CI N EASTAS I N DÍGENAS
INDIGENOUS FILMMAKERS
XINÃ BENA
Novos tempos NEW ERA
HUNI MEKA
Os cantos do cipó THE VINE CHANTS
Cineastas indígenas
| INDIGENOUS FILMMAKERS
Tempos antigos, narrativas contemporâneas, gestos cotidianos. Entrelaçando passado e presente,
ANCIENT TIMES, CONTEMPORARY NARRATIVES, DAILY GESTURES. WEAVING PAST AND PRESENT, WORD AND IMAGE,
palavra e imagem, corpo e memória, os filmes
BODY AND MEMORY, THE MOVIES INCLUDED
apresentados na coleção Cineastas Indígenas reve-
IN THE INDIGENOUS FILMMAKERS
lam outras possibilidades de perceber a diversidade das realidades indígenas no Brasil. Cineastas
COLLECTION REVEAL NEW PERSPECTIVES TO PERCEIVE THE DIVERSITY OF THE BRAZILIAN INDIGENOUS REALITY. FILMMAKERS FROM
dos coletivos de cinema Kuikuro, Huni Ku˜ı, Panará,
THE INDIGENOUS COLLECTIVES KUIKURO,
Ikpeng, Ashaninka e Xavante nos oferecem olhares
HUNI KUI˜ , PANARÁ, IKPENG, ASHANINKA
íntimos sobre seus povos, seus modos de pensar e viver o mundo. A série é fruto de uma longa relação entre o Vídeo nas Aldeias e as populações indígenas envolvidas com o projeto. Fundada no compartilhamento de saberes e tecnologias, na discussão de proje-
E XAVANTE OFFER US INTIMATE GLIMPSES INTO THEIR PEOPLE’S WAYS OF THINKING AND LIVING THE WORLD. THE COLLECTION IS THE RESULT OF A LONG-LASTING RELATIONSHIP BETWEEN VÍDEO NAS ALDEIAS AND THE INDIGENOUS POPULATIONS INVOLVED WITH THE PROJECT. BASED ON THE PRINCIPLES OF
tos e sonhos, essa parceria resultou na criação de
SHARING KNOWLEDGE AND TECHNOLOGY,
filmes que se destacam tanto por sua beleza esté-
DISCUSSING PROJECTS AND DREAMS, THIS
zam seus filmes de maneira autônoma. Por meio
WITH THIS COLLECTION, WE HOPE
PARTNERSHIP RESULTED IN THE CREATION
da formação de cineastas indígenas no uso cria-
TO CONTRIBUTE FOR THE DEVELOPMENT
OF MOVIES THAT STAND OUT FOR BOTH
tivo da linguagem e técnicas audiovisuais, o pro-
tica quanto pela singularidade de seus temas. Vídeo nas Aldeias tem como objetivo primeiro criar condições para que os realizadores produ-
THEIR AESTHETIC BEAUTY AND THE
OF A CRITICAL AUDIENCE IN REGARD TO BRAZILIAN NATIVE PEOPLE, BY OPENING
UNIQUENESS OF THEIR THEMES.
jeto possibilita a apropriação pelos índios de
NEW CHANNELS OF DIALOGUE BETWEEN
VÍDEO NAS ALDEIAS’ FIRST GOAL
suas imagens e falas. Dessa maneira, passam de
THEM AND THE NATIONAL SOCIETY.
IS TO ESTABLISH THE CONDITIONS FOR THE
objetos de observação a sujeitos de seus pró-
Vídeo nas Aldeias Team
FILMMAKERS TO CREATE THEIR MOVIES
prios discursos.
APRIL 2008
AUTONOMOUSLY. THROUGH THE TRAINING OF INDIGENOUS FILMMAKERS, AND BY
Cineastas Indígenas é também resultado da par-
ENCOURAGING A CREATIVE USE OF THE
ceria entre diferentes atores, entidades, organiza-
AUDIOVISUAL LANGUAGE AND
ções indígenas e órgãos públicos. Agradecemos a
TECHNIQUES, THE PROJECT ALLOWS THE APPROPRIATION BY THE INDIGENOUS OF THEIR OWN IMAGES AND NARRATIVES. THEREFORE, THEY STOP BEING MERE OBJECTS OF OBSERVATION TO BECOME THE SUBJECT OF THEIR OWN SPEECH. INDIGENOUS FILMMAKERS IS ALSO THE RESULT OF A PARTNERSHIP BETWEEN
todos aqueles que tornaram possível a concretização deste projeto. Esperamos, com esta coleção, contribuir para a formação de uma audiência crítica em relação aos povos nativos do Brasil, possibilitando novos espaços de diálogo entre eles e a sociedade nacional.
DIFFERENT ACTORS, GROUPS, INDIGENOUS ORGANIZATIONS AND PUBLIC
Equipe do Vídeo nas Aldeias
INSTITUTIONS. WE THANK ALL OF THOSE
ABRIL DE 2008
WHO MADE IT POSSIBLE FOR THIS PROJECT
www.videonasaldeias.org.br videonasaldeias@videonasaldeias.org.br
TO COME TO LIFE.
www.videonasaldeias.org.br videonasaldeias@videonasaldeias.org.br
Os Filmes |
Prêmios |
T H E M OV I E S
XINÃ BENA, NEW ERA
■
Melhor Filme no Forumdoc.bh.2006
Prêmio Retrato da Periferia, Visões Periféricas, Rio de Janeiro, 2006. PICTURES OF THE SUBURBS AWARD, SUBURBAN
BEST MOVIE AT THE FORUMDOC.BH.2006 FILM FESTIVAL.
