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PREFEITO MUNICIPAL DE MANAUS
Amazonino Mendes VICE-PREFEITO MUNICIPAL DE MANAUS
Carlos Souza DIRETORA-PRESIDENTE DA FUNDAÇÃO MUNICIPAL DE CULTURA E ARTES
Lívia Mendes VICE-DIRETOR-PRESIDENTE DA FUNDAÇÃO MUNICIPAL DE CULTURA E ARTES
Renato Seyssel DIRETOR DE LOGÍSTICA E FINANÇAS DA FUNDAÇÃO MUNICIPAL DE CULTURA E ARTES
Carlos Augusto Pereira da Silva PRESIDENTE DO CONSELHO MUNICIPAL DE POLÍTICA CULTURAL
Thiago de Mello SECRETÁRIO-EXECUTIVO
Jaime Pereira
Av. André Araújo, n.º 2767 Aleixo CEP: 69060-000 – Manaus-AM Tel.: 92-3215-3473 E-mail: concultura@pmm.am.gov.br
Avenida André Araújo, 2767 – Aleixo CEP: 69060-000 – Manaus-AM Telefone: 92-3215-3474/3470 Site: www.manaus.am.gov.br E-mail: gabdiretoria.manauscult@pmm.am.gov.br
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Josテゥ Roberto Girテ」o de Alencar (Organizador)
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José Roberto Girão de Alencar (Org.), 2010
COORDENAÇÃO EDITORIAL
Jaime Pereira PROJETO GRÁFICO E REVISÃO
Marcos Sena (marcos_tito_sena@ig.com.br) CAPA
Thiago Barata (A1 Studio) FICHA CATALOGRÁFICA
Ycaro Verçosa dos Santos – CRB-11 287
A368m Alencar, José Roberto Girão de (org.). Moacir Andrade – Uma lenda amazônica. Organização de José Roberto Girão de Alencar. / Manaus: Edições Muiraquitã, 2010. 140 p. ISBN 978-85-99122-10-5 1. Biografia 2. Artes Plásticas – Amazonas(Estado) I. Título CDD 927 22.ed.
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Homenagem Esta edição de luxo com minhas principais obras que a Prefeitura Municipal de Manaus está realizando, é uma justa homenagem que o autor faz ao prefeito Amazonino Mendes ao longo de sua trajetória, amigo e irmão, o meu muito obrigado. Manaus, 5 de outubro de 2010. Moacir Andrade
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SUMÁRIO
PREFÁCIO APRESENTAÇÃO
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MOACIR ANDRADE – UMA LENDA AMAZÔNICA A biografia do artista 13 Depoimentos 19 Pintor da Amazônia, pintor do Brasil 23 Moacir Andrade – Instinto Poderoso da Amazônia 25 Barcos amazônicos, nos desenhos de Moacir Andrade 27 Moacir Andrade e sua obra 29 A arte de Moacir Andrade 37 Apresentação de um livro 39 O que diz o autor de “A Selva”! 41
Moacir Andrade, pintor do trópico anfíbio 43 Depoimento do autor do “Estatuto do Homem” 45 Falam os imortais 49 Fala o autor do Auto da Compadecida 51 Meio século de arte amazônica 63 O poetinha e outros luminares 67 Mensagem do Peixe Vivo, o grande JK 69 A fala do fundador do Masp 71 Como Jefferson Péres vê seu amigo e companheiro do “Clube da Madrugada” 73 O poeta do azul, pinta o amigo das Madrugadas 75 A visão de um jornalista “Prêmio Esso”77
Moacir Andrade o caboclo das tintas 79 Para Moacir Andrade 81 Escritor amazônida fala do pintor 83 Moacir Andrade, um artista polivalente93 O mundo maravilhoso da pintura “ingênua” de Moacir Andrade 97 O que diz um jurista de Moacir 101 Opinião de um Prêmio Nobel de Litratura 103 A Imprensa e Moacir Andrade 107 Moacir Andrade condecorado na França 109 Prêmios e honrarias 111 Moacir divulga arte amazonense nos EUA 113 André Araújo – A profecia de um sucesso115
Moacir Andrade é nossa expressão cultural 119 Os 45 anos de exposição do Moacir Andrade 121 Medalha Cultural para Moacir Andrade 123 Moacir Andrade comemora 45 anos de arte 125 Moacir Andrade – Patrimônio vivo da cultura amazônica 127 Exposições Individuais 131 Museus e Pinacoteca com obras do autor135 Obras nos acervos dos seguintes museus e pinacotecas 137
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Prefácio à primeira edição
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enho a grata satisfação de lançar este Caderno de Artes e abrir uma exposição retrospectiva da vida e da obra do mais importante pintor e artista plástico amazonense. A alegria é maior por coincidir este evento com importantes datas de nossa história: a fundação do ICBEU, que completa este ano 53 anos de uma profícua existência dedicada à educação e a cultura, o nascimento do nosso fundador e querido amigo, prof. Ruy Alencar, que completaria 84 anos no dia 15 de maio deste ano, se vivo estivesse e, finalmente, os 75 anos de carreira do Moacir Andrade. Por não ser especialista em literatura, deixo para os luminares como Gabriel Garcia Marques, Ariano Suassuna, Jorge Amado, José Sarney, Cla-
