Versátil Magazine 13

Page 1

1


2


Foto: Lenise Pinheiro


PARABÉNS

Expediente Diretor Edgar Kage

Esta é uma edição especial, que celebra uma grande conquista: o segundo ano de existência da Versátil Magazine. Criada com o intuito de promover um espaço de informação, entretenimento e divulgação de iniciativas sérias de empresários da região, a revista firma-se no mercado como a mídia impressa mais aceita pelos que a acompanham. Compartilhamos nossa alegria com leitores e anunciantes, pois vocês – junto aos profissionais que nos auxiliam direta ou indiretamente – promovem o trabalho de nossa equipe. Aos parceiros que acreditaram no projeto desde o início, nosso agradecimento pela confiança depositada. Agradecemos também aos novos anunciantes por reconhecerem a importância de associar a marca de suas empresas a um veículo forte e com conteúdo editorial comprometido com qualidade. E reafirmamos: nosso compromisso é trabalhar para que a Versátil Magazine, a cada edição, se torne melhor. A entrevista especial desta edição, com a atriz Christiane Torloni, chama a atenção para aspectos ligados à cidadania, educação, ao meio ambiente e ao compromisso com o trabalho – temas que a Versátil sempre privilegiou, como um compromisso social. Em Perfil, tivemos a honra de entrevistar o chefe de reportagem da

Folha de S. Paulo, Jairo Marques, – que tem uma bela história de superação: como deficiente físico, mostra que não há dificuldades para quem deseja seguir em frente. Em todos os sentidos. Nas demais seções, artigos sobre saúde, bem-estar, gastronomia, decoração, meio ambiente, música, livros e muito mais. Desejamos um 2010 próspero para todos. Que nossa região cresça de forma sustentável e com boa qualidade de vida. Que as iniciativas culturais multipliquem. Que as escolas preparem as crianças para conviver em harmonia.

Redação Cláudia Liba redacao@revistaversatil.com.br Jornalista Responsável Silvia Dutra – MTb 15.479 silviadonadoida@gmail.com www.causosdavidalheia.zip.net Diagramação ED+ Revisão Valéria Diniz dinizvaleria@yahoo.com.br Comercial comercial@revistaversatil.com.br Colaboradores Adelino Varella, Beatriz Nogueira, Daniela Kobayashi, Eduardo Assunção, Eliana Monteiro, João Valério, Luciana Mariano, Maurício Papp, Nancy Otsuki, Paula Carvalho, Ricardo Leão Azemberg. Agradecimento Daniela Bustos, Beth Gallo Agradecimento Especial Christiane Torloni Foto da Capa Luiz Tripolli Pré-Impressão, Impressão e Acabamento W Gráfica Assessoria Jurídica MM Advogados Tel.: (11) 3294-0800 Distribuição Butantã, Vl. Indiana, Jd. Rizzo, Jd. Bonfiglioli, Vl. Gomes, Cidade Universitária, Caxingui, Jd. Ester, Jd. Guedala, Morumbi, Vl. Sônia, Vl. São Francisco e Pq. dos Príncipes. Tiragem 20.000 exemplares Versátil Magazine é uma publicação bimestral, distribuída gratuitamente e não se responsabiliza por eventuais mudanças na programação fornecida, bem como pelas opiniões emitidas nesta edição. Todos os preços e informações apresentados em anúncios publicitários são de total responsabilidade de seus respectivos anunciantes, e estão sujeitos a alterações sem prévio aviso. É proibida a reprodução parcial ou total de textos e imagens publicados sem prévia autorização.

Para Anunciar: (11) 3798.8135 comercial@revistaversatil.com.br www.revistaversatil.com.br



Por Cláudia Liba Fotos: Gian Mellone e Grupo Caldeirão

CALDEIRÃO CULTURAL

O

Grupo Caldeirão surgiu em 1988, quando alguns artistas desejavam um espaço para suas atividades e, desde 2004, possui sede no bairro do Butantã. Os idealizadores e fundadores do grupo são Edilson Castanheira, diretor artístico, e Maria Galas, artista plástica, cenógrafa e educadora, responsável pela criação plástica dos espetáculos. Já em seu primeiro espetáculo - “Juvenal, o tal e qual” - recebeu indicação ao Prêmio Mambembe, na categoria diretor revelação. O grupo, que pertence à Cooperativa Paulista de Teatro, criou projetos ligados à formação de atores e à educação, com montagens, cursos, oficinas e núcleos de pesquisa. Para a comunidade local, oferece oficinas e eventos como saraus, leituras dramáticas, debates e palestras, que acontecem no Espaço Cultural Caldeirão. Edilson (diretor artístico) conta que “todas as atividades e nossa sede são mantidas por nós, com recursos vindos das apresentações e aulas. Isto limita nossas ações. Em 2009, fizemos uma mostra cultural em comemoração a 21 anos de atividade, com espetáculos, oficinas abertas à população, vivências de aperfeiçoamento para atores, rodas de conversa com artistas importantes do Teatro (Ilo Krugli, Cyro Del Nero). Tudo sem apoio, contando com a dedicação da nossa

equipe e com a generosidade de inúmeros artistas. Pensamos: quanto mais poderia ser feito se tivéssemos apoio financeiro? Quanto mais a comunidade seria beneficiada se pudéssemos ampliar nossas ações? Seguimos com nossas atividades esperando que sejam reconhecidas e recebam apoio para sua continuidade e ampliação”. O Caldeirão já levou um espetáculo à Índia e existe a possibilidade de uma coprodução bilíngue com a companhia Koothu-p-pattarai, apresentando o texto Bodas de Sangue de Garcia Lorca. Para 2010, o grupo está produzindo “Lorca em Ouro e Prata”, espetáculo composto por diversos textos dramáticos, poesias e canções do escritor espanhol Federico García Lorca. Há também o desejo de ampliar o quadro de oficinas. Edílson ressalta: “A identidade e a alma de um povo estão plasmadas na sua cultura e não é possível cidadania sem a percepção desta identidade e a manifestação plena desta alma”. A Versátil Magazine decidiu apoiar o trabalho do Grupo Caldeirão contando sobre como você pode prestigiá-lo. Patrocínios de empresários locais são bem-vindos e consistem em oportunidades para a prática da responsabilidade social. Neste sentido, destacamos, durante as atividades de aniversário dos 21 anos do Grupo Caldeirão (2009), o apoio da padaria Maria da Fonte, da Gráfica Visão e do Portal do Vinho Berlin.

Pequeno Retábulo de Dom Cristovam

Histórias que o mundo conta

O Teatro de Sombras de Ofélia

6 Contos e Cantos da Índia



Fotos: Divulgação

A

tualmente, existem linhas pedagógicas e métodos de ensino inovadores, mas escolher a escola que a criança frequentará ainda é uma tarefa difícil, que requer muita responsabilidade. Com o intuito de auxiliar os pais nesta jornada, selecionamos alguns temas e perguntamos para escolas da nossa região como têm trabalhado. Vejam, a seguir, as respostas. 1. Como sua escola trabalha a educação artística e as atividades culturais junto aos alunos? 2. De que forma os professores incentivam a leitura e a produção de textos? 3. Em relação ao ensino de idiomas, qual metodologia segue? COC  VILA YARA 1. Oferecemos várias formas de aprendizado e atividades dentro da grade regular. O curso de artes possui duas partes: artes cênicas e artes visuais, com professores especializados. No fim do ano, temos o CULTURAL COC, com apresentação das produções dos alunos dentro e fora da escola: música, poesia, dança. Maquetes, sites, blogs, desenhos são utilizados para apresentar conceitos. 2. São “pilares” pedagógicos, com projeto específico, dos anos iniciais ao ensino médio. Há linguística textual, redação e literatura. O aluno desenvolve três produções escritas bimestrais e oito leituras ao ano, além de atividades do material do sistema de ensino. Em avaliações, enfatizamos as respostas dissertativas, a evolução da escrita e da interpretação dos enunciados. 3. No ensino fundamental, o COC LANGUAGE SCHOOL, baseado em material da rede OXFORD, que privilegia leitura, escrita, oralidade e audição. Para tanto, a grade horária passou de duas para três aulas semanais. No ensino médio, usamos o COC, mas em turmas divididas: básica e intermediária, pois muitos alunos cursam inglês em escolas especializadas e podem encontrar atividades mais desafiadoras.

8

COLÉGIO COSTA ZAVAGLI 1. As crianças participam de atividades de música, teatro, dança, pintura, esculturas. Nossos educadores são pessoas muito diferenciadas, com produções artísticas que atestam suas competências. A infraestrutura favorece o trabalho, pois temos teatro, atelier e espaço próprio para o exercício da dança. 2. O prazer de ler é promovido desde a pré-alfabetização, com materiais apropriados à faixa etária. As crianças se habituam à busca de novos livros e a produção de textos acompanha em qualidade e profundidade a evolução da leitura. O material produzido pelo aluno é mantido para acompanhar sua evolução. Nossos educadores orientam cada aluno e cada família. 3. Preferimos o termo “aprendizagem” de idiomas, e não “ensino”. Nossos professores de inglês e espanhol são todos fluentes. Utilizamos materiais da Cambridge Press adaptados à realidade brasileira e a Internet para pesquisas - sendo livre o acesso do aluno à sala de informática. A música também ajuda bastante. COLÉGIO GIUSTO ZONZINI 1. A educação artística é desenvolvida por especialistas em diferentes formas de expressão: plástica, cênica, musical, literária e expressão corporal (Street Dance/Jazz). As salas são adequadas e equipadas para tais atividades, que focam manifestações populares e clássicas. Os alunos apresentam peças, musicais, participam de concursos culturais como o Festival de Vídeo, em que fomos finalistas. 2. Produções, debates e leituras fazem parte das atividades de todas as séries de Educação Infantil ao Ensino Médio. O encontro “Rodas de Leitura”, na biblioteca e na sala de aula, estimula o prazer pela leitura. Além dos livros indicados, o aluno escolhe e indica livros para seus colegas através de relato e produção escrita. 3. Na Educação Infantil e no Ensino Fundamental, desenvolvemos projetos para ampliar vocabulário, sedimentar a oralidade e integrar o grupo com atividades extraconteúdo. Leitura, escrita e dramatizações estimulam a comunicação em inglês e espanhol. No Ensino Médio, dois professores dividem a turma em nível 1 e 2, proporcionando avanço no aprendizado.


