GBC G R E E N
REVISTA
B U I L D I N G
C O U N C I L
BRASIL
C O N S T RU I N D O U M F U T U RO S U S T E N TÁV E L
ANO3 / Nº9 / 2016
ESPECIAL
2 16 ANUÁRIO
CERTIFICAÇÕES
EXEMPLAR AVULSO: R$ 35,90
9 772446 970049
ISSN 2446-970X
00916
Investimento em projetos LEED e Análise Econômica dos Edifícios LEED x Edifícios Convencionais Expansão do LEED no Brasil alcança todas as regiões ENTREVISTA ESPECIAL: Rick Fedrizzi, CEO do USGBC
VIBEDITORA
anuário GBC 2016
FOTO DA FACHADA
PROPRIETÁRIA DA TORRE B
2
jul/16
Conheça a certi rev/gbc/br WWW.EZTE
anuário GBC 2016
NO VÉRTICE FINANCEIRO DA CIDADE SURGE UM ÍCONE DE RECONHECIMENTO MUNDIAL, CONSOLIDANDO OS 37 ANOS DA EZTEC. Uma escultura corporativa emblemática, com alto padrão técnico, estético e sustentável, que representa toda a grandiosidade de São Paulo junto às principais capitais cosmopolitas.
CERTIFICAÇÃO DE SUSTENTABILIDADE
LEED® GOLD.
ficação e seus benefícios no site revistagbcbrasil.com.br C.COM.BR/EZTOWERS
jul/16
3
Editorial
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO MEMBROS DO CONSELHO Manoel Gameiro - Presidente José Moulin Netto - Vice presidente Celina Antunes - Cushman & Wakefield Freddy Carrillo - Sherwin Williams Hugo Rosa - Método Walter Torre - WTorre
Mais uma nova missão cumprida.
Convidada: Thassanee Wanick - Fundadora do GBC e Cônsul Geral da Tailândia no Brasil DIRETOR GERENTE Felipe Faria
A nova edição do Anuário de Certificações GBC Brasil, desenvolvido ao longo desse difícil e sinuoso ano pelo qual estamos atravessando, mostra que, aos poucos sua ideia e seu potencial vão se consolidando como uma grande ferramenta de difusão das melhores práticas e dos principais projetos certificados LEED no país. Contando com a presença de vários projetos, com novas empresas apoiadoras e uma quantidade de dados e informações das mais relevantes para o segmento, esta edição traz ainda mais números e dados para entender esse mercado. Em especial, trazemos várias pesquisas para dimensionar e comparar os investimentos, custos, e retornos economico-financeiros dos edifícios certificados LEED em comparação a seus similares nos dois maiores mercados corporativos do país. Os resultados você vê somente aqui, e tira suas conclusões sobre o potencial desse mercado.
VIBEDITORA DIRETOR EXECUTIVO Luiz Sampaio lsampaio@vidaimobiliaria.com.br REDAÇÃO Patrícia Braga - MTb 81787/SP Bruna Dalto - MTb 72943 Felipe Lima revistagbc@gbcbrasil.org.br COMERCIAL Linda Jéssica Sousa revistagbc2@gbcbrasil.org.br
Nosso objetivo é fazer esta grande engrenagem girar a seu favor. Nossa capacidade de trazer informações e dados para as empresas é a nossa maior motivação. Esperamos contar no próximo ano com mais solicitações e exigências de nossos leitores.
Boa leitura a todos!
LUIZ SAMPAIO DIRETOR EXECUTIVO VIB Editora
© Bianca Wendhausen
É para vocês que fazemos tudo isso, cada vez com mais afinco e dedicação.
FINANCEIRO adm@vibcom.com.br DESIGN GRÁFICO E EDITORIAL VIB EDITORA REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO VIDA IMOBILIÁRIA BRASIL - VIB EDITORA Rua Roque Petrella, 46 - sala 501 Brooklin - São Paulo - SP CEP 04581-050 Tel: 11 5078 6109 www.vidaimobiliaria.com.br RESPONSÁVEL DO GBC Maíra Macedo
Capa: Montagem sobre foto Edifício Torre Z
4
jul/16
rev/gbc/br
índice
GBC G R E E N
REVISTA
B U I L D I N G
C O U N C I L
BRASIL
C O N S T RU I N D O U M F U T U RO S U S T E N TÁV E L
ANO3 / Nº9 / 2016
EDITORIAL...................................................... > 4 COLUNA GBC................................................. > 8
GREEN PAGES RICK FEDRIZZI.................................... >12
SUSTENTABILIDADE NO VAREJO.............. > 20 CASE LOJA "QUEM DISSE BERENICE?".... > 24 O MERCADO RUMO AO EPD...................... > 30 ESPECIAL ECONOMIA LEED....................... > 38
O GRESB, QUANTO CUSTA A PRODUÇÃO, OPERAÇÃO,
ANÁLISE COMPARATIVA DE VALORES DE MERCADO
PROJETO INTERNACIONAL ECOARK...........................>68 VISÃO DA AMÉRICA: COLOMBIA............... > 74 OLIMPÍADAS E LEED ND............................. > 78 REFERENCIAL GBC BRASIL CASA............... > 96
ESPECIAL ANUÁRIO DE CERTIFICAÇÕES.......>108
EMPRESAS EM DESTAQUE ...........................................> 110 REGIONALIZAÇÃO DO LEED ........................................> 142
CASES ATUAIS 2015............................. > 148
CASES HISTÓRICOS........................................................> 204 GUIA DE SOLUÇÕES.................................. > 217
6
jul/16
rev/gbc/br
Hospital Alemão Oswaldo Cruz (LEED Gold)
SUSTENTABILIDADE SE CONSTRÓI COM EXPERIÊNCIA E COMPROMISSO.
A Racional Engenharia foi uma das empresas pioneiras no desenvolvimento de construções sustentáveis no Brasil.
Obtivemos a certificação LEED para projetos emblemáticos, como o primeiro edifício comercial certificado no País, o Edifício Cidade Nova, e também o primeiro datacenter da América Latina a receber esta certificação, o Datacenter Telefônica Vivo.
Hoje, temos experiência e a confiança dos nossos clientes para garantir projetos com a chancela LEED em diversos segmentos, como datacenters, centros de inovação, hospitais, hotéis, parques logísticos, plantas industriais e shopping centers. Datacenter BM&FBovespa (LEED Certified)
Exemplos concretos são o Hospital Alemão Oswaldo Cruz,o Datacenter BM&FBovespa, o edifício Torre Z, o Tietê Plaza Shopping, Tietê Plaza Shopping (LEED Silver)
Cada uma dessas realizações representa nosso compromisso com nossos clientes, com o futuro e com o meio ambiente.
Torre Z (LEED Gold)
Editorial
A multiplicação é o resultado da promoção de exemplos de sucesso.
C
om muito orgulho estamos lançando nossa 2º edição do Anuário das edificações certificadas LEED e Referencial GBC Brasil Casa. Trata-se de mais um canal de comunicação desenvolvido pelo Green Building Council Brasil e seus Membros com o objetivo de disseminar as melhores práticas, novas tecnologias, casos de sucesso, estudos e pesquisas. O Anuário GBC Brasil é um documento rico em informações, possui a participação de inúmeras empresas e profissionais e classificamos este documento como um importante guia para aqueles que possuem interesse em aprofundar conhecimento e pesquisar sobre a indústria nacional da construção sustentável. Em termos de distribuição, dentre as parcerias, vale destacar o acordo com a CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), que engloba o envio do Anuário a todas Diretorias de seus Associados, dentre elas, as regionais do SINDUSCON, ADEMI e SECOVI. Entendemos que a distribuição deste conteúdo, desenvolvido pelas forças de mercado, auxilia nosso movimento na condução da transformação da indústria da construção civil e cultura da sociedade em direção a sustentabilidade. Fato é que todos buscam um protagonismo maior em matéria de desenvolvimento da chamada economia verde e aguardam por uma grande ideia. A Revista e Anuário GBC Brasil abordam muitas ideias ou modelos de negócios diferenciados. E, é sabido que toda grande ideia ou modelo de negócio próspero quando comprovado através de casos de sucesso, e divulgados, multiplicam-se e passam a penetrar setores diversos. Isto é exatamente o que está acontecendo no Brasil. Em meio a desafios políticos e econômicos, o desempenho
de novos projetos registrados buscando a certificação no ano de 2016 está sendo ótimo, destaque ao primeiro quadrimestre quando recebemos o maior número de novos projetos desde 2012. Isto ocorrendo neste ano de desafios, onde não há lançamentos de novos prédios corporativos de alto padrão, setor este percursor, onde temos fortes raízes. Este cenário comprova os benefícios econômicos considerados pelos fundos de investimentos internacionais. Estes investidores falam que os prédios verdes oferecem maior valor, maior velocidade de ocupação, maior retenção, maior liquidez, ou seja, diminuem os riscos do investimento, como também os riscos da obsolescência, que pode ser ainda mais destrutiva e tirar empresas do mercado. Isto comprova que modelos de negócios bem planejados dentro da visão sistémica, e, considerando custos dentro do ciclo de vida de uma edificação oferece retorno financeiro para todos. E o desempenho de 2016 é justificado pela penetração do green building nas plantas industriais, hoje (jun/16) são 77 registradas, centro de distribuição e logística que somam 162, e lojas de varejo são 42. Agora hospitais, data center, hotéis, interiores de escritórios, supermercados... Obras públicas como escola, creche, estádio, museu, sede de Prefeitura... O Green Building Council Brasil e seus Membros também ingressam no setor residencial de casas, prédios residenciais e loteamentos. Este cenário evidencia nossa característica como Organização e movimento sendo multidisciplinar e multisetorial, e o continuo suporte de diversas lideranças, reforça nosso otimismo nos avanços da construção sustentável e a certeza de que estamos construindo nosso caminho em direção a um futuro próspero, saudável e igualitário.
FELIPE FARIA, CEO - Green Building Council Brasil Presidente do Comitê da América do World Green Building Council
8
jul/16
rev/gbc/br
anuário GBC 2016
revistagbcbrasil.com.br
jul/16
9
anuário GBC 2016
O ESCRITÓRIO DE ARQUITETURA COM MAIS SELOS LEED NO BRASIL
52 10
Há mais de 20 anos, a Athié Wohnrath carrega em seu DNA o cuidado com o meio ambiente. A excelência em projetar e implantar espaços corporativos passa, obrigatoriamente, pela sustentabilidade. Como consequência desse investimento em melhores práticas sustentáveis, temos orgulho hoje de ocupar a posição de escritório de arquitetura com mais selos LEED no Brasil. jul/16
16 09 22 05
rev/gbc/br
anuário GBC 2016
CasaE BASF LEED NC GOLD
revistagbcbrasil.com.br
jul/16
11
inovação
GREEN PAGES
Rick Fedrizzi é o CEO e fundador presidente do U.S. Green Building Council (USGBC), uma organização sem fins lucrativos que promove a sustentabilidade na forma como os edifícios e as comunidades são concebidos, construídos e operados. Seu compromisso com programas e iniciativas para mudar o jogo do USGBC catalisou um movimento de construção verde global e definiu um padrão de mercado para a realização de sustentabilidade. Através de sua corajosa e colaborativa liderança no USGBC, Rick levou a transformação da arquitetura, do mercado imobiliário e de prática comercial, criou novos mercados e provocou a inovação, levando a mudanças fundamentais nos recursos poupados, toxinas eliminadas, gases de efeito estufa evitados e a saúde humana melhorada. O programa de certificação LEED do USGBC, a pedra angular dos esforços de Rick, conta hoje com mais de 75.000 projetos comerciais registrados e certificados, abrangendo cerca de 1.4 bilhão de metros quadrados e mais de 200.000 unidades residenciais em todo o mundo que participam do LEED, com 180 mil metros quadrados de área construída a receber a certificação LEED todos os dias. Mais de 200.000 detentores de credenciais profissionais LEED estão empenhados em fazer avançar este movimento global. O USGBC também organiza sua conferência anual Greenbuild Internacional e Expo, a maior conferência e exposição dedicada à construção verde do mundo, que será realizada este ano em Los Angeles entre 5 e 7 de outubro.
ENTREVISTA
Rick Fedrizzi Chief Executive Officer, USGBC
12
dez/14 jul/16
Rick foi um dos co-fundadores do USGBC em 1993 enquanto era diretor de marketing ambiental na United Technologies Corporation. Natural de Syracuse (NY), ele é formado pela Univeridade de Le Moyne e possui MBA pela Universidade de Syracuse, em 1987. Participa em vários conselhos de empresas com e sem fins lucrativos e comitês consultivos, incluindo Global Green e do Centro de Saúde e Meio Ambiente Global da Harvard T. H. Chan School de Saúde Pública, Clinton Climate Initiative, Watsco, View, e Energy Focus.
rev/gbc/br
inovação
Em seu livro Greenthink, você explica como o lucro pode salvar o planeta e apontar a sustentabilidade como a maior oportunidade de negócios do século 21. Conte-nos um pouco sobre a ideia de como o lucro pode nos levar a um caminho para salvar o mundo, aproximando a comunidade ambiental do setor privado que foram inimigos durante décadas? Rick Fedrizzi. Nos últimos 20 anos, eu tenho trabalhado duro para reunir uma comunidade de profissionais com a mesma opinião, que têm as habilidades necessárias para transformar o sonho de um futuro sustentável em uma realidade rentável. As empresas membro do USGBC vão desde empresas da Fortune 500 até pequenas lojas familiares. Nossos profissionais LEED em todo o mundo, incluindo desde empreiteiros a executivos de start-ups. Mas não importa onde estejam ou o que eles fazem, os nossos membros compartilham uma crença incondicional que a sustentabilidade é um ganha-ganha para a economia e para o ambiente. Fora da comunidade da construção verde, no entanto, expor esse ponto de vista é, muitas vezes, encontrar um olhar perdido, ou um feroz desacordo. Afinal, todo mundo sabe que o setor privado e o movimento ambientalista são inimigos mortais, certo? Lemos sobre as empresas que lutam contra regulamentação ambiental, pois ameaçam os seus lucros, ou manifestantes ambientais que se colocam entre as companhias de petróleo gananciosas e seus equipamentos de perfuração em águas profundas. É uma narrativa fácil de fazer sua cabeça girar. Todo mundo tem um objetivo claro, simples: fazer dinheiro pilhando a Terra, ou acabar com empregos para salvar alguma flora e fauna. É um cenário de "ou isso/ ou aquilo" para a maioria de nós. A ideia de que ele poderia ser "ambos / e" é, para a grande maioria, insondável. E isso não é surpresa. Afinal, é assim que vimos o mundo durante os últimos cinquenta anos. Ambientalistas e líderes empresariais sabem quem são seus amigos e inimigos. É claro que eles precisam "derrotar" para "vencer". Claro, ambos os lados têm vindo a cooperar um pouco, antes tarde do que nunca. Grupos
revistagbcbrasil.com.br
ambientalistas monitoram e verificam as emissões de carbono do setor privado e outros impactos ambientais, por exemplo. E quase todas as empresas tem o objetivo de serem percebidas como verdes. Mas para a maior parte, ativistas ambientais e da comunidade empresarial continuam a travar a mesma batalha que tenho lutado por décadas. Aqui temos essa visão de mundo contraditório: por um longo tempo, ele descreveu com bastante precisão os fatos na vida real. O movimento ambientalista estava absolutamente certo de que a única maneira de obter negócios com menores impactos sobre o meio ambiente era através do método, já testado pelo tempo, da agitação, da legislação e da regulamentação. Sem a força da lei, nenhuma quantidade de solicitações poderia fazer o setor privado limpar seus atos. A indústria não tinha incentivo - e nenhum desejo - para desistir do lucro e crescimento por uma causa que não era a sua própria. Enquanto isso, a comunidade empresarial estava certa, também. O que os ambientalistas estavam exigindo era, essencialmente, uma mudança de prioridades afastando do lucro e do crescimento, e para a gestão ambiental extrema. E para as empresas, essas mudanças pareciam tão desnecessárias quanto caras. O paradigma básico, como a maioria via, era que cada unidade de poluição mantidos fora do ar, água e terra significava uma unidade do lucro que saia do bolso de alguém. E tendo em mente, esses bolsos não pertenciam apenas aos CEOs. Elas pertenciam a todos, dos gestores financeiros aos trabalhadores do escritório, dos acionistas individuais aos fundos de pensões, das universidades aos sindicatos - qualquer um ligado de alguma forma na grande rede da economia global. Em outras palavras, os comprometimentos não eram imaginários, eles eram reais. O que prevalece no quadro - Economia vs. Ambientalismo - representa algumas escolhas muito difíceis. Não é nenhuma surpresa que os decisores políticos tenham encontrado muita dificuldade para equilibrar essas priori-
dades concorrentes ao longo dos anos. Hoje, isso não mudou muito: o ambientalismo e da indústria ainda estão uns contra os outros, vítimas de meio século de “pensamento de grupo”. Em qualquer medida determinada, um lado defende automaticamente que fazer X vai matar a economia, enquanto o outro lado argumenta que não fazer X vai matar o meio ambiente. Estamos todos familiarizados com esta metáfora assassina. Às vezes, é mais do que apenas retórica. O Senador dos EUA, Joe Manchin, disse em um famoso anúncio de campanha que iria “acertar em cheio no projeto de lei” - e, em seguida, ele literalmente disparou uma bala através dele. Esta narrativa está ao nosso redor, praticamente em todos os lugares que você olhar. Às vezes você ouve diferentes versões. Na MSNBC, o movimento ambiental é o herói da história. Na Fox News, o CEO é o herói. E enquanto os protagonistas e antagonistas são diferentes, as tramas são fundamentalmente as mesmas. Ambos são apaixonados, partidários, polarizando defesas de visões de mundo profundamente enraizadas. Ambos
dez/14 jul/16
13
inovação
assumem reflexivamente que o capitalismo e o ambientalismo estarão para sempre em desacordo. Ambos lançaram a luta em termos de bem e mal. E sabe o que mais? Ambos estão errados. Na velha narrativa, o que é mau para o ambiente é bom para a economia, e vice-versa. Mas olhe em volta! Desastres ambientais estão afetando severamente o setor privado. Só em 2014, oito desastres climáticos ocorreram nos Estados Unidos e custaram mais de US$ 1 bilhão cada. Se você está vivendo na costa, trabalhando com seguros, ou apenas pensando como um cidadão preocupado, esse número é bastante assustador. Mesmo se você amortizar o impacto cada vez maior do clima severo como uma espécie de golpe de sorte meteorológica, o impacto da poluição é impossível de negar. Na verdade, a Organização Mundial de Saúde (OMS) coloca a poluição do ar como o "único e maior risco para a saúde ambiental do mundo." O que a OMS não diz é que a poluição do ar é também um risco para a saúde econômica. Considere como todas as economias estão silenciosamente sofrendo os efeitos desse arrasto ambiental. Por exemplo, a China tem visto um crescimento econômico incrível ao longo dos últimos anos, mas e se eu lhe dissesse que o crescimento poderia ser ainda maior? O Banco Mundial estima que o custo da degradação ambiental e esgotamento de recursos na China foi de quase 10% do seu PIB em 2008. Se na China é uma indicação - e você pode apostar que é – imagine só o impacto econômico da poluição em todo o planeta. É dolorosamente claro para mim que nós estamos no meio de uma depressão ambiental global. Tragicamente, poucas pessoas entendem isso, pois eles acreditam que o setor privado e da comunidade ambiental são atores independentes em um jogo de soma zero. Esta visão de mundo contraditório antiquada não é apenas burra; é devastadora para a economia e para o ambiente. E, no entanto, os ambientalistas continuam a antagonizar a indústria, em vez de tentar uma parceria com ele. Como resultado, os interesses das empresas afundam
14
dez/14 jul/16
GREEN PAGES
em seus calcanhares e impedem acordos que poderiam impedir uma mudança climática catastrófica. Enquanto isso, o setor privado está deixando trilhões em cima da mesa e condenando a humanidade e o nosso planeta a um terrível futuro, ao não abraçar amplamente o poder extraordinário de sustentabilidade para impulsionar o crescimento econômico. Há duas maneiras principais que todas as empresas têm de ganhar ao ser ambientalmente consciente. Em primeiro lugar, eliminando desperdício e fazendo as coisas de forma mais eficiente, as empresas economizam dinheiro. Em segundo lugar, usando sustentabilidade para impulsionar a inovação, novos produtos tornam-se mais eficazes, mais desejáveis para os clientes e, portanto, mais rentáveis. Deixe-me repetir: Mais poupança. Mais inovação. Mais clientes. Mais dinheiro. O que há para não gostar nisso? Infelizmente, o cansaço, o discurso antigo através do qual a maioria das pessoas entendem o mundo... E o pensamento de grupo dentro dos círculos empresariais e ambientais que o sustenta... estão impedindo que muito dinheiro possa ser feito e muito do planeta possa ser salvo. Mas um novo discurso está emergindo, - uma nova maneira de pensar, mesmo -, está enraizada na realidade, não distorcida pela história. Enquanto a velho discurso afirma que o ambiente é o inimigo do crescimento, a novo discurso sustenta que o meio ambiente e a economia estão profundamente, fundamentalmente ligados. Eles compartilham inimigos comuns: desperdício, ineficiência, poluição, mudanças climáticas, escassez de recursos e degradação ambiental. Eles também compartilham um aliado comum: a sustentabilidade. E em vez de pensar isoladamente, eles compartilham uma visão comum: Greenthink (pensar verde). Greenthink ocorre quando as empresas, organizações sem fins lucrativos, governos e indivíduos ligam-se com princípios ambientais e econômicos para os benefícios que eles podem receber de ambos. Em toda a economia global, um número seleto de empresas esclarecidas já estão envolvidas em greenthink, aproveitando o poder da susten-
tabilidade para impulsionar os lucros. Estas empresas não estão usando menos energia e menos recursos em nome da autonegação nem têm bondade no coração; elas estão consumindo menos, a fim de ganhar mais. Na verdade, a proeminente empresa de consultoria McKinsey & Company diz, e eu estou citando aqui - que "a escolha para as empresas de hoje não é se, mas como eles devem gerenciar suas atividades de sustentabilidade." A sabedoria convencional nos diz que a sustentabilidade é proibitivamente caro; ... Que a indústria é, por definição, destrutiva; ... E que o ambientalismo e o capitalismo são diametralmente opostos. Mas é hora de atirar aquela velha forma de pensar pela janela de eficiência energética de vidro triplo, pois mesmo que o setor privado e o movimento ambientalista por muito tempo têm pensado em si mesmos como adversários, a verdade é que eles irão compartilhar o mesmo destino. O futuro do planeta está em jogo, e assim é o futuro da economia global. A degradação ambiental e as alterações climáticas estão começando a gerar um enorme custo econômico que vai crescer por ordens de magnitude nos próximos anos. Enquanto isso, as práticas de negócios ambientalmente amigáveis estão criando uma colheita econômica para aqueles inteligentes o suficiente para abraçá-los. Esta é a nova realidade e nossa oportunidade histórica. Estratégias orientadas para o lucro podem trazer-nos juntos e nos ajudar a reduzir drasticamente a nossa pegada de carbono, eliminar a poluição prejudicial e construir um mundo melhor, mais verde. Em outras palavras, o lucro pode salvar o planeta. Talvez isso pareça bom demais para ser verdade. Afinal, se a sustentabilidade é tão rentável que pode salvar o planeta, por que não temos isso? Por que ainda vemos poluição galopante e maquiagem verde cínica da grande maioria do setor privado? A resposta é simples: a maioria das empresas ainda não está fazendo um balanço do impacto do ambiente sobre a sua linha a fundo. Mas eu sei que isso vai mudar, porque eu vi isso acontecer com uma das maiores e mais poluidoras indústrias do mundo: o imobiliário. Em pouco mais de uma década, através do revolucionário,
rev/gbc/br
inovação
revistagbcbrasil.com.br
dez/14 jul/16
15
inovação
voluntário programa de certificação LEED, o USGBC e o setor privado têm canalizado talento ... compartilhando inovações ... e transformado o mercado imobiliário e da construção - dois dos maiores setores da economia. Até esta data, certificou-se LEED mais de 370 milhões de metros quadrados em imóveis sustentáveis em todo o mundo. Outros 930 milhões de metros quadrados estão em processo de certificação. Isso é muito metro quadrado! Mas como isso se traduz em dólares? De acordo com a Booz Allen Hamilton (BAH), o setor de construção verde contribuiu com US$ 167,4 bilhões para o PIB dos EUA entre 2011 e 2014. Em 2018, esse número vai quase dobrar, para US$ 303,5 bilhões. Claro, os benefícios ambientais da construção verde são tão significativos quanto os econômicos. Paul Hawken, o ambientalista lendário, uma vez escreveu: "O USGBC pode ter tido um impacto maior do que qualquer outra organização no mundo em materiais poupados, toxinas eliminadas, gases de efeito estufa evitados e a saúde humana melhorada." Nada mau para uma pequena organização ambiental sem fins lucrativos. O sucesso do movimento de construção verde ensinou-me duas coisas: Em primeiro lugar, há apenas uma força suficientemente poderosa e capaz de trabalhar com rapidez suficiente, para reverter as tendências que estão corroendo a segurança ambiental do nosso planeta e o futuro da humanidade: o capitalismo. Em segundo lugar, o greenthink é, simplesmente, a maior e mais incrível oportunidade de negócio do século XXI. É por isso que eu escrevi este livro e é por isso que estou tão animado para compartilhar com você. Se você é um ambientalista, é hora de enfrentar as limitações do movimento do meio ambiente e começar a aproveitar as forças do setor privado para impulsionar a mudança. E se você é um líder de negócio, é hora de transformar de forma sustentável a sua empresa antes que fatores ambientais - ou seus concorrentes mais sustentáveis – o coloquem para fora do negócio. Acredito firmemente que o lucro pode salvar o planeta, e salvar o planeta será grande para o negócio.
16
dez/14 jul/16
GREEN PAGES
"O 'greenthink' é, simplesmente, a maior e mais incrível oportunidade de negócio do século XXI."
O que vem a seguir, tanto para os empresários e ambientalistas se não enfrentar a mudança climática agora? RF. No ano passado, Mark Carney, presidente do Banco da Inglaterra, fez um discurso extraordinário no Lloyds de Londres, declarando que o nosso aquecimento climático apresenta riscos importantes para a economia e estabilidade financeira global, e que as empresas e os reguladores têm de se mover mais rapidamente para tentar conter o potencial prejuízo econômico, mesmo que possa parecer incerto e longínquo.
"Nós não precisamos de um exército de estatísticos", disse ele, "para nos dizer que os impactos catastróficos das mudanças climáticas será sentido para além dos horizontes tradicionais da maioria dos players - impondo um custo para as gerações futuras que a geração atual não tem incentivo direto para corrigir.” O negócio global está finalmente acordando para a ideia de que o lucro pode salvar o planeta. Que a sustentabilidade pode ser um motor de abundância em vez de escassez, da inovação que muda as ações para melhorar os
rev/gbc/br
anuário GBC 2016
revistagbcbrasil.com.br
jul/16
17
inovação
resultados enquanto, ao mesmo tempo, atua fortemente na melhoria da qualidade de vida. As 172 principais empresas, estados, regiões e cidades ao redor do mundo que se comprometeram a reduzir suas emissões de gás de efeito estufa em 80 a 100%, ou produzir 100% de sua energia a partir de fontes renováveis são cruciais para o nosso futuro. No ano passado, dezenas de empresas anunciaram novas ações climáticas, com compromissos que totalizam US$ 140 bilhões em novos investimentos de baixo carbono. Eu não acho que precisamos de mais evidências de que ela é a perspectiva de lucro que vai salvar o planeta através de profunda inovação e alcançar resultados extraordinários em algumas áreas-chave. A primeira é a eficiência. Claro, cada empresa quer ser eficiente, mas comprometendo-se a reduzir as emissões para perto de zero dá a essa intenção uma direção - exigindo mais produtividade com menos desperdício. Muitas empresas começaram com as suas carteiras de imóveis e, em seguida, expandiram-se para outros aspectos de seus negócios. Agora, grandes empresas como Walmart estão comprometendo-se a eliminar 2 milhões de toneladas de emissões de gases de efeito estufa, forçando suas práticas profundamente em suas cadeias de fornecimento. A segunda é a competitividade. Investimentos com baixo carbono resultante hoje melhoram a vantagem competitiva no futuro. O Estado da Califórnia apostou cedo e frequentemente na tecnologia limpa, e, como resultado das suas políticas climáticas ambiciosas, o estado é o lar de mais de 40.000 negócios avançados de energia que empregam cerca de 500.000 cidadãos - mais ainda do que a indústria do cinema! Da mesma forma o estado da Renânia do Norte - Westphalia, na Alemanha, tornou-se o maior fornecedor de produtos e serviços de baixo carbono na Alemanha, com uma quota de mercado global de 2% e empregando cerca de 320.000 trabalhadores. E, finalmente, a terceira razão é Valores. Pode ser um desafio quando valores fundamentais conflitam com a busca pelo crescimento. Mas as inovações financeiras estão fazendo o possí-
18
dez/14 jul/16
GREEN PAGES
vel para colher ganhos de eficiência energética, com pouco ou nenhum custo inicial. Tecnologia e avanços de mercado já estão fazendo a energia renovável competir com os combustíveis fósseis em muitas partes do mundo, com maior acesso à informação, grandes ferramentas de dados para analisá-la para as melhores decisões e estão obtendo resultados para empresas grandes e pequenas. Alguns momentos no tempo tornam-se notáveis quando vistos através das lentes da história e os Acordos de Paris foi um desses momentos. O trabalho que está sendo feito pela comunidade empresarial global, por estados e municípios, deram aos governos nacionais o apoio que era preciso para agir com ousadia na COP recente. E nós sabemos - na verdade o IPCC descobriu - que mais edifícios verdes de alto desempenho oferecem os maiores potenciais e menores custos como um meio para combater as mudanças do clima, e devem ser um elemento fundamental de qualquer acordo. Muitos dos que estão preocupados com o planeta estão esperançosos de que os acordos que saíram das conversações de Paris vão ter sucesso e acelerem nossas ações coletivas sobre o clima. Pessoalmente, eu não sou um otimista ou um pessimista sobre o que será o resultado, mas eu sou um ativista na crença de que temos de continuar a fazer tudo o que podemos ... para mover-nos para a frente sobre esta questão crítica. Agora é o momento para ações corajosas e estratégias destinadas a implementar o tipo de cultura de cuidado para o nosso planeta que o Papa Francisco clamou na Laudato Si (Nota do editor: encíclica na qual o papa critica o consumismo e desenvolvimento irresponsável e faz um apelo à mudança e à unificação global das ações para combater a degradação ambiental e as alterações climáticas). Nós sabemos o que fazer - agora precisamos de vontade política para agir. Como desenvolver um plano de negócios bem sucedido com base no tripé da sustentabilidade? RF. Um relatório recente da Deloitte observa que o mercado hoje está passando por uma
mudança significativa, com empresas cada vez mais abordando os aspectos ambientais, sociais e de governança (ESG) diretamente reafirmando que sua atuação reflete considerações nas pessoas, na sustentabilidade e claro, na rentabilidade. Ao mesmo tempo, muitos estão reconhecendo tanto o valor tangível e intangível de integrar essas questões em atividades principais. Nesta pesquisa da Deloitte com 250 executivos de empresas, foram identificadas três condutores de imperativos ESG: a necessidade de reforçar a reputação corporativa e de marca, mais exames regulatórios, e as mais altas expectativas dos consumidores e a comunidade em geral. A maioria dos executivos entrevistados esperam que as questões de ESG a ter um impacto crescente sobre as suas estratégias, produtos e serviços e operações ao longo dos próximos dois anos. O foco crescente nas questões de ESG é uma tendência de longo prazo, impulsionado pelo aumento da consciência pública e da necessidade de se adaptar às mudanças globais macro, incluindo a disparidade de renda, demandas por maior qualidade de vida e degradação ambiental. As empresas que estão mais dedicadas ao longo da jornada rumo a integração de medidas eficazes de ESG nas abordagens de gestão de risco, operações de negócios e estratégia, provavelmente estarão em uma posição mais forte para competir no futuro. Empresas responsáveis têm a vantagem de serem capazes de tomar uma abordagem estratégica e calculada ao responder a pressões das partes interessadas e a crises ambientais. Mais e mais empresas hoje estão realizando esforços ambientais e sociais para complementar atividades de negócios tradicionais, usando esses esforços como catalisadores para melhorar tudo o que fazem a partir da inovação e da relação com clientes para construção da marca e além. Isso pode resultar em maiores lucros, redução de custos e riscos, aumentar o valor para o acionista e criar uma vantagem competitiva, para não mencionar atrair talentos. Incorporando este tipo de greenthink na estratégia base e na prática de negócios é apenas uma ação inteligente.
rev/gbc/br
inovação
Quais são os principais benefícios econômicos de construção verde e como medi-los? RF. A resposta a essa pergunta está no gráfico abaixo, da pesquisa “World Green Building Trends 2016 - Mercados em Desenvolvimento Aceleram o Crescimento Global da Construção Verde”, produzida em parceria entre a United Technologies Corporation e o World GBC. Benefícios de negócios esperados do investimento em edifícios verdes (Valores médios reportados em 2012 e 2015) 2015 2012 Benefícios
Construção Nova
Retrofit
Redução dos custos de operação após 1 ano
8%
9%
9%
9%
Redução dos custos de operação após 5 anos
15%
14%
13%
13%
Aumento do valor do Edifício verde versus um projeto não verde
7%
8%
5%
7%
Aumento do valor patrimonial do Edifício verde versus um projeto não verde
5%
7%
4%
7%
Payback para investimentos verdes
8 anos
8 anos
7 anos
7 anos
Como a certificação LEED pode ajudar os investidores e incorporadores a tomar as melhores decisões de negócios para maximizar a rentabilidade da carteira de suas novas ou existentes construções? RF. Certificar cada edifício e sítio para o LEED é crítica, mas isso é apenas o começo da história. Em 2009, o economista Nils Kok e uma pequena equipe de colegas lançou o Índice de Referência Global de Sustentabilidade Imobiliária (Global Real Estate Sustainability Benchmark - GRESB), que compila dados para ajudar os
revistagbcbrasil.com.br
investidores institucionais a promover edifícios sustentáveis não apenas um de cada vez, mas em toda as carteiras imobiliárias globais. Deixe-me lhe dar uma ideia de quão grande essas carteiras são: levantamento do GRESB 2015 incluiu 707 participantes, com US$ 2,3 trilhões em valor do ativo bruto e 61.000 ativos cobertos. Não é de se admirar que o GRESB foi adquirido pela GBCI em 2014. Ao combinar GRESB com as informações específicas do edifício encontrado no Portal de Informação Green Building do USGBC (GBIG), temos desenvolvido, pela primeira vez, uma completa solução de medida de sustentabilidade ativo-para-portfólio para a maior classe de ativos do mundo. Não só isso, mas dado o tamanho destas carteiras, agora temos as ferramentas para criar um impacto ainda maior sobre a sustentabilidade do nosso ambiente construído. Dito isto, o desempenho da construção não se limita ao uso de energia ou de materiais ou mesmo a construção física. Mais e mais, estamos focando as pessoas no interior dos edifícios para certificar-se de que os edifícios estão trabalhando não só para o ambiente, mas também para os seus ocupantes. Para as empresas, os funcionários são responsáveis por cerca de 93% dos seus custos totais. Reduzir contas de serviços públicos é importante, mas a melhoria da produtividade é fundamental que uma organização que quer avançar sua rentabilidade. Uma organização chamada DELOS foi pioneira em um novo padrão para edifícios: o WELL Building Standard. O WELL é o primeiro protocolo de seu tipo que foca especificamente sobre bem-estar do ser humano dentro do ambiente construído. Ele prescreve uma série de melhorias tecnológicas e medidas baseadas no desempenho em sete categorias: ar, água, alimento, luz, fitness, conforto e mente. Você deve ter notado que algumas destas categorias são as mesmas que se concentram no LEED. Na verdade, o WELL baseia-se nos indicadores de saúde no LEED e eleva-os para o próximo nível. Em 2014, o WELL tornou-se o primeiro cliente da GBCI, depois do LEED, e juntos já estamos fazendo um mundo de diferença.
"Na MSNBC, o movimento ambiental é o herói da história. Na Fox News, o CEO é o herói. E enquanto os protagonistas e antagonistas são diferentes, as tramas são fundamentalmente as mesmas. Ambos são apaixonados, partidários, polarizando defesas de visões de mundo profundamente enraizadas. Ambos assumem reflexivamente que o capitalismo e o ambientalismo estarão para sempre em desacordo. Ambos lançaram a luta em termos de bem e mal. E sabe o que mais? Ambos estão errados."
dez/14 jul/16
19
anuário GBC 2016
Sustentabilidade
no varejo Ir
Imagem: Divulgação CCP
A satisfação do cliente e adoção de estratégias sustentáveis como impulso para o crescimento econômico no varejo
20
jul/16
às compras é, na maioria das vezes, necessidades básicas na vida das pessoas, como comer, comprar roupas, pagar contas, ou seja, elementos básicos para o dia-a-dia. Porém, entrar em um estabelecimento para fazer compras é algo que pode ser nada agradável para as algumas pessoas pelos motivos mais óbvios, o ar-condicionado ligado nas alturas, ambientes barulhentos e apertado sem opção de mobilidade, iluminação pesada que cause cansaço e sono. Em contrapartida, nada é mais satisfatório do que estar em um local e se sentir confortável, pois a temperatura está agradável, a iluminação que as deixem confortáveis para permanecer o tempo necessário. Isso se chama sustentabilidade no varejo. No relatório de Saúde, Bem-Estar e Produtividade no Varejo lançado pelo WGBC (World Green Building Council), em fevereiro de 2016, mostra que a sustentabilidade é um dos motores mais significativos para setor do varejo, e comprova que, quanto maior a preocupação com o consumidor através de ações que oferecem conforto e bem-estar, maior os resultados positivos, inclusive, financeiro. Além disso, o estudo visa uma estrutura que dê suporte aos varejistas, vinculando estas ações ambientais com o desempenho financeiro das lojas. Em linhas gerais, pode-se dizer que cliente feliz e confortável é uma importante solução para garantir sucesso financeiro para a empresa. A pesquisa relaciona, neste sentido, dois pontos fundamentais para o avanço econômico nas empresas de varejo, a satisfação e o prazer do cliente com o aumento de receita.
rev/gbc/br
anuário GBC 2016
Assim como proporcionar um ambiente saudável e conforto ao cliente, as empresas de varejo que investem em estratégias sustentáveis também possuem um retorno positivo com relação à produtividade de seu colaborador, com base no estudo do WGBC boa luz natural e vista para natureza, por exemplo, são fatores que ajudam os funcionários a trabalhar, vender e viver melhor. Neste sentido, quebram-se barreiras, aproximando ainda mais o conceito de sustentabilidade com objetivos rentáveis das empresas. De acordo com Eduardo Trajano, Presidente do Comitê de Varejo ABIESV (Associação Brasileira da Indústria de Equipamentos e Serviços para o Varejo) o documento mostra de forma objetiva como uma abordagem ampla de sustentabilidade pode contribuir de forma positiva com o desempenho do Varejista. “Desde que devidamente divulgado nos canais apropriados e assimilado pelas lideranças do Varejo, o conteúdo deste relatório poderá dar um impulso ao Varejista no campo da Sustentabilidade”, afirma. O relatório contou com estudos de casos interessantes que comprovam que um ambiente construído de forma sustentável garante melhor satisfação dos clientes, como por exemplo, a varejista Marks & Spencer, em Sheffield, Inglaterra que utilizou em uma loja uma série de estratégias sustentáveis como, luz natural e lâmpadas Led, coleta de água da chuva, pontos de carga para veículos elétricos, informações em tempo real sobre transporte público. Além de um feedback positivo dos clientes e colaboradores, a loja reduziu 20% no consumo de energia com iluminação e 30% no consumo de água. Da mesma forma, um estudo realizado em 2012, avaliando a relação em ambientes sustentáveis e maior rentabilidade nos negócios, comparou a performance de 494 agências
revistagbcbrasil.com.br
bancárias do grupo PNC Financial Services, sendo que, 52 agências com certificação LEED e 442 agências não certificadas. Os resultados mostraram que as agências com certificação abriram 458 mais contas e tiveram mais de $3 milhões de dólares em depósitos por ano se comparado às agências sem a certificação. Além disso, contas de serviços públicos (como água e luz) por funcionário foram em média US$675 mais baixas nas agências certificadas quando comparadas às não certificadas.
LEED para Varejo no Brasil O Green Building Council trabalha fortemente para fomentar e disseminar este conceito no mundo através de certificação LEED (Leadership in Energy and Enviromental Design). No Brasil, o GBC (Green Building Council) vem fazendo um trabalho excelente neste sentido por entender que é possível garantir conforto, bem-estar e saúde para as pessoas, maior produtividade no ambiente de trabalho, contribuir para preservação dos recursos naturais do planeta, além de promover a construção de um negócio mais rentável. No tocante à certificação, a organização concede o selo ambiental LEED Retail, específicos para lojas de Varejo, que reconhece as diferentes necessidades e características de um estabelecimento do setor, quando comparada a uma edificação comercial, além de auxiliar diretrizes para redução da pegada ecológica na edificação. Esta tipologia aborda duas opções de certificação, LEED for Retail NC (Novas Construções ou Grandes Reformas) e LEED for Retail CI (Interiores Comerciais, quando a loja está localizada dentro do edifício). Para Glauco Humai, presidente da ABRASCE (Associação Brasileira de Shopping Centers), os centros de compra desempenham um im-
portante papel na sociedade. “Sua transformação em equipamentos sustentáveis contribui para incentivar melhores práticas dos empreendedores, colaboradores, lojistas e frequentadores. A implementação de iniciativas conscientes e a preferência por operações verdes já fazem parte da política de grandes grupos do setor, que priorizam parcerias com fornecedores comprometidos com a sustentabilidade”, afirma. Para o presidente da ABRASCE, destacam-se, entre as práticas já adotadas por diversos centros de compras em todo o país, o investimento em designs que favoreçam a luz natural, a implantação de sistemas inteligentes de iluminação e ar condicionado, o reaproveitamento de recursos utilizados, a criação de infraestrutura para ciclistas, entre outras iniciativas que visam conscientizar, sociabilizar e reduzir o impacto no meio ambiente. “Ações como essas fazem parte da realidade do setor, que completa 50 anos de história em 2016 e já acumulam inúmeros cases de sucesso com foco em sustentabilidade”. Os edifícios desenvolvidos de acordo com critérios sustentáveis se diferenciam dos estabelecimentos convencionais em vários aspectos. Inicialmente pode-se considerar o estabelecimento sustentável e um ambiente físico com características superiores seja na iluminação, conforto térmico e acústico, qualidade do ar interior e mesmo o layout. Estas características garantem uma experiência e percepção positiva seja dos colaboradores da empresa e de seus clientes, que contribuirão com uma performance acima da média, seja na produtividade relacionada aos funcionários (absenteísmo, retenção equipe, custos médicos, reclamações), fidelidade do cliente, aumento de venda e valor de marca. No entanto, Eduardo Trajano assegura que ainda existe um longo caminho pela frente,
jul/16
21
anuário GBC 2016
pois além de haver uma parcela pequena de varejistas que tem buscado o caminho da sustentabilidade, o ritmo de conscientização deste caminho ainda se mostra tímido conforme gráfico dos registros LEED abaixo mostrado. “Entendo que uma abordagem de Sustentabilidade para o Varejo deverá ter seus benefícios melhor explorados através de maior divulgação seja nas mídias, na organização de eventos e mesmo através do estreitamento com as entidades mais influentes junto aos varejistas como ABIESV, IDV, etc”, defende. Apesar de existir um interesse cada vez maior do varejo se inserir dentro de um ambiente de prática da sustentabilidade, ainda existe um vasto campo para se avançar. Trajano aponta que as certificações LEED no Varejo representam pouco mais de 2% dos registros no Brasil - se formos considerar o segmento de shoppings, esta fatia sobe para 4,2%, ao passo que o segmento corporativo (edifícios de escritório) chega a quase metade dos registros. No período de um ano houve um arrefecimento do ritmo de crescimento dos projetos LEED no varejo, com apenas quatro projetos em 2015 e 2 projetos no primeiro semestre de 2016, conforme gráfico abaixo. De acordo com ele, este cenário tem, possivelmente, uma forte influência da deterioração do cenário político e econômico do país.
22
jul/16
Mesmo assim, o presidente do comite da ABIESV afirma que o trabalho que o GBC Brasil vem desenvolvendo nos últimos anos é fundamental para a disseminação da construção sustentável, bem como o aquecimento da sustentabilidade no varejo. “Sem dúvida o GBC tem um papel importante deste processo, pois o trabalho do GBC orienta de forma estruturada como o Varejista pode desenvolver um projeto de loja sustentável”, afirma. “Entendo que a certificação LEED é um caminho importante para o varejista na busca da Sustentabilidade, seja pela motivação de ganhos Financeiro, de responsabilidade Social e respeito pelo Meio Ambiente, dentro dos 3 Ps (Profits, People e Planet) que norteiam a eficiente Gestão de Sustentabilidade”, complementa.
rev/gbc/br
anuário GBC 2016
revistagbcbrasil.com.br
jul/16
23
quem disseb
Imagens © Edu Viana
anuário GBC 2016
erenice?
Unidade de negócio do
Grupo Boticário recebe LEED Platinum no
Brasil e contribui para o avanço a
LOJA
certificação no
setor de varejo
L
ocalizada em uma das regiões mais privilegiadas de São Paulo, a loja do shopping Cidade São Paulo de quem disse, berenice?, marca do Grupo Boticário com foco priorizado em maquiagem, recebeu no início deste ano o nível máximo da certificação internacional LEED Retail CI nível Platinum. A loja, que é primeira do Brasil a receber este nível de certificação no LEED Retail*, fica em um dos mais recentes shoppings construídos na região da Avenida Paulista e foi planejada de acordo com os critérios exigidos pela certificação, concedida pelo Green Business Certification Inc. Em uma área de 48 metros quadrados o espaço reconhece em todas as ações implementadas a eficiência energética, gestão de recursos hídricos, redução das emissões de gases de efeito estufa, melhoria da qualidade de ar interno e gestão de recursos naturais.
Para a gerente de sustentabilidade do Grupo Boticário, Malu Nunes, há uma grande sinergia com as diretrizes de sustentabilidade do Grupo pelo fato de a certificação LEED ser referência em sustentabilidade no mercado atual, e de focar em pontos estratégicos com menor impacto ambiental e social. “Estes já são focos que estão em nossa estratégia de sustentabilidade e o LEED é muito aderente a isso, além de já possuir todo um processo reconhecido no mercado. Então há uma sinergia muito grande”, afirma. Para Olga Chiuratto, franqueada e proprietária da loja quem disse, berenice?, o investimento é compensador. "É um investimento maior em termos de tempo de montagem da loja e também para atingir os requisitos da certificação. Mas é um investimento que nos traz o futuro, os clientes gostam de saber que seguimos diretrizes de sustentabilidade", destaca.
*Já existe outra loja no Brasil que recebeu a Certificação no nível Platinum, mas na categoria LEED NC.
24
jul/16
rev/gbc/br
anuário GBC 2016
revistagbcbrasil.com.br
jul/16
25
anuário GBC 2016
Obra: Loja quem disse, berenice?
Cliente: Grupo O Boticário
Localização: Av. Paulista, 1230, loja 2113 Shopping Cidade São Paulo
Área construída: 48 m²
Certificação: 29/01/2016
Sistema e Nível da Certificação: LEED CI Retail nível Platinum
Arquitetura: Panorama arquitetura e design
Construção: J V Construções e Empreendimentos
“É POSSÍVEL SERMOS
Engenharia e Gerenciamento:
PROFISSIONAIS
Kemp Projetos e Gerenciamento de Obras
Consultoria LEED e Comissionamento: Petinelli
COMPLETOS, TRATANDO A SUSTENTABILIDADE
Automação:
COMO ALGO
Steel Engenharia
INTEGRADO E NÃO DESCOLADO. É NESSE SENTIDO QUE TRABALHAMOS. É UM CRESCIMENTO E UMA EVOLUÇÃO ORGÂNICA, E ISSO PERMEIA BEM EM TODOS OS PROCESSOS DA EMPRESA” Malu Nunes
26
jul/16
Em 2012, a revisão feita na estratégia de sustentabilidade priorizou cinco focos de atuação, um deles voltado especificamente para Pontos de Venda, por ser o principal ponto de interação com os consumidores das marcas. Desde então, a realização de estudos e diagnósticos permitiu implementar ações que contribuem para o avanço da sustentabilidade nestes espaços. “Trabalhamos em parceria com os franqueados e suas equipes, compartilhando as diretrizes e iniciativas do Grupo, além dos aprendizados adquiridos por meio dos estudos, para que possam ser replicados em seus negócios”, afirma Malu. Atualmente o Grupo Boticário possui aproximadamente 4 mil lojas, somando todas as unidades de negócio (O boticário, quem disse, berenice?, Eudora e The Beauty Box), sendo que 100% das lojas adotam pelo menos uma prática de sustentabilidade de acordo com suas características, o que mantém o Grupo na vanguarda do varejo brasileiro. A certificação para a loja quem disse, berenice? é resultado de um trabalho de equipe muito bem estruturado do Grupo Boticário, que envolve a colaboração de todos os níveis da empresa, tais como gerência, áreas técnicas, diretoria, bem como a validação do CEO. Através do engajamento de todas as áreas, permitiu-se a criação de um plano muito sólido de sustentabilidade. O desenvolvimento do projeto e a construção da unidade quem disse, berenice? contou com o acompanhamento das empresas Kemp Projetos de Gerenciamento de Obras, JV Construções e Empreendimentos, Steel Engenharia. O projeto de arquitetura foi assinado pela Panorama Arquitetura e Design. Além disso, também contou com a empresa de consultoria em sustentabilidade Petinelli, que garantiu a adequada implementação das estratégias sustentáveis para a obtenção da certificação LEED.
Energia Um dos focos de ecoeficiência implementado na unidade da quem disse, berenice? é a eficiência energética. Um dos diferenciais quanto à iluminação foi a instalação de lâmpadas LED atendendo as normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). De acordo com Malu Nunes, a iluminação adequada para cada atividade é muito importante. Tratando-se de uma loja de maquiagem é necessário que a cor da luz e a temperatura tenham características adequadas. Além da correta dinâmica da iluminação, a loja possui sensores de presença o que também contribuiu para uma redução de 27% no consumo anual de energia da loja.
Ar condicionado Ainda nas estratégias adotadas para a eficiência energética do espaço foram instalados equipamentos de ar condicionado eficientes e automatizados, com sistema de Volume de Ar Variável (VAV) que permite a equalização da temperatura de acordo com a necessidade de cada ambiente. Esta medida prevê uma redução de 42% no consumo de energia, além de garantir qualidade de conforto no ambiente para os colaboradores e clientes.
Qualidade do ar Visando a qualidade do ar interno bem com a preservação da saúde dos usuários, o local conta sensores de CO2 que, de acordo com a ocupação, podem reduzir a vazão de ar ou acionar o sistema de renovação, gerando economia em refrigeração. Também foi priorizado a utilização de produtos com baixos níveis de Compostos Orgânicos Voláteis (COV), tais como: adesivos, selantes, tintas e revestimentos, o que reduz a contaminação do ar, bem como o prejuízo à saúde humana.
rev/gbc/br
anuário GBC 2016
PLUS
Maior conforto, eficiência energética e qualidade do ar em seus ambientes. O TVRTM LX Plus é uma nova solução no portfólio dos sistemas de refrigeração variável Trane, desenvolvido para climatizar com a maior eficiência energética e qualidade o ar interno de diversas aplicações comerciais. Devido a sua flexibilidade de instalação e por oferecer várias alternativas de montagem e opcionais como Caixa de Mistura, Filtros de G4 até HEPA A3 e Sistema de Automação Embarcado, esta solução pode ser projetada conforme as necessidades de cada edificação, proporcionando o conforto térmico requerido. O conceito inovador deste sistema está em integrar as unidades evaporadoras Solution Plus Trane com as unidades condensadoras TVRTM LX.
Capacidades de 5 a 50 toneladas de refrigeração Unidade evaporadora pode ser instalada em ambiente externo Aplicação ideal em novos edifícios ou retrofit de sistemas HVAC existentes Suporte técnico Trane para elaboração de projetos especiais
Acesse trane.com.br para saber mais sobre o sistema TVRTM LX Plus ou entre em contato com o time de vendas Trane. ©2016 Ingersoll Rand
revistagbcbrasil.com.br
jul/16
27
Materiais
Sustentabilidade em toda cadeia
Priorizou-se a utilização de materiais que possuem características sustentáveis e comprovação ambiental, como por exemplo, pisos que são compostos, em grande parte, por materiais recicláveis, além de também serem passíveis de reciclagem. Além disso, toda a madeira implantada na loja possui certificação FSC (Forest Stewardship Council), o que garante um alto nível de sustentabilidade, já que toda a base da loja é constituída por madeira.
A Sustentabilidade no Grupo Boticário permeia toda a cadeia, desde a extração da matéria-prima até o descarte final. Segundo Malu Nunes, o Grupo possui um importante papel junto aos steakholders. As parcerias com os fornecedores, transportadores, fabricantes são importantes para garantir resultados positivos, tanto para o Grupo Boticário quando para os próprios parceiros. “Por meio de consultoria contribuímos para que estas empresas descubram novas estratégias sustentáveis e tracem planos que melhorem a ecoeficiência dos produtos e serviços, como por exemplo, o consumo de água e energia nos setores de produção, bem como redução de emissão de gases de efeito estufa no caso de transportadoras. Desta forma, nós temos um ganho e eles também, pois os produtos fornecidos chegam mais sustentáveis, e isto envolve toda a cadeia de fornecedores e fabricantes”, explica Malu.
Além de todas as implementações sustentáveis, a loja conta com um rigoroso processo de controle de qualidade em relação aos sistemas de energia. Durante um ano haverá comissionamento para garantir o funcionamento adequado dos sistemas, além de permitir a identificação e correção de possíveis falhas em equipamento e na operação dos sistemas.
Redução do consumo • Noventa por cento dos equipamentos elétricos possuem o selo EnergyStar, que garante um baixo consumo de energia. • Dos resíduos gerados pela obra, mais de 80% foram desviados de aterros e destinados para a reciclagem. • O uso de lâmpadas de led e o bom dimensionamento do projeto possibilitaram a redução no consumo de energia na iluminação em 27%. • O ar condicionado da loja consome 42% menos energia, devido ao sistema VAV (Volume de Ar Variável), que permite reduzir a vazão de ar de insuflamento (e o consumo dos ventiladores) nos horários em que a ocupação da loja é menor.
28
jul/16
Logística reversa Um dos projetos sustentáveis inovadores do Grupo Boticário é o sistema de logística reversa, onde embalagens e produtos são devolvidos nas lojas e encaminhados para reciclagem. Neste processo há um envolvimento e parceria de cada loja com transportadoras e cooperativas de reciclagem. Desta maneira é possível assegurar maior assertividade no processo, bem como mensurar resultados reais que comprovem um processo sustentável em relação à gestão dos resíduos. O Grupo Boticário compreende que uma das etapas importantes para redução de seu impacto ambiental é a destinação adequada de embalagens de produtos de beleza pós-consumo. Por isso, mesmo antes da aprovação da Política Nacional de
Resíduos Sólidos, incentiva a participação do consumidor, disponibilizando pontos de coleta, e garante a destinação adequada das embalagens pós-consumo para que possam ser transformadas e reinseridas em outros ciclos produtivos. Todo o processo é realizado em parceria com franqueados, equipes comerciais, transportadoras e cooperativas de reciclagem, garantindo o engajamento dos consumidores e a destinação assertiva dos resíduos. O Grupo Boticário adota esta atividade desde 2006 e, em 2011, com a incorporação das novas unidades de negócios ao Grupo, sendo uma delas a quem disse, berenice? e definição das diretrizes sustentáveis, em 2012, o sistema de logística reversa foi incluído como uma das importantes pilares em todo o processo. No processo de logística reversa, as transportadoras e cooperativas de reciclagem parcerias recebem acompanhamento, treinamento e equipamentos necessários para a manutenção adequada dos resíduos. Os resíduos entregues nos pontos de venda são embalados em caixas específicas, pesados, registrados e entregues à transportadora, que levará até a cooperativa. Apesar de se enquadrarem nos conceitos sustentáveis, Malu Nunes afirma que há duas fragilidades neste processo, tanto da parte governamental quanto cultural. “Dependemos das pessoas devolverem as embalagens para a loja, os brasileiros não têm esta consciência de reciclagem de forma natural. Outra fragilidade é que não temos cooperativas suficientemente organizadas e capacitadas no país para receber este material. Estamos em quase 2 mil municípios, são quase 4 mil lojas e não tenho cooperativas suficientes, estamos anos luz de ter cooperativas suficientes em todos os municípios”, enfatiza.
Imagens © Edu Viana
anuário GBC 2016
“É UM INVESTIMENTO QUE NOS TRAZ O FUTURO, OS CLIENTES GOSTAM DE SABER QUE SEGUIMOS DIRETRIZES DE SUSTENTABILIDADE” Olga Chiuratto
rev/gbc/br
anuário GBC 2016
Shopping Cidade São Paulo Certificado LEED CS nível Gold A escolha da localização da loja quem disse, berenice? não foi aleatória. O Shopping Cidade São Paulo que também obteve a certificação LEED CS nível Gold em fevereiro de 2016, influenciou e definiu o local de construção da loja, além de contribuir de forma significativa para a conquista do nível Platinum da certificação. O empreendimento possui medidas de redução do consumo de água potável, redução do efeito ilha de calor e alta permeabilidade das áreas externas de jardim, o que evita o escoamento de grandes volumes de água da chuva. O shopping possui ainda um bicicletário e vestiários para funcionários e clientes, estimulando o uso de bicicletas como meio de transporte. O Shopping Cidade São Paulo comprova ainda eficiência no uso
revistagbcbrasil.com.br
da água, com a utilização de vasos, mictórios e torneiras eficientes e de baixa vazão. Com essas medidas, a redução de consumo de água potável nas instalações do shopping chega a 47%. “Foi uma oportunidade totalmente aderente com os nossos interesses. O fato de o shopping estar buscando a certificação facilita muito, pois tem critérios que complementam as exigências feitas para a certificação da loja, tais como, proximidade e acessibilidade ao transporte público, bicicletário, medidas para redução no consumo de água potável, entre outras”, pontua Malu Nunes.
Grupo Boticário e projetos LEED Além de quem disse, berenice?, o Grupo Boticário conta com mais três unidades de negócio: O Boticário, Eudora e The Beaty Box, espalhadas pelo Brasil. Atualmente, o Grupo possui três empreendimentos com certifi-
cação LEED, a fábrica recentemente construída na Bahia, certificada LEED NC nível Certified em Maio 2016, o Centro de Distribuição, certificado LEED NC nível Certified em novembro de 2015, e a loja quem disse, berenice?. Reforçando a veia sustentável, o Grupo conta com uma equipe de 14 profissionais especializados em sustentabilidade que interagem especificamente as interfaces por todo o país e englobam os setores, além da integração com os franqueados. Neste sentido, de acordo com Malu Nunes, é possível passar a mensagem de que a sustentabilidade não é algo paralelo, mas sim integrada a todas as camadas. “Acredito que este é um diferencial que é reconhecido. A mensagem que passamos com esta integração entre os setores é de que é possível sermos profissionais completos, tratando a sustentabilidade como algo integra-
do e não descolado. É nesse sentido que trabalhamos. É um crescimento e uma evolução orgânica, e isso permeia bem em todos os processos da empresa”, finaliza.
Greenbuilding Brasil 2016 Visitas técnicas TANTO A LOJA QUEM DISSE BERENICE? COMO O SHOPPING CIDADE SÃO PAULO, FARÃO PARTE DAS VISITAS TÉCNICAS A SEREM REALIZADAS NO DIA 12 DE AGOSTO DURANTE A GREENBUILDING BRASIL CONFERÊNCIA INTERNACIONAL E EXPO.
jul/16
29
anuário GBC 2016
EPD: Um caminho sem volta a favor da construção sustentável Análise do ciclo de vida dos produtos e comunicação transparente são pilares fundamentais para maior ecoeficiência dos produtos, evolução da cadeia produtiva e fomento da construção sustentável
É
fato que a sustentabilidade está cada vez mais em evidência na agenda das empresas do setor da construção civil. E esta demanda cresce a cada ano, haja vista o engajamento das organizações com a implantação dos conceitos de sustentabilidade durante e após o processo de produção dos empreendimentos. Aliado ao setor da construção civil, as empresas da cadeia produtiva também começam a se movimentar em relação a esses conceitos sustentáveis de forma integrada visando trazer mais ecoeficiência aos seus produtos através de processos de avaliação de ciclo de vida. Neste sentido, vê-se uma forte demanda pela utilização de EPDs (do inglês Environmemtal Product Declaration Declaração Ambiental de Produto) nos produtos fornecidos pela cadeia de suprimentos. O EPD trata-se de um relatório com informações quantitativas
30
jul/16
de impactos ambientais associados a um determinado produto ou processo e visa transmitir de forma transparente as informações globais dos produtos. Para isso o mercado se movimenta no sentido de aprofundar e aplicar essas questões, onde se avalia sistematicamente os aspectos ambientais de um sistema de produto ou serviço através de todas as fases do seu ciclo de vida, desde a extração da matéria-prima, fabricação, transporte, distribuição, uso até a disposição final, nas quais se consideram valores de energia, uso de material, descargas de resíduos, distância de fornecedores, entre outros dados. Um dos segmentos da construção que vem se organizando de maneira integrada para esta evolução é o setor de cimento. Entendendo a sustentabilidade como um processo integrado e global a Votorantim Cimentos foi uma das fundadoras da CSI (Cement Sustainability Initiative) iniciativa de sustentabilidade do cimento, lançada
em 1999, da qual fazem parte as principais cimenteiras do mundo. Visando um trabalho consistente em relação à análise do ciclo de vida de produto, esta iniciativa contou com o apoio de universidades, clientes, produtores, bem como todo o setor deste segmento para definição das regras de categoria de produtos (PCR - Product Category Rules – em inglês). “Foram realizadas pesquisas dentre as quais eram as principais preocupações em termos de sustentabilidade da indústria de cimentos. Em relação à pesquisa de materialidade, uma das questões principais era questão da análise do ciclo de vida, transparência das informações dos produtos”, salienta Patrícia Montenegro, Gerente Global de Relações Institucionais Ambientais da Votorantim Cimentos. Em sinergia com esta iniciativa, a empresa lançou em 2014 os compromissos sustentáveis para 2020, sendo eles segurança, ética e conformidade, ecoeficiência e inovação e engaja-
rev/gbc/br
anuário GBC 2016
Uma linha completa de
Ar Condicionado para Você A Daikin
Presente com sua linha de produtos há mais de 10 anos no Brasil, passou, a partir de 2011, a atuar com equipe própria em nosso país. Somos uma empresa de origem japonesa que preza por credibilidade e excelência absoluta e que tem por vocação, trazer a você, o que há de melhor na tecnologia em ar condicionado.
WWW.DAIKIN.COM.BR Neodymium Fluídos Refrigerantes que não degradam a Camada de Ozônio
revistagbcbrasil.com.br
O motor do compressor
Neodymium é 20% mais eficiente que os motores dos inverters convencionais.
Sempre um passo à frente.
AR CONDICIONADO
jul/16
31
anuário GBC 2016
mento comunitário. Neste contexto, a empresa prima pela qualidade na comunicação e a transparência das informações, peças fundamentais para o avanço da construção sustentável. Além disso, lançou em 2015 sua política ambiental da empresa que consiste em 10 regras verdes, cujo objetivo é a avaliação, controle e redução dos impactos ambientais, com foco em melhoria contínua e melhores práticas da indústria, além de investir em inovação ambiental nos processos, produtos e serviços durante todo o ciclo de vida, bem como o fornecimento de produtos ecoeficientes para seus clientes. “A definição de sustentabilidade para a Votorantim Cimentos passa por fornecer produtos ecoeficientes para os nossos clientes, ter um bom relacionamento com as comunidades na qual estamos inseridos, além de criar ambientes seguros em termos de segurança e saúde para os nossos funcionários, sempre nos baseando nas leis e regulamentações”, destaca Patricia Monteiro.
Ferramenta EPD A Votorantim Cimentos, em parceria com a CSI, desenvolveu uma ferramenta com o objetivo de otimizar a certificação dos produtos com o intuito de obter a certificação EPD em seus produtos.“Essa discussão vem desde 2010 dentro do setor de cimento, que foi o primeiro a aderir as Regras de Categoria de Produtos (PCR), além de desenvolver uma ferramenta para que pudessem ser feitas as declaração ambientais de produtos. Isso vai de encontro às perspectivas do consumidor, neste caso as construtoras , nossos principais clientes, que tem essa necessidade devido às certificações de construção sustentável, não só pelo LEED, mas pelo Aqua e outras certificações sustentáveis”, afirma Patricia Montenegro. Em parceria com a Quantis, a Votorantim Cimentos desenvolveu, em 2016, declarações ambientais para cinco produtos de seu portfólio, onde foi
32
jul/16
necessária a utilização metodológica de avaliação de ciclo de vida (ACV) para analisar os impactos ambientais envolvidos em todo o processo de produção. A ferramenta utilizada para realização dos cálculos de análise do ciclo de vida dos produtos (WBCSD-CSI tool for EPDs of concret and cement), foi reconhecida pelo Sistema EPD Internacional e desenvolvida de acordo com as Regras de Categorias de Produtos (PCR). A ferramenta, em sua abrangência global, calcula o impacto de 24 categorias que abordam os impactos ambientais, uso de recursos, resíduos e fluxo de saída. São dez as categorias relacionadas aos impactos ambientais: Potencial de aquecimento global (GWP); Potencial de destruição da camada de ozônio estratosférico (ODP); Potencial de acidificação do solo e da água (AP); Potencial de eutrofização (EP); Potencial de formação de ozônio troposférico (POCP); Potencial de depleção abiótica de recursos não fósseis (ADP – combustíveis fósseis); Potencial de toxicidade humana (HTP); Potencial de ecotoxicidade em água doce (FAETP); Potencial de ecotoxicidade marinha (MAETP); Potencial de ecotoxicidade terrestre (TETP). A utilização da ferramenta traz benefícios importantes, além da fomentar a prática da análise do ciclo de vida, não somente no setor de cimentos, mas para toda a cadeia de fabricantes e fornecedores da construção civil. Um dos principais são a padronização e confiabilidade nos processos de geração da declaração ambiental de produtos. Neste sentido, como explica Patricia Montenegro, o cliente poderá realizar comparações entre as empresas e produtos que se adéquam mais ao seu negócio. “Trata-se de uma segurança para o cliente, pois ele está utilizando informações confiáveis e que tiveram uma auditoria de terceira parte. É fundamental que ele possa fazer essas comparações de forma confiável em relação à transparência dos produtos”, destaca.
“A DEFINIÇÃO DE SUSTENTABILIDADE PARA A VOTORANTIM CIMENTOS PASSA POR FORNECER PRODUTOS ECOEFICIENTES PARA OS NOSSOS CLIENTES, TER UM BOM RELACIONAMENTO COM AS COMUNIDADES NA QUAL ESTAMOS INSERIDOS, ALÉM DE CRIAR AMBIENTES SEGUROS EM TERMOS DE SEGURANÇA E SAÚDE PARA OS NOSSOS FUNCIONÁRIOS, SEMPRE NOS BASEANDO NAS LEIS E REGULAMENTAÇÕES” Patrícia Montenegro
Outros benefícios atrelados à utilização desta ferramenta é a redução de recursos financeiros, uma vez que a tecnologia permite calcular dados como energia, modelamento de análise do ciclo de vida, preparação dos resultados de acordo com parâmetro do EPD e preparação do relatório sem a necessidade de contratação de terceiros. De acordo com Patrícia, foi possível constatar em estudos uma redução de $ 27 a $ 39 mil dólares com a utilização da ferramenta. “Esta é uma ferramenta muito interessante em relação à redução de custos, familiaridade com o operador do programa, processo simplificado, além de já dispor de uma pré-verificação, além de validada no âmbito internacional e já utilizada em todo setor de cimento do Brasil e do mundo”, pontua Patricia Montenegro. Atualmente não existem legislações que obriguem a utilização de certificados de declaração ambiental dos produtos, porém é algo que vai se inserir nos processos das empresas. Patricia acredita que este é o início de uma jornada que permitirá mais transparência e fomento para produtos mais ecoeficientes. O crescimento da construção sustentável é como um driver de todo o processo envolvido, inclusive, na cadeia de suprimentos. A expectativa é que, em curto prazo e médio prazo, as empresas de fabricação e fornecimentos de produtos entenderão a real importância desta demanda de produtos e processos como um pré-requisito e não somente com um diferencial. “Atualmente não é algo obrigatório, mas estas questões de análise do ciclo de vida dos produtos e das declarações ambientais dos produtos serão pré-requisitos para as empresas continuarem no jogo. Hoje é um diferencial competitivo, mas acredito que nos próximos anos isso se torne um pré-requisito inerente às empresas, é um caminho sem volta”.
rev/gbc/br
anuário GBC 2016
Produtos certificados Votorantim Cimentos
Cimentos CP II E 40 - Santa Helena/SP CP III 40 RS - Cubatão/SP CP V ARI - Santa Helena/SP
Concreto FCK 30 - Jaguaré/SP
Projeto EPD – Votorantim Cimentos em concordância com o LEED v.4 A iniciativa da Votorantim Cimentos com o desenvolvimento do Projeto EPD contribui de forma substancial para o aperfeiçoamento da construção sustentável, que visa à transparência e comunicação dos impactos ambientais dos produtos, além de benefícios às empresas e vantagens competitivas no mercado da construção. Exemplo importante desta sinergia é a recente versão do LEED, a v.4, obrigatória para todas as certificações a partir de outubro deste ano, onde foram incluídos pré-requisitos de análise do ciclo de vida em toda a cadeia de fabricação dos produtos implementados em obras. O LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), concedido pelo GBCI, já está em sua quarta versão comprovando que a evolução das tecnologias e processos é algo inerente do setor da construção sustentável. No Brasil, este trabalho vem sendo desenvolvido de forma muito significativa pelo GBC (Green Building Council) Brasil, que se engaja junto às empresas e organizações do setor para o fomento da sustentabilidade do mercado e garantia desta evolução no país. Além do LEED, esta iniciativa vai de encontro com o processo de certificação AQUA para as construções sustentáveis, que incorporam créditos de recursos e materiais premiando os projetos que incorporem produtos de acordo com as normas ISO 14044 e 14020, relacionadas à análise do ciclo de vida e declarações ambientais dos produtos.
