ISSO NÃO É ARTE
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PUC-Rio | 2013.1 DSG1030 | Anteprojeto de Comunicação Visual Memorial | G1 Victor Hugo Cruz | vh.acruz@gmail.com Prof. Dr. Flavia Nizia | Turma 1AB Descrição Projeto editorial de livro com base em diferentes interpretações gráficas feitas a partir de opiniões pessoais sobre um tema, com objetivo de servir como base para reflexões sobre o ‘objeto de estudo’.
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Introdução
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A popularidade da música popular Música sempre foi um termo recorrente na minha vida, tendo isso, vi-me tentado a entender o motivo do preconceito existente contra as músicas de entretenimento que possuem grande apelo popular. Essas músicas são as que tocam nas rádios, nos alto-falantes do cotidiano urbano (celulares, elevadores, táxis, salas de espera), na mídia e que permeiam o dia a dia de grande parte da população. Para poder explicar as definições de ‘música de entretenimento’ e ‘popular’, farei um breve levantamento histórico sobre o uso desses termos no Brasil. O termo popular esteve muito ligado ao caráter comercial e urbano, podendo chegar a ser classificado por alguns como algo pejorativo. Se todas as canções escritas têm por função original o entretenimento de quem as escuta, por que para alguns a ‘música entretenimento’ não tem o seu valor reconhecido na cultura? A partir da década de 1960 as músicas que tocavam nas rádios e televisões ganharam o termo de “música popular brasileira”, termo agregado às músicas urbanas e de apelo ‘popularesco’. Quase ao mesmo
tempo surgia a sigla ‘MPB’, que transcendia o estilo musical e passava a classificar um tipo de comportamento diante ao meio político. Nas décadas de 50, 60 e 70, o termo ‘MPB’ identificava uma música consumida tipicamente pelo público que se classificava como culto. A MPB tornou-se o ponto máximo da música brasileira, basicamente nacionalista, mas que com o passar do tempo, perdeu a atribuição original e a abrangência. “[...] O adjetivo popular que lhe caracterizava não denotava uma relação de consumo e de reconhecimento publico, e sim identificava, entre outras coisas, uma música que nascia a partir do povo – embora não feita diretamente por ele, já que era elaborada de uma forma próxima da poesia culta e da indústria cultural. É bem verdade que isso contraria o significado legitimo do termo popular, que pode mesmo representar algo adaptado ao gosto das massas.” Diz o autor Henry Burnett no artigo “Cultura popular, música popular, música de entretenimento: o que é isso, a MPB?”. Burnett escreve que “desde o primeiro momento a música popular já era comercial, e iria tão somente aprofundar essa
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relação entre criação e venda ao longo dos anos”. O termo popular sempre esteve muito ligado ao caráter comercial e urbano, podendo chegar a ser classificado por alguns como algo pejorativo. Se todas as canções escritas têm por função original o entretenimento de que as escuta, por que para alguns a música popular brasileira (não a MPB) não tem o seu valor reconhecido na cultura brasileira? O autor Henry Burnett diz que a chamada ‘música de entretenimento’ seria um tipo de música ‘simplória, pequena, banal, de baixa qualidade’ porque não possui comprometimento ‘estético’. Em dado ponto do seu artigo, chega a indagar se esse tipo de música deve sempre ser tida como arte. Talvez esse pensamento explique o motivo do preconceito. A música popular (ou de entretenimento) tem o seu papel na cultura mundial, mesmo que seja como mero ‘passa tempo’. ‘O que é música’ ou ‘qual música é arte’ são questões relativas ao conhecimento e a opinião de cada pessoa, mas fatos como a simples existência de um nicho de mercado popular e a variedade artistas, comprovam que a música popular é relevante.
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Levantamento de Dados 8
Para buscar compreender o funcionamento dessa indústria do entretenimento, busquei ler artigos e textos que relacionassem a questão da Indústria Cultural musical com as questões propostas pelo pensador Theodor W. Adorno (1903 – 1969), muito conhecido por estudos desses temas sob a visão da Filosofia da Arte. Com um olhar mais atual, as criticas propostas pelo alemão Theodor me parecem muito inflexíveis. É inegável que muito do que é explicitado pelos textos do filósofo tenha o seu valor e se mantenha relevante até hoje, porém pode soar de forma bastante elitista por ser, as vezes pessimista e muito critico em relação as culturas de massa. Adorno analisa essa Indústria Cultura é como um sistema de alienação dos indivíduos por parte do Capitalismo e que teria como função principal criar falsas necessidades de consumo e criar relações sociais (geradas a partir do mesmo ato de consumo), promovendo uma sensação ilusória de relaxamento e descanso da monotonia e ‘exploração’ que o trabalho árduo proporciona. Isso seria uma consequência do trabalho de uma divulgação maciça de imagens conservadoras e, as vezes, estereotipada que seria de fácil acesso a todos,
uma ilusão de uma ‘cultura sem esforço’, quase uma mercadoria pronta para ser apreciada por qualquer um. Um dos traços marcantes da musica popular, um produto dessa indústria cultura, seria o fato da padronização do que é produzido. Ele indica que essa produção é baseada na competição e que quando um item se destaca (se tornando um sucesso, um hit), outras produções aparecem imitando a sonoridade e seguindo as regras para atingir um sucesso de maneira rápida. O consumidor tende ouvir as musicas que sejam estimulantes, naturais e que proporcionem um revigoramento da rotina exaustiva de trabalho. As músicas e as sua letras seriam apenas uma distração, pois todas são padronizadas e puramente comerciais. Concordo com o autor quando propõe que essas músicas possam parecer padronizadas e, as vezes, irrelevantes, porém creio que tudo que é fruto da produção de entretenimento, tenha o seu valor. Me parece uma visão bastante antiquada quando julgamos que a arte só é arte quando proporciona uma reflexão mais profunda e ‘cultural’, porém será mesmo que deve ser sempre assim? Será que a música tem que
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sempre querer dizer algo? Não. Assim como alguns movimentos no mundo das artes, creio que na música possa existir espaço para tudo. Propor que tudo tenha um sentido oculto ou mais profundo é querer elitizar. A música sempre teve um caráter de ligação emocional com quem a escuta, ela sempre fará sentido para quem a escutar e se identificar, seja qual for o ritmo, a melodia, a letra e etc. Adorno reconhece que existe um valor nessas músicas e deixa claro que a sua aceitação não é sempre passiva por parte de quem escuta, porém parece depreciar esse estilo musical ao destrinchar os elementos que compõe e os meios de divulgação utilizados pela Industria Cultural.