COLÉGIO JOÃO PAULO 1. Para nossa escola, todas as formas de expressão e arte são muito importantes. Serão tanto mais ricas quanto mais contextualizadas no cotidiano e nos conteúdos estudados. Trabalhamos com projetos, definindo um eixo temático que une a escola toda, além de promover festas temáticas, gincanas, visitas e eventos culturais. 2. Nossa preocupação é prover o aluno de conhecimento linguístico, útil para dar continuidade aos estudos, para o mundo do trabalho e para exercer seu direito de cidadão. Estimulamos a leitura e a produção de texto através de diferentes gêneros linguísticos, com escolha pessoal e indicações obrigatórias, no caso do Ensino Médio. A leitura paradidática é uma ferramenta desse processo. 3. Fornecemos aos alunos subsídios para uma competência linguístico-comunicativa. Também enfatizamos a apresentação contextualizada do conteúdo por meio de textos autênticos, estimulando o aluno a utilizar o idioma para falar e escrever sobre a realidade, relacionando a linguagem a suas próprias experiências e aspirações. COLÉGIO PORTO UNIÃO 1. A Educação Artística é planejada de maneira integrada com os conteúdos de cada ano. Os alunos aprendem a interagir com o grupo, havendo uma colaboração mútua através de dicas, materiais e divisão de tarefas. O conteúdo é trabalhado a partir de um artista e as atividades misturam várias técnicas. Nas atividades culturais, as crianças são incentivadas a se informar sobre o assunto através de pesquisas e debates. 2. O educador oferece textos que apresentem motivações variadas de leitura: ler por prazer, descobrir informações, se ocupar, se alimentar, estimular o imaginário, aumentar o vocabulário, verificar a validade de uma hipótese, localizar dados para soluções de problemas, se divertir e também sentir melhor uma música e interpretar uma poesia. Ninguém melhor que o professor para viabilizar esse processo, pois conhece seus alunos, sabe de suas expectativas e necessidades. 3. A metodologia de ensino dos idiomas é a mesma oferecida em outras disciplinas. Porém, nosso objetivo principal, além do trabalho efetivo com os conteúdos, é oferecer ao aluno a oportunidade de criar vínculos afetivos com a disciplina, trazer sua realidade para o contexto da sala de aula e levar o conteúdo abordado para sua vida.

COLÉGIO REGGIO EMILIA 1. Arte e cultura são primordiais para o desenvolvimento do ser humano. Realizamos grandes eventos para promovê-las. Os conteúdos formais são permeados e interligados com nosso projeto anual. Neste ano, houve o Sarau (apresentações de poemas, recitais etc.) e a Feira do Conhecimento, que expande o conhecimento dos alunos à comunidade. 2. Além das dicas de leitura, semanalmente os alunos visitam a biblioteca e levam um livro para casa. Há uma aula específica de redação, desde o 1º ano, para que possamos despertar talentosos leitores e formar excelentes produtores de textos. Para isto, contamos com uma grade curricular maior – tanto em áreas quanto em tempo. 3. Trabalhamos espanhol e inglês desde os seis anos de idade. As crianças aprendem de forma lúdica e prazerosa com professores qualificados. Incentivamos a oralidade e a espontaneidade para que o contato com um novo idioma seja um processo natural. A criança exposta a mais de um idioma cria mecanismos cerebrais que aumentam e estimulam a capacidade cognitiva. COLÉGIO VITORIANO 1. Nossa escola trabalha com história da arte e, a partir disso, há releituras de obras, pinturas em tela e parede, esculturas com materiais recicláveis. Quanto às atividades culturais, desenvolvemos trabalhos para a Festa Junina, o Dia das Crianças, Dia das Mães, Dia dos Pais, Feira Cultural, Gincanas, Dramatização, Show de Talentos e Natal. 2. Os professores incentivam a leitura e a produção de textos através de visitas à biblioteca, confecção de painéis, livros – tanto nas aulas de Português e Redação, quanto na prática diária de todas as disciplinas. Em especial, temos os Projetos “Jornal”, “Era uma vez” e “Leitura”. 3. A metodologia utilizada sugere ao aluno aprendizados como operação, dedução e conclusão em relação aos conteúdos estudados. Isto se dá através de jogos pedagógicos, músicas, pesquisas e aulas expositivas, enfatizando a conversação.


Fotos: Divulgação

SEJA UM JOGADOR DE VERDADE

A

Electronic Arts Inc. lançou o tão esperado FIFA 10, da EA SPORTS. O game acabou de quebrar um recorde histórico ao vender mais de 1,7 milhão de cópias na Europa – consagrando-se o maior lançamento da empresa no continente. O FIFA 10 traz sistema de dribles em 360º para que os jogadores tenham mais controle sobre a bola. Uma nova Arena de Treino e jogadas ensaiadas também são novidades que permitem entrar no jogo e iniciar uma carreira com mais de 200 conquistas disponíveis em todos os modos. O jogador poderá montar seu próprio clube de jogo de equipe on-line e disputar uma partida 10 contra 10, bem como enfrentar milhares de profissionais virtuais e os melhores times de futebol do mundo, buscando títulos regionais e mundiais. Com licenças autênticas de clubes e ligas,

10

a série é referência mundial em simulação de futebol. Além disso, o serviço Live Season 2.0 foi ampliado para ser utilizado em PLAYSTATION 3 e no Xbox 360, permitindo que os assinantes sintam a variação semanal do futebol, com atualizações dinâmicas baseadas nas informações do mundo real. Assim, o jogo é o mais realista possível. O FIFA 10 elaborado para o Wii proporciona muita emoção, já que as finalizações melhoraram, sendo possível marcar gols por diferentes ângulos. Os goleiros atuam com mais realidade e rebatem a bola de volta ao campo. Com o novo sistema Strike It, os jogadores enfrentam-se no “mano a mano” para marcar ou evitar gols em faltas, pênaltis e escanteios. É interessante, também, jogar on-line com um amigo, em partidas e torneios 2 contra 2.


Shopping Butantรฃ Av. Prof. Francisco Morato, 2718 - 1ยบ Piso

Tel: 3721-1534


Foto: Divulgação

LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA: MELHOR PREVENIR Recentemente o tema ganhou destaque em nossa área. Mas algumas alternativas podem contribuir para evitarmos a proliferação.

A

Leishmaniose é uma doença grave, crônica, de distribuição mundial. E pode ser fatal. Trata-se de um problema de saúde pública, por ser uma zoonose - doença que “passa” do animal para o homem e vice-versa. Ela é transmitida aos cães através da picada do mosquito-palha, que, ao fazer o repasto sanguíneo (sugar sangue), inocula o protozoário (Leishmania sp) no animal. A doença tem tratamento oneroso e, dependendo da fase clínica em que o mesmo iniciar, o prognóstico pode ser ruim. Em outros casos, os animais doentes tratados podem tornar-se clinicamente saudáveis, porém continuam portando o protozoário. Difícil, o diagnóstico exige experiência clínica, análise criteriosa e em conjunto dos sintomas, resultados sorológicos e identificação do protozoário. Não há sintomas específicos, mas, em geral, em estágios avançados, observa-se grave caquexia (grau máximo de magreza), falta de apetite, aumento dos linfonodos, crescimento exagerado das unhas e debilidade, ficando o animal suscetível a doenças oportunis-

12

tas. É importante salientar que também podem ocorrer sintomas oculares, cutâneos e insuficiência renal. Existe uma grande polêmica, quanto ao tratamento, entre o Ministério Público e os veterinários. O Poder Público proíbe o uso de medicamentos humanos e sugere a eutanásia, alegando que o tratamento favorece a disseminação da doença, pois mantém reservatórios do protozoário e possibilita a resistência dos mesmos aos medicamentos. Os veterinários, baseando-se em levantamentos epidemiológicos, contestam tal opinião, demonstrando que o sacrifício dos cães doentes não impede o avanço da doença, já disseminada no país. De endêmica no Nordeste, tornou-se um sério problema no estado de São Paulo, chegando até a região de Cotia. Além disso, o proprietário que tem seu cão sacrificado, em pouco tempo adquire outro animal - uma nova fonte potencial de reservatório. A Leishmaniose é uma doença vetorial: a transmissão é feita pelo mosquito-palha (vetor), de difícil eliminação, pois se reproduz em matéria orgânica em putrefação. Ao chegar em uma região, é impossível

eliminar a doença. Por este motivo, a melhor prevenção é vacinar os cães das áreas livres do protozoário. Nas áreas endêmicas, a vacinação também deve ocorrrer, já que demonstra mais eficácia para conter a doença do que o sacrifício. O uso de coleiras repelentes também é recomendável. Levantamentos epidemiológicos mostram que grande número de cães com resultados sorológicos falso-positivos foram absurdamente sacrificados, enquanto outros, falso-negativos, permaneceram como reservatórios. Deixo aqui um apelo para que os diagnósticos sejam muito criteriosos, pois vidas são condenadas erroneamente e os proprietários vivem abalos emocionais desnecessários. Os cães têm direito ao tratamento e o proprietário deve ser orientado quanto à necessidade de manter seu cão isolado em áreas endêmicas, nas quais existe o mosquito, para que o animal não seja fonte infectante da doença. Dra. Carolina Battellino Médica Veterinária pela UNESP. Mestre em Patologia Experimental e Comparada pela USP. Contato: 11 9689 7630



Por Cláudia Liba Foto: Ana Fuccia

CULTURA PARA TODOS!

