Vida Universitária

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Reportagem

XX SEMIC traz novidades alinhadas com a proposta de internacionalização da PUCPR

Pesquisa

Saiba como uma tese de mestrado contribui com empresas brasileiras dezembro 2012 nÂş 220



João Borges

índice

Com o objetivo de alertar à população sobre doenças cardíacas e incentivar o cuidado com a saúde do coração, alunos e professores das Escolas de Medicina e Saúde e Biociências da PUCPR desenvolveram, durante o mês de outubro, o projeto Missão Coração. Eles realizaram atendimentos clínicos e ofertaram exames complementares, como ecocardiograma e teste de esforço. A ação contou com o apoio da Pastoral da Universidade e da Escola de Arquitetura e Design, que produziu folders e logo.

7 Mercado de Trabalho

Tomás Sparano Martins conta como tornar mais palpáveis as resoluções de Ano Novo.

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Pastoral proporciona experiências que vão além das salas de aulas.

Sempre aqui 20. Reportagem 24. Pesquisa 26. Drops

8 Filhos da Puc

O ex-aluno Maurício Pinheiro Lima comenta sobre o início da carreira como arquiteto e a importância do estágio para a área.

16 Dna

Grupos de pesquisa da Universidade envolvem cerca de 2 mil alunos.

30. Registro 33. Lumenoso 34. Mundo Melhor


editorial

A serviço dos outros O tema desta edição de Vida Universitária é a Pastoral. No contexto pós-moderno, em que vivemos, a palavra pastoral pode soar anacrônica. Contudo, ela se reveste de um profundo significado, remetendo-nos a uma rica metáfora da tradição cristã, expressa no Evangelho de João (10,11), onde Jesus declara: “Eu sou o bom pastor, aquele que dá a vida por suas ovelhas”. De lá para cá, a palavra pastoral passou a designar o trabalho dos cristãos a serviço dos outros, à semelhança do Mestre Jesus, o Pastor por excelência. Seja nas obras sociais, no âmbito da assistência à saúde, na área da comunicação ou da educação, como em muitos outros campos de atuação, o serviço da Igreja é designado, assim, pela expressão pastoral. No caso da universidade, em especial das instituições católicas, a pastoral torna-se uma das dimensões fundamentais da própria missão institucional. Não se trata de um serviço a mais, um apêndice no rol de atividades da instituição, mas um trabalho de singular destaque, que configura a natureza e os objetivos da própria universidade católica. No documento pontifício Ex Corde Ecclesiae, que serve de baliza e bússola para as universidades católicas, o Papa João Paulo II assim se referia à Pastoral: “A Pastoral universitária é aquela atividade da universidade que oferece aos membros

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da própria comunidade a ocasião de coordenar o estudo acadêmico e as atividades para-acadêmicas com os princípios religiosos e morais, integrando assim a vida com a fé. Ela concretiza a missão da Igreja na Universidade e faz parte integrante da sua atividade e da sua estrutura. Uma comunidade universitária, preocupada em promover o caráter católico da instituição, deverá estar consciente desta dimensão pastoral e ser sensível aos modos com os quais pode influir em todas as suas atividades”. Uma das expressões da ação Pastoral da PUCPR está relacionada à figura de Maria, a Mãe de Jesus. Por seu caráter Marista, seguindo a tradição de Marcelino Champagnat, a PUCPR se espelha na vida e nas atitudes de Maria para bem servir à comunidade e à Igreja. Por isso, a exposição O rosto materno de Deus, recentemente realizada na Instituição, ajuda-nos a compreender como podemos fazer de nossas atividades acadêmicas um serviço pastoral, agindo do jeito de Maria. A presente edição também retrata essa atividade que une a Pastoral à arte e à cultura. Boa leitura a todos! Clemente Ivo Juliatto Reitor

expediente Vida Universitária é uma publicação mensal da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Registrada sob o nº 01, do livro B, de Pessoas Jurídicas, do 4º Ofício de Registro de Títulos, em 30/12/85 - Curitiba, Paraná

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Arquivo pessoal

Cris Lemos

Arquivo pessoal

um toque

Quem vê cara... Regina Vogue

Artista e proprietária do Espaço Teatro Regina Vogue

Livro: O cavaleiro preso na armadura Autor: Robert Fisher Editora: Record Quem indica: Guilherme Augusto Lippi Garbin, 20 anos,

4º período do curso de Direito, Câmpus Londrina.

Qual a história do livro? Divulgação

Uma fábula medieval, porém sintonizada com o presente! Atento às distâncias que a cada dia crescem entre as pessoas, Robert Fischer utiliza-se da fábula para mostrar, de forma simples, contudo brilhante, que as armaduras que criamos para nos proteger dos nossos medos nos afastam do nosso mais precioso tesouro: a vida. O Cavaleiro é o mais corajoso de todos no reino, resgatava donzelas e matava dragões. Para estar sempre pronto para a batalha, não tirava a armadura, até que sua proteção se tornou seu calabouço. Ninguém conseguiu tirá-lo dali. Então o Cavaleiro sai à procura de Merlin, o único que poderá libertá-lo da armadura. Nessa empreitada, o Cavaleiro percorrerá o Caminho da Verdade, na busca do seu Eu, e enfrentará algo muito pior do que um dragão: seus próprios medos.

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O que você aprendeu? No decorrer da leitura, houve momentos em que parava e refletia, pelo fato de que os desafios e os questionamentos expostos em O Cavaleiro Preso na Armadura se relacionavam com a minha vida, com as proteções que criei ao meu redor para poder viver em segurança. O problema não é ter uma armadura para se proteger em determinado momento, mas ficar sempre pronto para lutar, até em épocas de paz. Com toda a certeza, uma grande lição é que a maior proteção para encarar os obstáculos que são apresentados é acreditar em si e sempre estar perto de quem se ama.

Se eu soubesse que minha vida daria tantas voltas e que hoje eu estaria aqui, vivendo a realidade do que antes só parecia ser um sonho distante, teria me divertido mais com todas as críticas que recebi, quando cheguei a Curitiba, 33 anos atrás. Se eu soubesse que hoje eu teria meu próprio teatro, não choraria ao ouvir as palavras duras e tão cheias de preconceitos que alguns dos artistas locais diziam ao me ver, e ao cochichar entre eles: “Olhem! Aquela é a mulher do circo”. Mas isso nunca abalou minha certeza de que o palco era verdadeiramente meu refúgio. Se eu soubesse , eu não me sentiria tão pequena diante dos gigantes que tentavam me amedrontar e me fazer recuar. Eu gritaria mais alto, pois a fé em si mesmo é a maior arma que existe! Se eu soubesse que seria hoje uma atriz respeitada e uma produtora aclamada, eu teria dançado mais as músicas que tocavam madrugada adentro, me divertido com liberdade sem medo da repercussão. Se eu soubesse que hoje eu estaria aqui nas páginas do Se eu soubesse, eu diria para cada um que está lendo agora: “Viva o hoje e dialogue com seu medo. Ele sempre estará por perto, mas é você quem decide se vai ou se fica”. Acredite no agora, esse é o seu real momento, porque você, sem dúvida alguma, já nasceu pra dar certo! É nisso que devemos acreditar!


mercado de trabalho

Estratégia para o Ano Novo Para alcançar um objetivo é preciso criar uma estratégia e vencer pequenas metas que o levem até lá

Arquivo pessoal

Por Tomás Sparano Martins

Tomás Sparano Martins é doutor (2012) e mestre (2004) em Administração pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná. É coordenador do PUC Talentos, setor responsável pela empregabilidade e empreendedorismo na Universidade. Tem experiência em gestão e como docente em Administração, com ênfase em Estratégia e Marketing.

