Revista GBC Brasil #13

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GBC G R E E N

REVISTA

B U I L D I N G

C O U N C I L

BRASIL

C O N S T RU I N D O U M F U T U RO S U S T E N TÁV E L

ANO ANO44 // Nº12 Nº13 // 2017 2017

SÃO PAULO CORPORATE LEED SILVER TOWERS EB+OM ARQUITETURA ARROJADA NA PAISAGEM PAULISTANA COM LEED PLATINUM CORE&SHELL LEED v4 apresenta primeira certificação no país GBC Canadá implementa certificação Zero Carbono AUTOMAÇÃO: Empresas apresentam cases e soluções

DOSSIÊ ESPECIAL USO RACIONAL DA ÁGUA: ALTERNATIVAS PARA CONTER A ESCASSEZ DO RECURSO VIBEDITORA



Editorial

Seis meses de novidades e fortalecimento do setor

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO Presidente GBC Brasil Eduardo Eleutério Diretor Executivo Isover, Saint Gobain Vice Presidente GBC Brasil Antonio Lacerda Senior Vice Presidente, BASF 1º Secretário GBC Brasil Ernesto Ghini Diretor Geral, Honeywell 2º Secretário GBC Brasil Marcos Bensoussan Sócio Presidente, Setri

Metade do ano se passou e as perspectivas no mercado da construção sustentável se fortalecem cada vez mais. O número de certificações LEED ultrapassou a marca de 400 empreendimentos agora no primeiro semestre de 2017, consolidando essa tendência no mercado nacional.

MEMBROS DO CONSELHO Martín Andrés Jaco CEO, BR Properties Celina Antunes CEO América Latina, Cushman & Wakefield Hilton Rejman Diretor de Incorporações, Cyrela Commercial Properties William Ribeiro Diretor Comercial, Daikin Raul Penteado Presidente, Deca Fabian Gil Presidente América Latina, Dow Edo Rocha Sócio Proprietário & CEO, Edo Rocha Arquitetura Maurício Parolin Russomanno CCO - Chief Commercial Office, Votorantim Manoel Gameiro Ex Presidente GBC Brasil José Moulin Netto Ex Presidente GBC Brasil

Também nesse primeiro semestre foi concedida a primeira certificação LEED v4 no Brasil, cujo projeto apresentamos nesta edição, juntamente com uma matéria sobre as novidades do LEED v4. Nesta edição temos ainda um importante especial sobre o Uso Racional da Água e várias formas de aproveitamento, reuso ou utilização racional, que permitem tratar com grande cuidado desse que é dos mais preciosos recursos naturais que dispomos. Também apresentamos soluções na área de automação que contribuem decisivamente para um melhor controle da eficiência dos aspectos energéticos dos projetos sustentáveis. E o projeto do São Paulo Corporate Towers, certificado LEED Platinum, num dos endereços mais emblemáticos da cidade, com arquitetura arrojada e conceitos sustentáveis inovadores.

Boa leitura!

LUIZ SAMPAIO DIRETOR EXECUTIVO VIB Editora

VIBEDITORA DIRETOR EXECUTIVO Luiz Sampaio lfsampaio@vibcom.com.br

© Bianca Wendhausen

E estamos na contagem regressiva do Anuário GBC 2017, e todo o conteúdo relacionado à história das certificações nos últimos 10 anos no Brasil.

CEO Green Building Council Brasil Felipe Faria

REDAÇÃO Paulo Dias - MTb 82002/SP Taís Cruz - MTb 83367/SP redacao@vibcom.com.br/ press@vibcom.com.br COMERCIAL Flávia Pimentel fpimentel@vibcom.com.br FINANCEIRO: adm@vibcom.com.br DESIGN GRÁFICO E EDITORIAL, REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO VIB COMUNICAÇÃO E EDITORA Av. Morumbi, 8411 - conj 31 Brooklin - São Paulo - SP CEP 04703-004 RESPONSÁVEL DO GBC Maíra Macedo ASSINATURAS E CONTATOS: Tel: 11 5078 6109 email: assinaturas@gbcbrasil.org.br Capa: São Paulo Corporate Towers - São Paulo Foto: © 2016 Ana Mello

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dez/15-jan/16

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índice

GBC G R E E N

REVISTA

B U I L D I N G

C O U N C I L

BRASIL

C O N S T RU I N D O U M F U T U RO S U S T E N TÁV E L

ANO 4 / Nº13 / 2017

EDITORIAL............................................................. > 3 COLUNA GBC........................................................ > 6 COLUNA CBIC....................................................... > 8

QUESTIONÁRIO PROUST FELIPE FARIA...................................> 10 PROJETO DESTAQUE...........................> 14

CONSTRUINDO HISTÓRIA.................................. > 18 NORMAS DE CONSERVAÇAO DA ÁGUA.......... > 18

DOSSIÊ USO RACIONAL DA ÁGUA

ESPECIALISTAS........................................... ................> ENVIROMIX.......................................................... > 24

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PROÁGUA............................................................ > 26 EVAC: SOLUÇÕES A VÁCUO.............................. > 30 W-ENERGY........................................................... > 34 RAIN BIRD............................................................ > 36

LEED V4 - PRIMEIRA CERTIFICAÇÃO NO BRASIL.........> GREEN PEOPLE................................................... > 46

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ESPECIAL AUTOMAÇÃO

JLQ E SISTEMA ZIPATO...................................... > 48 RECOMSERVICE.................................................. > 52 CONTROLLAR.................................................... > 56 B2E AUTOMAÇÃO.............................................. > 59 VISÃO GLOBAL.................................................... > 60

SAINT GOBAIN - CENTRO DE PESQUISA.................> SOLUÇÕES SUSTENTÁVEIS................................ > 64

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Não somos super heróis, mas podemos coNstruir um muNdo melhor. juNte-se ao gbc.

eduardo eleutério Diretor Geral Saint-Gobain, DiviSão iSover

roberto aflalo SóCio Diretor aflalo/ GaSperini arquitetoS

celiNa aNtuNes Ceo para amériCa Do Sul Da CuShman & WakefielD

Vantagens de se tornar um membro gbc: Através do nosso exclusivo Green Network, plataforma focada na geração de negócios para Green Buildings, você vai atuar junto às maiores lideranças empresariais nas discussões sobre tendências e técnicas de construção sustentável em seus diversos aspectos, além de receber dados inéditos sobre o mercado.

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coluna gbc

Certificações: Importantes ferramentas de transformação de mercado

Estudos, números e casos de sucessos comprovam que somos a melhor opção de negócio no mercado imobiliário.

O

aumento do nosso “market share” no mercado e a consolidação do movimento de construções verdes nos diversos segmentos da construção, fatos comprovados frente o desempenho em números de novos projetos registrados LEED e CASA no ano de 2016, justificam os ousados desafios que assumimos como organização e as ferramentas de certificação em desenvolvimento. Em relação as ferramentas temos o advento da versão 4 da certificação LEED, os trabalhos técnicos preparatórios para o lançamento da certificação CASA para condomínios verticais e horizontais, a criação da certificação para “net zero energy”, plataforma de benchmark ARC e a chegada do WELL (Saúde e Bem-Estar). A promoção destas certificações como ferramentas para acelerar a elevação do nível técnico e promover a transformação do mercado são atividades que o GBC Brasil e seus Membros manterão foco especial. A certificação LEED v4 já possui seu primeiro projeto certificado no Brasil, escritório Lar Verde Lar em Governador Valadares, Minas Gerais. O projeto conquistou o nível Ouro da certificação e o destaque nas reduções de 88% em energia, 74% em água e 93% em resíduos desviados de aterros sanitários. No mês de abril tivemos 7 novos projetos registrados no LEED v4, nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná, entre eles, edificações existentes, instituição de ensino, restaurante e corporativos. Já temos 20 projetos registrados no LEED v4.

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coluna gbc

O programa CASA possui 44 projetos registrados, sendo 14 condomínios. Nossos Comitês Técnicos estão empenhados no aprimoramento dos créditos e pré-requisitos desta certificação destinada ao setor residencial. A nível internacional esta iniciativa também foi lançada no GBC Colômbia com o suporte do GBC Brasil. Do ponto de vista técnico, chama atenção o compromisso do Comitê em tornar transversal o tema Saúde e Bem-Estar em todas categorias da certificação. Entre os projetos de condomínios registrados, ambos destinados à classe média, cabe citar o Terra Mundi de Goiânia (Membro NewInc), provavelmente o primeiro a concluir sua certificação e o edifício Montage Botafogo de Campinas (Membro Construtora Montage) com sistema de automação em todas unidades e o conceito de energia renovável onde 100% será proveniente de uma Fazendo Solar pertencente aos futuros proprietários. Já em Curitiba, todos os novos empreendimentos de alto padrão estão registrados como o empreendimento Ícaro do Membro AG7 e projetado pelo Membro Studio Arthur Casas pautado no conceito de casas suspensas, além do condomínio residencial Francisco Rocha do Membro Construtora Laguna que alia sustentabilidade, design, inovação e alto padrão. Com foco em energia, estamos desenvolvendo uma ferramenta de certificação de “Net Zero Energy Building”, o trabalho de discussão está avançado e já estamos recebendo propostas de projetos pioneiros para este novo sistema. Trata-se de uma demanda surgida no COP Paris, onde os GBCs firmaram compromissos em auxiliar que novas edificações venham a ser “net zero” até 2030, e todas até 2050. O conceito que iremos trabalhar no Brasil será o edifício que comprova que o seu consumo de energia primária na sua operação anual é zerado por uma combinação de alta eficiência energética e geração e energia por fontes renováveis. A plataforma de Benchmark ARC também auxiliará no processo de manutenção da alta eficiência operacional em edificações certificadas, bem como facilitará o processo de

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certificação de edificações existentes através do desempenho em tempo real nas categorias energia, água, resíduos, satisfação do ocupante e transporte. Edificações no Brasil já começaram a utilizar esta plataforma e compartilham suas informações no ARC. Por fim, a certificação WELL que foca na satisfação, conforto, saúde e bem-estar do ocupante vem chamando a atenção do mercado e desponta como forte tendência. Estudos da Macgrow Hill Construction apontam que proprietários de edificações passam a relatar que gostariam de adaptar suas edificações aos princípios preconizados pela certificação WELL mas esbarram na falta de informação ou conhecimento, bem como consideram que aumentar a percepção de satisfação do ocupante em suas edificações é fator mais importante que as taxas de ROI. As edificações “green building” ganham espaços no mercado internacional e temos destaques vindos do Brasil como a certificação Platinum do São Paulo Corporate com 96 pontos, a quinta maior pontuação de edifício corporativo no mundo. Estudos, números e casos de sucesso que comprovam as vantagens econômicas dos “green buildings” estão sendo frequentemente divulgados nas principais mídias como a melhor opção de negócio no mercado imobiliário, independente do setor e segmento de atuação. Assim sendo, munidos pela participação e engajamento de nossos Membros, nosso Programa Nacional de Educação, suporte de importante parceiros e com o ingresso das novas ferramentas de certificações no mercado, seguimos otimistas para a celebração de futuras conquistas durante os próximos 10 anos de GBC Brasil.

FELIPE FARIA, CEO Green Building Council Brasil Presidente Comitê de Networking das Américas do World GBC

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©Divulgação CBIC

Coluna CBIC

O Brasil não pode parar!

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ssa é a síntese da reflexão que a construção civil vem fazendo, reforçada perante a eclosão de nova turbulência política em maio, e levou aos dirigentes do Executivo e Legislativo federais para sensibilizá-los quanto à necessidade de impedirmos um ciclo de paralisia que atrase a agenda que pode recolocar o país na direção da estabilidade e recuperação econômica. Após quase três anos de retração – com inflação alta, escalada do desemprego e juros estratosféricos – registramos atividade positiva e um ambiente mais propício à retomada do investimento e geração de emprego. Tênues, mas de grande importância, esses sinais não podem ser freados por outra crise. É preciso aprovar as reformas e aprofundar as medidas macroeconômicas que possam acelerar a retomada da economia. O cidadão, que quer e precisa trabalhar, não aguenta mais. O pequeno e médio empresário, representados pela CBIC, não aguentam mais! Está em jogo, nesse momento, a sobrevivência daqueles que, descolados dos grupos envolvidos na crise, pagam o preço dos desmandos. O trabalhador perde seu emprego, a renda e a perspectiva de um futuro digno. Pequenos e médios empresários perdem as condições de empreender e mesmo de continuar trabalhando, acumulando dívidas e frustrações. A construção civil é um dos setores mais prejudicados pela crise. Falamos de um setor que representa 55,6% do investimento, uma cadeia produtiva que representa 9% do PIB nacional; emprega 2,3 milhões de trabalhadores, um setor que está sufocado pela imprevisibilidade do futuro. Nos últimos dois anos foram perdidos mais de 1 milhão de empregos e muitas empresas fecharam suas portas. Outras tentam administrar a asfixia criada pela falta de investimento e pela retração no crédito, lutando para sobreviver em um cenário de instabilidade. E agora, no momento em que a economia reage, nosso setor não acompanha o movimento, crescendo bem menos.

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José Carlos Martins Presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC)

O momento exige uma nova consciência e ação. É urgente restabelecer o pleno funcionamento das instituições, sob o império da lei. A construção civil apoia, com firmeza, o avanço das investigações da prática de desvios com recursos públicos e, garantido o pleno direito de defesa, a punição dos envolvidos em atos ilícitos. Que as responsabilidades sejam tornadas claras e as punições sejam efetivas e rigorosas. O Brasil precisa dar esse passo. Redução da Incerteza - Nesse momento, o Legislativo tem papel determinante para o futuro do Brasil. É essencial a rápida aprovação das reformas da Previdência e trabalhista, assim como do aperfeiçoamento do licenciamento ambiental entre outros projetos importantes. A construção civil acompanha com atenção a discussão em torno da modernização da Lei de Licitações – instrumento que garantiu avanços e conquistas inegáveis à contratação de obras públicas no Brasil, que devem ser preservadas, a 8.666 exige pequenos ajustes que evitem distorções na sua interpretação e aplicação. É essencial que sua modernização contemple, especialmente, normas que induzam à formulação de contratos que garantam maior equilíbrio entre as partes, fechando as brechas que hoje permitem a eventual prática de desvios. O combate à corrupção e, principalmente, às janelas que permitem sua incidência é uma prioridade da CBIC – temos levado esse debate em seminários estaduais, propondo não apenas que entidades e empresas do setor fortaleçam seus mecanismos e políticas de controle interno mas, principalmente, que a administração pública reveja práticas consagradas de baixa transparência que favorecem a prática de desvios. Esse conjunto de medidas no Legislativo farão recuperar a credibilidade do país e trarão de volta o interesse do investidor. Ninguém investe em um ambiente de incertezas. A retomada do investimento é fundamental para a recuperação do emprego e geração de renda. Esse movimento virá pela iniciativa privada. O capital exige a apro-

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Câmara Brasileira da Indústria da Construção

vação das reformas como sinal de que o Brasil reencontrou o caminho da seriedade e previsibilidade. Com isso, criam-se as condições para o investimento em infraestrutura, habitação e saneamento; com a decorrente geração de empregos. Só a infraestrutura pode gerar 1,5 milhão de novos postos de trabalho, resgatando a dignidade do trabalhador e reaquecendo a economia. Essa reflexão está no topo da agenda estratégica da construção civil, mobilizando esforço de dirigentes e empresários do setor para sensibilizar aqueles que, nesse momento, podem e devem dar uma contribuição decisiva ao pais. Essa reflexão também preponderou nos debates que conduzimos durante o 89º Encontro Nacional da Industria da Construção (ENIC), que realizamos em Brasília na última semana de maio. Mais uma vez, nosso encontro anual foi palco de discussões qualificadas sobre o futuro do Brasil e da construção civil, em uma programação que contou com a participação de autoridades de grande importância – ministros, parlamentares e dirigentes dos agentes financeiros – e painelistas formadores de opinião e de grande respeitabilidade em suas áreas de atuação. Tendências e Inovação - Apesar da crise e as dificuldades por ela impostas, recebemos mais de 1.400 participantes inscritos e cerca de 130 palestrantes, em uma nova demonstração da relevância do ENIC.

A construção civil discutiu de forma aberta e profunda temas como a agenda das reformas, a capacidade de recuperação da economia, ética e compliance, o financiamento do setor imobiliário, as novas oportunidades de negócios geradas pelas concessões e parcerias público-privadas, tecnologia e inovação, a disseminação do Building Information Modelling (BIM), sustentabilidade, as relações trabalhistas no setor. Uma programação qualificada e disputada, com plenárias lotadas e uma audiência participativa, onde também lançamos um conjunto de publicações técnicas de grande relevância para a construção civil. Colocamos à disposição do setor conhecimento e reflexões, assim como a indicação de boas práticas para manter nosso setor na vanguarda. Realizado com maestria pelo Sinduscon-DF, com o apoio decisivo de muitos parceiros, o 89º ENIC coroou o esforço empreendido pelo setor e pela CBIC no último período, levantando temas de grande interesse não apenas para a construção civil, mas também para o nosso pais. Defender e apoiar os mais elevados interesses do Brasil é marca da atuação da CBIC, parte do seu DNA, ancorando uma trajetória que alcança 60 anos em 2017. Essa é a nossa missão.

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inovação

Q ©Divulgação GBC Brasil

UESTIONÁRIO PROUST

Q. Qual é o seu maior medo? Honestamente, tenho medo de seringa.

Q. Qual figura histórica você mais se identifica? Personalidades históricas me inspiram bastante. Hoje, menciono Joana D’Arc por sua impressionante determinação, coragem e fé.

Q. Que pessoa viva você mais admira? Sr. Zé Luiz. Um herói desconhecido que vive em uma comunidade ribeirinha na Floresta Amazônia. Ele possui uma sabedoria ancestral única e muita consciência sobre o que realmente é importante durante nossa jornada de vida. Estes sábios desconhecidos podem ser encontrados em todo lugar e bastam duas horas de conversa para colaborar com a transformação do estilo de nossas vidas para melhor. Nós precisamos apenas nos permitir a reconhecer estes “anjos” no meio da multidão.

Felipe Faria CEO Green Building Council Brasil Presidente Comitê de Networking das Américas do World GBC

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Q. Qual é a sua maior extravagância? Uma extravagância que me recordo foi a compra de um ingresso, via cambista, para assistir um jogo de quartas de finais da Copa do Mundo no Brasil.