rice Lispector, José Lins do Rego, Jorge Amado, Samuel Benchimol, Jefferson Péres, Jorge Tufic, Elson Farias e tantos outros, a incumbência de apresentar e comentar a obra e a personalidade do artista, suas muitas facetas, escolas, correntes e diferentes percepções da realidade amazônica, carro chefe ou “leit motiv”, de sua temática principal: as terras e as gentes da Amazônia, o que de pronto, o insere em nossa história, como um humanista, um sociólogo, um defensor da Amazônia, enfim, uma lenda viva. Eles, em seus depoimentos, enriquecem este catálogo, um verdadeiro “caderno de arte”, que editamos para registrar este momento histórico. Prefiro referir-me ao artista como “prata da casa”, frequentador desde os
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primórdios do “English Speaking Club”, descoberto e lançado internacionalmente por nosso “mecenas” prof. Ruy Alencar, que, nos idos de 1968, sob os auspícios da Embaixada Americana, o encaminhou da província, para realizar suas primeiras exposições internacionais, no Tennessee, em Washington e New York, nos Estados Unidos, de onde fez seu “take off” para o mundo. Como atual dirigente do ICBEU resgatei e trouxe de volta Moacir Andrade para nosso convívio cultural, convidando-o para ser um dos curadores de nossa “galeria de artes” e ajudando-nos na promoção e realização de nossos projetos artísticos e culturais, e na descoberta e lançamento de uma nova geração de artistas amazonenses.
Moacir Andrade – Uma Lenda Amazônica
Muitos outros artistas plásticos, poetas, escritores e pensadores passaram por aqui, ajudando-nos a mostrar esta faceta de nossa missão cultural pouco conhecida, já que muitos nos conhecem, apenas, pela excelência de nosso curso de língua inglesa. Muitos outros mais poderão voltar a este espaço que estará sempre aberto à cultura e à promoção de nossa gente. Manaus, 2 de julho de 2009. Aristóteles Lima Thury Presidente do ICBEU
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Chegando em casa, 1975.
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Apresentação
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capital da floresta há muito é o cenário onde vários autores buscam inspiração para expressar o cotidiano mítico e místico, evocativa da percepção singular do ambiente amazônico. São poemas, contos, crônicas, ficção e trabalhos científicos onde os temas nos trazem diversas nuanças de Manaus. Moacir Andrade – uma lenda amazônica, organizado por José Roberto Girão de Alencar, que reúne biografia, telas e depoimentos de várias personalidades ligadas à cultura sobre o escritor e
artista plástico Moacir Couto de Andrade, é uma dessas obras especiais que chega para juntar-se ao acervo literário de Manaus. As telas do virtuoso mestre da pintura brasileira, destacadas nesta obra, fascinam a sensibilidade dos admiradores e expressam seu amor vívido e incondicional à arte amazônica, fundada não numa visão altruísta de admirar o belo sem nada entender, mas na sensação de ser participante dos processos criativos, na busca intermitente da harmonia das cores, do equi-
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líbrio das formas, da melhor possibilidade de ser parte do milagre amazônico. Além disso, é um livro constituído de lembrança, ternura e saudade, onde as paisagens que encantam o mundo remontam a uma viagem também endógena, reveladora das belezas e fascínio de Manaus, entendida como a capital dos trópicos. Na comemoração do aniversário de Manaus, a cidade recebe este presente de um de seus mais ilustres filhos, que também completa oitenta e quatro anos de dedicação e amor a
Moacir Andrade – Uma Lenda Amazônica
Manaus. Portanto, tenho a grata satisfação de apresentar Moacir Andrade – Uma lenda amazônica e partilhá-lo como uma homenagem a Manaus e um gesto de reconhecimento por um de seus artistas mais insignes. Amazonino Mendes Prefeito de Manaus
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Primeiro desenho de Moacir Andrade aos sete anos.
