GBC G R E E N
REVISTA
B U I L D I N G
C O U N C I L
BRASIL
C O N S T RU I N D O U M F U T U RO S U S T E N TÁV E L
ANO4 / Nº12 / 2017
CITI CENTER UM DOS EDIFÍCIOS MAIS ICÔNICOS DE SÃO PAULO SE RENOVA COM LEED SILVER EB O+M
DOSSIÊ ESPECIAL LEED EB O+M: CONSTRUÇÕES EXISTENTES TORNAM-SE SUSTENTÁVEIS
Comitê GBC Brasil integra Programa Global com foco em NET Zero Normas de conservação da água em discussão na ABNT EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E ILUMINAÇÃO: Cases e soluções
VIBEDITORA
EDIÇÃO
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10 ANOS DE GBC BRASIL
08 A 10 AGOSTO
2017
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SÃO PAULO - SP
A GREENBUILDING BRASIL CONFERÊNCIA INTERNACIONAL E EXPO: 9 É o principal evento da construção sustentável na América Latina e um dos principais do segmento no mundo.
9 É o mais forte e abrangente encontro para os setores de Arquitetura, Construção e Design
9 Reúne mais de 14 mil profissionais dos setores relacionados 9 Sua conferência traz uma ampla disseminação de práticas
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Editorial
Um ano especial para não perder de vista
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO Presidente GBC Brasil Eduardo Eleutério Diretor Executivo Isover, Saint Gobain Vice Presidente GBC Brasil Antonio Lacerda Senior Vice Presidente, BASF 1º Secretário GBC Brasil Ernesto Ghini Diretor Geral, Honeywell 2º Secretário GBC Brasil Marcos Bensoussan Sócio Presidente, Setri
O ano que se iniciou apresenta-se com boas perspectivas de retomada da economia, e tudo que isso impacta nos setores produtivos da construção, em especial, na construção sustentável. O momento é de plantar para colhermos num futuro próximo.
MEMBROS DO CONSELHO Martín Andrés Jaco CEO, BR Properties Celina Antunes CEO América Latina, Cushman & Wakefield Hilton Rejman Diretor de Incorporações, Cyrela Commercial Properties William Ribeiro Diretor Comercial, Daikin Raul Penteado Presidente, Deca Fabian Gil Presidente América Latina, Dow Edo Rocha Sócio Proprietário & CEO, Edo Rocha Arquitetura Maurício Parolin Russomanno CCO - Chief Commercial Office, Votorantim Manoel Gameiro Ex Presidente GBC Brasil José Moulin Netto Ex Presidente GBC Brasil
O ano também marca a trajetória de 10 anos do GBC no Brasil. Por isso, estamos trabalhando a todo vapor nas edições de 2017 e, em especial, na edição comemorativa do Anuário GBC 2017, que marcará ainda os 10 anos das certificações LEED no país. Com quase 400 edificações certificadas desde 2007, mais de 60% delas nos últimos 3 anos, o Brasil tem se consolidado como um dos países mais atuantes no movimento da construção sustentável no mundo. Esta edição apresenta uma das certificações que tem crescido também nos últimos anos, o LEED EB O+M, responsável pela transformação e adaptacão de grandes edifícios icônicos rumo à sustentabilidade de suas operações e manutenção, garantindo um novo horizonte de economia e gestão destes empreendimentos. Alguns destes exemplos são elencados nesta edição.
CEO Green Building Council Brasil Felipe Faria
VIBEDITORA DIRETOR EXECUTIVO Luiz Sampaio lfsampaio@vibcom.com.br
Um boa leitura a todos!
REDAÇÃO Paulo Dias - MTb 82002/SP Taís Cruz redacao@vibcom.com.br/ press@vibcom.com.br
LUIZ FERNANDO SAMPAIO DIRETOR EXECUTIVO VIB Comunicação e Editora
© Bianca Wendhausen
Além disso, apresentamos um especial sobre eficiência energética e iluminação, e novos rumos na questão dos edifícios NET Zero.
COMERCIAL: comercial@vibcom.com.br FINANCEIRO: adm@vibcom.com.br DESIGN GRÁFICO E EDITORIAL, REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO VIB COMUNICAÇÃO E EDITORA Av. Morumbi, 8411 - conj 31 Brooklin - São Paulo - SP CEP 04703-004 RESPONSÁVEL DO GBC Maíra Macedo ASSINATURAS E CONTATOS: Tel: 11 5078 6109 email: assinaturas@gbcbrasil.org.br Capa: Edifício Citi Center - São Paulo. Divulgação Citibank
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índice
GBC G R E E N
REVISTA
B U I L D I N G
C O U N C I L
BRASIL
C O N S T RU I N D O U M F U T U RO S U S T E N TÁV E L
ANO 4 / Nº12 / 2017
EDITORIAL............................................................. > 3 COLUNA GBC........................................................ > 6
GREEN PAGES
SCOT HORST...................................> 8
COLUNA CBIC..................................................... > 12
PROJETO DESTAQUE...........................> 14
NORMAS DE CONSERVAÇAO DA ÁGUA.......... > 18
ESPECIAL LEED EB O+M
ESPECIALISTAS E CASES........................................... .>
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CONSTRUINDO HISTÓRIA.................................. > 26 CERTIFICAÇÃO ENERGÉTICA DE PORTFOLIOS... > 28
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E ILUMINAÇÃO
RUMOS NO BRASIL.................................................... > 30 MITSIDI................................................................. > 36 COMFORT LUX.................................................... > 40 AGENDA GBC MAR/ABR 2017........................... > 43 GREEN PEOPLE................................................... > 44 VISÃO GLOBAL.................................................... > 46 COMITÊ NET ZERO............................................ > 48 NET ZERO NO BRASIL................................................ >
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SOLUÇÕES SUSTENTÁVEIS................................ > 56 INOVAÇÃO - EVENTO DAIKIN.......................... > 58
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Mercado da eficiência energética em edificações existentes e renováveis.
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Atento às discussões mundiais voltadas a eficiência energética e energias limpas, desenvolveremos atividades para acelerar o desenvolvimento deste mercado.
ficiência energética e energia limpa são temas de relevância mundial quando o assunto desenvolvimento sustentável. Seguindo nossos compromissos no COP Paris, o Green Building Council Brasil, com o suporte do Instituto Clima e Sociedade, lançará um novo Comitê Técnico para criar uma certificação complementar sobre autossuficiência energética em construções. O objetivo é acelerar o mercado de eficiência energética em edificações e promover o conceito de Net Zero Energy Building (autossuficiência em energia) nas edificações novas até 2030 e em todas as edificações até 2050. Com isso, contribuiremos com a redução das 84 GTon de emissões até 2050, o suficiente para manter o aquecimento global em 1,5ºC. Nossa expectativa é lançar a primeira versão deste protocolo de certificação ainda no ano de 2017. São diversos os empreendimentos no Brasil que alinham excelente desempenho relacionado a eficiência energética com geração de energia renovável, buscando a eficiência. Outro protagonismo do GBC Brasil no suporte ao mercado de renováveis é o Alternative Compliance Path que criamos substituindo a certificação Green E pelo Selo Energias Renováveis da ABEEÓLICA e ABREGEL, concedido pelo Instituto Totum. Ano passado, cerca de 90% dos RECs comercializados foram vendidos a edificações LEED. Recentemente, divulgamos via Face Live, um dos nossos projetos CASA na modalidade multifamiliar vertical (pioneiro / piloto), o edifício do Membro Montage que planeja ser o primeiro empreendimento a constituir uma sociedade solar conforme a nova regulamentação da ANEEL. Todos proprietários de unidades serão quotistas de uma usina de geração fotovoltaica e receberão uma quantidade de energia elétrica suficiente ao consumo mensal, podendo compensar a fração residual.
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Em termos de projetos de eficiência energética em edificações, usamos como um dos parâmetros de quantificação da nossa presença no mercado, a certificação LEED EB O+M (para edificações existentes). Ano passado tivemos um aumento de 30% dos projetos e celebramos a certificação de edificações icônicas como a sede do BNDES no Rio de Janeiro, a sede do Citibank em São Paulo e o Sincredi de Porto Alegre, certificado no nível Platinum. Esta edição da revista também aborda a plataforma de benchmark ARC, criada para suportar nossos esforços de garantir um excelente desempenho das edificações certificadas LEED, além de despontar como uma nova ferramenta de engajamento a edificações existentes, em escala, ao nosso movimento de green building e certificação. Junto ao Ministério do Meio Ambiente, segue a agenda anual de treinamentos e acreditação profissional sobre ferramentas de medição e verificação, auxílio no entendimento e uso dos principais mecanismos de financiamento e garantia para projetos de eficiência energética. Concomitantemente aos mecanismos existentes, notamos maior movimentação das instituições financeiras na criação de produtos para o mercado de eficiência energética em edificações. Por fim, agradecemos o ininterrupto suporte que recebemos de todos os nossos Membros e exaltamos a participação no envio de propostas às sessões técnicas para o Greenbuilding Brasil Conferência Internacional e Expo, dias 08 a 10 de Agosto de 2017. Tivemos o recorde de envio de propostas, foram 173 propostas sendo 115 completas.
FELIPE FARIA, CEO Green Building Council Brasil Presidente Comitê de Networking das Américas do World GBC
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inovação
GREEN PAGES
©Mari Queiroz
Plataforma ARC
Ao longo das duas últimas décadas, o United States Green Building Council (USGBC) e a Green Business Certification, Inc. (GBCI) reuniram mais dados e informações sobre edifícios e negócios do que qualquer outra organização no mundo. Juntos, USGBC e GBCI criaram uma plataforma de engajamento que transformou o ambiente construído. Agora, imagine esta plataforma combinada com dados, mobilidade e as tecnologias mais disruptivas no horizonte. A Arc Skoru Inc., como a organização é oficialmente reconhecida, criada pela GBCI para tornar as visões do USGBC, do GBCI e dos seus parceiros uma realidade ligando pessoas de todo o mundo a ações e inspirando-as a tomarem as decisões mais bem informadas. Isso capacita as pessoas a se conectar e colaborar para uma qualidade de vida coletiva superior. O Arc Skoru é o local ideal para rastrear todas as inspirações, conexões e ações relacionadas à sustentabilidade do nosso ambiente construído.
ENTREVISTA
Scot Horst CEO da Arc Skoru Inc.
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A plataforma ARC permite aos usuários medir o desempenho, fazer melhorias e benchmark comparando a outros projetos. ARC é um complemento ao LEED e outros sistemas de classificação de edifícios verdes, padrões, protocolos e diretrizes e permite que edifícios e espaços comparem métricas de desempenho e conectem essas métricas para estratégias de construção verde. ARC permite melhorias incrementais e pode colocar um projeto no caminho certo para a certificação LEED ou outra certificação do sistema de classificação.
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inovação
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inovação
Quais são os principais benefícios e oportunidades de benchmarking e medição de desempenho através do sistema ARC? Como a plataforma pode apoiar as decisões dos investidores, gestores de facilities e proprietários de edifícios? Scot Horst. ARC é uma plataforma digital de última geração que permite que qualquer tipo de projeto, construção, comunidade ou cidade inicie imediatamente a gravação de seus dados de desempenho e obtenha uma pontuação desse desempenho. Esses dados criam uma pontuação holística ao rastrear a atividade em energia, água, resíduos, transporte e experiência humana. O desempenho de benchmarking é vital para qualquer projeto e ajuda os gerentes a ver como eles se comparam aos outros localmente, regionalmente e globalmente. Ao conectar todas essas ações em um só lugar, a ARC fornece transparência para que investidores, proprietários e gerentes possam garantir que seus esforços estão promovendo mudanças significativas.
Como a plataforma ARC pode ser usada em conexão com diferentes sistemas de construção sustentável? E os edifícios não certificados? SH. A plataforma permite que qualquer projeto introduza seus dados no ARC e receba uma pontuação de desempenho. Os projetos podem se comparar com outros no mercado, identificar novas oportunidades de melhoria incremental e verificar o desempenho em uma base anual. O ARC fornece um ponto de entrada imediata, não importa onde eles estão em sua jornada de sustentabilidade. Imediatamente eles podem começar a identificar etapas que os colocarão no caminho para uma certificação LEED ou outra certificação GBCI. Os projetos também podem escolher simplesmente usar o ARC para acompanhar o progresso até que sintam que estão prontos para começar a trabalhar para a certificação.
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É possível usar a plataforma ARC como uma maneira de melhorar a saúde, bem-estar e produtividade dos ocupantes dos edifícios? SH. Uma das cinco principais categorias rastreadas no ARC é a da Experiência Humana. Quando você está olhando para o desempenho de um edifício e se é um espaço saudável, você tem que considerar como ele está contribuindo para a qualidade de vida dos ocupantes. O LEED faz isso na seção de Qualidade Ambiental Interior. O ARC rastreia o desempenho dessa seção.
Você pode ver uma conexão entre a implementação da plataforma ARC e os esforços para acelerar o mercado de eficiência energética no estoque de prédios existentes que o World GBC e seus membros comprometeram-se durante a COP Paris?
possam participar. Quando ligamos todas essas ações, nos tornamos parte de uma mudança evolutiva que tem o poder de transformar comunidades, bairros, cidades e além.
Quantos metros quadrados estão compartilhando dados através do ARC e quais são os objetivos para os próximos anos? SH. Atualmente, há projetos em mais de 20 países rastreando o desempenho através do ARC e outros mais se juntando a cada dia. O objetivo é ter todos os edifícios dentro da plataforma ARC. Quanto mais projetos de acompanhamento e ações de conexão, melhor para todos. Enquanto olhamos para o futuro, o ARC ajudará a definir o que vem a seguir. Ao acompanhar novas estratégias e ideias, os projetos estão redefinindo o que significa ser um alto desempenho. O mercado já está se transformando e estes dados estão direcionando essa mudança.
SH. Sem dúvida, melhorar a eficiência energética e o desempenho dos edifícios existentes é fundamental para mover o mercado. O futuro do movimento de construção sustentável dependerá da interconexão entre sustentabilidade, mobilidade, tecnologia e dados. O ARC é o veículo que criará essa transformação.
Quando você olha para o futuro, como os sistemas de inovações como o ARC podem ajudar a acelerar o crescimento da economia verde ou iniciativas de cidades sustentáveis? SH. Proprietários e gerentes que se comprometem com melhorias incrementais e contínuas darão forma a um ambiente construído mais habitável, eficiente em termos de recursos e fiscalmente responsável. O ARC oferece uma maneira de tornar esse trabalho mais fácil e mais impactante. Ele ajuda a revelar a próxima oportunidade e permite que os edifícios em qualquer dos extremos do espectro
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Anuário GBC 2017
Imagem ilustrativa
10 Anos LEED no Brasil A edição 2017 do Anuário de Certificações GBC Brasil será uma Edição Comemorativa dos 10 anos de certificações LEED no Brasil e também dos 10 Anos do GBC Brasil. Reunirá informações completas e detalhadas sobre todos empreendimentos certificados desde 2007, bem como dados e estatísticas sobre os selos LEED, tipologias, classificação. Além da opinião de especialistas e profissionais sobre os rumos do mercado da construção sustentável. E o exclusivo Guia de fornecedores de soluções sustentáveis que contribuem para a certificação dos projetos.
