Revista GBC Brasil #11

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GBC G R E E N

REVISTA

B U I L D I N G

C O U N C I L

BRASIL

C O N S T RU I N D O U M F U T U RO S U S T E N TÁV E L

ANO3 / Nº11 / 2016

ESCRITÓRIO

EY

WORKPLACE OF THE FUTURE, EM SÃO PAULO, É LEED CI PLATINUM

HABITAT 3: Discussões renovam agenda urbana para os próximos 20 anos Comitês técnicos do GBC atuam para aperfeiçoar o mercado LEED CI: Cases e soluções nos projetos de interiores

DOSSIÊ ESPECIAL SAÚDE E BEMESTAR NAS EDIFICAÇÕES GANHA IMPORTÂNCIA

VIBEDITORA


10 ANOS DE GBC BRASIL

08 A 10

Seja um palestrante do maior evento da construção sustentável da América Latina!

AGOSTO

2017

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SÃO PAULO - SP

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e CALL FOR REVIEWERS A sua participação é peça fundamental para o sucesso da Greenbuilding Brasil Conferência Internacional e Expo! No evento você poderá ter a oportunidade de compartilhar seus conhecimentos e experiências, apresentar seus cases de sucesso e novos empreendimentos. As inscrições para participar como palestrante ou revisor estão abertas. Nosso objetivo é enfatizar cada vez mais a importância de uma comunidade engajada e que contribua com a disseminação de conceitos e conteúdos relevantes para o mercado da construção sustentável.

A GREENBUILDING BRASIL CONFERÊNCIA INTERNACIONAL E EXPO:

9 É o principal evento da construção sustentável no Brasil e um dos principais do segmento no mundo.

9 É o mais forte e abrangente encontro para os setores de Arquitetura, Construção e Design.

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www.expogbcbrasil.org.br PATROCÍNIO PLATINUM

PATROCÍNIO OURO

PATROCÍNIO PRATA

PARCERIA ESTRATÉGICA

REALIZAÇÃO

ORGANIZAÇÃO


Editorial

Abrindo as portas para 2017

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO Presidente GBC Brasil Eduardo Eleutério Diretor Executivo Isover, Saint Gobain Vice Presidente GBC Brasil Antonio Lacerda Senior Vice Presidente, BASF 1º Secretário GBC Brasil Ernesto Ghini Diretor Geral, Honeywell 2º Secretário GBC Brasil Marcos Bensoussan Sócio Presidente, Setri

A construção sustentável vem se consolidando a cada ano, sempre superando as expectativas do mercado. Os números expressam esse movimento crescente e, também, diversificado, abrangendo cada vez mais estados do país, e cada vez mais segmentos.

MEMBROS DO CONSELHO Martín Andrés Jaco CEO, BR Properties Celina Antunes CEO América Latina, Cushman & Wakefield Hilton Rejman Diretor de Incorporações, Cyrela Commercial Properties William Ribeiro Diretor Comercial, Daikin Raul Penteado Presidente, Deca Fabian Gil Presidente América Latina, Dow Edo Rocha Sócio Proprietário & CEO, Edo Rocha Arquitetura Maurício Parolin Russomanno CCO - Chief Commercial Office, Votorantim Manoel Gameiro Ex Presidente GBC Brasil José Moulin Netto Ex Presidente GBC Brasil

Neste final de 2016, início de 2017, o balanço feito pelo Felipe Faria, CEO do GBC Brasil, nas próximas páginas, mostra claramente esse desempenho. A edição, que está recebendo agora, aborda um dos aspectosmais importantes das construções sustentáveis, que é a Saúde e o Bem-Estar nas edificações. A qualidade do ar, dos ambientes, das condições de trabalho são fatores fundamentais no processo de apropriação do espaço pelos ocupantes. Estes aspectos são analisados nesta edição e cases são apresentados, comentando suas particularidades. Em 2017, o GBC Brasil comemora os 10 anos de presença no Brasil e também os 10 anos da primeira certificação no país. Desse modo, acreditamos que este ano terá um significado mais especial para o setor.

CEO Green Building Council Brasil Felipe Faria

VIBEDITORA

A todos que nos acompanham, aproveito para desejar um excelente 2017 e que a sua participação na construção de um futuro sustentável, seja cada vez mais forte.

DIRETOR EXECUTIVO Luiz Sampaio lfsampaio@vibcom.com.br

© Bianca Wendhausen

Boa leitura!

REDAÇÃO Natália Rangel - MTb 15194/MG Veronica Soares - MTb 13093 Paulo Dias - MTb 82002/SP Patrícia Braga - MTb 81787/SP Taís Cruz redacao@vibcom.com.br/ press@vibcom.com.br COMERCIAL: comercial@vibcom.com.br FINANCEIRO: adm@vibcom.com.br DESIGN GRÁFICO E EDITORIAL, REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO VIB COMUNICAÇÃO E EDITORA Rua Roque Petrella, 46 - conj 501 Brooklin - São Paulo - SP CEP 04581-050

LUIZ FERNANDO SAMPAIO DIRETOR EXECUTIVO VIB Comunicação e Editora

RESPONSÁVEL DO GBC Maíra Macedo ASSINATURAS E CONTATOS: Tel: 11 5078 6109 email: revistagbc@gbcbrasil.org.br Capa: Escritório EY Workplace for the Future - São Paulo. Acervo EY

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índice

GBC G R E E N

REVISTA

B U I L D I N G

C O U N C I L

BRASIL

C O N S T RU I N D O U M F U T U RO S U S T E N TÁV E L

ANO 3 / Nº11 / 2016

EDITORIAL............................................................. > 3 COLUNA GBC........................................................ > 6

GREEN PAGES

EDO ROCHA...................................> 8

COLUNA CBIC..................................................... > 12

PROJETO DESTAQUE...........................> 14

URBANISMO - HABITAT 3................................... > 20 COMITÊS TÉCNICOS GBC BRASIL..................... > 22

ESPECIAL SAÚDE E BEM-ESTAR

AMBIENTES DE TRABALHO MAIS SAUDÁVEIS........ >

28

CERTIFICAÇÃO WELL......................................... > 34 CLIMATIZAÇÃO PARA SAÚDE............................ > 36 EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E TECNOLOGIA...... > 39 ESCRITÓRIOS E BEM-ESTAR DOS OCUPANTES

NOVA SEDE HTB........................................................ > 40 ATHIÊ WOHNRATH............................................. > 44 MARCETEX........................................................... > 48 GREEN PEOPLE................................................... > 54 VISÃO DA AMÉRICA............................................ > 56 POLÍTICAS PÚBLICAS................................................. >

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INOVAÇÃO - EVENTO DANFOSS...................... > 64 SOLUÇÕES SUSTENTÁVEIS................................ > 66 HTB: 50 ANOS NO BRASIL.................................. > 68 4

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2016, um ano impressionante.

Continuamos em 4º no TOP 10 - ranking de 162 países com maior número de projetos registrados e certificados LEED.

A

construção sustentável mantém ótimos resultados de crescimento em 2016, ano em que a construção civil esteve rendida a condições adversas da economia e política. Mesmo com o crescimento do LEED em outros países, o Brasil continua na 4º posição na lista do USGBC dos maiores mercados, destacando os países que estão desempenhando um papel significativo na concepção, construção e operação, de forma integrada, eficiente e sustentável. O país registrou 7.43 milhões de metros quadrados de edificações certificadas LEED e 30.97 milhões de metros quadrados cumulados de projetos registrados e certificados. Atualmente, são 1.224 projetos registrados em praticamente todos os Estados do Brasil. Também celebramos os primeiros projetos registrados no Estado do Acre. Abaixo, a lista do TOP 10 países: Ranking País m2 Projetos Certificados* Certificados 1 China 34,62 931 2 Canadá 34,39 2.586 3 India 15,90 644 4 Brasil 7,43 380 5 Coréia do Sul 5,95 97 6 Taiwan 5,66 99 7 Alemanha 5,03 215 8 Turquia 4,78 191 9 Suécia 3,88 210 10 Emirados Árabes 3,64 180

Estados Unidos**

336,84

27.699

A construção sustentável segue inabalada frente os desafios econômicos e políticos que assolam o país. A liderança interdependente dos profissionais e empresas atuantes na construção sustentável consolidou a presença dos green buildings nos principais

segmentos da construção e criou as condições necessárias para sua expansão e fortalecimento. Os números de novos projetos LEED e CASA, considerando um ano de timidez no que se refere a novos lançamentos, são impressionantes. O desempenho equipara-se ao ano de 2012, quando tivemos muitos projetos corporativos de alto padrão lançados e registrados LEED. O ano de 2016 é a comprovação que nosso movimento aumentou a participação no mercado e passou a abranger diferentes segmentos, não estando mais restrito ao corporativo de alto padrão. Para o GBC Brasil caberá manter a disseminação e fortalecimento da presença dos green buildings nos diversos setores do mercado. Ano Projetos Novos Total LEED CASA 2016*** 188 13 201 2015 107 15 122 2014 131 1 132 2013 188 9 197 2012 209 0 209 ***Dados até Out/2016

Corroborando com o célere processo de adoção pela iniciativa privada e pública das ferramentas de certificação de edificações verdes, pesquisas como a da Geoimóvel divulgada em agosto de 2016, comprovam os diferenciais econômicos dos green buildings. Comparando edifícios corporativos de alto padrão certificados LEED com aqueles não certificados no mesmo bairro, nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. Concluiu-se que as edificações certificadas possuem 7% de melhora na vacância no Rio de Janeiro e 9,5% em São Paulo; possuem melhor valor por metro quadrado, ao mesmo tempo que as taxas de condomínio são menores. Em termos de estoque neste segmento e bairros analisados, já somos 27% no Rio de Janeiro e 34% em São Paulo, sendo que na região das Avenidas Berrini e Faria Lima, o montante chega a 50% das edificações corporativas de alto padrão.

*Escala em milhões de metros quadrados. Dados de Dezembro de 2016 **Os Estados Unidos da América, país de origem do LEED não estão incluídos nesta lista e continuam sendo o maior Mercado da certificação.

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Em 2016 foram 67 projetos certificados e 188 novos registros LEED em 10 diferentes Rating System e 13 novos registros CASA, sendo: SP: 83 registros (6 LEED CI, 26 LEED CS, 21 LEED EB_OM, 1 LEED Schools, 16 LEED NC, 1 LEED ND, 2 LEED Retail, 1 LEED v4 ID+C: CI e 9 CASA); RJ: 29 registros (21 LEED CS, 2 LEED EB_OM, 2 LEED Schools, 3 LEED NC e 1 LEED v4 ID+C: CI); PE: 18 registros (16 LEED NC, 1 LEED CI e 1 LEED EB_OM); PR: 16 registros (12 LEED NC, 3 LEED CS e 1 LEED EB_OM); DF: 14 registros (1 LEED CI, 9 LEED CS, 3 LEED EB_OM e 1 LEED NC); RS: 12 registros (6 LEED CS, 3 LEED NC, 1 LEED EB_OM, 1 LEED CI e 1 CASA); MG: 6 registros (1 LEED NC, 4 LEED CS e 1 LEED EB_OM); SC: 6 registros (2 LEED NC, 1 LEED CI, 1 LEED CS, 1 LEED EB_OM e 1 CASA); BA: 5 registros (4 LEED NC e 1 LEED CI); GO: 4 registros (1 LEED NC, 1 LEED CS, 1 LEED v4 BD+C: CS e 1 CASA); AC: 2 registros (LEED CS); AM: 1 registro (LEED CI); CE: 1 registro (LEED Retail); MS: 1 registro (LEED v4 BD+C: NC); MT: 1 registro (CASA); PA: 1 registro (LEED NC); RN: 1 registro (LEED ND). Alinhado aos números de crescimento, nosso otimismo aumenta frente a importância e propósito nobre dos objetivos estratégicos definidos e aprovados pelo Conselho de Administração do GBC Brasil, em conformidade com as Políticas Nacional, Estaduais e Municipais de Mudanças Climáticas, bem como as principais demandas para o crescimento contínuo da indústria da construção civil.

• Disseminar e fortalecer a presença dos green buildings nos diversos setores de mercado.

• Elevar o nível técnico da indústria de materiais e recursos pau• • •

tados na Avaliação de Ciclo de Vida e Declaração Ambiental de Produto. Aumentar a visibilidade do GBC Brasil. Reforçar a divulgação dos benefícios econômicos da construção sustentável a todos os “stakeholders” envolvidos. Aumentar a receita do GBC Brasil e diversificar suas fontes.

Acompanhando este trabalho de expansão e consolidação vale ressaltar o crescimento de nossas ações e ferramentas de disseminação da informação. O website cresceu 80% em relação ao número de usuários e 25% de visualização de páginas (+160.000 profissionais), as mídias sociais aumentaram em 72% seu alcance e 238% o número de seguidores (2.542.955 pessoas). O Greenbuilding Brasil, Conferência Internacional e Expo saltou de um público de 4.000 visitantes para 14.000, 120 palestrantes (30 internacionais), 1500 conferencistas e 50 patrocinadores e expositores. Com a direção do nosso Conselho, atuação dos nossos Membros e engajamento dos parceiros, a equipe do GBC Brasil está certa que o ano de 2017 será promissor. Impulsionaremos exponencialmente a colheita dos bons resultados de nossas atividades e não faltaram nobres motivos para as comemorações dos dez anos do Green Building Council Brasil. Juntos estaremos edificando um ano rico em reflexão, harmonia e paz.

• Acelerar o desenvolvimento do mercado de eficiência energética em edificações existentes.

• Garantir que as edificações e espaços construídos tenham como premissa básica de projeto, obra e operação, a saúde e bem-estar de seus ocupantes.

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FELIPE FARIA, CEO Green Building Council Brasil Presidente Comitê de Networking das Américas do World GBC

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©Mari Queiroz

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"O conceito foi aceito"

ENTREVISTA

Edo Rocha

Edo Rocha é arquiteto urbanista, diplomado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, em 1973, é o Diretor Presidente da empresa Edo Rocha Arquiteturas, fundada em 1974 e com mais de 40 anos de experiência no planejamento e na arquitetura de edificações, espaços interiores, urbanismo, aeroportos, shopping centers, arenas esportivas, estádios, entre outros. É fundador do Consórcio ABSIC Brasil, primeiro consórcio licenciado pela Universidade Carnegie Mellon fora dos Estados Unidos, com objetivo de realizar pesquisas e desenvolver produtos para melhorar a qualidade e o desempenho dos edifícios, a saúde e a produtividade de seus ocupantes. Membro da Asbea - Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetura e conselheiro do MAM - Museu de Arte Moderna, em São Paulo. São mais de 1.000 projetos assinados e 15.000.000 m² projetados. Seus principais valores são: a sustentabilidade, a reciclagem da arquitetura - retrofit - e a inovação. Possui mais de 680.000m² de projetos com certificação LEED concedidas pelo Green Building Council Brasil, onde é membro do Conselho Administrativo. Com mais de 40 anos de experiência como Artista Plástico, Edo Rocha participou de diversas Bienais, exposições em Galerias de Arte e Museus, nacionais e internacionais

Arquiteto, Edo Rocha Arquiteturas 8

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Como você avalia o crescimento da construção sustentável no Brasil, não só em termos de certificações, mas também da aplicação de conceitos de sustentabilidade nos projetos? Edo Rocha. Eu vejo dois aspectos importantes em termos da sustentabilidade avançando no Brasil. Primeiro que, no início era difícil convencer pessoas, empresários e investidores da importância do conceito de sustentabilidade, mas hoje em dia eles já mudaram de opinião e acham que, de fato, é um assunto importante, que tem uma relevância que anos atrás não havia. Num segundo momento, a sustentabilidade era um aspecto muito mais de marketing e hoje é uma realidade como valor agregado ao imóvel como economia na operação. Hoje o imóvel certificado tem um aspecto muito mais econômico em relação a operação que um imóvel não certificado ou não sustentável. Fazer bem feito ou fazer mal feito acaba custando a mesma coisa, então é melhor fazer da maneira correta. O que acontece é que há uma diferença muito grande para o operador e para o usuário, mas antes o investidor e o incorporador achavam que isso não era importante. Porém esse argumento virou um aspecto importante de venda, pois o prédio gastar menos energia é importante para o usuário. Essa foi a grande mudança de consciência.

Como definir a importância dos quesitos saúde e bem-estar na arquitetura? ER. A sustentabilidade de uma maneira geral se apoia em três itens. O primeiro é a conservação de energia, pois sem ela não estamos falando em sustentabilidade. Os outros dois são o uso racional da água e a energia humana, ou seja, o lugar que faz bem, proporciona satisfação e não me exaure fisicamente. São três pontos que são extremamente importantes na sustentabilidade. E tudo isso com um único objetivo: não gerar de emissão de CO2. Se isso não for o item principal entre os 10

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mandamentos da sustentabilidade, então não conversamos sobre sustentabilidade. Nós cometemos um grande erro aqui nos edifícios do Brasil, pois, como nós não temos inverno, os prédios não tem isolamento térmico e por isso gasta-se muita energia pra refrigerar os ambientes e precisamos ter consciência disso. A minha recomendação, em termos de soluções, seria isso: se não tiver isolamento térmico, o calor intenso aquece a estrutura e no final tem que se usar muito ar condicionado pra refrigerar um espaço que poderia estar isolado termi- camente. Não tem nada pior em termos de sustentabilidade do que o concreto aparente, por exemplo. Ele é a antítese da sustentabilidade pois ele esquenta, é escuro e transmite toda a radiação pra dentro do edifício.

Na sua opinião, o que é necessário para uma boa arquitetura sustentável? Em termos de eficiência energética, respeito aos recursos naturais, soluções arquitetônicas e tecnológicas, o conforto e o bem-estar. ER. Vou falar sobre os aspectos do conforto e como se percebe esse conforto. São, em princí- pio, 3 modalidades: o conforto físico, onde a arquitetura trabalha; o conforto ambiental onde os analistas e psicólogos trabalham a parte psicológica das pessoas e o conforto espiritual, que se busca através das diversas religiões. Quando falamos sobre conforto, dizemos que é uma sensação percebida pelos 5 sentidos: tato, olfato, visão, audição e paladar. Quando você junta estes 5, acaba criando um sexto sentido que chamo de TOVAP [a palavra é uma abreviação dos cinco sentidos, e significa exatamente a somatória destes sentido]. Um claro exemplo de TOVAP é quando você está à mesa e todos os seus sentidos estão ligados. E cito ainda o sétimo sentido: a percepção do espaço. Junta-se esses sete e se tem uma visão mais apurada e integrada do que é conforto. Com relação

à saúde, ela está ligada a arquitetura em um aspecto muito importante: a respiração, o ar. De acordo com a OMS, a contaminação do ar que a gente respira é responsável por 75% das doenças que contraímos. Um sistema de ar condicionado mal dimensionado pode ser um condicionante de dores muscular e dores nas costas, por exemplo. E um outro aspecto importante é a ergonomia, que tem a ver com a parte física corporal, com a coluna. Enfim, existem muitos elementos que provocam mal estar e desconforto na arquitetura.

