube da luta – David Fincher Contos de Nova Iorque – Woody Allen, Francis Ford Coppola e Martin Scorcese Coração selvagem – David Lynch Corpos ardentes – Lawrence Kasdan Crianças invisíveis – vários diretores Delicatessen – Marc Caro, Jean-Pierre Jeunet

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Despedida em Las Vegas – Mike Figgis Diários de motocicleta – Walter Salles Dogville – Lars Von Trier Drácula de Bram Stoker – Francis Ford Coppola Edifício Master – Eduardo Coutinho Ensaio sobre a cegueira – Fernando Meirelles Era uma vez na América – Sergio Leone ET – Steven Spielberg Faça a coisa certa – Spike Lee Fale com ela – Pedro Almodóvar Feios, sujos e malvados – Ettore Scola Forrest gump – Robert Zemeckis Gênio indomável – Gus Van Sant Guerra nas estrelas 4, 5 e 6 – George Lucas Henri & June – Philippe Kaufman Herói – Yimou Zhang Indiana Jones 1, 2 e 3 – Steven Spielberg Janela indiscreta – Alfred Hitchcock Jogo de cena – Eduardo Coutinho Juventude transviada – Nicholas Ray Krzysztof Kieslowski trilogia – A liberdade é azul, a igualdade é branca, a fraternidade é vermelha Kika – Pedro Almodóvar Kill Bill – Quentin Tarantino Lanternas vermelhas – Zhang Yimou Laranja mecânica – Stanley Kubrick Lua de fel – Roman Polanski O bebê de Rosemary – Roman Polanski Machuca – Andrés Wood Madame Satã – Walter Salles Melhor impossível – James L. Brooks Minha vida de cachorro – Lasse Hallström Monty Python em busca do cálice sagrado – Terry Gilliam, Terry Jones Morangos silvestres – Ingmar Bergman Morte em Veneza – Luchino Visconti Nós que aqui estamos por vós esperamos – Marcelo Masagão O adversário – Nicole Garcia O amante – Jean-Jacques Annaud O auto da Compadecida – Guel Arraes O closet – Francis Veber O encouraçado Potenkim – Sergei Eiseinstein O exterminador do futuro 1 e 2 – James Cameron O fabuloso destino de Amélie Poulain – JeanPierre Jeunet

O filho da noiva – Juan José Campanella O grande ditador – Charles Chaplin O iluminado – Stanley Kubrick O piano – Jane Campion O poderoso chefão – Francis Ford Coppola O professor aloprado – Jerry Lewis O quarto poder – Costa-Gavras O silêncio dos inocentes – Jonathan Demme O último imperador – Bernardo Bertolucci O último tango em Paris – Bernardo Bertolucci Olga – Jayme Monjardim Os bons companheiros – Martin Scorcese Os infiltrados – Martin Scorsese Os intocáveis – Brian De Palma Paris, eu te amo – vários diretores Perdas e danos – Louis Malle Piaf – Olivier Dahan Pixote – Hector Babenco Platoon – Oliver Stone Pulp fiction – Quentin Tarantino Rashomon – Akira Kurosawa Ray – Taylor Hackford Réquiem para um sonho – Darren Aronofsky Retrato de uma mulher – Jane Campion Sangue negro – Paul Thomas Anderson Sin city – Robert Rodriguez Sociedade dos poetas mortos – Peter Weir Sonhos – Akira Kurosawa Tango – Carlos Saura Taxi driver – Martin Scorcese Terra estrangeira – Walter Salles e Daniela Thomas The doors – Oliver Stone Thelma & Louise – Ridley Scott Tiros em Columbine – Michael Moore Todas as manhãs do mundo – Alain Corneau Tomates verdes fritos – Jon Avnet Traffic – Steven Soderbergh Trainspotting – Danny Boyle Tudo sobre minha mãe – Pedro Almodóvar Um convidado bem trapalhão - Blake Edwards Um corpo que cai – Alfred Hitchcock Um sonho de liberdade – Frank Darabont Vestígios do dia – James Ivory Zuzu Angel – Sergio Rezende


CINEMA MADAGASCAR O leão Alex (Stiller), a zebra Marty (Rock), a girafa Melman (Schwimmer) e a hipopótamo Gloria (Jada) voltam a viver uma grande aventura fora do zoológico de Nova York, como visto no sucesso ‘’Madagascar’’.

O DIA EM QUE A TERRA PAROU Refilmagem do clássico da ficção científica de 1951 “O Dia em que a Terra Parou”, de Robert Wise. História de um alienígena que chega à Terra promovendo o fim das guerras entre os humanos, mas que erroneamente é tido como inimigo. Mas, ao contrário do filme original, Gort não é mais um robô, mas um ser biológico.

