Vida Universitária

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edição 221 • fevereiro | março 2013

Parar com as drogas Como a internação dos dependentes busca contribuir para um tratamento bem-sucedido Sabe o que faz a Pastoral? Desmistifique ideias e promova ações sociais

Neurônios

alterados Descubra como a internet tem influenciado a forma como pensamos



índice

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A internet fez a sua cabeça?

A internet veio para ficar. Mas, e aí? Ela tem interferido no raciocínio e na forma como as pessoas se expressam?

ESTAÇÃO PUC

MUNDO MELHOR mercado de trabalho

sintonia cultural

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O estudante de Engenharia de Produção da PUCPR Daniel Alon Antar soube desenvolver o melhor que o PUC Talentos tem a oferecer. Atento às oportunidades do programa, o estudante conseguiu uma vaga de estágio em uma empresa de renome em sua área.

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É dia de apresentação. Acompanhamos a rotina do Grupo de Teatro Tanahora para a acolhida dos calouros com uma peça de estreia. A preparação começa cedo.

DNA

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Estilo empreendedor

ENQUANTO ISSO vida docente

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Olhar distante

A participação dos professores da PUCPR em eventos, lançamentos e congressos é destaque na Vida Universitária, com direito a muitas fotos.

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diário de bordo

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Agenda de jovem cientista

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Acadêmicos terão a oportunidade de descobrir as atividades desenvolvidas pela Pastoral. Boas ações que não interferem em escolhas religiosas. Descubra como fazer.

A tarefa de tornar o desafio mais acolhedor

pergunte para puc

qualidade de vida

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Este espaço é do aluno. Fotos e registros dos acadêmicos que participam de eventos, premiações e diversas oportunidades dentro e fora da Universidade.

Correr é um barato

REPORTAGENS

vem aí

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Dúvidas são fundamentais para gerar conhecimento. Aquilo que você não sabe pode ser a dúvida de mais universitários. Saia da dúvida e descubra a resposta.

Estudantes e professores atentos a eventos, palestras e grandes atividades têm espaço reservado para uma agenda bem selecionada sobre a esfera acadêmica.

VEJA +

reportagem

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Dois alunos do Ciência sem Fronteiras contam a experiência e os desafios de viver por um ano em uma cidade no continente asiático, culturalmente excêntrica: Hong Kong.

na prática

espiritualidade

FALANDO SÉRIO

drops

registro

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mundo afora

da puc

reportagem Nem sempre a vontade de parar é forte o bastante. As internações involuntárias podem ser vistas com olhares de reprovação, mas começam a ser traçadas como primeiro passo para o livramento do vício. Conheça a vida real de quem já passou por isso.

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Faculdade X Universidade

entrevista

reportagem

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Risos que curam a alma

pesquisa

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A vez de Gustavo Fruet

Sabe aqueles bilhões de fios de cabelo jogados fora? Pois bem, eles têm utilidade. Pesquisa desenvolvida por uma aluna da PUCPR estuda a adição dos fios capilares ao concreto. Dois produtos com fins diferentes unidos pelo meio ambiente.


editorial

A serviço dos outros Março celebra mais um ano da fundação da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. A Instituição comemora 54 anos, sempre em busca de uma formação universitária ética, em sintonia com os avanços tecnológicos e em busca de sua visão de futuro, que tem entre seus objetivos a internacionalização. Para comemorar essa data, apresentamos o novo projeto editorial da revista Vida Universitária. A publicação passou por algumas mudanças nos últimos anos, sempre em busca de um formato atual e moderno, com o objetivo de ser um canal de comunicação eficiente. A revista cumpre um importante papel ao manter sua comunidade acadêmica atualizada em relação aos assuntos universitários e, principalmente, aos temas importantes que fazem parte de seu dia a dia. Nesta edição, especialistas e estudantes discutem o atual cenário da comunicação com as ferramentas disponibilizadas por meio da internet. Alunos e professores falam sobre os grandes impactos e mudanças que esses dispositivos trouxeram às nossas vidas. Na primeira edição de 2013, queremos ainda apresentar iniciativas de estudantes que se envolvem com a Pastoral Universitária e descobrem em suas vidas a paixão por contribuir para um mundo melhor. E como já dizia Aristóteles, “a felicidade e a saúde são incompatíveis com a ociosidade”. Por esse motivo, inauguramos a seção “Qualidade de vida”, com informações sobre atividades físicas e hábitos saudáveis que nos guiarão para uma vida mais plena. A matéria de estreia fala sobre os benefícios da corrida. Aqui na PUCPR temos um grupo muito entusiasmado com a modalidade esportiva. Quem sabe você também se junta a esses corredores! A cada novo dia, a PUCPR reforça seu compromisso com a formação de cidadãos prontos para enfrentar os desafios da nossa sociedade, contribuindo para a disseminação dos valores Maristas no mundo. Ao escolher esta Universidade, o estudante opta por um desenvolvimento profissional de qualidade e uma formação alinhada aos bons valores. Bons valores com excelência. Essa é a nossa missão. Boa leitura! Clemente Ivo Juliatto Reitor

GRÃO-CHANCELER Dom Moacyr José Vitti

VIDA UNIVERSITÁRIA é uma publicação bimestral da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Registrada sob o nº 01, do livro B, de Pessoas Jurídicas, do 4º Ofício de Registro de Títulos, em 30/12/85 - Curitiba, Paraná

CONSELHO EDITORIAL – PUCPR REITOR Clemente Ivo Juliatto VICE-REITOR Paulo Otávio Mussi Augusto PRÓ-REITOR ACADÊMICO Eduardo Damião da Silva PRÓ-REITOR DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO Waldemiro Gremski PRÓ-REITOR COMUNITÁRIO Másimo Della Justina PRÓ-REITOR ADMINISTRATIVO E DE DESENVOLVIMENTO José Luiz Casela DIRETORA DE RELACIONAMENTO Silvana Hastreiter REDAÇÃO JORNALISTA RESPONSÁVEL Rulian Maftum - DRT 4646 SUPERVISÃO Maria Fernanda Rocha TEXTOS Michele Bravos, Julio Cesar Glodzienski e Elizangela Jubanski EDIÇÃO DE ARTE Julyana Werneck FOTOGRAFIA Renata Duda ILUSTRAÇÃO Benett PROJETO GRÁFICO E LOGOTIPO Estúdio Sem Dublê | semduble.com REVISÃO Editora Champagnat PROPAGANDA Lumen Comunicação Rua Amauri Lange Silvério, 270 Pilarzinho. Cep 82120-000. Curitiba. Paraná. www.grupolumen.com.br Para anunciar, ligue: (41) 3271-4700 IMPRESSÃO GRÁFICA: Fotolaser Gráfica e Editora TIRAGEM: 15.000 exemplares CONTATO Rua Imaculada Conceição, 1155 - 2º andar Prado Velho - Curitiba - Paraná Caixa Postal 17.315 - CEP: 83.215-901 Fone: (41) 3271-1515 www.pucpr.br vidauniversitaria@pucpr.br Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução sem autorização prévia e escrita. Todas as opiniões são de responsabilidade dos respectivos autores.

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© Foto: Divulgação

entrevista

A vez de

Gustavo Fruet Eleito com 60% dos votos, o prefeito de Curitiba conta quais desafios enfrenta na gestão e de que forma o orçamento da educação interfere no desenvolvimento social da cidade 6 |


Gustavo Fruet é o apelo de renovação para os curitibanos. Filho do ex-prefeito de Curitiba, Maurício Fruet, Gustavo é advogado, doutor em Relações Sociais e cumpriu, por três mandatos consecutivos, o cargo de deputado fede-

ral. Integrante do movimento estudantil desde a universidade, o prefeito acredita que essa inclusão desde jovem o levou até o topo da cadeia política na cidade. Contra as perspectivas, Fruet saltou da tercei-

ra colocação nas pesquisas eleitorais para o cargo de prefeito de Curitiba. Hoje, em pleno diagnóstico de início de gestão, Gustavo Fruet reitera os 30% do orçamento à educação e defende a formação técnica do secretariado.

Este é o primeiro contato de nossas crianças com a educação, por isso é tão importante. A partir de uma educação de base de qualidade temos condições de preparar melhor essas crian-

ças para enfrentar os desafios da vida acadêmica e profissional. Por isso, pedimos a nossa secretária de Educação, Roberlayne Roballo, que dê atenção especial ao Ensino Fundamental.

Com o passar dos anos, os jovens estão descobrindo a valorização dos movimentos que acontecem na sociedade. Qual a importância da mobilização do jovem nessas causas sociais e políticas?

Fundamental. Só para citar um exemplo, na semana passada lançamos, em parceria com a Associação Comercial do Paraná, a campanha de combate à pichação. Sem a participação e

envolvimento dos jovens, jamais teremos êxito em iniciativas como essa. Se hoje cheguei à condição de prefeito, é porque desde muito jovem sempre estive envolvido em mobilizações político-estudantis.

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) anunciaram reajuste de 10% nas bolsas de mestrado e doutorado. Como o município pode aproveitar os pesquisadores curitibanos em amplas áreas?

Ao longo dos últimos anos, Curitiba foi perdendo a capacidade de planejar e encontrar soluções criativas e simples para resolver os problemas enfrentados por uma grande metrópole. Nosso desafio é resgatar essa capacidade. Isso passa pela valori-

zação dos pesquisadores curitibanos, que estão sendo incentivados, por órgãos como o IPPUC (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba), a participar do planejamento e da tomada de decisões sobre o futuro da cidade.

A educação de base é o início estudantil para a boa formação das crianças. Como ela pode influenciar diretamente em cidadãos responsáveis com a sociedade?

Em campanha, o prefeito afirmou que 30% do orçamento serão para a educação. De que forma isto será feito?

Além disso, o objetivo da gestão é efetivar uma política de educação de jovens e adultos para gerar uma taxa de alfabetização próxima a 100%. Isso também significa investimento social?

O anúncio do secretariado, feito em janeiro, conciliou formação técnica e influência política. O prefeito concorda que área de formação específica auxilia no direcionamento da cidade?

O aumento do orçamento para educação se dará de forma progressiva. Ao fim do mandato, estaremos utilizando ao menos 30% do orçamento em educação. Isso terá impacto direto na qualidade de ensino.

“Sem a participação e envolvimento dos jovens, jamais teremos êxito em iniciativas (...)”

A melhora na qualidade da educação gera reflexos em todas as áreas. Da mesma forma, os investimentos sociais melhoram os indicadores da educação. Nestes primeiros 100 dias, estamos fazendo um diagnóstico da realidade social das diversas regiões de Curitiba.

A partir daí, investiremos em ações localizadas de valorização e resgate social. Quando uma criança entra na escola, imediatamente melhora sua própria qualidade de vida e a dos familiares, e ainda abre uma expectativa futura de melhora na qualidade de vida.

Sem dúvida. Até por isso, estamos investindo na valorização dos servidores, que tiveram boa parte de sua qualificação técnica forjada no dia a dia da administração municipal. Nos próximos anos, vamos

valorizar a atuação do Instituto Municipal de Administração Pública (IMAP), para ampliar a oferta de cursos de aprimoramento em questões específicas.

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A internet fez a sua cabeça? Com a Era Digital, uma nova forma de pensar. Saiba como a web tem influenciado as novas gerações

Na última década, o número de famílias com acesso à internet cresceu intensamente. Segundo dados do IBGE e Ibope/NetRatings, em 2001 apenas 8,60% das casas brasileiras possuíam computador com acesso à internet. Em 2010, esse número subiu para 30,7%. Atualmente, o Brasil conta com 94,2 milhões de usuários (contabilizando crianças a partir de 2 anos). Imagine quantos deles tiveram seu primeiro contato com um computador antes mesmo de aprenderem a andar de bicicleta ou irem à escola.

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Diante dessa nova realidade, questiona-se se e como esse universo fantástico da internet está influenciando essa geração de nativos digitais. As possibilidades de interação com o outro, o acesso fácil a todo tipo de informação, o caminho sem fim dos hiperlinks, têm tornado-os mais comunicativos? Mais criativos? Mais ágeis? Segundo Raquel Panke Apolo, mestre em Educação pela Universidade de Lisboa e também coordenadora do curso de Turismo da PUCPR, a internet nos tornou mais conectados, o

© Fotos: Renata Duda

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que implica maior facilidade de contato com as pessoas, além de uma troca de informações e cultura mais dinâmica e rápida, porém não, necessariamente, mais comunicativos e ágeis. Com a internet surgiu um novo cenário. Para o pesquisador de Novas Mídias Zanei Barcellos, também professor do curso de Jornalismo da PUCPR, é difícil afirmar se essa geração é mais ou menos expressiva ou inteligente que as anteriores. Mas o que é notável e precisa ser entendido é que a Era Digital apresenta à sociedade um novo formato de raciocínio. “O jovem que foi educado na internet descobre todas as coisas. Assim como no computador, ele faz vários caminhos para chegar aonde quer. Ele tenta até conseguir”. O “porém” nessa história está em finalizar um pensamento e ter conclusões próprias. Paralelo a esse universo, existe a geração analógica, que domina a proeza de sintetizar referências diversas, conseguindo gerar suas próprias conclusões. No entanto, tem dificuldade em fazer descobertas. Para Barcellos, “o ideal é que todos tivessem os dois pensamentos juntos, mas isso não tem acontecido” – por enquanto. Ele pontua que nossa sociedade ainda está surpresa e deslumbrada com o raciocínio digital. Talvez, um dia, quando o computador e a internet estiveram mais integrados com as pessoas, seja possível encontrar um meio termo. Pesquisadores afirmam que analógico e digital convivem juntos – ainda que não neurologicamente – e os nativos digitais sabem transitar com naturalidade entre essas duas eras.

ERAS INTEGRADAS Apesar de Ana Paula Pauka, 20 anos, 5º período de Arquitetura e Urbanismo, Câmpus Curitiba, ser filha da Era Digital, ela percebe os livros como uma fonte importante de conhecimento, principalmente em pesquisas acadêmicas. “Ainda há informações que só encontramos nos livros”. Muitas vezes, a pesquisa começa na internet, mas se desenrola nas páginas impressas.

André Luís Omizzolo, 19 anos, 3º período de Psicologia, Câmpus Curitiba, aproveita o tempo livre para ler um livro – de preferência, bem denso!