Uma vez, em um almoço de família, arranjei uma confusão danada com todos. Meu filho de 10 anos anunciou que seria jogador do Barça quando crescesse. Conhecendo suas habilidades futebolísticas, esperei ele sair da mesa e falei: “Preciso conversar com ele, pois ele não tem condições de jogar no Barça”. Minha cunhada, indignada, respondeu com um chavão muito comum: “Você pode

ser o que quiser. É só querer”. Eu respondi para a família, que me olhou com desconfiança e indignação: “Você pode ser o que a sua base de recursos lhe permite querer ser”. No fim do ano, muitas pessoas, por meio da famosa lista de resoluções de Ano Novo, definem metas para o ano seguinte. Numa pesquisa rápida, percebi que os desejos mais comuns são: 1) Passar mais tempo com amigo/família/namorado/cônjuge; 2) Perder peso; 3) Parar de fumar; 4) Aprender algo novo; e 5) Quitar dívidas. Ainda, na mesma pesquisa, descobri que apenas 12% das pessoas cumprem o que estabelecem no ano anterior. Um índice de insucesso tão alto nos remete a duas possíveis conclusões: o exagero da meta e/ou a falta de recursos necessários para alcançá-la. O que a história do meu filho tem a ver com a lista de Ano Novo? Uma palavra: estratégia. Para alguns autores, esse termo significa capacidade de adaptação e organização que pode ser definida por um conjunto de recursos. Por exemplo, se o seu sonho é trabalhar em uma multinacional e você não fala um segundo idioma, o primeiro passo deve ser aprender a língua estrangeira. Ao determinar o ponto aonde você quer chegar, é preciso analisar a própria condição

e estabelecer metas pequenas que o levem até lá. Usando essa analogia, não quero acabar com o sonho de ninguém, muito menos do meu filho, mas é preciso entender os próprios recursos, para, então, gerenciar o que se almeja. A partir desse conhecimento, é possível definir sonhos, planos, metas e objetivos e, se não possuir algum dos recursos para atingi-lo, parte do seu plano deve ser adquiri-lo ou desenvolvê-lo. Dessa forma, os desejos têm mais potencial para se tornarem realidade.

...Para ganhar um ano novo que mereça este nome, você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo de novo, eu sei que não é fácil, mas tente, experimente, consciente. É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre. Carlos Drummond de Andrade

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filhos da puc

A carreira começa na universidade Agência de Notícias Gazeta do Povo / Henry Milleo

O arquiteto Maurício Pinheiro Lima carrega no currículo 16 participações em eventos Casa Cor e ideias conceituadas, como a Casa Cubo, conhecida pela sua estrutura inovadora e sustentável

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Maurício Pinheiro Lima conta que Arquitetura sempre foi sua primeira opção profissional.


Maurício Pinheiro Lima é formado em Arquitetura e Urbanismo pela PUCPR. Há 20 anos na profissão, ele tem maturidade e experiência suficiente para falar do início de carreira de todo arquiteto, sobre como um estágio pode ser melhor aproveitado e confessar que não passou de primeira no vestibular da Universidade.

Antes de cursar Arquitetura na PUCPR, você cursava Engenharia Civil na UFPR. O que o levou a mudar de curso?

Na verdade, eu sempre quis Arquitetura. Na época, o vestibular na PUCPR era composto por uma prévia e, então, a prova geral. Mas eu não passava na prévia. Quando deixou de ter essa fase, eu passei e fui cursar o que queria na PUCPR.

No que o fato de você ter uma experiência acadêmica anterior influenciou no segundo curso?

Fui para o segundo curso mais maduro. Tinha um grande respeito pelos professores e percebia a importância da equipe que estava lá me dando aula. Tenho boas lembranças dos professores Fernando Carneiro, Izza e Gandolfi.

No que a PUCPR contribuiu para a sua trajetória profissional?

Além do aprendizado acadêmico, a organização das disciplinas e dos horários das aulas sempre me permitiram conciliar trabalho e estudo. Isso era muito bom.

Como foi o início da carreira?

Desde o terceiro ano da faculdade, eu já trabalhava em um escritório de arquitetura. Então, foi muito interessante esse início de carreira, pois contava com o respaldo de um profissional mais experiente. Essa experiência é fundamental para o formando encarar o mercado de trabalho.

O projeto da Casa Cubo utilizou para sua fundação a técnica de steel frame (que usa blocos pré-moldados de concreto), o que permitiu execução mais rápida e limpa que a convencional.

De que forma um estágio pode ser representativo na vida do universitário e até evoluir para uma sociedade, como foi o caso da sua sócia atualmente?

Duas palavras definem como um estágio deve ser levado: respeito e seriedade. Eu e a Carla Mattioli, minha sócia atualmente, sempre tivemos uma parceria de muito respeito. A Carla foi estudante da PUCPR e começou no meu escritório como estagiária. Ela sempre entendeu muito bem o funcionamento e a filosofia do escritório. O estagiário deve encarar aquele tempo de aprendizado prático como um trabalho mesmo e não apenas como uma tarefa a ser cumprida para o currículo acadêmico.

Você acumula em seu currículo 16 participações em eventos Casa Cor. O que isso significa para você? Isso é um indicativo de que o profissional está no caminho certo?

O evento Casa Cor é uma vitrine. Me orgulho de já ter participado. Sempre apresento algo em que eu acredito no que diz respeito à arquitetura de interior, tentando fugir do que o mercado pede.

É possível conciliar suas vontades com o que o mercado ou o público está demandando?

É quase possível, mas só o dia a dia pode mostrar como lidar com isso.

O que caracteriza um bom arquiteto ou um bom projeto?

Um bom arquiteto precisa ter seriedade e comprometimento com o projeto, o que já é um passo para ser bom, e com o cliente. O cliente sempre será o maior difusor do seu trabalho.

Como conciliar ideias, criatividade, novos processos técnicos e sustentabilidade, a exemplo de um dos seus projetos mais conceituados, a Casa Cubo, situada aqui em Curitiba?

Eu acho tudo muito válido. O estudo de novas tecnologias e possibilidades na construção civil é muito importante para o Brasil, que, ao meu ver, pode ser considerado um país de muitas possibilidades. Apesar do projeto da Casa Cubo, ainda estou engatinhando muito nesse assunto. No entanto, acompanho o quanto meus colegas estão se desenvolvendo nessa área. Essa evolução da arquitetura me deixa orgulhoso.

A que os estudantes de Arquitetura devem estar atentos?

Os estudantes devem estar atentos ao mundo a sua volta, à realidade do mercado e aos conceitos projetuais.

O estudo de novas tecnologias e possibilidades na construção civil é muito importante para o Brasil, que, ao meu ver, pode ser considerado um país de muitas possibilidades.

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Vivendo a universidade Pastoral da Universidade é local de amizades, interdisciplinaridade e reflexão

Os alunos Francis de Almeida, estudante do 4º período de Arquitetura e Urbanismo, Aline Fernandes, que cursa o 6º período de Serviço Social, e Carmem Royer, acadêmica do 1º período de Medicina, descobriram na Pastoral da Universidade a amizade, a acolhida e a solidariedade.

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integral de seres humanos na busca por uma sociedade justa, ética e solidária. Ela busca possibilitar “espaços de diálogo das gerações, dos saberes, aplicação e envolvimento em atividades solidárias, formativas, culturais e lúdicas”, explica o assessor do Núcleo de Pastoral do Câmpus Londrina, Leonir Nardi. Para manter vivo e potencializar o carisma, a espiritualidade e a proposta pedagógica de Marcelino Champagnat, desenvolve-se uma série de projetos na qual o aluno é convidado a fazer a experiência da inserção,

despojamento e compromisso. Essas são oportunidades “nas quais os conhecimentos são partilhados, confrontados, sistematizados, constituídos em sabedoria, e colocados a serviço da vida”, completa Leonir. Esse é o diferencial da Instituição, como conta Francis de Almeida, aluno do 4º período de Arquitetura e Urbanismo, Câmpus Curitiba. “Quando escolhi a PUCPR, tive alguns critérios: pretendia ampliar meu círculo de amizades, mas também tinha a ideia de ajudar o próximo”. Foi na Pastoral que ele encontrou essa visão.

Maria Caroline Matheus

“Inefável!”. Esta palavra expressa todo o sentimento que envolve os acadêmicos da PUCPR que participam da Pastoral da Universidade. Entre risos, amizades, conversas e confraternizações, o espírito solidário está sempre presente na vida desses estudantes. São as atividades propostas pela Pastoral que despertam essas emoções e fazem da vida universitária uma experiência além das salas de aulas. A PUCPR, como identidade cristã, católica e Marista, busca proporcionar a seus alunos uma formação


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Foi através da Pastoral que conheci pessoas de outros cursos e pude aumentar o círculo de amizades. Carmem Royer Estudante do 1º período de Medicina Câmpus Curitiba

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Nela está presente uma maquete do Santuário Nacional de Aparecida, elaborada a partir de uma viagem ao local com alunos e professores dos cursos de Arquitetura e Urbanismo, Design Gráfico, Desenho Industrial, Ciências Sociais e História. A oportunidade que reuniu 24 participantes. Juntos, fizeram um estudo da construção, procurando traduzir no material os mínimos detalhes e curiosidades que o local apresenta.