VISIONS FESTIVAL, RIO DE JANEIRO, 2006.
52min., 2006 Dia-a-dia da aldeia Huni Ku˜ı de São Joaquim, no rio Jordão, Acre. Augustinho, pajé
HUNI MEKA, THE VINE CHANTS
25 min., 2006
e patriarca da aldeia, sua mulher e seu sogro, relembram o cativeiro nos seringais e festejam os novos tempos. THE DAILY LIFE IN SÃO JOAQUIM, A HUNI KUI˜ VILLAGE BY THE JORDÃO RIVER, IN THE STATE OF ACRE. AUGUSTINHO, THE VILLAGE’S SHAMAN AND PATRIARCH, HIS WIFE AND HIS FATHER-IN-LAW REMEMBER THE CAPTIVITY IN THE RUBBER TREE PLANTATIONS AND CELEBRATE THE NEW ERA.
Uma conversa sobre cipó (aiauasca),“mira-
■
Prêmio Aquisição TV Cultura, Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo, 2007.
seu personagem. IN 2007, THE FILMMAKER ZEZINHO YUBE DECIDES
AWA R D S
Tatu de Prata: Prêmio Revelação, Jornada Internacional de Cinema da Bahia, 2006.
THE PROGRAM REVELANDO BRASIS. FILMING MANÃ BAI IS ZEZINHO’S REFLECTIONS ABOUT THE MOVIE, ITS MAKING, HIS DIFFICULTIES AND CHOICES AS A FILMMAKER AND THE DELICATE RELATIONSHIP WITH
Extras
OF CINEMA, 2006.
HIS CHARACTER.
do povo Huni Ku˜ı, os índios resolvem reunir os mais velhos para gravar um CD e
Filmando Manã Bai
publicar um livro.
FILMING MANÃ BAI
Ma Ê Dami Xina, Já me transformei em imagem
18 min., 2008
I ´ V E A L R E A DY B E CO M E A N I M A G E
A CONVERSATION ABOUT CIPÓ (AYAHUASCA),
31 min., 2008
BY PROFESSOR ISAIAS SALES IBÃ ABOUT HUNI KUI˜
Em 2007, o cineasta Zezinho Yube decide
CHANTS, THE INDIGENOUS DECIDED TO BRING
filmar a história de seu pai, o professor e
Uma conversa sobre a história dos Huni Ku˜ı
pesquisador Huni ku˜ı Joaquim Maná. O
desde o tempo do contato, passando pelo
THE ELDERLY TOGETHER TO RECORD A CD AND PUBLISH A BOOK. * “MIRAÇÃO”: VISIONS
projeto resultou no vídeo Manã Bai, O ca-
cativeiro nos seringais, até o trabalho atual
minho de meu pai, selecionado pelo pro-
com o vídeo.
SILVER ARMADILLO (TATU DE PRATA): REVELATION AWARD, 33rd BAHIA’S INTERNATIONAL JOURNEY
JOAQUIM MANÁ. THE PROJECT ORIGINATED THE VIDEO MANÃ BAI, MY FATHER’S PATH, SELECTED BY
INTERNATIONAL SHORT MOVIES FESTIVAL, 2007.
ção” e cantos. A partir de uma pesquisa do professor Isaias Sales Ibã sobre os cantos
THE HUNI KUI˜ TEACHER AND RESEARCHER
TV CULTURA ACQUISITION AWARD, SÃO PAULO
“MIRAÇÃO*” AND CHANTS. BASED ON A RESEARCH
■
como cineasta e a delicada relação com
TO FILM THE HISTORY OF HIS FATHER’S LIFE,
Huni Meka, Cantos do cipó
Prêmios |
xão de Zezinho sobre o filme, o processo de realização, suas dificuldades e escolhas
■
Xinã Bena, Novos tempos
AWA R D S
grama Revelando Brasis Ano II. Filmando Manã Bai é uma refle-
A CONVERSATION ABOUT THE HUNI KUI˜ HISTORY, FROM THE TIME OF THEIR FIRST CONTACT WITH THE WHITE MAN, THROUGH THE CAPIVITY IN THE RUBBER TREE PLANTATIONS, UP UNTIL THEIR CURRENT WORK WITH VIDEO-MAKING.
O povo Huni Ku˜ı* Joaquim Maná Huni Ku˜ı O S K A X I N AWÁ S E AU TO D E N O M I N A M
THE HUNI KUI˜ PEOPLE*
H U N I K U˜I , “ G E N T E V E R DA D E I R A” E FA L A M
Joaquim Maná Huni Ku˜ı
O H ÃT X A K U˜I “ L Í N G UA V E R DA D E I R A”, DA FA M Í L I A L I N G U Í ST I C A PA N O. H A B I TA M
Os primeiros relatos de viajantes apontam alguns rios afluentes do Purus e do Juruá como a região habitada pelos Huni Ku˜ı antes dos conta-
THE KAXINAWÁ REFER TO THEMSELVES AS HUNI KUI˜ , “TRUE PEOPLE” AND SPEAK HÃTXA
“RUNAWAYS” (CORRERIAS), WHICH IN THE LOCAL
çaram os massacres, também conhecidos como
LINGUISTIC FAMILY. THEY INHABIT THE
“correrias”, termo da história local para designar
P E R UA N O AT É O AC R E CO M U M A P O P U L AÇ ÃO
TROPICAL FOREST FROM THE EAST OF PERU
HISTORY DESIGNATE THE UNMERCIFUL KILLING OF INDIGENOUS PEOPLE, STARTED IN 1898
a matança impiedosa dos índios, sobretudo por
AND WERE MAINLY PERPETRATED BY PERUVIAN
A POPULATION OF APPROXIMATELY 8.800
caucheiros peruanos, que cercavam as aldeias,
RUBBER TAPPERS WHO SURROUNDED THE
PEOPLE.
