Encarte Guarani

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CINEASTAS INDÍGENAS INDIGENOUS FILMMAKERS

Mbya-Guarani M O K O ˜I T E K O Á , P E T E ˜I J A G U A T Á

Duas aldeias, uma caminhada T W O V I L L A G E S , O N E PAT H

Bicicletas de Nhanderú B I CYC L E S O F N H A N D E R U

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Apresentação

| INTRODUCTION

Tempos antigos, narrativas contemporâneas, ges-

ANCIENT TIMES, CONTEMPORARY

tos cotidianos. Entrelaçando passado e presente,

NARRATIVES, DAILY GESTURES. WEAVING PAST

palavra e imagem, corpo e memória, os filmes apresentados na coleção Cineastas Indígenas revelam outras possibilidades de perceber a diversidade das realidades indígenas no Brasil. Cineastas dos coletivos de cinema Kuikuro, Huni Kuı˜, Panará, Xavante, Ashaninka, Kı˜sêdjê e Mbya-Guarani nos oferecem olhares íntimos sobre seus povos, seus modos de pensar e viver o mundo. A série é fruto de uma longa relação entre o Vídeo nas Aldeias e as populações indígenas envolvidas com o projeto. Fundada no compartilhamento de saberes e tecnologias, na discussão de projetos e sonhos, essa parceria resultou na criação de filmes que se destacam tanto por sua beleza estética quanto pela singularidade de seus temas.

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AND PRESENT, WORD AND IMAGE, BODY AND MEMORY, THE MOVIES INCLUDED IN THE INDIGENOUS FILMMAKERS COLLECTION REVEAL NEW PERSPECTIVES TO PERCEIVE THE DIVERSITY OF THE BRAZILIAN INDIGENOUS REALITY. FILMMAKERS FROM THE INDIGENOUS COLLECTIVES KUIKURO, HUNIKUI˜, PANARÁ, ASHANINKA, XAVANTE, KI˜SÊDJÊ AND MBYAGUARANI OFFER US INTIMATE GLIMPSES INTO THEIR PEOPLE’S WAYS OF THINKING AND LIVING THE WORLD. THE COLLECTION IS THE RESULT OF A LONGLASTING RELATIONSHIP BETWEEN VÍDEO NAS ALDEIAS AND THE INDIGENOUS POPULATIONS INVOLVED WITH THE PROJECT. BASED ON THE PRINCIPLES OF SHARING KNOWLEDGE AND TECHNOLOGY, DISCUSSING PROJECTS AND DREAMS, THIS PARTNERSHIP RESULTED IN THE CREATION OF MOVIES THAT STAND OUT FOR BOTH THEIR AESTHETIC BEAUTY AND THE UNIQUENESS OF THEIR THEMES.

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Vídeo nas Aldeias tem como objetivo primeiro criar condições para que os realizadores produzam seus filmes de maneira autônoma. Por meio da formação de cineastas indígenas no uso criativo da linguagem e técnicas audiovisuais, o projeto possibilita a apropriação pelos índios de suas imagens e falas. Dessa maneira, passam de objetos de observação a sujeitos de seus próprios discursos. Cineastas Indígenas é também resultado da

parceria entre diferentes atores, entidades, organizações indígenas e órgãos públicos. Agradecemos a todos aqueles que tornaram possível a concretização deste projeto. Esperamos, com esta coleção, contribuir para a formação de uma audiência crítica em relação aos povos nativos do Brasil, possibilitando novos espa-

VÍDEO NAS ALDEIAS’ FIRST GOAL IS TO ESTABLISH THE CONDITIONS FOR THE FILMMAKERS TO CREATE THEIR MOVIES

ços de diálogo entre eles e a sociedade nacional.