“Quando estou andando pelo câmpus, vou cumprimentando todo mundo”, explica o futuro engenheiro ambiental Guilherme Ruppel, do 4º período, Câmpus Curitiba. Esse não é só o depoimento do Guilherme, mas de muitos dos alunos frequentadores da Pastoral. A coordenadora do Núcleo de Pastoral Ana Langner, do Câmpus Curitiba, comenta que “a Pastoral tem muitas palavras que a definem. Uma delas é a diversidade. Quando os alunos se dispõem a estar na Pastoral, eles se dispõem a conviver com o diferente”. Em todas as atividades promovidas, há sempre uma experiência interdisciplinar, em que são envolvidos alunos e professores de diferentes cursos. “Essas vivências proporcionam aos participantes o contato com o outro, com o diferente, para o alcance de um objetivo comum. São esses momentos que unem pessoas e possibilitam com que trabalhem juntas, desenvolvendo a tolerância, o respeito, a cooperação, a solidariedade, o respeito à diferença”, explica Marciano Cunha, professor adjunto do curso de Administração, da Escola de Negócios.

Mas como acontece essa vivência? Tudo acontece por meio de projetos de solidariedade que permeiam a atividade acadêmica, como o Missão além Fronteiras, com as ações: Missão Universitária Ir. Henri Vergès; PUC Solidária; Projeto Rondon; projetos relacionados à discussão Ciência e Fé, que compreendem congressos, simpósios e ciclos de debates; projetos que envolvem a reflexão e a vivência aprofundada da Juventude, como o Acampuc; fóruns de discussão e formação de lideranças; além de projetos direcionados à área de aprofundamento da espiritualidade, em que são realizados retiros e as peregrinações. Atualmente, está ligada a essa última atividade a mostra cultural O rosto materno de Deus. A exposição Mariana é um exemplo da experiência interdisciplinar, em que se busca resgatar a devoção Mariana e sua importância como patrona do Instituto Marista, de modo a favorecer ao jovem acadêmico a descoberta de Maria como modelo de vida, como também divulgar essa devoção por meio de uma mostra cultural. João Borges

Conhecimento Multidisciplinar


naquela missão, ali nós somos um só propósito”, completa Luan Felipe da Cunha, estudante do 10º período do curso de Direito, Câmpus São José dos Pinhais.

Por que estou na Pastoral?

Outra demonstração desse envolvimento é o lançamento do livro homônimo O rosto Materno de Deus. A obra conta a história do Santuário, explica o significado dos símbolos e tradições e pretende apresentar esse grande templo. Nele estiveram envolvidos alunos dos cursos de História e Ciências Sociais, que buscaram explorar e fazer um resgate histórico sob o olhar das Ciências Sociais. O curso de Desenho Industrial também contribuiu com a construção interdisciplinar desse material que, em 20 capítulos, relata a importância da padroeira para o povo brasileiro. São esses projetos que impulsionam os jovens da Pastoral, proativos e prestativos, a sempre estarem engajados. “Toda vez que participa de um projeto, você sempre quer mais, quer conhecer mais, quer conhecer o outro”, aponta Francis. “É cativante a motivação nos eventos, ver o poder da solidariedade, fé, união, comprometimento. Todos se envolvem de corpo e alma, parecendo que existe um universo paralelo e, naquele momento,

São diversos os motivos que levam um jovem acadêmico a participar da Pastoral da Universidade: amizades, solidariedade, acolhimento. “Além de agregar na vida profissional, ajuda muito na construção do ser humano”, diz a acadêmica Aline Fernandes, do 6º período de Serviço Social, Câmpus Curitiba. A aluna Carmem Royer, do 1º período de Medicina, Câmpus Curitiba, veio de São Pedro do Iguaçu (PR) realizar o sonho de ser médica. A acolhida da Pastoral foi fundamental para sua adaptação. “Foi através da Pastoral que conheci pessoas de outros cursos e pude aumentar o círculo de amizades. Essa miscigenação acadêmica que ocorre na Pastoral é muito boa, pois saímos do universo do nosso curso e expandimos para outras áreas”, explica Carmem. “Uma nova etapa da minha vida estava começando e, como tudo que é novo, ela me assustou um pouco. Nos primeiros dias de aula, fiquei com muito medo de não dar conta do recado. Conversar com a galera da Pastoral ajudou a me acalmar”, completa. Ao mesmo tempo, alguns acadêmicos encontram na Pastoral a possibilidade de aplicar seu conhecimento adquirido em favor da comunidade. “Estou muito envolvido e motivado

com essa missão ensinada dia a dia pela Pastoral. Evento após evento, eu espero contribuir da melhor forma e adquirir mais conhecimento”, explica Luan. São muitos outros os motivos que levam um aluno a se envolver com essa vivência inefável que a Pastoral promove. “A necessidade de me sentir renovado e de aprender a ser mais humano me leva a participar das ações”, conta o acadêmico Matheus Moreira Dias da Silva, do 2º período do curso de Ciências Contábeis, Câmpus Londrina.

Amizade construída

Os laços de amizade criados a partir da Pastoral não se restringem somente aos alunos – a relação dos agentes pastorais com os acadêmicos é para lá de especial. “Uma relação de amizade e de escuta, semeando os valores Maristas em meio às conversas e apresentando os diversos projetos pastorais realizados”, conta o agente de Pastoral Claiton Derli Seibert Poersch. Os agentes pastorais estão presentes na Universidade para auxiliar os jovens que buscam desenvolvimento espiritual, ou que buscam se encontrar enquanto jovem, por meio da convivência cotidiana e de uma escuta qualitativa. “Buscamos também reconhecer e potencializar os talentos e facilidades dos jovens e oportunizarmos a utilização de tais habilidades para um bem maior nos projetos que realizamos”, explica Claiton. Arthur Henrique Souza Garcia, agente pastoral do Câmpus Maringá,


capa Espiritualidade

Por meio dos relatos dos alunos, já deu para perceber que a Pastoral não é apenas religião, mas o lado espiritual se faz presente. “Eu trouxe alguns amigos e mostrei que é diferente, é projeto, é amizade, é intervenção, é amizade, mas é também espiritualidade”, explica a aluna Aline. Existem os momentos de alegria, de risadas, de conversa, mas a espiritualidade nunca fica de lado.

Mas sempre há o respeito aos diferentes credos e, por isso, existe a busca do desenvolvimento de ações que não ofendam ninguém e proporcionem crescimento. “Nossa raiz, nossa fonte são os princípios e valores do Evangelho, no qual o principal fundamento é o amor, a caridade, o que nos proporciona uma universalidade das relações e ações”, explica Ana Lucia Langner.

Acervo da Pastoral

explica que “apesar de teoricamente existir uma hierarquia, por nós sermos os ‘responsáveis’ por eles, nos projetos que realizamos o que predomina é o espírito de amizade, de família”, e esse espírito reflete nos alunos. “O ambiente da Pastoral é completo. Você frequenta a Pastoral pelas amizades, pelas pessoas que trabalham aqui, acaba criando um vínculo mais de amizade com eles”, completa o aluno Francis.

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Trote Solidário movimentando muitos acadêmicos e calouros a uma recepção mais saudável no Câmpus Curitiba.

Com um ambiente descontraído, existe uma liberdade para a troca de informações e experiências. “Nunca me senti preso para falar de algo”, explica o acadêmico Guilherme. “O que há é uma interdisciplinaridade, um transcender, pois essa experiência vai além de nossas áreas” completa Carmem.

“A PUCPR é uma instituição católica para também não católicos”, explica o aluno Francis. São muitas as manifestações, a gratidão e a vontade de continuar vivendo esta experiência. Ao pedir para um aluno falar sobre a vivência que a Pastoral proporciona, a palavra será “inefável”.

Toda vez que participa de um projeto, você sempre quer mais, quer conhecer mais, quer conhecer o outro. Francis de Almeida Estudante do 4º período de Arquitetura e Urbanismo Câmpus Curitiba


Arquivo Pessoal

Arquivo Pessoal

Arquivo Pessoal

O que é pastoral para você?

Kauê Kauctz, 2º período de Engenharia Civil, Câmpus Curitiba.

Gabriel Delci Jordani, 2º período de Direito, Câmpus Londrina.

Kaléo Ddine, 4º período de Direito, Câmpus Maringá.

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Pastoral é a ação coletiva, que busca a realização de projetos em grupo, compartilhando os valores Maristas. É também uma ação individual, fazendo com que cada um reveja seus conceitos, evoluindo como ser humano.

Arquivo Pessoal

Pastoral é amizade. Aqui fazemos amigos importantes que não ficam apenas no ambiente acadêmico. Momentos e experiências, de conversas bobas até grandes debates filosóficos, que ficam para a vida toda. Pastoral é participação, fraternidade, é ajudar as pessoas de coração e ser recompensado com felicidade!

Arquivo Pessoal

A Pastoral para mim é sinônimo de esperança. Esperança em um mundo melhor, de poder acreditar nas pessoas. Por meio dela pude enxergar o mundo com outros olhos, com os olhos do outro. Aqui, ao longo do tempo, tornou-se minha segunda família. É difícil explicar, pois existe algo de mágico nesse lugar. Eles me mostram, por meio dos projetos sociais, que podemos fazer a diferença.