queimavam as casas e assassinavam a popula-
TO THE BRAZILIAN STATE OF ACRE WITH
mais numerosa do estado, com aproximada-
BEFORE THE CONTACT WITH THE RUBBER TAPPERS. THE MASSACRES, ALSO KNOWN AS
KUI˜ “TRUE LANGUAGE”, FROM THE PANO
No Acre, os Huni Ku˜ı constituem a população
AS THE REGION INHABITED BY THE HUNI KUI˜
tos com os seringueiros. A partir de 1898, come-
A F LO R E STA T R O P I C A L D E S D E O L E ST E
D E A P R OX I M A DA M E N T E 8 . 8 0 0 I N D I V ÍD U O S .
THE FIRST TRAVELLERS’ REPORTS IDENTIFY SOME OF THE PURUS AND JURUÁ RIVERS’ AFFLUENTS
IN ACRE, THE HUNI KUI˜ CONSTITUTE THE LARGEST POPULATION OF THE STATE, WITH APPROXIMATELY 5.800 PEOPLE, DISTRIBUTED
ção nativa. Desde a época do contato até a década de 1970,
VILLAGES, BURNED THEIR HOUSES AND MURDERED THE NATIVE POPULATION. FROM THE TIME OF THE FIRST CONTACT UNTIL 1970, THE HUNI KUI˜ LIVED UNDER
mente 5.800 indivíduos, distribuídos em 61
THROUGH 61 VILLAGES FROM 12 INDIGENOUS
os Huni Ku˜ı viveram num sistema de cativeiro,
A CONFINEMENT SYSTEM, WORKING IN
aldeias de 12 Terras Indígenas ao longo do Rio
AREAS THROUGHOUT THE PURUS RIVER AND
trabalhando nos seringais dos patrões, onde eram
THE RUBBER TREE PLANTATIONS, WHERE
THE JURUÁ RIVER’S AFFLUENTS, SUCH AS THE
proibidos de viver sua própria cultura. Com isso,
THEY WERE PROHIBITED FROM LIVING IN
Purus e afluentes do Rio Juruá, como os rios
RIVERS ENVIRA, MURU, HUMAITÁ, TARAUCÁ,
Envira, Muru, Humaitá, Taraucá, Jordão e Breu
JORDÃO AND BREU, LOCATED IN FIVE
localizados em cinco municípios, Feijó, Tarauacá,
MUNICIPALITIES, FEIJÓ, TARAUACÁ, SANTA
Santa Rosa, Jordão e Marechal Taumaturgo. No
ACCORDANCE WITH THEIR OWN CULTURE.
muitos de seus conhecimentos e práticas cultu-
AS A CONSEQUENCE, MUCH OF THEIR
rais foram sendo esquecidos. Nos finais da década
KNOWLEDGE AND CULTURAL PRACTICES
ROSA, JORDÃO AND MARECHAL TAUMATURGO.
de 1970 e início da década de 1980, as lideranças
GRADUALLY BEGAN TO FADE AWAY. IN THE LATE
IN PERU, ABOUT 3.000 PEOPLE INHABIT
conquistaram seus direitos perante o governo
Peru, cerca de 3.000 indivíduos habitam o Alto
THE HIGH PURUS RIVER AND ITS AFFLUENT,
Rio Purus e seu afluente, o rio Kuranja.
THE KURANJA RIVER.
federal, recebendo a posse de suas terras. Nos últimos 20 anos, os Huni Ku˜ıdo Brasil têm se organizado através de associações, organizações locais e cooperativas. Com a formação de
1970S AND EARLY 1980S, THE LEADERS HAVE GUARANTEED THEIR RIGHTS BEFORE THE FEDERAL GOVERNMENT, REGAINING POSSESSION OVER THEIR LANDS. IN THE PAST 20 YEARS, THE BRAZILIAN HUNI KUI˜ HAVE ORGANIZED THEMSELVES IN ASSOCIATIONS, LOCAL ORGANIZATIONS AND
professores bilíngües, agentes agroflorestais e
COOPERATIVES. THROUGH THE TRAINING OF
agentes de saúde indígenas, buscam alterna-
BILINGUAL TEACHERS, AGRO-FORESTALL
tivas para o desenvolvimento de suas comunidades e condições
WORKERS AND INDIGENOUS HEALTH AGENTS, THEY SEEK ALTERNATIVES FOR THE DEVELOPMENT OF
que garantam sua auto-repre-
THEIR COMMUNITIES AND TRY
sentatividade e autonomia.
TO ESTABLISH THE CONDITIONS THAT CAN GUARANTEE THEIR
* texto originalmente publicado nos Cadernos de Pesquisa: Nuku Kene Kena Xarabu, de Joaquim Paulo de Lima Kaxinawá, pela Organização dos Professores Indígenas do Acre – OPIAC, em 2006.
SELF-REPRESENTATION AND AUTONOMY. * TEXT ORIGINALLY PUBLISHED IN CADERNOS DE PESQUISA: NUKU KENE KENA XARABU, BY JOAQUIM PAULO DE LIMA KAXINAWÁ, ORGANIZAÇÃO DOS PROFESSORES INDIGENAS DO ACRE – OPIAC, 2006.