ocorre no Design, quando um produto é tão bem aceito e ele começa a ser compartilhado e replicado sem autorização, sem preocupação com direitos de quem gastou dias para desenvolver, o vemos como um produto inserido em um mercado, uma indústria. Tudo tem o seu valor quando é inserido em um mercado.
A critica feita por tornar a música um elemento de mercado, um objeto de troca é bastante antiga. Como tudo que é produzido, trabalhado e que tenha um gasto de energia para a sua elaboração, a música também pode ser um produto de compra e venda. É inocência pensar que a música é um bem natural de todos e que deve ser compartilhada livremente. Existe essa possibilidade quando pensamos em pirataria, mas devemos levar em conta o trabalho e o processo de produção. O mesmo
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Oportunidade projetual 12
O objetivo deste projeto é desenvolver um projeto editorial gráfico, cujo conteúdo será baseado em interpretações sobre pontos de vistas das pessoas que serão entrevistadas sobre o tema escolhido. Usando como base a música pop internacional, buscarei valorizar a cultura desse ramo musical que tem um apelo popular muito grande, criticando a falta de credibilidade desse estilo musical que acaba sempre sendo depreciado pela grande maioria, incluindo alguns daqueles que fazem uso diariamente. Essa valorização e o trabalho será realizado através de artistas que tenham uma grande relevância no meio mas não são reconhecidos pela mídia especializada. Pretendo que esse projeto seja direcionado a homens e/ou mulheres, de classe ‘média’ que possuam interesse por música e de faixa etária entre 18 e 25 anos – faixa etária de maior consumo de músicas pop internacional. A escolha desse corte do público alvo deu-se de acordo com a vontade de trabalhar com indivíduos que valorizem e saibam que esses artistas fazem parte da cultura musical e que estão mais conectados ao mundo da musica pop.
A importância do design entra na capacidade de entender essas diferenças e conseguir explicitá-las de forma mais concreta, sem fazer juízo do que seja certo ou errado. O design pode ajudar a construir a visão do mundo de forma mais ampla através da compreensão das diferentes formas de interpretação de um fato. Não tenho como objetivo criar uma discussão sobre questões que levaram essas músicas ou artistas a fazer sucesso ou a importância que ela tem na vida da população inteira. A questão foco é mostrar os diferentes pontos de vista sobre o fato, gerando uma reflexão pessoal sobre o tema, podendo transpor para uma reflexão sobre a época em que vivemos e de como lidamos com fatos de forma completamente diferente. A multiplicidade de opiniões é algo que enriquece culturalmente quando explorado de maneira séria e imparcial.
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Contextualização
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Como já disse antes, música é algo global. Em todos os países, em todos os cantos do mundo podemos encontrar e, caso não tenha, podemos começar uma. A crescente relevância da musica no mercado brasileiro deu uma importância muito grande para quem trabalha com ela, alguns são rotulados como críticos e creem que podem definir o que é bom ou ruim ‘de verdade’. Entrando no (‘perigoso’) campo pessoal, sou um curioso amante do tema e colecionador de artigos como CDs, DVDs e singles (um produto de importância no mercado fonográfico e que é pouco explorado no Brasil). Nunca gostei de rótulos, afinal música é música, mas sempre dei uma atenção maior para as que me entretinham e me faziam esquecer do mundo por instantes. Um adento: A inclusão da palavra ‘perigoso’, deve se ao fato das questões de utilização de referencias pessoais. Não creio que seja um grande problema tendo em vista que todos os trabalhos devem ter um cunho social e pessoal, para assim poder gerar uma real identificação de quem trabalha no projeto. O grande designer e educador Victor Papanek exemplifica esse possível envolvimento no decorrer dos capítulos 7 e 8
do livro “Arquitetura & Design”, alegando que o envolvimento real proporciona um interesse maior no desenvolvimento de qualquer projeto, por isso creio que referências pessoais sejam relevantes. Sendo algo tão globalizado e que gera um ciclo de influencias entre si, a música hoje se tornou algo internacional. Com ajuda da internet (e dos seus artifícios, como redes sociais e demais sites) a difusão da cultura musical de diversos países, ficou acessível ao grande público. Com base nisso e olhando para a quantidade de informações e materiais que possuo, posso definir como um subtema, a música pop internacional. Ela é a grande fonte de geração de receita do mercado fonográfico e inclui artistas bilionários, polêmicos, amados e odiados. A musica internacional representa cerca de 25,6% das vendas de CDs físicos no Brasil, 25,2% de DVDs e BluRays, tendo como principais nomes as cantoras Adele, Beyoncé, Lady GaGa, Justin Bieber, Amy Winehouse, segundo a Associação Brasileira de Produtores de Discos (ABPD). Dados referentes aos primeiros meses de 2013 sugerem que o mercado fonográfico mundial esta em crescimento, segundo
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dados da Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI, em inglês). Os sites de serviços de música online, como Spotify, Grooveshark e o próprio iTunes, sugerem que o papel das assinaturas de musica online é importante para o mercado e ajuda a divulgar novos artistas. Desde 2008, o mercado brasileiro de músicas cresceu cerca de 24%. A receita total do mercado americano chegou ao patamar de US$ 16,5 bilhões. Enquanto no Brasil, a receita é de R$ 398,2 milhões.