Para mim, Pastoral não é apenas um grupo de pessoas, mas um grupo que se dispõe a fazer ações em prol das pessoas, por meio de atividades que ensinam o melhor caminho a seguir. A partir dessas ações, podemos enxergar outros contextos de vida que ajudam a formar um cidadão mais humanizado.

É um grupo que, a princípio, é designado a levar a mensagem cristã para os acadêmicos. Contudo, através da convivência, formou uma enorme família, onde um cuida do outro, mostrando que é possível existir uma sociedade melhor.

A Pastoral desenvolve projetos ligados não apenas com a vida acadêmica, mas também com a vida pessoal dos alunos. A Pastoral é importante, pois propicia a convivência com outras pessoas e realidades, para a troca de conhecimento e experiências de vida.

Camila da Silva Camargo, 6º período de Nutrição, Câmpus Maringá.

Jean Dias Rodrigues, 3º período de Engenharia de Produção, Câmpus Toledo.

Mayara Andria da Silva, 6º período de Engenharia Ambiental, Câmpus Toledo.


dna

Os pensadores Grupos de pesquisa reúnem cerca de 2 mil alunos que refletem sobre temáticas variadas e inspiram novas pesquisas e avanços na Universidade

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Inicialmente, cada um recebe um texto para leitura. Depois, é marcado um encontro, em que todos deverão chegar com o material lido. Para terminar, ou melhor, para começar, cada um expõe sua ideia sobre o texto, o tema que ele abrange. A discussão vai tomando forma. Ali, a Universidade se faz viva. Um grupo de pesquisadores – da graduação ao doutorado – reunidos para debater algum assunto relacionado à linha de pesquisa que seguem e interpretar resultados dos projetos executados. Esses grupos de estudo estão vinculados aos cerca de 100 grupos de pesquisa da PUCPR, que reúnem em torno de 2 mil alunos. Os grupos de pesquisa são espaços para desenvolvimento intelectual e pessoal. Além das reflexões, os participantes de um grupo costumam trabalhar juntos no laboratório e publicar trabalhos científicos em equipe. Para a diretora de Pesquisa da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, Paula Trevilatto, o que importa não são os números, mas a produtividade e a convivência nesses coletivos. “Grupos de pesquisa são pessoas. Lá se potencializa a formação do capital humano”. Ela ainda reforça que essa convivência entre pesquisadores de diversas

idades e áreas de atuação é tão valiosa quanto uma publicação – que seria uma das etapas finais da pesquisa, a concretização das ideias. Além de propiciar esse encontro e avanços nas investigações, os grupos de pesquisa sinalizam demandas acadêmicas para a Universidade. “São eles que podem sugerir novos mestrados e doutorados. Eles são a massa crítica”, afirma Paula.

Como funciona

Para que um grupo de pesquisa seja reconhecido como tal, ele precisa estar alinhado com os padrões do CNPq, em cujo site constam informações sobre os grupos. Essas informações devem ser mantidas atualizadas pelo líder do grupo. Todos os alunos de iniciação científica e pós-strictu sensu estão vinculados a um grupo e podem usufruir do fundo de pesquisa, para participações em congressos, por exemplo.

Grupos de pesquisa são pessoas. Lá se potencializa a formação do capital humano. Paula Trevilatto Diretora de Pesquisa da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação


Estrutura

Entenda a hierarquia dos grupos dentro desse universo de pesquisa e como eles se dividem:

Grupo de Pesquisa

Grupos cadastrados na Capes e que englobam grupos de estudo com interesses de pesquisa em comum

Grupo de Estudo

Grupos de 10 a 15 alunos – de vários níveis de pesquisa, mas com a mesma direção de estudos – que se reúnem periodicamente para discutir artigos científicos, apresentar o desenvolvimento de suas pesquisas e até discutir questões do dia a dia do laboratório

Na universidade

Conheça a seguir o que dois grupos de estudo da PUCPR têm feito. João Borges

Grupo de Estudo: Gênero e Alimentação. Coordenador: Maria Cecília Pilla, coordenadora do curso de História. Vínculo: Escola de Educação e Humanidades.

O que estudam: como o nome sugere, esse grupo aborda duas temáticas: gênero, em que o foco de estudo tem sido a mulher, seu papel e influência na sociedade ao longo da história, sua relação com decisões políticas de certas épocas e seu papel na religião – por exemplo, como o fato de uma mulher ser considerada santa influenciou uma guerra ou importante passo político? –; e alimentação, em que se estuda a relação da alimentação com clima e meio ambiente, o regime alimentar e o jejum – que fatores influenciam esses comportamentos e como isso reflete na saúde? –, políticas de abastecimento e de que modo isso interferiu no poder, uma vez que tropas perderam batalhas por causa da fome – que consequências vivemos hoje por conta disso? Objetivos: Compreender fatores históricos e suas relações, para entender a vida atual.

Ter compreensão prática da sociedade para ter respostas que possam esclarecer a condição de vida atual.

Rotina: diária dentro do Laboratório de Estudo e Pesquisa em História (Lephis), coletando informações que embasem suas pesquisas ou executando algum trabalho prático, quando a pesquisa se propõe a isso, como a restauração de documentos. Encontro: costumam se reunir a cada 15 dias, às quintas-feiras, no fim da tarde, em uma das salas do bloco amarelo.

Manter forte diálogo com a antropologia, para que esses estudos se reflitam no ser humano.

Em História, todas as áreas estão interligadas. Um assunto pode influenciar a política, que influencia a economia e afeta a sociedade de forma direta.

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dna João Borges

Grupo de Estudo: Bases Moleculares da Suscetibilidade do Hospedeiro. Coordenador: Marcelo Mira, professor titular do curso de Farmácia. Vínculo: Escola de Medicina.

O que estudam: fatores de risco genético associados à hanseníase e vitiligo. “O objetivo é descobrir o que há na nossa genética que faz com que estejamos pré-dispostos a ter uma dessas doenças”, afirma o coordenador do grupo.

Objetivos: Entender essas doenças sob o ponto de vista mais primordial.

Desvendar por que alguns desenvolvem essas doenças e outros não.

Rotina: diária dentro do Laboratório Experimental Multiusuário (LEM), realizando tanto estudos práticos quanto teóricos, almejando encontrar respostas para as questões acima.

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Encontro: toda sexta-feira, acontece o Almoço com Ciência (nome informal que Mira deu ao encontro semanal do grupo), das 12h30 às 14h. Os alunos e o professor buscam um lanche na cantina e de lá seguem para alguma sala livre no bloco verde.

Desenvolver estratégias de prevenção.

Incentivar a produção de medicamentos.

"Nossa filosofia é que o pessoal trabalhe em conjunto, interagindo com todos os níveis de pesquisa. É importante saber o que está acontecendo ao redor, com outros pesquisadores, para poder ajudar e contribuir para o desenvolvimento do estudo. Alguns projetos de iniciação científica saíram de teses de doutorado e mestrado."

Em 2013, será realizado um novo censo. Se você é líder de um grupo de pesquisa, esse é o momento de rediscutir, atualizar e formalizar os grupos de estudo. Esses dados atualizados devem estar no CNPq, para que o censo seja efetivo. Vale lembrar que aqueles que não estão vinculados a grupos de pesquisa não podem usufruir do fundo de pesquisa.


O caminho do Jornalismo

entrevista

Harianna Stukio*

Invenção de novos modelos de negócios é o desafio para os novos profissionais Por Ana Luiza Souza*