Evolução da EPD no setor de cimento
Argamassa 2202 Revestimento Fachada - Cajamar/SP
revistagbcbrasil.com.br
O mercado de cimento tornou-se um dos setores mais organizados na busca por certificação de terceira parte para seus processos e produtos. O início desta demanda veio com a publicação da ISO 14205, em julho de 2006, que define os princípios e especifica os procedimentos de programas
do tipo III para declarações ambientais de produtos. Ele estabelece especificamente o uso da série ISO 14040 de normas (Avaliação de ciclo de vida) no desenvolvimento das declarações ambientais de produto. Com esta demanda, iniciou-se, em 2012, discussões para criação de uma PCR, bem como da ferramenta de cálculo do ciclo de vida envolvendo processos e produtos do setor, o que corroborou para a publicação das PCRs para concreto, definidas pelo WBCSD (World Business Council for Sustainable Development) e CSI, pelo Sistema Internacional EPD, no início de 2013. O ano de 2014 foi um dos mais promissores em relação à evolução das EPDs. Isso se deve à continuidade da implantação de PCRs para outro produto do setor, o cimento, também publicadas pelo Sistema Internacional EPD®. Além da validação do programa International EPD System em relação à ferramenta desenvolvida pelo CSI. Acompanhando esta evolução do setor, a Votorantim Cimentos fechou o ano com chave de ouro através do início do Projeto EPD de seus produtos. A consolidação deste projeto veio nos dois anos seguintes, com a definição dos produtos a serem registrados, sempre visando às demandas e necessidade de seus clientes, além de promover capacitação de funcionários e envolvidos para utilização da ferramenta do CSI para o cálculo do ciclo de vida dos seus produtos. Todo o engajamento, bem como sua evolução em relação às EPDs, a Votorantim Cimentos iniciou 2016 com um resultado importante, o registro dos EPDs de seus produtos no programa Internacional EPD System, que se concretizou em maio deste ano.
taca como pioneira na incorporação de EPDs, sendo a única da América do Sul a registrar seus produtos até o momento. Este engajamento se iniciou de dentro para fora, através do envolvimento de diversos setores da empresa para um melhor entendimento o aperfeiçoamento dos processos inerentes às declarações ambientais de produtos, e avaliação do ciclo de vida de produtos. Outra importante iniciativa da empresa foi a publicação do artigo científico ‘PROJETO EPD – VOTORANTIM CIMENTOS’, um avanço importante que agregará consistência à literatura disponível neste sentido. O projeto foi apresentado na ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland), em março deste ano, tendo como principal motivo o fomento disseminação desta ideia no mercado. Além disso, a empresa participa, em 2016, de outros dois eventos de grande relevância no setor de cimento, o 7° Congresso Brasileiro de Cimento, em junho de 2016 e no congresso do IBRACON (Instituto Brasileiro de Concreto) que acontecerá em agosto do mesmo ano. “Nosso principal objetivo é promover a conscientização e o engajamento da cadeia produtiva. Acredito ser um grande desafio”, finaliza.
Votorantim Cimentos na vanguarda das ações de fomento às EPDs A Votorantim Cimentos vem promovendo esta ideia com objetivo de engajar as empresas, tanto do setor de cimentos quanto de outros setores da construção civil. A empresa se des-
jul/16
33
opinião
Os edifícios reais e os edifícios virtuais Marcelo de Andrade Roméro1
O
s empreendedores da construção civil atuam em dois universos distintos: o universo dos edifícios reais já construídos e ocupados e o universo dos edifícios que ainda serão construídos e que se encontram no processo projetual ou fazem parte de ações planejadas para o futuro. Certamente que para a maior parte destes empreendedores, os edifícios virtuais são oportunidades muito mais interessantes e em muitos aspectos, pois, por serem novos, poderão representar a sua criatividade mais recente ou a aplicação de uma tecnologia que nunca antes fora utilizada ou até mesmo um novo desafio de origem técnica ou estética. Porem, apesar disto tudo e apesar de que estas considerações são de fato verdadeiras e ocorrem no mundo da construção civil, a massa edificada real brasileira e internacional é muito maior do que a massa edificada virtual e que se tornará real nos próximos vinte ou trinta anos, ou mesmo nos próximos cinquenta anos. As estatísticas internacionais apontam para um valor hoje de cerca de 150 bilhões de metros quadrados2 já construídos em todos os locais do planeta e em todos os tempos, mas a questão que se coloca é: quanto mais ainda construiremos no nosso planeta nas próximas décadas ou até o final deste século. Alguns estudos sugerem um acréscimo adicional de 73 bilhões de metros quadrados até 2030. Outros sugerem um acréscimo de 100 bilhões de metros quadrados ou seja, até 2025, 70% a mais do que possuímos hoje. Por outro lado, parece pouco provável que a atividade da construção civil ou a atividade humana no planeta construa no intervalo entre 10 e 15 anos aquilo que levamos alguns milhares de anos para edificar. Entretanto, quer tenhamos uma posição mais otimista, ou seja, construiremos um pouco menos, ou quer tenhamos uma po-
34
jul/16
sição mais pessimista, ou seja, construiremos de fato 70% a mais até 2025, não podemos negar que são os edifícios reais e não os virtuais, os causadores dos impactos ambientais globais hoje. Os edifícios são hoje os responsáveis por cerca de 40% de emissões globais de CO2 anualmente e são eles os responsáveis por 34% de toda a demanda global de energia3. Não é difícil perceber que estes números estão bem próximos da realidade pois um pouco mais do que 50% de toda a população mundial vive em cidades e as cidades são por excelência, grandes concentrações de edifícios. Diante de uma conjuntura como esta, as questões que surgem são: o que fazer com esta enorme massa edificada? O que fazer com os bilhões de metros quadrados que entram em obsolescência a cada ano, ou que necessitam de manutenção e atualização tecnológica para a sua sobrevivência? Como resolver a equação econômica destas intervenções onde os investimentos são financeiramente factíveis? Não podemos simplesmente deixa-los envelhecer pois os custos de reabilitação não seguem exatamente uma curva linear e a falta de manutenção em um dado sistema do edifício acaba por afetar um outro sistema e assim sucessivamente. Em alguns casos a taxa de obsolescência é tão elevada que a reabilitação arquitetônica torna-se economicamente inviável. Um primeiro aspecto que vem atenuar este cenário ou seja, a viabilização da reabilitação e da atualização tecnológica desta enorme massa edificada é o constante avanço dos custos da energia em todo o mundo para além das taxas de inflação, com ênfase nas fontes de energia não renováveis. Em conjunturas como estas, os investimentos em atualizações tecnológicas nos edifícios quando divididos pelas economias de energia quantificadas financeiramente, geram períodos de retorno do capital investido mais atrativos tanto
rev/gbc/br
opinião
para os empresários como para os tomadores de decisão. Realidades como estas têm viabilizado ações de retroffiting, ou atualizações tecnológicas em todo o mundo e inclusive no Brasil. Um segundo aspecto que veio atenuar este cenário de obsolescência dos edifícios foi o desenvolvimento dos contratos de performance que garantem aportes de recursos financeiros somente quando as economias de energia forem efetivamente comprovadas. Tais contratos são assinados entre os clientes e as chamadas ESCOs4 (Energy Save Company), que são empresas especializadas em retroffiting por meio de contratos de performance. Via de regra, as ESCOs se especializaram neste tipo de contrato. Do ponto de vista dos clientes os contratos de performance evitam aportes iniciais de capital nas ações de retroffiting e do ponto de vista das ESCOs só há interesse na viabilização de um dado negocio quando os ganhos financeiros são efetivamente comprovados e quando os valões alcançados são superiores aos valores pagos pelo mercado financeiro. Com o crescimento da demanda por contratos como estes tanto no Brasil como no mundo, as ESCOs acabaram por associarem-se a investidores independentes ou grupos econômicos para financiarem as suas ações e o potencial de oportunidades não somente aumentou como ainda pode alcançar novos mercados. As ESCOs por sua vez mantiveram-se atentas as oportunidades e ampliaram o seu escopo de atividades. Quando do seu surgimento no Brasil, a ênfase principal era na questão da eficiência energética e da atualização tecnológica visando reduções do consumo de insumos energéticos. Com o desenvolvimento sistemático das ESCOs nao foi difícil para elas perceberem outras oportunidades de ganhos associados a atualizações tecnológicas e passaram a oferecer ações de retroffiting envolvendo reduções de consumo de agua inclusive. Hoje as ESCOs atuam em qualquer setor da economia5 e em oportunidades que envolvam algum tipo de ganho ou beneficio para o cliente, associado a um ganho financeiro para a ESCO e para os investidores. Estas ações abriam grandes perspectivas para o mercado dos edifícios reais, evitando inclusive a construção de novas unidades do mercado virtual. Milhares de edifícios comerciais com elevado aporte tecnológico, que estão operando hoje em todo o mundo, operam em antigos edifícios outrora comerciais ou até mesmo em edifícios outrora residenciais ou industriais que sofreram processos de adap-
revistagbcbrasil.com.br
tação. Em muitos dos casos houve inclusive adaptações de uso. Do ponto de vista da sustentabilidade há um ganho inegável em todo este processo devido ao aproveitamento de estruturas de concreto ou de aço, de fundações, de vedações, de coberturas ou até mesmo de caixilharias ou de alguns elementos internos. As certificações ambientais que surgiram no inicio da década de 90 no século XX e se espalharam e popularizaram em todo o mundo, também são mais favoráveis a adaptações em edifícios reais do que novos investimentos em edifícios virtuais. Do ponto de vista do patrimônio cultural e arquitetônico das cidades e das nações, a preservação de edifícios reais com as devidas atualizações tecnológicas trouxeram alguns benefícios adicionais como por exemplo a preservação de técnicas e tecnologias mais antigas que tradicionalmente desapareceriam e foram mantidas e a manutenção do patrimônio arquitetônico e até mesmo do desenho urbano das nossa cidades. No fundo, o conceito da reabilitação arquitetônica com ações de retrofitting na massa edificada real, concentra em si mesmo conceitos de eficiência energética, conceitos de otimização de recursos naturais, conceitos de patrimônio histórico, conceitos de sustentabilidade, conceitos de otimização de recursos financeiros e sobretudo conceitos de preservação da cultura de uma cidade, de um povo e de uma nação.
1 Marcelo de Andrade Romero é Professor Titular da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, Superintendente de Gestão Ambiental e Pró-Reitor de Cultura e Extensão Universitária da Universidade de São Paulo. 2 www.pikeresearch.com/research/global-building-stock-database 3 Fonte: www.scpclearinghouse.org (2012) 4 No Brasil foi criada em 1997 a ABESCO – Associação Brasileira de Empresas de Serviço de Conservação de Energia cujo objetivo é o “oferecer às empresas e à sociedade em geral, um serviço especializado em projetos de eficiência, minimizando custos e maximizando os resultados nos lucros.” Fonte: http://www.abesco.com.br/pt/quem-somos/ (acesso em 11/06/2016). 5 Setor Industrial, Comercial (Comercio e Serviços) e Residencial.
jul/16
35
ENGENHARIA
anuário GBC 2016
GRESB
G
Benchmark Global de Sustentabilidade Imobiliária
O
GRESB - Global Real Estate Sustainability Benchmark (Benchmark Global de Sustentabilidade Imobiliária, em português) é uma iniciativa que avalia o desempenho ambiental e social dos investimentos imobiliários públicos e privados. Há fortes evidências de que os edifícios cuidadosamente concebidos e operados podem fornecer soluções práticas para as questões mais difíceis, criando valor para os acionistas. Por outro lado, também há indícios de que abordagens mais tradicionais e convencionais para o desenvolvimento da propriedade, muitas vezes têm o efeito oposto. Esta distinção motiva o GRESB no sentido de proporcionar aos investidores institucionais informações claras sobre os aspectos ambientais, sociais e de governança (em inglês, ESG - environmental, social and governance) e o entendimento dos impactos positivos e negativos de seus investimentos, reconhecimento da liderança, e engajamento efetivo com empresas, gestores de fundos e parceiros operacionais.
38
jul/16
Globalmente diversificado
Membros Investidores
51
Capital Institucional
Participantes do GRESB
US$ 6.1 trilhões
707
US$ 5.5 trilhões
46
637
2014
Valor da carteira
Ativos cobertos
*Exceto ativos residenciais unifamiliares
Novas construções e grandes ativos de renovação
US$2.1trilhões
56.000
3.329
Membros gestores de empresas e fundos
56
Membros associados
21
Parceiros
12
2015
US$ 2.3 trilhões 61.000* 4.127 87 28 13
Fonte: GRESB
rev/gbc/br
E R G anuário GBC 2016
Em 2015, o GRESB introduziu uma ruptura em pontuações separadas para os quesitos ESG (Ambiental, Social e Governança). Essas pontuações são calculadas com base na alocação de perguntas individuais para E, S, ou G. Os resultados mostram que os participantes GRESB tiveram uma pontuação relativamente elevada.
Ambiental
Social
Governança
Fonte: GRESB
Ao participar na avaliação anual da GRESB, empresas imobiliárias, gestores de fundos e incorporadores são capazes, por exemplo, de identificar as áreas em que o desempenho de sustentabilidade pode ser melhorado, tanto em termos absolutos como em relação aos concorrentes. Segundo Nils Kok, CEO do GRESB, a participação também permite a comunicação consistente de compromissos com a sustentabilidade e investimento responsável entre os investidores existentes e potenciais. Isto tem sido cada vez mais visto como uma informação concerta sobre o qual os investidores baseiam suas decisões de investimento. “A avaliação comparativa do desempenho de sustentabilidade das empresas imobiliárias e de fundos é uma forma de medir e compreender as questões ambientais, sociais e de governança, que são tão importantes para o setor imobiliário. Mais e mais estudos estão ligando as considerações ESG aos retornos financeiros - o que
revistagbcbrasil.com.br
sugere que não deve haver mais separação entre o dever fiduciário e a gestão robusta do ESG, mas sim, podem acontecer em paralelo”, ressalta. O Relatório GRESB de 2015 concluiu: • Uma melhoria de 19% no desempenho geral ESG das empresas participantes. • Mais empresas imobiliárias e fundos informaram sobre sustentabilidade: 707 empresas e fundos, que representam USD 2,3 trilhões e 61.000 ativos - um aumento de resposta de 11% em relação a 2014. • Melhor desempenho ambiental: em média, o setor conseguiu uma redução de 3,04% nas emissões de gases de efeito estufa, redução de 2,87% no consumo de energia, e uma redução de 1,65% no uso de água. • absorção significativa em energias renováveis: a geração de energia renovável in loco chegou a 445 GWh em 2015 (0,5% do consumo total de energia) partindo de 296 GWh em 2014. • Austrália e Nova Zelândia continuam a superar significativamente outras regiões com uma pontuação média GRESB de 69 – em comparação com uma média global de 56.
Gestão
No geral, os dados do Relatório GRESB 2015 mostram o progresso de toda a indústria na gestão de políticas relacionadas com a ESG, juntamente com variação regional significativa. A designação de uma ou mais pessoas responsáveis pela implementação dos objetivos de sustentabilidade é onipresente: 96% dos participantes designaram um recurso interno ou externo para a sustentabilidade. Além disso, um grupo de trabalho em sustentabilidade ou um comitê organizacional também é uma prática comum em 91% dos participantes GRESB. Mais de 94% dos participantes GRESB tem um decisor sênior dedicado à sustentabilidade, mais comumente um membro da equipe de administração sênior (49% em 2015 contra 42% em 2014). Globalmente, 91% dos participantes têm um processo formal para informar esse tomador de decisões sobre o desempenho de sustentabilidade da entidade. Além disso, os participantes GRESB estão incorporando cada vez mais a sustentabilidade em suas organizações, incluindo fatores em metas anuais de desempenho (78% em 2015, 75% em 2014).
Crescimento
Certificações
A participação na pesquisa GRESB 2015 reflete algumas dinâmicas da indústria mais amplas - o valor agregado das empresas de propriedade e fundos subordinados a GRESB agora é USD 2.3 trilhões (USD 2,1 trilhões em 2014 e USD 1.6 trilhões em 2013), o que representa cerca de 61.000 ativos (56.000 em 2014). O número total de empresas participantes e fundos aumentou para 707, um aumento líquido de 11%. Durante o período 2009-2015, o banco de dados GRESB abrange um total de 971 empresas imobiliárias e fundos, dos quais 166 participaram durante pelo menos cinco anos consecutivos.
As certificações são outro fator de transparência e responsabilidade na informação dos investidores e ocupantes. Em 2015, os participantes GRESB relataram o uso de mais de 200 diferentes sistemas de certificação dos edifícios. Estes sistemas variam muito no âmbito dos temas que são avaliados, o rigor da avaliação e o grau em que os regimes exigem a verificação de terceiros. A indústria continua a fazer uso extensivo de um conjunto de sistemas de classificação de ativos globais, principalmente o LEED entre outros. Estes sistemas mais robustos compartilham muitos atributos comuns, incluindo
jul/16
39
SB anuário GBC 2016
informações amplamente disponíveis sobre os requisitos do sistema de avaliação, formação profissional, avaliação de terceiros, e listas de projetos publicamente disponíveis. Outros dados relevantes sobre os participantes do GRESB: • Certificado de construção verde para o projeto e construção obtida por 51% dos participantes • Certificado de construção verde para operações e manutenção obtida por 40% dos participantes • Avaliação da energia obtida por 71% dos participantes Certificações mais utilizadas
Pos. 2015
Certificação
Percentual
Fonte: GRESB
Políticas energéticas
Os resultados de 2015 mostram que o setor imobiliário aumentou seu foco sobre o desempenho de sustentabilidade em geral, e especificamente sobre o consumo de energia. Participantes do GRESB têm uma abordagem mais estruturada e orientada para as políticas de energia que incluem planejamento, implementação e monitoramento de gestão de energia. As realizações notáveis incluem: • Os participantes com as políticas ambientais: 91% de 87% • Políticas ambientais, incluindo o consumo de energia/gestão: 100% de 97% • Políticas ambientais, incluindo emissões de gases de efeito estufa/gestão: 86% de 83%
40
jul/16
Estas prioridades de gestão são refletidas nas avaliações de risco à sustentabilidade, agora realizadas por 84% dos participantes. A energia é uma consideração importante para avaliações de risco tanto para as novas aquisições como para investimentos.
Oportunidades
Em 2015, os participantes GRESB relataram um aumento significativo na prevalência de avaliações técnicas de construção e mudanças nas práticas de implementação de oportunidades de eficiência energética. Concentraram-se na realização de: Avaliações de técnicos do edifício: 83% de 61% Avaliações externas: 80% de 75% Avaliações internas: 51% de 74%
Essas avaliações resultaram na implantação de várias medidas de eficiência energética em 85% dos participantes, um aumento significativo de 78% em 2014, em que a maioria dos participantes estavam centrados na implementação de melhorias de iluminação e substituições e upgrades de aquecimento, ventilação e ar condicionado. Melhorias constatadas: • Equipamentos de alta eficiência e aparelhos: 57% • Construção de sistemas de gestão de energia: 36% • Comissionamento de sistemas ou retro-comissionamento: 35%
Para o futuro
De acordo com o Relatório de Avaliação Global da UNISDR de 2015, é esperada uma perda global anual causada pelas mudanças climáticas perpetradas por desastres naturais da ordem de US$ 314 bilhões somente no ambiente construído. De acordo com Nils Kok, todos os indicadores sugerem que a frequência e intensidade dos desastres vai aumentar, o que significa que este custo vai subir. “Não importa se é a seca ou de o regime de chuvas estendido, os efeitos da mudança das condições climáticas são visíveis à nossa volta”, garante. Nesta nova realidade, as organizações que são capazes de gerir o risco estarão melhor preparadas para resistir a interrupções e para aproveitar as oportunidades que possam surgir. Os proprietários de edifícios estão bem posicionados para assumir um papel de liderança e beneficiarem-se, indo além da preparação para a resiliência.
rev/gbc/br
anuário GBC 2016
A gestão sustentável de recursos econômicos, ambientais e sociais é o que fortalece a B. Braun e encoraja o nosso crescimento. Através do diálogo construtivo, a empresa desenvolve soluções eficazes para proteger e melhorar a saúde das pessoas.
PERMITA O PROGRESSO, TODOS OS DIAS. Centro de Distribuição B. Braun em Guaxindiba | RJ. LEED Gold Prêmio Firjan de Ação Ambiental 2016 – Eficiência Energética e Gestão de Gases de Efeito Estufa
B. Braun Brasil | www.bbraun.com.br revistagbcbrasil.com.br
jul/16
41
©GRESB
anuário GBC 2016
Dados da GRESB mostram que as empresas de alto desempenho estão a tomar medidas para: • Reduzir o consumo de energia: Gerenciar o tamanho das instalações, utilização e comportamento dos ocupantes para controlar o uso de energia absoluta. Isso pode envolver tecnologias como a gestão da demanda de eletricidade, armazenamento de energia elétrica ou sistemas de feedback dos ocupantes. • Melhorar a eficiência energética: Gerar trabalho mais produtivo para uma determinada quantidade de energia. Isso pode envolver tecnologias como sistemas de climatização mais eficientes, aquecimento de água e iluminação. • Uso de fontes de energia limpa e confiável: Selecionar as opções de fornecimento de energia que têm níveis relativamente baixos de emissões de gases de efeito estufa e outros poluentes. Isso também poderia ser alcançado através da instalação no local de geração renovável (por exemplo, painéis solares) ou acordos de compra de energia fora do local. • Certificar suas propriedades sob respeitáveis programas de construção verde, como LEED, ENERGY STAR e outros. O setor imobiliário pode criar melhores lugares para as pessoas e comunidades - locais que reduzam os impactos ambientais, melhorem as práticas sociais, são mais saudáveis para os ocupantes e estabelecem altos padrões de governança corporativa. E o mais importante, isso pode ser feito de uma forma rentável.
“ESPERAMOS QUE
ESSAS TENDÊNCIAS CONTINUEM
PARA QUE MAIS E MAIS EMPRESAS
IMOBILIÁRIAS POSSAM COMPREENDER A
IMPORTÂNCIA DAS QUESTÕES DE ESG
E A LIGAÇÃO ENTRE O DESEMPENHO DE SUSTENTABILIDADE E BENEFÍCIO
ECONÔMICO VIRÁ À TONA.”
Nils Kok* CEO do GRESB
*Nils Kok é CEO e co-fundador da GRESB, uma líder mundial em avaliação do desempenho de sustentabilidade de ativos imobiliários, incluindo carteiras de imóveis e ativos de infraestrutura. O GRESB avaliou mais de 1.000 REITs e fundos em nome de mais de 60 investidores institucionais que, no conjunto representam cerca de US$ 7 trilhões. Nils é um palestrante frequente em conferências do mercado e acadêmicas, e compartilha ativamente seu conhecimento através de workshops com profissionais de investimento e os decisores políticos. Ele também mantém uma posição como professor associado em Finanças e Imóveis na Universidade de Maastricht (Holanda). Seu trabalho em fundos de pensão, imóveis comerciais, e da eficiência energética e da sustentabilidade tem recebido inúmeras bolsas e prêmios do governo. Ele já apareceu em revistas acadêmicas, bem como nos meios financeiros e economia globais, como o Huffington Post, The Guardian, o Washington Post, o Australian Financial Review, Das Handelsblatt, Le Monde e Het Financieele Dagblad, e em publicações da indústria , como Bloomberg e Pensions & Investments.
42
jul/16
rev/gbc/br
anuário GBC 2016
revistagbcbrasil.com.br
jul/16
43
anuário GBC 2016
E
PR O
m um mundo cada vez mais preocupado com o futuro do meio ambiente e das próximas gerações, pensar em diversas maneiras de evitar o impacto ambiental que uma construção pode causar é também responsabilidade da arquitetura. Na elaboração de edifícios eficientes energeticamente, a energia solar ou a eólica, dependendo da localização da obra, é geralmente empregada como forma limpa, podendo resultar numa emissão praticamente zero. A posição da casa e a estruturação de janelas é um cuidado especial a ser tomado conforme o movimento do sol e a direção do vento. Vidros duplos são aliados para garantir uma boa luminosidade na casa sem permitir que o calor se estabeleça, e evita um gasto enorme com iluminação e refrigeração dos ambientes. Na questão hídrica, o aproveitamento da água da chuva para regar jardins; lavar áreas externas e ser
44
jul/16
usada nas descargas sanitárias garante uma economia de até 30% em relação à construção tradicional. Segundo a arquiteta e especialista em sustentabilidade Adriana Salles, da Kahn do Brasil, as estratégias relacionadas à energia, ar condicionado e alguns materiais podem ser de maior custo inicial, porém os ganhos do edifício ao longo de sua vida útil são tão grandes que os valores se pagam. Tudo está relacionado também à oferta de produtos disponíveis no mercado. Há poucos anos, por exemplo, as lâmpadas Led eram muito caras e praticamente inviáveis. Hoje já é possível comprá-las a preços competitivos e seu investimento inicial é pago em pouco tempo.
Gastos x Certificação
Seguindo estes e outros métodos da arquitetura sustentável, a construção pode ser avaliada e, a partir dos parâmetros de sustentabilidade, receber selos de certificação que, para Adriana Salles, “são ótimos guias de boas práticas de projetos e obras, seja de arquitetura ou das disciplinas complementares, tornando as estratégias mais fácies de serem implantadas. Uma obra será orçada conforme os projetos recebidos, e se os projetos já nascerem com o viés
sustentável, não tem o porquê ser mais caro. Acho também que existe uma confusão no mercado sobre os custos relativos à certificação, e os que são relativos ao incremento de tecnologia. Um edifício de ponta, que utiliza a melhor e mais nova tecnologia em materiais e equipamentos, com certeza custa mais caro que um edifício ‘comum’, sem nenhum incremento tecnológico. E aqui não falamos de certificação nenhuma, apenas incremento tecnológico”, ressalta.
rev/gbc/br
É importante salientar que a certificação por si só não faz com que uma obra ou um projeto sejam mais caros. A participação de todos os envolvidos é que faz com que os projetos saiam prontos para serem certificados. Ou seja, tudo o que foi projetado é levado para a obra e esta se desenvolve nas melhores práticas. Contudo, o mercado brasileiro por vezes enxerga a certificação como uma burocracia, um custo a mais no processo construtivo e como lado positivo somente os ganhos em vendas. “Cabe a nós projetistas, construtores e empreendedores, mudar esse paradigma, envolver todos no processo e fazer cada vez melhor, ao invés de ‘menos pior’ e mais custoso”, completa Adriana.
©Kahn do Brasil
anuário GBC 2016
Retrabalho
“O SEGREDO ESTÁ NO
A tecnologia BIM (Building Information Modeling – Modelagem de Informações da Construção) permite visualizar um futuro em que as decisões de projeto – orientação, materiais de fachada, sistemas de infraestrutura predial – têm seus efeitos mensurados em tempo real, em custo de implantação e em desempenho. O mercado também está amadurecendo para permitir que construtores e instaladores se envolvam no projeto, para auxiliar nas decisões com vistas aos controles de custo e qualidade, ainda na fase de desenvolvimento. Esta metodologia é denominada Integrated Project Delivery, e evita a ruptura causada pela precificação das obras. A Kahn do Brasil está apostando no Integrated Project Delivery, na valorização do envolvimento de construtoras e gestores de infraestrutura predial durante o desenvolvimento do projeto. Nesta metodologia, projetistas, proprietário e construtores fazem um contrato de colaboração no projeto e na obra, com preço/prazo, meta e ferramentas de controle de qualidade da construção, compartilhando
ideias para melhoria do desempenho do edifício e controle de custos. Para Arthur Brito, LEED® AP BD+C, arquiteto e Diretor Executivo da Kahn do Brasil, esta organização colaborativa é muito mais eficiente do que a atual situação contenciosa de entrega de projeto para precificação de construtoras e posterior apontamento de conflitos e incompatibilidades para a busca de aditivos contratuais.
OJET PROJETO. ARQUITETOS E ENGENHEIROS
PODEM APROVEITAR A OPORTUNIDADE DE VALORIZAÇÃO
DO SELO LEED PARA INCREMENTAR SEUS
PROJETOS, DEDICAR MAIS ESTUDOS E
SIMULAÇÕES PARA SUAS DECISÕES E PROMOVER
CONSTRUÇÕES DE
MAIOR QUALIDADE, RESTAURATIVAS E,
PORQUE NÃO, MAIS ECONÔMICAS PARA
O CLIENTE E PARA A SOCIEDADE”
Arthur Brito Kahn do Brasil
revistagbcbrasil.com.br
jul/16
45
De acordo com o arquiteto Siegbert Zanettini, o principal problema em um projeto que visa a certificação é o cuidado para que não ocorra retrabalho durante a implantação. Para evitar isso, é determinante: • Alinhar com o cliente os custos, o tempo e as exigências para obter os diversos níveis de certificação, assim como os benefícios e resultados em cada nível; • Acordar de início com o cliente a necessidade de contratação de uma empresa ou entidade certificadora e de alcance do seu trabalho, prazos e custos; • Que o cliente defina um responsável ou um grupo gestor da empresa que acompanhe todo o processo e atenda as exigências da certificação desejada durante os desenvolvimentos do projeto e da obra conforme o aprovado.
Cronograma Não haverá mudanças no calendário, desde que o projeto e a obra estejam alinhados para buscar a certificação. O que acontece muitas vezes é que depois que os projetos estão prontos são colocados os incrementos, ou acessórios para a certificação. Isso gera retrabalho, e os benefícios de um projeto certificado acabam se tornando burocráticos de serem alcançados.
As questões sobre o Retrofit para o LEED
barato, considerando-se que grande parte dos custos de um edifício estão relacionados à fundação e estrutura. Além disso, pode-se aproveitar alvenarias, esquadrias, tubulações, equipamentos. “Mas um retrofit é sempre uma ‘caixinha de surpresas’ e nunca se sabe se há alguma patologia que deve ser remediada, ou ainda instalações a serem trocadas”, ressalta. Para a implantação sustentável em um projeto de retrofit ser mais ou menos custosa, ele depende de várias condicionantes. Segundo Zanettini, se o retrofit é sem aumento de área construída e se as condições do edifício estão muito negativas a uma implantação a ser certificada, por exemplo, condições estruturais, sistemas de instalações, situação da área no meio urbano ou fora dele, a viabilidade econômica do empreendimento e condições inadequadas ao que se pretende alcançar pode dificultar ou favorecer a obtenção de padrões de sustentabilidade. Um empreendimento novo tende a ter condição geral mais propícia para atender o conjunto de determinações para obtenção da certificação. Deste modo, o planejamento dos projetos de arquitetura e instalações é mais complexo quando se faz um retrofit do que quando se faz o projeto de um empreendimento novo. A estrutura do retrofit ainda é uma solução mais sustentável quando seguido pelo conceito dos três Rs: Reduzir, Reutilizar e Reciclar; é a oportunidade de fazer melhor com recursos existentes.
R A 46
jul/16
O termo retrofit aplica-se ao processo de revitalização de edifícios. Mais do que uma simples reforma, ele envolve uma série de ações de modernização e readequação de instalações. Com relação aos custos de investimento, a variável é grande, de acordo com Adriana Salles. Um retrofit pode ser muito mais
©Fábia Mercadante
anuário GBC 2016
“O ATENDIMENTO
AO MAIOR NÚMERO
DE CONDICIONANTES DE UM PROGRAMA QUE SE DESEJA,
AS NECESSIDADES E COMPLEXIDADE
DO MESMO, O USO DE TECNOLOGIAS
LIMPAS E SEGURAS, UMA MARCANTE INTEGRAÇÃO
ENTRE AS CIÊNCIAS ENVOLVIDAS E A
POSTURA INOVADORA GARANTEM A
MAIOR EFICIÊNCIA
DE UM PROJETO DE ARQUITETURA.”
Arq. Siegbert Zanettini Prof. Titular FAUUSP
rev/gbc/br
anuário GBC 2016
Soluções completas em marcenaria, executadas com excelência sob seu projeto. A Arthem que sempre foi referência na polivalência em serviços de marcenaria, já olha para o futuro e garante materiais 100% sustentáveis em seus projetos.
• Utilizamos madeira legal e certificada • Painéis de revestimento de paredes em madeira, vidro colorido ou aço inox • Laqueação própria com desenvolvimento da cor de projeto • Serviços em aço inox como pórticos de elevador • Portas especiais, laminadas, laqueadas, acústicas e radiológidas. • Móveis comerciais e residenciais sob projeto.
arthem.com.br revistagbcbrasil.com.br
jul/16
47
anuário GBC 2016
T
ornar uma edificação sustentável demanda adoção de novos critérios, revisão de procedimentos, substituição de insumos, capacitação de mão de obra, reestruturação de equipe, entre outros aspectos. Toda esta alteração significa inserção de novos custos que influenciam diretamente no valor final do produto. Certamente que os gastos aumentam no processo de construção, mas tudo se reflete mais a frente. Pesquisas realizadas por empresas de consultoria especializadas no segmento da construção sustentável mostram que empreendimentos verdes reduzem em até 30% o consumo de energia, em 50% o consumo de água, em 35% a emissão de CO2 e em até 90% o descarte de resíduos, além de garantir um ambiente interno mais saudável e produtivo. Esta é uma economia bem mais rica para a sociedade e o meio ambiente. O cenário político econômico do país sem dúvida influenciou o mercado e houve uma tendência de diminuição dos valores de construção, afetados principalmente pela maior competitivida-
48
jul/16
O C N Os edifícios são responsáveis por quase metade do material e do consumo de energia do mundo, um sexto do consumo de água fresca e um quarto de toda a madeira colhida no planeta.
de gerada. Além disso, segundo Luiz Buff, Diretor de Engenharia, e Cassiano Gracio, Coordenador de Projetos de Engenharia, ambos da Racional Engenharia, as empresas do setor estão em busca de reduções de custos operacionais, o que não impacta significativamente nos custos de construção, pois podem ser absorvidos como recuperação das margens, dado o cenário. Quando analisa-se uma obra com certificação LEED, existem algumas variáveis que podem interferir no custo do m2: taxas de certificações em dólar, consultoria especializadas, aquisição de tecnologias de ponta, entre outros. Porém tendo a perspectiva da vida útil total do empreendimento, contemplando a sua operação, a análise global tende a ser positiva.
Vantagens da sustentável
construção
Uma alternativa para se comprovar que a construção sustentável é vantajosa, segundo Ricardo Grassia, Gerente de Engenharia e Projetos da Método Potencial Engenharia é um modelo em que o investidor ou o incorporador opere o edifício após a construção. Para um empreendimento certificado, temos um custo maior durante a fase de construção e um custo menor durante a fase de operação. Como o prazo de operação pode ser diretamente relacionado com a vida útil do empreendimento, após o payback do valor investido para a obtenção da certificação, independente deste prazo de retorno ter sido um prazo curto, médio ou longo, sempre haverá um prazo excedente
muito maior para a sequência da operação do empreendimento, em que os custos para o operador serão menores devido às características do empreendimento certificado, propiciando menores consumos de energia elétrica, água e outros, que refletirão em menores despesas financeiras para o empreendimento.
Interpretando os custos e seus reflexos Ainda se tem a ideia de que o sustentável é mais caro. Contudo, com as despesas de materiais sustentáveis cada vez mais acessíveis, a construção verde é, de fato, o modelo de construção com o melhor custo-benefício e que ainda ajuda o meio ambiente. Um estudo de 2003 da Força-Tarefa de Construção Sustentável da Califórnia mostrava que
rev/gbc/br
anuário GBC 2016
R NST Valor de Mercado
O custo para possíveis compradores melhora quando a sua utilização e os valores de manutenção são menores em empreendimentos sustentáveis em relação aos convencionais. Os índices de apropriação são constantemente superiores e os níveis de desocupação mais baixos em edifícios verdes.
um investimento inicial do projeto verde de apenas 2% vai produzir uma economia de 10 vezes o investimento inicial, com base em um período muito conservador de 20 anos de construção. Por exemplo, R$ 40.000 em design ecológico em um projeto de R$ 2 milhões no total serão pagos em apenas dois anos. Em mais de 20 anos, a economia será de R$ 400.000. Em outras palavras, construir verde é, de fato, mais barato. Para Luiz Buff e Cassiano Gracio, da Racional Engenharia, durante o período do ciclo de vida de um empreendimento sustentável em comparação com um edifício convencional, a fase de operação é que mais possui vantagens financeiras. Por dois principais motivos: primeiro pela redução nos custos operacio-
revistagbcbrasil.com.br
nais, especialmente consumo de energia e água, que podem chegar de 30% a 80%. Segundo, pela redução do tempo de obsolescência da edificação, que ficará por muito mais tempo atualizada perante a média do mercado, e por consequência, mais competitiva e lucrativa. Para que haja esse benefício na fase de operação, as questões de sustentabilidade precisam ser incorporadas desde a concepção e o desenvolvimento da engenharia. Em alguns casos, as reduções são tão significativas, em especial nos empreendimentos Net Zero Energy. Segundo Guido Petinelli, sócio da Petinelli Consultoria,“é possível projetar um edifício para ser, pelo menos, 50% mais eficiente em energia e consumo de água sem nenhum custo adicional de construção,
apenas otimizando processos ou trocando materiais na construção. E estamos mostrando aos clientes que uma edificação Net Zero Energy é realizável com apenas 5-6% de investimento inicial extra. Estamos mostrando aos clientes que um edifício mais confortável, mais saudável é, naturalmente, mais eficiente. Isso é como LEED está a contribuir para o tripé da sustentabilidade (Pessoas, Planeta e Lucro).
Ocupantes saudáveis O World Green Building Council lançou em novembro de 2014 um novo relatório que apresenta provas significativas nas relações diretas entre o projeto de um escritório e o impacto signi-
ficativo na saúde, bem-estar e produtividade dos funcionários. O relatório, patrocinado pela JLL, LandLease e Skanska, afirma que a produtividade das pessoas depende de uma soma de vários fatores. São considerados os itens físicos do espaço do escritório: qualidade do ar e ventilação, conforto térmico, iluminação e vistas para o exterior, existência de plantas e áreas verdes, a Biofilia. Além disso, também deve-se considerar os itens culturais e sociais, conforto acústico, o layout e a ergonomia principalmente no mobiliário das mesas e cadeiras, o aspecto de limpeza e arrumação.
Definir bem as soluções aplicadas é segredo para os Edifícios LEED O processo de certificação LEED é baseado na obtenção de pon-
jul/16
49
R I U anuário GBC 2016
Recomendações básicas para a construção sustentável
tos e, segundo Ricardo Grassia, existem soluções de projeto pouco custosas que podem gerar vários pontos e outras soluções muito custosas que podem gerar poucos pontos ou um ponto apenas. “O segredo é conhecer todas as soluções aplicáveis para o projeto, seus respectivos custos médios e ter a capacidade de fazer as melhores escolhas, tornando as soluções escolhidas requisitos mandatórios dos projetos a serem desenvolvidos”, afirma. Como exemplos, há o fornecimento de vagas preferenciais para veículos de baixa emissão e baixo consumo para 5% do total de vagas disponíveis, o que gera três pontos para obtenção da certificação e tem pouco impacto financeiro. Em contrapartida, reduzir as ilhas de calor para minimizar o impacto no microclima e no ambiente urbano provendo sombra em 50% das áreas pavimentadas a partir de árvores de um paisagismo proposto, dentro de 5 anos de sua implantação, gera apenas
50
jul/16
um ponto e há grande impacto financeiro, se comparado com uma solução de paisagismo com abundância de forrações e arbustos, geralmente de menor custo. O custo médio da construção aumentou, no último ano, cerca de 7%, sendo este índice menor que os outros índices de variação de preços, como IPCA, INPC ou IGPM. Uma das causas desta variação ser menor ou menos acelerada que outros setores deve-se ao fato que as empresas deste mercado otimizaram seus custos e reduziram suas margens de lucro para fazer frente a um cenário de escassez de obras, aumentando a concorrência de preços. O custo do metro quadrado de um empreendimento LEED vem acompanhando esta tendência, embora ainda seja um custo maior comparado com o custo de um empreendimento sem certificação.
Crescimento econômico x redução do efeito estufa Uma análise feita pelo World Resources Institute - WRI mostra que 21 países conseguiram manter crescimento econômico entre
2000 e 2014 enquanto, ao mesmo tempo, reduziam suas emissões dos gases de efeito estufa causadores do aquecimento global e das consequentes mudanças climáticas globais.
A economia França cresceu 16% enquanto o país reduziu suas emissões em 19% O Reino Unido cresceu 20% enquanto suas emissões baixaram em 27%
A República Checa cresceu 40% enquanto suas emissões caíram em 14% Os EUA cresceram 28% enquanto reduziram suas emissões em 6%.
Conforme as orientações básicas da AsBEA (Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura), os princípios norteadores dos projetos sustentáveis são: • Aproveitamento de condições naturais do local, implantação e análise do entorno, que também são premissas da arquitetura bioclimática que considera a edificação parte do ecossistema; • Utilização de técnicas construtivas mais econômicas, menos poluentes e com menor impacto ambiental; • Busca de qualidade ambiental interna e externa; • Redução do consumo energético priorizando a iluminação e ventilação natural e uso de fontes alternativas de aquecimento de água e geração de energia; • Redução do consumo de água através do uso de equipamentos com tecnologias de racionalização da água, sistema de reuso, captação e aproveitamento das águas pluviais; • Promoção da reciclagem, reutilização e redução dos resíduos sólidos; • Utilização de materiais certificados e renováveis, verificando processos de extração da matéria prima, beneficiamento, produção, armazenamento, transporte e condições dos trabalhadores; • Inovação e criação de novas técnicas e elementos projetuais.
rev/gbc/br
anuário GBC 2016
revistagbcbrasil.com.br
jul/16
51
anuário GBC 2016
A
crise financeira pela qual o país está atravessando, tem gerado conturbações em todos os setores. O setor imobiliário é um deles. Contudo, na contramão da crise, o avanço da sustentabilidade na construção civil vive em constante crescimento. O intenso investimento de capital externo que o país adquiriu anteriormente à eclosão da crise, ocasionou condições favoráveis para este crescimento. Outros fatores que também impulsionaram o mercado foram o fortalecimento das certificações ambientais, principalmente a Certificação Internacional LEED e a conscientização dos Incorporadores, consultores, construtores e até mesmo os ocupantes de edifícios. Um dos aspectos mais importantes da sustentabilidade numa edificação é a eficiência energética e o uso racional de recursos naturais. De acordo com João Vieira, gerente Sênior de Construção e Susten-
tabilidade da administradora Cushman&Wakefield, os principais diferencias de um edifício sustentável são o menor consumo energético, quando comparado a um edifício que não levou essa preocupação em consideração, e a diminuição do consumo de água, por meio de estratégias de reuso e equipamentos redutores de vazão. “Isso não apenas pelo benefício direto do proprietário e/ ou locatário, mas também pelo menor impacto ambiental gerado por ela, ideal de valor intangível e que vem paulatinamente crescendo em compromissos internacionais para o bem do planeta”, declara.
Vantagens da sustentável
M
construção
1. O projeto já nasce concebido com equipamentos e sistemas mais eficientes e modernos, trazendo economias nos consumos de água e de energia elétrica; 2. No empreendimento sustentável tudo é pensado antes, sem improvisos e adaptações; ao contrário do convencional, em que as adaptações podem custar mais caro, o que às vezes acaba inviabilizando o projeto; 3. O custo operacional também é menor nos edifícios sustentáveis, uma vez que os sistemas e equipamentos são “inteligentes” e não requerem muita mão de obra para operá-los; 4. Controle efetivo dos consumos gerenciando em tempo real e intervindo rapidamente caso ocorra um desvio do programado; 5. Com um custo operacional melhor, valor da taxa de condomínio, o edifício será mais competitivo no mercado de locação revertendo a redução para o usuário ou para o proprietário.
D A
Por Evaldo Pisani, gerente técnico da área de Gerenciamento de Propriedades da JLL
52
jul/16
rev/gbc/br
anuário GBC 2016
Desafios
Economia
Um dos grandes desafios para manter a sustentabilidade nos edifícios é garantir que a operação seja feita de forma adequada. Uma gestão atuante, o desenvolvimento de processos e procedimentos operacionais, além da mão de obra especializada são a garantia de que os sistemas funcionarão de acordo com o programado para trazer as economias desejadas. Para assegurar tal demanda, é necessário pensar também no desenvolvimento do projeto ou na entrega da obra. Para João Vieira, “uma operação inade-
Segundo Evaldo Pisani, Gerente Técnico da área de Gerenciamento de Propriedades da JLL, investir na sustentabilidade dos imóveis representa diretamente uma redução de água, energia e de despesas de retrabalho e desperdício, podendo representar até um terço de uma obra com mal gerenciamento. “As empresas de manutenção estão se aprimorando cada vez mais em relação às novas tecnologias disponíveis no mercado, sem esse aprimoramento
preendimento sustentável. Para o gerente técnico, um edifício com características sustentáveis, se bem operado, pode economizar cerca de 20% a 30% em relação a um edifício, também sustentável, porém que não possui mão de obra especializada para este edifício, e, 40% a 60%, se comparado com um edifício convencional. Segundo artigo publicado no New York Real Estate Journal, edifícios certificados LEED custam apenas 1 % a 7% a mais do que o tradicional. Outro fator a favor da sustentabilidade é que existe uma perda de 20% e 25% de todo o material que é utilizado na obra
MINIS quada pode ter duas razões principais: ou foi mal orientada ou está orientada, porém, com problemas que partiram da concepção do projeto”. O trabalho de minimizar e antecipar esses conflitos de conceitos pode se dar por consultorias em sustentabilidade que agreguem durante a fase de projeto e entregas de obras organizadas e bem transacionadas, nas quais fornecedores e agentes comissionadores informem e formem as equipes de operações.
revistagbcbrasil.com.br
não é possível operar os equipamentos de forma a garantir os resultados esperados”, assegura. Ou seja, embora ouve-se muito que um edifício sustentável é mais caro, há inúmeras soluções solidificadas que não necessitam de muito capital. Nos empreendimentos administrados pela JLL, é possível observar uma preferência de empresas multinacionais por edifícios verdes, pois entendem o retorno que isso traz, além da visibilidade que a empresa possuirá ao se instalar num em-
convencional. Ou seja, cerca de 1/4 de tudo que está sendo construído é jogado no lixo. Logo, é necessário fazer uso de materiais que possam ser reutilizados e adotar sistemas avançados de gestão de resíduos em canteiro. A economia é garantida.
jul/16
53
anuário GBC 2016
Usuários Um Edifício sustentável possibilita uma “potencialidade” de redução do impacto ambiental, quando está alinhado com a educação dos usuários do empreendimento. A qualidade do edifício não está ligada somente à aplicação de soluções de alta tecnologia, e sim a um projeto arquitetônico adequado e a uma operação consciente, que resulte em alta performance ambiental e uma economia significativa de energia e água durante a execução. Já a qualidade ambiental das práticas provém da forma como os usuários se relacionam com o imóvel, uma vez que é ele o responsável pelos impactos ambientais decorrentes de sua permanência e convivência no local. “Certamente, a participação do ocupante é muito importante, pois são das ações deles
Case Centro Administrativo Rio Negro (CARN) Com 125 mil m² de área construída, o Centro Administrativo Rio Negro (CARN), administrado pela JLL é composto de três torres de escritórios, dentre eles a sede do GBC Brasil, além de um edifício-garagem e lojas no térreo, que formam um boulevard. Um dos principais objetivos das atividades de Gerenciamento de Propriedades é obter sempre a máxima valorização do empreendimento, reduzindo os custos operacionais e garantindo que o ativo seja sempre rentável para o investidor, além de garantir conforto e segurança aos condôminos. Para isso, foram identificadas algumas atitudes.
que teremos maior ou menor consumo de água, energia elétrica, papel, uso do ar condicionado entre outras. Mas ainda existem ocupantes que utilizam todo o espaço possível não observando, por exemplo, a taxa de ocupação de 7 m²/pessoa, média utilizada como base de ocupação numa laje corporativa, trazendo, com isso, transtornos no uso dos elevadores, além do sistema de ar condicionado que não atenderá a carga térmica projetada para o ambiente, consequentemente aumentando o consumo de água e de energia elétrica”, ressalta Evaldo Pisani. Produzir com qualidade e desenvolver políticas avançadas de relacionamento com os funcionários é fundamental e também não tem nenhum custo adicional.
Terreno sustentável • Controle de pestes e erosão em áreas externas • Utilização de cortador de grama elétrico • Fomentar a utilização de transporte alternativo por meio da instalação de bicicletário e vestuário • Utilização de Produtos Biodegradáveis de Limpeza • Proximidade aos serviços básicos e acessos Materiais e recursos • Gestão de recursos sólidos – coleta seletiva • Destinação correta de pilhas, baterias e toners • Destinação correta de bitucas de cigarro • Destinação correta de lâmpadas e reatores;
R R TA 2012 © Victor Dragonetti
Qualidade do ambiente interno • Controle de fontes poluidoras no ambiente interno • Controle do volume de ar insuflado nos ambientes • Controle de fumaça de tabaco
54
jul/16
rev/gbc/br
anuário GBC 2016
Economias no CARN Uso racional da água • Regulagem de torneiras e descargas sanitárias: redução que variou entre as três torres de 16% a 47% sendo a média na ordem de 28,42% de redução no consumo do condomínio. Economia gerada: R$98.327,00/ ano • Eficiência no Uso de Água para Paisagismo e torres de resfriamento de ar condicionado: economia de R$ 46.822,00/ano • Válvulas Dual Flush, arejadores, mictórios secos: economia de R$17.454,00/ano Eficiência Energética • Fechamento do estacionamento nos fins de semana e dias com pouco movimento: economia de R$ 21.733,00/ano • Instalação de banco de capacitores: economia de R$23.136,00/ano • Medição nível de CO e redução do tempo operacional dos exaustores: economia de R$4.861,82/ano • Substituição das lâmpadas fluorescentes por led nos halls dos elevadores: economia de R$3.372,00/ano • Modo de Operação no Horário de Ponta: economia de R$7.954,00/ano • Limpeza química dos chillers: economia de R$23.745,00/ano • Parametrização FanCoils de Alvenaria: economia de R$17.066,00/ano • Desligamento Iluminação de Fachada: economia de R$18.965,23/ano • Desligamento parcial iluminação dos halls elevadores: economia de R$23.921,00/ano • Utilização de energia renovável nas tomadas elétricas, energia eólica e placa de captação solar: economia de R$ 898,00/ ano
revistagbcbrasil.com.br
TOTAL DE ECONOMIA ANUAL COM AS AÇÕES IMPLANTADAS EM 2011: R$ 308.255,05/ano Se atualizarmos o valor acima para os dias de hoje teremos: R$ 431.856,00/ano. Para muitos edifícios seria o valor suficiente para pagar as despesas de condomínio por um período de três meses.
Em 2011, os edifícios Padauari e Demini, que compõem o CARN, conquistaram a certificação LEED® for ExistingBuildings: Operation & Maintenance (EB:O&M), na categoria Silver, versão 3.0, Multiple Buildings. As duas edificações deram entrada novamente, em março de 2016, na Certificação LEED EB O&M, de forma a garantir que a sua operação continue funcionando de forma satisfatória alcançando um alto nível de eficiência.
Case Edifício CYK O edifício CYK foi o primeiro edifício comercial certificado LEED EB O&M do Brasil, em maio de 2011. Em 2014 passou por uma recertificação e obteve o nível Gold. O edifício, concluído em 2003, possui 24 pavimentos distribuídos em uma área construída de 42.700m². Entre várias ações voltadas a sustentabilidade, podemos destacar a instalação de válvulas de duplo acionamento de 3 e 6 litros nos assentos sanitários e arejadores nas torneiras de todo o edifício em Agosto de 2014. "Tínhamos um consumo mensal médio de água por volta de 2000 m³ e com a instalação dos mesmos reduzimos o consumo pela metade (1.000m³). Isso possibilitou uma economia mensal de R$ 25.000", conclui Ivan Nolla, Gerente de Operações do CYK, CBRE.
captação de água de chuva abastecido por energia fotovoltáica; • Utilização de mictório a seco (Vestiário masculino piso TS); • Utilização de Bikers (courriers de bicicleta) em substituição aos motoboys - redução de emissão de carbono na atmosfera; • Reciclagem de materiais - inclusive de carpetes e bitucas de cigarro (para carvão mineral); • Instalação de películas nos vidros para a redução de calor, diminuindo o consumo de energia elétrica do sistema de ar condicionado; • Instalação de inversores de frequência - redução consumo energia elétrica.
Outras ações que merecem destaque: • Substituição por lâmpadas LED nas áreas comuns e estacionamento - Redução 20% consumo energia elétrica (R$ 25.000 mensais); • Utilização de produtos de limpeza ecoeficientes; • Utilização de equipamentos “verdes” – Baixo consumo de energia, baixo ruído; • Instalação do Bicicletário Redução de veículos, redução de Gás Carbônico; • Vagas verdes - Destinadas a veículos híbridos; • Vaga para abastecimento de carro elétrico; • Elevadores regenerativos de energia elétrica; • Compostagem de restos de alimentos e folhas para utilização de adubo no jardim; • Irrigação com utilização de
jul/16
55
anuário GBC 2016
DESEMPENHO LEED Uma Análise Comparativa do desempenho de mercado dos empreendimentos comerciais certificados LEED e não certificados em São Paulo e no Rio de Janeiro
C R E M Estoque
Comparando as regiões pesquisadas no Rio de Janeiro, os estoques dos empreendimentos corporativos certificados encontram-se em maior volume na região Centro (295 mil m²), seguido da Orla (51,5 mil m²) e Barra da Tijuca (27,8 mil m²). A região Centro também abriga o maior volume de empreendimentos que passaram pelo processo de retrofit, valorizando os empreendimentos nesta região. Para as regiões pesquisadas em São Paulo, notamos que a Berrini abriga o maior volume de empreendimentos certificados (495 mil m²) seguida das regiões Vila Olímpia (291 mil m²) e a Faria Lima (254 mil m²). A maior proporção para o estoque certificado, porém, em comparação ao estoque total fica por conta da Berrini (52,2%) e Faria Lima (50,6%).
Estudo comparativo feito com base nos dados do Geoimóvel, dos mercados corporativos do Rio de Janeiro e São Paulo, teve por premissa a comparação do comportamento de mercado dos ativos classificados como A e A+, que possuem equivalência aos empreendimentos com certificação LEED. Os números se referem ao 2º Trim/2016.
São Paulo % LEED
Rio de Janeiro % LEED
37%
24%
1.318.438 m2
385.262 m2
As regiões Berrini e Faria Lima já apresentam prevalência de imóveis certificados LEED sobre os imóveis de classe A e A+ convencionais.
Alphaville
56
jul/16
Fonte: Geoimóvel
Sobre o estudo
17%
10%
Barra
3%
33%
Centro
Jardins
27%
Barra Funda
Marginal
31%
Berrini
52%
13%
Orla
Vila Olímpia
37%
Faria Lima
50%
17%
Zona Sul
rev/gbc/br
O D A C anuário GBC 2016
Taxa de Vacância
Comparando os empreendimentos certificados e não-certificados no Rio de Janeiro percebemos que a taxa de vacância em média é 7% menor do que os empreendimentos não certificados. Já para São Paulo essa diferença sobe para 9,5%.
Valor de Mercado
Para o conjunto das regiões pesquisadas em geral quando os empreendimentos são certificados estes agregam valor ao investimentos, no Rio de Janeiro são em média R$28,9/m²/mês mais altos do que os empreendimentos não certificados quanto ao preço pedido de locação. Para São Paulo, os empreendimento certificados em média aumentam R$ 10,4/m²/mês no valor médio do preço pedido de locação. Valor de Locação (R$/m2/mês) - Rio de Janeiro
Região Barra Centro Orla Zona Sul (Média Rio)
Valores altos do m2 de locação podem explicar alta vacância na região da Orla
Taxa de Vacância - Rio de Janeiro 40% 30%
27%
24%
25%
20% 21%
20%
24%
17%
+24%up
8%
10%
Barra
Centro
Orla
Zona Sul
Valor de Locação (R$/m2/mês) - São Paulo
Edifício LEED Ed. Convencional
39%
30%
13%
18%
29%
25%
22% 15%
10%
Alphaville
Berrini
Faria Lima
Taxa de Vacância - São Paulo revistagbcbrasil.com.br
22% 10%
14%
Jardins
21% 12%
Marginal
Vila Olímpia
Fonte: Geoimóvel
40%
20%
LEED Conv. 100,00 85,30 109,80 104,06 206,73 115,75 170,00 165,83 146,63 117,74
Região Alphaville Berrini Faria Lima Jardins Marginal Vila Olímpia (Média SP)
LEED Conv. 66,23 54,05 104,97 98,18 167,11 119,12 +40%up 100,00 120,00 81,66 68,40 107,12 107,39 104,52 94,52 +10%up
jul/16
57
anuário GBC 2016
Custo do Condomínio Quando comparamos o custo do condomínio notamos que no Rio de Janeiro os edifícios certificados chegam em média a R$ 25,6/m²/mês e os empreendimentos não certificados em R$ 26,7/m²/mês. Para os empreendimentos pesquisados em São Paulo, os edifícios certificados apresentam valor médio de R$ 19,03/m²/mês e aqueles não certificados um valor médio de R$18,3/m²/mês. De uma forma geral, a amostra sugeriu um aumento de R$ 0,74/m²/mês para os empreendimentos pesquisados em São Paulo e uma queda de R$ 0,81/m²/mês no custo médio do condomínio para os edifícios certificados.
Valores de Condomínio (intervalos e máximos) em R$/m2 - São Paulo 40,00
30,65 32,22
30,00 20,00
18,72 12,81
37,20 35,00
22,08
29,00 27,00 30,90 22,80
20,92
16,00
12,00
10,00
Alphaville Barra Funda
Berrini
Faria Lima
25,70
+12%up
15,00
Jardins
Marginal
Vila Olímpia
Média SP
D E E L Edifício LEED Ed. Convencional
38,53
40,00
29,93
30,00 20,00
53,00
32,00 32,38
35,00
+68%up
37,48
31,50
29,85
17,00
+25%up
Na amostragem bairro a bairro, os valores máximos de condomínio são, na sua grande maioria, sempre menores nos Edifícios LEED.
10,00
Barra
Centro
Orla
Zona Sul
Média Rio
Valores de Condomínio (intervalos e máximos) em R$/m2 Rio de Janeiro
Fonte: Geoimóvel
58
jul/16
rev/gbc/br
anuário GBC 2016
A Hitachi Ar Condicionado do Brasil possui uma linha de produtos completa, atende ambientes residenciais, comerciais e industriais, com foco na eficiência e na economia de energia. Todos os seus produtos são compatíveis com fluidos refrigerantes amigáveis. Como prova de sua preocupação com as questões ambientais, a Hitachi oferece ao mercado equipamentos sustentáveis com a mais alta tecnologia que contribuem para a certificação de sustentabilidade de construção civil, LEED (Leadership in Energy and Environmental Design).
Acesse: www.jci-hitachi.com e www.hitachiapb.com.br
revistagbcbrasil.com.br
jul/16
59
anuário GBC 2016
GREENPEOPLE
Treinamento in Company LEED NC, Uni Construtora, Minas Gerais
1° Treinamento LEED na América Latina inclusivo para surdos
Plano de segurança da água na Vila dos Atletas, Marcos Bensoussan - SETRI
II Forum Internacional de Cidades Sustentáveis: Manoel Gameiro (Presidente do GBC Brasil), Cristina Gamboa (Diretora do GBC Colômbia), Luis Jinwoong Kim. (Samsung da Coreia), Eduardo G. Veja (System Engineering Leader da Samsung America Latina)
America Regional Networking Event, durante evento no Panamá
Treinamento LEED GA na sede da Dow Chemical Company, Certificada LEED CS e CI Gold
America's Regional Networking Event, durante evento no Panamá
60
jul/16
rev/gbc/br
anuário GBC 2016
Treinamento LEED NC na LG
Treinamento Paisagismo Sustentável e Técnicas Construtivas para Telhados e Paredes Verdes
Treinamento LEED NC no SINDUSCON
III Forum Internacional de Cidades Sustentáveis: Da esq. p/ dir.: Roberto Forte (Diretor GBC Panamá), Felipe Faria (GBC Brasil), Todd Jarvis (Vp Mundial de sustentabilidade da Shaw Contract) e Luciano Bonini (diretor de marketing América Latina)
Visita Técnica Dow dias 15 e 16/06
III Forum Internacional e Expo de Cidades Sustentáveis - Panamá - Pessoal Samsung
revistagbcbrasil.com.br
jul/16
61
CONSTRUINDO
HISTÓRIA
Fundadora & Primeira Presidente do Conselho do GBC Brasil
Como diplomata com uma paixão pelo meio ambiente, eu queria "salvar" e proteger a natureza, mas me dei conta de que os seres humanos são uma grande parte da natureza e um agente para o melhor ou para o pior. A fim de salvar o planeta, temos de acrescentar o fator humano e suas necessidades. Para fazer essa mudança, eu preciso primeiro, mudar a mim mesmo. Não me concentrar apenas na minha vida, mas olhar para os outros que estão em grande necessidade. Eu quero fazer do mundo um lugar melhor. Para construir um futuro sustentável para todos. Ninguém me pediu para tomar esse caminho e eu não sabia se seria bem recebida ou não, mas eu tinha que tentar. Eu comecei a ver o mundo como uma unidade inteira, incluindo as pessoas que não têm o suficiente ou precisam de mais
62
jul/16
ajuda, que estão em pior situação do que nós. A destruição da natureza causa pobreza, a pobreza causa violência e descontentamento. E pessoas descontentes provocam guerras e terrorismo. Como posso ajudar as pessoas a obter melhores condições de vida, uma vida melhor para si e para seus filhos, contudo, sem destruir o ambiente de que todos nós dependemos? A mudança climática é real para mim. Eu quero ajudar a mitiga-la, fazer essa mudança, mas como pode um simples indivíduo fazer uma mudança que é grande o suficiente para ter um impacto global? De acordo com as Nações Unidas, em 2025 a população mundial vai superar os 9 bilhões de indivíduos. Essas pessoas precisarão de habitação, escritórios, escolas, hospitais, alimentos e água. Além disso, os 7 bilhões existentes estarão consumindo mais conforme melhoram seu nível de vida. Não há experiência no passado histórico da humanidade que ofereça um guia sobre como lidar com essas novas exigências que, sem soluções inovadoras, podem causar danos irreversíveis para o nosso planeta e para a raça humana como um todo. O Painel de Mudanças Climáticas (IPCC) estimou que entre 1970-2007 a emissão de gases de efeito estufa aumentou em 70%.
Olhando para a causa da emissão de gases de efeito estufa, vejo que as duas maiores indústrias são: Primeiro, os veículos que utilizam combustíveis fósseis. E a segunda maior causa do aquecimento global é a construção e indústrias fornecedoras relacionadas a esse mercado. Os edifícios são responsáveis por 44,6% (ou 2.358 MMT CO2e*) das emissões de CO2 dos Estados Unidos de acordo com a US Energy Information. Eu conheço e admiro o fato de que a indústria automobilística brasileira está muito avançada. Ela é o líder mundial em tecnologia de biocombustíveis, de etanol a partir de cana-de-açúcar, a forma mais eficiente para produzir este combustível, de modo que havia pouco que eu poderia contribuir neste mercado. A indústria da construção, no entanto, mostrava um quadro muito diferente. Ela desperdiça 36% das suas próprias matérias-primas sem contar a forma insustentável de produzir os materiais utilizados. Custos de operação pós-obra podem ser facilmente reduzidos se os métodos de construção verdes são aplicados. Fiz várias viagens do meu próprio bolso para Washington DC para conhecer uma pequena, mas crescente organização, o USGBC desde 2002. Lá eu apren-
di tudo o que podia, desde suas histórias de sucesso até seus erros. Eu cursei o programa LEED AP nos EUA depois de receber o meu Mestrado de Ciência da Universidade de Pennsylvania, PA, EUA. Eu cheguei ao Brasil em fevereiro de 2005 e em junho, eu estava determinada a fazer essa mudança e para criar o GBC Brasil, mesmo que eu tivesse que fazer isso sozinha.
"Primeiro eles te ignoram, depois riem de você, então brigam com você, e então você vence" – Gandhi Mas como pode alguém como eu, que não era um construtor, incorporador, investidor, arquiteto, nem engenheiro, recém-chegada no país, não era um homem, nem um brasileiro para convencer uma indústria muito conservadora a seguir o caminho sustentável? Parecia uma tarefa impossível, um sonho. Como uma simples pessoa pode fazer essa grande mudança? Em 2005, o tema no Brasil foi a "responsabilidade social". A maioria das pessoas não participava ou sequer tinha ouvido falar de desenvolvimento sustentável e de que maneira podia estar relacionada com elas, e muito menos com o ambiente da construção. Foi graças à Luciana Rossi, então presidente da Wharton
rev/gbc/br
CONSTRUINDO
HISTÓRIA
"Você deve ser a mudança que você quer ver no mundo .... ... Como seres humanos, nossa grandeza não está tanto em sermos capazes de refazer o mundo quanto em sermos capazes de refazer a nós mesmos. " Mahatma Gandhi
Alumni Club, da Universidade da Pensilvânia, onde me formei, que eu tive a oportunidade de encontrar-me com um construtor. Para mim, a sustentabilidade significa a forma de aumentar os lucros, melhorando a vida das pessoas e do meio ambiente. Este construtor ponderou depois ouviu pacientemente os meus argumentos sobre edifícios verdes e seus benefícios. Então ele perguntou: "onde está o lucro neste negócio?" Ele continuou fazendo-me muitas perguntas difíceis. Percebi então que eu ainda estava longe de estar bem preparada para falar com esses empresários renomados. Eu tive que voltar e fazer mais pesquisa e me preparar melhor para enfrentá-los se eu quisesse fazer a mudança. Visitei os bancos para apresentar a eles por que eles deveriam investir em edifícios verdes. Um banco, liderado pelo Sr. Fabio Barbosa estava muito interessado e disse-lhe que este era o novo produto que estavam procurando! A partir deste momento, ao ganhar mais conhecimento sobre a indústria e como configurar uma ONG, eu marquei uma reunião com o Governador Dr. Geraldo Alckmin, que me apresentou ao Professor José Goldemberg, então Secretário de Meio Ambiente do Estado de São Paulo e Herói do Meio Ambiente, de acordo com a Revista Time. Eu tinha até então desenvol-
revistagbcbrasil.com.br
vido uma apresentação e mostrei-lhes. O Dr. Goldemberg ficou muito impressionado e ambos ofereceram-se para apoiar esta mudança, pois o Governador disse que estava preocupado com o ritmo do rápido crescimento da cidade e previa possível escassez de água e energia elétrica. Mostrei-lhes que, adequadamente construídos e operados, os edifícios verdes podem reduzir o uso de água em até 50% o uso e eletricidade em 40%. Eu pesquisei para descobrir como dar o passo mais importante neste "desenvolvimento de novos negócios". Busquei a Câmara Americana de Comércio (AMCHAM) como um modelo, uma vez que, ao longo do tempo, eles se tornaram uma entidade muito importante e bem sucedida. Olhei para o USGBC e fiz alterações em suas políticas e estruturas de negócios e como eles aprenderam a crescer com sucesso enfrentando os erros iniciais através de estratégias de marca. A escolha do sistema "certo" de classificação era uma tarefa muito difícil, pois havia muitas opções. Considerando a proximidade das Américas, e o volume de investimentos que vinha dos Estados Unidos em comparação com o resto do mundo, ficou claro que só o LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) seria a escolha certa. Além disso, as principais multinacionais, em especial
nos EUA, estavam se movendo em direção à sustentabilidade. Em 27 de março de 2007, eu convidei 31 empresas cujos CEOs eu nem sequer conhecia pessoalmente para a primeira apresentação sobre o que o GBC Brasil poderia fazer e por que seria importante para eles se tornarem membros. Perguntei ao José Moulin, um companheiro da Wharton Business School Alumnus e amigo leal do GBC Brasil, que vinha acompanhando meu progresso para me ajudar a fazer a apresentação em Português. Eu também fui homenageada pela presença do Professor Dr. José Goldemberg que veio a apoiar a minha ação no Grand Hyatt Hotel, onde a GM ofereceu-me uma sala de conferências gratuitamente (com chá e café!). Nesse mesmo dia, todos as 30 empresas convidadas (Diretores, CEOs, Sócios proprietários) levantaram-se, incluindo o primeiro construtor a quem fui ver, unidos a tornarem-se membros fundadores do Green Building Council Brasil, dando-nos os primeiros fundos para contratar uma equipe de 3 pessoas, montar um escritório, e começar a missão de mudar o mundo. Então, nós agora tínhamos uma visão, um plano de negócios e financiamento. Levamo-na ao próximo nível - uma organização de sucesso, orientada para os re-
sultados que agregam valor aos seus membros. Isso só foi possível graças ao trabalho dedicado e apoio dos funcionários do GBC Brasil, os membros do Conselho, os membros da entidade e muitos novos amigos que encontramos ao longo do caminho. Juntos como uma equipe, podemos alcançar o sonho - para mudar o mundo e construir um futuro sustentável para todos.