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Atributos do projeto 18
Para cumprir esses objetivos, serão produzidas interpretações gráficas que possam expressar as diversas opiniões que as pessoas possam ter sobre alguns artistas que se encaixam no perfil da questão. A escolha dos artistas deve ser feita de acordo com a história e relevância dentro do meio que ele esta inserido, é importante que os nomes escolhidos possam gerar um debate e conteúdo facilmente. A ideia é fazer refletir sobre conceitos e preconceitos que se possa ter quando o assunto é um artista que não tenha ainda uma imagem concreta para o publico.
Artistas Selecionados Para tentar fundamentar uma possível escolha de um artista ou de um recorte com alguns artistas, realizei pesquisas em sites e revistas especializados em música observando listas feitas anualmente como temas como, por exemplo, “artista do ano”, “cantora que mais vendeu” e “cantora com mais números 1”. Dentre as fontes de pesquisa estão: Billboard, Rolling Stone, Letras.mus.br, UOL Música, Vagalume e BCharts. Ao todo, 36 citações foram as que mais apareceram no cruzamento de dados pes-
quisados, inicialmente permiti que nomes de bandas femininas ou cantoras de outros estilos aparecessem no mapeamento, tornando-o mais completo e abrangente (obviamente esses nomes seriam excluídos).
Lista inicial: Adele, Alanis Morrisette, Alicia Keys, Amy Winehouse, Ashley Tisdale, Avril Lavigne, Beyoncé, Britney Spears, Céline Dion, Christina Aguilera, Ciara, Colbie Caillat, Demi Lovato, Destiny’s Child, Gwen Stefani, Hilary Duff, Janet Jackson, Jennifer Lopez, Jessie J, Katy Perry, Kelly Clarkson, Ke$ha, Kylie Minogue, Lady GaGa, Lindsay Lohan, Madonna, Mariah Carey, Mary J. Blige, Miley Cyrus, P!nk, Rihanna, Selena Gomez, Shakira, Spice Girls, Taylor Swift e Whitney Houston. Os primeiros nomes excluídos foram Destiny’s Child e Spice Girls que, apesar da notoriedade, fogem do recorte de cantoras pop, pois são grupos (nem sempre todas são relevantes de maneira igual). Em segundo lugar retirei nomes de artistas que já são consagradas pela critica especializada, como Céline Dion, Janet
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Jackson, Madonna, Mariah Carey e Whitney Houston. A cantora Whitney também poderia ter sido excluída por não pertencer diretamente (talvez poderia ser indiretamente, por isso apareceu na lista inicial) ao gênero da música Pop, assim como a cantora Mary J. Blige, Alanis Morrisette e Taylor Swift. A lista final, após cortes de questão técnicas conta com os 26 nomes a seguir:
Lista final: Adele, Alicia Keys, Amy Winehouse, Ashley Tisdale, Avril Lavigne, Beyoncé, Britney Spears, Christina Aguilera, Ciara, Colbie Caillat, Demi Lovato, Gwen Stefani, Hilary Duff, Jennifer Lopez, Jessie J, Katy Perry, Kelly Clarkson, Ke$ha, Kylie Minogue, Lady GaGa, Lindsay Lohan, Miley Cyrus, P!nk, Rihanna, Selena Gomez, Shakira. É muito estranho falar de diversos artistas, colocar muitos nomes e não colocar imagens dos mesmos. É uma escolha pensada. Quando ligo um nome à uma imagem, todos os esteriótipos e preconceitos imagéticos podem vir à tona. Não é o que quero. A escolha da imagem do Caetano serve para mostra que se fosse uma ima-
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gem da Valesca Popozuda (que não é tema e nem esta no corte do projeto), o leitor poderia ler de outra forma, talvez com preconceitos. Continue lendo que o preconceito vem/pode vir a seguir. Uma das possíveis artistas que poderiam ser exploradas nesse projeto, poderia ser a cantora Britney Spears. Durante a G1, fiz uma pesquisa aprofundada sobre a artista, achei válido citar novamente essa pesquisa para exemplificar como seria a escolha de outros novos artistas para compor o livro. Britney Spears pode ser classificada como cantora, compositora, dançarina, produtora e alguns outros rótulos dados a artistas multimídia. Ao longo dos seus quase 15 anos de carreira, vendeu em torno de 100 milhões de álbuns, 90 milhões de singles e 40 milhões de DVDs, segundo dados da sua gravadora americana Jive Records(filiada a Sony Music no Brasil). Atualmente é a 3ª artista que mais vendeu CDs nos anos 2000 e a 8ª artista que mais vendeu CDs em toda a história dos Estados Unidos. Outros números impressionam, como os mais de 308 prêmios que coleciona durante a carreira, tais quais: Grammy Awards,
MTV Vídeo Music Awards, Europe Music Awards, Teen Choice Awards, Billboard Music Awards, World Music Awards, American Music Awards, MTV Vídeo Music Brasil e segue. Ela é a única cantora na história a ter os seus 7 álbuns de canções inéditas a estrear no Top 2 (apenas 1 ficou em segundo lugar) da lista de CDs mais vendidos da América, a Billboard 200. Foi por 9 anos (de 1999 à 2007) consecutivos a celebridade mais procurada da internet, segundo os sites de busca Google e Yahoo!. Spears também coleciona recordes que estão registrados no livro Guinness World Records. Deixando os números de lado, a cantora se tornou um dos ícones da cultura pop mundial. Artistas como Lady GaGa, Beyoncé, Miley Cyrus, Selena Gomez, Demi Lovato, Adam Lambert já indicaram que Britney foi uma influencia direta em suas carreiras. A Rolling Stone, uma das revistas mais conceituadas da música tentou descrever a cantora:
“Uma das vocalistas mais polêmicas (e bem sucedidas) do século XXI,... (ela) liderou o crescimento do pós-milenar teen pop... Britney
cedo cultivou uma mistura de inocência e da experiência que quebrou o banco.” Spears sempre quis ser uma grande estrela, desde criança almejou ser um ícone que marcasse a história da música, como as suas influencias Whitney Houston, Janet Jackson, Michael Jackson e Madonna. Madonna e Michael Jackson se renderam ao nome Britney e dividiram o palco diversas vezes com a cantora para performances notórias. Entreter sempre foi o forte da cantora. Seus shows nunca foram voz e violão, nunca se basearam em apenas cantar com banda ou fazer com que as pessoas apenas escutassem as suas músicas, Britney Spears se entende no palco, suas músicas e shows são feitos para serem degustados com os olhos e ouvidos – nessa exata ordem. Coreografias complexas, muitos dançarinos, explosões, papel picado, pessoas voando, lasers, projeções, vídeos de background interativos, mágicas, fogo, chuva, essas são apenas alguns dos elementos usados pela cantora para traduzir a essência das músicas e entreter o seu público.