O jornalista Eduardo Meditsch está completando este ano 30 anos de carreira, grande parte dela dedicada ao ensino e à pesquisa na área de Jornalismo. Fundador do Mestrado em Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina e autor de livros como O Rádio na Era da Informação e Teorias do Rádio, Meditsch é considerado um dos mais importantes pensadores do Jornalismo brasileiro na atualidade. Ele esteve na PUCPR para participar do 10º Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo, que foi realizado no Câmpus Curitiba, quando lançou o livro Pedagogia e pesquisa para o Jornalismo que está por vir. Nesta entrevista, ele analisa as tendências e transformações da prática e da pesquisa em Jornalismo. Qual a sua opinião quanto ao futuro do Jornalismo em relação às tecnologias digitais? As tecnologias digitais são novas ferramentas para o Jornalismo e, em consequência delas, ele vive uma crise de ajuste nas suas formas de produzir e de consumir, por isso tem que se transformar. Ao mesmo tempo, o Jornalismo deve tornar claro o que o diferencia em relação aos outros tipos de informação que são

disponibilizados cada vez mais pela rede. O Jornalismo precisa recuperar o que tem de valores mais profundos e fundamentais, que fazem parte da sua história cultural. Em um futuro próximo, qual deverá ser o perfil do profissional de Jornalismo? É muito difícil de prever. O que é possível dizer é que haverá um rearranjo produtivo dos modelos de negócio e, em função disso, os próprios profissionais terão que se adaptar. Isso aconteceu durante outros choques tecnológicos. No caso do rádio, por exemplo, quando se desenvolveu a fonografia, o que era mais difícil de veicular pelo rádio, que era a música, passou a ser o mais fácil e o mais barato. Isso transformou completamente o arranjo produtivo entre a indústria fonográfica e a indústria radiofônica. Eu vejo que agora nós estamos em outro momento de choque que resultará em mudanças parecidas. De que maneira a universidade e seus cursos podem acompanhar essa transformação? Em primeiro lugar, ensinando os alunos não apenas as técnicas, mas

também a razão de ser delas. Os alunos que estão hoje na universidade têm que entender por que as técnicas são feitas da forma como são, para se adaptarem à realidade diferente que virá por aí. Essa é uma das questões. Outra é preparar os alunos pra uma situação em que eles não serão simples empregados de empresas, onde estará tudo pronto para recebê-los, como foi a minha geração. Os estudantes de hoje participarão da invenção de novos modelos de negócio, então eles têm que ter uma visão mais estratégica, mais geral e empreendedora para poderem participar ativamente desse momento.

O jornalismo precisa recuperar o que tem de valores mais profundos e fundamentais, que fazem parte da sua história cultural.

* Ana Luiza Souza e Harianna Stukio são alunas do 4° período do curso de Jornalismo da PUCPR.

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reportagem

Câmpus globalizado XX SEMIC trouxe novidades alinhadas com a internacionalização da Universidade e do desenvolvimento tecnológico Antes de embarcar em um curso no exterior ou congresso internacional, alunos da Iniciação Científica e Tecnológica da PUCPR são convidados a testar sua desenvoltura com a língua estrangeira no câmpus, aqui no Brasil. Por isso, o XX SEMIC (Seminário de Iniciação Científica) propôs algumas novidades este ano, como palestras e apresentações de pesquisas de PIBIC, PIBIT e PIBIC Jr1 em inglês. Além disso, dois ex-bolsistas e 49 participantes do Ciência sem Fronteiras puderem compartilhar suas experiências por meio de depoimentos apresentados aos alunos.

See, hear and speak

João Borges

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Segundo Waldemiro Gremski, pró-reitor de Pesquisa e PósGraduação da PUCPR, as novidades são decorrência de uma percepção da Universidade sobre o que é pesquisa. “Até o ano passado, o SEMIC se limitava a apresentações de trabalhos da Iniciação Científica. Existem outras maneiras de se fazer pesquisa, as quais podem ser apresentadas de várias formas”. Propor ao aluno expor suas ideias em inglês é uma delas e foi um grande passo. “Amplia o escopo do que se espera do aluno e o prepara para outros voos”, afirma Gremski. Durante os quatro dias do XX SEMIC, dos quase mil projetos apresentados, cerca de 6% foram em inglês. Os acadêmicos que aceitaram o desafio de expor suas ideias em outro idioma estiveram com pôsteres expostos nos halls dos dos prédios das Escolas de Saúde e Biociências e de Medicina (Bloco Verde) e das Escolas Politécnica e de Arquitetura e Design (Bloco Azul), intercalados com os pôsteres em português de outros colegas. Eles também apresentaram suas pesquisas em inglês em bancas avaliativas.

Abertura do evento contou com a presença de estudantes, professores da instituição e palestrantes convidados. 1 PIBIC Jr é a iniciação científica realizada pelos

alunos do Ensino Médio.


que, dependendo do tema, é mais completa. Esse conhecimento ainda “amplia o leque de referências e possibilita vivenciar grandes experiências, como enviar artigos para congressos internacionais”, diz. Segundo Lucimar de Almeida, coordenadora de programas acadêmicos do CNPq, que tem visitado instituições de ensino por todo o país, a PUCPR está inovando com essa ideia. “Das universidades que visitei, a PUCPR é a primeira com essa proposta em seminários”. Flávia Pissaia, 20 anos, 6º período de Engenharia Mecânica, já tem bom nível de inglês e conta que a

João Borges

A coordenadora dos Programas de Iniciação Científica, Cleybe Vieira, conta que a ideia surgiu como uma estratégia da Universidade para que o aluno pudesse aprofundar seu estudo em outro idioma, uma vez que o inglês é presença universal no ambiente científico, em congressos e revistas. Cleybe reforça que, para o aluno, essa é uma grande oportunidade de preparação para adentrar no mundo científico. Para a estudante Daniele Bizetto, 19 anos, do 4º período do curso de Engenharia Ambiental, o conhecimento de outros idiomas possibilita a leitura de bibliografia estrangeira,

parte mais difícil foi adequar os termos técnicos à outra língua. Para ela, falar em inglês não é o problema. O desafio é expressar a ideia da pesquisa numa apresentação formal; por isso, treinar essa situação durante o Seminário foi importante, pois a preparou para uma futura apresentação em congresso. O aluno Gustavo Ribeiro Cercal, 20 anos, do 8º período de Engenharia Química, também reconhece o quanto dominar o inglês é fundamental. “O mercado de trabalho exige isso e ter o incentivo desde a graduação é importante”. Cercal tem planos de estudar fora do país quando se formar. Entendendo a importância do segundo idioma para a área científica, está em andamento no CNPq e na Capes um projeto de incentivo ao ensino de inglês para pesquisadores. Lucimar explica que, por meio de parcerias com escolas de inglês ou até mesmo de instituições internacionais, seria possível oferecer bolsas de estudos de idiomas a pesquisadores brasileiros

Sem fronteiras

João Borges

Aluna Daniele Bizetto, 19 anos, de Engenharia Ambiental, explica seu projeto sobre sistema alternativo de esgoto.

O aluno Gustavo Ribeiro Cercal, 20 anos, de Engenharia Química, apresenta em inglês seu trabalho em otimização de processos.

Para o aluno, outro fator que motiva o aprofundamento da língua estrangeira é a oportunidade de participação no programa Ciência sem Fronteiras, que exige nível de proficiência em outro idioma. Lucimar percebe que muitos bolsistas brasileiros preferem ir a Portugal a ir à Coreia do Sul, por exemplo – mesmo que nesse país esteja o melhor curso na área escolhida. A razão é o não domínio de outra língua. Por esse motivo, a coordenadora do CNPq explica que chegam a sobrar bolsas na Alemanha e Estados Unidos. Para a coordenadora, o Ciência sem Fronteiras é um projeto que contribui para que o aluno esteja em contato com a “nata intelectual” do mundo e, por isso, não pode ser subusufruído. Para Cleybe, em um mundo globalizado como o atual, é preciso evitar ao máximo a barreira linguística. “A língua não pode ser um obstáculo para parcerias e projetos em colaboração”.

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reportagem Outras novidades

Neste ano, o aluno de Iniciação Tecnológica pôde apresentar suas ideias em forma de protótipo. Alunos de graduação, que não participam de programas de pesquisa, também puderam expor suas ideias. O pró-reitor Waldemiro Gremski afirma que, “muitas vezes, o aluno não tem o perfil para seguir como pesquisador, mas tem ótimas ideias. Nessa edição, ele pôde mostrar isso”. A seguir, confira algumas ideias apresentadas no XX SEMIC:

Agricultura urbana Mesmo quem mora em apartamentos pode ter uma horta em casa. A ideia do aluno Everton Figueiredo é plantar hortaliças e vegetais em janelas do tipo brise. Além de trazer economia e maior qualidade na alimentação para a família que usufruirá da horta, o sistema ajuda na manutenção da temperatura interna do apartamento, assim como os jardins verticais.

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Enchentes Na década de 1990, uma enchente danificou vários ambientes da Universidade. A água chegou a atingir 1,5 m em alguns locais do Câmpus Curitiba. Tendo como base esse fato, os alunos Fábio Souza e Guilherme Morais pensaram em desenvolver um modelo computacional que sirva como ferramenta para diagnosticar situações de risco de enchentes com um dia de antecedência. O objetivo é auxiliar a mobilização do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil.

Reaproveitamento de alimentos A ideia da aluna Camile Vicilli é reaproveitar casca de maçã para a produção de barras de cereais. O foco está na economia e no meio ambiente.

Elevador equipado O Projeto Ifinger, do aluno Guilherme Gomes, é um dispositivo para ser implantado em elevadores, sinalizando em que andar o portador de deficiência visual se encontra.