V

amos admitir: o estado da educação brasileira é caótico. Muitas são as críticas em relação à política de progressão continuada, ao governo, às instituições, aos professores e empresários da educação. Mas críticas sem mudanças de atitude são vazias. Conversamos com a professora Maria Tereza dos Santos, ex-coordenadora pedagógica de uma escola municipal de São Paulo. Ela fez sua parte, com um projeto cultural que repercutiu positivamente na comunidade e melhorou problemas de indisciplina. A ideia partiu de uma experiência negativa: a Petrobras levou uma orquestra na escola, mas a apresentação acabou em vaias. A professora, então, propôs um desafio ao maestro: apresentar-se na escola da qual era coordenadora pedagógica. Ele aceitou e ela buscou patrocínio. Em um supermercado, conseguiu frutas e pães: “As professoras prepararam saladas de frutas, cachorros-quentes e um prato diferenciado. Fizemos uma festa para os músicos e as crianças. Eles trouxeram vários instrumentos e o aluno mais indisciplinado estava na primeira fileira. Encantou-se de tal forma com o violoncelo que o maestro o convidou para o palco”. O espetáculo foi aplaudido e 400 alunos, absortos, ouviram Bach, Listz e Beethoven: “Se o maestro parava, os meninos continuavam aplaudindo. Batiam palmas como eu ensinara: não com assobios, mas agitando um balão branco conseguido por doação”. E o espetáculo não parou aí. Ela levou os alunos para assistir ao Balé Municipal de São Paulo. Era a primeira vez em que presenciavam um espetáculo de dança. “Explicávamos o que era sinestesia, o que seriam as inteligências múltiplas. Levamos também a teatros circenses, a locais que contemplavam a acessibilidade, mostrando como funciona o braile”, conta Maria Tereza. “Fomos à exposição Brasil 500 Anos e à do Mauricio de Sousa, buscamos a identidade da escola pesquisando sobre seu patrono, chegando até a elaborar um hino para a escola e convidar seus familiares para uma solenidade. Eles se emocionaram com os 400 alunos e doaram à escola um equipamento de som moderno”, acrescenta. “Outro momento maravilhoso foi o Dia do Índio. Eu trabalhava com índios Pankararus, vindos do Nordeste e fixados na favela do Real Parque. Estavam deixando de dançar e realizar rituais por falta de espaço. Nós cedemos o pátio da escola, onde dançavam toda noite. As crianças da tribo tinham vergonha de dizer que eram índias e, depois das atividades na escola, começaram a falar, a assumir a própria identidade”. Até hoje, esta escola é lembrada pelas atividades culturais desenvolvidas por Maria Teresa dos Santos. Nós esperamos que iniciativas como esta sejam sempre evidenciadas e, acima de tudo, enaltecidas! Afinal, todas as crianças têm direito a uma escola cheia de alegria, informação e cultura! Maria Tereza dos Santos é professora universitária e aposentou-se como coordenadora pedagógica. Atualmente, é aluna de Direito.

14



Foto: Divulgação

O SOL HERÓI E VILÃO

R

esponsável maior pela existência de vida na Terra, o Sol é também importante para nossa saúde na produção e absorção, pelo organismo, da vitamina D, que age na fixação de cálcio no organismo e responde pela estrutura dos ossos. Para a produção da vitamina D, bastam de cinco a dez minutos de exposição aos raios solares, duas vezes por semana, evitando o período entre 10 e 16 horas. Nosso Astro-Rei, porém, tem seu lado vilão. O verão já está aí e, em nosso clima tropical, é praticamente impossível resistir à tentação do bronzeado. Nesta época do ano, observa-se o maior contingente de brasileiros em férias, a maioria debandando para temporadas na praia ou no campo, e é principalmente aí que mora o perigo. A exposição excessiva ao sol, em especial entre 10 e 16 horas, período de maior atividade dos raios ultravioleta e infravermelho, pode causar a insolação. O QUE É INSOLAÇÃO

A insolação ocorre quando o organismo perde a capacidade de regular sua temperatura interna, parando de transpirar. Dentre os sinais de alerta mais comuns estão o aumento da temperatura corporal, que pode chegar e mesmo ultrapassar os 40 graus, pele vermelha, quente e seca, queimaduras ou bolhas, alterações na pulsação, dor de cabeça, tonteira, náuseas, confusão mental e inconsciência. É comum as pessoas considerarem um fenômeno corriqueiro e sem maiores consequências, mas é muito grave e exige rápida identificação e tratamento imediato, pois os casos mais agudos podem levar à morte. GRUPOS DE RISCO Qualquer pessoa que se exponha ao sol de forma exagerada e nos horários de maior atividade dos raios ultravioleta e infravermelho integra os chamados grupos de risco. Especial atenção e proteção devem ser dedicadas a crianças de 0 a 4 anos, idosos, obesos, indivíduos com histórico de doenças cardíacas ou circulatórias por terem menor poder de reação.

16

PROVIDÊNCIAS DE SOCORRO A primeira providência a ser tomada é a busca de atendimento médico de emergência. Paralelamente, até que chegue o socorro, a vítima deve ser levada a um local com sombra e rapidamente resfriada, através de duchas geladas ou qualquer outro recurso disponível. Uma vez no prontosocorro, a equipe médica providencia a queda da temperatura corporal até cerca de 38 graus. Em seguida, monitora a pressão arterial, o funcionamento dos rins e realiza hidratação rápida, geralmente com o uso de soro fisiológico. ATITUDES PREVENTIVAS Além de evitar os horários críticos, é fundamental a ingestão de líquidos em quantidade, cerca de três litros por dia. Não se aconselha o uso de bebidas alcoólicas, uma vez que o álcool concorre para a perda de líquidos. Mas, se inevitável – e normalmente é –, recomenda-se alternar a cervejinha com água mineral ou de coco. O protetor solar é item obrigatório, e o uso de acessórios como bonés, viseiras, óculos de sol, roupas leves e um bom guarda-sol pode ajudar a não estragar as férias tão planejadas e avidamente aguardadas no decorrer de todo o ano.

ROGÉRIO VELOSO DA SILVA É Auditor Pleno da Caixa Econômica Federal, graduado em Gestão Financeira e Pós-Graduado em Gestão Governamental e Responsabilidade Fiscal e portador do vírus HCV, em fase de tratamento. Autor do Blog do Negão (http://r.veloso.silva.blog.uol.com.br/) onde aborda, entre outros assuntos, os desafios enfrentados pelos portadores do HCV para receber tratamento no sistema público de saúde.



Por Silvia Dutra Fotos: Divulgação

A PAZ DE GONÇALVES Boa comida, belas paisagens, paz, sossego, tranquilidade do interior sem gastar muito e nem perder muito tempo em viagens e congestionamentos. Se é disso que você anda precisando para recarregar suas energias, que tal considerar Gonçalves, no Sul de Minas Gerais?

18

T

rata-se de uma cidade pequena, com menos de 5 mil habitantes, há 240 Km de São Paulo, com acessos pelas rodovias Fernão Dias, Dutra e Carvalho Pinto, e toda uma infraestrutura hoteleira e de lazer que nada fica devendo a outros destinos turísticos mais conhecidos e divulgados. Em Gonçalves, o turista pode dissolver o stress em cachoeiras, todas bem próximas da cidade, com águas limpas e mata ciliar preservada. São elas: Cachoeira do Simão, do Retiro, das Andorinhas, do Cruzeiro e Fazen-

dinha. Essa última tem cerca de 100 metros de extensão e é uma das atrações do Bairro do Cantagalo. A água desce por uma longa encosta inclinada, formando pequenas piscinas a céu aberto até terminar numa queda maior dentro de um bosque cercado por samambaias gigantes. É preciso permissão do proprietário para ter acesso a tanta beleza, mas vale a pena tentar. Aqueles que gostam de caminhar e admirar a Natureza e belas paisagens podem visitar a Pedra Bonita, que é um pico com 2.120 metros de altitu-


de, o mais alto da região, de onde é possível ter uma visão de 360 graus de todo o Vale do Paraíba. Até chegar ao topo o turista vai atravessar campos, riachos, bosques e florestas em diversos estágios de desenvolvimento e ter uma fantástica aula de geografia sobre a Serra da Mantiqueira. A paisagem é estonteante e em dias claros dá pra avistar parte do sul de Minas e até a Serra do Mar. Há ainda a Pedra de São Domingos, com 2.050 metros de altitude e a Pedra do Cruzeiro, também conhecida como Atrás da Pedra, com 1.152 metros de altitude. Em uma das faces da pedra que dá nome ao pico, há uma fenda que leva a uma gruta de difícil acesso, para aqueles que gostam de explorar cavernas e suas misteriosas belezas.

A Pedra do Forno é uma grande formação rochosa à 1.970 metros de altitude. Para se chegar ao topo é preciso caminhar no mínimo uma hora numa trilha pelo meio da mata. Campos do Jordão, Monte Verde e São Bento do Sapucaí são algumas das cidades que você poderá observar lá do alto. Há ainda passeios a cavalo e um comércio rico e variado de artesanato em madeira, além de bares, restaurantes e pousadas que oferecem a simples e deliciosa comida caseira mineira, com seus doces de leite, compotas de frutas e outras tentações de se comer rezando. Outra curiosidade sobre Gonçalves: a agricultura familiar orgânica é um dos pontos fortes da economia da cidade. Famílias inteiras que se dedicam a pro-

duzir alimentos orgânicos, sem o uso de agrotóxicos ou adubos químicos e através de métodos que não agridem a natureza, preservam a saúde da terra, das matas, dos rios e córregos da região. Há várias opções de hospedagem, chalés com banheira de hidromassagem, camas king size, aquecimento central, lareiras e todo o conforto que o turista precisa e merece para curtir um descanso seja no inverno ou no verão. Gonçalvez, no sul de Minas Gerais, é uma interessante opção de lazer para aqueles que já cansaram dos congestionamentos e da confusão das escapadas para o litoral durante feriados ou fins de semana prolongados. Maiores informações www.goncalves.mg.gov.br

19


Por Clรกudia Liba

Foto: Luiz Tripolli

20


P

ara ter uma vaga ideia do que esta “Loba” é capaz: nos dois últimos anos, interpretou vários papéis em novelas; no cinema, participou do filme As Vidas de Chico Xavier, que estreará em 2010; agitou o Brasil promovendo um manifesto em favor da preservação da Amazônia; participou de um concurso de dança na TV e, agora, na peça A Loba de Ray-Ban, deixa os expectadores impressionados ao misturar sua maturidade artística com a elegância dos lobos. Escrita pelo ator e diretor Renato Borghi, o espetáculo é uma versão feminina do apresentado em 1987, O Lobo de Ray-Ban, quando Raul Cortez era o protagonista. Na montagem original, Christiane Torloni e Leonardo Franco compunham o elenco – que hoje conta com a atriz Maria Maya no papel interpretado por Leonardo na época. José Possi Neto foi e continua sendo o diretor. Assistimos à estreia e, ao sairmos, Possi elogiava o amadurecimento do elenco. Mas, cá entre nós, amadurecimento é pouco. O que presenciamos foi além. Direção e interpretações preciosas. Cenário e trilha sonora impecáveis. Conversamos com Christiane Torloni sobre seu personagem, Julia Ferraz, uma artista já consagrada – daí a alusão à “loba”. Mas a atriz – madura e comprometida com trabalho, política, educação e meio ambiente – sempre tem mais a acrescentar. Foto: Lenise Pinheiro

21


Foto: Lenise Pinheiro

Versátil Magazine – Em uma coletiva à imprensa, você falou que “agarrou” esse projeto. Isto tem a ver com uma identificação com seu personagem? Christiane Torloni – O projeto existe há 22 anos, quando tive meu primeiro encontro com o Possi. Quando li o texto, não tinha como não agarrar. É uma consagração reencontrar algo que recitei há 22 anos, num papel que evoluiu. Não vejo uma versão masculina e uma feminina da Loba, mas uma evolução de alma do personagem. Como na vida, quando temos encontros incríveis quando jovens e, depois de 20 anos, encontramos a pessoa e reconhecemos: “aquele nosso encontro foi incrível”. O encontro com A Loba de Ray Ban foi indelével, algo que segurei mesmo, uma oportunidade que não se deixa passar.