A preocupação com os ocupantes e seu bem-estar é fundamental em um projeto de escritórios, onde as pessoas passam a maior parte do tempo trabalhando. Como isso se manifesta na prática nos seus projetos? ER. O escritório não é só o lugar em que você passa a maior parte do tempo, mas onde se estabelece que a relação da percepção do bem-estar dentro do espaço de trabalho é um aspecto extremamente importante, e tem a ver de novo com todos os sentidos que falei. Tem a ver com a visão, no caso da iluminação, com o olfato, com audição e o tato que são as percepções que temos em especial entre o seu corpo e o mobiliário, a cadeira, o móvel, além da relação com o espaço como um todo. Essa é a habilidade que o arquiteto tem que ter de entender isso e transformar num aspecto de conforto e não necessariamente em um aspecto de décor. A acústica é assunto muito importante mas quase ninguém entende disso e os lugares se tornam extremamente irritativos porque não tem essa boa solução para esse problema. Tenho vários projetos onde estes elementos sempre são levados em consideração. Por exemplo, a sede do Santander onde fez-se um trabalho acústico perfeito. Lá os móveis foram todos desenhados para que eles façam parte da acústica do ambiente, com índice de reverberação bastante grande. A sede

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©Divulgação Edo Rocha

da TV Globo, em São Paulo, é outro exemplo interessante. Lá não só foi planejada toda a questão da arquitetura, mas também do mobiliário e acústica o que resultou num índice de reverberação baixo. E tem projeto da HP com novas maneiras de trabalhar e novos equipamentos. Por fim, cito também a sede da Souza Cruz, um dos últimos projetos que fizemos, com um resultado estético e de conforto bastante interessantes. Todas as mesas foram desenhadas, o espaço tem uma qualidade acústica e de iluminação excelentes e tem toda uma série de percepções onde as pessoas conseguem expressar a manifestação de conforto do antes e do depois.

"Essa é a habilidade que o arquiteto tem que ter de entender isso [bem-estar] e transformar isso num aspecto de conforto e não necessariamente num aspecto de décor"

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Recentemente você lançou um livro sobre o conforto na arquitetura e no design. Esse tema tem muito a ver com as questões aqui levantadas nessa edição, que dizem respeito à relação entre a edificação, os seus ocupantes e o meio ambiente. Como equacionar essa relação no projetar? ER. O livro tem basicamente 10 capítulos, onde eu falo sobre essa percepção do confor- to na arquitetura e sobre a consciência disso. O conforto não tem uma regra, é extremante subjetivo, varia de cada pessoa. Ele muda com o passar do tempo, você vai envelhe- cendo e mudando a percepção de conforto. Explico ainda os 5 sentidos, a criação do sexto sentido, o TOVAP, e o sétimo sentido que é a percepção do espaço, como você entende e sente a arquitetura. Por exemplo, você deve ter em sua casa o lugar que mais gosta, e onde se sente mais confortável. Você cria suas referências ou desenvolve essa percepção de conforto nesse lugar. Falo também sobre o conforto na arquitetura, esse

sétimo sentido que é expresso pela sua emoção ao se relacionar com uma edificação. Quando você tem uma experiência marcante com algum local que te desperta uma sensação tão forte a ponto de lhe tirar o ar, esse é o sétimo sentido. No livro cito ainda a influência da tecnologia e como ela muda a percepção de conforto através dos anos. Falo também sobre um elemento importante para o conforto: a areia. Da areia fez-se o vidro e isso transformou o conforto do homem, que fez as lentes, o microscópio, o telescópio, a televisão, a tela do computador, do celular, os transistores, as lâmpadas, e muito mais. O vidro, através das janelas e das portas, representou um grande carimbo da arquitetura. Quando você olha uma janela ou uma estrutura arquitetônica, já sabe se é neoclássico, colonial, e por aí vai.

Fale um pouco da importância do GBC, que agora em 2017 completa 10 anos no Brasil ER. No começo tinha um certo receio sobre se o trabalho desenvolvido pelo GBC seria bem aceito aqui. Mas tive uma grata surpresa ao ver como o GBC foi abraçado no Brasil e como teve essa aceitação tão grande. Isso é de uma importância única. O Brasil é um dos países com maior número de projetos em aprovação. Eu diria que no final o conceito foi aceito. Essa é a importância que vejo como resultado. Também acredito que a iniciativa do Referencial CASA GBC Brasil terá uma repercussão bastante interessante. É um começo muito promissor e há uma expectativa que terá um bom resultado.

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©Divulgação CBIC

Coluna CBIC

A Sustentabilidade como Negócio

A

Comissão de Meio Ambiente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção – CMA/CBIC, lançou no mês de setembro, em correalização com o Senai, duas publicações inéditas para o setor: Gestão Eficiente da Água e Energias Renováveis. A cidade do Rio de Janeiro inclusive nesta mesma semana do lançamento recebeu o evento CNI Sustentabilidade, trazendo diretrizes do Ano Internacional do Entendimento Global, onde as conexões locais se encontram, proporcionando entendimento sobre a sustentabilidade e seu papel em escala global. O tom do evento foi dado pelo Presidente da CNI, Robson Braga, onde enfatizou que a sustentabilidade seja incorporada ao plano de negócios das empresas, criando oportunidades e novos investimentos. Com relação às publicações, uma aborda questões e reflexões sobre como usar água com eficiência, utilizando apenas a quantidade de água necessária e suficiente para o desempenho esperado de determinada atividade ou equipamento, sem desperdício, sem comprometimento da qualidade da atividade e garantida a saúde dos usuários e segunda expõe os benefícios do uso da energia solar fotovoltaica para o setor da Indústria da Construção, questões sobre viabilidade, tarifas e financiamentos, além de apresentar relações entre energia fotovoltaica e aquecimento solar, micro e mini geração de energia e respectiva aplicação em condomínios verticais e horizontais e respectiva viabilidade econômica.

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Nilson Sarti presidente da Comissão do Meio Ambiente (CMA) da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC)

Muitas alianças e iniciativas internacionais em prol da economia de baixo carbono estão sendo conduzidas desde a realização da COP 21, no final do ano de 2015 e ficou claro que estamos caminhando para uma economia fortemente atuante em tecnologias limpas. Para viabilizar esta transição, a partir do acordo estabelecido em Paris, os países desenvolvidos vão contribuir com 100 bilhões de dólares a partir de 2020 e verifica o aumento exponencial de fundos de investimentos destinados a fomentar pesquisas em energias limpas. O setor mobilizou-se e foi formada uma aliança para combater a mudança climática, composta inicialmente por 20 países - o Brasil faz parte dela - com outros países como Estados Unidos, França, Marrocos, Suécia, Canadá, Áustria, Alemanha, México, entre outros, com apoio de grandes corporações e sociedade civil, destacando-se a International Union of Architects (UIA), o World Green Building Council (WGBC) e a European Construction Industry Federation (FIEC). Entre os objetivos da Aliança está de minimizar a demanda de energia, tornar verde a cadeia de valor da construção, integrar as energias renováveis através da energia dos municípios, implementar projeto de construção integrada e planejamento urbano, e envolver instituições de financiamento, além de buscar mais resiliência nas cidades e infraestrutura do futuro. Este cenário permite visualizar perspectivas de um novo mercado para o setor da Indústria da Construção, tendo

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Câmara Brasileira da Indústria da Construção

em vista que a participação dos parques eólicos e solares na matriz energética mundial representa apenas 0,5%. Outra proposta é o desenvolvimento de parcerias público-privadas e cooperações para criação de uma cultura em sustentabilidade e uma visualização da Indústria 4.0, onde países como a Costa Rica e Suécia se tornarão fossil fuel free, isto é, até 2020 não farão uso de combustíveis fósseis e o surgimento de empresários e investidores urbanos, criando um ambiente de negócios colaborativo, urbanizado e democrático. Além disso, para a retomada do crescimento do País baseado na sustentabilidade, a diretriz é o investimento em tecnologia e inovação. E o setor tem a oportunidade de ser protagonista em um movimento favorável ao uso e disseminação de energias renováveis, citando como exemplo, uma decisão estratégica que vem sendo tomada por grandes empresas, como o Breaktrough Energy Coalition, um novo modelo de negócios, que consiste em parceria público-privada entre governos, instituições de pesquisa e investidores, além de cientistas, engenheiros e empresários que podem construir e dimensionar as tecnologias inovadoras que irão limitar o impacto das alterações climáticas, proporcionando energia confiável e acessível a todos.

Boas e exitosas iniciativas, como as “fazendas verdes em telhados”, onde hortas orgânicas são cultivadas no telhado do edifício, tornando o transporte a custo zero e alcançando o máximo da acessibilidade, compartilhamentos de veículos elétricos, entre outros, mostra o caminho do futuro: a sharing economy, alcançará em 2025, o impressionante número de 335 bilhões de faturamento. A CBIC, coordenadora da Comissão de Construção Sustentável da Federação Interamericana da Indústria da Construção, fomenta a disseminação das seguintes plataformas apoiadas pelo Banco Mundial, que incentivam diretrizes relacionadas à construção sustentável: Knowledge Platform on Environmentally Sustainable Infrastructure Construction in Latin America and the Caribbean Region – KPESIC, uma ferramenta que estabelece redes e grupos de intercâmbio entre especialistas, atores públicos e privados, para disseminar conhecimento e estabelecer intercâmbio e contatos e estabelecer estratégias de negócio mais eficientes dos usuários, facilitando o desenvolvimento de projetos em sustentabilidade na área de infraestrutura, e Excellence in Design for Greater Efficiencies – EDGE, uma certificação que recompensa os incorporadores que implementam estratégias para reduzir o uso de energia e água em seus prédios, bem como a energia incorporada nos materiais.

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©Acervo EY

projeto em destaque

Fotos: Divulgação Hospital Oswaldo Cruz

Inovador, novo escritório da

recebe certificação LEED CI Platinum Por Paulo Dias

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Colégio Estadual Erich Walter Heine, rev/gbc/br Rio de Janeiro


projeto em destaque

©Acervo EY

A empresa precisou se adaptar às mudanças no perfil dos funcionários e criar um novo conceito de escritório que incentivasse a colaboração e a autonomia de seus colaboradores, sem deixar de lado a sustentabilidade. Os resultados já são sentidos na prática.

O

novo escritório paulistano da Ernst & Young (ou simplesmente EY), uma das maiores empresas de Auditoria e Consultoria do mundo, recebeu certificação LEED CI, categoria Platinum. Ocupando cinco andares da Torre Norte do Condomínio São Paulo Corporate Towers (que também é certificado LEED CS – Platinum), o escritório é local de trabalho de cerca de 3 mil colaboradores e se tornou um exemplo de como aliar sustentabilidade, tecnologia e inovação, sem deixar de pensar no bem-estar dos funcionários. Ao adentrar o espaço, a primeira coisa que chama a atenção é uma grande área de convivência com sofás, pufes, mesas e balcões, além de uma máquina de café e outra de petiscos saudáveis. “Quisemos criar esse espaço para atender os mais diversos tipos de profissionais e deixar o ambiente melhor, mais dinâmico”, explica Zunara Carvalho, sócia em avaliação de Riscos, Mudanças Climáticas e Sustentabilidade da EY.

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Em outubro desse ano, o escritório recebeu certificado LEED Commercial Interior na mais alta categoria, a Platinum. A certificação resultou do anseio da empresa por um selo de reconhecimento global e das diretrizes mundiais da organização, que já incentivam a promoção de diversos critérios de sustentabilidade dentro dos escritórios da EY.

Escritório do Futuro

Workplace of the Future, é o conceito para o projeto do escritório da EY, que se baseia numa palavra chave: multifuncionalidade. “Temos vários escritórios no mundo, todos têm como principal objetivo promover maior integração entre as pessoas e incentivar o trabalho de colaboração. Para isso tivemos que investir em tecnologia, sustentabilidade e integração dos escritórios a nível internacional. O conceito Workplace prevê um ambiente de trabalho onde não se tenha a percepção de hierarquia. Investimos muito também nessa quebra de hierarquia”, analisa Zunara.

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©Acervo EY

projeto em destaque

Zunara Carvalho

Atualmente, a Ernst & Young está presente em 728 escritórios distribuídos em 150 países. São cerca de 160 mil colaboradores. O conceito de Workplace of the Future é aplicado em 66 desses escritórios e os planos da empresa preveem a expansão gradual desses números. Segundo o Relatório Anual 2015 da EY Brasil, a mudança para esse novo conceito de escritório “foi baseada em um estudo global do perfil dos colaboradores, que revelou que 50% deles já são da geração Y e que esse número pode chegar a 85% em 2020. Essa geração tem uma necessidade de inovação constante e, para exercê-la, busca ambientes de trabalho mais dinâmicos, colaborativos e flexíveis”. Todos os espaços do escritório da EY são considerados multifuncionais, ou seja, podem ser usados por todos em diversas funções. Para organizar esse fluxo, a empresa investiu em tecnologia e criou uma plataforma virtual (que pode ser acessada via celular) de consulta e reserva de salas. Tal ferramenta é integrada mundialmente, o que permite reservas nos escritórios de outros países. “Nós éramos um escritório de mesa fixa, e passamos para uma estrutura de hotelling, ou seja, temos flexibilidade no uso dos ambientes e espaços de trabalho. Isso significa dizer que tais ambientes tanto podem funcionar como a sala de um diretor quanto como uma sala de reuniões”, exemplifica Zunara.

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Projeto: EEY SP Workplace of the Future Localização: São Paulo - SP Proprietário: Ernst & Young Área construída: 9.795,00 m² Certificação: 22/10/2016

Sistema e Nível da Certificação: LEED CI - Platinum

Arquitetura e Construção Athié Wohnrath Consultoria de sustentabilidade: EY e CTE Gerenciamento: EY e Athié Wohnrath Elétrica: CTPF projetos e consultoria Hidráulica: Adolfi – Projetos de engenharia Sistema de Ar Condicionado: EPT engenharia Luminotécnica: FOCO – luz & desenho

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projeto em destaque

Fotos: Acervo EY

Foco em sustentabilidade

Elaborado pelo escritório Athié|Wohnrath, o projeto para a Ernst & Young já planejado visando atender as diretrizes internas da empresa e também as requisições para a certificação LEED. Para tal, ele precisou se atentar a uma série de detalhes em sete pilares básicos: implantação sustentável, energia, conforto ambiental, inovação, eficiência hídrica, materiais e recursos e créditos regionais. A EY também contou com consultoria do CTE (Centro de Tecnologia de Edificações) para obter a certificação LEED. Com grandes janelas que valorizam a luz natural, o escritório também conta com sensores de luminosidade que detectam o movimento e ligam/desligam as luzes automaticamente. “Nos preocupamos bastante com luminosidade, porque esse talvez seja o fator mais crucial quando pensamos no bem-estar das pessoas nos escritórios”, enfatiza Zunara.

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Ainda visando a economia de energia e também pensando na qualidade interna do ar, o escritório possui um sistema de ar condicionado inteligente. Tal sistema percebe a temperatura no ambiente e faz os ajustes automaticamente, o que evita o problema de deixar o ar condicionado ligado sem ter ninguém usando o local. Os vasos dos sanitários e todas as torneiras do escritório possuem redutores de fluxo de água, o que gera economia imediata. Mas de nada adiantariam essas medidas se os funcionários não usassem conscientemente os espaços. Nesse sentido, Zunara aponta que a educação é fundamental. “Nos atentamos para que as pessoas realmente entendam como usar o espaço. Desenvolvemos um guia para os colaboradores, explicando como usar os ambientes do escritório pensando não só em si, mas também no outro.

Porque o bem-estar está muito relacionado ao impacto que você causa no outro”. As mudanças visando a redução de resíduos também foram significativas. Cerca de 80% das impressoras do escritório foram desativadas, o que desestimulou o uso do papel. A empresa adotou uma política de mesas limpas, ou seja, manter o menor número possível de objetos e pertences na mesa. Isso se alinha com o conceito de multifuncionalidade dos ambientes, conforme lembra Zunara. “O colaborador tem que pensar toda hora no conceito do projeto, isso significa dizer que ele não deve trazer nada ao espaço que o faça se fixar ali”, explica. Em relação ao descarte de resíduos, as lixeiras foram retiradas das salas, também visando desestimular a geração de lixo. Na área de convivência, há lixeiras para cada tipo

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projeto em destaque

de material, incentivando a coleta seletiva. O descarte posterior desses materiais fica a cargo do condomínio que, por também ser certificado LEED, possui uma série de diretrizes quanto ao destino final dos mesmos.

O antes e o depois

Desfrutar de um espaço certificado LEED significa lembrar que os processos para se chegar até ali também precisam estar de acordo com uma série de diretrizes. Zunara salienta que, durante a fase de execução do projeto, foram tomados diversos cuidados que muitas pessoas nem imaginam. “Nos atentamos para manter a obra ventilada e o mais limpa possível, além de fazer a coleta e o descarte correto dos resíduos da construção. Foi feito também serviço de controle de poeira e de ruídos”. Além desses cuidados, também houve a preocupação para que todo o mobiliário tivesse origem local. “Fizemos um controle de quais seriam nossos fornecedores. Só para exemplificar, até a madeira que usamos em nossos rodapés segue uma série de especificações, é certificada”, complementa. Quando questionada se todo o esforço valeu a pena, Zunara não tem dúvidas: “Com certeza valeu e ainda valerá muito mais! Porque a ideia por trás de ter um escritório como esse é crescer. E crescer não só nó fisicamente, mas em todos os sentidos”, finaliza.

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DIFERENCIAIS SUSTENTÁVEIS •

Redução do consumo de água: 41,9%

Redução do consumo de água potável: 82,6%

Redução da potência de iluminação: 26% se comparado com a ASHRAE 90.1-2007

Sensores de presença para 100% da iluminação.

61,7% da potência de iluminação integradas a sensores de iluminação natural

38,95% de redução do consumo de energia do sistema de HVAC

81,1% dos resíduos de obra encaminhados para reciclagem

36% de materiais regionais

Uso de adesivos, selantes, tintas e revestimentos com baixo VOC.