*Nota do Editor: As emissões de gases de efeito estufa são normalmente expressas em toneladas métricas (MT), uma unidade internacional de medida equivalente a aproximadamente 2.200 libras. Para representar o que significa isso em termos de uma região ou um país, a medida passa a ser MMT (milhões de toneladas métricas).
jul/16
63
anuário GBC 2016
ECOARK
A revolução da construção sustentável Edifício construído com garrafas PET projetado para ser a construção mais sustentável do mundo recebe a certificação LEED Platinum e se torna um legado para a cidade de Taipei, em Taiwan, e um marco na história da construção sustentável
64
jul/16
rev/gbc/br
anuário GBC 2016
O
processo de reciclagem é, aparentemente, algo simples em termos de processo e logística. Na construção civil, o mais comum é que este processo ocorra após a entrega da obra com os projetos de gestão de resíduos e reciclagem realizados pelos moradores e responsáveis por condomínios. Mas, a criatividade de profissionais de arquitetura e engenharia civil de Taiwan foi além de todas as expectativas. A espetacular construção de um Pavilhão EcoARK na cidade de Taipei, em Twain foi palco de um dos mais ousados projetos sustentáveis desenvolvidos no mundo, onde, neste palco de ousadia, a garrafa PET foi a protagonista que traduziram lixo em riqueza, beleza e sustentabilidade. O pavilhão, que possui 2.186 metros quadrados, foi desenvolvido a partir do conceito dos 3Rs, Reduzir, Reciclar e Reutilizar. Tais diretrizes direcionaram o projeto e obra do empreendimento, entregue em 2010, que foi construído para ser palco para uma exposição internacional de jardinagem. Trata-se de uma construção inovadora com processos e técnicas experimentais que transformaram garrafas plásticas, arame e painéis de policarbonato em blocos para uma estrutura resistente capaz de suportar fenômenos naturais comuns na região, como, tufões, terremotos, chuvas fortes e até mesmo o incêndio, além de agregar a sustentabilidade de forma global no edifício, o que garantiu ao edifício o mais alto nível de uma das mais importantes certificações ambientais do mundo, o selo LEED Paltinum (Leadership in Energy and Enviromental Design), concedido pelo Green Business Certification Inc. .
revistagbcbrasil.com.br
“ESTE PROJETO MOSTRA PARA O MUNDO, CONSUMIDORES, CONSTRUTORES, ARQUITETOS E GOVERNOS QUE A TECNOLOGIA VERDE NÃO SIGNIFICA GASTAR MAIS, TER MAIS IMPACTO, GERAR MAIS TECNOLOGIA, MAS SIM UM NOVO OLHAR COM CRIATIVIDADE PARA O QUE VOCÊ TEM E, ASSIM, CRIAR UMA CULTURA DE FAZER MAIS COM MENOS” Arthur Huang, CEO e fundador da Miniwiz
O projeto arquitetônico assinado por Arthur Huang, CEO e fundador da Miniwiz – Sustainable Energy Development, possui 28 metros de altura e tem metade do peso de uma construção convencional, o que mostra que tamanho e quantidade de estrutura não quer dizer fragilidade na edificação. O edifício é composto por uma estrutura de aço onde serão instalados os painéis feitos de garrafas plásticas, e foi desenvolvido para ser integralmente desmontável. Cada metro quadrado construído pesa pouco mais de 70 kg incluindo o aço, cerca de metade do peso de um prédio convencional. As 90 mil toneladas de garrafas plásticas recicláveis são recolhidas todos os anos em Taiwan serviram de matéria-prima para a produção de mais de 1,5 milhões de garrafas PETs, desenvolvidas cuidadosamente dentro de parâmetros específicos, chamadas de POLLIBRICK, que permitiu um encaixe perfeito sem a necessidade de fixadores, contribuindo montar os painéis de 3,2 metros quadrados que serão utilizado para o preenchimento da cobertura de aço do edifício. Cada painel pesa
18 kg e se encaixam uns aos outros para formação da parede do EcoARK.“Utilizamos resíduos de embalagens do nosso consumo, o que já garantiu uma pegada de carbono mais baixa. Transformamos o material mecanicamente (sem adição de produtos químicos), um material único (que pode ser re-reciclado após seu ciclo de vida), além de não utilizar cola (que permite a desmontagem após a vida útil do edifício). Conscientizamos o público para coletar o material de construção a partir de seus resíduos de consumo. Este é um circuito fechado que nos dá a chance de reduzir a pegada de carbono e preservar o meio ambiente”, explica o CEO da MINIWIZ. A utilização predominante de garrafas plásticas foi um desafio que necessitou de muito planejamento. Garrafas plásticas convencionais não foram utilizadas em sua forma regular por serem muito flexíveis, além de não possui uma estrutura uniforme. Arthur Huang explica que, a MINIWIZ desenvolveu novos métodos de produção e novos equipamentos para integrar o material reciclado em um sis-
jul/16
65
anuário GBC 2016
tema de produção existente. “O primeiro desafio foi encontrar uma maneira de reforçar o material a nível molecular ou através de processo de reprodução. A estratégia foi reforçá-lo sem adição de um novo produto químico. É um edifício com superfícies grandes e essa fragilidade molecular pode se compensada um projeto mecânico reforçado. Outro desafio foi a produção escalável de um edifício a nível industrial. O EcoARK, por exemplo, possui 130 metros de comprimento e 9 pisos de altura, e a produção da parede de cortina requereu equipamento de fabricação em massa e um processo industrializado”, afirma. A garrafa lisa foi reformada em um formato mais resistente e prático de modo que se encaixem como uma colmeia, uma das estruturas mais leves e resistentes do mundo, trazendo assim mais uma inspiração da natureza para esta ousada construção. Esta estrutura foi utilizada como padrão para formação dos blocos básico da construção, fazendo nascer a ideia do POLLIBRICK. A etapa de desenvolvimento deste novo tijolo feito de plástico foi um grande desafio no que tange à definição de moldes e temperatura adequados que proporcionasse resistência suficiente para suportar ambientes rigorosos. Foi necessária a utilização de uma maquina com molde sob medida para colocar o plástico derretido. 480 mil POLLIBRICKs foram necessários para a cobertura completa do Pavilhão EcoARK. Para atestar a resistência dos módulos, foram realizados diversos testes reproduziam efeitos de chuva, ventos fortes e fogo. Os painéis são sustentados pelo lado exterior através de chapas de policarbonato resistente em complementação à estrutura de arame interior. Os painéis de policarbonato tem uma resistência de 400 kg por metro quadrado. Para garantir a resistência ao fogo, foi necessário aplicar substrato de polímero de PVC resistente e a prova de risco que resistem a chamas e ao derretimento.
66
jul/16
“Fomos muito além do padrão existente dos edifícios verdes. Nos baseamos na Norma ISO 14001 e implementamos a análise GaBi (sistema para avaliação do Ciclo de Vida) no EcoARK. O cálculo abrange uma medida meticulosa a partir da pegada de carbono na produção, potencial de acidificação do ar e da água, bem como todo o caminho da construção e seus impactos operacionais ao ambiente. Os benefícios do método de construção EcoARK vão além de qualquer coisa que tenhamos visto antes”, salienta Arthur Huang.
Arquitetura A arquitetura ousada e imponente do EcoARK possui uma forma curva e complexa, apesar de ter sido desenvolvido através de uma técnica simples de construção chamada de sistema muro cortina. A camada exterior dos painéis de POLLIBRICKs é aparafusada e soldada à estrutura de aço que sustenta o edifício. O custo para a produção de cada painel é de $250 dólares por metro quadrado, metade do custo de um prédio convencional de vidro concreto e aço. Desafio importante de sustentabilidade é o fato de o todo edifício ser literalmente reciclável. É possível transportar o edifício inteiro por metro quadrado, peça a peça ao mesmo tempo. A viga interna e as colunas são amarradas, isso significa que elas podem ser desmontadas.
rev/gbc/br
anuário GBC 2016
Energia 100% renovável e conforto ambiental proveniente dos ventos O edifício conta com sistema de iluminação automono, além de não possuir sistema de ar condicionado para refrigeração do espaço. A camada protetora de POLLIBRICK oferece grande parte da solução para questões de conforto térmico. Os tijolos de plástico possuem ar preso contribuindo para uma ação de isolamento térmico, que segura o calor exterior e mantém o ar fresco no interior. Além disso, o material translúcido permite a entrada de luz natural, reduzindo a necessidade de iluminação artificial. A disposição do edifício foi pensada para aproveitar o máximo do fluxo de vento possível. Com a face do edifício voltada para nordeste e com altura acima da linha das árvores do local foi possível canalizar a corrente dos ventos para o vão elevado do EcoARK. Todo este recurso agregado a uma queda d’água de 26 metros de altura garante ventilação natural no interior do Pavilhão. A energia utilizada no EcoARK é 100% renovável. O telhado, que foi projetado para captar o máximo de luz solar, é coberto por uma camada de módulos fotovoltaicos capaz de gerar toda energia consumida pelo edifício, que também conta com 40 mil Leds instaladas no interior de cada um dos tijolos de plástico que absorvem a energia gerada durante o dia e convertem em iluminação completa do edifício durante a noite. Estratégias para captação de água da chuva também foram incorporadas ao empreendimento, contribuindo assim para o resfriamento das placas solares. De acordo com Arthur Huang, a indústria da construção é uma das que possui mais alta pegada de carbono no mundo, por isso é essencial pensar maneiras melhores para preservar o planeta através de sistemas mais eficientes para ar condicionado, sensores, painéis solares, entre outros. Para ele, o EcoARK é um modelo de empreendimento sustentável que ultrapassa fronteiras. “Este projeto mostra para o mundo, consumidores, construtores, arquitetos e governos que a tecnologia verde não significa gastar mais, ter mais impacto, gerar mais tecnologia, mas sim um novo olhar com criatividade para o que você tem e, assim, criar uma cultura de fazer mais com menos”, conclui
revistagbcbrasil.com.br
jul/16
67
v20.com.br
anuário GBC 2016
Partage empreendimentos e participações: Totaliza mais de 200.000 m². Edifícios comerciais de alto padrão e empreendimentos “Triple A”. Situados nos principais endereços de São Paulo.
(11) 3824-0011 68
jul/16
Avenida Brigadeiro Faria Lima, 2277 20º Andar São Paulo, SP
rev/gbc/br
anuário GBC 2016 v20.com.br
O SUCESSO DE SEU NEGÓCIO ESTÁ COM QUEM ENTENDE OS BRASILEIROS DE NORTE A SUL A Partage é uma empresa patrimonialista que tem o compromisso de transformar cidades e pessoas nas regiões onde atua. Atualmente, possui 7 shoppings em operação pelo país e 2 novos em fase de planejamento, totalizando 290.000 m² de ABL em seu portfólio.
PARAUAPEBAS (PA)
MOSSORÓ (RN)
NATAL (RN)
CAMPINA GRANDE (PB)
DIVINÓPOLIS (MG) (Implantação)
BETIM (MG)
SÃO GONÇALO (RJ)
RIO GRANDE (RS)
revistagbcbrasil.com.br
www.partageshopping.com.br
jul/16
69
anuário GBC 2016
70
jul/16
Segundo Alexandre Tavares, do Secovi-Rio, uma das soluções para mudança o crescimento em grande escala nas construções brasileiras é o entendimento e preocupação dessas questões por parte das entidades públicas, assim como já é realizado há muitos anos em outros países, dar atenção e se colocar de forma responsável quando se trata de promover a sustentabilidade social, ambiental e, principalmente, financeira. “Países como, por exemplo, Estados Unidos ou da Europa entendem que têm uma responsabilidade com o meio ambiente. Vemos lá fora facilidades de incentivos e investimentos através de instituições financeiras que oferecem linhas de créditos específicas pra determinado tipo de produto ou solução. Prefeitura e órgãos públicos que oferecem incentivos de taxas e impostos para edifícios que tenham soluções sustentáveis somado a uma maior facilidade de financiamento. Então, se pensarmos em um fator cultural, bem como nos incentivos financeiros a gente tem um diferença em re-
lação aos outros países que a gente tem que correr atrás. É importante que a gente se espelhe”, afirma. Exemplo interessante da preocupação e responsabilidade socioambiental no Brasil é o trabalho que vem sendo feito na cidade de Bauru, interior do Estado de São Paulo. Segundo o prefeito da cidade Rodrigo Agostinho, há um processo de revisão de toda legislação urbanística da cidade, cujo objetivo é incentivar boas praticas sustentáveis e, em algumas situações, até mesmo exigir que essas práticas aconteçam. Algumas medidas adotadas para garantir essas boas práticas estão: arborização urbana; coleta seletiva nos condomínios da cidade, incentivo à permeabilidade do solo; aproveitamento de água de chuva, energia solar e calor para fins de aquecimento; luminosidade natural; além da utilização de materiais que podem ser facilmente reciclados. Para Rodrigo Agostinho, a sustentabilidade tem tudo para se tornar uma realidade na construção civil.
Rodrigo Agostinho
Divulgação Secovi-Rio
M
uitos países já entendem a importância de investir e fomentar a sustentabilidade através de políticas públicas. Incentivos financeiros, redução ou isenção de impostos, linhas de créditos a específicos com taxas coerentes para projetos sustentáveis são alguns dos exemplos básicos que as entidades governamentais podem proporcionar para a sociedade como um todo. No Brasil, esta demanda de incentivos para construção sustentável ainda é feita de forma muito tímida. Apesar de o país se encontrar em 4º lugar no ranking dos países com maior número de certificações LEED - crescimento este que se deve, quase que exclusivamente, ao trabalho e investimento da iniciativa privada-, atualmente são poucas as políticas de incentivos consistentes, principalmente financeiros, que permitam proporcionar um avanço em grande escala.
© Maria José Meneses
A importância do envolvimento do setor público para o desenvolvimento em escala no setor da construção sustentável
Alexandre Tavares
rev/gbc/br
anuário GBC 2016
“Toda grande construção aqui na cidade é obrigada a fazer aproveitamento de água de chuva, estudos de impactos de vizinhança, todos os empreendimentos habitacionais de interesse social já estão saindo com aquecimento solar. Nós estamos fazendo uma série de exigências pra que a gente consiga viabilizar essas práticas na cidade”, afirma o prefeito de Bauru. Outro bom exemplo interessante na cidade é a exigência de um Plano de Gerenciamento de resíduos em todas as construções, que já reduziu significativamente a quantidade de resíduos gerados nessas obras e facilitou a implementação de mais
duas usinas de reciclagem de entulho na cidade. “Só isso já representa um combate a desperdício e as próprias empresas acabam entendendo que é dinheiro que elas simplesmente jogavam fora por desperdício desses materiais”, enfatiza. Segundo o prefeito de Bauru, o Brasil tem bons exemplos na área de certificação ambiental tanto na construção, como o LEED, quanto em outros setores como é o caso da certificação FSC para madeira, certificação de produtos orgânicos, certificação ambiental de produtos. “Essa transição, de um mundo que não é sustentável para um mundo mais sustentável, a certificação é um ingrediente
sensacional, e que tem um grande poder de transformação. As pessoas vão cada vez mais trabalhar para viabilizar esse tipo de certificação”, afirma. “Algumas cidades que temos observado com muita atenção é o caso, por exemplo, de Salvador, onde os prédios certificados têm, inclusive, incentivos fiscais. Estamos avaliando tudo que possamos adotar também em nossa cidade”, acrescenta. Rodrigo afirma que é preciso trabalhar para que essa transição aconteça de forma mais rápida possível, pois se consome os recursos do planeta em uma velocidade maior do que a natureza consegue repor.
Ele ainda acrescenta que é muito importante que as construções sejam sustentáveis durante todo o seu ciclo, desde a fase de produção até a fase de demolição, construções inteligentes que não tenham desperdício de água e de energia, que são dois recursos naturais importantíssimos dentro de todo o processo onde se discute essa agenda verde. “Nós estamos trabalhando isso desde 2009, uma série de medidas e agora o nosso código de obras na nova lei de zoneamento vão trabalhar muito esta questão de ter uma cidade sustentável e as construções nesta mesma linha”, diz.
Saiba mais: +55 (11) 3032-4148 ou 2532-7057
A Trasix atua junto a seus clientes realizando um Plano de Gerenciamento de Resíduos Orgânicos através de tecnologia inovadora.
As Composteiras Automáticas garantem pontos na certificação LEED para diversas tipologias de empreendimentos que possuem refeitórios e cozinhas.
Materiais e Recursos
Inovação e Processos
Dimensões avaliadas para garantir pontos.
C
M
Y
CM
MY
CY
CMY
K
COMPOSTAGEM ACELERADA DE RESÍDUOS ORGÂNICOS
trasixambiental
A Trasix gerencia todo o processo, desde a coleta seletiva, compostagem, utilização do adubo orgânico e redução da emissão de gases de efeito estufa, sempre buscando a melhoria contínua para garantir inovação no tratamento de resíduos.
comercial@trasix.com.br
www.trasix.com.br
anuário GBC 2016
Alguns exemplos de ações e incentivos internacionais De acordo com o site RENOWIKI, que divulga informações, indicadores e políticas públicas de países como, Suécia, Romênia, Itália, Croácia, entre tantos outros países da Europa, contabilizam ao todo 157 políticas de incentivos governamentais no âmbito econômico-financeiro, para diversas tipologias da construção. São incentivos que promovem o desenvolvimento sustentável, além de fomentar a geração de negócios da cadeia produtiva, empresas, proprietários residências, através de estratégias de incentivo de soluções de eficiência energética, geração de energia renovável, utilização de sistemas e produtos mais eficientes, além de subsídios pessoas que não possuem condições financeiras para incorporarem tais soluções em suas residências.
72
jul/16
EUR 60 milhões •Eficiência Energética para as residências •Comprovar 20% de economia de energia
Croácia: Programa REENOVA + Um exemplo interessante no âmbito residencial, por exemplo, é o programa REENOVA + , desenvolvido pelo Banco Europeu de Reconstrução e Desenvolvimento, aprovado em maio de 2016 na Croácia, cujo objetivo é o incremento de mais de 60 milhões de Euros para financiamento com foco em eficiência energética nas residências do país. Através de uma ferramenta tecnológica que seleciona soluções pré-aprovadas que comprovam pelo menos 20% de redução de energia, as famílias podem escolher soluções eficientes que se adéquam às suas necessidades e obter um empréstimo de até 50 mil Euros para implantação dessas soluções. Se tratando de unidades residenciais, o programa oferece assistên-
cia técnica gratuita aos proprietários dos imóveis visando orientar de maneira simples métodos de escolhas dos sistemas e produtos adequados às necessários. Algumas das soluções financiadas pelo programa são a instalação de janelas eficientes, isolamento das paredes, telhados e assoalhos, introdução de caldeiras eficientes, sistemas de aquecimento de água, bombas de calor, entre outras aplicações eficientes. Além do setor residencial, o setor de fabricantes, fornecedores, instaladores e varejistas que integram em suas atividades processos mais eficientes podem obter o empréstimo de até 5 milhões de Euros com o objetivo expandir suas operações e serviços.
rev/gbc/br
anuário GBC 2016
Contribuição de EUR 25 mil/hab ou EUR 350/m2 para intervenções que visem a melhoria dos edifícios visando economia e novas energias Cobre custos de instalação para: •Redução de CO2 •Economia de energia •Aumento de uso de energia renovável
Eslovênia: Eco Fundo (Fundo Ambiental Esloveno) O governo da Eslovênia também é grande incentivador de projetos sustentáveis. Como exemplo, a chamada pública 36SUB-SOCOB15, incentivo é oferecido pelo Eco Fundo (Fundo Público Ambiental Esloveno) que propõe medidas para redução de emissões de CO2, economia de energia e aumento no uso de energia renovável. A portaria que define a zona e classificação de áreas, aglomerações e sub-regiões de acordo com a poluição atmosférica da região. O incentivo tem como objetivo fornecer subsídios financeiros aos cidadãos sem condições financeiras para substituição de plantas de caldeiras antigas movidas a combustíveis por novas plantas biomassa e madeira em edifícios residenciais. Um dos pontos fortes deste projeto é que não há a necessidade de reembolso. Estão inseridos na proposta os municípios de Celje de Hrastnik, Kranj, de Ljubljana, Maribor , Murska Sobota, Novo Mesto, Trbovlje e Zagorje. O incentivo cobre até 100% dos custos para instalação das novas caldeiras.
revistagbcbrasil.com.br
Para ser elegíveis ao benefício é necessário: • Ser proprietário ou co-proprietário de imóvel em edifícios residenciais; • O edifício deve estar localizado em área que não possui condições para aquecimento com gás natural; • Um incentivo a ser concedido para a substituição da instalação de combustão que utilizam combustíveis sólidos novas instalações de combustão deve atender as características de calor técnico necessárias (algumas instalações de combustão devem cumprir apenas com as condições exigidas pelo mercado, para determinadas instalações de combustão são mais rigorosas); • A substituição da instalação de combustão deve ser iniciada apenas quando a concessão dos benefícios for autorizada pelo Fundo Eco. O Eco Fundo é uma entidade que visa promover o desenvolvimento de proteção ambiental, sendo a única instituição financeira da Eslovênia a subsidiar projetos ambientais com taxas de juros 15% mais baixas do que as instituições convencionais. Os investimentos do Eco Fundo surtem efeitos positivos em relação a desenvolvimento sustentável, uso estratégicos dos recursos, planejamento de construção de negócios.
Itália: Província Emília Romana – Programa de recuperação e racionalização de imóveis e habitação residencial pública A Província Emília Romana, na Itália, aprovou em julho de 2015 o Projeto de Lei que apresenta propostas de apoio para medidas de eficiência energética para habitações públicas residenciais. Com o objetivo de reduzir o custo de energia e aquecimento para os moradores de habitação social, a Província recebeu 35.173.991,11 de Euros que devem ser destinados à redução dos custos de fornecimento de energia para fins sociais, através de projetos integrados para promoção de eficiência energética, bem como utilização de fontes de energia renovável. O benefício consiste na contribuição máxima de EUR 25.000,00 por habitação ou EUR 350,00 por metro quadrado de área útil. Serão elegíveis para receber a contribuição detentores de propriedades públicas que se enquadrem nas seguintes categorias: edifícios de habitação pública; centros de reabilitação para os idosos e deficientes; lares de idosos; abrigos e casas de passagem; edifícios de habitação social detidos por autoridades locais.
O benefício é destinado para intervenções como: • Capacidade de construção de isolamento térmico de edifícios, tanto de estruturas de alvenaria dos acessórios. • Melhoria da eficácia das centrais térmicas, com a substituição dos geradores com nova, mais eficiente, e a adoção das válvulas termostáticas, contabilidade separada para acomodação. • Adoção de sistemas de ajuste automático da temperatura no interior da caixa em relação às mudanças de temperatura externa. • Adoção de novos sistemas de produção de energia térmica, que inclui o uso de sistemas que usam energia renovável como principal vetor (bombas de calor geotérmicas, elétrico pdc ar / água, pdc gás de ar / gás de água). • Utilização da energia solar para a produção de água quente para fins sanitários e / ou como um dispositivo suplementar para o sistema de aquecimento. • Uso de energia solar fotovoltaico para a produção de energia elétrica para a iluminação dos espaços comuns e operação dos sistemas de aquecimento.
jul/16
73
visão da américa
ENTREVISTA
Cristina Gamboa
Diretora Executiva Conselho Colombiano da Construção Sustentável (CCCS)
74
jul/16
Como está a expansão do movimento da construção verde na Colômbia? Quais são as principais ações e parcerias, há uma região ou cidade que mais se destaca? Crsitina Gamboa. Na Colômbia, há um mercado de soluções imobiliárias sustentáveis de tamanho e dinâmica importantes. Até o final de junho de 2016 a Colômbia conta com 253 projetos imobiliários sustentáveis que mobilizaram investimentos da ordem de US$ 6 bilhões ($ 18 bilhões de pesos). Este mercado verde é o quarto maior na região e também tem a participação de mais de 140 investidores. Os projetos estão localizados em 41 cidades e 19 departamentos. Neste inventário existem 76 edifícios certificados já em operação (6 Platinum, 35 Gold, 23 Silver, 12 Certified) com o selo de construção sustentável LEED, que tem uma ampla aceitação nos usos não-residenciais. Esta nova geração de edifícios sustentáveis, totaliza 1,2 milhão de metros quadrados e há 177 outros projetos imobiliários em processo de certificação, o que representa 3,8 milhões de metros quadrados adicionais, para um total de 5 milhões de metros quadrados. Entre janeiro e junho de 2016, houve um crescimento interessante dos projetos que buscaram a certificação LEED de construção sustentável, resultando num total de 43 novos projetos registrados em 2016 e totalizando 728.000 metros quadrados. Este nível de atividade representa um crescimento de 17% em relação ao mesmo período do ano anterior em termos de metragens e equivalem a 25% das licenças não-residenciais no mesmo período de 2015. Também registrou-se recentemente a primeira certificação de um projeto de habitação social com o selo HQE cujo incorporador (Prodesa) é um membro fundador do CCCS. Deve-se notar que pode haver empreendimentos imobiliários com indicadores de sustentabilidade comparáveis com a realização holística que envolve ferramentas como o LEED ou HQE. Mas até à data não conhece-
rev/gbc/br
visão da américa
mos seu tamanho e impacto pela falta de sistemas de pesquisa destas iniciativas. Com o crescimento desse mercado para a construção sustentável tem sido demonstrado que, graças aos projetos imobiliários que inspiram e incentivam o Conselho Colombiano da Construção Sustentável, é possível atingir elevados padrões de sustentabilidade no contexto nacional. Também se pode gerar projetos de melhor qualidade e maior valor para os incorporadores, construtores e usuários. Considerando os avanços das políticas públicas nacionais, de que maneira os governos estão trabalhando na direção de um crescimento verde? Você poderia trazer alguns exemplos de ações neste sentido? CG. Há vários progressos do governo colombiano para o desenvolvimento e regulamentação de novas leis nos últimos dois anos, tanto a nível nacional e local para a construção sustentável e como impulso para a realização de cidades mais sustentáveis. De um lado está a política de orientações de construção sustentável, o Decreto 1.285 de 2015, do Ministério da Habitação, Cidade e Território, e seu primeiro regulamento: a formulação das diretrizes para a economia de água e energia em novos edifícios, a Resolução 549 de 2015 . Além dessa importante novidade é relevante notar que também está havendo um importante avanço regulatório de incentivos na Lei 1.715 de 2014 para a energia renovável. E este ano vai continuar a implementação do Plano de Acão do Setor de Mitigação e Adaptação (PASm) para habitação e desenvolvimento territorial, em consonância com os compromissos assumidos pela Colômbia no Acordo de Paris (COP 21). Na verdade, no último dia 10 de julho entrou em vigor o "Guia para a Economia de Água e Energia" (Resolução 549/15 do Ministério da Habitação, Cidade e Território), que é obrigatório para as novas construções nas quatro maiores cidades do país, Bogotá, Medellín,
revistagbcbrasil.com.br
Cali e Barranquilla. Esta resolução estabelece percentagens de economia de água e energia que devem ser cumpridas por todos os projetos imobiliários que requeiram nova licença de construção a partir dessa data. No caso das habitações de interesse social e de prioridade os percentuais não são obrigatórios, mas indicativos e seu cumprimento é opcional. Há um grande interesse, a fim de atender aos novos regulamentos que promovam a eficiência energética e a economía de água em edifícios novos, promovendo as melhores práticas na concepção e construção, por parte de todos os profissionais da indústria. Mas também é evidente a enorme gama de habilidades entre os profissionais sobre como cumprir e há também certa confusão fruto da forma como o guia é apresentado. Todos aqueles que já trabalham em projetos imobiliários sustentáveis estão preparados, de fato todos os projetos certificados ou registrados no LEED, HQE ou Referencial CASA Colômbia vão atender tranquilamente aos padrões mínimos estabelecidos no Guia. Na opinião deste grupo de profissionais que já estão avançados em técnicas de projeto sustentável, ainda há uma série de oportunidades de melhoria na linha de base das regras e outras disposições da Resolução 549 de 2015. A sugestão do CCCS é focar na realização dos objetivos globais de desempenho mediante o Processo de Projeto Integrado (PPI) e modelagem de energia e consumo de água para abastecer o processo de design ideal. Assim, projetos que atendam objetivos mínimos de economia sugeridas pelo Guia e as expectativas de todas as partes envolvidas nas diferentes etapas do projeto, dentro de um modelo de orçamento competitivo serão alcançados. Até esta data, as cidades ainda estão pendentes na questão dos incentivos a essas melhores práticas e apoio ao processo de massificação. No artigo 10 da Resolução 549 de 2015 não especifica a concepção e implementação de incentivos à oferta e procura, e
deixa essa tarefa ao critério dos municípios e distritos. Não há tempo para preparação e aprovação. Na opinião do CCCS esses incentivos são essenciais para facilitar e acelerar a transição para edifícios novos, mais eficientes e evitar que quaisquer eventuais custos extras sejam repassados para o usuário final. No longo prazo, esperamos contar com uma legislação mais robusta que permita o desenvolvimento de projetos sustentáveis em escala urbana, tanto novos empreendimentos como em setores consolidados da cidade. Da mesma forma, uma indústria da construção especializada e familiarizada com o assunto, que não hesite em desenvolver projetos que incorporam as melhores práticas derivadas dos preceitos de sustentabilidade em seus projetos e construções O Conselho Colombiano de Construção Sustentável (CCCS) criou uma forma alternativa de atendimento, uma ACP (Alternative Compliance Path), para atender a certos requisitos e créditos sobre ventilação natural da Certificación LEED na versão 2009 e v4, e o recurso foi aprovado para toda a América Latina. Como foi o processo de criação deste ACP? CG. Este projeto colaborativo começou formalmente há três anos. Em 2010, haviamos levantado essa dificuldade na International Round Table do LEED e desde então foram sendo realizados projetos LEED na Colômbia com ventilação natural, apesar das dificuldades apresentadas pelo sistema de certificação pela falta de uma metodologia estruturada para demonstrar os benefícios desta solução sustentável. Em 2013, já com alguma experiência em edifícios ventilados naturalmente e certificados LEED, aceitamos o desafio que nos sugeriu Scot Horst do USGBC em 2013 para levar uma solução para esta questão. Em seguida, o Conselho do CCCS nos apoiou e alocamos nossos recursos para investir em uma solução. O CCCS e sua Co-
jul/16
75
visão da américa
missão Técnica levaram esta iniciativa e contamos ainda com o valioso apoio do Grupo de Engenharia e Gestão da Construção da Universidade dos Andes e um Comitê de Peritos. O trabalho começou há três anos com uma revisão da literatura, entrevistas com especialistas, três grupos focais, numerosas consultas externas, a elaboração da ferramenta e sua aplicação em três projetos-piloto: um hotel, um escritório e um shopping center. Como resultado deste trabalho surgiu o documento "Protocolo de verificação para os projetos de engenharia de sistemas de ventilação natural em climas equatoriais", cuja primeira versão terminou em Junho de 2015. Foram elaboradas pesquisas que foram feitas para propor uma autoridade local como terceira parte independente para o futuro processo de avaliação de conformidade e iniciativa do USGBC em julho de 2015. Alguns parâmetros adicionais foram ajustados. A ACP foi aprovada pelo Comitê Gestor do LEED, em dezembro de 2015 e em abril de 2016, a solução de aplicação para toda a América Latina foi publicada. Para atender à ACP promovida a partir do CCCS é necessário o cumprimento deste protocolo. Os autores do Protocolo são Andres Rodriguez, assistente de pesquisa do Grupo de Engenharia e Gestão da Construção da Universidade dos Andes; Angélica Ospina, diretora do Comitê Técnico do CCCS, Professora do Grupo de Engenharia e Gestão da Construção da Universidade dos Andes, e Gerente Técnica da Setri Sustentabilidade SAS; e o Conselho Colombiano da Construção Sustentável (CCCS), a cargo de Carolina Camacho, Coordenadora Técnica. De que maneira se fará a validação de conformidade da ACP, e a quais créditos do LEED vai se aplicar? Além disso, quais são suas especificações técnicas? CG. A validação de conformidade da ACP de ventilação natural será feito usando o "Protocolo de verificação para projetos de engenharia para sistemas de ventilação natural nos climas equatoriais", que padroniza a forma de documentar os projetos de ventilação natural e estabelece uma ferramenta estruturada e transparente para melhorar a aplicação do sistema LEED na Colômbia e na América Latina.
76
jul/16
A verificação de conformidade terá uma terceira parte independente, ACAIRE, como autoridade reconhecida no país nesta matéria. O ACP nomeia a ACAIRE para aprovar os projetos de engenharia de ventilação natural, de acordo com os requisitos da ASHRAE 62.1 2007 e 2010. O ACP pode ser encontrado na biblioteca de crédito LEED para os seguintes créditos: LEED v4
LEED 2009
EQ - Pré-requisito desempenho mínimo da qualidade do ar
EQP 1 - Desempenho mínimo qualidade do ar
EQ - Crédito estraEQc2 - Aumento tégias para melhorar da ventilação a qualidade do ar O protocolo está disponível para download em Espanhol e Inglês na seção de Recursos para cada um dos créditos aplicáveis. Em relação às especificações técnicas, o Protocolo contém informações de suporte, descrição do sistema, as variáveis gerais de simulação, a simulação térmica do projeto, simulação de ventilação natural e aspectos de comissionamento. Na Reunião Técnica do LEED no Panamá em 5 de julho deste ano foi feito um bom resumo sobre este protocolo. Para saber mais sobre esta ACP, está disponível no blog publicado no site do USGBC: http://www.usgbc.org/articles/colombia-gbc-develops-acp-naturally-ventilated-projects O Conselho Colombiano de Construção Sustentável (CCCS) criou recentemente o Referencial CASA Colômbia, uma iniciativa para o projeto e construção de soluções habitacionais sustentáveis. Quais são as principais barreiras encontradas na sua criação, a experiência anterior do GBC Brasil para o Referencial GBC Brasil Casa tem sido útil para vocês? Como está a expectativa da aplicação da ferramenta no país e sua aceitação pelo mercado? CG. Este projeto começou em 2013, com sua inclusão no Plano Estratégico 2013-16 do CCCS a partir do case de sucesso do GBC Brasil. A experiência de nosso aliado GBC Brasil foi fundamental para o sucesso do empreendimento pois nos encurtou conside-
ravelmente a curva de aprendizado. Em meados de junho 2016 nós colocamos a iniciativa para consulta pública e recebemos críticas muito boas. Já temos 10 projetos-piloto que pretendem utilizar a ferramenta. Esperamos que em um ano já tenhamos uma nova geração de projetos imobiliários sustentáveis que utilizem uma ferramenta de base científica, clara, objetiva e permanente como o Referencial CASA Colômbia. A aceitação do Referencial CASA Colômbia também deriva do processo que seguimos durante os seus três anos de estruturação inicial. Em 2013 começamos a envolver os membros do CCCS e especialistas interessados na iniciativa. Para iniciar o desenvolvimento do Referencial CASA Colômbia vários sistemas de certificação em construção sustentável existentes foram avaliados, com especial interesse no Referencial GBC Brasil Casa, várias orientações relevantes e já aceitas pelo mercado internacional e iniciativas nacionais. Toda esta pesquisa e reflexão teórico-prático, disponível na seção de bibliografia do documento de consulta, serviu como uma referência. Em 2014, o Comitê Técnico do CCCS começou a desenvolver uma análise aprofundada dos indicadores prioritários de sustentabilidade em questões de construção de habitação na Colômbia. Em 2015, o CCCS e a Universidade de Los Andes se juntaram para a formulação do Referencial CASA Colômbia. Profissionais de todas as áreas estão constantemente reunidos sob a metodologia de painéis de peritos, a fim de desenvolver estudos que permitam contextualizar o projeto. Nessas reuniões, por exemplo, foram determinados dois temas principais: i) os pesos ou pontuações que foram atribuídas a cada uma das categorias e orientações que fazem o Referencial CASA Colômbia; e ii) a articulação do Referencial CASA Colômbia para as leis colombianas e outros padrões internacionais. Neste contexto, acreditamos que a metodologia do consenso entre os participantes na iniciativa e tendo em conta a seriedade e transparência do processo, o Referencial CASA Colômbia começa com o pé direito para aprofundar a transformação da indústria da construção em direção à sustentabilidade.
rev/gbc/br
visão da américa
Quem somos? O Conselho Colombiano de Construção Sustentável (CCCS) é uma organização privada sem fins lucrativos fundada em 2008, cuja missão é inspirar e encorajar as pessoas a criar um mundo sustentável. A organização pretende liderar a transformação da consciência coletiva para um ambiente sustentável construída com o apoio de seus membros: empresas, escolas, universidades, ONGs e associações, que são o seu capital estratégico. O CCCS realiza anualmente o CONSTRUVERDE Fórum Internacional & Expo Projetos e Construção Sustentável e tem um importante reconhecimento internacional por sua contribuição para a promoção das melhores práticas na construção civil como representante do país do World Green Building Council e aliado do US Green Building Council (USGBC) e o Green Business Certification Inc. (GBIC) para o programa LEED na Colômbia. O CCCS é USGBC Education Partner pelos elevados padrões de cursos de formação.
O CCCS trabalha para elevar o nível de sustentabilidade de todas os usos de edifícios novos e existentes, e cidades em geral. As ações do CCCS estão concentrados no fortalecimento da consciência da construção sustentável e planejamento urbano; apoiar a formulação e implementação de políticas de produção e consumo responsável; oferecer um portfólio abrangente de ferramentas e verificação/certificação relevante na construção e desenvolvimento urbano sustentável; divulgar publicações e pesquisas; fornecer treinamento e eventos especializados; e conectar o mercado interno com as tendências mundiais e inovações relevantes para a Colômbia. A diretora executiva do CCCS, Cristina Gamboa, é vice-presidente do conselho do World Green Building Council. Ela também é membro do Comitê Gestor do LEED por nomeação do conselho diretivo do US Green Building Council e presidirá este comitê a partir de dezembro de 2016. Para mais informações visite www.cccs.org.co
Automação de Sistemas Ar condicionado e ventilação
Com sólidos conceitos em automação e controle de sistemas de HVAC, configuramos sistemas eficientes e seguros
Iluminação
Com um peso importante no consumo de energia, implementamos soluções que minimizam o desperdício
Elétrica
Ferramenta fundamental para o diagnóstico de problemas no fornecimento, deve ser objetivo e eficiente
Gerenciamento de energia
Fundamental para elaboração de estratégias de redução no consumo de energia, a medição deve garantir o controle efetivo de demanda
www.b2e.eco.br
Utilidades - reservatórios
Cada vez mais comum, o reuso de água requer cuidados e monitoramento efetivo
Integração com sistemas de 3°
Independente de marcas, realizamos integrações objetivas e com funcionalidade revistagbcbrasil.com.br
jul/16
77
anuário GBC 2016
LEED nas Olimpíadas Rio de Janeiro vem abrigar um evento esportivo mundial que é sempre motivo de orgulho para qualquer nação. O movimento olímpico faz com que o mundo inteiro, de certa forma, esqueça suas diferenças para compartilhar por algumas semanas algo que têm em comum, a paixão pelo esporte. O Brasil, que sedia os Jogos Olímpicos este ano, tem uma motivação a mais para se orgulhar em receber um evento grandioso como este, a começar pela adoção da sustentabilidade em alguns dos empreendimentos que participarão do evento. Um dos grandes diferenciais nos Jogos Olímpicos, que acontecem no país entre 05 e 21 de agosto, está à incorporação de empreendimentos que foram construídos sob as diretrizes de sustentabilidade. Dentre elas, se destaca a certificação LEED (Leadership in Environmental, Energy and Design), concedida pelo GBCI, Green Business Certification Inc, tendo projetos registrados e certificados em mais de 150 países. O Brasil encontra-se em 3° lugar no ranking dos países que mais possuem empreendimentos LEED no mundo, o que mostra o engajamento e comprometimento do GBC Brasil e seus parceiros na trajetória de um mundo mais sustentável, seja nas esferas ambientais, econômicas e sociais.
78
jul/16
Estádio do Maracanã
Projetos LEED se destacam nas Olimpíadas 2016 Um dos mais emblemáticos projetos certificados pelo LEED, o estádio do Maracanã, será palco de abertura e fechamento das olimpíadas, concretizando este viés sustentável no decorrer do evento. O estádio, que conquistou em junho de 2014 a certificação LEED NC nível Silver, para sediar jogos da Copa de 2014, agora terá mais um importante papel mundial em relação aos grandes eventos esportivos. Outro projeto que terá um papel fundamental durante os Jogos Olímpicos é o empreendimento Vila dos Atletas (Ilha Pura), que recebeu em maio de 2016, a certificação LEED
do último estágio (nível 3) na categoria ND (Neighborhood Development) nível Certified, específica para instalações de bairros e planejamento urbano. A primeira fase da Ilha Pura, que abriga a Vila dos Atletas durante os Jogos Olímpicos de 2016, está sendo construídos em uma área de 206 mil metros quadrados do terreno da Ilha Pura. Foram erguidos 31 prédios residenciais, divididos em sete condomínios, com 3.604 apartamentos de dois, três e quatro quartos. Na área, também está prevista a construção de um empreendimento comercial, que atenderá as conveniências dos futuros moradores do novo bairro. “O bairro Ilha Pura já seria construído no futuro, uma vez que um dos sócios é proprietário do terreno, a Carvalho Hosken. Com a candidatura da cidade do Rio de Janeiro, em 2009, o processo se acelerou. Em 2012, teve início a construção do empreendimento”, afirma Mauricio Cruz Lopes, diretor geral da Ilha Pura. O caráter sustentável da Vila dos Atletas do Rio de Janeiro é o grande diferencial em relação às edições anteriores dos jogos. O empreendimento proporciona alta qualidade de vida, com baixo impacto ambiental e desenvolve a sustentabilidade focada no usuário final, buscando as melhores soluções, o melhor custo benefício. Os desafios de redução no consumo de recursos e de mitigação
rev/gbc/br
anuário GBC 2016
Certificação LEED é destaque nos Jogos Olímpicos de 2016 e contribui para fomentar e conscientizar sobre a importância da sustentabilidade nas construções
revistagbcbrasil.com.br
do impacto ambiental de cada empreendimento são ligados diretamente à busca da satisfação dos clientes, levando em conta não somente o produto final, mas também todo o processo produtivo. “Desta forma a Ilha Pura nasce com o seu DNA sustentável, pois não se constroem edificações verdes em canteiros “sujos””, afirma Mauricio.
Benefícios do Ilha Pura aos atletas olímpicos A Ilha Pura tem capacidade para abrigar 17.950 atletas, paratletas e suas equipes técnicas nos 3.604 apartamentos do empreendimento, mas o número exato deverá ser apurado com o Rio 2016. Pensando nos benefícios que o empreendimento poderia promover aos atletas quanto à locomoção, Mauricio explica que os organizadores dos Jogos tiveram o cuidado para escolha da localização do projeto. Segundo ele, a Barra da Tijuca foi definida pelo comitê organizador como o principal polo de realização das competições. “A proximidade da Ilha Pura com o Parque Olímpico foi um dos fatores decisivos para a escolha. Além disso, este foi um dos fortes argumentos para que o Rio de Janeiro pudesse receber as Olimpíadas de 2016. Esta proximidade favorece a segurança e o conforto de todos os participantes dos jogos. O deslocamento entre a Vila e o Parque Olímpico pode ser fei-
Ilha Pura
to em até 15 minutos a pé”, justifica. Além da facilidade de locomoção, a proximidade com os polos de competição traz um importante benefício ambiental, a redução de emissões de gases efeito estufa provenientes de utilização de veículos automotores. Tais características são pré-requisitos exigidos para obtenção da certificação LEED para o empreendimento. Assim como a preocupação com a mobilidade dos atletas até os locais de competições, bem como os benefícios ambientais e de saúde que a proximidade entre as instalações podem promover, as unidades que alojarão os atletas também possuem adaptações baseadas em suas necessidades.
Entre os diferenciais de acessibilidade estão portas mais largas, que têm 80 centímetros de largura enquanto o padrão da construção imobiliária é de 70 centímetros; chuveiros mais altos, com 2,20 metros de altura; banheiros adaptados; amplos corredores, com 90 centímetros de largura - 10 a mais do que o padrão -; sinalização em braile e avisos sonoros nos elevadores que, por sua vez, também são maiores e têm a capacidade de receber até duas cadeiras de rodas simultaneamente. Além disso, todo o complexo foi projetado para atender aos portadores de necessidades especiais, com rampas de acesso presentes nos condomínios, nas piscinas e no parque. Além da preocupação com a acessibilidade para os atletas que residiram na Vila dos Atletas durante o período dos Jogos, a construção do empreendimento evidenciou um forte caráter social quanto às oportunidades profissionais geradas para portadores de necessidades especiais.
Construção sustentável ganhando espaço no esporte mundial Apesar de dois mundos distintos a construção sustentável e o esporte de alto nível se relacionam de maneira muito sinérgica. Pode-se considerar assim uma das características mais enaltecedoras de um atleta, a
jul/16
79
anuário GBC 2016
Obra: Ilha Pura
Incorporação: Carvalho Hosken e Odebrecht Realizações Imobiliárias
Localização: Avenida Salvador Allende e Avenida Olof Palm, zona oeste do Rio de Janeiro
Área do terreno: capacidade de superar as dificuldades e seguir em frente independente dos obstáculos encontrados no caminho e, através do comprometimento com o treinamento buscando sempre métodos inovadores em sua trajetória visando à evolução contínua de suas capacidades. O que os levam à posição de vanguarda, pioneira, o primeiro lugar. Assim como os atletas, os profissionais da construção sustentável vêm superando, ao longo dos últimos anos, as mais diversas situações controversas no tocante às condições ambientais em que o planeta se encontra, podendo ser ressaltadas algumas importantes como, condições climáticas, crises hídrica e energética, entre outras. No âmbito da construção, esses profissionais buscam a evolução contínua de seus projetos e processos construtivos, desenvolvimento e incorporação de tecnologias e produtos cada vez mais eficientes, respeito no trato com a comunidade envolta às obras, além de se capacitarem adequadamente em suas áreas de atuação. Apesar dos obstáculos encontrados no setor tais como, crise financeira, carência de políticas públicas para o
820.000 m²
Certificação: 09/04/2014
Sistema e Nível da Certificação: LEED ND ní, Aqua-HQE Bairros e Loteamentos e Aqua-HQE Habitacional e Selo Azul da Caixa
Arquitetura: Raiar
Consultoria LEED: Sustentech
Simulação: Sustentech
Estrutura: Ilha Pura
resguardo dos processos construtivos de forma eficiente e sustentável, bem como a educação de base nas universidades que não abrangem de forma satisfatória a sustentabilidade nas construções, os engenheiros, os arquitetos, e toda cadeia profissionais da construção civil, assim como os atletas de alto nível, trabalham, superam, evoluem com objetivo de um mundo melhor e mais sustentável para todos.
Pasqua e Graziano, Knijnik, CEC, Acosta
Fundação e Contenção: Damasco Penna, Geoconsult, Zaclis Falconi, Acosta
Instalações Prediais: Projetar, Tesis, Knijnik, Cemope
Ar Condicionado e Exaustão: Integrar, DW engenharia, N.A.
Paisagismo: Sérgio Santana, Abbud, Burle Marx
Incêndio: Shaft, N.A.
Impermeabilização: Firmino
Esquadrias de alumínio: QMD, N.A.
Estrutura metálica: Augusto Costa
80
jul/16
rev/gbc/br
anuário GBC 2016
A GENTE FAZ MILHARES DE BELEZAS. ESTA É UMA DAS MAIS RECENTES. Para o Grupo Boticário, tão importante quanto o que a gente faz, é como a gente faz. Tanto é que o nosso novo Centro de Distribuição em São Gonçalo dos Campos e a nossa nova fábrica em Camaçari, ambos na Bahia, são certificados LEED. Essas são as demonstrações concretas do nosso compromisso com a sustentabilidade e a redução do nosso impacto no meio ambiente. Para nós, sonhar não basta, é preciso fazer.
revistagbcbrasil.com.br
jul/16
81
anuário GBC 2016
Bairros sustentáveis
para cidades mais desenvolvidas ambiental, social e economicamente
N
os últimos anos o avanço das construções sustentáveis tem sido exponencialmente grandioso, uma evolução que vem ocorrendo ano após ano com a contribuição da certificação ambiental LEED (Leadership in Energy and Environmental Design). Como todo processo de evolução tende a criar novos caminhos, avançar, desenvolver novos modelos de trabalho, a construção sustentável também se enquadrou nisto. Não só nos edifícios, comerciais e residenciais, casas térreas, centros logísticos, hospitais, varejo, também há uma demanda pela reformulação e enquadramento de bairros inteiros aos processos e características sustentáveis determinadas pela certificação LEED, concedida pela maior organização de construção sustentável do mundo, o Green Building Council. No Brasil já são oito projetos de bairros certificados ou em desenvolvimento. Atualmente existem quase 150 projetos em todo o mundo. Um dos maiores benefícios em trazer a sustentabilidade de forma global para os bairros é a promoção de um ambiente agradável, saudável, ecologicamente correto, bem como a integração das pessoas através da relação com o entorno. Além disso, contribui para crescimento planejado e inteligente, vitalização urbana e aumento dos prédios verdes. Os bairros com características de sustentabilidade também possuem um enorme potencial de desenvolvimento social através da interação com a comunidade e geração de empregos e renda.
Parque da Cidade - São Paulo - SP
Um dos exemplos mais recentes é a construção do Parque da Cidade, localizado em São Paulo. A implementação das estratégias sustentáveis garantiram ao projeto, em dezembro de 2014, a certificação LEED nível Silver na categoria ND (Neighborhood Development - estágio 2) especifica para bairro. Além disso, o projeto possui certificação em outras categorias: Torre Corporativa C1 – Pré-certificado (LEED); Torre Office C2 – Certificado fase concepção (AQUA); Corporativas B1, B2, e B3- Pré-certificadas (LEED); Corporativa A2- Pré-certificado (LEED); Residencial – Certificado fase programa (AQUA); Hotel – Pré-certificado (LEED). O projeto, que faz parte da revitalização de uma área degradada, possui um grande potencial de se transformar em um novo centro empresarial de São Paulo. O Parque da Cidade está inserido na Operação Urbana Água Espraiada, que estabelece uma série de obras estruturais para adequar a infraestrutura local ao adensamento da região. “A expectativa é que o empreendimento seja indutor de um novo modelo
82
jul/16
rev/gbc/br
anuário GBC 2016
de urbanização para a cidade”, afirma Saulo Nunes, diretor de Incorporação do Parque da Cidade. O empreendimento foi desenvolvido em total harmonia com os planos de revitalização da região definidos pelo município de São Paulo. Duas preocupações balizaram o processo de criação do projeto: a sustentabilidade e a orientação das torres. “Foi uma solução que atendeu aos anseios da cidade e também maximizou o resultado financeiro do empreendimento”, complementa. Com aproximadamente 62.000 m² de área totalmente aberta ao público, 22.000 m² de área verde, o projeto promove maior interação entre os edifícios e seu entorno criando um forte senso comunitário devido à variedade de instalações e serviços (parques, serviços básicos e espaços públicos). Além disso, incentiva o uso de meio de transportes alternativos por meio de carona solidária e bicicletário, inibindo a utilização de carros. “Ele convida a população e prima pela acessibilidade de forma ampla, o que destoa do modelo imobiliário que prevalece na cidade. Ao mesmo tempo, a ideia de ter como eixo do empreendimento um parque de 22 mil m² e aproximadamente 62 mil m² de área aberta ao público vem para atender a uma demanda da comunidade do entorno, suprindo uma forte carência de áreas verdes da região”, explica Saulo. Para ele, o empreendimento demonstra que as cidades podem crescer de maneira ordenada, promovendo a diminuição dos impactos ambientais e o desenvolvimento socioeconômico. Sendo São Paulo uma metrópole que oferece grandes desafios, o Parque da Cidade teve cada detalhe cuidadosamente planejado para melhorar a vida das pessoas, além da promoção do desenvolvimento humano, econômico e cultural.
Estratégias sustentáveis Entre as estratégias implementadas estão: otimização do uso do solo, redução de CO2, gestão de água, energia e resíduos, que reduzem significativamente os custos de operação do empreendimento. A utilização de fachadas amplas nas torres corporativas garantem maior índice de iluminação natural e redução de calor, o que reduz consideravelmente o custo de energia e refrigeração. As soluções relacionadas aos recursos hídricos asseguram o abastecimento do Parque da Cidade, estimulam o uso racional e eficiente da água potável e promovem o tratamento de efluentes e o manejo de águas pluviais. Juntas, elas poderão reduzir em até 50% o consumo de água tratada. Destacam-se ainda o parque linear, definido como eixo central e a disposição e orientação das torres, que potencializam os preceitos de sustentabilidade. Outra estratégia inovadora é o sistema de coleta a vácuo, que possui tubulações com entradas específicas para cada tipo de resíduo. Também serão promovidos o reuso e a reciclagem, incluindo eletrônicos, lâmpadas e baterias, além da possível geração de energia a partir do lixo orgânico e compostagem fora do site, minimizando assim a emissão de gás metano na atmosfera. “A expectativa é que haja uma redução de 50% na destinação de resíduos aos aterros” afirma. De acordo com o diretor da Odebrecht, os ganhos que a certificação traz são enormes. A preocupação com a sustentabilidade e o crescimento ordenado da cidade beneficia não apenas a geração atual, mas também as futuras. Saulo ainda ressalta que o Parque da Cidade foi pensado em cada detalhe para a concretização dessas ideias. “A certificação de bairros no Brasil é algo muito importante. Quando você encontra um empreendimento certificado, você sabe que ali há uma preocupação socioambiental. Esperamos que o exemplo do Parque da Cidade venha para abrir portas a outros projetos e que o Brasil, que possui tantos desafios em termos de planejamento urbano, seja referência em termos de sustentabilidade e desenvolvimento ordenado no futuro”, conclui.
revistagbcbrasil.com.br
Soluções de recursos hídricos: • Captação de água de chuva; • Construção de Estação de Tratamento de Efluente; • Tratamento e reúso de águas residuais cinza; • Paisagismo estruturado para maximizar a retenção de águas pluviais – jardim de chuva, Telhado verde, calçada com bioretenção e bacia estendida; • Uso de dispositivos de baixo consumo; • Esgoto a vácuo e mictórios secos; • Controle de consumo para promover a conscientização dos usuários; • Sistema de irrigação inteligente, com estação meteorológica e medidores de umidade do solo.
Eficiência energética • Utilização de fachadas de alto desempenho, com vidros de alta performance, que minimizam o uso de energia elétrica e ar condicionado; • Telhado verde e teto reflexivo; • Sistemas de iluminação projetados para a máxima utilização da luz natural, com controle de escurecimento automático; • Células fotoelétricas para acionamento das luzes das áreas externas; • Sensores de ocupação para que as luzes somente fiquem acesas em ambientes que estão em uso; • Captação de energia solar para o aquecimento da água nos edifícios residenciais; • Programa de educação e conscientização em consumo energético para a população usuária do Parque da Cidade; • ICT (Information and Comunication Technology) informará em tempo real o consumo de cada torre, observando se elas estão dentro das metas pré-estabelecidas.
jul/16
83
anuário GBC 2016
Vila dos Atletas (Ilha Pura) - Rio de Janeiro - RJ: LEED ND
A Vila dos Atletas, no condomínio Ilha Pura é outro projeto emblemático no desenvolvimento de bairros. O empreendimento, que abrigará os atletas que participarão das Olimpíadas 2016, conquistou recentemente a certificação LEED ND em seu último estágio, nível Certified. O bairro conta ainda com o selo AQUA Residencial e Bairros e Loteamentos, concedidos pela Fundação Vanzolini, e o selo Casa Azul, da Caixa Econômica Federal. “A obtenção da certificação do projeto deixa para o mercado imobiliário da região um legado”, destaca Maurício Cruz Lopes, diretor geral do Ilha Pura. Maurício destaca ainda que, a equipe do Ilha Pura priorizou a sustentabilidade em todos os seus aspectos, desde a sua concepção, adotando as melhores práticas para redução de consumo de água e energia, e estratégias para otimização dos sistemas e dos processos. Para ele, outro fator benéfico é o porte e a visibilidade internacional do empreendimento, pois contribui para a mobilização de fornecedores em prol da agenda de sustentabilidade. “O pioneirismo na certificação deixa um legado que vai além dos moradores do futuro bairro, estabelecendo um novo patamar para o mercado imobiliário da região,” afirma. O bairro foi estruturado ao redor de um parque central que promove a permeabilidade entre os lotes. O Parque Ilha Pura é um espaço público de 72 mil m², com projeto paisagístico assinado pelo Escritório Burle Marx, que conta com amplas áreas verdes, equipamentos de lazer para todas as faixas etárias e mais de 1,5Km de ciclovia e pista de cooper que se integram com todas as demais vias do loteamento. A Ilha Pura conta ainda com aproximadamente 10 mil m² de telhados verdes, que abrangem todos os seus 31 prédios e a cobertura das instalações do parque, o que ajudará a reduzir a sensação térmica do bairro. Outra iniciativa sustentável, e que também auxiliará na questão de eficiência energética, será o uso de 75 placas solares para aquecimento da água, as quais estarão dispostas nas coberturas de três prédios do bairro. Os demais 28 prédios contam com infraestrutura para futura instalação de coletores solares para aquecimento de água. Ao longo da obra, os resíduos reaproveitados contabilizaram 204.583 m³, o que corresponde a 85% dos resíduos gerados na construção da Vila dos Atletas, e os que foram enviados a aterros sanitários totalizaram 31.668 m³, refletindo a preocupação da empresa com a redução da emissão de gases de efeito estufa. Já os resíduos orgânicos, destinados à compostagem, registraram a marca de 26.421m³. A criação de uma estação de tratamento de água no bairro permitirá tratar as águas provenientes de processos domésticos, como lavar as mãos e tomar banho, e reaproveitá-las em vasos sanitários e também para a irrigação do parque e na reposição da água dos lagos, gerando uma economia de aproximadamente 40% no consumo de água total do bairro.
84
jul/16
rev/gbc/br
anuário GBC 2016
A eficiência energética também é privilegiada por meio da redução no consumo de energia elétrica, que ocorre desde a otimização dos projetos de iluminação, substituição de lâmpadas comuns por lâmpadas eficientes (LED) nas áreas comuns até execução dos projetos de automação, incluindo sensores de presença, setorização da iluminação das garagens, entre outras. Além disso, o empreendimento possui 159 elevadores com sistema regenerativo, que geram uma economia aproximada de 50% de energia comparada a um elevador comum. O total de área de vidros é de 120 mil m² e todos eles são semi-reflexivos, ou seja, bloqueiam a entrada do calor e proporcionam uma redução da incidência de raios solares e, ao mesmo tempo, permitem boa passagem da luz. Nos condomínios também serão instalados 64 totens de carregamento de veículos elétricos e, no parque, dois totens para bicicletas elétricas. A Ilha Pura aderiu à política de compra de madeira certificada, utilizada nos 146 decks e 71 pergolados dos condomínios, e nos sete assoalhos para as passarelas do Parque. Outras ações sustentáveis da Ilha Pura são representadas pela presença de dois ecopontos (pontos de entrega voluntária de resíduos, para atendimento ao bairro) no Parque e lixeiras que possibilitam a coleta seletiva.
“Sabemos que o Brasil avança na certificação dos empreendimentos, em diversos setores, e desde a concepção do projeto da Ilha Pura, a sustentabilidade foi um ponto muito importante. O bairro é o primeiro da América Latina a receber a certificação LEED ND. Foram diversas práticas sustentáveis que permitiram a certificação. O pioneirismo da Ilha Pura, com certeza, influenciará no crescimento das certificações como forma de qualificação do produto, uma vez que a sustentabilidade tem se consolidado como importante fator de diferenciação. As perspectivas são as melhores, pois a Ilha Pura se tornará referência para os futuros bairros planejados que deverão ser construídos no país” Maurício Cruz Lopes, diretor geral do Ilha Pura
revistagbcbrasil.com.br
jul/16
85
anuário GBC 2016
Reserva Camará - Camaragibe - PE
Um dos projetos em desenvolvimento com grande potencial sustentável é o Reserva Camará, localizado em Camaragibe, região metropolitana de Recife. O empreendimento, que busca a Certificação de bairros do LEED, possui estratégias e ações de sustentabilidade do mais alto nível. Além do LEED ND, o Reserva Camará está em busca de outras categorias da certificação para as diversas tipologias que compõem o empreendimento, como por exemplo, o LEED EBOM, C&S, e NC, aliados ao selo PROCEL Edifica nível A. O Reserva do Camará conta com um terreno de 256 mil m², sendo 440 mil m² de área construída e área de projeção de 91 mil m². O projeto prevê a construção de shopping, museu, escolas, edifícios comerciais, residenciais, universidade e toda uma estrutura de serviços básicos para os usuários que irá proporcionar acesso ao lazer, cultura, entre outros, com finalidade de reduzir a distancia do deslocamento das pessoas em suas atividades cotidianas. O espaço contará também com 79 mil m² de área verde, ciclovias, espaços destinados às atividades físicas ao ar livre proporcionando qualidade de vida e bem-estar dos usuários.
A relação entre Reserva Camará e seu entorno vai muito além dos benefícios ambientais. Uma das mais importantes ações incorporadas ao projeto é a criação do Projeto Florescer que, em parceria com o SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) e SENAC (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial), qualifica mão de obra da comunidade local para ocupação de postos de trabalho dentro do empreendimento, tanto na fase de construção, quanto na operação. “Este trabalho de desenvolvimento social com a população é muito importante. Além de gerar emprego e renda favorecendo o crescimento econômico da região, é uma maneira de mostrar para o poder público que com planejamento e compromisso é possível garantir segurança, manutenção, espaço de lazer, gestão de recursos naturais, consegue chegar a um padrão de primeiro mundo”, afirma Felipe Coelho, Gestor de Sustentabilidade do Reserva Camará.
Estratégias de destaque Uma das ações de destaque no desenvolvimento deste empreendimento é a preocupação de ações relacionadas às mudanças climáticas. Através de um estudo de controle de CO2, desenvolvido pelo Reserva Camará, que monitora a quantidade de CO2 que deixou de ser emitida durante a obra que mostra, em tempo real, os dados relacionados à economia financeira, quantidade de caminhões que deixaram de circular nas vias, bem como a quantidade de combustível que deixou de ser consumido. “A metodologia utilizada no estudo tem seu grande diferencial, pois especifica algo concreto e não uma previsão. Trata-se de um trabalho bem detalhado que é possível conferir o que foi reduzido hoje”, afirma Felipe Coelho. O estudo também inclui coleta e destinação de resíduos sólidos, aquisição de novos materiais, entre outros fatores.
86
jul/16
rev/gbc/br
anuário GBC 2016
revistagbcbrasil.com.br
jul/16
87
anuário GBC 2016
Ao empreendimento também foi implantado uma ETE (Estação de Tratamento de Efluentes) própria, iniciado desde o início no canteiro de obras, que contribuiu para redução no consumo de água potável através da utilização da água como reuso. Esta medida será de grande importância para o desenvolvimento do bairro e da comunidade, uma vez que o município da Camaragibe não possui estrutura de saneamento básico. Atualmente a água de reuso representa 70% de demanda do canteiro de obras. A geração de energia limpa e renovável possui grande potencial nas instalações do empreendimento, que será contemplado com um sistema híbrido de geração de energia através sistema solar fotovoltaica, de energia eólica e de biogás. Este último tendo a energia gerada a partir de restos de comida e podação, um projeto pioneiro no Brasil. Entres estes sistemas destaca-se o sistema solar fotovoltaico que terá um grande potencial de geração de energia devido ao alto índice de insolação na região e ocupará áreas significativamente grandes como estacionamento do shopping e áreas descobertas dos prédios. Além da solar, a energia gerada através de biogás também se destaca por se tratar de um projeto inédito no Brasil. A estimativa é que, somando os três sistemas, o empreendimento gere de 20 a 25% de energia somente para o shopping, tipologia tratada atualmente. Tais ações estão todas documentadas do Plano Diretor da Sustentabilidade da Reserva Camará, composto por 16 programas de sustentabilidade, distribuídos nos pilares ambiental, social e cultural, sempre associado ao econômico (redução de custos). Abaixo estão alguns dos indicadores de monitoramento e seus resultados desde o início da obra:
Indicador Número Economia Financeira total por meio de práticas de sustentabilidade Resíduos destinados à reciclagem (Classe A, Classe B, Sobra de Concreto e Madeiras) Redução do número de caminhões circulando nas ruas Redução de emissão de CO2 Redução do consumo de combustível de origem fóssil Volume de água reaproveitada Geração de energia limpa com painel solar Sobra de alimentos do refeitório reaproveitados (compostagem e geração de biogás)
R$ 1.251.241 15.900 ton 6.960 unid. 169,35 ton 89.640 L 2.817 m3 2.268 Kwh 6.360 Kg
Reconhecimento O Complexo Reserva Camará recebeu sete premiações relacionadas às esferas ambiental, social, cultural e econômica, Prêmio Socioambiental e de RH 2014 e 1° Prêmio Revista Construir NE referente ao Gerenciamento de Resíduos, foi finalista do 4° prêmio de sustentabilidade da Fecomércio/SP em 2014 e garantiu o prêmio em 2015 referente o Sistema de Gestão de Sustentabilidade, IV Prêmio FIEPE de Sustentabilidade pelo Sistema de Gestão Hídrica, 1° Prêmio Revista Construir NE, Prêmio CBIC de Responsabilidade Social sobre a prática de Qualificação Profissional da Comunidade, além de conquistar o Selo Empresa Verde da JUCEPE referente à criação do Plano Diretor da Sustentabilidade.
88
jul/16
rev/gbc/br
anuário GBC 2016
Homenagem aos nossos parceiros platinum
revistagbcbrasil.com.br
www.petinelli.com
jul/16
89
anuário GBC 2016
RainBird:
Proporcionando uma Olimpíada mais verde para o Brasil Empresa líder mundial no setor de irrigação aposta em sistemas com foco em uso inteligente da água e automação de alto nível traz maior sustentabilidade para os projetos que farão parte das Olimpíadas do Rio em 2016
Circuito Cross Country Olímpico - Rio
90
jul/16
E
conomia de água é uma das palavras de ordem no âmbito da sustentabilidade na construção civil. Muitas empresas já entendem a importância da utilização consciente deste insumo como forma de evitar a escassez e preservar o meio ambiente, e vêm se destacando no mercado da construção sustentável através da implementação de estratégias eficientes e utilização de sistemas de alta performance que contribuem para o uso adequado deste bem tão precioso para o planeta. Um grande exemplo de entre as empresas tem essa consciência é a Rain Bird, líder mundial na fabricação e no fornecimento de sistemas de irrigação de alto desempenho e prestação de serviços relacionados a este setor. Fundada em 1933, a empresa possui uma trajetória sucesso e conta com mais de 130 patentes de sistemas registrados no mundo, tendo como destaque o registro de patente do primeiro aspersor que impactou a história da irrigação pressurizada. A preocupação com a sustentabilidade e o uso consciente da água fez com que a empresa se colocasse em posição de vanguarda no mercado que, através do desenvolvimento de produtos inovadores contribui para sustentar paisagens e garantir um planeta mais saudável. Atualmente, a empresa dispõe de mais de quatro mil produtos de irrigação e serviços. De encontro com as premissas de sustentabilidade a Rain Bird tem sido comprometida com o Uso Inteligente da água por mais de 80 anos. Através da capacitação de produtos eficientes, a empresa oferece soluções inteligentes com 25 maneiras de economizar água, direcionadas para cada tipo de construção, seja ela residencial, comercial, para campos de golfe ou segmento de agricultura. “Sustentabilidade é a habilidade de sustentar. É a capacidade de manter e entregar para a próxima geração um mundo igual ou melhor e não pior. É com este conceito que trabalhamos a sustentabilidade na irrigação”, destaca Marcelo Zlochevsky, Gerente Nacional de Paisagismo e Agricultura da Rain Bird. A empresa possui uma gama de alternativas em produtos de irrigação de alta performance para as mais variadas aplicações com linhas para empreendimentos residenciais, comerciais, obras públicas, campos esportivos – tam-
rev/gbc/br
anuário GBC 2016
bém com uma linha específica para campos de golfe -, mineração, além da linha de sistemas de baixo volume, amplamente utilizados em obras certificadas pelo LEED (Leadership in Energy and Environmental Design).
cada uma no detalhe. Se você colocar um plantio de cactos em meio a um gramado, você consegue proporcionar soluções de irrigação adequadas para cada espécie, e isso é 100% sustentabilidade”, enfatiza.
Outras linhas de sistemas
Sistema de irrigação de baixo volume O sistema de baixo volume, que contribui para uma irrigação focada no uso inteligente da água possui produtos específicos como emissores pontuais ou “pingão” de água na raiz da planta, gotejamento enterrado ou borrifadores que permitem irrigar apenas a espécie que necessita de água em determinado momento. A irrigação de baixo volume da Rain Bird é um sistema automatizado que permite uma irrigação na medida (gota a gota) através de gotejamento subterrâneo que, por si só, proporciona redução 10 a 15% no consumo de água. Este sistema integrado ao sensor, que calcula o nível de precipitação de chuva, agrega mais 15 a 20% na redução. A estas duas tecnologias é possível integrar outro sensor, que permite monitorar o percentual de umidade do solo indicando a necessidade de irrigação ou não. Com a instalação destes sistemas de forma integrada é possível atingir cerca de 70% de redução no consumo de água se comparado a um sistema convencional. Para Marcelo, entender a real necessidade de irrigação para cada planta é fundamental. “Costumamos dizer que, quando se faz um projeto de parede verde ou paisagismo, você pergunta para cada planta, ‘Quanto, como e quanto de água você gostaria de ganhar?’. Com a irrigação de baixo volume você consegue atender
revistagbcbrasil.com.br
Instalação irrigação subterrânea
A linha residencial possui um sistema de codificação especial com emissores de menor alcance, adaptados para este tipo de construção. Para as obras comerciais, estes emissores são programados para atingir maior alcance, adequando-se às características dos edifícios. No caso de obras públicas, o projeto e implantação de sistemas de irrigação são realizados de forma a ter maior resistência e qualidade na água. A Rain Bird também traz um conceito inovador e pioneiro em linhas de produtos. Trata-se de produtos específicos para campos de Golf. A empresa foi a primeira a instalar um sistema de irrigação num campo de golfe e a primeira a desenvolver um Controle Central Computadorizado. Entre os produtos da Rain Bird destacam-se Aspersores Rotores (único aspersor na indústria de irrigação com auto-limpeza automática), Controles Centrais (permite a troca a fluidez de trocas de informações através de todo o sistema de rega), Decodificadores, Estações de Bombagem, Filtragem, Satélites, Sistemas de Controle ICS (Um novo nível de desempenho – o programador diretamente integrado no aspersor ou na válvula) e Válvulas (Concebidas para suportarem as condições severas nas quais opera o seu sistema). Outro segmento onde a empresa atua fortemente é o de despoeiramento de mineração, geralmente localizados em lugares afastados. Com o sistema de controle de poeira da Rain Bird contribuiu para as seguintes operações:
Custos trabalhistas reduzidos: A programação e o monitoramento de todas as atividades de controle de poeira a partir de um computador central elimina a necessidade de visitar cada local para fazer ajustes. Evita danos: O sistema monitora as condições hidráulica e elétrica e, em poucos minutos, pode detectar e isolar problemas que causam danos ou prejuízo, como o rompimento da tubulação. Nesses casos, o sistema irá isolar imediatamente essa seção e ajudá-lo a evitar erosões. Economia de água: Um sistema de controle central, que garante automaticamente a quantidade apropriada de água, é usado para controlar a poeira. Incorporando uma estação meteorológica, a economia de água aumenta ainda mais, por controlar o sistema com base em parâmetros climáticos. Acesso remoto: Os operadores podem controlar e monitorar o sistema a partir de locais remotos usando rádios e telefones celulares. Integração entre os sistemas: Iluminação, portões, bombas e outros interruptores elétricos podem ser controlados e monitorados através do sistema da Rain Bird. Durabilidade dos componentes: Os componentes do sistema são construídos para suportar ambientes agressivos. São protegidos contra o vandalismo, intempéries e outros. Serviços: Projeto completo do sistema, instalação e comissionamento, treinamentos em operação e manutenção para garantir que seu sistema continue a funcionar sem problemas e de forma eficiente.
jul/16
91
anuário GBC 2016
Sistema de irrigação de ponta nas instalações olímpicas A expertise em sistemas eficientes de irrigação da Rain Bird Brasil garantiu sua participação em um dos eventos mais emblemáticos que ocorrerá no Brasil, os Jogos Olímpicos 2016 no Rio de Janeiro. A empresa foi responsável pelo projeto e instalação dos sistemas de irrigação de espaços como Parque Olímpico, Vila Olímpica (Ilha Pura), Campos de Rugby, Hockey e pista de Cross Country, além do emblemático Parque Madureira, espaços estes que têm em sua essência construtiva a sustentabilidade. Para o Parque Olímpico, arenas onde serão disputadas as provas, possuem uma envoltória um paisagismo arbustivo moderado em pequenos terraços. Todo o espaço é irrigado com gotejamento enterrado da Rain Bird, sistema eficiente que atende de imediato às exigências da certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design). De acordo com Marcelo, foi realizado um intenso trabalho de conscientização e demonstração para a implantação dos sistemas. Porém com a garantia de alto desempenho do produto, com experiência e comprometimento da empresa os sistemas de gotejamento enterrado com proteção de intrusão de raiz foram instalados em 40 quilômetros de extensão em todo o Parque Olímpico. Além do gotejador, o Parque Olímpico também possui um sistema de automação baseado em um controlador, que permite promover a irrigação à distância e programada de forma aleatória adequando-se a necessidade de água e insolação de acordo com a característica de cada
92
jul/16
Vila Olímpica (Ilha Pura)
espécie. Marcelo explica que dependendo do posicionamento da torre, onde ela pode estar mais exposta à insolação ou não, o sistema entenderá a necessidade de casa planta, mesmo sendo da mesma espécie. “Isso é vital, para uma cidade como o Rio de Janeiro que, no período das Olimpíadas está prevista uma insolação bem mais agressiva do que no momento”. Um dos importantes legados que os Jogos Rio 2016 deixará para o Brasil é a Vila Olímpica, espaço que abrigará os atletas profissionais que participarão dos Jogos. Com torres bem posicionadas e paisagismo muito bem pensado permite que cada torre desempenhe uma função de ‘vida própria’. Para Marcelo, um dos mais importantes pontos deste projeto é que não se trata de um projeto feito especificamente para a hospedagem dos atletas, mas de um lugar com estrutura de alto nível em qualidade de vida e paisagismo que contribuirá para a revitalização da região e comercializado. O bairro possui nove blocos em torno de um jardim central, onde em oito deles, inclusive no jardim foram instalados sistemas de irrigação da Rain Bird, com controladores para cada um dos bloco e canteiro. “De todos os blocos teve somente um cujo sistema de irrigação não é da Rain Bird, mas todos eles foram muito bem pensados em termos de sustentabilidade e uso inteligente da água de acordo com a necessidade de cada tipo de paisagismo” afirma Marcelo. Os estádios do Maracanã, Engenhão e Mané Garrincha, que serão palcos dos jogos de futebol, também possuem um sistema de irrigação escamotável de alto nível, que são instalados submersos no solo e emergem somente na hora de realizar a irrigação, além de sistema de filtragem para água coletada da chuva. O sistema de irrigação é controlado por automação de alta tecnologia, que permite que a irrigação seja controlada remotamente. Além disso, a Rain Bird implantou sistemas inteligentes nas instalações onde serão disputadas as provas de Rugby, Hóquei e Cross Country, onde foram instalados sistemas de irrigação com aspersores inteligentes. Para os campos de Rugby, a empresa teve seus produtos instalados em três obras que serão disputadas as provas de Rugby, Ilha do Fundão, Deodoro e o campo da Aeronáutica, todos com sistema de irrigação de aspersores e de bombeamento inteligentes, que controlam e preparam a malha hidráulica e monitora a demanda de água necessária para cada tipo de instalação. Já para os campos de Hóquei, segundo Marcelo, proporcionou um grande aprendizado para a empresa devido ser uma modalidade praticada sobre grama artificial. Para isso, foi necessário implantar
rev/gbc/br
anuário GBC 2016
um sistema de automação com bomba inteligente com filtro para garantir que a irrigação fosse feita de forma uniforme e com qualidade. De acordo com o diretor, neste caso a irrigação adequada é necessária para que o campo não acumule sujeira e garanta a velocidade adequada necessária durante a partida. Além disso, é necessária a utilização de um sistema de precisão para que não ocorra desperdício de água. Para o campo de Cross Country, onde são praticadas provas com cavalo, também foram instalados sistemas com controlador que permite o monitoramento da irrigação à distância, ligados a aspersores.