5 tempos para uma história Ana Carvalho ANTES, ERA O TEMPO DAS MALOCAS. NESTE PERÍODO DA HISTÓRIA DO POVO H U N I K U˜I NÃO HAVIAM AINDA SIDO TRAVADOS OS CONTATOS COM O HOMEM BRANCO. ERA O TEMPO, SEGUNDO OS PROFESSORES INDÍGENAS H U N I K U˜I , DAS GRANDES
5 times for a history Ana Carvalho
E PURUS PELOS POVOS NATIVOS, NA REGIÃO QUE HOJE CONSTITUI O ESTADO DO ACRE. PARA OS H U N I K U˜I , ESTE É SEU TEMPO IMEMORIAL, O TEMPO DO NASCIMENTO DE SEU
DA LÍNGUA HÃTXA K U˜I (“LÍNGUA VERDADEIRA”)
FROM 1910 ONWARD, WITH THE DECLINE
rias, tal como ficou conhecido, corresponde ao
IN RUBBER PRICES, STARTS THE TIME
OF MALOCAS (INDIAN LODGES). DURING
período das frentes de exploração da seringa e do
OF CAPTIVITY. THE RUBBER LORDS THAT
THIS PERIOD OF THE HUNI KUI˜ HISTORY,
caucho, nas duas últimas décadas do século XIX. A
THERE HAD NOT BEEN CONTACT WITH WHITE MAN YET. ACCORDING TO THE
abertura dos seringais e a passagem dos caucheiros peruanos pela região do Alto Juruá e Purus foram
USED TO RECRUIT LABOR FROM THE NORTHEAST OF THE COUNTRY ALSO STARTED TO MAKE USE OF NATIVE LABOR FORCE IN THE RUBBER TREE
marcadas por extrema violência contra a população
PLANTATIONS. DURING THIS TIME, THE
OCCUPATION OF JURUÁ AND PURUS
nativa. A “febre da borracha” resultou na dizimação
INDIAN RUBBER TAPPERS, OR “TAMED
RIVERS BY THE NATIVE PEOPLE, IN THE
de muitas sociedades e provocou a dispersão das
CABOCLOS*”, WORKED IN THE LORD
REGION WHERE TODAY IS THE STATE OF
comunidades remanescentes pelas bacias e afluen-
LANDS, OPENING TRAILS AND ROADS,
ACRE. FOR THE HUNI KUI˜ , THIS IS THEIR
tes destes dois rios.
THE TIME OF THE GREAT WALKS AND THE
IMMEMORIAL TIME, THE TIME OF THEIR PEOPLE’S BIRTH, OF THE EARLY DAYS’
LANGUAGE”) LANGUAGE AND
A partir de 1910, com a queda nos preços da bor-
PLANTING AND PREPARING THE SOIL, HUNTING AND FISHING TO SUPPLY THE BARRACÃO (WAREHOUSE).
racha, tem início o Tempo do Cativeiro. Os patrões seringalistas que anteriormente recrutavam mão-
THE TIME OF CAPTIVITY LASTED UNTIL MID-1970S AND IS MAINLY
de-obra nordestina passaram também a incorporar
CHARACTERIZED BY THE MANDATORY
a mão-de-obra nativa para o trabalho nos seringais.
WORK IN THE RUBBER LORDS’ LANDS.
AT THIS POINT, THE HUNI KUI˜ HISTORY
Neste tempo, os índios seringueiros ou “caboclos
AS THEY LACK PROPER SKILLS IN
OPPOSES THE WHITE MAN AND THE
amansados” trabalhavam nas terras dos patrões,
PORTUGUESE AND MATH, THE INDIANS
NATIONAL SOCIETY’S HISTORY. THE TIME
abrindo varadouros e estradas da seringa, fazendo
WERE EASILY FOOLED AND ROBBED
OF THE RUNAWAYS, AS IT BECAME
roçado, caçando e pescando para abastecer o barra-
OF MYTHOLOGICAL NARRATIVES. THEN, THERE CAME THE FIRST CONTACTS.
E DAS NARRATIVAS MITOLÓGICAS.
AFFLUENTS OF THOSE RIVERS.
IN THE BEGINNING, IT WAS THE TIME
STORIES, OF THE HÃTXA KUI˜ (“TRUE
POVO, DAS HISTÓRIAS DE ANTIGAMENTE,
THROUGHOUT THE BAYS AND
branco e da sociedade nacional. O Tempo das Corre-
HUNI KUI˜ INDIGENOUS TEACHERS, IT WAS
CAMINHADAS E DA OCUPAÇÃO DOS RIOS JURUÁ
Depois, os primeiros contatos. Aqui a história dos Huni Ku˜ı se confronta com a história do homem
KNOWN, CORRESPONDS TO THE PERIOD OF THE FRONTS FOR RUBBER TREE AND CAUCHO EXPLORATION THAT HAPPENED
cão (casa de comércio) do seringal. O tempo do cativeiro se estendeu até meados da
BY THE RUBBER LORDS, WHICH MADE THEM FALL IN CONSTANT DEBT. THIS WAY, THEY WERE KEPT SUBORDINATED TO THE LORDS, WHO NOT ONLY KEPT
década de 1970 e caracterizou-se pelo trabalho
THE ECONOMIC POWER, BUT ALSO
compulsório nas terras do patrão. Sem o domínio
IMPOSED STRICT RESTRICTIONS ON THE
OF THE RUBBER PLANTATIONS AND THE
da língua portuguesa e das quatro operações da
CAPTIVE PEOPLE REGARDING THEIR
PRESENCE OF PERUVIAN CAUCHEIROS
matemática, os índios eram enganados e roubados
TRADITIONAL RITUALS AND OTHER
(RUBBER TAPPERS) IN THE HIGH JURUÁ
pelos seringalistas, contraindo impagáveis dívidas.
CULTURAL PRACTICES.