Lâmpadas com baixo teor de mercúrio, atingindo a marca de 19,3 picograms / lumen /hour

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tendências

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urbanismo

Conferência da ONU renova agenda urbana para os próximos 20 anos Edificações verdes são consideradas cruciais para as metas de sustentabilidade no novo contexto de desenvolvimento urbano, com especial destaque às ações de saúde e bem-estar nas cidades Por Natália Rangel e Verônica Soares

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nferência das Nações Unidas sobre Habitação e Desenvolvimento Sustentável Urbano, sediada na capital do Equador, Quito, em outubro. O evento é realizado a cada 20 anos para dar novo impulso ao compromisso com a urbanização sustentável mundial. Na edição 2016, além de promover um intercâmbio global em defesa de cidades social e ambientalmente sustentáveis, com moradia adequada para todos, o foco foi a implementação da Nova Agenda Urbana, com base na Agenda Habitat de Istambul, desenvolvida em 1996. As previsões e indicadores tratados no evento apontam que, até 2050, 80% da população estará vivendo nas cidades, que consomem 70% da energia e são responsáveis por 75% das emissões de CO2 na atmosfera. No cenário das cidades sustentáveis, são fundamentais a discussão e a implementação da Nova Agenda para o assentamento humano e para o desenvolvimento de centros urbanos mais sustentáveis, inclusivos e igualitários, com redução da desigualdade social e de gênero, além de redução das taxas de pobreza e de desemprego. Há também um trabalho em defesa das cidades resilientes, que têm capacidade de se recuperar e progredir após um forte acontecimento ou desastre natural. Outro ponto fundamental é fortalecer a governança urbana, já que

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cidades de sucesso precisam ter governança sólida, além de fundos e autonomia suficientes. Dentre os participantes no evento estavam entidades governamentais, do âmbito federal, estadual e municipal, mas também profissionais da Arquitetura e pesquisadores de diversas áreas do conhecimento, ONGs e instituições financeiras como o Banco Mundial e o Rochfeller Fund, que apresentaram programas de investimentos para cidades sustentáveis. O Brasil levou representantes do Ministério das Cidades, juntamente com o Secretário de Habitação do município de São Paulo, João Sette Ferreira, a vice-secretária de Desenvolvimento Urbano da Prefeitura, Thereza Herling e o diretor do Uso e Ocupação do Solo, Daniel Montandón.

Inovações para cidades sustentáveis: edificações verdes no contexto da Nova Agenda Urbana

O movimento dos Green Buildings e o trabalho das empresas membros do GBC é considerado crucial para alavancar a indústria da construção civil em direção à sustentabilidade e, consequentemente, contribuir para o atingimento das metas de Sustentabilidade da Nova Agenda. No evento, algumas das possibilidades de mudanças positivas discutidas entre os países indicaram a necessidade de melhorar o

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alinhamento das políticas públicas, fortalecer a integração e o alinhamento entre os órgãos federais, estaduais e municipais; ampliar a mobilização social, por meio de alianças com a sociedade civil; trabalhar para o controle do uso do solo; reforçar parcerias e priorizar dados de pesquisas como indicadores, dentre outras questões, como a valorização da qualidade da saúde no planejamento urbano cidadão. Um encaminhamento importante foi a sugestão de criação, pelos governos locais, de uma Agenda Nacional Urbana para implantar tudo o que foi discutido durante o Habitat III. Os diversos países e blocos participantes apresentaram novidades em processo de implementação que servirão de suporte para o alcance das metas. A ideia é que os projetos apresentados possam auxiliar as prefeituras a partir de processos de comparação entre as cidades, além de proporcionar aprendizado e troca de experiências entre diferentes modelos de gestão sustentável. O WorldGBC representou os GBCs com a apresentação do Advanced Net Zeros, programa global, que conta com a participação do GBC Brasil e outros nove países. O projeto visa colocar em ação o compromisso feito na COP Paris pelo WorldGBC e seus 74 GBCs com suas 27 mil empresas associadas para redução das emissões de CO2 do setor de edifícios em 84 gigatoneladas até 2050, por meio de edificações Net Zero. O objetivo do programa consiste em zerar as emissões de carbono na atmosfera oriundas do setor da construção civil até 2050, de forma que todas as novas edificações e grandes reformas se tornem Net Zero a partir de 2030, e 100% dos edifícios se tornem Net Zero até 2050. A implantação da meta se viabilizará por meio da criação de ferramentas de certificação para edificações Net Zero, a serem desenvolvidas pelo GBC Brasil e por nove outros países. Apesar da parceria entre os países e do apoio do WGBC, cada país será responsável pela criação da sua própria ferramenta de acordo com as especificidades locais. A União Europeia, por exemplo, apresentou o projeto European Green Capital, ferramenta que será lançada em maio de 2017 e servirá de auxílio ao desenvolvimento de políticas públicas. As cidades inscritas serão avaliadas dentro de categorias como desempenho do ar, adaptação às mudanças climáticas, ruído, água, mobilidade, crescimento verde e inovação, energia, natureza e biodiversidade, governança, uso da terra e resíduos. Com base na nota recebida, cada cidade receberá recomendações para a mitigação das mudanças climáticas. A ferramenta também irá contemplar indicadores de emissões de CO2 das cidades, de forma a verificar o seu desempenho em comparação à média das outras cidades, tudo de forma anônima. A Comissão Europeia de Ciências e Serviços do Conhecimento, por sua vez, apresentou o instrumento The Global Human Settlement Layer, uma plataforma global com dados abertos para a avaliação da presença humana no planeta, trazendo indicadores de densidade. A mesma comissão ainda apresentou o relatório Cities leading the way to a better future. Já a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD) apresentou o resultado de uma pesquisa sobre relevância das metas de desenvolvimento sustentável para as cidades americanas contribuírem para a Agenda Urbana 2030. Dentre as 169 metas para os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, 102 foram consideradas relevantes para as cidades dos Estados Unidos. Dentre os indicadores estão: pobreza, fome, saúde, educação, gêneros, água, energia, economia, infraestrutura, desigualdade, cidades, consumo, clima, oceanos, terras, justiça e implementação.

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COP 22 e a Saúde e bem-estar nas cidades

Em sintonia com as discussões empreendidas na Habitat III, a COP22, realizada em novembro, no Marrocos lançou o projeto Parceria NDC (National Governments Partner), que reuniu 33 países e nove institutos internacionais para acelerar e promover o desenvolvimento sustentável. A Parceria NDC tem por objetivo reforçar a cooperação entre as nações para que os países em desenvolvimento tenham acesso mais efetivo aos conhecimentos técnicos e ao apoio financeiro necessários para lidar com as mudanças climáticas e alcançar os objetivos de desenvolvimento sustentável relacionados. Embora existam muitas iniciativas já em curso, a Parceria pretende alinhar melhor estes esforços internacionais e nacionais e melhorar a compreensão dos recursos existentes e expandir gradualmente a capacidade de resposta às necessidades em evolução dos países. No Habitat III, instituições como a International Society of Urban Health (ISUH) apontaram a importância de preservar e avançar os debates e ações em prol da saúde em cidades de todo o mundo, colocando a questão como um ponto-chave para o desenvolvimento sustentável. O órgão demonstrou que, para alcançar níveis mais saudáveis nas cidades, é necessário melhorar os ambientes em que as pessoas vivem e circulam, social, econômica e fisicamente, o que envolve a melhoria nos ambientes naturais, urbanos e construídos, além de investimentos em educação, transporte, coesão da comunidade, moradia e desenvolvimento econômico. Ao reorientar as maneiras como as cidades devem ser planejadas, projetadas, financiadas e administradas, a Nova Agenda Urbana encaminha ações para as próximas duas décadas que pretendem acabar com a pobreza e a fome no mundo, reduzir as desigualdades, promover o crescimento econômico, sustentável e inclusivo, alcançar a igualdade de gênero e o empoderamento de mulheres e meninas, melhorar a saúde humana e o bem-estar, além de aumentar a resiliência e proteger o meio ambiente. Com o reconhecimento crescente de que os países não alcançarão seus objetivos de desenvolvimento sustentável sem abordar a mudança climática, o bem-estar contínuo das sociedades e economias exige ação urgente por um mundo resiliente e livre de carbono, aproximando as temáticas da saúde dos cidadãos às discussões sobre a sustentabilidade.

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Comitês atuam para otimização e avanço nos processos de certificação no Brasil

Pesquisa, debates e propostas de capacitação e networking estão entre as atividades realizadas Por Natália Rangel e Verônica Soares

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úcleos estruturantes das operações do Green Building Council Brasil, os Comitês Técnicos têm por objetivo encaminhar práticas de projeto, construção e operação de edifícios sustentáveis e auxiliar no planejamento das ações da organização. Formados por profissionais de renome do mercado da construção verde, que atuam voluntariamente como membros associados, pela equipe do próprio GBC, além de profissionais da academia, os Comitês trabalham em frentes diversas, que vão desde o desenvolvimento de pesquisas e novas tecnologias, passando pela capacitação do setor e promoção de networking. Analisar, discutir, criar e propor melhorias técnicas e procedimentais às certificações existentes promovidas pelo GBC Brasil, ou, ainda, atuar no desenvolvimento de novas certificações, estão entre as atividades dos Comitês, que também podem contribuir na análise de documentos ou considerações técnicas de políticas públicas e normas para nortear comunicados da Organização. Ao final de 2016, os comitês entraram em uma nova fase de pesquisas, cujos resultados serão apresentados em 2017 em um fórum com a participação de todos os membros, no caso do Comitê Saúde e Bem-estar, e nas próprias reuniões do Comitê LEED® e Referencial Casa®, dando continuidade ao trabalho e desenvolvimento dos pilotos. . A Arquiteta Maíra Macedo, Coordenadora de Relações Institucionais e Governamentais do GBC Brasil, destaca a importância do enga-

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jamento e atuação das empresas membros para a garantia do sucesso dos trabalhos dos Comitês Técnicos. Segundo ela, a atmosfera de trabalho é valiosa, enriquecida com a troca de conhecimento entre os principais stakeholders do mercado e profissionais da Academia, gerando aprofundamento das ferramentas de certificação e a verificação da sua aplicabilidade no país. “Além disso, os

©Divulgação GBC Brasil

Comitê Saúde e Bem-estar Luz, Carlos Mesquita (Saint Gobain), Cláudio Marracini (Lutron), Lourdes Printes (LCP Construções), Maíra Macedo (GBC Brasil), Enzo Tessitore (GBC Brasil)

Comitês contribuem para o desenvolvimento de pesquisas, novas tecnologias, frentes de trabalho, capacitação do setor, ampliando a fronteira dos green buildings através do entendimento do impacto das edificações na saúde e bem-estar das pessoas”.

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©Divulgação GBC Brasil

Comitê Saúde e Bem-estar Água, Virgínia Sodré (Infinitytech), Eduardo Straub (StraubJunqueira), Adriana Hansen (CTE), Letícia Castello (Deca) Osvaldo Oliveira (Deca), Eleonora Zioni (Asclépio Cosultoria), Enzo Tessitore (GBC Brasil), Maíra Macedo (GBC Brasil)

Conheça a estrutura de funcionamento dos comitês Para otimizar reuniões e ações planejadas, os comitês são divididos em duas grandes áreas temáticas: Comitês LEED® e Referencial Casa® e Comitês Saúde e Bem-estar, cada um com objetivos e demandas específicas. Seus membros são pessoas físicas representadas por empresas membros do GBC Brasil e convidados adicionais, e cada comitê tem de sete a 15 membros que se reúnem bimestralmente ou conforme a necessidade, em reuniões presenciais ou conference calls. Os Comitês Saúde e Bem-estar, SBE, dedicam-se a pensar soluções para espaços construídos, utilizando como base a certificação internacional WELL Building Standard, versão 01, desenvolvida em setembro de 2015. A atuação é dividida em subcomitês de áreas de abrangência da Certificação WELL, voltados para as temáticas Ar, Água, Nutrição,Fitness, Luz,Conforto e Mente. Além de buscar o aperfeiçoamento da ferramenta WELL em debates e discussões, o trabalho possibilita o engajamento dos participantes na troca de conhecimentos e experiências, essenciais para o avanço das propostas. Já os Comitês do LEED® e Referencial Casa®, sob o gerenciamento geral do Comitê Diretivo , assim como o Comitê Saúde e Bem-estar, devem apresentar sugestões técnicas para melhorar créditos e pré-requisitos de cada uma das Certificações, além de dar apoio ao desenvolvimento da ferramenta e

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fomento do mercado. O trabalho tem como objetivos promover a redução do impacto ambiental relacionado com construções, supervisionar a melhora dos sistemas de certificação ao longo do tempo, focando a sua aplicabilidade no Brasil, alinhar assuntos técnicos descritos nas categorias do LEED® e do Referencial Casa® com tipos de projetos existentes, como habitações de interesse especial, e manter o rigor técnico, a equidade e a transparência no processo de desenvolvimento do conteúdo. A atuação desses dois grandes grupos abrange áreas como implantação (Sustainable Sites & Location and Planning), uso racional da água (Water Efficiency), energia e atmosfera (Energy and Atmosphere), materiais e recursos e requisitos sociais (Materials and Resources) e qualidade do ambiente interno (Indoor Environmental Quality) para garantir que a integridade das ferramentas esteja enraizada nas considerações técnicas e científicas disponíveis. Os Comitês revisam todo o conteúdo das ferramentas, em

análises técnicas criteriosas, verificam suas aplicabilidades e dificuldades e apresentam sugestões para os fatores avaliados. Em uma próxima versão de trabalho, a ser aplicada apenas ao Referencial Casa®, os Comitês devem identificar os créditos e pré-requisitos existentes que necessitam melhorias ou revisões, conforme o avanço técnico e melhorias da indústria, e também identificar questões relacionadas ao meio ambiente e a recursos humanos que possam ser abordadas em novos créditos e pré-requisitos. Outras questões previstas são a identificação de créditos existentes que possam se tornar pré-requisitos ou serem removidos e a recomendação de melhorias e revisões de texto e formato para as próximas versões do Guia de Referência.

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Alguns membros dos Comitês do GBC Brasil

Fotos: Divulgação GBC Brasil

Adriana Camargo de Brito

Frederik Purper

Adriana Teixeira Account Executive Commercial & Industrial UL do Brasil Arquiteta IPT - Laboratório de Conforto Ambiental “Os comitês do GBC proporcionam o envolvimento de pessoas das áreas de arquitetura, tecnologia e tantas outras em discussões riquíssimas que contribuem não só para o aprimoramento profissional, mas, também, para a melhoria de requisitos e critérios presentes em sistemáticas de avaliação ambiental. Fico muito feliz em poder participar”.

Gerente de Contas Coorporativas Johnson Controls

“O envolvimento com os Comitês é uma ótima oportunidade para o compartilhamento de conhecimento, debate com profissionais de alta competência e compatibilização de interesses sobre temas de fundamental importância para a evolução da cadeia de valor da construção sustentável no país. Busco apresentar aspectos relevantes para a melhoria contínua das certificações quanto à consistência técnica, viabilidade econômica, saúde e bem-estar social, e transparência”

“Atuar nos comitês técnicos é um crescimento mútuo, tanto de quem participa, como no desenvolvimento de bons métodos, práticas e validações das certificações para o mercado. Com mais de oito anos de experiência em soluções eficientes, tanto nos sistemas de ar condicionado como em sistemas especiais de automação predial, sistema de incêndio, acesso e CFTV, pude colaborar com as práticas, produtos e normas vigentes no mercado”,

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inovação

Osvaldo Barbosa de Oliveira Jr Virgínia Dias de Azevedo Sodre

Marcus Bianchi

Senior Building Science Program Lead Owens Corning “O trabalho voluntário em comitês técnicos é fundamental para enriquecer as normas e projetos de construção sustentável. É da contribuição de vários profissionais com experiências diferentes que nasce um projeto robusto e duradouro e essa troca de ideias é uma fonte de aprendizado constante”.

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“Os Comitês possibilitam a reunião de profissionais das mais variadas formações e experiências. Com isso, a troca de informações e de visões é ampla e muito rica. São os Comitês que propiciam esse intercâmbio de ideias em torno de assuntos extremamente relevantes para a sociedade, de forma a propiciar o melhor entendimento destes assuntos e a analisar os possíveis impactos no Mercado da Construção Civil e nas pessoas. Primordialmente, cabe a nós contribuir de forma direta, atuante, dividindo conhecimentos e auxiliando na condução dos trabalhos e discussões. A junção de talentos conseguida através dos Comitês certamente auxilia no avanço da Construção Sustentável no Brasil”.

Fotos: Divulgação GBC Brasil

Gerente de Engenharia de Aplicação DECA

Diretora Infinitytech “Trabalhamos para desenvolver uma construção mais sustentável dentro da realidade do nosso país, trazendo as premissas das certificações e sua tropicalização para os padrões brasileiros. Acredito que podemos imprimir a sustentabilidade com mais solidez e segurança técnica dentro das melhores premissas de engenharia e de operação, aplicáveis a nossa realidade”.

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DOSSIÊ ESPECIAL SAÚDE E BEM-ESTAR

AMBIENTES DE TRABALHO

MAIS

SAUDÁVEIS

Por Taís Cruz

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ensar em saúde e bem-estar atrelados à sustentabilidade tem sido uma preocupação cada vez mais pertinente na construção e adequação de escritórios. Ambientes confortáveis e bem estruturados são capazes de aumentar a produtividade dos funcionários, o que acaba revertendo o investimento feito na estrutura em saldos positivos que vão muito além do financeiro.

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SAÚDE E BEM-ESTAR “SE VOCÊ TEM UM AMBIENTE AGRADÁVEL, COM BOA QUALIDADE DE AR, QUE FOI ARQUITETONICAMENTE BEM PLANEJADO E TRAZ CONFORTO, ISSO AFETA DIRETAMENTE NA PRODUTIVIDADE E AUMENTAR A PRODUTIVIDADE É TER RETORNO FINANCEIRO”

Há diversos fatores que podem interferir negativamente no dia-a-dia dos ocupantes de um escritório. Dentro eles se destacam a qualidade do ar, sistema de refrigeração e luminosidade. Só para se ter uma ideia, segundo pesquisa publicada na Revista Indoor Air, a produtividade em ambientes de trabalho frios pode cair até 4%, enquanto que em ambientes quentes este decréscimo pode chegar a 6%. A solução para essas questões está no planejamento de cada detalhe do ambiente. Para resolver o problema da climatização, por exemplo, pode-se implementar um sistema de insuflamento do ar pelo piso. Isso faz com que cada pessoa consiga controlar a quantidade de ar que é direcionada para si, diferentemente dos sistemas centrais que trabalham de forma padronizada.

©Divulgação Marcetex

Adriana Hansen CTE

Ambiente de trabalho x produtividade e bem-estar

Em média, o brasileiro passa cerca de 40 horas semanais no trabalho. Isso é mais que o tempo que passa em casa e dormindo. Por isso, trabalhar em um ambiente agradável, com boa qualidade de ar, bem planejado arquitetonicamente e que traz bem-estar é tão importante. Os escritórios brasileiros estão, de forma ainda lenta, descobrindo essa tendência mundial. A maioria dos empreendimentos que adotam esses conceitos no país é de origem estrangeira. Falta muita informação e investimento nesse campo, mas não há dúvidas de que a implementação desse pensamento, que coloca o fator humano em foco, gera bons frutos. O relatório realizado pelo World Green Building Council (2014) comprovou que um escritório bem projetado causa impacto significativo na saúde, bem-estar e na produtividade dos funcionários.