Campos de Hockey - Fundão
PARQUE MADUREIRA: Um verdadeiro legado para o Rio de Janeiro O Parque Madureira, hoje considerado a terceira maior área verde do Rio de Janeiro, é um espaço que se tornará um verdadeiro legado para a cidade e comunidade em seu entorno. A revitalização do parque, apesar de não ser palco dos Jogos, tornou uma das regiões mais adensadas e degradadas da cidade em um espaço saudável e sustentável permitindo a população usuários e aos turistas maior oportunidade de lazer com qualidade de vida. O parque permite uma experiência ambiental inédita para os usuários, pois se trata de um parque pensado desde o início para ser sustentável, o primeiro parque do Brasil entregue com esta preocupação ecológica, além de contar com um centro de educação ambiental que permite ensinar e conscientizar a sustentabilidade através da prática.
revistagbcbrasil.com.br
O Parque conta com construções com paredes e telhados verdes, fontes alternativas de geração de energia e equipamentos eficientes que reduzem o consumo de energia no parque, tratamento de esgoto e gestão de resíduos. Além disso, o parque conta com poços artesianos, reuso de águas pluviais aliados a um moderno sistema de irrigação automatizado da Rain Bird. O projeto de paisagismo conta com 72 mil mudas, 652 árvores e 450 palmeiras distribuídas em 81 mil metros quadrados de área verde. Devido a cada setor necessitar de uma irrigação diferente, foi instalado um sistema de automação conectado a uma estação meteorológica, que faz a coleta de dados climáticos como temperatura, velocidade e direção de vento, quantidade de chuva, permitindo calcular diariamente a necessidade de irrigação de cada planta. O parque receberá fontes aeradoras que garantem a oxigenação da água evitando a proliferação de bactérias anaeróbicas, além de simularem o formato dos 5 aros olímpicos, deixando o espaço com a cara das Olimpíadas. Para Marcelo, este será um verdadeiro legado dos Jogos Olímpicos para a cidade do rio de Janeiro. “Nós nos orgulhamos em fazer parte deste projeto, que irá proporcionar mais qualidade de vida aos usuários de aos moradores da região”, e complementa, “a comunidade abraçou e interage com a manutenção, tomando conta do espaço, e isso é muito importante, esse é um legado fabuloso para o Rio de Janeiro”, conclui.
Parque Madureira - Rio
A certificação LEED e os conceitos de sustentabilidade tem na Rain Bird tanta relevância e importância diferenciada que reservamos em nosso website uma seção especializada no assunto. Consulte em www.rainbird.com/corporate/ IUOW e acesse medidas de relevância que contribuem ao Uso Inteligente da Água® na irrigação e redução no consumo de água. A irrigação pode somar até 5 pontos na escala LEED: gotejamento enterrado, irrigação automatizada e sensores de umidade de solo.
jul/16
93
anuário GBC 2016
94
jul/16
Arena da Amazônia Governo do Estado do Amazonas LEED NC CERTIFIED
Armazém Logístico Dow Guarujá Alianza/ BRENV/ GHIMMEL LEED NC GOLD
Blue Tree Premium Verbo Divino Condomínio São Paulo Office Park LEED EB:OM SILVER
Nike Factory Store Nike LEED CI SILVER
Edifício Alpha Building Bradesco Seguros LEED NC GOLD
Tietê Plaza Shopping Cyrela Commercial Properties LEED CS SILVER
São Paulo Headquarters Fibra Experts LEED CS GOLD E SILVER
Centro Integrado Cardiológico e Neurovascular Unidade Fleury Ponte Estaiada LEED CI PLATINUM
Edifício LUBRAX – Petrobras Distribuidora S.A. Confidere/ Hochtief LEED NC CERTIFIED
Escritório São Paulo Grupo Malwee LEED CI SILVER
Sede Brasil Nivea Beiersdorf LEED CI GOLD
Loja Riomar Fortaleza Lojas Renner LEED CI GOLD
Cond. Ed. Antonio Alves Ferreira Guedes Partage LEED EB:OM GOLD
Edifício J. M.Pinheiro Neto Partage LEED EB:OM GOLD
Vila Dos Atletas Ilha Pura LEED ND CERTIFIED/ AQUA BAIRROS/ AQUA Habitacional
Hotel Hilton Barra Carvalho Hosken LEED NC CERTIFIED / Procel Edifica
rev/gbc/br
anuário GBC 2016
revistagbcbrasil.com.br
jul/16
95
REFERENCIAL GBC BRASIL CASA®
REFERENCIAL GBC BRASIL CASA® Um jeito novo de fazer construção sustentável
C
om o crescimento da construção sustentável no Brasil mais empresas e profissionais estão buscando qualificação, tecnologias e diferenciais que permitem atingir um alto nível de sustentabilidade nas edificações. Um dos fatores que confirmam o crescimento do setor, bem como o engajamento das pessoas, empresas e organizações é o desenvolvimento da certificação específica para residências, unifamiliar e multifamiliares, o Referencial GBC Brasil Casa®, lançado em 2014 pelo GBC (Green Building Council) Brasil, que também vai de encontro ao estudo sendo desenvolvido pelo WGBC (World Green Building Council), previsto para ser lançado em janeiro de 2017, referente à saúde e bem-estar em espaços residenciais. A metodologia de certificação é fundamental e decisiva para a criação de uma forte rede colaborativa com o objetivo de influenciar e fomentar o mercado, bem com sua transformação em cadeia, além de fornecer ferramentas necessárias para projetar, construir e operar residências e edifícios residenciais de alto desempenho econômico, social e ambiental que promovam práticas sustentáveis. Até o momento, existem 34 projetos Referencial Casa® entre registrados e certificados incluindo casas e prédios residenciais verticais e loteamentos que participam da versão piloto. A capacitação profissional e parcerias entre as instituições que fomentam esta demanda mostram o quão este segmento está avançando. O processo de certificação se dá por meio de avaliação e validação, a partir de um referencial técnico desenvolvido por um Comitê com mais de 200 profissionais do setor
96
jul/16
e da adoção de estratégias de sustentabilidade, consideradas em relação ao atendimento a critérios de desempenho. Atualmente, já são 39 profissionais certificados aptos para consultoria da certificação. O GBC Brasil faz um importante trabalho em relação à capacitação de profissionais do setor. Entre os diversos cursos com direcionamentos específicos da construção sustentável, a organização oferece também a capacitação para consultor Referencial GBC Brasil Casa® que, aliado ao curso de Projeto Integrado, fornecerá a capacitação adequada e especifica aos profissionais.
Conscientização dos condôminos Apesar de a sustentabilidade nas construções indicar uma absorção maior por parte das construtoras, escritórios de arquitetura e empresas do setor da construção civil é fundamental que as pessoas como os usuários finais se conscientizem quanto a estes conceitos. Este é um dos grandes desafios para o avanço deste sistema de certificação; a conscientização dos proprietários e usuários das edificações residenciais que serão certificados. Seja em residências térreas ou edifícios verticais é primordial a participação ativa desta parcela para que se possam atingir os resultados almejados. “Este desafio é maior no mercado residencial, pois é necessário convencer não somente um investidor, como por exemplo, ocorrem em edificações comerciais, mas vários proprietários que residem nos edifícios”, destaca Alexandre Tavares, Coordenador de Assuntos Imobiliários do Secovi-Rio.
rev/gbc/br
referencial GBC BRASIL casa®
Entendendo que a sustentabilidade não deve se ater somente aos processos construtivos, ou seja, durante a obra, o Secovi-Rio contribuiu para a conscientização e aprendizado referente ao gerenciamento de condomínios de forma sustentável, o que reduz o impacto ao meio ambiente e diminui as despesas mensais dos condomínios. Para Alexandre Tavares, do Secovi-Rio a linguagem é um dos desafios para fazer com que a população de forma geral atinja o real discernimento no que tange os conceitos de sustentabilidade. “É preciso alinhar a forma de desmistificar a forma de promover as informações sobre estratégias sustentáveis. É garantido que um engenheiro ou um arquiteto entenda os termos técnicos inerentes ao setor da construção civil, porém é necessário que haja um clareamento nas informações para que esta conscientização seja realizada e efetiva em grande escala”, afirma. O Secovi-Rio também promove um curso de extensão de gestão sustentável para condomínios desenvolvido em parceria com a Unisecovirio e a Universidade Mackenzie Rio com o objetivo de desenvolver conhecimentos e habilidades necessárias para uma boa gestão de condomínios sustentáveis. Indo de encontro com esta perspectiva, o Secovi-Rio e GBC Brasil se unem para garantir a capacitação adequada aos profissionais para garantir a disseminação de informação, estudos, cases de sucesso e novas tecnologias através dos cursos oferecidos pelo GBC Brasil nas instalações do Secovi-Rio. Para Alexandre é importante a integração de dois pontos fundamentais, a conscientização e a capacitação de profissionais capacitados para oferecem soluções adequadas são necessários para fazer a sustentabilidade dar certo. “Se você tiver público consciente e profissionais capacitados a gente consegue promover um ambiente na cidade muito mais sustentável”. Historicamente, há um problema de que, quem constrói, muitas vezes não opera. Existem pessoas
revistagbcbrasil.com.br
envolvidas com interesses diferentes, então acaba por causar um descasamento de informações dos processos de sustentabilidade entre construtor e operador. O Secovi-Rio faz, atualmente, o trabalho de reunir estas duas pontas e, segundo Alexandre Tavares, esta questão tem evoluído, pois devido ao trabalho de muitas entidades voltados para o setor da construção sustentável tem havido uma mudança cultural acerca deste tema. Uma ação importante desenvolvida pelo Secovi-Rio foi a criação do blog “Condomínios Verdes”, cujo objetivo é comunicar e agregar valor à sustentabilidade no dia-a-dia das pessoas através de ações que deram certo em relação à sustentabilidade nos condomínios como forma de incentivo. E teve uma aceitação além das expectativas que atinge atualmente 18 mil acessos. Isso comprova que existe, de fato, o interesse das pessoas pelo assunto. “O objetivo é mostrar que é possível trazer a sustentabilidade de forma simples. Até como forma de incentivar, não só os condôminos, mas empresa que no futuro querem oferecer este tipo de solução”.
Fator cultural, visão em longo prazo e incentivos governamentais como pilares importantes para avanço da sustentabilidade Países como Estados Unidos, bem como na Europa já possuem estas questões culturalmente enraizadas na população, que entendem a responsabilidade com o meio ambiente, utilizando os recursos de forma mais otimizada possível, visão de longo prazo e incentivos e investimentos por parte de entidades governamentais. O Brasil precisa começar a se espelhar nestes modelos e levar em consideração a necessidade de ter uma visão de longo prazo, pois “quando você começa a olhar mais para frente, você se permite
buscar soluções que mesmo tendo um retorno um pouco mais demorado ele se paga durante muito tempo”. Alexandre explica ainda que ao pensar em longo prazo e utilizar os recursos de forma eficientes avançamos para uma mudança cultura que permite uma economia de escala. “Com mais gente demandando a gente começa a ter uma economia de escala que tornam as soluções mais atrativas. Então você cria um circulo virtuoso, é uma força positiva alimentando outra ao longo do tempo”, acrescenta. Incentivos das esferas governamentais também são pontos fortes para esta mudança de paradigma, como por exemplo, investimentos que oferecem linhas de créditos específicas para estes produtos, órgãos púbicos que incentivam estas ações através de incentivos fiscais como agentes produtores desta mudança. “Isso faz com que seja factível estas ações. Se a gente pensar no fator cultural nesta questão dos incentivos financeiros há uma diferença em relação aos outros países, e precisamos correr atrás”. Importante estratégia de conscientização para os usuários de condomínios residenciais é o trabalho com o tripé: Problema, Vilão e Herói. Fazer com que as pessoas entendam, com uma linguagem acessível, que existe um problema já é um grande avanço. A partir daí o importante é mostrar as causa deste problema e, consequentemente apresentar as soluções que, segundo Alexandre Tavares, vão desde questões comportamentais e hábitos corretos de utilização dos recursos até processos mais complexos. “A linguagem utilizada é um fator de extrema importante nos processos de conscientização, eu não posso pressupor que estou falando somente com um engenheiro ou profissional da área. É necessário explicar isso de forma simples e objetiva para que todos entendam que é possível atingir a sustentabilidade com pequenas ações. Por isso, a nossa comunicação precisa ser ao mesmo tempo importante, relevante e simples”, enfatiza.
jul/16
97
REFERENCIAL GBC BRASIL CASA®
PROJETOS PILOTOS: Referencial GBC Brasil Casa Montage Botafogo Projeto piloto para certificação Referencial GBC Brasil Casa®, a unidade multifamiliar da Montage Botafogo localizado em Campinas é um exemplo de grande desafio para está registrado e encontra-se em fase de finalização dos projetos com previsão para início das obras no segundo semestre de 2016. Para Rodrigo Basso, o maior desafio para certificação de um projeto residencial como este á a construção do Referencial, uma vez que o mesmo ainda está em fase piloto. “É necessário se adaptar aos desafios e divergências que vão aparecendo ao longo do caminho e testando as possibilidades que mais se adequarem aos projetos”. Rodrigo explica ainda que o Referencial GBC Brasil Casa foi desenvolvido para certificação de casas térreas e, por este motivo, é necessário um enquadramento que viabilize a certificação para edifícios. “É preciso adaptar alguns critérios do Referencial Casa para que ele se enquadre ao modelo do condomínio vertical". O edifício Montage também contará com um projeto de capacitação e conscientização tanto para os funcionários da obra e seu entorno quanto para os futuros moradores, com o objetivo de garantir que os processos construtivos sejam realizados de acordo com as diretrizes da certificação e, que o futuro morador possa também operá-lo de maneira adequada. “O processo sustentável na construção é um ciclo, ele tem que fechar todas as pontas, inclusive a economia, pois se ele não é viável economicamente também não é sustentável. Então eu acho que o maior desafio do residencial é esse é de conseguir passar esse conceito para este público. Nossa estratégia é educar pelos benefícios e mostrar como operar para conseguir esses benefícios”.
Água: em parceria com uma empresa de acabamento de água, a Montage está desenvolvendo um projeto de reaproveitamento de água que visa estabelecer quais os melhores métodos para realizar este aproveitamento. Além disso, o edifício contará com limitadores de vazão em torneiras e chuveiros para garantir uma redução neste consumo. O paisagismo foi planejado de modo a utilizar 100% de espécies nativas da região do empreendimento que não necessitam de alta demanda de água. Ao sistema de irrigação será adicionado a um sistema de automação permitindo controlar rega das plantas e, consequentemente, contribuir para redução no consumo de água, além do estudo de viabilidade para captação e tratamento de águas cinzas através do telhado verde. A previsão de redução, com todas estas estratégias implementadas, é de 30 a 50% no consumo de água do edifício.
Energia: A iluminação de todas as unidades do edifício, bem como das áreas comuns são automatizadas, além da utilização de lâmpadas mais eficientes com 75 lumiens/watts (maior iluminação com menor consumo de energia). Outra estratégia, que está em fase de estudo, é a implantação de módulos
98
jul/16
Perspectiva Montage Botafogo
fotovoltaicos para geração de energia solar, a previsão é de instalação de 20 placas, que gerariam 650 Kwh/mês, suficientes para abastecer toda a área comum do empreendimento. Toda a arquitetura do empreendimento também foi pensada para maior aproveitamento de iluminação e ventilação natural, o que contribuiu para maior conforto dentro dos ambientes, além de reduzir o consumo de energia provenientes de iluminação artificial, aquecedores ou ar condicionado. A expectativa de redução de energia para o edifício é de a partir de 35%.
Gestão de resíduos: Com o planejamento e gestão de resíduos adequados será possível garantir, a princípio, que mais de 30% dos resíduos sejam reciclados e, consequentemente, desviados de aterros, a partir dos processos já praticados rotineiramente nos projetos da empresa. Com um estudo de viabilidade sobre a gestão dos resíduos será possível reutilizar um quantidade acima do já previsto.
rev/gbc/br
referencial GBC BRASIL casa®
Para Rodrigo Basso o desenvolvimento de uma certificação especificamente para residências permite aproximar as pessoas da realidade da construção sustentável, de que ela traz benefícios de maneira mais efetiva para o dia-a-dia. “Esta aproximação é fundamental, pois você consegue mostrar que é possível introduzir estes conceitos nas residências deles. Isso faz com que as pessoas comecem a pensar de maneira consciente, não agridam o meio ambiente, trazendo benefícios ao redor da sua caso, para seus familiares. Você coloca todo mundo no jogo”, finaliza.
Klub de Campo Boituva e KlubHaus Jaguaré A HausBau, empresa com foco no segmento residencial também faz parte da fase de concretização do selo Referencial Casa. A empresa participa da fase piloto da certificação com dois projetos, Klub de Campo Boituva (misto – residencial térreo e comercial) e KlubHaus Jaguará (edifício residencial). A participação dos projetos na fase piloto do Referencial Casa tornou-se uma grande oportunidade da empresa concretizar os objetivos de sustentabilidade nas construções, um trabalho que já vinha sendo realizado pela incorporadora em outros projetos através do selo AQUA. “O Referencial Casa se aproxima muito dos objetivos do AQUA em relação à sustentabilidade, porém há uma diferença importante em relação à auditoria. Este é um diferencial que estamos almejando com estes dois projetos”, afirma Michele Nogueira, engenheira civil da HausBau. De acordo com a engenheira, apesar de serem diferentes, os dois empreendimentos possuem características de sustentabilidade semelhantes.
Implantação: Foi realizado um estudo de sombreamento do empreendimento, onde se constatou que, tanto no solstício de verão como de inverno, as sombras projetadas pelas edificações não prejudicam os vizinhos nem as áreas sensíveis do empreendimento, como a piscina, áreas de lazer externas. A implantação do empreendimento Klubhaus Jaguaré foi realizada de maneira que as torres ficassem distantes das vias perimetrais ao empreendimento, portanto reduzindo os impactos sonoros das mesmas.
revistagbcbrasil.com.br
Perspectiva e Implantação Klub de Campo Boituva
Materiais e resíduos: Em ambos os projetos foi priorizado a utilização de materiais que causem menor impacto ambiental possível, com fornecedores que mantenham relações confiáveis e compra de materiais dentro de um raio de 300 km da obra. Haverá ainda para os dois projetos a contratação de transportadores de resíduos legalizados e enviar os resíduos para destinos regulamentados pela CETESB. O gerenciamento dos resíduos seja realizado de maneira adequada por todas as equipes envolvidas no canteiro de obras para buscar o atendimento da meta de valorização de resíduos de 70%, além de garantir que o solo movimentado seja reaproveitado no empreendimento, de maneira que o saldo de saída do canteiro seja baixo. Toda a madeira utilizada na obra é comprovada através do DOF.
Água: Para otimização no uso da água serão utilizadas válvulas de duplo acionamento nas bacias sanitárias, metais sanitários com restritores de vazão, medidor individual de água para piscina e vestiários e outras instalações das áreas comuns, especificação de plantas nativas, que necessitam de menor irrigação, captação e reaproveitamento de águas pluviais – que serão utilizados nas descargas, jardins e limpeza, com reservatório de 50 mil litros de capacidade- e aumento das áreas permeáveis. Com essas medidas prevê-se uma econômica de água de 25% à 35% de água. Durante a obra haverá análise diária dos efluentes lançados na rede de águas pluviais, certificando que não seja lançado nenhum tipo de poluente ou resíduo que venha a prejudicar este sistema. Os resultados esta análise deve ser registrado no diário de obra.
Orientação dos funcionários e relação com o entorno: Serão adotadas medidas para garantir o atendimento das medidas de segurança do trabalho no canteiro de obras e realizar campanhas de conscientização para que a equipe de obra não realize impactos desnecessários para a vizinhança. A comunicação com a vizinhança será um ponto importante a ser tratado durante todo o processo de construção. Haverá um canal de comunicação para eventuais reclamações de vizinhos sobre incômodos da obra. Através do envio de cartas os vizinhos do canteiro serão informados sobre as etapas ruidosas do empreendimento, que deverão ser
jul/16
99
REFERENCIAL GBC BRASIL CASA®
realizadas em horário apropriado, horários pré-estabelecidos para entrega e retirada de materiais, bem como limpeza do canteiro e do seu entorno.
Energia: Priorizou-se a compra de equipamentos elétricos com certificação ENCE (Etiqueta Nacional de Conservação de Energia), uso de sensores de presença nos banheiros, células fotoelétricas na iluminação externa, e iluminação com Led’s. Com o objetivo limitar o esgotamento dos recursos energéticos não renováveis e as emissões de poluentes atmosféricos e de resíduos radioativos, bem como o consumo de energia durante a fase de uso e operação do edifício foram adotadas estratégias como preparação do manual do proprietário e do síndico com recomendações de utilização adequada dos equipamentos elétricos com a etiqueta ENCE. Além disso, o empreendimento contará com a contribuição das placas para o consumo energético consciente dos empreendimentos, apresentando uma estima de geração de energia e os usos desta energia. Também foi feita a contratação de modelos de elevadores que atendam as medidas da certificação: modelo adequado ao tráfego, de modo a limitar o consumo de energia do elevador e com iluminação não-permanente dentro do elevador, além da iluminação de segurança. Tais estratégias contribuirão para uma redução de 17% a 25% no consumo de energia dos empreendimentos.
Para Michele, as pessoas estão, aos poucos, absorvendo essa cultura sustentável. Isso se deve, em grande parte, à racionalização de água e aumento da tarifa elétrica que impactaram nestas questões. “O cliente quer o que vai influenciar no bolso dele, então eles se preocupam mais com a economia de água, luz, reciclagem que possa converter em benefícios para o condomínio. Então são esses pontos que focamos sempre quando fazemos um certificado”, conclui Michele.
Conforto e bem-estar: Torres do empreendimento posicionadas centralizadas; Valorização dos espaços comuns do empreendimento; Após as análises do laudo acústico, as paredes foram projetadas para que diminua a passagem de ruídos externos; As lajes foram dimensionadas criando um isolamento acústico entre os apartamentos, consequentemente reduzindo a influência sonora externa.
Perspectiva e Implantação KlubHaus Jaguaré
A parceria com a empresa de consultoria em sustentabilidade EcoBuilding foi fundamental para agregar a sustentabilidade nos projetos além de garantir otimização nos custos. De acordo com um estudo realizado entre as empresas verificou-se um custo aproximado de 2% a mais do valor inicial dos projetos incluindo a implantação da certificação e todas as implementações de estratégias sustentáveis. “Este valor pode ser facilmente diluído em parcelas. O comprador não sente esse impacto no bolso, e o payback desse investimento é muito rápido”.
100
jul/16
rev/gbc/br
anuário GBC 2016
StarCenter:
Soluções para climatização de alguns dos principais projetos certificados em 2015 Data Center Bovespa O data Center da BM&FBovespa faz parte de um ambicioso plano estratégico da empresa e está localizado na cidade de Santana do Parnaíba, em São Paulo. Possui 3 mil metros quadrados, com piso elevado e envolve dois prédios, cada um composto por um andar térreo e um pavimento a fim de abrigar a área de produção e a central de utilidades. Com o seu novo empreendimento, a Bolsa reduz a complexidade de gerenciar cinco data centers para apenas dois, concentrando a sua capacidade de processamento no novo data center, e reservando um outro site para a contingência. O objetivo é garantir uma maior eficiência e elevar a robustez da infraestrutura da Bolsa. O novo data center da BM&FBovespa é classificado como Tier III pelo Up Time Institute, principal órgão norte-americano de emissão deste tipo de selo. Isso significa que todas suas facilidades são duplicadas, como telecom, no breaks, entrada de energia elétrica por dois lados diferentes, geradores e ar condicionado. A construção possui também certificação ambiental Leadership in Energy and Environmental Design (LEED), com iniciativas como geradores e chillers de altíssima eficiência energética. Este data Center recebeu sistema de expansão indireta com água gelada, com 3 Chillers com compressores centrífugos de condensação a água de 700 TRs cada, sendo 2 operantes e 1 reserva. A infraestrutura de água gelada foi prevista para atender à ampliação com mais 3 Chillers (2 operantes e 1 reserva), podendo abrigar futuras instalações com capacidade total de 2.800 TR.
102
jul/16
Os dois pisos receberam FanCoils de precisão por insuflação pelo piso e distribuídos por meio de placas perfuradas nos corredores quentes. São 8 FanCoils, sendo 6 efetivos e 2 reservas, sendo que no futuro pode receber até 18 efetivos e 2 reservas. O ar externo foi tratado através de 1 FanCoil.
Edifício FL 3500 / Banco Itaú Localizado na avenida Brigadeiro Faria Lima, um dos locais mais privilegiados da cidade de São Paulo, o edifício FL 3500 possui um projeto arquitetônico ousado que remete a um diamante lapidado, onde suas inclinações, recortes assimétricos e enormes vãos livres unem os espaços e valorizam a paisagem urbana da cidade. De uso exclusivo do Banco Itaú, seus 24 mil m² de área útil são atendidos por sistema do tipo expansão indireta executado em duas fases. A primeira possuía a flexibilidade de atender multiusuários e/ ou monousuário e para isso, foram utilizados equipamentos de alta performance e de última geração atendendo às normas para certificação LEED Gold. Através de torres de resfriamento localizadas na cobertura com disponibilidade para atender também o sistema 24 horas, único anel de vazão variável para distribuição de água gelada e unidades de resfriamento, ligadas em série no conceito fluxo e contra fluxo, instaladas no 1º subsolo, credenciam o FL 3500 como primeiro edifício comercial no Brasil a receber esse conceito em suas instalações. Sistema entálpico para conservar a energia térmica liberada ao meio externo completa o sistema, possibilitando redução de carga térmica do consumo energético.
A segunda fase do projeto teve como objetivo atender às necessidades do Banco Itaú e através de equipamentos do tipo FanCoil com variador de frequência, rede de dutos e caixas de volume variável do tipo VAV possibilitou conforto aos colaboradores do Itaú com controle de temperatura por zonas. Para área de missão crítica foram instaladas novas unidades de resfriamento, localizadas no 5º pavimento como backup do sistema principal e unidades de precisão com o objetivo de controle da temperatura e umidade relativa do ar dessas áreas.
Complexo Ez Towers O Complexo Ez Towers, localizado na Rua Enxovias, no bairro Chácara Santo Antônio, em São Paulo, é um empreendimento composto por duas torres (A e B), tendo cada uma 32 pavimentos, 3 subsolos, 1 térreo e 1 cobertura (laje técnica). Hoje, esse Complexo é considerado a maior obra VRF com Condensação a água da América Latina. O projeto possui design único e imponente, além de suas instalações atenderem a todas normas de sustentabilidade que garantem ao empreendimento a certificação LEED. As 24 unidades de Torres de Arrefecimento com circuito fechado e serpentinas fabricadas em aço inox estão localizadas na cobertura das torres A e B (sendo 12 unidades em cada uma delas), as quais realizam o resfriamento da água de condensação do sistema VRF. O destaque fica com o funcionamento em circuito fechado, que previne a entrada de impurezas através das serpentinas na água de condensação que atua no sistema VRF e, à baixa taxa de evaporação da água, que em circuito aberto ocorre de forma elevada, provocando maior desperdício.
rev/gbc/br
anuário GBC 2016
Cada uma das Torres de Arrefecimento possui um sistema de circulação de água através de bombas, localizadas ao lado das bacias, responsáveis pela circulação da água sobre as serpentinas para que ocorra o processo de resfriamento da água de condensação. Além disso, as Torres de Arrefecimento estão sob estrutura metálica, constituída de viga I com amortecedores de vibração de mola em suas bases, para não transmitir vibração das torres aos edifícios. As torres do complexo possuem em suas coberturas 10 Bombas de Água de Condensação, sendo 8 unidades operantes e 2 unidades reservas, cada uma. Para melhor desempenho e economia, o sistema das bombas opera com inversores de frequência que possibilitam o controle e variação de água de condensação nas unidades condensadoras instaladas em cada pavimento. Com o auxílio de válvulas on-off, instaladas no barrilete de cada unidade condensadora, de cada pavimento, o inversor de frequência recebe um sinal de que a unidade condensadora não está em funcionamento. Com essa informação, a válvula é fechada e a pressão no sistema aumentada. Ao mesmo tempo, sensores de pressão na linha identificam o aumento de pressão e enviam um sinal aos inversores de frequência, que diminuem a vazão das bombas, fazendo com que ocorra menor consumo de energia para o sistema e menor desgaste dos equipamentos. Cada pavimento das duas torres possui 8 Recuperadores de Calor responsáveis pela captação do ar do ambiente e envio do mesmo pelo shaft principal, onde ocorre a sucção através de ventiladores, localizados na cobertura, para que o ar seja eliminado para o ambiente externo. Ainda na cobertura estão localizados Ventiladores Plenum Fan em 4 casas de máquinas estanque, com filtros G4+F5, que fazem a limpeza do ar externo para retorno tratado ao ambiente interno, através dos mesmos ventiladores que realizam a
revistagbcbrasil.com.br
sucção e que descarregam para o shaft principal de ar externo, onde antes de retornar ao ambiente é recuperado o calor através do ar de exaustão, reduzindo a temperatura do ar externo. A vantagem desse sistema é a redução de carga térmica do ambiente e a economia de energia para o empreendimento. Com capacidade de 92 HP, os condicionadores de ar (VRV) são de expansão direta, tipo multi-split, operando em VRV (fluxo de refrigerante variável) e em ciclo reverso (resfriamento e aquecimento). Cada unidade condensadora alimenta múltiplas unidades evaporadoras, com modulação individual de capacidade pela variação da vazão de fluído refrigerante do tipo R-410A. As torres de arrefecimento têm capacidade de 6.667,2 TR. São 12 unidades do tipo circuito fechado para Torre A e outras 12 unidades idênticas para a Torre B, de ventilação forçada, por meio de ventiladores do tipo axial, modelo SRI -95-34, da SEMCO BAC. Com capacidade de 1.680 m³/h, as 10 bombas para a Torre A e 10 bombas para a Torre B, são montadas em ambas as torres do mesmo modo, em 2 grupos de 5, sendo 1 para funcionamento efetivo e uma reserva. São do tipo centrífugo, horizontal, com rotor fechado montado em balanço, construção “back pull out”. Cada unidade tem uma vazão de 210.000 l/h de água e com altura manométrica de 50 m de coluna de água. É acionada por motor elétrico de alto rendimento com potência de 60 CV, trifásico, 380 Volts, 60 Hz, 4 polos com acoplamento de luva elástica com espaçador. O conjunto motor-bomba foi montado sobre base única rígida de perfis “U” reforçados de aço assentada sobre calços absorvedores de vibração de mola, tipo RMAC da RISASPRING. Com capacidade de 70m³/h, o trocador de calor e composto por 2 conjuntos de 2 bombas para a Torres A e a mesma quantidade para a Torre B, sendo uma operante e uma reserva. São do tipo centrí-
fugo, horizontal, com rotor fechado montado em balanço, construção “back pull out”. Cada unidade tem vazão de 35.000 l/h de água e com altura manométrica de 30 m de coluna de água. É acionada por motor elétrico de alto rendimento com potência de 7,5 CV, trifásico, 380 Volts, 60 Hz, 4 polos, com acoplamento de luva elástica. A interligação das bombas à tubulação é feita por conexão flexível de aço. O conjunto motor-bomba foi montado sobre base única rígida de perfis “U” reforçados de aço assentada sobre calços absorvedores de vibração de mola, tipo RMAC da RISASPRING. De modelo VAM, o ventilador de Insuflação tem capacidade de 2.289.560 m³/h e promove a troca de calor entre o ar exterior de renovação, captado do exterior, e o ar exaurido do ambiente condicionado. São de disposição horizontal montados sobre o forro, contendo trocador de calor estático entálpico, ventiladores de captação de ar novo do exterior e de ar exaurido do interior e jogo de registros motorizados internos para operação de by-pass do trocador de calor. Os componentes incorporados em gabinete de chapa de aço galvanizado, com portinholas de acesso para manutenção. O elemento de troca de calor entálpico é de mídia higroscópica de celulose para operação estática. Os ventiladores são do tipo centrífugo, com rotor de pás curvadas para frente, rigorosamente balanceado, estática e dinamicamente, e acionados por motor elétrico monofásico, de 220 Volts, 60 Hz, com 3 velocidades de rotação, funcionamento silencioso, em acoplamento direto. Possui controlador próprio integrado à automação do sistema multi-split VRV.
jul/16
103
anuário GBC 2016
Pollutec Brasil
Estreando na América-Latina a Pollutec Brasil promove feira de exposição e apresenta soluções ambientais inovadoras integradas à rodada de palestras ministradas por especialistas e líderes do setor
A
conteceu entre os dias 12 e 15 de abril, no Pavilhão do Anhembi em São Paulo, uma das maiores feiras internacionais de tecnologias e soluções ambientais: a Pollutec Brasil. Realizada em diversos países, a marca está no mercado há mais de 40 anos, onde apresenta edições anuais na França, Argélia e Marrocos. No Brasil, o objetivo foi de ampliar o repertório de soluções ambientais visando à competitividade com sustentabilidade, além de promover uma maior integração internacional e geração de negócios. Estiveram presentes na Pollutec Brasil 97 marcas que apresentaram as mais diversas soluções e inovações ambientais do mercado mundial. Entre as empresas participaram líderes do setor, tais como: Suez, Ambiensyz, Mizumo, Veolia, Dow, Solvi, Estre, Cetesb e Thermo Fisher,
104
jul/16
além de organizações como Confederação Nacional da Indústria (CNI), Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e SABESP (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo). Os presentes no evento somaram mais de quatro mil compradores do setor público e privado, 68 palestrantes além da participação de mais de 120 especialistas ao longo da programação. O público participante, formado em grande parte por profissionais líderes com poder de decisão contou com cerca de 15% de sócios-proprietários, 16% de diretores e 14% de gerentes, o que garantiu credibilidade e corroborou para a importância do evento diante do mercado nacional e internacional. As quase 100 empresas que estiveram presentes na Pollutec Brasil ofereceram uma diversidade de tecnologias que abrangem todas as esferas de sustentabilidade. A primeira
edição no Brasil contou com grandes potências internacionais, tais como, França, Holanda, Áustria, Reino Unido, Alemanha, Austrália, Suécia, China e Portugal. Visando a oportunidade de geração de negócios às empresas presentes, o estande da CNI promoveu, durante dois dias, 30 rodadas de negócios, das quais participaram 40 empresas de cinco países. Além disso, o BNDES e a Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) organização vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, apresentaram ao público suas linhas de crédito. A feira contou também com estantes individuais e nacionais de 12 países, que apresentaram suas expertises e inovações tecnológicas representando mais de 35% da dos expositores. No Pavilhão do Anhembi também estava a Feicon Batimat, que ocorreu de forma simultânea à Pollutec, o que garantiu uma maior integração entre
rev/gbc/br
© Mário Águas
anuário GBC 2016
Vista Geral do Evento
público e expositores, e contribuiu para um ambiente agregador, tanto para o setor ambiental quanto para o de construção.
Fórum Cuidando do Futuro Um dos destaques do evento foi o Fórum Cuidando do Futuro, que consistiu na apresentação de diversas soluções ambientais inovadoras pelas empresas com foco em gestão de resíduos sólidos, tratamento de água e esgoto, biogás, energias renováveis, descontaminação dessalinização, reuso de água, além da abordagem em relação a investimentos em projetos e o cenário hídrico atual. Elaborado com o apoio da Associação Brasileira de Energia Sanitária e Ambiental (ABES) a programação promoveu 32 palestras gratuitas além de diversos cases e suas soluções sustentáveis. “Demos nossa contribuição para que o saneamento seja visto para além da questão do binô-
revistagbcbrasil.com.br
mio água e esgoto. O assunto exige uma visão sistêmica para que o Brasil obtenha mais avanços em pontos como a sustentabilidade em seu sentido mais amplo, economia verde e aproveitamento energético”, afirmou Dante Pauli, presidente da ABES. A participação e experiência de especialista de todas as esferas, públicas e privadas conferiu ao Fórum Cuidando do Futuro uma transparência global em relação ao tema contribuindo para a evolução das tendências em sustentabilidade no país.
Programação Variada No primeiro dia do evento, o fórum teve como foco a gestão de resíduos sólidos bem como os desafios e expectativas relacionados ao setor. As palestras abordaram temas como desafios das cooperativas de reciclagem, destinação de resíduos, soluções tecnológicas e financeiras para ecoparques, compostagem, lo-
gísticas reversa, redução de perdas e tratamento de esgoto. Um dos pontos relevantes levantados neste dia foram os desafios de gestão e pontos econômicos, implantação de sistema de valorização de resíduos, bem como o papel da Parceria Público-Privada (PPP) como modelo de negócio no mercado. Segundo Alen Pierre, Gerente de Desenvolvimento de Novos Negócios da Viasolo (Grupo Solvi), a questão de gestão de resíduos sólidos não é apenas de responsabilidade do gestor público, mas sim da sociedade e da iniciativa privada. “Este tipo de contrato só é possível através de um esforço contínuo entre a sociedade, o estado, os municípios e a iniciativa privada, e o nosso desafio é saber agregar a gestão de resíduos com a viabilidade econômica e, sobretudo, a viabilidade socioambiental”, disse. No segundo dia as apresentações foram direcionadas aos temas de ges-
tão de resíduos e efluentes, integração tecnológica, controle de poluentes, panorama do reuso de água, implantação de políticas nacionais, além de bioenergia e resíduos orgânicos. Um dos destaques do fórum, que ocorreu no terceiro dia de evento, foi a apresentação da palestra sobre a inovação das empresas francesas de meio ambiente para o mercado, que contou com diretores, gestores, engenheiros e especialistas que compartilharam conhecimento técnico e suas experiências, bem como tecnologias inovadoras para tratamento natural da poluição nas organizações, condomínios e cidades sustentáveis do futuro, estudos, softwares e sistemas, além de soluções para gestão de energia e otimização de recursos. Em palestra sobre quais medidas tomadas diante da crise hídrica, Marco Antonio Lopes Barros, Superintendente Unidade de Negócio de Produção de Água Metropolitana
jul/16
105
anuário GBC 2016
6° Encontro das águas As principais lideranças de saneamento básico se reuniram no dia 14 de abril para a sessão Rumo a Brasília que abordou sobre saneamento, água e energia, águas e as cidades, mudanças climáticas e gestão de ecossistemas, além de abrigar o 6° Encontro Nacional das Águas (ENA), evento no qual ocorreu a assinatura da Carta das Águas, que terá como destino a composição da pauta do Fórum Mundial da Água de Brasília em 2018. Presenças importantes nesta sessão foram a do Governador do Conselho Mundial da Água, Newton Lima Azevedo e Arian Bechara, Chefe do Departamento de Saneamento Ambiental do BNDES, entre outras empresas. Outra questão relevante neste dia foi abordada pelo representante do BNDES, a criação de um fundo garantidor para o financiamento de
Parcerias Púbico-Privadas em água e esgoto. “Fizemos diversas apresentações no Ministério da Fazenda e esperamos colocar isso em prática ainda nesse governo. Muitos estados estão em situação fiscal deplorável e precisam de parcerias para aumentar sua capacidade de investimento”, salientou Bechara. Cerca de 500 profissionais circularam no ENA, que abriu os debates com uma mesa mediada pelo jornalista William Waack. Posteriormente, no terceiro dia de Pollutec Brasil, foi rea-
lizada uma Visita Técnica com a presença de 40 profissionais ao Aquapolo, o maior empreendimento de água de reuso industrial da América Latina, fruto de parceria entre Sabesp e Odebrecht e localizado em São Caetano do Sul.
Assinatura da Carta das Águas
Imagens© Mário Águas
da SABESP, destacou que o índice de perdas de água tratada caiu de 29,2% para 27,1% entre 2014 e 2015, o que corresponde a 12 m³ por segundo de água que a rede de abastecimento da Região Metropolitana deixou de perder por meio de vazamentos.“Fundamental para esse resultado foi a instalação de 190 válvulas redutoras de pressão na rede metropolitana”, destacou. De acordo com o último Ranking de Saneamento levantado pelo Instituto Trata Brasil, o índice médio nacional de água tratada que não chega nas torneiras – seja por vazamentos ou ligações clandestinas – é de 37,5%. O último dia de evento contou com a presença de especialistas do SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), além de ter como foco temático descontaminação de solos e efluentes, gestão de resíduos na construção civil, além das principais fontes de energias renováveis no Brasil.
Abertura da Pollutec
Édison Carlos - presidente executivo do Instituto Trata Brasil
106
jul/16
Abertura Pollutec - diretora da Pollutec França, Sylvie Fourn
Veolia
Veolia
Veolia
rev/gbc/br
Asau – Arquitetura e Urbanismo Projetos que atendem suas necessidades: Comercial, Residencial e Industrial. Temos como Missão, criarmos um habitat mais integrado com o ser humano, através da prestação de serviços diferenciados nos mercados da construção e desenvolvimento imobiliário.
Quem Somos:
Arquitetura e Urbanismo desenvolve um trabalho criterioso voltado a busca contínua da qualidade, atendendo prazos e custos propostos. A Natureza destas atividades vai desde a Pesquisa e Análise de Restrições, Programação, Pré-Dimensionamento e Planejamento Físico, ao Projeto Arquitetônico Completo, o Projeto de Reforma, o Projeto de Arquitetura de Interiores, Planos Urbanísticos e de Paisagismo, a Coordenação de Projetos Complementares, Fiscalização e Acompanhamento da Obra e Desenhos de Apresentação.
Projetos
Consultoria
Contatos
• Arquitetura Sustentável • Arquitetura Residencial, Comercial, industrial • Design de Interiores e Decoração • Paisagismo e urbanismo • Loteamentos
• Gerenciamento de Projetos e Obras • Paisagismo, Design e Decoração de interiores • Perícia Judicial (Engenharia e Ambiental) • Licenciamento Ambiental • Estudo de viabilidade econômica para empreendimentos imobiliários • Projetos de engenharia (topografia, instalações em geral etc.) • Consultas técnicas para Arquitetura e Engenharia
Rua Doutor José Roberto Freire, 206 Centro - Itaguaí, 23815-203 Tel: 55 (21) 2688-3229 Email: atendimento@asau.com.br www.asau.com.br www.facebook.com/asauarquitetura
anuário GBC 2016
2 16 ANUÁRIO
CERTIFICAÇÕES
A 2ª Edição do Anuário de Certificações GBC Brasil apresenta nas próximas páginas, alguns dos mais relevantes projetos certificados em 2015, além de informações de dados estatísticos que, juntamente com seus profissionais e empresas envolvidas, fazem a diferença a favor de um futuro cada mez mais sustentável. Nosso objetivo é criar um banco de dados das melhores práticas do mercado, apresentando assim os grandes players desse mercado, que aqui se reprensentam pelas empresas que se envolveram ativamente nas pesquisas, no levantamento de informações e na elaboração dos conteúdos trazidos até aqui. Fica desde já o convite para fazermos cada vez mais e melhor essa grande vitrine do mercado da construção sustentável no Brasil.
108
jul/16
rev/gbc/br
anuário GBC 2016
EMPRESAS EM DESTAQUE CTE................................................... 110 SUSTENTECH. . .................................... 114 OTEC................................................. 118 PETINELLI CONSULTORIA .. .................. 122 ATHIÉ WOHNRATH.. ............................. 128 PARTAGE EMP. IMOBILIÁRIOS.............. 134 IPIRANGA . . ......................................... 138
CERTIFICAÇÕES LEED EM 2015 REGIONALIZAÇÃO DO LEED.................. 142 CASES DESTAQUE N/NE/CO.................. 148 CASES DESTAQUE SUL........................ 158 CASES DESTAQUE SUDESTE ................ 164 CASE HISTÓRICO................................ 204 CERTIFICAÇÕES DE NORTE A SUL......... 206
revistagbcbrasil.com.br
jul/16
109
anuário GBC 2016
CTE Experiência de 25 anos com foco em sustentabilidade e alto desempenho
A consultoria líder em sustentabilidade, qualidade, gestão, tecnologia e inovação na construção, atinge a marca de 150 projetos LEED já certificados no Brasil e se torna a primeira empresa fora dos EUA a conquistar o título Proven Provider
O
crescimento das certificações ambientais em edifícios já é algo fortemente consolidado no Brasil. O engajamento das empresas do setor da construção civil alinhados ao trabalho de organizações como o GBC (Green Building Council) Brasil se torna cada vez mais evidente nos últimos 10 anos no sentido de buscar projetos cada vez mais otimizados, desenvolver novas tecnológicas e produtos de maior desempenho, além de promover maior sinergia entre as empresas atuantes do setor. Neste sentido, o CTE - Centro de Tecnologias de Edificações, tem se consolidado no setor de construção de green buildings e atingiu, em maio de 2016, a marca de 150 projetos
110
jul/16
certificados LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) em diversas categorias. A empresa, que possui uma trajetória de 25 anos e desempenha um papel pioneiro no mercado da construção civil detendo quase 50% dos empreendimentos certificados LEED no Brasil, e se coloca em posição de vanguarda no tocante aos processos de sustentabilidade nas edificações. Apesar desta marca histórica no âmbito da certificação LEED no Brasil, a atuação do CTE vai muito além da certificação ambiental. Com a vasta experiência no setor e corpo profissional qualificado nas mais diversas disciplinas que permeiam a construção civil, a empresa foca na qualidade, desempenho, gestão e sustentabilidade dos processos construtivos, sejam eles projetos certificados ou não.
rev/gbc/br
©Divulgação CTE
anuário GBC 2016
150 certificações
LEED 25 anos
de história
Rafael Lazzarini
Especializada em consultoria e gerenciamento de obras, a empresa conta com diversos núcleos, tais como: Sustentabilidade; Inovação e Tecnologia; Qualidade e Processos; Gerenciamento de Projetos e Obras, que juntos se complementam e consolidam sua expertise frente ao mercado atual. Rafael Lazzarini, Gerente Comercial da Unidade de Sustentabilidade do CTE, explica que a área de atuação da empresa transcende a questão de certificação. “Isso ocorre mesmo dentro dos processos de sustentabilidade, pois não se trata somente de certificação, mas sim, de qualidade, redução de impacto ambiental e performance dos edifícios. A certificação é o final do nosso trabalho, para coroar e ter uma validação de terceira parte de projeto sustentável”, afirma.
prestava consultoria para às normas das certificações de gestão de qualidade ISO 9001, ISO 14001 e OHSAS 18001, que tratam, inclusive, da questão de resíduos e processos de gestão ambiental, o que define seu caráter sustentável desde o início. “O CTE já trabalhava em questões que hoje são empacotadas como sus-
Sustentabilidade
Inovação e Tecnologia
Líder no mercado de consultoria green building, o CTE trabalha com diferentes tipologias de empreendimentos, as mais avançadas tecnologias e equipe altamente especializada
O CTE auxilia as empresas no desenvolvimento e implantação de novos sistemas e tecnologias, promovendo a inovação na construção
Qualidade e Processos
Sustentabilidade desde as raízes A unidade de sustentabilidade do CTE foi criada em 2006 e cresceu muito nos últimos 10 anos com a demanda de certificação LEED no Brasil. Apesar disso, a empresa já tinha em suas raízes a preocupação com a sustentabilidade em seus projetos desde a fundação da empresa em 1990. Antes do LEED, a empresa já
revistagbcbrasil.com.br
tentabilidade, mas, anteriormente já atendíamos as normas de qualificação, gestão empresarial, processos de gestão ambiental com as ISO 9001, 14001 e OHSAS 18001. Então está no DNA esta questão da qualidade desde a formação do CTE”, enfatiza Lazzarini.
Desde 1990 o CTE trabalha com os sistemas de gestão empresariais e de processos para promover a qualidade, produtividade e responsabilidade
Gerenciamento de Projetos e Obras O CTE trabalha para viabilizar os negócios de seus clientes e garantir o melhor desempenho de seus empreendimentos
jul/16
111
anuário GBC 2016
Foco em manutenção e operação A maneira como se conduz a fase de operação de um edifício é fundamental para atingir uma alta performance dos edifícios. É neste momento que tudo que todas as estratégias definidas e implantações sustentáveis têm a chance de garantir maior retorno positivo, tanto financeiro quanto ambiental. No que tange à certificação LEED, essas questões são tratadas pelo referencial técnico do LEED – EB O&M (Existing Building – Operation and Maintenance), onde o foco é em eficiência operacional e manutenção do edifício existente, permitindo a maximização e eficiência da operação, além de minimizar custos e impacto ao meio ambiente. Atentos a estas questões o CTE também conta com um departamento especificamente para atender demandas de uso e operação dos empreendimentos, cujo objetivo é apoiar fundos de investimentos, incorporadoras, construtoras, proprietários e gerentes de facilities nas áreas de comissionamento de sistemas, inspeção de recebimento de obras, manual de uso e operação, garantindo melhoria no desempenho na gestão dos recursos hídricos e energéticos, obtenção das certificações sustentáveis na fase de operação dos empreendimentos. Exemplo importante deste trabalho é o edifício do ITAÚ-BBA, localizado na Faria Lima. O empreendimento já possui duas certificações, CS (Core&Shell) e CI (Commercial Interiors), e busca atualmente a certifi-
112
jul/16
cação de manutenção e operação do LEED, a EB O&M. Outro projeto emblemático no portfólio do CTE é a sede da empresa Qualicorp, que também conquistou as três certificações LEED. “Alguns cliente já estão preocupados em trazer a sustentabilidade por completo em seus edifícios, pois já entendem os reais benefícios destes processos”. De acordo com Lazzarini, há uma forte tendência no crescimento de projetos focados no uso e operação dos edifícios. Isso não está necessariamente ligado a conquistar um selo ambiental. Ele explica que os clientes proprietários ocupantes dos edifícios (prédios próprios, hospitais, sedes de empresas, etc.) preocupam cada vez mais com os custos operacionais. “Quando se é proprietário e usuário do edifício, o cliente passa a dar maior atenção aos custos operacionais. A tendência é manter esta busca por desempenho e qualidade nos processos, pois ao entender os benefícios e retorno que terá, o cliente passará a investir mais para obter estes resultados positivos”, destaca. No caso de empreendimentos já certificados, onde a performance energética do edifício não atende às expectativas previstas em projeto, seja por falta de pessoal qualificado para operar ou quaisquer outras questões, a empresa trabalha realizando os ajustes necessários para que o edifício comece a operar de forma adequada visando uma melhor performance.
rev/gbc/br
anuário GBC 2016
Conquista importante da consultoria CTE, é o título LEED Proven Provider, título concedido pelo USGBC (U.S. Green Building Council) e GBCI (Green Building Certification Institute) às empresas que comprovam, excelência nas documentações enviadas dos projetos. Com consultoria green building para mais de 150 projetos já certificados LEED no Brasil, o CTE é a primeira empresa brasileira e a primeira fora dos EUA a conquistar o título. Este título é concedido às empresas que demonstram, ao longo do tempo, um desempenho bem-sucedido e consistente na submissão de documentos de certificação LEED de alta qualidade, ou seja, pela excelência na qualidade da documentação de certificação LEED de seus projetos. Para Rafael Lazzarini, o Proven Provider é um reconhecimento muito importante para a empresa. “Este título traz credibilidade e confiabilidade e reforça o nosso comprometimento em relação à qualidade, performance e seriedade em todos os processos que atuamos.”
revistagbcbrasil.com.br
Processo de encaminhamento dos projetos convencionais com os projetos Proven Provider:
20-25 DIAS ÚTEIS
PROJETOS CONVENCIONAIS
AUDITORIA PRELIMINAR
SUBMISSÃO DA DOCUMENTAÇÃO
100% créditos avaliados
10-15 DIAS ÚTEIS
PROJETOS PROVEN PROVIDER
SUBMISSÃO DA DOCUMENTAÇÃO
AUDITORIA PRELIMINAR Avaliação por amostragem*
15 DIAS ÚTEIS
AUDITORIA FINAL Obrigatória
CERTIFICAÇÃO
15 DIAS ÚTEIS
AUDITORIA FINAL Se aplicável
CERTIFICAÇÃO
POSSIBILIDADE *Demonstração de que o USGBC confia na qualidade da documentação das empresas Proven Provider, por isso analisa apenas uma parte do material
Ações Pioneiras Entre as ações importantes do CTE está o desenvolvimento da pesquisa “Sustentabilidade – Tendências na Construção Brasileira – 2015”. A pesquisa realizada com 265 empreendimentos com as certificações ambientais LEED e AQUA, teve como objetivo mapear as tecnologias usadas nos projetos greenbuildings. O mapeamento foi realizado levando em consideração as tipologias, localização, bem como empresas responsáveis pelas construções, perfis, uso e operação das obras, distribuição geográfica. “A pesquisa veio por uma falta de informação do merca-
Alta qualidade das documentações
do, tínhamos ideia do que ocorria no mercado da construção em termos de tecnologia. Esta pesquisa não abordou a questão da sustentabilidade corporativa, mas aprofundou a questão das evoluções e tendências tecnológicas. O objetivo principal foi realizar um mapeamento consistente do que avançou em termos de tecnologia desde 2007”, explica Lazzarini. Outro projeto importante que contou com a participação do CTE foi definição da “Cota Ambiental”, incluída na Nova Revisão da Lei de Zoneamento no município de São Paulo. A consultoria participou dos processos de definição dos requisitos de áreas
verdes, critérios técnicos, incorporando às estratégias exemplos de sucesso de outros países. Lazzarini salienta sobre a importância de medidas como esta. “Acreditamos que isso é fundamental, pois o Brasil ainda tem pouco incentivo legal para a sustentabilidade. Quanto maior forem os incentivos, maiores serão os investimentos nas ações de sustentabilidade. O alinhamento de os instrumentos legais para esses benefícios é fundamental para o ganho de escala nas ações de sustentabilidade”, conclui.
jul/16
113
anuário GBC 2016
SUSTENTECH Visão holística e integrada como solução para projetos mais sustentáveis Integração dos processos e sistemas garantem maior potencial de performance e amplia capacidade de moldar-se às necessidades do mercado da construção sustentável fazendo com que a Sustentech seja pioneira e se destaque no mercado.
O
setor da construção sustentável no Brasil evolui a cada ano, e mostra a importância das certificações ambientais não apenas pelo selo, mas para garantir a alta performance e qualidade dos projetos. Como uma empresa que entende o mercado, bem como suas necessidades construtivas, a Sustentech se destacou nos últimos anos, vista a sua capacidade de evolução e adaptação às demandas do mercado da construção sustentável. Fundada em 2007, paralelamente ao advento da certificação LEED (Leadership, in Energy and Environmental Design) no país, a empresa iniciou suas atividades em consultoria de sustentabilidade com o objetivo criar soluções integradas em eficiência energética, uso racional da água,
114
jul/16
gestão otimizada de resíduos sólidos e qualidade do ambiente interno que visam redução de custos com foco no desempenho operacional das unidades empresariais. O crescimento significativo da Sustentech nos últimos anos fez com que atingisse, em menos de 10 anos, a marca de 230 projetos certificados LEED em fase de certificação e cerca de 100 empreendimentos já certificados no Brasil e no exterior, abrangendo as mais variadas tipologias em edificações novas e existentes, infraestrutura e instalações industriais. A empresa atua no projeto, gerenciamento, implantação, comissionamento, operação e manutenção das soluções integradas de eficiência e retrofitting. A sustentabilidade na construção começou a ganhar força com o trabalho de divulgação da primeira certificação, assim como o trabalho do GBC Brasil, focado na disseminação da certificação LEED. Para Marcos Casado, engenheiro da Sustentech, o principal papel das certificações LEED é a mudança de paradigmas, oferecendo a cada revisão novos indicadores que fazem com que o
mercado acompanhe esta demanda e evolua continuamente, pois “elas cumprem muito bem esse papel, de estar à frente, mostrando qual é o caminho, onde eles querem chegar”, afirma. Nesta trajetória, a Sustentech conquistou a primeira certificação LEED ND (Neighborhood Development) da América Latina com o projeto Ilha Pura (Vila dos Altletas) no Rio Janeiro, empreendimento de destaque para os Jogos Olímpicos de 2016.“Este é um projeto muito importante, pois inicialmente a viabilidade de certificação foi descartada. Pegamos o projeto e, em parceria com o GBC Brasil, fomos aos Estados Unidos, apresentamos as possibilidades para o USGBC (U. S. Green Building Council), mostramos a importância do projeto para as Olimpíadas e conseguimos reverter o cenário. Este foi um projeto pioneiro também na parte de desenvolvimento urbano para bairros aqui no Brasil”, destaca Marcos Casado. Com a evolução dos processos de sustentabilidade nas construções, a Sustentech se coloca em posição pioneira no mercado quanto ao desenvolvimento de alta performance
rev/gbc/br
anuário GBC 2016
em um mercado que ainda trata a certificação de forma tímida. Atualmente, a empresa busca certificação para obras de infraestrutura através de parcerias com empresas aeroviárias e rodoviárias e, de acordo com Marcos Casado, a evolução das certificações nas diferentes tipologias foi uma importante mudança em relação à construção sustentável no Brasil. Outro diferencial que levou a Sustentech a assumir posição de vanguarda no setor da construção civil, e manter-se em evolução contínua, foi a mudança da logística de departamento dentro da empresa baseando-se em um procedimento de forma integrada. Segundo Marcos Casado, no início os departamentos eram fragmentados por cada tipo de certificação, mas a nova estruturação da empresa permite fazer uma gestão mais integrada em todos os processos, permitindo desenvolver projetos mais sustentáveis em todas as disciplinas. Atualmente, a empresa é definida em três grandes partes: Gerenciamento, Tecnologia e Inovação e Engenharia. Esta estruturação permitiu à Sustentech desenvolver processos mais
revistagbcbrasil.com.br
assertivos quando à gestão de certificações, projetos, acompanhamento de obra – que minimiza divergências operacionais, desenvolvimento de simulação computacional para melhor aproveitamento e desenvolvimento de estratégias dos projetos, bem como o dimensionado e cálculos de matrizes de decisões, dando assim alternativas consistentes e eficientes para que o cliente possa tomar decisões, tanto tecnicamente quanto financeiramente. A construção sustentável tem passado por grandes mudanças. Atualmente, as empresas começam a entender a importância da certificação, sendo ela LEED ou outras certificações ambientais, como um papel de consequência dos resultados alcançados. Marcos afirma que o principal motivo que desponta no setor é o entendimento real da alta performance ambiental com foco em desenvolvimento econômico, otimização dos recursos, seja hídrico, energético ou resíduos, tendo a certificação como consequência . “A Sustentech vem nos últimos anos se moldando para atender cada vez mais essa demanda, e esta preocupação em fazer a gestão dos processos e olhar isso de forma integrada, e não somente trazer o valor do certificado para o cliente, mas sim o valor dos edifícios como um todo é o principal diferencial que faz com que a Sustentech cresça e se destaque
no mercado cada vez mais”, ressalta Marcos Casado. A filosofia de trabalhar lado a lado com o cliente propondo alternativas e viabilizando cada vez mais os conceitos de sustentabilidade com foco em redução de operação ao longo da vida útil do edifício, fez com que a empresa tivesse um crescimento exponencial nos últimos anos. Segundo Marcos Casado, ainda existem empresas que focam apenas no selo, mas isso vem mudando nos últimos anos, pois a empresa faz um trabalho importante de conscientização quanto à redução dos recursos na fase de operação e manutenção. “Um dos motivos mais relevantes foi a crise energética que vem forçando as pessoas a buscarem desempenho nas construções, trabalhando com uma visão integrada e holística de todo o processo, isso faz toda a diferença”, explica o engenheiro.
Três grandes momentos da empresa A expansão dos processos sustentáveis por diversas regiões do Brasil foi um dos pontos emblemáticos da trajetória da Sustentech. Em um momento onde esta demanda já se consolidava no eixo Rio-São Paulo, a empresa buscou, de forma pioneira, levar a sustentabilidade nas construções para outras regiões, o que contribuiu para a disseminação das certificações e processos sustentáveis em todo o país. O mercado da construção sustentável se elevou a um outro patamar a partir do momento em que a preocupação com questões de redução no consumo, otimização foram se colocando evidência nas construções. A Sustentech entrou, então, em seu segundo grande momento, uma vez que começou a trabalhar fortemente na questão de performance e qualidade, levando ao cliente o entendimento dos reais benefícios de processos que visam a performance dos empreendimentos, e não simplesmente a busca pelo selo. De acordo com Marcos Casado, o setor da construção sustentável vive atualmente seu terceiro grande momento, assim como a Sustentech, onde prioriza-se a questão da gestão integrada de forma otimizada, trazendo todos os players para trabalharem de forma integrada nos processos e se engajando desde a fase da implantação com os projetistas, a fase de construção até os profissionais de
jul/16
115
©Carlos Henrique dos Santos
anuário GBC 2016
operação. “Este é um terceiro momento, muito forte, que está acontecendo no Brasil atualmente e, a partir do momento que a cultura mudar e houver uma conscientização global tudo passa a ser consequência. Acredito que teremos mais uns dois anos pela frente para esta ideia se consolidar do Brasil.”, afirma Marcos Casado.
LEED v.4 contribuindo para o desenvolvimento do mercado
“UM DOS MOTIVOS MAIS RELEVANTES FOI A CRISE ENERGÉTICA QUE VEM FORÇANDO AS PESSOAS A BUSCAREM
O engenheiro da Sustentech explica que um dos recentes avanços da construção sustentável é o desenvolvimento do setor de fabricantes e fornecedores de materiais. As empresas preocupam-se cada vez mais com a qualidade e performance de seus produtos e processos, submetendo-os à análises de ciclo de vida, redução no consumo de recursos naturais, além da busca por comprovação de sustentabilidade
DESEMPENHO NAS CONSTRUÇÕES, TRABALHANDO COM UMA VISÃO INTEGRADA E HOLÍSTICA DE TODO O PROCESSO, ISSO FAZ TODA A DIFERENÇA” Marcos Casado
também foi se desenvolvendo cada vez mais”, afirma. Para Marcos Casado, esta é uma mudança grande que está ocorrendo no mercado, e com a nova versão do LEED, a v.4, as empresas começam a ter uma visão mais amplificada, que vai além da certificação.
Sustentech na FEICON e Expo Greenbuilding A Sustentech realizou o Congresso Sustentech de Construção Sustentável na 22ª Feicon Batimat, na sala Araucária do Hotel Holiday Inn, que ocorreu em abril no Pavilhão do Anhembi Morumbi. Os clientes da Sustentech também marcaram presença para mostrar seus cases de sucesso e receber as certificações LEED de seus projetos. Ao todo oito empreendimentos receberam a certificação: Edifício Alpha Building Bradesco Seguros - Alphaville Osasco (LEED New Construction Gold); Tiete Plaza Shopping, São Paulo (Certificação: LEED Core and Shell Silver); Fleury Ponte Estaiada São Paulo (Certificação: LEED Commercial Interiors Platinum); Edifício Lubrax - Sede da Petrobras Distribuidora - Rio de Janeiro (Certificação: LEED New Construction Certified); Escritório São Paulo - Grupo Malwee (Certificação: LEED Commercial Interiors Silver); Sede Brasil - Nivea Beiersdorf, São Paulo (Certificação: LEED Commercial Interiors Gold); Loja
Renner RioMar Fortaleza, Fortaleza, CE (Certificação: LEED Retail Gold); e Cond. Edifício Antonio Alves Ferreira Guedes e Edifício J.M. Pinheiro Neto, São Paulo (Certificação: LEED EB:OM Gold). Outro importante evento que a Sustentech participa é a Greenbuilding Brasil Conferência Internacional & Expo, que acontece nos dia 9, 10 e 11 de agosto de 2016. Na ocasião a empresa apresentará o primeiro estudo de ACV (Análise do Ciclo de Vida) dos edifícios, tomando como base o desenvolvimento da Loja Riachuelo, no Rio de Janeiro. O estudo engloba a gestão dos impactos ambientais resultantes da construção e operação dos edifícios, infra-estrutura e avaliação do ciclo de vida, que são aspectos fundamentais para mitigação dos danos causados sobre a biosfera, bem como para a redução de emissões de gases de efeito estufa.
dos produtos, no caso de registro de declarações ambientais de produtos por certificadora de terceira parte. “Isso facilitou muito o desenvolvimento do mercado e também ajudou a quebrar barreiras que tínhamos no início, como por exemplo, o desconhecimento dos métodos de produção ou componentes dos produtos. A partir do momento em que o mercado foi entendendo esta questão
116
jul/16
rev/gbc/br
anuário GBC 2016
Certificados e Pré-Certificados LEED E PROCEL - SUSTENTECH 2013 SP
LEED CI
S
NOVO EDIFÍCIO DASLU
SP
LEED CS
C
Pré-Certificado
VILA DOS ATLETAS
RJ
LEED ND
C
Pré-Certificado
BRIGHTON FARIA LIMA
SP
LEED CS
C
Pré-Certificado
FARIA LIMA CORPORATE
SP
LEED CS
S
NIKE NOVO HAMBURGO
RS
LEED CI
S
TORRE BRIGADEIRO
SP
LEED CS
S
TORRE PAULISTA
SP
LEED CS
S
CCP DUTRA SP - 100
SP
LEED CS
C
CCP DUTRA SP - 200
SP
LEED CS
C
ESTÁDIO ARENA AMAZÔNIA 2014
AM
LEED NC
C
ABP2 – BLOCO A
SP
LEED CS
C
Pré-Certificado
ABP2 – BLOCO B
SP
LEED CS
C
Pré-Certificado
ABP2 – BLOCO C
SP
LEED CS
C
Pré-Certificado
TORRE 1º DE MARÇO
RJ
LEED NC
S
Pré-Certificado
TORRE EMPRESARIAL
PE
LEED CS
C
Pré-Certificado
TORRE IBIRAPUERA
SP
LEED CS
G
TORRE TRIANON
SP
LEED CS
G
TIETÊ PLAZA SHOPPING
SP
LEED CS
S
CONDOMÍNIO SÃO PAULO OFFICE PARK
SP
LEED EB OM
S
CN II
RJ
LEED CS
C
DOW GUARUJÁ
SP
LEED NC
G
PARK SHOPPING CORPORATE
DF
LEED CS
G
HOTEL HILTON
RJ
PROCEL NÍVEL A
FLEURY
SP
LEED CI
P
LOJA RENNER FORTALEZA
CE
LEED CI
G
ED ANTONIO A. F. GUEDES - BIRMAN 29
SP
LEED EB OM
G
CN2
RJ
LEED NC
C
ESCRITORIO MALWEE
SP
LEED CI
S
EDIFÍCIO ALPHAVILLE
SP
LEED CS
G
ED PINHEIRO NETO
SP
LEED EB OM
G
NIVEA OFFICE BRASIL
SP
LEED CI
G
ILHA PURA
RJ
LEED ND
C
SEDE SPECTRUM
2014
O exemplo vem de dentro A sustentabilidade na Sustentech acontece de dentro para fora. O escritório sede da empresa é focado em desenvolvimento sustentável mostrando a preocupação da empresa de não querer só que os outros façam, mas de dar o exemplo. O escritório da empresa em São Paulo, apesar de não possui a certificação, foi projetado de acordo com todos os pré-requisitos e créditos exigidos pelo LEED de iluminação, automação, redução nos consumo de água, qualidade ambiental interna. Comparado a um escritório convencional o espaço da Sustentech chega a atingir economia de 45% de energia e 60% no consumo de água, além de possuir sensor de qualidade do ar em todas as salas, uma característica fundamental preservar a saúde e garantir uma boa produtividade dos colaboradores. “Conseguimos mostrar os resultados na prática e muitas empresas se convenceram em buscar a performance e consequentemente a certificação de seus projetos. Isso é muito importante, pois, dando este exemplo, conseguimos nos posicionar à frente do mercado com esta questão”, conclui Marcos Casado.