EDIÇÃO COMEMORATIVA
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©Divulgação CBIC
Coluna CBIC
O Futuro do Mercado Imobiliário
Celso Petrucci Economista-chefe do SecoviSP, membro da Comissão da Indústria Imobiliária da CBIC, especializado em crédito imobiliário e mercado
Perspectivas à luz dos novos rumos da economia
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o final de janeiro de 2017, pensando neste artigo que trata do mercado imobiliário que esperamos para este ano, imaginei o quanto é difícil fazer qualquer previsão neste País, pois ainda existem “fantasmas” rondando nossa política e a economia, sem dúvida nenhuma, o principal deles se chama Operação Lava Jato. Deixando de lado esse fato, me socorri da memória recente, relembrando o caminho que a indústria da construção civil imobiliária percorreu nos últimos 15 anos. No início do século XXI (2001/2004) praticamente não existia financiamento imobiliário, porque os bancos usavam as prerrogativas possíveis para não correr riscos e para melhorar a rentabilidade dos seus acionistas, com a não aplicação dos recursos da caderneta de poupança. O ano de 2004 foi auspicioso para o nosso mercado com a aprovação da Lei 10.931/04, verdadeira colcha de retalhos, que dispôs um marco regulatório para o setor imobiliário por meio da criação do Patrimônio de Afetação, do Regime Especial Tributário, da Consolidação da Alienação Fiduciária e da Retificação Administrativa de Áreas, somente lembrando dos principais pontos. Também, nossa economia no primeiro governo Lula, atravessava um período de crescimento constante, altamente influenciado pela economia mundial, forte elevação dos preços de commodities agrícolas e minerais e demanda da China. De 2005 a 2007, mais de 20
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incorporadoras imobiliárias, empresas de intermediação e shopping centers, abriram seu capital obtendo êxito na captação de recursos do mercado de capitais, iniciando um processo alucinante de nacionalização e interiorização do mercado imobiliário. Este processo foi logo interrompido no segundo semestre de 2008, após a quebra do Leman Brothers e de inúmeros bancos na América e na Europa. Foi quando surgiu, em 2009, o programa Minha Casa Minha Vida, verdadeira alavanca do mercado imobiliário dos últimos oito anos. As empresas do segmento imobiliário, de todos os portes, passaram a desenvolver produtos destinados às diversas faixas do programa e o mercado imobiliário deslanchou em 2010, enquanto o PIB do Brasil cresceu 7,5% e foram criados mais de 2,2 milhões de novos empregos com carteira assinada, segundo dados do CAGED. Costumo afirmar que o MCMV à época, mereceu nota 10, isto por que o governo, ao debater a criação do programa, solicitou aos interlocutores públicos e privados que “não inventassem a roda” e simplesmente adequassem as linhas de financiamento existentes às necessidades das classes de renda mais baixa. Assim foi feito e ainda em 2009, mas principalmente a partir de 2010, o mercado imobiliário teve no MCMV um potencializador sem precedentes para o desenvolvimento de todas as faixas de imóveis ofertados no País. Pena que o governo, como sempre acontece, é demorado na adequação dos parâmetros do programa que foram revistos, pela pri-
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Câmara Brasileira da Indústria da Construção
meira vez somente em 2012, daí uma nota 8 para a segunda fase do MCMV. Já em 2015, no lançamento da fase 3 do programa, a nota é 6, esclarecendo aos mais afoitos que as notas não se referem absolutamente à altíssima importância que o programa tem para o mercado imobiliário, e sim à aderência de seus parâmetros (preços, subsídios e renda familiar) à demanda, que era quase perfeita em 2009 e foi reduzindo o poder de compra das famílias no decorrer dos anos. De qualquer forma o programa Minha Casa Minha Vida contratou até 2016 aproximadamente 4,5 milhões de unidades das quais mais de 3,1 milhões já haviam sido entregues e promete, em 2017, contratar mais de 500mil unidades em suas diversas faixas, o que por si só, dá a dimensão de sua importância para os incorporadores imobiliários e construtores de todos os tamanhos, mormente àqueles de médio e pequeno portes. Agora, falando sobre crédito imobiliário, que até 2013 teve período de crescimento exponencial e atingiu seu pico em 2013 com mais de 1 milhão de operações/ano. Em 2014 o crescimento estabilizou e nos anos seguintes experimentou sensível redução em suas operações, mormente àquelas financiadas pela caderneta de poupança. Se em 2013 o Sistema Financeiro da Habitação, composto pelos recursos do FGTS e do SBPE chegaram a financiar mais de R$150bilhões, em 2016 segundo dados disponíveis, o crédito imobiliário consumiu R$111bilhões. Mesmo assim, esses números só foram possíveis, porque o FGTS apesar dos ataques sofridos de todos os lados, a partir de 2015 vem aplicando em Habitação Popular recursos acima dos valores financiados pela caderneta de poupança. Não foram poucas as iniciativas do Conselho Curador do FGTS em socorro da construção civil imobiliária, com decisões que atenuaram as dificuldades de demanda que o segmento atravessou a partir de 2014. Sem medo de errar e antes de passar a tratar do futuro, cabe aqui uma afirmativa: o Sistema Financeiro do País, seus fundos (FGTS e SBPE) e seus agentes financeiros, continuam tendo uma saúde invejável em termos de retorno e de qualidade da carteira, o que resulta em baixos níveis de inadimplência. Hoje o crédito imobiliário concedido às pessoas físicas é o maior e melhor entre todas modalidades disponíveis no Sistema Financeiro Nacional. Não encontraremos em outros países sistema de crédito imobiliário mais saudável que o nosso, mesmo considerando que nossa economia desce ladeira abaixo há três anos. O mercado imobiliário, como o restante dos segmentos, tem forte correlação com as idas e vindas da economia e com a variação do PIB do País e, sendo assim, após atingir seu auge entre os anos de 2012/2013, vem diminuindo sua oferta desde 2014 e, provavelmente tenha atingido o “fundo do poço” no ano passado. Segundo dados coletados pela Comissão da Indústria Imobiliária da CBIC até setembro passado, nos maiores mercados do Brasil a queda dos lançamentos em unidades atingia 31% em relação ao ano anterior e as vendas 15% na mesma comparação. Porém, temos motivos para acreditar em uma melhora a partir de 2017, se considerarmos pelo menos o seguinte: i – o novo governo, além de conseguir aprovar o teto dos gastos públicos pelos próximos
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20 anos, encaminhou ao Congresso Nacional a tão sonhada reforma da previdência e outras medidas de impacto, devolvendo parte da confiança dos empresários e da população em geral; ii – a inflação está sob controle, fechou 2016 próximo do teto da meta e tende à meta de 4,5% no final de 2017. Como efeito direto, os juros de longo prazo caíram perto de 30% em relação às taxas praticadas no ano passado e continuarão nesta tendência de queda; iii – a meta da taxa Selic para o final do ano é de 10% (pouco para mais ou pouco para menos), o que devolverá atratividade às cadernetas de poupança, injetará recursos nos financiamentos do SFH e promoverá, novamente, redução nas taxas de juros como ocorrido na década passada; e iv – para o segundo semestre está prevista a redução da taxa de desemprego e, se tudo correr como esperado, as empresas voltarão a contratar. Além disso, o governo Temer entendeu desde seu início, a importância que a construção civil imobiliária tem na geração do emprego, da renda e de tributos e prepara para este mês de fevereiro uma série de medidas de incentivo para o setor, das quais destacamos, mais uma vez, a necessária adequação dos parâmetros (preços, subsídios e renda familiar) praticados nas faixas 1 e meio, 2 e 3 do programa Minha Casa Minha Vida. Novamente contaremos com a alavancagem do programa para retomarmos o mercado imobiliário. Também, já sentimos o retorno dos compradores de imóveis destinados às classes média alta e alta em algumas cidades brasileiras, tendência quer deve crescer junto com a queda da taxa SELIC e a, mesmo que vagarosa, melhoria da economia. Porém, há muito o que fazer no ambiente de negócios para o setor imobiliário. Vimos trabalhando, incansavelmente, com governo e órgãos de defesa do consumidor para estancar um dos legados mais nefastos desta queda recente do mercado imobiliário: os distratos. Nossos compromissos de venda e compra, apesar de irretratáveis e irrevogáveis, graças as decisões impensadas dos juízos de primeira instância, se tornaram verdadeiras opções de compra, sem que para tanto os compradores paguem algum preço para ter esta opção. Outra preocupação são recentes decisões em todas as instâncias, sobre o rito da execução extrajudicial da alienação fiduciária, colocando em risco a solidez deste instituto. O País tem de preservar e aprimorar a alienação fiduciária enquanto garantia imobiliária, evitando assim que ocorra com ela o mesmo que aconteceu com a garantia hipotecária em décadas passadas e que resultou na concessão de crédito imobiliário nos mais baixos níveis desde sua criação em 1964. Estamos trabalhando este tema, juntamente com o governo federal e a Abecip. Finalizando, estou otimista com a retomada do mercado imobiliário a partir de 2017. Nada comparado com a velocidade que tivemos no passado, porém, a oferta deverá crescer em torno de 10% a 15% neste ano no decorrer dos trimestres. Mais do que isso, as empresas da construção civil imobiliária já se mostraram preparadas e prontas para enfrentar um crescimento sustentável nos próximos dez anos, pois sem dúvida nenhuma, teremos demanda de 15 milhões de novos domicílios até 2025 e um déficit habitacional de mais de seis milhões de unidades a ser combatido.
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Fotos: Divulgação Citibank
projeto em destaque
Citi Center: exemplo de que edifícios mais antigos também podem se tornar sustentáveis Por Paulo DIas
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ocalizado na Av. Paulista, coração financeiro da cidade de São Paulo, o edifício Citi Center foi projetado pelo renomado arquiteto Gian Carlo Gasperini e abriga a sede do Citi no Brasil. Inaugurado há 30 anos, o edifício de 20 andares e pouco mais de 40 mil m² de área passou recentemente por uma série de mudanças que lhe renderam a certificação LEED EB O+M na categoria Silver. O Citi Center é o primeiro edifício da avenida a recebê-la. Tais mudanças vinham de encontro aos anseios e políticas da empresa: modernizar sua sede brasileira, tornando-a mais eficiente e sustentável, além de melhor para os colaboradores e usuários do edifício. A consultoria para obtenção da certificação ficou a cargo do CTE (Centro Tecnológico de Edificações). Wagner Oliveira, gerente de sustentabilidade do CTE, explica que “muitas alterações tiveram que ser realizadas para alcançar as melhores posições em operações sustentáveis. Sendo assim, o sistema de automação foi totalmente adaptado e atualizado para controlar suas novas tecnologias e preparado para futuras melhorias”.
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projeto em destaque
Inaugurado em 1986, o prédio onde funciona a sede do Citi no Brasil conquistou o LEED EB O+M e é a prova de que nem só edifícios mais novos podem se beneficiar com as mudanças promovidas pela certificação.
Uma característica interessante do projeto foi o aproveitamento do espaço do terraço para a implantação de um telhado verde onde foram plantadas espécies nativas da Mata Atlântica. De acordo com o projeto, um dos principais objetivos da iniciativa foi “revitalizar e preservar o centro de concreto endurecido da cidade mais populosa da América Latina”. Por estar localizado numa região com altos índices de água de superfície, foi instalado no local um sistema de bombeamento que mantém o subterrâneo do edifício seco, o que reduziu drasticamente o impacto que esse corpo d’água causava à construção. A água retirada é tratada e usada para demandas rotineiras do Citi Center como limpeza, por exemplo. Outra medida que buscou a economia de água foi a instalação de redutores nos banheiros, visando diminuir o fluxo de água e, consequentemente, economizando. As mudanças implementadas conseguiram reduzir em 30,84% o consumo de água no edifício. A coleta seletiva foi implantada nas dependências do edifício visando o descarte correto de resíduos. Houve também um trabalho para que se encontrasse uma maneira correta de descartá-los: a equipe de manutenção do edifício deslocou alguns funcionários para analisar os resíduos e
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garantir que todo material que puder ser reciclado fosse encaminhado corretamente para as instalações de reciclagem. O edifício calcula que 47% dos resíduos gerados estão aptos a ser encaminhados à reciclagem, o que reduziu bastante a quantidade de dejetos enviados a aterros sanitários. Por fim, com o intuito de reduzir a utilização de energia elétrica e melhorar a eficiência energética, a equipe de engenharia e operação realizou diversas atividades, como utilização de lâmpadas Led e conscientização quanto ao uso racional de energia. Além disso, como parte das exigências para a certificação LEED, uma auditoria energética Lv.2 de ASHRAE foi contratada e, a partir de seu trabalho, continuam sendo identificadas novas oportunidades de melhoria da eficiência energética. Os resultados já são sentidos: redução de 30% do consumo de energia se comparado a antes das mudanças para a certificação. Todos os esforços já descritos fizeram com que o edifício conquistasse 4 pontos (dos 6 possíveis) no quesito “Inovação em Operação” do LEED. No total, foram 51 pontos alcançados, garantindo ao empreendimento a
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projeto em destaque
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certificação LEED na categoria Silver em dezembro de 2016. “A certificação do Citi Center tem uma importância grande para nós, pois se trata de um prédio bastante complexo, o que exigiu tempo e muitas mudanças para a obtenção do LEED”, conclui Wagner Oliveira.
Citi Center Localização: São Paulo - SP Proprietário:
O Citi Center é o primeiro edifício do Citibank na America Latina a receber a certificação LEED EB O+M. “A conquista da certificação LEED EB O+M demonstra o compromisso do Citi em gerir os recursos de forma eficiente, reduzindo o impacto de suas operações”, explica Ricardo Avancini, responsável pela área de gestão patrimonial e engenharia do Citi Brasil. “Desde que foi inaugurado em 1987, o Citi Center é um dos edifícios mais icônicos, modernos e funcionais da Av. Paulista e estamos investindo constantemente nas melhores práticas em manutenção predial para manter essa condição”, completa.
Citibank Área construída: 40.161 m² Data da Certificação: 13/12/2016 Sistema e Nível da Certificação: LEED EB O+M - Silver Arquitetura: Fotos: Divulgação Citibank
Aflalo/Gasperini Consultoria de sustentabilidade: CTE Elétrica: Haluz Engenharia LTDA. Hidráulica: CTI Instalações e Serviços Ar Condicionado (Projeto/Construção): Heating Cooling Ar Condicionado (As-Built): L&M Engenharia Luminotécnica: 2PRB Arquitetos Associados Paisagismo: Iris Paisagismo
Redução de 30,84% no consumo de água no edifício
47% dos resíduos gerados são encaminhados à reciclagem
Redução de 30% do consumo de energia total no edifício Telhado verde com espécies nativas da Mata Atlântica
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projeto em destaque
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políticas públicas
ABNT CRIA COMISSÃO PARA NORMATIZAR O USO EFICIENTE DA ÁGUA Por Taís Cruz
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ais de 70% da superfície do Planeta Terra é coberta por água. Apesar disso, 96% desse total é de água salgada, ou seja, imprópria para consumo. Do que resta, mais de 1% está congelado. Esses dados são importantes para que se reflita o quão precioso é esse líquido. O Brasil é um país repleto de recursos hídricos, cerca de 12% das reservas de água doce do mundo estão em território nacional. Apesar disso, devido ao tamanho do país diferentes climas e ecossistemas encontram-se no mesmo território. Grande parte dessa água está em determinadas partes do país. É comum que muitas cidades enfrentem períodos de estiagem e seca, ou que essa seca se estenda para locais que normalmente recebem chuva abundante, como o vivido pela região Sudeste em 2015. Por isso, toda ação de conscientização quanto ao uso racional dos recursos hídricos é bem-vinda. Com o objetivo de promover o uso apropriado desses recursos em edificações, em dezembro de 2016 foi criada a Comissão de Estudo de Conservação de Água em Edificações. A Comissão vai elaborar normas para a conservação de água, visando maior eficiência. Serão elaboradas duas normas: a de conservação de água em edificações, que vai elaborar diversas ações para o uso eficiente da água e o uso de fontes alternativas, e a segunda se refere ao uso fontes alternativas de água não potável em edificações, como a adoção de critérios na adesão de fontes alternativas não potáveis. Em 2005, foi lançado um manual com orientações de como o reuso de água deve ser feito para servir de base às construtoras, mas ainda sem regulamentação obrigatórias. Com a crise hídrica de 2015 o assunto voltou a ser fortemente discutido. “A grande motivação para a criação da Comissão de Estudo de Conservação de Água foi a lacuna técnica, que explicasse como fazer da forma certa e para que os nossos estudos possam servir de embasamento para as legislações e normas futuras, porque muitas das existentes estão incorretas”, afirma Lilian Sarrouf, coordenadora do COMASP – Comitê do Meio Ambiente, Segurança e Produtividade do SindusConSP. “Temos visto que os movimentos de construções sustentáveis e as certificações estão induzindo para que se pense na questão da água. Percebemos também que na busca da certificação havia edifícios que estavam sen-
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Virgínia Sodré - Infinitytech
do obrigados a fazerem o reuso de água e fontes alternativa, mas eram iniciativas muito pontuais. Só que faltava uma regulamentação técnica, tem essa lacuna na ABNT, não existe uma norma técnica esclarecendo o que é reuso de água, quando é viável ou não”, diz Lilian As normas vão tratar da terminologia, requisitos, procedimentos, diretrizes, projetos, execução, manutenção e operação. Serão elaboradas duas normas: a de conservação de água em edificações e a de uso de fontes alternativas de água não potável em edificações. Elas deverão ser aplicadas em edificações residenciais e/ou comerciais urbanas, sejam novas ou existentes. Segundo Virgínia Dias de Azevedo, diretora técnica da Infinitytech Engenharia e Meio Ambiente, as normas de conservação de água deverão ser incorporadas desde o projeto de novas construções. “Temos que começar a pensar no projeto de conservação de água no nascimento do edifício, trazendo uma visão integrada da conservação em todas as disciplinas correlatas. O projeto de hidráulica precisa considerar a regionalidade da edificação, o perfil do usuário, os acessos para manutenção/operação adequada, as interferências existentes, com o levantamento do maior número de informações possíveis para uma boa caracterização hídrica da edificação, após esta análise partimos para a elaboração do balanço hídrico da edificação, avaliando as demandas e ofertas de água existente, avaliando a par-
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Fotos: Divulgação GBC Brasil
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políticas públicas
Lilian Sarrouf - SindusconSP
tir dos aspectos técnicos e econômicos as possíveis ações de conservação a serem implantadas”. Em linhas gerais, são diversos fatores envolvidos com a conservação que vão desde os projetistas das edificações até o usuário final. Para alcançar este objetivo é de fundamental importância que todas as etapas da construção da edificação estejam alinhadas com o conceito de conservação de água: desde a concepção do projeto, especificação dos equipamentos a serem implantados, como também todos os critérios de execução e da operação/manutenção da edificação. A conscientização e monitoramento do uso próprio da água também é um fator de extrema importância para evitar desperdícios. “É de importância fundamental que os gestores e usuários conheçam com maior grau de precisão o consumo de água nas edificações, o levantamento dos indicadores de consumo, a implantação da medição individualizada e detecção de pontos críticos devem preceder a adoção das ações de conservação de água, direcionando-as, permitindo o acompanhamento da eficácia das ações”, afirma Virgínia. Os benefícios da adoção das normas de conservação de água devem ser avaliados a partir de um estudo das características hídricas de cada edificação para que se chegue ao conhecimento profundo das necessidades dessa construção, para assim desenhar quais são as alternativas e soluções que podem ser tomadas.