Q. Qual é a sua viagem favorita? Eu adoro viajar pelo Brasil e também coleciono grandes memórias viajando na companhia dos colegas do movimento de construção sustentável. Não é fácil escolher um lugar favorito. Entretanto, uma experiência marcante que recomendo a todos é visitar a Floresta Amazônia.

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Q

UESTIONÁRIO PROUST

Q. O que você considera a virtude mais superestimada?

Q. Qual é a sua posse mais preciosa?

Prudência. Às vezes devemos assumir riscos. Ou a auto-estima em pessoas instabilizadas pelo ego, isto causa arrogância.

Minhas experiências é o meu tesouro. Por esta razão, eu me forço a curtir os amigos, locais, meus hobbies e família. Estar cercado de boas pessoas nos traz experiências melhores, isto aumenta meu tesouro.

Q. Quais palavras ou frases você mais gosta de usar? "Seja a mudança que você deseja ver no mundo", de Mahatma Gandhi. Eu amo esta frase, ela me lembra muito o início do GBC Brasil.

Q. Qual é o seu maior arrependimento? Me arrependo haver interrompido a prática de artes marciais, surfe com os amigos, futebol e tocar piano. Agora sofro em retornar a boa forma nestas práticas, especialmente quando jogo futebol com aqueles 15 anos mais jovens que eu. Não importa o quanto está ocupado, sempre conseguimos encontrar tempo para nossa família, amigos e lazer.

Q. Que talento você mais gostaria de ter? Saber cantar.

Q. O que você considera sua maior conquista? Baseado em uma liderança interdependente e contando com a colaboração de centenas de empresas e profissionais, minha maior conquista ao longo de 10 anos dedicados integralmente ao GBC Brasil, foi ter participado da consolidação do setor de green building como a melhor opção de negócio na indústria brasileira da construção civil, independente do setor e segmento de mercado.

Q. Se você morresse e voltasse como uma pessoa ou coisa, o

que você acha que seria?

Um grande pássaro migratório, como por exemplo a águia. Gosto muito de visitar locais diversos e conhecer pessoas diferentes. Pássaros possuem um forte senso de fidelidade e me identifico com isto. Pássaros também são livres e vivem de forma independente, sem serem egocêntricos. Na minha opinião, alcança o poder aquele que é ausente de ego.

Q. Se você pudesse escolher voltar como uma coisa, que coisa seria?

Q. O que você considera como a menor profundidade da miséria? Ego.

Q. Qual é a sua ocupação favorita? Ser pai. Mas ainda estou buscando esta posição.

Q. Qual é a sua característica mais marcante? Otimismo.

Q. Quais são os seus heróis na vida real? Qualquer pessoa que possa me ensinar como ser a mudança que desejo ver no mundo.

Q. De quem você não gosta muito? Veículos de mídias populares que asseguram boa parte da programação para cobrir notícias negativas ao invés de promover aqueles que estão fazendo a diferença de forma positiva e em benefício a coletividade.

Q. Qual é o seu lema? Um único raio de luz é suficiente para afastar inúmeras sombras. Manter nossas mentes fortes, ser persistente e nutrir pensamentos e objetivos positivos... Uma pessoa é suficiente para mudar o mundo, imagine um grupo de profissionais e empresas que trabalham de forma colaborativa com foco em construções e comunidades verdes.

Q. O que você vai colocar na sua lápide? Ocupado! Planejando seu retorno a Terra.

O gato da minha irmã. Ele vive melhor.

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projeto em destaque

São Paulo Corporate Towers: integração como chave para o desenvolvimento

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Fotos: © 2016 Ana Mello

projeto em destaque

Empreendimento que ressalta “o espírito brasileiro alegre e contemporâneo, integrando uma escultura ao ambiente da cidade” é exemplo nacional em sustentabilidade e paisagismo. Por Paulo Dias

À

primeira vista o que chama atenção nas duas torres que compõem o São Paulo Corporate Towers é a arquitetura arrojada. Os dois edifícios, localizados na marginal do Rio Pinheiros, em São Paulo, “dançam suavemente em meio a uma grande área de espécies nativas da Mata Atlântica”, conforme descreve Rafael Pelli, sócio da Pelli Clarke Pelli Architects (escritório corresponsável pelo projeto). Além disso, o empreendimento também é exemplo de integração entre o espaço privado e público, entre construção e natureza, o que o coloca entre os mais bem sucedidos projetos do tipo no país. Construído no coração da Vila Olímpia, bairro da zona sul da capital Paulista, o São Paulo Corporate Towers chama a atenção por sua preocupação com sustentabilidade. Com projeto realizado numa parceria entre o escritório americano Pelli Clarke Pelli Architects e o brasileiro aflalo/ gasperini arquitetos, o São Paulo Corporate Towers recebeu a certificação LEED, categoria Core & Shell, em seu mais alto nível: Platinum 3.0.

Arquitetura Arrojada

A área total do terreno do empreendimento é de 38.000 m², dos quais 9.600 m² são de área permeável, somando 18.000 m² de área ajardinada. Resumindo em três itens, Rafael Pelli diz que o São Paulo Corporate Towers possui composição dinâmica, formas esculturais e tecnologia inteligente. O empreendimento é o primeiro assinado pela Pelli Clarke Pelli

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no Brasil. “O design final que tentamos expressar no projeto foi inspirado na energia, no otimismo e na beleza natural com que tivemos contato no Brasil. Ele, sem dúvida, estabelecerá uma nova aspiração aos prédios comerciais em São Paulo”, relata o arquiteto. O empreendimento conta com duas torres (Norte e Sul) de 30 andares cada, além de ático, térreo e área de varejo. Possui 60 elevadores inteligentes e de alta performance, além de 2 pares de escadas rolantes. “Tudo o que desenvolvemos é uma resposta única às necessidades, às circunstâncias e às oportunidades artísticas de cada projeto. O fato de os dois prédios serem vistos de todas as direções da cidade nos levou a desenhar formas esculturais que, ao mesmo tempo, fossem eficientes e práticas. O vidro leve da fachada exterior é visto como fitas que envolvem em espiral os prédios. O prédio incorpora as mais recentes tecnologias tanto em sua engenharia e sistemas quanto em seu design”, explica Rafael Pelli. A Torre Norte conta com mezanino e heliponto com capacidade para 18t e Sky Lobby. É um prédio de Amenities (ou seja, que oferece comodidades), composto por centro de convenções, restaurantes e cafeteria. A Torre Sul possui características semelhantes a Norte. Compõe o empreendimento também um prédio técnico para a entrada de energia, geradores e chillers, com três subsolos, térreo e pavimento superior. Em termos de comodidade para os locatários, o SP Corporate Towers apresenta alguns diferenciais, como por exemplo, a opção de implan-

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projeto em destaque

Diferenciais sustentáveis

© 2016 Ana Mello

tar uma cozinha full service com exaustor próprio. Além disso, oferece a possibilidade de acesso interno entre os pavimentos de uma mesma empresa. Sem contar que o empreendimento possui certificação LEED CS (Core & Shell), que atesta justamente o alto nível de eficiência e sustentabilidade de envoltória e estrutura principal de edifícios cujos interiores serão locados.

O empreendimento conta com uma usina de geração de energia composta por quatro geradores de 2MW (cada), sendo um a diesel e três a gás. Isso torna o projeto autossuficiente, o que o coloca na frente até mesmo de outros edifícios modernos. Em relação aos recursos hídricos e a hidráulica, o SP Corporate Towers possui uma série de diferenciais. Projetado para ter o menor consumo de água potável, o empreendimento consegue promover a economia de uma grande quantidade de água através da utilização de dispositivos de conservação e por meio de coleta e reutilização de águas cinzas, águas pluviais e água de condensação do sistema de ar-condicionado. Com essa combinação estratégica, o esgoto sanitário e o esgoto pluvial serão reduzidos substancialmente, além de diminuir a necessidade de compra de água potável. O SP Corporate Towers possui ainda tecnologia para tratar águas cinzas e gerar água de reuso. Tal água é utilizada para irrigação, ar-condicionado e limpeza das áreas comuns. Além disso, o empreendimento conta com reservatórios de água potável com capacidade de 200 m³ por torre, o que representa aproximadamente dois dias de reserva. Por fim, pensando numa maior flexibilização para os usuários das lajes, o empreendimento conta com dois tipos de sistema de esgoto: convencional e a vácuo. Isso acaba impactando na economia de água, visto que os sistemas a vácuo são muito mais econômicos. Como não poderia deixar de ser, a alta eficiência no uso e gestão dos recursos do empreendimento é amparada por um moderno sistema de automação. O SP Corporate Towers conta com o sistema BMS completo (Building Management System): automação inteligente de gerenciamento predial e controle de acesso interligado à chamada de elevadores e

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projeto em destaque

Projeto: São Paulo Corporate Towers

Localização: São Paulo - SP Cliente/proprietário: Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário (CCDI)

Área do terreno: 38.858,00 m²

Área construída: 257.799,74 m²

Certificação: © 2016 Ana Mello

10/04/2017

Sistema e Nível da Certificação: Core & Shell (CS) Platinum 3.0

Arquitetura: Pelli Clarke Pelli Architects e aflalo/gassistema de tarifação individual de energia elétrica e água. Além de tudo, o empreendimento incentiva o usuário a adotar meios mais conscientes para chegar ao local. Por isso oferece 225 vagas para veículos de baixa emissão de poluentes e baixo consumo de energia e 63 vagas para bicicletas. Localizado próximo a grandes avenidas como a Nações Unidas e a Presidente Juscelino Kubitschek, o São Paulo Corporate Towers proporciona fácil acesso as diversas linhas de ônibus e duas estações de trem.

perini arquitetos

Paisagismo integrado

Consultor de Fachada:

Sem dúvidas, um dos maiores chamativos do empreendimento é o paisagismo. Distribuído por 18.000 m², a bela área verde é composta por mais de 170 espécies nativas da Mata Atlântica preservadas. Ao todo, são mais de 700 árvores integradas num ecossistema vivo e autônomo. O projeto paisagístico foi desenvolvido pela Balmori Associates, empresa internacional de design urbano e paisagismo fundada pela renomada designer urbana Diana Balmori. A intenção do escritório foi justamente integrar a grande área verde ao empreendimento e especialmente à cidade, no chamado Design Regenerativo, que visa mostrar que paisagismo é muito mais do que enfeite, é um elo harmônico que promove renovação e bem-estar à cidade e a todos que utilizarão o espaço. “No projeto reintroduzimos a Mata Atlântica, resgatando a diversidade de plantas e celebrando um dos habitats naturais mais especiais do mundo. Assim, o design combina as mais avançadas engenharias e tecnologias para prédios com a rica herança histórica da cidade de São Paulo”, conclui Rafael Pelli.

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Construtora: Camargo Corrêa

Consultoria de sustentabilidade: Atelier Tem e CTE

Projeto de Fachada: IBA – Building Envelope Consultants Crescêncio Petrucci

Projeto de Paisagismo: Balmori

Estrutura de Concreto: França & Associados Engenharia Ltda.

Estrutura Metálica: K&F Engenheiros Associados

Projeto de Instalações: MHA Engenharia

Projeto de Ar-Condicionado: Teknika Projetos e Consultoria Ltda.

Projeto de Luminotécnica: Studio IX

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CONSTRUINDO

HISTÓRIA

© Divulgação CBRE/ Gabriel Barrera

Vice-Presidente da CBRE no Brasil

E lá se foram 10 anos desde a fundação do GBC Brasil. A trajetória de crescimento dos empreendimentos com certificação LEED é comprovada não apenas pelo volume de construções certificadas, mas também pelo grau de certificação atingido. Vale lembrar que o primeiro edifício certificado do País foi uma agência bancária e um dos mais recentes é também o maior e mais moderno complexo de escritórios da América Latina, o São Paulo Corporate Towers, que atingiu pontuação suficiente para posicioná-lo entre os cinco empreendimentos mais sustentáveis do mundo. A CBRE, líder mundial em consultoria de Real Estate e um dos membros fundadores da GBC Brasil, acompanha de perto o progresso do trabalho realizado pela competente equipe do GBC no País e se orgulha de fazer parte dessa história. Os edifícios sustentáveis são uma forma de contribuirmos com o meio ambiente e com a sustentabilidade do planeta. Na mesma medida, podemos dizer que tais empreendimentos elevaram a indústria da construção civil a outro patamar e lançaram um novo olhar sobre a maneira como esses edifícios são comercializados.

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No início, muitos desenvolvedores, com exceção daqueles internacionais já acostumados a certificarem empreendimentos em mercados mais maduros, se questionavam a respeito do investimento a ser feito em comparação com o retorno esperado, afinal, uma década atrás, o valor de desenvolvimento dos "Green Buildings" era consideravelmente superior em relação ao dos edifícios não certificados. As dúvidas existiam também do lado dos ocupantes. Muitos se questionavam se os aluguéis dos "Green Buildings" seriam mais elevados e quais seriam os benefícios no curto e médio prazos. Para muitas empresas, tais edifícios eram vistos como algo premium, mas não algo necessário e que pudesse fazer grande diferença. Os obstáculos transpostos para chegar aonde estamos hoje envolveram várias frentes. A indústria da construção, pouco desenvolvida para atender aos pré-requisitos exigidos para se obter uma certificação, foi se adaptando aos poucos, sendo que os materiais para obra e a logística necessária foram revistos. Os gerenciadores agregaram às equipes de projetistas os consultores para certificação LEED. Os

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CONSTRUINDO

HISTÓRIA

A evolução dos Green Buildings

arquitetos e projetistas em geral passaram a especificar novos materiais e a projetar de forma mais consciente. Enquanto isso, os consultores imobiliários aprendiam como repassar ao usuário final, ou seja, os ocupantes, o propósito e as vantagens de um "Green Building". A começar pela economia no custo de operação, uma vez que edifícios certificados possuem custos operacionais inferiores aos não certificados por conta da grande preocupação com o consumo consciente de produtos e insumos, o que contribui para a redução do custo condominial. A indústria da propaganda teve papel não menos importante. Rapidamente, muitas empresas perceberam que estar em um empreendimento certificado garante imenso valor agregado justamente por associar a marca a ações sustentáveis e por transmitir aos colaboradores e clientes uma mensagem inequívoca que a empresa compartilha dos mesmos princípios de sustentabilidade. As administradoras de condomínios também tiveram que se moldar a esse novo mercado.

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Atualmente, mais de 50% dos empreendimentos com classificação Triple A administrados pela CBRE são certificados. Aos poucos, esses números vão crescendo e se tornando cada vez mais significantes. Nossas pesquisas apontam ainda maior velocidade de absorção desses empreendimentos e, consequentemente, menor taxa de vacância em comparação aos edifícios não certificados de mesma categoria. Do mesmo modo, os locatários compreenderam as vantagens de certificar seus próprios espaços internos. Após o crescimento e consolidação dos edifícios certificados "Core&Shell", observamos hoje o grande aumento pela procura da certificação "CI Commercial Interiors", demandada justamente pelos ocupantes e voltada para escritórios de alto desempenho e que representa uma forte tendência para os próximos anos. Há dez anos, pregávamos a necessidade de os empreendimentos serem certificados pois, assim como ocorreu em outros países, acreditávamos que o mercado iria caminhar nessa direção e que os empreendimentos não certificados já nasceriam com poucas

chances de competir e gerar os retornos esperados quando prontos, simplesmente porque correriam o risco de ser julgados como obsoletos ou descartados justamente por aqueles ocupantes que, uma década atrás, ainda tinham dúvidas e hoje buscam e priorizam os "Green Buildings" na escolha de suas novas sedes. Pensar em empreendimentos sustentáveis é se preocupar com o futuro. É escolher se engajar e oferecer uma pequena contribuição para o planeta. Ações como ocupar escritórios em empreendimentos "verdes" podem impactar a vida de muitas pessoas, principalmente a dos colaboradores. É uma cultura que deve cada vez mais se alastrar e proporcionar frutos a todos os envolvidos.

Adriano Sartori é vice-presidente da CBRE Brasil e diretor das áreas de Locação, Brokerage Services e Marketing. O executivo está na CBRE desde 1994. Formado em Arquitetura e Urbanismo pela USP e com curso de extensão em Urbanismo pela Concordia University do Canadá, Sartori é membro fundador do Green Building Counsil Brasil (GBCB) e do FRICS (Royal Institution of Chartered Surveyors).

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DOSSIÊ ESPECIAL

USO RACIONAL DA ÁGUA EM EDIFICAÇÕES Por Paulo Dias e Taís Cruz

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O recurso mais precioso de nosso planeta é também um dos mais frágeis. Usar de forma consciente é fundamental, e o setor da construção tem papel importante nisso.

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esde a pré-escola somos ensinados sobre a importância de se utilizar a água com responsabilidade. O que muitas pessoas não entendem é que nosso recurso natural mais valioso – e vital para a vida – é mais raro do que parece. Apesar de o planeta Terra ter 75% de sua superfície coberta por água, apenas 3% desse volume é água doce. E não para por aí: desses 3%, uma pequena quantidade é acessível ao ser humano (em rios, lagos e lençóis freáticos), já que a maior parte desse volume está congelado nas calotas polares ou em lugares inacessíveis do planeta. A partir desses números é possível entender porque tanta preocupação com uso racional da água. O Brasil pode ser considerado um grande manancial mundial. Detém cerca de 12% da água doce e acessível do planeta. Isso é mais do que o volume de todo o continente Europeu, que tem cerca de 10%. Apesar disso, crises hídricas e falta de água em determinados locais do país têm sido pautas cada vez mais frequentes. O que leva o país a passar por isso? Em entrevista ao UOL, o geólogo Claudionor Araújo, do Conselho Estratégico do Instituto Hidroambiental Águas do Brasil, diz que "nenhum dos segmentos cuida bem [dos recursos hídricos]. Esse sistema é como um casamento, em que marido e mulher têm de cuidar bem da casa. Os governos, em regra, só correm atrás de tomar remédio quando a dor chega. Mas água temos. Sabendo usar, não vai faltar”, conclui.