2015
2016
revistagbcbrasil.com.br
jul/16
117
anuário GBC 2016
OTEC: Trilhando o caminho da sustentabilidade Com foco em alto desempenho e eficiência, a empresa conta com expertise em sustentabilidade na construção civil com adoção em certificações ambientais de reconhecimento mundial
118
jul/16
G
uiada pelo aprimoramento contínuo, bem como pela geração de conhecimento nas áreas de qualidade, desempenho e sustentabilidade no ambiente construído, a OTEC se destaca no mercado da construção civil através de sólida experiência na prestação de serviços para a construção sustentável. A empresa, que iniciou sua operação em 2007, disseminou desde o princípio as práticas sustentáveis na construção civil. Com forte influência da cultura norte-americana em função da parceria iniciada com a empresa Architectural Energy Corporation, mais tarde adquirida pela United Tecnologies Company, imprimiu em seus projetos o know-how multidisciplinar de sua equipe. Atualmente, é referência no mercado em que atua sendo líder na implantação de práticas e certificações para a operação e manutenção sustentável. Especializada em consultoria de sustentabilidade nas edificações, a empresa foca no alto desempenho dos ambientes construídos nas áreas de conforto térmico, acústico, visual, simulações energéticas e de luminosidade. Com uma experiente e bem formada equipe multidisciplinar, a empresa oferece mais de setenta serviços para todo o ciclo de vida dos empreendimentos imobiliários, “desde a concepção à desconstrução, passando pelo projeto, obra e operação & manutenção permitindo aos seus clientes a implantação de sólidos procedimentos responsáveis pela geração de valor am-
rev/gbc/br
anuário GBC 2016
biental, social e financeiro”, destaca David Douek, Diretor de Desenvolvimento da OTEC. Em relação à engenharia dos sistemas prediais, a OTEC se destaca nas áreas de comissionamento de edificações novas e existentes, medição e verificação dos sistemas, auditoria de energia, além de oferecer a seus clientes um benchmarking por meio da utilização de ferramentas interativas que proporciona acompanhar e avaliar o consumo de água e energia dos edifícios. Preocupada com o perfil de cada cliente, tipologia ou empresa, a OTEC fornece soluções personalizadas através de técnicas que determinam as estratégias a serem adotadas de acordo com as necessidades de cada tipologia. Através do trabalho de pesquisa e desenvolvimento, a empresa adquiriu grande expertise nas mais diversas tipologias construtivas. São mais de 10 milhões de metros quadrados atendidos que incluem dezenas de edifícios registrados e certificados. Destaca-se a variedade de tipologias que inclui empreendimentos comerciais, residenciais, indústrias, centros logísticos, edifícios esportivos, escolas, museus, teatros, transportes, infra-estrutura, urbanismo e outros de igual importância. Reforçando essa veia sustentável, a empresa já contabiliza diversos cases de sucesso desenvolvidos a partir de estratégias sustentáveis baseadas em diretrizes de certificações ambientais mundialmente conhecidas como LEED, AQUA, Cradle to Cradle, BREEAM e Procel EDIFICA. Alinhando-se com o aquecimento da sustentabilidade na construção do Brasil, a OTEC possui um vasto portfólio de projetos com certificação LEED (Leadership in Energy and Enviromental Design), comprovação ambiental fornecida pelo GBCI (Green Business Certification Inc.), instituição norte-americana cujos processos são fomentados no Brasil através do GBC (Green Building Council) Brasil. Segundo David Douek, o mercado desenvolveu-se graças ao esforço conjunto de instituições como o GBC Brasil e da iniciativa privada que envolve as consultorias, as indústrias e os prestadores de serviço. A contribuição individual encontrou eco neste trabalho a várias mãos. “Acreditamos que edifícios projetados, construídos e operados de maneira responsável são parte integrante de um amadurecimento da sociedade frente aos desafios que a evolução apresenta. O papel da OTEC é responder
revistagbcbrasil.com.br
a estes questionamentos de forma inteligente, eficiente e ágil para que todos os envolvidos no ciclo de vida de uma edificação possam encontrar em nossa empresa o apoio que necessitam para equacionar suas demandas.”
Algumas certificações LEED Brookfield Towers O Brookfield Towers é um dos emblemáticos edifícios corporativos que conquistou a certificação LEED através do apoio da OTEC. Localizado em São Paulo, o empreendimento foi desenvolvido com o intuito de ser um dos marcos arquitetônicos da capital. Um dos principais benefícios proporcionados pela implementação de estratégias sustentáveis são o alto desempenho energético através da utilização de vidros de alta eficiência e equipamentos de alto desempenho. Além disso, adotou medidas para otimização e redução no consumo de água potável do edifício, bem como, a instalação de vagas preferenciais para veículos com baixa emissão de poluentes e bicicletário como incentivo a uso de transporte alternativo.
Cajamar Industrial Park – São Paulo No segmento logístico industrial a OTEC garantiu ao Cajamar Industrial Park, em São Paulo, a certificação LEED Core&Shell com foco em sustentabilidade e eficiência energética. O desenvolvimento do projeto contou com estratégias de redução de impacto ambiental durante a fase de implantação através da adoção de controle de poluição de obra, canteiro sustentável, plano de gerenciamento de resíduos e utilização de materiais de fabricantes e fornecedores da região. A adoção de medidas como valorização de ventilação e iluminação naturais, infraestrutura, utilização de equipamentos com alta eficiência energética, recursos de iluminação e sensores de presença contribuíram para redução do consumo de energia e custos com sistemas operacionais. Também optou-se pela utilização de metais sanitários eficientes e bacias economizadoras, soluções de paisagismo e irrigação eficientes, além da implantação de um sistema de tratamento de água de reuso que serão aproveitadas para irrigação do paisagismo.
jul/16
119
anuário GBC 2016
Outro aspecto importante do centro logístico é a proximidade com rede de transporte público, vagas reservadas para veículos com baixa emissão de CO2 e bicicletário, que proporcionam maior facilidade de locomoção, além de incentivar o uso de transporte alternativo para os usuários.
Para David, todos os projetos são tratados com o mesmo cuidado, quanto às questões relacionadas à eficiência energética, hídrica, sustentabilidade, especificação de materiais, conforto dos usuários, atendimento de normas, entre outras condições indispensáveis para que o edifício atenda à expectativa do proprietário e/ou usuário da edificação.
Arena Castelão – Fortaleza Um dos emblemáticos projetos da OTEC é a arena esportiva Castelão, em Fortaleza. Considerado um dos marcos da Copa do Mundo de 2014, o Castelão foi o primeiro estádio a receber a certificação LEED, além de abaixo do orçamento determinado para a obra. Trata-se de uma obra referência no estado do Ceará, no que tange à implementação de estratégias sustentáveis de gestão de recursos ambientais durante a construção e operação. Para atender às especificações de materiais foram instalados às áreas pavimentadas e de cobertura materiais com alto nível de refletância visando reduzir impactos como ilha de calor, estratégias que contribuem fortemente para redução no consumo energético além de promover espaços mais confortáveis aos usuários. Para redução no consumo de água potável, foram instalados louças e metais sanitários economizadores, como, por exemplo, sanitários a vácuo.
General Motors – Joinville - SC A importante indústria automobilística, General Motors, localizada em Joinville, também faz parte dos projetos destaques da OTEC. Primeira fábrica do setor a receber a certificação LEED Gold no Brasil na categoria New Construction, implantou, de forma pioneira, sistemas de eficiência energética como instalação de sistema fotovoltaico, além de possuir um sistema de reciclagem de água industrial por meio de Osmose Reserva, que produz água com alta qualidade, baixa salinidade e condutividade e isenta de micro-organismos, permitindo utilização industrial irrestrita. Além disso, o empreendimento conta com tratamento de efluentes e jardins filtrantes. A fábrica conta também com instalação de bicicletário, vagas prioritárias para veículos de baixa emissão, fácil acesso ao transporte público, utilização de materiais regionais, materiais certificados e com conteúdos reciclados, gerenciamento de resíduos, revitalização de área verde com plantio de árvores nativas, instalação de metais sanitários eficientes de baixo fluxo com sensor e temporizador.
120
jul/16
“A HISTÓRIA DA OTEC É UMA HISTÓRIA DE DESENVOLVIMENTO E AMADURECIMENTO CONTÍNUO. NÃO ACREDITAMOS EM GRANDES MARCOS, MAS SIM, NA MELHORIA CONTÍNUA. CADA CONQUISTA É MAIS VALIOSA PORQUE SOMA-SE ÀS DEMAIS” David Douek
rev/gbc/br
anuário GBC 2016
SEU SUCESSO É A NOSSA HISTÓRIA GlassecViracon: 25 anos dedicados a transformar vidros em soluções customizadas. 25 anos comprometidos com a especificação e o fornecimento de produtos que aliam design, conforto ambiental e alto desempenho.
ARBORE
Agradecemos a todos os protagonistas dessa história – colaboradores, clientes e parceiros comerciais –, que contribuíram na construção da trajetória de sucesso da GlassecViracon.
www.glassecviracon.com.br especifica@glassecviracon.com.br PABX: +55 11 4597-8100 Nazaré Paulista - SP - Brasil
revistagbcbrasil.com.br
Acesse nosso portfólio em cores.
jul/16
121
anuário GBC 2016
Petinelli:
LEED Platinum e NET Zero Pioneira em edifícios Net Zero e referência na certificação LEED Platinum, a empresa prova que é possível construir empreendimentos de alto desempenho sem custo adicional de obra.
F
ormada por um time de 40 engenheiros e arquitetos capacitados, a Petinelli, uma das principais empresas de consultoria sustentável no Brasil, tem como missão transformar a indústria da construção civil no caminho da sustentabilidade. Com mais de 150 projetos a empresa demonstra que é possível fazer mais e melhor com menos, isto é, reduzir custos operacionais sem adicionar custos iniciais aos seus projetos.
Escritório Petinelli, Curitiba - PR
“Um dos nossos diferenciais é ter especialistas em várias áreas que podem avaliar o projeto como um todo e oferecer soluções personalizadas para cada projeto”, conta Guido Petinelli, um dos fundadores da empresa e membro fundador do Green Building Council Brasil. A empresa nasceu em 2009 e, desde então, já assinou projetos de consultoria para empresas de diversos segmentos, transformando-se em referência no mercado. Com 28 projetos certificados LEED no portfólio, a Petinelli, evolui junto ao mercado conquistando credibilidade e respeito. “O mercado cresceu com a gente e nós crescemos com o mercado. Vimos os fornecedores se interes-
122
jul/16
sarem aos poucos pelas nossas soluções, por buscarem respostas aos nossos questionamentos e desafios. Vimos as grandes marcas, ou mesmo as pequenas, de qualidade, respeitarem nossos estudos de viabilidade técnica e econômica que incluíam seus produtos”, afirma Sandra Pinho Pinheiro, sócia fundadora da Petinelli. Como todo processo de evolução, toda a cadeia do mercado da construção sustentável no país vem avançando exponencialmente trazendo inovações tecnológicas, novos processos produtivos, melhorando a eficiência de equipamentos, buscando evoluir em todos os âmbitos, sendo eles ambientais, econômicos e sociais. Para Guido Petinelli, é fundamental trabalhar em sinergia entre a tecnologia e medidas de eficiência energética, o que não significa encarecer os empreendimentos. “Nesse cenário, formamos nosso DNA desde o início na busca por melhor desempenho, inovação e viabilidade econômica em nossas estratégias, desmitificando já nas primeiras certificações, que não era necessário ser mais caro”, enfatiza Guido. Ainda na trilha de soluções mais consistentes que garantem resultados significativos, a empresa criou o conceito de escritório-laboratório na sede de Curitiba. Em busca da certificação LEED Platinum, Net Zero Energia e Água, experimenta ali soluções e tecnologias, como a estação de tratamento de águas cinzas e negras, alvo de interesse e reconhecimento do mercado, da comunidade acadêmica de pesquisa, além de empresas concessionárias do Paraná.
rev/gbc/br
anuário GBC 2016
“UM DOS NOSSOS DIFERENCIAIS É TER
Nesta caminhada evolutiva, a Petinelli, possui um papel importante de vanguarda que, atualmente, se traduz em cinco empreendimentos com certificação nível Platinum, o mais alto nível da certificação LEED e outros seis em fase de desenvolvimento. Os resultados dos projetos respondem à pertinente pergunta sobre os motivos de buscar a construção sustentável seja nas pequenas ou grandes construções. “Sem dúvida a melhor certificação é a redução dos custos no final do mês e nós temos capacidade para realizar essa redução”, ressalta o fundador da empresa.
A loja Quem Disse Berenice?
SOLUÇÕES
– LEED PLATINUM NC Retail, primeira loja do Brasil a conquistar o nível máximo de certificação sustentável para varejo. Loja típica de shopping, torna-se um piloto para todo o Grupo Boticário na redução de custos de iluminação e ar condicionado em seus 3.500 pontos de venda distribuídos pelo Brasil.
PERSONALIZADAS
O Escritório Laguna
ESPECIALISTAS EM VÁRIAS ÁREAS QUE PODEM AVALIAR O PROJETO COMO UM TODO E OFERECER
PARA CADA PROJETO” Guido Petinelli
– LEED PLATINUM CI, é o escritório mais sustentável do Brasil, é a certificação com a maior pontuação do país (98 Pontos). Coroa o pioneirismo da construtora
que, em 2009, levanta a bandeira da qualidade através da certificação e inovação em seus empreendimentos lançados desde então. É ainda responsável pelo Edifico LLUM, primeiro projeto residencial pré-certificado LEED Gold no Brasil.
A Loja VA Casa na Praia – LEED PLATINUM NC, tornou-se a primeira loja do Brasil a conquistar a certificação LEED Platinum e pertencente ao grupo restrito de 165 empreendimentos com maior pontuação no mundo, com 82% de redução de consumo de água e 61% de redução de energia, alcançados com 13% de energia renovável. A primeira certificação Platinum em Santa Catarina. A Creche Hassis – LEED PLATINUM NC, é a primeira Edificação Pública e Educacional com a Certificação LEED Platinum no país. Ressalta-se a qualidade do projeto arquitetônico com medidas passivas, que foi elaborado pela própria equipe técnica da Secretaria de Educação de Florianópolis. Criando sinergia entre a eficiência energética, painéis fotovoltaicos e solares, a instituição tornou-se também Net Zero Energia.
Escritório Petinelli, Curitiba - PR
revistagbcbrasil.com.br
jul/16
123
anuário GBC 2016
Outro destaque é o AR 3000 Cor– LEED PLATINUM CS, que detém hoje a melhor relação de capacidade de refrigeração TR (ton. de refrigeração) por m². Isto significa que, devido a excelente arquitetura e desempenho dos vidros especificados, viabiliza um menor consumo de energia do equipamento de ar condicionado, se comparado a uma sala padrão de mercado.
NET ZERO : A melhor certificação é a conta zerada no final do mês
porate
Cabe destacar o pioneirismo do Condomínio Eurobusiness – LEED PLATINUM CS e Net Zero Água. Com um sistema de tratamento de aguas cinzas e negras natural, através de um vermifiltro de 8 m³ de minhocas californianas no subsolo, e um telhado verde laminar na cobertura que forma uma grande zona de raízes (wetlands). Guido explica que o alcance do mais alto desempenho energético permite pontuações excelentes nos critérios de energia, facilitando atingir o nível Platinum. “Buscamos a excelência em todas as estratégias de certificação para tornar esse resultado padrão e viáveis economicamente. Isto significa que a operação eficiente desses empreendimentos é real, que estamos entregando o que prometemos! Transformar em meta para todo nosso time, foi uma decisão importante e motivadora. É, sem dúvida, um marco, maior responsabilidade, entusiasmo e a confirmação que estamos no caminho certo”, destaca.
Loja VA Casa na Praia - Itajaí, SC 88 pontos LEED NC v.2009 31 pontos de energia e 10 pontos de água – pontuação máxima
Escritório Construtora Laguna Curitiba, PR 89 pontos LEED CI v.2009 37 pontos de energia e 11 pontos de água - pontuação máxima em ambos.
Creche Hassis - Florianópolis, SC 85 pontos LEED NC v.2009 33 pontos de energia e 11 pontos de água - pontuação máxima.
Loja Quem Disse Berenice - Shopping São Paulo, SP
Edifícios conhecidos como Net Zero são almejados por todo o mercado, seja imobiliário, corporativo ou logístico. Buscar essa expertise é primordial para avançar no papel de desenvolvedor de green buildings. E este papel, a Petinelli já vem desempenhando muito bem. Considera-se uma edificação NET ZERO aquela que é concebida para gerar o potencial de toda energia que consome ou que trata toda a água consumida e reutilizada, tanto águas cinzas quanto negras. Em energia, isto significa que há um balanço anual ou sazonal zerado, entre entradas e saídas da rede concessionária de energia. Em água, significa pagar somente o mínimo estipulado na legislação. Para o usuário, seja ele proprietário ou inquilino, uma blindagem efetiva contra as altas de preços e/ou desabastecimento de recursos.
Os edifícios desenvolvidos neste conceito, também contribuem para o meio-ambiente no sentido de reduzir a necessidade de mais usinas hidrelétricas, térmicas ou nucleares, que possuem efeitos impactantes tanto nos aspectos sócio-ambientais quanto econômicos - inerentes de desapropriações, perda de lucros de atividades de pescas, entre outros. “Costumamos dizer que a melhor certificação de desempenho termo-energético de um edifício é a conta de energia zerada no final do mês ou balanço energético ao final de um ano. Além de zerar os custos do edifício com energia elétrica, também há o benefício da resiliência em relação à crises de abastecimento, altas causadas por flutuações de mercado e de políticas públicas”, afirma Guido.
81 pontos LEED CI v.2009 28 pontos de energia
Condomínio Eurobusiness - Curitiba, PR 83 pontos LEED CS v.2009 33 pontos de energia e 10 pontos de água – pontuação máxima – Net Zero Água
VA Casa na Praia, Itajaí - SC
AR 3000 - Curitiba, PR 82 pontos LEED CS v.2009 31 pontos de energia
Escritório Laguna, Curitiba - PR
124
jul/16
rev/gbc/br
anuário GBC 2016
PROJETOS NET ZERO Em operação:
Creche Hassis, Net Zero Energia. Já em operação com programa de Medição & Verificação. Também é equipada com painéis solares, para aquecimento da água potável, destinada aos chuveiros, cozinha e lavanderia. Condomínio Eurobusiness, Net Zero Água. Possui em sua cobertura, sistema de tratamento de efluentes (wetland, de baixo custo de operação e manutenção, sem utilização de produtos químicos. É clorada para atendimento à norma – CONAMA 357 – classe 1.) Em desenvolvimento:
Sede RAC Engenharia, Net Zero Energia e Água. Além de tratar 100% de seus efluentes, a construção será autossuficiente em água e energia. Sede SINDUSCON Curitiba, Net Zero Energia. 380 módulos e 627 m² de painéis fotovoltaicos no telhado que irão suprir a demanda energética do prédio.
AR 3000, Curitiba - PR
revistagbcbrasil.com.br
Destaca-se entre estes projetos Net Zero Energia, a ampliação da sede do SINDUSCON em Curitiba, uma entidade representante do setor da construção civil, que validará e proporcionará a disseminação deste conceito inovador para todos os associados, bem como para o cenário nacional. “O novo edifício será administrado e locado pela entidade e produzirá TODA a geração necessária para atender não só as áreas condominiais, mas também para todas as unidades locadas já com ar condicionado e iluminação, criando uma nova referência, uma nova modalidade imobiliária”, explica Petinelli. Complementa que, para qualquer empreendimento, é necessário realizar um EVTE (Estudo de Viabilidade Técnica e Econômica) para avaliar as oportunidades de alcançar o Net Zero em energia e/ou água. Para isso, são realizadas simulações computacionais com todas as condições e características da edificação, para compreensão de seu comporta-
Condomínio Eurobusiness, Curitiba - PR
mento termo-energético. Através de uma análise criteriosa dos dados, identificam-se as oportunidades para redução de carga a ser instalada e a viabilidade da implementação de energia renovável. No caso de água, é possível dimensionar sistemas de tratamento de águas cinzas e negras. O desafio é criar sinergia entre os sistemas que consomem energia, utilizando base de dados confiável e ferramentas de software de medição de desempenho, para escolher os melhores cenários de investimento (tecnologias, localização adequada, geração de energia, redução de custos de operação e retorno do investimento). Isso permite chegar ao ponto ótimo entre a menor potência instalada e a melhor condição de geração de energia. Outra questão fundamental para atingir o resultado final Net Zero é fazer o comissionamento da instalação, medição e verificação, dos sistemas instalados durante a operação. “A autossuficiência em energia e água com viabilidade econômica, confirma nosso DNA de “start up”, a constante busca pelo melhor! Por isso, investimos nossos esforços nos primeiros empreendimentos Net Zero Energia e Net Zero Água”, salienta Sandra.
Creche Hassis, Florianópolis - SC
jul/16
125
anuário GBC 2016
Desafios e políticas públicas
Desafios do cenário brasileiro
No Brasil, ainda não existem políticas públicas de incentivo às construções Net Zero Energia ou Água, por ser algo ainda inovador. Existem normativas, fundos e programas, criados para estimular a construção de edificações eficientes e geração de energias renováveis, mas é preciso aguardar o resultado e a eficaz aplicação das mesmas. Muitas não estão totalmente regulamentadas e não há uma base nacional que viabilize na prática toda a cadeia de produção e geração. “Os Estados têm papel fundamental em desonerar as atividades entre os players de sua estrutura (secretarias), pois alguns não isentam o ICMS, os bancos tem programas específicos, mas não tem verba e por aí vai...”, analisa Sandra. “Consideramos que a pesquisa de novas tecnologias e aplicabilidade de geração de energia limpa, sua real inclusão na matriz energética brasileira com subsídios e investimentos públicos, impulsionará o mercado da construção para a autossuficiência como um transformador e impactante passo”, complementa.
O Brasil passa por um momento de transição no mercado da construção. Os fornecedores de equipamentos e materiais se adaptam com certa rapidez às exigências de eficiência, equalizando preços e oferta. Mas Sandra alerta que no mercado de projetos e construção civil ainda falta conhecimento para aplicação de estratégias sinérgicas e viáveis economicamente. “Esse cenário contribui para que a evolução de green buildings não avance na velocidade desejada e seja adotada principalmente pela parcela do mercado mais inovadora.”
Guido observa que, na crise, o mercado procura fazer menos com menos. “O desafio que temos conquistado é demonstrar que podemos fazer mais com menos. A nossa filosofia é vender aos nossos clientes a certificação e entregarmos engenharia de alto desempenho, a sustentabilidade como um bom negócio, equilibrando Capex (custo de obra) e Opex (custo de operação). Hoje temos cases comprovando que é possível, no mínimo, zerar o custo de obra para certificação LEED ou, em vários casos e estudos de viabilidade de eficiência energética, reduzir o custo de obra. Benefício para a construtora/incorporadora, com conforto e economia para o comprador”, ressalta.
126
jul/16
Segundo a arquiteta, outra consequência preocupante desse cenário no âmbito da certificação, são os resultados mínimos de pontuação em energia comumente alcançados, resultando em empreendimentos que, no seu uso, não operam de forma eficiente. Isso tem provocado questionamentos quanto à eficácia dos processos por falta de validação das reduções previstas. Para comprovar nossos resultados e para combater este estado de ânimo, incluímos em todos os nossos estudos, o comissionamento dos sistemas instalados e a Medição e Verificação pós ocupação”.
“O MERCADO CONSUMIDOR TEM EVOLUÍDO NO SENTIDO DE BUSCAR EFICIÊNCIA. O GRANDE DESAFIO É VENCER A INÉRCIA, A ZONA DE CONFORTO E BUSCAR DESEMPENHO MÁXIMO, A AUTOSSUFICIÊNCIA. SE É VIÁVEL ECONOMICAMENTE É POSSÍVEL. ENTÃO, SE É POSSÍVEL, POR QUE NÃO FAZER?” Sandra Pinho Pinheiro
Loja Quem Disse, Berenice? - Shopping Cidade São Paulo, SP
rev/gbc/br
anuário GBC 2016
revistagbcbrasil.com.br
jul/16
127
anuário GBC 2016
Athié Wohnrath For te compromisso com q u alidade, inovação e su stent abilidade
128
jul/16
rev/gbc/br
Imagens: Divulgação Athié Wonhrath
anuário GBC 2016
C
om um time multidisciplinar de 750 colaboradores, processos muito bem estruturados, mais de duas décadas de atuação e mais de 130 milhões de m2 implantados – de interiores a fábricas – a Athié Wohnrath é reconhecida pela competência em auxiliar as empresas que desejam conquistar o máximo de eficácia em seus ambientes de trabalho, com impacto direto no bem-estar das pessoas. Essa mesma expertise aplicada nos escritórios abrange os projetos e implantações de parques logísticos, fábricas, centros de armazenagem e distribuição, além da área de Edificações, cuja parceria estratégica com a Arquitectonica (um dos maiores escritórios de arquitetura do mundo) resulta em projetos de prédios corporativos, residenciais, hotelaria, hospitais e shopping centers. As quatro unidades de negócio – Arquitetura, Construção, Turnkey e Tecnologia – trabalham com foco nas necessidades dos clientes, utilizando fortes critérios de prazo, orçamento, qualidade, inovação e sustentabilidade. Aliás, a preocupação com o alinhamento às estratégias sustentáveis levou a empresa a desenvolver, em 2006, o projeto de interiores da sede do Banco Morgan Stanley, em São Paulo – primeiro empreendimento certificado LEED CI (Commercial Interiors), nível Silver, na América Latina. O case é um dos 52 selos que a Athié Wohnrath contabiliza a partir do apoio dado aos seus clientes neste âmbito, demonstrando que a sustentabilidade tornou-se parte integrante de todas as diretrizes da empresa para os processos de obra. Segundo o sócio-diretor e arquiteto Sérgio Athié, a certificação ajudou a incorporar princípios de sustentabilidade para todos os processos e procedimentos, tornando este conceito, padrão, em todas as obras da empresa. Um exemplo emblemático é o cuidado com a questão da triagem e segregação de resíduos de construção, que não são incorporados somente em construções que serão certificadas, mas em todas as obras.
revistagbcbrasil.com.br
jul/16
129
anuário GBC 2016
“A partir do momento em que começamos a entender e aplicar o processo da construção sustentável, passamos a adotar e incorporar na política da empresa diversos processos de sustentabilidade da certificação”. Isso tornou a Athié Wohnrath uma empresa essencialmente sustentável, independente de certificação ou não. Mesmo que o cliente não solicite o selo para o projeto, ele terá, necessariamente, estratégias sustentáveis, porque isso já faz parte do nosso DNA”. A empresa possui, atualmente, uma política nesse sentido, além da uma unidade específica para tratar destas questões com profissionais qualificados e credenciados LEED. Além da unidade que coordena os processos sustentáveis dos projetos, a empresa detém uma estrutura que divide-se entre os setores Predial, Fabril e Logística. Todos interagem entre si, garantindo que os projetos e construção sejam desenvolvidos de acordo com as peculiaridades e necessidades de cada empreendimento, sem desvios no que tangem os conceitos sustentáveis.
52 projetos certificados
“Incorporar estratégias sustentáveis está diretamente relacionado ao alto padrão de qualidade de empreendimento. Hoje, ignorar a sustentabilidade é assumir negligência em qualidade”, afirma Sérgio Athié. O arquiteto lembra ainda que empreendimento sustentável é aquele que usa de maneira equilibrada o uso racional da água, energia e recursos naturais, promovendo o bem-estar do usuário final, com metas financeiras do cliente, inovação e alto padrão em estética e funcionalidade, sempre respeitando os compromissos e prazos acordados. “Certificações como o LEED apontam para um caminho sem volta em direção à aplicação de estratégias sustentáveis na construção civil. A crescente quantidade de projetos certificados e o interesse na obtenção das certificações relacionadas a prédios verdes alteram, para melhor, o padrão de qualidade exigido para o mercado da construção civil, pelos clientes finais e para a sociedade”.
Ivo Wonhrath e Sérgio Athié 130
jul/16
rev/gbc/br
anuário GBC 2016
Imagens: Divulgação Athié Wonhrath
Alguns projetos LEED ícones da Athié Wohnrath CasaE BASF: primeira casa ecoeficiente do Brasil Inaugurada em maio de 2013 no distrito de negócios de São Paulo, com arquitetura, construção e consultoria LEED assinadas pela Athié Wohnrath, a CasaE é a primeira casa ecoeficiente do Brasil. A BASF e seus parceiros construíram o empreendimento com o propósito de disseminar e antecipar tendências, promovendo ao segmento da construção soluções que levem maior produtividade, economia e durabilidade às edificações e garantam ainda maior bem-estar ao usuário final. Por isso, os materiais de toda a casa foram escolhidos devido a sua durabilidade ou reutilização. A combinação de materiais de construção inteligentes mostra que o consumo de energia é até 70% menor do que em uma casa convencional. O empreendimento possui 400m2 de área construída e chama atenção pelo design inovador, moderno e iluminado. O isolamento acústico não permite que os ruídos, de sua localização movimentada, interfiram no conforto e bem-estar de quem está dentro do espaço. O isolamento Neopor de poliestireno expandido da BASF foi utilizado no sistema de construção, juntamente com a espuma de poliuretano rígida Elastopor. No interior, as paredes contêm Micronal PCM (Materiais de Mudança de Fase), um material que absorve e libera calor dependendo da temperatura, fornecendo uma solução de ar condicionado sem eletricidade. Isso proporcionou melhor desempenho térmico, acústico, além da facilidade, rapidez e economia na montagem.
Outras inovações implementadas são os materiais novos que ajudaram a reduzir a quantidade de água usada no cimento em 40%, e que ao mesmo tempo reduzem as emissões de CO2 durante a construção. Pigmentos especiais de tintas impedem a absorção de radiação solar, ajudando a manter a temperatura baixa do edifício. Outras tintas criadas especificamente para este fim protegem o edifício dos estragos do clima tropical, tornando-o resistente aos efeitos do sol, chuva, umidade e propagação de algas e fungos. O empreendimento contou ainda com pisos drenantes permeáveis na área do estacionamento. A CasaE BASF é certificada LEED-NC (New Construction – Nova Construção), Nível Gold, selo emitido em 2015.
“Incorporar estratégias sustentáveis está diretamente relacionado ao alto padrão de qualidade de empreendimento. Hoje, ignorar a sustentabilidade é assumir negligência em qualidade” Sérgio Athié, Sócio-diretor
revistagbcbrasil.com.br
jul/16
131
anuário GBC 2016
KPMG – Workplace of the future O novo escritório da KPMG ocupa sete andares de um edifício também certificado LEED, o EZ Towers, na capital paulista. A intenção da mudança visou proporcionar maior sinergia e integração entre os colaboradores, que estavam alocados em diversos endereços na cidade. A localização é estratégica, em uma região com fácil acesso a serviços básicos e diversas opções para transporte público, a fim de garantir a locomoção dos usuários e reduzir a emissão de poluentes pela utilização de veículos. Para a certificação LEED na categoria CI (Commercial Interiors), destinada para projetos de interiores comerciais, foram implementadas estratégias para o consumo racional da água a partir de equipamentos eficientes como dispositivos economizadores em válvulas e torneiras, que complementam o sistema de água de reuso já existente no edifício. Com a utilização dos dispositivos economizadores aliados à água de reuso para bacia e mictórios, calculou-se uma redução de mais de 40% no consumo de água, quando comparados às vazões convencionais. Em relação à eficiência energética, o projeto contou com sistema de automação para iluminação e ar condicionado, além da utilização de sensores de presença para o controle da iluminação, que corrobora para redução significativa do consumo de energia, bem como para os procedimentos de operação e manutenção.
O processo de gerenciamento de resíduos seguiu diretrizes da Resolução Federal n° 307/2002 do CONAMA, o que permitiu a realização de triagem e destinação de mais de 75% dos resíduos para reciclagem. Além disso, priorizou-se materiais com conteúdo reciclado fabricado e extraído localmente, atendendo aos quatros requisitos de prioridade regional do LEED. A norma ASHRAE 62.1 direcionou o projeto no sentido de garantir a qualidade do ar interno. Outra estratégia importante que contribui para redução no consumo de energia é a individualização dos sistemas de ar condicionado do edifício. Tal medida permite ainda que a temperatura seja controlada internamente, por sistema automatizado, de acordo com a necessidade de cada ambiente, o que atende aos requerimentos de conforto térmico da norma ASHRAE 55.
“A partir do momento em que começamos a entender e aplicar o processo da construção sustentável, passamos a adotar e incorporar na política da empresa diversos processos de sustentabilidade da certificação” Sérgio Athié, Sócio-diretor
132
jul/16
rev/gbc/br
anuário GBC 2016
revistagbcbrasil.com.br
jul/16
133
Partage
Divulgação Partage
anuário GBC 2016
Edifício Condomínio Antonio Alves Ferreira Guedes
Disseminando e fortalecendo a cultura sustentável 134
jul/16
A
dministrar com qualidade, responsabilidade socioambiental e excelência no atendimento é fundamental para o crescimento da construção sustentável no Brasil. Os proprietários entram neste ramo como peças importantes para o avanço da sustentabilidade nas construções. Seguindo estes conceitos, a Partage Empreendimentos e Participações administra seus empreendimentos focando na prestação de serviços de alta qualidade e elevados padrões éticos em diversas regiões do país. Com comprometimento, integridade, responsabilidade socioambiental e excelência no atendimento, ampliamos as oportunidades de investimento nos novos mercados, agregando valor e maximizando os resultados para todos os nossos parceiros comerciais. “Nosso foco vem sendo atender cidades carentes de centros comerciais, oferecendo um mix de lojas, entretenimento e lazer para públicos destas regiões específicas, com o objetivo de levar maior conforto e mais opções de ofertas para nossos clientes”, afirma Cinthia Mariko Kawanaka, Gerente de Projetos e Arquitetura da Partage. Fundada em 1997, a Partage é uma empresa de investimento imobiliário com participação acionária no Laboratório Aché, e é proprietária de edifícios comerciais de alto padrão em São Paulo, empreendimentos Triple A, situados nos principais endereços da capital paulista. Em 2009 o grupo passou a investir no segmento de shopping centers. Com investimentos que ultrapassam R$ 200 milhões, a empresa possui atualmente sete empreendimentos em fase de operação, sendo eles, Partage Shopping São Gonçalo (RJ), Partage Shopping Mossoró (RN), Partage Norte Shopping Natal (RN), Partage Shopping Campina Grande (PB), Partage Shopping Betim (MG), Partage Shopping Parauapebas (PA) e Partage Shopping Rio Grande (RS). Além disso, conta com três novos empreen-
rev/gbc/br
Divulgação Partage
anuário GBC 2016
Administrar com qualidade também preocupar-se com a responsabilidade socioambiental Cinthia Mariko Kawanaka,
©Ana Mello
Gerente de Projetos e Arquitetura da Partage
dimentos em fase de planejamento e construção: o Partage Shopping Divinópolis (MG), o Partage Shopping Rio Sierra (RN) e o Partage Shopping Fortaleza (CE). No total, 290.000 metros quadrados de construção que contribuem para geração de mais de 30 mil empregos, diretos e indiretos.
Responsabilidade socioambiental A Partage tem a preocupação com a preservação dos recursos naturais otimizando o uso sem desperdício bem como o conforto dos usuários, tanto em termos de ambiência como economia nas despesas operacionais. Neste sentido, a empresa busca aperfeiçoar os conhecimentos de gestão ambiental, implantando boas práticas nos empreendimentos socioambientais. “Trabalhamos com empresas parceiras de alto nível de qualidade, responsabilidade e comprometimento sócio ambiental. As empresas possuem treinamento ao seu pessoal para que seja aplicado no dia a dia as melhores práticas sustentáveis”, garante a arquiteta. Segundo ela, para alcançar o objetivo de despertar a consciência ambiental nas equipes responsáveis pela administração dos empreendimentos, é preciso ter criatividade, inovação, capacidade de empreender e equipe motivada. “Cada setor deve fazer a sua parte. Isto significa que, em nosso segmento, tanto de shopping center ou prédios corporativos, a prática deve ser fundamentada no princípio da sustentabilidade. Isto é uma premissa interna, que deve nortear todos os projetos e práticas cotidianas”, explica. A expertise no desenvolvimento de projetos através da utilização de soluções arquitetônicas eficientes e processos que resultem em otimização do uso racional dos recursos coloca a empresa em um patamar consolidado no mercado. Concepção de área para coleta seletiva até questões técnicas como, análise/concepção de projeto para melhor eficiência das instalações com a redução do consumo de água e energia, desempenho da qualidade do ar,
FL Corporate
revistagbcbrasil.com.br
jul/16
135
redução de ilha de calor, redução da poluição luminosa, reuso de água para irrigação, uso de vegetação nativa, sistema de automação no controle das instalações entre outros, também fazem parte das diretrizes e processos incorporados ao DNA da empresa.
Conforto e bem-estar do usuário Assim como, a atenção à utilização dos recursos naturais, a Partage prioriza estratégias que garantem o conforto e bem-estar dos usuários. Cada projeto desenvolvido pela empresa é único e pensado a partir do local a ser implantado, levando em consideração as características locais, desde condições climáticas, recursos naturais como também costumes, raízes que a população traz consigo. Visando melhores resultados são aproveitados os recursos disponíveis localmente, projetando reservatórios para reuso da água para o paisagismo, implementação de vegetação nativa, plantio de árvores nos estacionamentos externos como medida de redução de ilha de calor, analise do uso de materiais locais como cerâmica, madeiras, pedras entre tantas outras práticas sustentáveis. “Já faz parte da filosofia empresarial da Partage a otimização dos gastos operacionais ao longo da operação que vem ao encontro com todas as ações sustentáveis. Todo este cuidado acaba refletindo para o lojista na redução de custo de condomínio”, salienta Cinthia.
136
Divulgação Método
anuário GBC 2016
Empreendimentos LEED que compõem o portólio da Partage •Edifício Berrini 500 - LEED EB OM nível Gold; •Edifício Hungria - LEED EB OM nível Gold; •Edifício Condomínio Antonio Alves Ferreira Guedes - LEED EB OM nível Gold; •Edifício FL Corporate - LEED CS nível Gold (SDI Desenvolvimento Imobiliário Ltda.); •Edifício FL Square - Leed Silver (CCP - Cyrela Commercial Properties S.A. Empreendimentos e Participações); •Edifício JK 1455 - LEED EB OM nível Gold (CCP - Cyrela Commercial Properties S.A. Empreendimentos e Participações). E ainda mais três empreendimentos em desenvolvimento de certificação.
Certificações LEED
Benefícios da Certificação
A certificação ambiental é um passo importante para garantir a sustentabilidade em todo o processo de desenvolvimento e operação dos empreendimentos. Assim, a Partage possui um histórico significativo de empreendimentos projetados para serem eficientes, no que tange à utilização consciente de recursos, bem como a preocupação socioambiental como um todo. Neste sentido a empresa já possui seis empreendimentos com a certificação ambiental LEED (Leadership in Energy and Enviromental Design), concedida pela GBCI (Green Building Council Intitute), conselho renomado no setor mundial da construção sustentável.
A certificação ambiental tem um importante significado para Cinthia, pois tem papel de provocar mudanças de valores, na orientação das empresas e usuários que participam de todo o sistema operacional. Isso faz com que todos os envolvidos se engajem com a ideia de um desenvolvimento sustentável e preservação do meio ambiente, que se volta como benefício ao próprio usuário do empreendimento. “Na figura de proprietários, estamos nos tornando cada vez mais aptos a compreender e participar das mudanças ambientais, econômicas e sociais. Nossa meta é não ter passivos ambientais e fazer com que todos participem do processo e tenham nosso DNA”, enfatiza.
jul/16
Edifício Berrini 500
Cultura sustentável A mudança cultural é parte importante de todo o processo. Para o Grupo Partage é fundamental que todos os envolvidos entendam a importância das práticas sustentáveis e as estendam para suas ações individuais e cotidianas. Uma importante peça para que haja este entendimento é o trabalho forte do setor de marketing. “O Marketing da empresa exerce um papel fundamental, realizando ações voltadas para os lojistas. E como todo processo novo, a Partage acredita que em curto espaço de tempo irá mensurar muitas transformações positivas nos métodos utilizados por clientes, colaboradores e funcionários”, conclui Cinthia. Segunda a arquiteta, os clientes internos e externos acabam enxergando os esforços realizados pela empresa e acabam se auto conscientizando em aderir novas ideias e ajudar a manter os processos no empreendimento como um todo. O desafio é disseminar a “cultura sustentável” nas quatro regiões do país, mas o grupo acredita que essa é uma das premissas que deve ser seguida por todos os seus empreendimentos em operação ou em construção.
rev/gbc/br
anuário GBC 2016
R
www.industriasantaluzia.com.br
4 razões sustentáveis
para usar produtos Santa Luzia
Como os materiais têm papel significativo no desempenho ambiental das edificações, a Indústria Santa Luzia fornece parâmetros confiáveis para certificar construções. Rodapés, rodameios, rodatetos e guarnições Santa Luzia podem contribuir na pontuação de projetos sustentáveis como Certificação LEED, do Green Building, e AQUA, da Fundação Vanzolini.
1. EPD - As informações de Ciclo de Vida dos perfis fabricados a
partir do poliestireno reciclado, em grande parte na forma expandida, o Isopor®, estão disponíveis na Declaração Ambiental de Produto – EPD. Foram verificadas pela Fundação Vanzolini e obtiveram o Selo RGMat. 2. Reciclagem - As matérias-primas provêm da reciclagem e da reutilização de resíduos de poliestireno. Até hoje a Santa Luzia já retirou e transformou 25 mil toneladas desse material, que de outro modo seria descartado em aterros. 3. Logística Reversa - Aparas de instalação e descartes de perfis em reforma são reutilizados na produção de novos perfis. 4. Inovação – Processos inovadores de reciclagem e logística reversa.
revistagbcbrasil.com.br /santaluziarodapes
55 48 3651 1300
@santa.luzia
/industria.santaluzia jul/16 137
anuário GBC 2016
Ipiranga expande estratégias ecoeficientes em postos de combustíveis O Grupo inaugura Consultoria Ecoeficiente para posto de combustíveis no Brasil com o objetivo de disseminar o conceito da ecoeficiência para a revenda e mostrar os benefícios dos Postos Ecoeficientes para o negócio e para o meio ambiente
Posto Angra Batel, Curitiba - PR
138
jul/16
A
Ipiranga lança Consultoria em Ecoeficiência com o objetivo de fomentar o conceito de sustentabilidade através de sua rede de Postos Ecoeficientes. O projeto foi desenvolvido com premissas, tanto de preservação dos recursos naturais quanto de viabilidade econômica. O conceito implantado se baseia no conceito 4 Rs (Repensar, Reduzir, Reutilizar e Reciclar) e segue diretrizes de preservação dos recursos naturais como, gestão de energia, água, utilização de materiais ecologicamente corretos, gerenciamento de resíduos, além da gestão do solo. Entre algumas das estratégias sustentáveis implementadas nos Postos Ecoeficientes Ipiranga, estão a eficiência energética através de equipamentos de alto desempenho, além da geração de energia limpa e renovável incorporadas a algumas unidades. Outra medida importante que contribui fortemente para preservação dos recursos naturais é a utilização de sistemas de captação de águas pluviais que ajudam a economizar e fazer uma melhor gestão da água.
Posto Carbat, Rio de Janeiro - RJ
Assim como as estratégias que permitem reduzir o consumo de água e energia, há também a preocupação com as lojas de conveniências no tocante ao conforto e bem-estar de seus usuários. Para isso, utiliza-se luz natural zenital, brise soleil para sombrear a vitrine, além de vidro com alto desempenho térmico, reduzindo a incidência da radiação solar na loja, além de sistema de exaustão do calor gerado pelas geladeiras., o que consequentemente também diminui a necessidade do uso constante de ar condicionado, reduzindo assim significativamente o uso de energia. Desde o primeiro posto instalado em 2009, os números indicam que os Postos Ecoeficientes Ipiranga têm obtido excelentes resultados. Até o final de 2015, estima-se que todos os 1.159 Postos Ecoeficientes economizaram, juntos, 20 GWh, o equivalente ao consumo de energia de 140 mil residências de um mês inteiro. Neste mesmo ano, a Ipiranga submeteu 15 Postos Ecoeficientes ao Selo Procel Edificações. Todas as unidades auditadas receberam categoria A na Etiqueta Nacional de Conservação de Energia do Inmetro e receberam o Selo Procel.
Posto Corimba, Ribeirão Preto - SP
rev/gbc/br
anuário GBC 2016
Além disso, um posto no Rio de Janeiro recebeu o selo LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) Retail no nível Gold, concedido pelo Green Building Council Institute, organização mundial de referência para a construção sustentável. O Posto Jardim Carioca, que faz parte da segunda geração de Postos Ecoeficientes da companhia está localizado na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro, foi o primeiro da rede a receber a certificação internacional de construção sustentável, tornando-se o primeiro posto de combustíveis a obter as duas certificações Selo Procel e LEED no Brasil. Nome do Posto
Cidade/ UF
Ano de obtenção do Selo Procel Edificações
Selo LEED Retail Gold
Jardim Carioca
Rio de Janeiro - RJ
2015
Carbat
Rio de Janeiro - RJ
2015
2015 -
MF
Dourados - MS
2016
-
Gas e Oil
Brasília - DF
2016
-
Lucas Garcez
São Bernardo do Campo - SP
2015
-
Oasis
Campinas - SP
2015
-
Servicar
Paulínia - SP
2015
-
Jardim Miriam
Campinas - SP
2015
-
Corimba
Ribeirão Preto - SP
2015
-
ED Londrinão
Londrina - PR
2015
-
Lua de Prata
São José dos Pinhais - PR
2015
-
Angra Batel
Curitiba - PR
2016
-
Franzen
Canela - RS
2016
-
Rezende
Belém - PA
2016
-
SL
Fortaleza - CE
2016
-
Posto Lucas Garcez, São Bernardo do Campo - SP
revistagbcbrasil.com.br
Posto MF, Dourados - MS
A iniciativa do Posto Ecoeficiente Ipiranga busca a sustentabilidade em todas as esferas de atuação: é positiva para o meio ambiente, o público consumidor, a rede revendedora e a gestão do negócio como um todo. De acordo com Fabrício Skutera, revendedor do Posto Ecoeficiente Lucas Garcez, de São Paulo, os resultados com a implantação do novo modelo de posto refletem diretamente na redução de custos. Com a implantação do Posto Ecoeficiente, ele tem obtido uma economia anual de aproximadamente 35% com água e energia. “Atualmente estamos lavando cerca de 300 veículos por mês com um consumo de água que, pela nossa experiência, seria pelo menos quatro vezes maior. A conta de energia atual é 30% menor do que eu esperava, pelo tamanho do meu posto. Sem dúvida, essa economia está sendo crucial para melhorar os números do posto na atual conjuntura”, pontua o empresário.
Posto Oasis, Campinas - SP
jul/16
139
anuário GBC 2016
Além do aspecto sustentável, os postos possuem um diferencial de identificação. Todos eles são sinalizados com cata-ventos fixados em totens, placas de sinalização indicando os itens implantados e sinalização em todo o espaço. Desta forma, é possível identificar facilmente que o local atende às questões de preservação ao meio ambiente, evidenciando assim a sua responsabilidade socioambiental.
te mostra ao revendedor que há intervenções possíveis para todas as situações. Para aderir e implementar medidas de sustentabilidade nos postos, o revendedor solicita a Consultoria Ecoeficiente à equipe de engenharia da Ipiranga que faz uma visita técnica e avalia a realidade de cada posto, indicando o melhor caminho para a economia do estabelecimento. Com essas informações, o empresário decide como investir.
O pioneirismo e o compromisso da Ipiranga com a preservação dos recursos também gerou frutos importantes e marcantes para a companhia. O Posto Ecoeficiente Ipiranga ganhou o "Prêmio Nacional de Conservação e Uso Racional de Energia 2009", na categoria Edificações - profissional. Essa premiação é coordenada pela Eletrobras/Procel e pela Petrobras/Conpet e tem por objetivo reconhecer e incentivar ações de eficiência energética que contribuam para o desenvolvimento sustentável do Brasil.
Consultoria Ecoeficiente Como uma empresa que entende a importância da inovação e evolução, a Ipiranga criou em 2016 a Consultoria Ecoeficiente composta por profissionais qualificados, com intuito de projetar e implantar ferramentas sustentáveis na rede. O objetivo é compartilhar conhecimento técnico com revendedores, atuar na conscientização do empresariado e oferecer subsídios para uma gestão de negócio focada na eficiência e na sua perenidade. A Consultoria Ecoeficiente Ipiranga pode ser aplicada aos postos existentes, postos novos ou unidades em reforma. A Consultoria Ecoeficien-
Posto Jardim Carioca, Rio de Janeiro - RJ
140
jul/16
Para ser considerado Ecoeficiente, um posto deve ter incorporado soluções que atuam nas gestões de energia, água, materiais e resíduos, segundo o regulamento de implantação interno da Ipiranga. “A Ipiranga está a todo momento estudando alternativas para desenvolver novas ferramentas de melhoria contínua e que visam a operação do posto ainda mais eficiente. A Consultoria Ecoeficiente é um serviço que visa a melhor gestão customizada do posto, menor impacto ao meio ambiente e uma visão de longo prazo da sustentabilidade”, afirma André De Stefani Gonçalves, gerente executivo de desenvolvimento de varejo da Ipiranga.
Posto Lua de Prata, São José dos Pinhais - PR
Posto Corimba, Ribeirão Preto - SP
rev/gbc/br
A REVISTA OFICIAL DO GBC BRASIL. SÓ TEM UMA.
ASSINATURAS A PARTIR DE
3x 49 R$
Fique por dentro do melhor conteúdo da construção sustentável
LIGUE E ASSINE: 11 5078 6109 *Assinatura Anual (6 edições): R$ 149,90. Para Assinatura Corporate (3 exemplares x 6 edições): R$ 299,00 ou 3x R$ 99,90
,90*
anuário GBC 2016
REGIONALIZAÇÃO DO LEED NO BRASIL
C
riada em 1998 pelo USGBC a certificação LEED - Leadership in Energy and Environmental Design - é um sistema internacional que orienta e atesta o compromisso de um imóvel com foco na sustentabilidade de suas atuações. Utilizado em mais de 150 países, o selo é considerado a mais alta certificação mundial de sustentabilidade em construções. No Brasil, ele já certificou 360 empreendimentos, colocando o país na quarta posição do ranking mundial. A Certificação possui sete dimensões a serem avaliadas nas edificações, conforme abaixo. Todas elas possuem pré-requisitos (práticas obrigatórias) e créditos (recomendações que quando atendidas garantem pontos a edificação). O nível da certificação é definido, conforme a quantidade de pontos adquiridos, podendo variar de 40 pontos, nível certified a 110 pontos, nível platinum.
- Espaço sustentável - Eficiência do uso de água - Energia e atmosfera - Materiais e recursos - Qualidade ambiental interna - Inovação e processos - Créditos de prioridade regional
142
jul/16
rev/gbc/br
anuário GBC 2016
Projetos Registrados LEED por Região
Norte 23 Registros 4 Certificados
Nordeste A certificação LEED tem permitido ao mercado imobiliário firmar o nível de desempenho ambiental dos empreendimentos que realmente buscam agregar algum diferencial. A cada dia vemos mais prédios sendo projetados e construídos buscando o atendimento aos requisitos de certificações de sustentabilidade. Este ano o Brasil tornou-se o quarto país com mais registros de certificações do Selo LEED no mundo, atrás apenas do Canadá, Índia e China*, com 360 edificações certificadas e 1.119 projetos registrados, este dado é nosso.
92 Registros 26 Certificados
Centro-Oeste 40 Registros 8 Certificados
Sudeste
842 Registros 280 Certificados
1.120 Registros 360 Certificados Sul 123 Registros 42 Certificados
Hoje, arquitetos, empresas de construção, empresas de energia, urbanistas, empresas e políticos estão a trabalhar em conjunto para criar as cidades sustentáveis do futuro. São mais de 320 profissionais LEED, que tornam o Brasil o lar de 360 projetos com certificação LEED e 1.119 projetos registrados, totalizando 31,5 milhões de metros quadrados brutos de espaço. As construções certificadas ou em sua busca, ajudam o Brasil a aumentar a sua economia sustentável.
Metragem quadrada de Registros LEED por Região
Norte 512.083,00 m²
Nordeste
Quanto mais cedo é tomada a decisão de certificação no processo de definição do empreendimento, melhor são as condições de viabilidade econômica de sua implementação.
1.432.137,00 m²
Profissionais por Região
Centro-Oeste 1.177.806,00 m²
Sudeste 1
Norte 1
25
Nordeste 1
26.224.684,00 m²
31.453.969,00 m² de registros LEED no Brasil Sul 2.107.259,00 m²
14
Centro-Oeste 3
247
Sudeste 31
327 Profissionais LEED 39 Consultores Casa
40
Sul 3
*O Estados Unidos não foi oficialmente nomeado para esta lista, mas continua a ser o maior mercado do mundo, com mais de 55 mil projetos LEED certificados e registrados.
revistagbcbrasil.com.br
jul/16
143
anuário GBC 2016
Região Sul
Região Norte A Callia Administração e Comercio que é uma empresa participante do mesmo grupo empresarial da JCC, já desenvolveu dois projetos seguindo as normativas do LEED, o Shopping Bosque dos Ipês, em Campo Grande – MS, com 64mil m² de área construída e que já teve a certificação finalizada. E o Shopping Bosque Grão-Pará, em Belém-PA, com 70 mil m² de área construída e que ainda está em processo de certificação. Segundo Rommel Gurgel, Gerente de Projetos da JCC, o mercado de shopping centers, nos últimos anos, foi impulsionado com novos lançamentos, tornando-o muito mais competitivo. “Todos os diferenciais são importantes para o posicionamento do empreendimento frente aos concorrentes e a certificação LEED mostra que a empresa preza pelo meio ambiente. Isso vai de encontro com os procedimentos que permitem manter baixo o custo operacional”, por exemplo, o uso racional dos recursos ambientais como água e energia, principais insumos para o funcionamento do edifício; o monitoramento e automação de sistemas, permitindo a diminuição dos custos de mão de obra de manutenção preventiva e corretiva; e treinamentos das equipes operacionais para os sistemas automatizados e suas facilidades e com isso o empreendimento tem a seu dispor uma equipe multidisciplinar enxuta e altamente valorizada.
144
jul/16
A disseminação da certificação LEED na região sul, iniciou-se pelo protagonismo de incorporadores de Curitiba em torno de 2006, com o Curitiba Office Park, 1º empreendimento certificado. Na época, de co-autoria de Sandra Pinho Pinheiro, precursora do movimento na região, e hoje diretora e sócia da Petinelli, e Flávio Appel Schiavon, causou impressionante mídia espontânea que foi determinante para criar um novo padrão mínimo de qualidade para os edifícios corporativos da cidade. A história da Petinelli se confunde com a disseminação da Certificação LEED pela região sul, através de palestras motivacionais e técnicas ofertadas para entidades da construção civil, associativas e educacionais como FIEP, SINDUSCON, UFPR, PUC, POSITIVO . “Consideramos parte do nosso DNA, transmitir e promover esse conhecimento, como ex-diretor do WBGC e membro fundador do GBC Brasil” analisa Guido Petinelli que também estabeleceu a estratégia de distribuir a equipe de 40 profissionais em escritórios nos três estados para atender localmente sua clientela.
AR3000, em Curitiba|PR LEED NC Platinum Redução de energia: 43% Redução de água: 45%
Creche Hassis, em Florianópolis|SC LEED NC Platinum e NET ZERO Redução de energia: 40% Redução de água: 67% Geração de energia renovável: 100%
A abordagem utilizada pela empresa, estimulando e viabilizando a certificação sob o ponto de vista econômico, desmistificando a idéia que onera necessariamente os custos de obra, tem sido fundamental para essa demanda exponencial de mercado, principalmente em tempos de crise, afirma Ricciano Liberali, diretor do escritório de Porto Alegre.
Mr. Shan, em Porto Alegre|RS Pré-Certificado LEED Gold - Prêmio Sinduscon RS 2015 (Destaque Tecnológico) Redução de energia: 41% Redução de água: 35%
rev/gbc/br
anuário GBC 2016
Região Nordeste Já em parceria com o GBC Brasil, realiza anualmente o Seminário Pernambucano de Construção Sustentável, com duração média de dois dias, onde são abordados com mais profundidade os assuntos discutidos ao longo do ano nos Fóruns mensais.
Região Centro-Oeste O Sinduscon-GO, Sindicato da Indústria da Construção no Estado de Góias, percebeu a crescente demanda por um maior conhecimento técnico do universo das certificações ambientais e a ausência de profissionais especializados para atender às construtoras. Então convidou o GBC Brasil a formar os consultores e especialistas locais para atender esse mercado. Essa parceria traz às construtoras do Estado de Goiás capacitação de qualidade e subsídios para o acesso ao universo dos Green Buildings, ao mesmo tempo em que fomenta o mercado da construção sustentável, culminando com ganhos diretos para o consumidor final, que tem um produto com menor custo de operação, e para a sociedade em geral, que tem a garantia da preservação dos recursos naturais. O Sinduscon-GO é a entidade que representa a indústria da construção, tendo como principal objetivo o desenvolvimento do setor, sem deixar de estar totalmente alinhado com os interesses maiores da sociedade goiana. De acordo com Carlos Alberto de Paula Moura Júnior, engenheiro civil e presidente do Sinduscon-GO, capacitar os profissionais e divulgar as melhores ferramentas, novas tecnologias e processos para uma construção mais sustentável fazem parte do negócio da entidade “Nós fazemos o papel de interlocutor entre a academia, fornecedores e construtoras, buscando difundir entre nossos filiados e associados maneiras de atingir o melhor desempenho da edificação, repercutindo na qualidade e redução dos custos da construção”, ressalta. Para ele, a certificação LEED é, E acima de tudo isso, uma forma de demonstrar à sociedade o desempenho ambiental daquela edificação. “Aí está a grande vantagem para o empresariado em obter a certificação, pois a nossa atividade é de grande impacto ambiental e precisamos mudar essa realidade e demonstrar isso para a sociedade”.
revistagbcbrasil.com.br
“ESTAR JUNTO COM O GBC BRASIL NESSE CAMINHO É PARA NÓS UMA FORMA DE PREPARAR O MERCADO PARA O FUTURO.” Carlos Alberto de Paula Moura Júnior, engenheiro civil e presidente do Sinduscon-GO
Juntos, também promoveram o curso “Como se tornar um LEED GA”, que tem como público alvo engenheiros, arquitetos, construtores, incorporadores, profissionais da área de meio ambiente e estudantes, e foi ministrado pela arquiteta Ana Luiza Junqueira (LEED AP BD+C). Em novembro de 2015, o SINDUSCON/PE esteve representado no Greenbuilding International Conference and Expo, em Washington-DC.
O Sinduscon de Pernambuco também está realizando iniciativas voltadas para os Green Buildings no Nordeste. Criou recentemente o Fórum Pernambucano de Construção Sustentável, com o objetivo de difundir conhecimento e promover o debate, capacitar empresas para aplicação dos modelos e sistemas sustentáveis e estimular o reuso de água, a geração de energias renováveis e a gestão sustentável dos resíduos. O evento já abordou:
2014 Procedimentos para atendimento à NBR 15.575 em acústica (piso/parede) Gestão do verde Resíduos da construção Segurança contra incêndio
2015 Certificação de construções Mobilidade urbana Legislação ambiental – ampliação do alcance dos PRAVS Plano de resíduos sólidos da RDMR Lei do telhado verde
jul/16
145
O caminho para a Construção Sustentável passa por profissionais capacitados Cursos com 98% de satisfação - Professores acreditados pelo LEED que atuam no mercado
anuário GBC 2016
CASES 2015
2 16 ANUÁRIO
CERTIFICAÇÕES
.................................. //NORTE/NORDESTE/CENTRO-OESTE CD GRUPO BOTICÁRIO................................................. 148 SHOPPPING BOSQUE DOS IPÊS.. ................................... 152 LOJAS RENNER........................................................... 156 ............................................................................. //SUL GLP GRAVATAÍ........................................................... 158 OSÓRIO CENTER......................................................... 160 VA CASA NA PRAIA..................................................... 162 ..................................................................... //SUDESTE FORLUZ..................................................................... 164 CN III........................................................................ 166 LEBLON OFFICES........................................................ 168 LABORATÓRIOS BBRAUN . . ............................................ 170 TIETÊ PLAZA SHOPPING.. ............................................. 174 DELLOITE GOING GREEN.............................................. 176 EDIF. ANTONIO ALVES FERREIRA GUEDES (B29)............ 178 HOSPITAL OSWALDO CRUZ.......................................... 180 TORRE Z.................................................................... 182 ARMAZEN DOW........................................................... 184 EZ TOWERS................................................................ 186 BERRINI 500.............................................................. 188 CASA E BASF . . ............................................................ 190 ITAU BBA................................................................... 194 SEDE KPMG . . .............................................................. 196 QUALICORP................................................................ 198 FLEURY PONTE ESTAIADA............................................ 200 CASE HISTÓRICO DOW ROCHAVERÁ.............................. 204 Demais projetos......................................................... 206
revistagbcbrasil.com.br
jul/16
147
anuário GBC 2016
Centro de Distribuição
Grupo Boticário
C
onsagrado como a maior rede de franquia em cosméticos do país, o Grupo Boticário executa desde 2008 projetos de ecoeficiência em suas unidades. Apostando na sustentabilidade para obter resultados consistentes, as iniciativas garantem soluções mais adequadas para a perenidade da organização, deixando, também, um legado para toda a sociedade. Por isso, a empresa atua na evolução e no desenvolvimento sustentável, baseados em uma visão de longo prazo, considerando impactos sociais e ambientais nos processos, produtos e serviços. Sendo o primeiro Centro de Distribuição do Norte e Nordeste do Brasil a obter uma das maiores certificações em sustentabilidade no mundo, o selo LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) NC nível Certified, o empreendimento contabiliza aproximadamente 150 pessoas trabalhando em diferentes áreas. No seu novo CD de São Gonçalo dos Campos, na Bahia, tem um potencial de reduzir até 23% do consumo de energia e 80% do consumo de água.
148
jul/16
Isso graças ao aproveitamento de água da chuva e iluminação natural. O investimento total para construção do CD foi de R$ 155 milhões, que desde o início da obra já nasceu seguindo as premissas LEED de sustentabilidade. A certificação LEED é emitida em mais de 130 países e entregue aos melhores empreendimentos que se estabilizam e têm um compromisso garantido com o meio ambiente. A gerente de Sustentabilidade, Malu Nunes, explica que o empreendimento foi construído com medidas socioambientais, unindo o bem-estar de seus funcionários, ações para a comunidade e redução ou eliminação dos impactos junto ao meio ambiente. “A certificação LEED demonstra o nosso compromisso com um futuro mais sustentável, construído hoje”, afirma. Os compromissos que Malu destaca são especialmente com a redução no consumo de insumos, como água e energia, reduzindo os custos de operação. Essa tendência é percebida também junto ao mercado consumidor, que está cada vez mais atento e consciente ao consumo de recursos naturais. Para nós, sustentabilidade não pode ser apenas uma linha ou produto, mas, sim, traduzir-se na implementação, hoje, de práticas consistentes em nossos produtos, operações e canais de venda que contribuam continuamente para o crescimento do negócio, o desenvolvimento da sociedade e a preservação do meio ambiente, considerando os desafios futuros. Malu Nunes, Gerente de Sustentabilidade do Grupo Boticário.
rev/gbc/br
anuário GBC 2016
LEED NC
CERTIFIED Ambulatório, Portaria e Galpão
São Gonçalo dos Campos, BA
Espaço Sustentável As construções do Grupo Boticário seguem premissas de sustentabilidade e a operação é planejada de forma a gerar o menor impacto possível. Além disso, adotam ônibus fretado, carona solidária e o compartilhamento de carros nos deslocamentos entre as unidades da empresa, para facilitar a mobilidade. A localização das unidades é pensada de forma a privilegiar proximidade com serviços básicos, inclusive o transporte coletivo. Com isso a empresa enxerga que a sustentabilidade está no jeito de fazer negócios e de se relacionar com o mundo.
Eficiência no uso de água Para a economia de água foram utilizados metais e louças com vazões abaixo do padrão de mercado e também abaixo de valores determinados pelo IPC (International Plumbing Code) adotados pelo LEED. Outra medida de redução foi o aproveitamento de água de chuva para abastecimento das descargas (vasos sanitários e mictórios). Na captação de água da chuva utilizou-se tratamento baseado na filtração. O processo consiste em, após a captação, a água passa por filtros de areia
revistagbcbrasil.com.br
gamento automático. Também foram adquiridos certificados de compra de energia verde com o intuito de incentivar o desenvolvimento de tecnologias de energias renováveis, obtendo um ponto na certificação LEED referente ao crédito EAc6 de Energia Verde. para remover resíduos para, por fim, ser destinada para descargas de vasos sanitários e mictórios. O reservatório de água de chuva tem capacidade de armazenagem de 100m³. Para a redução da vazão dos equipamentos de torneiras e chuveiros utilizou-se mecanismos de restrição de vazão chamados de arejadores, que são pequenos dispositivos com a função de controlar a saída de água, reduzindo a vazão independentemente da pressão, que contribuiu para uma economia de até 85% no consumo de água. Os ambientes do CD do Grupo Boticário em São Gonçalo dos Campos com maior percentual de economia de água foram: o galpão, com redução de 94%; a portaria, com 94,34%; o ambulatório, com 82,52% e o refeitório, com redução de 84,64%. Ao todo teve um controle de 88,88% na economia de água nos setores da empresa.
Energia e Atmosfera
Materiais e Recursos:
Visando a redução no consumo de energia elétrica, o edifício principal conta com fechamentos laterais termo-acústicos, que utilizam espuma rígida de poliuretano em sua composição. Os vidros possuem baixo fator solar para redução do ganho de calor por radiação solar. Os sistemas de iluminação devidamente dimensionados reduzem em 39% a potência instalada. Além disso, o galpão conta com sistema de aproveitamento de iluminação natural. Para os sistemas de ar condicionado foram concebidos uma central de água gelada com termo-acumulação, eliminando o consumo dos chillers durante os horários de picos. Os prédios de apoio contam com sistemas de iluminação eficiente, que permitem reduzir a potência instalada, bem como a utilização de sensores de presença como estratégia para desli-
Quanto à escolha de materiais, o Grupo Boticário selecionou tintas, adesivos e selantes com baixa emissão de COV (compostos orgânicos voláteis). A escolha pelos materiais com baixa emissão de COV deve-se ao fato de que esse composto agride a atmosfera e também é de grande impacto para a saúde humana, causando problemas ao sistema nervoso dos ocupantes e dos operários da obra. Também foram selecionados elementos de madeira que não levaram ureia-formaldeído em sua composição, beneficiando mais uma vez a saúde humana. O Grupo Boticário garantiu a reciclagem de 83,06% dos resíduos gerados na obra do CD. Os resíduos foram separados, coletados e reciclados, e todas as empresas que participaram desse processo possuem licença ambiental de operação e emitiram docu-
jul/16
149
anuário GBC 2016
mentos comprobatórios de transporte e destinação final. Esse crédito é de grande relevância, visto que a construção civil é a atividade que representa a maior geração de resíduo. O Centro de Distribuição também selecionou produtos que foram fabricados e cujas matérias primas foram extraídas num raio máximo de 800 quilômetros da obra, com o intuito de fomentar a economia local e mitigar os impactos ambientais relacionados ao transporte, que é um dos grandes responsáveis pelas emissões de gases de efeito estufa.
Qualidade ambiental interna Os prédios englobados no Centro de Distribuição do Grupo Boticário desenvolveram Planos de Qualidade do Ar Interno, que visaram promover a saúde e a segurança dos trabalhadores, assim como garantir um ambiente de alto conforto e bem-estar para os futuros usuários. Esses planos visavam à escolha de materiais com baixas emissões de compostos agressivos à saúde, a proteção de materiais contra a umidade e poeira e também um procedimento eficiente de limpeza do canteiro de obras. O acompanhamento interno de temperatura ambiental é
150
jul/16
Projeto: Centro de Distribuição Grupo Boticário Localização: Rodovia BR 101 Km 174 São Gonçafeito através de termostatos que controlam os sistemas de ar condicionado. Cada zona térmica no interior dos edifícios possui seu próprio controle de temperatura. Além disso, os sistemas de ar condicionado não utilizam gases refrigerantes à base de CFC (clorofluorcarbono), reduzindo o potencial de aquecimento global e os danos à camada de ozônio.
Inovação e Processos A empresa busca constantemente desenvolver estratégias de inovação e processos sustentáveis. Na certificação LEED, foram obtidos seis pontos adicionais em inovação através das seguintes estratégias: - Desempenho exemplar em Tecnologias Inovadoras para Águas Servidas (WEc2), reduzindo em 100% a utilização de água potável em aplicações que descartam resíduos à rede de esgoto, como vasos e mictórios.
- Desempenho exemplar em Redução do Uso de Água (WEc3), reduzindo em 94% o uso de água potável no projeto. - Desempenho exemplar em Materiais Regionais (MRc5), alcançando 34.65% de materiais extraídos e beneficiados em um raio máximo de 800 km de distância do local da obra. - Inovação na implantação de programas educacionais, engajando ocupantes e visitantes nas estratégias de sustentabilidade aderidas pelo Grupo Boticário.
lo dos Campos - BA Cliente/proprietário: Grupo Boticário Área construída: 23.328,90 m2 Certificação: 06/10/2015
Sistema e Nível da Certificação: LEED NC nível Certified Arquitetura e Construção: Andrade Mendonça Consultoria de sustentabilidade: Petinelli Comissionamento e Simulação
- Inovação na implantação de um programa de limpeza verde nas dependências do projeto através do treinamento da equipe na utilização de processos e produtos sustentáveis. - Participação de profissionais acreditados pelo USGBC na equipe de desenvolvimento dos projetos.
energética: Petinelli
rev/gbc/br
anuário GBC 2016
/ Perfect Welding / Solar Energy / Perfect Charging / Perfect Welding / Solar Energy / Perfect Charging
220V /127V E D E R A R A P 0V /127V 2 2 E D E R A PAR
MAIOR FLEXIBILIDADE MAIOR FLEXIBILIDADE É POSSÍVEL. COMÉ APOSSÍVEL. FAMÍLIA A FAMÍLIA FRONIUSCOM SYMO BRASIL. FRONIUS SYMO BRASIL.