AND PURUS REGION WERE
Dessa maneira, mantinham-se subordinados aos
STILL DURING THE CAPTIVITY, IN THE
CHARACTERIZED BY EXTREME VIOLENCE
patrões, que além de deterem o poder econômico,
EARLY 1970S, THE LIVESTOCK
DURING THE LAST TWO DECADES TH
OF THE 19 CENTURY. THE OPENING
AGAINST THE NATIVE POPULATION. THE “RUBBER FEVER” RESULTED IN THE EXTERMINATION OF SEVERAL SOCIETIES AND CAUSED THE DISPERSAL OF THE REMAINING COMMUNITIES
impunham severas restrições relativas às práticas culturais e rituais tradicionais dos povos cativos. Ainda durante o cativeiro, nos princípios dos anos de 1970, teve início a ocupação pecuária das
OCCUPATION STARTED IN STATE OF ACRE TERRITORY. THE “PAULISTAS”, CATTLE FARMERS COMING FROM THE SOUTH AND SOUTHEAST OF BRAZIL SPONSORED BY THE MILITARY GOVERNMENT,
terras do Acre. Os “paulistas”, pecuaristas vindos
OCCUPIED LARGE AREAS OF FOREST
o socioambientalismo, cujo militante mais conheci-
do sul e sudeste do país com o incentivo do gover-
AND BANKRUPTED RUBBER TAPPING
do foi Chico Mendes. É, portanto, no contexto dos
no militar, ocuparam extensas áreas da floresta e seringais falidos para a produção de gado. Com isso, ocorreu uma grande concentração da pro-
FIELDS TO PRODUCE LIVESTOCK. AS A RESULT, A GREAT CONCENTRATION OF LARGE PROPERTIES TOOK PLACE AND SERIOUS CONFLICTS OVER LAND
grandes conflitos de terra e movimentos sociais de resistência que aconteciam em todo o país, que se dá
CREATE THE BASIS FOR REBUILDING THEIR IDENTITY. THEY ACHIEVED THE RIGHT TO SPECIAL EDUCATION AND THE TRAINING OF INDIGENOUS TEACHERS, HEALTH AND AGRO-FORESTALL AGENTS,
o processo de regularização e demarcação das terras
NURTURING THE MOVEMENT FOR RE-VALUING AND REENCOUNTERING
priedade fundiária e o aparecimento de graves
POSSESSION EMERGED, INVOLVING
indígenas Huni Ku˜ı. Esse processo contou com o
conflitos pela posse da terra entre os novos pro-
THE NEW LANDLORDS, THE RUBBER
apoio de entidades e organizações indígenas, como a
THEIR OWN CULTURAL PRACTICES
prietários, seringueiros, populações indígenas e
TAPPERS, THE INDIGENOUS POPULATION
CPI-AC, o CIMI e setores da própria FUNAI.
AND TRADITIONS.
ribeirinhos.
AND OTHER LOCAL INHABITANTS.
A partir daí, tem início o período de reestrutura-
TODAY, THE HUNI KUI˜ OCCUPY NEW
Foi somente a partir dos finais de 1970 que as rei-
ONLY BY MID-1970S THE CLAIMS OF THE
ção das comunidades Huni Ku˜ı. Com a conquista da
SPACES IN THE RELATIONSHIP WITH
vindicações dos povos indígenas se materializaram
INDIGENOUS PEOPLE STARTED BE TAKEN
terra e o fortalecimento das lideranças, os Huni Ku˜ı
em suas primeiras conquistas. Conhecido como Tempo dos Direitos, esse período foi marcado pela
SERIOUSLY AND THEY ACHIEVED THEIR FIRST VICTORIES. KNOWN AS THE TIME OF THE RIGHTS, THIS PERIOD WAS
passaram a reivindicar direitos que assegurassem sua autonomia política e econômica (com a criação
THE NATIONAL SOCIETY, CREATING STRATEGIES TO HAVE THEIR DEMANDS AND ASPIRATIONS MET. THEY TAKE HOLD OF NEW TECHNOLOGIES, USING
luta dos índios e seringueiros pela demarcação de
CHARACTERIZED BY THE FIGHT
de associações locais e cooperativas) e que possibili-
terras que garantissem ao mesmo tempo sua
OF INDIANS AND RUBBER TAPPERS FOR
tassem a reconstrução de sua identidade. Conquis-
REGISTERING, REFLECTING UPON
sobrevivência e a preservação da floresta. Ali nascia
LAND DEMARCATION THAT WOULD
taram o direito a uma educação diferenciada e à
AND STRENGTHENING THEIR CULTURE.
ENSURE BOTH THEIR SURVIVAL AND
formação de professores, agentes de saúde e agen-
THEY RECORD THEIR CHANTS IN CDS,
THE PRESERVATION OF THE FOREST.
tes agroflorestais indígenas, incentivando o movi-
PRODUCE FILMS IN THEIR
IT WAS THE BIRTH OF SOCIOENVIRONMENTALISM, WHOSE MOST FAMOUS ACTIVIST WAS CHICO MENDES. THEREFORE, IT IS IN THE CONTEXT
mento de valorização e reencontro dos Huni Ku˜ı com suas práticas culturais e tradições. Hoje, os Huni Ku˜ı ocupam novos espaços na rela-
THEM AS INSTRUMENTS FOR
COMMUNITIES, AND PUBLISH BOOKS IN THEIR OWN LANGUAGE, OFFERING THEMSELVES AND THE OTHERS DIFFERENT WAYS OF THINKING, SEEING,
OF THE GREAT LAND CONFLICTS AND
ção com a sociedade nacional, criando estratégias
NARRATING, AND LIVING THE WORLD.
MOVEMENTS OF RESISTANCE THAT
para responder às suas demandas e desejos atuais.