Ela também ressalta a importância de os professores indicarem a leitura de literatura em papel e artigos e notícias na internet, para incentivar os alunos a manterem a interação com as diversas mídias. Para Zanei, essa dosagem está mais relacionada ao perfil do indivíduo, à sua maturidade, por isso, pais e professores são peças importantes para ajudar o jovem a encontrar o equilíbrio. “A internet é muito atrativa e nos convida a todo tempo para fazer muitos caminhos: bater papo, ver um clipe. É uma questão de autodisciplina de cada um. Como eu vou utilizar o meu tempo?”. André Luís Omizzolo, 19 anos, 3º período de Psicologia, Câmpus Curitiba, também faz parte dessa tribo de jovens digitais que fazem questão de estar próximos da comunicação analógica. Enquanto alguns passam o tempo livre conectados em smartphones e publicando nas redes sociais tudo o que pensam, sentem e veem, por meio de imagens instantâneas ou de frases de efeito, André prefere sentar num lugar tranquilo e folhear as páginas de um livro. No momento, O universo numa casca de noz (1988), de Stephen Hawking, tem sido seu companheiro. Para a pedagoga Patrícia Torres, coordenadora do curso de Pedagogia da PUCPR, a tecnologia pode ser usada a favor do aprendizado e do desenvolvimento de ideias. Em sala de aula, por exemplo, ela afirma que o fato de as pessoas terem acesso a diversas fontes de informação – livros e internet – pode tornar a aula mais rica. Com a internet wi-fi e os aparelhos 3G, é impossível impedir que o aluno esteja conectado durante a aula. “O meu aluno está na internet. A diferença é que ele pode estar no Facebook ou pesquisando algo que estou dando em aula”. Por isso, a professora explica que tenta integrar o aluno, a tecnologia e a matéria, pedindo para que eles busquem na internet assuntos relacionados ao que está sendo estudado e compartilhem com os colegas em sala de aula. “Dessa forma, o aluno traz contribuições que podem ser um ponto de discussão, o que vai permitir um debate e, consequentemente, crescimento”.

“O jovem que foi educado na internet, descobre todas as coisas. Assim como no computador, ele faz vários caminhos.” [Zanei Barcellos, pesquisador de Novas Mídias]

Ana Paula Pauka, 20 anos, 5º período de Arquitetura e Urbanismo, Câmpus Curitiba, constrói seu repertório com base nos livros e na internet.

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Na hora de escrever um e-mail ou um texto mais formal, Fábio Wosniak, 19 anos, 5º período de Jornalismo, Câmpus Curitiba, deixa o internetês de lado.

INTERNETÊS Português, inglês, internetês. Para a neurolinguística, o ser humano tem capacidade de trabalhar com vários códigos, sabendo adequá-lo a cada situação e sem confundilos. Da mesma forma que o indivíduo consegue separar o idioma inglês do português, ele separa os demais códigos do internetês. “São linguagens que podem ser usadas concomitantemente, sem que uma prejudique a outra”, afirma Barcellos. Quando questionados sobre a influência do internetês na hora de uma prova ou uma redação, os alunos entrevistados para esta matéria afirmam que, às vezes, quando precisam escrever rápido, acabam usando algumas abreviações convencionais na internet, mas imediatamente percebem e ajustam o termo. Patrícia afirma que aprender uma nova forma de se comunicar só agrega conhecimento ao indivíduo. “É mais uma possibilidade de se comunicar, de entender e ser en-

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tendido. Quanto mais códigos você souber, melhor é!”, diz. Barcellos explica que o internetês é uma língua escrita, com a característica de ser resumida e cheia de links e imagens. “É uma linguagem muito boa para a internet, onde tudo é muito rápido”. Percebe-se que a característica de se escrever com abreviações é uma marca do texto conversacional, ou escrita falada, muito presente em bate-papos e recados informais postados na rede. Para o estudante Fábio Wosniak, 19 anos, 5º período de Jornalismo, Câmpus Curitiba, o internetês só é liberado no chat. “Quero escrever rápido para obter uma resposta rápida. Por isso, escrevo com gírias e abreviações”. Mas quando é preciso escrever um e-mail, ele se expressa com mais seriedade e em português formal. A pedagoga Patrícia explica que a palavra escrita tem mais peso do que a falada. Por isso, a postura diferenciada em um e-mail que, mes-

mo na internet, é a expressão escrita, e em um chat, por exemplo. Diante disso, o internetês se apossou de ícones, os emotions, e interjeições, como “haha” ou “kkk” para tentar possibilitar a melhor interpretação do que é comunicado em forma de texto na internet.

“Quero escrever rápido para obter uma resposta rápida. Por isso, escrevo com gírias e abreviações.” [Fábio Wosniak, 19 anos, 5º período de Jornalismo]


OUTRAS OPINIÕES APOCALIPSE DIGITAL O artigo Is Google Making Us Stupid? (O Google está nos deixando burros?), escrito por Nicholas Carr e publicado no The Atlantic, em 2008, é considerado um dos mais antológicos sobre o tema, principalmente por seu posicionamento severo de que a internet, sim, tem emburrecido seus usuários. O artigo entrou para a coletânea As Melhores Publicações sobre Tecnologia de 2009, de Steven Johnson. Nicholas Carr inicia seu discurso afirmando que seu pensamento mudou. Antigamente, costumava fazer leituras densas por horas. Agora, a concentração se esvai após duas ou três páginas lidas. O motivo seria o fácil acesso a todo tipo de informação, principalmente de conteúdos mais rasos, que a internet proporciona. Além do tempo desperdiçado assistindo a vídeos, baixando podcasts e pulando de link em link – atividades que, muitas vezes, não acrescentam em nada. Carr define da seguinte forma a mudança que a internet causou em sua mente: “Antes, eu era um mergulhador em um mar de palavras. Agora, eu deslizo sobre a sua superfície, como um cara em um jet ski.” O autor reconhece que é preciso uma pesquisa mais aprofundada sobre a hipótese. Como ele se autorrefere, talvez ele seja apenas um preocupado exagerado, em um mundo que “tende a glorificar o progresso tecnológico”. Leia o artigo na íntegra aqui: migre.me/dyo5n

ESTUDOS AVANÇADOS O livro The Shallows: What the Internet Is Doing to Our Brains (Os superficiais: O que a internet está fazendo com nossos cérebros?), também de Nicholas Carr – conhecido por suas opiniões polêmicas sobre a internet e sua influência no cérebro humano –, vem sustentar as hipóteses levantadas em seu artigo citado anteriormente. A obra foi um dos finalistas do Pulitzer em 2011 e é leitura recomendada. Acesse: www.nicholasgcarr.com/info.shtml

INFORMAÇÃO FÁCIL E a suposta superficialidade proporcionada pela internet também é foco dos estudos do neurocientista norte-americano Michael Merzenich. Não há dúvida de que o ritmo frenético do dia a dia influencia nas buscas pelas respostas rápidas geradas pela web. Esta facilidade da informação pode ser uma estratégia própria da internet – é o que acredita o neurocientista. Por meio de pesquisas, Merzenich concluiu que o cérebro do usuário vai sendo treinado pela web a desenvolver várias atividades ao mesmo tempo. Isso faria com que ele ignorasse os circuitos neurais que são a base da reflexão e do pensamento aprofundado. A ideia da web, de acordo com o pesquisador, é fazer com que isso aconteça em um usuário mesmo que ele não esteja à frente de um computador. Essa usualidade atrapalha o desenvolvimento intelectual da humanidade a longo prazo. “É um engano pensar que o excesso de informação é inofensivo. Toda ação que contribui para as operações do seu cérebro ficarem “ruidosas” aumentará o risco de você ter uma saúde mental ruim no futuro. A internet talvez possa contribuir para uma epidemia futura de senilidade”, aponta Michael em entrevista à Revista Galileu. Mas, admite que a internet é um recurso incrível, que permite bibliotecas do mundo nas nossas mãos. Confira a entrevista na íntegra concedida á Revista Galileu: migre.me/dmXpv

BLOG DE ESPECIALISTA Parece lógico, mas é justamente na internet que se encontram artigos sobre cibercomunicação dos mais variados especialistas. Entre os caminhos de grande relevância para o tema está o blog da jornalista Raquel Recuero, que é pesquisadora do curso de Comunicação Social da Universidade Católica de Pelotas. Lá, Raquel engloba assuntos na área da internet, trazendo temas difundidos como as comunidades virtuais e as discussões sobre a interferência dos blogs no cotidiano dos internautas. Assídua frequentadora de blogs, ela acredita que eles ajudam a criar a democratização da informação. Entre os assuntos recentes na página dela, a pesquisadora questiona temas polêmicos: a violência subjetiva nas redes sociais. “Essas, digamos, ‘pequenas agressões’ se fazem, principalmente, através de memes e informações publicadas que são, por vezes, humorísticos, mas que, de alguma forma, ferem alguém ou algum grupo”, opina Raquel. Acesse: pontomidia.com.br/raquel

Luíza Tomio, 19 anos, 3º período de Design de Moda, Câmpus Curitiba, não troca uma conversa presencial por bate-papo em um chat ou uma troca de mensagens por celular.

O BOTÃO “DELETE” A comunicação escrita pela internet também é pautada pela possibilidade de escrever, deletar e reescrever. De certa forma, a escrita sempre implicou isso, mas na internet o processo se intensifica. Barcellos afirma que, além de poder se pensar na resposta e, então, escrevê-la ou reescrevê-la, o indivíduo pode buscar a resposta em outras fontes, ao mesmo tempo em que se está respondendo. Isso não torna o jovem menos inteligente ou inseguro, incapaz de ter uma conversa presencial fluída. Segundo a coordenadora Patrícia, essa forma possibilita a construção de um pensamento lógico e mais organizado, comunicando exatamente o que se quer.

CONVERSAS HIPERLINKADAS Mesmo com as facilidades que a conversa pela internet proporciona, os nativos digitais gostam, sim, de se relacionar cara a cara. Luíza Tomio, 19 anos, 3º período de Design de Moda, Câmpus Curitiba, que só foi ter computador próprio em 2010, prefere conversar pessoalmente a escrever uma mensagem de celular ou no chat. Ela afirma que cara a cara somos mais espontâneos; além disso, é melhor tratar alguns assuntos pessoalmente. Lembrando que a conversa da geração digital tende a ser bem mais dinâmica. Para Fábio, o jovem tem um raciocínio e uma forma de se expressar hiperlinkada. Fala de vários assuntos ao mesmo, tanto na internet quanto pessoalmente. Quantas vezes a conversa começa na viagem de férias e termina no quanto comer carne pode prejudicar o meio ambiente?! Segundo os pesquisadores, o importante é se comunicar, mesmo que o caminho seja sinuoso.

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É no site de buscas que Rodrigo Hecke, 21 anos, 3º período de Gastronomia, Câmpus Curitiba, encontra tudo de que precisa.

GOOGLE IT! Não sabe como se escreve uma palavra? Quer saber o fim de um livro? É lá, na tela branca com letrinha coloridas, que essas e outras respostas são buscadas. O estudante Rodrigo Hecke, 21 anos, 3º período de Gastronomia, Câmpus Curitiba, representa a maioria de nós. “Quando tenho dúvidas de como escrever uma palavra, digito no Google”. De acordo com a pedagoga Patrícia, a ferramenta de busca é mais uma possibilidade de pesquisa. “Em outros momentos, eu precisava ir a uma enciclopédia. Buscar o significado de algo em um livro pesado”. Ela reforça que, atualmente, o acesso está nas mãos de cada um, com os smartphones. Mas é claro que a web oferece muito mais que respostas rápidas. É aí que o universo fantástico de possibilidades é dividido por uma linha muito tênue, do outro lado da qual está uma grande armadilha, repleta de conteúdos irrelevantes. A internet abre as portas das principais bibliotecas do mundo, para qualquer usuário poder entrar; ela permite o conhecimen-

to de obras de arte; e até possibilita o diálogo com pensadores, pesquisadores. Ao mesmo tempo, é possível se restringir a navegação na web a entretenimento e noticiários. O estudante Rodrigo costuma ler mais notícias e textos rápidos na internet. A consequência é sentida quando precisa produzir textos mais refinados. Por ter contato com conteúdos mais informais, ele afirma que, por vezes, parece que falta amplitude de palavras para expressar o que pensa. A excessiva quantidade de informação pode gerar, segundo Raquel, uma dispersão de dados e, “desta maneira, o jovem não consegue, muitas vezes, contextualizar-se no mundo do conhecimento nem tecer uma visão mais crítica sobre ele”. Tudo isso recai na maturidade e autodisciplina de cada um.

Segundo o professor Zanei, a grande questão é “Como eu lido com a informação?”. Não há problema em construir um repertório intelectual com a ajuda da internet, desde que a fonte seja confiável e, realmente, agregue. “No momento em que tenho acesso a uma informação – seja pela internet ou não – eu a adquiro e posso utilizá-la normalmente”. Se o aluno se propõe a não apenas copiar e colar, um trabalho acadêmico pode ser bem construído com informações adquiridas na rede. Para a coordenadora Patrícia, depende da ancoragem que cada um faz com conceitos anteriores. Ás vezes, será preciso buscar outras fontes, além da internet, para se compreender um fato e estabelecer uma opinião mais crítica.

“[o internetês] é mais uma possibilidade de se comunicar, de entender e ser entendido. Quanto mais códigos você souber, melhor é!” [Patrícia Torres, coordenadora do curso de Pedagogia da PUCPR]

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© Fotos: Renata Duda

da puc

Estilo empreendedor As ex-alunas da PUCPR Adriana, Bárbara e Débora uniram seus conhecimentos em áreas diferentes e, com um mesmo objetivo, criaram o Fashion Sul, lançado em dezembro de 2012. Essa é a primeira rede de top blogs da região Sul criada para estreitar o relacionamento entre essa mídia e as marcas. É também a única plataforma do Brasil que oferece consultoria para fashion bloggers, contribuindo para o desenvolvimento desse nicho 14 |

qual foi o estopim para criarem o Fashion Sul? quando resolveram unir forças? Adriana Nakamura: A primeira reunião do FS surgiu de um encontro de blogueiras, convocado pela Débora Alcântara, para discutirmos como solucionaríamos a falta de reconhecimento dos blogs de moda por parte de algumas marcas. Débora Alcântara: Inicialmente, estava disposta a solucionar a questão em Curitiba, mas percebi que esse era um problema do Sul. Existem muitos blogs bons nessa região do país, mas o relacionamento entre as marcas e os blogs é difícil. Percebi que, se algo nos incomodava, nós precisávamos mudar nossa postura para que o mercado nos olhasse de forma diferente. AN: Eu percebi que a Débora tinha boas ideias, mas, às vezes, não conseguia focar em uma e ir até o fim. Tínhamos o mesmo objetivo, mas precisávamos lapidar a proposta e perder o medo de nos posicionarmos para irmos em frente. DA: Percebemos que o Fashion Sul era escalável e que valeria a pena.