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Sobre o que espera que os seus fãs sintam ao sair dos seus show, ela disse:
“Eu espero que no fim do dia, os meus fãs se lembrem de mim como a pessoa que colocou um sorriso nos seus rostos.” A sua carreira sempre esteve atrelada a sua vida pessoal. Muitos olhos acompanharam a todos os seus passos através da lentes dos (muitos) paparazzi que sempre a perseguiram durante os anos. Todos os momentos bons e, principalmente, os ruins foram registrados e explorados por tabloides, revistas e sites especializados em fofocas de celebridades. Ao mesmo tempo em que Britney se deixou levar pela mídia, permitindo essa invasão de privacidade, ela se viu sugada e amplamente explorada por eles – chegando a ter o titulo de segunda celebridade mais fotografada da história, perdendo apenas para a Lady Di (morta em um acidente de carro ao fugir de paparazzi). A sua imagem de ‘boa menina’ acabou por ser arranhada pelos altos e baixos da sua vida pessoal e por decisões polemicas na sua carreira profissional. Inicialmente as
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criticas eram focadas nos playbacks (dublagem das músicas) e na ‘falta de conteúdo’ nas letras das suas músicas, durante os anos as criticas passaram a ter um cunho pessoal maior, como ‘ela é uma péssima mãe’, ‘ela é um robô falso’. O sucesso de Britney sempre incomodou muitos, principalmente aqueles que não querem compreender/aceitar os dados. Seu empresário Larry Rudolph disse em entrevista a revista Rolling Stone em 2008:
“Todo mundo pensa: ‘Ela é rica, ela é famosa. Ela deveria ser feliz. Ela não deveria se queixar.’ Ela não é de se queixar, mas as pressões a que alguém como ela é submetida são inimagináveis para a maioria das pessoas. E elas são verdadeiras, elas podem ser tiradas de você de um jeito que as pessoas não conseguem imaginar. O trabalho dela é ser Britney Spears, e infelizmente, esse trabalho também entra na vida pessoal dela e cria essa situação estranha na qual ela precisa ter seguranças ao redor dela o tempo todo. Não é algo que vem natural-
mente dela, e eu acho que ela se ajusta a isso diariamente.” Após atingir o auge do sucesso, Britney quis destruir a imagem que foi construída agindo de maneira errática com fim de mostrar que ela não era perfeita e manipulada como todos pensavam. Apesar disso, sua música nunca deixou de tocar, nunca encalhou e o seu nome sempre esteve ligado ao sucesso. Um exemplo perfeito: a apresentação da canção ‘Gimme More’ no MTV Vídeo Music Awards de 2007, auge da sua fase ‘louca’. Britney foi a apresentação de abertura do show, entrou no palco com pouca roupa e muito corpo. A imprensa mundial criticou o seu playback, a sua dança, o seu cabelo, o seu corpo, a sua roupa, tudo foi criticado – a revista americana Entertainment Weekly chegou a colocar uma imagem da apresentação na capa com uma enorme chamada de ‘Oh, The Horror!’. Apesar de todas as criticas da mídia especializada, a música chegou ao topo das paradas, vendeu mais de 3 milhões de cópias mundialmente e se consagrou como mais um single de sucesso na trajetória da cantora.
Esse projeto possui uma conexão entre os temas cultura de massas, musica pop e indústria de entretenimento. A influência do movimento artístico da Pop Art foi quase que inevitável. Apesar de ter sido iniciado no final da década de 1950, os conceitos de ‘mass media’ e valorização da cultura popular capitalista se encaixam no contexto do projeto. A procura pela estética da cultura popular é uma das características da época que se fazem presente até hoje quando vemos veículos de mídia se preocupando com a ascensão ‘nova classe c’, atualmente ser popular (às vezes trash) é legal. Não quero que esse livro seja uma biografia dos artistas, mas acho que utilizar fatos marcantes da sua trajetória possa ser enriquecedor para leitores, que poderão relembrar e analisar esses acontecimentos por um ponto de vista e estética inusitada. Creio que o ponto forte desse projeto seja justamente criar novos modos de enxergar fatos e poder gerar novas reflexões sob um ponto de vista que pode ser diferente do que o leitor tem.