THIS IS THE PRESENT TIME, WHERE IT IS
HAPPENED ALL OVER THE COUNTRY,
Apropriam-se das novas tecnologias, utilizando-as
POSSIBLE NOT ONLY TO REENCOUNTER
THAT THE PROCESS OF DEMARCATING AND REGULARIZING THE HUNI KUI˜ INDIGENOUS TERRITORY TAKES PLACE.
como instrumentos de registro, reflexão e fortalecimento de sua cultura. Gravam seus cantos em Cds,
THIS PROCESS WAS SUPPORTED BY
produzem filmes em suas comunidades, publicam
INDIGENOUS GROUPS AND
livros em sua língua, oferecendo para si mesmos e
ORGANIZATIONS, SUCH AS CPI-AC, CIMI
para os outros formas diversas de pensar, ver, narrar
AND SOME SECTORS OF FUNAI ITSELF.
e viver o mundo. É o Tempo Presente, onde é possível
FROM THAT MOMENT ON, THE
tanto o reencontro com os tempos antigos quanto a
REORGANIZATION OF THE HUNI KUI˜
escolha de caminhos de um tempo por vir.
COMMUNITIES START TO TAKE PLACE. WITH THE LEGAL RIGHT OVER THEIR LAND GUARANTEED AND WITH THE STRENGTHENING OF LEADERSHIPS,
ANCIENT TIMES, BUT ALSO TO CHOOSE THE PATHS OF A TIME TO COME.
Reference: AQUINO, Terri Valle de & IGLESIAS, Marcelo Piedrafita. (1999). Kaxinawá do Rio Jordão: História, Território, Economia e Desenvolvimento Sustentado. Rio Branco, Acre.
Referências Bibliográficas: AQUINO, Terri Valle de & IGLESIAS, Marcelo Piedrafita.
KAXINAWÁ, Joaquim Paulo Maná. Et al. (2002) – [Acre]: Comissão
THE HUNI KUI˜ START TO CLAIM RIGHTS
Kaxinawá do Rio Jordão: História,Território, Economia
Pró-Índio do Acre. Índios no Acre –
TO ENSURE THEIR POLITICAL AND
e Desenvolvimento Sustentado. Rio Branco, Acre, 1999.
História e Organização. 2nd edition.
ECONOMICAL AUTONOMY (THROUGH
KAXINAWÁ, Joaquim Paulo Maná... [et al.] – [Acre]: Comis-
* T.N.: Caboclo, in Brazilian
THE CREATION OF LOCAL ASSOCIATIONS
são Pró-Índio do Acre. Índios no Acre – História e Orga-
Portuguese, designates
AND COOPERATIVES), WHICH WOULD
nização. 2ª ed., 2002.
a descendant of White and Indian.
Personagens e Realizadores
Zezinho Yube Alfabetizado pelo pai, Joaquim Maná, Zezinho formou-se mais
CHARACTERS AN D FI LMMAKERS
tarde agente agroflorestal indígena pela Comissão Pró-Índio do Acre. A vontade de ser cineasta veio quando era ainda pequeno, e
Joaquim Maná Huni ku˜ı
viu Siã, liderança Huni Ku˜ı, com uma câmera na mão e gente em volta filmando a aldeia.
Seu pai, Reginaldo Kaxinawá, quis que o filho estudasse com os
lugares e pessoas. Inspirado pelo pai, traduz suas pesquisas em imagem, devolvendo a
brancos para se tornar patrão, padre ou doutor. Mas Maná traçou
seu povo um olhar íntimo e delicado sobre sua realidade e história.
Zezinho é apaixonado pelo vídeo, pela possibilidade de descobrir e registrar histórias,
seu próprio caminho e tornou-se professor indígena. Iniciou sua
EDUCATED AT HOME BY HIS FATHER JOAQUIM MANÁ, ZEZINHO LATER BECAME AN AGRO-FORESTALL
formação como professor em 1983 pela Comissão Pró-Índio do
INDIGENOUS AGENT AT THE ACRE STATE PRO-INDIAN COMMISSION. HIS INTEREST IN BECOMING
Acre e atua, desde então, na pesquisa e ensino da cultura, histó-
A FILMMAKER STARTED WHEN HE WAS JUST A YOUNG BOY AND SAW SIÃ, A HUNI KUI˜ LEADER, WITH A CAMERA ON HIS HAND FILMING THE VILLAGE. ZEZINHO LOVES VIDEO AND THE POSSIBILITY OF DISCOVERING AND
ria e tradição de seu povo. Trabalha na elaboração de livros em Hãtxa Ku˜ı (“língua ver-
REGISTERING STORIES, PLACES AND PEOPLE. INSPIRED BY HIS FATHER, HE TRANSLATES HIS RESEARCH INTO
dadeira”) e em Português. Em 2005, formou-se em Ciências Sociais pela Universidade
IMAGES, GIVING BACK TO HIS PEOPLE AN INTIMATE VIEW OVER THEIR REALITY AND HISTORY.
do Mato Grosso. É coordenador da Organização dos Professores Indígenas do Acre OPIAC e importante liderança na aldeia Mucuripe, Terra Indígena Praia do Carapanã, no
Fernando Siã
rio Tarauacá, Acre. HIS FATHER, REGINALDO KAXINAWÁ, WANTED HIS SON TO STUDY WITH WHITE MAN TO BECOME A BOSS, A PRIEST OR A DOCTOR. BUT MANÁ TOOK HIS OWN PATH AND BECAME AN INDIGENOUS TEACHER. HE
Formado pela Secretaria de Educação do Estado do Acre, Fernando é professor bilíngüe na aldeia Três Fazendas, terra indígena do Rio
STARTED HIS STUDIES TO BECOME A TEACHER IN 1983 THROUGH THE ACRE STATE PRO-INDIAN COMMISSION.