Qual o diferencial da plataforma? Por que investir nesse nicho?

AN: A grande sacada do FS é ajudar o nicho a se profissionalizar, sem perder sua essência. A internet é a forma mais rápida de consumir moda. As marcas buscam públicos específicos e as tendências exigem imediatismo. Isso é possível encontrar nos blogs Bárbara Alcântara: Buscando um diferencial, percebemos que aliar uma ideia a um produto era algo que poderia dar retorno financeiro. É difícil mensurar um serviço, mas um produto, não. Quando falamos de moda, isso é ainda mais presente.

Em menos de seis meses, o projeto saiu do papel e já está tomando grandes proporções, como essas parcerias. Como vocês justificam essa agilidade de pôr em prática uma ideia?

Vocês são exemplos de que nem sempre atuaremos na área que escolhemos. Isso é um problema?

DA: Pensando nisso, o FS oferece o desenvolvimento de novas linhas de produtos em parcerias com marcas importantes. Nesse primeiro semestre, lançaremos uma linha de calçados em parceria com a Tutu Sapatilhas e uma coleção de roupas com o Novo Louvre. Outra inovação é o S.O.S Blogger, um espaço em que oferecemos consultoria para fashion bloggers, para tornar o blog mais profissional. BA: Diariamente, surgem blogs. Estar vinculado a uma rede, que lhe qualifica como profissional, dando-lhe suporte para isso, é importante para quem quer levar o blog como profissão. Havia essa necessidade no mercado.

AN: O primeiro passo foi enxergar que a ideia inicial não iria dar certo. Colocamos aquela ideia de lado e estruturamos uma nova.

DA: O know-how na área facilitou essa percepção e andamento do projeto. Mas o principal passo foi perceber que o FS tinha potencial para ser nossa empresa. E, se queríamos isso, precisávamos nos comprometer, dedicar tempo e dinheiro. Por vezes, ficamos em reunião até 1h da manhã.

AN: O curso de Arquitetura ajudou a lapidar minha visão sobre o mundo, permitindo-me enxergar arte em tudo: de construção à moda. Isso contribui muito para o FS.

algum momento. A universidade é a porta de entrada para um universo de outras possibilidades e ideias. Sempre vi relação entre meus cursos (Design de Produto e Comunicação Institucional), mas precisava encontrar um trabalho que envolvesse as duas coisas. Aí veio o Fashion Sul.

BA: Não importa a área em que você esteja, todo conhecimento adquirido será útil em

Ao serem questionadas sobre as pretensões de trabalharem em tempo integral no Fashion Sul, a resposta unânime é sim. Mas, como empreendedoras, deixam claro que é impossível viver sem criar novos projetos.

Adriana Nakamura

31 anos

Conheça quem comanda o

FASHION SUL

Formação: Arquitetura e Urbanismo (PUCPR/ 2003) Pós-graduação em Design de Interiores (Universidade Positivo/ 2004)

Já trabalhou com decoração, reforma e construção. Teve o próprio escritório de arquitetura, onde aprendeu a lidar com finanças. Sua tarefa no FS é encontrar-se com clientes, fazer contratos e fechar negócios.

Bárbara Alcântara 27 anos

Débora Alcântara 25 anos

Formação: Design de Produto (PUCPR/ 2009) Comunicação Institucional (UTFPR/ 2009)

Formação: Relações Públicas (PUCPR/ 2009) Pós-graduação em Marketing Digital (FAE/ cursando)

A paixão pela comunicação e pelo design levou Bárbara até o Fashion Sul, em que é responsável pela estética e organização da plataforma.

Conformismo é uma palavra riscada do vocabulário de Débora. Sua missão no Fashion Sul é solucionar possíveis problemas e correr atrás de novas parcerias. Tudo por meio de bem planejadas estratégias de comunicação.

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sintonia cultural

do teatro A Vida Universitária decidiu acompanhar e mostrar um pouco do Grupo de Teatro Tanahora além dos palcos e viu de perto o longo processo para comunicar à plateia

Nos bastidores, o grupo se aquece para deixar o corpo disponível para a apresentação.

São 6h30 da manhã e, aos poucos, o elenco do Grupo de Teatro da PUCPR, Tanahora, vai se reunindo. É dia de apresentação. Daqui a pouco, subirão ao palco para encenar mais uma peça. É hora de começar o preparo e aquecimento para a tão ensaiada estreia. A magia vai muito além da representação, há uma incorporação dos atores, uma preparação nos bastidores despercebida aos olhares dos espectadores. “É quando as cortinas se abrem que o teatro acontece, pois a plateia vem para complementar com seu olhar, sua emoção, com seu pensamento, a obra apresentada”, explica o diretor artístico do Grupo Tanahora, Laercio Ruffa, que está há 25 anos na direção do grupo. Em um clima descontraído de união da equipe, teste do som, aquecimento da voz. “Pra tra cra, pre tre cre...”, aquecimento que ecoa no ambiente ainda vazio. “O corpo e a voz são fundamentais para o ator, é preciso que eles estejam disponíveis, o aquecimento é tão importante como para um atleta”, conta Ruffa, que cuida dos últimos preparativos para a estreia. Deitados no chão, os atores fazem o alongamento corporal – o grupo é um dos mais ativos no país, por contar com o apoio da Universidade. Incentivo e desempenho que não poderiam deixar de virar sucesso nos palcos da cidade. “O Tanahora participará do Festival de Curitiba, na Mostra Fringe. Participar deste evento é poder estar juntos com várias companhias de teatro nesta amostragem da cena teatral contemporânea brasileira”, afirma o diretor.

© Foto: Renata Duda

Momento da apresentação em que acontece a comunhão da plateia com os atores.

© Foto: Renata Duda

Nos bastidores

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Com a rotina de ensaios aos sábados e domingos, o elenco, sendo na sua maioria jovens, acadêmicos e da comunidade, contam com trabalhos corporais, vocais, de improvisação e interpretação. “Perto das apresentações de estreia do espetáculo intensificamos os ensaios, geralmente aproveitamos o período de férias para realização desta etapa”, explica Ruffa. Quase 8 horas, hora da estreia, figurino pronto, relaxamento facial e uma última ensaiada de um dos atos da peça. O elenco se reúne antes de entrar no palco, algumas palavras de motivação e confiança em um abraço coletivo. As luzes se apagam e entram em cena, momento em que uma comunhão de ideias e sensações começa a fluir em meio às falas e representações, aos olhos ansiosos dos expectadores. Para o Fringe, mostra do Festival de Curitiba, o grupo já esta a todo vapor retomando os ensaios do espetáculo Homem ao Vento, de Marcos Damaceno, que estreou em agosto de 2012. “O período de preparação, entre testes de seleção, estudos, pesquisas e ensaios foi de seis meses”, conta Ruffa sobre a obra, baseada em três textos de Antoine de Saint-Exupèry (Terra dos Homens, O Pequeno Príncipe e Cidadela). Para viver essa experiência, podem candidatar-se acadêmicos e interessados da comunidade local, que deverão passar por testes de seleção para participar do grupo. Entre aplausos e sorrisos, os atores são agraciados com o sucesso e reconhecimento do público, e, no camarim improvisado, a comemoração por mais uma bela participação com o objetivo de entrelaçar-se com o público alcançado. CURSO DE TEATRO É RECONHECIDO PELO MEC COM NOTA MÁXIMA Em dezembro de 2012, o curso de Bacharelado em Teatro da PUCPR foi avaliado pelo MEC com nota máxima 5. “Trata-se de uma grande conquista, pois a primeira turma, que se formou no início de fevereiro, graduou-se já com o diploma devidamente reconhecido”, afirma Laércio Ruffa, coordenador da Graduação.


mundo afora

A incrível experiência de estar na melhor

© Fotos: Arquivo Pessoal

cidade do mundo Dois estudantes deixaram de lado o destino comum e investiram num intercâmbio em que a diferença é que traz o conhecimento A tarefa pode parecer fácil, mas não é. A escolha de um país para o intercâmbio pode influenciar diretamente na maneira de conviver com outras pessoas. Sobretudo quando a experiência acontece em um país que pode, simplesmente, não ter nada em comum com o seu. A experiência durou um ano e os universitários Ester Farias de Souza, de Engenharia de Produção, e Marcelo Fonseca, estudante de Biologia, sabem bem o que é acordar em outro país e sofrer um choque cultural. Eles participam do programa Ciência sem Fronteiras e foram buscar conhecimentos na cidade que não para – Hong Kong. Como em um sincronismo, ambas famílias acharam estranha a decisão dos jovens em irem a uma cidade com costumes tão distintos. “Eles ficaram inseguros pela distância e por não terem qualquer contato com alguém de lá. Mas, logo assimilaram a ideia e nos apoiaram”, lembram os alunos.

NOVO MUNDO Estar lá, segundo eles, foi uma vivência incrível. O ritmo frenético e dinâmico dos chineses foi identificado logo no desembarque. “Eles estão correndo o tempo todo e trabalham até a madrugada. Em dias de

provas eu saía da faculdade às 4 horas da manhã para apresentar às 9 horas do outro dia. Isso é comum entre eles”, conta Ester. A mobilidade e a arquitetura de Hong Kong deixaram os brasileiros boquiabertos. Afinal, a cidade foi escolhida pela revista britânica The Economist, em outubro do ano passado, a melhor do mundo para se viver. “Tudo funciona da maneira mais perfeita possível. O metrô é muito eficiente e a região é bem desenvolvida”, contaram os estudantes.

um lugar diferente ao extremo”, afirma Ester, que aconselha os estudantes a considerar países da Ásia como destino. “O choque cultural é mais intenso e a mudança de valores e até a visão de vida é mais impactante”, acredita. Já Marcelo considera outros fatores. “A gente acha normal muitos problemas que temos no Brasil, como estradas ruins, violência, falta de desenvolvimento urbano. Mas não é, e percebi lá que não são tão difíceis de serem solucionados”, finaliza.

COMIDA Com o paladar nada aguçado para as especiarias da Ásia, a saudade da terra brasileira batia cada vez que eles sentiam fome. “Os três principais temperos usados são curry, pimenta e gengibre”, explica a intercambista. Marcelo é mais enfático. “Em um mesmo prato você sente gosto salgado, doce, azedo, quente, frio, enfim, tudo junto. E a aparência também assustava um pouco”. Para tentar amenizar a distância e a vontade de uma comida brasileira, os viajantes tiveram de botar a mão na massa. “Tive que me munir de alguns ingredientes do Brasil para suprir essa falta”. No entanto, a saudade de um prato-feito foi mais difícil para Marcelo. “Sonhei com um prato com arroz, feijão, batata frita e bife de boi várias noites”, revela.

EXPERIÊNCIA “Conhecer Hong Kong agregou em todos os sentidos à minha vida, justamente por ser

Intercambistas brasileiros em visitas turísticas na cidade.

COMO PARTICIPO? Para participar do programa Ciência sem Fronteiras é preciso fazer parte do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC). Durante o Projeto de Pesquisa o aluno pode participar do Ciência sem Fronteiras e da Semana de Iniciação Científica e Tecnológica (Semic). O aluno que pretende encarar um intercâmbio pelo Programa, no início de 2014, já deve começar a se preparar agora e ficar atento às inscrições pelo site: www.cienciasemfronteiras.gov.br

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A rรกdio da MPB em Curitiba.


reportagem

“Meu entendimento naquela época era de que a vida era minha, eu não dependia de ninguém. Se acontecesse alguma coisa comigo seria comigo e pronto.”

© Foto: Renata Duda

[marcelo Espíndola, 32 anos]

O caminho interrompido 20 |


O combate à droga nem sempre começa com a vontade de parar. Descubra como a internação de dependentes químicos transformou a recuperação de jovens guerreiros que hoje lutam diariamente para seguir um rumo livre das drogas

presidente da Associação Brasileira de Estudos de Álcool e Outras Drogas (Abead). Tudo que é feito contra a vontade de alguém certamente causa transtorno. A Lei n. 10.216, de 2001, trata da internação e distingue a involuntária da compulsória. De acordo com ela, a internação involuntária é aquela feita pelo médico ou pela família e a compulsória é determinada pelo Poder Judiciário. Marcelo foi internado pela família, ou seja, involuntariamente. “Meu entendimento naquela época era de que a vida era minha, eu não dependia de ninguém. Se acontecesse alguma coisa comigo seria comigo e pronto”. Depois de três vezes, Marcelo compreendeu. “Foi então que aconteceu uma mudança dentro de mim. Por mais que eu tenha sofrido internação médica, pra eu ficar dentro de uma instituição faltava a minha aceitação”, garante.

APOIO JURÍDICO Previstas em lei, a internação compulsória e a involuntária não tratam especificamente dos usuários de drogas, mas também ao tratamento de transtornos mentais. É a Justiça utilizando um instrumento de proteção da dignidade do indivíduo e resguardando situações que coloquem a vida de terceiros em perigo. “Entendo que a medida visa à proteção da pessoa, mas ela é um meio e não um fim. A Organização Mundial de Saúde [OMS] emitiu um documento em 2008, intitulado Principles of Drug Dependence Treatment, onde são estabelecidas as diretrizes para o tratamento de pessoas dependentes de drogas, devendo ser encarado como qualquer outro tratamento de saúde, ou seja, não deve ser forçado, a menos nos casos em que a lei defina como risco para a pessoa e para ter© Foto: Renata Duda

“Eu estava trancado dentro do meu quarto, não queria sair. Acho que no fundo sabia o que iriam fazer. De repente ouvi umas conversas. Quebraram a porta do meu quarto e entraram. Eram três enfermeiros, eles me amarraram e me levaram até uma clínica à força”. A cena descrita por Marcelo Espíndola, 32 anos, é minuciosamente conhecida entre os dependentes químicos que passaram por este processo de internação. Na maioria das vezes, a família ou o Estado intervêm com medidas legais para a realização do internamento. Solução? É o início de um enfrentamento no qual todo o círculo familiar já está adoecido. Marcelo usou cocaína aos 12 e o vício perdurou por árduos 14 anos. “Em um internamento compulsório o juiz determina, mas ele não tem conhecimento do que vai acontecer em seguida”, adverte o psiquiatra e professor da PUCPR, Dagoberto Requião, ex-

Rafael, Dra. Cleuza, Marcelo, Samuel e Diogo: cumplicidade e mesmo propósito em busca de uma cura constante.