CREPÚSCULO Bella (Kristen Stewart) é uma jovem que se muda para Washington para viver com o pai quando a sua mãe resolve casar-se com outro homem. Mas, assim que ela chega a nova cidade, apaixona-se por um rapaz que esconde um segredo obscuro. Aos poucos, Bella descobre que ele é um vampiro e que está correndo risco de vida.

A BELA JUNIE Chegando a um novo colégio depois da morte de sua mãe, a jovem Junie faz amizade com o calado Otto e se apaixona por seu professor, o italino Nemours. Baseado no romance “La Princesse de Clèves”, de Madame de La Fayette, escrito no século XVII. É considerado um dos primeiros romances modernos da literatura francesa. Com Louis Garrel e Léa Seydoux.


MIX CULTURAL

TEATRO, EXPOSIÇÕES, ETC. A ALMA BOA DE SETSUAN Esta adaptação da peça de Bertolt Brecht (1898-1956) traz Denise Fraga como a prostituta Chen Tê que, por ter uma alma bondosa, ganha uma pequena fortuna dos deuses. Com Ary França, Cláudia Mello e grande elenco. Teatro Renaissance Al. Santos, 2233 – Cerqueira César Informações: 3188-4141

A FILOSOFIA NA ALCOVA A peça mostra a educação sexual da jovem Eugénie de Mistival, tendo como mestres Madame de Saint-Ange e Dolmancé. O romance de Sade foi publicado clandestinamente em 1795, é protagonizado por uma das personagens mais emblemáticas da obra: uma jovem pura e ingênua que acaba envolvida em aventuras de depravação e em crimes sexuais. Espaço dos Satyros 2 Praça Franklin Roosevelt, 134 - República Informações: 3258-6345 OS BANDIDOS Escrito em 1781 por Friedrich Schiller (17591805), o drama ganha versão contemporânea assinada pelo Teatro Oficina Uzyna Uzona, com adaptação de Zé Celso Martinez Corrêa. No centro da trama, estão dois irmãos que partem para caminhos diferentes: enquanto um descobre o poder da mídia e a utiliza em seu favor, o outro, alia-se ao mundo do crime. Teatro Oficina Rua Jaceguai, 520 - Bela Vista Informações: 3106-2818 NEURÓTICOS (N.A.) Durante um ano, o Grupo da Oficina coletou depoimentos em encontros de entidades ligadas aos Neuróticos Anônimos. Nascido de improvisações, o espetáculo mostra com humor homens e mulheres que compartilham experiências na tentativa de resolver problemas emocionais. Direção de Maurício Lencastree. Spaço dos Insights Rua Pintassilgo, 405 - Moema Informações: 7600-2673

40° ANUAL DE ARTES DA FAAP De pinturas, esculturas, gravuras, instalações, desenhos a vídeos e fotografias e performances, a exposição traz as obras de alunos da fundação. A seleção ficou por conta de profissionais como Luiz Camilo Ozório, Ellen Blumenstein, Marcos Moraes. Museu da Arte Brasileira - Salão Cultural FAAP. Rua Alagoas, 903 - Higienópolis Informações: 3662-7205

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TOM & VINICIUS, O MUSICAL Marcelo Serrado e Thelmo Fernandes protagonizam este musical sobre o período áureo de Tom Jobim e Vinicius de Moraes: de 1956 a meados dos anos 1960. Por essa memória passam os ensaios da peça Orfeu da Conceição, as gravações do disco Canção do Amor Demais. São executadas músicas como Modinha, Ela É Carioca e Por Causa de Você. Com Guilhermina Guinle, Ana Ferraz e grande elenco. A direção fica a cargo do talentoso Daniel Herz. Teatro Copa Airlines Shopping Eldorado Informações: 4003-2330

CIRCO SPACIAL No espetáculo 40 artistas se revezam em números de saltos acrobáticos, malabares, monociclos, bailado espacial, bonecas...e toda a magia que o circo traz. O interessante é saber que o circo também funciona como academia permanente para quem deseja praticar a escola. Av. Regente Feijó, 1560 – Jardim Anália Franco Informações: 2076-0087

EISTEIN Para viajar e sentir a velocidade de luz, basta colocar um óculos em 3D...A exposição tem objetos e fotografias do gênio e maior cientista do século 20. Vale à pena conferir as curiosidades sobre a sua vida pessoal. Parque do Ibirapuera Av. Pedro Álvares Cabral, s/n° Informações: 3468-7400

MACHADO DE ASSIS – MAS ESTE CAPÍTULO NÃO É SÉRIO Sobre a vida Machado, a exposição tem fotografias, textos e áudios que contam um pouco sobre a ascensão do escritor que foi, sem dúvida, um dos maiores da língua portuguesa. E o museu já é um excelente motivo para a visita. Museu da Língua Portuguesa Praça da Luz, s/n° - Centro Informações: 3326-0775


PERFIL

Por Irajá Menezes Fotos: Carla Zavatieri

HILTON ACIOLI  CINCO DÉCADAS DE UM ARTISTA BRASILEIRO.