AUTONOMOUSLY. THROUGH THE TRAINING

Equipe do Vídeo nas Aldeias

ENCOURAGING A CREATIVE USE OF THE

NOVEMBRO 2011

www.videonasaldeias.org.br olinda@videonasaldeias.org.br

OF INDIGENOUS FILMMAKERS, AND BY AUDIOVISUAL LANGUAGE AND TECHNIQUES, THE PROJECT ALLOWS THE APPROPRIATION BY THE INDIGENOUS OF THEIR OWN IMAGES AND DISCOURSES. THEREFORE, THEY STOP BEING MERE OBJECTS OF OBSERVATION TO BECOME THE SUBJECT OF THEIR OWN DISCOURSES. INDIGENOUS FILMMAKERS IS ALSO THE RESULT OF A PARTNERSHIP BETWEEN DIFFERENT ACTORS, GROUPS, INDIGENOUS ORGANIZATIONS AND PUBLIC INSTITUTIONS. WE THANK ALL OF THOSE WHO MADE IT POSSIBLE FOR THIS PROJECT TO COME TO LIFE. WITH THIS COLLECTION, WE HOPE TO CONTRIBUTE FOR THE DEVELOPMENT OF A CRITICAL AUDIENCE IN REGARD TO BRAZILIAN NATIVE PEOPLE, BY OPENING NEW CHANNELS OF DIALOGUE BETWEEN THEM AND THE NATIONAL SOCIETY.

Vídeo nas Aldeias Team NOVEMBER 2011

www.videonasaldeias.org.br olinda@videonasaldeias.org.br

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Os filmes

| TH E FI LMS

MOKOI˜ TEKOÁ, PETEI˜ JEGUATÁ

Duas aldeias, uma caminhada T WO VI L L AG E S, ON E PATH

63 min., 2008 Sem matas para caçar e sem terras para plantar, os Mbya-Guarani dependem da venda do seu artesanato para sobreviver. Três jovens Guarani acompanham o diaa-dia de duas comunidades unidas pela

Bicicletas de Nhanderú

mesma história, do primeiro contato com

B ICYC LES O F N H AN DER U

os europeus até o intenso convívio com os

45 min., 2011

brancos de hoje. WITH NO FOREST LEFT TO HUNT AND NO LAND TO CULTIVATE, THE MBYA-GUARANI DEPEND ON THE SALE OF THEIR HANDCRAFT TO SURVIVE. THREE YOUNG

Uma imersão na espiritualidade presente no cotidiano dos Mbya-Guarani da aldeia Koenju, em São Miguel das Missões

GUARANI FILMMAKERS FOLLOW THE DAILY LIFE OF TWO

no Rio Grande do Sul.

COMMUNITIES UNITED BY THE SAME HISTORY, SINCE

AN IMMERSION IN SPIRITUALITY AND EVERYDAY LIFE

THE FIRST CONTACT WITH THE EUROPEANS UNTIL THE

OF THE MBYA-GUARANI FROM THE KOENJU VILLAGE,

INTENSE COEXISTENCE WITH TODAY’S WHITE PEOPLE.

IN SOUTHERN BRAZIL.

Prêmios |

Prêmios |

AWAR D S

Melhor filme / Best documentary

AWAR DS

Prêmio Cora Coralina – XIII FICA,

– Forumdoc.bh.2008, Minas Gerais,

Festival Internacional de Cinema

Brasil.

Ambiental, Goiás, Brasil, 2011.

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Filme histórico

H I STOR I CA L F EATU R E Desterro Guarani GUA R AN I EXI L E

38 min., 2011, premiere Ariel Ortega faz uma reflexão sobre o processo histórico do contato dos Mbya-Guarani com os colonizadores, e tenta entender como seu povo foi destituído de suas terras. AS ARIEL ORTEGA THINKS ABOUT THE HISTORY OF CONTACT OF THE MBYAGUARANI, HE TRIES TO UNDERSTAND HOW HIS PEOPLE GOT EXPELLED FROM THEIR LAND.