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Uso consciente em construções Sem dúvidas, o setor de construção é um dos que mais utiliza água em suas atividades. O uso desse recurso é indispensável, mas há maneiras de utilizar a água na construção (e manutenção) de edifícios de maneira mais consciente. Virgínia Sodré, diretora técnica da Infinitytech Engenharia e Meio Ambiente, acredita que “o uso racional da água deve entrar já no planejamento da obra”. Para ela, seria muito importante que o responsável já planejasse a obra prevendo o possível consumo de água e as possíveis ações para redução deste consumo. “Trabalhamos há dois anos atrás com uma grande incorporadora em que criamos uma metodologia de trabalho de gestão de pegada hídrica para as obras. Então juntamente com o planejamento da obra já saíamos com a previsão de consumo de água, e com ações mitigadoras para redução do consumo”, exemplifica. Segundo Virgínia, 71% da população brasileira vive na região nordeste e sudeste, no entanto essas regiões possuem apenas 9% do recurso de água doce do país. Tais dados mostram a urgente necessidade de planejamento dos setores privado e público de modo a atender toda a população sem prejuízo ao desenvolvimento e, o mais importante, ao meio ambiente. O trabalho em conjunto é fundamental para criar projetos que pensem no racional da água. As ações devem ser pensadas em um conjunto que envolve arquitetura, hidráulica e

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USO RACIONAL DA ©Divulgação GBC Brasil

Virgínia Sodré

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estruturas da edificação. “Devem ser previstos espaços físicos para a adoção de medidas e práticas de conservação de água, de forma que sejam previstas as infraestruturas necessárias para implantação e manutenção desses sistemas. É importante destacar a necessidade de realizar uma boa caracterização hídrica da edificação, para que seja realizado um bom balanço hídrico da edificação em conjunto com um estudo de viabilidade técnico e econômico detalhado para a escolha e definição das possíveis ações a serem adotadas. Tem que haver uma relação entre demanda e oferta de água importante, que viabilize o retorno sobre o CAPEX (custo de investimento) e o OPEX (custo de operação), que garanta o retorno sobre o investimento”, comenta Virgínia Sodré. Nem só os novos edifícios podem se tornar inteligentes no uso da água. Construções já existentes também podem e devem, se adaptar com o auxílio de tecnologias que otimizam o uso hídrico na edificação. Isso começa com um trabalho de levantamento físico das instalações (caracterização hídrica da edificação), avaliando o balanço hídrico (detectando se não há consumo excessivo de água na edificação) e as possíveis intervenções a serem realizadas. “Assim como em edifícios novos a gestão da demanda é um dos primeiros pontos que devem ser levados em consideração na adoção de ações numa edificação. Um dos pontos de partida para adoção de ações em edificações existentes é a avaliação dos indicadores de consumo e a comparação com edifícios semelhantes para identificarmos se não há algum desperdício de água ocasionado por exemplo com vazamentos não visíveis”, explica Virgínia. Adaptar edifícios existentes de modo a deixá-los mais sustentáveis têm sido uma crescente no mercado brasileiro. O GBC Brasil possui uma certificação dada a edifícios já existentes que, dentre outros pontos, analisa como o prédio está usando eficientemente os recur-

sos hídricos. É o LEED EB O+M. Para mais informações sobre esse sistema do LEED procure a edição nº12 da Revista GBC Brasil.

Soluções alternativas Algumas soluções relativamente simples, mas que geram rápido retorno, vem sendo adotadas por cada vez mais edificações. Reuso de água, por exemplo, se mostra uma alternativa interessante para alguns tipos de situações. “O reuso se mostra viável principalmente em projetos que temos uma grande demanda de água não potável na edificação. Vejo muitos empreendimentos comerciais por exemplo adotando o reuso de águas cinzas (águas de torneiras e chuveiros), e a oferta de água nesse tipo de empreendimento costuma ser muito baixa. Dessa forma na maioria das vezes não há viabilidade mais por outras razões (as vezes o processo de certificação ambiental da edificação), leva ao incorporador a adotar este tipo de ação”, comenta Virgínia Sodré. Outra alternativa, essa bem mais utilizada, é o reaproveitamento de água da chuva para atividades como limpeza e irrigação dos edifícios. Virgínia acredita que “o aproveitamento de água de chuva é uma solução com baixo investimento no que concerne custo de implantação versus custo de operação, e cada vez mais tem sido uma solução interessante que deve ser também estudada e projetada por um profissional qualificado”. É importante frisar que soluções como reuso de água e reaproveitamento de água da chuva devem ser viabilizadas por profissionais capacitados, que analisarão se essas alternativas são interessantes (tanto do ponto de vista comercial, quanto ambiental) e darão o suporte técnico necessário para implantação das tecnologias. “É muito importante entendermos que a água seja potável ou não potável tem relação intrínseca com a saúde e bem-estar da população. Dessa forma devemos evitar soluções caseiras e procurar-

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A ÁGUA mos sempre seguir as normas e critérios de projeto para assegurarmos acima de tudo a saúde do usuário final deste sistema”, conclui Virgínia. “Sustentabilidade e saúde devem trabalhar juntas, porque não adianta projetarmos um edifício dito sustentável, mas que não levou realmente a sério a questão da água e como ela pode afetar as pessoas que o utilizarão” pontua Marcos Bensoussan, especialista em segurança da água e planos de gerenciamento da água.

Legionella: um perigo silencioso mas real Legionella é um gênero de bactérias que vivem na água, mas a sua proliferação se dá principalmente dentro do sistema predial, onde o ambiente é favorável para isso. Outro agravante da sua presença na edificação é que a contaminação dos usuários que acontece pela aspiração das bactérias, que podem ser lançadas no ar pelo sistema de refrigeração, por exemplo. “A Legionella vive na água, em todo tipo de água. Ela pode estar presente em quantidades detectáveis ou não detectáveis. A contaminação humana se dá pela aspiração de água em que a Legionella esteja presente. Essa aspiração pode resultar em dois tipos de doenças. A primeira é uma Febre Pontiac, que é uma febre alta, um tipo de resfriado pesado. A segunda, mais grave, é a pneumonia, que leva muitas pessoas a morte. A grande dificuldade é que a Legionella vive na água, portanto não há como se evitar que ela exista. Ela só morre em águas com temperatura acima dos 65°C”, diz Marcos Bensoussan, Strategic Business Manager, Building Water Health da NSF International, também escreveu um livro sobre segurança da água e outro sobre as bactérias Legionella. Em casos mais extremos a contaminação por essa bactéria pode até levar à morte. Embora

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seja pouco conhecida, estima-se que a Legionella mata cerca de 8 mil pessoas por ano só no Brasil, segundo o especialista Marcos Bensoussan. “O que é preocupante não é a quantidade de casos que acontecem, mas a nossa falta de conhecimento sobre o que está acontecendo. Muitas vezes a Legionella é diagnosticada como virose, mas não sabemos se essa suposta virose foi causada pela bactéria ou outras coisas, a gente não tem conhecimento e nem ferramentas para averiguar, ou seja, falta abordagem técnica”, afirma Marco Yamada, diretor da Axion Engenharia. Há diversas maneiras de fazer a prevenção da contaminação pela bactéria, em geral cada caso deve ser analisado individualmente. Existe um método chamado APPCC – Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle, uma metodologia que analisa quais são os pontos críticos dentro do sistema, os riscos que ele oferece ao usuário e a maneira de abordar cada um desses pontos críticos. Com o intuito de garantir a qualidade da água foi desenvolvido o Plano de Segurança da Água. “O Plano de Segurança da Água, é uma proposta elaborada para mitigar e minimizar os riscos que a água pode provocar na questão da saúde das pessoas. Isso vale tanto para a água que você bebe, quanto aquela que você aspira e aquela que tem contato com sua pele. Nesse plano faz-se uma avaliação de risco do edifício. Os riscos podem ser físicos, químicos e microbiológicos. Quando falamos de físicos, estamos falando de temperatura da água. Riscos químicos envolvem, por exemplo, radioatividade e contaminação por produtos químicos na água. Já os riscos microbiológicos envolvem toda a parte de bactérias e outros micro-organismos que podem provocar doenças”, completa Bensoussan. A portaria 29 14 do Ministério da Saúde exige que todo edifício deve fazer o plano de segurança da água. Mas, segundo Marcos Bensoussan, “infelizmente parte considerável das pessoas não o fazem. E não fazem porque

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não cumprem a lei. Acredito que mais do que fiscalização e punição, deve haver um trabalho de conscientização das pessoas quanto a importância do assunto, e a mídia tem um papel importante nisso”. Além disso, a ABNT criou uma comissão de estudos e prevenção da Legionella em edificações, onde a sua proliferação é mais propícia, conta Yamada, que também atua como secretário da comissão. “A Comissão de Estudo de Prevenção de Patogenias na Distribuição de Água em Edificações está trabalhando para direcionar o mercado e aqueles que têm intenção de adotar as prevenções. As normas (em fase de estudos desenvolvidos pela Comissão) é baseada na Norma de Prevenção a Legionella dos Estados Unidos, mas o nosso ponto central é um pouco diferente da deles, que é focada principalmente em ar condicionado, nós mesclamos as necessidades nacionais de maneira a ver o edifício como um todo com as necessidades já desenvolvidas internacionalmente”. “É importante que o mercado se conscientize, a Legionella é uma realidade. Por mais que a situação não seja crítica, precisamos de conhecimento sobre o assunto. O fato é que não conseguimos identificar o problema, não sabemos exatamente o que a Legionella é, e quais são os riscos. Isso é o ponto crítico, principalmente porque nos últimos anos algumas concepções prediais mudaram, algumas delas podem acabar criando condições onde a contaminação pode acontecer com mais facilidade, é caso do sistema de aquecimento solar. Então, a gente tem que ter mais conhecimento para não correr o risco de solucionar um problema e acabar criando outro”, finaliza Marco Yamada.

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USO RACIONAL DA ÁGUA

EnviroMix: tecnologia em reuso da água a favor da sustentabilidade Por Paulo Dias

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magine usar a quantidade de água capaz de encher uma caixa d’água de 1000 litros para lavar a sujeira equivalente a de um balde de 3 litros? Parece insano, não é mesmo? Mas, guardadas as devidas proporções, é isso o que cada um de nós faz diariamente ao apertar a válvula da descarga. Quem explica isso é Mario Sérgio Sartori, diretor geral da ThermoMix Sistemas Sustentáveis. Levando em consideração que o

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corpo humano é composto em média por 80% de água e que cada acionamento de uma descarga comum utiliza 8 litros (8000g) de água, Mário Sérgio expõe, em números, a quantidade exorbitante de água que se gasta sem perceber com descargas: “Se uma pessoa defeca cerca de 100g por dia, numa média de 20g de matéria sólida de fezes em cada evacuação, conclui-se que a quantidade de dejetos evacuados representa apenas 0,25% do volume água gasto para diluí-la”.

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Divisão de águas da ThermoMix revoluciona mercado por oferecer um sistema altamente eficiente e com tempo rápido de retorno do investimento

no reuso em vasos sanitários, mictórios, lavagens de áreas comuns e jardinagem. A estação de reciclagem de água criada pela empresa é resultado de uma tecnologia que oferece ao mercado um sistema inovador de reutilização da água. A ThermoMix trabalha para mostrar ao mercado que o reuso de água não só é viável, como também é acessível. “Nosso maior desafio é trazer soluções hídricas a empreendimentos que não possuem espaço físico nem mão de obra especializada. Através de alta tecnologia, a EnviroMix resolve estes problemas, trazendo soluções de tratamento eficientes, compactas e automatizadas”, explica Mário Sérgio. As estações de tratamento ocupam o espaço equivalente a uma vaga de garagem, portanto cabem em praticamente todo empreendimento. Não utilizam produtos químicos em seu funcionamento e são automatizadas. “O processo de reciclagem da água consiste em uma série de etapas, como a filtração simples, a nanofiltração por membranas e, principalmente, a oxidação avançada, que é uma tecnologia desenvolvida pela Thermomix capaz de eliminar toda a matéria orgânica”, explica Leandro Sartori, diretor executivo da empresa. Foi pensando em questões como essa que Mário Sérgio e sua equipe trabalharam para desenvolver uma tecnologia que reduza, ou pelo menos otimize o uso da água por vasos sanitários e assim contribua também com a sustentabilidade. Inicialmente criada como uma empresa com foco em eficiência energética, a ThermoMix criou dentro de sua estrutura a EnviroMix, divisão de águas da organização, atuando no segmento de tratamento de águas residuais e de edifícios comercias com o foco

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A tecnologia desenvolvida pela EnviroMix não é comercializada. O modelo de negócio da empresa consiste em vender a água tratada a um preço menor do que o comercializado pelas companhias de abastecimento. É a empresa que desenvolve o projeto e instala a estação de tratamento. Ao proprietário do edifício fica a responsabilidade de realizar a infraestrutura interna do edifício para entregar a água no seu ponto de consumo final.

O sistema de reuso de água permite reduzir a quase zero o uso de água potável nas descargas. Considerando que tal uso representa até 80% do consumo de água do edifício, é possível gerar uma economia que varia entre 30% e 40% em redução de custos. O tempo de retorno do investimento também é bastante rápido, ficando entre 8 a 12 meses, dependendo da construção do edifício e da intensidade do uso. A rapidez do funcionamento do sistema é outro diferencial: em apenas 15 minutos a água é tratada na estação e está disponível para voltar aos vasos sanitários. Por todos esses fatores, a tecnologia sustentável desenvolvida pela EnviroMix ajuda a obter pontuação em certificações ambientais, como a certificação LEED. Aliada a outras práticas no edifício, pode trazer ao empreendimento pontuação máxima nesse quesito da certificação. “A ThemoMix acredita que é possível ser sustentável ao minimizar os impactos ao meio ambiente, proporcionando melhor qualidade de vida à sociedade e trazer ganhos econômicos ao empresário. Os projetos elaborados pela empresa são feitos sob medida para cada aplicação e com sistemas confiáveis que permitam a rápida tomada de decisão, mesmo por aqueles que não tenham conhecimento específico”, explica Leandro Sartori. A empresa está de portas abertas para explicar melhor seus sistemas e auxiliar proprietários nos projetos e instalação. Também estará presente na Expo GBC Brasil 2017, entre os dias 8 e 10 de agosto, onde terá um stand e apresentará palestras e consultoria ao público, explicando suas tecnologias.

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USO RACIONAL DA ÁGUA

PROÁGUA promove a valorização e uso consciente de água

©Rafael Renzo

Com o objetivo de estimular o uso eficiente dos recursos hídricos, a Deca elaborou uma metodologia própria que vai desde a análise da edificação a sensibilização do usuário

Osvaldo Barbosa

O

Por Taís Cruz

Programa PROÁGUA, desenvolvido pela Deca, é um conjunto de ações exclusivas e inovadoras com o objetivo de preservar os recursos naturais através do reuso e aproveitamento de águas pluviais, detecção de vazamentos, medição do consumo de água e o desenvolvimento de novas soluções para redução do consumo em edifícios, através de estudos específicos para cada tipo de caso. Além de estimular a mudança de hábitos dos usuários para que todas as ações contra o desperdício sejam de fato colocadas em prática. Entendendo a necessidade de preservação e melhor gerenciamento da água, a Deca está em constante busca por mudanças de atitude que possam contribuir ao uso consciente da água. Esta preocupação também está muito presente no seu catálogo de produtos, são mais de 389 produtos economizadores, sem abrir mão do design e conforto propiciado aos clientes. Apesar de todos os esforços da empresa para fomentar o uso eficiente da água, essas ações esbarram, muitas vezes, na falta de interesse do mercado como um todo em atuar neste campo, como enfatiza Osvaldo Barbosa, da Engenharia de Aplicação Deca. “Ainda hoje há a barreira neste mercado do entendimento de se realizar ações preventivas e constantes para fazer de fato a gestão da água. O que acaba acontecendo muitas vezes é que em

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épocas de crise hídrica, como a que tivemos há pouco, o interesse por medidas de economia de água aumenta muito, mas no momento em que a situação volta a se normalizar a tendência é que a demanda por esse tipo de serviço caia. Então, é difícil que o mercado enxergue a necessidade de manter essas ações”. A metodologia PROÁGUA, lançada no ano de 2013 depois de estudos internos realizados pela Deca, tem como ponto de partida a avaliação das condições do edifício, de acordo com as suas especificações e tipologia. Analisando o sistema hidráulico, sistemas de pressão e vazão, onde e como a água é usada e tipo de produtos instalados (louças e metais), para que por meio dessas informações seja elaborado o estudo de viabilidade das ações que podem ser desenvolvidas de acordo com as condições da edificação. A partir daí a tecnologia entra em ação para ajudar no entendimento do consumo de água, como a setorização e instalação de medidores, em conjunto com a sugestão de louças e metais que oferecem maior economia. A detecção e concerto de vazamentos é outro ponto muito importante para combater o desperdício. Outra ação realizada dentro das medidas do PROÁGUA é o plano de manutenção dos produtos para que sua eficiência seja retomada ou não seja perdida com o tempo de uso. Portanto, o programa atua principalmente em três bases: atuação consistente de mão-de-obra e serviços; aplicação de tecnologias

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mo para 1.032 metros cúbicos, o que representa mais de 40% de economia de água.

A conscientização dos usuários é essencial para que as medidas de uso racional da água sejam aplicadas da forma correta no dia-a-dia do edifício. “As ações que buscam a mudança de hábito dos usuários são de extrema importância. Não adianta a gente fazer toda a manutenção do edifício, tirar os vazamentos, colocar os produtos mais eficientes se os usuários não estiverem engajados, ou, pelo menos, sensibilizados com o tema. A final, o produto obedece aos comandos do usuário, se ele quiser usar mais água do que o necessário ele vai fazer isso de qualquer forma”, explica Osvaldo.

Com um número tão significativo de visitantes, o edifício MASP era um edifício que consumiu nos últimos anos grande quantidade de água, chegando a de mais de 2.000 metros cúbicos em um mês. Como solução para elevado consumo a Deca iniciou uma parceria com o MASP levando para o museu o conceito do PROÁGUA. Dentre as principais ações realizadas devem ser ressaltadas três: treinamento da equipe de manutenção, medição setorizada e instalação de produtos economizadores.

Um case de muito sucesso de aplicação da metodologia PROÁGUA é o Museus de Arte de São Paulo – MASP, o edifício consumia em média mais de 2.000 metros cúbicos de água por mês. Pouco tempo depois da implementação das ações o Museu diminuiu seu consu-

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temos uma dificuldade muito grande de implementar programas, como o PROÁGUA, e levar essas soluções para municípios, por exemplo, para que a eficiência do uso da água atinja um nível mais amplo”, comenta Osvaldo.

©Divulgação MASP

eficazes e o desenvolvimento de campanhas de sensibilização dos usuários.