Pulseira de segurança A cada dia, há mais e mais notícias de crianças que morrem dentro dos carros, por terem sido esquecidas lá. O motivo é a vida atribulada dos pais ou a mudança de rotina. Pensando em resolver esse problema, o jovem Matheus Tomio teve a seguinte ideia: pai e filho possuem uma pulseira. Quando eles se distanciam por 10 metros, a pulseira de ambos vibra, mostrando que algo está errado. A pulseira é à prova d’água e pode ser usada na praia, onde a criança costuma brincar na beira do mar, enquanto o pai observa de longe. Se a criança for mais longe do que o permitido, o pai saberá e poderá chamá-la para perto novamente. João Borges


937

PESQUISAS CIENTÍFICAS apresentadas ao todo

12

50

projetos

PIBIC apresentados em inglês

projetos

PIBIT apresentados em inglês


pesquisa

Soluções para o Brasil

Tese de mestrado de aluno da PUCPR vira modelo de avaliação de qualidade de prestação de serviços para empresas de pequeno e médio porte

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O MPS-SV é focado em pequenas e médias organizações – maioria das empresas brasileiras de TI – e permite a melhoria dos processos de serviços de forma gradual. Enquanto o modelo internacional (CMMI-SVC) utiliza cinco níveis de avaliação, o brasileiro se propõe a usar sete. O motivo: facilitar a adoção pelas pequenas e médias empresas. “O fato de termos modelos com ‘degraus’

menores que os modelos internacionais permite à empresa de pequeno porte iniciar sua jornada de melhoria a custos mais acessíveis”, afirma Sheila Reinehr, diretora de Educação Continuada da PUCPR e também orientadora da dissertação de mestrado. Sheila explica que um dos fatores que motivou a criação do modelo foi a constatação da representatividade do setor para a economia

João Borges

Sintonia entre a academia e o mercado de trabalho foi o que aconteceu com um projeto de mestrado na PUCPR. Percebendo que os modelos de serviços existentes para avaliação de software e serviços de TI, embora já bastante consolidados, não eram adaptados à realidade brasileira, foi desenvolvido o MPS-SV (Melhoria de Processo de Software e Serviços Brasileiro para Serviços).

A co-orientadora Andreia Malucelli, a esquerda, o orientando Renato Machado e a orientadora Sheila Reinehr.


brasileira. De acordo com dados da Associação Brasileira de Empresas de Software (ABES), o faturamento com software e serviços de TI no Brasil no ano de 2009 foi de aproximadamente 15 bilhões de dólares, dos quais 64,5% referiam-se a serviços. “Esses dados ressaltam a importância do mercado de serviços de TI no Brasil”, complementa a co-orientadora Andreia Malucelli. O projeto saiu do papel por meio de uma parceria de viabilização com a Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro (Softex). Junto com outros processos de avaliação, o MPS-SV passou a compor o MPS.BR, programa cujo foco é a melhoria de processos dos software brasileiros. A Softex se caracteriza como uma organização para o desenvolvimento de mercados e aumento sustentável da competitividade da Indústria Brasileira de Software e Serviços de TI, por isso o projeto foi visto com relevância. “Depois da minha defesa, a Softex sugeriu que adaptássemos a dissertação para ser o modelo oficial de serviços dentro do programa MPS.BR”, aponta o analista de sistemas Renato Machado, autor da tese.

G Parcialmente Gerenciado

Benefício imediato

O modelo proposto pode trazer benefícios imediatos para as empresas prestadoras de serviços, portanto, é importante que uma organização receba esse reconhecimento. Graças ao custo reduzido, a S2IT de Araraquara (SP) foi a primeira empresa brasileira a ser avaliada com sucesso no nível (G) de maturidade do novo modelo MPS-SV.

O fato de termos modelos com "degraus" menores que os modelos internacionais permite à empresa de pequeno porte iniciar sua jornada de melhoria a custos mais acessíveis. Sheila Reinehr Diretora de Educação Continuada da PUCPR

F

Gerenciado

A professora explica que o método de avaliação está baseado na norma internacional ISO/IEC 15504. A equipe de avaliação coleta indicadores diretos (produtos que são gerados ao longo da concepção e prestação do serviço) e faz entrevistas com os participantes da equipe da empresa na prestação do serviço. Essas informações permitem aos avaliadores checar se os requisitos do modelo são cumpridos para aquele nível de maturidade desejado. Quem sai ganhando são as empresas nacionais. “A primeira grande vantagem do modelo é oferecer um caminho para a melhoria dos processos utilizados na concepção, execução e gestão do serviço. A segunda vantagem é ter uma declaração pública de que a empresa se preocupa com a qualidade do serviço que presta”, completa a orientadora Sheila. A PUCPR também é beneficiada, pois conquistas como estas a colocam em um patamar de reconhecimento, seriedade e destaque na área de pesquisa aplicada. “Isso confirma a necessidade de a universidade estar em sintonia com o mercado”, completa Renato. A expectativa é de que a adoção do MPS-SV seja acelerada, uma vez que existem inúmeras empresas de serviços de TI no país.

Entenda quais são os sete níveis de maturidade utilizados pelo modelo MPS-SV:

E

Parcialmente Gerenciado

D

Largamente Definido

C

Definido

B

Gerenciado Quantitativamente

A

Em Otimização

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drops

João Borges

Aluna de Jornalismo apresenta programa É-Paraná

Fotos: Edjane Madza

Nivia ficou feliz em saber que suas matérias iriam ao ar na rádio da É-Paraná.

A aluna Nivia Maria Kureke, do 4° período de Jornalismo da PUCPR, produziu série de reportagens sobre eleições para rádio da É-Paraná (AM 630). A série abordou a história do voto no Brasil, a democracia brasileira e suas características, o voto e a participação da mulher na política e o voto jovem. As pautas e os textos foram orientados e discutidos com a professora de Radiojornalismo, Mônica Kaseker, que coordena o Núcleo de Produção em Rádio, da Escola de Comunicação e Artes. Para Nivia, a experiência foi marcante. “Fiquei superfeliz de saber que minhas matérias vão ao ar e que foram elogiadas pelo pessoal da rádio".

Arena du Chef é o rito de passagem da vida acadêmica para a profissional dos alunos da Escola de Negócios.

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Arena Du Chef

Para marcar o fim da graduação, a Escola de Negócios promove para os alunos de Secretariado Executivo, Ciências Contábeis (Curitiba e São José dos Pinhais), Marketing e Turismo uma atividade de integração para formandos: a Arena du Chef. Com a temática de gastronomia, o evento é um momento de reflexão, descontração e interação entre alunos e professores. Marciano Cunha, coordenador do evento e também do Núcleo de Empregabilidade e Oportunidades da PUCPR, conta que “o objetivo é promover o rito de passagem da vida acadêmica para a vida profissional”.


Instagram @electrolux.com

Aluno da PUCPR é o único brasileiro na final do Design Lab 2012

Anualmente, a Electrolux produz o concurso Design Lab, com o objetivo de estimular estudantes de Design a criar cada vez mais. Neste ano, foram inscritos 1.200 projetos. Alexandre de Bastiani, egresso do curso de Design de Produto da PUCPR, foi o único brasileiro na final. Utilizando a nanotecnologia, Alexandre inventou uma máquina de espuma comestível: a Spummy, que possibilita criar espuma com qualquer sabor que se deseje. O primeiro lugar ganhará um estágio em um centro global de design da Electrolux, além de 5 mil euros.

O vencedor do Design Lab 2012 ganha um estágio em um centro global de design da Electrolux.

Estudantes da PUCPR premiados pela Volkswagen

João Borges

Neste ano, o aluno Chrystian Wendel conquistou o primeiro lugar no 14º Talento Volkswagen Design, cuja premiação é um estágio de um ano na multinacional e uma viagem para visitar o Salão do Auto em Frankfurt. “A oportunidade de estagiar nesse segChrystian Wendel afirma mento é buscada por inúque a vitória representa uma grande oportunidade de meros outros estudantes, iniciar a carreira profissional. mas é bastante escassa. Então, alcançar tal colocação é um reconhecimento de extrema importância”, diz Wendel. Na verdade, o estágio é mais que um prêmio. É uma real oportunidade profissional. O designer Guilherme Knop, formado pela PUCPR e finalista em edição anterior deste mesmo concurso, é o atual chefe do setor de Design da Volkswagen do Brasil. Outro premiado da Volkswagen do Brasil foi o aluno Lucas Oliveira, de Engenharia de Produção. A partir do PRE 2012 (Programa de Reconhecimento de Estagiários), Oliveira e mais três colegas desenvolveram o projeto Otimização do uso de cola no processo produtivo da armação, que visa à redução de cola em algumas fases de produção. Os estudos mostraram que, com um processo otimizado, podia-se economizar 195 mil reais anuais e 33% de cola. A ideia vai ser aplicada em fases de produção da unidade em Curitiba e até fora do país. “Não conhecia nenhum programa de estágio que fizesse isso. Ter esse reconhecimento é muito importante”.