22

“O caos da vida amorosa faz parte da vida. E a gente levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima.” VM – O ator Antonio Fagundes disse que foram necessários seus quase 60 anos de idade para interpretar o personagem do monólogo Restos. A maturidade facilitou a interpretação da Loba? CT – Não acho que facilite. Faz parte do processo de compreensão dos nossos mergulhos emocionais. Há 22 anos, eu não poderia fazer a Loba. Ninguém é lobo com 30 anos. Pode ser no coração,

mas não é lobo. A vida tem que acontecer, o tempo passar. Sua observação sobre a passagem do tempo e seu amadurecimento dirão se você vai ficar lobo ou velho. Em Rei Lear, de Shakespeare, o filho acusa o pai de envelhecer. Na verdade, o pai ficou velho antes de ficar sábio. Uso as palavras de Shakespeare para nosso universo: a gente venceu o lobo antes de ficar velho. O amadurecimento não facilita. É o contrário: tudo ficará mais fácil se você tiver amadurecido. VM – A Loba de Ray-Ban trata de temas universais como a dor de ser abandonado, separação e solidão. A arte ajuda na superação das suas dores? CT – O Nelson Rodrigues dizia, sobre a arte, que sua função é salvar, redimir uma dor aguda do expectador através


de uma emoção verdadeira que o artista viva em cena. Não adianta mostrar a dor, tem que vivê-la. E a alegria também. O espetáculo é um drama sarcástico, vivido por criaturas que riem da própria falência, se rasgam frente ao público. É uma coragem catártica. Trazer Calderón de la Barca, no fim da peça, é uma mensagem de esperança: se a vida é sonho, temos mais é que sonhar. E tem também a Cássia Eller cantando Cazuza, e ela foi feliz! Ninguém sai amargurado, sai pra tomar um bom vinho e comemorar a vida. O espetáculo tem dor, tesão, encontro. O caos da vida amorosa faz parte da vida. E a gente levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima.

VM – O povo brasileiro está mais consciente de seus direitos e deveres? CT – Menos que deveria. Tem algo grave, uma falha terrível na educação. No Brasil, as coisas são precárias. Veja o que se faz com os professores. É uma catástrofe! E ainda não tem uma matéria que fale de cidadania, deveres, direitos. Onde se aprende isso se não se fala na escola?

Foto: Luiz Tripolli

VM – A peça também aborda preconceitos. Uma pessoa como você, engajada e politizada, acha um contrassenso ainda haver preconceitos no Brasil? CT – Acho o Brasil um dos países menos preconceituosos e opressivos, com raças que se misturaram pela colonização. Do ponto de vista religioso, o Brasil cedia, ecumenicamente, a todas as religiões, budistas, espíritas, muçulmanos, judeus, católicos. Não podemos esquecer que vivemos um “processo de moral” no mundo. Um espetáculo como a Loba, que há 22 anos já tratava do tema, não é ultrapassado. É essencial falar sobre preconceitos. Uma cidade como São Paulo, que bota 3 milhões e meio de pessoas nas ruas, na maior Parada Gay, é uma maravilha! Já tive oportunidade de participar da Parada, num carro da Amazônia, da Salete Campari. Isso é que chamo de “transversalidade”, os segmentos se somando. Não são só gays, tem senhoras, cachorro, passarinho, criança. A Loba ter nascido na mesma cidade da Parada é um claro processo de evolução, damos uma lição para o mundo. Ao mesmo tempo, houve, em São Paulo, a peça A Alma Imoral, um espetáculo lindo, libertador também!

Há uma defasagem grande: evoluímos democraticamente, mas involuímos do ponto de vista educacional. Com 20 anos de democracia, deveria ter ocorrido um grande salto, que não se deu. VM – O que você pensa sobre o caso da estudante que foi à Universidade com um vestido curto, foi insultada por vários alunos e chegou a ser expulsa da instituição? CT – Do fundo do meu coração, acho que deveria voltar o uso do uniforme nas escolas. O que deveria contar é a capacidade do estudante para demonstrar o que aprendeu. Há uma coisa de poder aquisitivo e de competição entre alunos, no sentido de quem pode pagar ou não por uma grife e se pavonear. A vaidade existe e, ao invés de uma vaidade de co-

nhecimento, deveria haver uma vaidade de boas notas. A questão dessa estudante é mais uma ponta de um iceberg que deveria ser discutido profundamente. No caso, para sanear, o uniforme deveria voltar e pronto. Antes, o professor lecionava de avental. VM – Você ficou feliz por chegar ao presidente Lula com mais de um milhão de assinaturas pelo projeto “Amazônia para sempre?” CT – A gente está vendo, a cada dia, que a questão ambiental tem ganhado espaço. A entrada da Marina Silva na disputa eleitoral, do ponto de vista da discussão ambiental, vai ser muito importante. Acho que estou feliz. Estamos caminhando, com passos pequenos, mas caminhando. A gente vai chegar lá!

23


Fotos: Divulgação

O EQUILÍBRIO QUE VEM DAS FLORES

S

egundo informações do Sindicato Nacional de Terapeutas Naturistas, as essências florais não são consideradas medicamentos, mas “ativadores de qualidades mentais da consciência do ser humano”. Neste sentido, não cabe a submissão ao regime de Vigilância Sanitária da ANVISA e podem ser utilizadas por terapeutas devidamente treinados para esse fim. O aumento da procura por terapias alternativas é inegável. Conversamos, então, com a terapeuta holística Simone Kobayashi de Noronha, que tem ampla vivência na área.

Versátil Magazine – Como surgiu o estudo dos florais? Simone Kobayashi – Desenvolvido por Edward Bach (24 de setembro de 1886 – 27 de novembro de 1936) o uso dos florais é uma terapia alternativa, inspirada nas clássicas tradições homeopáticas. Médico bacteriologista, conhecido por suas descobertas e nosódios (remédios homeopáticos), ele começou a substituir os medicamentos tradicionais pelos preparados com plantas e flores, através do sistema homeopático de diluição e potencialização. Com as flores que trouxe de Gales (Impatiens, Mimulus e, depois, Clematis), obteve resultados encorajadores. Nesta época, começou a separar os indivíduos por grupos de semelhança de comportamento, com afinidades relacionadas ao mesmo problema. Ele mesmo contava que, observando pessoas em uma festa, teve um insight e imaginou que deveriam existir medicamentos que aliviassem os sofrimentos comuns a cada grupo de pessoas. Aos 44 anos, costumava passar horas observando as plantas, suas características e formas de se manifestarem. Buscava combinar o que observava com os estados mentais ou emocionais que queria harmonizar em seus pacientes. VM – Qual é o princípio da terapia? SK – De acordo com Bach, o que importa é buscar, na escolha das essências florais, características que ajudem o desenvolvimento pessoal, uma terapia da alma. Equivale a remover as camadas que impedem a manifestação sublime do “Eu Superior” em sua presença plena e harmoniosa. Os florais buscam o equilíbrio das emoções em níveis vibratórios sutis, objetivando a consciência plena e harmonização do mundo interior e exterior. VM – Quais são os benefícios da terapia? SK – Os florais de Bach objetivam a clareza das emoções em desequilíbrio para a compreensão e harmonização. A busca do equilíbrio é um caminho através do autoconhecimento e, sem desequilíbrio, não há necessidade de busca. Assim, as polaridades se completam. Yin e yang, positivo e negativo, luz e escuridão, desequilíbrio e equilíbrio. Nós, seres humanos, buscamos o equilíbrio há milênios. Mas faz pouco tempo que alguns de nós, do Ocidente, reconhecemos esse equilíbrio como algo interno, emocional e mental. O uso dos florais de Bach é uma conquista de autoconhecimento. A Terapia Floral trabalha no

24

sentido de elevar, através da consciência, as vibrações, abrindo canais de circulação interna, permitindo maior contato com nossa essência e dissolvendo padrões internos indesejáveis e/ou inadequados que causam desequilíbrio e sofrimento em geral. VM – O método é reconhecido pelo Conselho Federal de Medicina? SK – Não. Mas a técnica é reconhecida pela OMS - Organização Mundial da Saúde. O Ministério do Trabalho reconheceu a terapia floral como profissão isolada. Está enquadrada dentro das atividades de práticas integrativas e complementares em saúde humana, recebendo o código 8690-9/01 da Concla, órgão responsável pela classificação de profissões e ligado ao Ministério do Trabalho e ao IBGE. VM – Quais são os profissionais que têm permissão para indicar florais? SK – O profissional que se utiliza da terapia floral é o terapeuta floral ou o terapeuta holístico, que também possui conhecimento para atuar com os florias. VM – Poderia relatar algum caso interessante de cura atribuída ao uso dos florais? SK – Em quase todos os meus atendimentos, recomendo a terapia floral em conjunto com outras técnicas de terapia holística, como acupuntura, cristalopuntura, auriculoterapia, reiki, harmonização energética. Utilizo uma dessas técnicas para que ajude pontualmente o cliente. Os florais irão atuar para dar suporte à mudança ou transformação que se faz necessária, ou seja, serão as ferramentas que a própria pessoa utilizará no processo. Vários são os casos de recuperação física, seja em dores no corpo, dores de cabeça constantes, distúrbios do sono, baixa imunidade, tratamento auxiliar no processo quimioterápico de tumores, paralisias faciais. Em cerca de 80% a 90% dos casos há melhora importante. Simone Kobayashi de Noronha Terapeuta Holística (11) 3815.6345 / 9706.6738 www.terapiaholistica.ning.com e-mail: simonekn@gmail.com



Por Cláudia Liba Foto: Divulgação

INICIATIVAS PARA SALVAR O PLANETA

E

A luta pela diminuição da poluição no mundo foi marcada pelo Protocolo de Kyoto, assinado por 84 países em 1997. A União Europeia estabeleceu a meta de 8% de redução de gases poluentes e o Japão comprometeu-se com 6%. Os Estados Unidos, que desistiram do acordo em 2001, estabeleceram a meta de 7%. Muito já se discutiu sobre aquecimento global. Em 1990, a ONU (Organização das Nações Unidas) criou o IPCC (Intergovernmental Panel on Climate Change), órgão de caráter científico, composto por delegações de 130 governos que avaliam, sistematicamente, fenômenos acerca das mudanças climáticas. Os cientistas chegaram, na época, a um consenso sobre a relação entre o aumento de CO2 e o aumento da temperatura do planeta. Em 1995, o IPCC divulgou que o aumento da temperatura já era evidente. No Brasil, a emissão de gases de efeito estufa aumentou 62% entre 1990 e 2005. Recentemente, assistimos a ações do Governo Federal buscando fixar a meta de redução destes gases entre 36,1 e 38,9% até 2020 – o que requer muitas mudanças.