Q

uem o vê chegando não lhe adivinha a idade e nem o currículo que carrega. Em 2009 completará 70 anos de idade. Digno representante da mítica geração que inventou a MPB nos anos 60, Hilton Acioli atualmente respira o ofício de Educador. Bossa Nova Hilton, em 60, já era profissional veterano. Atuando com o Trio Marayá desde os 15, conta que, por estar em turnê pela Europa, não presenciou o alvoroço inaugural da Bossa Nova. “Quando voltamos, em 1959, o João Gilberto já estava no segundo disco. Mas aquilo fazia todo o sentido para nós. Soava como uma síntese de tudo que a gente gostava e queria”. O conterrâneo Câmara Cascudo batizou o grupo, abrasileirando o “Marajá” original. Do Rio Grande do Norte vieram cantar na noite carioca e na Rádio Nacional, e em São Paulo eram contratados da Rádio e TV Record, dividindo um programa semanal com Luiz Vieira. No repertório, muito Caymmi, “o maior de todos”.

desobedecendo compassos e formas, tinha uma liberdade, de certo modo. Eu via muita originalidade naquilo, pra mim funcionou como uma ‘injeção de ânimo’, então comecei a apresentá-lo a parceiros meus, o Ely Arcoverde, o Marconi Campos. Várias músicas do nosso disco de 1966 têm letra do Vandré.” “Quando surgiu a Disparada, nossa colaboração já estava bem sólida. O Geraldo viajava o Brasil todo com o Quarteto Novo e deixou para mim a missão de preparar o arranjo pro festival. Eu que presenciei a música sendo composta, fiquei matutando quem poderia interpretá-la com a força que ela exigia. Lembrei de ter visto o Jair Rodrigues cantando moda de viola com o irmão em um programa de entrevistas e me deu o estalo: era o Jair. Nesse período de incubação, também tive a idéia de fazer o começo da música como que declamada, para realçar a letra. A primeira apresentação da Disparada, no festival, causou uma reação tão forte que tivemos, quebrando todos os protocolos, que dar bis. Na rua, as pessoas discutiam A Banda versus Disparada como quem discute um Fla-Flu na final do campeonato.”

coisa meio sem sentido. Depois, aqueles embates entre direita e esquerda, guitarra contra viola, e aquela idéia de que a gente iria mudar o mundo só com música, hoje em dia eu olho e me parece muito rico, mas também confuso.” Se aquele momento foi caótico, que dirá do que veio a seguir? “Ah, do AI 5, em 68, até 77/78, foi uma baita dificuldade! Eu pensava que não conseguiria mais sobreviver fazendo música; os programas de TV que nos requisitavam e os festivais tinham acabado. Só restavam o Chacrinha e o Sílvio Santos pra se ver ou ouvir música. Aí já tinham começado a me chamar para criar e produzir alguns jingles. Mais de dez anos depois, com muita experiência acumulada nessa área, compus os temas das campanhas vitoriosas da Erundina e do Celso Daniel e, em 89, o Lula Lá, que consagrou a frase ‘sem medo de ser feliz’.” Ainda pela ligação com algumas pessoas do PT, Hilton se aproximou do ofício de educador. A Secretária de Educação de Santo André convidou-o para coordenar a implantação de um currículo de música na rede pública municipal. O vírus estava inoculado. Desde 1999, Hilton Acioli dedica-se em tempo integral a musicalizar crianças. A Educação pode vir a ser a Bossa Nova do século XXI?

A Era dos Festivais 68 e depois Em busca de material para o quinto LP do Trio, Hilton se aproximou de Geraldo Vandré. “Eu ouvi no rádio a Canção Nordestina do Geraldo e achei aquilo bonito. Nós nos conhecemos numa festa e eu fiquei entusiasmado com a maneira um tanto rústica dele compor e tocar –

Há pouco tempo, uma jornalista pediu a Hilton Acioli que definisse os anos 60. E ele: “Uma grande confusão!”. “A efervescência daquela época foi maravilhosa! O problema é que competição entre canções sempre me pareceu uma