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reportagem

MUDANÇA No entanto, especialistas reiteram que uma internação compulsória, embora afete o lado psicológico do dependente, pode se transferir naturalmente para uma voluntária. “Só estando lá, conversando com outras pessoas que passam por este problema, para sentir um pouco do que o dependente vai encontrar durante seu período de desintoxicação”, acredita a psiquiatra e proprietária de uma clínica de reabilitação em Piraquara, região metropolitana de Curitiba, Cleuza Canan. Das sete internações – seis voluntárias – o universitário Samuel Wolf, 31 anos, mantém-se firme na estipulada contra a sua vontade. “Não posso afirmar que foi por ser compulsória que deu certo. Acredito que em todas elas eu consegui aproveitar, mas chegou a hora em que eu me posicionei. Eu me perguntei onde eu estava, onde minha família estava e a que ponto eu cheguei?”. A recuperação acontece há nove meses e Samuel, sereno, come-

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mora o que muitos não querem. “Hoje eu tenho uma rotina. Eu trabalho, vou à faculdade, tenho um relacionamento, tenho hora para dormir e para acordar”. Aos 23 anos, o vício da cocaína foi avassalador durante quatro meses: míseros dias que levaram sete anos para serem vencidos.

© Foto: Divulgação

ceiros”, explica a professora Marilena Winter, decana-adjunta da Escola de Direito da PUCPR. A internação em que o Judiciário ganha poder sobre o dependente, nos termos da lei, acontece em último recurso, quando outros tratamentos foram ineficazes e a pessoa se encontra em situação extrema de vivência. “Sou contra o emprego dessa medida para qualquer outro fim que não seja essa garantia dos direitos fundamentais da pessoa. Portanto, o grande desafio, hoje, é compreender a verdade que existe nas ações que resultam em internação compulsória dos pacientes”, defende Marilena. Para ela, as políticas públicas de combate à dependência química, ao uso de drogas e ao crime demandam ações muito mais amplas e complexas do que a internação do usuário. “O grande problema que se discute hoje é o desvirtuamento da medida legal, transformando a internação compulsória numa forma de o governo, os familiares e a sociedade em geral afastarem a pessoa do convívio social, livrando-se dos cuidados que ela inspira e do incômodo que a sua presença pode causar, como, por exemplo, nos casos de pessoas que vivem nas ruas,” expõe.

SUPORTE Para um tratamento eficaz, o suporte da família também é fundamental. Segundo o psiquiatra Requião, o internamento é sempre um drama para toda a família. “É aí que deve entrar uma equipe de suporte à família. Quando não existe esse suporte psicológico, assim que o paciente demonstra uma fração de melhora, a família já fica com pena e tira da internação. Ele não teve tempo de se desintoxicar e retomar sua autocrítica. O que acontece todo mundo sabe,” alerta Dagoberto. Apoio da família não faltou para Rafael Sfredo, que, aos 14 anos, foi apresentado às drogas. “Estava dentro do meu quarto e sabia que na cozinha tinha uma garrafa de vinho. Lembro que me tranquei no quarto e joguei a chave por baixo da porta. Minha mãe abriu o quarto e viu minha aflição. Ela ficou ali comigo”, lembra. Com vasta experiência em tratamento de dependentes químicos, a psiquiatra Cleuza ressalta que a família do dependente químico também chega doente ao tratamento. “A tarefa é tirar a culpa da família, que se sente responsável pelo acontecido. Primeiro, a família e o usuário se enfrentam. Depois, com ajuda da ciência, a gente faz com que eles, juntos, se virem contra a droga. Então, a família está pronta para acolher o dependente químico”. É o que defende o advogado Diogo Busse , presidente da Comissão de Direito e Dependência Química da OAB-PR. “O tratamento da dependência química é complexo e demanda acompanhamento para o resto da vida”. Para ele, a verdadeira forma de enfrentar esta epidemia é dar subsídios para a reinserção do dependente na sociedade. “Uma hora a pessoa vai voltar para as ruas e para a sua realidade. Nessa hora, se não houver continuidade no tratamento e sérias preocupações na volta do relacionamento cultural, profissional, espiritual e familiar, o dependente provavelmente recairá”.

Em alto e bom som, o médico Drauzio Varella, 69 anos, não mediu esforços para defender a internação compulsória de dependentes de crack. “Que dignidade tem uma pessoa jogada na sarjeta? Pode ser que internação compulsória não seja a solução ideal, mas é um caminho que temos que percorrer. Se houver exagero, é questão de corrigir.”

DECISÃO CAUSA PRÓPRIA Hoje, com 29 anos, Diogo sabe bem do que está falando. Depois de 13 anos vivendo uma rotina de usuário de drogas, há cinco ele resolveu assumir a dependência química e buscar ajuda. “Em um primeiro momento eu quis ser internado. Não queria mais usar drogas e estava bastante deprimido. No último internamento, eu não queria ficar. Hoje, tenho consciência de que o tratamento foi fundamental para o meu processo de recuperação”, finaliza.

Desde o dia 21 de janeiro, o estado de São Paulo realiza internamentos involuntários e compulsórios. O trabalho é acompanhado pelo Ministério PúblicoPR, Tribunal de Justiça e Ordem dos Advogados do Brasil. Os dependentes passam por uma consulta médica para avaliar seu estado de saúde. Se for atestado que o viciado não tem domínio da sua própria saúde e condição física e ele se negar a receber tratamento, o juiz poderá determinar sua internação imediata. Segundo recente pesquisa do Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas (Cratod), 84% dos pacientes atendidos no centro de São Paulo, em janeiro, são homens e jovens – cerca de 20% do total tinham menos de 30 anos de idade.


seu

mercado de trabalho

Oportunidade a

ALCANCE

© Foto: Arquivo Pessoal

Acadêmico aproveita “ponte” que o PUC Talentos oferece e garante estágio em empresa de renome

Aproximar os alunos da PUCPR das mais variadas oportunidades que o mercado de trabalho pode oferecer. Foi isso que o PUC Talentos proporcionou ao acadêmico do 7º período de Engenharia de Produção, Daniel Alon Antar, 22 anos. Foi um e-mail, recebido pelo Eureka, a respeito de um curso ofertado pelo PUC Talentos, focado em empreendedorismo, que lhe chamou a atenção. Quando conheceu e desenvolveu contato com o serviço de carreiras, o estudante pode garantir sua vaga de estágio em uma empresa de renome. Esse serviço oferece um preparo melhor para os acadêmicos diante das exigências do mercado: “você chega ao mercado de trabalho sem experiência e com poucas noções das oportunidades que existem. Assim o PUC Talentos proporciona um quebra-gelo ao possuir os contatos das empresas que buscam os alunos da PUCPR como estagiários”, explica Daniel. A coordenadora do PUC Talentos, Daniella Forster, explica que no serviço “motivamos o aluno a buscar o autoconhecimento e o desenvolvimento contínuo, de tal maneira que ele se torna responsável por suas escolhas e pelo seu planejamento de carreira”. O bom relacionamento do Daniel foi fundamental. “Recebi um e-mail sobre uma palestra da Câmara Americana de Comércio que seria realizada na própria PUCPR, fui até a palestra e achei a oportunidade muito interessante. Então realizei a inscrição para o processo e acabei conseguindo a vaga”, conta o acadêmico que conquistou sua oportunidade de estágio na Amcham (Câmara Americana de Comércio Brasil - Estados Unidos) nesse processo. O acesso à empresa de renome, “bem como o acesso a profissionais de destaque que ministram palestras ou divulgam suas experiências e conhecimentos”, como explica a coordenadora, é um fator importante para o desenvolvimento profissional do acadêmico. “A experiência que tive foi única, e aprendi que, por mais que você tenha um ótimo desempenho acadêmico, também é necessário possuir uma desenvoltura pessoal para que seja lembrado nas pequenas coisas que realiza”, explica o futuro engenheiro. E a coordenadora Daniella completa: “o estudo, a teoria e a pesquisa são muito importantes para que o aluno adquira conhecimentos fundamentais para sua prática profissional. Entretanto, vivenciar a teoria na prática permite novos questionamentos, novas constatações e, portanto, aperfeiçoamento” – além de construir uma boa base de contatos, o que pode ajudar no futuro com uma indicação ou recomendação, como afirma Daniel. Tamanho esforço resultou na conquista que agregou a ele muito conhecimento e superação. “Todos os dias, nos deparávamos com

situações diferentes que nos testavam a todo minuto. Assim, cresci muito em termos de saber me virar sozinho, porque precisava atender às demandas dos clientes sem gaguejar”, conta Daniel. Tendo em vista seu crescimento pessoal e profissional, ele completa: “acho que o desenvolvimento que este estágio me proporcionou não se compara a qualquer outro, tanto pelo fato de ter sido colocado à prova pelos clientes em diversas situações quanto pelo relacionamento que criei com eles sendo gerente de Contas na Câmara”. Fórmula testada e aprovada pelo acadêmico e que deve ser levada como exemplo. “Não podemos dizer que apenas ter o nome de uma empresa no currículo é o suficiente”, explica Daniella. “A maneira como a experiência foi vivenciada pode gerar conhecimentos complementares à teoria, maturidade ao perfil do aluno e/ou novas ideias a serem aplicadas”, completa, sempre pensando no futuro e na formação de uma boa imagem como bom profissional. “O problema é que muita gente não sabe o que o PUC Talentos realmente pode fazer, por isso é interessante os alunos procurarem saber o que está acontecendo porque existem ótimas oportunidades rolando por lá”, comenta Daniel. “Todo o aluno devidamente matriculado na PUCPR está apto a acessar o PUC Talentos e o Portal de Empregabilidade”, completa a coordenadora Daniella.

“O desenvolvimento que este estágio me proporcionou não se compara a qualquer outro, tanto pelo fato de ter sido colocado à prova pelos clientes em diversas situações quanto pelo relacionamento que criei.” Se você se interessou e quer saber o que pode fazer na sua área de atuação acesse o site: www. pucpr.br/puctalentos ou ligue (41) 3271-2664/ (41) 3271-2065 e obtenha mais informações.

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© Foto: João Borges

espiritualidade

Fazer o bem é fácil

Missão Solidária Marista: uma das ações realizadas pela Pastoral da Universidade. Durante uma semana, jovens vivem em uma comunidade carente, interagindo com a população e promovendo melhorias.

Pastoral da Universidade promove ações sociais, permitindo maior envolvimento dos acadêmicos

Os motivos para não participar da Pastoral são vários: falta de tempo, não ter amigos envolvidos nos projetos, desconhecer a Pastoral. Por isso, a revista Vida Universitária convidou a aluna Mariana Chain, 18 anos, aluna do 3º período de Direito, Câmpus Curitiba, e o ex-aluno e empresário Renato Reis Palácio, 30 anos, que participa da Pastoral até hoje, para exterminarem alguns mitos sobre a Pastoral.

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Esse é apenas o segundo ano de Mariana na Universidade, mas ela já é veterana quando o tema é Pastoral. Por ter sido aluna Marista desde pequena, o envolvimento com projetos sociais começou cedo. “Sempre gostei muito, mas as ações da Pastoral da Universidade são muito diferentes do que desenvolvemos no colégio”. Palácio demorou um pouco para descobrir

isso. Foi no último ano do curso de Administração, Câmpus São José dos Pinhais, que ele teve a oportunidade de se envolver com os projetos. Ele conta que esse encontro mudou sua vida e, por isso, não pretende se distanciar. “Eu realizava ações assistencialistas, como me vestir de Papai Noel e entregar doações. Com a Pastoral, aprendi uma forma diferente de me doar”.


© Foto: Acervo Pessoal

mitos sobre a Pastoral

Não tenho tempo! A aluna Giovanna Faverzani, 19 anos, do 5º período de Arquitetura e Urbanismo, Câmpus Curitiba, está acostumada a fazer doações para instituições, sempre com a família. No entanto, ainda não se envolveu com atividades da Pastoral, pois acredita que precisaria de mais tempo e dedicação. Essa é uma das barreiras para muitos universitários. A boa notícia é que para participar da Pastoral não é preciso um dia com mais de 24 horas! Como participante da Comissão de Pastoral, responsável por organizar as programações do Núcleo, Mariana percebe que, na Universidade, as ações precisam ser mais pontuais, de curto prazo, pois o estudante tem uma rotina muito atribulada, com aulas, trabalhos acadêmicos, estágios. “Pensando nessa realidade, a Pastoral tem um programa próprio para o universitário. As reuniões são objetivas e as ações de curto prazo acontecem, geralmente, aos sábados, quando a maioria dos alunos não tem aula”. Entre essas ações de curto prazo está o PUC Solidária, que acontece mensalmente. Durante um dia, os acadêmicos desenvolvem ações em um local de vulnerabilidade social. A próxima edição está prevista para 27 de abril e as inscrições já estão abertas. Durante o mês de abril, acontecerão apenas duas reuniões, nas quais serão apresentadas informações sobre a abordagem e a necessidade da comunidade escolhida.

Preciso ser católico!

Não conheço ninguém lá!

Definitivamente, não! Todos estão convidados a participar das ações. “A Pastoral Universitária se destina a todas as pessoas que queiram melhorar o mundo, que queiram promover o bem, melhorando a si mesmos. Para isso não importa a idade, a condição social, a opção religiosa”, afirma Ir. Rogério Mateucci, diretor de Pastoral. Para Mariana, não existe preconceito com relação à Pastoral, seus membros e ações. O que existe é o medo do desconhecido. “Quando os estudantes se deparam com os valores Maristas e com a forma diferenciada de trabalho, eles se assustam. Muitos nunca ouviram falar nisso antes”. O estudante Miguel Afonso Beckers, do 2º período de Design Digital, Câmpus Curitiba, concorda e pontua que “há muitos alunos na Universidade que nunca tiveram essa vivência”. Segundo Ir. Rogério, apesar de alguns valores estarem ligados às crenças, a Pastoral busca priorizar aqueles que são universais, como: amor pelo próximo, justiça e respeito. Dessa forma, respeitam-se outras culturas religiosas.