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A biografia do artista BREVE
RELATO ESCRITO PELO INTELECTUAL EURICO ANDRADE ALVES, PUBLICADO NO “CORREIO DA FEIRA”, VILA DA FEIRA , PORTUGAL.
belecerem em Manaus a rua Joaquim Nabuco, próximo a Barão de São Domingos, fizeram residência a rua dos Andradas, mudando-se depois para a rua Ramos Ferreira e finalmente para a Dr. Machado, no bairro do Alto de Naoacir Andrade nasceu em zaré onde o menino viveu até o ano de Manaus, capital do Estado do 1953, quando convolou núpcias com Amazonas, no dia 17 de março de a senhora Graciema Britto de An1927, na Santa Casa de Misericórdia drade, professora normalista. de Manaus, à rua de Dez de Julho, no O período elementar estudou no quarto n.° 9. Com poucos dias de nas- Grupo Escolar Ribeiro da Cunha, cujo cido, seus pais, Severino Galdino de prédio ainda existe à rua Silva Ramos. Andrade e Jovina Couto de Andrade Terminando o curso primário, ingresviajaram para o interior do Amazonas sou no Ginásio Amazonense Pedro II onde o menino viveu a sua primeira in- em 1939. Com a notícia da abertura fância. Isso aconteceu no município de do Liceu Industrial anunciando o enManacapuru, no sítio denominado de sino profissionalizante em Manaus, “Nova Esperança”, de propriedade de cuja inauguração oficial de suas novas sua tia Josefa Couto da Silva, mais co- instalações feriu-se no dia 10 de nonhecida como “Zefinha”, professora vembro de 1941, dia do Estado Novo, muito querida naquele pedaço de bei- instituído pelo presidente Getúlio Varradão do rio Solimões. Em 1934, Se- gas. Seus pais resolveram em comum verino viajou para Manaus em busca acordo com seus padrinhos, Dr. Tede melhor educação para seus dois fi- místocles Pinheiro Gadelha e Clotildes lhos, Mozart e Moacir. As primeiras le- Pinheiro, interná-lo nesse novo estabetras os meninos aprenderam com sua lecimento de ensino secundário promãe Jovina, que também era profes- fissional, já que o menino era exímio sora naquele lugar. Depois de se esta- desenhista e suas pinturas despertavam
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admirações às autoridades da época. Para as solenidades de inauguração das novas instalações da escola, o diretor da Instituição Pública juntamente como diretor do Liceu, Dr. Luiz Paulo Sarmento, resolveram realizar uma amostra de seus desenhos e pinturas, cuja exposição foi carinhosamente arrumada pelo então professor de desenho Projucan Rafael de Souza, seu antigo mestre e amigo, cujo evento constou no programa oficial. No dia 2 de fevereiro de 1942, Moacir Andrade ingressava feliz como aluno interno no Liceu Industrial de Manaus, no Curso de Marcenaria, dirigido pelo professor José Barbosa e coadjuvado pelos mestres Horácio e Ataíde. Como o aluno interno, permaneceu até fins de 1945, quando finalizou o curso industrial que equivalia ao curso ginasial. Em 1946 trabalhou como auxiliar de escritório da firma comercial Ciex S/A, de propriedade de Isaac Benzecry, cuja amizade dura até hoje. Em 1948 ingressa como desenhista de construções civis da empresa Mário Novelli, que construiu o Sanatório Adriano Jorge, hoje
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Hospital Geral de Manaus e inicia a vida profissional como desenhista do engenheiro José Florêncio da Cunha Batista. Foi professor da Escola Normal São Francisco de Assis ao tempo do saudoso mestre Fueth Paulo Mourão. Em 1953 no dia 9 de maio contraiu núpcias com a senhora Graciema Britto de Andrade, filha de João Fernandes de Britto, funcionário exemplar da Alfândega de Manaus e de dona Petronilla do Valle Britto. O enlace aconteceu na casa da noiva à rua Xavier de Mendonça, 230, bairro de N. S. Aparecida dos Tocos. Do casamento nascem cinco filhos: Gracimoema, casada com o Dr. Fernando Rebouças Sampaio; Lúcia Regina, casada com o engenheiro Jackson Dinajá Feijó; Graciema, casada com o aeronauta Antônio Carlos Branquinho; Moacir Andrade Júnior, Maria do Carmo Britto de Andrade e Raimunda Santos da Cruz, filha adotiva. Em 1954, juntamente com os poetas Jorge Alaúzo Tufic, Antísthenes de Oliveira Pinto, Alencar e Silva, Saul Benchimol, Carlos Farias de Carvalho, Francisco Vasconcelos, Oscar