“Após uma análise completa da edificação, precisamos ter um raio-X da situação real da edificação, ou seja, precisamos realizar uma boa caracterização hídrica desta edificação, para estudarmos as demandas e ofertas na edificação, com a elaboração do balanço hídrico conseguiremos definir quais são as possíveis alternativas a serem adotadas. A escolha de qualquer alternativa deve ser embasada sempre em critérios técnicos e económicos. O objetivo principal das normas é dar orientação técnica para que todos os cuidados e critérios de projeto sejam seguidos, visando acima de tudo a proteção e preservação da saúde do usuário do sistema de água”. Não podemos esquecer que estamos lidando com algo que interfere diretamente na saúde das pessoas, incluindo atividades de higiene pessoal, limpeza da edificação e outros serviços específicos como irrigação e o sistema de refrigeração. Dessa forma, a análise do benefício econômico deve levar em consideração todos esses aspectos. A comissão é composta pelo SindusConSP, ABNT CB002, GBC Brasil, Abrasip, Abrinstal, Anamaco, CBCS, CBIC, SECOVI SP, pelas empresas Docol, Duratex/Deca, Pinasant, Setri, Tecnisa, Trisul e Tesis (Organismos de Avaliação da Conformidade), além de diversos estudiosos.
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©Divulgação Tishman Speyer
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COMO CONSTRUÇÕES JÁ EXISTENTES TAMBÉM PODEM SE TORNAR SUSTENTÁVEIS Mercado está cada vez mais entendendo a importância e as vantagens de readequar prédios existentes dentro dos padrões de sustentabilidade e eficiência do LEED Por Paulo Dias
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entre todas as categorias de LEED, uma vem se destacando no mercado brasileiro. Trata-se do LEED EB O+M, que certifica a operação e manutenção de edifícios existentes. Em tempos de crise, o mercado imobiliário é um dos que mais sofrem consequências. Diante de um cenário desses, a reforma e readequação de ambientes já existentes toma força e o LEED EB O+M têm se mostrado como uma ótima alternativa esse momento. O LEED EB O+M foi criado justamente para destacar edifícios que passaram por readequações visando deixá-los mais sustentáveis. “O EB O+M foi criado para que os potenciais e as premissas de um edifício sustentável pudessem ser aplicados à edificações já existentes”, explica João Vieira, gerente sênior de Construção e Sustentabilidade da Cushman & Wakefield. Essa categoria de LEED só permite a certificação do prédio como um todo, não apenas andares ou escritórios
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LEED EB O+M específicos. João ressalta ainda outra questão importante: “Uma das condicionantes pra que haja certificação LEED EB O+M é o fato de esse edifício precisa estar com pelo menos metade de sua capacidade locada”, explica. Consultorias especializadas, como a Cushman & Wakefield, têm notado o aumento da procura por esse tipo de LEED. João explica que o mercado busca essa certificação “porque sabe que isso se desdobra não só na questão ambiental, mas também em termos de economia de operação. O LEED acaba sendo um diferencial num mercado que está cada vez mais difícil. Nesse cenário, quem tem certificação sai na frente".
Como fazer
Wagner Oliveira, gerente de sustentabilidade da consultoria CTE diz que o primeiro passo para a obtenção da certificação LEED EB O+M é a avaliação do edifício. “Esse diagnóstico permite avaliar o que precisará ser mexido na infraestrutura e o que precisará ser mudado nos procedimentos operacionais”, explica. João Vieira complementa que, quando a consultoria para a obtenção do LEED é feita, a primeira coisa analisada são os dados históricos de operação e manutenção, porque a partir daí é que são propostas as melhorias. “Prédios que não possuem esses registros tornam o processo de certificação muito mais difícil”, complementa. David Douek, diretor de desenvolvimento da OTEC, faz uma analogia interessante sobre o início do processo de implementação do LEED EB O+M. “Costumo comparar a certificação EB O+M com um transatlântico em movimento: o navio já está navegando numa determinada direção e tem gente a bordo. Quando você decide certificar um edifício já existente é como se estivesse dizendo que quer levar esse navio para a rota da sustentabilidade. Nesse caso, a primeira coisa que deve se perguntar é: quais critérios de sustentabilidade já tenho intrínsecos ao meu dia a dia da operação. Nisso você descobre que pode ser que já tenha alguns, pode ser que já tenha quase todos e pode ser que não tenha nenhum”. Expor quais são as principais mudanças que um edifício precisa fazer para se adequar ao que é requerido para a certificação é compli22
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cado, conforme explica João Viera, pois depende muito da época da construção do edifício. Segundo ele, “em prédios mais modernos é natural que o investimento seja menor e direcionado a itens pontuais. Já em edifícios mais antigos, da década de 1980-90 o investimento terá que ser muito maior porque provavelmente será necessário requalificar todas as instalações”. Wagner comenta que “praticamente 100% dos prédios precisam mudar os procedimentos porque as políticas de manutenção geralmente não contemplam boa parte dos requisitos obrigatórios para a certificação”. De modo geral, especialistas avaliam que o sistema de ar condicionado, o sistema elétrico e todas as questões envolvendo os recursos hídricos são os itens mais comuns que precisam de ajustes, em maior ou menor grau. “Às vezes é necessário realizar ajustes que o prédio não tem e que precisam ser feitos por conta da certificação. Tais procedimentos são definidos a partir de pesquisa. Dimensão de área externa, criação de uma política de controle de gestão de água e de energia são os ajustes mais comuns. Destaque para a questão da energia. A auditoria de energia é um item obrigatório e é bastante determinante para o resultado da certificação”, explica Wagner.
Preocupação com o depois
Como o próprio nome já diz, o LEED EB O+M certifica não só a readequação do edifício, mas também sua manutenção. Essa é uma questão crucial, não só nessa categoria de LEED, mas também em todas as demais. “Nos preocupamos demais com projeto e construção – e claro que são etapas fundamentais – mas a operação é a questão mais importante de um edifício, independentemente de se buscar ou não uma certificação. É importante que essa manutenção seja feita com atenção detalhada a cada um dos itens condicionantes à certificação”, ressalta João Vieira. Por se tratar de uma certificação que também analisa a operação e manutenção, o LEED EB O+M tem validade de cinco anos e, após esse período, o edifício precisa passar por uma recertificação. “Quando você concede um LEED EB O+M, você está certificando um determinado período de tempo. É o retrato da análise
de um determinado período, e espera-se que os edifícios mantenham a excelência de operação e manutenção ao longo do tempo, por isso há a necessidade dessa recertificação”, explica David Douek. Buscar uma certificação LEED resulta primeiramente em benefícios ao meio ambiente. Mas não é só isso. Os benefícios econômicos também se manifestam rapidamente e tendem a ser duradouros. Wagner Oliveira diz que, após as realizações do que é requerido para a certificação, “a diminuição do consumo de energia pode variar de 10 a 15%. Já a redução no consumo de água pode chegar a 30% dependendo do projeto”. Além de tudo isso, o prédio em si se valoriza muito após a certificação, agregando valor de locação e venda. “O LEED EB O+M traz ao proprietário a oportunidade de encontrar soluções”, conclui Wagner.
O caso de sucesso do BNDES
A sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) fica localizada na cidade do Rio de Janeiro. O prédio foi construído nos anos 1970 e inaugurado em 1982. Em 2016 recebeu certificação LEED EB O+M, graças a uma ampla reforma que deu mais eficiência e sustentabilidade ao edifício. Com consultoria da OTEC, o edifício buscou atender a todos os requisitos necessários para a certificação, tanto os obrigatórios quanto os que geram crédito. Gabriele Paladino Rosa, consultora do departamento de edifícios existentes da OTEC, explica que o BNDES “implantou todos os requistos, com exceção da política de torre de resfriamento, porque não existe uma torre dessas lá. O banco tinha um interesse muito grande em realmente diminuir o impacto que o edifício causava ao meio ambiente e melhorar a eficiência em setores como compras sustentáveis e gerenciamento de resíduos”. Em relação ao sistema energético, já haviam sensores de iluminação instalados nos banheiros. As luzes não ficavam permanentemente ligadas, o que representa uma significativa economia. Visando ainda maior eficiência, as lâmpadas convencionais do prédio foram todas substituídas por lâmpadas Led. “Outra questão que fez com que aumentasse a eficiência do local foi o isolamento dos rev/gbc/br
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Faria Lima 3500
Berrini 500
Sede BNDES
dutos. Além disso, foi feita a implantação de um sistema de automação para o controle da temperatura interna e externa. Esse sistema serve para controlar de forma mais eficiente a funcionalidade do sistema de ar condicionado do edifício”, comenta Gabriele. Outros destaques da reforma do edifício BNDES foram: a modernização da subestação de energia, dos elevadores e da central de água gelada; a implantação de torneiras eletrônicas com redutores de fluxo nos banheiros; a colocação de um sistema automático de irrigação dos jardins. Além disso, foi implantado um telhado verde no edifício, o que ajudou a diminuir a temperatura interna do ambiente. A ampla área verde no entorno do prédio do BNDES, com cerca de 8000 m² de fauna e flora preservadas, também ajuda no bem-estar dos usuários do edifício e contou pontos para a certificação. Não bastou apenas reformar o prédio, também foi preciso trabalhar a conscientização dos usuários do mesmo. Para tanto, foram implantadas medidas para fazer com que os colaboradores usassem mais o transporte público, evitando os automóveis. “A localização do edifício, próximo a linhas de metrô e a uma avenida movimentada e com vários pontos de ônibus, também foi um diferencial que ajudou nesse processo”, ressalta Gabriele. Gabriele Rosa conclui dizendo que, quando se trata de uma certificação que atesta a excelência da Operação e Manutenção, é muito importante o engajamento de todas as equipes e revistagbcbrasil.com.br
empresas que trabalham junto com o edifício que será certificado (empresas de limpeza, de transporte de resíduos, de controle de pragas, etc). Esse trabalho coletivo é decisivo porque, segundo ela, “os processos de operação e manutenção englobam todas essas equipes e o comprometimento delas com a certificação é algo fundamental para o resultado final. Tal comprometimento foi muito bem aceito no edifício do BNDES”.
O exemplo do Berrini 500
Localizado próximo à marginal do rio Pinheiros, em São Paulo, o Berrini 500 é um edifício projetado pelo arquiteto Ruy Ohtake para a XPar Empreendimentos e Participações. Com consultoria da Cushman & Wakefield, o edifício recebeu a certificação LEED EB O+M no nível Gold, por sua eficiência sustentável. Mesmo antes de ser certificado, o prédio já foi pensado para ser o mais eficiente possível, o que facilitou o processo de certificação. João Vieira, gerente sênior de Construção e Sustentabilidade da Cushman & Wakefield, explica que o Berrini 500 já era um prédio relativamente moderno e que “o trabalho lá se concentrou mais na questão da eficiência energética, com novos equipamentos, iluminação led, melhorias no sistema de ar-condicionado para promover uma melhor qualidade do ar e a implantação de um sistema de reuso da água”. Construído numa área de aproximadamente 27.883 m², o edifício possui 18 pavimentos e é locado, dentre outras empresas, pela pró-
pria Cushman & Wakefield, que concentra sua sede brasileira no local. Para a implantação do LEED, as principais mudanças foram: a redução de mais de 40% no consumo de água potável para louças e metais sanitários. Troca de torneiras dos lavatórios, válvulas dos mictórios e dos vasos sanitários, colocando válvulas e torneiras novas, mais eficientes na liberação da água. Também foi criado um sistema de captação de água da chuva, que supre 100% da necessidade do condomínio no que diz respeito à irrigação. Além disso, foi feita a implantação de iluminação Led nos halls dos elevadores, além de terem sido instalados sensores de presença. O sistema de ar condicionado é controlado por termostato em cada uma das VAV (Volume de Ar Variável), garantindo uma temperatura interna agradável a todos. Outros detalhes interessantes do projeto são: o paisagismo do Berrini 500 foi elaborado apenas com espécies nativas, reduzindo a necessidade de irrigação. Os resíduos gerados no prédio são separados em recicláveis e não recicláveis, sendo que os recicláveis são encaminhados para uma cooperativa que dá a destinação adequada a eles. Além do mais, o edifício se localiza numa região com ampla oferta de transporte público, o que incentiva os usuários do local a optarem por esse tipo de transporte. Pesquisas internas indicam que 60% dos usuários que trabalham no prédio já utilizam o transporte público para acessar o local.
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Faria Lima 3500: um edifício triplamente certificado
Considerado um dos mais modernos e arrojados edifícios de São Paulo, o FL 3500 desponta como exemplo de beleza, engenharia e sustentabilidade. Quem passa pela Avenida Faria Lima, uma das mais movimentadas da cidade de São Paulo, nota o prédio de longe. Estamos falando do edifício Faria Lima 3500 (ou FL 3500), edifício de arquitetura arrojada, todo em vidro, que é locado inteiramente pelo banco Itaú e lhe serve de sede. Com altos padrões de operação e manutenção, o prédio recebeu, em 2016, a certificação LEED EB O+M. Inaugurado em 2012, o FL 3500 foi classificado como AAA (triple A), sendo considerado um dos melhores e mais inteligentes edifícios da capital Paulista. O empreendimento construído pela Tishman Speyer, em parceria com a KOM Arquitetura, tem cerca de 25 mil m² e cinco pavimentos. Foi certificado LEED Core & Shell (que certifica o entorno de edificações), LEED Commercial Interior (pelo interior do edifício) e mais recentemente LEED EB O+M, por sua excelência em operação e manutenção. O fato de se tratar de um edifício novo e já anteriormente certificado tornou mais fácil a obtenção da certificação LEED EB O+M, o que
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não significa dizer que foi um processo simples. Em relação ao sistema hídrico do edifício, o projeto explica que foi feita “a instalação de arejadores de torneiras de menor vazão e uso de água não potável para descargas, oriunda da condensação do ar condicionado e da captação pluvial”. Essas medidas possibilitaram uma redução de quase 66% no uso de água potável pelo edifício. Mais de 90 % das lâmpadas usadas na iluminação do FL 3500 são lâmpadas Led. Além disso, por ter sido projetado com amplas janelas e fachada toda em vidro, o edifício aproveita iluminação natural. Sem contar que foi instalado um sistema de automação da iluminação e do ar condicionado, possibilitando acionamento e desligamento dos mesmos de forma totalmente automática. Praticamente todos os equipamentos instalados nas dependências do edifício possuem o Selo Energy Star, que atesta baixo consumo de energia. Toda essa preocupação com eficiência energética possibilitou que o edifico consuma 31% menos energia do que gastaria sem essas medidas. Como parte das exigências para a certificação LEED, uma auditoria energética Lv.2 de ASHRAE foi contratada para identificar novas oportunidades que visam a melhoria da eficiência energética. A preocupação com o descarte consciente de resíduos se reflete em números: graças a um trabalho de coleta seletiva e triagem, 100% dos resíduos não orgânicos gerados pelo edifício são encaminhados para a reciclagem. Os resíduos orgânicos são encaminhados para aterros sanitários. Com todas essas medidas, o edifício FL 3500 conseguiu atingir 62 pontos, lhe garantindo a certificação LEED na categoria Gold, em agosto de 2016. Destaque para os itens “Uso Racional da Água”, que atingiu 13 de 14 pontos possíveis e “Inovação em Operação”, que conquistou 5 dos 6 pontos possíveis. A consultoria ficou a cargo do CTE. “O interessante desse edifício é que estamos falando de um espaço com tripla certificação. Esse é um caso em que se percebem os benefícios somados dessas três certificações, resultando em um prédio altamente eficiente e muito bem operado”, analisa Wagner Oliveira, gerente de sustentabilidade do CTE.
David Douek © Divulgação Cushman
O edifício Berrini 500 mostra como a implementação das diretrizes do LEED EB O+M traz muitos benefícios não só a prédios antigos, mas também a prédios mais novos. Sempre há o que melhorar visando de deixar o edifício mais eficiente e sustentável. Procurar a certificação LEED mostra isso. David Douek conclui que “empresas que se mobilizaram para introduzir os processos de certificação LEED EB O+M encontraram inúmeras oportunidades de redução do custo operacional, melhorias de processo e oportunidades de eficiência. Isso sem falar nas melhorias da imagem coorporativa – tanto interna quanto externa. O processo LEED, seja para edifícios não certificados durante a fase de projeto e obra, seja pra edifícios certificados nessa fase, traz inúmeras vantagens e realmente favorece qualquer organização que estiver atenta a esses cuidados”.