Foi por acaso que Palácio conheceu a Pastoral. Na época, a próxima ação que iria acontecer era o Missão Solidária Marista, para Florianópolis. “Não conhecia ninguém, mas fiquei curioso e achei que seria um desafio bom. Fiz a missão e me encantei”. Palácio conta que, muitas vezes, o jovem entra na universidade, faz um grupinho de amigos e passa o curso inteiro só se relacionando com os mesmos colegas. “Você perde o melhor da universidade: conhecer pessoas, trocar ideias, compartilhar o diferente. A Pastoral permite isso”.

Não quero mais uma obrigação. Posso ajudar de um jeito mais fácil? Quando a ação é feita de coração, ela é natural e não há barreiras. Segundo Palácio, não existe o sentimento de obrigação. Apesar da agenda lotada, o administrador encontra espaço para se doar à sociedade com dedicação e de corpo presente. Durante oito anos, Palácio frequentou o Vale do Ribeira de forma independente. “Ia de manhã com algumas doações e voltava à tarde”. Após ter conhecido os projetos da Pastoral, ele teve certeza de que a comunidade precisava de um projeto mais consistente. “Eu apresentei a ideia para a Pastoral. Eles gostaram. Então, nós voltamos lá com uma missão”. Atualmente, Palácio percebe que um projeto social envolve relacionamento e isso é mais importante que as benfeitorias materiais. “É preciso agregar valor à vida das pessoas”, afirma.

© Foto: Acervo da Pastoral

Exterminando os

Não sei onde fica a Pastoral! Apesar do nome, ela não está em um lugar inatingível e nem sagrado. A Pastoral tem uma sede em cada câmpus e visitar a sua sala é garantia de boas conversas e risadas. O clima é sempre alto-astral. A aluna Débora Silva, 21 anos, 5 º período de Direito, transferiu o curso para o Câmpus Curitiba há pouco tempo. Apesar de já ter ouvido falar no nome, ela não faz nem ideia de onde está localizada a Pastoral dentro do seu câmpus. Confira as coordenadas abaixo e não deixe para depois essa experiência de valor, que pode contribuir com a vida de alguém.

CONTATE A PASTORAL DA SUA REGIÃO:

Pastoral Câmpus Maringá (44) 3025-8732 pastoral.mga@pucpr.br

Pastoral Câmpus Curitiba (41) 3271-1397 pastoral.ctba@pucpr.br

Pastoral Câmpus Toledo (45) 3277-8622 pastoral.toledo@pucpr.br

Pastoral Câmpus São José Dos Pinhais (41) 3299 – 4343 pastoral.sjp@pucpr.br

Pastoral Câmpus Londrina (43) 3372-6027 pastoral.ldn@pucpr.br

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na prática

A tarefa de tornar o desafio mais © Foto: Arquivo pessoal

O ‘seja bem-vindo’ que vai além de faixas e cartazes em português. Conheça o projeto da estudante de Administração que resolveu cooperar na adaptação dos intercambistas

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acolhedor


Se, para alguns, ir a uma festa da universidade sem amigos gera insegurança, desembarcar em um país desconhecido e sem qualquer companhia pode ser de uma coragem e tanto. Mas, o entusiasmo de viver uma cultura que, muitas vezes, é totalmen-

Estudantes brasileiros e acadêmicos de vários países se unem para dividir experiências e facilitar a comunicação.

te aquém da rotina do intercambista se transforma em algo inevitável – a dúvida. ‘Não conheço ninguém, estou em outro país, e agora?’ Para transpor essa ideia, a aluna Mariani Fangueiro, 22 anos, de Administração da PUCPR, lançou um desafio: acolher os intercambistas de diversos países em um lugar onde a interação com os donos da casa fosse feita de maneira menos formal. Mariani sabe bem disso. “Eu consigo me colocar no lugar dos intercambistas que estão aqui, pois já enfrentei dificuldades de idioma e tinha muitas dúvidas”, revela. Foi então que a vontade de recepcionar tomou proporção, virou um projeto e hoje torna a vida ‘brasileira’ dos intercambistas mais confiante. Batizado de I Exchange, o projeto teve auxílio de outras duas alunas: Aline Fabienski e Camila Zanforlin, que cursam Desenho Industrial. “Senti essa necessidade aqui no Brasil depois de voltar da França em um intercâmbio pela PUCPR. Lá existem as chamadas associations e são muito populares. Pensei: por que não acolhê-los desta forma aqui também? Queria também fazer por eles”, explica a estudante. Logo a ideia do acolhimento teve aprovação de mais alunos e a interação entre outros cursos, como Administração, Engenharia, Arquitetura e Urbanismo, Psicologia e Enfermagem. Todos os alunos são voluntários e focados em mostrar aquilo que o país tem de mais miscigenado – a cultura brasileira. “Fazer intercâmbio é uma das melhores experiências da vida”, opina Mariani. Embora a maioria daqueles que compartilham do projeto já tenha estado em outros países, não é regra este conhecimento internacional. Afinal, receio do desconhecido é algo comum entre jovens universitários. Hoje o I Exchange tem, ao todo, 23 universitários que participam das etapas do acolhimento ao intercambista. “Onze estão mais à frente em reuniões e programas, mas todos que participam ajudam efetivamente”, avalia.

BUDDY Quem chega a outro país quer... estar em outro país. Pensando exatamente nesta lógica de se entregar a outra nacionalidade, o I Exchange integra um programa chamado Buddy Program, que entrelaça um estudante a um intercambista. Ou seja, o estudante passa a acompanhar o estrangeiro nas mais simples atividades do dia. Como tudo é novo, ao se identificar com outro viajante que fale a mesma língua ou tenha o mesmo costume, o intercambista acaba não tento oportunidade de aprender novas experiências. Para isso, o buddy é altamente precioso entre os viajantes. Eles acompanham passeios em pontos turísticos, ensinam rotas casa-universidade, tiram dúvidas em matérias e documentos, e o principal, fazem o intercambista manter contato direto com um jovem da comunidade estudantil brasileira. Impressionado com a dedicação, o estudante americano Ismael Campero acredita que essa companhia agrega no conhecimento do país. “Eu fiquei admirado com os buddies. Eles dedicam boa parte do dia deles para nos ajudar. Acredito que não seria tão fácil sem eles”, disse o intercambista. No entanto, não basta gostar apenas de se relacionar. “É preciso gostar e ter conhecimento sobre a nossa cultura, porque é importante para o estrangeiro saber sobre nossos costumes”, explica Mariani.

PRÓXIMO PASSO Agora, o objetivo do grupo é que o projeto torne-se cada vez mais profissional. “Temos que formalizar o grupo e fazer um programa oficial da PUCPR. É um serviço que agrega a todos”, diz a mentora do I Exchange . Com o projeto a todo vapor, Mariani pensa na conclusão do curso, que está próximo – diga-se de passagem. “Vou estar aqui até depois de me formar. Quando eu estou com os intercambistas, sinto que posso reviver a magia do intercâmbio, viajar e aprender mais sobre outras culturas sem sair do Brasil”, finaliza.

“É preciso gostar e ter conhecimento sobre a nossa cultura porque é importante para o estrangeiro saber sobre nossos costumes.” [Mariani Fangueiro]

FAZER PARTE Os universitários se encontram nos blocos acadêmicos da PUCPR. Por causa do horário e dos dias da semana variados entre eles, o grupo decide estas marcações via rede social – ‘I Exchange Team’, no Facebook. Agora, para adotar um estrangeiro e se tornar um buddy é simples: basta participar de uma reunião com o I Exchange. Lá, o grupo orienta o estudante brasileiro e vê qual intercambista está interessado na companhia.

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vida docente

Professor Roberto Pecoits Filho, eleito diretor científico da Sociedade Brasileira de Nefrologia.

Olhar distante

© Fotos: Divulgação

Projeto tem objetivo de levar treinamento e educação continuada a países carentes. Professor da PUCPR é único da América Latina a participar

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Foi numa visita à África, no ano de 2006, mais especificamente no Sudão, Quênia e Tanzânia, em missões de educação a médicos e profissionais da área da saúde, apoiadas pela Sociedade Internacional de Nefrologia (ISN), que o professor da PUCPR, médico e cientista Roberto Pecoits Filho, juntamente com a equipe que o acompanhava, percebeu a carência e dificuldade no treinamento de pessoal para procedimentos simples que, se realizados, poderiam salvar muitas vidas de pessoas com disfunção renal induzida por doenças como malária e diarreia. “Nós fizemos várias visitas aos hospitais locais e, interagindo com as pessoas da região, percebemos problemas que em países desenvolvidos, e também no Brasil, são problemas que já têm soluções bem resolvidas e implementadas”, explica Pecoits. A partir dessa percepção, um grupo de médicos, dentre eles Roberto Pecoits, único professor da América Latina a participar da ação, iniciou uma discussão em torno de um projeto. Iniciou-se o projeto Saving Young Lives in Africa and Asia , que tem como objetivo levar treinamento e educação continuada, além de apoio com materiais


e insumos a esses países carentes. “O projeto existe para que as mortes por insuficiência renal aguda nessas regiões sejam reduzidas dramaticamente nos próximos quatro anos”, explica o professor, que é um dos organizadores da iniciativa. O primeiro passo para o desenvolvimento e aplicação foi a visita de médicos e enfermeiros da Tanzânia a Curitiba e São Paulo, organizada pelo cientista. “Este grupo criou o primeiro centro de tratamento em Moshi, na Tanzânia”, explica. O grupo já tratou mais de 20 pacientes com insuficiência renal aguda que antes não tinham acesso ao tratamento. Mas o projeto não se baseia apenas no treinamento. Após as missões realizadas e profissionais treinados, os insumos e os materiais passam a ser enviados ao local. “Por meio de missões periódicas às regiões mais carentes e onde existe estabilidade política e boas condições para implantação do projeto”, explica Pecoits. Quando se percebeu que apenas o financiamento de professores não seria o suficiente para suprir a demanda, buscou-se a participação de doações voluntárias para a viabilidade de continuidade. “Foi quando veio uma doação bastante expressiva. Essa pessoa doou a primeira parte do recurso, o que viabilizou a criação de uma funda-

ção em 2012: a Sustainable Kidney Care Foundation, pontua o professor, órgão que passou a administrar as doações, dinheiro que dá a sustentabilidade ao programa. “Agora, o projeto passa de missões e viagens isoladas, com o intuito exclusivo de educação de profissionais de saúde, para ser um projeto que visa à viabilidade da implementação de programas de tratamento”, conta Pecoits. A curto prazo, o próximo passo é realizar uma missão em julho, em Malawi, na África. “Estruturarei por três semanas e treinarei profissionais locais para a detecção precoce”, completa. E assim segue suas atividades, com o incentivo de ampliar ainda mais o projeto. O professor Roberto Pecoits Filho foi eleito diretor científico da Sociedade Brasileira de Nefrologia, sendo responsável pela coordenação do Congresso Brasileiro de Nefrologia de 2014, coordenação das atividades desenvolvidas, estudos, bancos de informações sobre a população de doentes renais aqui no Brasil. O professor ainda contempla que a importância de experiência do projeto “é proporcionar ações humanitárias de solidariedade usando os recursos humanos capacitados para implementação de medidas salvadoras de vidas”.

“O projeto existe para que as mortes por insuficiência renal aguda nessas regiões sejam reduzidas dramaticamente nos próximos quatro anos.” [Professor Roberto Pecoits, médico e cientista]

Primeiro curso de insuficiência renal aguda em Karthoun, no Sudão, onde surgiu a ideia do projeto “Saving Young Lives”.

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registro TECNOLOGIA

PROFESSORA nA CAmPuS PARTy 2013

PREFEITO DE CURITIBA VISITA PUCPR O prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet, visitou a PUCPR durante a Global Game Jam, Encontro Internacional de Desenvolvimento de Jogos que acontece simultaneamente em todo o mundo. O evento foi realizado em cerca de 300 sedes distribuídas em 63 países de todos os continentes totalizando mais de 10 mil participantes. Na foto junto do prefeito está o professor Bruno Campagnolo.

A professora do curso de Design Digital da PUCPR, Fabianne Balvedi, foi uma das palestrantes da Campus Party 2013. A palestra “Olhar Contestado: o uso de ferramentas livres na produção audiovisual”, que aconteceu no Palco Michelângelo, em São Paulo, falou sobre o filme Olhar Contestado, que é um projeto brasileiro desenvolvido em software livre. Ela deu dicas de como realizar um projeto audiovisual utilizando softwares livres. A Campus Party foi criada há 16 anos na Espanha e reúne geeks, nerds, empreendedores, gamers, cientistas e muitos outros criativos que buscam as últimas novidades sobre inovação, ciência, cultura e entretenimento digital.

DESTAQUE JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE A PUCPR recebeu, no dia 25 de fevereiro, os símbolos da Jornada Mundial da Juventude que ocorrerá entre 23 e 28 de julho, no Rio de Janeiro. Os símbolos são a cruz peregrina e o ícone de Nossa Senhora. A acolhida fez parte do evento “Bote Fé Curitiba”, que atraiu cerca de 100 mil pessoas. PROFESSORES EM DESTAQUE EM CONGRESSO NA ÁFRICA Uma pesquisa produzida pelos professores da Escola de Negócios da PUCPR, June Cruz, Heitor Kato, Roberta Martins, Carlos Olavo Quandt e Tomas S. Martins, ganhou destaque no Academy of Management Africa Conference, que ocorreu no início de janeiro em Johanesburgo, na África do Sul. O tema principal da pesquisa é a relação de vantagem competitiva oriunda de um processo de Cooperação e Competição, cujo foco foi a Rede de Organizações de Carrinheiros da Grande Curitiba. O acompanhamento desse grupo foi realizado entre 2007 e 2011 e sua principal contribuição é o entendimento de que a cooperação entre sociedade civil, poder público e iniciativa privada, por meio de um sistema de governança mínimo, pode favorecer o desenvolvimento econômico e social.

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COORDENADORA É CONSELHEIRA DO CONFERP A professora Francieli Mognon, coordenadora do curso de Relações Públicas da PUCPR, será uma das conselheiras do Conselho Federal de Profissionais de Relações Públicas (CONFERP). A posse ocorreu no mês de janeiro, em Brasília. Oportunidade fundamental para estreitar as relações entre os profissionais, órgãos representativos, área acadêmica e mercado.