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Ramos, Afrânio de Castro e Antonio Trindade, fundaram o Clube da Madrugada sob o pé de uma frondosa árvore em plena Praça da Polícia Militar que denominaram de “Mulateiro” ou “Banco dos Patos”. No dia 9 de abril de 1952, realizou a sua segunda mostra no peristilo da Escola Técnica Federal de Manaus. Em 1954, inaugurou sob os auspícios da recém-fundada sociedade cultural, uma exposição de seus quadros nos salões do Ideal Clube. Em 1955, ensina Desenho Geométrico nos colégios de Manaus, principalmente no curso gratuito da União dos Estudantes Secundaristas do Amazonas. No mesmo ano expõe seus trabalhos de pintura no Hall da Biblioteca Pública do Estado sob os auspícios do Clube da Madrugada. Em 1956, novamente expõe na Biblioteca Pública do Estado à rua Barroso, esquina com a avenida Sete de Setembro. Em 1956, realiza uma mostra de seus quadros que denomina de “Amazônia de corpo inteiro”. Em 1957, mostra seus quadros nos aristocráticos salões do Ideal Clube na avenida Eduardo Ribeiro. Em 1958 expõe na Biblioteca do Estado. No mesmo ano viaja para a nova capital brasileira – Brasília, onde expõe oficialmente, sob os auspícios do presidente Juscelino Kubitschek. De Brasília voa para São Paulo onde mostra suas obras no
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Museu de Arte de São Paulo. Nos fins de 59 e princípios de 1960, expõe na Galeria Montmart Jorge no Rio de Janeiro. Volta a Manaus e expõe no peristilo da Biblioteca Pública. No mesmo ano mostra seus quadros no primeiro Salão de Arte Moderna de Manaus. Ainda em 1960, viaja para São Paulo onde participa do Concurso Probel de Pinturas. Voltando a Manaus expõe na Biblioteca Pública. Em 1961, expõe no Salão de entrada da Escola Técnica Federal do Amazonas No mesmo ano participa com destaque no 1.° Salão Madrugada em Manaus. Em 1962, viaja para Porto Alegre onde expõe na Galeria da Casa das Molduras; voltando para Manaus mostra seus quadros na Galeria do Jornal do Comercio, na avenida Eduardo Ribeiro com os auspícios do Clube da Madrugada. Em 1963, viaja para Brasília e expõe na Galeria do Hotel Nacional. Retornando a Manaus expõe novamente na Galeria do Jornal do Comercio sob a égide do Clube da Madrugada. No mesmo ano viaja ao Estado do Pará participando do 1.° Salão de Artes da Universidade do Pará. Em dezembro de 1963, viaja para Brasília, onde fica até as vésperas da revolução de março de 64, quando seus quadros ficam presos na residência oficial da Granja do Torto. Depois de um processo que durou alguns meses, viaja para Brasília onde apanha seus qua-
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dros e os mostra em Salvador da Bahia, na Galeria do Belvedere da Sé. Voltando a Manaus realiza uma exposição na 2.ª Feira de Artes Plásticas de Manaus, patrocinada pelo Clube da Madrugada. Em 1965, viaja para Recife, Pernambuco. Em 1966, expõe em Fortaleza no Ceará sob o patrocínio do maior cronista social do Nordeste, Lúcio Brasileiro, considerado o Ibrahim Sued de Fortaleza. Ainda em 66, vai a Belém do Pará expondo na Galeria do Teatro Municipal por ocasião dos festejos dos 350.