O case do Museu de Arte Moderna de São Paulo é de fato um exemplo de sucesso, mas, apesar do empenho do poder público, ainda há muito a ser feito para que essas medidas saiam da esfera privada e tenham um alcance maior. “Nós temos tomado essas ações basicamente no setor privado. O poder público tem se alinhado e tentado fazer a sua parte, mas ainda

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No caso de edifícios residenciais, os principais vilões são os chuveiros e bacias sanitárias, para solucionar este problema há a linha de produtos economizadores da Deca. Os produtos Deca Hydra Duo são capazes de economizar 60% do volume usado nas bacias por meio do sistema com duas opções acionamento da descarga, por exemplo. Já o chuveiro Deca Balance, com a tecnologia que mistura ar e água, ele é capaz de economizar até 70% de água. O misturador Aspem é acompanhado por um restritor que permite vazão máxima de 16 litros/minuto, propiciando economia e conforto. Por conta do alinhamento da Metodologia PROÁGUA aos conceitos de conservação e uso eficiente da água, este programa auxilia de forma direta o preenchimento dos requisitos exigidos em certificações ambientais, como o LEED, nas mais diversas tipologias de edifícios e também mas com as metodologias; LEED Healthcare, LEED Schools, LEED Retail e LEED Commercial Interiors.

Chuveiro Deca Balance

Em geral, a linha de materiais Deca valoriza a qualidade de seus produtos, mas sem deixar de lado o meio ambiente. Por isso, desenvolveu a Tecnologia Eco para oferecer as melhores soluções em busca de economia com design inovador e agradável, tornando esta busca um compromisso da empresa

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ECONOMIA CONTROLE

Sustentabilidade significa controle SUSTENTABILIDADE

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As soluções JLQ em automação trazem para os empreendimentos residenciais, comerciais e corporativos, a mais moderna tecnologia de controle em luminosidade, administração do uso da água, uso de gás, segurança, além de promover eficiência energética, o que contribui para a pontuação LEED e requisitos sustentáveis do seu projeto. Usando a tecnologia Z-Wave (distribuição do sinal entre os equipamentos), a JLQ propicia o acesso a todos os aparelhos através de plataforma própria ou aplicativos para smartphone ou tablets, permitindo uma gestão remota e integrada de alta qualidade.

• Protocolo de comunicação sem fio com tecnologia Z-Wave • Redução de até 15% no consumo de energia elétrica • Administração do uso racional da água • Cenários de automação adaptados a cada ambiente • Controle e gestão através de aplicativos para Smartphone e Tablets revistagbcbrasil.com.br

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Evac: tecnologia avançada em soluções a vácuo Multinacional ganha mercado no Brasil aliando sustentabilidade e tecnologia através de sistemas de coleta a vácuo Por Paulo Dias

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de conhecimento de especialistas que boa parte dos gastos com água em edifícios venha dos banheiros. E mais que isso, dos vasos sanitários. A grande maioria dos vasos disponíveis no mercado consome algo entre 6 e 12 litros de água por descarga. O volume total consumido pode atingir proporções gigantescas se considerarmos o número de frequentadores do edifício e quantas vezes eles utilizam o banheiro diariamente. Sendo assim, parece sensato concentrar forças no desenvolvimento de tecnologias que minimizem e otimizem ao máximo o uso da água em vasos sanitários. Nesse sentido, algumas empresas vêm desenvolvendo tecnologias inovadoras. Uma das maiores é o grupo Evac. Multinacional de origem finlandesa, o grupo Evac foi fundada em 1975 e é líder mundial na gestão integrada de resíduos (coleta e transporte a vácuo, tratamento de resíduos úmidos e secos), mas também geração de agua potável (dessalinização), em lugares confinados (edifício, navio...), nos setores da construção civil, naval e offshore. Evac já realizou mais de 20 mil instalações na área marítima, 2 mil instalações offshore e 2,5 mil na construção civil em todo mundo. “O DNA

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da Evac é sustentabilidade. Isso é o que nos move. Nascemos da vontade de economizar água”, ressalta Jean-Pierre Bernard, gerente geral da Evac Brasil. No Brasil a empresa atua desde 1998. Já são mais de 100 instalações no setor da construção civil e mais de 40 no setor offshore que contam com a tecnologia Evac, alguns projetos assinados pelo consagrado arquiteto Oscar Niemeyer. “Niemeyer sempre foi um visionário também em relação à sustentabilidade. Os prédios projetados por ele são de traçados complexos. Isso dificulta a instalação de um sistema de esgoto tradicional por gravidade. Nesse sentido, o sistema a vácuo veio muito a calhar e proporcionou a realização de vários projetos do arquiteto”, explica Flávio Kimori, gerente de operações da Evac Brasil. Os projetos desenvolvidos pela Evac para o Grupo João Carlos Paes Mendonça (JCPM), empreendedora responsável pela construção de shoppings centers em várias capitais do Brasil, são exemplos de sucesso do sistema de esgoto a vácuo da Evac. Francisco Bacelar, diretor da Divisão Imobiliária do Grupo JCPM, explica a decisão de procurar as soluções da Evac para os empreendimentos do Grupo: “Procurávamos uma solução que unisse boa tecnologia e redução no consumo de água.

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Shopping Riomar - Fortaleza

Os shoppings de grande porte recebem, em média, 70 mil pessoas por dia. Isso nos fez procurar um sistema eficiente e muito resistente devido ao elevado uso na rotina de um empreendimento como os shoppings. Entendemos que a EVAC podia nos atender”, conta. Francisco Bacelar salienta ainda que a economia de água nos empreendimentos beira os 70% mensalmente, o que propicia uma economia de cerca de 25 milhões de litros/mês. O público que frequenta os shoppings, é claro, percebe a diferença. O fator visual com menor volume de água nas descargas favorece o sentimento dos usuários com relação ao compromisso dos shoppings com o meio ambiente e gestão da água”, finaliza Bacelar.

mostra-se vantajoso por fatores como custo-benefício e a preocupação com o meio ambiente e economia de água. O vaso sanitário a vácuo da Evac consome apenas 1,2 litro de água por descarga (utilizada exclusivamente na higienização do vaso). Isso representa uma impressionante economia que beira os 90%. Tal nível de economia garante ao edifício uma alta pontuação no quesito água de certificações ambientais, como as certificações LEED, BREEAM, AQUA, DGNB entre outras. Aliado a outras práticas, pode trazer ao empreendimento a pontuação máxima nesse quesito.

Além de todos os benefícios ambientais, o payback do sistema a vácuo também é vantajoso. Segundo projeções da empresa, ele varia de oito meses a quatro anos, a depender do projeto e da intensidade de uso do sistema. Por estar sob vácuo permanente, quase não ocorrem vazamentos e entupimentos no sistema. Sem contar que, sendo selado, elimina-se a chance de aparecimento de insetos e roedores dentro da tubulação. A instalação dos equipamentos é facilitada porque o vácuo permite uma elevação cumulativa de até 6 metros do efluente. Desse modo, obstruções como vigas ou dutos de ar condicionado, conseguem ser contornadas. “A elevação propiciada pelo vácuo oferece aos clientes uma flexibilidade enorme e acaba resolvendo problemas técnicos, como por exemplo evitar danificar edifícios tombados, cujas regras de reforma/demolição são mais rígidas”, comenta Jean-Pierre Bernard. Com um design moderno, moldado em porcelana, o vaso sanitário a vácuo não requer conexão elétrica. “O botão de acionamento pode ser manual ou automático, a depender das preferências de quem instalará o sistema. No painel traseiro do vaso são montadas as válvulas de descarga, ativadora e de água. Quando o botão de acionamento é pressionado, a válvula necessária para o funcionamento é ativada, coletando o efluente para dentro da tubulação e direcionando-o à unidade central”, explica Flávio Kimori. A Evac também oferece ao mercado válvulas de interface e ralos a vácuo, que são utiliza-

Inauguração do Showroom e lançamento do vaso sanitário Optima 5 no Brasil Apresentado à imprensa e ao mercado no último dia 8 de junho num showroom localizado no escritório da empresa, em São Paulo, o novo vaso sanitário a vácuo da Evac Optima 5 chama a atenção principalmente pelos detalhes (como conforto acústico por exemplo) e pelo design moderno (nos modelos de chão e de parede). O sistema a vácuo

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Vaso Sanitário Optima 5

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DOSSIÊ SOLUÇÕES

Fotos: Divulgação Evac

USO RACIONAL DA ÁGUA

Jean-Pierre Bernard, gerente geral e Flávio Kimori, gerente de operações da Evac Brasil

“NOSSA

RESPONSABILIDADE

POSSÍVEIS POIS

das na coleta do efluente de pias, mictórios e chuveiros. Assim como os vasos sanitários, são automáticos e de fácil operação. A Central com tanques pode ser considerada o pulmão do sistema a vácuo. É nela que é gerado e mantido o nível adequado de vácuo. Tal central é automática e não requer ação humana para seu funcionamento. Há ainda as centrais online, ou seja, que não possuem tanques de armazenamento de esgoto. Neste caso os efluentes transitam pelas bombas. Assim só devem ser usadas quando há grande falta de espaço e um público usuário responsável (navios, hotéis...). Em ambos os casos os efluentes seguem direto para a rede pública ou para uma central de tratamento, que também pode ser fornecida pela Evac.

NÃO SÃO TENDÊNCIAS

Futuro

COM O MEIO AMBIENTE

NOS ENGAJA A DESENVOLVER PRODUTOS E

TECNOLOGIAS DE

ÚLTIMA GERAÇÃO

PARA A SOCIEDADE, E ISTO PRECISA SER TRANSMITIDO AO

MÁXIMO DE PESSOAS NOSSAS SOLUÇÕES

E SIM REALIDADE. ”

Dominique Gosnet Presidente do setor building da Evac

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Mesmo estando em Paris, Dominique Gosnet, presidente do setor Building da Evac, marcou presença por vídeo conferencia durante a inauguração do showroom e lançamento do Vaso sanitário Optima 5. O presidente reservou alguns minutos para conversar com a Revista GBC Brasil e explicar a visão da Evac em relação ao mercado brasileiro. “Nossa responsabilidade com o meio ambiente nos engaja a desenvolver produtos e tecnologias

de última geração para a sociedade, e isto precisa ser transmitido ao máximo de pessoas possíveis pois nossas soluções não são tendências e sim realidade. O fator primordial para o sucesso dos nossos projetos está relacionado aos três pilares que sustentam nossas ações: oferecer sustentabilidade, garantir interessantes retornos financeiros e proporcionar flexibilidade para solucionar problemas técnicos. Nós acreditamos que contribuimos modestamente com a questão da sustentabilidade. Estamos muito felizes em fazer o que fazemos e em ajudar, com nossas soluções, nossos clientes a aumentar sua própria contribuição ao meio ambiente. Isso motiva todos os colaboradores da Evac”. Dominique explica ainda porque a Evac viu no Brasil uma ótima oportunidade de crescimento para a empresa: “O Brasil é um percursor da arquitetura moderna com obras internacionalmente reconhecidas pelo seu Estado da arte, inovação e tecnologia. Estes fatores enaltecem a nossa perspectiva sobre o mercado da construção sustentável no país, e estão alinhados com as nossas soluções ecológicas. Mesmo com todas as turbulências políticas e econômicas no país, nós acreditamos no mercado Brasileiro. Vamos continuar nosso trabalho. Estamos otimistas”, finaliza.

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Até 40% de economia de energia na Central de Água Gelada Cooling Tower Optimizer, o controlador eletrônico inteligente com set point flutuante O Cooling Tower Optimizer é um controlador inteligente, projetado para um sistema de água gelada de médio e grande porte, capaz de controlar até 06 Torres de Resfriamento em um único quadro de comando.

água da torre (setpoint flutuante) proporcionando melhor desempenho em função da condição do clima externo que oscila constantemente as variáveis de umidade e temperaturade bulbo seco.

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USO RACIONAL DA ÁGUA

W-Energy: monitorar ainda é a melhor forma de evitar desperdício de recursos hídricos e energéticos Fotos: Divulgação Newset

Por Paulo Dias

Wagner Cunha Carvalho

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ão é segredo para ninguém que a perda de água tratada é uma das grandes vilãs no combate ao desperdício. Os dados são preocupantes. Segundo o Ministério das Cidades, o país perde um terço da água tratada antes desta chegar a ser usada. Pesquisa divulgada em 2015 pelo IBNET (International Benchmarking Network for Water and Sanitation Utilities) coloca o Brasil na 20ª posição numa lista que ranqueia o desperdício de água feita com 43 nações. De acordo com a organização, o país perde impressionantes 39% de água tratada antes que a mesma chegue ao consumidor final. Em São Paulo, maior Estado do país, dados do Instituto Trata Brasil calculam algo parecido: cerca de 36% de perda. Os motivos para tamanho desperdício variam bastante, mas boa parte acaba sendo causado por vazamentos no sistema. Se por um lado a luta contra o desperdício não para, por outro cada vez mais empresas apostam em tecnologias que deem ao consumidor a possibilidade de contribuir com essa guerra ao desperdício e, consequentemente, obter economia financeira e demonstrar preocupação socioambiental. Uma dessas organizações é a W-Energy, empresa sediada em São Paulo com mais de dez anos de mercado que apresenta soluções visando à redução de custo de água e energia elétrica através de monitoramento constante dos sistemas e identificação de potenciais melhorias.

Uma das soluções oferecidas pela W-Energy para evitar tanto o desperdício de água quanto o de energia é a telemetria. Através de monitoramento via internet, é possível identificar problemas na mesma hora que eles são gerados, possibilitando atuação imediata no combate ao desperdício. Para tanto, a empresa utiliza um hardware francês e está prestes a lançar um aplicativo para celular, o que irá otimizar ainda mais o serviço. “A localização e eliminação de vazamentos é um como um mantra para a nossa equipe”, salienta Wagner Cunha Carvalho, CEO da W-Energy. Além do monitoramento via internet, a empresa conta ainda com outras possibilidades, como o uso de drones permitindo a verificação de áreas com grande umidade. “Uma vez relacionados os pontos de suspeita, entram em campo ferramentas especiais como o Geofone eletrônico, que possibilitam diferenciar os três ruídos mais comuns nas redes hidráulicas, como esgoto, água limpa pressurizada e vazamentos ocultos. A aplicação dessas ferramentas é uma grande vantagem competitiva, pois evita os famosos ‘quebra-quebra’, permitindo a identificação na causa-raiz do vazamento”, explica Wagner. A gama de equipamentos economizadores de água utilizados pela empresa é grande, contemplando tecnologias para todos os pontos de consumo de água, tais como medição de níveis de reservatório, purga automática para torres de resfriamento, válvulas termostáticas para recirculação de água fria no sistema de

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Fotos: Divulgação Newset

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Hospital Alvorada

Sede da W-Energy

água quente com misturadores, válvulas bloqueadoras de ar para os casos de interrupção no fornecimento de água por parte da concessionária, reuso de água, captação de água de chuva, e perfuração de poços (para os casos que exijam confiabilidade).

O exemplo do Hospital Alvorada Localizado no bairro de Moema, em São Paulo, o Hospital Alvorada (pertencente ao grupo Amil) é um dos casos de sucesso mais recentes da W-Energy. Com total apoio da administração do hospital e trabalhando em conjunto com a mesma, a equipe da W-Energy iniciou os trabalhos com um intensivo processo de conscientização dos colaboradores da unidade, através de palestras, treinamentos, campanhas com incentivos e instalação de comunicação visual. O próximo passo foi identificar os pontos passíveis de melhoria na estrutura do empreendimento, visando máxima economia. Wagner Carvalho elenca as principais ações realizadas: “Todos os sistemas de descargas possuem duplo acionamento, com comunicação visual orientando os usuários. Nas torneiras da cozinha foram implantados a tecnologia chamada jetspray importada da Alemanha, com uma função para encher uma panela com água rapidamente e outra para lavar louça e salada, economizado até 70%. Através do retrofite no sistema de aquecimento de água o tempo médio de espera por água quente no banho, caiu

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de 4 minutos para 30 segundos, promovendo economia de água e gás”, explica. Além de tudo, a administração do local pode acompanhar em tempo real o consumo do hospital via internet. Todos esses cuidados resultaram em uma economia de cerca de R$150 mil reais por mês, mostrando os resultados reais das ações desenvolvidas pela W-Energy.

Sede da W-Energy

Foco em aperfeiçoamento constante Pensando na qualidade de seus produtos, a W-Energy importa grande parte de seus equipamentos da Alemanha. Tal cuidado reduz os custos de manutenção preventiva e corretiva. O modelo de negócio da empresa é simples: a própria W Energy assume os custos de operação e manutenção e em troca recebe uma parte do valor da economia gerada através de seu trabalho. Visando explorar também o mercado de eficiência energética, a W-Energy iniciará, ainda em junho, os testes com geradores eólicos de 400W e 800W, tecnologia em expansão no mundo, e aposta que a demanda por esse tipo de sérico só aumentará, muito graças a conscientização do mercado com questões de sustentabilidade. Para oferecer ao mercado o que há de mais moderno em combate ao desperdício e uso eficiente de recursos hídricos, a W-Energy investe pesado em pesquisa. Wagner Carvalho conta

Sede da W-Energy

que já visitou China, África e Emirados Unidos, conhecendo novas tecnologias e tendências de mercado. Além disso, a empresa modernizou as instalações de sua sede, transformando o local num espaço que prioriza o bem-estar e o rendimento dos colaboradores. Todo esse esforço vem trazendo resultados animadores: a empresa possui contrato ativo com mais de 300 organizações, cresceu 50% só no primeiro semestre de 2017 e pretende atingir 80% de crescimento até o final do ano. Um salto e tanto.

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©Kahn do Brasil

USO RACIONAL DA ÁGUA

Irrigação de forma racional e consciente Há mais de oito décadas no mercado, a Rain Bird está sempre em busca de melhores soluções para o sistema de irrigação sem perder de vista o compromisso socioambiental Por Taís Cruz

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Rain Bird é líder mundial na fabricação de produtos de irrigação em todos os segmentos, seja na agricultura, paisagismos, campos esportivos. É a mais antiga fábrica do setor, e este ano completa 84 anos. Atua em mais de 150 países, o Brasil é um deles, e mesmo não contando com fábricas instaladas no país, a empresa desponta como líder no mercado brasileiro. Por conta da crise hídrica, a preocupação com o uso racional da água cresceu muito, levantando diversos questionamentos sobre o seu desperdício e a criação de ações cada vez eficientes em busca de economia. Para a Rain Bird a água sempre foi muito preciosa, e como qualquer bem valioso requer cuidado e deve ser usado de forma consciente. Por isso, um dos focos da empresa são equipamentos de irrigação que propiciam o seu uso

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de forma inteligente, evitando desperdícios através de produtos eficientes. Além disso, oferece 25 soluções inteligentes de economia de água direcionadas para cada tipo de construção. Uma das soluções mais assertivas é a irrigação de baixo volume, um sistema automatizado que permite irrigação na medida (gota a gota) através de gotejamento subterrâneo que, por si só, proporciona redução de 10 a 15% no consumo de água. Este sistema integrado ao sensor que calcula o nível de precipitação da chuva agrega mais 15 a 20% de redução do gasto. A essas duas tecnologias é possível integrar mais outro sensor que permite monitorar o percentual de umidade do solo indicando a necessidade de irrigação ou não. Com a instalação destes sistemas de forma integrada é possível atingir cerca de 70% de redução no consumo de água se comparado a um sistema convencional.