Neste sentido, o relatório da Comissão Mista Permanente de Mudanças Climáticas (CMMC) recomenda a aprovação do projeto que institui a Política Nacional de Mudanças Climáticas e cria o Fundo Nacional sobre Mudanças do Clima no Brasil. A Amazônia, por exemplo, requer uma redução de 80% de seu desmatamento. O Cerrado, outro bioma de extrema importância, de 40%. Como estes biomas são ameaçados – pois são substituídos por plantações –, soluções como a recuperação de pastos e o incentivo ao uso da fixação biológica de nitrogênio são indicadas. No setor de energia, a redução dos gases ficará entre 6 e 7,7% - com foco em eficiência energética, utilização de biocombustíveis e modificação da matriz energética. Desta forma, o setor apoiará a utilização de energia eólica, das marés, biomassa, biodiesel, células de combustível e outros. Já na siderurgia, o objetivo é substituir totalmente o carvão proveniente de desmate pelos produzidos a partir de árvores plantadas para tal fim.

O relatório da CMMC defende a aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, com ações para diminuir a geração de resíduos domésticos implantando coleta seletiva, reciclagem e reutilização de detritos. Já conhecemos iniciativas como a do PRONCOVE (Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores) para estabelecer limites de emissão de gás carbônico pelos veículos. Mas o relatório sugere outras, como a implantação de tráfego tarifado e o desestímulo ao uso de veículos de transporte individual – com oferta de outras opções de locomoção e o escalonamento de horários de atividades públicas e privadas. A senadora Marina Silva (PV-AC) sugeriu a inclusão, no Plano Nacional de Mudanças Climáticas, da meta voluntária do governo – que estabelece percentuais para a redução da emissão de gases de efeito estufa até 2020. O Plano, em análise na Câmara dos Deputados, será submetido, também, à análise do Senado. Há soluções para os problemas ambientais e a forma mais incisiva para proteger o nosso planeta está na posição da sociedade.

Vale a pena conhecer: http://www.amazoniaparasempre.com.br

26



Fotos: Divulgação

PANAMERA TURBO O QUATRO PORTAS RADICAL

O

Panamera Turbo inova o mercado no qual a Porsche nunca havia participado. Oferece segurança, esportividade e o conforto de um Porsche, acompanhados de várias inovações mundiais reunidas no modelo de produção, no segmento “luxo de alta performance”. Visualmente, o carro já chama a atenção pelo belíssimo design que, apesar de ter um estilo próprio, mantém a identidade Porsche. As luzes de posição horizontal entre os indicadores de direção e os faróis diurnos conferem ao Panamera o seu aspecto característico, mesmo à noite. A frente do Panamera Turbo é diferenciada: as entradas de ar apresentam uma estrutura de grade que confere um aspecto ainda mais poderoso e dinâmico na estrada. Além disso, entradas de ar e grades laterais têm acabamento cromado, o que o torna mais arrojado em relação a outras versões. O projeto do interior do veículo surpreende pelo cuidado e exclusividade: há espaço para quatro passageiros em bancos individuais e excelente ergonomia ao motorista. Há, também, um console central que percorre todo o interior do veículo, conferindo ao motorista e aos passageiros a sensação de estrada exclusiva de um Porsche.

28

Para quem aprecia velocidade, o Panamera GT (Gran Turismo) é capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em 4,2 segundos, atingindo uma velocidade máxima de 303 km/h! A versão traz aerofólio ajustável na parte inferior do vidro traseiro, a partir de uma velocidade de 90 km/h e ajuste automático do ângulo em função da velocidade. Já o consumo de combustível é de 8,1 km/l. O motor V8 de 4,8 litros traz tecnologia biturbo, capaz de desenvolver uma potência máxima de 500 cv, transmitida pela transmissão PDK, com PTM de série. Trata-se do primeiro automóvel do segmento de transmissão com embreagem, combinando o sistema Start-Stop com a transmissão automática. O Panamera também oferece suspensão a ar com pressão de ar ajustável em cada mola, sendo o primeiro modelo com características aerodinâmicas ativas proporcionadas pelo movimento ascendente automático do aerofólio traseiro, de ângulo ajustável. Estas características encontram-se disponíveis através do Pacote Sport Chrono, que confere ao motor, à suspensão e à transmissão características ainda mais esportivas. Outra tecnologia de vanguarda é a chamada Launch Control, combinada com o PDK, que otimiza a aceleração quando necessário. As primeiras unidades serão entregues agora, entre dezembro e janeiro. O preço sugerido do Panamera Turbo é R$ 749.000. Sem dúvida, um sonho de consumo!


29


Por Silvia Dutra Fotos: Divulgação

QUE TAL UM PROJETO PERSONALIZADO PARA SUA COZINHA?

É

consenso entre decoradores e arquitetos que a cozinha e os banheiros funcionam em uma casa como as vitrines de uma loja: dão uma pequena amostra do que pode ser encontrado dentro e tanto podem atrair quanto afastar as pessoas. Por isso, na hora de construir ou reformar é importante planejar com muito carinho esses espaços. Fazer economia vai influenciar negativamente não só o valor da propriedade como também o conforto e a segurança de seus moradores. Instalações hidráulicas e especialmente elétricas devem ser, de preferência, super dimensionadas. Isso evitará sobrecarga no uso de poucas tomadas por vários eletrodomésticos, o que traz risco de curtos-circuitos e até incêndios. Pias, cubas, torneiras e acessórios devem ser da mais alta qualidade possível dentro dos limites orçamentários. Revestimentos de pisos e paredes devem ser duráveis, fáceis de limpar e, de preferência, em cores claras, que vão dar ao espaço uma impressão de maior amplitude. Na cozinha, especial atenção deve ser dada ao planejamento do trio fogão, geladeira e pia. Procure posicioná-lo na forma de um triângulo, porque isso facilitará o acesso aos objetos e ingredientes necessários durante o preparo dos alimentos, salvará tempo e evitará aborrecimentos e colisões no caso de duas ou mais pessoas trabalharem simultaneamente. Distribua os armários ao redor desse triângulo. Considere a consultoria de gente especializada no planejamento e instalação desses armários, para que o projeto utilize eficazmente todo o espaço disponível. Lembre-se de que, além de cozinhar, muitas outras atividades acontecem na cozinha. Alimentos precisam ser retirados das sacolas de compras, separados, armazenados, cortados, embalados, preparados para ir ao freezer ou à despensa, e é preciso ter espaço para fazer tudo isso fora da área do triângulo. Não se esqueça de planejar adequadamente a iluminação dessas áreas. Reserve espaço próximo ao fogão para as panelas, colheres, espátulas e demais utensílios e ingredientes (como sal, temperos, ervas) usados cotidianamente. O micro-ondas deve ficar dentro do triângulo,

30

entre o fogão e o refrigerador e, de preferência, embutido ou suspenso em um dos armários. Sob a pia, considere portas de correr para fechar os armários. Isso economizará espaço e evitará acidentes e perda de tempo no trânsito de pessoas dentro do triângulo. Peça para que o trilho de direcionamento dessas portas seja colocado na parte superior do armário e não em sua base, para facilitar a limpeza e evitar o acúmulo de sujeira e resíduos de gordura ou de alimentos. Na hora de planejar os armários, tenha um inventário detalhado da quantidade de louças e utensílios domésticos que você possui e a frequência com que os usa. Evite deixar sobre a pia o liquidificador, a tostadeira, o processador de alimentos e outros utensílios empregados mais frequentemente, porque isso dá à cozinha uma aparência de bagunça e descuido, e também facilita a contaminação dos alimentos. Tenha um espaço reservado, de fácil acesso, para esconder esses itens depois de usá-los. E não se esqueça de também ter um local para guardar sacos de lixo, esponjas, buchas e materiais de limpeza, além da lixeira. Batedeiras, assadeiras e objetos não utilizados diariamente podem ficar em algum cantinho mais escondido, enquanto pratos, copos, xícaras, pires e travessas do dia a dia devem ser facilmente acessíveis. Se houver crianças na casa, providencie a colocação de travas de segurança à prova de dedinhos curiosos e lembre-se de que a maioria dos acidentes domésticos – como quedas e queimaduras – acontecem na cozinha. Parte dos armários podem até ter portas com vidros e iluminação interna para exibir as louças e cristais mais refinados. De preferência, coloque esses itens o mais afastado possível do triângulo, para evitar que a gordura e os vapores do cozimento dos alimentos embacem ou sujem os vidros. Vasinhos de cerâmica podem prover manjericão, salsa e hortelã para suas receitas e, também, um toque de cor e alegria ao ambiente. Quadros e gravuras com imagens de frutas ou motivos culinários podem aumentar o charme e dar personalidade à cozinha, transformando o momento de preparar e saborear os alimentos numa experiência agradável para toda a família.



Por Eduardo Assunção Fotos: Divulgação

N

ossa confraria continua com o intuito de incentivar os leitores a experimentar novos restaurantes, comidas novas, vinhos novos e, principalmente, novas harmonizações entre vinho e comida – a chamada enogastronomia. O 4º encontro da confraria aconteceu no restaurante La Pasta Gialla do Continental Shopping. Previamente, conversamos com o competente gerente Ailton Bezerra para explicar-nos sobre a confecção dos pratos e, em conjunto, definimos as melhores opções de harmonização dos mesmos com os vinhos. Os pratos do La Pasta Gialla são muito generosos, bem condimentados, aromáticos e com excelente apresentação. Isto colaborou para a decisão de trazer vinhos marcantes em suas características. Que responsabilidade! Entrada Bruschetta de Queijo de Cabra (queijo de cabra gratinado, alho e óleo de oliva. Vinho Moura Basto Verde Branco DOC 2008 - Portugal Um vinho de entrada, para aperitivo. Leve e com boa acidez para harmonizar com o queijo branco gratinado de cabra. Todos aprovaram! Um surpresa muito agradável foi a visita do chef à nossa mesa. Ele apresentou e explicou a confecção dos dois próximos pratos, o que enriqueceu muito o evento.