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Outro ponto chave para a criação de um ambiente agradável é o planejamento de interiores usando elementos que tragam conforto e propiciem um ambiente saudável. Configuração do espaço de trabalho, entrada de luz natural e espaço social são alguns desses itens. Todos esses fatores afetam a concentração, criatividade e produtividade dos funcionários. Trazer elementos naturais é uma ótima opção para

estabelecer uma proximidade com a natureza. Para isso, não é necessário utilizar apenas plantas, por mais que os seus benefícios também sejam muito positivos, as texturas e elementos que entregam a sensação de profundidade cumprem esse papel. “Por meio de pesquisas comprovou-se que os ambientes internos que eram projetados com o ser humano em mente e a interferência da natureza dentro dos espaços traziam maior criatividade, produtividade e motivação. Observou-se que as pessoas querem estar em um ambiente de trabalho agradável, sendo assim, elas não chegam atrasadas, tem menos abstenções e acabam querendo estar lá por mais tempo porque sentem um bem-estar. Além disso, a retenção de talentos também se confirmou porque pessoas querem continuar trabalhando nesse ambiente”, afirma Claudia Martins, vice-presidente da Interface Brasil.

Biofilia

Trazer elementos naturais ao ambiente também é uma ótima alternativa para estabelecer proximidade com a natureza e impactar diretamente no bem-estar dos colaboradores. Isso não significa que tais elementos precisam ser necessariamente plantas. Embora elas também tenham seu papel nesse contexto, falar do assunto evoca uma gama muito mais ampla de questões, um exemplo é a biofilia.

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Biofilia é com conceito científico que vem sendo cada vez mais usado na construção de áreas que buscam propiciar bem-estar aos ocupantes. Essa concepção convida à reflexão sobre o espaço como continuidade do ambiente externo, especialmente seu entorno. Para exemplificar: imagine um escritório localizado numa área de vasta vegetação, ao aplicar a biofilia naquele ambiente procura-se reproduzir a vegetação exterior como um dos principais elementos propiciadores de bem-estar. Por outro lado, se o conceito for aplicado a um escritório no centro da cidade de São Paulo, provavelmente buscará características urbanas. Pode-se dizer então que esse conceito é diretamente afetado pela cultura e pelo ambiente em que a biofilia é aplicada. O foco é pensar nas pessoas que vão ocupar esse espaço. Em metrópoles onde se tem pouquíssimo contato com áreas verdes é difícil compreender como os elementos naturais podem ser trazidos para ambientes internos. A solução para isso é trazer referências da própria cidade, que é o meio ambiente onde os moradores desses locais estão inseridos. “O urbano faz parte, nos remete ao que vemos no dia-a-dia porque quando queremos relaxar é isso que encontramos. É lógico

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que o elemento natural como uma planta tem aspectos muito bons e fortes, também não nos sentimos bem em um ambiente completamente concretado, sem sombra. Mas trazer a cidade para dentro do escritório também é um aspecto da biofilia. E o melhor é que esse conceito não depende do tamanho do espaço que você tem para ser aplicado, depende de como esse ambiente vai ser tratado. Você pode fazer um biomimetismo e imitar elementos da natureza na mobília, ou trazer a biofilia apenas mudando o formato dos elementos que ocupam aquele espaço e com texturas. Não é preciso ter grandes lajes, como os prédios do Google e Twitter, para incorporar o conceito da biofilia e garantir o bem-estar, é só saber usa-lo de forma inteligente”, conta Adriana Hansen - Coordenadora de Projetos Sustentáveis do Centro de Tecnologia de Edificações. Para Claudia Martins, “a biofilia faz parte da concepção dos nossos produtos. Então nós nos inspiramos na natureza para criar novos produtos, que não precisam ser obrigatoriamente um item da natureza, mas precisam simular aquela sensação, seja pela cor dos objetos ou texturas. Também podemos criar um ambiente e produtos mais descontraídos para trazer essa sensação”.

©Divulgação Interface

©Divulgação HTB

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“POR MEIO DE PESQUISAS COMPROVOU-SE QUE OS AMBIENTES INTERNOS QUE ERAM PROJETADOS COM O SER HUMANO EM MENTE E A INTERFERÊNCIA DA NATUREZA DENTRO DOS ESPAÇOS TRAZIAM MAIOR CRIATIVIDADE, PRODUTIVIDADE E MOTIVAÇÃO”

Cláudia Martins Interface

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SAÚDE E BEM-ESTAR

©Cesar Moraes

social por conta do bem-estar das pessoas, ambiental com as questões ambientais atreladas a isso e o econômico, com o retorno em produtividade”, afirma Adriana.

“OS NÍVEIS DE QUALIDADE DO AR E TAXAS ADEQUADAS DE RENOVAÇÃO DE AR GARANTEM QUE OS OCUPANTES NÃO PERCAM A ATENÇÃO EM SUAS TAREFAS DIÁRIAS”

Luiza Junqueira StraubJunqueira

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Se dentro da arquitetura o conceito de biofilia é algo novo, mas no campo das ciências já se estuda o termo há muito tempo. O termo foi desenvolvido pelo biólogo americano Edward O. Wilson, em 1984, ele foi pioneiro em apresentar a natureza como promotora de bem-estar e um dos elementos essenciais para o convívio humano. Esse estudo deu origem ao Design Biofílico, que busca integrar natureza e questões de sustentabilidade a estrutura de vida do homem moderno, especialmente nos centros urbanos. Já as primeiras pesquisas sobre a relação entre um ambiente de trabalho agradável e produtividade começaram a serem desenvolvidas no início da década de noventa.

Escritórios, bem-estar e saúde

A preocupação com um ambiente de trabalho confortável não está presente apenas nas empresas. Dados da pesquisa da Sociedade Americana de Designers de Interiores (American Society of Interior Designers) mostram que

ter um ambiente de trabalho satisfatório é a terceira maior preocupação dos funcionários (21%), logo depois de benefícios (22%) e bons salário (62%). Sustentabilidade, bem-estar e economia formam a base do pensamento dos projetos de escritórios que buscam promover saúde aos usuários. “Esse pensamento está se disseminando, fundamentalmente por um ponto chave – a sustentabilidade é um tripé. Se analisarmos os gastos de uma empresa veremos que 90% é despendido em salários e benefícios de pessoas. Se você tem um ambiente agradável, com boa qualidade de ar, que foi arquitetonicamente bem planejado e traz conforto, isso afeta diretamente na produtividade e aumentar a produtividade é ter retorno financeiro. Esse raciocínio está sendo muito melhor entendido nesse momento. As empresas querem montar um escritório melhor porque sabem que as pessoas vão ficar mais satisfeitas. Com isso, mexemos em todos os aspectos do tripé:

Além da qualidade do ar, pensar em iluminação, qualidade da água e ergonomia também é essencial para a saúde dos ocupantes. É o que diz Luiza Junqueira, sócia da StraubJunqueira, responsável pelo projeto do primeiro escritório Certificado WEEL do Brasil e América Latina. “Todos os macro temas (ar, água, alimentação, iluminação, conforto, fitness e mente) são importantes. Entretanto existem algumas implicâncias que não podem ser ignoradas, e que trazem benefícios reais, sentidos pelos ocupantes e empregadores. Os níveis de qualidade do ar e taxas adequadas de renovação de ar garantem que os ocupantes não percam a atenção em suas tarefas diárias, igualmente os níveis de iluminação, que respeitem nosso ciclo circadiano, bem como mobiliários que respeitem a ergonomia de cada um dos usuários. Esses são itens, independente de políticas de Rh e que visem bem-estar e saúde, deveriam ser minimamente obrigatórios dentro de qualquer empresa”.

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SAÚDE E BEM-ESTAR Certificação WELL: Uma nova visão de qualidade de vida

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pós sete anos de pesquisa realizados por profissionais na área de medicina e ciência da indústria sobre os impactos da construção na saúde dos ocupantes, constatou-se que o planejamento do ambiente é decisivo nos âmbitos do bem-estar e produtividade. Para monitorar esses requisitos foi criada a Certificação WEEL Building Standard. A certificação WELL foi desenvolvida para atender as demandas em busca de qualidade de vida, saúde e produtividade aos usuários no âmbito da construção civil. Foi desenvolvida para trabalhar em harmonia com outras certificações de construção verde por meio da integração entre o IWBI (International Well Building Institute) e o GBCI (Green Business Certification Inc.) e a certificação LEED garantem resultados positivos. O diferencial dessa certificação é a valorização da saúde, bem-estar e produtividade dos ocupantes do edifício em primeiro plano. A implementação da certificação WELL nas edificações traz efeitos benéficos tanto para a questão humana quanto para o lado financeiro. O ambiente com características adequadas e saudáveis contribui de forma plena ao bem-estar, conforto, aumento da produtividade, mais satisfação e sensação de felicidade neste ambiente. Além de ter grande influência

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em reverter efeitos psicológicos negativos, frequentemente causados por ambientes onde o nível de stress é muito alto, como é o caso das edificações hospitalares. Através do retorno significativo dos investimentos, fruto da redução de despesas ao longo prazo, tanto pessoal quanto em relação à vida útil do edifício, a certificação permite agregar ao projeto um elevado potencial comercial. O processo de certificação do WELL envolve cinco etapas: Inscrição; documentação; verificação de desempenho; certificação e recertificação (não aplicável ao Core&Shell). Além dessas etapas o projeto deve ser registrado no IWBI através do WELL online. Atualmente, mais de 80 edifícios, com cerca de dois milhões de metros quadrados, localizados em 12 países, já possuem a certifica-

LEED Foco na sustentabilidade Utilização de recursos Categorias: terreno sustentável, eficiência da água, energia e atmosfera, materiais e recursos, qualidade ambiental interna, inovação e prioridades regionais.

ção ou estão em fase de desenvolvimento. O escritório da SETRI (Consultoria em sustentabilidade) foi o primeiro projeto brasileiro registrado na Certificação WELL Building Standard. Os requisitos de desempenho relevantes estabelecidos para obter-se a certificação são considerados em sete categorias: ar, água, luz, fitness, nutrição, conforto e mente. Todos visam fundamentalmente o bem-estar e a saúde dos ocupantes. A certificação pode ser atingida em três níveis, Silver, Gold e Platinum. Para conquistar qualquer um dos níveis é necessário o atendimento a todas as pré-condições estabelecidas nas diretrizes da certificação. A obtenção dos níveis mais elevados se dá mediante ao alcance de alto percentual de otimização de recursos.

WELL Foco nas pessoas Qualidade dos recursos Categorias: ar, água, nutrição, iluminação, condicionamento físico, conforto e mente

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©Divulgação SETRI

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escritório da Setri e quantificar os resultados, percebemos o quanto faziam sentido e, mais do que isso, o quanto estão diretamente ligadas aos conceitos de sustentabilidade. Hoje, um de nossos maiores aprendizados é que não tem como se dissociar as pessoas e as implicâncias na saúde causada pelo ambiente construído. São temas complementares e um não existe sem o outro!”, constata Luiza.

Escritório da Setri

Projeto: Escritório Setri Localização:

Escritório da SETRI: Primeira certificação WELL no Brasil A Setri, empresa especializada na identificação e diagnóstico de risco com o objetivo de minimizar e gerenciar os riscos provenientes do uso da água em edificações e indústrias teve seu escritório, em São Paulo, como o primeiro certificado pelo WELL, nível Gold, no Brasil e na América Latina, em outubro de 2016. É também um dos doze escritórios do mundo a obter esta certificação. Para a adequação às diretrizes do WELL, do escritório de 50m², foram feitas uma série de mudanças no espeço ocupado por três funcionários, como conta Luiza Junqueira, sócia da Consultoria StraubJunqueira, responsável pelo projeto. “Itens como mudanças de políticas corporativas, e melhorias na qualidade do ar e da água que atendem ao projeto foram facilmente implementadas, através de novos sistemas de filtragem, instalação de equipa-

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mentos modernos de medição, substituição de lâmpadas, substituição de produtos de limpeza, alimentação e higiene pessoal, incentivo à prática de atividades físicas, dentre outros. O Marcos Bensoussan [sócio da Setri] é uma pessoa muito visionária e mão na massa. Para ele o objetivo era buscar a maior pontuação possível. Acabamos também incorporando outros benefícios ao projeto, como uma área de descompressão e possibilidade de mudança de layout para a prática de atividades físicas”. Conquistar a certificação foi uma experiência desafiadora até mesmo para a consultoria que há anos trabalha com construções sustentáveis. “Foi um trabalho pioneiro e bastante interessante. Muitas considerações feitas pelo WELL eram novas para a gente, até porque ela versa sobre algumas coisas relacionadas às políticas das empresas que interferem diretamente no RH. Depois que começamos a estudar essas exigências, ao incorpora-las no

São Paulo - SP Cliente/proprietário: Setri Consultoria WELL: StraubJunqueira Verificação e adequação dos sistemas mecânicos: Anthares Produtos de limpeza: Diversey Equipamentos de qualidade do ar: Ecoquest Teste de radônio: IPEN Testes laboratoriais de qualidade do ar: Conforlab Testes laboratoriais de qualidade da água: NSF Equipamento de desumidificação do ambiente: 4Pool Equipamentos de monitoramento do ar: MaxiTrack

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SAÚDE E BEM-ESTAR A importância do sistema de climatização para a saúde e bem-estar Grupo NEWSET busca as melhores soluções sustentáveis no segmento de climatização, pensando no conforto e bemestar dos seus clientes

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uando se fala em saúde e bem-estar em ambientes internos uma das primeiras questões que deve ser estudada é a qualidade do ar e temperatura desse ambiente. O sistema de climatização interfere diretamente no conforto dos ocupantes. Sendo assim, se o sistema é operado de forma inadequada pode até propiciar sensação de cansaço e mal-estar.

Fotos: Divulgação Newset

Os principais fatores que devem ser levados em consideração na elaboração de um projeto do sistema de climatização voltado ao bem-estar e um ambiente saudável são:

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Controle de temperatura: Temperatura agradável é essencial para que o ambiente propicie conforto térmico aos ocupantes. Além disso, estudos comprovam que a climatização é capaz influenciar tanto de forma positiva quanto negativa no índice de produtividade dos ocupantes do ambiente;

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Cálculo correto da vazão exterior: A vazão é responsável por fazer a renovação do ar dentro do ambiente e diminuir a concentração de poluentes no ambiente interno; Controle de CO2: O excesso de monóxido de carbono em ambientes fechados pode causar sensação de cansaço e sono. Esse cuidado deve ser tomado principalmente em garagens fechadas e em algumas lojas de departamento, utilizando sistemas que medem o nível de CO2 e tomam medidas para diminuí-lo, como o acionamento de exaustores ou o aumento da vazão do ar exterior; Acústico: sistemas ruidosos também causam desconforto. A procura por equipamentos silenciosos, aplicação de matérias que diminuem o nível de ruído, o calculo e especificação dos equipamentos de forma a diminuir o ruído tem sido uma preocupação cada vez maior nos projetos de empreendimentos; Em alguns casos específicos, como em algumas áreas hospitalares, o controle da umidade é necessário e muito importante.

Eficiência energética e conforto

Um dos motivos que mais levam os funcionários a se sentirem satisfeitos ou insatisfeitos em relação a seus ambientes de trabalho

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é a temperatura do mesmo. Quando levamos em consideração que a maioria dos funcionários de ambientes internos precisa dividir o espaço com outras pessoas, logo entendemos o quão difícil é encontrar consenso no que diz respeito à temperatura ‘ideal’ do ambiente. Para resolver esse impasse, existem os chamados sistemas dedicados, que possibilitam a separação do sistema por andares e regiões, assim cada sistema pode ser controlado separadamente e em diferentes intensidades. “Nestes sistemas cada pessoa regula a temperatura do seu ambiente. Já em open space, onde equipamentos centrais são instalados, é importante fazer um balanceamento adequado para que todas as áreas recebam a climatização apropriada. Se não for feito um projeto de balanceamento alguns lugares sofrerão variações térmicas. Em um ambiente coletivo é difícil atender a necessidade de cada um. Mas se as normas e as temperaturas de conforto indicadas para esses ambientes de escritório forem atendidas, fazendo um balanceamento adequado, um projeto correto e utilizando bocas de ar adequadas para cada situação se consegue atingir a temperatura ideal para esse tipo de escritório”, diz Maria Luiza Palinkas – Gerente de contas da Newset. Em 2008, a ANBT – Associação Brasileira de Normas técnicas introduziu algumas regulamentações para melhorar a qualidade do ar em ambientes internos, passando a ditar, por exemplo, o mínimo de vazão do ar exterior, mínimo de filtragem do ar para cada tipo

Eduardo Rodovalho

Fotos: Divulgação Newset

Filtragem do ar: Um ambiente sadio, com filtragem adequada de acordo com as normas também representa qualidade de vida para os ocupantes do local;

Maria Luiza Palinkas

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SAÚDE E BEM-ESTAR de aplicação do ambiente (shoppings, edifícios comerciais, lojas de rua) e os requisitos técnicos para os sistemas e componentes. “Essa iniciativa foi importante para normatizar as condições ligadas à saúde do ambiente interno e das pessoas que estão nele. Partir daí todos os projetos começaram as partir desses requisitos”, afirma Maria Luiza.

Adaptação em projetos de Retrofit

A preocupação com o bem-estar não está presente apenas em novos projetos, muitos escritórios já existentes estão se adaptando a essa concepção. Nesses casos, o sistema de climatização existente geralmente encontra-se ultrapassado, insuficiente ou não atendem os requisitos para uma boa qualidade de ar, e precisa ser substituído. Na maioria dos casos essa substituição tem que ser feita sem a interrupção do sistema antigo, o que é um desafio para a elaboração do projeto. “O projeto de retrofit tem que ser muito bem pensado e projetado para além das interferências do edifício que já está em funcionamento. Neste processo, o projeto de um sistema mais eficiente será elaborado dentro de todas as limitações existentes no edifício e no projeto antigo”, completa Maria Luiza. Além de propiciar melhorias no ar interno dos ambientes, após passaram pela atualização do sistema de climatização, a reestruturação do sistema faz com que esses edifícios comerciais se tornam mais competitivos no mercado para locação e venda. Bem como impactar positivamente na produtividade dos funcionários por conta das melhorias na qualidade do ar e temperatura do ambiente.

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O futuro do sistema de climatização e bem-estar A preocupação com o bem-estar e um sistema de climatização eficiente tem crescido cada vez mais. Para atender a essas exigências empresas de engenharia no segmento de climatização como a Newset, investem em tecnologia e mão de obra especializada para garantir bons resultados. “Sem duvida alguma, atualmente os diferenciais dos empreendimentos que atendem a grandes exigências, certificações, sustentabilidade e o bem-estar dos ocupantes, já se tornaram pré-requisitos em uma procura de espaço. Além disso, se compararmos os ganhos, ou ‘não perdas’, sobre a eficiência dos funcionários em seus ambientes de trabalho, isto já justifica matematicamente os investimentos na qualidade e bem-estar dos ocupantes. E quando falamos de bem-estar e qualidade do ar, estamos nos dirigindo diretamente às instalações de ar condicionado, que devem ser bem projetadas e executadas, observando a estabilidade e o maior conforto possível com o menor gasto de energia elétrica em sua operação”, afirma o diretor de engenharia da Newset, Eduardo Rodovalho.