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DIVERSATILIDADE

ELES Eu já havia ouvido falar d’Eles, mas confesso que não levava a sério essas histórias. Achava que era um mito, uma dessas lendas urbanas que circulam por aí. Até que um dia fui abordado por um d’Eles. – Você vai comer esse doce? Eles começam inocentemente, como quem quer apenas dar um conselho. – Vou... por quê? – Esse doce contém uma quantidade absurda de açúcar! Vai te dar um pico de insulina! Diante do meu silêncio estupefato, ele arrematou: – Quer ficar diabético? Veja... – apontando a vitrine dos doces – pegue esta tortinha de morango light. Ela, ao menos, tem frutas e menos açúcar... apesar de que o ideal seria comer uma fruta fresca. Achei que talvez não fosse bom contrariar um sujeito tão assertivo com 1,90 de altura e uma bengala robusta nas mãos. Aceitei a sugestão. Troquei o doce. – Muito mais saudável! – exclamou exultante, enquanto se retirava da doceria. Eu me resignei em pagar mais por um doce chocho e com aquele gosto amargo de adoçante artificial. A frustração ficou patente quando passei pelo vidro da porta e vi meu próprio reflexo: minha expressão estava com aquele ar vazio dos que passam um longo período de abstinência. Eu continuava morrendo de vontade de comer aquela torta alemã cheia de creme com suas 1.900 calorias. Eles voltaram a atacar alguns dias depois, na fila do supermercado. – Não faça isso! Tomei um susto que fez meu coração disparar. – O que foi?? O que eu fiz?? – NUNCA estale o pescoço! Você pode adquirir dores horríveis e lancinantes! – Foi só um estalo inocente... – Não, não e não! Isso pode produzir problemas gravíssimos de dor na coluna! Veja como fazer da maneira correta... E passou a demonstrar para mim um movimento de rotação tão sutil e tímido que parecia uma simulação do movimento de um vegetal. Ou então um soluço. – Veja... continuou ele – você deve girar sutilmente a cabeça para o lado, como se olhasse o horizonte à sua direita numa inclinação de 45 graus... Quando passei pelo caixa, reparei que me vigiava de longe. Só pude voltar a estalar meu pescoço no refúgio da minha casa. O terceiro ataque evidenciou que eles eram muitos. – Você sabia que carne aumenta o colesterol? Achei meio desagradável a mulher dizer isso enquanto eu degustava um tenro bife de picanha com alho. – É...? – mastigando um pedaço particularmente saboroso e cheio de gordura.

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– Você faria melhor se comesse verduras e legumes. – Mas tem alho aqui, que desentope artérias – repliquei, lembrando de um artigo natureba que havia lido no consultório do dentista. – Acontece que a gordura dessa carne é saturada. A pior que existe! Não há alho e cebola no mundo que possam com elas! Juro que tentei ignorar, mas reparei que várias pessoas que degustavam saladas em volta da minha mesa me olharam como se eu fosse um condenado no corredor da morte do Texas. Eles eram maioria ali. Um exército de olhares inquisidores. Perdi a fome. Quando outro ataque ocorreu no parque do Ibirapuera, me convenci de que aquilo tudo era uma ação orquestrada. Eu atravessava o parque a pé para chegar ao serviço quando um cheiro delicioso de hot-dog invadiu meu cérebro e se apossou do meu espírito. Resolvi parar numa das banquinhas e devorar um chachorro-quente caprichado. Ia pedir o clássico (mostarda, ketchup e maionese) quando um rapaz magro e esguio, trajando um moletom esporte puído se interpôs entre mim e o carrinho de hot-dog. – Espera! – E fez com a mão um sinal que me lembrou os guardas de trânsito. – Hum...? – Você sabia que esses embutidos são cancerígenos? – Que...? – eu estava mais uma vez sob ataque. – Essa salsicha está lotada de nitritos, que dão câncer! – Mas eu estou com fome e não me importo – repliquei, tentando me desvencilhar dele. – Além disso, esses molhos todos vão irritar seu estômago e você vai ter azia. – Eu estou com FOME. Pode me dar licença? – Você já refletiu se ele troca essa água da salsicha? – EU ESTOU COM FOME! – Isso não é comida. Não alimenta e ainda favorece gastrites, placas de gordura nas artérias e obesidade. Sei que não devia ter feito isso, mas a fome despertou meus instintos mais primitivos. Depois que dei um soco no sujeito, até me arrependi. É certo que Eles vão atacar de novo, não sei onde nem quando. Tenho que estar vigilante; caso contrário, conseguirão abater minha vontade e me transformar em mais um zumbi, engrossando suas fileiras nesse processo de dominação mundial. Mas eu me considero um foco de resistência. Alguém passa a mostarda?

Alexandre Lourenço é Veterinário, microbiologista, professor, bípede, mamífero e agora, escritor. Não necessariamente nessa ordem. e-mail: duralex@uol.com.br www.microbiologia.vet.br


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