32

Primeiro Prato Risotto com bacalhau, azeitonas pretas e brócolis. Vinho Dona Mecia Branco 2005 - Portugal Combinando com o prato, este vinho encorpado traz um sabor persistente, pois, como dissemos, o La Pasta Gialla oferece pratos deliciosos e com sabores marcantes. Satisfação unânime. Segundo Prato Cabrito Agropecus, assado por seis horas ao vinho branco, com brócolis e batatas ao alho, alecrim e bacon. Prato muito equilibrado: é possível perceber o sabor de todos os ingredientes, as texturas e todos os aromas que o compõem. Vinho Dona Mecia Tinto 2000 – Portugal Procuramos um vinho de corpo médio e com aromas pronunciados para harmonizar com o prato, destacando seus aromas. A combinação traz um ótimo equilíbrio entre o sabor pronunciado da carne e aromas delicados, como o do alecrim. Uma combinação perfeita. Nossos confrades estão cada vez mais experientes, com dúvidas mais complexas e expectativas cada vez mais altas. O que virá da próxima vez? Enviem sugestões e organizem suas confrarias! Eduardo Assunção www.vilavinhos.com.br



Por Cláudia Liba, Edgar Kage e Paula Carvalho Fotos: Divulgação

34

O COMPROMISSO de Herta Muller. Prêmio Nobel de Literatura 2009. A autora nasceu em 1953 na Romênia. Formou-se em letras alemãs e romenas e trabalhou como professora e tradutora de alemão. Perdeu o emprego quando se negou a colaborar com o serviço secreto romeno. Tradução de Lya Luft. Editora Globo.

NEM VEM QUE NÃO TEM  A VIDA E O VE NENO DE WILSON SIMONAL de Ricardo Alexandre. Biografia do músico com sua história trágica de ascensão e queda. Foi acusado de ser o mandante do sequestro do seu contador e condenado ao ostracismo até 2000, quando faleceu corroído pelo álcool. Editora Globo.

UM OTIMISTA INCORRIGÍVEL, de Michael J. Fox. O ator da série De volta para o futuro conta como foi abandonar a carreira devido ao Mal de Parkinson. Otimista, descreve como as novas perspectivas ajudaram a encarar desafios como oportunidades. Uma viagem de autodescoberta e reinvenção. Editora Planeta.

OS ANIMAIS DO MUNDINHO, de Ingrid Biesemeyer Bellinghausen. A autora apresenta vários animais ao pequeno leitor através de lindas ilustrações em Tangram, um quebra-cabeça chinês que diverte, desafia e desenvolve o raciocínio lógico e geométrico. Uma oportunidade para ler, aprender e brincar ao mesmo tempo. Editora DCL

CABEZA DE VACA, de Paulo Markun. A história do fidalgo espanhol Álvar Núñez Cabeza de Vaca, que viveu possivelmente entre 1485 e 1559 e foi soldado, náufrago, escravo, comerciante, camareiro, curandeiro, prisioneiro, escritor e o primeiro governador de Santa Catarina. Companhia das Letras.

MENSAGENS DO ALÉM de Ricky Medeiros. Edward é um repórter, adora a profissão, mas está morto. Em forma espiritual, fará sua maior reportagem: uma série de entrevistas com vários mentores sobre o presente e o futuro imediato da Terra. Eles falam da crise econômica, ambiental e moral. Editora Globo.

MAIS VOCÊ DEZ ANOS, de Ana Maria Braga. As receitas preferidas da apresentadora e do público ilustradas e com explicações passo a passo. Além disso, a apresentadora conta episódios como a vitória contra o câncer e a mudança para estúdios no meio da Mata Atlântica, no Rio de Janeiro. Editora Globo.

CORRA, de Mario Sergio Andrade Silva. Há muitos praticantes de corrida pelos parques, ruas e estradas competindo ou se exercitando. O autor, treinador de uma equipe, dá orientações nutricionais, médicas, fisiológicas e dicas de quando, por que e por onde começar a correr. Editora Planeta.

BEATRIZ A FADA APRENDIZ  FESTA À FAN TASIA, de Emma Thompson. A festinha que Beatriz resolve fazer é o assunto mais comentado na sua escola. O tema da festa é a natureza e as amigas de Beatriz, que procuram uma linda roupa para usar quando se deparam com as maravilhas da Natureza. Editora DCL

DE GÊNIO E LOUCO TODO MUNDO TEM UM POUCO, de Augusto Cury. Bartolomeu e Barnabé, dois maltrapilhos, unem-se ao Vendedor de Sonhos para fazer um mundo melhor. Metem-se em enrascadas e fazem os outros pensarem em suas ações. Populares como os palhaços, também possuem um lado trágico. Editora Planeta.

MARCIANOS ADORAM CUECAS, de Claire Freedman. Na Grã-Bretanha, a série Underpants virou febre entre a garotada. Desde a primeira impressão, em 2007, vendeu mais de 350 mil exemplares. A trama, em versos, conta a invasão de extraterrestres na Terra em busca de cuecas. Ilustrações de Ben Cort. Editora Globo.

EU QUE AMO TANTO, de Marília Gabriela. Elas levaram o amor às ultimas consequências: abriram mão da família, da profissão, da sanidade. Confissões de mulheres integrantes do MADA, Mulheres que Amam Demais Anônimas. Fotos de Jordi Burch. Editora Rocco.

MEMÓRIAS DE UM SOBREVIVENTE de Luiz Alberto Mendes. O autor se tornou criminoso em São Paulo. Escreveu estas memórias na prisão, onde cumpre pena por seus crimes. Com emoção e talento, procura compreender a violência, o encarceramento e a dor. Companhia das Letras.

APESAR DE VOCÊS, de James Green. A obra se detém com especial atenção sobre a rede de denúncias que levou ao Congresso norteamericano a discussão sobre a continuidade da ajuda militar e financeira à ditadura, lançando as bases do movimento pela defesa dos direitos humanos. Companhia das Letras.


HARRY POTTER E O ENIGMA DO PRÍNCIPE Em tons sombrios, o filme deixa clara a ameaça que o vilão Voldemort (Ralph Fiennes) representa no mundo da magia. Prenúncio da aventura mais perigosa de Harry Potter, que descobre os segredos da infância do vilão e se prepara para a batalha final, na qual terá de lutar sozinho. SHREK NO NATAL O divertido ogro Shrek está de volta e promete a Fiona e às crianças um Natal inesquecível. Quando pensa que tudo está indo bem, Burro, Gato-de-Botas, Homem-Biscoito e o resto da turma invadem a festa. SURPRESAS DO AMOR Os pais de Brad (Vince Vaughn) são divorciados. Os de Kate (Reese Witherspoon), também. Ambos se casaram novamente. A confusão está formada quando este jovem casal tem de conseguir visitar e levar os presentes estas quatro famílias diferentes durante o Natal. STAR TREK  BLURAY O filme esbanja efeitos especiais, ação e humor para mostrar os primeiros dias do jovem James Kirk e sua tripulação, a bordo da espaçonave Enterprise, lutando para impedir que um alienígena destrua um planeta inteiro. BRUNO Ele é um repórter de moda na Áustria. Ao ser demitido vai para os EUA para ser uma celebridade. Do mesmo modo que Borat buscava se adaptar ao estilo de vida norte-americano, o filme conta a tentativa de fazer um filme de sexo com um desavisado Ron Paul. Bruno choca homofóbicos americanos num programa da TV. TEMPOS DE PAZ Com Tony Ramos e Dan Stulbach, que viveram os personagens do texto de Bosco Brasil nos palcos. O filme narra o encontro entre um torturador do governo Vargas e um ex-ator polonês confundido com um nazista, na alfândega do Rio de Janeiro dos anos 40. A ONDA Baseado em fatos reais. Um professor, inicialmente designado a dar aulas de anarquismo, ensina a maneira pela qual o governo convenceu o povo de que as atitudes de Hitler eram corretas. Em uma simulação, os alunos aceitam ordens, como na época do ditador austríaco. O exercício se dissemina pela cidade. SUBSTITUTOS Filme de ficção científica sobre robôs substitutos de humanos: os surrogates. A história conta o assassinato do filho do criador do sistema dos surrogates. A história consegue entreter e ainda traz boa performance de Bruce Willis e boa participação de Ving Rhames na pele do Profeta, ativista da causa humana com visual Bob Marley. THE TUDORS TERCEIRA TEMPORADA Traz o período tumultuado vivido pelo rei da Inglaterra ao lado de suas terceira e quarta esposas. Mantendo a refinada linguagem, a temporada faz uma envolvente releitura dos fatos históricos que cercaram o jovem, atraente e poderoso Henrique VIII, o homem que ousou desafiar a mais poderosa instituição medieval e priorizou seus próprios caprichos.