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Danfoss alia bem-estar, eficiência energética e tecnologia

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ara que haja conforto em um ambiente de trabalho, um bom sistema de climatização é essencial. A Danfoss, líder global no fornecimento de tecnologias que atendem à eficiência energética, oferece, basicamente, dois tipos de equipamentos de ar condicionado usados em escritórios no Brasil: sistema VRF e água gelada. O VRF faz a captura térmica e intercâmbio do ar interno com o meio externo. Já o sistema água gelada, distribui a água gelada por meio de tubulações. A instalação do VRF geralmente é mais simples e rápida, entretanto o sistema água gelada é mais manejável em caso de ampliações ou troca de equipamentos já instalados.

Temperatura estável

Em relação ao conforto, os dois sistemas oferecem benefícios. Geralmente a temperatura ideal em um escritório é de 24°C. Com o sistema de água gelada essa temperatura é atingida e mantida facilmente. Sempre que a temperatura sofre variação, para mais ou para menos, há consequências na sensação de bem-estar dos ocupantes, por isso é importante que a temperatura se mantenha estável e entorno de 24°C. Além disso, às variações constantes de calor e frio podem afetar a saúde por conta do enfraquecimento do sistema imunológico, podendo causar doenças como gripes e resfriados. A manutenção constante do ar condicionado também é muito importante para manter a pureza do ar, já que pessoas alérgicas podem desencadear reações adversas por conta das partículas jogadas no ar pelo sistema de climatização. Não podemos esquecer também da troca do ar constante entre o ambiente interno e externo que elimina vírus e bactérias do ambiente. Um sistema de climatização eficiente para o ambiente de escritório traz benefícios para as pessoas que trabalham neste local e também para economia da empresa. “A procura por equipamentos voltados a saúde e bem-estar e eficientes tem crescido cada vez mais, principalmente depois do aumento dos preços da energia elétrica. Isso faz parte da necessidade de contenção de custos, porque o brasileiro nem sempre está acostumado a pensar a longo prazo. Outro ponto é a manutenção da temperatura constante no ambiente para gerar conforto e condições de trabalho melhor para os funcionários. Se você mantém a temperatura agradável, sem excesso de calor ou de frio, consequentemente o funcionário se torna mais produtivo e focado. Além de correr menos risco de ter afastamentos por questões de saúde causadas pelo ar condicionado do ambiente”, afirma João Paulo Piovesan, gerente de vendas da Danfoss.

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Foto: Divulgação Danfoss

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João Paulo Piovesan

Qualidade do ar

A qualidade do ar pode ser facilmente desequilibrada por poluentes químicos como o monóxido e o dióxido de carbono (CO e CO2), amônia e dióxido de enxofre produzidos no interior dos estabelecimentos a partir de materiais de construção, materiais de limpeza, fumaça de cigarro e pelo próprio metabolismo humano. E por poluentes biológicos, como fungos, bactérias e ácaros, cuja proliferação é favorecida pela limpeza inadequada do ambiente e do sistema de climatização. Por isso, o investimento em equipamentos que avaliam constantemente a qualidade do ar e concentração de CO2 é tão importante. Para João Paulo, “ter uma tecnologia de avaliação da qualidade do ar e concentração de CO2 é importante porque isso de fato melhora a qualidade do ar. É necessário ter um ar mais oxigenado e filtrado. No futuro, seria ideal que o sistema de climatização e equipamentos que avaliam a qualidade do ar possam se comunicar por meio de sensores, para que esses dois sistemas trabalhem juntos e garantam um ambiente saudável e com temperatura agradável”.

Tecnologias para o futuro

A Danfoss acredita e está investindo em um novo sistema de climatização chamado District Energy. Essa tecnologia já é amplamente usada na Europa e é uma das apostas no futuro dos sistemas de climatização no Brasil. “A energia distrital é a energia gerada em uma central de grande porte, ela serve tanto para aquecer quanto para esfriar o ar em várias construções ao redor desse sistema”, explica João Paulo. Usando a Europa como exemplo, João Paulo diz que “lá eles fazem uma central, e essa central manda energia para todos os prédios de acordo com a demanda de cada um. Ou seja, ela tem a flexibilidade de mandar mais energia para um ou menos para outro prédio, fazendo com que haja mais eficiência na geração de calor, ou frio. Há também centrais que geram energia a partir do descarte de energia de uma termelétrica, por exemplo, e essa energia usada para o aquecimento ou resfriamento do ar em ambientes internos pode ser distribuída em residências, condomínios de escritórios ou comerciais. A ideia da Danfoss é usar o descarte de energia de termoelétrica ou fontes geotérmicas de calor (água de rios e do mar) para ajudar na geração de frio e calor”, complementa. Esse sistema ainda não é usado no Brasil, mas o investimento em estudos e tecnologias para a implementação no país já está sendo feita. Quem sabe no futuro próximo já teremos projetos que com esse conceito que usa a energia de forma mais limpa e sustentável.

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LEED CI

ESCRITÓRIOS VISAM SAÚDE E BEM-ESTAR DOS SEUS OCUPANTES

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©Vítor Brandão HTB ©Divulgação

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Sustentabilidade e bem-estar na nova sede da HTB Por Paulo Dias

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onito e funcional. Esses talvez sejam os adjetivos que melhor descrevem o Edifício Souza Aranha, na Chácara Santo Antônio, São Paulo. Nova sede da HTB Engenharia e Construção, o prédio foi erguido pela própria construtora (com investimento da BR Properties) ao lado de sua antiga sede. O empreendimento possui 6.200 m² de área construída, sete pavimentos, dois elevadores sociais e é totalmente adaptado para portadores de necessidades especiais. Quem assina o projeto é o escritório paulistano Athié|Wohnrath. O processo de construção do Souza Aranha envolveu algumas particularidades. Pensando na durabilidade, baixa geração de resíduos e alto desempenho térmico e acústico, o revestimento de fachadas do edifício foi fei-

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to com placas cimentícias, num o processo chamado light steel framing, um tipo de construção a seco. Também foram usadas placas de cimento com polímeros e malha de fibra de vidro, facilitando o corte e a fixação. O edifício que abriga a nova sede da HTB está em processo de certificação LEED CS v3.0. Justamente por isso, foi projetado e construído de acordo com diversos aspectos de sustentabilidade, abrangendo áreas como iluminação, uso eficiente da água e da energia. “A preocupação com o meio ambiente e a necessidade de ajuste a um novo modelo de mercado, baseando-se em princípios de eficiência energética e de desempenho ambiental, fizeram com que a empresa buscasse a obtenção da certificação LEED”, explica Volselei Wolff Barreiros, gerente de negócios da HTB.

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LEED CI

Para a execução, o projeto buscou usar materiais construtivos que incorporam conteúdo reciclado em sua constituição, o que ocasiona diminuição dos impactos relacionados à extração e ao beneficiamento da matéria virgem. Utilizou também materiais originários de regiões próximas ao projeto, buscando promover o uso de recursos locais e o desenvolvimento da economia regional e reduzindo os impactos causados pelo uso do transporte. Além disso, “o projeto também teve como objetivo a redução do uso de compostos orgânicos voláteis no interior da edificação, de forma a não oferecer nenhum tipo de risco ao meio ambiente e à saúde dos operários e futuros ocupantes”, salienta Barreiros. O prédio conta com um gerador 750 KVA, o que garante abastecimento a todo o edifício em caso de falta de energia. Ainda sobre esse assunto, o Souza Aranha possui amplas janelas que valorizam a luz natural e toda a iluminação das dependências do edifício provém de lâmpadas LED. Também foram instaladas persianas que minimizam a incidência dos raios UV, além de sistemas de iluminação individualizados.

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“A PREOCUPAÇÃO COM O MEIO AMBIENTE E A NECESSIDADE DE AJUSTE A UM NOVO MODELO DE MERCADO, BASEANDO-SE EM PRINCÍPIOS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E DE DESEMPENHO AMBIENTAL”

Volselei Wolff Barreiros HTB Brasil

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Fotos: Divulgação HTB

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Pensando no conceito de funcionalidade do ambiente e dos materiais, todo o mobiliário foi escolhido levando em consideração seu design flexível, o que facilita possíveis ajustes de layout dos espaços de acordo com as demandas da empresa. Além disso, a escolha visa criar um ambiente claro, sem poluição visual e cujos objetos e materiais facilitem os processos de limpeza e organização. De modo geral, conceito do prédio busca contribuir para a qualidade de vida de seus usuários e de seu entorno. Barreiros lembra que o edifício “oferece infraestrutura para ciclistas, vagas preferenciais para veículos menos poluentes e favorece a reciclagem de resíduos da operação do prédio”. Tantas mudanças geraram impactos nos colaboradores. Eles tiveram que se adaptar a um ambiente novo, com novas especificidades e um espaço muito maior que o antigo. Por outro lado, estão notando que as mudanças vieram para seu melhor conforto e bem-estar. “As equipes contam agora com uma infraestrutura melhor para realizar suas as atividades com o máximo de excelência, além de poderem permanecer no mesmo endereço, uma vez que já estruturaram suas vidas na região”, finaliza Volselei Wolff Barreiros.

Projeto: Edifício Souza Aranha Localização: São Paulo - SP Proprietário: BR Properties Área construída: 6.200 m² Certificação: LEED em processo Sistema: Core & Shell 2009 v.3.0 Arquitetura: Athié|Wohnrath Construtora: HTB Engenharia e Construção Consultoria de sustentabilidade: OTEC Execução elétrica, hidráulica e combate a incêndio: Temon Técnica de Montagens e Construções Execução Sistema de Ar Condicionado: Konar Instalação, Comércio e Manutenção de Condicionadores de Ar Execução Sistema de Detecção e Alarme de Incêndio: MML Sistemas de Automação

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LEED CI

©Acervo EY

Athié|Wohnrath: o lugar onde escritórios do futuro já são o presente

Escritório EY São Paulo

O escritório de arquitetura Athié Wohnrath, ou simplesmente AW, tem-se tornado referência em arquitetura corporativa e projetos sustentáveis no Brasil. Por Paulo Dias

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Quando o assunto é sustentabilidade, a AW mostra que está em constante evolução, em busca do que há de melhor e mais moderno em termos de diminuição dos impactos ao meio ambiente. As 57 certificações LEED conquistadas pelo escritório comprovam isso. Sérgio cita as maiores preocupações de seus clientes quando o assunto é sustentabilidade: “A maior preocupação é a questão da iluminação dos ambientes e como isso pode ser feito de modo a se ter a maior eficiência energética possível. Também há grande atenção a

©Pregnolato& Kusuki Estúdio Fotográfico

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escritório Athié Wohnrath é um dos mais renomados do mercado no quesito sustentabilidade: 57 de seus projetos são certificados LEED, dos quais 27 são certificados LEED CI, certificação entregue a projetos de interiores. Com cerca de 500 colaboradores e mais de 2.350 clientes, a cartela de clientes corporativos da AW apresenta empresas como Google, Johnson & Johnson, Ernst & Young, Bunge, Unilever e KPMG. Sérgio Athié, um dos fundadores da empresa e diretor de arquitetura do escritório, explica que o segredo do sucesso é respeitar e atender a todas as solicitações dos clientes, buscando sempre as melhores alternativas para executá-las, independentemente do desafio. Ele cita os pilares da AW ao desenvolver um projeto: “A prioridade é atender as necessidades e solicitações dos clientes. Buscamos também garantir o cumprimento dos princípios da empresa, com respeito à vizinhança. Por fim, estamos sempre na busca pelo equilíbrio entre o que pode ser feito com o investimento que há, quais as novas tecnologias disponíveis e como fazer projetos cada vez mais sustentáveis”.

respeito de quais materiais serão usados no projeto e qual a procedência dos mesmos”. Ao longo de sua história, a AW desenvolveu alguns projetos particularmente desafiadores. É o caso do projeto para o novo escritório da consultora Ernst & Young, em São Paulo. O escritório, de cinco andares, foi concluído em meados de 2015 e recebeu certificação LEED Platinum, justamente por sua alta preocupação com o bem-estar dos ocupantes e as questões sustentáveis. “Foi um grande desafio entregar o escritório porque

haviam muitos pontos a serem atendidos e os requerimentos do cliente eram bastante sofisticados. Além disso, tivemos um prazo bastante curto para as obras”, lembra Sérgio Athié. Outro caso desafiador foi o projeto para a empresa de auditoria e consultoria KPMG. Nesse caso, além de toda a tecnologia e design envolvida no projeto, o que chamou a atenção foi o tempo gasto na execução: menos de cinco meses.

Escritório KPMG São Paulo

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LEED CI

©Pregnolato& Kusuki Estúdio Fotográfico

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água de chuva. E mais de 70% dos resíduos da obra foram encaminhados à reciclagem. A preocupação com todos esses detalhes fez do projeto "KPMG – Workplace of The Future" uma experiência premiada. Graças a ele, a AW recebeu o prêmio ABRAFAC Melhores do Ano 2015, na categoria Space Planning. Esse, no entanto, não foi o único projeto da AW a ser premiado. A empresa já recebeu outros 56 prêmios por sua excelência em arquitetura e design de escritórios e organizações. No que depender de Sérgio Athié, Ivo Wohnrath e todo o time da AW, isso é só o começo.

Projeto KPMG: um exemplo de sucesso Presente em 155 países, a KPMG tem cerca de 160 mil colaboradores. No Brasil, a empresa já atua há mais de 100 anos. São cerca de 4,2 mil colaboradores e 22 escritórios, distribuídos por 14 Estados. A AW atuou no projeto e na execução da nova sede da empresa em São Paulo. Um espaço de 7 andares que já foi projetado visando a certificação LEED Gold. O que mais chama a atenção foi o tempo de execução do projeto: menos de cinco meses! Com a construção iniciada no começo de janeiro de 2015, o escritório foi entregue no dia primeiro de maio daquele mesmo ano. Todos os detalhes da obra foram pensados da forma mais sustentável possível. A nova sede da KPMG reúne os conceitos da arquitetura focados em mobilidade, tecnologia, integração,

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compartilhamento e colaboração. O prédio de sete andares se divide em áreas modernas e práticas com espaços para área colaborativa e de descompressão, cafeteria e salas de reunião. O layout do escritório segue o modelo full open space (sem divisórias entre as mesas) para fomentar o contato entre os profissionais. As grandes janelas também contribuem para o bem-estar dos funcionários, pois garante um melhor proveito da luz natural no ambiente interno. Para se adequar as formas da certificação LEED, o projeto buscou a eficiência energética por meio da instalação de ar condicionado de alta eficiência, uso de luminárias e lâmpadas LED, uso de sensores de presença que controlam 100% da iluminação e equipamentos elétricos certificados. Já o consumo de água foi reduzido em cerca de 40% através da instalação de dispositivos sanitários economizadores e aproveitamento de

©Divulgação Athié Wohnrath

Escritório KPMG São Paulo

“ESTAMOS SEMPRE NA BUSCA PELO EQUILÍBRIO ENTRE O QUE PODE SER FEITO COM O INVESTIMENTO QUE HÁ, QUAIS AS NOVAS TECNOLOGIAS DISPONÍVEIS E COMO FAZER PROJETOS CADA VEZ MAIS SUSTENTÁVEIS”

Sérgio Athié Athié|Wohnrath

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Sustentabilidade de dentro para fora Por Patrícia Braga

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arantir a qualidade no ambiente de trabalho tornou algo muito importante nas estratégias das empresas. A sustentabilidade dentro dos escritórios tem sido usada frequentemente nas estratégias de progresso nos negócios, além de promover um espaço agradável para os colaboradores. Sabe-se que as pessoas passam cerca de 90% do seu tempo no espaço de trabalho, e mudanças mais assertivas faz com que esse tempo se torne mais agradável. Uma das formas de garantir a qualidade e excelência nos projetos de escritórios é a concepção de ambiente mais arrojados e arejados, com designs que permitem um fluxo simples e adequado através da utilização de divisórias e produtos de marcenaria sustentáveis.

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Seguindo esta linha desde 1983, a Marcetex é exemplo de excelência em soluções para ambientes corporativos, na fabricação de divisórias industrializadas de alto padrão e marcenarias especiais, apresentando soluções customizadas para cada tipo de ambiente. A marcenaria especial da Marcetex também possui certificação FSC®, e contribui com os créditos de madeira certificada exigido pelo LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) para a tipologia tanto de escritórios quanto as demais tipologias. Segundo Valter Sestari, diretor geral da Marcetex, a sustentabilidade está presente na empresa do processo ao produto final, a começar pela estrutura da fábrica, localizada em Carapicuiba, São Paulo. A estrutura robusta conta com maquinários de última geração, contribuindo para confecção sob medida dos produtos, além de evitar o des-

perdício. “O crescimento da construção sustentável no país também contribuiu para que a Marcetex despontasse de forma diferenciada no segmento de divisórias e marcenaria, atuando no segmento de ambientes corporativos, hospitais, centros industriais, galpões e comércio”. Caracterizada por ser uma companhia ambientalmente adequada, socialmente benéfica e economicamente viável com produtos fabricados em maquinário de alta tecnologia, a Marcetex utiliza matérias-primas certificadas, oferecendo resultados de excelente qualidade e acabamento, em conformidade com os padrões de qualidade da ABNT 15141:2008 e tecnologias que reduzem o impacto ambiental reconhecidos pelo selo de Qualidade ABNT Ambiental e Certificação FSC®. Além disso, conta uma equipe altamente qualificada que atua com total comprometimento desde o projeto à conclusão da obra, proporcionando bem-estar e confiança a seus clientes. “Não é de hoje que a empresa se envolve com fornecimento para obras que objetivam a implantação responsável. Desde que as primeiras exigências passaram a ser solicitadas para uma pontuação LEED

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Soluções customizadas de divisórias e marcenaria especial para ambientes corporativos ganham espaço no mercado da construção sustentável

no país, a Marcetex consegue atender, pois sempre utilizou matérias primas de origem sustentável”, afirma Adalberto Alves, Consultor de Negócios da Marcetex. Empenhada em orientar seus esforços na obtenção de certificações de sustentabilidade e responsabilidade ambiental, a empresa vem investindo forte nas participações e fornecimentos em seu segmento. Enfatizando as certificações de seus produtos, promove a adequação ambiental, agregando benefícios sociais e viabilidade econômica para obras responsáveis, permitindo decisões ambientalmente conscientes. Acompanhando essa característica sustentável, a empresa exige de seus fornecedores a declaração ambiental de produtos. Por enquanto, a maioria dos fornecedores ainda adere à auto declaração ambiental, porém já existem empresas que apresentam as declarações de terceira parte. “Solicitamos essas declarações ambientais de produtos dos nossos fornecedores, a EPD completa, por enquanto existem apenas duas empresas nos Brasil que possuem essa declaração de terceira parte. Então os fornecedores ainda enviam uma auto declaração. Apesar disso, nós já nos enquadramos naquilo que o Brasil

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Fotos: Divulgação Marcetex

Apectos da fábrica da Marcetex em Carapicuíba - SP

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Foto: Divulgação Marcetex

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LEED CI

pode oferecer hoje em relação ás EPDs. Buscamos nos adequar com o mercado e todas essas exigências”, afirma Adalberto Alves. Um dos grandes diferenciais da empresa é o comprometimento com o prazo e qualidade. “Existe aqui um comprometimento desde o funcionário responsável pela limpeza até a diretoria. Sabemos da importância da excelência dos processos e trabalhamos para chegar a isso” destaca Valter Sestari. “A questão da sustentabilidade vai se tornando uma rotina, um hábito dentro da nossa empresa de forma integrada. O mercado começa a fazer exigências a empresa começa a se adaptar aos critérios de sustentabilidade nos processos”, complementa.