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Duas aldeias, uma caminhada Entrevista com Ariel Ortega, cineasta Mbya-Guarani

e cacique da aldeia Koenjú, em São Miguel das Missões/RS

Eu sempre me interessei pelo vídeo, mas nunca tinha tido a oportunidade mesmo de fazer um filme. No início eu não queria participar da oficina, mas fui mesmo assim, sem ter a menor ideia do seria. Estávamos na Lomba do Pinheiro. Era a primeira vez que eu ia até essa aldeia. Chegamos lá sem saber o que fazer. Foi difícil. Numa aldeia guarani as pessoas são muito reservadas. Durante uma semana foi tudo bastante difícil, não conseguíamos filmar, não sabíamos o que fazer, o que tínhamos que mostrar. Conversava com as pessoas, mas eles não entendiam muito. Estávamos numa aldeia que tinha 10 hectares, onde as pessoas vivem quase na periferia de Porto Alegre, é uma situação muito difícil. Então comecei a sentir o trabalho que tínhamos que fazer. As coisas já estavam acontecendo, mas eu ainda não havia me dado conta. Havia as pessoas no seu dia-a-dia, a mãe do Cirilo, que é uma mulher importante na aldeia, uma mulher de idade. Fomos visitá-la e ela começou a falar em frente à câmera de como se sentia diante daquele lugar pequeno, que era triste ter que comprar tudo, que ali não se planta mais, de querer ir para outro lugar, mas que não pode. Foi aí que surgiu a ideia do filme, de fazermos alguma coisa sobre a situação daquele lugar. Ficamos acompanhando o dia-a-dia das pessoas. Então as coisas começaram a clarear... Eu queria fazer algo diferente do que já havia sido feito. Nasci na Argentina, na aldeia do meu avô, muitas pessoas vinham,

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TWO V I L L AG E S, ON E PATH An interview with Ariel Ortega, leader of the Mbya-Guarani village of Koenju in Rio Grande do Sul I HAD ALWAYS BEEN INTERESTED IN VIDEO, BUT I’D NEVER REALLY HAD THE CHANCE TO MAKE A FILM. AT FIRST I DIDN’T WANT TO DO THE WORKSHOP, BUT I WENT ANYWAY, WITHOUT THE SLIGHTEST IDEA WHAT IT WOULD BE LIKE. WE WERE IN LOMBA DO PINHEIRO. IT WAS THE FIRST TIME I HAD BEEN TO THAT VILLAGE. WE ARRIVED THERE WITH NO IDEA WHAT TO DO. IT WAS DIFFICULT. PEOPLE IN A GUARANI VILLAGE ARE VERY RESERVED. FOR THE FIRST WEEK IT WAS ALL VERY DIFFICULT, WE WERE UNABLE TO FILM, WE DIDN’T KNOW WHAT TO DO, WHAT WE HAD TO SHOW. I TALKED TO PEOPLE BUT THEY DIDN’T UNDERSTAND MUCH. WE WERE IN A VILLAGE 10 HECTARES IN SIZE ALMOST ON THE OUTSKIRTS OF PORTO ALEGRE, THE SITUATION IS VERY DIFFICULT FOR THE PEOPLE LIVING THERE. SO I BEGAN TO GET A FEEL OF THE WORK WE HAD TO DO. THINGS WERE ALREADY STARTING TO HAPPEN, THOUGH I HADN’T YET REALIZED. THERE WERE PEOPLE GOING ABOUT THEIR EVERYDAY ACTIVITIES, CIRILO’S MOTHER, WHO IS AN IMPORTANT WOMAN IN THE VILLAGE, A SENIOR WOMAN. WE WENT TO VISIT HER AND SHE BEGAN TO TALK TO THE CAMERA ABOUT HER FEELINGS IN THAT SMALL PLACE, HOW SAD IT WAS TO HAVE TO BUY EVERYTHING, HOW NOBODY PLANTED THERE ANYMORE, HOW SHE WANTED TO LIVE ELSEWHERE, BUT CANNOT. THAT WAS WHEN THE IDEA OF THE FILM EMERGED, MAKING