CARDEAL FAZ PALESTRA NO CÂMPUS LONDRINA O Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, esteve em Londrina, no dia 8 de março, para dar uma palestra no Câmpus Londrina da PUCPR. Na oportunidade falou a estudantes de Teologia e à comunidade da PUCPR sobre o tema “Sínodo da Evangelização” discutida e refletida na XIII Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, em outubro do ano passado no Vaticano. Vale ressaltar que o nome do Cardeal Scherer, está em uma lista comentada por observadores do Vaticano como prováveis sucessores do Papa Bento XVI.


Solidariedade

Acadêmicos no Projeto Rondon Os acadêmicos da PUCPR que ficaram por 17 dias vivendo no município de Abará, na Bahia, através do Projeto Rondon, que busca promover a integração social por meio de soluções que contribuam para o desenvolvimento sustentável de comunidades e para que ampliem o bem-estar da população. Os participantes da operação foram: as professoras Elenara Beatriz Fontana (Odontologia) e Patrícia Piasecki (Direito) e os estudantes Barbara Steffen (Direito), Beatriz Canhoto Carula (Medicina), Caroline Borsoni de Souza (Odontologia), Cléa Mara Leineker (Serviço Social), João Estevam Abelha Januário (Medicina), Osmar Ribeiro Filho (Direito), Talita de Campos Melo (Medicina Veterinária) e Thiago Cavinato (Odontologia).

Pró-Reitor Comunitário

8ª Missão Solidária Marista

O novo Pró-Reitor Comunitário da PUCPR é o professor de Economia, Ciência Política e de Filosofia da PUCPR Másimo Della Justina. Licenciado em Filosofia e Matemática pela PUCPR, bacharel e mestre em Economia pela Universidade de Londres, Doutor em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina, o professor foi coordenador do ProAção, vinculado à Pró-Reitoria Comunitária e chefe de Gabinete da Reitoria de 2006 a 2012.

A 8ª Missão Solidária Marista, que ocorreu nas cidades de Almirante Tamandaré (PR), Cascavel (PR), Dourados (MS), São Bento (SC) e Eldorado - Vale da Ribeira (SP), contou com a participação de 350 jovens vindos de Colégios Maristas, Unidades Sociais, Casas de Formação e da PUCPR. Eles puderam vivenciar a rotina de moradores de comunidades em situação de vulnerabilidade social, promovendo uma série de atividades educativas e humanitárias junto aos moradores e favorecendo a partilha de experiências entre ambos.

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© Foto: Shutterstock

reportagem

Hora da

escolha

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O início de um curso de nível superior é a largada para uma nova fase da vida. Você sabe quais são as possibilidades desse jogo?


O Ensino Superior marca uma nova fase da vida de muitos jovens e adolescentes brasileiros. A conquista é para poucos – 19% dos jovens na faixa etária entre 18 e 24 anos (PNAD, 2009) têm acesso ao Ensino Superior –, oportunidade que exige amadurecimento. É preciso uma adaptação, rápida, a um novo estilo de ensino, que requer maior autonomia para a busca do conhecimento. Além disso, a escolha da instituição – se o curso será realizado em uma faculdade ou universidade – é fundamental nesse jogo, pois interferirá no desempenho do estudante ao longo desse caminho e na chegada ao mercado de trabalho. Pode não parecer, mas existe uma grande diferença entre uma faculdade e uma universidade. Em meio às novas cobranças, em que se exigem decisões, a escolha da instituição, onde se pretende iniciar a construção da carreira, pode ficar em segundo plano. “É preciso ter clareza de que a qualidade e natureza da instituição, onde o curso será realizado, têm importância primordial”, como explica o Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da PUCPR, prof. Waldemiro Gremski, em seu artigo “Onde Estudar”. A acadêmica Jéssica Primon, do 9º período de Engenharia Ambiental da PUCPR, explica o motivo de sua escolha. “A universidade oferece maiores e melhores oportunidades, tanto no que se refere à educação, pela escolha do curso, quanto pelo aprendizado pessoal”, explica.

FACULDADE X UNIVERSIDADE Mesmo aqueles que já ingressaram em uma universidade, por vezes, não fazem ideia do tamanho da escolha feita. Segundo Gremski, o objetivo maior das instituições deve ser formar um cidadão, tornando-o um profissional competitivo, com diferenciais para fazê-lo disputar as melhores posições no mercado de trabalho. São vários os fatores que tornam uma instituição capaz de cumprir essa meta: alta qualificação do corpo docente; estruturas adequadas para atender às demandar de cada curso; possibilidades variadas de graduação e pós-graduação. E o aluno deve buscar essas características durante sua fase universitária. A aluna Natália Laibida Guimarães, do 3º ano de Bacharelado em Artes Cênicas, na Faculdade de Artes do Paraná, conta que, no seu caso, a opção se deu pelo curso. “O que me interessou na escolha pela Faculdade foi o que o curso iria me ofertar de matérias. A estrutura também está melhorada, apesar de não ser uma universidade”, completa a estudante. Uma faculdade pode desenvolver suas atividades em uma ou mais áreas do conhecimento, porém, diferentemente da universidade, não usufrui de autonomia. Portanto, seus diplomas devem ser registrados por uma universidade, não havendo necessidade de que seu corpo docente seja titulado. Já as universidades são instituições que possuem maior autonomia, o que lhes permite criar novos cursos, fechar, aumentar ou diminuir vagas e expedir diplomas. Além do ensino superior de graduação, uma universidade, por determinação, deve “realizar pesquisa, o que significa dizer que boa parte do seu corpo docente deve dedicar-se muitas vezes integralmente à atividade de produzir o sa-

ber, produzir ciência, criar tecnologia e, com isso, formar recursos humanos”, como explica o Pró-Reitor. “Aí estão os laboratórios das universidades”, explica prof. Waldemiro. Eles permitem ao aluno uma vivência com a pesquisa, juntamente com o professor pesquisador, diferença que a acadêmica de Jornalismo da PUCPR Raffaela Porcote percebeu: “o que posso apontar é a estrutura disponibilizada, como os laboratórios da PUCPR, que não havia na minha antiga faculdade. É um diferencial”. Ou seja, a universidade oferece ensino de graduação, pós-graduação stricto sensu, com cursos de mestrado e doutorado e iniciação científica, e pós lato sensu, além de ter de disponibilizar e realizar pesquisa básica, aplicada e tecnológica. “Quem passa ao lado dos muros de uma universidade não imagina a intensa atividade que ocorre lá dentro, além daquela de ensinar”, conta o Pró-Reitor, além de iniciação científica, estágios, mestrados, doutorados, defesas de dissertações e teses. “O programa de Iniciação Científica da PUCPR [PIBIC] oferece ao aluno o contato direto com profissionais da área de estudo, hábito de leitura técnica, aprendizado e habilidade de executar relatórios e estimula o pensamento científico e a criatividade”, explica a acadêmica Jéssica. A estudante do 3º período de Serviço Social da PUCPR Jaqueline Belo conta, ao falar da possibilidade de pesquisa que a universidade oferece, “acredito que tudo que agrega ao currículo é um diferencial no mercado de trabalho em todas as áreas”. A iniciação científica é “destinada a jovens graduandos que, apoiados por bolsas de estudo, acrescentam uma intensa formação científico-tecnológica à sua qualificação profissional”, completa Waldemiro, apesar de que há faculdades que oferecem esta possibilidade, porém não tão focadas como proposto pela universidade. Entenda, existe a pós-graduação lato sensu, “que não passa de um curso de atualização ou reciclagem, ministrado nos fins de semana ou à noite”, explica Waldemiro, “mas que não deixa de ter a sua importância, em especial para quem não tem interesse no mestrado ou doutorado”, podendo ser ofertado por qualquer instituição, sendo um curso que apenas certifica, não diplomando o participante. Há também a pós-graduação stricto sensu, que, “além de aprofundar os conhecimentos, tem como objetivos principais produzir ciência, desenvolver novas tecnologias e, nesta dinâmica, formar pesquisadores”, completa Waldemiro. A pós-graduação stricto sensu não se restringe, porém, às universidades; faculdades também podem ofertar, porém o fato de não serem obrigadas a ofertar, segundo a legislação, é um fator que não incentiva o desenvolvimento de pesquisas. Justamente por essa não obrigatoriedade de fazer pesquisa e pós-graduação, “a maioria absoluta destas instituições [faculdades ou centros universitários] possui um quadro docente formado por professores chamados horistas, os quais têm a sua atuação restrita apenas à sala de aula”, explica o professor Waldemiro. Este fator é determinante para a experiência a ser passada em sala de aula, pois ela é inserida na construção e compartilhamento do conhecimento por professores experientes e que desenvolvem pesquisas.

“A universidade oferece maiores e melhores oportunidades, tanto no que se refere à educação, pela escolha do curso, quanto pelo aprendizado pessoal.” [Jéssica Primon, do 9º período de Engenharia Ambiental da PUCPR]

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reportagem Portanto, a experiência além dos muros da universidade, que os professores trazem consigo para dentro da sala de aula, é um diferencial, o que pode fazer o acadêmico disputar as melhores posições no mercado de trabalho. Mas não que, necessariamente, isso por si só seja necessário; é preciso o empenho por parte do aluno, independente da escolha da instituição, e dos motivos que o levaram a tal decisão.

FATORES QUE INTERFEREM NA ESCOLHA O baixo custo é um diferencial que, por vezes, é fator decisivo na escolha, bem como localização: “um dos motivos que me fizeram escolher uma faculdade foi a localização”, explica a estudante do 2º período de Publicidade e Propaganda da Unibrasil, Daniella Ferreira Tomio. A estudante do 5º de Jornalismo da PUCPR Raffaela Porcote é um exemplo. A acadêmica cursava Jornalismo na Unibrasil (Faculdades Integradas do Brasil) e, diante da conquista de uma bolsa, através do Prouni, pediu transferência para universidade: “se não tivesse recebido a bolsa, não poderia trocar”, explica a aluna, que alega a escolha por uma faculdade devido ao valor das mensalidades, que, da faculdade, enquadrava-se ao seu orçamento.

“O que me interessou na escolha pela faculdade foi o que o curso iria me ofertar de matérias.” [natália Laibida Guimarães, do 3º ano de Bacharelado em Artes Cênicas, na Faculdade de Artes do Paraná]

© Foto: Renata Duda

Raffaela Porcote trocou os corredores de uma faculdade pelos da universidade.

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pesquisa

CoNcReTo

{com cabelo}

Mistura de fios capilares ao concreto dá início a uma nova etapa de pesquisa na construção civil Em tempo de reaproveitamento, descartar qualquer material requer conhecimento sobre o impacto que ele vai levar à natureza. Afinal, tudo pode e deve ter um destino ecologicamente adequado, até mesmo aquele chumaço de cabelo preso na escova ou espalhado pelo chão do salão de beleza. Já pensou qual o destino desses bilhões de fios diariamente recolhidos? Pois bem, eles também têm utilidade. E das melhores possíveis – adicionado ao concreto, segundo material mais usado pela humanidade, ele ganha destino importante para os estudos da construção civil. Não acredita? Essa pesquisa foi feita para um Trabalho de Conclusão de Curso da aluna Maria Lídia Magalhães, da PUCPR, sob a orientação dos professores Carlos Marcondes e Claudia Claumann da Silva. Uma combinação ideal – um material de rejeito adicionado a outro valioso. Embora ainda em pesquisa, este é mais um passo para a tecnologia do reaproveitamento. O concreto armado – que é aquele utilizado em construções com armaduras – nunca mais será visto da mesma forma. Entenda como foram executados os processos e a amostragem.

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ArMaDo

O fio capilar utilizado na pesquisa veio de um salão de beleza, em tamanhos pequenos, de fios considerados espessos. Em amostragem era usado 0,750 kg.


Depois do concreto feito - que é a mistura de cimento, água, pedra brita e areia –, o aditivo é colocado na betoneira pela fórmula apresentada. A pasta começa a tomar forma depois da mistura. Houve a presença de acúmulos de fibras.

FORAM MOLDADOS 24 CORPOS DE PROVA COM AS SEGUINTES QUANTIDADES DE MATERIAL: Cimento: 15 kg Areia média seca: 30 kg Brita: 45 kg Fibra capilar: 0,750 kg Mesmo sem ganho significativo na resistência do concreto, percebeu-se que o produto final tem a saída da água para o meio externo reduzida, fazendo o material ter menos fissuras por perda de água. Os ensaios também mostraram que se obteve leve aumento na relação entre resistência à tração x compressão, quando comparado ao concreto sem fibras.

© Ilustrações: Benett

Embora a pesquisa esteja em sua fase inicial, o destino correto para um rejeito destruidor do meio ambiente foi também objetivo do estudo. Assim, haveria a junção dos fios capilares poluidores com o segundo material mais utilizado pela humanidade: o concreto.

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drops XIII JORNADA DE HISTÓRIA ANTIGA

ALUNAS DE ADMINISTRAÇÃO APRESENTAM PESQUISA NO CANADÁ

A aluna Kassia Amariz, do curso de História da PUCPR e bolsista do PIBIC e PIBID, apresentou a pesquisa “A vida de Júlio César sob a visão de Plutarco e Suetônio (século I d.C.)”, em janeiro, durante evento promovido pela Universidade Federal de Pelotas, no Rio Grande do Sul. A pesquisa foi desenvolvida na disciplina de Pesquisa em História, ministrada pela professora Etiane Caloy, que também é uma das autoras, junto com a professora Adriana Mocelim.

As alunas Aline Belz Martz, Mariana Cristina Sobral e Mariane Gomes, do curso de Administração da Escola de Negócios da PUCPR, desenvolveram uma pesquisa sobre o potencial do mercado brasileiro para aditivos para combustíveis. O estudo foi encomendado pela empresa Meridian Fuel Technologies ao British Columbia Institute of Technology (BCIT), instituição de ensino superior parceira da PUCPR, e apresentado em Vancouver. Segundo o professor Fred Mandl, do BCIT, o estudo apresentado ficou muito acima de todas as expectativas.