Divisórias e Marcenaria Especial As divisórias produzidas pela Marcetex têm, em sua composição, o uso de material reciclado, o que contribui com os créditos de uso de material reciclado exigidos pelo LEED para a tipologia de escritórios. Consolidadas no mercado, as Divisórias Piso Teto Linha AREA da Marcetex são oferecidas em diversos acabamentos, como um sistema construtivo completo e inteligente. Estruturada totalmente em alumínio, na espessura final de 86mm, permite a modulação horizontal adequada às características do projeto, saque frontal e individual dos painéis.

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Painéis cegos, duplos em aglomerado de 15mm, painéis em vidro simples ou duplo e painéis mistos se compõem com portas com folhas em aglomerado maciço, batentes, ferragens e uma enorme quantidade de acessórios (comportando, inclusive, a passagem de cabeamento), resultando num conjunto harmonioso e funcional, cuja aplicação promove a construção de salas e espaços corporativos, que solucionam as mais diversas necessidades dos clientes. Atendem requisitos de luminosidade, acústicos (média de 42 dB) e térmicos - otimizando o desempenho do sistema de ar condicionado minimizando as perdas do ar condicionado a partir do interior do ambiente confinado e evitando ganhos excessivos de calor, a partir do ambiente externo.

Reutilização dos materiais Preocupada com as estratégias ambientalmente corretas, a empresa prioriza as melhores práticas no tocante à utilização da matéria-prima, tais como madeira, vidro, alumínios, tintas. Os vidros são enviados para uma empresa terceira que realizada a separação do produto e devolvido para reciclagem novamente e ele volta para o mercado. As tintas possuem um controle de secantes que evita o contato humano, além de todo descarte é feito de forma adequada. No caso da madeira FSC, a matéria-prima chega e ela vai acompanhando a identificação por toda linha de produção, pois sabemos que quando passarmos a adiante a informação estará correta. Essa verificação vai acompanhado todo o processo e toda a logística. “Nós temos um conhecimento muito bom de toda essa cadeia. Os materiais de obra são enviados para reciclagem, no caso do alumínio, ele é reintegrado ao alumínio novamente, então neste caso o material utilizado para a confecção dos produtos, além de ser reciclável também possui conteúdo reciclado”, explica Adalberto Alves.

“A QUESTÃO DA SUSTENTABILIDADE VAI SE TORNANDO UMA ROTINA, UM HÁBITO DENTRO DA NOSSA EMPRESA DE FORMA INTEGRADA. O MERCADO COMEÇA A FAZER EXIGÊNCIAS A EMPRESA COMEÇA A SE ADAPTAR AOS CRITÉRIOS DE SUSTENTABILIDADE NOS PROCESSOS”

Valter Sestari diretor geral Marcetex

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DOSSIÊ SOLUÇÕES

MATERIAIS ALUMÍNIO

A tecnologia de ponta dos modernos e eficientes equipamentos, específicos para corte e usinagem precisos nos perfis de alumínio (de seção exclusiva Marcetex), comandados pelo sistema CNC (Computer Numeric Control) proporcionam - mesmo nos perfis de mais alta complexidade – a exatidão dimensional e angular do corte ou da usinagem, agilizando e aprimorando a qualidade na montagem do componente, reduzindo significativamente o retrabalho e as falhas na produção, bem como os desperdícios de matéria-prima. Além disso, a utilização do alumínio traz como benefícios como leveza, comportamento estrutural, resistência a corrosão, maleabilidade, aspecto agradável, disponibilidade, tecnologia, possibilidade de vários acabamentos

Características

- Liga 6063. - 20% de material reciclado para fornecimento da liga, sem perda de qualidade. - 100% reciclável, no descarte. - Para cada KG de alumínio reciclado deixa-se de extrair 5 KG de minério de bauxita. - Para reciclar 1 KG de alumínio, gasta-se somente 5% da energia elétrica empregada para se produzir a mesma quantidade de alumínio primário.

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VIDRO

Buscando a autonomia, a manutenção e o domínio sobre as diversas etapas do processo fabril, a empresa investiu muito no beneficiamento dos vidros. Desde o recebimento da matéria prima, as descargas das grandes chapas de vidro e a condução destas até a mesa de corte é feita através de pontes rolantes - diminuindo substancialmente as quebras e eventuais acidentes. Maquinários específicos, cujo comandado CNC garante maior eficiência e eficácia no aproveitamento das chapas, cortam com precisão vidros comuns ou laminados de várias espessuras. Equipamentos para lapidação e limpeza finalizam o processo. Os componentes agregados aos quadros de vidro nas Divisórias Marcetex, como persianas entre vidros e películas vinílicas, permitem alternar a visibilidade e a privacidade de acordo com a necessidade. Propiciam também excelente conforto térmico e acústico.

MADEIRA

O processo produtivo de beneficiamento das madeiras é automatizado através do sistema CNC, garantindo a perfeição do paralelismo e perpendicularidade entre as arestas, extraindo os melhores rendimentos e aproveitamentos das chapas de matéria prima com planos de corte pré-definidos que refletem fielmente os dimensionamentos indicados por cada projeto executivo.

Características:

-100% reciclável - Certificada pelo FSC, possui manejo florestal responsável. - Nossa marcenaria possui o selo de rotulagem ambiental, que contempla a gestão correta de resíduos (reciclagem].

Características:

- Vidro de Segurança Laminado. - Espessuras utilizadas: 6 mm, 8 mm e 10 mm. - 100% reciclável, no descarte. - Toda sobra de processo (quebra) é enviada para empresa de reciclagem, obedecendo as exigências das normas da ABNT de rotulagem ambiental.

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LEED CI LÃ DE PET

O produto fornece isolamento termo acústico, promovendo ganhos em qualidade de vida e saúde. Em contato com a umidade não corre risco de mofar, deteriorar e perder suas propriedades. Segurança do trabalho de aplicação pois o produto não exige a utilização de equipamentos de proteção individual, pois não oferece nenhum risco à saúde humana. “A opção no uso de lã de Pet é fundamentada em nosso compromisso sócio ambiental, pois além de totalmente reciclável é proveniente de matéria prima reciclada. A manipulação do produto é salubre e isenta de riscos, dispensando uso de luvas, mangas longas e máscaras de proteção durante o manuseio e a instalação”, garante Adalberto Alves. A utilização de lã de pet no interior de divisórias também otimiza o sistema de ar condicionado do local, diminuindo tanto as perdas, a partir do interior do ambiente, quanto os ganhos excessivos de calor, a partir do ambiente externo. Além de contribuir para pontuações das certificações LEED, AQUA, PROCEL EDIFICA (garantindo maior eficiência energética em Edificações).

Características:

- 100% reciclável, - Não há extração de minérios de rochas.

TINTAS

Obedecendo padrões internacionais de sustentabilidade, a Marcetex possui cabine de pintura moderna, com áreas específicas para lixamento, aplicação de fundos e aplicação de acabamentos. Possui ainda um laboratório de tintas com capacidade de produção de mais de duas mil cores, disponíveis em acabamentos lisos, foscos, brilhantes e goffrato. O processo de pintura também recebe atenção especial na Marcetex, em função da responsabilidade ambiental que nos propusemos a assumir. As tintas são formuladas dentro dos padrões de qualidade, com uso de pigmentos isentos de metais pesados nocivos à saúde, utilizando catalizadores que atendem aos padrões internacionais de segurança, com baixos teores de isocianato (TDI) livre. A qualidade final da pintura é garantida em um espaço exclusivamente reservado, que conta com área específica para secagem e três cabines com sistemas de exaustão extremamente eficientes, devolvendo ao ambiente, o ar livre de partículas de tinta e poeira. Na cabine de lixamento, a exaustão de partículas ocorre tanto na superfície de trabalho quanto no ambiente. Nas cabines de Aplicação de primer/fundos e de Acabamentos, além de um eficiente sistema de iluminação que garante ao aplicador uma excelente visualização das cores e das peças onde a tinta será aplicada, o duplo sistema de filtragem do ar exausta partículas e voláteis. Para atender às mais diversas exigências de nossos clientes, implantamos um Sistema Tintométrico que reproduz mais de 2.000 (duas mil) cores com opções que variam de tons pastéis a colorações quentes e vibrantes, disponíveis em cinco versões de acabamentos: goffrato - micro e média textura; esmalte PU nos brilhos 10 e 20 e o alto brilho.

“NÓS TEMOS UM CONHECIMENTO MUITO BOM DE TODA ESSA CADEIA. OS MATERIAIS DE OBRA SÃO ENVIADOS PARA RECICLAGEM, NO CASO DO ALUMÍNIO, ELE É REINTEGRADO AO ALUMÍNIO NOVAMENTE, ENTÃO NESTE CASO O MATERIAL UTILIZADO PARA A CONFECÇÃO DOS PRODUTOS, ALÉM DE SER RECICLÁVEL TAMBÉM POSSUI CONTEÚDO RECICLADO”

Adalberto Alves Consultor de Negócios Marcetex

Características:

- Isentas de metais pesados. - Baixo teor de voláteis presentes

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Fotos: Divulgação Marcetex

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Selos e certificações Sempre focando a sustentabilidade de suas atuações, a Marcetex, como membro do Green Building Council (GBC Brasil), atende de maneira mais consciente e responsável aos requisitos necessários para obtenção de obras LEED. Muitos foram os fornecimentos de divisórias que pontuaram positivamente empresas como a Porto Seguro, a Qualicorp, Alpha Building (Bradesco), Amazônia Empresarial Alphaville, entre diversas outras. A certificação do FSC®, enfatiza que os produtos Marcetex proporcionam a possibilidade de checagem da continuidade da cadeia de custódia - dentro de princípios e critérios que conciliam salvaguardas ecológicas, benefícios sociais e viabilidade econômica - permitindo a rastreabilidade do produto, desde o plantio e manejo nas florestas A empresa também é certificada pela ABNT - O Rótulo Ecológico ABNT, que é concedido de forma imparcial, por uma entidade de terceira parte, sendo avaliado sob critérios múltiplos previamente definidos, credibilizando o processo. Trata-se de um programa com metodologia voluntária de certificação e rotulagem para o desempenho ambiental baseado nas considerações do ciclo de vida, desde a extração de matérias primas até a produção, uso e disposição final – o que garante que os produtos Marcetex imputem o menor impacto ambiental, preservando o meio ambiente com a redução de desperdícios. A Marcetex possui também o Certificado de Conformidade da ABNT, que endossa a manutenção do processo produtivo e das demais características físicas e dimensionais dos produtos Marcetex, classificando as divisórias modulares removíveis tipo piso-teto

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para escritório e estabelecendo os métodos para a determinação de sua resistência, destacando as regras de desempenho acústico em atendimento à norma NBR 15.141/2008. De acordo com Adalberto Alves, o trabalho do GBC Brasil voltado para estratégias sustentáveis de espaços interiores corporativos, aliado ao crescimento da sustentabilidade as construções permitiu que, aos poucos, a Marcetex conquistasse um espaço importante neste segmento. “A parceria com o GBC Brasil nos trouxe algumas oportunidades, fontes de informação, e um direcionamento sobre o trabalho mais ativo em relação à certificação. É uma característica que já temos e queremos continuar usando como diferencial da empresa. A participação no GBC 2016 foi muito interessante. Abrimos o leque de possibilidades que ultrapassou as expectativas, foi um investimento que deu certo”, conclui.

Equipe Marcetex no evento Greenbuilding Brasil 2016

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Green People

GREENPEOPLE

Agatha Carvalho e Thais Lopes (ambas do GBC Brasil)

Comitê Saúde e Bem-estar Conforto na sede da Johnson Controls

Comitê Saúde e Bem-estar Mente na sede da Método Engenharia

GBC Brasil apresenta os primeiros resultados da Pesquisa Saúde e Bem-estar em ambientes de escritório em evento do WGBC em Estocolmo

Comitê Saúde e Bem-estar Ar no CTE

GBC Colombia, GBC Brasil e USGBC

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Green People

Evento do World GBC em Estocolmo - sede da Skanska

Thomas Muller (GBC Canada), Pascal Eveillard (Saint Gobain), Jonathan Laski (WGBC) e Felipe Faria (GBC Brasil)

World GBC's CEO Meeting em Estocolmo

John Alker (UKGBC), Peter Templeton (USGBC), Rick Fedrizzi (CEO e fundador presidente USGBC), Sue Clark (GBC Suécia), Felipe Faria (CEO GBC Brasil)

Reunião LEED International Roundtable, Greenbuild16 em Los Angeles

1° Certificação WELL do Brasil (escritório da SETRI) - Eduardo Eleutério (Presidente do GBC Brasil) e Marcos Bensoussan (SETRI)

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visão da américa

©LSDFM Panamá 2014

Os avanços na construção sustentável no Panamá

O

POR

Roberto Forte CEO do GBC Panamá e Presidente da Aliança Centroamericana e do Caribe para o Desenvolvimento Sustentável (ACCADES)

ano de 2016 foi sem dúvida o melhor ano do movimento de construção sustentável em nosso país e do GBC Panamá. Este tem sido um ano em que todos os esforços dos nossos membros, gestores, funcionários, parceiros, voluntários e organizações irmãs, como o GBC Brasil convergiram para promover a materialização de muitas realizações e de grandes resultados. De acordo com o Instituto Nacional de Estatísticas e Censos em 2015 os setores que mais contribuíram para o PIB do Panamá foram o comércio (17,6%), construção (14,8%) e logística (14,3%). A indústria da construção no ano passado tornou-se o segundo maior contribuinte para o PIB e de acordo com a Câmara de Construção do Panamá (CAPAC), e estima-se que o valor do investimento em construção em 2015 chegou a cerca de US$ 1,5 bilhão. Da mesma forma o movimento da construção sustentável em nosso país permanece em crescimento sustentado e estável. Após a primeira certificação LEED (em 2008) de um edifício (Embaixada dos EUA) no solo panamenho, foram desencadeadas uma série de iniciativas que começaram a alimentar este movimento no país.

As iniciativas locais que quebram a inércia do movimento Entre as iniciativas que foram acionadas localmente foi a criação e formalização do Conselho Verde do Panamá ou Panamá Green Building Council (PGBC) em 2010. O GBC

Panamá nasce graças ao apoio e empenho dos seus membros fundadores: 3M, Arango Arquitectos, Inversiones Bahia, CBRE Panamá, CGO, CMG, Cidade do Conhecimento, Edward McGrath & Assoc. Gesaworld, George Moreno & Partners, Johnson Controls, LG, Lumicentro, Mitsubishi Electric, Ripard Holding e Serviços Super. A missão do GBC Panamá é "Promover a sustentabilidade na forma como as comunidades são projetadas e edifícios concebidos, construídos e operados". O GBC Panamá atualmente reúne mais de 135 membros e nossa contribuição para os nossos membros, o mercado e o movimento de construção sustentável é feita com base em 4 pilares principais listados abaixo na figura a seguir. Desenvolvimento de Capacidades Profissionais Seminário de Preparação LEED GA (2/ano) Seminário Universidades LEED Fundamentais (2/ ano) Exames LEED GA e LEED AP BD+C (2/ano)

Divulgação e Conscientização Fórum Internacional de Cidades Sustentáveis (1/ano) Jornadas Técnicas (3/ano) Giras Verdes (4+/ano) Greendrinks (3+/ano) Lunch & Learn (15+/ano) Campanhas (Eficiência Energética) (1/ano) Green Apple Day Pavilhão Verde (Feira CAPAC Expo Habitat) Artigos em 3 revistas/ periódicos (2/mês)

Projetos Técnicos Mostra Residencial do GBC Panamá – Leste e Oeste Desenvolvimento da Certificação Sustentável (Setor Residencial) Análise Econômica da Construção Tradicional vs Sustentável

Promoção de Políticas Sustentáveis Comitê de Gestão de Índices de Eficiência Energética Desenvolvimento de Norma Técnica de Construção Sustentável

Fonte: GBC Panamá

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Outra iniciativa que rompeu a inércia no mercado foi a certificação do edifício da Associação Panamenha de Executivos de Negócios (APEDE). Primeiro, pela estratégia de certificar o edifício-sede de uma das organizações sem fins lucrativos mais influentes no setor privado de nossa economia. O que significa semear a sustentabilidade em todos os executivos de negócios pertencentes a ele, através de seu próprio exemplo. Em segundo lugar por ser um marco e uma mostra que temos que desconstruir os nossos edifícios existentes, especialmente em áreas com valor histórico da nossa cidade como Bella Vista. Finalmente não desperdiçar recursos já incorporados em uma construção e continuar a aumentar a situação crítica que aflige o aterro sanitário da cidade. Outro marco importante no avanço da construção sustentável no Panamá é a certificação em 2013, do primeiro edifício LEED Platinum, o Dormitorios Ciudad del Saber. Este excelente trabalho promovido pela Ciudad del Saber eleva a medida das expectativas do mercado e estabelece um novo nível de exigência e compromisso com a sustentabilidade no setor da construção. A isto se soma o compromisso do setor privado para o uso eficiente de recursos e responsabilidade social das empresas que resultaram na certificação de 30 projetos (dados até de outubro de 2016) no país e mais de 80 projetos em processo de certificação. Nos últimos dois anos, o setor financeiro tem se posicionado como um dos setores que começam a liderar este movimento com nove projetos certificados até 2015 e mais dois em 2016, estes ambos LEED Platinum (classificação mais alta). Nossos membros Banco Gerais, Banistmo e Morgan e Morgan compreendem, orgulhosamente, a grande maioria destes projetos. Finalmente, a inclusão do setor público no movimento de construção sustentável com a certificação de dois projetos (SENACYT e INDICASAT) ambos LEED Silver. Atualmente existe pelo menos um projeto mais do público com grande potencial para a certificação LEED. Os três projetos estão localizados nas instalações da Ciudad del Saber.

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Na tabela abaixo, vemos o detalhe dos edifícios que foram registrados e certificados a partir de 2006 até outubro de 2016. O gráfico (cumulativo) abaixo mostra uma tendência promissora no crescimento de ambos, tanto os projetos registrados como aqueles que são certificados.

