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considerações finais

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introdução

introdução

Odesign de identidade de marcas para cidades, apesar de recente, é uma prática profissional já adotada em várias localidades, como observou-se ao decorrer desta pesquisa, tanto a nível internacional quanto a nível nacional – este último caso em menor exploração, contando com poucos casos tão expressivos, como as marcas da SPTuris de São Paulo, da prefeitura de Campinas e da cidade de Embu das Artes (castanha junior, 2014).

Como resposta a estes novos e futuros projetos de marcas para cidades, constata-se os impactos positivos que esta temática tem levantado, em especial ao setor de comunicação e turismo. Nessa perspectiva, Costa (2008, p. 124) pontua com sua afirmação “toda marca que aspira a ser uma grande marca hoje, tem de realizar não só um jogo ou sistema de persuasão, de indução, de percepções maçantes, mas um conhecimento”.

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A primeira parte deste estudo contou com um levantamento histórico relativo à cidade de Holambra, considerando suas raízes como território de imigração, partindo para sua nomeação como “capital das flores” e, mais recentemente, a sua elevação como “estância turística”. Nestes fatos apresentados, foram evidenciados os aspectos importantes de sua formação, ao passo que o presente estudo ressaltou aspectos históricos importantes a serem considerados: o alerta à falta de atitudes referentes a conservação de sua base como cultura holandesa, defendendo apenas uma tematização turística, conforme a visão de Wijnen e van der Knaap (2012) e de Mello e Braga (2017).

Entretanto, sabe-se que esta cultura não pode ser interpretada e sintetizada em apenas três símbolos de identificação neerlandesa no município de Holambra: seus moinhos, tamancos e tulipas. Logo, pretende-se reforçar e comunicar cada vez mais a respeito de sua essência local aliado ao design, para fomentar uma exposição mais surpreendente e coerente com um aprofundamento das particularidades da cultura híbrida de Holambra. Sua história, arquitetura, urbanismo, o pertencimento social, lendas e canções assim como seu meio ambiente, todos num sentido mais amplo e sustentável, devem ser conhecidos e respeitados.

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Inserido neste panorama contemporâneo, compilou-se definições, terminologias e classificações referentes ao que diz respeito ao design de marcas, e, posteriormente ao design de marcas para cidades. Também se observou casos exemplares de branding territorial sob uma visão clínica, respaldados por referências processuais e criativas pautado pelas metodologias de Wheeler (2019), Anholt (2007) e Lynch (1999), presentes na revisão bibliográfica, a fim de estabelecer uma assimilação prática do que foi compreendido.

Estas análises de caso contribuíram para uma experimentação e aproximação dos estudos de projetos já implementados na comunidade, construindo um olhar para além da teoria. Nesse sentido, verificou-se a relação entre a formação do conceito e essência da marca e seu desdobramento visual, identificando os pontos de contato de cada um destes grandes projetos, como forma de entender a força de suas imagens como marcas consistentes e coerentes.

A pesquisa quantitativa, ainda que possua uma pequena amostragem, em conjunto com o posicionamento do presidente do conselho de turismo local, apesar da ausência de respostas do Departamento de turismo e cultura de Holambra, proporcionaram uma compreensão maior sobre como moradores, colaboradores, turistas e potenciais turistas da cidade percebem o município, fornecendo subsídios estatísticos para esta pesquisa ao compartilhar suas mais variadas experiências vividas. Notou-se como ambas as pesquisas realizadas se complementam entre percepção e informação estatística, fornecendo valiosos dados como base de utilização que norteou a etapa criativa deste projeto.

Ademais, a entrevista com João Luiz van Ham Mello, Turismólogo e Mestre em Ambiente Construído e Patrimônio Sustentável, permitiu conhecer mais sobre suas pesquisas pioneiras realizadas no município de Holambra, aliado à sua experiência acadêmica e profissional, contribuindo para uma maior compreensão sobre o turismo no município e, principalmente, sobre a história da colônia e da atual Holambra. Esta, fundamentada na cultura neerlandesa, por meio de abordagens pouco aprofundadas, representando símbolos por meio de estereótipos que incentivam o imaginário social e pouco se comunica com o lugar em questão (mello, 2021). A conversa também permitiu novos insights sobre possíveis padrões cromáticos que podem ser adotados no desenvolver deste projeto, assim como alguns outros elementos e símbolos mais coerentes à cidade. Neste caso, um deles são as flores, com seu relevante papel histórico e contemporâneo na cultura e economia local (mello, 2021).