PROJETO DE CONSCIENTIZAÇÃO SOBRE O LIXO

As alunas Andreia Tanaka, Jessica Pscheidt, Rebecca Frohe V. Staufler e Isabel Cruz Novinski, do 6º período de Relações Públicas, integram a equipe vencedora do Concurso de Campanhas de Comunicação Interna, promovido pelo curso em parceria com a Diretoria de Marketing da PUCPR. A campanha escolhida foi Recicle Certo, cujo objetivo é conscientizar os estudantes da Universidade a respeito da separação correta de resíduos. Para atingir o objetivo, o público-alvo será impactado por intervenções visuais e mídias diversas (banners, e-mail marketing, wooblers, redes sociais) na Universidade. A implantação contará com apoio técnico e orientação da equipe da Diretoria de Marketing para profissionalizar a campanha originalmente concebida de forma acadêmica.

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PARA NÃO ESQUECER

Matheus Tomio, aluno de Engenharia de Controle e Automação da PUCPR, desenvolveu uma tecnologia que evita o esquecimento de bebês em carros e pretende poupar muitas vidas. Com o nome de Bebê a Bordo, o projeto começou a ser desenvolvido pelo estudante em 2007 e foi aprimorado até chegar a sua versão atual. São duas pulseiras – uma fica com o adulto responsável e a outra com o bebê – que emitem uma vibração quando adulto e criança se afastam por mais de dez metros. O projeto ficou em terceiro lugar na competição Tecnologias que Transformam, da Fundação Telefônica.

FORMATURA DA PRIMEIRA TURMA DE TEATRO No dia 1º de fevereiro ocorreu a formatura da primeira turma de Teatro da PuCPR, com 20 formandos. Alguns alunos já estão conseguindo trabalhos de destaque, como é o caso de Anelise Mileo, que foi protagonista de um episódio da série “Casos e Causos”, da RPCTV. Outros alunos foram convidados para integrar importantes companhias de teatro e irão se apresentar no Festival de Curitiba.

MENSAGEM DO ARCEBISPO DOM MOACYR JOSÉ VITTI SOBRE A RENÚNCIA DO PAPA BENTO XVI NO DIA 12 DE FEVEREIRO Não há dúvidas de que a notícia da renúncia nos pegou de surpresa, assim como surpreendeu o mundo todo. Contudo, a atitude do Papa frente às suas condições de saúde foi muito nobre, diante da ganância pelo poder percebida hoje, também em âmbito religioso. Foi um testemunho de coragem e humildade. A Igreja, porém, continua normalmente sua caminhada, orientada pelo Espírito Santo, pois é Cristo quem está no comando da barca. A grande preocupação de todos agora quanto a quem será o sucessor de Bento XVI. Será ele um brasileiro, um italiano, um asiático ou um africano? Isso é um mistério. Somente dentro do conclave, que é o processo da eleição do Papa, os Cardeais entrarão em um acordo e escolherão aquele que guiará a Igreja de Cristo. É grande a expectativa. Por isso, nós, católicos, devemos nos colocar em clima de oração e fé para que o Espírito Santo ilumine o sucessor de Bento XVI. Convoco todos os jovens para rezarem pelo novo Papa, principalmente porque estamos neste clima de preparação para a próxima Jornada Mundial da Juventude.

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diário de bordo

Agenda de

jovem

Conheça o dia a dia da bolsista no Programa de Iniciação Científica Vanessa Zanella, 19 anos, estudante do 5º período de Biotecnologia, do Câmpus Curitiba. A Universidade foi uma escolha de vida

cientista Chegando à Universidade O relógio marca 6h30. Foi dada a largada para a rotina agitada de Vanessa. Às 7h, ela já está na PUCPR para as aulas do curso de Biotecnologia. Há três anos, um teste vocacional da internet apontou que Vanessa tinha aptidão para essa graduação – que, até então, ela nem conhecia. A jovem se interessou e fez sua escolha profissional. Mas, lá em Xanxerê (SC), cidade onde sempre morou, essa não era uma possibilidade.

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Café da manhã

Hora de estudar

Comer, comer

Trinta minutos para o café da manhã. É no Bloco Vermelho que Vanessa faz a primeira refeição do dia: pão de queijo acompanhado de café com leite. Diante da ausência do curso escolhido na cidade catarinense, Vanessa decidiu que sua próxima morada seria Curitiba e, no fim de 2010, tentou vestibular na UFPR e na PUCPR. A escolha não foi apenas de um curso ou de uma Universidade, foi uma opção de vida, que mudou sua rotina.

Durante a semana, ocorrem aulas teóricas e práticas. Para Vanessa, que tem o objetivo de ser pesquisadora, as aulas práticas costumam ser as mais interessantes. A vontade de ser cientista nasceu no Ensino Médio, por influência do professor Paraná (apelido por ele ter nascido neste estado). “Ele dizia que, se eu tivesse a chance, deveria seguir na área de pesquisa”, conta. E é o que ela tem feito.

Mesmo tendo que almoçar na Universidade, Vanessa é rigorosa com a alimentação e tenta fugir das frituras e lanches rápidos. No almoço de segunda-feira: arroz, feijão e carne.

Representando a PUCPR

Dados computados

Depois do almoço, pausa para um cafezinho no Centro Acadêmico de Biotecnologia, que surgiu em 2011 e no qual Vanessa é a segunda tesoureira. “No CA, aprendemos a nos relacionar melhor, ter responsabilidades e estabelecer prioridades. Além de ser importante poder representar o curso perante a Instituição”. Em 2012, organizaram cursos, eventos e ficaram em segundo lugar na gincana do Trote Solidário.

Este é o segundo ano de Vanessa como aluna do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC). Sob a orientação do professor Edvaldo Rosa, ela está desenvolvendo um microbioreator, com o desafio de ser mais econômico e viável que os existentes atualmente, para uso em um produto que possibilita a otimização de testes laboratoriais. Parte do seu dia no laboratório é dedicada a relatórios e estudos no computador.


“No CA, aprendemos a nos relacionar melhor, ter responsabilidades e estabelecer prioridades. Além de ser importante poder representar o curso perante a Instituição.”

Academia

É também no laboratório que Vanessa põe em prática os estudos e analisa as possibilidades físicas e reais do que está criando. Parte do equipamento é formada por placas de inox e foi produzida por uma fábrica em Xanxerê. Até junho deste ano, Vanessa deve concluir o projeto. Assim que finalizada, a invenção será utilizada por outros pesquisadores, inclusive de doutorado.

Terminada a rotina de estudos, Vanessa ainda vai para um terceiro round: o da academia. Como sua agenda é atribulada, ela prefere fazer atividade física na própria Universidade, onde tem maior flexibilidade de horários.

Jantar de micro-ondas

Noite de ficção científica

Ligando para casa

Depois de 12h fora de casa, é hora do merecido descanso para o corpo e para o cérebro. Estudar? Só no outro dia. Antes de relaxar, comida congelada. “Eu chego em casa cansada. Não tenho ânimo para cozinhar”.

Vanessa afirma que tem mais facilidade para aprender em sala de aula prestando atenção à explicação do professor do que enfiada nos livros em casa. Por isso, à noite ela permite se distrair vendo um filme ou desvendado os mistérios dos episódios de Arquivo X ou Millennium, séries de ficção científica que têm horário garantido em sua agenda.

É também à noite que Vanessa costuma falar com os pais pelo telefone. Ela veio morar em Curitiba aos 17 anos e diz não se importar de morar sozinha. “Não tenho esse apego extremo com as pessoas”. Uma vez por mês, ela costuma visitar a família em Xanxerê, no fim de semana. São aproximadamente seis horas de viagem. Para não perder a aula na segunda-feira, ela embarca no último ônibus de lá para Curitiba. Viaja a noite toda e vai direto da rodoviária para a PUCPR.

Dia livre O sábado se divide em ida ao mercado, cinema ou barzinho. Vanessa veio de uma cidade que não tinha muitas opções de lazer, então aproveita para passear em Curitiba. Já domingo é dia de acordar ao meio-dia e assistir ao jogo do Grêmio na TV. Daqui a pouco mais uma semana começa.

© Fotos: Renata Duda

Mãos à obra

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reportagem

RISOS © Foto: Shutterstock

que curam a alma

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Sorrir é a melhor forma de espalhar energia positiva. A risada une, conecta e aproxima. Além disso, o riso sincero prolonga a vida e dá esperança, muitas vezes, em situações vulneráveis

A ocasião mais cúmplice entre as pessoas talvez seja o momento em que elas sorriem. Que seja de canto, alto ou singelo, arrancar um riso é reflexo de uma emoção transparente, sem camuflagens. Os benefícios que ele traz são incalculáveis – além de um bom aliado na construção de uma amizade, o riso é visto como um remédio natural. Faz pessoas se sentirem alegres e, cada vez mais, estudos têm mostrado que o bom humor tem relação direta com o estado psíquico. Rir é mesmo saudável. Pois bem, sabia que em grupo podemos sorrir até 30 vezes mais do que sozinhos? É o que estuda o professor da Universidade de Harvard, John Ratey. Afinal, todos dizem: alegria contagia. E para provar que o ditado tem sim fundamento, o psicólogo Naim Akel Filho, coordenador do curso de Psicologia da PUCPR, explica que no cérebro humano existe um conjunto de células especializadas em imitar o que o outro está fazendo. “São os chamados ‘neurônios espelho’, que nos induzem a reproduzir o que um sujeito ao nosso redor está fazendo”, constata. Assim como quando alguém tosse, cruza os braços ou boceja, a arte do riso também faz parte de um coletivo, envolvendo todo este comportamento imitativo.


© Fotos: Renata Duda

PARA QUEM PRECISA

SINTONIA E ENERGIA POSITIVA: Abel pediu licença e encheu o espaço com sorrisos esperançosos.

E se o riso por si só já é algo que nos remete a momentos alegres, cientificamente, segundo Naim, está provado que o riso franco traz benefícios que eliminam a sensação de tensão, estresse, ansiedade e até mesmo problemas respiratórios e cardiológicos. “Enquanto rimos ocorre a liberação de endorfina, responsável em grande parte pelas nossas sensações de bem estar”, esclarece o psicólogo. É o que motiva Paulo Henrique Carneiro, que transforma os quartos dos hospitais em verdadeiros anfiteatros há quase seis anos. Paulo tem 25 anos, é formado em Psicologia pela PUCPR, mestrando em Filosofia também pela Universidade e ainda cursa Pedagogia na Universidade Federal do Paraná. Por duas vezes na semana, todas estas atividades pedem licença e dão espaço ao Palhaço Abel. Em oficinas do Projeto Comunitário da PUCPR, Paulo desenvolve atividades com alunos da área de Humanas nos hospitais Cajuru e Santa Casa. “Levamos humanização aos pacientes e quando estamos de palhaço não buscamos fazer rir, buscamos estar presentes, estar dispostos ao que eles quiserem. Se for para dançar, dançamos; se for para cantar, cantamos; estamos no quarto do paciente dispostos a fazer o que for necessário para que, por um momento, a pessoa seja respeitada em sua saúde”, relata. O trabalho em torno do sorriso e da alegria com pacientes em hospitais tem estudos bastante elaborados que comprovam a eficácia. “A serotonina que é liberada diminui significativamente a dor, por atuar diretamente nos centros cerebrais dela. Além disto, por envolver o sujeito em situações prazerosas, mesmo doente, e por diminuir os hormônios relacionados ao estresse, diminui também a percepção de estímulos negativos e desconfortos como a dor”, diz o professor Naim Akel. Com isso, essas visitas com nariz vermelho fazem com que pacientes consigam aliviar a dor e o sofrimento que muitas vezes só a medicação não consegue. “A pessoa internada não tem opção com relação ao remédio, às visitas de médicos e de enfermeiros. A dignidade de um paciente é abalada por tantas manipulações e o que nós

fazemos é devolver essa dignidade, esse respeito. Assim, acredito que a pessoa se torna alguém melhor”, acredita Paulo.

AFINAL, RIR É BOM PRA QUÊ?

Dar uma boa gargalhada ou rir de uma cena de filme tem inúmeros benefícios. A fisiologia do riso tem tópicos que deixarão qualquer um feliz da vida e com mais motivos para sorrir: • Durante o riso, entra o dobro de ar nos pulmões, melhorando a oxigenação do sangue. Isso é fundamental para o bom funcionamento de todos os sistemas corpóreos. • Assim, os pulmões, o coração e especialmente o cérebro – que dependem de sangue bem oxigenado para funcionar – agradecem. • Ao rirmos, nosso diafragma movimenta-se de tal maneira que origina uma “massagem” interna que facilita a digestão e ajuda a reduzir substâncias nocivas ao organismo, como os ácidos graxos, o que ajuda a manter a saúde dos intestinos. • O sorriso faz o corpo liberar endorfinas, reduzindo as dores e melhorando o sistema imunológico.

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reportagem

HAHAHA

NA PRÁTICA A visita aos quartos dos pacientes acontece quase que como um ritual. A passagem do psicólogo Paulo para o Palhaço Abel é visivelmente rodeada de energia positiva. Já de sapatos grandes, meia calça e nariz vermelho, Abel se sente o hóspede mais confortável do Hospital Santa Casa, no centro de Curitiba. Até às portas dos quartos, os cumprimentos são unânimes e os sorrisos escapam como um piscar de olhos. Com 90 primaveras já vividas, Nelson Congo – internado há uma semana – não conseguiu segurar o riso com a chegada do Palhaço Abel. “De onde você saiu?”, pergunta o idoso. “Que boa essa visita, né? Que alegria”, comemora. E os jovens também são adeptos às visitas de Abel. “Eu sempre peço licença e pergunto se posso entrar. Tenho que sentir que eles querem minha visita”, diz Paulo. Assim feito, Aline Pimentel, com apenas 17 anos e à espera de uma cirurgia no esôfago, liberou passagem para o Palhaço. “Que lindo”, paquera a paciente. “A gente fica aqui, sentada, deitada e quase entediada. Neste momento de descontração, a gente se sente até melhor na saúde, sabia?”, conta a jovem. O riso, acredita Paulo, é a consequência de um vínculo bem-sucedido. Um estudo publicado em 2010 pela revista Psychological Science revelou que o riso e o sorriso prolongam a expectativa de vida das pessoas. “Me sinto recompensado com este esboço de sentimento que é o riso. Consegui transformar aquele presente, aquele momento, em algo pelo qual valeu a pena ter vivido”, finalizam Paulo e Abel, ambos em busca de conhecimento e sorrisos.