Projetos Registrados e Certificados no Panamá 112

O gráfico abaixo mostra que os projetos que mais se destacam como certificados no mercado local são LEED CI (Commercial Interiors) que compreendem escritórios a partir de 95 m2 e os de LEED CS (Core & Shell), no qual os proprietários dos projetos ocupam parcialmente o edifício e os outros espaços são alugados a outras empresas. São seguidos de muito perto pelo LEED NC (Nova Construção e Grandes Reformas).

Desafios e Oportunidades da construção sustentável Entre os desafios e oportunidades que enfrentam a construção sustentável estão as novas dinâmicas do mercado imobiliário. Como explicado por nosso membro fundador da CBRE Panamá em seu relatório Market View - Escritórios na Cidade do Panamá - 2S 2015, publicado online em fevereiro de 2016: "A construção e entrega de novos edifícios tem diminuído, fruto da desaceleração e mais cautela nas principais economias, como a China, União Europeia e vários países da América Latina." "O mercado de escritórios está enfrentando um grande desafio no final de 2015, devido ao grande número de ativos: 236.192 m2 disponíveis (existente) no mercado e aproximadamente 433.496 m2 em construção. O sub-mercado bancário permaneceu com 176.105 m2 em construção e suas médias de renda foram as mais altas do mercado. As locações dos edifícios classe A+ situaram-se em US$ 27,50/m2 e na classe A, na faixa de US$ 25,00/m2 ".

79 54 40 27

3

2

O Panamá está em segundo lugar, no nível regional (América Central e do Caribe), com o maior número de projetos inscritos (82) e também em segundo lugar depois da Costa Rica em projetos certificados (30), seguido da Guatemala.

90

Registrados Certificados

2006

2007

4 1 2008

País

16

12 1

1

1

1

2009

2010

2011

2012

9 2013

16

2014

26

30

2015

2016

Projetos Projetos m2 Certificados Registrados Certificados

Costa Rica 46 103 353.979 Panamá 30 82 253.129 Guatemala 14 21 64.438 El Salvador 4 22 49.855 Bermuda 3 3 66.521 Rep. Dominicana 2 9 74.326 Honduras 1 13 1.439

Certificações por sistema no Panamá 4%

3% 3%

10%

40%

17% 23%

LEED CI v2009 LEED CS v2009 LEED NC v2009 LEED CI Retail v2009 LEED NC 2.1 LEED NC 2.2 LEED CS 2.0

Fonte gráficos: GBC Panamá

No entanto, o relatório também argumenta que as empresas multinacionais ainda vêem o Panamá como um lugar atraente para mudar a sua Sede. Da mesma forma, o relatório Market View – Panamá Comercial - 2015 2S on-line publicado em 4 de abril de 2016 menciona: "Apesar da queda na ocupação hoteleira com um percentual de 52,3% de ocupação total (devido ao aumento da oferta de quartos), o número de turistas aumentou 24,6%, gerando um saldo positivo para a economia" Com base nos resultados expressos nesses relatórios, podemos concluir que, no futuro,

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não vamos continuar a ver a construção de novos projetos emblemáticos (escritórios, hotéis e centros comerciais) como estávamos acostumados. Em vez disso o foco da construção sustentável deve se direcionar para edifícios/espaços de escritórios, hotéis e centros comerciais existentes. Incorporadores e gestores que enfrentam estes novos desafios e oportunidades devem ser capitalizados e devem interiorizar que a construção sustentável e seus princípios são seus melhores aliados. Através de construção sustentável são alcançados níveis consideráveis de economia de energia, água e materiais. Estima-se um acréscimo de 6% no valor dos edifícios de escritórios certificados contra os edifícios convencionais de acordo com estudos internacionais além de melhores valores de revenda. Por sua vez, estes edifícios oferecem espaços mais saudáveis e os aumentos de produtividade alcançados são de até 11%, de acordo com estudos do World Green Building Council.

Marco regulatório Nas questões regulatórias, o Green Building Council Panamá trabalha duro a partir de três campos de ação para transformar o mercado e indústria da construção rumo à sustentabilidade. Em primeiro lugar, trabalhando em estreita colaboração com o Secretariado Nacional de Energia e com a Corporação Financeira Internacional (IFC como a sua sigla em Inglês) para a criação de um código nacional que promova a eficiência energética em edifícios novos. Neste sentido, o GBC Panamá traz todo seu conhecimento sobre os princípios da construção sustentável através do seu Conselho de Administração, dos voluntários, do Comitê Científico e do Diretor Executivo. Em segundo lugar, o GBC Panamá desenvolve estudos de base local para servir como base para o desenvolvimento de regulamentos compatíveis com a realidade do nosso mercado e clima. Em terceiro lugar, o GBC Panamá, compreendendo os novos desafios e oportunidades apresentadas pelas

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novas tendências e dinâmicas do mercado imobiliário, assinou um acordo com a Prefeitura de Panamá para desenvolver um protocolo sobre a Construção Sustentável holística que se aplica, em sua primeira fase, a edifícios existentes e novas construções (escritórios e residencial). Destina-se a adaptação de edifícios novos e existentes de forma a reduzir o consumo de recursos e proporcionar espaços mais saudáveis que aumentam a produtividade e o bem-estar. Em 2012, durante o evento Greenbuild, em San Francisco, nossa Presidente Carla Lopez, o Vice-Presidente David Rodriguez e CEO Roberto Forte iniciaram as conversas com a Corporação Financeira Internacional (IFC como a sua sigla em Inglês) para que o Panamá fosse escolhido como um dos primeiros países da América Latina a implementar um programa que incluiu o desenvolvimento de um código de construção verde e a introdução da certificação EDGE no mercado. Após o Greenbuild 2012, conectamos o setor público através da Secretaria Nacional de Energia com a IFC para iniciar as conversações sobre o desenvolvimento do primeiro Guia Green Building para o país. Estes esforços culminaram, com muito sucesso, na assinatura, em 18 de novembro de 2016, da resolução que regula e torna obrigatória a implementação do Guia da Construção Verde.

Alguns resultados emocionantes de nossa administração, em 2016 Em julho, a organização realizou a 3ª edição do Fórum e Exposição Internacional sobre Cidades Sustentáveis, o maior evento que organizamos na história. O evento de 4 dias, teve uma participação de cerca de 300 pessoas, mais de 12 países na América e de todo o mundo, representados em 38 sessões educacionais, 14 plenárias , além de 20 estandes na Expo. Durante o Fórum de Cidades Sustentáveis foi realizado com sucesso o "Encontro Técnico LEED" para toda a América Latina, sendo o Panamá, na época, o quarto

país do mundo, depois de Cingapura, México e Alemanha, a realizar esta atividade, contando com 52 profissionais LEED de toda a região, 11 países representados e 26 empresas. A partir destes resultados, recebemos uma menção honrosa na " Mesa Redonda Internacional LEED", realizada em outubro, em Los Angeles. Da mesma forma, em agosto 2016, o Panamá foi selecionado pelo USGBC como a sede para o "Seminário Técnico EDGE" para a região da América Latina, sendo o segundo país da América Latina a organizá-lo, depois do México. E para fechar com chave de ouro o ano de 2016, em agosto nós apresentamos nosso Plano de Negócios 2016-2018 ao Word Green Building Council (WGBC), tendo o GBC Brasil como nosso mentor no processo. Em novembro recebemos a notícia encorajadora que o GBC Panamá recebeu o status de Conselho Estabelecido dentro do WGBC, status estes que, até o final de 2015, apenas 27 países ostentavam (por exemplo, Brasil, Canadá, Estados Unidos, Suécia, Singapura). Hoje o Panamá se junta a este seleto grupo comprometido com o movimento da construção sustentável e transformação do mercado nos países locais e internacionais. Todas as realizações locais e internacionais acima indicam fortemente que 2016 foi o melhor ano para o movimento de construção sustentável em nosso país e para o GBC Panamá. Nada disto teria sido possível sem o apoio dos nossos membros, sócios, diretores, funcionários, patrocinadores e voluntários. Um agradecimento especial a Felipe Faria, Manoel Gameiro, Maria Fujihara, Maíra Macedo e toda a equipe do GBC Brasil que, através de sua orientação e apoio, têm contribuído para acelerar o crescimento desta organização.

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visão da américa

Espaços de trabalho sustentáveis e inovadores favorecem a saúde, produtividade e o bem-estar.

Conheça as consultorias do CTE para desenvolver projetos de interiores inteligentes, econômicos e aderentes às certificações ambientais.

www.cte.com.br/interiores revistagbcbrasil.com.br

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©AMATA Divulgação

políticas públicas

Os caminhos da madeira: do corte à certificação Por Paulo Dias

Um dos produtos mais importantes para o desenvolvimento da sociedade é também um dos que mais podem causar impactos negativos ao meio ambiente quando não extraído corretamente. Como equilibrar essa balança?

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esde o início da civilização humana, a madeira tem grande serventia aos projetos do homem. Importância essa que só fez crescer ao longo dos séculos. Se por um lado a madeira é uma matéria-prima de primeira grandeza, por outro, séculos de exploração desenfreada tem causado danos irreparáveis ao meio ambiente. Só para se ter uma ideia, de acordo com estudo do Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia), para cada árvore comercial que é retirada, são danificadas outras 27 árvores com mais de 10 cm de diâmetro, são construídos 40 m de estradas e são abertos 600 m² no dossel florestal.

A legislação ambiental brasileira é uma das mais complexas do mundo. A lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/98), em seu Capítulo V, Seção II, artigos 44 a 46 criminaliza e prevê punição que vai de multa a pena de até dois anos de reclusão a quem extrair e comercializar madeira ilegalmente (ver box). Apesar disso, o governo ainda encontra dificuldades para conter o desmatamento ilegal. Dados alarmantes do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) apontam que, só entre junho de 2015 e junho 2016, 7.989 km² de cobertura da floresta foram desmatados por corte raso, que é a eliminação total da vegetação existente sobre uma área. Isso representa um aumento de 29% em relação ao ano anterior.

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©Divulgação FSC

políticas públicas

Quando analisamos a procedência da madeira, encontramos três conceitos: a madeira ilegal, a legal e a certificada. Como o próprio nome já diz, madeira ilegal é toda aquela proveniente de extração ilegal. A respeito dessa prática, Ricardo Russo, Analista de Conservação sênior do WWF-Brasil, explica que “quando a extração é feita de forma ilegal, causa-se um desequilíbrio do ambiente florestal. Isso gera diversos problemas graves, dentre eles a extração desenfreada de espécies raras e aberturas de clareiras que a floresta talvez não consiga recuperar”. Aline Tristão, diretora executiva do FSC Brasil, aponta ainda outros perigos que a madeira ilegal representa: “tal madeira não paga impostos e nem direitos trabalhistas, além de não regular ambientalmente as propriedades. A extração devasta aquele território e ainda por cima leva a madeira ilegalmente de povos indígenas, de povos tradicionais e também de unidades de conservação”. Os pontos que diferenciam a madeira legal da madeira certificada ainda geram dúvidas em muitas pessoas. O fato de uma madeira ser considerada “legal” não necessariamente a exime de ter sido extraída de maneira inadequada.

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Processos de certificação O FSC (Forest Stewardship Council), ou Conselho de Manejo Florestal, é uma organização mundial que atua em prol do uso adequado dos recursos florestais. O selo

“A GRANDE DIFERENÇA É QUE A MADEIRA CERTIFICADA OFERECE AO CONSUMIDOR GARANTIA REAL DE SUA ORIGEM.”

Aline Tristão diretora executiva FSC Brasil

©Divulgação FSC

Madeira ilegal, legal e certificada

Só para se ter uma ideia, segundo estudo da BVRio (Bolsa de Valores Ambientais), cerca de 80% da madeira que se diz legal pode ter origem ilegal ou processos ilegais em sua extração. Aline analisa que “a grande diferença é que a madeira certificada oferece ao consumidor garantia real de sua origem. Com a certificação, ele sabe que aquele produto está de acordo com a legislação ambiental e trabalhista”.

que leva o nome da organização é a garantia que o mercado consumidor tem da boa procedência de produtos de origem florestal. Apesar de levar o nome do FSC, a instituição não certifica diretamente os produtos. Sua função é capacitar outras empresas para que essas sim possam se tornar certificadoras. Atualmente, são 13 certificadoras atuando no Brasil. Existem dois tipos de certificação FSC: a por Manejo Florestal e a de Cadeia de Custódia. A certificação por Manejo Florestal busca garantir que a floresta esteja sendo manejada de forma responsável, de acordo com os princípios e critérios da certificação FSC. Já a certificação de Cadeia de Custódia torna possível rastrear todo o caminho daquele produto, desde a produção da matéria-prima que sai das florestas até sua chegada ao consumidor final.

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“HÁ UM COMPROMISSO DE QUE ESSE MANEJO SEJA REALIZADO CONFORME OS PARÂMETROS ESTABELECIDOS PELA LEGISLAÇÃO VIGENTE E DE FORMA RESPONSÁVEL.”

Patrick Reydams gerente regional v de operações AMATA

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“Vamos supor que a pessoa esteja à procura de uma cadeira certificada FSC e queira a garantia de que aquele produto não vem de desmatamento. Na cadeia de custódia ela consegue ver o rastreamento de todos os elos daquela cadeira: desde a origem da madeira, passando pela serralheria que beneficiou a tora, quem foi o designer que a projetou até a loja que está vendendo esse produto”, exemplifica Aline Tristão. Obter a certificação, no entanto, não é um processo fácil. Requer auditoria e comprovação de eficiência de processos. Segundo Aline Tristão, um processo de certificação pode envolver até 300 aspectos. Isso acaba encarecendo o produto final, e esse é um dos aspectos que impedem que a certificação cresça em ritmo mais acelerado. “É um problema sério, pois a madeira ilegal - por ser mais barata - compete de forma injusta com a madeira de procedência legal”, complementa Ricardo Russo. Os custos diretos que envolvem a certificação são: custos das auditorias de campo (pré-avaliação e avaliação completa), custos do monitoramento anual e a taxa anual de certificação. Tais custos são variáveis de acordos com cada caso. Além desses, ainda há os custos indiretos, que envolvem

readequação dos processos e dos locais de trabalho, capacitação da mão de obra, aquisição de equipamentos e por aí vai. Apesar disso, a certificação tem sido cada vez mais buscada por produtores e os motivos são muitos. A certificação LEED, fornecida pelo Green Building Council, exige que a madeira usada no projeto seja certificada FSC. Sem contar que países como os Estados Unidos, por exemplo, só compram madeira se esta for certificada. Mas, o mais importante é que muitos produtores estão percebendo que extrair madeira com baixo impacto ao meio ambiente significa cuidar do planeta em que vivemos, e isso não tem preço.

Manejo de baixo impacto

de baixo impacto visam tentar criar uma cultura mais consciente de extração e uso da madeira. Nesse sistema, a área total de extração é dividida em lotes, onde cada um desses é explorado num período (dando tempo para os demais se recuperarem). É retirando somente aquilo que a natureza pode repor. São colhidas por volta de 3 árvores por hectare enquanto mais de 300 são preservadas. A AMATA é uma das empresas que realiza esse tipo de manejo. Patrick Reydams, porta-voz e gerente regional de operações da empresa, diz que o primeiro passo é obter a concessão de manejo da área (por meio de licitação, se for uma área pública, ou por meio de parceria contratual, em caso de área privada). “Nesses locais

Se por um lado não há como viver sem o uso da madeira, por outro, existem diversas maneiras de minimizar os impactos da extração. Iniciativas como o manejo

©Divulgação FSC

©AMATA Divulgação

políticas públicas

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políticas públicas

a AMATA é autorizada a colher produtos madeireiros e não madeireiros. Em contrapartida, há um compromisso de que esse manejo seja realizado conforme os parâmetros estabelecidos pela legislação vigente e de forma responsável. Além disso, pagamos as quantias pré-estipuladas em contrato ao governo ou ao dono da terra”, explica. O próximo passo é estudar a área de manejo, através de pesquisas que analisam fauna, flora, relevo e hidrografia. Só então, a área é dividida em Unidades de Produção (UPAs). No caso da AMATA são 25 UPAs. “Cada unidade será manejada por apenas um ano. Assim, quando a última for trabalhada, após 25 anos de concessão, a primeira já teve tempo suficiente para se recompor e um novo ciclo de corte poderá ser iniciado”, salienta Patrick Reydams.

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LEI DE CRIMES AMBIENTAIS (Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998) Capítulo V - Dos Crimes contra a Flora Seção II Art. 44. Extrair de florestas de domínio público ou consideradas de preservação permanente, sem prévia autorização, pedra, areia, cal ou qualquer espécie de minerais: Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. Art. 45. Cortar ou transformar em carvão madeira de lei, assim classificada por ato do Poder Público, para fins industriais, energéticos ou para qualquer outra exploração, econômica ou não, em desacordo com as determinações legais: Pena - reclusão, de um a dois anos, e multa. Art. 46. Receber ou adquirir, para fins comerciais ou industriais, madeira, lenha, carvão e outros produtos de origem vegetal, sem exigir a exibição de licença do vendedor, outorgada pela autoridade competente, e sem munir-se da via que deverá acompanhar o produto até final beneficiamento: Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem vende, expõe à venda, tem em depósito, transporta ou guarda madeira, lenha, carvão e outros produtos de origem vegetal, sem licença válida para todo o tempo da viagem ou do armazenamento, outorgada pela autoridade competente.

O IBAMA, o Serviço Florestal Brasileiro e o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) fiscalizam os processos. No caso de empresas certificadas FSC, como a AMATA, também são realizadas auditorias da organização.

Programa Madeira é Legal Com o objetivo de incentivar o uso de madeira legal, 23 instituições assinaram um protocolo de cooperação intitulado “Programa Madeira é Legal”. A iniciativa, criada em 2009, visa promover o uso de madeira de origem legal em todo o Estado de São Paulo. Para isso, o protocolo prevê parceria entre

os governos estadual, municipal e uma série de organizações como o FSC Brasil, a WWF-Brasil, a AsBEA (Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetura), o SindusConSP (Sindicato da Indústria da Construção Civil de Grandes estruturas do estado de São Paulo), dentre outras. “É preciso criar uma consciência setorial, ou seja, realizar ampla conscientização da importância da procedência da madeira”, analisa Ricardo Russo.

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inovação

Simpósio realizado pela Danfoss debate Eficiência Energética em Edifícios Comerciais Por Taís Cruz

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o último dia 14 de Dezembro, a Danfoss do Brasil realizou o Simpósio Eficiência Energética em Edifícios Comerciais. O evento reuniu cerca de 100 participantes em São Paulo, no Grand Hyatt Hotel, e mais centenas de espectadores que acompanharam a transmissão online do evento. O debate contou alguns dos maiores especialistas no assunto, que propuseram ideias e caminhos para que eficiência energética esteja na pauta definitiva das empresas e empresários do setor. Na abertura do evento, Júlio Molinari, presidente da Danfoss na América Latina e anfitrião do encontro, destacou o potencial para economia de energia nos edifícios e o papel das empresas nesta discussão: “Estabelecer padrões de

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performance mínima e promover a utilização das melhores tecnologias disponíveis para o desenvolvimento de edifícios de baixo consumo são alguns caminhos possíveis”. O simpósio foi divido em dois blocos, cada um com três palestras individuais e um debate com todos os palestrantes do bloco e mais dois convidados. O primeiro bloco foi aberto pelo professor titular do departamento de engenharia civil e do laboratório de eficiência energética em edificações da Universidade Federal de Santa Catarina, Roberto Lamberts, apresentou dados sobre o panorama de eficiência energética em edifícios comerciais, e o Programa Brasileiro de Etiquetagem de Edificações Comerciais, de Serviços e Públicos e Edificações Residenciais.