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“Com a automação é possível aprimorar e controlar todo o sistema de irrigação conforme a necessidade, e fazer a adequação a questões climáticas. A essas duas tecnologias é possível integrar outro sensor, que permite o monitorar o percentual de umidade do solo indicando a necessidade de irrigação ou não. Com a instalação destes sistemas de forma integrada é possível atingir cerca de 70% de redução no consumo de água se comparado a um sistema convencional”, complementa Marcelo Zlochevsky, gerente nacional de vendas da Rain Bird. O tubo gotejador também é uma solução de grande sucesso. Este tubo com uma placa de cobre interna que em contato com o solo cria uma camada isolante a sua volta e impede o entupimento, o que possibilita o uso desse tipo de equipamento enterrado, propiciando além de um aspecto mais agradável ao local onde é instalado, porque não fica avista, pode reduzir mais ainda o gasto de água, impedindo a transpiração do solo e nem por evaporação. A responsabilidade da Rain Bird com a conservação de água vai muito além dos seus produtos, é um dos valores da empresa levados também ao âmbito social. Pensando em formas de conscientizar a sociedade sobre o uso da água foi criada a Campanha 25 Formas de Racionar o Uso da Água. Estas 25 formas vão desde a análise da conta de água a manutenção e ampliação da vegetação. A lista completa de ações está disponível na internet de maneira muito didática e é complementada por links e vídeos para quem quer se aprofundar no assunto. “Nós temos que entender que a água é um recurso restrito, finito e limitado, não existe água nova, não dá para produzi-la. Por isso, mudamos o nosso foco dizendo que não dá mais só para fazer o uso inteligente da água,

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também é preciso preservar o verde em volta dela. Talvez seja por conta dessa exclusão do verde que estamos passando por crises hídricas nos últimos anos. Então criamos a Campanha 25 Formas de Racionar o Uso da Água, onde a gente diz que não é para deixar de usá-la, é para usá-la de forma assertiva, e manter e promover o verde em qualquer ambiente”, diz Marcelo. Além da campanha do uso racional da água está sendo lançado em cada edição da Revista GBC Brasil 5 dicas de como usar os recursos hídricos de forma inteligente, alinhados ao seu uso sustentável. A Rain Bird tem intensificado cada vez mais a sua relação com os green buildings no Brasil. Onze das doze arenas da Copa realizada no Brasil contam com o seu sistema de irrigação, e também todas as obras das Olimpíadas do Rio de Janeiro, exceto o campo de golfe. A Rain Bird também conta com uma vasta lista de produtos utilizados em obras certificadas. Mesmo com todos esses méritos em sua história, a empresa continua sua busca em desenvolver métodos que permitam que a água seja cada vez mais preservada.

Imagens: Rain Bird

DOSSIÊ SOLUÇÕES

“NÓS TEMOS QUE ENTENDER QUE A

ÁGUA É UM RECURSO RESTRITO, FINITO E

LIMITADO, NÃO EXISTE ÁGUA NOVA, NÃO DÁ PARA PRODUZI-LA.

POR ISSO, MUDAMOS O NOSSO FOCO

DIZENDO QUE NÃO DÁ MAIS SÓ PARA FAZER O USO INTELIGENTE

DA ÁGUA, TAMBÉM É PRECISO PRESERVAR O VERDE EM VOLTA DELA. ”

Marcelo Zlochevsky Rain Bird Brasil

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inovação

LEED v4

Mais um passo para a um futuro sustentável Nova versão do LEED traz inovação, regras mais rígidas e um olhar totalmente novo sobre ciclo de vida da edificação

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esde que foi lançada, em 1998, a Certificação LEED vem revolucionando o mercado da construção sustentável, buscando sempre atingir os mais altos níveis de operação de alta performance, design e eficiência em edificações do mundo todo. Pensando em melhorar, ainda mais, os resultados conquistados por construções certificadas e em atender os novos desafios em relação a sustentabilidade, o Green Building Council lançou a nova versão da Certificação LEED, o LEED v4. Com o objetivo de elevar os padrões técnicos da construção civil sustentável, uma nova versão da certificação LEED foi desen-

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Por Taís Cruz

volvida, com base em estudos e discussões entre profissionais, técnicos, entidades do mercado da construção do mundo todo. Esta nova versão começou a ser discutida em 2010, mas só foi lançada oficialmente em 2013, e passou a ser obrigatória no Brasil em outubro de 2016. Esses três anos de transição permitiu com que o mercado brasileiro começasse a se preparar para atender as novas exigências da certificação. A grande proposta do LEED é elevar os padrões técnicos da construção civil como um todo. Por tanto, quando esses padrões são alcançados o movimento natural é fazer com que eles se tornem cada vez mais elevados e rígidos. Acompanhando este processo, critérios e pontuações da certificação mudaram. “O LEED v4 tem alguns desafios

novos, especialmente na parte de sistemas prediais, que faz com que itens e sistemas que antes eram fundamentalmente estratégias de eficiência passem a ser obrigatórios, elevando significativamente a régua. Isso tem influenciado principalmente projetos de new construction e interiores, onde temos os sistemas efetivamente entregues”, comenta Adriana Hansen, coordenadora de Projetos Sustentáveis do CTE. Em relação aos quesitos que pontuam nesta nova versão ficaram distribuídos da seguinte forma: 35% as ações relacionadas às mudanças climáticas, 25% à saúde, recursos hídricos 15%, biodiversidade 10%, recursos naturais 10%, economia verde 10% e comunidade 5%. Entretanto, as principais mudan-

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inovação

©Divulgação CTE

construção de

“A MAIOR CONTRIBUIÇÃO DO LEED V4 FOI A MUDANÇA DE VISÃO NA ABORDAGEM DE MATERIAIS, O V4 VEM COM UMA ABORDAGEM DE PROMOVER MAIS A TRANSPARÊNCIA DE INFORMAÇÃO DO QUE SER DESCRITIVO EM PERFORMANCE”

Adriana Hansen CTE

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ças se encontram na categoria que trata da eficiência energética, bem como em relação ao uso eficiente da água, com uma abordagem que entende muito melhor o uso eficiente dos recursos hídricos na construção como um todo, e a grande novidade são os rígidos critérios da categoria de materiais. O uso eficiente da água ganhou grande destaque nesta nova versão. A água está conectada a todos os sistemas da construção, e todos eles são afetados por ela. Por tanto, a nova versão do LEED enxerga o uso da água como um todo, considerando o uso interno e externo, mensurando todo uso dos recursos hídricos relacionados ao prédio, incluindo sistemas de ar condicionado, instalações e sistema de irrigação, com o intuito de monitorar e controlar o uso de água de forma que não haja desperdícios. O LEED v4 também encoraja projetos que fazem o reuso dos recursos hídricos. A parte de materiais é a grande novidade, e também o ponto mais polêmico. Com foco no ciclo de vida dos materiais, envolvendo também a transparência de informações sobre o produto e sua matéria prima, há também a exigência de Declaração Am-

biental de Produtos (apenas um não garante o crédito, conforme tabela na próxima página). Este quesito é de grande importância porque os materiais utilizados na edificação podem afetar diretamente a saúde dos ocupantes. Por isso, a preocupação do LEED em trazer informações claras e mudar a forma como os materiais são escolhidos. “Temos um desafio muito grande na parte de materiais, porque ainda não temos o mercado preparado para esta demanda. A análise do ciclo de vida, health product declaration e a parte de composto orgânico volátil são itens que o mercado vai ter que correr atrás”, afirma Adriana. Há também uma nova categoria “localização e transporte”, com o objetivo de estimular projetos que diminuam ao máximo o impacto dos transportes. O primeiro paço para o desempenho ambiental é escolher uma boa localização, de fácil acesso e com uma boa infraestrutura ao redor. Esta nova categoria também encoraja projetos que privilegiam o acesso a pé, por transporte público ou alternativos, como as bicicletas. Porém, em grandes centros urbanos, como São Paulo, não é muito fácil encontrar bairros que integrem os princípios de crescimento planejado e inteligente, urbanismo sustentável e edificações verdes, o que dificulta a pontuação nesta categoria, como afirma Adriana. “Uma dificuldade é a pontuação pesada, no caso de interiores e new construction, para edificações em bairros certificados. A gente não tem a certificação de LEED Neighborhood promovida no mercado brasileiro, e essa tipologia entrou como um item forte na nova versão da certificação, que não sendo aplicável e prejudicando a pontuação geral”. A certificação LEED v4 é, de fato, um desafio para o mercado bra-

sileiro. Mas é um desafio que faz crescer e trilhar um caminho cada vez mais sólido rumo a um futuro sustentável. Esse é o papel do LEED, ser um padrão internacional de design, construção e estruturas operacionais de alta performance. “A maior contribuição do LEED v4 foi a mudança de visão na abordagem de materiais, o v4 vem com uma abordagem de promover mais a transparência de informação do que ser descritivo em performance. Então, é uma mudança de posicionamento, ele quer muito mais que os fabricantes tenham documentos que falem o que o produto dele é, do que propriamente falando do que o produto tem que ser. Portanto, o que vemos de grande mudança, e gerou muita discussão, é esse capítulo de materiais, mas eu acho que ele enriqueceu muito esse trabalho, porque é um setor que precisa melhorar e se voltar mais para a sustentabilidade”, finaliza Adriana.

Materiais: O grande desafio do LEED v4 A categoria de materiais e produtos é a grande inovação do LEED v4, como afirma Felipe Faria, CEO do Green Building Council Brasil, “a grande novidade é em relação aos materiais e recursos. Tudo que já falávamos sobre a questão de conteúdo reciclado, tintas selantes, níveis baixos de compostos orgânicos voláteis, enfim, tudo que já era pedido na parte de materiais, agora está inserido no conceito de avaliação do ciclo de vida e declaração ambiental do produto”. Este item em particular gerou muita discussão por conta do alto grau de exigência e por ser algo novo no mercado. A versão 4 é essencialmente focada no ciclo de vida de toda a edificação, e para garantir o ciclo

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©Divulgação UL Environment

inovação

“A DICA PARA QUEM QUER GARANTIR PONTOS NO LEED É ESCOLHER UM OPERADOR QUE MANTENHA AS INFORMAÇÕES TRANSPARENTES, DESSA FORMA, O COMPRADOR QUE QUISER CONSULTAR VAI ENCONTRAR AS INFORMAÇÕES”

Cintia Cespedes UL Environment

de vida antes, durante, e depois da obra, a certificação passa a exigir uma Declaração Ambiental de Produtos (DAP), ou Environmental Product Declarations – a famosa sigla em inglês, EPD, dos produtos e materiais utilizados. A grande contribuição que o EPD traz ao empreendimento é a transparência de informações sobre os produtos aos fornecedores, clientes e usuários finais sobre o que realmente contém no produto, fazendo com que este público seja capaz de avaliar o desempenho ambiental de diversos fornecedores. Antes, essas informações eram auto declaratórias, ou seja, o próprio fabricante declarava as informações de seus produtos sem que fossem submetido a uma auditoria realizada por terceira parte. O desenvolvimento de um EPD passa por três etapas: definição de Regras por Categoria de Produto (RCP); depois desenvolve-se um estudo de Avaliação do Ciclo de Vida (ACV); a partir da conclusão das suas etapas anteriores é elaborado o documento EPD. Este documento só será válido após passar por uma audito-

ria por terceira parte para obtenção de um registro efetivo, que posteriormente será publicado. Para garantir a transparência e imparcialidade de todo esse processo, entra em ação o Operador de Programa (OP), o seu papel é conduzir o processo e envolver as respectivas partes em cada etapa do processo. Para que isso aconteça, o OP nunca trabalha sozinho, as partes interessadas devem estar sempre presentes durante o processo. Assim como os verificadores de ACV sempre devem ser externos. Portanto, como explica Cintia Cespedes, project manager da UL Environment, “O primeiro passo para elaboração de um EPD é verificar se já existe uma RCP para uma determinada categoria, e sempre que houver uma RCP disponível ela deve ser usada. Nesse sentido, quando o Operador recebe uma demanda de um determinado segmento para o desenvolvimento de uma RCP, é de sua responsabilidade consultar a existência ou não de uma RCP para o mesmo escopo. Se houver, o Operador deve fazer uma harmonização com o outro Operador que desenvolveu

a RCP para poder utilizá-la em seu processo ou mesmo realizar uma atualização ou adendo, se for necessário”. “Quando não existe uma RCP para um determinado segmento, após consulta realizada, o Operador deve convocar as partes interessadas para iniciar o desenvolvimento do nova RCP, e a criação da RCP propriamente dita, envolve pesquisa sobre o setor, identificação dos impactos ambientais associados ao segmento, verificação da existência de dados sobre o setor, entre outras informações de extrema importância para a conclusão do processo, por isso, a participação do setor é importante para o processo”, conclui. Para garantir que o EPD do produto é equivalente ao exigido pelo LEED v4 é preciso atender os critérios listados a seguir. A certificação aceita três opções de EPD, entretanto, há uma variação de pontuação entre elas. Também é necessário que, pelo menos, 20 produtos que atendam aos requisitos listados abaixo sejam instalados na obra. Segundo Cintia, a regra do LEED

Opções Documento Escopo Peso Declaração 1 específica do produto 2 EPD média do setor industrial (genérica) 3 EPD Tipo III - específica do produto

• berço ao portão • ISO 14044

• berço ao portão • ACV com certificação de 3º parte • ISO 14025, 14040, 14044 e EN 15804 ou ISO 21930 • berço ao portão • ACV com certificação de 3º parte • ISO 14025, 14040, 14044 e EN 15804 ou ISO 21930

Necessário para obter 1 ponto

¼

80 produtos

½

40 produtos

1

20 produtos

40

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a declaração ambiental do produto agrega valor ao fabricante por externar responsabilidade ambiental, abre caminhos para inovação e para o futuro da construção da sustentável cada vez mais próximo, e também encoraja o consumidor a assumir a mesma postura. Na opinião de Luiza Junqueira, “o EPD só tem a contribuir e tornar o mercado mais maduro. A declaração traz benefícios tanto para indústria, fazendo com que entender onde tem oportunidade de melhoria no processo industrial para reduzir o desperdício e otimizar a matéria-prima, e reduzir impactos ambientais efetivamente. E para o consumidor final, porque é um documento que propicia a ele fazer uma escolha. O objetivo final de um EPD é servir como um documento de comparação, a partir do momento que eu tenho o EPD de um produto A, e de um mesmo produto B, eu consigo comparar quais são os impactos ambientais de cada um deles. Além de trazer a garantia de que as informações ambientais que foram declaradas pelo fabricante são verdadeiras”. Luiza é sócia da StraubJunqueira, que oferece soluções de consultoria em sustentabilidade para toda a cadeia da construção civil, agora também passou a prestar consultoria para fabricantes em busca da avaliação do ciclo de vida dos seus produtos por conta da abertura que o LEED v4 trouxe para este mercado.

“O OBJETIVO FINAL DE UM EPD É SERVIR COMO UM DOCUMENTO DE COMPARAÇÃO, A PARTIR DO MOMENTO QUE EU TENHO O EPD DE UM PRODUTO A, E DE UM MESMO PRODUTO B, EU CONSIGO COMPARAR QUAIS SÃO OS IMPACTOS AMBIENTAIS DE CADA UM DELES. ALÉM DE TRAZER A GARANTIA DE QUE AS INFORMAÇÕES AMBIENTAIS QUE FORAM DECLARADAS PELO FABRICANTE SÃO VERDADEIRAS”

Luiza Junqueira StraubJunqueira

LEED v4

v4 é simples, basta que o EPD atenda às normas de referência citadas na tabela. O que de fato precisa ser verificado é se o processo foi conduzido em conformidade com as normas. Um dos principais pontos a ser verificado é a imparcialidade e transparência do processo, por exemplo, algumas questões devem ser levantadas ao analisar um EPD, como: qual foi a RCP de referência utilizada? Essa RCP está acessível ao público? Quem desenvolveu e como desenvolveu, houve consulta às partes interessadas e painel de revisão? A equipe que validou a DAP é diferente da equipe que verificou a ACV? Essa por sua vez, é diferente da equipe que elaborou a ACV? “A dica para quem quer garantir pontos no LEED é escolher um Operador que mantenha as informações transparentes, dessa forma, o comprador que quiser consultar vai encontrar as informações. Vale ressaltar que os EPD’s não servem apenas para garantir pontos no LEED, o propósito é bem maior do que esse, é garantir que os consumidores e os próprios fabricantes conheçam os impactos dos seus produtos para com isso serem capazes de escolher melhor, bem como implementar melhorias com base em informações confiáveis e dessa forma contribuir para o desenvolvimento de produtos mais seguros para a saúde e o meio ambiente”, comenta Cintia. Além da pontuação no LEED v4,

©Cesar Moraes

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Espaço LarVerdeLar

Primeira certificação LEED v4 no Brasil Projeto concebido em uma cidade do interior mineiro vence os desafios da construção sustentável em obras de pequeno porte, e conquista a primeira certificação LEED v4 do país Por Taís Cruz

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ocalizada em Governador Valadares, uma cidade de aproximadamente 275 mil habitantes, em Minas Gerais, está o primeiro projeto certificado LEED v4 no Brasil. O edifício Espaço LarVerdeLar abriga a sede da Controle – empresa líder de combate de pragas urbanas na região, nasceu da parceria comercial de algumas empresas locais com o desafio de ser uma obra sustentável, recebeu a certificação LEED v4 BD+C nível Gold com o somatório de 60 pontos. Além de ser o primeiro projeto LEED v4 no país, o Espaço LarVerdeLar também é um marco na história da construção sustentável por ser a prova de que é possível aplicar parâmetros tão

rígidos a obras de pequeno e médio porte, e fora de grandes centros urbanos. O edifício foi projetado para reduzir o uso de energia em 88% e o consumo de água em 74%. A preocupação com o meio ambiente e o descarte correto dos materiais também esteve presente na fase de obra, 94% dos resíduos gerados foram reutilizados ou reciclados, o que também é uma exigência da certificação. Entretanto, o maior desafio foi garantir o bem-estar dos ocupantes por meio de ventilação 100% natural, ou seja, sem o uso de nem um tipo de sistema de refrigeração. Uma grande barreira a este objetivo foi a condição climática do local que registra altas temperaturas ao longo do ano. “O maior desafio foi quando

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Projeto: Espaço LarVerdeLar Localização: Governador Valadares - MG Cliente/proprietário: Controle Prestação de Serviços Área construída: 189 m2 Imagens: Divulgação

Certificação: 17/03/2017

Sistema e Nível da Certificação: LEED v4 BD+C Gold

Arquitetura e Construção descobrimos, na fase de projetos, que não poderíamos utilizar ar-condicionado, conhecendo a região de Governador Valadares, já era uma unanimidade por parte de todos da equipe de projetos a necessidade de se utilizar ar-condicionado”, conta Vitor Tosetto, um dos sócios do Espaço LarVerdeLar. “No entanto, com a utilização das estratégias da Arquitetura Bioclimática e o apoio das simulações termoenergéticas, verificamos que era possível. Chegamos à conclusão que não utilizar ar-condicionado era a estratégia mais racional, pois ao longo de todas as horas de ocupação anuais, previa-se que em 88% delas os ocupantes estariam dentro de uma zona de conforto aceitável, ou seja, em apenas

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12% do tempo seria preciso o uso de auxilio de ventilação mecânica. Não faria sentido investir tanto por um sistema de ar-condicionado apenas para poucas horas, o ventilador de teto seria suficiente”, continua. Como alternativamente ao uso do ar-condicionado, foram priorizados a ventilação natural e cruzada, o efeito chaminé, o sombreamento por meio de brises-soleil e a especificação de sistemas de vedação e cobertura com alta inércia térmica. Essas soluções ajudaram o empreendimento a conquistar 24 pontos na categoria Energy and Atmosphere. Para o crédito Optimize Energy Performance foi alcançada a pontuação máxima, 18 pontos, além de um ponto por desempenho exemplar.