EXEMPLO Já estampado nos telões do cinema, o médico americano Patch Adams há três décadas transforma o ambiente hospitalar em um circo. Mestre na arte do riso, ele leva alegria aos pacientes por acreditar que brincadeiras possam reduzir o sofrimento deles. A trajetória do doutor foi retratada no ano de 1998 no filme O Amor É Contagioso, estrelado pelo ator Robin Williams. O filme foi responsável, na época, por diversos grupos que se inspiraram na ideia do filme – em levar alegria a pacientes. Autor de três livros, Patch Adams defende sentimentos como humor, compaixão, alegria e esperança no tratamento de pacientes. Ele ainda acredita que o medo que os médicos têm de cometer erros destrói a relação médico-paciente, diz um dos livros publicados. Hoje, aos 58 anos, o médico dirige o Instituto Gesundheit (saúde, em alemão), nos Estados Unidos, que atende pacientes de graça e viaja pelo mundo palestrando sobre o tema.

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“Assim como quando alguém tosse, cruza os braços ou boceja, a arte do riso também faz parte de um coletivo, envolvendo todo este comportamento imitativo.” [Naim Akel Filho, psicólogo]

O QUE TE FAZ RIR?

‘...ver um bichano pelo chão e não sorrir’

, diz a letra do grupo mineiro Skank. Realmente, há situações ou momentos em que não rir é impossível. Selecionamos alguns clássicos que, com certeza, já colocaram o riso em seu rosto: ] RISADA DE BEBÊS

Vídeos mais vistos têm sempre um bebezinho rindo. Impossível não rir junto.

CARETA

Do palhaço, do amigo, da mãe. Seja lá de quem for, uma boa careta também rende gargalhadas.

COMÉDIAS

Um filme de humor à moda antiga é garantia de boas risadas. Quem nunca se pegou rindo em cenas típicas de armação?

CÓCEGAS

Alta e em bom som, a risada da cócega é algo que não se confunde.



© Foto: Renata Duda

qualidade de vida

Correr é um

Prática saudável da corrida na pista indoor da PUCPR.

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barato


A prática da corrida só traz benefícios para quem pratica. Da saúde ao estado de espírito

“Indivíduos que praticam exercícios regulares têm sensação de bem-estar constante, devido à prática de exercício.” [Fabrício Stocchero educador físico da PUCPR]

Que tal uma boa dose de qualidade de vida? Correr é uma ótima opção para quem busca a prática de um exercício prazeroso e que proporcione melhor desempenho nas atividades, concentração, capacidade de reflexão e facilidade para lidar com os obstáculos propostos pela rotina diária. Mas por mais atraente que seja treinar em excesso, seja pela busca do prazer que a atividade proporciona ou então pelo bom condicionamento físico, é preciso prevenção e cuidados para uma prática saudável. A corrida reflete em benefícios não só para a saúde, como para o desempenho, seja no trabalho, estudos ou no dia a dia, por meio da liberação de hormônios. “A endorfina, que tem relação direta com o estado de bom humor de quem o pratica, é estimulada pela corrida”, explica Fabrício Stocchero, educador físico da PUCPR. Ele ainda afirma que essa, condição deixa as pessoas de bem com a vida. “Indivíduos que praticam exercícios regulares têm sensação de bem-estar constante, devido à prática de exercício”, completa. O bem-estar vem seguido da superação. Para a bióloga Paula Hansen Suss, é o desafio de se pôr à prova que explica essa vontade de sempre querer correr mais. A relações públicas Melissa Bueno do Nascimento, que há um ano pratica corrida, compartilha da mesma opinião. “A priori, corro para superar meus próprios limites. Claro que, com o tempo de treino, o pódio pode se tornar uma realidade, mas por enquanto meus limites é que quero superar”, explica. Melissa começou a correr sem um motivo específico e não conseguiu mais parar. Resultado da mistura da liberação de hormônios com a sensação de missão cumprida. “Minha primeira corrida foi a Fila Night Run. Foi mágico”, explica. “Outra corrida que me marcou foi minha primeira meia maratona [Curitiba 2012], perceber que conseguia completar 21 km sem sofrer foi espetacular! A meia maratona de Buenos Aires também foi emocionante, pela quantidade de atletas de todos os lugares”, completa a corredora. Mas, simplesmente, começar a correr pode ser tornar perigoso independente da idade, “qualquer pessoa pode praticar a corrida, desde que com o devido acompanhamento”, explica Stocchero. “O preparo físico

é fundamental! Uma pessoa sedentária jamais pode sair por aí correndo. A musculatura precisa ser trabalhada aos poucos, assim como o coração e o pulmão”, conta Melissa, que explica que orientação profissional, alimentação saudável e roupas apropriadas são fundamentais para a boa prática. “O ideal é consultar um médico antes de iniciar qualquer atividade. Quando começar a praticar, é preciso procurar um profissional de educação física para acompanhamento e instruções”, completa o educador ao alertar da importância da conscientização por parte dos aspirantes a corredores. “Os cuidados com a corrida são constantes. O importante é respeitar o seu limite, fazer o treino seguindo as orientações”, explica a bióloga, que faz a prática da corrida indoor. A pista de corrida indoor da PUCPR é feita com um material emborrachado, o que ajuda a absorver parte do impacto gerado pela corrida. “Pelo fato de ser indoor, não temos problemas com chuva ou muito sol, além de ser mais seguro do que na rua, onde há carros e bicicletas, ou em parques que, dependendo do dia, ficam muito cheios, dificultando a prática da corrida”, explica o educador físico. A bióloga Paula completa: “vários parques podem ser boas opções para quem procura um lugar para a prática da corrida, no entanto, os corredores de rua enfrentam alguns problemas como o trânsito, poluição e a instabilidade climática da nossa cidade. Nesse sentido, a pista indoor é vantajosa, pois permite a prática regular do esporte em um ambiente seguro”.

CURTIU A IDEIA? O setor de Esportes da PUCPR oferta uma aula de corrida indoor para todos os públicos, toda segunda, quarta e sexta-feira, às 19 horas, no ginásio de esportes. Porém, quem quiser utilizar a pista em outros horários também pode. O funcionamento é durante o horário de aula, das 7h às 22h. Para mais informações acesse o site: www.pucpr.br/esportes

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pergunte para puc

...mas

E AGORA? A vida acadêmica é rica em descobertas e experiências, um mundo novo se abre a cada livro, a cada leitura, a cada conversa ou aula. Mas como não poderia deixar de ser, essa vivência é repleta de perguntas. Dúvidas a respeito do universo acadêmico, que envolvem, acredite, não só você, mas a mente de muitos alunos que cursam o ensino superior. Fomos atrás de algumas dessas dúvidas frequentes e comuns, e buscamos uma resposta para você tirar sua dúvida aqui, na Vida Universitária.

COMO DEVO ME PORTAR EM UMA ENTREVISTA DE ESTÁGIO?

CAROLINE FRANCIS DOS PASSOS Arquitetura e Urbanismo 5º período

QUEM RESPONDE: Profa. Fernanda Lourenço Mendonça, Escola de Negócios da PUCPR, Saúde e Biociências e Comunicação e Artes: Zele inicialmente pela pontualidade, pela vestimenta adequada ao tipo da organização e cargo, pela linguagem e postura. Lembre-se que a entrevista não é um evento social chique ou esportivo, evite os extremos ao se vestir, o cuidado com a aparência é importante para ambos os gêneros. Seja natural, humilde, responda com objetividade e clareza, demonstrando seu interesse pelo estágio e como o percebe para a construção da sua carreira profissional. Apresente seus conhecimentos, habilidades, experiências anteriores, participação em atividades voluntárias, desportivas e/ou culturais ao responder as questões formuladas pelo entrevistador.

COMO EU ESCOLHO MEU TEMA PARA O TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO - TCC? RAPHAEL RIBEIRO DA SILVA Comunicação Social | Jornalismo 7º período

QUEM RESPONDE: Prof. Marcos José Zablonsky, Escola de Comunicação Social: O aluno precisa gostar e ter afinidade com o tema e ter tido contato com ele por meio de leituras e experiências, no meio acadêmico ou não. Outro fator importante é a escolha do orientador e a linha de pesquisa ou estudo que desenvolve. Quanto mais próximo for a relação do seu tema com a do orientador, melhor será o resultado. Um olhar importante na escolha do tema é sua relevância para a sociedade e para seu aprendizado, e como ele pode contribuir para sua formação profissional. A qualidade está intimamente ligada ao interesse do aluno e sua dedicação ao tema escolhido. A leitura é um fator fundamental na construção da fundamentação teórica, na escolha de autores e na definição de estratégias e ações que estarão contempladas no trabalho.

ME FORMEI, ESTOU NO MERCADO DE TRABALHO E QUERO ABRIR MEU PRÓPRIO NEGÓCIO. QUAL DEVE SER MEU DIFERENCIAL PARA CONQUISTAR MERCADO E CLIENTES?

© Fotos: Arquivo pessoal

QUEM RESPONDE: Profa. Solange Barbosa, Escola de Negócios da PUCPR: O diferencial competitivo está, sem dúvida, no relacionamento. Clientes podem hoje comparar, em segundos, o que cada empresa oferece. Em pouco tempo não haverá mais espaço para empresas que não conse-

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guem se ajustar à rotina, horários, hábitos e interesse dos seus clientes. Já é comprovado que os consumidores estão cada vez mais propensos a pagar a mais para evitar aborrecimentos ou gastos de tempo desnecessários. Portanto, se você conseguir oferecer, com uma gestão efi-

ciente, produtos e serviços alinhados às necessidades de seus clientes e conseguir estabelecer meios de comunicação, atendimento e relacionamento que agreguem algo que realmente tenha valor para eles, será, com certeza, bem sucedida em qualquer negócio.

JULLYA BARROS SILVA Odontologia 7º período


vem aí

Programe-se 13_14/JUN_CONCURSO_ À_ VISTA

Estão abertas as inscrições, até o dia 12 de abril, para o concurso do 4º Congresso Internacional CBL do Livro Digital – 2013, realizado pela Câmara Brasileira do Livro e que tem como objetivo estimular a divulgação de pesquisas e trabalhos empíricos ou conceituais inéditos pertinentes à temática do congresso. Há uma seleção e premiação dos trabalhos científicos e acadêmicos relacionados ao livro digital, que serão apresentados em sessão durante a 4º edição do evento, que deve acontecer entre os dias 13 e 14 de junho. www.congressodolivrodigital.com.br

PUC_SOLIDÁRIA Acontece no mês de março o PUC Solidária, dia 15 no câmpus Toledo, dia 23 em Curitiba e dia 27 no câmpus de Londrina. O Projeto é uma das ações realizadas pela Pastoral da Universidade e conta com a atuação dos acadêmicos para a aproximação com as diferentes realidades, sobretudo de pessoas que vivem em regiões de vulnerabilidade social, na busca da construção de um Mundo melhor e mais fraterno. www.pucpr.br/pastoral

ACADEMIA_CISCO_OFICIAL_PUCPR Estão abertas, até o dia 10 de abril, as inscrições para as turmas da Academia Cisco Oficial PUCPR, mantida em função da parceria entre a Universidade e a multinacional Cisco Systems. O objetivo da academia é graduar profissionais e estudantes da área de tecnologia no novo currículo CCNA Exploration da Cisco Systems. Além da oferta dos cursos Cisco CCNA Exploration e Cisco CCNA Security, a qualificação também tem como objetivo servir de preparatório para o exame de certificação CCNA. Podem participar pessoas ligadas às áreas de informática, redes e telecomunicações. As aulas têm início no dia 23 de março, www.pucpr.br/cisco

26_E_27/ABR_ CONGRESSO_ PARANAENSE_ DE_CARDIOLOGIA_ 2013 03_E_04/ABR_ SIMPÓSIO_ MULTIDISCIPLINAR_ DE_PSIQUIATRIA A UNIICA (Unidade Intermediária de Crise e Apoio à Vida) promove nos dias 3 e 4 de abril o simpósio “Aspectos médicos, filosóficos, legais e sociais da internação compulsória”. O evento ocorrerá no Auditório Gregor Mendel, no Bloco Verde da PUCPR. Os interessados podem fazer suas inscrições gratuitamente no site da UNIICA. www.uniica.com.br

Entre os dias 26 e 27 de abril, acontece o 40º Congresso Paranaense de Cardiologia 2013, encontro de atualização científica, aperfeiçoamento profissional e confraternização social, no Expo Unimed – Curitiba. As inscrições para os acadêmicos de Medicina que desejam participar do evento, mediante comprovante de matrícula, deve ser feita até o dia 10 de abril, pelo site. www.abev.com.br/ paranaense2013

23/MAR_ JUL _NÚCLEO_DE_LÍNGUAS O Núcleo de Línguas da PUCPR está com inscrições abertas para o 1º semestre de 2013. Os cursos disponíveis aos acadêmicos e comunidade são Inglês, Francês, Italiano, Espanhol, Chinês, Coreanos e Japonês. Há também cursos especiais como Redação Acadêmico-científica e Estratégias de Tradução para Testes de Proficiência em Inglês, destinados à comunidade dos mestrandos e doutorandos, e o curso de Redação Oficial, para secretários e demais funcionários do Setor Administrativo. As aulas começam a partir do dia 23 de março. www.pucpr.br/nucleodelinguas

14/MAI_ ANIVERSÁRIO_ DA_PUCPR no dia 14 de março, às 10 horas, começa no Museu Universitário da PUCPR – Câmpus Curitiba – a exposição “Padroeiros da PUCPR”. Realizada em comemoração aos 54 anos da Universidade, a mostra vai contar com uma coletânea de vários artistas, em sua maioria paranaenses, que pintaram os padroeiros da instituição, Marcelino Champagnat, Nossa Senhora do Rocio e Santo Antônio. A exposição é aberta ao meio acadêmico e à comunidade.

OLHO NO CALENDÁRIO A PUCPR oferece aos seus alunos a oportunidade de realizarem parte de suas pesquisas de PIBID e PIBIC em outras universidades do Brasil, através do programa Bolsa Sanduíche. Olho na data, pois as inscrições para este edital estão abertas até o dia 15 de março, uma oportunidade de agregar novos conhecimentos à vida acadêmica, por meio de uma iniciativa inédita no país, que visa ao aprimoramento da formação do aluno como pesquisador, que participam dos programas de Iniciação Científica da Universidade.

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