Jordão. Iniciou-se no vídeo em 2005, quando participou de uma ofi-
SINCE THEN, HE HAS BEEN RESEARCHING AND TEACHING ABOUT HIS PEOPLE’S CULTURE, HISTORY AND
cina de formação do Vídeo nas Aldeias. É filho de Sálvio Barbosa,
TRADITION, AND NOW WRITES BOOKS IN BOTH HÃTXA KUI˜ (“TRUE LANGUAGE”) AND PORTUGUESE.
agente de saúde indígena e secretário do transporte da prefeitura
IN 2005, HE GRADUATED IN SOCIAL SCIENCES AT THE MATO GROSSO STATE UNIVERSITY. HE ALSO
da Vila Jordão. Está filmando o cotidiano de seu pai, sobre quem pretende fazer um vídeo.
COORDINATES THE ORGANIZATION OF INDIGENOUS TEACHERS OF THE STATE OF ACRE (OPIAC) AND IS AN IMPORTANT LEADER IN THE MUCURIPE VILLAGE, LOCATED IN THE INDIGENOUS TERRITORY PRAIA DO CARAPANÃ, BY THE TARAUACÁ RIVER, ACRE.
TRAINED BY THE STATE OF ACRE DEPARTMENT OF EDUCATION, FERNANDO IS A BILINGUAL TEACHER AT THE TRÊS FAZENDAS VILLAGE, LOCATED IN THE JORDÃO RIVER INDIGENOUS RESERVE. HE STARTED WORKING WITH VIDEO IN 2005, WHEN HE PARTICIPATED IN ONE OF THE VÍDEO NAS ALDEIAS’ WORKSHOPS. HE IS SON OF SÁLVIO BARBOSA, INDIGENOUS HEALTH AGENT AND SECRETARY OF TRANSPORT OF THE VILA JORDÃO MUNICIPALITY. HE IS CURRENTLY FILMING THE DAILY LIFE OF HIS FATHER, ABOUT WHOM HE INTENDS TO MAKE A VIDEO.
Vanessa Ayani Estudante na Vila Jordão, é a mais nova aluna do Vídeo nas Aldeias e a única mulher Huni Ku˜ı cinegrafista. Seu projeto é realizar um vídeo sobre o trabalho das mulheres Huni Ku˜ı. É filha de Tene, professor bilíngüe e ex-vereador do Jordão.Tene é também pesquisador e funcionário da Secretaria Estadual de Educação do Acre. A STUDENT IN VILA JORDÃO, SHE IS THE NEWEST VIDEO NAS ALDEIAS’ STUDENT AND THE ONLY HUNI KUI˜ WOMAN FILMMAKER. HER PROJECT IS TO MAKE A VIDEO ABOUT HUNI KUI˜ WOMEN’S WORK. SHE IS DAUGHTER OF TENE, BILINGUAL TEACHER AND FORMER CITY COUNCILMAN OF JORDÃO. TENE IS ALSO A RESEARCHER AND AN EMPLOYEE AT THE STATE OF ACRE DEPARTMENT OF EDUCATION.
Nilo Bixku
Augustinho Muru
Pajé da aldeia Boa Esperança, Terra Indígena do Rio Jordão, Bixku
Foi índio seringueiro nos Tempos do Cativeiro. De 1976 a 1995,“cor-
é cantador e contador de histórias. Generoso e brincalhão, to-
reu mundo” com o antropólogo Txai Terri Valle de Aquino traba-
mou para si a função de “professor de tudo”. Mestre em cantos
lhando no reconhecimento e delimitação de terras indígenas do
de “batizado” e Katxanawá, ritual da fertilidade, tem o prazer de
Acre. Em 2002, foi nomeado pajé de sua aldeia, São Joaquim, Terra
ensinar seus conhecimentos a todos que por eles se interessam.
Indígena do Baixo Rio Jordão. Conhecedor de cantos, ritos e histó-
Foi nomeado secretário de cultura pela prefeitura do Jordão e a-
rias, Augustinho é uma referência importante para os Huni ku˜ıno
tua na realização de festas e rituais tradicionais.
movimento de reencontro com suas tradições.
THE SHAMAN (PAGÉ) FROM THE BOA ESPERANÇ A VILLAGE, IN THE JORDÃO RIVER INDIGENOUS TERRITORY,
DURING THE TIMES OF CAPTIVITY HE WAS AN INDIAN RUBBER TAPPER. FROM 1976 TO 1995, HE “TRAVELLED
BIXKU IS A SINGER AND A STORY TELLER. GENEROUS AND PLAYFUL, HE TOOK OVER THE ROLE OF “TEACHER OF
AROUND THE WORLD” WITH THE ANTHROPOLOGIST TXAI TERRI VALLE DE AQUINO IDENTIFYING AND
EVERYTHING”. MASTER IN “BAPTISM” CHANTS AND KATXANAWÁ, THE FERTILITY RITUAL, HE TAKES PLEASURE IN
DEMARCATING INDIGENOUS TERRITORIES IN THE STATE OF ACRE. IN 2002, HE WAS NAMED THE SHAMAN
SHARING HIS KNOWLEDGE WITH ANYONE WHO SHOWS INTEREST IN IT. HE HAS BEEN APPOINTED JORDÃO’S
(PAGÉ) OF HIS VILLAGE, SÃO JOAQUIM, LOCATED IN LOW JORDÃO RIVER INDIGENOUS TERRITORY. AN EXPERT
CULTURE SECRETARY AND CURRENTLY WORKS ORGANIZING CELEBRATIONS AND TRADITIONAL RITUALS.