° anos da cidade. Em 1967, expõe no Museu de Arte Moderna de São Paulo. Em 1967, pinta uma gigantesca tela para a agência do Banco Estado do Amazonas em Manaus. Em 1968, viaja para os Estados Unidos expondo nas universidades de Knoxville, Union City, Jackson Memphis, e na sala dos representantes do Tennessee no Congresso Nacional de Washington. Ainda em 1968, viaja a Europa em Paris uma coleção de 35 telas sobre a Amazônia Brasileira. De Paris voa a Lisboa realizando mostra sob o patrocínio do Ministério das Relações Exteriores e da Secretaria de Educação e Cultura do Estado do Amazonas. Em 1967, ingressa na Universidade do Amazonas no Curso de Administração de Empresas. Em 1968, realiza concurso público para a cadeira de Desenho Técnico, da Escola Técnica Federal conquistando o primeiro
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lugar entre mais de 20 candidatos. No mesmo ano é nomeado para cadeira de desenho técnico da referida escola onde ensina até hoje. Em 1969, volta a Londres onde expõe na Casa do Brasil sob o patrocínio do Ministério das Relações Exteriores e da Embaixada do Brasil em Londres. Em 1970, mostra seus quadros em Madri, sob a responsabilidade do Ministério das Relações Exteriores. No mesmo ano realiza um grande painel para o Banco do Brasil em Manaus. Em 1971, realiza uma grande exposição em Quito no Equador sob os auspícios do Ministério das Relações Exteriores. Voa para Europa e mostra suas obras em Bruxelas na Bélgica. Retornando ao Brasil pinta um mural para a revista “O CRUZEIRO”. Em 1972, expõe na Mini Galery em Ipanema, Rio. Volta a Europa e mostra seus quadros na Galeria do Palácio dos Restauradores. Retorna ao Brasil e mostra suas teias na Galeria Espade em São Paulo onde faz conferências para professores de Arte (1974). No mesmo ano viaja ao Japão, expondo em Tóquio, Nara, Osaka e Hiroshima sob auspícios da Fundação Cultural Japonesa. Retornando ao Brasil, mostra em Manaus os quadros que levou ao Japão. Ainda em 74, viaja para o México expondo na Galeria Orozco. Em 1975, viaja para os Estados Unidos expondo em Botanic Hall, Cheekwood Fine Artes Center, Nasville, Luzo Bra-
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silian Clube, Harpth Hall School, realizando conferências em várias universidades, entre as quais a de Vanderbilt Universit. Realiza ainda mostra em Learning Desabilite Center em Chattanooga no Tennessee, Latin American Center of Vanderbilt Universit; Five Artes Center, da University de Martin; Universidade Tecnológica de Cookville; em TTU Campos Elementary Shool. Realiza conferências para a Universidade de Knoxville; mostra seus quadros em Blytheville, Arkansas, Mississipi, Cotton, Osceola, Ark. Expõe seus quadros em Carriage Trade INN, Osceola, Ark USA. Realiza mostra e conferências nos salões do Holiday Inn, Memphis. Realiza mostra e conferências nos salões de Holiday Inn, Memphis. Realiza conferências no programa Point of View Channel 12 durante 30 minutos em Chattanooga. Realiza mostra em Jewish Community Center, em Chattanooga no Tennessee. Realiza conferências e mostras de seus quadros no Student Center na Universidade de Knoxville; nos salões da Fine Arts Center da Vanderbilt University. Viaja para Washington onde expõe na Galeria do Instituo Brasil Estados Unidos sob a atenção dos Companheiros das Américas e Embaixada Brasileira em Washington. Volta ao Brasil e realiza em Manaus uma exposição na Pinacoteca Pública do Estado. No mesmo ano mostra suas