O espaço também conta coberturas verdes, e um uma área significativa coberta por jardins, fazendo com que 79% da área total do terreno seja coberta por materiais de baixo potencial de absorção de calor. O uso desses materiais evita o fenômeno urbano das Ilhas de Calor, que poderiam elevar entre 1 e 3°C a temperatura do entorno ao edifício. Também propiciando uma estética mais agradável e estimular atividades ao ar livre. Outro ponto desafiante foi aplicar as especificações rígidas de uma obra sustentável a um edifício de pequeno porte em uma cidade do interior, para os projetistas a acessibilidade aos materiais era um ponto de extrema importância. “Uma característica interessante do Espaço LarVerdeLar é

LarVerdeLar Projeto Estrutural: Tabernáculo Engenharia Consultoria de sustentabilidade: NewFields Agente de Comissionamento: A&F Partners Consulting Simulação Energética: Mitsidi Projetos Gerenciamento: LarVerdeLar Hidráulica e Luminotécnica: Toca Arquitetura Projeto Paisagístico: Diego Spreng Projeto Elétrico: Celeste Engenharia Projeto de Energia Renovável: WAV Serviços Elétricos

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que mesmo alcançando o nível Gold do LEED v4, as estratégias de sustentabilidade adotadas são simples, fáceis de serem replicadas. Isto era crucial para o projeto, já que na região de Governador Valadares não poderíamos contar com grandes inovações tecnológicas. Um exemplo disso foi a substituição do tradicional tijolo cerâmico pelo bloco de concreto celular, o que ajudou em muito na questão do conforto térmico e não alterou o modo de trabalhar dos funcionários da obra”, conta Vitor. O LEED v4 é uma atualização da Certificação LEED, essas remodelagens acontecem de anos em anos para readequar as especificações a realidade atual.

No caso do LEED v4, os principais pontos são maior rigidez no quesito relacionado a eficiência energética, materiais e recursos e maior atenção ao bem-estar dos ocupantes das edificações. O conforto e bem-estar tem ganhado maior visibilidade a medida que se comprova maior produtividade em ambientes bem projetados e saudáveis. O aumento da produtividade também foi observado no Espaço LarVerdeLar, segundo Vitor. “Um fator importante, que quase ninguém observa, é com relação à produtividade e bem-estar dos funcionários. Após ocupar o Espaço LarVerdeLar, é nítida a satisfação e bem-estar dos colaboradores da Controle. Recente-

“UM FATOR IMPORTANTE, QUE QUASE NINGUÉM OBSERVA, É COM RELAÇÃO À PRODUTIVIDADE E BEM-ESTAR DOS FUNCIONÁRIOS. APÓS OCUPAR O ESPAÇO LARVERDELAR, É NÍTIDA A SATISFAÇÃO E BEM-ESTAR DOS COLABORADORES...”

Imagens: Divulgação

Vítor Tosetto Sócio Diretor LarVerdeLar

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mente nos disseram que ficaram muito satisfeitos em poder abrir as janelas, tomarem um café no jardim e por aí vai. Como resultado, além de passarem mais tempo concentrados nas suas atividades, o rendimento aumentado já é sentido pelo proprietário”. Fora o aumento da produtividade e a preservação do meio ambiente, a certificação LEED traz grandes ganhos econômicos aos empreendimentos, tornando-os mais competitivos no mercado e mais rentáveis, alcançando resultados muito satisfatórios para os detentores do empreendimento e seus ocupantes. “A certificação foi muito importante para a qualidade final do empreendimento. Como resultado final, acredito que conseguimos minimizar os impactos ambientais negativos de uma construção e espero que o Espaço LarVerdeLar sirva de inspiração para novos empreendimentos na região e no Brasil. Os principais impactos ambientais negativos associados à construção civil estão na soma das pequenas obras, por isso, é preciso que o movimento de construções sustentáveis se espalhe por todo nosso país”, afirma Vitor.

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LEED v4

inovação

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Green People

GREENPEOPLE Maíra Macedo (Gerente Rel. Institucionais e Governamentais GBC Brasil), Rafael Mugrabi (Gerente Midea Carrier), Georges Ghanem (Gerente Midea Carrier) e Agatha Carvalho (Coord. Técnica GBC Brasil

Curso para capacitação de profissionais LEED Green Associate (LEED GA) com a participação de 6 colaboradores da Prefeitura de São Paulo

Edson Pereira (Coord. de Atividades Téc. SENAI), Wilker dos Santos (Pratica Profissional SENAI) Bruno Justo (Gerente Operacões Comerciais GBC Brasil) e Guilherme Del Nero (Ger. de Marketing GBC)

Felipe Faria (CEO GBC Brasil), Eduardo Eleutério (Presidente GBC Brasil), Paulo Mancio (Vice Presidente da Accor Hotels) e Edo Rocha (Sócio Proprietário Edo Rocha Arquitetura)

Secretário Gilberto Natalini (SVMA), Felipe Faria e Maíra Macedo em Reunião na Secretaria do Verde e do Meio Ambiente

Comitê de Implantação desenvolvendo a versão 02 da Certificação CASA

Curso GBC LEED O+M - Operação e Manutenção de Edifícios Existentes

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Green People

Comitê CASA de Materiais e Recursos desenvolvendo a versão 02 da Certificação

Reunião com o prefeito de Piracicaba e empresa Solsustenge sobre a criação de politicas publicas para Green Buildings

André Marin (Diretor de Incorporação da Laguna Construtora), Agatha Carvalho (Coord. Técnica GBC Brasil), Bruno Martinez (Petinelli), Felipe Faria (CEO GBC Brasil)

Alunos de Engenharia de Boston na visita técnica realizada no Edifício Vera Cruz, certificado LEED Platinum

GBC Brasil participando do Comitê de Mudanças Climáticas da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente (SVMA) na Umapaz

Almoço de Networking dos Membros do GBC Brasil revistagbcbrasil.com.br

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AUTOMAÇÃO JLQ: automação cada vez mais acessível Empresa investe na propagação de tecnologias baratas que ajudam a economizar recursos e tornam o dia-a-dia muito mais prático

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oi-se o tempo em que automação era usada em filmes de ficção científica como sinônimo de um futuro utópico e inacessível. Hoje em dia, automação residencial e predial não só são uma realidade, como são uma realidade cada vez mais acessível. Apesar disso, mitos ainda precisam ser esclarecidos. Muita gente associa esse tipo de tecnologia à uma realidade cara e disponível para poucos, o que

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Por Paulo Dias

na maioria dos casos não reflete mais a realidade. Nesse sentido, algumas empresas vêm se destacando por oferecerem ao mercado várias possibilidades no universo da automação Domótica (voltada para o setor predial). Uma das principais é a JLQ Automação. Sediada em Brasília, a empresa foi fundada em 2008 por Jorge Quadros. Desde 2014 se tornou distribuidora exclusiva da Zipato no Brasil, uma das líderes mundiais em tecnologias de automação.

O que fez com que a JLQ se destacasse foi a visão de trazer tecnologias do exterior para apresentá-las ao mercado nacional e mostrar que automação pode ser acessível. “A empresa surgiu porque clientes grandes perguntavam o que poderia ser feito para automatizar a parte interna de seus prédios”, conta Jorge Quadros. No entanto, para entrar no mercado com força, a JLQ ainda precisava responder a uma questão chave: como fazer a interseção

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da automação em pequenas áreas com todas as suas especificidades sem tornar a tecnologia cara? A resposta veio com o Z-Wave, tecnologia que conseguiu reunir e organizar todas essas informações a um custo muito acessível.

Entendendo o Z-Wave Z-Wave é um protocolo de comunicação sem fio (tal qual a rede wi-fi, por exemplo). A tecnologia nasceu de um consórcio de empresas franco-alemã-chinesas. A diferença básica entre uma rede Z-Wave e uma Wi-fi está na capacidade de ambas. No Wi-Fi, um dispositivo leitor de dados é conectado à rede (smartphone, tablet, etc), para buscar e trocar informações. Acontece que, quanto mais dispositivos conectados buscando dados, mais lenta ficará a rede. Isso porque a

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troca de dados será sobrecarregada, já que o sinal Wi-Fi é propagado a partir de um ponto central e segue se propagando em forma de raios (veja imagem 1). Já a rede Z-Wave tem uma lógica diferente: ela funciona em rede mesh, que é uma estrutura onde há um ponto central, mas também há pontos de interseção, como se formassem uma teia de aranha. Isso significa que, quanto mais dispositivos estiverem conectados, mais forte ficará a rede e maior a troca de dados entre os dispositivos. Resumindo: é uma rede sem fio que consegue trafegar mais dados do que uma rede wi-fi (veja imagem 2). É através dessa rede Z-Wave que são trocados e organizados os dados usados para criar os cenários de automação. Jorge Quadros esclarece que não existe um “fabricante” ou proprietário da rede Z-Wave, “existem, ao

invés disso, vários fabricantes de controladoras que dão acesso a essa rede. Dentro dessas controladoras se consegue criar uma infinidade de lógicas, adaptadas a cada situação”. A Zipato é uma dessas empresas, por exemplo. São esses produtos que a JLQ comercializa.

Cenários de automação: adaptação a cada necessidade Como o nome sugere, um cenário é todo o ambiente em que se passa uma cena. Falando do universo da automação, um cenário é um conjunto de especificações que são pré-programadas para automatizar determinado ambiente, fazendo-o funcionar da maneira mais eficiente possível. “Por exemplo: pense num ambiente que já conte com bas-

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AUTOMAÇÃO

tante luz natural. Num espaço assim, pode-se criar um cenário que controle a quantidade ideal de luz artificial que será necessária para que tenhamos condições perfeitas de luminosidade. O equipamento sensor Quad (temp. ambiente, movimento, humidade e luminosidade) permite isso. Dessa forma, com esse balanço entre luz natural e artificial consegue-se reduzir os gastos com energia ao máximo possível, sem abrir mão do conforto”, exemplifica Jorge. Os cenários podem ser criados para automatizar as mais diferentes situações: luminosidade, controle e uso da água, uso de gás, segurança e por aí vai. Tudo depende da necessidade do usuário. A criação e controle desse sistema pode ser feito através de um aplicativo instalado no smartphone, através de um desktop ou manualmente através de determinados equipamentos. Jor-

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ge exemplifica uma maneira de automação que utiliza ação manual: “existe um pequeno equipamento chamado micromódulo de comando (saída à relé) que pode ser instalado na tomada, um micromódulo. Aliado a isso você instala um pequeno tecladinho de senha Z-Wave, Qualquer pessoa que saiba essa senha poderá digitá-la e, assim, fazer com que os ambientes comecem a funcionar automaticamente de acordo com o que foi pré-determinado nos cenários”.

Custo-benefício A JLQ calcula que, mesmo em ambientes que já tenham feito retrofit, ou seja, já tenham modernizado suas instalações e operações, a automação pode reduzir em cerca de 15% o consumo de energia elétrica. Considerando que “Energia e Atmosfera” é a categoria que mais conta pontuação para obtenção da certi-

ficação LEED (até 35 pontos), a automação visando um uso mais racional e consciente da energia pode ajudar a garantir alta pontuação aos empreendimentos que buscam a certificação. Jorge cita um estudo europeu que diz que cerca de 20% do consumo de energia de residências e escritórios são gastos em equipamentos em stand-by. São computadores, televisores, impressoras e outros equipamentos que ficam constantemente ligados - muitas vezes até por esquecimento dos usuários. Nesse sentido, a automação também pode ajudar. “Os equipamentos permitem desligar automaticamente tudo em ambientes que não serão usados por um certo período. Tecnologias através da rede Z-Wave fornecem essa possibilidade. Possibilitam também que o ambiente seja ‘religado’ pouco tempo antes de ele voltar a ser usado”, comenta Jorge Quadros.

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©Divulgação JLQ

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“OS EQUIPAMENTOS PERMITEM DESLIGAR AUTOMATICAMENTE TUDO EM AMBIENTES QUE NÃO SERÃO USADOS POR UM O que muitos não param para pensar é que, além da energia, também pode-se economizar água a partir de automação. Isso porque a tecnologia permite verificar constantemente os níveis do reservatório de água do edifício, além de controlar as bombas. Tais cuidados ajudam a administrar o uso da água, além de identificar mais facilmente vazamentos. “Em épocas de rodízio ou racionamento, por exemplo, esse controle é valioso. Além do mais, por ser automático, dispensa que funcionários precisem ficar controlando e operando o uso desses recursos”, salienta Jorge. Por todos os benefícios que traz, a automação Domótica costuma ter fama de cara e inacessível. Mas a realidade é bem diferente. Jorge Quadros esclarece que “é possível realizar a automação de um escritório médio, por exemplo, com o dinheiro equivalente a um smartphone de última geração”, mas que apesar disso

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“muita gente deixa de investir em tecnologia de automação por desconhecer informações como essas”. É tentando desmistificar a falsa fama de que a tecnologia é cara, que a JLQ trabalha para disseminar os benefícios da automação. Para tal, a empresa investe na propagação de seus produtos. “Nós temos uma rede de revenda e de integradores autorizados espalhados por todo o Brasil que são qualificados a realizar a instalação, manutenção e programação dos equipamentos de automação”, conclui Jorge.

CERTO PERÍODO. TECNOLOGIAS ATRAVÉS DA REDE Z-WAVE FORNECEM ESSA POSSIBILIDADE. POSSIBILITAM TAMBÉM QUE O AMBIENTE SEJA ‘RELIGADO’ POUCO TEMPO ANTES DE ELE VOLTAR A SER USADO”

Jorge Quadros JLQ Automação

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AUTOMAÇÃO RecomService: excelência em automação e manutenção de sistemas de ar condicionado Por Paulo Dias

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setor de construção geralmente se preocupa bastante com a questão dos sistemas de ar condicionado quando está criando ou executando um projeto. Essa preocupação, no entanto, nem sempre se estende para a manutenção do sistema, que geralmente acaba ficando aquém do que poderia ser oferecido de melhor para quem o utiliza. Foi pensando em aspectos como esse que a RecomService nasceu. Fundada em 2006, em Caieiras (SP), a empresa se especializou em oferecer ao mercado os mais modernos serviços de automação, manutenção preventiva, corretiva, e preditiva de sistemas de ar condicionado, sempre em edifícios já existentes. Dessa forma, a RecomService cresce cada vez mais mostrando como a tecnologia pode ser usada a serviço dos sistemas de ar condicionado, trazendo retornos imediatos, especialmente em qualidade do ar e economia de energia elétrica. A economia de energia que pode ser propiciada por um sistema eficiente de ar acondicionado impressiona: chega a 40% (em sistemas que tem cerca de 15 anos). Tais dados mostram, além dos claros benefícios financeiros, uma enorme contribuição ao meio ambiente, já que o uso de energia é um dos fatores de maior impacto ambiental. “Os serviços oferecidos pela empresa ajudam a economizar energia pois entendem as necessidades do prédio e atuam a partir dessa premissa, comparando essas necessidades com o clima externo, por exemplo. O sistema é flutuante, não fixo. Esse é o grande segredo: o sistema ele tem vida, ou seja, é inteligente a ponto de atuar de forma automática da maneira mais otimizada possível, sem a necessidade de um operador controlando”, explica Fábio Moacir Korndoerfer, engenheiro e diretor comercial da empresa.