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SOMETHING ABOUT THE LOCAL SITUATION. AS WE STARTED TO ACCOMPANY PEOPLE’S DAY-TO-DAY LIVES, THINGS BECAME CLEARER… I WANTED TO DO SOMETHING DIFFERENT TO WHAT HAD BEEN DONE BEFORE. I WAS BORN IN ARGENTINA, IN MY GRANDFATHER’S VILLAGE, MANY PEOPLE CAME AND FILMED, ANTHROPOLOGISTS CAME, BUT THEY ALWAYS

filmavam, vinham antropólogos, mas sempre faziam de uma forma que não era correta. Parece que obrigavam os Guarani a falar. Então, nessa oficina eu percebi que podia fazer diferente, que éramos nós mesmos que estávamos fazendo. Durante a oficina na Lomba, fizemos uma reunião com a comunidade. Falamos de como era importante fazer o documentário, que poderíamos ter voz, que a comunidade ficasse à vontade, que poderiam falar o que quisessem falar, mostrar o que quisessem mostrar. Mas então todos percebemos, que ali havia mesmo o problema da terra. A partir daí começaram a surgir outras questões, de sobrevivência, a venda do artesanato. Então começaram a falar, todo mundo começou a falar. Depois da reunião, quando entenderam o que fazíamos ali, e depois que começamos a mostrar para a comunidade, à noite, o que tínhamos filmado durante o dia, todos assistiam e ficavam felizes. Foi aí que o filme começou mesmo. As pessoas se viam, entendiam o que estava acontecendo, e começaram a ficar mais à vontade. Viam sua própria imagem e já pensavam no que falar, no que fazer. Mas além da desconfiança, existe algo que é próprio dos Guarani, da nossa cultura. Quando uma pessoa chega numa aldeia, mesmo sem a câmera, funciona da mesma forma... A conversa, tudo tem o momento certo, o tempo certo, então não adianta forçar a barra e falar coisas

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WORKED IN THE WRONG WAY. IT WAS AS THOUGH THEY FORCED THE GUARANI TO SPEAK. SO IN THIS WORKSHOP I REALIZED THAT IT COULD BE DONE DIFFERENTLY, IT WAS OURSELVES DOING THE FILM. DURING THE WORKSHOP IN LOMBA WE HELD A MEETING WITH THE COMMUNITY. WE TALKED ABOUT HOW IMPORTANT IT WAS TO MAKE THE DOCUMENTARY, HOW WE COULD HAVE A VOICE, HOW THE COMMUNITY COULD RELAX AND SAY WHATEVER THEY WISHED, SHOW WHATEVER THEY WANTED TO SHOW. BUT THEN EVERYONE PERCEIVED, THAT THE BIG PROBLEM THERE WAS THE LAND. FROM THAT POINT ON OTHER QUESTIONS BEGAN TO EMERGE, QUESTIONS OF SURVIVAL, SELLING CRAFTWORK. EVERYONE THEN BEGAN TO SPEAK. AFTER THE MEETING THEY UNDERSTOOD WHAT WE WOULD BE DOING THERE. IN THE EVENINGS WE BEGAN TO SHOW THE COMMUNITY WHAT WE HAD FILMED DURING THE DAY, EVERYONE WATCHED AND WAS PLEASED. THAT WAS WHEN THE FILM REALLY TOOK OFF. PEOPLE COULD SEE THEMSELVES, UNDERSTAND WHAT WAS HAPPENING AND RELAX A BIT. THEY SAW THEIR OWN IMAGE AND BEGAN TO THINK OF WHAT TO SAY AND WHAT TO DO. BUT ASIDE FROM THE MISTRUST, SOMETHING EXISTS WHICH IS SPECIFIC TO THE GUARANI AND OUR CULTURE. WHENEVER SOMEONE ARRIVES IN A VILLAGE, EVEN WITHOUT A CAMERA, THE SAME THING HAPPENS… CONVERSATION, EVERYTHING HAS ITS RIGHT MOMENT, THE RIGHT TIME, SO IT’S NO USE RUSHING AND SAYING MEANINGLESS THINGS. YOU REALLY