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O som do preconceito 24
Um dos grandes desafios que assumi com esse projeto foi o enfrentamento do preconceito. Nunca entendi porque o popular tem q ser pior, menor ou desprestigiado em relação ao que se diz cult ou aceito pela minoria que se acha superior e distinta. Tenho medo dessa mania segregadora de pensar que, se atinge a maioria das pessoas, não pode ser bem pensado ou não agrega. Isso não é verdade. Abro aqui uma pequena observação: nem sempre o preconceito se mostra de cara limpa, poucos têm ‘coragem’ para tal, muitas vezes ele aparece velado e em forma de caras feias, negativas sem fundamento e milhões de outras possibilidades igualmente ofensivas. A imposição não combate nenhum preconceito, fazer com que a pessoa aceite a todo custo, também não, a chave de tudo deve ser a conscientização e o respeito. Ninguém precisa aceitar o diferente ou algo que não gosta, mas precisa, sim, respeitar. Na música, na vida pessoal, na vida acadêmica, nas escolhas profissionais, em todo lugar o preconceito pode se encaixar, mas a escolha da prática é pessoal.
só o público do artista como outros, tendo em vista que o ‘pop’ vem de ‘popular’. Muitos dizem que a construção sonora musical é pobre pela utilização de sons digitais em detrimento do uso de instrumentos tradicionais, porém deixam de olhar da perspectiva de uma novas de possibilidades sonoras experimentais. Outros reclamam das composições das letras que são genéricas, essa é uma das questões que foram amplamente exploradas e debatidas com outro estilo musical tão menosprezado quanto o Pop, o Funk. O entretenimento pode sim ser uma forma de escapismo para um dia a dia corrido de um mundo que esta sempre bombardeando os indivíduos com milhões de informações a cada milésimo de segundo. Relaxar e ter um divertimento simples, que não exija que você necessite de muita bagagem teórica/acadêmica/etc. não pode ser taxado como algo menor e ruim. Desenvolver algo que possa ser consumido facilmente e que atinja a maioria das pessoas, é tão difícil quanto desenvolver algo que agrade uma minoria.
O desafio da música pop internacional é conseguir fazer um som que agrade não
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Projetos similares 26
Ao longo do levantamento de dados desse projeto, alguns projetos análogos e similares foram listados e analisados. Até o momento apenas um projeto similar foi encontrado, em contra partida, alguns outros possuem características análogas ao que pretendo desenvolver, portanto, essas características que os levaram a ser selecionados estarão indicadas e explicadas. O projeto que pode ser considerado similar ao que pretendo atingir é o livro “The Art Of Disney Princess” (R$ 110,90, site Livraria Cultura), um livro pode ser considerado um item de luxo para os amantes da Disney. O livro tem 176 páginas em inglês, possui uma encadernação de capa dura protegida por uma luva laminada e uma introdução escrita por Glen Keane, um dos principais animadores dos estúdios Disney. Para o desenvolvimento do seu conteúdo, diversos artistas, ilustradores e designers foram convidados para desenvolver releituras das personagens de princesas de histórias da Disney. Cada convidado utilizou a técnica de representação gráfica que melhor representaria a sua visão da princesa selecionada, são diversas pinturas, fotografias, ilustrações tradicionais, colagens, imagens compu-
tadorizadas e diversas outras técnicas que juntas compõe interpretações tradicionais, modernas e inusitadas de ícones presente na infância de diversas crianças e adultos durante décadas. Como pontos negativos podem ser citados a falta de informações claras quanto a seleção das imagens ou um foco que o livro possa ter. As imagens estão dispostas de maneira bastante aleatória, parecendo que foram colocadas em cada página sem uma seleção prévia. O livro não possui capítulos ou um índice, dificultando a identificação das imagens. A luva que acompanha o livro acaba por perder a função pois ela atrapalha o manuseio e estraga facilmente. Dentre os projetos análogos selecionados, dois merecem um destaque maior por serem análogos ‘quase similares’ (o livro ‘Stages’ e ‘SEX’), os demais são pontuais quanto a seleção. Abaixo seguem as descrições e informações analisadas. “Britney Spears: Stages” (aproximadamente R$ 150, usado) – Livro de 104 páginas que mistura ilustrações e fotografias feitas durante a gravação do documentário ‘Stages: Three Days in Mexico’ da cantora americana Britney Spears. O livro vem
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acompanhado do DVD do filme de 60 minutos, dirigido por Juddy Hoffman, que registra os últimos momentos da passagem conturbada da turnê ‘Dream Within A Dream’ pela Cidade do México em 2002. Selecionei esse projeto como análogo por ser um livro que mostra as diferentes facetas da artista Britney Spears nos palcos (relação com o título do livro/documentário) utilizando-se de grafismos ou pequenas ilustrações misturados com registros fotográficos com tratamentos digitais. Não podemos deixar de notar referencias aos movimentos, vibrações, repetição e outros conceitos que estudamos no curso de Design e que foram utilizados nas composições das imagens. Como pontos negativos, podem ser citados a pouca exploração de grafismos e outras interpretações gráficas e a utilização de muitos registros fotográficos. “MADONNA SEX” (aproximadamente R$ 500, usado) – Livro com 128 páginas, encadernação Wire-O e embalado por um envelope metálico. O conteúdo é composto de fotos eróticas e alguns textos como cartas amorosas e eróticas. Foi lançado em 21 de outubro de 1992, precedendo o lançamento do CD ‘Erotica’, dentre os te-
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mas como sadomasoquismo e sexo livre. Esse projeto foi selecionado por ter diversas interpretações sobre o tema sexualidade através de técnicas variadas, como fotografia, interferências gráficas, colagens e outras. O livro é bem experimental tanto nas técnicas quanto na utilização de papeis diferentes no miolo. Entretanto, o livro possui muitas fotografias e algumas cartas que acabam por mudar o foco do livro, deixando-o similar a um diário de fotos intimas.