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Divulgação Hilton Hotel SP

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O exemplo do Hotel Hilton Um dos casos de maior sucesso dos serviços da RecomService é o trabalho realizado no Hotel Hilton Morumbi, em São Paulo. Inaugurado em 2002, o empreendimento possui 503 apartamentos distribuídos por 28 andares, além de mais cinco subsolos e dois pisos técnicos. O Hotel dispõe ainda de 19 salas de reunião, dois ballrooms e um executive lounge. Apesar de moderno, o sistema de ar condicionado do empreendimento poderia ser melhorado e ter tanto sua capacidade quanto a qualidade de operação melhorados. Foi aí que a RecomService entrou. Foi implantado um sistema de expansão indireto, composto por três chillers de 450 TR cada (sendo um de stand by). O sistema conta ainda com três torres de condensação e três bombas para o circuito de condensação, uma para cada torre. O sistema de ar do Hotel Hilton tinha outra questão que precisava ser resolvida de imediato: não havia como fazê-lo funcionar com apenas uma máquina, fazendo com que em baixas temperaturas, mesmo sem demanda térmica, fosse necessário ligar duas máquinas. Para que houvesse quantidade de água o suficiente passando por essas máquinas, era preciso ligar uma segunda bomba. Se isso não fosse feito, o sistema era desarmado por baixo fluxo. Victor Almeida, gerente de engenharia do Hotel Hilton Morumbi, conta como a RecomService ajudou nessa questão. “Mudamos a linha e o conjunto de bombas. Hoje, temos uma bomba com vazão maior e outra menor, proporcionando economia de energia”, explica. As torres de condensação do empreendimento também receberam serviços da RecomService. Devido ao dinamismo do sistema, que tem variações constantes na vazão, foi instalado um variador em cada torre. Isso proporcionou mais automação e segurança ao sistema, já que agora as torres vão modulando ao mesmo tempo. Além disso, foram instalados filtros nas torres, deixando a água de condensação muito mais limpa, melhorando assim a eficiência das máquinas. Reforçando a importância da manutenção, o Hotel Hilton Morumbi agora tem mapeamento na medição de desempenho para as torres de condensação, as bombas, os chillers e de todos os outros equipamentos. Isso ajuda a otimizar o desempenho dos equipamentos, identificado sempre onde o sistema pode ser melhorado.

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Divulgação Site RecomService

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Greenbuilding Brasil 2017 e os novos lançamentos da empresa A RecomService não para de trabalhar buscando novas soluções e tecnologias para oferecer sempre o melhor serviço. Nesse sentido, a empresa lançará dois novos produtos na Greenbuilding Brasil desse ano: o CTO (Cooling Tower Optimizer) e o sistema WE (Web Efficiency). O CTO (Cooling Tower Optimizer) tem como principal característica a substituição do antigo termostato de controle de temperatura utilizado em torres de arrefecimento há mais de 50 anos, com set-point fixo, por um sistema inteligente de set-point flutuante continuo e automático em relação as condições atmosféricas externas. “Este produto tem a capacidade de otimizar a operação de um sistema de ar condicionado central de chillers com condensador a água reduzindo o consumo de energia dos chillers em até 40% e já possui capacidade de integração em sistemas de automação predial ou industrial com protocolos Bacnet ou Modbus”, explana Fábio Moacir Korndoerfer. Já o sistema WE (Web Efficiency) permite fazer a gestão de eficiência energética corporativa de sistemas de ar condicionado central através de índices de performance através da WEB com banco de dados em nuvem já incorporando ao Big Data. “Este sistema demandou grandes investimentos da empresa durante 5 anos. Ele permite aos gestores da sustentabilidade verificarem no site desde um único prédio até múltiplos empreendimentos fazendo comparativo entre eles de forma a avaliar e otimizar continuamente o sistema de ar condicionado central em termos de conforto e eficiência energética”, comenta Fábio.

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A geração de relatórios é automática e a integração aos sistemas de automação dos diversos prédios é feito através do acesso com protocolos de comunicação Bacnet , LON ou Modbus e internet com atualização a cada 15 minutos de até 50 variáveis em cada empreendimento. “Com a ferramenta de gestão automática, além de economizar muito tempo, o gestor corporativo de energia ou sustentabilidade poderá disparar medidas corretivas de forma a otimizar continuamente os sistemas ainda deficientes em termos energéticos ou de conforto”, conclui o engenheiro. Tanto o CTO quanto o WE serão lançados no estande da RecomService na Greenbuilding Brasil 2017, que acontecerá em São Paulo entre os dias 8 e 10 de agosto. Lá também estarão profissionais da empresa aptos a esclarecer qualquer tipo de dúvida em relação aos novos produtos e também aos serviços oferecidos pela organização.

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Anuário GBC 2017

Imagem ilustrativa

10 Anos LEED no Brasil A edição 2017 do Anuário de Certificações GBC Brasil será uma Edição Comemorativa dos 10 anos de certificações LEED no Brasil e também dos 10 Anos do GBC Brasil. Reunirá informações completas e detalhadas sobre todos empreendimentos certificados desde 2007, bem como dados e estatísticas sobre os selos LEED, tipologias, classificação. Além da opinião de especialistas e profissionais sobre os rumos do mercado da construção sustentável. E o exclusivo Guia de fornecedores de soluções sustentáveis que contribuem para a certificação dos projetos.

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Foto: ©Karoline Meray Gomes Barbutti​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​

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ENTREVISTA

Estevam Donnabella

Diretor da Controllar

Estevam Donnabella é engenheiro por formação. Já atuou no Brasil e no exterior e hoje responde como diretor da Controllar, empresa de automação residencial com sede em Campinas (SP). Na entrevista abaixo, o engenheiro conta um pouco mais sobre sua trajetória e como foi parar na Controllar, além de explicar porque se sente cada vez mais fascinado pelo universo da automação residencial e suas possibilidades, apesar dos desafios do mercado. Conte-nos mais sobre você e sua trajetória. Estevam Donnabella. Me formei em engenharia mecatrônica pela UNICAMP. Tive várias experiências profissionais, passando desde a área acadêmica no exterior até a oportunidade de atuar em uma empresa multinacional alemã. Porém, sempre tive vontade de trabalhar em uma empresa enxuta e inovadora, onde eu pudesse ter voz ativa e fazer a diferença, onde para as ideias saírem do papel realmente dependesse somente de nós e não de estruturas burocráticas e politicagem. Quando conheci a Controllar, foi paixão a primeira vista. Percebendo o potencial do conceito e que estaria trabalhando com pessoas realmente brilhantes, mergulhei de cabeça. Depois de alguns anos de trabalho duro, fui chamado para participar da sociedade da empresa.

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Qual o DNA da Controllar? ED. A Controllar trabalha no desenvolvimento de novas tecnologias, sempre focando em 3 pilares: 1) Intuitividade: Hoje em dia temos muita coisa para consumir. Ninguém lê manual de instruções. Toda tecnologia desenvolvida para o consumidor em geral deve ser extremamente fácil de utilizar, mesmo que isso signifique muito tempo de engenharia de alta qualidade e esforço para ser desenvolvido. Quando meu sócio, Márcio Mello, estava construindo sua casa de 800m2, no ano de 1999, se deparou com questões como “Se eu esquecer a luz da cozinha ligada, como vou ficar sabendo?“, “Percebi que esqueci o jardim aceso, vou ter que descer para desligar?“ ou até mesmo “Será que esqueci o portão da garagem aberto e o cachorro vai fugir?“. “Será que esqueci o ar condicionado ligado?“. “Está chovendo, será que a janela está fechada?“. Claramente são questões que envolvem a gestão da casa. Porém, o grande desafio era criar um sistema de gestão das coisas da casa que fosse intuitivo suficiente para qualquer pessoa que more ou visite o imóvel consiga utilizar. Daí nasceu a ideia central do sistema Controllar que é criar painéis personalizados utilizando a planta baixa da casa. Assim, desde o primeiro cliente até hoje, a Controllar sempre automatiza a casa inteira, nunca apenas um ou dois cômodos.

2) Robustez: Desde a gênese do sistema Controllar, a preocupação sempre foi: se vamos colocar uma tecnologia digital em uma casa, ela deve perdurar por décadas e nosso sistema não pode durar menos do que isso. A escolha do protocolo de comunicação CAN foi essencial para essa estratégia, permitindo que toda a instalação do sistema não sofra interferências eletromagnéticas, garantindo que o sistema nunca trave. Não é atoa que a Controllar é a empresa que oferece a maior garantia em seu sistema em todo o mundo. 3) Custo: De nada adianta ter uma tecnologia intuitiva e robusta, se não for acessível a todos. A Controllar entende que a automação residencial deve ser uma tecnologia acessível a todas as pessoas, independentemente da faixa etária, escolaridade e renda. Chegamos em ferramentas tão inteligentes e versáteis, tanto de produção quanto de instalação, que mesmo nosso produto tendo custo de matéria prima e componentes mais caros que dos concorrentes, devido ao alto grau de qualidade, nosso preço para o cliente final, para a casa toda, ainda sim fica mais barato. A introdução das Certificações para Edificações acarretou numa quebra de paradigma significativa na percepção de projetos. Passou a questionar os projetos que eram considerados obra de arte, porém não

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contemplavam o bem-estar do usuário e a performance. O mesmo aconteceu com a automação residencial, passando de um “sistema de luxo” para uma solução e condicionante para quem busca a eficiência, conforto, qualidade e gestão de um espaço. Como avalia todo esse processo? ED. As empresas que iniciaram no mercado de automação residencial no passado, realmente focaram muito na espetacularização da casa, principalmente do Home Theater. Por ser talvez o cômodo da casa que mais se gasta dinheiro com equipamentos, o Home Theater sempre chamou a atenção do mercado de automação residencial. Sendo assim, durante muito tempo, a tecnologia de automação residencial ficou focada em comandar os equipamentos de áudio e vídeo por aplicativos em tablets, bem como acender e apagar luzes, abrir e fechar janelas deste local e de seus ambientes adjacentes como a sala, por exemplo. A Controllar por outro lado nasceu de uma necessidade real: a gestão da casa. Como dito

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anteriormente, a ideia de se utilizar o mapa do imóvel em painéis fixos na parede, bem como em aplicativos para smartphones e tablets, possibilitou uma interface de operação intuitiva, além de promover uma ferramenta fácil de gestão das coisas do imóvel, como iluminação, equipamentos, cortinas, motores etc, ao olhar para um único local: o painel Master. Assim, o foco da Controllar sempre foi a automação de todo o imóvel e nunca apenas de um ou alguns cômodos, como as outras soluções do mercado. Caso contrário a ideia de gestão se perderia. Por fim, digo que em consonância com este movimento e quebras de paradigma e de valores que as certificações sustentáveis trouxeram, a Controllar realmente foca no conforto e intuitividade de operação da casa, promovendo economia evitando o desperdício de recursos naturais e energéticos. Uma prova que respalda essa sinergia é o fato de a Controllar ser a única empresa de automação residencial membro da GBC Brasil.

E não é por causa de sua filosofia que a Controllar deixa de oferecer soluções interessantes do ponto de vista emotivo. Pelo contrário, a Controllar foi a primeira empresa brasileira de automação residencial e, possivelmente a única até a presente data, a integrar sua solução com a Alexa, inteligência artificial da empresa americana Amazon. Naturalmente, conforme outras inteligências forem tomando seu lugar no mercado, a integração com o sistema virá naturalmente. Alguns exemplos são: Cortana da Microsoft, Siri da Apple, Google Assistent, Watson da IBM, etc. Cada vez mais este tipo de device estará presente nos lares e estabelecimentos e, naturalmente, terão seu papel no que diz respeito à gestão da casa. Como a Controllar trabalha para acelerar essa transformação da cultura sobre a automação no mercado? ED. Este é um grande desafio. O mercado de automação residencial ainda é novo e a população no geral ainda desconhece suas

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vantagens. Ainda sim, as poucas pessoas que já ouviram falar, no geral profissionais da área de construção civil, possuem objeções clássicas como “Automação residencial é cara“, “automação residencial dá problema“, “Automação residencial é complicado de usar“. Então a Controllar promove palestras e workshops em universidades e escolas técnicas, bem como em organizações relacionadas com o tema da construção civil, como a própria GBC, para conscientizar os formadores de opinião e os técnicos que irão especificar as soluções para o cliente final de que a automação residencial é muito mais do que apenas a espetacularização da casa. Em paralelo, a Controllar também desenvolve ações junto ao público final, participando de mostras de arquitetura e construção a fim de mostrar as maravilhas que o sistema de automação da Controllar pode fazer para facilitar e melhorar a experiência do cliente com sua casa. Outro questionamento muito comum é em relação ao investimento. Todos podem ter uma automação de qualidade e eficiente em sua casa, estabelecimento comercial, prédio, condomínio, etc? ED. Sem dúvidas é possível ter um sistema de automação em casa ou em algum estabelecimento por um valor acessível. Realmente houve no passado um período em que somente mansões comportariam um sistema de automação. Hoje, a Controllar, com suas soluções com preços diferenciados, automatiza inclusive apartamentos pequenos de 35m², bem como casas fora de condomínio, para classe média. Em termos de cobertura de mercado, a Controllar hoje pode atender o cliente pequeno, com renda modesta, cobrin-

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do as necessidades básicas de seu imóvel, como a iluminação por exemplo, até o cliente de alto poder aquisitivo, que poderá incluir praticamente todos os aparelhos e elementos eletrônicos que tiver em sua residência. A missão da Controllar é realmente democratizar o uso da automação residencial, tendo como meta, ainda nesta geração, possibilitar que todas as residências possam desfrutar deste conforto. Para estabelecimentos comerciais, áreas comuns de condomínios, galpões e quaisquer outros espaços grandes e com fins lucrativos, o ganho na economia de energia pode ser ainda maior. Haja visto nosso caso mais notável, a faculdade REGIS na cidade de Ribeirão Preto (SP), que conseguiu um payback do sistema em aproximadamente 2 anos, tamanha foi a economia de energia elétrica por causa da gestão de todo o complexo de 7 pavimentos na parte de iluminação e ar condicionado.

sabilidade de automatizar tanto as unidades quanto a área comum do empreendimento. Os benefícios para os moradores são, portanto, além da própria gestão do imóvel através do sistema, que trará conforto e economia de energia, também é possível citar uma taxa de condomínio abaixo da média, já que toda a área comum também está no sistema de automação Controllar. Assim como o exemplo da faculdade em Ribeirão Preto, toda a gestão do complexo será feita pela portaria e sala administrativa, promovendo uma excelente economia de energia por evitar desperdícios.

Existe um case muito interessante que vocês estão participando, que é a obra da Montage Botafogo. Uma edificação residencial vertical que irá obter a Certificação CASA. Para o morador, quais serão os benefícios oferecidos? ED. Este foi um caso muito interessante. Quando o Rodrigo e o Flavio, sócios da Montage, vieram nos procurar, a ideia era fazer um sistema de gestão da área comum. Espantados com o custo para automatizar as unidades, estes entenderam que, além de o sistema estar em harmonia com a sustentabilidade, agregando valor e ajudando a pontuar para a obtenção do selo, teriam um grande diferencial de vendas. Por isso, assumimos a respon-

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B2e: automação predial eficiente gera benefícios duradouros

Por Paulo Dias

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ada vez mais empreendimentos estão percebendo que a gestão do edifício pode ser mais otimizada e eficiente quando auxiliada pela tecnologia. Nesse aspecto, a automação predial ganha território e empresas que oferecem esse serviço se destacam. Uma dessas empresas é a B2e Engenharia, organização com sede em São Paulo e profissionais com quase vinte anos de mercado oferecendo soluções não apenas em automação predial, mas também em consultoria, projeto, instalações, manutenção e operação, retrofit de sistemas e acesso remoto, mostrando como transformar sistemas de automação predial em uma verdadeira ferramenta de gestão eficiente. Além de desenvolver novos sistemas, a B2e Engenharia também atua em instalações existentes. Nesses casos, o trabalho se dá realizando a modernização do sistema, correção de eventuais falhas ou integração com sistemas existentes. “Apesar de parecer muito custoso, uma boa engenharia pode minimizar investimentos [durante o retrofit], focando no retorno pela economia de energia e tornando o edifício mais atraente do ponto de vista de locação e competitividade no mercado. Todo projetista deve preservar ao máximo o sistema existente no edifício pois novos softwares permitem que sejam modernizadas as interfaces e agregadas funções já mencionadas de análises gráficas e relatórios”, explica Renato Silva, engenheiro da B2e.

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A B2e é uma das principais parceiras da Siemens Building Technologies no segmento de automação, sendo a empresa com maior número de certificações em produtos Siemens APOGEE do Brasil. A respeito da importância do uso de tecnologias de ponta durante a instalação de sistemas de automação predial, Renato Silva esclarece: “Um software bem desenvolvido não oferece apenas telas de navegação, mas também relatórios consistentes, gráficos para análises rápidas e sistema de gerenciamento de alarmes. Um sistema de automação e controle bem desenvolvido oferece como principal ferramenta de operação a possibilidade de prever o que irá acontecer com o edifício, pré-alarmes que alertem se a temperatura está com uma tendência de aquecimento e que será necessário aumentar a capacidade da central de água gelada, por exemplo”. Para economizar energia, é fundamental saber onde ela está sendo consumida. É nesse momento que o trabalho da B2e se mostra efetivo, pois apresenta ao edifício maneiras de medir e controlar o uso de recursos energéticos, de modo a evitar ao máximo o desperdício. Nesse sentido, o maior objetivo da B2e é fazer com que sistemas de automação predial sejam eficientes tanto em sua operação quanto na manutenção, de forma a criar um equilíbrio entre conforto dos ocupantes e eficiência energética. “Este processo deve ser contínuo e extrapolado para todos os subsistemas do projeto”, finaliza Renato.

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visão global

A implementação do Net Zero Carbono no Canadá ©CaGBC

ENTREVISTA

Mark Hutchinson Diretor de Programas Green Building do GBC Canadá (CaGBC)

Por Taís Cruz

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setor da construção civil é responsável por 40% do uso de energia, e por 24% da emissão dos gases do efeito estufa, isso de forma global. Portanto, reduzir a emissão de gases é uma prioridade para este setor, capaz de afetar efetivamente as mudanças climáticas. Pensando nisso, Green Building Councils pelo mundo já assumiram o compromisso de diminuir, e zerar, no futuro, a emissão de carbono de suas edificações através da criação de ferramentas de certificação Net Zero Carbono. O Green Building Council Brasil está desenvolvendo a sua Certificação NZB, a ser lançada em Agosto durante a 8° Greenbuilding Brasil Conferência Internacional e Expo. O GBC Canadá, também aderiu a este compromisso. Acompanhe a entrevista com Mark Hutchinson, do CaGBC: O GBC Canadá acabou de lançar a certificação Net Zero Carbono. Qual o principal objetivo desta ferramenta? Qual é a expectativa em relação a aceitação do mercado? Mark Hutchinson. O principal objetivo da certificação Zero Carbon Building do CaGBC é acelerar as iniciativas para reduzir a emissão de gás carbônico em construções sustentáveis comerciais, institucionais e em outras edificações. Propiciando um programa de avaliação que é focado na emissão de gases, nós ajudaremos o mercado a se aproximar das medidas de redução de emissões, envolvendo desde um foco rigoroso em eficiência energética até o foco global de emissões.