João Vieria © Divulgação CTE
Porque procurar a certificação
©Divulgação OTEC
LEED EB O+M
Wagner Oliveira
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CONSTRUINDO
HISTÓRIA
© Divulgação Método Potencial
Presidente da Método Potencial Engenharia
O modo como enxergamos o mundo a nossa volta mudou. A necessidade de um comportamento sustentável é marcante nos mais diversos setores de nossa sociedade. As pessoas em seu dia a dia e as empresas em seus negócios têm pensado, discutido e apresentado soluções para uma coexistência inteligente e harmoniosa com o meio ambiente. Tratar o assunto apenas como mais um diferencial competitivo é uma atitude superficial que trará, a seu tempo, resultados não eficazes. Dispensar inteiramente esta visão de curto prazo extremamente comum nas empresas é um grande desafio. Desafio este que vai além de questões técnicas, pois a maior barreira a ser vencida é a cultural; afinal é muito mais fácil assimilar uma nova técnica que um novo valor. Pensar diferente é preparar os
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primeiros passos para uma nova ação. Acredito que é responsabilidade das entidades públicas e privadas propor à sociedade mudanças reais de paradigmas quanto ao tema meio ambiente. Contribuir para a construção de uma nova visão sobre sustentabilidade sempre foi um dos princípios da Método Potencial Engenharia. Acreditamos que nossa influência pode ser exercida em diferentes níveis, a começar pelo nosso time, passando pelos projetos em que participamos, pelos parceiros, fornecedores, clientes, usuários finais de uma obra e até pela comunidade em seu entorno. Em nossas construções há esta relação de interação que nos permite transmitir valores socialmente orientados em diferentes níveis. Na década de 80, em uma iniciativa pioneira em nosso setor, lançamos o Projeto Educar para o Amanhã, que promovia ações de alfabetização nos canteiros de nossas obras. Esta iniciativa prática promovia o bem-estar dos colaboradores melhorando sua confiança oferecendo-lhes a oportunidade de terem uma perspectiva melhor, pois este é o primeiro passo para que uma cultura seja mais bem assimilada. Após este período começamos a enxergar que a melhor oportunidade de agregar valor a uma obra era estar presente na elaboração de seu projeto. Desde
então, para nós, não existe obra melhor que seu projeto. Otimizar recursos, fazer engenharia de valor, aplicar as melhores praticas de sustentabilidade entre outras ações do pré-obra foram incorporadas a nossa metodologia de trabalho. Desta fase em diante, a Método começou a se diferenciar no cenário nacional também no quesito da sustentabilidade. A partir do início do novo milênio trouxemos para o Brasil o conceito de Edifício Verde desenvolvido pelo United States Green Building Council. Fomos a primeira empresa nacional a participar d USGBC. Com isso, a companhia pode criar procedimentos que diminuíssem o impacto sobre o meio ambiente, priorizando e racionalizando o uso correto de insumos naturais nas construções. Em 2002 nos filiamos ao USGBC com acesso ao material LEED, que orienta, padroniza, mensura, classifica e certifica as obras Green Building. Seis anos depois nos tornamos um dos membros fundadores do Conselho Brasileiro de Construção Sustentável e também do Green Building Council Brasil. Atualmente mantemos ativas nossas ações através da Método Green. Como participante ativa das discussões sobre meio ambiente no Brasil, a Método Green tem como objetivo, em todos os projetos com os quais se envolve, extrair, desde a fase de concepção do projeto, os
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CONSTRUINDO
HISTÓRIA
A construção de uma nova visão sobre a sustentabilidade potenciais que garantam as melhores práticas do mercado em sustentabilidade. Esta unidade da empresa oferece alternativas aos clientes sem prejudicar a estética do projeto, sugerindo diferentes sistemas de ventilação, iluminação, reuso de água, troca de materiais, entre outros aspectos de projeto e especificação que tornam o empreendimento mais sustentável, focando tanto a economia na implantação da obra (alternativas construtivas econômicas) quanto a economia na operação dos edifícios. Estas propostas ainda facilitam a obtenção de certificação, mesmo que esta não seja a prioridade do projeto. Além disso, a Método possui a certificação ISO 14.001, garantindo que nossos canteiros de obra sigam todos os requisitos necessários relacionados ao cuidado com o meio ambiente no campo. Ampliamos e atualizamos nosso know how através de ações comerciais participando em comitês, congressos, eventos e treinamentos. Como pioneiros na tecnologia BIM (Building Information Modeling), buscamos também ferramentas modernas aplicadas ao processo de desenvolvimento dos projetos. Acredito que construir um legado é poder compartilhar valores com o mercado deixando nossa marca na história. Posso dizer que a Método Potencial Engenharia
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tem investido e se empenhado para manter este ideal. Como um exemplo do alinhamento de nossa metodologia de sustentabilidade, poderíamos citar diversos cases, porém a obra do Infinity Tower, edifício corporativo de alto padrão na região sul de São Paulo, é uma ótima referência de como a Método, em parceria com seus clientes, é capaz de proporcionar alternativas sustentáveis para soluções de projetos transformando as obras em marcos importantes. Neste empreendimento, o projeto original previa a especificação de uma grande parede em Cumaru no lobby. Realizamos um estudo aprofundado e propusemos ao cliente e à equipe de design a substituição do Cumaru por um painel de madeira de reflorestamento. Esta substituição garantiu a pontuação necessária para a certificação Leed Gold, sem abrir mão da qualidade e estética definidas pelo arquiteto. Independentemente da certificação, a Método busca estar em constante alinhamento com as melhores práticas de sustentabilidade na construção civil. Sabemos que não existem soluções definitivas para as diversas situações que nos são propostas no exercício de nossa função. Portanto continuaremos a explorar, a aprender e a melhorar sempre. Estarmos dispostos a romper com visões e metodo-
logias obsoletas é a base para alcançarmos uma coexistência inteligente. Este é um princípio que permeia nossa estratégia e ações. A inovação, de fato, está em nosso DNA. Este tem sido um de nossos diferenciais neste setor extremamente concorrido e que lida diretamente com o bem-estar das pessoas na sociedade, pois, como indivíduos, passamos a maior parte de nossa vida em ambientes construídos, seja por lazer, estudo, trabalho ou moradia. Além disso, a construção civil é um dos segmentos que mais utilizam recursos naturais. Sob este panorama, inovar está intrinsecamente relacionado com a criação de soluções que, afinal, proporcionem menor impacto nos recursos naturais e que tragam bem-estar real às pessoas. Fazer do status quo é ser um agente de progresso, tanto para o setor quanto para a sociedade em geral. Em outras palavras, a inovação é uma ferramenta de construção da história. Temos alcançado êxito nessas esferas, porém ainda existem muitos outros aspectos a serem considerados quando se trata de coexistência inteligente. Empresas e estado ainda precisam dar muitos passos na mesma direção para que, complementando seus esforços, estejam cada vez mais perto de uma sociedade melhor. Sou otimista quanto ao futu-
ro da construção sustentável no Brasil. Por mais que ainda tenhamos um longo caminho a trilhar, temos conquistado significativos avanços em prol deste tema tão indispensável atualmente. Ao longo de 43 anos de existência, a Método Potencial Engenharia tem feito sua parte em buscar soluções para agregar valor a sociedade respeitando o meio ambiente. Queremos continuar inovando por muito tempo. Hoje podemos ver os frutos das iniciativas tomadas há mais de 20 anos atrás quando tudo o que atualmente é prática usual no mercado era visto como extremamente difícil e muitas vezes impossível de se realizar. Estes tais “impossíveis” continuam aparecendo e alguns deles dizem respeito à sustentabilidade. Portanto, acreditar que seu negócio pode ser socialmente orientado é o primeiro passo rumo ao futuro e a construção de uma história positiva. Aos novos players deste mercado, o meu recado é que todo legado começa com uma mudança de pensamento e que podem contar com o auxílio de parceiros como o GBC Brasil para diversas iniciativas sustentáveis.
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inovação
CTE cria solução em consultoria para ajudar clientes a atingir eficiência energética de portfólios Por Paulo Dias
ENTREVISTA
Wagner Oliveira, CTE
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CTE (Centro de Tecnologia de Edificações) passou a oferecer mais um serviço de consultoria a seus clientes. O foco dessa vez é a eficiência energética de portfólios (redes de estabelecimentos ou edifícios). Na entrevista abaixo Wagner Oliveira, gerente de sustentabilidade do CTE, fala um pouco mais sobre essa iniciativa e como ela pode beneficiar os clientes que buscam por economia e eficiência no consumo energético.
Explique como é feita a consultoria com base na análise do portfólio de clientes. Wagner Oliveira. O trabalho consiste em um programa sistêmico de gestão energética, onde o portfólio é avaliado e segmentado em grupos e subgrupos que permita uma correlação entre os diferentes sites. Em redes de varejo, por exemplo, é possível realizar a uma segmentação por tipo de loja, metragem quadrada e localização em lojas rua ou shopping Center, já edifícios de escritório é possível adotar outras segmentações, tal como tipo de ar condicionado, idade do empreendimento, classificação do empreendimento (AAA, A, B), dentre outras. Com essa segmentação, conseguimos fazer um benchmarking desse portfólio, através de indicadores de consumo de energia por metro quadrado, ou outro indicador que faça sentido para aquele portfólio. Após a segmentação, realizamos avaliações amostrais deste agrupamento através de medições in loco.
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Como são feitas essas medições? WO. As medições são realizadas com o objetivo de identificar a representatividade de cada uso final no consumo total do site, ou seja, se o ar condicionado representa 30% ou 60% do consumo por exemplo. Com base nas medições, na avaliação dos perfis de uso dos sites e nas variáveis climáticas, como temperatura, umidade, horas de resfriamento, etc., é possível através de software on-line identificar um perfil de consumo “ideal” para cada agrupamento, permitindo identificar os sites que apresentam consumo acima do ideal e focar esforços para tomada de ações corretivas, ou seja, montamos um benchmarking específico para cada portfólio do cliente.
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O que é feito após o levantamento de dados e identificação de potenciais melhorias? WO. A partir do momento que os dados são levantados, encaixamos o empreendimento em um dos três patamares de consumo de energia: o típico (que é o aceitável), o ineficiente e o eficiente. Isso é importante porque o dono do portfólio pode analisar as unidades e, por exemplo, refletir que ao invés de uma ação geral, pode ir especificamente em um empreendimento [não eficiente] e realizar ações ali. Essas ações podem ser operacionais, substituição de tecnologia (em iluminação, no sistema de ar condicionado, etc) ou ainda outras medidas que sirvam para gerar resultados positivos. Como é feita a manutenção e renovação desses dados coletados? WO. Além do processo inicial para fazer esse levantamento, que foi descrito acima, temos também um programa de monitoramento. São medidores instalados nas unidades que fazem esse monitoramento. Com um único equipamento conseguimos monitorar até 24 pontos de consumo. Com base nisso, conseguimos manter informações periódicas à disposição do cliente. Ele consegue ter acesso online a esses indicadores. Além disso, prestamos um serviço mensal de consultoria para apontar onde estão as distorções e assim evitar que ele continue consumindo energia desnecessariamente.
PRINCIPAIS CLIENTES E BENEFICIÁRIOS: Setor privado:
Setor público:
Pesquisa e desenvolvimento e cooperação internacional:
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GOVERNO E INICIATIVA PRIVADA UNIDOS EM BUSCA DE MAIOR EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
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o Brasil, o consumo de energia elétrica nas edificações residenciais, comerciais, de serviços e públicas é bastante significativo, correspondendo aproximadamente a metade do total da eletricidade consumida no país. Estudos mostram que o potencial de redução do consumo com medidas que visam utilizar a energia de forma mais consciente é enorme: 50% para novas edificações e 30% para aquelas que promoverem reformas que contemplem os conceitos de eficiência energética em edificações.
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São muitas as medidas que podem ser adotadas para atingir níveis satisfatórios de eficiência é preciso tomar uma série de medidas, e em diversos campos. Dentre essas estão os programas nacionais de promoção, treinamento e execução dessas medidas até as certificações, como o LEED, para as construções sustentáveis. A energia elétrica percorre um longo caminho desde a sua geração até o consumidor final. Grande parte dessa energia é desperdiçada tanto pelo mau uso quanto pela falta de planejamento e equipamentos adequados para a sua distribuição e uso. Por meio de medidas e estratégias é possível combater o desperdício.
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Ministério do Meio Ambiente e seu papel nas políticas públicas O Projeto de Transformação do Mercado para a Eficiência Energética no Brasil é um dos principais trabalhos da Secretaria de Mudanças Climáticas do Ministério do Meio Ambiente (MMA). Esse projeto tem como objetivo de incentivar o mercado de eficiência energética, especificamente em edificações públicas, comerciais e de serviços. O MMC é coordenador e executor de dois componentes desse projeto: a capacitação do mercado e incentivo de inclusão de requisitos de eficiência energética na administração pública.
“Dentro dessas duas correntes a gente tem realizado uma série de trabalhos buscando identificar quais são os principais trabalhos do governo de mais eficácia no desempenho de suas atividades para que possamos apoia-los. Cito como exemplos o PDE Edifica (programa brasileiro de eficiência energética em edificações) e o programa de eficiência energética da ANEEL, que é um dos principais recursos para eficiência energética hoje no Brasil. Nós temos uma série de capacitações que já foram realizadas e outras previstas para este ano sobre o programa de etiquetagem dos edifícios. Por conta do envolvimento nesses projetos nós temos concentrado as nos-
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O consumo irracional e o desperdício energético tem sido uma preocupação cada vez mais constante, ainda mais por conta do aumento do valor da conta de energia elétrica. Para buscar alternativas, diversas ações estão sendo fomentadas neste campo
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“TEMOS UMA SÉRIE DE CAPACITAÇÕES QUE JÁ FORAM REALIZADAS E OUTRAS PREVISTAS PARA ESTE ANO SOBRE O PROGRAMA DE ETIQUETAGEM DOS EDIFÍCIOS. POR CONTA DO ENVOLVIMENTO NESSES PROJETOS NÓS TEMOS CONCENTRADO AS NOSSAS CAPACITAÇÕES NESSA TEMÁTICA”
Alexandra A. Maciel Ministério do Meio Ambiente
sas capacitações nessa temática”, diz Alexandra Albuquerque Maciel, coordenadora de investigação de mudança do clima do Ministério do Meio Ambiente. Com o crescimento do setor energético inerente ao processo de desenvolvimento nacional e o fato de o setor de edificações responderem atualmente por mais de 40% do total da eletricidade consumida no Brasil, chegou-se à conclusão de que a promoção da eficiência energética em edificações é uma estratégia de relevância cada vez maior para a mitigação da mudança global do clima. Para isso foi criado o Projeto de Transformação do Mercado de Eficiência Energética no Brasil, apelidado de Projeto 3E, com o objetivo influenciar e desenvolver o mercado de eficiência energética em edificações comerciais e públicas, visando contribuir com a economia de até 106,7 TWh de eletricidade nos próximos 20 anos e com a redução de emissões de gases de efeito estufa em até 3 milhões de toneladas de dióxido de carbono. Os componentes necessários ao desenvolvimento do mercado de eficiência energética no
Brasil considerados pelo projeto são: capacitação e sensibilização, promoção de eficiência energética em prédios públicos e o mecanismo de garantia para financiamento de projetos de eficiência energética. O próprio MMA passou a promover essas medidas dentro dos edifícios de órgãos públicos. “Contratamos o CBCS (Conselho Brasileiro de Construção Sustentável) para realizar o Benchmarking Energético em Edificações para avaliar o consumo energético dos edifícios públicos, escritórios e edificações acima de 500 m². Esse trabalho está sendo importante para o governo para conseguirmos juntar os dados necessários para saber o quanto o governo consome de energia nos edifícios públicos e quais os principais usos energéticos no setor”, conta Alexandra.
Plano Nacional de Eficiência Energética O Plano Nacional de Eficiência Energética (PNEf) estabelece diretrizes e projeções do consumo racional de energia elétrica para o período de 2010 a 2030.
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O Plano também traz estratégias de eficiência energética para os setores da indústria e de micro, pequenas e médias empresas, bem como para transportes, educação, prédios públicos, iluminação pública, saneamento e aquecimento solar de água. Estabelece as diretrizes no âmbito dos Programas Procel (Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica) e o CONPET (Programa Nacional de Racionalização do Uso dos Derivados do Petróleo e do Gás Natural). Uma das premissas e diretrizes básicas do plano, a meta de redução é de 10% do consumo de energia elétrica ao final de 2030. “O Plano Nacional de Eficiência Energética foi desenhado na forma de diretrizes. Sendo assim, de certa forma, ele cumpriu o seu papel. Na medida em que todos os entes do governo, que não são poucos, estão seguindo essas diretrizes. Nós identificamos que, pelo menos nove ministérios têm que alguma forma de atuação direta ou indireta na questão da eficiência energética. Além dos Ministérios, também os agentes coligados como a Agência Nacional de Energia Elétrica e a Agência Nacional do Petróleo. Essas agências promoveram e promovem a eficiência energética nos seus projetos e nas suas instituições usando o PNEf como norte”, explica Carlos Alexandre P. Pires - Diretor do Departamento de Desenvolvimento Energético.