FRONIUS SYMO: 10.0, 12.0 e 15.0 KW / Para todas as aplicações. Uma gama para todos os sistemas e de fácil instalação. /FRONIUS As soluções Fronius representa SYMO: 10.0,SYMO 12.0 e 15.0 KW a última etapa na evolução da tecnologia de inversor: //Design SuperFlex: máxima flexibilidade concepção do sistema devido a dois rastreadores MPP, alta tensão do sistema Para todas as aplicações. Uma gama parana todos os sistemas e de fácil instalação. e/ As uma vasta gama de tensões de entrada a última etapa na evolução da tecnologia de inversor: soluções Fronius SYMO representa // Altamente comunicativo devido à WLANna integrada, Ethernet e muito fácila integração de componentes de terceiros Design SuperFlex: máxima flexibilidade concepção do sistema devido dois rastreadores MPP, alta tensão do sistema /e Fácil de instalar e reparar graças à tecnologia SnapINverter uma vasta gama de tensões de entrada // Se impressione: visite www.fronius.com Altamente comunicativo devido à WLAN integrada, Ethernet e muito fácil integração de componentes de terceiros
revistagbcbrasil.com.br
/ Fácil de instalar e reparar graças à tecnologia SnapINverter / Se impressione: visite www.fronius.com
WWW.FRONIUS.COM.BR | VENDAS.SOLAR@FRONIUS.COM | 11 3563-3800 WWW.FRONIUS.COM.BR | VENDAS.SOLAR@FRONIUS.COM | 11 3563-3800
jul/16
151
anuário GBC 2016
Shopping Bosque dos Ipês
L
ocalizado na zona norte da capital do Estado de Mato Grosso do Sul, sobre um terreno de 145.000 m², o shopping Bosque dos Ipês foi construído na vizinhança do residencial Alphaville Campo Grande (empreendimento de 2.000 lotes unifamiliares) e de um parque urbano público. O empreendimento conquistou a certificação LEED CS nível Silver em outubro de 2015. O investimento para construção do empreendimento totalizou 240 milhões de reais. O Shopping Center, com 37.500 m2 de área bruta locável, tem características de centro regional de compras dotado de um mix completo de atividades. As normas de sustentabilidade ao aprimorarem o uso racional da água e da energia - principais insumos do funcionamento de um centro comercial – são alicerces que permitem manter em baixo nível os custos operacionais. Ao recomendarem a monitoração e automação de sistemas, essas normas diminuem os custos de mão de obra de manutenção preventiva e corretiva. Dessa forma o investimento feito durante a etapa de certificação torna-se altamente compensador. A certificação LEED solicita um treinamento da equipe operacional di-
152
jul/16
Imagens: Divulgação JCC
ferenciado visando o conhecimento dos sistemas automatizados e suas facilidades. Com isso o empreendimento tem a seu dispor uma equipe multidisciplinar enxuta e altamente valorizada. “A alta complexidade que envolve o projeto de um Shopping Center exige um pesado esforço de engenharia consultiva e de gerenciamento de obras requerendo a atualização permanente dos profissionais e empresas envolvidas em relação às melhores práticas de um mercado que é cada dia mais globalizado e exigente”, explica Rommel Gurgel, gerente de projetos da JCC. A macro área onde o condomínio Alphaville, parque público e o Shopping Center foram implantados havia sofrido um processo de erosão severo (voçoroca) provocado por deficiência de drenagem urbana. As áreas erodidas, com profundidades de até 12 metros abaixo do nível do solo foram
totalmente recuperadas através de implantação de novos canais e redes de drenagem, plantio de taludes e de áreas permeáveis para proteção da erosão, além da criação de barragens artificiais e desenho de novo sistema viário local valorizando o potencial paisagístico da região marcado por um relevo de ondulações suaves. Esse processo de recuperação da área estava em andamento, sendo executado pelo Alphaville Urbanismo e pela Prefeitura de Campo Grande à época em que Calila Administração e Comércio adquiriu nesta área uma gleba de 40 hectares dos quais 14,5 foram destinados ao shopping center. A edificação se desenvolve em dois planos aproveitando a declividade do terreno com acessos diretos à coroa de estacionamento externo, que comporta 2000 vagas. Tem como um dos seus diferenciais a arquitetura ousada
que mescla estruturas metálicas esculturais, grandes panos de envidraçamento sombreados por onde passa a luz natural durante o dia, fachadas revestidas em cerâmica nos tons terrosos do solo local além do piso das circulações e praças internas desenhado em diversos padrões de granito como motivos estilizados da natureza, flora e fauna da região. “Sendo elaboradas por instituto com abrangência mundial e em sintonia com os últimos avanços da tecnologia em matéria de sustentabilidade, as normas de certificação LEED são hoje ferramentas imprescindíveis à disposição dos profissionais projetistas e consultores na seleção de suas opções de projeto e construção”, reforça Rommel.
rev/gbc/br
anuário GBC 2016
Espaço sustentável Levantamentos minuciosos das características naturais do terreno (topografia, vegetação, características do solo, nível do lençol, pré-existência de atividades potencialmente poluidoras) de forma a garantir sua adequação à construção. A edificação foi implantada com acessos em dois níveis de forma a aproveitar a topografia e minimizar os movimentos de terra. A pavimentação do estacionamento fez-se em blocos de concreto pré-moldados de forma a permitir maior absorção das águas pluviais. Nas áreas destinadas a ajardinamento optou-se, em sua maior parte, pelo plantio de espécies nativas. Na escolha do site, foi feito levantamento das linhas de transporte público que servem a área, interligando a mesma ao restante dos bairros de campo grande, pois cerca de 30 a 40% da população usuária de um Shopping Center regional usa o transporte público para acessá-lo. Foi feito também um levantamento de outros estabelecimentos de comércio e serviços localizados na região que possam ter potencial sinergia com o empreendimento como hipermercados, lojas de material de construção e bricolagem, atacadistas, comércio de veículos, hospitais e escolas visando racionalizar o uso do transporte pelos usuários.
Redução de 65% no consumo de água Foi adotada a captação e aproveitamento de águas pluviais das coberturas da edificação para uso em mictórios e bacias cuja rede hidráulica foi segregada do restante da rede de água potável. O aproveitamento de águas pluviais também se faz na irrigação. Os mictórios e bacias sanitárias foram instalados com dispositivos de redução de vazão e temporizadores.
revistagbcbrasil.com.br
Obra: Shopping Center Bosque dos Ipês
Proprietário: Calila Adm. e Comércio S/A
Localização: Av Consul Assaf Trad 4796 – Campo Grande – MS
Área terreno: 144.000 m²
Área construída: 64.000 m² sendo 38.500 de área locável
Certificação: 07/10/2015
Sistema e Nível da Certificação: LEED CS nível Silver
Arquitetura: Madeira & Madeira Arquitetura
Coordenação do projeto e da obra: Calila Adm. e Comércio S/A
Consultoria LEED e Simulação Energética: Para irrigação foi projetado um sistema automatizado com micro aspersores. A rede de água de reuso passa por um processo permanente de filtragem e seu consumo tem medição exclusiva. Todo o consumo de água é monitorado diariamente através de uma rede de medidores de forma a acompanhar o consumo d’água das diversas operações de lojas, restaurantes e lanchonetes, consumo de banheiros, consumo referente à limpeza e higienização, irrigação de jardins além de torres de refrigeração. Além disso, foram instalados na área do empreendimento sensores de chuva que, interligados à automação, detectam a necessidade ou não de ativação do sistema de irrigação. Com essas estratégias o consumo de água proveniente da concessionária durante o período das chuvas (que se alonga de novembro a junho em Campo Grande) tem uma redução de até 65%.
Estratégias adotadas representam quase 20% de economia de energia
CTE
Visando economia de energia, em relação ao sistema de ar condicionado foram instalados 2 chillers com capacidade de 500 TRS cada, COP 6,51 e nplv 0,467 kw/tr. Além da alta eficiência desta central, foi instalada uma torre de termoacumulação com capacidade de 3,2 milhões de litros. As casas de fancoils que insuflam para as áreas comuns de circulações e praças funcionam através de ciclo economizador, ou seja, quando a temperatura do ar externo está abaixo de 24º, o sistema passa a injetar ar exterior modulando o consumo elétrico da central de água gelada. O sistema de iluminação foi projetado com lâmpadas de baixo consumo reduzindo a potência em 19,03% em relação ao baseline LEED. Essa estratégia foi possível graças à utili-
Masterplan e Projeto Básico de Arquitetura:
Agente comissionador: W.R. Lenzi
RTKL Associates
Projeto de instalações: Soeng Construção Hidroelétrica
Execução das instalações: Sanhidrel Cimax Engenharia
Projeto ar condicionado: Thermoplan Engenharia Térmica
Execução ar condicionado: Termeq Industria e Construções
LEED CS
SILVER Campo Grande, MS
jul/16
153
anuário GBC 2016
zação de lâmpadas de led em toda área do estacionamento. Destaca-se também o uso de iluminação natural durante o período diurno. Nas claraboias e panos envidraçados foram utilizados vidros com fator solar de 30% evitando o efeito estufa. Além dos pontos listados acima, os sistemas elétricos de maior consumo são monitorados através de medidores eletrônicos interligados a um software que permite à equipe de operações atuarem na redução do consumo sem prejudicar a operação do empreendimento quando necessário. Através das estratégias adotadas a economia de energia representa cerca de 19,7% em relação ao baseline – LEED.
Mais de 95% de resíduos desviados de aterros Durante a execução da obra foi implantado um rigoroso controle de procedência de materiais visando garantir a procedência da maior parte destes (insumos para concreto, aço, madeira, blocos de concreto) a uma distância inferior a 800 km. Foi feito controle também do índice de refletância das chapas de alumínio utilizadas na cobertura e do material utilizado na pavimentação externa (blocos de concreto). A madeira utilizada tinha de apresentar certificado de origem obrigatoriamente. No canteiro de obras foram implementadas frentes de serviço para triagem e acondicionamento de resíduos. Os resíduos de classe A – entulho limpo – foram reaproveitados no próprio aterro da obra. Resíduos químicos tiveram acondicionamento diferenciado sobre caixotes em madeira de forma a não contaminar o solo sendo então destinados a aterros certificados. Madeira, papelão, vidros e aço eram segregados e levados a estações de reaproveitamento.
154
jul/16
Desta forma mais de 95% dos resíduos da obra foram desviados de aterros e utilizados na própria obra (entulho limpo) ou desviados para empresas e cooperativas de reciclagem.
Qualidade ambiental interna Na fase de obras foi criada uma equipe dedicada à organização e limpeza do canteiro. Nos períodos mais secos era utilizada a aspersão do solo como forma de minimizar a geração de poeira. Os dutos de ar-condicionado e exaustão eram fechados assim que instalados. Ocasionalmente recorreu-se a exaustão e ventilação mecânica visando à qualidade ambiental do canteiro. O controle interno é feito através de sensores de temperatura e umidade, instalados dentro das casas de maquinas registrando com exatidão os parâmetros de insulamento (tempe-
ratura, velocidade do ar) e retorno do sistema. Para que esta calibração ficasse precisa foi apresentado o TAB – documento que informa o ajuste projetado para cada sensor instalado no sistema. Através desse ajuste o sistema consegue automaticamente regular o funcionamento da central de água gelada e da rede de fancoils ligando ou desligando equipamentos para garantir a estabilidade da temperatura ambiente. Este sistema economiza energia e pode ser acompanhado diretamente por um sistema computadorizado e programado visando à adequação do sistema às variações diárias de público e de temperatura externa. Para redução de impacto ambiental, os chillers que comandam o sistema de refrigeração marca trane modelo CVHF 0570 utilizam como gás o HCFC-123. O sistema tem vazamento inferior a 2%.
Educação ambiental: Conforto e sustentabilidade caminham juntos Para o critério de inovação adotou-se um programa de educação ambiental tanto do público interno (funcionários) quanto do público externo baseado em visitas guiadas. O shopping recebe periodicamente turmas de estudantes de ensino básico, médio e superior. Também continuamente são feitos treinamento e reciclagem da mão de obra direta e indireta que atua junto à operação do empreendimento. O intuito é o de evidenciar que os diferencias ali implementados, podem e devem ser utilizados como recursos possíveis para minimizar os impactos ambientais, afim de garantir com responsabilidade a melhor utilização dos recursos naturais numa demonstração de que conforto e sustentabilidade podem caminhar juntos.
rev/gbc/br
anuário GBC 2016
revistagbcbrasil.com.br
jul/16
155
anuário GBC 2016
Shopping Riomar Fortaleza
R
ecentemente a Renner incluiu a Sustentabilidade entre seus valores corporativos, demonstrando seu compromisso e as suas atitudes com o desenvolvimento social e o respeito ao meio ambiente. A escolha do Shopping Riomar Fortaleza para desenvolver o primeiro projeto sustentável da rede deveu-se ao fato deste empreendimento estar em busca do selo Aqua-HQE, certificação da construção sustentável de origem francesa. Inaugurada em 2014, a primeira loja sustentável da empresa teve investimentos em sua construção na ordem de R$ 9 milhões e recebeu, em 2015, a certificação internacional LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) na categoria Retail, nível Gold. As práticas sustentáveis adotadas para a loja contribuíram para garantir resultados significativos para a conquista da certificação. As es-
156
jul/16
tratégias proporcionaram reduções relevantes no consumo de energia da loja, permitindo atingir uma redução de 60% no consumo de água. Além disso, foram adotadas medidas de gestão de resíduos como coleta seletiva, madeiras recicladas e implementação de equipamentos de alta performance. “A conquista desta certificação demonstra o nosso compromisso e as nossas atitudes com o desenvolvimento social e o respeito ao meio ambiente. Resultados como este nos fortalecem para enfrentar novas oportunidades de crescimento, sempre visando atingir a excelência”, afirma Fábio Faccio, Diretor de Operações da Lojas Renner. Anualmente a Companhia publica seu Relatório Anual, cujo objetivo é comunicar a todos que se relacionam com a Lojas Renner S.A., informações consolidadas sobre seus princípios e valores, sua atuação e os resultados alcançados nos temas
de sustentabilidade. Importante ressaltar, que os temas atendem aos interesses de seus públicos, com clareza e transparência, permitindo a todos o acompanhamento da evolução da gestão e do desempenho da Companhia para o desenvolvimento sustentável. Nesse contexto, os investimentos em construções sustentáveis são divulgadas e consolidam o alinhamento das ações da Lojas Renner em busca da sustentabilidade do negócio. “A expansão da Companhia e o alinhamento das construções e reformas de suas lojas com o viés socioambiental consolida e materializa o compromisso da Lojas Renner com o desenvolvimento sustentável. As medidas adotadas nos empreendimentos aliam o bem-estar dos nossos colaboradores e clientes e a redução, ou mesmo, eliminação, dos impactos junto ao meio ambiente.” destaca Vinicios Malfatti, Gerente de Sustentabilidade.
rev/gbc/br
Imagens: Divulgação Lojas Renner
Lojas Renner
anuário GBC 2016
Eficiência no uso da água
Projeto:
As medidas adotadas para redução no consumo de água potável foram: esgoto a vácuo para as bacias sanitárias; restritores de vazão nas torneiras; válvula limitadora de vazão nos mictórios. A aplicação destas estratégias resultou em uma redução de 60% no consumo de água.
Lojas Renner – Shopping Riomar Fortaleza Localização: Fortaleza - CE Cliente/proprietário: LOJAS RENNER Área construída: 4.100,00 m²
Energia e Atmosfera Na loja foi instalado o correspondente a 70% das lâmpadas em Led. Também foi utilizado sistema de ar condicionado com chiller de alta performance e roda entálpica (unidade recuperadora de calor), equipamentos de alta eficiência energética como bombas, motores, etc. A automação também está presente em todos os sistemas instalados na loja. Com estas medidas a operação reduziu 35% no consumo de energia total.
Materiais e Recursos A loja utiliza piso com certificação Floor Score, tintas a base de água e adesivos, selantes e colas com baixo nível de emissão de COV (Compostos Orgânicos Voláteis). Além disso, utilizou-se madeiras com certificado FSC, priorizando a compra de materiais regionais e com conteúdos locais reciclados em sua marcenaria. O espaço também conta com coleta seletiva e armazenamento de mate-
Certificação: 20/10/2015
Sistema e Nível da Certificação: LEED Retail nível Gold Arquitetura: SPM Engenharia riais recicláveis, separação dos resíduos de acordo com as categorias de cada um.
Qualidade ambiental interna A loja contou com controle do ambiente interno do ar durante a fase de obra e durante a operação, além de utilizar sensores com controle de CO2 nos seus ambientes internos. A utilização de materiais com baixa emissão de COV também contribuiu para manter a boa qualidade do ar. A loja também possui sensores de temperatura posicionados em locais estratégicos, permitindo o controle da temperatura em ambientes como provadores, salão de vendas e retaguarda.
Construtora: Seng Engenharia Consultoria de sustentabilidade: Sustentech Comissionamento e Simulação Energética: André Xavier Gerenciadora: Envision Automação: Control Tech Iluminação: Cristina Maluf Projeto Sonoro: B Sound Thinking Company
LEED Retail
GOLD Fortaleza, CE
revistagbcbrasil.com.br
jul/16
157
anuário GBC 2016
GLP Gravataí
O
O GLP Gravataí, localizado na Região Metropolitana de Porto Alegre (RS), foi concebido como um projeto sustentável antes mesmo do início de sua construção e no mês de julho de 2015 recebeu a certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), nível Silver, para os dois galpões – um de 22.000 m² e outro de 14.600 m², entregues em maio de 2014. Com padrão best-in-class, que garante maior eficiência operacional para os clientes, o GLP Gravataí conta hoje com uma área disponível para locação de 19.500m². Desde o início das obras, a empresa optou por fazer dele um parque logístico diferenciado, com a adoção de medidas sustentáveis em cada etapa da construção do empreendimento. O foco da GLP é desenvolver condomínios logísticos para atender às necessidades gerais de clientes, em diversos setores, com padrão A (best in class), ou seja, infraestrutura completa e gerenciamento de qualidade. Os parques logísticos GLP, além de pos-
158
jul/16
suírem alto padrão construtivo e baixo custo operacional, são compostos por módulos de tamanhos flexíveis, que permitem atender às diversas especificações de armazenagem e distribuição, garantindo também possibilidade de expansão. As áreas operacionais dos parques são pensadas de forma a proporcionar, além de funcionalidade, boa qualidade de vida aos usuários. O projeto conta hoje com diferenciais que possibilitam uma economia real de recursos naturais como água e energia. Entre os pontos reconhecidos pela certificação LEED estão: melhor aproveitamento da iluminação natural, o que possibilita operar com as luzes desligadas durante o dia com até 100% de redução do consumo de energia; utilização de lâmpadas T5, permitindo até 33% de economia de energia; reuso de água, gerando até 40% de economia no consumo; e uso de louças e metais eficientes, reduzindo em até 55% o consumo de água. Em um cenário de aumento nos custos de energia elétrica e crises no abastecimento de água, a empresa pensa em ações para minimizar os impactos ao
meio ambiente, principalmente se estas ações também reduzem significativamente o custo para a operação de seus clientes. Desde a entrada no mercado brasileiro, em 2013, são cinco galpões certificados em seu portfólio. Com isso a empresa tem como foco entregar aos clientes soluções que ajudam a alavancar suas operações, especialmente com ganho em produtividade e redução nos custos de operação. Estas vantagens atualmente são obtidas também na diminuição do impacto ambiental, seja na construção ou na ocupação do empreendimento, assim como outros diferenciais como localização estratégica e melhor aproveitamento para armazenagem. Além do GLP Gravataí, a empresa conta com mais quatro galpões certificados (dois no GLP Guarulhos, um no GLP Itatiaia e outro no GLP Imigrantes), reforçando o alinhamento da empresa com os critérios atuais de sustentabilidade. No geral, são 22 empreendimentos da GLP certificados no Brasil, Japão, China e EUA, incluindo três com LEED Platinum.
rev/gbc/br
Imagens: Divulgação GLP
anuário GBC 2016
LEED NC
SILVER Galpão 1 e Galpão 2 Gravataí, RS
Projeto: GLP Gravataí
Espaço Sustentável A obra foi feita sob o Plano de Controle de Poluição, evitando que os resíduos atingissem os corpos d’água no entorno do empreendimento. A cobertura dos edifícios foi pintada da cor branca, com alto índice de refletância solar, diminuindo os efeitos de ilha de calor. Vagas de estacionamento preferenciais foram reservadas para carro carona e para veículos de consumo eficiente e baixa emissão de poluentes. Foram instalados bicicletário próximas a cada edifício e dois edifícios de vestiários para atender a população do condomínio.
Eficiência no uso de água As louças e metais sanitários instalados nos edifícios são de baixo consumo, diminuindo o uso de água potável e esgoto. O paisagismo do empreendimento foi feito apenas com espécies nativas e adaptadas, dessa forma não foi necessário instalar um sistema de irrigação permanente. O condomínio conta com uma ETE capaz de fazer o tratamento de todo o esgoto e reutiliza nos vasos sanitários e mictórios dos edifícios. A economia de água do projeto após a aderência desses métodos foi implantada no Paisagismo – 100% de economia de água potável; 100% de redução para vasos sanitários e mictórios; Galpão 1 e Galpão 2 – 42% de redução no uso de água potável para louças e metais sanitários e Administrativo – 45% de redução no uso de água potável para louças e metais sanitários.
Energia e Atmosfera Foram utilizados vidros eficientes dos prédios Administrativos e Apoio. Nos galpões foram instaladas coberturas com proteção térmica e de alta reflexão solar, evitando a necessidade de instalar sistema de ar condicionado. As medições de energia nos edifí-
revistagbcbrasil.com.br
cios são separadas por sistemas, ar condicionado, iluminação e tomadas. O percentual de redução do consumo de energia comparado a um edifício convencional ou ao baseline do LEED, foi de 24,4% em comparação ao baseline no Galpão 1; 14,8% em comparação ao baseline no Galpão 2; 24,7% em comparação ao baseline no Administrativo e 23,3% em comparação ao baseline no Apoio.
Materiais e Recursos Galpão 1 – 15,7% do custo dos materiais têm conteúdo reciclado e 30,87% para materiais regionais. Galpão 2 – 14,7% do custo dos materiais têm conteúdo reciclado e 29,40% para materiais regionais. Administrativo – 14,5% do custo dos materiais são regionais e 100% da madeira utilizada no projeto tem o certificado FSC. Apoio – 14,5% do custo dos materiais são regionais e 100% da madeira utilizada no projeto tem o certificado FSC. Durante a obra, foi implementado um plano de gestão de resíduos que desviou 97,78% dos resíduos do aterro, enviando para reciclagem ou incorporando na própria obra. O condomínio conta com uma central de resíduos recicláveis separadas por papel, papelão, metal, plástico e vidro, que acomoda os resíduos de todo o condomínio. Há uma preferência em utilização de materiais de produtores da região, por exemplo, o Galpão 1 – 30,9% do custo dos materiais são regionais Galpão 2 – 29,4%; o Administrativo – 14,5% e o Apoio – 14,5% do custo dos materiais são regionais.
Localização: RS118, km 11 - Gravataí – RS Cliente/proprietário: Ford e Lojas Lebes Proprietário GLP Área do terreno: 250.414 m² Área construída: 35.350m² na Fase 01 Certificação: 29/07/2015
Sistema e Nível da Certificação: LEED CS nível Prata Arquitetura: Marcos&Farina Arquitetos Ass. Construtora: Somague e Interbuild Consultoria de sustentabilidade: Cushman & Wakefield Comissionamento: TÜV Simulação energética: Cushman & Wakefield
Qualidade ambiental interna: Os galpões contam com ventilação natural. Os prédios de Apoio e Administrativo têm sistemas de refrigeração que atendem a norma ASHRAE 55 de conforto térmico. Os chillers não possuem fluídos refrigerantes que agridem a camada de ozônio.
jul/16
159
anuário GBC 2016
O
Osório Center é um empreendimento construído no coração de Curitiba, na Praça Osório, colado à famosa “boca maldita” local onde nasce a rua XV de Novembro, e centro dos movimentos políticos e sociais da cidade. Abriga hoje uma unidade de ensino universitário. Traz como diferencial, a decisão da construtora Ferreira Filho em responsabilizar-se por certificar esse empreendimento, após passar por um
processo anterior como contratada para a execução do Colégio Positivo Internacional, certificado LEED for SCHOOL v.2009 Gold em 2014. A experiência anterior de colaborar intensamente no processo de certificação numa obra com desafio de prazo de execução de 6 meses e concordar com os “trade offs” ou novas alocações de recursos dentro da planilha fechada, foi primordial para entender que é possível construir qualquer edifício com melhor desempenho e dentro do orçamento. Repetindo a experiência, agora com
o conhecimento internalizado em seus processos construtivos e orçamentários, se manteve extremamente colaborativo na implementação da estratégia adotada pela Petinelli e vital para obter o nível Ouro alcançado. Sem dúvida, um exemplo a ser seguido, incrementando seu portfólio dentro do conceito de alto desempenho, característica da empresa e se capacitando para atender esse perfil de mercado em ampla ascensão.
Osório Center LEED CS
GOLD Curitiba, PR 160
jul/16
rev/gbc/br
anuário GBC 2016
Projeto: Edifício Comercial Osório Localização: Pça General Osório, 125 - Curitiba, PR Cliente/proprietário: OG Administradora de Bens Área construída: 8.567,10 m² Conclusão da obra: Janeiro de 2015 Certificação: 08/10/2015
Sistema e Nível da Certificação: LEED CS 2009 nível Gold
Arquitetura: Manoel Coelho Arquitetura Construtora: Ferreira Filho Engenharia Consultoria de sustentabilidade: Petinelli Consultoria Comissionamento e Simulação Energética: Petinelli Consultoria
revistagbcbrasil.com.br
Localização Sustentável
Energia e Atmosfera
Em função de sua excelente localização central com ampla oferta de serviços e linhas de transporte, facilmente foram alcançados 16 pontos relativos à essas características. Por esses motivos e também por não possuir estacionamento, o edifício diminuiu sobremaneira a emissão de CO² relativos às atividades de transporte. Em relação às atividades da construção, João Vitor Gallo, da Petinelli confirma que “A experiência obtida anteriormente facilitou muito o andamento da obra para atender o pré-requisito de controle da poluição e demais créditos, mesmo considerando seu prazo apertado como limitante”.
O edifício atingiu todos os 21 pontos relativos à energia, contribuindo para atingir o nível Gold. Isto também significa que a alocação de recursos na estratégia de certificação priorizou a eficiência energética, preparando o mesmo para uma operação eficiente e real redução de custos de operação, se comparado a um edifício padrão de mercado. A sinergia entre medidas, tais como vidros de excelente desempenho com aproveitamento de luz natural, controles de automação na iluminação gerada por equipamentos e sistemas eficientes contribuem para esse resultado. A redução final de consumo chega a 47%.
Eficiência no uso de água
Além da pontuação
O Osório Center atinge todos os pontos de água relativas à equipamentos e tecnologias, incluindo performance exemplar. “Um fator positivo é que vários créditos foram atendidos facilmente e sem investimento adicional, já que a prefeitura de Curitiba exige a utilização de metais e louças eficientes e tratamento de águas cinzas para reuso em descargas de vasos e mictório, esclarece João Vitor. A redução de consumo de água potável alcançado é de impactantes 74% considerando que não houve oportunidades relativas à irrigação de paisagismo em função do terreno exíguo.
A busca por desempenho além das exigências mínimas, ainda possibilitou a conquista de performance exemplar na redução de água potável e destacam-se as inovações na compra de energia verde e na política de compras de lâmpadas sem mercúrio. O uso educacional deste empreendimento deve ter um efeito multiplicador das medidas ali aplicadas, potencializando seu valor além de toda a pontuação alcançada.
jul/16
161
anuário GBC 2016
VA Casa na Praia
A
VA Casa na Praia está entre os 165 projetos de maior pontuação LEED no mundo. Tornou-se a primeira loja do Brasil a conquistar, em julho de 2015, a certificação LEED NC nível Platinum, destacando-se no segmento de varejo em posição pioneira ao conquistar o nível máximo da certificação. "Houve engajamento da equipe de projetos e do proprietário desde o princípio. Os créditos do LEED mais difíceis se tornaram mais acessíveis e o nível Platinum de certificação mais próximo. Destaca-se, na nossa estratégia de certificação, a boa localização do terreno e os investimentos em equipamentos de alta performance, que proporcionam aproveitamento automatizado da iluminação e ventilação natural da loja. Medir o consumo de energia do edifício e disponibilizá-los de forma inovadora ao público, sempre esteve em pauta e, com isso, pouco mais de 60 pontos foram atendidos desde o princípio" afirma João Vitor Gallo, da Petinelli. O empreendimento está situado em Santa Catarina, na Praia Brava – divisa de Itajaí/Balneário Camboriú. Trata-se de um edifício térreo com grande mezanino,
162
jul/16
planejado para abrigar um showroom de móveis de excelente design alinhados ao conceito de sustentabilidade. Na construção em estrutura metálica sofisticada e conceitual, foram implementadas medidas de alto desempenho ambiental, com elementos de iluminação, paisagismo e automação No projeto da loja foram adotadas diretrizes e estratégias que nortearam sua concepção para cumprir aos requisitos máximos do LEED, cuidado com o terreno, arquitetura, canteiro de obras, construção civil, estabilização final e manutenção. “O importante neste caso, não é só ser sustentável, e sim possuir uma certificação que garanta cuidados com o meio ambiente, desde a sua concepção e projeto, pois a sustentabilidade é algo subjetivo e somente uma certificação pode comprovar os níveis e resultados alcançados”, se orgulha Rafael Nowascky, idealizador do Projeto VA Casa na Praia. Neste contexto, a VA Casa na Praia consolida a excelência no desenvolvimento de um showroom sustentável de alta performance, com design inteligente e inovações tecnológicas nos projetos, obras e construção.
rev/gbc/br
anuário GBC 2016
Projeto: VA Casa da Praia Itajaí Localização: Itajaí - SC Cliente/proprietário: Via Artística Área terreno: 411,75 m² Área construída: 361,00 m² Conclusão da obra: Abril de 2013 Certificação: 23/07/2015
Sistema e Nível da Certificação: LEED NC - Platinum
Pontuação: 88 pontos - maior pontuação no Brasil
Arquitetura: Carlos Eduardo Ramos Construtora: IDA Empreendimentos Consultoria de sustentabilidade:
Eficiência no uso de água As estratégias utilizadas no projeto VA Casa na Praia permitiram conquistar todos os pontos possíveis da Certificação LEED, categoria Eficiência no uso da água. Para diminuir o consumo de água potável, foi dimensionado e projetado um sistema de captação, tratamento e armazenamento da água de chuva. Com a instalação de metais e louças eficientes e de alta qualidade, combinados ao tratamento e reutilização das águas de chuva para o abastecimento de todos os vasos sanitários da edificação, regas do jardim vertical e gramado, foi possível uma redução de 81,5% do consumo de água.
Energia e Atmosfera O empreendimento tem um excelente desempenho energético e atingiu 32 dos 35 pontos possíveis a serem conquistados nos requisitos da Certificação LEED. A Eficiência Energética se destaca na combinação de diversas técnicas, desde as mais simples às mais sofisticadas. Fachada de brises que controlam a incidência de radiação solar na edificação, permitem a entrada da luz sem prejudicar o conforto térmico interno; Sistema de automação que controla desde o acionamento de luzes e computadores à abertura das janelas de vidros, permitem melhoria na ventilação cruzada; a envoltória com telhado branco,
isolamento térmico da cobertura, sombreamento e tipo do vidro, proporcionam mais conforto e qualidade e reduzem o consumo do ar condicionado; painéis fotovoltaicos instalados na cobertura da loja, geram energia a partir de fonte renovável; seleção adequada de lâmpadas LED e, em alguns ambientes, como copa, banheiros e depósitos, além da programação horária, possuem sensores de presença, que garantem economia no consumo de energia. Medidas que contribuem para a redução em 61,4% no consumo de energia.
Qualidade ambiental interna A VA Casa na Praia possui automatização nas janelas e brises, sendo ativadas conforme as condições externas de temperatura, vento e luminosidade solar, proporcionando ventilação, melhoria na qualidade do ar e conforto dos seus ocupantes. Em ambas as fachadas (frontal e posterior) foram instalados vidros em sua totalidade, que possuem um grande desempenho energético e permitem a total visibilidade externa. Estratégia que propicia a alta refletância térmica e um ambiente generoso no uso da iluminação natural. O resultado disto, é um ambiente prazeroso para os atendentes e clientes da loja aliado a economia de energia.
Petinelli Consultoria Comissionamento e Simulação Energética:
LEED NC PLATINUM
Fotos: Divulgação Petinelli / Via Artística / by Cabral
Petinelli Consultoria
88 pontos Itajaí, SC
revistagbcbrasil.com.br
jul/16
163
anuário GBC 2016
Ed. Forluz
LEED NC
GOLD Belo Horizonte, MG
C
om seus 58.964m² de área construída, o Edifício Forluz foi inaugurado em novembro de 2014. A nova sede da Companhia Energética de Minas Gerais e empresas coligadas – CEMIG, localizada na Avenida Barbacena, região Centro-Sul de Belo Horizonte, é a segunda obra em Minas Gerais a receber a certificação internacional LEED NC, no nível Gold onde é reconhecido o seu alto padrão de sustentabilidade ambiental. O edifício de 30 andares, sendo 5 subsolos, lobby, 23 pavimentos de escritórios (open space) e 1 pavimento técnico. Possui ventilação noturna para resfriamento da estrutura, sistema de ar condicionado de alta performance, controle automático de iluminação e sistema de aproveitamento da água da chuva que reduz o consumo em 40%. Essas e outras inovações geraram também uma redução de 19% no gasto de energia comparado com as construções similares. A arquitetura, busca estabelecer uma relação harmônica com o entorno, criando amplas áreas ao redor da torre e na parte central do terreno, de onde se tem belas vistas da cidade. Além de dar a BH mais uma praça com iluminações led e uma grande área verde em torno do edifício.
A opção por uma construção sustentável alinhou a empresa à sua patrocinadora, considerando que a CEMIG, está presente no índice DOW JONES de Sustentabilidade da Bolsa de Nova York, desde sua criação. A Forluz e CEMIG, empresas líderes em seus segmentos, sai na frente no estado de Minas Gerais, propondo a implantação de um empreendimento diferenciado: em empreendimento sustentável. A certificação traz para o empreendimento a formalização e reconhecimento de sua sustentabilidade, traduzida em redução dos custos de operação e manutenção, bem como valorização do mesmo junto ao mercado imobiliário, seguindo a tendência mundial. As ameaças ao planeta exigem uma nova geração de edifícios, conservativos de energia e ecologicamente amigáveis. O Edifício Forluz estabelece uma utilização de sistemas especiais para as esquadrias, vidros e brise-soleil; ar condicionado, ventilação, instalações, automação e materiais de construção de baixo custo energético, uso da água de chuva e do lençol freático para procedimentos de serviço, estrutura independente com fôrmas reaproveitáveis e o emprego de células fotovoltaicas para cogeração de energia.
Imagens: Ronaldo Guimarães
164
jul/16
rev/gbc/br
Espaço Sustentável O Edifício está situado em terreno de 4.608,00 m2, em região amplamente atendida por transporte público, com shopping center, hospital, restaurantes e bancos em seu entorno. Oferece 472 vagas de garagem distribuídas nos 5 subsolos – número mínimo exigido pelo órgão regulador de Belo Horizonte, com demarcação de 27 vagas (5%) com preferência de estacionamento de veículos de baixa emissão de CO2 e baixo consumo (veículos FLEX e movidos a gás natural), e 27 vagas com preferência para veículos usados na carona solidária. Oferece à comunidade de 2.200 m² de área livre no terreno, com praça arborizada e paisagismo e coberturas verdes para diminuição do aquecimento e da formação das ilhas de calor. Está implantado com as fachadas leste e oeste cegas, com solução aerada - o acabamento final em granito Branco genérico está assentado em estrutura auxiliar a 70 cm da alvenaria – preservando o ambiente interno da incidência direta do sol. Nestas fachadas estão as áreas sem permanência direta de pessoas (escadas de emergência, instalações sanitárias e áreas técnicas). As fachadas norte e sul apresentam solução em pele de vidro, com a utilização de vidros insulados de alta eficiência, com capacidade de reduzir a carga térmica do edifício, além da utilização Brise Soleil na fachada norte, dimensionado para minimizar a carga térmica proveniente do ambiente externo.
Energia e Atmosfera No que se refere à eficiência energética, a simulação demonstrou uma economia de 21% em relação ao baseline, obtidos com opções inteligentes de projeto e implantação de sistemas automatizados. O sistema de iluminação, projetado com lâmpadas de alta eficiência e reatores DALI, controladas e dimerizadas automaticamente e com sensores de luminosidade permitindo sua utilização mais eficiente. Além disso, a utilização de persianas internas nas janelas, automatizadas, movimentando-se de forma a permitir a passagem ideal de luz no ambiente sem aumentar sua temperatura interna e a escolha de cores claras de mobiliários e acabamentos garantem maior luminosidade dos ambientes internos e exigindo menor uso iluminação artificial. Quanto à climatização, foram instalados chillers de alta eficiência, sensores de temperatura que controlam o insuflamento, sistema com balanceamento dos sistemas de condicionamento de ar e regulagem de temperatura e utilização de ventilação forçada noturna, resfriando a estrutura de concreto internamente, permitindo o retardo do início do funcionamento, mantendo-se as condições de conforto ambientais ideais. Os elevadores, além de terem o sistema de chamada antecipada, apresentam frenagem regenerativa, reduzindo o consu-
revistagbcbrasil.com.br
mo energético para seu funcionamento. Finalmente, foram instalados além do sistema de captação de energia solar para aquecimento de água, geradores fotovoltaicos, localizados na cobertura, responsável por 3,5% da energia consumida na iluminação.
Divulgação CBRE
anuário GBC 2016
Eficiência no uso de água O consumo de água potável no edifício será reduzido em 40% com utilização de equipamentos econômicos - válvulas “dualflex”, sensores de presença nas torneiras e descargas de mictórios, equipamentos de baixa vazão, reutilização da água de chuva recolhida na cobertura e água da condensação das torres de refrigeração para irrigação e alimentação dos vasos sanitários e mictórios, bem como reuso das águas cinza (lavatórios, chuveiros e tanques). No paisagismo, optou-se pelo plantio de espécies nativas que requerem menor quantidade de água com melhor adaptação ao solo e sistema de irrigação automatizado.
Qualidade ambiental interna A qualidade ambiental foi tratada com cuidado, com controle de CO2, através do aumento na taxa de renovação do ar e utilização de filtros de alta capacidade de desempenho na tomada de ar e insuflamento, especificação de adesivos, selantes, carpete, tintas e revestimentos com baixo índice de COV (compostos orgânicos voláteis); proteção das áreas próximas à tomada de ar do sistema de ar condicionado com proibição do fumo até 14 metros da entrada do lobby; visão integrada com o exterior para os ocupantes proporcionando amplitude de espaço e iluminação natural de 270 lux em 75% das áreas ocupadas; leiaute com mobiliário de cores claras, e sem divisórias altas, proporcionando maior integração entre as pessoas e utilização de capachos nas entradas do edifício, reduzindo a entrada de contaminantes através dos sapatos dos usuários e visitantes.
Projeto: Forluz Localização: Belo Horizonte – MG Área do terreno: 4.500 m2 Área projetada: 50.000m2 Certificação: 21/10/2015 Sistema e Nível da Certificação: LEED NC nível Gold Arquitetura: GPA&A Gerenciamento: GPA&A, Trinia Arquitetura, Rísia Botrel e Flávia Mansur Consultoria de sustentabilidade: CTE e Fernando Navarro y Bidegain Estrutura: Engecol Engenharia Instalações Técnicas: Facury Engenharia Sistema de ar-condicionado, exaustão,
Materiais e Recursos
ventilação, cogeração:
Quanto aos materiais empregados, além da especificação de materiais com alto índice de conteúdo reciclado (cimento, aço, alumínio das esquadrias, carpete e piso elevado) e de materiais de construção com origem próxima ao canteiro de obras (raio de 800 km), optou-se pela utilização de formas metálicas e pré-moldadas com estratégia para redução significativa de resíduos de madeira. Durante toda a obra foram praticados a separação, armazenamento e realização de coleta seletiva dos materiais utilizados, com redução de resíduos através da reutilização e reciclagem de entulhos gerados pela obra a fim de ampliar a vida útil dos aterros sanitários e diminuir o impacto no meio ambiente.
Protherm – Sandra R. Botrel e Silva Impermeabilização: Firmino Siqueira Consultoria Automação: Automatix Automação Acústica: Oppus Acústica – Marco A. M. Vecci Paisagismo: Polis Arquitetura – Marieta C. Maciel, Mirelli Borges Medeiros
jul/16
165
anuário GBC 2016
A
CN III 166
jul/16
região central da cidade do Rio de Janeiro tem agora mais uma obra recém-certificada. É o edifício Cidade Nova III, que conta com o selo LEED, referência internacional para construções sustentáveis. O prédio recebeu a certificação LEED New Construction & Major Renovation (Novas construções e Grandes Reformas) e faz parte de um complexo onde estão mais dois empreendimentos, como o Cidade Nova I e o Cidade Nova II. Construído em uma área, aproximadamente, de 22 mil m² com nove andares, o edifício teve toda preocupação com os conceitos de sustentabilidade, foram observados desde a sua localização, que visava o melhor aproveitamento de um terreno subutilizado em região com total infraestrutura e permeabilidade. Alguns pontos do projeto merecem ser destacados. Durante as obras, 87% dos resíduos foram destinados para a reciclagem ou reutilizados na britagem de concreto para fazer o piso, por exemplo. Cerca de 40% de todo o material é regional, ou seja, sua origem fica dentro de um raio de 800 quilômetros do edifício. Além disso, houve toda uma preocupação com o descarte do lixo e entulho, através de programas de coleta seletiva na obra e reciclagem de materiais. O entulho gerado pela obra foi selecionado e encaminhado para empresas de reciclagem credenciadas. Por estar bem próximo da estação de metrô e de linhas de ônibus, além de ter bicicletário e vestiários, o acesso ao edifício Cidade Nova III, vem estimulando as pessoas que o frequentam a deixarem o carro em casa. O tema água também foi bem dimensionado. O prédio possui um sistema de captação e de reuso hidráulico, coletando água da chuva, que é aproveitada na irrigação de jardins, lavagens e demais usos.
Projeto: Edifício Cidade Nova III
Localização: Rua Julio do Carmo, 251, Cidade Nova, Rio de Janeiro, RJ
Cliente/proprietário: Confidere Imobiliária Incorporadora
Área construída: 22mil m²
Certificação: 22/04/2015
Sistema e Nível da Certificação: LEED NC Certified
Arquitetura: Ruy Resende Arquitetura
Construtora: Método
Consultoria de sustentabilidade: Cushman & Wakefield
Comissionamento: Outsourcing
Simulação Energética: ENE Consultores
LEED NC CERTIFIED Rio de Janeiro, RJ
rev/gbc/br
anuário GBC 2016
Espaço Sustentável O empreendimento está localizado em um terreno em área urbana, com fácil acesso na região da Cidade Nova, no Rio de Janeiro. Todo o estacionamento foi projetado em pavimentos nos subsolos, reduzindo efeito ilha de calor de grandes áreas concretadas ou pavimentado com asfalto. Há áreas em algumas lajes nos pavimentos além do térreo, o que melhora a qualidade do ambiente e também o bem estar dos ocupantes. Vestiários e bicicletários também foram previstos, auxiliando no trânsito da região e incentivando o uso de transporte eficiente e de baixa emissão de CO2. O projeto está em local privilegiado na cidade, próximo à estação de metrô, hospitais, restaurantes, salões de beleza, enfim, toda a estrutura necessária para não utilizar veículo próprio, priorizando transporte público
revistagbcbrasil.com.br
e promovendo o entorno do edifício. Eficiência no uso de água: O prédio de nove andares tem um sistema de captação e de reuso hidráulico, coletando água da chuva, que são aproveitadas para uso externo do empreendimento. Só essa medida reduziu em 30% o consumo de água potável.
Energia e Atmosfera A eficiência energética, ponto notável do projeto, foi conseguida focando no principal consumidor de energia desse sistema, o ar condicionado, cujo consumo é responsável por 50 a 60% em uma edificação deste porte. Além disso, foram utilizados vidros eficientes e um sistema bem dimensionado de ar condicionado e iluminação com lâmpadas eficientes. O percentual de consumo de energia comparado a um edifício convencional é de uma redução de 10,2%.
Materiais e Recursos Foram priorizados na construção os materiais com conteúdo reciclado e regionais, incentivando o desenvolvimento e privilegiando a região. O edifício desviou de aterro o equivalente a 87% dos resíduos. Desta forma, foi possível reutilizar o entulho gerado para base de piso, por exemplo, além do envio para reciclagem dos mais comuns encontrados na construção civil como: papel, plástico, vidro e metal. Além disso, a empresa priorizou os materiais regionais, aonde 40% do total deles, veio de um raio de 800 km da obra.
o sistema utilizou fluidos refrigerantes e gases que não agridem o meio ambiente, são eficientes e não contém CFC como base.
Inovação e Processos Foram utilizadas lâmpadas com baixo teor de mercúrio, além da implantação de política de compras sustentáveis para estes materiais. São priorizadas lâmpadas LED e somente é possível substituir uma lâmpada por outra de igual ou superior eficiência. Isso ajuda e incentiva a melhora contínua da eficiência energética.
Qualidade ambiental interna O sistema de ar condicionado tem insuflamento pelo piso, o que faz com que os usuários tenham controle sobre a saída de ar, promovendo mais conforto térmico para os ocupantes. Todo
jul/16
167
anuário GBC 2016
L
ocalizado no Leblon, Rio de Janeiro, o edifício Leblon Offices, conquistou a certificação LEED CS (Core&Shell), nível Silver em 2015. O edifício possui um diferencial em relação aos edifícios do entorno. O projeto foi desenvolvido de acordo com o conceito de espaços abertos na área de trabalho permitindo maior interação entre os funcionários, além disso, também conta com
Imagens: Divulgação RAF Arquitetura
grandes aberturas e terraços que se interligam com a rua e o espaço urbano. Constituído por 10 andares para uma altura total de 25 metros, o edifício possui uma fachada do edifício é composta com brises que permitir barra o calor, estrada de ventilação, além de dar privacidade ao escritório. Para garantir maior conforto visual, o Leblon também possui um jardim aberto no térreo e dois jardins verticais que se conecta com o entorno. O edifício foi construído em um dos últimos terrenos disponíveis para um empreendimento deste porte, e está
localizado em uma das regiões mais valorizadas do Rio de Janeiro. Sendo também um dos locais com legislação bastante restritiva, foi necessário realizar um trabalho complexo para adequar o projeto às necessidades da legislação local, assim como atender às demandas do cliente. A RAF Arquitetura, responsável pelo projeto arquitetônico do edifício, possui um time de arquitetos qualificado de acordo com os processos construtivos sustentáveis, tendo iniciado seus projetos sustentáveis junto com o GBC Brasil. Segundo Flavio Kelner da RAF Arquitetura, o objetivo principal e devolver o que foi tirado da cidade de forma mais requalificada. Segundo a empresa, a certificação LEED, junto com o trabalho do GBC Brasil representa um padrão de qualidade no setor da construção civil. Até o momento a empresa já possui em seu portfólio seis projetos com certificação LEED.
LEED CS
SILVER Rio de Janeiro, RJ
Leblon Offices Bartolomeu Mitre 336
168
jul/16
rev/gbc/br
anuário GBC 2016
Espaço sustentável
Qualidade ambiental interna
A intenção foi criar um projeto com qualidade e devolver para a cidade o que foi retirado no momento da construção do edifício. A escolha da região foi pensada para garantir maior mobilidade urbana. No início do projeto foi realizado uma análise em relação à locomoção doa funcionários e clientes, levando em consideração o transporte público e principais acessos. Todas essas definições foram feitas com base nesta análise preliminar.
Para garantir a boa qualidade do ar interno foi explorado o máximo de iluminação e ventilação natural, paredes verdes, além de sistemas de ar condicionado individualizados por setores; que permite que a temperatura seja regulada de acordo com a necessidade de cada ambiente. O edifício também foi construído com recuos das construções vizinhas, que dão um ar leveza ao espaço e permite obter maior nível de iluminação e ventilação naturais contribuindo para o conforto dos usuários.
Eficiência no uso da água O prédio possui sistema para reutilização de água, o que reduz consideravelmente o consumo de água. Nas partes internas foram instalados dispositivos arejadores e válvulas. Outra estratégia para garantir da redução no consumo da água foi o planejamento da cobertura que garantem a drenagem correta da água assim como no paisagismo.
Energia e atmosfera O empreendimento foi construído para garantir o máximo de iluminação e ventilação natural evitando assim que as lâmpadas e ar condicionado fiquem ligadas durante todo o dia. Esta é uma das estratégias que garantiram resultados positivos quanto à redução no consumo de energia. A utilização de brises também contribuem para bloquear a radiação solar quando necessário, além de permitir a entradas de ventilação natural. Outra medida adotada foi a utilização da automação para o sistema de iluminação artificial com customização de acordo com cada setor de trabalho.
Projeto: Leblon Offices
Localização: Rua Bartolomeu Mitre 336, Leblon – Rio de Janeiro - RJ
Área do terreno: 1.200 m²
Área construída: 8.000 m²
Certificação: 22/12/2015
Sistema e Nível da Certificação: LEED CS nível Silver
Arquitetura: Richard Meier & Partners Architects (Autor)/ RAF Arquitetura
Construtora: Construtora Santa Isabel / AW Construção – Baggio e Carvalho Engenharia
Consultoria de sustentabilidade e Simulação Energética: Casa do Futuro
Agente Comissionador: W&RLenzi Ltda
Gerenciadora: Classe A Engenharia
Interiores: RAF Arquitetura
Paisagismo: Quadro Vivo
Luminotécnica: LD Studio
Acústica: Traço Verde
Estrutura: Projest
Fundações: Bruno Contarini
Instalações Prediais: Cemope
Ar condicionado: DW Engenharia
Automação Predial: Bosco e Associados
revistagbcbrasil.com.br
jul/16
169
anuário GBC 2016
Laboratórios
C
Considerado um dos maiores complexos industriais do Brasil, o Laboratório B.Braun, no Rio de Janeiro, tornou-se destaques entre outros empreendimentos da mesma tipologia. Aderindo o conceitos e implantação de estratégias sustentáveis o complexo conquistou, em outubro de 2015, a certificação LEED NC nível Gold, concedida pelo Green Building Council. Com 190.000 metros quadrados de área total, o projeto possui três fases de execução, sendo que a primeira já foi executada e as outras duas estão com os projetos em desenvolvimento. Na primeira fase houve a implementação do centro logístico com 21.700 metros quadrados constituídos por estrutura metálica com capacidade para 12.500 pallets, além de dois mezaninos em L, com área de 2.700 metros quadrados cada uma. A segunda
170
jul/16
fase corresponderá a construção da nova planta de dispositivos médicos com 32.000 metros quadrados de área construída, ao passo que a terceira abrigará o novo centro administrativo. O Armazém é destinado para o depósito dos produtos inflamáveis, a Central de Utilidades e a portaria, que se interligam por um pátio central para fluxo e estacionamento de carretas e caminhões com dez docas. O Grupo alemão B.Braun, multinacional do setor médico-hospitalar avança sentido à sustentabilidade com a construção do Complexo Industrial em Guaxindiba. O Projeto da B.Braun é o primeiro Centro Logístico destinado a produtos farmacêuticos e médico-hospitalares a ser certificado pelo LEED Ouro. Diversas iniciativas foram implementadas para minimizar os impactos ambientais, tais como a proteção de taludes, utilização de materiais absorventes
rev/gbc/br
Fotos: ©Paulo Mercadante
anuário GBC 2016
BBraun
Projeto: Laboratório B. Braun Localização: São Gonçalo – RJ Cliente/proprietário: Grupo B.Braun Área construída: 21.700 m² - Fase I Certificação: 22/10/2015
LEED NC
GOLD Belo Horizonte, MG
Sistema e Nível da Certificação: LEED NC - Gold
Arquitetura: Zanettini Arquitetura Estrutura, fundação, elétrica, hidráulica, automação e climatização:
Espaço sustentável O empreendimento está localizado em uma região privilegiada com acesso a serviços básicos e pontos de ônibus a poucos metros de distância. Houve também a implantação de bicicletários, chuveiros para 0,5% do número efetivo, vagas de estacionamento preferências para veículos com baixa emissão e veículos carona, o que contribui para redução do impacto no entorno da obra e ao meio ambiente. Nos espaços abertos foram constituídos com áreas verde, além da instalação de cobertura verde para minimizar os efeitos de ilha de calor. Nas áreas que não foi possível preencher com áreas verdes foram utilizadas pinturas com declarações de eficiência do material.
Excenge para prevenir eventuais contaminações de solo e sistema lava-rodas para os veículos. Houve ainda a recomposição florestal em parte do terreno, inserida na APA Guapimirim, com plantio de espécies nativas da Mata Atlântica. A arquitetura foi um ponto forte no desenvolvimento do projeto B.Braun. Assinado pelo arquiteto Siegbert Zanettini, o projeto privilegiou a preservação da natureza no entorno da área do empreendimento, preocupando-se com a harmonia e zoneamento de cada fase. O edifício corporativo se localiza ao lado oposto do loteamento e conta uma vasta paisagem, onde o foco é manter a vegetação em suas condições mais naturais possíveis. Além disso, as coberturas verdes do espaço garantem uma envoltória agradável e ambientalmente correta. Em linhas gerais, o projeto desenvolvido com base na arquitetura contemporânea que prioriza a criação de espaços humanizados, sustentáveis e de alta tecnologia para atender as demandas atuais e as possibilidades de expansão no futuro, seguindo os padrões mundiais adotados pelo grupo B.Braun.
revistagbcbrasil.com.br
Consultoria de sustentabilidade:
Eficiência no uso da água
Sustentax
As estratégias para a gestão da água foram pontos diferenciais na construção do complexo. Para a primeira fase foi instalado um sistema de captação para reutilização de toda a água da chuva. Para a segunda fase tem grande preocupação com o reaproveitamento de águas cinzas, provenientes dos vestiários e descargas. Toda a água utilizada no processo de fabricação está prevista em circuito fechado, reutiliza a mesma água e evita o consumo desnecessário. A Estação de tratamento de esgoto tem nível de eficiência máximo e a água após tratada pode ser reaproveitada dando um ganho de aproximadamente 30 % nos recursos hídricos. Outras estratégias
Simulação energética: Espaço Sustentável
Gerenciamento: Tessler Engenharia Luminotécnica: Mingrone
Esquadrias: QMD
Impermeabilização: Proiso
Paisagismo: Dias Lagoa
Laboratórios: Vidy
jul/16
171
Fotos: ©Paulo Mercadante
anuário GBC 2016
para redução no consumo de água foi a adoção de metais economizadores que permitem 20% de redução no consumo. Além disso, as águas pluviais foram devidamente gerenciadas de acordo com a permeabilidade do solo e as águas cinzas direcionados para os sanitários.
Energia e Atmosfera Para redução no consumo de energia é utilizado o excedente de energia gerada através do ar comprimido utilizado na produção. Este excedente contribui para o aquecimento da água utilizada nos vestiários e cozinha. Quando esta energia possui saldo negativo, as demandas são complementadas com a energia gerada através do sistema fotovoltaico implantado no empreendimento. A energia poderá ser gerada através de grupos geradores e o empreendimento também contará com tanque de termo acumulação que reduz em até 80% o custo de energia. Outra medida adotada para a redução no consumo está no projeto HVAC, que foi baseado pela norma ASHRAE 55-2004, atingindo resultados positivos em relação a temperatura interna e controle de úmida, pontos fundamentais para ambientes de fabricação e
172
jul/16
comercialização de produtos médico-hospitalares. As exigências da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) também foram seguidas à risca. Para garantir um ambiente adequado, o complexo conta com um sistema de controle de temperatura dos ambientes e monitoramento por análises de forma sistemática da qualidade do ar.
Materiais e recursos Priorizou-se na construção do B.Braun a utilização de produtos cuja produção e extração de matéria-prima fosse realizada dentro de um raio de 800 km, o que reduz consideravelmente os impactos ambientais. Questão também importante foi a utilização de 65,78% do total dos materiais de construção provenientes na região da obra e 32% do conteúdo dos materiais utilizados possuem material reciclado em sua composição. Além disso, houve o controle da erosão e sedimentação, todos os resíduos gerados pela obra foram destinados para aterros e incineração, para a reciclagem ou reaproveitamento em outros produtos. A madeira utilizada também atende às definições de manejo sustentável e 71,36% do total de materiais de construção à base de madeira são certificadas em conformi-
dade com os princípios e critérios do Forest Stewardship Council (FSC).
Qualidade ambiental interna Para manter a qualidade do ar interno em um nível adequado às necessidades do empreendimento foram seguidas as diretrizes do Plano de Gerenciamento da IAQ, que proporcionou saúde e mais conforto aos usuários, além de manter os produtos hospitalares em uma temperatura apropriada. Também foi instalado sensor de CO2 com dispositivos de medição do fluxo de ar exterior para todos os sistemas em que 20% ou mais dos serviços de fluxo de ar de abastecimento de criação não densamente espaços ocupados. Optou-se também pela utilização de materiais de baixa emissão a fim de reduzir a quantidade de contaminantes presentes em produtos químicos que possuem forte odor, causam irritação ou prejuízo ao conforto e bem-estar dos operários no processo de obra. Além disso, foram instalados capachos nas saídas do complexo para minimizar a entrada de partículas, bem como a disposição de fumódromos de acordo com as distâncias mínimas definidas.
rev/gbc/br
anuário GBC 2016
Ipiranga. Um lugar completo e também digital. Aui, você tem a mobilidade do app Abastece Aí, ue dá desconto no combustível, e a praticidade de uma linha completa de serviços, como o Km de Vantagens, lojas am/pm, Jet Oil, ConectCar, Cartão Ipiranga, a mais completa linha de lubrificantes, Rodo Rede, Posto Ipiranga na Web, Postos Ecoeficientes, recarga de celular e muito mais. Então, já sabe, online ou offline, pergunta lá no Posto Ipiranga. revistagbcbrasil.com.br
jul/16
173
anuário GBC 2016
Tietê Plaza Shopping
C
om um projeto arquitetônico moderno e inovador, o Tietê Plaza Shopping dá um novo ar para São Paulo. Localizada próxima a Avenida Tietê, o shopping traz para capital paulista uma das características mais necessárias, a acessibilidade. Desenvolvido e administrado pela CCP (Cyrela Commercial Properties), o shopping conta com uma área total de 45.599,00 metros quadrado, sendo 121467,36 de área construída, desenvolvidos dentro dos conceitos sustentáveis da certificação internacional LEED. O empreendimento que recebeu em 2015 a certificação LEED CS nível Silver possui seis pavimentos distribuídos entre lojas, garagem, cinema e praça de alimentação. O shopping recebeu o prêmio “Obra do Ano em Pré-fabricados de Concreto 2014”, concedido pela ABCIC (Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto) pela utilização de sistemas pré-moldados de estrutura e painéis de fachada. A premiação destaca os projetos arquitetônicos
que aliam beleza estética e inovação executadas com estruturas pré-fabricadas de concreto. Localizado em uma região privilegiada com fácil acesso a transporte público, serviços básicos e promove a redução de utilização de veículos através da instalação de bicicletário e vestiários. Um dos grandes desafios foi a estruturação da logística do empreendimento, com utilização de pilares de 24 metros de comprimentos montados com guindaste, utilização de gruas simultâneas para a montagem das demais peças. Além disso, liberado um corredor com vigas de 13 metros instaladas com guindaste e instalação da cobertura metálica. Várias peças tiveram que ser trabalhadas para atingir o peso máximo da grua, utilizando-se concreto leve e até caixão perdido com EPS. O edifício conta ainda com Programa de Educação Ambiental, que funciona através de painéis informativos, de forma a demonstrar indicadores de sustentabilidade atribuídos ao projeto, além da disseminação da certificação LEED.
Imagens: Divulgação Racional Engenharia
174
jul/16
rev/gbc/br
anuário GBC 2016
Obra: Tiete Plaza Shopping
Proprietário: CCP Marfim Empreendimentos Mobiliários Ltda
Localização: Avenida Raimundo Pereira de Magalhães, 1465, no bairro de Pirituba, São Paulo - SP
Área do terreno: 45.599,00m²
Área construída: 121.467,36m²
Certificação: 13/05/2015
Sistema e Nível da Certificação: LEED CS nível Silver
Arquitetura:
Localização privilegiada Pensando em reduzir os efeitos de ilha de calor o empreendimento disponibilizou cerca de 90% das vagas de estacionamento sob cobertura, adicionalmente, em áreas cobertas, utilizou-se telhas de alta refletância (SRI 87), reduzindo o efeito de ilha de calor. O empreendimento também está localizado em área previamente desenvolvida, próxima à zona residencial e serviços básicos, com proximidade de 400 metros de duas linhas de ônibus e estação de metro Piqueri. Além disso, o empreendimento conta com bicicletário para 202 vagas e vestiário com chuveiro como apoio aos funcionários.
Eficiência em redução de água e tratamento de esgoto Um dos resultados mais significativos alcançados com a adoção de medidas sustentáveis foi redução no consumo de água. A aplicação de equipamentos eficientes como aeradores e redutores de vazão foi possível diminuir o consumo de água em 57,8%. Outra estratégia que trouxe ótimos resultados ao empreendimento foi a instalação de ETE (Estação de Trata-
revistagbcbrasil.com.br
mento de Esgoto), que permitiu tratar 95% do esgoto gerado no shopping, descartando apenas 5% dos efluentes no sistema de coleta municipal. Contribuindo para redução do consumo de água durante a obra, o canteiro também contou com a instalação de lava rodas com reaproveitamento de água.
Sistemas eficientes reduzem 18% menos energia que um edifício convencional O empreendimento foi concebido com o intuito de reduzir o consumo de energia durante sua operação, contando com sistemas mais eficientes e estratégias que reduzam, direta ou indiretamente, o consumo de energia. Além disso, foi priorizada a utilização de lâmpadas com o selo Procel, que permite maior economia de energia. Estas ações contribuíram com um desempenho energético 18% superior ao de um edifício convencional. Tal desempenho foi atingido através da redução da Densidade de Iluminação Instalada (DPI) Interna em 6% e DPI Externo em 44%.
Qualidade do ar, maior ecoeficiência nos produtos e gestão de resíduos Como estratégias para garantir a qualidade do ar interno o empreendimento optou pela utilização de adesivos e selantes com baixa concentração de COVs (Compostos Orgânicos Voláteis). Também foram utilizadas tintas desenvolvidas a partir de uma nova tecnologia para evitar o nível de poluição no ar, bem como problemas respiratórios. Durante a fase de construção constatou-se que 49% dos produtos aplicados na obra foram extraídos, processados e fabricados dentro de um raio de 800 km de distância do local do empreendimento. Além disso, 68% dos resíduos de construção foram desviados de aterros sanitários.
Collaço e Monteiro Arquitetos
Construção: Racional Engenharia
Consultoria LEED: Sustentech
Gerenciamento: Tessler Engenharia Ltda.
Ar Condicionado: Heating & Cooling Automação (Sistema BMS): MML Sistemas de Automação Ltda
Concreto Usinado: Concrecity Prestação de Serviços em Concreto Ltda; Megamix Engenharia Ltda; Polimix Concreto Ltda
Fundação: Sondosolo Geotecnia
Instalações Elétricas, Hidráulicas/ Especiais: NV Engenharia; Vetor Consultoria e Projetos de Engenharia Ltda; Heating & Cooling; Qualieng Engenharia de Montagens Ltda.
LEED CS
SILVER São Paulo, SP
Luminotécnica: Lighting Design Studio
Estrutura Metálica: NPE Engenharia e Projetos
Impermeabilização: Casa Seca Impermeabilizações
jul/16
175
anuário GBC 2016
Deloitte Going Green Projeto: Deloitte Going Green Localização: São Paulo-SP Cliente/proprietário: Deloitte Touche Tohmatsu Área construída: 11.504 m² Certificação: 30/09/2015 Sistema e Nível da Certificação: LEED-CI Silver Arquitetura: Athié Wohnrath Construtora:
H
Há poucos meses a Deloitte passou a ocupar nove andares do recém-construído Edifício Golden Tower do Condomínio Morumbi Corporate, localizado na Rua Henri Dunant, na Zona Sul de São Paulo. O empreendimento trata-se de um dos edifícios mais modernos da capital, concedido sob um modelo de operação sustentável, que gera o menor impacto ambiental possível. O projeto do workplace possui certificado com selo LEED-CI, nível Silver, o Grupo A | W - Athié Wohnrath foi responsável desde a escolha dos acabamentos até as soluções de iluminação e ar condicionado, realizando a obra em apenas oito meses. A Deloitte busca cada vez mais investir e trabalhar
176
jul/16
Athié Wohnrath Consultoria de sustentabilidade: OTEC Comissionamento: sob os pilares da sustentabilidade. A premissa de buscar um edifício com requisitos LEED e a busca pelo selo LEED-CI vem ao encontro deste posicionamento da firma. A decisão de implementar o novo conceito Next Generation Workplace (NGW), modelo alinhado às mais modernas práticas de utilização do espaço físico, compatíveis com os melhores escritórios da Deloitte em todo o mundo, reforçou ainda mais a necessidade de investir em empreendimentos voltados para a sustentabilidade. O NGW possui as seguintes características: conectividade, flexibilidade, inovação, integração, mobilidade e sustentabilidade. Entre os destaques do empreendimento, está a gestão de resíduos, onde foi garantido que mais de 75% dos
materiais fossem encaminhados para reciclagem. A redução no consumo de água em mais de 30% com a instalação de dispositivos sanitários economizadores e aproveitamento de água de chuva pelo edifício onde está implantado e a redução significativa de energia em relação ao consumo normal, com a instalação de ar condicionado de alta eficiência; o uso de sensores de presença controlando parte da iluminação e escolha de equipamentos elétricos certificados Energy Star, muito mais econômicos. Para a empresa, ter o selo LEED aponta o engajamento e comprometimento da firma em iniciativas ambientais, conseguindo comunicar e demonstrar estes fatores às diversas partes interessadas.
OTEC
rev/gbc/br
LEED CS
SILVER São Paulo, SP
Espaço Sustentável
Materiais e Recursos
O empreendimento está localizado em uma região densamente urbanizada e com fácil acesso a serviços básicos e pontos de ônibus com várias linhas. A empresa incentivou os seus profissionais quanto à utilização de bicicletas, já que o empreendimento nos oferece o bicicletário e vestiário.
O processo de construção do empreendimento considerou minimizar os impactos gerados pelos materiais construtivos através da priorização pela utilização de materiais com conteúdo reciclado e que fossem fabricados e extraídos localmente, com a finalidade de reduzir os impactos com os transportes de materiais e incentivar o desenvolvimento da economia local. O processo de gerenciamento dos resíduos da construção seguiu as estratégias apontadas na Resolução Federal nº 307/2002 do CONAMA. Com isso, foi possível fazer a triagem dos resíduos em obra e destinar mais de 75% dos resíduos de construção para reciclagem, o que significa que não foram para aterros sanitários.
Eficiência no uso de água Para reduzir o consumo de água potável foram instalados dispositivos economizadores em válvulas e torneiras, como restritores de vazão e válvulas de duplo fluxo. Além disso, o edifício ocupado pela Deloitte possui sistema de água de reuso para bacias e mictórios, o que contribuiu para as estratégias de redução do consumo de água potável implantadas pelo cliente. Com a utilização dos dispositivos economizadores aliados à água de reuso para bacia e mictórios, calculasse uma redução de mais de 40% no consumo de água, quando comparados às vazões convencionais.
Energia e Atmosfera O escritório da Deloitte ocupou as áreas de interiores da edificação Golden Tower. Para aperfeiçoar o consumo de energia do escritório, foi instalado um sistema de automação da iluminação e do ar condicionado altamente eficiente, uma vez que o acionamento e desligamento dos sistemas são automáticos. Além disso, mais de 90% dos equipamentos instalados no escritório possuem o Selo Energy Star, que atestam o baixo consumo de energia. O sistema de iluminação instalado foi de alta performance, já que possibilitou a redução de mais de 20% do consumo de energia, comparado a um sistema convencional.
revistagbcbrasil.com.br
Qualidade ambiental interna Para garantir que a qualidade do ar nos ambientes internos estivesse adequada aos usuários, o projeto considerou o atendimento às taxas de vazão de ar externo da norma ASHRAE 62.1. Filtros categoria G3 foram considerados, de forma a reter mais sedimentos fora do sistema de ar condicionado. Durante a etapa de construção, foram adotadas algumas estratégias para garantir que a poeira acumulada pelos processos de construção não ficasse acumulada em dutos de ar condicionado ou depositada nos materiais absorventes. Para isso, os dutos, grelhas e difusores permaneceram lacrados durante toda a obra e os materiais absorventes como carpetes, tecidos, lã-de-rocha, ficaram protegidos até a limpeza total da obra. O controle interno de temperatura é feito por sistema automatizado, que tem como objetivo principal atender aos requerimentos de conforto térmico da norma ASHRAE 55.
jul/16
Imagens: Divulgação Athié Wonhrath
anuário GBC 2016
177
anuário GBC 2016
Edifício
Antônio Alves Ferreira Guedes
U
m dos edifícios mais renomados e classificados entre um dos melhores da capital paulista, Birmann 29 é o primeiro empreendimento a ser viabilizado pela operação urbana da nova Faria Lima, em São Paulo. Localizado entre a Avenida Brigadeiro Faria Lima com a Rua Leopoldo Couto Magalhães, o edifício, que leva a assinatura do escritório norte-americano Skidmore, Owings & Merrill, um dos mais influentes e premiados escritórios de arquitetura do mundo, conquistou em dezembro de 2015, a certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) na categoria EB&OM (Existing Building & Operation and Maintenance) nível Gold. O empreendimento foi desenvolvido especificamente para atender às necessidades e demandas do usuário desde a concepção e toda funcionalidade até a segurança e localização privilegiada. Tomado por uma área de 45.422,47 m² o edifício comercial é ocupado por 15 andares e tem 18 anos de existência. Com uma arquitetura deslumbrante e harmoniosa o empreendimento no decorrer dos anos passou por alguns investimentos com foco em otimização de recursos e economia, como por exemplo,
178
jul/16
automação no sistema de ar condicionado, iluminação da área comum por Led, reativação do Poço artesiano (o qual suporta aproximadamente 70% da demanda), adequação para captação de água do lençol freático e pintura branca no telhado. Inspirado no conceito de cidades limpas, o Birmann 29 reúne tudo o que há de moderno no mercado tecnológico, refletindo principalmente na sustentabilidade e na eficiência de energias renováveis. Pensando na economia e na diminuição do desperdício, o empreendimento adota iniciativas fundamentais para que os usuários e funcionários possam aplicar novos conceitos de desenvolvimento sustentável. Obter o certificado LEED é um grande avanço para os edifícios existentes, especialmente ao Birmann 29, o que isso indica o grande desempenho e a capacidade adotada pela Partage – Empreendimentos e Participações S/A – para que o edifício recebesse o selo de sustentabilidade e tivesse um conhecimento internacional da área sustentável. “A Partage traz em seu DNA a preocupação em ter o melhor produto para oferecer aos nossos clientes e a preocupação com o ambiente interno e externo. Por sermos uma empresa patrimonialista, temos como premissa manter o valor agregado
do nosso patrimônio ao longo do tempo. Desta forma, estamos há 03 anos implementando a Certificação LEED em nossos empreendimentos corporativos”, afirma Cintia Kawanaka, arquiteta da Partage. A empresa já desenvolveu grandes normas sustentáveis para adquirir o certificado do LEED, para isso projetou sistemas em seis empreendimentos para as questões sociais, energética, econômica e ambiental. Os empreendimentos são Edifício Berrini 500 – LEED EB OM nível Gold, Edifício Hungria – LEED EB OM nível Gold, Edifício FL Corporate – LEED CS nível Gold, Edifício FL Square – LEED Silver, Edifício Condomínio Antonio Alves Ferreira Guedes – LEED EB OM nível Gold, Edifício JK 1455 – LEED EB OM nível Gold e ainda possui mais três empreendimentos em desenvolvimento de certificação.
Obra: Cond. Ed. Antônio Alves Ferreira Guedes
Cliente/Proprietário: Partage Empreendimentos e Participações S/A, Vinpar Empreendimentos e Participações Ltda., Banco JP Morgan, Waldhaus S/A, Kamal Bacha , NGS ADMINISTRAÇÃO LTDA/SNG ADMINISTRAÇÃO LTDA
Localização: Av. Brig. Faria Lima, 3729 - São Paulo - SP
Área terreno: 5.706,48 m²
Área construída: 45.422,47 m²
Certificação: 22/12/2015
Sistema e Nível da Certificação: LEED Existing Building – Operations and Maintenance nível Gold
Arquitetura: Pontual Arquitetura
Construção: PARINCORP
Consultoria LEED: Sustentech
LEED EB OM
GOLD
Agente comissionador: ACR Instalações Técnicas
Simulação energética: Sustentech
São Paulo, SP
rev/gbc/br
Espaço Sustentável Com o intuito de promover a sustentabilidade e a saúde para todos os seus usuários, o empreendimento possui bicicletário, vestiários e chuveiros, incentiva o uso de transportes alternativos, adotam práticas de gestão de resíduos, fazem a implantação de pintura refletiva na cobertura do prédio, que permite reduzir os efeitos de ilha de calor, além de motivarem a compra de créditos de energia renovável.