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Metodologia & planejamento 30
Para atingir os objetivos que tenho com esse projeto, realizarei entrevistas com pessoas que se interessem pelo projeto, tendo isso como base, serão desenvolvidas representações dessas opiniões que foram expressas e por fim, selecionarei uma compilação que estará reunida em um livro. As entrevistas vão servir de base para compreender como o entrevistado enxerga a cantora, será importante para entender o ponto de vista de cada um e poder fazer uma comparação com a representação gráfica. Como um dos objetivos do livro é servir de base para uma reflexão sobre o assunto tratado, a entrevista não poderá ser tendenciosa em suas perguntas para não inibir o entrevistado. As perguntas serão genéricas e, de preferencia, gravadas. Acredito que a gravação poderá fornecer mais informações quando reações, tons de voz e forma da fala, esses pontos podem fornecer informações importantes sobre veracidade quanto ao que foi dito. Após as entrevistas serão geradas representações gráficas referentes a cada entrevistado. O objetivo é que as criações abranjam técnicas diferentes de repre-
sentação, como pinturas, xilogravuras, colagens, desenhos e demais formas que possam ser utilizadas em cada caso. A riqueza dos trabalhos será na sua variedade de formas e na conexão com as entrevistas que foram cedidas, pois é de extrema importância de que as técnicas e representações conversem com o que foi dito pelos entrevistados. De inicio propus a fazer as representações gráficas com base nas entrevistas, assim teria o meu ponto de vista quando a opinião de outra pessoa quanto o tema proposto na entrevista. Em conversas de orientação com alguns colegas e professores, vi que a possibilidade de deixar o entrevistado criar sozinho uma representação pode torná-la mais intima e, possivelmente, mais rica em detalhes. Quanto a essa decisão entre as duas formas de representação, acho válido fazer uma experimentação prévia para testar as possibilidades que parecem ser interessantes. O objetivo é ter um número maior de criações do que as que vão ser necessárias para o livro. A escolha das representações deverá ser feita com base nos resultados em comparação a entrevista feita com
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a pessoa que gerou a criação. Creio que assim a analise das ‘melhores’ será mais eficiente do que se for apenas baseado na estética, pois será uma seleção mais imparcial.
_Levantamento de métodos de obtenção de informações;
Para traçar um planejamento desse projeto, busquei conhecimentos anteriores obtidos nos projetos já desenvolvidos. Dividi as ações que julguei necessárias em um plano de desenvolvimento do projeto que guiará um cronograma, mas creio que algumas outras novas ações podem surgir no decorrer do projeto de acordo com as necessidades.
_Realização de entrevistas prévias para obtenção de primeiros dados; Próximas etapas do desenvolvimento: _Realização de testes prévios com primeiros entrevistados;
Etapas realizadas:
_Estudos de técnicas de representação gráficas;
_Pesquisas gerais iniciais sobre o tema geral, no caso “música”;
_Criação de infográfico da artista e dos dados coletados;
_Pesquisas avançadas sobre o tema e a especificação de um ‘nicho’;
_Realização de novas entrevistas para obtenção de dados;
_Identificação e construção de uma proposta de projeto;
_Definições projetuais de desenvolvimento e entrega futura (como: expectativas, prazos, protocolos, etc.);
_Pesquisa de projetos similares e análogos; _Análise de projetos gráficos de projetos similares, análogos e inspirações; 32
_Coleta de informações pertinentes quanto ao artista;
_Criação das interpretações gráficas com base nas entrevistas; _Testes de diagramação;
_Criação de bonecas e testes de funcionalidade dos layouts; _Definição de diagramação; _Testes de impressão; _Criação de bonecas e testes de funcionalidade das peças gráficas; _Definições técnicas sobre o produto final (como: papel, impressão, acabamentos, etc.); _Produção final.
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Anรกlise de pesquisas 34
Com base nos nomes pesquisados, busquei elaborar um questionário online para fundamentar decisões projetuais e abrir uma possibilidade para que possíveis novos caminhos emergissem. O link ficou disponível durante 7 dias para contabilizar respostas através de compartilhamento em redes sociais, como Facebook e Twitter. O questionário começa abordando dados pessoais (Faixa etária e Sexo) que podem ser utilizados para um refinamento do público alvo e em seguida, é indagado sobre a questão do preconceito (se existe, se já aconteceu com a pessoa ou alguém conhecido). Posteriormente pergunto sobre artistas que melhor representam a música pop e artistas que possivelmente sofrem de um não reconhecimento devido do trabalho produzido, nesse momento as respostas passam a ser selecionáveis, para que a pessoa que responde possa escolher mais de uma resposta possível.
carisma, modismos) e questões práticas (como produtos lançados). Na ultima pergunta, agora múltipla escolha, o entrevistado deveria responder se acha que possa existir uma conexão entre a arte e a música Pop com fim de combater preconceitos. Desejo que o questionário continue online. Espero conseguir fazer uma divulgação mais abrangente para coletar mais dados e analisar uma possível mudança de informações. Apesar do numero, até o momento, ser de 15 respostas, acredito que uma variação de porcentagens nas respostas não iria ocorrer, mas a certeza só poderia vir através de mais tempo.
A penúltima pergunta tem como objetivo avaliar o que o entrevistado acha que é importante para formar um artista Pop e teve que selecionar as alternativas entre questões técnicas (como potencial vocal), questões pessoais relativas (como beleza,
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Entrevistas
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Durante o processo de desenvolvimento do projeto, conversei com diversos amigos de design, professores e amigos pessoais com fim de debater questões relevantes para o projeto como os nomes dos artistas, técnicas que poderiam ser usadas e, até mesmo, sobre a validade do projeto. Essas conversas informais me levaram a perceber que seria importante realizar algumas entrevistas com fins de captar registros de emoções e sentimentos que não são tão óbvios em questionários e pesquisas literárias.
e nem todos gostam de música pop atualmente. Abaixo seguem as perguntas feitas e algumas das respostas mais relevantes.