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obras no Círculo Militar de Manaus e nos salões da Agência do Bradesco. Expõe ainda nos salões da sede da Superintendência da Zona Franca de Manaus. Ainda em 1975, expõe no Salão Aberto de Artes Plásticas da Fundação Cultural do Amazonas. Em 1976, expõe em Brasília sob os auspícios do Governo do Estado. Viaja a São Luís do Maranhão e lá, mostra seus trabalhos na Galeria Eney Santana. Volta a Manaus e mostra seus quadros no Teatro Amazonas sob os auspícios da Fundação Cultural do Amazonas. No mesmo ano expõe na Galeria da Agência do Bradesco em Manaus. Para se ter uma idéia do valor desse artista caboclo, basta ler o que A CRÍTICA publicou na edição 14 de outubro de 1985, assinado por um dos maiores críticos de arte americanos. Ei-lo: “A sua figura singular, alto, cabeça coberta por uma vasta cabeleira, testa larga, com rosto marcado por um fino bigode a moda mongol, com um permanente sorriso esboçado nos lábios, impressionou-me desde o exato momento em que lhe fui apresentado pelo então embaixador do Brasil em Washington, Araújo de Castro. Toda aquela maravilhosa obra sobre a Amazônia que ali estava exposta, tinha que ter nascido daquela cabeça iluminada. Rubens Ricupero, adido cultural da representação diplomática brasileira na capital dos Estados Unidos, não pa-
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rava um só instante, apresentando-lhe às personalidades presentes, entre as quais, os embaixadores da França, da Inglaterra, da Bélgica, da Itália, da Grécia, de Portugal, da Espanha, da Holanda e de outros países, além de escritores de nomeada e pintores famosos, cientistas, professores e colecionadores de obras de arte, convidados para o seu vernissage naquele belo começo de noite, no vetusto salão de exposições do Instituto Brasil Estados Unidos”. A tranquilidade, o aprumo e o charme com que Moacir Andrade recebia os cumprimentos de seus convidados, era de um nobre de alta estirpe européia. Bem vestido, sem perder de vista as pessoas que se aproximavam dele para os devidos cumprimentos, olhando nos olhos como fazem as pessoas de boa origem, conversava em francês, espanhol e português, línguas que domina muito bem. O reitor da Universidade de Washington, também professor de línguas latinas, encantado com a cultura e o cavalheirismo de Moacir Andrade, convidou-o para uma visita de cortesia ao seu gabinete de trabalho onde lhe ofereceu um coquetel, ocasião em que foi apresentado as pessoas presentes, especialmente convidadas para aquela homenagem. Mais uma vez tive a oportunidade de observar a mágica com que Moacir Andrade recebe e conquista de imediato as personalidades
Moacir Andrade – Uma Lenda Amazônica
que o cercam. Durante a recepção, todos os quadros que estavam em exposição naquele recinto, foram vendidos quase que a moda leilão em razão do grande interesse dos presentes em adquiri-los. Logo no dia seguinte, domingo, os jornais da cidade noticiavam o fato. Poucas vezes tive oportunidade de ver brasileiros ilustres nas páginas “NEW YORK TIMES”, desta vez foi Moacir Andrade, do extremo norte daquele país continental, homem de um saber extraordinário e poliformo, manifestado não só nas suas pinturas maravilhosas, mas em livros, esculturas, entalhe em madeira, poesia, conto, enfim em várias manifestações do seu espírito privilegiado que domina com maestria, principalmente em humanismo, cuja ternura faz concentrar sobre si, a atenção de todos os presentes, nas conferências que profere nos ambientes universitários de todo o mundo para onde é convidado especial. Possuo vários livros de autoria de Moacir Andrade, todos eles de extrema importância documental para pesquisas. “O último me foi remetido do Brasil há algumas semanas, intitulado Nheengaré ou Poranduba dos Dabacuris – estórias dos beiradões amazônicos”. Livro excelente, cheio de sabor antropológico, de espírito folclórico local, das lendas, dos costumes do dia a dia daquela gente magnífica.