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pastoral

Jornada Mundial da Juventude Jovens de todo o mundo se preparam para o maior evento cristão da juventude, e que em 2013 será acolhido pelos braços do cristo redentor 28 “Espalhados pelo mundo, conservamos o mesmo ardor”. É o que diz, entre notas e melodias, a letra do hino da Jornada Mundial da Juventude Rio 2013, uma atividade organizada por jovens e para os jovens do mundo inteiro. O encontro acontece a cada dois ou três anos, numa cidade onde milhares de peregrinos de todas as orientações geográficas se reúnem. A história começou em 1984, quando o então Papa João Paulo II entregou aos jovens a Cruz que se tornaria um dos principais símbolos da Jornada Mundial da Juventude, e em 1985 anunciou a

instituição da JMJ. Desde então, 12 eventos aconteceram, sendo o último realizado em 2011 em Madri, na Espanha, em que cerca de 2 milhões de jovens se reuniram. O convite para o evento é sempre especial, vindo direto do Vaticano. O Papa sempre propõe uma temática específica aos jovens para que meditem e aprofundem seu encontro com Jesus Cristo. Nessa edição, o tema escolhido foi “Ide, fazei discípulos de todas as nações” (Mt 28,19) com a proposta de despertar na juventude brasileira uma postura missionária para que contagiem

os jovens dos quatro cantos do mundo. Para o Ir. Adriano Brollo, um dos organizadores do evento em Curitiba, a importância do evento transcende a religião. “A jornada é uma grande oportunidade do encontro intercultural, vai além do aspecto religioso. Há diferentes culturas, línguas e expressões da ‘Igreja jovem’”.

Símbolos da JMJ

A cruz dos jovens é feita em madeira e têm 3,8 metros. Na entrega aos jovens no Centro Juvenil Internacional São Lourenço, em


Roma, o Papa pediu a todos que ela fosse um símbolo de amor de Cristo pela humanidade. Desde 1984, a cruz da JMJ viajou o mundo, sempre presente em cada celebração internacional da Jornada Mundial da Juventude. No ano de 1994, a cruz começou um compromisso que, desde então, tornou-se uma tradição: sua jornada anual pelas dioceses do país-sede de cada JMJ, como um meio de preparação espiritual para o grande evento. Em 2003, outro presente foi dado aos jovens pelo Papa João Paulo II: o Ícone de Nossa Senhora, um segundo símbolo de fé para ser carregado pelo mundo, que passou a acompanhar a cruz desde então. A obra é uma cópia contemporânea de um ícone antigo encontrado na primeira e maior basílica para Maria, a Mãe de Deus, no Ocidente, Santa Maria Maior. Seu significado é a presença materna de Maria próxima aos jovens. O Bote Fé é a acolhida dos símbolos da JMJ e tem como objetivo congregar a juventude. O evento busca criar um vínculo entre os jovens, além de buscar evidenciar setores da sociedade por vezes esquecidos.

Semana Missionária

A Pré-Jornada ou Semana Missionária, que acontecerá em Curitiba de 15 a 21 de julho de 2013, é uma forma de facilitar a acolhida aos jovens peregrinos vindo de outros países. A oportunidade promove a meditação por parte dos jovens sobre seus projetos de vida, a

partilha e o engajamento. E a capital paranaense terá uma acolhida especial: “será a sede onde vários jovens Maristas do mundo participarão desta semana missionária”, aponta Ir. Adriano. E é por meio desse encontro que a semana busca seus objetivos, como a experiência de fé, cultural e de solidariedade. “Acolher as juventudes Maristas provenientes das diferentes partes do mundo revela a interculturalidade e internacionalidade do Instituto Marista. Acolher esses jovens é uma oportunidade de ampliar nossos olhares e aprender a valorizar o diferente, e ainda, celebrar a diversidade das juventudes”, completa o Ir. Adriano. Em Curitiba, a previsão de jovens durante toda a semana missionária é de aproximadamente 30 mil.

PUC na JMJ

Envoltos neste espírito Marista, os alunos da PUCPR se preparam para a Jornada Mundial da Juventude, como aponta a aluna Suellen Gonçales de Oliveira, do 8º período de Direito do Câmpus Londrina. “Estamos realizando reuniões da Comissão Local da Juventude da Pastoral Universitária mensalmente, pensando em questões de estrutura e planejamento, com relação às demais pessoas e aos universitários da PUCPR que querem participar da JMJ”. E não para por aí. “O Núcleo de Pastoral da Universidade, durante o ano de 2012, realizou dois Fóruns das Juventudes em São

José dos Pinhais”, aponta a assistente pastoral Luciana Kadlubitski, desse câmpus. “Também como preparação para a Jornada Mundial da Juventude, os acadêmicos tiveram a oportunidade de participar, de 12 a 14 de outubro de 2012, do II EBRUC [Encontro Brasileiro de Universitários Cristãos]”, completa. Segundo Ir. Adriano, “no próximo ano várias atividades na Universidade e de todo o Grupo Marista irão conectar os jovens Maristas com essa grande celebração da igreja.”

Convite Na tarde de 25 de fevereiro, venha participar da acolhida da Cruz Peregrina e do Ícone Mariano às 14 horas, no Colégio Marista Paranaense (atividade com estudantes, PJM, Pastoral da Educação, ANECPR), e às 16 horas, no Câmpus Curitiba da PUCPR (espaço de encontro com universitários e Pastorais das Instituições Católicas de Ensino Superior).

Para participar Para participar da preparação da Jornada Mundial da Juventude Rio 2013, informe-se na Pastoral do seu câmpus.

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João Borges

registro

Ganhadores com seus certificados junto com o diretor do Câmpus Maringá, Sandro Marques, ao lado de Tiago Iorc.

Revele seu Talento Campus Londrina, Maringá e Toledo

II Simpósio Bienal de Educação Musical

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Aconteceu, de 5 a 9 de novembro, o II Simpósio Bienal de Educação Musical na PUCPR. O tema central do evento, Música, educação, tecnologia e novos paradigmas, foi discutido por profissionais da área, comunidade acadêmica e estudantes, trazendo à tona subtemas e assuntos da atualidade que envolvem o ensino da música e a atuação dos profissionais educadores. O objetivo do Simpósio Bienal de Educação Musical é trazer, além das mesas-redondas e apresentações, grupos musicais e corpos artísticos institucionais, palestras, oficinas e workshops destinados a educadores e estudantes de Música. As coordenadoras do Simpósio são as professoras Cristina Lemos, Ângela Sasse e Luciane Hilu.

Shutterstock

No dia 11 de novembro, foi realizada a final do X Festival Revele seu Talento dos câmpus Londrina, Maringá e Toledo. Seis finalistas apresentaram-se acompanhados da Orquestra de Câmara da PUCPR sob a regência de Marcos de Lazzari. Os vencedores foram: Luiz Augusto Pavão Netto, do curso de Administração do Câmpus Londrina, e Emi Raquel Franca Borges, do curso de Psicologia do Câmpus Toledo. O evento também contou com a participação do cantor Tiago Iorc.


João Borges

Professor do curso de Direito da PUCPR lança livro

O professor do curso de Direito da PUCPR Vladimir Passos de Freitas lançou o livro Curso de Direito: antes, durante e depois, dando dicas para estudantes da área sobre como direcionar a carreira para atingir o objetivo profissional. Na obra, o autor apresenta a própria trajetória, além de histórias e exemplos de profissionais bem-sucedidos, sempre com a intenção de direcionar qual caminho os levou a tais conquistas e mostrando, aos jovens estudantes, que podem aproveitar o curso em sua totalidade e direcionar a carreira desde o início. O livro também dá exemplos de profissionais que não foram tão vitoriosos e os motivos para os resultados não atingirem o esperado.

João Borges

O professor Vladimir Passos de Freitas com o livro Curso de Direito: antes, durante e depois.

VII Jornada de Saúde Mental e Psicanálise

Nos dias 26 e 27 de outubro, aconteceu a VII Jornada de Saúde Mental e Psicanálise na PUCPR. Foram realizadas palestras ministradas por profissionais da área, que discutiram assuntos relacionados à cultura familiar, saúde mental, psicanálise nos seus diversos âmbitos de trabalho, filosofia, entre outros temas. Dentre os temas discutidos pela Jornada estiveram a psicanálise, a filosofia e a saúde mental.