Imagens: Divulgação Racional
anuário GBC 2016
Eficiência no uso de água Um dos mecanismos mais questionados pela sociedade hoje em dia é a preocupação com a falta d'água e como podemos adotar medidas para não enfrentar racionamento. Muitas dessas medidas foram adotadas pelo empreendimento. O edifício possui metais sanitários eficientes e a torre de resfriamento do sistema de climatização tem um controle de purga aliado a um condutivímetro que também auxilia na vida útil da torre. Com isso a economia do edifício apresentou 35% de redução do consumo de água com o uso de metais sanitários.
Energia e Atmosfera Para receber o selo verde em questão da sustentabilidade energética, o edifício possui um BTU (unidade térmica britânica) um item de energia, para o monitoramento da eficiência dos chillers do sistema de climatização e substituição das lâmpadas dos subsolos para Led. A certificação LEED para prédios existentes utiliza a plataforma do Energy Star para comparar o consumo de edifícios semelhantes, os classifica de 0-100. O Ed. Birmann 29 alcançou 69 pontos, um consumo de energia comparado a um edifício convencional.
Materiais e Recursos Desde quando adotou a nova fórmula de sustentabilidade, o edifício utiliza papeis de consumo regular com certificação FSC. Além disso, o empreendimento conseguiu destinar 60% dos resíduos gerados para reciclagem. A preferência pela utilização de materiais de consumo regular do edifício prioriza a compra de materiais regionais. Os locatários e o condomínio comprovaram a compra de papel sulfite, envelopes e cartões de visita.
Qualidade ambiental interna O edifício passou por uma grande reforma no sistema de ventilação para garantir a renovação do ar através da ocupação de cada andar. O empreendimento priorizou o uso de produtos de limpeza com baixo índice de compostos orgânicos voláteis e durante as reformas nas áreas internas o edifício passou a ter uma política para garantia da qualidade do ar. Ainda o controle de temperatura interna do edifício conta com um sistema de automação predial aliado ao sistema de climatização. Além do sistema de climatização do ar que utiliza fluido refrigerante R-134ª, que possui menor impacto para a camada de ozônio.
revistagbcbrasil.com.br
jul/16
179
anuário GBC 2016
Hospital Alemão
C
Oswaldo Cruz
onsiderado um dos maiores centros hospitalares da América Latina, o Hospital Alemão Oswaldo Cruz conquistou em junho de 2015 a certificação LEED na categoria New Construction nível Gold foi contemplada para a Torre E, um projeto de ampliação do hospital que acrescentou 29.500 metros quadrados construídos ao complexo, e ampliou o número de leitos do hospital de 255 para 371. O investimento necessário para ampliação do hospital foi de R$240 milhões. As estratégias de sustentabilidade adotadas na ampliação do hospital garantiram a redução dos recursos naturais, eficiência no uso de água e energia, qualidade ambiental interna visando a saúde e bem-estar dos usuários, utilização de materiais ecologicamente corretos e que não causam prejuízos à saúde humana, gestão correta dos resíduos, bem como a afirmação da instituição com a responsabilidade social da sociedade. O edifício conta com um novo centro cirúrgico, salas, mais modernas, bem como a implantação de equipamento para procedimentos de alta complexidade que faz uma interligação outro centro cirúrgico já existente no hospital, assim como acontece nas salas de UTIs, onde ocorre a interligação das salas e leitos permitindo um melhor posicionamento e movimentação dos
180
jul/16
usuários. No total, foram acrescentadas nove salas ao centro cirúrgico, que somadas ao complexo anterior, totalizam 22 salas. Para UTIs, o hospital passou a contar com 44 leitos. Além disso, a ampliação do hospital permitiu a construção de um auditório com capacidade para 200 pessoas. A certificação LEED é uma grande aliada na redução de custos, tanto na execução da obra, quanto na operação do hospital. Além disso, contribui para o conforto interno de pacientes, funcionários e da comunidade ao em torno da instituição. Outro ponto a ser observado diz respeito à valorização do empreendimento. Além das estratégias que visam a sustentabilidade ambiental, o hospital, abriu espaço para a discussão e conscientização sobre o uso da água. Com o objetivo de promover uma mudança no comportamento da sociedade, a instituição promoveu uma campanha, que premiou a melhor iniciativa com foco em uso consciente deste recurso, a campanha “Feche a torneira, abra uma ideia”. A campanha foi feita junto a colaboradores, pacientes, fornecedores e a comunidade em torno do complexo hospitalar. O objetivo foi motivar as pessoas a viverem de forma mais sustentável, aproveitando melhor recursos cada vez mais escassos, como a água.
rev/gbc/br
anuário GBC 2016
Relação com o entorno e conforto para o usuário Os acessos para veículos e pedestres foram dispostos de maneira a não sobrecarregar o fluxo das vias marginais do hospital, contribuindo assim para uma maior fluidez no entorno. A fim de reduzir as emissões de CO2, bem como reduzir o fluxo de veículo na região, foram instalados bicicletário e vestiários para os usuários, bem como a implementação de vagas preferências para veículos classificados como baixo emissor de poluentes. O Edifício também conta com um andar técnico, onde foi realizado isolamento acústico, o que reduz o ruído emitido para o exterior do edifício. Além disso, foram plantadas 20 mudas de árvores nativas previstas em legislação municipal. Visando também a adequação do clima da região foram adotadas medidas para redução das ilhas de calor minimizando o impacto no micro clima e no ambiente urbano. Durante a obra foram tomados diversos cuidados, como por exemplo, sistema para lavagem dos pneus dos caminhões preservando a limpeza da região da obra.
Água e energia Através da instalação de dispositivos economizadores foi possível reduzir em 21% o consumo de água. Priorizou-se o uso de águas pluviais nas bacias e mictórios e para irrigação de jardins, além do uso de parede diafragma. Em relação à energia a construção também contemplou o uso de energia renovável através da utilização de placas solares, permitindo uma redução no custo anual em pelo menos 1%. Visando ainda a redução de energia foi realizada simulação energética durante o projeto com a implantação de sistemas de ar condicionado eficiente, painéis solares, vidros eficientes, elevadores, luminárias, entre outros.
75% dos resíduos foram desviados de aterros Uma das preocupações durante a obra foi a destinação dos resíduos. Os resíduos gerados foram reaproveitados na obra ou destinados para área de transbordo e triagem devidamente licenciadas. Com esta estratégia de gestão foi possível desviar dos aterros sanitários 75% do total geral durante a construção. Outros cuidados foram tomados, desde
a escolha apropriada do terreno e local de construção até a gestão de resíduos da obra. Tratando-se de uma edificação hospitalar, é fundamental que a escolha dos componentes utilizados para a construção possuam características não nocivas aos usuários e, principalmente, ao pacientes. Neste sentido foi priorizada a utilização de materiais como adesivos selantes, tintas, revestimentos e pisos que não possuam COV (Composto Orgânico Volátil), e que atendessem aos critérios exigidos pela certificação LEED. A madeira utilizada durante a obra também possui certificação FSC (Forest Stewardship Council). Além disso, evitou-se a utilização de equipamentos do sistema de condicionamento de ar à base de CFC (clorofluorcarbono).
LEED NC
GOLD São Paulo, SP
Projeto: Hospital Oswaldo Cruz - Ampliação Torre E Localização: São Paulo - SP Cliente/proprietário: Hospital Alemão Oswaldo Cruz Área construída: 29.500 m² - Torre E Número de Leitos Novos: 116 Certificação: 30/06/2015
Sistema e Nível da Certificação: LEED NC - Gold
Arquitetura: Botti Rubin Arquitetos Associados Construtora:
Fotos: Divulgação Hospital Oswaldo Cruz
Racional Engenharia Consultoria de sustentabilidade: CTE Gerenciamento, Elétrica, Hidráulica e Ar Condicionado: MHA Engenharia Sistema de Ar Condicionado: Ergo Engenharia
revistagbcbrasil.com.br
jul/16
181
anuário GBC 2016
C
LEED CS
GOLD São Paulo, SP
om 27 pavimentações em um terreno de 15.723 m², o edifício corpotativo Torre Z, foi construído em uma área de 86.908 m² e conta com três subsolos, um elemento superior na fachada e uma cobertura modernizada. Localizado na região do Morumbi, em São Paulo, o empreendimento, está classificado como uma construção Triple A e desenvolvido com base nos conceitos de sustentabilidade, de acordo com as normas da certificação LEED, visando a categoria Core & Shell , destinada a edificações que comercializam espaços internos do edifício. Projetado pelo Grupo São Joaquim, o Torre Z, foi construído pela Racional e gerenciado pela Yuny e Hines, conquistou a certificação LEED CS nível Gold em 2015. O edifício conta com núcleo de serviços central, permitindo a otimização do perímetro externo de cada andar. Todas as áreas do empreendimento estão projetadas dentro do conceito Core & Shell, que abrange a infraestrutura básica, como elevadores, halls, banheiros e caixas de escadas no centro de cada pavimento, deixando livre a área dos escritórios, sem pilares e vigas, possibilitando flexibilidade de layouts. Um dos grandes diferenciais do empreendimento é o espaço de mais de 1.200 m² no piso térreo, com uma praça e um restaurante ao redor para atender o próprio público que trabalha em torno da localicade do edifício. Pensando nas grandes mudanças no mundo sustentável, para atingir um desempenho e produtividade, a construtora fez a utilização dos grandes espaços para criar um ambiente de aprimoramento, com base na sustentabilidade e na formulação de reduzir o desperdício e recursos excessivos durante a obra. Foi com esse foco que desempenharam um papel importante, utilizando tecnologias de ponta com soluções sustentáveis para o atingimento de novas metas. Com isso a Racional desenvolveu um programa de conformidade de construção para reduzir o impacto negativo das atividades de construção, incluindo um plano de gestão de resíduos que garantiu o desencaminhamento de mais de 75% da demolição da construção para os aterros e incineradores da cidade. Além do processo de controle para impedir a entrada de produtos com elevado volume de Compostos Orgânicos Voláteis (COV) para dentro do edifício. Garantir o sucesso do projeto foi a principal preocupação para a construtora, focando sempre na vitalização de uma estrutura adaptada através dos recursos sustentáveis e uma ambientação verde trazendo uma autoplastia da modernidade e dos métodos utilizados para a ampliação dos requisitos implantados na construção para garantir a certificação LEED e criar um projeto sustentável desde o pré-design.
182
jul/16
Torre Espaço sustentável O empreendimento conta com sistemas eletrônicos e de telecomunicações, por meio de salas técnicas e shafts específicos, permitindo acesso a diversas operadoras, além de previsão de condutores de fibra ótica para transmissão de dados, voz e imagem em alta velocidade. É equipado por dois grupos de seis modernos elevadores de alta velocidade, atendendo às zonas baixa e alta, com andar intermediário de baldeação, evitando longas esperas em horários com grande fluxo.
Eficiência no uso da água O edifício conta com um inovador sistema de água de reuso e pontos de consumo de água potável com equipamentos de vazão controlada de água, dentro dos conceitos de certificação ambiental e sustentabilidade. A água de drenagem dos sistemas do ar condicionado é utilizada para encher os reservatórios. Conta também com um sistema de tratamento de água cinza que é utilizada para fins de irrigação, lavagem de pisos e abastecimento das torres de resfriamento.
Energia e Atmosfera Para garantir menores gastos de energia, as áreas de escritórios foram projetadas com um pé direito de 2,8 m de altura e amplas janelas que vão até o teto, garantindo um ambiente de trabalho iluminado, agradável e produtivo. A eficiência do projeto e modernos sistemas de ar condicionado, automação, telecomunicações, elevadores, sistema elétrico e de água, fachada, estacionamento e outros garantiram ao prédio classificação tríplice A segundo o NRE da Poli-USP.
Materiais e Recursos A economia de materiais e recursos foi cuidadosamente equilibrada para potencializar os objetivos ambientais. Com isso mais de 75% do total de resíduos e detritos gerados pelas obras foram desviados dos aterros sanitários ou enviados para reciclagem, constando na diminuição do desperdício.
rev/gbc/br
anuário GBC 2016
Z
Obra: Torre Z
Cliente/Proprietário: VR Desenvolvimento Imobiliário e Braldecar Empreendimentos
Localização: Avenida Dr. Chucri Zaidan, 250 - Itaim Bibi - São Paulo - SP
Área construída: 86.908,75m²
Certificação: 11/06/2015
Sistema e Nível da Certificação: LEED CS nível Gold
Arquitetura: Pontual
Construção: Racional Engenharia
Consultoria LEED: CTE
Gerenciamento: Hines do Brasil
Instalações de Ar Condicionado e Ventilação: TEKNIKA, ISOLEV
Acústica: SRESNEWSKY
Instalações de Sistemas Eletrônicos: BOSCO, CIMAX SANHIDREL
Consultoria Instalações: Imagens: Divulgação Racional
WRS
Estrutura de Concreto: JKMF
Estrutura Metálica: PROJETO ALPHA, FORT FERR, JB ARTES METÁLICAS, SUNTO
Fachada Pré-Fabricada: STONE
Fundações e Contenções: CONSULTRIX
Impermeabilização: PROISO
Instalações Elétricas E Hidráulicas: SOENG, QUALIENG
Luminotécnica: ESTHER STILLER
Paisagismo: BENEDITO ABBUD
revistagbcbrasil.com.br
jul/16
183
anuário GBC 2016
Armazém DOW
C LEED NC
GOLD Guarujá, SP
184
jul/16
onstruído em uma área de 6.373 m² dentro do complexo fabril da Dow, localizado no canal do porto de Santos, no município de Guarujá, o Armazém Verde junto com a Log-In empresa de Logística, recebeu o selo LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) no nível Gold e passa a ser o primeiro armazém químico com esta certificação no Brasil. A pontuação obtida pelo Armazém Verde foi fruto da implementação de conceitos de baixo impacto ambiental, estabelecidos desde o planejamento do empreendimento, até o uso de soluções sustentáveis da Dow. O espaço possui 5 mil metros quadrados, com capacidade para 5 mil posições pallet de carga seca, o que representa um volume aproximado de 4 mil toneladas de produtos Dow. Os critérios de desempenho do LEED avaliam o uso dos recursos naturais, a redução na geração de resíduos e
emissões, a viabilidade econômica e o respeito às comunidades do entorno do projeto, antes, durante e depois de suas obras. Diversas iniciativas foram adotadas pela Dow e pela Log-In para atingir estes objetivos. Entre eles estão à redução de mais de 40% no consumo de água, por meio do uso de dispositivos economizadores de água potável e por meio de coleta de águas pluviais para uso na operação das fábricas e também em vasos sanitários e mictórios. A instalação de sistemas de iluminação e refrigeração automatizados com alta eficiência energética, que reduzem em 13% do consumo de energia e o sistema de aquecimento de água por meio de energia solar. O projeto foi desenvolvido para atender as normas de certificação LEED para construções de baixo impacto ambiental, dentre as premissas destacam o sistema de reaproveitamento de água das chuvas para uso nas bacias sani-
tárias, reduzindo o consumo em cerca de 40%; sistema de aquecimento solar para uso nos chuveiros dos sanitários; além da estação de tratamento de esgoto para reutilização da água no processo industrial no site da Dow. Para a empresa a importância em receber a certificação LEED é sempre mostrar o empenho por um mundo mais sustentável, com isso proporcionou a redução de seus custos com transporte, reduzindo também a emissão de CO² (originado a partir da redução da necessidade do transporte rodoviário dos produtos). Esta iniciativa reforça o compromisso da Dow com a sustentabilidade, responsabilidade social, cidadania corporativa e responsabilidade em sua operação. A construção do Green Warehouse está alinhada às metas de sustentáveis da empresa, que prevê que o crescimento da companhia não tenha impactos em suas emissões de gases de efeito estufa.
rev/gbc/br
anuário GBC 2016
Espaço Sustentável Para a diminuição nos impactos geralmente causados pelas edificações, a empresa adota soluções como fornecedores locais, mão-de-obra da região; Madeiras certificadas com selo FSC provenientes de reflorestamento; Utilização de materiais reciclados; Gestão dos resíduos, minimizando a quantidade de resíduos da construção enviados para os aterros sanitários; Materiais com baixa emissão de poluentes, dentro dos limites de COV estabelecidos pelo sistema de certificação. Diminuindo ainda mais os impactos no meio ambiente. Além disso, o edifício destinou 25% das vagas do estacionamento a veículos com baixa emissão de poluentes. O empreendimento está localizado em uma área onde existem pontos de ônibus com fácil acesso à região.
Eficiência no uso de água A medida adotada pela empresa foi à redução de mais de 40% no consumo de água, por meio do uso de dispositivos economizadores de água potável. Além da coleta de águas pluviais para o uso na operação das fábricas e também em vasos sanitários e mictórios. Com isso a
redução final do consumo de água potável do edifício foi de 37.29% segundo o relatório final do GBCI.
Energia e Atmosfera Os mecanismos utilizados para a redução no consumo de energia foram à instalação de sistemas de iluminação e refrigeração automatizados com alta eficiência energética que reduzem em até 13% do consumo de energia e o sistema de aquecimento de água por meio de energia solar. Com isso, a redução no custo de energia percentual foi de 39.72% segundo o relatório final do GBCI.
Materiais e Recursos 11,34% dos materiais usados pela empresa são com conteúdos reciclados. Além disso, é obrigatório o uso de madeiras certificadas, com a aplicação do verniz acrílico Primal RT 4040, um revestimento 100% base água, pronto para aplicação, resistente à água e aos raios UV e que promove maior durabilidade e proteção de diversas superfícies, como concreto, e telhas de fibrocimento, concreto, e cerâmica. Possui ainda baixo teor de Compostos Orgânicos Voláteis (COV),
o que contribui para a melhor qualidade do ar e a redução da poluição atmosférica. Para o descarte correto dos resíduos foi colocado em execução um plano de gerenciamento, no qual todos os materiais utilizados foram encaminhados para reciclagem ou reaproveitamento na obra.
Qualidade ambiental interna O galpão da empresa conta com um sistema de ventilação natural, dotado de aberturas nas laterais do edifício em conjunto com lanternins instalados na cobertura. Os tamanhos das aberturas permitem à renovação de ar e respeitando as taxas mínimas exigidas. O controle interno da temperatura ambiental é feita através da ECOpintura da Hydronrth, que reduz os efeitos das ilhas de calor por meio do seu alto índice de refletância. Esta solução confere um ganho considerável em eficiência energética, reduzindo em até 5° a temperatura interior e em até 18° a temperatura da superfície externa do telhado. O produto tem ainda alta durabilidade e resistência à exposição, com isso foram instalados nos ar condicionados do tipo VRF, que reduz em cerca de 60% o consumo de energia.
Obra: Green Warehouse - Guarujá
Cliente/Proprietário: Dow Brasil / Log-In Logística Intermodal
Localização: Av. Santos Dumont, 4444 – Guarujá - SP
Área do terreno: 10.051,00 m²
Área construída: 6.373,83 m²
Certificação: 07/04/2015
Sistema e Nível da Certificação: LEED New Construction - nível Gold
Arquitetura: Ghimel / Arq. Janaina Noda
Construção: Ghimel Construções
Consultoria LEED, Comissionamento e e Simulação Energética: Sustentech
Instalações Hidráulicas: IÁgua Eng. Mario Mathidios
Instalações Elétricas: Ghimel – Eng. Wilson Ueda
Ar-Condicionado: Ar Clean – Antônio Landin
Fundações: Berfac – Eng. José Vicente
Estrutura Concreto: Projeto Consultoria Estrutural – Eng. David Rodrigues Teixeira
Estrutura Metálica/Cobertura: Dallemole – Eng. Samuel Cornelli
Piso: Fernandes Engenharia – Eng. Gustavo Gomes
SPCI: Gamafire – Eng. Claudio Ramalho
revistagbcbrasil.com.br
jul/16
185
anuário GBC 2016
EZTowers Torre A
LEED CS
GOLD São Paulo, SP Obra: EZ Towers
Proprietário: EZ Tec Empreend. e Particip.
Localização: São Paulo - SP
Área terreno: 16.000m²
Área construída: 164.500m²
Certificação: 20/10/2015
Sistema e Nível da Certificação: LEED CS nível Gold
Arquitetura: Carlos Ott e DWA Ltda.
Construção: EZ Tec Técnica Engenharia
Consultoria LEED e comissionamento: CTE
Fundação: Apoio Assessoria e Projeto
Estrutura metálica: Pereira e Pillon Arquitetura
Hidráulica e Elétrica: Soeng Construção
Ar condicionado: Thermoplan Engenharia
186
jul/16
rev/gbc/br
Imagens©Divulgação EZTEC
anuário GBC 2016
Espaço sustentável
O
EZ Towers está localizado em um terreno de 16.000 m² no prolongamento da Av. Dr. Chucri Zaidan, na região da Berrini, o novo polo dos empreendimentos corporativos de São Paulo. Possuindo 43 elevadores, 164.500 m² de área construída, 94.000 m² de área BOMA (Building Owners and Managers Association), 2.856 vagas de garagem e duas torres com 150 m de altura, ele se destaca no horizonte da cidade. O empreendimento - cuja Torre A já foi certificada LEED Core&Shell nível Gold e a Torre B está no processo de certificação do mesmo selo - possui 3 subsolos, térreo, 5 sobressolos de garagem, 26 pavimentos de escritórios e 4 pavimentos técnicos na cobertura em cada torre. Tendo como Concept Designer do projeto o mundialmente conhecido Arquiteto Carlos Ott, com projetos em 18 países ao redor do mundo, incluindo Estados Unidos, Canadá, China, Alemanha, França e Emirados Árabes Unidos, o projeto se tornou um ícone na cidade de São Paulo. Além das curvas marcantes que caracterizam esse ícone, Carlos Ott coroou o paisagismo do térreo (projetado pelo Benedito Abbud), idealizando uma cascata de 20 m de altura localizada entre os lobbies de vidro das torres. Os 43 elevadores são subdivididos em 30 elevadores sociais, 2 de emergência, 8 de garagens, 1 da sala de reuniões e 2 da cobertura. Os elevadores sociais, de garagens e da sala de reuniões possuem capacidade para 22 e 24 passageiros, velocidade de até 6,0 m/s, pé direito livre da cabine de até 2,80 m e acabamento interno personalizado em mármore, granito e madeira. Além disso, o sistema dos elevadores está interligado ao sistema do controle de acesso, ou seja, quando o usuário passa pela catraca com seu cartão de acesso, o elevador já é designado e aparece na tela da catraca qual cabine deve ser utilizada. Para implantação dos processos exigidos para a certificação LEED, a EZ Tec contou a expertise da consultoria do CTE (Centro de Tecnologia de Edificações), empresa com larga experiência em projetos sustentáveis. A EZ Tec adota estratégias sustentáveis em seus projetos desde 2009.
revistagbcbrasil.com.br
O empreendimento está próximo à estação de trem e do corredor de ônibus, além de contar com bicicletário e vestiários, masculino e feminino, para os ciclistas, o que incentiva as pessoas a evitarem a utilização de veículos e, consequentemente, colabora para redução de emissão de gases poluentes. Além disso, houve um controle de gerenciamento de resíduos presentes na água, no ar, ou acumulados nas rodas de caminhões durante a fase de construção. A reutilização do entulho gerado também foi uma das estratégias cujo objetivo era o desvio de resíduos de aterros sanitários.
Eficiência no uso de água Visando maior aproveitamento e redução no consumo de água potável, o projeto previu a instalação de redutores de vazão de água nas torneiras e mictórios com controle de vazão e bacias sanitárias com duplo acionamento. Além disso, foi instalado sistema de coleta de água da chuva possibilitando a estocagem e utilização na irrigação do jardim. A adoção destas estratégias contribuiu para uma redução de 40% no consumo de água.
Energia e atmosfera A certificação ambiental LEED CS nível Gold, proporcionou ao condomínio uma redução de até 14% no consumo de energia com a implementação de equipamentos eficientes como, motores e luminárias de alta eficiência, elevadores com frenagem regenerativa, trocadores de calor no sistema de ar condicionado. Também foram agregados ao edifício vidros de alto desempenho (que permite entrar mais luz e menos calor). Além da alimentação elétrica feita pela concessionária local, o abastecimento de energia do empreendimento é garantido através da uma usina de geração de energia composta de 2 geradores a gás natural de 2.000 kW e 1 gerador a diesel de 1.500 kW, essa usina garante que 100% do condomínio (incluindo o sis-
tema de ar condicionado) permaneça operando durante os períodos de falta de energia. O empreendimento também possui uma automação completa, controlada através do BMS (Building Management System). Através deste sistema, é possível fazer toda a supervisão e controle do condomínio (Elevadores, Iluminação das Áreas Comuns, Reservatórios, Bombas, Motores, Sistema de Ar Condicionado, Abertura e Fechamento de Portas, Sistema de Prevenção e Combate a Incêndio, Medição do Consumo de Água e Energia Elétrica, Sistema de Sonorização, CFTV - Circuito Fechado de Televisão e Controle de Acesso).
Materiais e recursos Para a obra foi priorizado a utilização de uma grande quantidade de materiais regionais. A implantação do empreendimento, seguindo as premissas da certificação, reduz o impacto no seu entorno, isso devido a um controle rígido da poluição e dos resíduos gerados pela obra, a utilização de materiais regionais e com altos índices de componentes reciclados e também através da utilização de madeira certificada. Além disso, a madeira utilizada na obra possui certificação. 95% do resíduo gerado pela obra não foi para aterros, foi reciclado.
Qualidade ambiental interna Possuindo um sistema de ar condicionado do tipo VRF (Variable Refrigerant Flow) refrigerado a água, com uma capacidade total de mais de 4.000 TR (Ton of Refrigeration) e diversas evaporadoras por pavimento, o sistema permite que sejam criados mais de 56 microclimas em cada pavimento, cada um com uma temperatura desejada e operando de acordo com a quantidade de pessoas e equipamentos no ambiente e a incidência do sol, proporcionando um sistema capaz de atingir a temperatura de conforto desejada com uma maior eficiência energética.
jul/16
187
anuário GBC 2016
Berrini
©Divulgação Método
C
onstruído em uma área de 27.883,79 m² o edifício comercial Berrini 500 é um projeto de autoria do arquiteto Ruy Ohtake, arquiteto paulista vem imprimindo uma linguagem própria em mais de 300 obras realizadas no Brasil e no exterior. Localizado na Avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini na zona sul de São Paulo, o empreendimento foi desenvolvido pensando na sustentabilidade e na responsabilidade de minimizar os impactos causados ao meio ambiente durante a construção. Em sua arquitetura, mescla a pesquisa tecnológica, atenta a nossa indústria de construção, com depurada e original plasticidade. Graças a isso, a sua obra logra o difícil êxito de ser a um só tempo autoral e sensível às nossas condições e necessidades. Comprometido em realizar uma arquitetura brasileira contemporânea, tendo a inovação como princípio. O edifício possui 18 pavimentos e conta com uma estrutura arrojada e eficiente, com ondulações na fachada, tornando-se um dos cartões postais da região. No decorrer dos anos o edifício passou por alguns investimentos, mas sem perder sua plasticidade e partido arquitetônico. Com foco na otimização de recursos e economia, foram implantados alguns processos de moderni-
5
Projeto: Condominio Edificio Berrini 500 Localização: São Paulo - SP Cliente/proprietário: X Par Empreendimentos E Participações Ltda Área construída: 27.883,79 m² Certificação: 07/10/2015 Sistema e Nível da Certificação: LEED EB OM nível Gold Arquitetura: Ruy Ohtake Arquitetura Construtora: Método Potencial Consultoria de sustentabilidade: Cushman & Wakefield Comissionamento: Nittoguem Engenharia
188
jul/16
rev/gbc/br
00 zação no prédio, como a automação no sistema de ar condicionado, iluminação na área comum por LED, elevadores inteligentes, sensores de presença nas escadas de emergência e lava rápido a seco. Esses são alguns pontos adotados pela Partage, incorporadora do projeto, que tem a preocupação com a preservação dos recursos naturais otimizando o uso sem desperdício bem como o conforto aos nossos usuários tanto em termos de ambiência como economia nas despesas operacionais. “Entendemos que a sustentabilidade deve partir de cada pessoa e divulgamos em nossa empresa a disseminação aos nossos funcionários bem como aplicando em nossos empreendimentos.”, afirma Cinthia Kawanaka, arquiteta da Partage. Foi através dessas inovações que o empreendimento conquistou a certificação ambiental LEED EB OM - nível Gold. Para a empresa a certificação LEED é um processo multidisciplinar, onde é convertido em benefícios aos usuários e prestadores de serviços, como o aumento de produtividade e redução no impacto ambiental. A arquiteta, Cinthia Kawanaka, fala da importância de implantar a certificação LEED. “Por sermos uma empresa patrimonialista, temos como premissa manter o valor agregado do nosso patrimônio ao longo do tempo. Desta forma, estamos há 03 anos implementando a Certificação LEED em nossos empreendimentos corporativos”.
revistagbcbrasil.com.br
anuário GBC 2016
LEED EB OM
GOLD São Paulo, SP
Espaço Sustentável
Materiais e Recursos:
Como o empreendimento se concentra em uma região rica em transportes alternativos e serviços básicos como bancos, restaurantes, shopping, escolas, farmácias; não há necessidade de uso de automóveis, pois esses estabelecimentos são fácil acesso aos pedestres.
Atualmente o descarte de resíduos é separado em recicláveis (misturado) e não recicláveis. Os resíduos recicláveis são encaminhados para cooperativas que fazem a reciclagem dos resíduos. Entretanto, a eficiência desse procedimento depende da separação dos inquilinos em suas dependências antes de encaminhar para a central de resíduos do condomínio e é feito um trabalho de conscientização com os usuários com divulgação e mailings.
Eficiência no uso de água As medidas adotadas para a diminuição do desperdício de água e garantir a redução do consumo teve grandes resultados com uma economia superior a 40% em relação ao baseline estabelecido pela Certificação LEED. Foram trocadas as torneiras dos lavatórios, as válvulas dos mictórios e dos vasos sanitários, além das louças e metais sanitários que foram eficientes para o baixo consumo de água. Para isso, existe um sistema de captação de água de chuva que é utilizado para suprir 100% da necessidade de irrigação do condomínio.
Qualidade ambiental interna O projeto de ar condicionado foi balanceado para que a quantidade de ar interno nos ambientes atenda a norma ASHRAE 62.1-2007. A temperatura do ar condicionado é controlada por termostato em cada uma das VAVs. Os chillers não possuem fluídos refrigerantes que agridem a camada de ozônio.
Energia e atmosfera Visando à redução no consumo energética foi implantada automação no sistema de ar condicionado, iluminação com tecnologia Led para as áreas comuns, elevadores inteligentes, sensores de presença nas escadas de emergência.
jul/16
189
anuário GBC 2016
CasaE
BASF
190
jul/16
LEED NC
GOLD São Paulo, SP
A
Casa Ecoeficiente da BASF comemora a certificação LEED-NC Gold, concedida a novas construções pelo Green Business Certification Inc.. Construída em uma área de 400m² a residência se concentra na zona Sul de São Paulo. O espaço recebeu a certificação no final de 2015, onde passou por uma ampla renovação e serve como uma apresentação de soluções inovadoras e, tendências ligadas à indústria da construção, com foco em eficiência, conforto, produtividade e sustentabilidade, sendo a primeira casa New Construction no Brasil a receber o selo Gold. No local foram aplicadas 36 soluções, que proporcionam uma obra mais rápida, com menor consumo de água, eficiência energética, conforto térmico e acústico, importante redução na emissão de CO2 e de resíduos de construção, além de assegurar maior vida útil. A CasaE apresenta as soluções inovadoras e sustentáveis para a indústria da construção desenvolvidas pela BASF e seus parceiros. Seu papel é impulsionar a adoção de processos construtivos que garantam maior produtividade, durabilidade e economia de recursos, disseminar e captar tendências, ser uma vitrine e um centro de competência para o setor.
rev/gbc/br
Imagens©Divulgação Athie Wohnrath
anuário GBC 2016
Comparada a uma casa tradicional, ao longo de 40 anos, a CasaE proporciona uma economia de 30% do investimento, contabilizando custos iniciais, de operação e de manutenção; economia de energia equivalente ao consumido por 9 mil casas durante um dia; e economia de 300 mil litros de água, que corresponde ao abastecimento de mais de 1,6 mil habitantes por ano, segundo estudo realizado pela Fundação Espaço Eco. O diferencial do empreendimento começa pelas paredes, que foram erguidas em poliestireno expandido com grafite, que garante isolamento térmico, microcápsulas poliméricas aplicadas no drywall que reduzem em até 1/3 o uso do ar condicionado; placas de poliuretano expandido que reduzem em até 90% a transferência de calor entre os ambientes; aditivo para o preparo do concreto que diminui em 40% o consumo de água e reduz a emissão de gases; pigmentos especiais que refletem o calor do sol, pisos drenantes com cerca de 90% de permeabilidade, permitindo a reutilização da água da chuva. Totalmente repaginada, com ambientes modernos e móveis de design contemporâneo, a CasaE está mais aconchegante. O objetivo é apresentar tecnologias que tragam conforto térmico e acústico, sustentabilidade, maior durabilidade e aumento na produtividade da obra, com economia de tempo
Projeto: Casa-E Brasil BASF Localização: São Paulo-SP e recursos. Para Camila Lourencini, gerente de Inovação e Estratégia, a solução é manter arquitetura do local. “A Athié Wohnrath garantiu que o propósito de reunir as soluções e inovações oferecidas pela BASF, resultando em uma edificação com beleza arquitetônica e funcionalidade”. Para a empresa a certificação é uma forma importante de legitimar e valorizar o esforço para desenvolver o projeto efetivamente sustentável. Cada detalhe avaliado, todos os desafios impostos e vencidos, vem de encontro à preocupação da BASF em buscar, na inovação, formas de propor soluções que promovam sustentabilidade, produtividade e durabilidade.
Cliente/proprietário: BASF Área do terreno: 1.688m² Área construída: 400,00 m² Certificação: 12/04/2015 Sistema e Nível da Certificação: LEED-NC nível Gold Arquitetura: Athié Wohnrath Construtora: Athié Wohnrath Consultoria de sustentabilidade: Athié Wohnrath Comissionamento: Command Commissioning Simulação energética: EPT Engenharia
revistagbcbrasil.com.br
Espaço Sustentável O processo de construção de todo o empreendimento contou com estratégias para minimizar os impactos causados pelo processo construtivo, tais como a implantação de sistema de lava-rodas, criação de caixas de sedimentação e acesso pavimentado para veículos. Além disso, o projeto buscou restaurar mais de 20% da área de terreno com espécies vegetais nativas, aliado à utilização de pavimentos drenantes (Concreto Permeável e Elastopave) para promover maior infiltração no solo e minimizar os efeitos estufa das “ilhas de calor”. O empreendimento está localizado em uma região densamente urbanizada e com fácil acesso a serviços básicos e pontos de ônibus com várias linhas. Aliado a isso, o empreendimento adotou estratégias para minimizar a emissão de gases poluentes
jul/16
191
anuário GBC 2016
causados pelos deslocamentos por automóveis utilitários, por meio da disponibilização de vagas de bicicleta e estrutura com chuveiros para ciclistas, vagas preferenciais para veículos com combustíveis menos poluentes e também para promoção da “carona solidária”, ou seja, automóveis se deslocando com mais de duas pessoas.
Eficiência no uso de água Para reduzir o consumo de água potável, o projeto considerou o aproveitamento de água de chuvas para irrigação do paisagismo e limpeza da área externa. A seleção de espécies nativas e exóticas adaptadas de baixo consumo hídrico também contribuiu para uma redução de mais de 50% no consumo de água potável para irrigação. Além disso, foram instalados dispositivos economizadores em válvulas e torneiras, como restritores de vazão, válvulas de duplo fluxo e mictórios sem água. Foram utilizados dois tipos de pisos drenantes com permeabilidade próxima aos 90%. Ao redor da casa e no calçamento, foi usado um composto de poliuretano que funciona como uma supercola para unir agregados, formando superfícies resistentes, duráveis. No estacionamento foi aplicado um concreto com alto índice de vazios, preparado com aditivos e utilizando
192
jul/16
com pouca ou nenhuma areia. Instalados por cima de uma manta impermeabilizante, a água da chuva é recolhida e armazenada em reservatórios com cerca de 10 mil litros, para ser utilizada na limpeza da área externa e irrigação dos jardins. Com a utilização dos dispositivos economizadores, calculou-se uma redução de mais de 33% no consumo de água, quando comparados às vazões convencionais. Com a utilização de água de chuva para irrigação, foi possível atender a 77% da demanda hídrica. .
Energia e Atmosfera O empreendimento alcançou mais de 25% de economia de energia, quando comparado ao baseline da norma ASHRAE 90.1. Para isso, foi considerada a utilização de vidro eficiente, com baixo índice de Fator Solar, sistemas de isolamento térmico na cobertura, iluminação eficiente de baixo consumo com lâmpadas Led, sistema de climatização de alto desempenho (alto COP – Coeficiente de Performance) e sistema de automação para acionamento e desligamento do ar condicionado e iluminação, conforme os horários de ocupação. Além disso, a utilização de sistemas de fontes de energia renováveis, como as placas fotovoltaicas e os painéis solares para aquecimento de
água, foi uma estratégia importante para garantir o desempenho energético da edificação, pois tais sistemas são responsáveis por mais de 13% da geração de energia consumida.
Materiais e Recursos O processo de construção do empreendimento considerou minimizar os impactos gerados pelos materiais construtivos ao priorizar a utilização de materiais com conteúdo reciclado e que fossem fabricados e extraídos localmente, com a finalidade de reduzir os impactos com os transportes de materiais e incentivar o desenvolvimento da economia local. Priorizou-se ainda a utilização de madeiras com o Selo FSC, atestando que o material é proveniente de reflorestamento. O processo de gerenciamento dos resíduos da construção seguiu as estratégias apontadas na Resolução Federal nº 307/2002 do CONAMA. Com isso, foi possível realizar a triagem dos resíduos em obra e destinar mais de 75% dos resíduos de construção para reciclagem, o que significa que não foram para aterros sanitários.
Qualidade ambiental interna Para garantir que a qualidade do ar nos ambientes internos estivesse adequada aos usuários, o projeto considerou o
atendimento a mais de 30% da vazão de ar externo, além da recomendação mínima da norma ASHRAE 62.1. Filtros categoria G3 foram considerados, de forma a reter mais sedimentos fora do sistema de ar condicionado. Durante a etapa de construção, foram adotadas algumas estratégias para garantir que a poeira derivada dos processos de construção não ficasse acumulada em dutos de ar condicionado ou depositada nos materiais absorventes. Para isso, os dutos, grelhas e difusores permaneceram lacrados durante toda a obra e os materiais absorventes como carpetes, tecidos, lã-de-rocha ficaram protegidos até a limpeza total da obra. Todos os produtos químicos utilizados nos espaços internos do empreendimento atenderam aos limites máximos de VOC permitidos por normas específicas para cada tipo de utilização. O controle interno de temperatura é feito por sistema automatizado, que tem como objetivo principal atender aos requerimentos de conforto térmico da norma ASHRAE 55. Além disso, a maioria dos ambientes possui janelas operáveis, que permitem ao usuário o controle de entrada de ar externo e consequente regulagem das vazões. O sistema de ar condicionado utiliza gases refrigerantes livres de CFC, o que contribui para preservação da camada de ozônio.
rev/gbc/br
anuário GBC 2016
Para uma obra de qualidade e com certificação LEED, é preciso uma empresa com experiência na área. www.sempreengenharia.com.br - Tel: (11) 2972-7260
C
M
Y
CM
MY
CY
CMY
K
Obras Certificação LEED Bloomberg
BP e Mapfre
Philips MEMBRO
revistagbcbrasil.com.br
jul/16
193
Imagens©Pregnolato & Kusuki Estúdio Fotográfico
anuário GBC 2016
ItauBBA L
ocalizado em um das regiões mais importante de São Paulo, na Avenida Brigadeiro Faria Lima, o Itaú BBA tinha como premissa inicial buscar por um edifício que atendesse aos requisitos sustentáveis da Certificação LEED. Por isso, escolheu ocupar todos os andares do FL 3500, edifício que já havia sido contemplado com a certificação LEED nível Gold na categoria Core&Shell. Desenvolvido pela empresa Athie Wohnrath, o espaço de 25 mil metros quadrados contempla infraestrutura com sistemas duplos de energia e ar
condicionado para garantir um funcionamento de 24 horas por dia, características fundamentais para uma instituição financeira. A Athie Wohnrath também foi responsável pelo gerenciamento de interiores, incluindo a parte de tecnologia de sistemas críticas, equipamentos, multimídia e interação. A instalação em um edifício já certificado contribuiu para que a empresa conquistasse a certificação de interiores LEED CI (Commercial Interiors) no nível Gold. O projeto atingiu 71 pontos dos 110 máximos do LEED.
Projeto: IBBA FL 3500 Localização: São Paulo-SP Cliente/proprietário: Itaú BBA Área do terreno: 10.341m² Área construída: 45.000m² Certificação: 30/03/2015
Sistema e Nível da Certificação: LEED CI nível Gold Arquitetura: Piratininga Arquitetos Associados Construtora: Athié Wohnrath Consultoria de sustentabilidade: CTE Comissionamento: CTE
194
jul/16
rev/gbc/br
anuário GBC 2016
LEED CI
GOLD
FL 3500
São Paulo, SP
Espaço sustentável O empreendimento está localizado em uma região densamente urbanizada e de fácil acesso a serviços básicos e pontos de ônibus com várias linhas. Além disso, o empreendimento adotou estratégias para minimizar a emissão de gases poluentes causados pelos deslocamentos por automóveis utilitários, a partir da disponibilização de vagas de bicicleta (5% da população) e estrutura com chuveiros para ciclistas, além de vagas preferenciais para “carona solidária”, ou seja, veículos com mais de duas pessoas.
Eficiência no uso da água Para reduzir o consumo de água potável, foram instalados dispositivos economizadores em válvulas e torneiras, como restritores de vazão e válvulas de duplo fluxo. Além disso, o edifício ocupado pelo Itaú BBA possui sistema de água de reuso para bacias e mictórios, o que contribuiu para as estratégias de redução do consumo de água potável implantadas pelo cliente. Com a utilização dos dispositivos eco-
revistagbcbrasil.com.br
nomizadores aliados à água de reuso para bacia e mictórios, calculou-se uma redução de mais de 45% no consumo de água, quando comparados às vazões convencionais.
Energia e Atmosfera Para otimizar o consumo de energia do escritório, foi instalado um sistema de automação da iluminação e do ar condicionado altamente eficiente, uma vez que o acionamento e desligamento dos sistemas são automáticos. Além disso, mais de 90% dos equipamentos instalados no escritório possuem o Selo Energy Star, que atesta o baixo consumo de energia.
Materiais e Recursos O processo de construção do empreendimento considerou minimizar os impactos gerados pelos materiais construtivos por meio da priorização pela utilização de materiais com conteúdo reciclado e que fossem fabricados e extraídos localmente, com a finalidade de reduzir os impactos com o transporte de materiais e incentivar
o desenvolvimento da economia local. O processo de gerenciamento dos resíduos da construção seguiu as estratégias apontadas na Resolução Federal nº 307/2002 do CONAMA. Com isso, foi possível fazer a triagem dos resíduos em obra e destinar mais de 75% dos resíduos de construção para reciclagem, o que significa que não foram para aterros sanitários.
Qualidade ambiental interna Para garantir que a qualidade do ar nos ambientes internos estivesse adequada aos usuários, o projeto considerou o atendimento às taxas de vazão de ar externo da norma ASHRAE 62.1. Filtros categoria G3 foram considerados, de forma a reter mais sedimentos fora do sistema de ar condicionado. Outras estratégias como a utilização de sensores de CO2 e sensores de vazão de ar externo também contribuem para garantir a qualidade do ar nos ambientes internos. O sistema de gerenciamento e monitoramento da qualidade do ar foi premissa extremamente importante para
o projeto, tanto que o mesmo recebeu premiação no “22º Destaques do Ano Smacna Brasil-2014”. Durante a etapa de construção, foram adotadas algumas estratégias para garantir que a poeira acumulada pelos processos de construção não ficasse nos dutos de ar condicionado ou depositada nos materiais absorventes. Para isso, os dutos, grelhas e difusores permaneceram lacrados durante toda a obra e os materiais absorventes como carpetes, tecidos, lã-de-rocha, ficaram protegidos até a limpeza total da obra. O controle interno de temperatura é feito por sistema automatizado, que tem como objetivo principal atender aos requerimentos de conforto térmico da norma ASHRAE 55.
Crédito de Prioridade Regional Todos os créditos do grupo Prioridade Regional foram atendidos pelo empreendimento.
jul/16
195
anuário GBC 2016
NOVA SEDE
KPMG
Imagens©Pregnolato & Kusuki Estúdio Fotográfico
LEED CI
GOLD São Paulo, SP
196
jul/16
A
dotando e aplicando constantemente ações de sustentabilidade em suas instalações, a KPMG aproveitou a oportunidade da construção de sua nova sede em São Paulo para tornas essas ações mais consistentes. A oportunidade de utilizar as melhores práticas de construção e utilizar tecnologias sustentáveis permitiu à empresa inserir-se de forma mais consistente em relação à sustentabilidade ao longo dos anos. O novo escritório da KPMG tinha como premissa inicial buscar um edifício que atendesse aos requisitos sustentáveis da Certificação LEED. Por isso, escolheu ocupar 7 andares do Edifício EZ Towers, que obteve a certificação LEED-CS, nível Gold. Esta estratégia contribuiu para o escritório conquistar a certificação LEED CI (Commercial Interiors) nível Gold.
Para novos escritórios, a busca por prédios com certificações recebe nota superior no processo de escolha por compreender questões de sustentabilidade. Vale lembrar que a certificação não ocorre somente pelo edifício ser “verde”, mas também pelo seu entorno que oferece mais transporte público e outras amenidades. O escritório sede da KPMG no Brasil compreende a área de escritório (utilizada pelas áreas técnicas), andar de reuniões com clientes e um auditório. Olhando para o layout desenvolvido, as principais características são o ambiente full open space, aproveitamento total das janelas, compartilhamento de mesas, sistema de telefonia e impressão móveis (que permite ampla mobilidade interna aos profissionais e, consequentemente, a interação com todas as áreas e em qualquer andar). Qualquer profissional senta onde desejar e carrega consigo seu ramal e imprime na impressora mais perto. O escritório conta com a introdução de áreas colaborativas, promovendo o café e convivência num espaço descontraído e elegante, e uma política de arquivo de papéis, que objetiva guardar o mínimo necessário são aspectos positivos do escritório. “Um novo espaço significa uma nova fase para a KPMG no Brasil. Com nossa mudança, pudemos, primeiramente, oferecer novas instalações com maiores comodidades e tecnologias que auxiliam o trabalho dos nossos colaboradores. O segundo ponto é que, dessa forma, pudemos reunir todas as nossas equipes em um único espaço e reforçamos a sinergia entre nossas áreas e profissionais. Por fim, tudo isso resultou em uma nova experiência de atendimento para os nossos clientes, maximizando os resultados e serviços oferecidos. E, para tudo isso, colocamos desde o início, como premissa, ter uma “certificação verde”, utilizando consistentemente as melhores práticas e projetos de forma a contribuir com o meio ambiente”, afirma Ricardo Anhesini, COO da KPMG no Brasil Para a KPMG um prédio sustentável contribui muito com o meio ambiente e também para o conforto dos usuários, e a certificação traz vantagens e coloca a em destaque diante de seus clientes bem como o compromisso com o meio ambiente. Segundo Ricardo Anhesini a promoção da conscientização ocorre normalmente no momento das visitações com clientes ou quando seus clientes e parceiros recebem as publicações da empresa. “Este avanço é inegável e não é mais possível ficar distante disto. Falamos com orgulho da nossa certificação LEED Gold”, orgulha-se.
rev/gbc/br
anuário GBC 2016
Espaço sustentável A intenção da mudança foi proporcionar maior sinergia e integração entre os colaboradores, que estavam alocados em diversos locais na cidade. O empreendimento está localizado em uma região densamente urbanizada e com fácil acesso a serviços básicos e pontos de ônibus, trem e metro.
Eficiência no uso da água Para reduzir o consumo de água potável foram instalados dispositivos economizadores em válvulas e torneiras, como restritores de vazão e válvulas de duplo fluxo. Além disso, o edifício ocupado pela KPMG possui sistema de água de reuso para bacias e mictórios, o que contribuiu para as estratégias de redução do consumo de água potável implantadas pelo cliente. Com a utilização dos dispositivos economizadores aliados à água de reuso para bacia e mictórios, calculou-se uma redução de mais de 40% no consumo de água, quando comparados às vazões convencionais.
Energia e Atmosfera Para otimizar o consumo de energia do escritório, foi instalado um sistema de automação da iluminação e do ar condicionado altamente eficientes, uma vez que o acionamento e desligamento dos sistemas são automáticos. Cem por cento das luminárias são controladas por sensores de presença, o que contribui significativamente para redução do consumo de energia e também para os procedimentos de operação e manutenção.
to considerou o atendimento às taxas de vazão de ar externo da norma ASHRAE 62.1. Filtros categoria G3 foram considerados, de forma a reter mais sedimentos fora do sistema de ar condicionado. A individualização dos sistemas de ar condicionado do edifício também contribui de forma significativa para redução do consumo de energia. Todos os espaços estão separados em diferentes zonas térmicas, sendo que cada uma é atendida por uma caixa VAV controlada por sensor de presença e sensor de temperatura. Durante a etapa de construção, foram adotadas algumas estratégias para garantir que a poeira acumulada pelos processos de construção não ficasse nos dutos de ar condicionado ou depositadas nos materiais absorventes. Para isso, os dutos, grelhas e difusores permaneceram lacrados durante toda a obra e os materiais absorventes como carpetes, tecidos, lã-de-rocha, ficaram protegidos até a limpeza total da obra. O controle interno de temperatura é feito por sistema automatizado, que tem como objetivo principal atender aos requerimentos de conforto térmico da norma ASHRAE 55.
Projeto: Nova Sede KPMG Brasil Localização: São Paulo-SP Cliente/proprietário: KPMG Área construída: 9.360m² Certificação: 01/02/2016
Sistema e Nível da Certificação: LEED CI 2009 nível Gold
Arquitetura: Athié Wohnrath Construtora: Athié Wohnrath Consultoria de sustentabilidade: CTE Comissionamento: CTE
Inovações e processos e Crédito de Prioridade Regional Como estratégia de inovação em projetos sustentáveis, a KPMG implantou um Plano de Educação Ambiental específico para o empreendimento, utilizando a divulgação das estratégias sustentáveis adotadas para os usuários e comunidade em geral. Além das inovações todos os Créditos de Prioridade Regional foram atendidos pelo empreendimento.
Materiais e recursos O processo de construção do empreendimento considerou minimizar os impactos gerados pelos materiais construtivos por meio da priorização pela utilização de materiais com conteúdo reciclado e que fossem fabricados e extraídos localmente, com a finalidade de reduzir os impactos com os transportes de materiais e incentivar o desenvolvimento da economia local. O processo de gerenciamento dos resíduos da construção seguiu as estratégias apontadas na Resolução Federal nº 307/2002 do CONAMA. Com isso, foi possível realizar a triagem dos resíduos em obra e destinar mais de 75% dos resíduos de construção para reciclagem, o que significa que não foram para aterros sanitários.
Qualidade ambiental interna Para garantir que a qualidade do ar nos ambientes internos estivesse adequada aos usuários, o proje-
revistagbcbrasil.com.br
jul/16
197
anuário GBC 2016
NOVA SEDE
Qualicorp
S 198
jul/16
olicitado pela diretoria, o projeto de arquitetura de interiores para as novas instalações da Qualicorp unificou vários sites da empresa em uma única sede: um edifício com 12.500m², 15 andares para aproximadamente 1.500 colaboradores que atuam em um segmento de grande expansão econômica como a gestão de benefícios e planos de saúde.
do empreendimento). A empresa havia escolhido um edifício com certificação LEED Core & Shell que por si só já trazia os benefícios da sustentabilidade aos usuários da empresa e estava em sinergia com o design de Arquitetura de Interiores. O projeto foi desenvolvido com a grande maioria de itens que preservam a energia e favorecem o bem estar.
A trajetória ascendente da Qualicorp e seu crescimento no setor, fazendo aquisições de outras empresas do segmento, demandou um novo site com características simples para a adaptação a esse contexto. O projeto necessitava ter um conceito aberto, transparente, moderno e ao mesmo tempo com um budget bastante reduzido. Com essa condição, o projeto zelou em não perder a qualidade dos materiais empregados, além de privilegiar o bem estar e a qualidade de vida dos colaboradores, fatores totalmente ligados ao business da empresa.
O layout é flexível para suportar as equipes externas e adequar de forma simples e rápida a flutuação do número de pessoas causado pelo crescimento da empresa. Há um andar somente com salas de reuniões e de treinamentos, especialmente para atendimento aos clientes e rede de credenciados e salas de reuniões compartilhadas em todos os andares. Há ainda em um andar a concentração de serviços: Atendimento ao cliente, atendimento bancário e ambulatório, para facilitar a utilização dessas conveniências. Uma lanchonete foi criada para atender as demandas de refeições rápidas dos funcionários.
A Nova Sede da Qualicorp é o primeiro edifício no Brasil a conquistar 3 três certificações LEED, nas categorias Core&Shell (2013 - na construção do edifício), na categoria CI (Commercial Interiors) e agora na categoria EB OM (2016 - Existing Buildings - Operation and Maintance, pela operação
A empresa coloca como seu valor principal o atendimento ao cliente e o projeto foi desenvolvido com este foco. Como todo o projeto da Edo Rocha Arquiteturas, o norte para este trabalho foi a sustentabilidade, a inovação, e a sinergia da arquitetura com o business do cliente e seus valores culturais.
rev/gbc/br
anuário GBC 2016
LEED CI
GOLD São Paulo, SP
Espaço sustentável A empresa ainda se preocupou em estar inserida na malha urbana próxima ao metrô, linhas de ônibus municipais e intermunicipais, além de estar em uma região com todos os serviços do dia a dia, comércio, restaurante, lanchonetes, bancos e museus.
Eficiência no uso da água A economia de água potável atingiu mais de 85% com metais e louças que reduzem a vazão. Além disso, o edifício conta com uma ETE (Estação de Tratamento e Efluentes) que permite a reutilização de água do prédio, bem como reduz o consumo de água.
Energia e Atmosfera Mais de 80% dos equipamentos definidos para as diversas áreas têm o selo Energy Star. Com relação a iluminação, toda em led, o projeto conseguiu uma redução de 71,36% em relação ao baseline com utilização de sensores de presença e de lumi-
revistagbcbrasil.com.br
nosidade. O edifício ainda conta com sistemas eficientes para garantir o máximo desempenho no consumo dos recursos energéticos, tais como sistemas de automação, dimerização da iluminação, controle de presença setorizados, persianas automatizadas, além de sistema de ar condicionado individualizado para salas fechadas.
Materiais e Recursos Os resíduos gerados durante a obra foram desviados para aterros – um percentual de 94%. Na definição dos materiais de acabamento 24,4% são materiais regionais, ou seja, produzidos próximos para reduzir o impacto do transporte dos mesmos.
Qualidade ambiental interna Para manter a boa qualidade do ar interno foram utilizados materiais com baixo índice de COV (Compostos Orgânicos Voláteis), bem como foi instalado um sistema de filtragem do ar condicionado. Além disso, foram implantadas indicações e sinalizações anti-fumo para que todas as dependências da nova sede áreas ficassem livres de cigarro. Foram utilizadas cores diferentes nos andares (azul, verde, laranja e amarelo) para personalizar os ambientes já que as plantas são todas iguais.
Projeto: Nova sede Qualicorp Localização: Rua Dr. Plínio Barreto, 365 São Paulo - SP Cliente/proprietário: Qualicorp Área construída: 23.481 m² Certificação: 11/11/2015
Sistema e Nível da Certificação: LEED CI nível Gold
Arquitetura: Edo Rocha Arquiteturas Construtora: Método Engenharia Gerenciamento e customização da obra: Omar Maksoud Engenharia Consultoria de sustentabilidade: CTE
jul/16
199
anuário GBC 2016
Fotos:©Vítor Barão
Projeto:
A
ACR Arquitetura, responsável pelo projeto arquitetônico Fleury Ponte Estaiada, implantou um conceito de alto padrão sustentável que se integrasse a um alto padrão, o que conferiu ao design do Centro de Diagnóstico um ambiente harmonioso, saudável e ecologicamente correto, garantindo ao projeto o certificado LEED CI (Commercial Interiors) nível Platinum, o mais alto nível da certificação. O Centro Integrado Cardiológico e Neurovascular Fleury Ponte Estaiada, localizado na Avenida Jornalista Roberto Marinho, em São Paulo, conta com 3.300 m2, e é o primeiro estabelecimento de saúde a obter o selo LEED, categoria Platinum, no País. O empreendimento conta com equipamentos de última geração e de alta tecnologia. O maior diferencial deste projeto é o sistema de iluminação, que além de influenciar na economia de energia, traz à tona o potencial de alto design em todos os ambientes. Os espaços e salas dispõem de luz natural e dispositivos Led. Com isso, houve uma redução de aproximadamente 30% no consumo
Unidade Fleury Ponte Estaiada Centro Integrado Cardiológico e Neurovascular Localização: São Paulo - SP Cliente/proprietário: Fleury Medicina e Saúde de energia. Também foram tomadas medidas para a manutenção da obra limpa e de níveis mínimos de poeira. Os dutos de ar condicionado foram protegidos de partículas e os adesivos, tintas e selantes utilizados possuem baixa emissão de COV (Compostos Orgânicos Voláteis). O Grupo Fleury desenvolve um modelo de negócio sustentável que estabelece metas rigorosas que buscam reduzir os impactos por meio do uso adequado dos recursos naturais e atendimento à legislação aplicável. Oferecendo serviços e instrumentos de gerenciamento seguros e confiáveis; incentivando a saúde ocupacional de colaboradores e desenvolvendo projetos sociais. As unidades sustentáveis se esforçam para a redução de impactos ambientais.
Área construída: 3.300 m² Certificação: 14/10/2015
Sistema e Nível da Certificação: LEED CI - Platinum
Arquitetura: ACR Arquitetura e Planejamento Construtora: Athié Wonhrath Gerenciamento da Obra e Projeto: João De Lucca Consultoria de sustentabilidade: Sustentech Comissionamento: Térmica Brasil
Estrutura Metálica: Beltec Engenharia
Para a empresa é um reconhecimento relevante e independente dos esforços adotados para manter operações cada vez mais sustentáveis. E também um exemplo de postura empresarial responsável, pois, na área da saúde, ainda há poucas empresas que investem em edificações sustentáveis. Portanto, seu foco é investir em certificações que atestam à qualidade dos serviços prestados a população.
Estrutura de Concreto: JKMF
Elétrica, Hidráulica, gases medicinais: EAPEC Engenheiros Associados Climatização: Masstin
Luminotécnica: Esther Stiller Consultoria
Combate contra incêndio e Automação: KB Engenharia
Acústica: Harmonia Davi Akkerman + Holtz
200
jul/16
rev/gbc/br
anuário GBC 2016
Fleury Ponte Estaiada Espaço Sustentável
Energia e Atmosfera
O empreendimento está localizado em uma região densamente urbanizada e com fácil acesso a serviços básicos e pontos de ônibus com várias linhas. Além disso, o Centro Integrado adotou estratégias para minimizar a emissão de gases poluentes causados pelos deslocamentos por automóveis utilitários, por meio da disponibilização de vagas de bicicleta (6,25% da população) e estrutura de chuveiros para ciclistas e vagas preferenciais para “carona solidária”, ou seja, veículos com mais de duas pessoas.
Para otimizar o consumo de energia do escritório, foi instalado um sistema de automação da iluminação e do ar condicionado eficientes, uma vez que o acionamento e desligamento dos sistemas são automáticos. Além disso, mais de 81% da energia consumida pelos equipamentos instalados possuem o Selo Energy Star, que atesta o baixo consumo de energia. Adicionalmente há ferramentas de controle e monitoramento dos sistemas vitais da infraestrutura, como ar condicionado, com mais de 800 pontos monitorados. O sistema de ar condicionado e ventilação possui alta eficiência energética (alto Coeficiente de Performance – COP), além de não utilizar CFC, gás que danifica a camada de ozônio. O sistema de iluminação instalado foi de alta performance, com a utilização de mais de 90% das lâmpadas com a tecnologia LED, o que possibilitou a redução de mais de 27% do consumo de energia, comparado a um sistema convencional.
Eficiência no uso de água A unidade consome 40% menos água em descargas sanitárias (250 mil litros ao ano contra 415 mil litros em uma unidade convencional). Além disso, 304,2 toneladas das 335,7 t geradas durante a construção foram encaminhadas para reciclagem (87,5% dos resíduos). Para reduzir o consumo de água potável, foram instalados dispositivos economizadores em válvulas e torneiras, como restritores de vazão e válvulas de duplo fluxo. Com a utilização dos dispositivos economizadores, calculou-se uma redução de mais de 37% no consumo de água, quando comparados às vazões convencionais.
revistagbcbrasil.com.br
Materiais e Recursos O processo de construção do empreendimento considerou minimizar os impactos gerados pelos materiais construtivos. Para tanto, priorizou-se a utilização de materiais com conteúdo reciclado, fa-
LEED NC PLATINUM São Paulo, SP
jul/16
201
anuário GBC 2016
bricados e extraídos localmente, com a finalidade de reduzir os impactos com os transportes de materiais e incentivar o desenvolvimento da economia local. O Centro de Diagnóstico possui 100% das paredes revestidas com papel vinílico resistente e lavável, excluindo a necessidade do emprego de protetores de parede e repintura constante, evitando a geração de resíduo e poeira, elemento prejudicial justamente por se tratar de uma edificação de saúde. Mais de 12% dos materiais aplicados em obra apresentam rápido ciclo de renovação, como forma de reduzir o uso e esgotamento de matéria-prima. O processo de gerenciamento dos resíduos da construção seguiu as estratégias apontadas na Resolução Federal nº 307/2002 do CONAMA. Com isso, foi possível realizar a triagem dos resíduos em obra e destinar mais de 87% dos resíduos de construção para reciclagem, o que significa que não foram para aterros sanitários.
Qualidade ambiental interna Para garantir que a qualidade do ar nos ambientes internos estivesse adequada aos usuários, o projeto considerou o atendimento às taxas de vazão de ar externo da norma ASHRAE 62.1. Filtros categoria G4 foram considerados, de forma a reter mais sedimentos fora do sistema de ar condicionado. Durante a etapa de construção, foram adotadas algumas estratégias para garantir que a poeira acumulada pelos processos de construção não ficasse acumulada em dutos de ar condicionado ou depositada nos materiais absorventes. Para isso, os dutos, grelhas e difusores permaneceram lacrados durante toda a obra e os materiais absorventes como carpetes, tecidos, lã-de-rocha, ficaram protegidos até a limpeza total da obra. O controle interno de temperatura é feito por sistema automatizado, que tem como objetivo principal atender aos requerimentos de conforto térmico da norma ASHRAE 55. A individualização dos sistemas de ar condicionado do edifício também contribui de forma significativa para a redução do consumo de energia. O projeto prevê
202
jul/16
caixas VAV (Volume de Ar Variável) com sensores de temperatura e de presença para todos os espaços, inclusive os que possuem exposição solar. Adicionalmente, todos os espaços estão separados em diferentes zonas térmicas, sendo que cada uma é atendida por uma caixa VAV controlada por sensor de presença e sensor de temperatura.
Inovação e Processos Além do selo LEED, para garantir um bom padrão de desempenho ambiental, a unidade passou a fazer parte do programa de gestão ambiental do Grupo Fleury, o que inclui a sua preparação para inclusão no escopo de certificação ISO14001, o estabelecimento de metas anuais de consumo de água, energia e geração de resíduos e o monitoramento das emissões de gases GEE associadas. Os colaboradores da unidade também passaram por uma capacitação especifica para entender os diferenciais do empreendimento, e foi feita a aquisição de RECs (Renewable Energy Certificates) proporcionais ao consumo de energia do empreendimento.
rev/gbc/br
anuário GBC 2016
CASES HISTÓRICOS
2013
Dow Rochaverá
C
LEED CI
GOLD São Paulo, SP
204
jul/16
Construído em uma área de 58 mil m², separado por quatro Torres que possui 17 pavimentos com 11 elevadores cada um. O Edifício Rochaverá Corporate Towers fica localizado na Avenida das Nações Unidas, zona sul da capital paulista. A Torre menor do empreendimento, Diamond Tower, é destinada à sede da Dow na América Latina e no Brasil. O projeto arquitetônico ficou por conta do grupo A | W - Athié Wohnrath, onde as fachadas inclinadas do empreendimento dão identidade aos edifícios. Referência em construção sustentável no país, as duas primeiras torres do Rochaverá Corporate Towers foram certificadas pelo Green Business Certification Inc. - com o LEED na categoria Gold. O complexo recebeu a certificação internacional LEED por utilizar recursos sustentáveis, como economia de água através de reuso de água pluvial e aproveitamento de energia dos elevadores e iluminação de baixo custo. Refletindo o foco estratégico da companhia e pensando na inovação e na sustentabilidade, o prédio não possui divisórias nem salas individuais, o que facilita a interação en-
tre as pessoas. O edifício, que possui um avançado laboratório de pesquisa e desenvolvimento, foi planejado de modo a proporcionar melhor aproveitamento da luz natural e da água da chuva e conta ainda com um sistema de coleta seletiva e reciclagem de lixo. As soluções empregadas para uso e conservação da água resultaram em redução de 50% de consumo. Já na economia de energia elétrica foi de 10,5% em relação ao edifício padrão. A renovação do ar do edifício – procedimento que num prédio convencional é feita 20 vezes/hora -, no Rochaverá ganhou a ajuda de sensores de gás carbônico que troca o ar somente quando necessário. A solução reduz o gasto energético com o ar condicionado, pois otimiza a renovação em ambientes onde há poucas pessoas trabalhando. A Dow trabalha para promover a transformação sustentável da indústria por meio da oferta de soluções para os desafios de sustentabilidade da América Latina (Economia Circular, Mudanças Climáticas, Água e Bem-estar), garantia de operações seguras, trabalho com ética e transparência e compromisso com o sucesso da comunidade local.
rev/gbc/br
anuário GBC 2016
Espaço Sustentável O empreendimento está localizado em uma região densamente urbanizada e com fácil acesso a serviços básicos e pontos de ônibus com várias linhas. O condomínio também disponibiliza vagas de bicicletário e para “veículos de baixa emissão” como forma de incentivar os usuários a reduzir a utilização de automóveis utilitários nos deslocamentos.
Eficiência no uso de água Para reduzir o consumo de água potável, foram instalados dispositivos economizadores em válvulas e torneiras, como restritores de vazão e válvulas de duplo fluxo. Com a utilização dos dispositivos economizadores, calculou-se uma redução de mais de 30% no consumo de água, quando comparados às vazões convencionais.
Energia e Atmosfera Para otimizar o consumo de energia do escritório, foi instalado um sistema de automação da iluminação e do ar-condicionado altamente eficientes, uma vez que o acionamento e desligamento dos sistemas são automáticos. Além disso, boa parte dos equipamentos instalados no escritório possui o Selo Energy Star, que atesta o baixo consumo de energia. O sistema de iluminação instalado foi de alta performance, uma vez que possibilitou a redução de
revistagbcbrasil.com.br
mais de 15% do consumo de energia, comparado a um sistema convencional. Aliado à meta de reduzir o consumo de energia para iluminação, o projeto do escritório também se preocupou com o conforto dos usuários e contou com a instalação de luminárias de mesa altamente eficientes.
Materiais e Recursos O processo de construção do empreendimento considerou minimizar os impactos gerados pelos materiais construtivos por meio da priorização pela utilização de materiais com conteúdo reciclado e que fossem fabricados e extraídos localmente, com a finalidade de reduzir os impactos com o transporte de materiais e incentivar o desenvolvimento da economia local. Todo o mobiliário das áreas de trabalho possui o Selo Green Guard, que atesta a verificação de critérios de impactos na qualidade do ar do ambiente, em função dos materiais selecionados. O processo de gerenciamento dos resíduos da construção seguiu as estratégias apontadas na Resolução Federal nº 307/2002 do CONAMA. Com isso, foi possível realizar a triagem dos resíduos em obra e destinar mais de 75% dos resíduos de construção para reciclagem, o que significa que não foram para aterros sanitários.
Qualidade ambiental interna
Projeto:
Para garantir que a qualidade do ar nos ambientes internos estivesse adequada aos usuários, o projeto considerou o atendimento às taxas de vazão de ar externo da norma ASHRAE 62.1. Filtros categoria G3 foram considerados, de forma a reter mais sedimentos fora do sistema de ar condicionado. Além disso, projetos especiais de exaustão foram implantados durante a instalação do laboratório e da cozinha industrial do restaurante. Durante a etapa de construção, foram adotadas algumas estratégias para garantir que a poeira acumulada pelos processos de construção não ficasse acumulada nos dutos de ar condicionado ou depositadas nos materiais absorventes. Para isso, os dutos, grelhas e difusores permaneceram lacrados durante toda a obra e os materiais absorventes como carpetes, tecidos, lã-de-rocha, ficaram protegidos até a limpeza total da obra. O controle interno de temperatura é feito por sistema automatizado, que tem como objetivo principal atender aos requerimentos de conforto térmico da norma ASHRAE 55.
Dow Rochaverá Localização: São Paulo - SP Cliente/proprietário: The Dow Chemical Company Área construída: 10.000m² Certificação: 15/07/2013 Sistema e Nível da Certificação: LEED CI nível Gold Arquitetura: Athié Wohnrath Construtora: Athié Wohnrath Consultoria de sustentabilidade: Sustentax Comissionamento: Sustentax
jul/16
205
anuário GBC 2016
Prologis CCP Dutra
Obra: Prologis CCP Dutra - Bloco 100 e Bloco 200
Situado em Arujá (SP), na altura do km 203 da Rodovia Presidente Dutra, o Prologis CCP Dutra SP conta com um total de 55 mil m² de área construída, dividida em dois galpões: o Galpão 100 com 28 mil m² e o Galpão 200, com 27 mil m² disponíveis. O Prologis CCP Dutra SP foi certificado com o selo LEED Core & Shell em Janeiro de 2015. Entre as ações implementadas para a conquista da certificação LEED, estão soluções adotadas desde a concepção do projeto, passando pela construção e alcançando a operação do empreendimento. Entre as soluções, estão a redução de 20% no consumo de água – por meio do uso de equipamentos eficientes –, a previsão de 34% de melhoria no desempenho energético – com a redução de 46% na potência de iluminação interior e 76% na exterior e integração de abertura zenital –, o uso de ventilação natural nas áreas de galpão e a automação de funcionamento dos sistemas de iluminação e exaustão dos sanitários.
Construída em uma área de 77.783 m² a Arena das Dunas, palco de Natal capital do estado do Rio Grande do Norte, região nordeste do país, para quatro partidas da Copa do Mundo de 2014, recebeu a certificação LEED NC nível Certified. A preocupação com a sustentabilidade na Arena das Dunas teve início com a demolição do antigo estádio com quase todo o material da demolição (99%) foi reutilizado na própria arena. O canteiro de obras da Arena produziu mensalmente entre duas e quatro toneladas de resíduos. Por meio de um programa interno, todo o material reciclável foi separado e destinado para coleta. A cobertura do estádio capta água para ser reutilizada. No meio da estrutura, há calhas que coletam água da chuva, que é armazenada em reservatórios em baixo da arquibancada inferior. A água é filtrada e reutilizada no gramado e nos sanitários. São nove reservatórios, com volume de 3 mil metros cúbicos.