ABRAÇOS PARTIDOS de Pedro Almodóvar. Drama. Harry, um cineasta, tenta eliminar as cicatrizes de um acidente que lhe tirou a visão e a mulher que amava. Na época, usava seu nome real, Mateo Blanco, na direção de seus filmes. Com Luís Homar e Penélope Cruz. A MENTE QUE MENTE de Sean McGinly. Comédia. Um estudante de direito decide abandonar os estudos para buscar um novo rumo. Ao responder um anúncio, é contratado para ser assistente pessoal de um pretendente a mágico que quer impulsionar sua carreira. Com John Malkovich e Tom Hanks. AMOR EXTREMO de John Maybury. Romance. Biografia de Dylan Thomas (Matthew Rhyz), um dos maiores poetas do século 20 em língua inglesa. O filme descreve sua vida e a complexa relação com sua esposa, a amiga de infância e o marido desta. Com Keira Knightley e Sienna Miller. THE BLIND SIDE de John Lee Hancock. Drama. História real baseada no livro de John Lee Hancock, The Blind Side: Evolution of a Game. Michael, um adolescente negro, ganha uma bolsa de estudos por jogar futebol americano. Ele tem só um amigo, cuja mãe se sensibiliza com a história. Com Sandra Bullock. ALVIN E OS ESQUILOS 2 de Betty Thomas. Animação. David Seville e os esquilos Alvin, Simon e Theodore estão de volta e os bichinhos continuam destruindo tudo o que está ao alcance. Quem sabe eles aprendem a se comportar diante de um grupo de fêmeas, as Esquiletes (Chipettes). Com Jason Lee. A PRINCESA E O SAPO de Ron Clements e John Musker. Animação. Walt Disney Picture. Com a tradicional técnica de papel e lápis, conta a história romântica envolvendo a princesa Tiana, que vira sapo ao beijar o “sapo-príncipe” Naveen. Primeira animação que traz uma princesa negra. É PROIBIDO FUMAR de Anna Muylaert. Drama. Baby (Glória Pires), professora de violão decadente, quer um grande amor. Max (Paulo Miklos), músico de churrascaria, é sua chance. Mas terá que abrir mão de um antigo companheiro: o cigarro. Na trilha sonora, temas de Villa-Lobos, Jorge Benjor e outros. THE BOX de Richard Kelly. Suspense. Norma e Arthur recebem uma estranha caixa de madeira. Um bilhete informa que ela dará um milhão de dólares. Basta apertar um botão. Pressionado, simultaneamente causa a morte de uma pessoa em algum lugar do mundo. Com Cameron Diaz e James Marsden. LULA, O FILHO DO BRASIL de Fábio Barreto. Drama. A vida do presidente Lula, baseada no livro de Denise Paraná: Lula: o Filho do Brasil. Conta a trajetória de sua família, a difícil relação com seus pais e a carreira de líder sindical a presidente. Com Rui Ricardo Diaz e Glória Pires. SHERLOCK HOLMES de Guy Ritchie. Ação. Sherlock Holmes (Robert Downey Jr.) é um detetive conhecido por usar a lógica dedutiva e o método científico nos casos nos quais trabalha. John Watson, seu fiel parceiro, acompanha-o em suas aventuras. Uma mulher misteriosa atrai o detetive. Com Jude Law. PANDORUM de Christian Alvart. Ação. Por volta dos anos 2.200, a Terra está quase toda devastada e os poucos sobreviventes tentam fugir do planeta. Nesse cenário apocalíptico, dois tripulantes de uma nave espacial acordam sem saber quem são ou qual é sua missão. Com Dennis Quaid e Ben Foster.

36


BALANGANDÃS de Ná Ozetti. MPB. A cantora traz novos arranjos e interpretações para clássicos da música popular brasileira. O trabalho foi desenvolvido por Ná e os músicos Dante Ozzetti, Mário Manga, Sérgio Reze e Zé Alexandre Carvalho. Exprime, de forma contemporânea, o cenário musical das décadas de 30 a 50, com canções de Assis Valente, Dorival Caymmi, Braguinha, entre outros. BRUCE HENRI & VILLA’S VOZ de Bruce Henri. Instrumental. Nos cem anos de Villa-Lobos, um lançamento interessante é o do baixista americano Bruce Henri, há 40 anos no Brasil. Com versões jazzísticas do compositor, traz nuances de música erudita e referências a ritmos brasileiros. Assim, alinha Prelúdio nº3 e suítes como Legendária e Fragato All’Antica com Melodia Sentimental e Canção do Amor. SE VOCÊ DIZ NÃO de Pedro Lima. MPB. Compositor, cantor e violonista, mostra sua mistura de bossa nova, jazz e samba. Composições inspiradas em diversos temas. A faixa Paulo possui trechos de falas de filmes de Glauber Rocha, enquanto Mendigo tem poesia lida por Pascoal da Conceição. Lima também faz releituras de The Cure e João Bosco. Participação de Fabiana Cozza e Fernandinho Beat-Box. COLOUR ME FREE de Joss Stone. Soul Music. A cantora inglesa, aos 22 anos, é um fenômeno da música soul. Com voz comparada às de Aretha Franklin e Janis Joplin, traz músicas de sonoridade crua, com muita personalidade. “Quando fiz o meu último álbum eu estava obcecada em fazer tudo correto. Agora eu estou bem ao estilo: dane-se, vamos fazer algum som!”, disse ela ao jornal britânico Daily Star. SIMPLES de Marcela Mangabeira. MPB. Conhecida como uma maravilhosa cantora antes mesmo deste CD ser produzido pelo maestro Roberto Menescal, que também fez arranjos. Sua voz leve, sofisticada, melódica e jazzística, remete-nos a uma “Bossa Nova Jazzística”. Interpreta canções de Tom Jobim, João Donato, Ivan Lins, Caetano Veloso, Marcos Valle, Roberto Menescal, Johnny Alf, entre outros.


A ARTE INDÍGENA DE BRECHERET Nas visitas que fazia a São Vicente, na década de 40, o artista coletava esculturas em terracota e madeira, que estão na exposição que chega a São Paulo após sucesso em Tokio, Rio e Salvador. Caixa Cultural Praça da Sé, 111 – Centro Informações: 3321-4400

SAINT ETIÉNNE – CITÉ DU DESIGN A exposição é totalmente voltada à sustentabilidade, com lustre feito a partir de potes de vidros reaproveitados e relógio que trabalha à base de substâncias químicas retiradas de limão. CCBB Centro Cultural Banco do Brasil Rua Álvares Penteado, 112 – Centro Informações: 3113-3651

A LOBA DE RAY-BAN Christiane Torloni interpreta Julia Ferraz no triângulo amoroso que acontece nos bastidores de uma companhia teatral. O elenco ainda traz Leonardo Franco e Maria Maya. Direção de José Possi Neto. Teatro Shopping Frei Caneca Rua Frei Caneca, 569 – Bela Vista Informações: 3472-2229

MARCEL GAUTHEROT – NORTE O francês Marcel Gautherot visitou o Brasil pela primeira vez em 1939. Encantou-se com a beleza da Amazônia e decidiu fotografar todo o curso do Rio Amazonas. Ele voltou várias vezes à região, no período entre 1940 e 1970. São 70 registros realizados pelo fotógrafo, que faleceu em 1996. Instituto Moreira Salles Rua Piauí, 844 – Higienópolis Informações: 3835-2560

TODOS OS SANTOS, DO SAGRADO AO PROFANO Santa Paciência, Santa Ignorância, Santo do Pau-Oco...Eles agora existem, pois alguns artistas buscaram referências populares para criar as imagens que você pode conferir, com oração e tudo! Casa de Portugal Avenida Liberdade, 602 – Centro Informações: 3209-5554

PROGRAMAÇÃO DAS ATIVIDADES DO CONTINENTAL SHOPPING Cursos: receitas especiais para a ceia de Natal e Réveillon, camisetas e chinelos personalizados, bijuterias em cerâmica plástica metalizada, automaquiagem, pintura e decoupagem em madeira. Para participar basta doar um quilo de arroz ou de feijão para cada curso. As doações serão encaminhas a entidades assistenciais da região. Festival de Corais: entre 14 e 23 de dezembro. Diversos horários e repertórios. Programação completa em www.continentalshopping.com.br Continental Shopping Av. Leão Machado, n.100 - Butantã Informações: 3769-3769

O TEMPLO SAGRADO – UM LEGADO PARA A HISTÓRIA DA HUMANIDADE Detalhes do templo de Jerusalém, maquetes do segundo tabernáculo e do que seria o terceiro templo e réplicas de mobílias, roupas, gravuras e incensos são apenas algumas atrações desta bela exposição que está pertinho de nós. Casa da Fazenda do Morumbi Av. Morumbi, 5594 – Morumbi Informações: 3742-2810

38

FILHOTES DA AMAZÔNIA Espetáculo infantil sem diálogos, encenado pela Cia. Pia Fraus. Uma família de sapos quer resolver o problema de afinação dos filhotes. E uma piranha ensina seus filhotes a devorar peixes rapidinho. Teatro Sérgio Cardoso Rua Rui Barbosa, 153 – Bela Vista Informações: 3288-0136



Por Cláudia Liba Fotos: Divulgação

JAIRO MARQUES: ASSIM COMO VOCÊ

J

airo Marques tem 35 anos, é formado em jornalismo pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e pós-graduado em jornalismo social pela PUC-SP. Atualmente, é chefe de reportagem da Agência Folha, coordenando a produção da equipe de correspondentes nacionais do jornal e mais um grupo de repórteres na sede. E ainda consegue dar conta de outra profissão: professor. De jornalismo. De maneira inteligente e bem-humorada, escreve sobre assuntos voltados à acessibilidade, em seu blog “Assim como você”. Ele responde à maioria dos comentários – às vezes, cerca de cem mensagens em um só dia! Assim como Jairo, nossa equipe acredita que a sociedade se transforma quando compreende a condição do outro. Versátil Magazine – Como é sua rotina de trabalho como chefe de reportagem do jornal Folha de S. Paulo? Jairo Marques – É bem puxada! Cuido da produção de toda a rede de repórteres da Folha. Temos gente de Norte a Sul do país atenta à realidade econômica, política e social do Brasil e todos tratam comigo diariamente. Também pauto uma equipe que fica aqui na sede, em São Paulo. O chefe de reportagem precisa organizar viagens para grandes coberturas, nortear os assuntos de maior interesse e dar retornos aos responsáveis pelo fechamento do jornal. Entro muito cedo e trabalho um bocado por aqui. VM – Como professor, quais são as dificuldades que encontra? Você acha que, atualmente, o ensino superior forma bons profissionais? JM – Sinto que os alunos padecem de uma carência crônica de leitura, de comportamento crítico diante da realidade do país e da profissão. Alguns alunos chegam à universidade com textos que beiram o infantil, o que considero bem complicado. Contudo, avalio que há, também, muita gente boa nos bancos da escola. Há alunos com gana de aprender, de serem bons profissionais. A faculdade e o professor, sozinhos, são incapazes de fazer um bom profissional. Para isso, é preciso um esforço e um interesse individual acentuado. Não adianta uma aula brilhante, um laboratório perfeito se a plateia não quer viver o espetáculo.