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Do ponto de vista do MME a política pública nacional caminha para unificar os dois principais programas de eficiência energética, o Procel e CONTEP. “Nós estamos caminhando para uma mudança estrutural, relacionada à criação de uma sinergia entre esses dois planos, aproveitando o que cada um tem de melhor e uni-los, para que em curto e médio prazo nós consigamos atingir resultados otimizados tanto para a eletricidade quanto para petróleo e gás. A final de contas, energia é uma coisa só, do ponto de vista do planejamento”, afirma Carlos Alexandre.
Procel Edifica O Procel Edifica – Programa Nacional de Eficiência Energética em Edificações atua há treze anos conjuntamente com o Ministério de Minas e Energia, Ministério das Cidades, entidades governamentais, centros acadêmicos, pesquisadores e o setor da construção civil, com o objetivo de incentivar a conservação e o uso eficiente dos recursos naturais (água, luz, ventilação etc.) nas edificações brasileiras, reduzindo o desperdício e os impactos sobre o meio ambiente. Com o objetivo de promover o uso racional de energia elétrica em edificações. Em busca da divulgação e da aplicação do conceito de eficiência energética, o Procel Edifica
trabalha através de seis vertentes de atuação: Capacitação, Tecnologia, Disseminação, Regulamentação, Habitação, Eficiência Energética e Planejamento. Em maio do ano passado o programa obteve uma conquista importante através da Lei 13.280, que estabelece que 20% dos recursos previstos para a eficiência energética por parte das concessionárias de distribuição de energia elétrica sejam destinados ao Procel. Esses recursos garantem R$ 120 milhões por ano ao programa. Além do Procel Edifica, há também o Selo Procel Edificações estabelecido ha dois anos, que é um instrumento de adesão voluntária cujo objetivo principal é identificar as edificações que apresentem as melhores classificações de eficiência energética em uma dada categoria, motivando o mercado consumidor a adquirir e utilizar imóveis mais eficientes. Segundo a divulgação dos resultados do programa em 2015, o Selo foi concedido para um total de 21 edificações construídas e 10 edificações na etapa de projeto.
Benchmarks e desempenho energético de edificações Os benchmarks são indicadores que permitem comparar o desempenho energético de um edifício com a média do setor, eles são essenciais para o de-
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“ALÉM DOS MINISTÉRIOS, TAMBÉM OS AGENTES COLIGADOS COMO A AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA E A AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO. ESSAS AGÊNCIAS PROMOVERAM E PROMOVEM A EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NOS SEUS PROJETOS E NAS SUAS INSTITUIÇÕES USANDO O PNEF COMO NORTE”
Carlos Alexandre P. Pires Ministério do Meio Ambiente
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“É ESSENCIAL QUE UMA FERRAMENTA PARA MEDIR, ACOMPANHAR E MELHORAR A EFICIÊNCIA ENERGÉTICA REAL DESSES EDIFÍCIOS PARA DIMINUIR A CONTA DE ENERGIA. O QUE A GENTE QUER REDUZIR É A CONTA DE ENERGIA FINAL DO EDIFÍCIO, PARA ISSO A PRIMEIRA ETAPA É CRIAR UM RELATÓRIO E UM BANCO DE DADOS.”
Edward Borgstein Mitsidi
Imagem: Pixabay
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senvolvimento de instrumentos para redução de consumo de energia, como etiquetas prediais de eficiência energética. “Para trabalhar com eficiência energética em edifícios existentes a primeira coisa que você precisa é uma forma de medir o que é eficiente que o que não é. Nenhum banco de dados e conhecimento sobre esse tipo de consumo existia. Então, começamos pela base vislumbrando futuras etapas. Esse documento é um trabalho de abrangência nacional de eficiência energética em edifícios existentes”, explica Edward Borgstein, voluntário no comitê temático de energia do CBCS – Conselho Brasileiro de Construção Sustentável. “As informações sobre o consumo de um edifício em funcionamento é o que a gente chama de desempenho energético operacional. Isso é muito importante, se você analisar, que até em edifícios novos e certificados LEED, em muitos casos, há di-
ferença entre o consumo real em operação e o consumo que foi previsto. Essa diferença pode chegar a ser até 50% maior. Ou seja, edifícios que fizeram tudo certo e até foram certificados não estão atingindo o nível de eficiência energética necessário porque não tem o acompanhamento do desempenho energético na fase de operação”, afirma ainda Edward Borgstein. Os dados do benchmark e conhecimento gerado pelo CBCS servirão como base para a futura elaboração (pelo Procel) de etiquetas prediais que registrem o consumo real do edifício e o compare a indicadores apropriados, com o objetivo de classificar sua eficiência. A etiqueta estará alinhada com a etiquetagem atual do PBE edifica, a fim de facilitar a compreensão geral. Essas etiquetas são ferramentas mais eficazes para redução de consumo de energia no ambiente construído. Existem três tipos de etiqueta de nível de eficiência energética em edificações: a etiqueta de projeto, a etiqueta de edifício construído e a etiqueta de consumo em uso. “É essencial que uma ferramenta para medir, acompanhar e melhorar a eficiência energética real desses edifícios para diminuir a conta de energia. O que a gente quer reduzir é a conta de energia final do edifício, para isso a primeira etapa é criar um relatório e um banco de dados. O CBCS construiu ao longo dos anos um banco de dados de milhares de edifícios com seus consumos medidos e os descontos na con-
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ta de energia de forma que fosse possível mapear o consumo real em determinada tipologia e situação de uso. A partir daí começamos a fazer as visitas técnicas e desenvolvemos uma metodologia de benchmark específica para o Brasil pegando os melhores exemplos de vários países onde isso está sendo feito. Com essa metodologia foi possível desenvolver ferramentas de avaliação de eficiência energética em edifícios”, explica Edward. O processo de etiquetagem operacional entrou no plano de atividades do Procel este ano, com base nos trabalhos realizados pelo CBCS. Diversos edifícios passaram por processos de benchmarking e avaliação de desempenho. Está sendo finalizado o desenvolvimento do projeto de benchmarks para prédios públicos. Em breve, pretende-se iniciar novo projeto com o desenvolvimento de indicadores para prédios residenciais.
Possibilitando projetos sustentáveis Para que os projetos de eficiência energética possam sair do papel é preciso investimento financeiro. A Atla Consultoria é uma das empresas que viabiliza esse investimento, oferecendo aos clientes, parceiros e investidores estruturação financeira customizada para projetos nas áreas de energias renováveis, eficiência energética e cogeração de energia. “A Atla é uma empresa de consultoria financeira focada em pro-
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jetos na área de energia. Somos especializados em captar recursos financeiros nessa área. E dentro desse escopo de especialização nós fomos contratados pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento, para servir de instrumento que oferece garantia para projetos na área de eficiência energética e energias renováveis”, conta Álvaro Silveira, sócio e fundador da Atla Consultoria. Para que um projeto seja financiado tanto por bancos públicos ou privados, ou agências de fomento (como o BNDES), ou por qualquer entidade que tenha interesse de investir nessa obra que visa a redução do consumo de energia elétrica, a Atla atua como uma espécie de fiadora, concedendo uma carta similar a uma carta de fiança, que é uma garantia real considerada pelo Desenvolve São Paulo – Agência de Desenvolvimento Paulista é uma instituição financeira do Governo do Estado de São Paulo que oferece as melhores opções de financiamento para transformar o projeto de crescimento da sua empresa em realidade. A consultoria atua no Brasil há mais de sete anos junto a diversos parceiros e investidores para promover formas inovadoras de financiar projetos na área de energia e redução do impacto ambiental. Em 2012 a empresa foi contratada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) como administrador exclusivo do Mecanismo de Garantia para Projetos de Eficiência Energética, atuando desde então como consultores para organis-
mos multilaterais como o Banco Mundial, International Finance Corporation, GIZ, entre outros. “O Mecanismo e Garantia para Projetos de Eficiência Energética tem por objetivo apoiar as emissões de CO2 no Brasil. O Banco Interamericano de desenvolvimento através desse mecanismo procura tirar do papel boas ideias que tenham por objetivo reduzir essa carga de emissão de gás carbônico”, afirma Álvaro. O Shopping Pátio Paulista que recentemente substituiu o seu sistema de iluminação e climatização por equipamentos mais eficientes é um exemplo de projeto que a Atla tornou possível. Outro exemplo é o da Contax Center, empresa de Call Center, que também fez o retrofit de todo o seu sistema de climatização. Em edifícios como o da Contax que é ocupado 24 horas por dia, o retorno do investimento realizado é atingido muito mais rápido porque a diminuição do consumo impacta de forma mais efetiva ainda em edifícios ocupados por durante muito tempo.
©Divulgação Atla
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“O MECANISMO E GARANTIA PARA PROJETOS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA TEM POR OBJETIVO APOIAR AS EMISSÕES DE CO2 NO BRASIL. O BANCO INTERAMERICANO DE DESENVOLVIMENTO ATRAVÉS DESSE MECANISMO PROCURA TIRAR DO PAPEL BOAS IDEIAS QUE TENHAM POR OBJETIVO REDUZIR ESSA CARGA DE EMISSÃO DE GÁS CARBÔNICO”
Álvaro Silveira Atla Consultoria
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Mitsidi: em busca da eficiência energética sem se esquecer das pessoas e das necessidades específicas brasileiras
Imagem: INEGI
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om o ambicioso objetivo de transformar o setor energético no Brasil, a Mitsidi Projetos nasceu em 2014 em São Paulo da parceria entre especialistas de alto nível com diversas formações na área de energia. Desde então, a empresa tem crescido a cada projeto realizado com sucesso, mais convicta de seus objetivos. “A Mitsidi nasceu da necessidade de fazer uma transformação radical na forma que a sociedade usa a energia. O mercado de energia vem mudando muito nos últimos anos, cada vez mais se ouve falar de eficiência energética e redução de consumo, mas a maior parte das empresas que trabalham nesse ramo, trabalham com uma tecnologia específica. Com um olhar mais global, o nos-
so foco é analisar a edificação como um todo para identificar os melhores caminhos para a redução do consumo energético”, conta André de Dominicis – Diretor de Desenvolvimento da Mitsidi. Na busca incessante pela otimização de energia, a Mitsidi vai além de uma empresa de consultoria de eficiência energética devido à abrangência da sua atuação, que engloba desde a troca de um sensor de temperatura num edifício até o desenvolvimento de índices nacionais de consumo de energia nos setores público e privado. Por meio de grandes projetos de pesquisa, a Mitsidi vem ajudando a gerar novos conhecimentos para o país, o que é importante para aumentar a transparência e orientar nossas políticas públicas, visando à redução de energia em escala nacional que, por sua vez,
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ajuda a evitar a construção de novas usinas de geração de energia. Por assumir um papel cada vez mais importante no debate nacional sobre o futuro do setor energético, a Mitsidi foi a única empresa privada de consultoria convidada a participar do recente seminário da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) para desenvolver o Plano de Ação de Eficiência Energética do Brasil. “Diferente das outras consultorias, temos a ideia de ajudar o setor energético e também o setor da construção sustentável através de um olhar sistêmico e global, buscando as melhores oportunidades para cada cliente e trazendo a experiência do que já vem sendo feito no exterior para o Brasil deslanchar neste campo. A interação que temos com o setor público é uma das nossas propostas porque acreditamos que esse é o melhor jeito de tornar todos os sistemas energeticamente mais eficientes, em escala nacional”, diz Alexandre Schinazi, sócio e Diretor Técnico da Mitsidi. A diversidade na atuação da Mitsidi, em pesquisas, geração de conhecimento, consultoria prática e multiplicação através de treinamentos e cursos, é possível graças à equipe de ponta da empresa. Reunindo os melhores profissionais da área, a Mitsidi desenvolve soluções próprias e pensadas nas necessidades brasileiras, em um ambiente rico e multicultural que estimula o debate, a criatividade e o aprendizado constante. “Mesmo com todos esses projetos acontecendo ao mesmo tempo, nós nunca esquecemos o nosso objetivo que é a transformação radical na maneira de usar a energia,” garante Edward Borgstein, mestre em engenharia de energia em Cambridge e sócio-fundador da empresa. Sabendo que a transformação do setor energético não pode se limitar ao debate e à geração de conhecimento, o cerne da atuação da Mitsidi está na aplicação prática de suas experiências adquiridas Brasil afora em edifícios e indústrias, para reduzir o consumo de energia de seus clientes através de projetos de consultoria. Diferencia-se de outras empresas do ramo por não focar em uma solução tecnológica específica. Além disso, a Mitsidi tem uma grande preocupação com o bem-estar dos ocupantes
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fonte: Mitsidi
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das edificações. “Um dos pilares principais dos nossos projetos é enfatizar que a eficiência energética não é só reduzir o consumo de energia. A nossa preocupação principal é com as pessoas que estão nos prédios. Os prédios existem para fornecer condições para que as pessoas que estão dentro dele possam realizar as suas tarefas. Então, se o prédio não consegue oferecer conforto e boas condições para os usuários não dá para falar em eficiência”, afirma André.
O mercado de energia
Na última década houve uma grande evolução e crescimento dos mercados de energia no mundo, que estão se reorganizando em função do consumidor final. As energias renováveis, principalmente a fotovoltaica – que é a mais adequada à geração distribuída – e a eólica se expandiram muito. Até a forma de comprar energia vem se transformando na busca pela redução de custos energéticos: a migração de empresas para o Mercado Livre de energia atingiu níveis recordes em 2016, e inúmeras companhias procuram otimizar a contratação de energia junto
às distribuidoras em função de seus perfis de consumo, mesmo estando no mercado cativo. Além disso, tecnologias mais eficientes e sistemas de monitoramento e controle cada vez mais inteligentes facilitam a gestão da energia por meio de conhecimento e automação, tanto em escala predial quanto municipal através de redes inteligentes. No entanto, para atingir os melhores resultados financeiros e ambientais, um aspecto crucial, mas frequentemente esquecido, é a otimização de processos. Antes de falar em tecnologias, automação, energias renováveis ou contratação de energia, é preciso eliminar as ineficiências no próprio uso da energia dentro do edifício ou indústria. Isso só é possível através de uma gestão energética integrada, com olhar global e sistêmico, que começa na concepção de um novo edifício e se estende por toda a sua vida útil na operação. Não é por acaso que quase 40% de todo o potencial de economia de energia já identificado pela Mitsidi para os seus clientes – montante que supera os R$ 8 milhões por ano – pode ser atingido por medidas de zero ou baixo custo.
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Gestão de energia – gerindo a redução de custo
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“EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NÃO É APENAS UMA REDUÇÃO DE CUSTO, MAS A OTIMIZAÇÃO DOS RECURSOS GARANTINDO O CONFORTO DOS USUÁRIOS, ALÉM DA QUALIDADE E SEGURANÇA DOS SERVIÇOS PRESTADOS.”
Rosane Fukuoka arquiteta e coordenadora de projetos na Mitsidi
Todo programa de gestão de energia bem implementado começa com um diagnóstico energético completo das instalações, avaliando não apenas sistemas e equipamentos, mas também padrões de uso e operação. O resultado: uma análise profunda do uso de energia do edifício ou da corporação, servindo de pedra fundamental para a identificação de oportunidades de eficiência energética e financeira que abrangem todo o espectro energético.
é algo que nós fazemos com prazer. O cliente frequentemente só percebe a diferença depois que realizamos um projeto piloto em conjunto”.