O roteiro das perguntas feitas durante as entrevistas segue abaixo. No primeiro momento busquei identificar o que leva e o que sentem as pessoas ao escutar musicas pop internacional, o objetivo era entender uma possível identificação/conexão com a música/artistas e o ouvinte. Em seguida perguntei sobre preconceito musical, - se já sofreram, como foi o fato e como se sentira - nessa parte busquei base para entender os casos de preconceito com esse estilo musical.
“Gostava de escutar porque era alegre e dançante.” – Kamila.
A escolha dos entrevistados até o momento foi feita através de conhecidos que tivessem alguma relação com o estilo musical, nem todos são amigos próximos
_O que te faz escutar esse tipo de música?
“Não sei... acho q tudo. Chego em casa e ponho uma música pra relaxar e me sentir bem.” – Gabriella. “Pra passar tempo.” – Luiz.
_O que você sente ao escutar essas músicas?
“Me sinto bem. Sempre escuto música quando estou triste e quero esquecer alguma coisa ruim que aconteceu no meu dia. [...] É tipo um remédio.” – Gabriella. “Alegre. Confortável. Sabe quando a pessoa não precisa de muito pra ficar bem? É uma pena que temos
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poucos exemplos de pop nacional, foi a época...” – Luiz. _Você em alguma identificação com algum artista? Qual? Por quê?
“Com esses atuais, não mesmo. São crianças perto do povo das antigas. Adorava Michael Jackson, aquilo que era música” – Luiz. “Gosto muito das músicas da Britney. As músicas sempre tem uma mensagem positiva, que te fazem ficar animado e ter vontade de dançar. Não escuto música pra ficar pra baixo...” – Gabriella. _Você já sentiu preconceito por gostar de algum artistas/música?
“Muitas vezes. As pessoas pensam que todas as cantoras são p*tas [...] não é bem assim. É meio que uma forma de expressar o feminismo. [... ] Quase uma reafirmação, eu posso também.” - Gabriella 40
“Eu gostava muito de imitar as danças. Minha mãe ficava falando que era uma coisa ruim escutar aquilo por causa da igreja. [...] Eu escutava baixinho no quarto.” – Kamila. _Como foi?
“Uma vez a minha tia disse que era uma coisa do capeta. [...] Eu peguei os meus CDs e risquei no mão do quarto. Me arrependo por não ter mais eles.” – Gabriella. “Fiz uma apresentação de uma música do Calypso e via as pessoas rindo da minha cara. [...] Era meu aniversário, na minha festa mesmo. No final pediram pra dançar de novo, mas dava pra ver que era pra me zoar...” - Kamila
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Técnicas de representação 42
Por causa de questões acadêmicas, infelizmente mais importantes, tive que tardar a produção de conteúdo e desenvolvimento de pesquisas e testes nessa área. Anteriormente já tinha me aventurado em pesquisas sobre técnicas de representação gráfica durante o curso (com uma maior ênfase no projeto 7) e achei válido deixar indicado algumas pesquisas anteriores que indicam uma relação próxima com algumas possibilidades que tenho para desenvolver o conteúdo gráfico do projeto. Achei interessante frisar a escolha por influencias de técnicas utilizadas no movimento da Pop Art, como imagem reticulada, imagem traço, serigrafia e xilogravura. A utilização de imagens e tratamento estético digital é uma possibilidade que quero que exista dentro do material final produzido, assim como produção manual de técnicas que aprendi durante o tempo que fui estagiário do Laboratório de Processos Gráficos da PUC-Rio, onde tive contato direto com experimentações e processos de produção. Segue uma pequena analise dessas técnicas: Stencil: Uma técnica que utiliza uma máscara (em papel, acetato, ou outro material) com um corte no formato do dese-
nho. O vazado dessa mascara dará lugar ao desenho feito, utilizando tinta (seja de spray, rolinho de espuma, batedor, pincel, etc). Xilogravura: Uma técnica, também ensinada pela professora Thereza, onde uma matriz de madeira é utilizada como ‘carimbo’ para a reprodução de desenhos. A madeira é entalhada com ajuda das goivas, depois é entintada com rolos de borracha e tinta offset. Após o entintamento, um papel é colocado por cima da matriz e a transferência da tinta será feita através da pressão exercida no papel ou madeira. Colagens: Técnica que produz uma composição imagética feita a partir de recortes de imagens de impressos através do uso de estiletes e facas variadas. Existe a possibilidade de composição digital através de softwares como Photoshop. Monotipia: Técnica de representação de desenho através de manchas de tinta. Cada impressão é única e o resultado nem sempre pode ser controlado. As tintas se misturam com a superfície gerando o desenho invertido. Pinturas: Uma das técnicas de representação mais desenvolvida e utilizada. Exis-
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tem muitas variações de tipos, traços, tintas e demais questões técnicas que podem influenciar diretamente no resultado de uma pintura. Basicamente é constituída do uso de tinta sob uma área de trabalho virgem (geralmente uma tela branca). Transferência Thinner: Técnica utilizada nas aulas da professora Thereza Miranda. Basicamente é uma fotocópia (Xerox) de uma imagem que é transferida para outra superfície através de um solvente, no caso Thinner. A Xerox é colocada em cima da superfície desejada, com a imagem para baixo (com a impressão em contato direto com a superfície) e o liquido é esfregado no papel da impressão através de algodão ou estopa. Penso em desenvolver os layouts e representações baseadas em um misto de técnicas artísticas manuais e digitais, as possibilidades de alternativas derivadas dessa união de formas de trabalho acabam por enriquecer o resultado.