Arena das Dunas
Local: Arujá - SP Área construída: Galpão 100 - 28 mil m2 Galpão 200 - 27 mil m2 Certificação: 07/01/2015 Sistema e Nível: LEED CS Certified Construção e Arquitetura: RALC Consultoria LEED: Sustentech
CERTIFIED LEED CS
Obra: Arena das Dunas Cliente: Arena das Dunas Conc. Eventos Local: Natal - RN Área construída: 77.783 m² Certificação: 09/01/2015 Sistema e Nível: LEED NC Certified Arquitetura: Grupo Stadia Construtora: OAS Consultoria LEED: Acade Consultoria
CERTIFIED LEED NC
Vila Olímpia Corporate
GOLD
Localizado na Vila Olímpia zona sul de São Paulo, o Vila Olímpia Corporate é composto por 96 unidades distribuídas entre duas torres – A e B. Construídas sobre um terreno de 8.000 m², juntos os imóveis compõem uma área bruta locável de 10.368,28 m². O Vila Olímpia Corporate possui certificação LEED Gold e apresenta um alto padrão construtivo e tecnológico classificado como Triple A. O empreendimento conta com uma localização privilegiada numa região considerada de grandes polos financeiros e tecnológicos da capital paulista e se beneficia de toda a infraestrutura de serviços que o local oferece como: shopping centers, restaurantes, hotéis, lazer em geral, academias de ginástica e agências bancárias.
Obra: Vila Olímpia Corporate Torres A e B Cliente: Odebrecht Realizações Local: São Paulo - SP Área construída: 10.368 m² Certificação: 26/01/2015 Sistema e Nível: LEED CS Gold Arquitetura: Julio Neves Construção: OR Consultoria LEED: CTE
LEED CS
206
jul/16
rev/gbc/br
anuário GBC 2016
Edifício
Paulista Star
Construído em uma área de 10.507m² o Edifício Paulista Star está localizado no centro da cidade de São Paulo. Com 15 pavimentações, três elevadores e 314 vagas de estacionamento o empreendimento obteve a certificação LEED Core & Shell nível Silver em fevereiro de 2015. O projeto do Paulista Star foi concebido visando à eficiência de sua estrutura e sistemas. Na fase de construção, o foco na sustentabilidade reflete ações como escolha dos materiais e destinação de resíduos. O edifício também conta com implantação de dispositivos para uso racional da água, energia, entre outros, buscando atingir o máximo desempenho ao longo dos anos da operação.
SILVER
Obra: Edifício Paulista Star Cliente: CSHG Local: São Paulo - SP Área construída: 10.507 m² Certificação: 13/02/2015 Sistema e Nível: LEED CS Silver Arquitetura: KV&A Arquitetura Construção: Informov Consultoria LEED: CTE
LEED CS
Posto Ipiranga GOLD
LEED Retail
O Projeto Posto Ecoeficiente Ipiranga, têm como princípio a gestão eficiente de energia, água, resíduos e materiais utilizados desde o processo de construção até a fase de operação. O Posto Jardim Carioca no Rio de Janeiro recebeu a certificação LEED Retail (LEED para Lojas de Varejo). Lá foi feita a utilização de 100% das coberturas com materiais claros e reflexivos, reduzindo a formação de ilhas de calor; 80% de redução do consumo de água potável nas descargas sanitárias; 29% de redução do consumo de energia; placas fotovoltaicas que suprem 3% do consumo energético anual, 85% da área possui iluminação natural através do dispositivo solatube e ainda 99% dos resíduos gerados na obra foram reutilizados ou reciclados.
Obra: Posto Ecoeficiente Jardim Carioca Cliente: Posto Ipiranga Local: Rio de Janeiro-RJ Área Construída: 483,20 m² Certificação: 03/03/2015 Sistema e Nível: LEED Retail Gold Consultoria LEED: Casa do Futuro Arquitetura: Ipiranga Prod. de Petróleo Construção: FJS Construções Comissionamento: Novva Solutions
Itaú Unibanco Data Center O Itaú Unibanco inaugurou em 2015, na cidade de Mogi Mirim em São Paulo, um dos maiores data centers do mundo em área construída, em um terreno de 815 mil metros quadrados de área. Batizado de Centro Tecnológico Mogi Mirim (CTMM), o data Center cuidará dos processamentos e armazenamentos do banco, visando cobrir a demanda destes serviços até o ano de 2050. O CTMM já foi construído em conformidade à certificação LEED NC Gold, por exemplo, na área de eficiência elétrica, a refrigeração apresenta uma economia de 12%, com o uso da técnica de free cooling – quando a temperatura externa fica abaixo de 23°, o ar frio natural é direcionado ao interior do Centro Tecnológico. A obra recebeu duas certificações em 2015, um LEED NC Silver pelo edifício administrativo (NOC) e um LEED NC Gold pelo edifício do Data Center em si (DC).
Obra: Data Center Itaú Unibanco - Data Center (DC) e Administrativo (NOC)
Cliente: Itaú Unibanco Local: Mogi Mirim - SP Área do terreno: 518.019,00 m2 Área construída: (NOC) 11.400 m²/
GOLD
LEED NC
Data Center
SILVER LEED NC
Adminstração
revistagbcbrasil.com.br
(DC) 23.700 m² Sistema e Nível: LEED NC Gold (Data Center) e LEED NC Silver (Administrativo)
Certificação: NOC - 06/03/2015 e DC 20/04/2015
Arquitetura: Athie Wohnrath Construção: Racional Consultoria LEED: CTE
jul/16
207
anuário GBC 2016
Centro de Pesquisas
EMC
GOLD
Obra: Centro de Pesquisa EMC 2 Cliente: EMC Computer Systems
Localizado no Parque Tecnológico da UFRJ, na Ilha do Fundão, Rio de Janeiro, o Centro de Pesquisas da EMC foi construído em um terreno plano de 3.000 m² e totalmente adaptado para o desenvolvimento de tecnologia para armazenamento, segurança e interpretação de grandes volumes de dados. O Centro de Pesquisas da EMC recebeu o certificado LEED NC Gold em 2015. Do ponto de vista ambiental, a construção usou tecnologia de ponta aderente aos padrões LEED. As soluções implantadas foram sensores de iluminação que controlam as luminárias de acordo com a luz exterior; reuso de águas pluviais; e permeabilidade e jardinagem do terreno. O projeto atendeu a conceitos de eficiência energética, acessibilidade, automação, construção econômica e sustentabilidade.
LEED CS
SP Headquarters
Torres Trianon e Ibirapuera
GOLD LEED CS
O empreendimento obteve em 2015 a certificação LEED CS nível Gold nas torres Trianon e Ibirapuera. As duas outras torres (Paulista e Brigadeiro) já haviam obtido o selo LEED em 2014. As soluções aplicadas no São Paulo Headquarters, resultaram na redução de 35 a 50% no consumo de energia em iluminação, 25 a 35% em elevadores e escadas rolantes, aproximadamente 30% no consumo de água nos sanitários e até 60% na irrigação do paisagismo. O empreendimento também é dotado de sistema de ar condicionado que minimiza a emissão de CFC. Ainda conta com área para separação de resíduos recicláveis, vagas para automóveis ecoeficientes, além de ter sido construído com alto nível de controle ambiental, com utilização de materiais com conteúdo reciclado, materiais regionais, com baixo VOC e destinação adequada dos resíduos da obra.
Sede Abengoa
LEED NC
208
jul/16
Sistema e Nível: LEED NC Gold Arquitetura: Paulo Musa Arquiteto Construtora: Rio Verde Engenharia Consultoria LEED, Gerenciamento e Coordenação: Concremat - RJ Estrutura/Concreto: SBrasil Engenharia Climatização: Consultar Engenharia
Obra: Edifício Headquarters torres Trianon e Ibirapuera
Local: São Paulo – SP Área construída: 64.489, m² Certificação: 19/03/2015 Sistema e Nível: LEED CS Gold Arquitetura: KOM Arquitetura Construção: Método Engenharia Consultoria LEED: Sustentech Paisagismo: Sérgio Santana
Cliente: Abengoa Local: Rio de Janeiro - RJ Área construída: 7.486 m² Certificação: 25/03/2015 Sistema e Nível: LEED NC Silver Arquitetura: RAF Arquitetura Construtora: Abratey
SILVER LEED NC
SILVER
Certificação: 12/03/2015
Obra: Sede Abengoa
Abengoa construiu sua sede no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro atendendo a todos os requisitos de sustentabilidade e responsabilidade social. A sede de arquitetura contemporânea com alto rendimento ambiental foi inaugurada em setembro de 2013 e conquistou, no último mês, a Certificação Green Building na categoria LEED New Constructions. O prédio conta com uma área construída de 7.486,40 m² divididos em 5 andares, possui sistemas próprios de reutilização de água e também de energia solar. A estrutura de vidro permite a utilização de luz natural, gerando redução do consumo de energia.
Edifício Cidade Nova II
Local: Rio de Janeiro - RJ
Localizado no bairro Cidade Nova, na capital carioca, o CN-II teve como premissa a eficiência energética, tanto do ponto de vista da construção quanto da operação do prédio, requerendo a certificação LEED Core &Shell. Com mais de 40 mil m2 de área construída, o edifício CN-II é composto por dez pavimentos, sendo nove de escritórios, e conta com estacionamento, dois auditórios, uma unidade da BR Mania, um centro médico e uma biblioteca. Para a economia de recursos hídricos, os banheiros possuem descargas com sistema em dois estágios, além de reuso do sistema de águas para aplicação em vasos sanitários, irrigação de plantas e lavagem de áreas externas, assim como sensores de presença para racionamento nas torneiras.
Consultoria LEED: CTE Comissionamento: Outsource Ar, Elétrica, Hidráulica e Automação: MHA
Obra: Edifício Cidade Nova II Incorporadora: Confidere Local: Rio de Janeiro - RJ Área construída: 40.000 m² Certificação: 02/04/2015 Sistema e Nível: LEED NC Silver Arquitetura: Ruy Resende Arquitetura Construção: Racional Consultoria LEED: Sustentech Climatização: Datum Consultoria
rev/gbc/br
anuário GBC 2016
GR Campinas 2
O GR Campinas 2 possui 36 mil m² de área construída, divida em 21 módulos a partir de 1.700 m². A estrutura apresenta ainda vantagens como presença de mezaninos para escritórios, isolamento termo acústico e iluminação zenital. O condomínio segue normas internacionais exigidas pelo United States Green Building Council (USGBC) para obtenção do selo Leadership in Energy and Environmental Design (LEED), certificação dada a empreendimentos que provocam baixos impactos ambientais. O empreendimento possui piso de alta resistência nivelado a laser de 6 ton / m² 4 docas elevadas por módulo e caixa d’água individual de 2.000 litros e uma Economia De Energia Noc 10,8%.
CERTIFIED LEED CS
Edifício
Com projeto original do arquiteto Gian Carlo Gasperini, o Edifício Jardim Europa é um imóvel de escritórios padrão classe A de arquitetura marcante. Buscando atender as diretrizes da certificação LEED de sustentabilidade, o empreendimento abrange aspectos importantes para possibilitar conforto e contribuir para a qualidade de vida de seus ocupantes. Dentre as atualizações realizadas no empreendimento destacam-se a fachada, as áreas externas, o lobby da recepção, o hall dos elevadores e, principalmente, as áreas técnicas: sistema de ar condicionado, elevadores, rede elétrica, iluminação, segurança patrimonial e combate a incêndio.
Jardim Europa
GOLD
Obra: GR Campinas 2 Cliente: Gr Properties Local: Campinas - SP Área do terreno: 40.699,58 m² Área construída: Administrativo (Noc) 732,31 m² /Galpão 1 e 2 34.839,49 m²
Certificação: 16/04/2015 e 27/04/2015 Sistema e Nível: LEED CS Certified Arquitetura: Hm&K Arquitetura Construtora: Ini2 Consultoria LEED: CTE
Obra: Edifício Jardim Europa Local: São Paulo - SP Área construída: 10.243,00 m² Certificação: 20/04/2015 Sistema e Nível: LEED Core & Shell Gold Arquitetura: Athie Wohnrath Construtora: Matec Engenharia Consultoria LEED: CTE Comissionamento: W&R Lenzi Gerenciamento: Hines do Brasil
LEED CS
Park Shopping Corporate GOLD LEED CS
LC Corporate Green Tower SILVER LEED CS
revistagbcbrasil.com.br
Construído em uma área 15.273,60 m² e entregue em dezembro de 2012, o Park Shopping Corporate está localizado na capital federal, em Brasília. O edifício é composto de um conjunto de duas torres comerciais com seis pavimentos cada, onde integram o mesmo terreno do shopping e têm ligação com o mall por uma passarela. O empreendimento foi construído sobre o deck parking e tem 396 vagas de estacionamento exclusivas. Em processo de Certificação LEED, o canteiro de obras do Park Shopping Corporate foi considerado impecável e exemplo de boas práticas pelo Centro de Tecnologia em Edificações (CTE), consultoria que acompanhou a adequação da construção às normas LEED de práticas sustentáveis.
Obra: ParkShopping Corporate
Com fachada curva e vidros insulados em áreas de maior incidência solar, o LC Corporate Green Tower é o primeiro edifício de Fortaleza a obter a certificação LEED CS no nível Silver. Um dos grandes desafios foi a escolha de vidros de alta eficiência energética e maior pontuação possível no item envoltório do edifício. Visando atender aos requisitos de sustentabilidade, o projeto, conta com a maior parte das salas voltadas para o nascente, fachadas com vidros insulados, redução de 100% de consumo de água potável para paisagismo, bicicletários e vestiários públicos, redução do uso de água em 40%, depósito de recicláveis, 31 vagas verdes exclusivas para veículos sem emissão de CO2, áreas comuns com lâmpadas de led, ar-condicionado com renovação e filtragem de ar.
Obra: LC Corporate Green Tower
Cliente: Multiplan Local: Brasília - DF Área construída: 36.699 m² Conclusão: dezembro/2012 Certificação: 20/05/2015 Sistema e Nível: LEED CS Gold Arquitetura: Feu Arquitetura Construtora: Dan Hebert Consultoria LEED: CTE
Incorporadora: LC 5 Incorporações Localização: Fortaleza – CE Área total: 32.500 m² Estrutura: Dácio Carvalho Sol. Estruturais Arquitetura: Nasser Hissa Construtora: Caltech Certificação: 01/07/2015 Sistema e Nível: LEED NC Silver Consultoria LEED: CTE Climatização: Radnai
jul/16
209
anuário GBC 2016
HL Faria Lima
GOLD
Localizado no Itaim Bibi, zona sul de São Paulo, o edifício HL Faria Lima foi construído em uma área de 6.184m². O empreendimento possui um total de 13 pavimentações e 4 elevadores sociais. O mesmo se destaca pelo o conceito de edifício boutique, o que determina um produto competitivo, executado dentro de padrões elevados de eficiência e qualidade e altamente customizado. A certificação LEED Core & Shell nível Gold atesta a eficiência energética do edifício, assim como procedimentos adotados desde a construção, escolha dos materiais e funcionamento do prédio. A parede verde do edifício é um dos mais modernos e avançados painéis verdes da cidade, medindo 120 m², possui um avançado sistema de automação para irrigação.
Lúcio Engenharia / AMY Engenharia
LEED CS
Panamérica Park 2 SILVER LEED CS
Construído com área locável de 4.685m² o Panamérica Park 2 está localizado na região do Morumbi, em São Paulo. São 9 torres corporativas com localização estratégica e infra estrutura moderna. O edifício obteve a certificação LEED Core & Shell NC pelos resultados como: eficiente de energia, redução do uso de água, escolha do local e seleção de materiais e gestão responsável de resíduos e melhoria da qualidade ambiental interior. Automação predial ccontrola os serviços como: ar-condicionado, abastecimento de água potável, prevenção e combate a incêndio, consumo e distribuição de energia elétrica. O fornecimento de água conta com reservas personalizadas e de estocagem geral. No que diz respeito à energia, o interior dos prédios é dotado de sistemas de sprinklers e iluminação emergencial.
Certified LEED
BMW Barigui
GR Louveira
SILVER & CERTIFIED LEED CS
jul/16
Obra: Condomínio Panamérica Park Local: São Paulo - SP Área do terreno: 44.762 m² Área construída: 170.000 m² Certificação:15/07/2015 Sistema e Nível: LEED NC Silver Consultoria LEED: CTE Arquitetura: Alcindo Dell´Agnese Construção: Hochtief do Brasil Gerenciamento: Hines Arq. Interiores: Athié Wohnrath
SILVER
A BMW Barigui, localizada na cidade de Maringá (PR), é a primeira concessionária de automóveis da América Latina a conquistar a certificação LEED NC Silver. O projeto e a obra foram executados de maneira rígida e cuidadosa, foram obtidas reduções de 40 % no consumo de água, 15% na redução de energia, além da utilização de materiais eficientes no pisos e nos telhados, instalações e incentivo pra o uso de bicicletas, Programas como Carona Solidária, Coleta Seletiva e Redução de Lixo Interno e Monitoramento e Descarte Controlado dos Resíduos da Oficina.
210
Obra: HL Faria Lima Cliente: Luymak Inc. e Part. Local: São Paulo - SP Área construída: 12.605,75 m² Certificação: 02/07/2015 Sistema e Nível: LEED CS Gold Arquitetura: MCAA Arquitetos Construção: Omar Maksoud Consultoria LEED: CTE Realização: Omar Maksoud Engenharia /
Obra: BMW Maringá Cliente: GRUPO BARIGUI LEED NC Local: Maringá – PR Área do terreno: 4.325,56 m² Área construída: 3.700,00 m² Certificação: 17/07/2015 Sistema e Nível: LEED NC Silver Arquitetura: BMW Consultoria LEED: Grupo Visio Comissionamento: Visio Certificações Simulação Energética: Iniciativa CG
Entregue em Abril de 2014, o GR Louveira apresenta 16 módulos no total, sendo 12 módulos com metragem entre 1.983 m² e 2.521 m² e 4 módulos entre 7.628 m² e 12.657 m². O GR Louveira recebeu o LEED CS nos níveis Silver nos módulos de galpões e Certified no módulo administrativo. Para isso, adotou 100% dos pisos externos pavimentados com blocos intertravados, reduziu o efeito de ilhas de calor e aumentou a permeabilidade do solo. Espécies adaptadas ao clima e que demandam pouca água, com sistema de Irrigação eficiente no paisagismo. No plano de Gestão de Resíduos Sólidos são todos coletados, acondicionados e direcionados para Reciclagem ou disposição final.
Obra: GR LOUVEIRA Cliente: GR Properties Local: Louveira - SP Área construída: 54.540,16 m² Certificação: 22/07/2015 Sistema e Nível: LEED CS - Galpões 1 e 2 Silver / Bloco Administrativo Certified Consultoria LEED e Comission.: CTE Arquitetura: MV Escritório de Projetos Construção: GR Properties
rev/gbc/br
anuário GBC 2016
Citibank ag. Faria Lima
A agência inteligente do Citibank na Avenida Nova Faria Lima, em São Paulo, conhecida como Flagship Faria Lima, foi certificada em 2015 pelo LEED, sendo classificada no nível Gold da categoria CI para Interiores Comerciais. No Espaço Sustentável, por exemplo, a agência se destacou pela escolha de espécies baseada na restauração do habitat natural e vegetações nativas ou adaptadas ao clima de São Paulo, que não requerem irrigação permanente e, com isso, colaboram com a redução do consumo de água. Outro destaque é o uso de louças e metais eficientes, garantindo uma economia geral de 30% de água potável no empreendimento. A agência chama a atenção, especialmente à noite, com sua fachada toda em vidro transparente e cheia de telas gigantes.
GOLD
Espaço Empresarial Nações Unidas
Auri Plaza Garten GOLD LEED CS
SILVER LEED CS
revistagbcbrasil.com.br
Local: São Paulo - SP Área construída: 665 m² Certificação: 29/07/2015 Sistema e Nível: LEED CI nível Gold Consultoria LEED: Novva Solutions Arquitetura: KOM Arquitetura Construção: Construtora Brandão &
Obra: E.E.N.U. Cliente: Bueno Netto / CEGG Local: São Paulo - SP Área construída: 58.000 m² Certificação: 13/08/2015 Sistema e Nível: LEED CS Silver Arquitetura: MCAA Arquitetura Consultoria LEED: CTE
SILVER
Arquitetura Interiores: Triptyque Archit. Paisagismo: Martha Gavião
LEED CS
Localizado em um dos pontos de maior valorização de Joinville, o Auri Plaza Garten é o primeiro edifício comercial sustentável de Santa Catarina, projetado de acordo com a certificação LEED. Construído em um terreno de 2.141,00 m², o empreendimento possui 140 salas comerciais em sete pavimentos, um subsolo, térreo e mezanino em uma arquitetura moderna e eficiente, que recebeu a certificação LEED Core & Shell nível Gold. As principais características sustentáveis adotados pelo empreendimento foram à utilização de aparelhos sanitários para uso eficiente da água, a instalação de iluminação Led na fachada, infraestrutura para ar-condicionado ecologicamente correto (VRV), eficiência energética, esquadrias termo acústicas, reaproveitamento de água da chuva, central de coleta de resíduos para reciclagem, equipamentos com maior eficiência energética, iluminação das áreas, comuns entre outros.
Praça São Paulo
Cliente: Citibank SA.
Marmo
LEED CI
O Espaço Empresarial Nações Unidas, está localizado em São Paulo, entre a Rua Verbo Divino e a Avenida Nações Unidas. O projeto, composto por duas torres, foi elaborado sob os conceitos como gestão de resíduos e redução de poluição nas obras, coleta seletiva e central de resíduos, vagas preferenciais para veículos de baixa emissão de CO2, bicicletário com vestiário, plantas nativas, medições de consumo setorizadas e iluminação com desligamento automático. O maior diferencial está no moderno sistema de reutilização e tratamento da água – não apenas para aproveitamento interno, mas retardando o escoamento de águas na rede pública. A água é retida, tratada e depois lançada na rede de esgoto; um segundo reservatório leva a água reaproveitada e tratada para irrigação dos jardins e sanitários
Obra: Agência Citibank New Faria Lima
Construído em uma área de 32 mil m² o complexo multiuso Praça São Paulo, incorporado pela Odebrecht, recebeu a certificação na categoria LEED CS nível Silver, para edifícios multiuso no que diz respeito ao uso do terreno e as áreas sociais da construção. A estrutura será a primeira do país a abrigar, em uma única torre, salas comerciais, unidades residenciais, lojas e um hotel. A coleta seletiva de lixo, o gerenciamento de resíduos durante a obra e o atendimento a requisitos ergonômicos já renderam ao projeto do complexo multiuso o selo Aqua, que avalia a gestão ambiental das obras e a conformidade com normas e especificações arquitetônicas.
Obra: Auri Plaza Garten Cliente: Aurinova Desenvol. Imob. Local: Joinville - SC Área do terreno: 2.141,00 m² Certificação: 14/08/2015 Sistema e Nível: LEED CS nível Gold Arquitetura: OCA Arquitetura Projeto de paisagismo: Boa Vista Paisagismo Consultoria LEED: Acade Consultoria
Obra: Praça São Paulo Incorporação: Odebrecht Real. Imobiliárias Local: São Paulo - SP Área construída: 32 mil m² Certificação: 24/08/2015 Sistema e Nível: LEED CS Silver Arquitetura: Konigsberger Vannucchi Construção: O.R. Consultoria LEED: CTE Projeto paisagístico: Benedito Abbud
jul/16
211
anuário GBC 2016
GR Rodoanel
Construído numa área de 33.189 m², o GR Rodoanel possui um sistema completo de combate a incêndio dotado de sprinklers, iluminação zenital, renovadores de ar e acessibilidade para portadores de necessidades especiais. Da construção à manutenção, o condomínio segue normas internacionais exigidas pelo United States Green Building Council (USGBC) para obtenção do selo Leadership in Energy and Environmental Design (LEED). Para isso, quesitos como prevenção de poluição nas atividades de construção, gestão de resíduos da obra e utilização de madeira certificada foram respeitados.
CERTIFIED
Obra: GR RODOANEL Cliente: GR Properties Local: Carapicuíba - SP Área construída:54.540,16 m² Certificação: 31/08/2015 Sistema e Nível: LEED CS Certified Consultoria LEED: CTE Arquitetura: MV Escritório de Projetos Construtora: GR Properties
LEED CS
Fábrica
Borg Warner CERTIFIED LEED NC
Localizada em Itatiba, interior de São Paulo, a fábrica Industrial BorgWarner possui 18.000 m² de área construída. O empreendimento foi a primeira fabricante brasileira de autopeças a receber o selo LEED. Para se enquadrar na certificação e garantir à economia na fábrica a companhia adotou sistemas diferenciados de torneiras, com menor fluxo de água, e sistemas do ar condicionado menos poluente. Também optou por um mecanismo de iluminação natural, que permite economia de até 97% de energia elétrica em áreas de uso comum. A empresa conseguiu economia de 43% no uso de água das torneiras, 50% na água para jardinagem e 50% no uso de água nos sanitários.
Residência Alphaville Dom Pedro
SILVER
LEED for HOMES
212
jul/16
Obra: Fábrica Borg Warner Cliente: Borg Warner Local: Itatiba – SP Área construída: 18.000 m² Certificação: 06/10/2015 Sistema e Nível: LEED NC Certified Arquitetura: Bernardo Rosa Arquitetos Construção: WM Engenharia Consultoria LEED e Simulação Energética: Acade Arq. e Consultoria
Obra: Residência Alphaville Dom Pedro A Residência Alphaville Dom Pedro é o primeiro projeto residencial em toda a América Latina certificado em 2015 pelo selo ambiental internacional, LEED for Homes, no nível Silver, concedido pelo USGBC (U.S. Green Building Council). O empreendimento adotou mecanismos como o tratamento das águas cinzas, proveniente dos lavatórios, chuveiros e máquinas de lavar roupa, para posterior reuso em bacias sanitárias, lavagem das áreas externas e irrigação do jardim - realizada por gotejamento sob a superfície - a redução do consumo de água total é de 60%.
Cliente: R. Manini Local: Campinas – SP Área construída: 500 m² Certificação: 08/10/2015 Sistema e Nível: LEED for Homes Silver Arquitetura: Teresa d'Ávila Arquitetura Engenharia Estrutural: LCP Consultoria LEED: LCP Eng. e Const./MaGrann Associates / Arq. Cristina Hana Shoji Gerenciamento: LCP Eng. e Const.
rev/gbc/br
anuário GBC 2016
Iguaçu 2820
GOLD LEED CS
Malwee SILVER LEED CI
Loja Tetum
CERTIFIED LEED NC
revistagbcbrasil.com.br
Com cerca de 35 mil m² de área construída e 132 salas, localizado em Curitiba, o Iguaçu 2820 possui duas torres, sendo a comercial com 22 pavimentos e a corporativa com sete, além de heliponto e cinco subsolos com capacidade para 384 carros. Algumas vagas são exclusivas para veículos veículos com Baixa Emissão de Poluentes. O edifício conquistou a certificação LEED CS nível Gold em 2015. O escritório da construtora, localizado no Iguaçu 2820, obteve o LEED Platinum para espaços comerciais (CI) com 89 pontos, maior pontuação de empreendimento no país. O projeto foi pautado em quatro grandes áreas de eficiência, associadas à sustentabilidade: eficiência total; eficiência energética; eficiência de recursos e eficiência econômica. No tratamento e reuso de água, foi adotado um sistema intensivo no telhado, onde ajuda a reduzir em torno de 50% a disponibilidade de água da chuva. Em busca das novas inovações tecnológicas, o empreendimento estabeleceu um padrão dos elevadores usados, precisamente na torre comercial, onde os mesmos são regenerativos e tem uma redução no consumo energético entre 20% e 30%.
O Grupo Malwee conquistou a certificação LEED CI, para a unidade comercial da empresa, localizada no Itaim Bibi, em São Paulo. Este é o primeiro escritório sustentável da empresa a ser reconhecido pelo U.S.GBC. Durante o processo, a empresa adotou Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção, que garantiu o reaproveitamento de 100% dos resíduos gerados na obra, evitando o despejo em aterros e adequando a gestão dos resíduos sólidos gerados diariamente. Além disso, 49% dos materiais da obra foram extraídos, processados e fabricados localmente e a economia de água chegou a 38%, através de dispositivos economizadores de água potável. O escritório sustentável faz parte do ‘Plano 2020’ do Grupo e tem como objetivo incentivar o desenvolvimento consciente dos negócios visando o cuidado com o planeta. Localizada em uma via importante em Belo Horizonte, a loja Tetum teve desafios desde a implantação para respeitar as áreas permeáveis e as árvores de grande porte existentes no local. O projeto, com uma composição de estrutura metálica, madeira e vidro e acabamentos simples, valoriza materiais com certificação sustentável e de origem regional. Com pé direito alto e amplas aberturas, o interior da loja recebe luz e ventilação natural, evitando o uso de ar condicionado e reduzindo o consumo de energia. As telhas termo acústicas em branco e os vidros com películas contribuem para a redução do calor nos ambientes internos. O uso de lâmpadas LED contribuem na economia. A loja possui sistema de captação para a água de chuva, integrada ao sistema de irrigação com sensores de umidade e irrigação dos jardins. O revestimento texturizado da fachada, impermeabiliza as paredes e facilita a evaporação da umidade. A obra também adotou o chamado Controle de Transporte de Resíduos para garantir o descarte apropriado, de 90% dos resíduos gerados.
Obra: Edifício Iguaçu 2820 Incorporadora: Laguna Construtora Local: Curitiba - PR Área do terreno: 3.446 m² Área construída: 32.299 m² Certificação: 20/10/2015 Sistema e Nível: LEED CS Gold Arquitetura: Baggio Schiavon Arq. Construtora: Laguna Construtora Consultoria LEED: Petinelli Comissionamento e Simulação Energética: Petinelli
Obra: Escritório Malwee Cliente: Grupo Malwee Local: São Paulo - SP Área construída: 575 m² Certificação: 22/10/2015 Sistema e Nível: LEED CI Silver Arquitetura: LAR Construtora Construtora: LAR Construtora Consultoria LEED: Sustentech Proj. Estrutura: K2P Projetos Projeto de Ar condicionado: Air Trade
Obra: Loja Tetum Proprietária Sandra R. Mesquita Corrêa Local: Belo Horizonte - MG Área do terreno: 1240,00 m² Área construída: 1991,18 m² Certificação: 26/11/2015 Sistema e Nível: LEED Retail Certified Arquitetura: Eduarda Corrêa Arq. Construtora: Kaquende Consultoria LEED: EcoConstruct Brazil
jul/16
213
anuário GBC 2016
Demais certificações de 2015
214
A.Raymond Brasil Ltda
Vinhedo - SP
LEED NC Silver
16/01/15 Industrial
Condominio Sao Paulo Office Park
São Paulo - SP
LEED EB_OM Silver
05/03/15 Hospedagem
Bloomberg Sao Paulo
São Paulo - SP
LEED CI Platinum
17/03/15 Escritórios
Corporate Jardim Botanico
Curitiba - PR
LEED CS Gold
27/03/15 Comercial
Queimados Ind. Park Bloco 200 (Prologis) Queimados - RJ
LEED CS Certified
09/04/15
Abbvie Laboratorios
Sao Paulo - SP
LEED CI Gold
24/04/15 Escritórios
CNC Brasilia - BLOCO I
Brasilia - DF
LEED CS Gold
21/05/15 Comercial
Natura São Paulo (Marcacel)
São Paulo - SP
LEED NC Gold
25/05/15
Edifício Sede CNI/SESI/SENAI
Brasília - DF
LEED NC Gold
03/06/15 Comercial
Office Green - Condominio Patio da Praca Palhoca - SC
LEED CS Gold
08/07/15 Comercial
Data Center BMF Bovespa
São Paulo - SP
LEED NC Certified
10/07/15
Centro Administrativo de Suape
Ipojuca - PE
LEED CS Gold
10/07/15 Escritórios
Port Corporate
Rio De Janeiro - RJ
LEED CS Gold
22/07/15 Comercial
Logtrade Administrativo
Pinhais - PR
LEED NC Certified
03/08/15 Comercial
Logtrade Galpao 1
Pinhais - PR
LEED NC Certified
22/09/15
Centro Distribuição
Logtrade Galpao 2
Pinhais - PR
LEED NC Certified
25/09/15
Centro Distribuição
Logtrade Refeitorio
Pinhais - PR
LEED NC Certified
25/09/15 Outros
SICPA Producao de T. Liquidas e Oficinas Santa Cruz - RJ
LEED NC Silver
20/10/15 Industrial
SICPA Restaurante e Biblioteca
Santa Cruz - RJ
LEED NC Silver
20/10/15 Outros
SICPA Administrativo e Treinamento
Santa Cruz - RJ
LEED NC Certified
20/10/15 comercial
Administrativo Fabril
Santa Cruz - RJ
LEED NC Silver
20/10/15 comercial
SICPA Producao de T. Graxas e Expedicao Santa Cruz - RJ
LEED NC Silver
20/10/15 Industrial
SICPA Almoxarifados SIS e GSS
Santa Cruz - RJ
LEED NC Silver
20/10/15 Escritórios
Barra Trade Prime
Rio De Janeiro - RJ
LEED CS Silver
17/11/15 Escritórios
Campo Belo Corporate Tower
Sao Paulo - SP
LEED CS Silver
24/11/15 Escritórios
Edificio Faria Lima Financial Center
São Paulo - SP
LEED EB OM Silver
10/12/15 Escritórios
Golgi Seropedica - Galpao 1A
Seropedica - RJ
LEED CS Gold
14/12/15
Boulevard Corporate Tower
Belo Horizonte - MG
LEED CS Gold
14/12/15 Escritórios
jul/16
Centro Distribuição
Centro Distribuição
Data Center
C. Distribuição
rev/gbc/br
Comissionamento • Processo que garante a funcionalidade dos Sistemas de Ar Condicionado, Elétrica, Hidráulica e Automação Predial
Eficiência Energética • Estudo de viabilidade de retrofit dos sistemas de Iluminação, Ar Condicionado e Automação Predial
Automação Predial (BMS) • Consultoria; • Estudo de viabilidade de atualização do sistema • Retro-comissionamento
(11) 3042 8559 contato@torrescx.com.br www.torrescx.com.br
ENCARTE ESPECIAL
GBC B U I L D I N G
REVISTA
G R E E N
anuário GBC 2016
C O U N C I L
BRASIL
C O N S T RU I N D O U M F U T U RO S U S T E N TÁV E L
GUIA DE
SOLUÇÕES SUSTENTÁVEIS
Tecnologia, equipamentos e serviços para o mercado da construção sustentável. Nesta Edição: ARQUITETURA CLIMATIZAÇÃO CONSULTORIA ENGENHARIA ECONOMIA DE ÁGUA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA MATERIAIS SISTEMAS CONSTRUTIVOS TRATAMENTO EFLUENTES
revistagbcbrasil.com.br
jul/16
217
MATERIAIS & TECNOLOGIA ARQUITETURA
Asau - Arquitetura e Urbanismo Projetos que atendem suas necessidades: Comercial, Residencial e Industrial. Temos como Missão, criarmos um habitat mais integrado com o ser humano, através da prestação de serviços diferenciados nos mercados da construção e desenvolvimento imobiliário. Quem Somos: Arquitetura e Urbanismo desenvolve um trabalho criterioso voltado a busca contínua da qualidade, atendendo prazos e custos propostos. A Natureza destas atividades vai desde a Pesquisa e Análise de Restrições, Programação, Pré-Dimensionamento e Planejamento Físico, ao Projeto Arquitetônico Completo, o Projeto de Reforma, o Projeto de Arquitetura de Interiores, Planos Urbanísticos e de Paisagismo, a Coordenação de Projetos Complementares, Fiscalização e Acompanhamento da Obra e Desenhos de Apresentação. Projetos • Arquitetura Sustentável • Arquitetura Residencial, Comercial, industrial • Design de Interiores e Decoração • Paisagismo e urbanismo • Loteamentos Consultoria • Gerenciamento de Projetos e Obras • Paisagismo, Design e Decoração de interiores • Perícia Judicial (Engenharia e Ambiental) • Licenciamento Ambiental • Estudo de viabilidade econômica para empreendimentos imobiliários • Projetos de engenharia (topografia, instalações em geral etc.) • Consultas técnicas para Arquitetura e Engenharia
218
jul/16
Sustentabilidade como compromisso A empresa Bia Gadia Arquitetura e Design vem atuando em projetos comprometidos com a sustentabilidade. Projetando ambientes focados na qualidade de vida por meio de soluções diferenciadas, visando conforto, bem-estar, funcionalidade, sofisticação com criatividade, dinamismo, assertividade, humanização, eficiência e sustentabilidade. Os projetos são realizados com responsabilidade e total disponibilidade no atendimento ao cliente, e a produção ocorre de forma estruturada através da aplicação de metodologias de trabalho seguindo um planejamento baseado em necessidades, respeitando cronogramas e estabelecendo metas de trabalho dentro de um controle orçamentário visando custo/benefício do produto final, bem como a excelência da qualidade dos serviços prestados. Atendemos de forma personalizada, estabelecendo um relacionamento transparente com o cliente, acompanhando-o em cada passo e etapa do processo.
rev/gbc/br
certificações
AR/CLIMATIZAÇÃO
4Pool:
Especialistas em Controle da umidade
Distribuímos equipamentos ambientalmente corretos e oferecemos suporte a projetos ou instalações existentes. Elimine mofo e bolor retirando a umidade do ar, do concreto, pisos e objetos e o condensado retirado no processo gera água para reuso ou jardinagem. Os sistemas podem trabalhar em paralelo ou em conjunto com Ar condicionado. Oferecemos ampla linha de produtos para: spa, vestiário, parque aquático, casa de máquinas, acervo de arte, residência, escritório, sala de banho, processos industriais, armazenagem e locais com alta infiltração ou percolação. Contando com mais de 8 anos de experiência em projetos eficazes e Produtos especiais para o Brasil. Distribuímos com exclusividade produtos de alta qualidade para a melhoria do Bem-estar e a preservação do patrimônio.
www.4pool.com.br twitter: @4pool +55 11 2537 8548 R. Camelo Adam, 77 São Paulo - SP CEP 03193-130
revistagbcbrasil.com.br
Daikin: Soluções para Climatização com alta Eficiência Energética Quando se trata de um projeto, obra ou operação em edificações que busquem pela excelência, conforto e pelos melhores níveis de orientação ambiental, a Daikin é a principal opção em sistemas de climatização para conforto no mundo todo. No Brasil, já são diversos casos de sucesso, em que a alta tecnologia japonesa fez toda a diferença para investidores, projetistas, engenheiros, arquitetos e, principalmente, para o usuário final pela conquista da certificação LEED. Mesmo após 90 anos de nossa fundação, a inovação continua sendo o foco de nossa constante evolução e graças a esse espírito, somos referência mundial em Ar Condicionado de alta tecnologia. A Daikin quer trazer muito mais qualidade para o seu dia-a-dia, reduzindo o consumo energético e contribuindo com a preservação do meio ambiente. A sustentabilidade é parte importantíssima do plano de atuação da Daikin no mundo, por isso, buscamos reduzir qualquer impacto ambiental, mesmo que pequeno. Nos preocupamos com
cada etapa de desenvolvimento dos nossos produtos: da fabricação ao consumidor final. Dentre os nossos principais casos de sucesso em climatização destacam-se os sistemas VRV e os sistemas do tipo água gelada pois para cada projeto existe uma opção mais adequada e que se ajusta melhor às necessidades e expectativas de quem o desenvolve. O nosso sucesso se deve a atenção que dedicamos aos princípios fundamentais regentes da marca e que garantem aos nossos clientes total confiabilidade, segurança e qualidade sem igual.
application@daikin.com.br 11 3123-2525 Rua Cerro Corá, 2144/2150 Alto da Lapa - São Paulo - SP CEP 05061-400 www.daikin.com.br
jul/16
219
MATERIAIS & TECNOLOGIA AR/CLIMATIZAÇÃO
Orchid 3®
o mais novo termostato da Honeywell EBM ENGENHARIA atua nos mais importantes projetos de DATA CENTER A EBM Engenharia é uma empresa que se destaca no segmento de climatização de precisão para DATA CENTERS, e que em 2015, obteve a premiação de uma de suas obras no Datacenter Dynamic Awards. A estrutura de engenharia oferece aos seus clientes e parceiros, o projeto conceitual, bem como, o desenvolvimento do projeto executivo, instalação, manutenção e operação, efetuando suas certificações junto aos órgãos internacionais. Ressaltamos nosso vasto conhecimento no processo de certificação do Up Time Institute. Queremos oferecer ao seu empreendimento a melhor solução de climatização, atendendo a sua real necessidade vinculada ao compromisso com a sustentabilidade, eficiência energética, recuperação de energia e reuso da água de condensador dos sistemas de ar condicionado.
EBM ENGENHARIA Rua Ponta Porã, 1171 Alto da Lapa São Paulo – SP CEP: 05058 001 Tel: +55 11 3294 0645
220
jul/16
A Honeywell E&ES (Environmental & Energy Solutions) é lider mundial em instrumentos para HVAC e sistemas de gerenciamento de edifícios (BMS), que aumentam o conforto, a produtividade e a segurança para os seus usuários. Considerando instrumentação, fazem parte do seu portfólio: termostatos, válvulas de controle e balanceamento, sensores, atuadores e variadores de frequência. Em especial destacamos nosso mais novo termostato, o Orchid 3, cujo design moderno está disponível em 12 cores. Ressaltamos também a válvula de pressão independente Kombi-QM, ideal para controlar perfeitamente o fluxo de água nas instalações, que pode influenciar diretamente na eficiência do sistema de automação. Considerando o ponto de vista energético, a automação predial tem uma grande responsabilidade na obtenção da certificação LEED. Para isso, a Honeywell oferece uma linha completa de soluções para gestão de edifícios. As linhas WEBs-N4 e WEBs-AX, baseada em Framework Niagara, consideram todos os aspectos da construção e as necessidades dos ocupantes para maximizar a eficiência energética e tornar a gestão da instalação mais simples e mais amigável. Adicionado ao poder de controladores Spyder ou Stryker, oferecemos ao mercado a versatilidade para escolher entre uma coleção de renomados produtos de controle para aprimorar e satisfazer todas as suas necessidades de climatização, iluminação e segurança. Também parte do portfólio Honeywell, a Alerton lançou recentemente o novo sistema de gerenciamento de prédios Ascent, pioneiro ao combinar BACtalk e Niagara Framework® da Tridium em um único controle. O sistema é composto por software, sensores de parede e módulos de controle desenvolvidos para simplificar o monitoramento e o controle de HVAC e de outros sistemas prediais.
Oferecemos também sistemas dedicados a aplicações específicas, como o sistema Novar, desenvolvido para atender as demandas do varejo, na busca da centralização do monitoramento das lojas ou filiais. A linha Inncom, dedicada a Hotéis, tem como objetivo oferecer uma experiência memorável para o usuário, trazendo também a eficiência operacional do empreendimento. Os produtos Phoenix Controls oferecem as melhores soluções de balanceamento e controle de fluxo de ar de alto desempenho para aplicações em salas limpas, em Hospitais, Indústrias Farmacêuticas, Clínicas e Laboratórios. Buscamos sempre construir um mundo mais produtivo, inovador, seguro, confortável e energeticamente eficiente.
Tel: +55 11 3475-1900 engenhariaees@honeywell.com www.honeywell.com.br
rev/gbc/br
certificações
ENGENHARIA/CONSULTORIA
Excenge
A Montef atua desde 1997 na cadeia do frio, sempre apresentando as melhores soluções para climatização de ambientes e conforto térmico. Com material prima e tecnologia 100% nacionais, oferecemos ao mercado Dutos de ar em tecido. Desenvolvendo novos materiais e alternativas, diferencia-se por alcançar a excelência nos projetos mais desafiadores. A Indústria Alimentícia é o setor que mais utiliza e se beneficia dos Dutos Têxteis, com foco nos altos padrões sanitários. Casos de sucesso como os alcançados em laboratórios, “warehouses”, indústria automotiva, farmacêutica, carnes e derivados, e até mesmo ambientes comerciais, mostram que a difusão do ar por dutos de tecido vai muito mais além, propiciando vantagens construtivas (baixíssimo nível de ruído e peso por metro linear c/ rápida instalação), logísticas (transporte 90% mais barato) e de manutenção (limpeza em máquina de lavar roupas) que ampliam muito os horizontes de quem almeja reduções de custo com ganhos significativos em eficiência. As formas de difusão podem ser pela trama do tecido, por frestas ou orifícios calibrados ou até mesmo lançadores de ar a altas velocidades, conhecidos como “air-jets” ou “jet-nozzles”. O suportamento por trilhos ou cabos metálicos tensionados entre paredes também chama a atenção não só pela simplicidade dos materiais como pela facilidade da instalação. A Montef também desenvolveu seus próprios acessórios de acoplamento e fixação garantindo a continui-
dade de fornecimento p/ eventuais ampliações de rede ou reposições. Tanto quanto qualquer sistema de distribuição de ar, os dutos têxteis devem ser tecnicamente compatíveis com o equipamento e ambiente ao qual se destinam. A simplicidade e baixo custo de dutos de tecido não pode jamais negligenciar fatores importantes como: permeabilidade, velocidade do ar, pressão estática, etc. Os tecidos devem ser próprios para esta finalidade (100% sintéticos que inibem riscos de contaminação), sob pena de lograr inevitavelmente maus resultados e ineficiência energética. Não confundir duto Têxtil com ar ensacado.
PROJETO
Montef traz ao mercado tecnologia dos Dutos Têxteis BUILDING INFORMATION MODELING
A Excenge Excengetem temcomo comovocação vocação e expertise o A e expertise o dedesenvolvimento de projetos integrados senvolvimento de projetos integrados multidiscimultidisciplinares nas especialidades de plinares nas especialidades de terraplenagem, terraplenagem, drenagem e pavimentação, drenagem e pavimentação, fundações e supefundações metálicas e superestruturas metálicas e de restruturas e de concreto, instalações concreto, instalações prediais e industriais prediais e industriais eletromecânicas, de utilieletromecânicas, deautilidades, a dades, de combate incêndios, de de combate automação incêndios, de automação e de HVAC, atuando e de HVAC, atuando nos segmentos industrial, nos segmentos industrial, predial e de predial e de infraestrutura. infraestrutura.
A empresa emprega em seus trabalhos a tecA empresa emprega em seus trabalhos a nologia BIM (Building Information Modeling) – tecnologia BIM (Building Information Modeling) – projeto em 3D. Esta tecnologia ajuda a empresa projeto em 3D. Esta tecnologia ajuda a empresa a exceder as exigências dos clientes ao facilitar a exceder as exigências dos clientes ao facilitar e e integrar os esforços colaborativos de proprieintegrar os esforços colaborativos de tários, arquitetos e engenheiros envolvidos nos proprietários, arquitetos e engenheiros projetos de qualquer empreendimento. envolvidos nos projetos de qualquer
Refrigeração Industrial Dutos de ar em tecido para climatização de ambientes
empreendimento. Solidez na engenharia básica e na proposição de soluções inovadoras,básica que desafiem os paraSolidez na engenharia e na proposição digmas para osinovadoras, sistemas e instalações convende soluções que desafiem os cionais, privilegiando desempenho energético paradigmas para oso sistemas e instalações econvencionais, o comprometimento com os de privilegiando o requisitos desempenho sustentabilidade, elementos indissociáveis energético e o são comprometimento com os da cultura de empresarial da Excenge, susrequisitos sustentabilidade, são como elementos tentáculos de uma de fidelizaçãodae indissociáveis da estratégia cultura empresarial Excenge, como sustentáculos estratégia de reconhecimento da marcade nouma segmento da de fidelização e de reconhecimento da marca no Engenharia Consultiva. segmento da Engenharia Consultiva
A melhor relação custo / benefício por metro linear Amplas possibilidades de formatos e distribuição Instalação fácil e rápida por cabos ou trilhos leves Baixo custo de manutenção e higienização (lavagem a máquina)
Rua Dr. Oscar Fernandes Martins, 401 São Paulo – SP fone: 3858.2914 www.montef.com.br montef@montef.com.br
Excenge
www.excenge.com.br contato@excenge.com.br
Av. Rui Barbosa, 172 salas 201 e 202 São Francisco - Niterói - RJ tel: (21) 2610-0826
revistagbcbrasil.com.br
jul/16
221
MATERIAIS & TECNOLOGIA
Sloan:
ENGENHARIA/CONSULTORIA
Sempre Engenharia info@bgfconsultoria.com.br
www
TérmicaBrasil
Pioneira em comissionamento A TérmicaBrasil, fundada em 1994, é pioneira em serviços de comissionamento, incluindo certificação LEED com quase 30 obras certificadas em nosso portfólio. O diretor técnico Marcos Antônio Vargas Pereira é um profissional CPMP (Commissioning Process Manager Professional) ASHRAE e membro do subcomitê técnico de exames da ASHRAE. A TérmicaBrasil tem larga experiência em concepção de projetos visando edifícios energeticamente eficientes, com soluções de engenharia de vanguarda. No momento estamos trabalhando em estudos visando edificações NetZero. Venha para o futuro conosco.
Experiência em obras com selo LEED Mais de 23 anos de experiência, a Sempre Engenharia, atende à área de Construção Civil, com equipes completas de gestores, engenheiros e técnicos. A empresa atua em conformidade com às necessidades de seus clientes: cada projeto, uma nova estratégia. Em campo, contamos com equipe especializada executando obras na modalidade “Turn Key” e atendendo de forma completa às expectativas quanto às diversas prestações de serviços. Além disso, possui forte atuação com a expertise em subsistemas tais como ar condicionado, automação predial, cabling, dentre outros. Primamos pelo alto padrão de qualidade e cumprimento de prazos, atendendo às premissas LEED CI e ao melhor atendimento aos nossos clientes, o que nos constitui numa empresa sólida e em grande expansão no mercado.
Realizando seu futuro sustentável.
Implantação de escritórios corporativos construções
design & build
www.sempreengenharia.com.br
ÁGUA/ECONOMIA
222
jul/16
retrofit
padrão LEED CI
Tel: (11) 2972-7260
Nova válvula de descarga automática
Fuja da ineficiência e desperdício de água! A Sloan traz ao Brasil o que há de mais moderno em "Fluxômetro". Sim! Não é uma válvula simples e ineficiente a que você está acostumado! Trata-se de entregar a quantidade certa de água no tempo certo. Isso só é possível com a experiência de 100 anos de quem mais entende do assunto. Agora você pode automatizar suas velhas descargas de parede e ainda economizar água com eficiência! Deixe a entrega de 6 ou 4,8 litros de água para o Toalete, com o Kit Solis Flush. Distribuído no Brasil pela Econoágua, especializada em venda, instalação, consultoria e contratos de performance com o que há de mais moderno no mercado mundial. Kit Válvula Sloan Substitui a válvula atual de parede, onde a Caixa Acoplada não tem espaço para ser instalada.
rev/gbc/br
certificações
ENERGIA/EFICIÊNCIA
MATERIAIS
Fronius apresenta a linha SnapInverter para soluções solares
11 4163-5858 comercial@arthem.com.br arthem.com.br
AN_Arthem_Marketplace.indd 1
12/07/16 11:02
Plastibras Dutos Corrugados Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) até 2024 cerca de 1,2 milhões de geradores de energia solar ou mais deverão ser instalados em casas e empresas em todo o Brasil. Pensando no grande potencial deste mercado e nos benefícios gerados através deste tipo de energia, a Fronius – empresa com 25 anos de experiência na produção de inversores solares – tem como filosofia oferecer "24 horas de sol". “Acreditamos tanto nesta tecnologia, que desenvolvemos uma linha de inversores inteligentes para atender à demanda de energia solar tanto em residências como em empresas“, ressalta Martin Drope, diretor da Divisão de Energia Solar na Fronius do Brasil. Composta pelo Fronius Galvo; Primo; Symo; Eco; Symo Hibrido e Symo Brasil, a linha SnapInverter apresenta soluções completas para todos tipos de projetos e instalações, seja em comércios, casas ou grandes escalas. Todos possuem um pacote de comunicação integrado onde os dados processados pelo sistema são enviados via WLAN ou Ethernet diretamente para o portal da Fronius ou pelo APP no celular. O monitoramento é realizado através do próprio inversor. Um dos destaques é o inversor solar Fronius Symo Brasil – com faixas de potência entre 10 - 15 kW – é o único inversor trifásico 220 V. A interface padrão para a internet via Wi-Fi ou Ethernet e a facilidade de integração de componentes de terceiros fazem com que seja
revistagbcbrasil.com.br
um dos inversores mais comunicativos no mercado. Seu design inovador SuperFlex fornece o máximo de flexibilidade na concepção do sistema, enquanto a montagem SnapInverter torna a instalação e manutenção mais fácil e rápida. A Fronius oferece serviço de assistência técnica para todo Brasil e possui até sete anos de garantia com um registro através do site www. solarweb.com.
SOLAR ENERGY Fronius do Brasil LTDA Av. Dr. Ulysses Guimarães, 3389 Galpão 4 Vila Nogueira 09990-080 Diadema / Brasil Tel: +55 (11) 3563-3800 vendas.solar@fronius.com / www.fronius.com.br
A Plastibras Dutos Corrugados é uma indústria que utiliza tecnologia de ponta para produzir dutos, drenos e eletrodutos em Polietileno de Alta Densidade (PEAD), num sistema produtivo 100% Sustentável em todas as suas etapas. As linhas PlastDutoHD, PlastDreno e PlastFlex possuem diâmetros que variam de 20 mm a 200 mm e são empregadas em larga escala em edificações comerciais e residenciais, obras de infraestrutura, nos setores de energia elétrica e telecomunicações. Os produtos Plastibras são fabricados em conformidade com as rigorosas normas da ABNT, visando atender às diversas necessidades de uso com qualidade e segurança. A indústria ainda possui certificado ISO 9001: 2008 e busca atender todas as metas estabelecidas voltadas à sustentabilidade. Mais informações: www.plastibras.ind.br
ENERGIA/EFICIÊNCIA
jul/16
223
MATERIAIS & TECNOLOGIA MATERIAIS
ECOPLATE®, novo produto no mercado de pisos permeáveis
O P500 é um produto muito versátil. Trata-se de um sistema modular de proteção ao solo fabricado com polietileno de alta densidade, 100% reciclado e reciclável. É altamente resistente (suporta até 120 t/m²) e apresenta encaixe macho-fêmea. Como piso permeável, pode ser aplicado em estacionamentos de alto tráfego, haras, estradas vicinais. Além disso, pode ser usado como piso elevado em câmaras frigoríficas, cozinhas industriais, banheiros de clubes, e possui também a função de estrado para logísticas, estoques e outros. O P500 apresenta vantagens a outros produtos presentes no mercado em relação à durabilidade, economia e sustentabilidade, contribuindo ao meio ambiente. Solução inovadora compatível a empreendimentos que buscam o Selo Verde (LEED), já que possui a chancela do Green Building Council Brasil. Conheça também o P330 e o Pi 250! Saiba mais em www.ecoplatepisos.com.br.
www.ecoplatepisos.com.br
fb.com/ecoplatepisosbr
11 4789-6989 info@ecoplatepisos.com.br vendas@ecoplatepisos.com.br
canal: Ecoplate
Rua Vicente Leporace, 75. Jardim Alvorada - Jandira/SP
224
jul/16
GlassecViracon completa 25 anos investindo na internacionalização
Em julho a GlassecViracon completa 25 anos de uma trajetória singular no seu ramo de negócios. De uma empresa familiar, no início dos anos 90, tornou‐se multinacional em 2010 ao incorporar‐se à norte‐americana Viracon, passando a integrar o grupo Apogee. Nos últimos anos, a empresa aumentou sua capacidade produtiva, atualizando o parque fabril de Nazaré Paulista, em São Paulo. A última aquisição foi o forno de têmpera FC 500, da Glaston, o único em operação no Brasil. “O novo equipamento permite a produção de peças com grandes dimensões, o controle de qualidade do produto durante o processo de têmpera, a garantia de excelência ótica e o processamento de vidros com baixíssima emissividade”, explica a arquiteta Claudia Mitne, diretora de Marketing e Produto da empresa. Oferecer soluções em vidros inovadoras e sustentáveis para um mercado dinâmico e globalizado envolve várias modalidades de desafios, entre elas, orquestrar uma equipe que deve estar constantemente sintonizada com as tendências arquitetônicas e incessantes novidades tecnológicas do setor. Recentemente, a GlassecViracon recebeu a homologação da NOA — National Oceanic and
Atmospheric Administration, que autoriza a empresa a fornecer vidros laminados para regiões suscetíveis a furacões, como a Flórida, nos EUA. Ainda no plano internacional, outro país que acaba de receber os produtos da GlassecViracon é o Vietnã: três torres do Viettel Trade Center, na cidade de Ho Chi Minh (antiga Saigon), terão em breve suas fachadas com vidros laminados temperados e serigrafados da marca. “Nossos produtos estão em mais de 150 obras com certificação Leed ou Aqua, que hoje é uma exigência para empreendimentos corporativos em escala mundial. Estamos prontos e motivados para ampliar nossa participação no mercado internacional”, afirma Dario Farhat, diretor‐ geral da GlassecViracon.
GlassecViracon Rodovia Dom Pedro I, KM 58 Nazaré Paulista - SP Tel: (11) 4597-8100 www.glassecviracon.com.br contato@glassecviracon.com.br
rev/gbc/br
certificações
Fiberblock:
conforto acústico e sustentabilidade em um só produto ©Isabela Fáraco
Perfis Santa Luzia
contam pontos em construção sustentável
São mantas para isolamento termoacústico fabricadas com matéria-prima sustentável proveniente de garrafas pet 100% recicladas. Além de eficácia comprovada, é um produto com baixo índice de VOC (compostos orgânicos voláteis) contribuindo para a pontuação LEED (nível de sustentabilidade do empreendimento). Antialérgico e antimofo, o Fiberblock é resistente a raios UV e à água, além de não propagar chamas (auto extinguível, classe II-A). Oferecido nas opções branco, preto e mil cores, podem ser utilizados em dry-wall, forros, pisos, atenuadores de ruído, casas de máquina e revestimento de tubulações e dutos de ar-condicionado.
revistagbcbrasil.com.br
Rodapés, rodameios, rodatetos e guarnições da Santa Luzia produzidos com poliestireno reciclado (EPS, mais conhecido como isopor*) podem agora ser mais facilmente contabilizados na pontuação de projetos sustentáveis, como LEED, do Green Building, ou AQUA, da Fundação Vanzolini. Desde fevereiro de 2016, os perfis Santa Luzia usados na fabricação de várias linhas de produtos têm o selo RGMat*, a primeira certificação de sustentabilidade de materiais de construção do Brasil - criada em 2012 pela Fundação Carlos Alberto Vanzolini, ligada ao Departamento de Engenharia de Produção da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP). A certificação, pioneira no Brasil, permite que construtoras, distribuidores e consumidores em geral possam escolher os materiais mais sustentáveis com mais segurança. O RGMat engloba o conceito de Selo e Declaração Ambiental. Traz informações relevantes, verificadas e comparáveis sobre os aspectos ambientais, de conforto e de saúde dos produtos e materiais da construção. A certificação foi obtida pela Santa Luzia após três anos de estudos e testes de todos os seus processos, desde a captação dos resíduos de EPS (Isopor®) até o produto final, incluindo Avaliação de Processo e Insumos, Avaliação do Ci-
clo de Vida (ACV) e Declaração Ambiental de Produto (EPD - Environmental Product Declaration). Líder na fabricação de revestimentos e rodapés com plásticos reciclados, a Indústria Santa Luzia tem mais de 70 anos de história no mercado de decoração. É e a única empresa do Brasil com capacidade de transformar grandes quantidades de resíduos plásticos em várias linhas de produtos.
www.santaluziamolduras.com.br www.facebook.com/industria.santaluzia instagram.com/santa.luzia/ www.youtube.com/user/santaluziarodapes
jul/16
225
MATERIAIS & TECNOLOGIA SISTEMAS CONSTRUTIVOS
Marcetex: em
©Cícero Viegas
Inovação reforça a sustentabilidade na construção civil Ao aplicar conceitos inovadores e sustentáveis, reforçados por projetos embasados em arquitetura bioclimática, a JJD Arquitetura, de Jaraguá do Sul (SC), amplia e reforça conceitos fundamentados em sistemas construtivos sustentáveis e industrializados. O desafio para o mercado brasileiro é proporcionar o conceito de rigidez ao toque que, a maioria destes sistemas, difere da alvenaria com estrutura de concreto armado, muito utilizado e culturalmente bem aceito. Desta forma, a escolha pelo Sistema Construtivo Monoforte, da Termotécnica, alia os conceitos de racionalização de recursos naturais, correção social e acessibilidade econômica com rigidez estrutural. O resultado é uma estrutura rígida, estruturalmente e ao toque (tato), sendo que, depois de finalizada, é impossível identificar ser um sistema alternativo, pois não demonstra emendas, diferenças dimensionais e a rigidez é idêntica às paredes de alvenaria convencional. Esse inovador sistema construtivo trouxe tecnologia, inovação e ecoeficiência ao mercado de construção civil. É constituído por paredes feitas de painéis monolíticos de concreto armado com
226
jul/16
isolamento térmico, que podem substituir a alvenaria estrutural ou de vedação. Já muito utilizado na construção civil em diversos países, o Monoforte é indicado para todos os tipos de edificações. Permite que o processo construtivo seja otimizado como um todo, com a redução no tempo de execução e na mão de obra que, dependendo do projeto, pode ser superior a 30%. A facilidade se estende ao transporte e manuseio do material, que é leve e compacto. Além disso, o isolamento térmico e acústico são diferenciais que contribuem para a valorização do empreendimento. Mais informações: www.sistemamonoforte.com.br
rev/gbc/br
certificações
soluções sustentáveis divisórias modulares Marcetex, empresa familiar, tradição no mercado corporativo, é exemplo em soluções na fabricação de divisórias industrializadas de alto padrão e marcenarias especiais. Seus produtos são fabricados conforme os padrões rigorosos da ABNT 15141:2008 com tecnologias que reduzem o impacto ambiental reconhecidos pelo selo de Qualidade ABNT Ambiental e Certificação FSC®. As divisórias modulares removíveis piso teto Linha Área, em perfil de alumínio extrudado, oferecem diversos acabamentos, com um sistema construtivo completo e inteligente, com portas, batentes, ferragens e todos os acessórios indispensáveis a uma parede tradicional, comportando inclusive a passagem de cabeamento em sua estrutura. As diversas modulações da divisória, promovem a construção de espaços corporativos, que atendem os requisitos acústicos, térmicos, de luminosidade e principalmente a prevenção à propagação de incêndio. As divisórias produzidas na Marcetex tem em sua composição o uso de material reciclado, o que contribui com créditos exigidos pelo LEED para a tipologia de escritórios que reutilizam estes tipos de materiais. Em relação a eficiência térmica das divisórias Linha Área, sua contribuição é otimizar o desempenho do sistema de ar condicionado, tanto minimizando as perdas do ar condicionado a partir do interior do ambiente confinado, quanto evitando ganhos excessivos de calor, a partir do ambiente externo.
revistagbcbrasil.com.br
A Marcetex possui certificação FSC® para a fabricação de Marcenaria Especial, preocupando-se não somente com a qualidade de seus produtos, mas com a origem da matéria prima neles utilizados, enfatizando as características de ser uma empresa ambientalmente adequada, socialmente benéfica e economicamente viável. Com isto, também se adequa aos créditos de madeira certificada exigidos pelo LEED para a tipologia de escritórios e demais tipologias. A Marcetex conta com departamento de projetos, transporte diferenciado, instalação, assistência técnica e pós-venda, o que garante melhor qualidade desde o projeto à conclusão da obra.
Com alto nível de desenvolvimento técnico, a Metro Modular possui uma linha completa de formas para a construção civil. O sistema se baseia na combinação de elementos modulares obtendo-se painéis de qualquer tamanho, proporcionando velocidade, qualidade e sustentabilidade na obra. Desenvolvida por meio de uma resina plástica de alto desempenho, o sistema tem peso reduzido e alto índice de reutilização. Ideal para estruturas de concreto, com redução de 80% de resíduos. Com elevada resistência mecânica, elas são consideradas uma alternativa ao uso da madeira. Como as formas são produzidas com resinas plásticas, elas podem ser utilizadas inúmeras vezes em outras construções, se adequando a diferentes projetos, tendo suas dimensões alteradas e moduladas para qualquer medida. www.metromodular.com.br
jul/16
227
MATERIAIS & TECNOLOGIA SISTEMAS CONSTRUTIVOS
TRAT. RESÍDUOS E EFLUENTES
Wood Frame
Solução inovadora para o correto tratamento dos resíduos orgânicos
Mizumo: soluções para o meio ambiente
A Trasix Soluções Ambientais é uma empresa de gestão ambiental que atua junto a seus clientes elaborando um Plano de Gerenciamento de Resíduos Orgânicos através de tecnologia inovadora. A Trasix realiza a locação e venda das Composteiras Automáticas, tecnologia que realiza o processo de compostagem “in loco” reduzindo o volume em até 80% em apenas 24hrs, transformando em um composto orgânico que pode ser utilizado como adubo para hortas e jardinagem.
Completando 15 anos em 2016 a Mizumo tem como propósito melhorar o ambiente em que vivemos e prover projetos e soluções tecnológicas capazes de tratar e reaproveitar efluentes para fins não potáveis. Referência nacional em projetos de estações compactas para tratamento de esgoto sanitário (ETEs) diferencia-se por oferecer soluções dedicadas para o setor de saneamento básico. Para oferecer a solução ideal implantou o Sistema Integrado Mizumo (S.I.M.) que ajusta a gestão do projeto da ETE e toda a complexidade que o envolve, tais como: Sondagem, Projeto de Aplicação e Licenciamento Ambiental da ETE, Treinamento e Serviços. São mais de 1.850 projetos instalados trazendo tranquilidade aos clientes, sobretudo nos aspectos técnicos e ambientais reforçando sua competência, qualidade e eficiência.
Solução inovadora acelera a entrega de empreendimentos O tempo entre o início e a conclusão de uma obra muitas vezes é o vilão capaz de arruinar um projeto que teria tudo para ser um sucesso. Foi justamente pela agilidade oferecida, que o sistema Wood Frame ganhou os mercados dos Estados Unidos, Austrália e Nova Zelândia. Hoje, mais de 90% das edificações existentes nestes países foram projetadas e construídas com essa solução, o que garante a utilização de materiais nobres e um resultado final de qualidade muito superior. O empresário individual de Santa Catarina Fernando Bolsoni, CEO da Bolsoni Construtora e membro da Comissão de Estudos do Sistema Construtivo Wood Frame, possui uma década de experiência em obras no exterior e considera que o sistema chegou para revolucionar o mercado brasileiro de construção civil. “Desenvolvemos projetos para empreendimentos sustentáveis que oferecem praticidade, economia e segurança. A ideia é atuar em diferentes regiões brasileiras, em parceria com profissionais e fornecedores de matéria-prima locais”, completa.
As Composteiras Automáticas garantem pontos na certificação LEED para diversas tipologias de empreendimentos que possuem refeitórios e cozinha e que são classificados nos sistemas BD+C (Building Design + Construction), ID+C (Interior Design + Construction) e EB+OM (Existing Building + Operation and Maintenance).
C
M
COMPOSTAGEM ACELERADA DE RESÍDUOS ORGÂNICOS
Y
CM
MY
CY
Rua Alvorada, 1289 - Cj 815 - Vila Olímpia São Paulo-SP - BRASIL - CEP 04550-004
comercial@trasix.com.br
+55 (11) 3032-4148 e 2532-7057
www.trasix.com.br
CMY
K
ERRATAS
Na edição 7, dez/15 - jan/16 da Revista GBC Brasil, páginas 44 e 45, publicamos erradamente o nome do fotógrafo responsável pelas imagens da matéria sobre o Centro Integrado Cardiológico e Neurovascular Fleury Ponte Estaiada. O nome correto é Vitor Barão.
228
jul/16
Na edição 8, mar-abr/16 da Revista GBC Brasil, página 36, publicamos erradamente o nome da diretora da Helenium Services. O nome correto é Elena Yakovenko.
rev/gbc/br
anuário GBC 2016
Seja um expositor da maior e melhor feira da indústria de Shopping Centers da América Latina!
As melhores oportunidades de negócios você encontra na Exposhopping: • PRINCIPAIS LANÇAMENTOS E NOVIDADES DO SETOR • MAIS DE 80 EXPOSITORES • 18 MIL VISITANTES QUALIFICADOS • 1200 CONGRESSISTAS • FEIRA DE NEGÓCIOS B2B COM OS PRINCIPAIS EMPRESÁRIOS E EXECUTIVOS • OPORTUNIDADE ÚNICA PARA AUMENTAR SUA REDE DE RELACIONAMENTO • EVENTO SIMULTÂNEO AO CONGRESSO INTERNACIONAL DE SHOPPING CENTERS E AINDA:
EVENTO COMEMORATIVO 40 ANOS DA ABRASCE E 50 ANOS DA INDÚSTRIA
RESERVE SEU ESPAÇO. GARANTA SUA PARTICIPAÇÃO NO PRINCIPAL EVENTO RECONHECIDO INTERNACIONALMENTE
PATROCÍNIO DIAMANTE:
APOIO DE MÍDIA:
12 a 14 de setembro de 2016 Transamérica Expo Center, São Paulo
PARCERIAS NACIONAIS:
Para estandes e patrocínios entre em contato com
novosnegocios@abrasce.com.br ou (11) 3506-8300
portaldoshopping.com.br revistagbcbrasil.com.br
jul/16
229
anuário GBC 2016
230
jul/16
rev/gbc/br
certificações
www.junto.com.br
Inovar e nos renovar, todos os dias. Isso é sustentabilidade para nós.
A Constarco sabe bem o que é ser sustentável, mantemos uma história de crescimento há mais de 4 décadas, desenvolvendo, implantando e mantendo sistemas de ar condicionado, ventilação, exaustão, modernização (retrofit), elétrica, hidráulica, gases industriais, salas limpas, cogeração e geração de energia e civil. A empresa nunca parou de crescer e evoluir para atender às exigências dos consumidores. Agora, a Constarco, com novo reforço em sua composição acionária, incorpora ainda mais experiência e comemora, inaugurando uma nova comunicação visual para o mercado, mais moderna e alinhada com os valores da companhia: Comprometimento, profissionalismo e atualização constante. Essa é a formula da nossa história sustentável de sucesso. Alguns clientes atendidos
Para mais informações sobre as soluções da Constarco: JACKSON TOWER revistagbcbrasil.com.br
LEROY MERLIN
SIEMENS
comercial@constarco.com.br (11) 3933-5000
jul/16
231
Fazer bem-feito vale a pena. A Votorantim Metais CBA sabe que para você qualidade não é detalhe. É prioridade. O Centro de Tratamento de Superfície de Perfis de Alumínio da Votorantim Metais CBA, além de ser o maior e mais moderno da América Latina, é o primeiro e único a conquistar dois selos reconhecidos mundialmente. O Qualicoat, de qualidade em processo de pintura, e o Qualanod, de qualidade em anodização. Leve toda essa confiança para o seu próximo projeto. Saiba mais em: www.vmetais.com.br.