IN CHANTS, RITUALS AND STORIES, AUGUSTINHO IS AN IMPORTANT REFERENCE TO THE HUNI KUI˜ PEOPLE IN THE PROCESS OF REENCOUNTERING WITH THEIR TRADITION.
Josias Maná
Tadeu Siã
Agente agroflorestal indígena formado pela Comissão Pró-Índio do Acre, participou de sua primeira oficina de vídeo em 2005. Grande admirador do pai, Nilo Bixku, tem este como referência e personagem central de seus filmes. Foi com ele que Josias aprendeu os cantos tradicionais Huni Ku˜ı e hoje se dedica ao aprofundamento da técnica, pesquisa e registro destes cantos. AN INDIGENOUS AGRO-FORESTALL AGENT TRAINED BY THE ACRE STATE PRO-INDIAN COMMISSION, IN 2005 HE PARTICIPATED IN A VIDEO WORKSHOP FOR THE FIRST TIME. HE IS A GREAT ADMIRER OF HIS FATHER NILO BIXKU, WHO IS A CENTRAL REFERENCE AND CHARACTER IN HIS MOVIES. IT WAS FROM HIM THAT JOSIAS LEARNED THE HUNI KUI˜ TRADITIONAL CHANTS. HE CURRENTLY IS DEDICATED TO THE IMPROVEMENT OF TECHNIQUE, RESEARCH AND REGISTRATION OF THOSE CHANTS.
É professor bilíngüe formado pela Comissão Pró-Índio do Acre. Assim como seu pai, Augustinho Muru, Tadeu está investido no trabalho de valorização e revitalização culturais Huni Ku˜ı . Seu projeto de educação indígena vai para além do ensino da oralidade e da escrita Hãtxa Ku˜ı. Ao convidar os mais velhos a participar das atividades da escola, propicia aos alunos o contato direto com o conhecimento e prática de ritos, técnicas e tradições Huni Ku˜ı. HE IS A BILINGUAL TEACHER TRAINED BY THE ACRE STATE PRO-INDIAN COMMISSION. LIKE HIS FATHER AUGUSTINHO MURU, TADEU IS DEVOTED TO THE WORK OF VALUING AND REVITALIZING OF THE HUNI KUI˜ CULTURE. HIS INDIGENOUS EDUCATION PROJECT GOES BEYOND TEACHING HOW TO SPEAK AND WRITE IN HÃTXA KUI˜ . BY INVITING THE OLDER ONES TO PARTICIPATE IN THE SCHOOL’S ACTIVITIES, HE OFFERS THE STUDENTS DIRECT CONTACT WITH THE KNOWLEDGE AND PRACTICE OF HUNI KUI˜ RITUALS, TECHNIQUES AND PRACTICES.
R E A L I Z A Ç Ã O | R E A L I Z AT I O N
AUTORAÇÃO | AUTHORING
Vídeo nas Aldeias Ponto de Cultura Vídeo nas Aldeias Programa Cultura Viva MINC
Ernesto I. de Carvalho Tiago Pelado Amandine Goisbault
FOTOS | PHOTOS ANIMAÇÃO DE ABERTURA | A N I M ATI O N
COORDENAÇÃO VÍDEO N A S A L D E I A S | VÍDEO NAS A L D E I A S CO O R D I N AT I O N
Mari Corrêa Vincent Carelli
Eduardo Di Deus Nietta Lindemberg CDPI/ CPI-AC
Ernesto I. de Carvalho Tiago Pelado Amandine Goisbault
Vincent Carelli Ernesto I. de Carvalho Arquivo Histórico do Itamaraty D E S E N H O S | DRAWINGS
T R A D U Ç Ã O | TR A N S L ATI O N COORDENAÇÃO DE PRODUÇÃO DO DVD | D V D P R O D U C T I O N C O O R D I N AT I O N
Ana Carvalho C O L E T I V O H U N I K U ˜I DE CINEMA | H U N I K U ˜I F I L M C O L L E C T I V E
Zezinho Yube Tadeu Siã Josias Maná Vanessa Ayani Fernando Siã
Dominique Dreyfus Cristian Huaiquinir Bruna Di Gioia Rogério Medeiros Nínive Machado Daniela Marchese Gabriel Bogossian Gilson Huni Ku˜ı Socorro Huni Ku˜ı Zezinho Yube Amandine Goisbault COLABORAÇÃO | CO L L A B O R ATI O N
T E X T O S | TEXTS
Joaquim Maná Huni Ku˜ı Ana Carvalho REVISÃO | REVIEW
Mari Corrêa Ernesto I. de Carvalho
Marcelo Piedrafita Siã Kaxinawá Bia Saldanha Vera Olinda Sena Comitê Chico Mendes Renato Gavazzi Malu Ôchoa Terri Valle de Aquino
Francisco Dasu Kaxinawá PESQUISA DE IMAGEM | IMAGE RESEARCH
Eloá Chouzal Mônica Médici (assistente) PROJETO GRÁFICO | GRAPHIC DESIGN
Traço Design PRODUÇÃO | PRODUCTION
Olivia Sabino Mariana Lilian Pedro Pinheiro PA R C E R I A | PARTN ERS
Organização dos Professores Indígenas do Acre – OPIAC Comissão Pró-Índio do Acre, CPI-AC
REALIZAÇÃO | REALIZATION
videonasaldeias@videonasaldeias.org.br | www.videonasaldeias.org.br APOIO | SUPPORT
PATROCÍNIO | FUNDING
Ministério da Cultura