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Conclus천es
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A ideia desse projeto surgiu a quase um ano, pouco antes de começar a fazer o projeto 7, inicialmente seria um projeto um pouco mais modesto e pensado para ser uma preparação para o meu projeto final de conclusão do curso. Ao idealizar e refinar algumas ideias que fui tendo com o tempo, percebi que poderia atingir um nível maior de exigência caso assumisse os desafios que poderiam surgir caso dedicasse mais tempo e trabalho. Percebi que esse poderia ser o meu projeto 8. Como um futuro comunicador visual, tenho que assumir desafios que possam me ajudar a potencializar as minhas habilidades e acrescentar de forma positiva na minha formação. Trabalhar com artes gráficas de representação visual sempre foi um desafio que me propus a vencer, mesmo temendo não conseguir. Fazer uma representação gráfica baseado na opinião de uma pessoa sobre a imagem/ carreira/trabalho de uma terceira pessoa é algo complexo e desafiador.
da melhor maneira possível. Esse projeto vem me motivando a pensar e refletir as relações emocionais das pessoas. A música ou um artista pode remeter a diversos momentos e emoções que marcaram a vida dos indivíduos. Ela tem o poder de suprir, recuperar e transformar a vida e as pessoas, só dependendo apenas da importância que o usuário deposita. É muito errado pensar que o preconceito se combate com repressão ao fato que o gera, ele deve ser combatido através do conhecimento e da reflexão gerada pelo ato de observar de modo diferente. É ai que entra esse livro, como base para fomentar novas visões alternativas. Sei que falta um caminho bem longo para a realização do projeto, mas espero que após essa fundamentação bem fechada, o projeto siga sem grandes problemas (é impossível não existir problemas, por menores que sejam).
Outro desafio proposto foi enfrentar o preconceito musical, acadêmico e pessoal. Acredito que o preconceito é um fator limitador de criatividade, inteligência e evolução que deve sempre ser combatido
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Agradecimentos prĂŠvios 48
Não teria como terminar essa iniciação do projeto final sem agradecer as pessoas que me acompanharam nesse inicio do final. Sempre fui muito grato à todas as pessoas que participaram dos momentos que vivi e não poderia deixar de começar a agradecer desde já – não quero esquecer de ninguém e nenhum momento.
Flavia Nizia; como não começar pela pessoa que me orientou e me ajudou (às vezes contra a vontade) a botar esse projeto no mundo?! Não tenho como agradecer por me apoiar no momento mais difícil (porém previsível) até agora. Pode ficar bem tranquila, não acabamos as nossas orientações – nem tudo termina quando acaba... ;) Dora Reis; pela segunda vez terei que começar um agradecimento da mesma forma: o que seria do meu projeto sem você surtando junto comigo? Obrigado por tudo, sua lymda. Cheeers.... again with Coke! =D
Olívia Blanc, Henrique Moraes, Julliane Alberigi, Mariana Vieira, Thais Marinho, Eliza Lima, Luma Cabral, Kevin Jones, Vinicius Mesquita; meus mais do que queridos amigos, não tenho como não agradecer a todos por ter me aguentado/escutado reclamar, gritar, surtar, rir, bancar o bipolar, comer, chorar, etc. Não existe forma de mostrar o quanto sou grato à todos vocês por estarem do meu lado sempre. Amo todos. Clarinha Sozinho, Vivian Duarte, Roberta Calixto; obrigado por me aturarem durante todo esse período. As aulas foram mais proveitosas e rápidas com vocês. Roberto Meneghini, Simone Formiga, Déborah Rodrigues, Dayane Lima, Celina Kuschnir,...; obrigado pelo apoio que me deram e por me aguentar falando sem parar sobre o meu projeto. 49
Bibliografia
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BURNETT, Henry. Cultura popular, música popular, música de entretenimento: o que é isso, a MPB?. Disponível em: <http://www.raf.ifac.ufop. br/pdf/artefilosofia_04/artefilosofia_04_04_filosofia_musica_03_henry_burnett.pdf>. Data de acesso: 21 de agosto de 2012. IAZZETTA, Fernando. O que é a música (hoje). Disponível em: <http:// www.eca.usp.br/iazzetta/papers/forum2001.pdf>. Data de acesso: 25 de agosto de 2012. NEDER, A. O estudo cultural da música popular brasileira... Per Musi, Belo Horizonte, n.22, 2010, p.181-195.Disponível em: <http://www.musica.ufmg. br/permusi/port/numeros/22/num22_ cap_14.pdf.pdf >. Data de acesso: 23 de agosto de 2012. SILVEIRA, Luís Gustavo Guadalupe. Uma Introdução à Crítica de Adorno À Música Popular. Disponível em: < http://www.demac.ufu.br/semanadamusica/Textos/Texto05.pdf>. Data de acesso: 30 de abril de 2013. ‘The Art of the Disney Princess’. Book
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mostram-que-mercado-fonografico-esta-em-ascensao.html>. Data de acesso: 6 de maio de 2013 “Estatísticas e Dados de Mercado”. Associação Brasileira dos Produtores de Discos. Disponível em: < http://www. abpd.org.br/estatisticas_mercado_brasil.asp>. Data de acesso: 6 de maio de 2013 “Mercado fonográfico tem primeira alta em 13 anos”. Cultura e Mercado. Disponível em: <http://www.culturaemercado.com.br/mercado/mercadofonografico-tem-primeira-alta-em13-anos/>. Acessado em: 6 de maio de 2013 “Especial: diversidade e preconceito musical”. Agencia JPress de Reportagens. Disponível em: <http://jpress. jornalismojunior.com.br/2013/05/ especial-diversidade-preconceito-musical-brasil/>. Acessado em: 18 de junho de 2013
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