Projeto integrado – otimizando desenhos e processos
Além da gestão energética, a Mitsidi também auxilia equipes de projetos de novos empreendimentos, pois é na concepção e construção do prédio que se decidem os materiais, sistemas e equipamentos que o comporão e que, se bem operados, terão a possibilidade de facilitar a eficiência energética. É devido à importância dessa TIPOS DE MEDIDAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA fase que a equipe de projeCOMUMENTE IDENTIFICADAS PELA MITSIDI tos da Mitsidi tem sido proTecnologias Ar Condicionado curada com frequência para Iluminação apoiar nesse desenvolvimen Cargas de tomada to, através de sua expertise e CPDs e Data Centers da realização de simulações Automação Variadores de frequência computacionais de energia e Sensores de conforto usando softwares Programação especializados. Além disso, o Gestão Monitoramento trabalho de comissionamento Estratégias operacionais – que se inicia na concepção Conscientização e só termina depois que todos Contratação de energia Modelo tarifário os sistemas estão instalados e Mercado Livre operantes – é outro papel deEnergias renováveis Potencial solar fotovoltaico sempenhado pela Mitsidi. Quanto à simulação energétiPor meio de planejamento e coordenação de ca, ela deve ser usada como uma ferramenta estratégias de economia de energia o suces- para a tomada de decisão na fase de projetos so é atingido através de uma combinação de e auxiliar arquitetos e engenheiros na escolha ações e fatores que compõem o programa de da melhor solução construtiva e que reduza gestão energética, tais como: acompanha- custos operacionais. Usar uma ferramenta mento do consumo; planejamento e execução tão poderosa como a simulação apenas para das medidas de eficiência energética identifi- compliance (ou seja, para garantir aprovação cadas; identificação de novas oportunidades; em uma certificação) é um grande desperdídetecção de anomalias no consumo através cio de tempo e dinheiro. de sistemas de monitoramento; criação e acompanhamento de indicadores de desempenho; e medição e verificação de economias. “O segredo é que a gestão de energia deve ser encarada como um projeto, composto de diversos sub-projetos”, revela Alexandre Schinazi. E acrescenta, “O mercado precisa aprender a diferenciar. Gerenciar não é entregar um relatório. A verdadeira gestão é complexa e requer grande dedicação, o que
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Imagem: site Mitsidi
Estudo de caso Decathlon
Estudo de caso Johnson Controls Estudo de caso Pão de Açúcar A Mitsidi Projetos também desenvolveu uma parceria com a Johnson Controls, para, juntas, oferecerem serviços de gestão energética para edifícios. Especializada em tecnologia para sistemas de automação e controles, ar condicionado e refrigeração industrial, a Johnson Controls e seus equipamentos estão presentes em muitos prédios no Brasil e no exterior. Através da parceria, as duas empresas pretendem aliar os equipamentos e sistemas da Johnson Controls à inteligência e metodologias da Mitsidi Projetos para trazer a eficiência energética de forma abrangente e prática aos seus clientes. A parceria já surtiu efeito. Um projeto piloto implantado num complexo de cinco edifícios na Zona Sul de São Paulo identificou 37 medidas de eficiência energética, com potencial de economia de R$ 2,7 milhões por ano. Com população de 12.000 funcionários num dia típico, o complexo mais parece um bairro, que, mesmo equipado com sistemas prediais modernos e de alta tecnologia, se beneficiará com o trabalho de gestão energética.
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Pensando em otimizar a construção de todas as suas lojas futuras através da melhoria de suas diretrizes de projeto e padrão construtivo, o Grupo Pão de Açúcar chamou a Mitsidi para avaliar o desempenho energético previsto para um supermercado piloto – a loja Sorocaba – através da análise detalhada de aspectos construtivos e operacionais de suas lojas existentes. Por meio de visitas técnicas, simulações termo energéticas e estudos profundos de engenharia, foi identificado potencial imediato de redução no consumo de eletricidade de 44,4%, em relação às lojas existentes mais eficientes do Grupo, evitando gastos da ordem de R$ 330.000 por ano. O plano proposto de eficiência energética incluiu medidas relacionadas aos sistemas de ar condicionado, ventilação, frio alimentar, iluminação e água quente, com estratégias como sistemas economizadores, LED com dimmers e claraboias, alterações nos ciclos de refrigeração, antecâmaras, aquecimento solar de água, energia fotovoltaica, entre outros. O modelo
também foi capaz de determinar as variações necessárias nas diferentes cidades brasileiras que compõem o plano de expansão do Pão de Açúcar, fornecendo diretrizes detalhadas para cada região para maximizar os ganhos da empresa.
Modelo criado para as simulações de um supermercado Pão de Açúcar
fonte: Mitsidi
Em 2016, a Decathlon procurou a Mitsidi para iniciar a implantação da gestão energética no Brasil, começando com cinco de suas lojas em três estados brasileiros. A Decathlon decidiu contratar o serviço completo, composto de diagnóstico, monitoramento e gestão, em linha com as melhores práticas internacionais. Um sistema de medição inovador foi instalado em cada loja, capaz de mensurar individualmente os consumos dos principais sistemas consumidores, como ar condicionado e iluminação, além do café, que é terceirizado. A Mitsidi realizou diagnósticos energéticos em todas as lojas a fim de construir uma compreensão completa de seu funcionamento e oportunidades de melhoria. Em poucos meses, através de análises detalhadas, o projeto já trouxe à equipe da Decathlon grandes revelações que ajudarão na redução do consumo, com 66 medidas de eficiência energética já identificadas, e promete trazer muito mais.
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Comfort Lux: iluminação natural se destaca em projetos Por Paulo Dias
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m um país de dimensões continentais e com abundância de luz solar, é difícil entender porque essa riqueza natural ainda é tão pouco explorada. O que o mercado percebe, no entanto, é que aos poucos vão surgindo empresas que aprenderam a explorar o potencial dessa fonte natural de energia. É o caso da gaúcha Comfort Lux, com sede em Porto Alegre e atuação nacional, ela oferece desde 2008 soluções em iluminação natural através de sistemas de lentes prismáticas. Além de práticos, tais sistemas são ecologicamente corretos e vão ao encontro dos anseios de um número cada vez maior de empreendimentos que buscam por soluções sustentáveis nas demandas da construção. “A Comfort Lux surgiu para explorar o mercado nacional de iluminação natural prismática, que é uma solução mundialmente conhecida, principalmente nos Estados Unidos, mas que ainda não estava presente de forma efetiva no Brasil”, explica Luciano Langaro, que atua como diretor comercial da empresa. Os principais mercados de atuação da Comfort Lux são centros de distribuição, galpões, áreas industriais, supermercados e atacados.
O passo a passo Pensar num sistema de iluminação natural é mais complexo do que se imagina, isso porque
cada empreendimento tem suas características próprias. Como estamos falando em luz natural, diversos fatores influenciam nos resultados, como localização e incidência de radiação, por exemplo. Langaro explica que, ao se pensar numa solução dessas, “a primeira etapa é fazer um projeto luminotécnico, um dimensionamento do sistema de iluminação natural atendendo as características construtivas dos prédios (largura, comprimento, altura) e determinando o nível de iluminância necessário”. Os projetos são desenvolvidos pelo setor de projetos da Comfort Lux e utilizam-se como base a norma 8995 da ABNT, que estabelece os diferentes níveis de iluminação necessários conforme o tipo de atividade do local. A tecnologia também ajuda na fase de projeto, a empresa utiliza um software que auxilia no dimensionamento do sistema de iluminação natural. “Inserimos no software as coordenadas geográficas da localidade do empreendimento. Com base nessas coordenadas de latitude e longitude ele nos fornece a radiação solar dos últimos 20 anos. Isso faz com que dois prédios com iguais características construtivas e mesmo nível de iluminância, mas situados em localidades distintas, tenham diferença no número de lentes prismáticas necessárias. Empreendimentos localizados no Sul do Brasil, por exemplo, tendem a ter um número maior de lentes que empreendimentos de mesmo porte localizados no Nordeste”, explana Langaro.
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Fotos: Divulgação Comfort Lux
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As soluções Os sistemas desenvolvidos pela Comfort Lux têm como premissa a utilização da luz natural, mesmo em dias nublados, para reduzir ao máximo o uso de luz elétrica nos empreendimentos. Como sabemos, existe uma gama de diferentes tipos de edificações. Por isso, a empresa desenvolveu soluções que se adéquam a cada necessidade específica.
no nível da cobertura. Devido a utilização de lentes duplas, o calor natural da luz solar fica retido, não aquecendo o ambiente. A reflexão da radiação infravermelha e a filtragem de até 98% dos raios ultravioleta também são realizadas pelos prismas óticos. Assim como no sistema que utiliza dutos para áreas com forro, com o sistema Comfort Lux Sem Duto é possível aproveitar, em média 8 horas por dia, a iluminação natural proporcionada pelas lentes prismáticas sem a necessidade de utilizar a iluminação artificial.
Comfort Lux Com Duto: são equipamentos desenvolvidos especialmente para iluminar locais com forro. Nesse sistema, lentes prismáticas colocadas no nível da cobertura captam a luz solar e a conduzem para o interior do equipamento. Em seguida, um duto de alta reflexão leva a iluminação até a segunda lente, instalada no forro. Cerca de 98% dos raios ultravioletas são filtrados nesse processo, graças aos prismas ópticos integrados às duas lentes que, além disso, também promovem a reflexão da radiação infravermelha. A iluminação é espalhada uniformemente por refração. Depois de instalado, esse sistema permite a iluminação do ambiente por uma média de 8 horas.
Comfort Lux Série Línea: essa linha foi desenvolvida especialmente para prédios logísticos e industriais, sem forro e com pé direito alto. Captação e condução da luz solar são feitas através de lentes em policarbonato prismático posicionadas no nível da cobertura. Os equipamentos se adaptam facilmente ao tipo de telha, tornando a instalação e a manutenção simples, além disso, há baixa interferência na cobertura (cerca 3%). Assim como nos sistemas citados anteriormente, os prismas ópticos integrados às lentes fazem a filtragem de raios ultravioletas.
Comfort Lux Sem Duto: esses equipamentos diferem do sistema com dutos, pois são pensados para ambientes sem forro. Nesse sistema, a captação da luz solar e sua condução para o interior do ambiente é feita por lentes duplas prismáticas posicionadas
Além desses sistemas de iluminação natural, a Comfort Lux desenvolveu dois produtos para atuar em conjunto a eles, formando um completo sistema de iluminação, mais eficiente e sustentável: o Sensor Lux e o Sistema LED Inteligente.
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O Sensor Lux foi criado para auxiliar no controle de uso da iluminação artificial. Ele realiza medições de iluminação em tempo real, emitindo alertas que mostram o momento certo para ligar ou desligar as luzes, permitindo que o local esteja sempre com a iluminância adequada. Já o Sistema LED Inteligente, foi desenvolvido para atuar especificamente junto ao uso de luminárias LED dimerizáveis, com ele é possível fazer a dimerização do sistema de iluminação LED. Funciona da seguinte forma: o sistema aciona automática e gradualmente as luminárias, controla o fluxo luminoso para compensar as variações da iluminação natural prismática. Desta forma, ao utilizar os dois sistemas, iluminação natural prismática e luminárias LED dimerizáveis associadas ao Sistema LED inteligente, é possível ter redução no consumo de energia elétrica, aumento na vida útil das luminárias LED, sustentabilidade ambiental e conforto visual. Esse sistema inteligente garante iluminação constante e totalmente independente da ação humana, com o máximo aproveitamento da luz solar e mínima utilização dos LEDs. “Isso significa dizer que as lâmpadas LED se ajustam conforme as necessidades, ou seja, é possível regular, com a ajuda do sensor, o fluxo luminoso desejado”, explica Luciano Langaro.
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Fotos: Divulgação Comfort Lux
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Luciano Langaro
Luciano exemplifica a utilização desse sistema da seguinte maneira: “Vamos supor que elaboramos um projeto para um supermercado que especifique que o mesmo precisa ter 700 lux de média [lux é a unidade de iluminamento e determina a incidência de fluxo luminoso numa superfície]. Nesse projeto estabelecemos que o local nunca pode ter menos de 500 lux. Com o sistema integrado em pleno funcionamento, enquanto as lentes estiverem atendendo a demanda, as lâmpadas LED estarão apagadas. À medida que vai chegando o final do dia ou ficando escuro a ponto de não haver aquele mínimo que foi estipulado, o sistema aciona automaticamente as lâmpadas LED para completarem com a iluminação necessária”. A iluminação natural dos sistemas é garantida mesmo em dias nublados. Isso é possível porque “o cálculo luminotécnico realizado na fase de projeto permite que se tenha o máximo de aproveitamento da luz mesmo em dias nublados, pois o sistema já é pensado levando em conta dias assim”, esclarece Langaro. A combinação do sistema de iluminação natural com o sistema de LED Inteligente e luminárias LED dimerizáveis pode gerar uma economia de cerca de 60% do consumo energético dos edifícios. Em época de elevados custos da energia, esse número se mostra ainda mais expressivo e ajuda a entender porque cada vez mais empresas estão buscando soluções
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como as oferecidas pela Comfort Lux. “O preço da energia dobrou nos últimos anos. A julgar pelo cenário, acreditamos que vá ficar ainda mais caro. Dessa forma, é fácil entender porque os sistemas de iluminação natural são vantajosos e cada vez mais atrativos”, conclui Luciano Langaro.
Lançamento: marca própria de luminárias LED dimerizáveis Atenta às demandas do mercado, a empresa está lançando sua marca própria de luminárias LED dimerizáveis, a Comfort LED, que traz modelos de luminárias LED para uso em áreas com pé direito a partir de 04 metros, como ambientes comerciais, industriais e logísticos. A marca também apresenta modelos específicos para áreas externas como estacionamentos e vias públicas. As luminárias Comfort LED são compostas de driver Mean Well dimerizável e LEDs de alto rendimento da Philips e LG. Com garantia de 05 anos e vida útil estimada em 50.000 horas, as luminárias Comfort LED também possuem certificações internacionais como UL, CB, CE-EMC, CE-LVD, CCC, FCC, DLC, TÜV, RoHS e LM79, além de estarem enquadradas na classe de proteção IP-67. A linha de luminárias Comfort LED apresenta baixíssimo ofuscamento, sendo ideal para áreas de intenso fluxo de pessoas e máquinas. Em áreas abastecidas por empilhadeiras, por
exemplo, as luminárias Comfort LED facilitam a operação e garantem a fluidez do trabalho em todas as situações, atenuando o desconforto dos operadores. “Da mesma forma que fazemos com os sistemas de iluminação natural, criamos um projeto luminotécnico que atenda ao planejamento de iluminação mais adequado e melhor custo-benefício. Conforto visual, uniformidade de iluminação, nível de iluminância e ofuscamento são aspectos fundamentais para sua concepção. Os nossos, obedecem à Norma ABNT NBR 8995 nos aspectos de nível iluminância (lux) e ofuscamento (UGR-Uniffied Glare Rating)”, finaliza Luciano.
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Próximos Cursos do GBC Brasil Março LEED O+M
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Finalição das filmagens para uma das novidades que iremos lançar em breve para o mercado!
GBC em Painel do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), junto ao INMETRO e Ministério do Meio Ambiente - Programa sobre Substâncias Químicas em Produtos
Premiação Saint Gobain - CASA 01, Projeto Piloto do Referencial GBC CASA, recebendo os prêmios de Sustentabilidade e na Categoria Residencial
SETRI recebendo a placa da Certificação WELL Marcos Bensoussan e Luiza Junqueira
GBC Brasil, ABRALIMP e ABNT - elaborando o Workshop, que acontecerá em 12 de abril, sobre o segmento de Limpeza Verde e rotulação de produtos para edificações
Treinamento da equipe de vendas do Projeto Piloto de Condomínios do Referencial CASA
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Green People
Treinamento de Projeto Integrado com a professora Rosana Correa (Casa do Futuro)
Treinamento na LG - Como se tornar um Profissional LEED GA
Yoshihiro Mineno (Diretor Executivo Daikin Japão), Felipe Faria (CEO GBC Brasil) e Tomoji Miki (Presidente Daikin Brasil) no evento com o CEO Mundial da Daikin
GBC em Treinamento com a equipe de Vendas Montage Botafogo (piloto Condomínio da Certificação CASA)
Palestra sobre Avaliação de Ciclo de Vida e Declaração Ambiental de Produto para os colaboradores da Marcetex.
Finalição das filmagens para uma das novidades que iremos lançar em breve para o mercado!
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LGBC, o Green Building Council no Líbano Por Taís Cruz
©AUB Líbano 2014
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Aram Yeretzian Presidente do LGBC
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Lebanon Green Building Council (LGBC) é uma organização não governamental que tem realizado um trabalho essencial na mediação entre o poder público e a iniciativa privada no Líbano, na promoção, divulgação e apoio na implementação do conceito de construções de alto desempenho que operam de maneira ecológica. A organização sem fins lucrativos tem como objetivo de trabalhar pela promoção da sustentabilidade na indústria da construção, não só no Líbano, mas a nível mundial. Além disso, o LGBC promove uma plataforma para que os cidadãos se engajem em trabalhos voluntários voltados a valores sociais e metas cívicas em diversos campos como: ambiental, cultural, saúde e educação. A entidade se aventura em projetos que o setor público não pode investir, ou que não considera vantajoso o suficiente. O Líbano enfrenta uma necessidade urgente de aumentar o número de construções sustentáveis e que se preocupam com os impactos ambientais. Ações sérias tem sido tomadas para garantir que o futuro da construção no Líbano seja contemplado pelos princípios do desenvolvimento sustentável. O LGBC foi criado com o objetivo de conduzir e guiar todas as grandes empresas nas áreas socioeconômica e legislativa, com o intuito de assegurar que esse objetivo seja alcançado. Considerando que o Green Building lidera a melhor gestão de recursos e eficiência energética, as implicações estratégicas que resultam nessas ações são imensuráveis, le-
vando em consideração que o Líbano detém poucos recursos naturais em seu território, e ainda tem que lidar com decréscimo do capital natural, já escasso. O LGBC tem cinco comitês, nos quais os profissionais, em trabalho voluntário, podem contribuir, de acordo com as suas habilidades e interesse: Conscientização, Educação e Treinamento, Eventos, Adesão e Técnica. O Comitê Técnico investiga, avalia, compreende a partir daí apresenta tecnologias sustentáveis para os membros do LGBC e ao público. Esse departamento foca na produção de atividades, serviços, equipamentos, padrões, sistemas de classificação e soluções que contribuem para iniciativas sustentáveis, medidas e iniciativas que resultarão em um impacto positivo para a construção. O Comitê de Eventos desenvolve, organiza e coordena uma série de seminários, workshops e eventos especiais regularmente. Já os de Conscientização, Educação e Treinamento tem a missão de fomentar o conhecimento de conceitos gerais de sustentabilidade, construção sustentável e mostrar os seus impactos e benefícios na sociedade.