Em seguida o arquiteto da Divisão de Eficiência Energética no Setor Privado da Eletrobrás, João Krause, complementou o tema sobre a avaliação de eficiência energética potencial e operacional. E ainda falou sobre o Selo Procel - Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica, criado pela Eletrobrás para empreendimentos comerciais, de serviços e públicos. Para encerrar o primeiro bloco, George Alves Soares, Representando o Ministério de Minas e Energia, o Coordenador de Eficiência Energética, salientou que falar de eficiência energética é falar de diminuição da emissão dos gases do efeito estufa. E destacou a evolução significativa em matéria de eficiência energética que o país alcançou nos últimos 30 anos e as ações futuras do MME.

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Depois das apresentações, os palestrantes responderam perguntas do público do presente e também dos que acompanhavam a transmissão pela internet. Somaram a eles Felipe Faria, CEO do Green Building Council Brasil e Bruno Casagrande, responsável pela área de negócios da Certificação AQUA-HQE, da Fundação Vanzolini. Felipe Faria falou sobre os ganhos econômicos e inovação que um projeto que busca certificação e eficiência energética traz. “O que mais se destaca em inovação é a metodologia de negócio. Quando se fala em sustentabilidade, as pessoas, em geral, ligam sustentabilidade com responsabilidade social e ambiental apenas. Sendo assim, se menospreza um fator muito importante que é o desenvolvimento econômico. Então, o que a gente passa a ver são modelos de negócio que conseguem implementar essa visão sistêmica do econômico, social e ambiental, passando a analisar uma edificação durante o seu ciclo de vida. Daí aparecem modelos de negócio onde conseguimos alavancar a implementação de tecnologias de ponta para maximizar a eficiência energética”. Já Bruno Casagrande destacou a importância das certificações e o maior acesso às tecnologias. “O Brasil se equivale em muitos aspectos a países do primeiro mundo quando se trata do uso de tecnologias avançadas nas construções. No país existem edificações equipadas com soluções de última geração, mas o Brasil ainda tem dificuldades em ampliar em quantidade o número de empreendimentos que conseguem melhor eficiência energética e desempenho em conforto térmico com a utilização dessas soluções”. O segundo bloco do Simpósio casos práticos de como projetos de eficiência energética são fundamentais em setores de alto consumo de energia, como hotelaria e shoppings

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Centers foram apresentados. Paulo Mancio, diretor técnico de Implantação e Patrimônio para a América Latina da Accor, a maior rede hoteleira presente em operação no Brasil, afirmou que o sistema de climatização representa um dos maiores gastos de um hotel, e corresponde a mais de 50% do consumo de energia. Por outro lado, a climatização é essencial para o conforto do hóspede. “Por isso, a busca por inovação e equipamentos que utilizam a energia de forma mais racional para se obter um determinado resultado sem prejudicar às suas operações é muito importante”. Representando o setor de shopping Center, João Tiziani, consultor técnico da Chuff e Associados e sócio-fundador da Yield-Control Engenharia e Soluções em Energia, destacou a evolução do setor nos últimos dez anos, mas ponderou sobre a necessidade de se buscar eficiência energética, ao chamar a atenção para o dado de que o percentual que o sistema de climatização consome de energia em um Shopping Center varia de 40% a 60% dependendo do tipo de sistema HVAC aplicado. Finalizando o ciclo de palestras, Miha Kavcic, Diretor de Vendas e Desenvolvimento de Negócios para Américas e Índia, Danfoss Heating Solutions, apresentou o District Cooling (produção e distribuição centralizada de refrigeração que consegue fazer o abastecimento de forma isolada, usado o sistema de água gelada), como o futuro do sistema de ar condicionado. Miha salientou que a Danfoss acredita que esse conceito tem um futuro brilhante no Brasil. No último debate, Ricardo Carvalho, Presidente do Departamento Nacional de Empresas Projetistas da Abrava e Tomaz Cleto, do Conselho Administrativo da Abrava, se juntaram aos palestrantes para responder as perguntas do público.

Opiniões sobre o evento “A eficiência energética carece de maior divulgação dos seus benefícios, tanto para o consumidor quanto para toda a cadeia produtiva do país, para tornar o país mais competitivo. Um evento como este vem na linha de juntar usuários, fabricantes, associações de classe, e isso ajuda a conscientizar e promover a eficiência energética no país” George Alves Soares, Coordenador de Eficiência Energética – MME

“É importantíssimo esse evento porque combinou a parte do plano de governo, com o Procel, e com o que a indústria está necessitando. Acho que foi uma integração perfeita. A gente precisa dar um salto de eficiência em nossos edifícios e precisamos de sistemas mais eficientes, para isso precisamos trabalhar em conjunto, desde o governo até os empreendedores e construtores para que a gente consiga produzir edifícios mais eficientes” Roberto Lamberts, professor da Universidade Federal de Santa Catarina

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MATERIAIS & TECNOLOGIA SISTEMAS CONSTRUTIVOS

Wood Frame

Solução inovadora acelera a entrega de empreendimentos O tempo entre o início e a conclusão de uma obra muitas vezes é o vilão capaz de arruinar um projeto que teria tudo para ser um sucesso. Foi justamente pela agilidade oferecida, que o sistema Wood Frame ganhou os mercados dos Estados Unidos, Austrália e Nova Zelândia. Hoje, mais de 90% das edificações existentes nestes países foram projetadas e construídas com essa solução, o que garante a utilização de materiais nobres e um resultado final de qualidade muito superior. O empresário individual de Santa Catarina Fernando Bolsoni, CEO da Bolsoni Construtora e membro da Comissão de Estudos do Sistema Construtivo Wood Frame, possui uma década de experiência em obras no exterior e considera que o sistema chegou para revolucionar o mercado brasileiro de construção civil. “Desenvolvemos projetos para empreendimentos sustentáveis que oferecem praticidade, economia e segurança. A ideia é atuar em diferentes regiões brasileiras, em parceria com profissionais e fornecedores de matéria-prima locais”, completa.

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©Isabela Fáraco

Perfis Santa Luzia

contam pontos em construção sustentável Rodapés, rodameios, rodatetos e guarnições da Santa Luzia produzidos com poliestireno reciclado (EPS, mais conhecido como isopor*) podem agora ser mais facilmente contabilizados na pontuação de projetos sustentáveis, como LEED, do Green Building, ou AQUA, da Fundação Vanzolini. Desde fevereiro de 2016, os perfis Santa Luzia usados na fabricação de várias linhas de produtos têm o selo RGMat*, a primeira certificação de sustentabilidade de materiais de construção do Brasil - criada em 2012 pela Fundação Carlos Alberto Vanzolini, ligada ao Departamento de Engenharia de Produção da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP). A certificação, pioneira no Brasil, permite que construtoras, distribuidores e consumidores em geral possam escolher os materiais mais sustentáveis com mais segurança. O RGMat engloba o conceito de Selo e Declaração Ambiental. Traz informações relevantes, verificadas e comparáveis sobre os aspectos ambientais, de conforto e de saúde dos produtos e materiais da construção. A certificação foi obtida pela Santa Luzia após três anos de estudos e testes de todos os seus processos, desde a captação dos resíduos de EPS (Isopor®) até o produto final, incluindo Avaliação de Processo e Insumos, Avaliação do Ci-

clo de Vida (ACV) e Declaração Ambiental de Produto (EPD - Environmental Product Declaration). Líder na fabricação de revestimentos e rodapés com plásticos reciclados, a Indústria Santa Luzia tem mais de 70 anos de história no mercado de decoração. É e a única empresa do Brasil com capacidade de transformar grandes quantidades de resíduos plásticos em várias linhas de produtos.

www.santaluziamolduras.com.br www.facebook.com/industria.santaluzia instagram.com/santa.luzia/ www.youtube.com/user/santaluziarodapes

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certificações

SISTEMAS CONSTRUTIVOS

Marcetex: soluções sustentáveis em divisórias modulares Marcetex, empresa familiar, tradição no mercado corporativo, é exemplo em soluções na fabricação de divisórias industrializadas de alto padrão e marcenarias especiais. Seus produtos são fabricados conforme os padrões rigorosos da ABNT 15141:2008 com tecnologias que reduzem o impacto ambiental reconhecidos pelo selo de Qualidade ABNT Ambiental e Certificação FSC®. As divisórias modulares removíveis piso teto Linha Área, em perfil de alumínio extrudado, oferecem diversos acabamentos, com um sistema construtivo completo e inteligente, com portas, batentes, ferragens e todos os acessórios indispensáveis a uma parede tradicional, comportando inclusive a passagem de cabeamento em sua estrutura. As diversas modulações da divisória, promovem a construção de espaços corporativos, que atendem os requisitos acústicos, térmicos, de luminosidade e principalmente a prevenção à propagação de incêndio. As divisórias produzidas na Marcetex tem em sua composição o uso de material reciclado, o que contribui com créditos exigidos pelo LEED para a tipologia de escritórios que reutilizam estes tipos de materiais. Em relação a eficiência térmica das divisórias Linha Área, sua contribuição é otimizar o desempenho do sistema de ar condicionado, tanto minimizando as perdas do ar condicionado a partir do interior do ambiente confinado, quanto evitando ganhos excessivos de calor, a partir do ambiente externo.

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A Marcetex possui certificação FSC® para a fabricação de Marcenaria Especial, preocupando-se não somente com a qualidade de seus produtos, mas com a origem da matéria prima neles utilizados, enfatizando as características de ser uma empresa ambientalmente adequada, socialmente benéfica e economicamente viável. Com isto, também se adequa aos créditos de madeira certificada exigidos pelo LEED para a tipologia de escritórios e demais tipologias. A Marcetex conta com departamento de projetos, transporte diferenciado, instalação, assistência técnica e pós-venda, o que garante melhor qualidade desde o projeto à conclusão da obra.

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HTB: 50 anos

de história no Brasil Empresa de origem alemã completa meio século de operação no Brasil mostrando que green building é sim um bom negócio.

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Por Paulo Dias

©Divulgação HTB

ecém-instalada no moderno Edifício Souza Aranha, em São Paulo, a HTB (Hochtief do Brasil) comemora seus 50 anos de história e se consolida como uma das construtoras que mais se preocupam com questões ambientais no país. Mas, para entender como a HTB chegou até aqui é necessário voltar um pouco ao passado.

Eco Berrini, em São Paulo, SP

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O começo A história da Hochtief está ligada a muita determinação. Fruto do sonho dos irmãos Philipp e Balthasar Helfmann, a construtora abriu suas portas como uma pequena empreiteira, em 1873, na cidade alemã de Frankfurt. O negócio foi crescendo e se solidificando, até conseguir sua primeira grande obra: o prédio da Universidade de Giessen, cuja construção começou em 1878. Balthasar faleceu em 1896 e seu irmão Philipp tomou uma importante decisão: converteu e empresa de sociedade civil para uma companhia aberta de nome Aktiengesellschaft, ou AG. Pouco depois a AG fez sua primeira obra fora da Alemanha: um armazém

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de grãos no porto de Gênova, na Itália. Foi o pontapé inicial para um amplo processo de internacionalização. Enquanto isso, o Brasil experimentava um processo cada vez maior de desenvolvimento e industrialização. Uma guinada rápida que logo trouxe problemas, especialmente no que diz respeito à infraestrutura. Foi essa necessidade por melhorias que aproximou a Hochtief e o Brasil. Na década de 1950, a empresa iniciou os laços com país quando se tornou consultora para as obras das usinas hidrelétricas de Capivari-Cachoeira, no Paraná, e Salto do Funil, no Rio. A partir daí vieram muitos outros projetos. Um dos mais emblemáticos foi o planejamento da rede de metrô da cidade de São Paulo. Ao lado das empresas DeConsult e Montreal, ela formou o consórcio HDM, responsável por projetar a primeira rede de metrô do país. Muito graças a esse desafio, ainda naquele ano a Hochtief se instalou no Brasil. Sob o comando do arquiteto Alexandre Glogowsky, nascia assim a Hochtief do Brasil (atualmente chamada apenas de HTB), cuja primeira sede ficava na Praça Dom José Gaspar, no centro da cidade de São Paulo.

Nova sede, novos desafios Em 1982 a HBT lança concorrência entre firmas de arquitetura para construção de sua nova sede. O prédio, localizado no bairro paulistano da Chácara Santo Antônio, foi pensado para ser amplo e moderno. Além disso, numa época em que pouco se falava de sustentabilidade, a HTB já queria que sua sede fosse o mais sustentável possível, dotada de iluminação e ventilação naturais, além de um telhado retrátil que protege as salas da insolação excessiva. O prédio foi inaugurado em 1984. Em 1991, a empresa participou da construção de um dos ícones da arquitetura paulistana: o Centro Empresarial Nações Unidas. A empresa ergueu ali três torres: primeiro a Oeste e tempos depois a Leste e a Plaza 1. Também naquele ano, André Glogowsky, filho de Alexandre, assume o controle da empresa. Nesse período, o país passava por uma abertura econômica e a Hochtief Argentina adquiriu o controle total da HTB. Ainda em 1995, a HTB iniciou um empreendimento emblemático: a construção das novas instalações do Instituto Santa Úrsula, em Ribeirão Preto, São Paulo. O maior diferencial do projeto foi o aproveitamento total da área do terreno, tanto para a construção das instalações educacionais do Instituto, quanto para a construção de um estabelecimento para comercialização. Em 1997, inicia-se a construção dos Shoppings Santa Úrsula (em Ribeirão Preto) e Villa Lobos (em São Paulo). Após uma profunda transformação visando implementar uma gestão mais moderna e eficiente na HTB, a empresa recebeu a certificação de qualidade ISO 9001, em 1999, em reconhecimento à qualidade do sistema e processos.

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Volkswagen Prédio de Pintura, Taubaté, SP

Virada do milênio Em 2001, dando continuidade a essa proposta de uma gestão mais eficiente, a HTB implantou a Avaliação de Perfil de Fornecedores, iniciativa que visa garantir que estes estejam sempre aptos a prestar serviços de elevado padrão de qualidade. Tanto zelo pela qualidade – em todos os aspectos – rendeu à HTB inúmeras premiações ao longo destes anos, como alguns Prêmios Master Imobiliário, além do Top Imobiliário, na categoria Construção. Em 2006, ano em que completou 40 anos, a empresa recebe o ISO 14001 e a OHSAS 18001, consolidando de vez seu sistema de gestão eficiente - tanto econômica, quando humana e ambiental. Em 2009 a HTB se viu diante de algo inesperado: a venda do controle da empresa ao Grupo Zech. Após o choque inicial, logo notou-se que a empresa tinha bases sólidas o suficiente para não se preocupar com esse tipo de mudança. Tanto que o ano de 2010 foi bastante produtivo, com o inicio dos projetos dos edifícios JK 1600 e o Praça Faria Lima. Ambos receberam certificação LEED por sua eficiência sustentável. Refletindo a crescente preocupação com o meio ambiente, surge nesse período o Equilibrium, programa da HTB para coordenar e centralizar as ações relacionadas à sustentabilidade. A iniciativa visa encontrar um equilíbrio entre questões econômicas, crescimento da empresa e as dimensões sociais e ambientais.

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13 Projetos HTB com certificação LEED Busca por equilíbrio ambiental

Preocupação com questões sustentáveis A preocupação da HTB com o meio ambiente vem desde muito antes de o assunto estar no centro das atenções. Como citado, a própria sede da empresa, inaugurada em 1984, já demonstrava isso. Desde então, busca aplicar os conceitos de green building em boa parte dos projetos que conduz. O Edifício-sede do BankBoston em São Paulo, por exemplo, conta com 100% de autonomia de geração de energia, além de um sistema de reaproveitamento de água e um complexo sistema de ar condicionado. Ter a sustentabilidade como preocupação institucional tem trazido diversos benefícios à HTB. Influência positiva sobre os colaboradores, ter um diferencial de mercado e notar a redução dos custos operacionais da empresa são alguns deles.

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Edifício Porto Seguro, São Paulo, SP

©Fotos: Divulgação HTB

O Programa Equilibrium, criado pela HTB, compreende diversas medidas nas diferentes etapas de construção. A primeira delas é a concepção de Canteiro Sustentável. Alessandra Souza, gerente de qualidade, saúde, segurança e meio ambiente da HTB explica que “foram testadas diversas medidas nos canteiros de obras a fim de avaliar o melhor retorno, tendo em vista redução de consumo de água e de energia, otimização da gestão de resíduos, aumento da taxa de reciclagem e maior promoção da logística reversa. Ao final do estudo, foram levantados os itens de maior representatividade nestes critérios de sustentabilidade, que passaram a compor os canteiros desde a etapa de orçamento”. A HTB é uma das construtoras que mais possui projetos com certificação LEED no Brasil: são 13 ao todo. Para garantir que tais projetos cumpram tudo o que é determinado para a certificação, a empresa criou mecanismos internos que otimizam o controle das ações. Alessandra explica: “foi estabelecido um padrão para emissão de dossiês ao longo da execução dos nossos contratos que possuem a certificação LEED. Ele contempla as estratégias adotadas para o cumprimento dos requisitos da certificação em cada obra, proporciona rastreabilidade do processo, identifica as particularidades de cada projeto, contempla as principais dificuldades enfrentadas, permitindo a retroalimentação dos processos, o que favorece a melhoria contínua”. Além disso, o Programa Equilibrium também prevê melhorias no monitoramento das ações da empresa em outros dois aspectos: geração de resíduos e emissões de CO2. Todos esses dados ajudam a criar o Relatório Interno de Sustentabilidade. “O Relatório é uma ferramenta importante para a autoavaliação da empresa em relação aos conceitos de sustentabilidade, além de ser uma ferramenta estratégica para a tomada de decisões”, conclui Alessandra.

Dentre os 13 projetos tocados pela HTB com certificação LEED, destacam-se os edifícios paulistanos Eco Berrini (nível Platinum), JK 180, Praça Faria Lima, Vista Faria Lima (ambos nível Gold) e Edifício Consolação (nível Silver). No Rio de Janeiro, os edifícios Eco Sapucaí e Barra Trade Prime também receberam certificação LEED. Recentemente, a HTB se instalou no Edifício Souza Aranha, em São Paulo. Ao lado da antiga sede, o novo edifício de sete andares foi construído pela própria HTB (para a BR Properties) e está em processo de certificação LEED CS, reiterando a preocupação da empresa não só em construir edifícios sustentáveis para outras organizações, mas também para seu uso.

Eco Sapucaí, no Rio de Janeiro, RJ

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