“Vivo a minha vida a cada vez que percebo que, sem caminhar, dei um passo adiante”


VM – Qual a sua opinião sobre a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de permitir o exercício do jornalismo por profissionais com diferentes formações? JM – Em princípio, dá uma sensação de “caramba, agora meu diploma não vale nada?” Mas, de fato, não muda nada nas redações sérias. Um padeiro, com todo respeito que tenho ao ofício, não vai bater à porta de um grande jornal e, no dia seguinte, ocupar um cargo de redator. O jornalismo precisa ser pensado, vivido, praticado. Acredito que algumas pessoas têm boa familiaridade com a escrita e, realmente, podem ser bons repórteres. Mas isso está longe de ser uma regra. Fazer um texto mediano não é fácil, não mesmo. VM –Seu blog é um sucesso quanto ao número de visitas. Levando em conta as ferramentas das chamadas “redes sociais”, que análise você faz para o futuro da mídia impressa? JM – As redes sociais viraram pauta frequente dentro da mídia e entendê-las, acompanhá-las é quase uma obrigação profissional. Claro que há muito lixo, muita inutilidade nesses veículos, mas, de modo geral, o noticiário ganha com uma oferta maior de assuntos, de personagens. Não acho que as redes sociais irão tomar o lugar das mídias tradicionais, até porque elas são caóticas, mas, como já está acontecendo, vão andar em paralelo. VM –Quantas pessoas já acessaram seu blog desde que foi criado e de que forma você vê a participação, na rede Orkut, de pessoas de fora do país? JM – O blog já chegou na casa de dois milhões de visitas, mas confesso que não acompanho mais essa evolução. O que me importa mesmo é o reflexo que as histórias provocam em mudanças de atitude ou mesmo de novas atitudes. Eu não tenho Orkut porque sou meio caipira e tenho receio de criar mais um vício de Internet! Mas, sei que há comunidades, com dezenas de adeptos, que fizeram homenagens ao blog, e só posso me orgulhar. Pessoas de cerca de 80 países do mundo acompanham o “Assim como Você”. Quem diria, não?

VM – Você utiliza, frequentemente, o termo “malacabado” em seu blog e parece ser uma pessoa bem-humorada. O que lhe deixa de mau humor? JM – Nada me deixa mais chateado do que quando são ceifados os meus direitos de cidadão. Quando um desavisado estaciona em uma vaga reservada ou usa, sem necessidade, os banheiros acessíveis, está causando um transtorno imenso para uma pessoa. Sei que, muitas vezes, isso acontece por falta de informação, mas é inevitável ficar de mau humor. Também me irrito com quem não toma atitude diante da vida, com gente acomodada, que não sonha. E com injustiças de toda ordem.

VM –No portal da Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência, lê-se que sua missão é “Garantir o acesso das pessoas com deficiência no Estado de São Paulo a todos os bens, produtos e serviços existentes na sociedade”. Quais perspectivas você vislumbra para a inclusão das crianças com deficiência? JM – Não tenho a menor dúvida de que as crianças com deficiência vão desfrutar de uma estrutura urbana, de lazer, de educação e de cultura muito mais acessível do que a atual, da que eu disponho. Por todos os cantos do país há gente envolvida em cobrar, em exigir o acesso universal, que é um direito expresso na Constituição. Em São Paulo, talvez essa evolução esteja um pouco mais rápida do que em outros locais, uma vez que as organizações estão mais fortes. Mas percebo que é uma questão de dar uma qualidade de vida digna aos deficientes, de forma intensa. Costumo dizer que o deficiente ficou para trás nas conquistas sociais que já foram conquistadas por outras minorias, como os negros e os gays. Agora, é nossa vez.

VM – Em seu blog, lemos: “Vivo a minha vida a cada vez que percebo que, sem caminhar, dei um passo adiante”. Que pessoas podem caminhar, mas não têm “adiantado” os passos? JM – Uau! Adorei isso. Sempre digo aos meus leitores que a condição do deficiente só vai mudar no país a partir do momento em que tivermos atitudes. Ter atitude, no caso de um cadeirante, pode causar algum desconforto, uma vez que a rua, cheia de buracos, é agressiva. Porém, sem enfrentar, não teremos cara. E, sem cara, não temos uma causa a ser resolvida. Então, para mim, esse povo que só fica na arquibancada aplaudindo e achando bonito precisa dar seus passos. Vejo pouco ou nenhum movimento por parte de artistas e músicos, por exemplo, em prol da acessibilidade. A imagem deles tem um impacto único que pode provocar mudanças. Acho também que o presidente Lula, que tem uma leve deficiência motora, uma vez que não tem um dedo, poderia ter feito, nesses sete anos à frente da Presidência, um movimento mais forte em prol deste público.


OS CÓDICES DE MAINADU*

O

texto abaixo foi retirado da revista Aspergillus, um folhetim de variedades dos anos 40 editado em São Paulo que logrou um furo jornalístico formidável ao publicar, com exclusividade, um dos Códices de Mainadu. Esquecido por mais de três décadas, conseguimos autorização para republicá-lo. Segue, ipsis literis, o artigo original. ‘Temos a honra de apresentar um dos códices do fabuloso “Código de Mainadu”, uma série de códices talhados em pedra escritos pelos maias há mais de dois mil anos. Contendo inscrições sobre temas de ciência e filosofia do povo maia, infelizmente grande parte desses códices perdeu-se ao longo dos séculos. Estima-se que apenas 7,783% deles tenham chegado até nós. Em dois anos eles serão publicados em obra única, mas até lá, trechos e fragmentos continuarão sendo publicados homeopaticamente para saciar a curiosidade da população (especialmente porque alguns deles foram classificados de “perigosos” por certas autoridades). Há quem não reconheça os Códices como autênticos, como o professor Van der Waals, que diz, com todas as letras, que eles são um embuste: “Esses códices são uma fraude grosseira que até uma criança de oito anos é capaz de perceber. Não entendo como a comunidade científica está aceitando essa vigarice consumada. Como é possível que eles sejam datados de 250 antes de Cristo PELOS PRÓPRIOS MAIAS? Isso é ridículo! Essa credulidade parva é que deveria estar causando assombro, e não os códices”, ataca ele. Os defensores creem que os maias eram tão avançados que teriam conseguido antever o calendário gregoriano e estabelecer seu locus temporal de maneira presciente. Deixemos de lado a polêmica e vamos ao texto! Segue a íntegra do Códice XXIX.

Para o estabelecimento de uma escola filosófica vigorosa e lucrativa, alguns preceitos devem ser seguidos. Eles estão aqui sumarizados para que possam nortear o pensamento de nossos tutores e colaborar para que nossa escola se espalhe pelas montanhas de mil recantos. 1. NÃO JULGUE OS OUTROS POR SI Você pode pensar que não há ninguém tão crédulo que vá abraçar nossa pregação

42

baseada em dogmas requentados e discursos superficiais e simplórios, mas isso é um engano tolo. Supere suas limitações, pois sempre há quem acredite em qualquer teoria, mesmo que você a considere inacreditável. Os melhores tutores são aqueles que deixam a imaginação tomar conta do seu espírito e perdem os limites do bom senso. A insensatez possui uma força interna que magnetiza milhões. 2. A LINGUAGEM É A CHAVE Use e abuse da retórica. Entre um discurso e outro, faça mais discursos. Falar longamente sobre assuntos vazios com linguagem rebuscada e sem sentido cativa as almas mais carentes e menos aquinhoadas. Torne o discurso impenetrável com palavras difíceis e os seguidores se multiplicarão. Lembre-se: é fácil ser difícil. 3. APRENDA A ARTE DAS MÁGICAS Se você souber fazer alguns poucos truques – acender o fogo, multiplicar espigas de milho, regurgitar pedras – será visto como um ser diferenciado, com poderes que só podem ter sido outorgados a alguém que detenha a suprema filosofia. Use com parcimônia para evitar ser desmascarado. 4. UNA A CIÊNCIA DA ESTATÍSTICA À CIÊNCIA DA PSICOLOGIA Esta talvez seja a mais preciosa orientação de todas. Por isso recebeu o número 4, o número dos quatro elementos. Observe este exemplo: de cada dez pessoas que padecem da síndrome da dor lancinante do suspensor do boleto (SDLSB), sabe-se que duas curam-se espontaneamente, sem que nada seja feito. Outras duas podem ser curadas apenas pela simples sugestão, processo denominado “efeito placebo” pelos estrangeiros (notadamente o povo inuit). Aproveite deste fato durante as longas reuniões filosóficas que reúnem centenas de pessoas. Peça que todos com SDLSB levantem as mãos e declame, em tom solene, um sortilégio qualquer – “A paz é a guerra alhures” – por exemplo. De cada 10, 4 serão curados de imediato ou posteriormente. Quem não for curado, de duas uma: ou esquecerá o evento atribuindo o fracasso a si mesmo – são os chamados ‘homens-antena’, que captam qualquer culpa que transita no ar – ou abandonarão a escola filosófica. Quem for curado ficará tão assom-

brado que espalhará aos quatro cantos que a filosofia da escola de Mainadu o curou, e fará isso com tal entusiasmo fanático que irá trazer mais um punhado de seguidores. Estes substituirão com folga os que saíram. Funcionando assim ao longo do tempo, seleciona-se o público mais adequado aos nossos propósitos, expurgando os que causam problemas. 5. MOSTRE-SE FORTE A força tem um apelo magnético para o povo. Ninguém segue os fracos. Assumir seletivamente fraquezas ajuda a realçar essa força, pois indica que, de tão sábios, sabemos até onde somos fracos. Isso permite simultaneamente a sedução pela força e a identificação pela fraqueza. 6. JAMAIS ARGUMENTE RACIONALMENTE COM UM ADVERSÁRIO É preciso entender que a razão não está do nosso lado. Temos sempre que partir para o irracional e o afetivo extremo. É isso que toca corações e mentes, especialmente aquelas apropriadas à nossa escola. Diante de um embate, acuse o outro de qualquer banalidade. Não tenha medo da incongruência; lembre-se do preceito nº 1. 7. NEGUE SEMPRE Você foi flagrado transgredindo as normas pregadas ao público? Não importa. O que interessa é que você não transgrida os preceitos dos tutores e não traia nossa confiança. Caso você viole as normas do público comum, negue. Negue, não importa quantos testemunhos existam contra você e o quão qualificados eles sejam. A credulidade tem uma poderosa força inercial. Quando alguém crê, é difícil arrancá-lo do pantanoso terreno de suas convicções, mesmo que descabidas diante das evidências. Além disso, um tutor sempre pode contar com o apoio de outro tutor, ou do tutor-mor, para escapar do descrédito. Infelizmente este códice termina aqui. * Esse texto é uma obra de ficção. Alexandre Lourenço é Veterinário, microbiologista, professor, bípede, mamífero e agora, escritor. Não necessariamente nessa ordem. e-mail: duralex@uol.com.br www.microbiologia.vet.br


43


Natal é tempo de paz. Entre no espírito.

Paz, amor, amigos, família, presentes, encontro. Cuide do espírito de Natal. Passe no Natal do Continental Shopping, são 220 lojas e muita inspiração para você entrar no clima e comemorar. Av. Leão Machado, 100 www.continentalshopping.com.br


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.