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A certificação inclui requerimentos para projetos de novas construções e também para prédios já existentes. Entendendo que temos uma oportunidade única de influenciar como as edificações serão construídas enquanto estão na fase de concepção do projeto, enquanto o maior impacto em suas operações passa a ser observado uma vez que o prédio começa a ser ocupado. Nós esperamos ver o interesse na busca pela certificação por parte tanto das instituições quanto do setor comercial. O nosso programa piloto atraiu 16 projetos de todo o país, representando uma grande diversidade de tipos e tamanhos de construções. Nós estaremos trabalhando no programa piloto para entender melhor os desafios de implantar a certificação Net Zero Carbono, e identificar as ferramentas e recursos que deverão facilitar a adoção da ferramenta. Qual é o conceito da edificação Net Zero para o Green Building Council Canadá? MH. Nós definimos o edifício Zero Carbono como o que há de mais elevado nível em relação à eficiência energética. Além de produzir no local, ou obter, de energias renováveis livres de emissão de carbono em quantidade suficiente para compensar as emissões anuais de carbono associadas às operações. Somos privilegiados pois, aproximadamente, 80% da eletricidade do Canadá já é livre de carbono, e em algumas partes do país, chega a ser quase 100%. Entretanto, percebemos que, mesmo com fontes limpas de geração de energia elétrica, é imprescindível que continuemos caminhando para gerar maior eficiência nas construções, com o objetivo de

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visão global

que haja capacidade suficiente para a nossa indústria, como também em outros setores, como transporte, para eliminar o uso de combustíveis fósseis do nosso dia a dia. Que tipo de exigências uma edificação precisa alcançar para ser qualificado como um Net Zero Carbono no Canadá? Quais são os principais desafios? MH. O primeiro, e mais importante requisito, é atingir o balanço zero de carbono, com a redução das emissões, e em seguida, compensar as emissões remanescentes, gerando eletricidade limpa local ou obtendo de energia limpa fora do local. Isso significa que a construção pode, em tese, usar combustíveis fósseis. Se ela o faz, deve desenvolver um plano de transição para indicar como vai deixar de usar os combustíveis fósseis no futuro. Isto é especialmente importante para os novos projetos, onde o desenho do projeto pode ser facilmente adaptado a um futuro de transição sem esses combustíveis. O segundo conjunto de requisitos é focado em eficiência, incluindo picos de demanda de eletricidade, intensidade total do uso de energia, e demanda do sistema de aquecimento. Estes últimos garantem a construção dos nossos edifícios com atenção à envoltória e estratégias de desenho passivo que a construção das edificações deve se atentar. Em terceiro lugar, há uma exigência para novas construções incluírem uma quantidade mínima de geração de energia renovável interna. Por fim, os projetos devem avaliar os impactos no ciclo de vida dos materiais da estrutura e da envoltória. Como é calculado o balanço de emissão zero carbono em uma construção? A certificação do Canadá aplica metodologias de outros sistemas de Certificação para o benchmarking de eficiência energética? MH. A certificação aplica a metodologia básica usada no programa de benchmarking na-

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cional de energia, chamado ENERGY STAR Portfolio Manager. Os fatores regionais de emissão são aplicados à eletricidade com o objetivo de reconhecer as diferenças significativas na geração de energia elétrica regional. Energias renováveis geradas no local reduzem as compras totais de eletricidade da rede, e eletricidade limpa pode ser comprada fora do local sob a forma de contratos de eletricidade ou Certificados de energias renováveis (RECs). Quais são os principais benefícios da certificação Net Zero Carbono para os ocupantes e investidores? A implantação do sistema pode acelerar o crescimento da economia verde, e finalmente alcançar a sociedade? MH. Conquistar a certificação reflete o compromisso de assumir a responsabilidade pessoal em eliminar a emissão de gases de efeito estufa, o que um número crescente de proprietários e locatários de imóveis estão interessados em fazer. Isto ajuda a reduzir o custo da energia e promover edifícios mais resilientes, capazes de resistir melhor aos impactos crescentes das mudanças climáticas. Portanto, isso ajuda a preparar as construções para um futuro onde haja a cobrança de um preço maior pelas emissões de carbono, juntamente com outras regulamentações. Esta é a nossa esperança, que o programa ajude a acelerar a transição do mercado da construção sustentável para uma economia de baixa emissão de carbono no futuro. No que se refere aos incentivos governamentais, o GBC Canadá espera que a certificação Net Zero Carbono irá apoiar a criação e execução de políticas públicas no país? MH. O governo canadense, a nível federal, provincial e municipal estabeleceu metas de redução de gases que causam o efeito estufa, e eles estão cada dia mais reconhecendo

a importância do papel que todo o setor da construção civil tem para alcançar este objetivo. Estamos trabalhando em colaboração com nossos governos, setor público, e outros para determinar como a nossa indústria pode contribuir da melhor forma possível. Incentivos, regulamentações, divulgação de benchmarking, e muitas outras ferramentas devem ser aplicadas se quisermos fazer um progresso significativo, especialmente no estoque de construção existente. Pensando de forma global, que tipo de impacto e tendências são esperadas para 2030 no setor das edificações Net Zero? MH. O nosso objetivo, e de outros Green Building Councils, é o comprometimento em dar suporte para que a emissão de gases na operação de edifícios seja eliminada dos novos prédios até o ano de 2030. Para o Canadá, esta é uma meta muito agressiva, especialmente se considerarmos a nossa forte dependência de combustíveis fósseis no sistema de aquecimento de nossos prédios, por conta do nosso clima frio. Entretanto, estamos determinados a atingir este objetivo, e sabemos que o comprometimento de outros Green Building Councils é tão grande quanto o nosso. Estou otimista que, através deste compromisso, colaboração local e global, e com a contínua evolução da tecnologia no setor da construção civil (incluindo o sistema de energia solar fotovoltaica), podemos alcançar a nossa meta com sucesso.

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inovação

SAINT-GOBAIN LANÇA CENTRO DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO O Centro, voltado para o mercado brasileiro e latino-americano além de fomentar a criação de novas tecnologias, ainda conta com um espaço sensorial onde os produtos do grupo podem ser experimentados na prática Por Taís Cruz

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Evento Construção Sustentável, propiciado pela Saint-Gobain, no seu recém-inaugurado Centro Transversal de Pesquisa e Desenvolvimento, foi uma manhã dedicada a reflexão sobre o futuro da construção sustentável e a demonstração de tecnologias criadas pelo Grupo para alcançar de fato a sustentabilidade nas construções brasileiras. Logo na recepção dos visitantes, o presidente e CEO, Pierre-André de Chalendar declarou a sua preocupação com o futuro da construção em 2050, quando seremos mais de 10 bilhões de pessoa no mundo, “ a sustentabilidade na cadeia construtiva é algo que vamos discutir demais. Hoje, já é uma realidade a falta de areia, por exemplo, em algumas regiões do mundo”, declarou.

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Felipe Faria, CEO do Green Building Council Brasil, fala sobre os benefícios econômicos dos edifícios sustentáveis

Paulo Perez, diretor de projetos de marketing habitat, complementou falando dos impactos que as pessoas também sentirão com o aumento populacional. “ Nós precisamos agir, porque no ritmo de consumo de recursos que estamos seguindo, não vamos conseguir manter o planeta com essa quantidade de pessoas. Além disso, o impacto não é somente ambiental, ele interfere em nossas vidas de diversas maneiras. Por isso, é importante pensar em ambientes que sejam adequados a nossa qualidade de vida, já que, em média, passamos 94% do nosso tempo em ambientes internos”. Em seguida Felipe Faria, CEO do Green Building Council Brasil, discorreu um pouco sobre a importância da certificação LEED para transformar o mercado da construção civil. “Grande parte do sucesso do GBC Brasil, em relação a outros GBCs no mundo, vêm da parceria com

o setor privados, alguns bons colaboradores do setor público, as principais associações do setor e o meio académico. É uma forte rede colaborativa, e só assim a gente consegue ter sucesso no movimento de transformação do mercado, com foco na sustentabilidade”. Eduardo Eleutério, presidente do GBC Brasil, completou com a importância da parceria entre o GBC e a Saint-Gobain. “O GBC preenche toda uma cadeia de valor da construção, desde o projeto até a finalização. Ela implementa uma visão mais sustentável do ecossistema da construção. O GBC promove construções mais sustentáveis, elevando os parâmetros das construções, e a Saint-Gobain está alinhada com esta visão, atuando e promovendo a construção sustentável junto a nós. Fazemos isso porque realmente acreditamos que esta é uma forma de melhorar o nível da construção”. Paul Houang, diretor de pesquisa e desenvolvi-

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inovação

Imagens: Divulgação Saint Gobain

Bate-papo com os palestrantes do evento, executivos do Grupo Saint-Gobain e do Green Building Council Brasil.

Centro de P&D da Saint-Gobain, em Capivari/SP, é o primeiro do Grupo no hemisfério sul

mento da Saint-Gobain, falou um pouco sobre o Centro de Pesquisa. “Aqui o nosso objetivo é encontrar soluções, desenvolver materiais e sistemas construtivos, aliando conforto no nossa dia-a-dia a sustentabilidade, que para nós significa alta performance e baixo impacto ambiental. Para o Grupo Saint-Gobain é muito importante o conforto térmico, acústico, qualidade do ar e conforto visual – relacionado também a quantidade de luz que entra no edifício, dando preferência a iluminação natural”. Inaugurado em abril de 2016, o Centro Transversal de Pesquisa e Desenvolvimento da Saint-Gobain, localizado em Capivari, a poucas horas da capital paulistana, tem como seu principal foco acelerar a inovação de deus produtos, desenvolvendo materiais de construção de alta performance e aplicações industriais adaptados às especificidades e necessidades do mercado brasileiro e de toda a América Latina.

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O edifício onde funciona o centro de pesquisa é o primeiro do Grupo no Brasil a ser certificado LEED Gold. A construção, que ocupa 3 mil m² de um terreno de 40 mil m², obteve altas pontuações, principalmente devido ao seu baixo consumo energético – média anual de 55 kWh por metro quadrado, o que representa 65% de redução do consumo de energia. Para atingir as exigências da certificação foram usadas soluções da própria empresa no isolamento de paredes, tetos, pisos, além do vidro de alta performance SageGlass®, vidro eletrocrômico, cuja a transparência pode ser alterada por com comando eletrônico, esta tecnologia é inédita no Brasil. O prédio também possui soluções de conforto térmico e acústico, luminosidade ideal e um sistema de reutilização de água. Além de estimular a inovação e o codesenvolvimento de novas tecnologias com clientes,

start-ups e universidades, o centro de pesquisa conta ainda com um espaço sensorial, onde os visitantes podem experimentar na prática os produtos e soluções Saint-Gobain em termos acústico, térmico, visual e qualidade do ar interior. Os visitantes são guiados por profissionais que explicam e demonstram as diferenças de cada material usado, há salas em que se pode vivenciar experiências de maior e menor conforto acústico e térmico de acordo com a solução utilizada. No centro de pesquisa, para todo lado que se olha uma ou várias soluções Saint-Gobain são encontradas, todas projetadas para trazer conforto, eficiência energética e bem-estar aos ocupantes. A inovação é um elemento intrínseco ao Grupo, com oito centros P&D transversais no mundo, quase quatro mil pessoas trabalhando em pesquisas e desenvolvimento, cerca de 350 patentes por ano. Com isso, foi eleito pelo sexto ano consecutivo como uma das empresas mais inovadoras do mundo. Para finalizar foi apresentada a tecnologia denominada “Internet of Things”, ainda em desenvolvimento mas já lançada. Este é um dispositivo sensorial desenvolvido pela Saint-Gobain que capta uma série de informações do ambiente, como qualidade do ar e temperatura, umidade. O dispositivo é uma espécie de sensor que ao ser instalado em um local envia as informações deste ambiente para a nuvem, armazenando todas as informações, possibilitando a criação de um histórico sobre aquele ambiente e analisar o que os usuários avaliam ser um ambiente confortável. Esses dados ajudarão o grupo a desenvolver tecnologias de acordo com essas informações.

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MATERIAIS & TECNOLOGIA AR CONDICIONADO

Danfoss destaca tecnologias para redução do consumo de energia na Expo GBC 2017 Líder global no fornecimento de tecnologias que atendem à demanda por eficiência energética, soluções favoráveis ao clima e infraestrutura moderna, a Danfoss apresenta tecnologias que reduzem o consumo de energia elétrica em sistemas de ar-condicionado. A empresa contará com um estande na Expo GBC 2017 e lança o atuador digital NovoCon® S, projetado para uso em combinação com a válvula de controle independente de pressão AB-QM em tamanhos de DN 10-32. Tal combinação controla o fornecimento de água para fancoils, painéis radiantes, aquecedores dentre outras. Os visitantes do estande da Danfoss também poderão conhecer a linha de compressores com IDV (Intemediate Discharge Valve), o conversor de frequência VLT® HVAC Drive, as válvulas de controle e balanceamento dinâmico AB-QM, a linha de válvulas de expansão eletrônicas e os trocadores de calor microcanal MCHE. O estande da Danfoss é o E061.

Conversor de frequência VLT® HVAC Drive - É indicado para aplicações com ventiladores, bombas e compressores em sistemas de ar condicionado e refrigeração. Possui resfriamento via Back Channel e opera em temperaturas ambientes de até 50°C sem derating. Válvula de Expansão Eletrônica - São utilizadas com controles eletrônicos Danfoss, permitindo um controle preciso das temperaturas, pressões e superaquecimento do sistema.

Compressores scroll com IDV - Contam com válvulas de descarga intermediárias (IDV) da Danfoss. Desenvolvidas para aperfeiçoar o desempenho energético do compressor, reduzem mecanicamente a compressão excessiva do refrigerante em condições de carga parcial, mantendo a mesma carga térmica.

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Válvula de Controle e Balanceamento Independente de Pressão AB-QM – É uma válvula de balanceamento e controle independente de pressão, que limita o fluxo máximo e, ao mesmo tempo, funciona como uma válvula de controle operada por diversos tipos de atuadores da Danfoss.

Trocador de calor microcanal MCHE – Ideal para uso em aplicações como chillers, unidades condensadoras, displays internos e ar condicionado residencial, o MCHE é construído 100% em alumínio. Com seu volume interno até 70% menor que um tubo-aleta, utiliza, em média 30% a menos de carga de refrigerante.

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certificações

ERRATA Edição 12

USO RACIONAL DA ÁGUA

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25 formas de economizar água Nesta edição, a Rain Bird, empresa líder mundial na fabricação e no fornecimento de produtos de irrigação e serviços correlatos, continua trazendo para você, leitor, dicas e sugestões para economizar água em sua residência, empresa, local de trabalho, etc. Confira as novas dicas: 6. Cumpra as regras locais - Consulte o concessionário local para ver dias e horários com boa pressão da rede e ajuste seu controlador 7. Não regue durante a chuva - Nada pior que ver um aspersor funcionando na chuva. Sensor de chuva automaticamente desativam a irrigação quando chove; você nunca precisará preocupar com irrigação durante tempestades. 8. Elimine o efeito do vento - Já viu a irrigação no meio do dia molhando tudo menos o terreno? Pequenas quantidades de vento provocam a dissipação da. Evite a irrigação no meio do dia, quando os ventos são mais fortes. Os aspersores de pressão de regulagem contínua ajudam a reduzir o efeito do vento. 9. Diminua o tempo de irrigação - Muitos sistemas de irrigação são regulados para regar demais, encharcando, fazendo enxurradas e tornando o solo insalubre. Diminua o tempo de irrigação no controlador conforme as estações e mudanças de tempo. 10. Substitua bocais antigos - Os bocais hoje são mais eficientes do que há alguns anos. Escolha o bocal certo para o seu terreno. Para encostas e morros, use bocais de menor vazão como os rotativos R-VAN. Para janelas de irrigação curtas, utilize HE-VAN e série U. 11. Divida os tempos - O maior desperdício de água vem da utilização de muita água de uma vez; parte da água nunca é absorvida. Ao invés de irrigar durante uma longa e contínua sessão, o controlador Rain Bird pode dividir o tempo de irrigação em curtos períodos, com pausas entre sessões. Isso permite que a água penetre no solo e evita enxurradas.

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12. Ajuste os tempos - Os controladores Rain Bird são de fácil configuração com programas independentes para reduzir os tempos de rega nas áreas de sombra. Um sensor de umidade de solo SMRT-Y ajuda a ter certeza que está molhando cada área como o solo exige. 13. Regue quando o solo demanda - Molhar em excesso é ruim para a saúde do terreno e facilita o surgimento de fungos e doenças. Caminhe a observe. Folhas de plantas começando a enrolar e pegamento demorando mais que o normal (a grama não salta para trás) indica a hora da água. Com um controlador e um sensor de umidade do solo, você pode saber que está molhando o necessário para manter o terreno saudável. 14. Elimine a neblina - Regular a Pressão dos aspersores é simples como instalar um chuveiro de baixa vazão. Distribuem a quantidade certa de água para um trabalho sem desperdício. Os rotores e sprays Rain Bird com tecnologia PRS de regulagem de pressão economizam mais de 4 litros por minuto por rotação ou borrifada. 15. Elimine poças - A água empoça ou forma piscinas ao redor dos bocais na parte inferior de encostas ou morros, encharcando, o que podem incentivar o crescimento de fungos e apodrecer as plantas. Aspersores com válvulas de retenção pré-instalados Rain Bird (SAM) evitem problemas de drenagem.

Na edição 12, fev-mar/17 da Revista GBC Brasil, na página 16, a ficha técnica do empreendimento Citi Center deixou de informar o responsável pelo projeto paisagístico do Telhado Verde:

Projeto: Citi Center Localização: São Paulo - SP Proprietário: Citibank Área construída: 40.161 m² Data da Certificação: 13/12/2016 Sistema e Nível da Certificação: LEED EB O+M - Silver Arquitetura: Aflalo/Gasperini Consultoria de sustentabilidade: CTE Elétrica: Haluz Engenharia LTDA. Hidráulica: CTI Instalações e Serviços Ar Condicionado (Projeto/Construção): Heating Cooling Ar Condicionado (As-Built): L&M Engenharia Luminotécnica: 2PRB Arquitetos Associados Paisagismo: Iris Paisagismo Projeto de Paisagismo - Telhado Verde: Ricardo Cardim

Rain Bird Brasil Ltda Rua Marques Póvoa, 215 Uberlândia - MG Tel.: 34 3221 8210 www.rainbird.com.br

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