The Green Demonstration Room Um dos principais projetos do LGBC, em parceria com o Ministério da Educação e a Fundação Makhzoumi, é o The Green Demonstration Room. Consiste em um espaço localizado nas instalações do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento, na cidade de Jounieh, onde estudantes de escolas públicas e privadas de todo o país podem visitar e entrar em contato com o conceito de construção sustentável, os
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visão global
princípios da eficiência energética, conservação de água, entre outros. O principal objetivo do projeto é difundir este conhecimento, além de introduzir o conceito de construção sustentável nas novas gerações. The Green Demonstration Room é a primeira experiência do tipo no Líbano, ocupando uma área de 120m² com ambientes internos e externos projetados para ensinar às crianças conhecimentos básicos de eficiência energética, conservação de água e outras questões ambientais. A área interna da exibição é dedicada a assuntos como água, economia de energia e fontes renováveis. A área externa conta com uma modelo funcional de uma casa abastecida apenas por fontes renováveis de energia, incluindo um painel fotovoltaico e uma pequena turbina eólica. O conceito fundamental dessa mostra é que as crianças tendem a se interessar mais em adquirir conhecimento quando eles são apresentados de uma forma divertida. A ideia é que elas possam interagir com os assuntos apresentados, como por exemplo, deixá-las fazer um experimento com diferentes gastos de energia causados por lâmpadas incandescentes ou com o ciclo da água. O grande intuito desse projeto é ajudar tanto crianças quanto professores a adquirir conhecimento sobre questões ambientais e sustentabilidade. Outro projeto de destaque é o CEDRO, Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas, financiado pela União Europeia, em parceria com o Ministério da Energia e Água do Líbano. O foco é promover assistência ao governo do Líbano para o desenvolvimento e implantação nacional de uma estratégia de energia sustentável e planos de ação para
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minimizar as mudanças climáticas, fazendo com que o país se alinhe a sétima meta do Desenvolvimento do Milênio: atingir a sustentabilidade ambiental.
ARZ Certification Construções sustentáveis não são uma novidade no Líbano. Muitas tecnologias sustentáveis como ventilação natural e coleta e armazenamento de água da chuva têm sido usados em edifícios residenciais do país. Entretanto, algumas dessas técnicas tradicionais são aplicadas apenas em construções modernas de edificações comerciais, e como em construções no mundo todos, os prédios comerciais do Líbano tem se tornado cada vez mais eficientes. O Sistema de Avaliação de Construção (ARZ) foi projetado para avaliar se os prédios comerciais do Líbano são confortáveis e, os locais de trabalho, saudáveis, e se eles estão tendo um consumo eficiente de energia elétrica e água, se estão gerando pouco impacto no ambiente natural. Além disso, estimula os donos de edifícios e os administradores dos empreendimentos a alcançarem o mais alto nível de certificação para atraírem inquilinos exigentes e clientes. O ARZ inclui uma lista de tecnologias, técnicas, procedimentos e níveis de consumo de energia que o LGBC espera ver em edifícios verdes. Um avaliador credenciado pelo LGBC faz um inventário do consumo de energia e água, tecnologias, técnicas e procedimentos que são utilizados no edifício e, em seguida, pontua do edifício de acordo com o quão bem o inventário corresponde à lista de requi-
sitos ARZ. O resultado desta avaliação gera um certificado emitido pelo LGBC que detalha o nível alcançado, além de um relatório de acompanhamento com recomendações sobre como o nível de classificação pode ser melhorado e uma placa a ser erguida nas instalações do edifício. O primeiro projeto certificado ARZ foi o Edifício Sede do Banco BLC, em Beirute, uma construção de 3.900 m2 que, por seu desempenho e critérios, obteve a classificação ARZ Bronze. O Líbano tem um meio ambiente peculiar que requer a criação de soluções próprias para a avaliação das construções. Para isso, o ARZ tem promovido padrões internacionais e ao mesmo tempo olhado para as especificidades libanesas. O LGBC está à disposição dos interessados em um ARZ para orientar e passar informações técnicas e referentes às etapas necessárias para a certificação, através do seu site: www.lebanon-gbc.org
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COMITÊ NET ZERO GBC BRASIL INTEGRA PROGRAMA GLOBAL E ESTUDA A CRIAÇÃO DE UMA CERTIFICAÇÃO PARA NET ZEROS Instituição está estruturando comitê que analisa a criação de uma certificação específica para edifícios Net Zero no país.
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tento ao crescimento tanto global quanto nacional dos edifícios Net Zero, o GBC Brasil integra o Programa Global “Advancing Net Zero”, concebido para o cumprimento das metas do acordo da COP 21 (Paris), para a execução do comprometimento do World GBC e 74 Green Building Councils, em conjunto com 27.000 empresas associadas. O objetivo do programa consiste em zerar as emissões de carbono na atmosfera oriundas do setor da construção civil até 2050, de forma que todas as novas edificações e grandes reformas se tornem Net Zero a partir de 2030, e 100% dos edifícios se tornem Net Zero até 2050. A implantação da meta se viabilizará por meio da criação de ferramentas de certificação para edificações Net Zero, a serem desenvolvidas pelo GBC Brasil e por nove outros países. Apesar da parceria entre os países e do apoio do WGBC, cada nação será responsável pela criação da sua própria ferramenta de acordo com as especificidades locais.
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© Divulgação ICS
Por Paulo Dias
Já estão abertas as inscrições para a participação no Comitê Técnico que irá desenvolver a Certificação Net Zero. Os membros do GBC interessados poderão ver mais detalhes no blog do GBC Brasil: blog.gbcbrasil.org.br Roberto Kishinami, coordenador de portfólio (energia elétrica) do ICS - Instituto Clima e Sociedade, fala sobre o que motivou a organização a apoiar a iniciativa do GBC. “A cidade é o lugar onde a maior parte das emissões ocorre e, nela, os edifícios têm um papel importante. Porque são fontes diretas de emissões, e também indiretas, ao induzirem maior ou menor uso de transporte privado, maior ou menor geração de resíduos líquidos e sólidos, de consumo de água etc. As emissões indiretas vem, em geral, do consumo de energia que, em parte, é suprida por combustíveis fósseis. Na construção do futuro desejado, expresso no Acordo de Paris da Convenção do Clima, a promoção de edifícios de emissão zero de gases de efeito estufa é um primeiro passo. Até a metade do presente século, entendemos que será preciso garantir que o ciclo de vida dos
Roberto Kishinami
materiais e insumos presentes nos edifícios estejam alinhados à emissão zero”, explica. Kishinami lembra ainda que “o esforço de promover emissões zero de gases de efeito estufa é feito em escala internacional. O instituto Clima e Sociedade é parte de uma família de organizações presentes nos Estados Unidos (Energy Foundation), Europa (European Climate Foundation), China (Energy Foundation China) e Índia (Shakti Foundation). Todos os membros dessa família estarão trabalhando junto aos respectivos GBC nessa mesma direção”, conclui.
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COMITÊ
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NOVO COMITÊ
NET ZERO BUILDING Apenas para Empresas Membro do GBC Brasil Últimas reuniões de comitês:
O GBC Brasil integra o Programa Global “Advancing Net Zero”, concebido para o cumprimento das metas do acordo da COP 21 (Paris), para a execução do comprometimento do World GBC e 74 Green Building Councils, em conjunto com 27.000 empresas associadas. O objetivo do programa consiste em zerar as emissões de carbono na atmosfera oriundas do setor da construção civil até 2050, de forma que todas as novas edificações e grandes reformas se tornem Net Zero a partir de 2030, e 100% dos edifícios se tornem Net Zero até 2050. A implantação da meta se viabilizará por meio da criação de ferramentas de certificação para edificações Net Zero, a serem desenvolvidas pelo GBC Brasil e por nove outros países. Já estão abertas as inscrições para a participação no Comitê Técnico que irá desenvolver a Certificação Net Zero, os membros do GBC interessados poderão se inscrever. gbcbrasil.org.br
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© Divulgação Creche Hassis
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NET ZERO
REALIDADE MAIS VIÁVEL DO QUE SE IMAGINA Edifícios sustentáveis e autossuficientes nas questões energética e hídrica estão deixando de ser apenas sonho. Apesar de ainda ser pequeno, mercado cresce e conta com iniciativas que visam desenvolvê-lo.
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Por Paulo Dias
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primeira vista, dar adeus à conta de luz ou de água parece um sonho distante. Mas essa já está sendo a realidade de cada vez mais edifícios no país. São os chamados Net Zero: edifícios inteligentes e eficientes que, graças a investimentos e visão de futuro, se tornaram autossustentáveis energética e/ou hidricamente. Engana-se quem pensa que esse é um processo viável apenas a edifícios. Os Net Zero têm se espalhado pelos mais diversos segmentos do mercado, se tornando mais acessíveis e economicamente atrativos inclusive para residências. Tanto é que o GBC Brasil, atento à importância dessa iniciativa, se uniu a um programa global que visa zerar as emissões de carbono vindas do setor da construção civil. A organização, com o apoio do World Green Building Council e diversas outras instituições, pretende fazer com que todas as novas edificações e grandes reformas no país se tornem Net Zero, atingindo 100% desses segmentos até 2050 (saiba mais na página blog.gbcbrasil.org.br).
Net Zero energia: o que é e como implantar É crescente o número de edifícios e residências brasileiros que estão descobrindo o quão vantajoso pode ser possuir um sistema local de geração de energia. Dados recentes da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), destacaram que cerca de 7,5 mil unidades brasileiras são abastecidas por microgeração de energia fotovoltaica. Isso representa um aumento de cerca de 300% em relação a 2015, quando o Brasil registrava cerca de 1,8 mil dessas instalações. Esse maior acesso à energia renovável é um
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dos impulsionadores ao aumento do número de Net Zero Energia no Brasil. Márcio Takata, engenheiro e diretor da Enova Solar, explica que Net Zero Energia é um “conceito utilizado para edifícios (casas, edifícios comerciais ou industriais) no qual o balanço energético é zero. Isso quer dizer que toda a energia que é consumida no local é também gerada no local”. Embora a energia solar seja o meio mais comumente usado pelos Net Zero brasileiros,ele não é o único. Márcio lembra que, além da energia solar, “também pode-se criar um sistema de geração eólica, utilizando microturbinas eólicas, ou até uma usina que utiliza biomassa”. Tudo depende do tipo de edifício e das necessidades de seus ocupantes. A Enova Solar, empresa da qual Márcio é engenheiro e diretor, está localizada num edifício Net Zero Energia. “Aqui instalamos medidas de eficiência energética. Boa parte da iluminação é led. Fizemos também algumas adequações na parte de geração, instalamos uma usina solar com uma potência total de 3,5 quilowatts e com isso conseguimos ter um abatimento global da energia. Somos uma empresa com 10 pessoas trabalhando e pagamos apenas 25 reais de conta, que é a tarifa mínima”, explica. Estudar cuidadosamente cada caso é a chave para desenvolver um bom projeto Net Zero. Engana-se quem pensa que apenas instalar um sistema fotovoltaico já garante o fim dos problemas com o uso de energia elétrica. A questão o uso inteligente e eficiente da energia gerada por esse sistema é a chave para o sucesso de um sistema in loco de geração. Guido Petinelli, diretor da Petinelli Consultoria, exemplifica esse aspecto da seguinte maneira: “Se o prédio consegue se tornar mais eficiente a ponto de gastar metade da energia que antes gastava, por exemplo, significa que será necessário instalar um sistema de painéis com metade da capacidade do que seria
necessário sem a eficiência energética. Isso torna a viabilidade muito mais próxima da realidade dos edifícios”, explica. A Petinelli, escritório de engenharia sustentável com sede em Curitiba, Paraná, é um dos maiores escritórios com experiência em Net Zero no país. A Creche Hassis (SC), o edifício Eurobussiness (PR) e a sede da RAC Engenharia (PR) são apenas alguns exemplos de edifícios Net Zero desenvolvidos pelo escritório. Ambos são, além de Net Zero, certificados LEED Platinum.
Quanto custa? Um dos maiores mitos que rondam a questão da geração de energia in loco é que os custos serão altíssimos e inviáveis. “Energia renovável é um investimento cada vez mais atrativo, mas a sociedade ainda tem o pré-conceito de que se trata de algo caríssimo. Mas não é! Pelo contrário, é uma solução que faz bastante sentido para muitos perfis de edifícios”, explica Márcio Takata, da Enova Solar. É difícil prever quanto custará um sistema de geração de energia, já que isso depende de muitos fatores como quantidade de energia que precisará ser gerada, espaço disponível para instalação da estação de geração e tipo de tecnologia escolhida. Mesmo assim, Márcio Takata faz uma estimativa de gastos, baseada em sua experiência à frente da Enova Solar, referência na construção desses sistemas: “O investimento varia bastante, mas digamos que será a partir de R$18 mil. Uma residência padrão vai investir mais ou menos isso. Mas, à medida que falamos de residências ou edifícios maiores, o valor vai aumentando. Um edifício comercial, por exemplo, vai precisar investir algo em torno de R$70 mil. Esse investimento não está tão relacionado ao tamanho do edifício, mas sim ao consumo de energia.
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© Divulgação Creche Hassis
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Por isso a importância de trabalhar a eficiência energética”, explica. Guido Petinelli exemplifica o investimento necessário somando-o ao valor da obra do edifício: “Dez anos atrás, falávamos que um prédio Net Zero poderia elevar entre 10 e 15% o custo de obra. Hoje em dia, essa porcentagem cai para no máximo 6% de custo adicional. Mas isso só será possível se eficiência energética e geração forem trabalhadas juntas e de uma maneira inteligente”.
Tempo de retorno do investimento Estimar um prazo para o retorno do investimento também não é tarefa fácil. Márcio Takata elenca alguns fatores que condicionam essa estimativa: • Localidade onde o sistema será instalado: regiões onde a tarifa de energia é mais elevada em geral retornam o investimento mais rápido; • Clima local: regiões onde há maior radiação solar também retornam o investimento mais rapidamente. O princípio é básico: quanto mais sol, mais energia gerada e consequentemente mais economia; • Tipo de uso do edifício: uma instala-
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ção de baixa tensão (tipo residencial e comercial de baixo e médio porte), em geral terá um retorno mais rápido e atrativo. Já clientes industriais ou comerciais de grande porte terão um retorno um pouco mais demorado. Márcio conclui dizendo que “de um modo bastante generalizado, o retorno do investimento varia de 5 a 12 anos”.
Creche Hassis: exemplo público de viabilidade Com cerca de 12mil m², a Creche Hassis, em Florianópolis é um exemplo de como edifícios públicos também podem aproveitar dos benefícios das políticas Net Zero. Construída com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), a Creche é Net Zero energia graças a um sistema de geração de energia fotovoltaica instalado no telhado da instituição. O projeto, de autoria da Petinelli, foi inaugurado em março de 2015 e recebeu a certificação LEED Platinum. Ele possui dez salas de atividades, além de espaços com acessibilidade, um refeitório, bosques com espécies nativas, horta e um parque. O sistema de geração de energia instalado no local possibilita uma economia mensal de cer-
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ca de R$ 2 mil reais. A energia solar gerada no sistema da unidade também é utilizada para aquecer água potável, que vai para chuveiros, cozinha e lavanderia. A preocupação com o uso racional da água também se manifesta no sistema que capta água da chuva e a utiliza nas torneiras do jardim e nos vasos sanitários da creche. Por produzir mais energia do que gasta, a creche envia o excedente de energia para a rede pública de distribuição, em troca de créditos que poderão ser usados no abatimento de contas de energia de outros edifícios públicos da cidade. Esse procedimento, aliás, é adotado por muitas Net Zeros no país, já que a legislação brasileira permite essa troca de créditos entre microprodutores de energia e a rede pública de abastecimento elétrico. “É um projeto espetacular, especialmente por se tratar de um prédio público”, diz Guido Petinelli, salientando que instituições públicas também podem – e devem - investir em energia renovável. A Creche Hassis contou com investimento de cerca de R$ 4,4 milhões. Desses, R$ 2,5 milhões vieram do Governo Federal, sendo R$ 1,8 milhão do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e R$ 695 mil do salário-educação. Também houve contribui-
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©Divulgação Inova Solar
© Divulgação Eurobusiness
Fotos:©Leonardo Finotti
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Edifício Eurobusiness
ção do Banco Interamericano de Desenvolvimento, que investiu R$ 1,9 milhão.