O estudo ainda apresentou um recente panorama das manifestações visuais presentes na cidade de Holambra, a fim de reconhecer possíveis falhas e perceber oportunidades, ao inserir este caso na específica área do branding

para localidades. Pretende-se, com pesquisas futuras incluir maiores questões investigativas para se aprofundar no recorte teórico que diz respeito a cultura neerlandesa, presente no município de Holambra. Assim como, entender quais características autênticas da cidade a diferenciam do país de sua imigração e as novas manifestações que surgem com o caminhar do tempo, visto que, ao deixar seu local de origem para o novo, uma união de vivências configura algo autêntico, buscando entender ainda mais sua percepção e pregnância.

Com este caráter investigativo será possível imergir diretamente no cerne da cidade, tornando possível eternizar elementos que estejam respaldados no que Holambra é para si e para todos os seus diversos interagentes locais. Assim, aproximando-se de uma prática criativa de visão singular, individual, tal qual, como afirma Costa (2008, p. 145), onde os aspectos práticos devem estar compreendidos em seu máximo, calculados para tomar forma no pensamento do designer:

A criatividade deve mirar alto. Mas a paixão, o firme enamorar-se do panorama aberto que se vislumbra e no qual vamos comprometer nossos esforços, deve passar pela prova de mudança de temperatura, passar da paixão para a frieza lógica para considerar os aspectos práticos, quer dizer, a viabilidade, e exequibilidade, a sustentabilidade do projeto.

A continuidade do projeto consolidou-se com o processo criativo, o qual foi responsável por criar trilhas de conexões com tamanhas informações pesquisadas e de seus valores em particular. Para o autor, a possibilidade de aprofundar seus conhecimentos num campo de pesquisa e compreender a história e particularidades de seu objeto de estudo configura uma grandiosa e rica experiência.

Espera-se, como continuidade, a apresentação desta pesquisa e produto de design a alta gestão da cidade de Holambra para tomar conhecimento deste projeto e como sua potência poderá contribuir aos seus civis e visitantes por meio dos recursos visuais aqui empregados e bem relacionados com a essência de ser a cidade das flores. Neste fluxo de pensar, é de se esperar que este projeto consiga mitigar os impasses na cidade quanto a falta de estratégias consolidadas para com seu marketing externo e interno e, também, quanto a digitalização dos recursos e serviços ofertados no local.

Em acordo ao exposto no Plano Diretor de Turismo, vê-se neste projeto a capacidade de otimizar a forma de divulgar Holambra como destino além de suas fronteiras, fazendo isto de maneira mais adequada aliada a uma maior integração as novas plataformas midiáticas e de monitoramento de resultados. Em sequência disto, dá continuidade para a marca de Holambra,

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espera-se, futuramente, seu registro como logotipo oficial da cidade criada em órgão competente.

Ademais, além da identidade visual atribuída ao sistema aqui criado, torna-se relevante a expansão deste projeto a outras áreas que permeiam o design, neste caso, o design de sinalização. Tal como afirmado no Plano Diretor de Turismo (toledo; belini, 2018, p. 31):

A cidade de Holambra apresenta sinalização Turística, porém ela é incompleta, descontínua e não atinge todos os públicos. Portanto é necessário que a cidade priorize este assunto, pois a grande maioria dos turistas que para lá vão, são independentes e a sinalização tem grande importância para este tipo de turista.

Fica evidente, então, que ainda há diferentes caminhos a florescer no município para que seu desenvolvimento aconteça de maneira contínua e, o design é um dos meios para alcançar tal expansão.

Também, por fim, espera-se que este projeto de pesquisa e desenvolvimento como produto, considerando sua elaboração teórica, de pesquisa e projetual de design possa apoiar e disseminar compreensões a respeito do município de Holambra, com sua base e comunidade, assim como do respeito ao design de marcas para cidades, suas particularidades por definição, contexto, processo e implementação.

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