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vem aí

Inscrições para Colações de Grau Especiais As inscrições estão abertas para as Colações de Grau Especiais. Para se inscrever, é preciso entrar no Portal do Aluno e seguir o caminho: PAPIRUS/documentos/novo/tipos de documento Colação de Grau Especial, ou comparecer no SIGA e procurar atendimento do seu câmpus. É importante que o aluno acompanhe o andamento da solicitação via Papirus. Mais informações no telefone (41) 3271-1772 ou pelo e-mail <formatura@pucpr.br>. O prazo se encerra no dia 8 de fevereiro de 2013.

Calendário Acadêmico 2013 O Calendário Acadêmico 2013 já está disponível para consulta. As aulas do primeiro semestre começam no dia 4 de fevereiro em todos os câmpus da Universidade. Confira a programação completa do ano letivo no site <www.pucpr.br/siga>.

Matrículas pós-graduação PUCPR As matrículas estão abertas, até março de 2013, aos interessados nos cursos de pós-graduação da PUCPR. Estão sendo ofertadas mais de 200 opções das nove escolas, que abrangem todas as áreas de conhecimento. Confira a relação de cursos disponíveis no site <www.pucpr.br/especializacao>.

32 Curso de extensão 2012 Estão abertas as inscrições para o curso de extensão Comunicação Corporativa Estratégica, na PUCPR. O objetivo é desenvolver a capacidade de compreender a importância da comunicação corporativa como ferramenta estratégica no cenário atual e orientá-los para que planejem e programem estratégias e ações adequadas. O curso será realizado de 3 a 7 de dezembro, das 19h às 22h, no Laboratório de Comunicação e Artes, na linha verde, n. 11.848. A inscrição custa R$ 150,00 e vai até o dia 29 de novembro. Mais informações pelo telefone (41) 3271-6248.


Peguei a viola, botei na sacola e... fui para o Festival Sertanejo Entre as batidas de cordas de violão, mais uma vez o Festival Sertanejo da Rádio Clube FM revela um talento das paradas musicais. Com mais de 300 inscritos, foram selecionados três finalistas que passaram pelas quatro etapas eliminatórias do concurso. A semifinal aconteceu dia 27 de outubro, numa superfesta com a presença do Grupo Kanoa, no

Rancho Brasil. Nessa etapa, os candidatos cantaram duas músicas e foram avaliados pela mesma comissão de jurados das etapas anteriores, que analisaram os itens: voz, desenvoltura, carisma e presença de palco. Foram classificadas três duplas finalistas: Beatriz e Gabriel, de Ribeirão Preto (SP), Jean e Daniel, de Joinville (SC) e Kauã e Rafael, de Paranaguá (PR).

A grande final acontecerá no dia 7 de dezembro, no Adelson Clube Show, onde cada dupla cantará três músicas acompanhadas pela banda da casa, além, é claro, da participação do público presente, que poderá votar em sua dupla predileta. A que receber a maioria dos votos ganha um ponto extra no somatório das notas dos jurados. Com vocês, os candidatos:

Como é ser um dos finalistas no Festival Sertanejo 2012? É muito gratificante saber que estamos entre os três finalistas do Festival Sertanejo 2012. É um festival em nível nacional com artistas inscritos em todo o Brasil. Já nos consideramos vencedores por estarmos aqui. Trabalhamos com muita garra para atingir nossos sonhos e objetivos. O caminho é difícil e doloroso, mas no fim vale a pena ver nosso trabalho sendo reconhecido e valorizado pelo público. Kauã e Rafael - Paranaguá (PR)

Em que o Festival agrega à carreira no mundo sertanejo? Além da bagagem que estamos acumulando ao vivenciar as diversas situações em que um festival como esse nos coloca, ser finalista de um grande Festival Sertanejo, certamente, vai agregar, e já está agregando, em muitos aspectos relacionados à visibilidade da dupla e à valorização do nosso trabalho. Beatriz e Gabriel - Ribeirão Preto (SP)

Quais as expectativas para o futuro após o Festival? Esperamos que esse Festival abra portas em ambientes importantes para a música sertaneja, tanto em Curitiba como em outras cidades que pretendemos atingir com nossa música. Soma-se a isso a contribuição vinda das premiações, como a possibilidade de gravação de faixas de CD e videoclipe, feitos por profissionais da área, criando um portfólio importante para a dupla. Jean e Daniel – Joinville (SC)

Para saber mais sobre o Festival Sertanejo 2012 acesse: <www.ofestivalsertanejo.com.br> ou <facebook.com/ofestivalsertanejo>

O Lumenoso faz parte da Lumen Comunicação, que mantém a Lumen FM, a Lumen Clássica e a Clube FM.

Cultura é

fácil


João Borges

mundo melhor

Thamires C. de Oliveira

Prática de sucesso

Acadêmico do Projeto Comunitário auxilia idosos de Londrina no processo de alfabetização Por Arielly C. de Moura Grande Colaboradora do Núcleo de Projetos Comunitários

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Ao auxiliar o processo de alfabetização dos idosos no Asilo São Vicente de Paula, o acadêmico Guilherme Augusto Lippi Garbin, do curso de Direito do Câmpus Londrina, realizou suas atividades do Projeto Comunitário e afirmou que a atividade mudou sua vida. O asilo está recebendo o Programa Paraná Alfabetizado, do Governo Estadual, coordenado pela Secretaria de Estado da Educação e desenvolvido em parceria com o MEC/SECAD/Programa Bra-sil Alfabetizado, Prefeitura Municipal de Londrina e instituições como o asilo. O objetivo é garantir a alfabetização de todos, o acesso à leitura e à escrita como direito à educação básica e como instrumentos de cidadania, superando algumas situações de exclusão em que se encontra a população não alfabetizada. De acordo com Guilherme, os professores ensinam o fundamental aos alunos: “ensinam a ler, escrever, os números, somar, subtrair, História, " Geografia, e por aí vai, e meu papel é auxiliar os idosos pelo ‘caminho do saber’”, completa. Para Guilherme, a atividade mudou sua vida. “O projeto me proporcionou conhecer novos

amigos, pois é isso que existe entre meus amigos do asilo e eu, uma amizade sincera. O que posso dizer é que, por meio do Projeto Comunitário, a PUCPR se destaca na sociedade, como uma instituição preocupada em formar ‘gente boa’. O projeto é com toda a certeza um divisor de águas, pois depois dele o acadêmico vê o mundo que o cerca e vai em frente para fazer algo pela sociedade! Os meus amigos estão me dando uma lição de vida, me mostrando que, independente das adversidades que vivemos, sempre devemos estar de cabeça erguida e ir em frente! Eles narram histórias que nenhum livro poderia me contar tão bem quanto eles. Apresentando-me um amor, que mesmo calejado pelo tempo, mantém-se vivo e pronto para amar! Dizendo-me, em seu escrever ainda rústico, que sempre é tempo para aprender! Hoje, ao assistir a uma aula na PUCPR, penso que o meu conhecimento pode sim servir a minha sociedade, para que ela se desenvolva por um caminho pautado pela esperança, pela fé na humanidade, pelo amor a quem segue junto de nós a caminhada da vida”.

O ser humano, em todos os tempos, sentiu a necessidade da entre ajuda e a colaboração uns com os outros. ‘Não é bom que o homem viva só... e Deus fez a mulher’, nos recorda a Bíblia. Nasceu assim a comunidade, expressão concreta e humana da Trindade de Deus. Celebrar 10 anos do Projeto Comunitário é celebrar a vitória da caridade, da solidariedade, do amor ao próximo em seu sentido mais profundo. É aceitar que a realização pessoal e a alegria de viver passa pelas relações humanas que nos divinizam. Parabéns ao Projeto Comunitário, pois ele é a realização concreta do Plano de Deus para a humanidade. Ir. Joaquim Sperandio Superior Provincial do Grupo Marista

“Conquistas são veneradas como verdadeiras obras de arte, de se aproximar de algo ou de pessoas que nos parecem apropriada parceria nessa caminhada rumo à glória de uma sociedade mais justa e participativa. Agradecemos a Deus por vocês, pela oportunidade de nos mostrar que ainda podemos sonhar, que é possível acreditar sim, que podemos colher e sermos cidadãos capacitados para vivermos entre a sociedade, de forma digna. Oferecemos a Deus seus caminhos, suas vidas, suas famílias. Que além da profissão, vocês tornam-se pessoas humanas e verdadeiras bênçãos aos olhos de Deus. ‘Semeie o bem, para poder colher o bem’.” O beneficiário Marcelo Alexandre Dias, representando a coordenação-geral da Associação Aliança de Misericórdia de Iguatemi e os beneficiários da Instituição, escreveu esse depoimento como forma de agradecimento às atividades do Projeto Comunitário na Instituição. O depoimento foi lido por ele durante a comemoração dos 10 anos do Projeto Comunitário no Câmpus Maringá, no dia 12 de setembro de 2012.




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