Net Zero Água: soluções simples e de grande impacto positivo Não há dúvidas de que a maioria dos que já ouviram falar em Net Zero associam o termo à geração de energia elétrica. O que muitos não sabem é que um edifício também pode ser Net Zero Água, e que esse tipo de empreendimento está crescendo no país. “Quando falamos em Net Zero água, falamos de empreendimentos que tem de cumprir dois critérios: o primeiro é não utilizar fontes convencionais de água, ou seja, não depender da concessionária para fornecer água potável ao edifício. O segundo é tratar o esgoto gerado pelo edifício, ou seja, nada do que é produzido de esgoto por esse edifício sai de suas dependências, tudo deve ser tratado ali mesmo”, explica Guido Petinelli. Para viabilizar um edifício Net Zero Água, o primeiro passo é buscar uma fonte hídrica alternativa, que pode ser captação de água da chuva ou extração de água de um poço autorizado, por exemplo. O empreendimento também precisará encontrar uma maneira de tratar o esgoto gerado. Isso poderá ser feito por
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meio de uma estação interna de tratamento ou através de um sistema simples que está cada vez mais popular: os Wetlands construídos. Wetlands são tanques de tratamento natural do esgoto (chamado de água negra). Basicamente são buracos, de cerca de 1 metro de profundidade, impermeabilizados com materiais geossintéticos e dotados de uma rede hidráulica e de um meio filtrante, geralmente brita ou seixo. Após a montagem, há um trabalho de paisagismo, integrando perfeitamente o wetland à paisagem do local. O esgoto tratado por um Wetland produz água que tem condições de reuso, podendo ser utilizada em irrigação de jardins e em lavagem de locais comuns, por exemplo.
Edifício Eurobusiness: grandes empreendimentos também podem ser Net Zero água
“ENERGIA RENOVÁVEL É UM INVESTIMENTO CADA VEZ MAIS ATRATIVO, MAS A SOCIEDADE AINDA TEM O PRÉ-CONCEITO DE QUE SE TRATA DE ALGO CARÍSSIMO. MAS NÃO É! PELO CONTRÁRIO, É UMA SOLUÇÃO QUE FAZ BASTANTE SENTIDO PARA MUITOS PERFIS DE EDIFÍCIOS”
Márcio Takata Inova Solar
Construído sob consultoria da Petinelli, o edifício Eurobusiness está localizado em Curitiba, Paraná, e recebeu a certificação LEED Platinum, por sua alta eficiência e preocupação com questões ambientais. O que chama a atenção no empreendimento é que ele é Net Zero Água, ou seja, capta internamente toda a água que consome e trata o esgoto exce-
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©Divulgação Petinelli
Imagens: Divulgação CECAS
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Perspectiva Edifício CECAS-USP
“A MAIOR PARTE DO MERCADO AINDA NÃO PERCEBEU QUE HOUVE UMA REDUÇÃO DRÁSTICA NO PREÇO DESSES EQUIPAMENTOS E QUE QUANDO A EFICIÊNCIA ENERGÉTICA É BEM TRABALHADA E ALIADA A UM SISTEMA DE GERAÇÃO INTELIGENTE, O PERÍODO DE RETORNO [DO INVESTIMENTO] É RÁPIDO”
Guido Petinelli Petinelli Inc
dente. “O prédio é abastecido por um poço, que é devidamente homologado. Além disso, o edifício trata e filtra 100% do esgoto gerado num sistema in loco que aplica o conceito de Wetlands”, salienta Guido Petinelli. No projeto do edifício está especificado que “o sistema foi dimensionado para tratar 8m³ por dia e atende para água de reuso o CONAMA 357 Classe1 e para água potável à Portaria 2914 de 2011. Dessa forma, o balanço hídrico calculado entre demanda, geração e reuso de água qualificou o edifício como Net Zero Água, quando o edifício é autossuficiente hidricamente, com o abastecimento da concessionária pública somente para backup”. As adequações que o edifício Eurobusiness realizou em seu projeto para se tornar certificado LEED possibilitaram que o empreendimento consumisse 50% menos energia e 80% menos água (se comparado ao que um edifício comum de mesmo porte gastaria). O edifício alcançou 83 pontos na certificação LEED, lhe garantindo a categoria Platinum.
O que falta para que Net Zeros cresçam ainda mais no país? Essa foi a pergunta feita tanto à Guido Petinelli quanto a Márcio Takata. E as respostas dos dois concordam num aspecto: falta derrubar a barreira do preconceito. “A maior parte do mercado ainda não percebeu que houve uma redução drástica no preço desses equipamentos e que quando a eficiência energética é bem trabalhada e aliada a um sistema de geração inteligente, o período de retorno [do
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investimento] é rápido”, explica Guido Petinelli. Takata salienta ainda outro ponto fundamental para o desenvolvimento dos Net Zero no Brasil: a necessidade de se criar programas públicos de financiamento. “O investimento inicial nesse tipo de tecnologia não é pequeno, afinal a maioria dos brasileiros não têm 20 mil reais imediatamente disponíveis para instalar um sistema de energia solar. Por isso, se houvesse uma linha de financiamento compatível com esse tipo de público, certamente muito mais gente optaria pela energia solar”. Ao regulamentar a microgeração de energia e o fornecimento de crédito a produtores que queiram “repassar” a energia excedente à rede elétrica pública, o governo sinaliza que pretende expandir essa tecnologia pelo país. A Aneel espera que a geração de energia, especialmente a solar, se torne cada vez mais acessível e projeta que no ano de 2024, mais de 1,2 milhão de consumidores passarão a produzir sua própria energia no Brasil, o que equivale a cerca de 4,5 gigawatts (GW) de potência instalada. Num país solar e de proporções continentais como o Brasil, há potencial para que esses números só aumentem.
Edifício CECAS – um Net Zero na USP Dentro da Universidade de São Paulo um edifício em breve chamará a atenção. É o prédio do CECAS (Centro de Estudos do Clima e Ambientes Sustentáveis), que está sendo projetado para ser um Net Zero Energia. Com consultoria da OTEC, o edifício gerará 100% da
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Perspectiva Edifício CECAS-USP
energia consumida em suas dependências. Toda a energia elétrica será gerada através de painéis fotovoltaicos instalados na cobertura do prédio e vidros fotovoltaicos instalados nas fachadas do mesmo. Como já se sabe, autossuficiência e uso consciente precisam andar juntos. Justamente por isso, o projeto se preocupa em reduzir ao má-
ximo o consumo de energia, sem prejudicar o bom funcionamento do prédio. O arquiteto Marcelo de Andrade Romero explica que “a iluminação natural será potencializada por meio de espelhos solares externos que conduzem a luz natural difusa para dentro do edifício. A iluminação artificial será acionada somente quando os níveis de iluminância natural não
atingem os níveis necessários preconizados pela norma brasileira”. Em termos de conforto térmico, optou-se por utilizar climatização somente nas três salas de conferencias e no auditório. O edifício contará com um sistema de geotermia que resfriará o ar exterior e o direcionará para dentro do mesmo. Além disso, o prédio do CECAS contará com dois elevadores eficientes. Com essas medidas, espera-se que o consumo enérgico total final do prédio será de 5kWh/m2 por mês, considerado um valor bastante baixo se comparado a edifícios com características semelhantes ao do CECAS. Quando finalizado, o prédio terá uma biblioteca, salas de aula, um auditório e diversos laboratórios com formato de escritório.
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MATERIAIS & TECNOLOGIA ILUMINAÇÃO
Qualidade Gera Economia. ©Divulgação
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Conheça a Lutron A Lutron Electronics é líder mundial no desenvolvimento e fabricação de soluções para o controle da luz elétrica e natural em espaços residenciais e comerciais, sempre com foco na eficiência energética. A companhia possui mais de 2 mil patentes e fabrica mais de 15 mil produtos, oferecendo um grande portfólio de produtos para controle de iluminação que incluem sensores, atenuadores e interruptores de luz elétrica, sistemas de cortinas e persianas para o controle da luz solar e sistemas integrados. As soluções da Lutron controlam a iluminação de alguns dos espaços mais emblemáticos do planeta, como a Estátua da Liberdade nos Estados Unidos, o Museo Guggenheim na Espanha, a sede do Banco da China, entre outros.
Além disso, os sistemas podem ser encontrados no edifício-sede da BBC, em Londres e nos escritórios da IBM e Microsoft nos Estados Unidos. No segmento residencial, destacamos o Castelo de Windsor, no Reino Unido, e a ala residencial da Casa Branca, em Washington.
Lutron do Brasil Av. Ibirapuera, 2064 - cj 72 Indianópolis, São Paulo - SP Tel.: 11 3257-6745 www.lutron.com
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certificações
USO RACIONAL DA ÁGUA
AR CONDICIONADO
Novos compressores Danfoss Scroll 25 formas de aperfeiçoam eficiência economizar água em cargas parciais A partir desta edição, a Rain Bird, empresa líder mundial na fabricação e no fornecimento de produtos de irrigação e serviços correlatos, traz para você, leitor, dicas e sugestões para economizar água em sua residência, empresa, local de trabalho, etc. Confira as primeiras dicas: 1. Inspeção do Sistema - Avalie o sistema e terreno identificando problemas e certifique que a irrigação automática está pronto para a próxima estação. Poucos passos para economizar água e evitar multas. 2. Análise da conta de água - Observe a conta de água. Um pico pode indicar vazamentos desperdiçando milhões de litros ano. Um vazamento da espessura de uma moeda pode desperdiçar 18 mil litros por mês! Eliminar vazamentos faz a grande diferença no consumo e conta de água. 3. Auditoria Profissional - Um instalador local certificado pode avaliar o sistema. Se não conhece nenhum, a Rain Bird pode ajudar. Especialistas farão um orçamento dos benefícios da auditoria para escolher a melhor. 4. Verificações mensais no sistema – Faça a manutenção durante toda a temporada, verificando rompimentos, vazamentos e danos uma vez por mês. 5. Água pela manhã – Irrigar entre 5h e 10h da manhã , com sol fraco, ventos calmos e temperatura fria. A irrigação ao meio-dia é menos eficiente pela perda de água por evaporação e vento. A irrigação noturna também não é uma boa ideia e deixa folhas molhadas durante a noite, convite aos fungos. Irrigando pela manhã as folhas secam. Ajuste os relógios dos controladores Rain Bird para irrigar quando quiser.
Impulsionadas pela necessidade global de reduzir as emissões de CO2, novas legislações em todo o mundo estão exigindo sistemas de ar condicionado com mais eficiência energética, além de refrigerantes com GWP mais baixos. A extensa gama de compressores da Danfoss inclui agora o Danfoss Scroll com a tecnologia de Válvula Intermediária de Descarga (IDV) para oferecer benefícios e economias funcionais durante todo o ciclo de vida dos sistemas, desde os custos de desenvolvimento e operação até manutenção. Os compressores scroll Danfoss com IDVs têm capacidade de refrigeração de 7,5 a 40 toneladas e oferecem novos recursos que entregam a solução mais econômica para a próxima geração de rooftops e chillers com R-410A. Eles também serão qualificados para refrigerantes com GWP menor até o final de 2017 para atender as expectativas da transição para refrigerantes alternativos. A tecnologia IDV permite que o compressor evite perdas sobre compressão e, assim, trabalho extra pelo motor durante a operação de carga parcial - possibilitando que os compressores
Danfoss Scroll DSH e DCJ economizem energia e melhorem a eficiência em carga parcial de 3% a 10% em configurações padrões. “Os compressores Danfoss Scroll com tecnologia IDV são compatíveis com as linhas Danfoss HCJ e SH, levando a mínimos redesenhos e custos”, explica Gustavo Asquino, gerente de desenvolvimento de negócios LAM da Danfoss. “Aproveitando a experiência da Danfoss com aplicações de rooftop, chiller e splits, os compressores Danfoss Scroll com IDVs são mais eficientes em cargas parciais e possuem um mapa operacional ampliado. São mais robustos e mais tolerantes a inversão de fase, além de serem equipados com válvula de bloqueio contra retorno de líquido e contar com o gerenciamento do óleo patenteado em aplicação manifold”, acrescenta. Benefícios dos compressores Danfoss Scroll com IDV - Proporciona maior eficiência de carga parcial por projeto; - A compatibilidade com versões anteriores reduz a complexidade e os custos de redesenho; - O mapa operacional ampliado permite uma utilização mais ampla em aplicações exigentes como, por exemplo, sistemas de resfriamento em TI, sistemas reversíveis, resfriamento de processo e recuperação de calor; - As combinações de manifold adicionais permitem maior flexibilidade de projeto; - Um novo nível de robustez do compressor e confiabilidade do sistema.
Rain Bird Brasil Ltda Rua Marques Póvoa, 215 Uberlândia - MG Tel.: 34 3221 8210 www.rainbird.com.br
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inovação
Boas vindas do diretor executivo, Yoshihiro Minemo
Daikin promove evento para instaladores, arquitetos e clientes e reforça compromisso com o mercado sustentável.
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Por Taís Cruz
o dia 1º de fevereiro de 2017, a Daikin, um dos maiores fabricantes globais de ar-condicionado recepcionou instaladores de equipamentos residenciais e seus arquitetos parceiros, além de clientes finais corporativos que utilizam sistemas do tipo VRV (Volume de Refrigerante Variável, em inglês) no Show Room CA8A, em São Paulo. Estavam presentes importantes membros do grupo Daikin a nível internacional, juntamente a equipe do Brasil para o atendimento de cerca de 100 empresários e profissionais do setor. O evento foi dividido em dois momentos, sendo que no horário do almoço foram recebidos os instaladores e arquitetos, com a apresentação também do novo Show Room da Daikin. No período da noite, foram recepcionados clientes finais de sistema VRV. A empresa mostrou como seus produtos estão alinhados com o mercado crescente, apesar da crise, de edificações com certificação green 58
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Fotos: ©Luciano Finotti (Every Fotos)
Evento Daikin para arquitetos e instaladores
building. Para apresentar o mercado de certificações LEED, Felipe Faria, diretor executivo do Green Building Council Brasil (GBC) falou sobre a tendência de crescimento que esse mercado tem apresentado mesmo com as incertezas econômicas e políticas no Brasil. A preocupação com o meio ambiente, inovação tecnológica e economia de energia são marcas registradas da Daikin. Daí nasce a importância da parceria com o GBC em busca da eficiência energética. A sua linha de produtos são adequados à certificação LEED, como os resfriadores de líquido (chillers) com compressores exclusivos, desenvolvidos pela própria engenharia da Daikin, que utilizam mancais magnéticos (condensação a água) ou um único fuso e dois rotores satélites (condensação a ar) com alta eficiência energética. Para o presidente da Daikin no Brasil, Tomoji Miki, o compromisso com a sustentabilidade é fundamental. “Nós entendemos que o GBC tem o mesmo objetivo que a Daikin, que
Tomoji Miki, presidente da Daikin Brasil, Felipe Faria, diretor executivo do GBC Brasil e Yoshihiro Mineno, diretor executivo Operações Globais da Daikin
estamos trabalhando visando a mesma finalidade. Por isso a nossa parceria é muito boa e é disso que precisamos. Se nós não criarmos um padrão que realmente traga melhor eficiência para a sociedade brasileira, estaremos andando na contramão da necessidade social do país”. Yoshihiro Mineno, diretor executivo sênior da Divisão de Operações Globais, também enfatiza: “Somos uma empresa global, com faturamento de 20 bilhões de dólares que investe em P&D e que está revolucionando o mercado mundial com soluções de alta eficiência e que estarão em breve disponíveis também no Brasil”. A Daikin quer crescer ainda mais no país, por isso trabalha com seriedade e compromisso para trazer a melhor solução disponível de ar-condicionado no mundo ao alcance dos brasileiros. Para Tomoji Miki, os instaladores, arquitetos e empresários puderam observar que as altas tecnologias agregadas a qualidade dos produtos irão garantir a satisfação do consumidor final. “Nós vemos que existem muitos equipamentos ultrapassados sendo utilizados no país e desejamos que, ao fazer o retrofit destes equipamentos, eles possam ser substituídos por um que realmente seja adequado a necessidade e traga a real eficiência energética desejada pelo cliente”, conclui Tomoji. rev/gbc/br
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NÓS ACREDITAMOS QUE
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DÁ PROPÓSITO A CADA INVESTIMENTO. A CADA PROPRIEDADE, UM SIGNIFICADO. E A CADA NEGÓCIO FECHADO, UM NOVO IMPULSO PARA ATINGIR OBJETIVOS AINDA MAIORES. Ativos imobiliários são bens poderosos. Eles ajudam a definir o negócio de uma empresa, o espírito de uma startup, os valores de um investidor. Nós somos mais de 43.000 colaboradores, em 60 países, ajudando nossos clientes a colocarem ideias em prática nos mais diversos mercados, respeitando orçamentos, sem nunca falhar, em qualquer lugar do mundo e também no Brasil. CUSHMAN & WAKEFIELD, UMA LÍDER GLOBAL EM SERVIÇOS IMOBILIÁRIOS COMERCIAIS. O QUE PODEMOS FAZER POR VOCÊ? cushwakeaction.com.br / cushwake@sa.cushwake.com (11) 5501-5464
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