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que não têm sentido. Tem que realmente ter seu momento ali, inspirado. Para nós existe essa coisa do tempo, o tempo certo, o momento da palavra. Só assim a conversa realmente serve. De tardezinha, por exemplo, ou então bem cedo. Esses são os momentos de se conversar, aí as palavras são boas. Por isso existem todas as “belas palavras”. Por isso também é difícil, porque sentimos quando alguma situação é forçada. Então se aquele não é o momento certo então não é o momento de se filmar. Fui descobrindo isso durante as filmagens. Eu acho que as pessoas no Koenju começaram a perceber a importância do vídeo quando assistiram às sequencias ali das ruínas de São Miguel das Missões e de lá da Lomba do Pinheiro, na periferia de Porto Alegre. Quando passa o começo, o pessoal roubando madeira, essas coisas marcaram. São coisas que os Guarani não gostam muito de falar, uma coisa triste, mas eu sinto ... Eu sou Guarani, e eu sei quando as pessoas sentem e não querem falar. Algumas vezes eu acho que eu sou um pouco... não digo pessimista, mas realista mesmo. As pessoas sabem que é triste e preferem ficar quieto do que ficar falando ou lembrando, porque eles vão se sentir mal. Mas isso na Lomba eles ficaram um pouquinho quando as pessoas vendo a imagem da Lomba, que tem só 10 Hectares, e aqui tem mais 200 e poucos hectares, e quando assistiram, e vieram de lá pra cá. Quando assistiram isso eu senti um pouco isso. Viram mesmo a importância... As pessoas, quando viram ali no centro de Porto Alegre, uma situação bem diferente daqui, se chocaram muito. E ficaram muito triste. Tínhamos 150 horas de material bruto na oficina de edição. Era um processo novo em que

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HAVE TO FIND YOUR MOMENT, BE INSPIRED. FOR US THERE EXISTS THIS QUESTION OF TIME, THE RIGHT TIME, THE MOMENT OF THE WORD. THAT’S THE ONLY WAY CONVERSATION IS REALLY ANY USE. LATE AFTERNOON, FOR EXAMPLE, OR VERY EARLY MORNING. THESE ARE THE MOMENTS FOR TALKING, THEN THE WORDS ARE GOOD. THAT’S WHY ALL THE ‘BEAUTIFUL WORDS’ EXIST. THAT’S ALSO WHY IT’S DIFFICULT, BECAUSE WE FEEL IT WHEN A SITUATION IS FORCED. SO IF IT ISN’T THE RIGHT MOMENT, THEN IT ISN’T THE MOMENT TO BE FILMED. I DISCOVERED THIS GRADUALLY DURING THE FILMING. I THINK THAT PEOPLE IN KOENJU BEGAN TO REALIZE THE IMPORTANCE OF VIDEO WHEN THEY WATCHED THE SEQUENCES FILMED IN THE RUINS OF SÃO MIGUEL DAS MISSÕES AND THOSE FROM LOMBA DOS PINHEIROS, ON THE OUTSKIRTS OF PORTO ALEGRE. WHEN THE AUDIENCE SEES THE OPENING, PEOPLE ROBBING WOOD, THE EFFECT IS DRAMATIC. THESE ARE ASPECTS THAT THE GUARANI DON’T LIKE TO TALK ABOUT, SOMETHING SAD, BUT I FEEL... I’M GUARANI, AND I KNOW WHEN PEOPLE ARE FEELING SAD AND DON’T WANT TO SPEAK. SOMETIMES I THINK THAT I’M A LITTLE... I WOULDN’T SAY PESSIMISTIC, JUST REALISTIC. PEOPLE KNOW IT’S SAD YET PREFER TO KEEP QUIET RATHER THAN TALK OR REMEMBER, BECAUSE THEY’LL FEEL BAD. BUT PEOPLE WERE TAKEN ABACK WHEN THEY SAW THE IMAGE OF LOMBA, WHICH HAS JUST 10 HECTARES. HERE THERE ARE MORE THAN 200 HECTARES, SO WHEN THEY WATCHED AND THE FILM SHIFTS FROM THERE TO HERE, WHEN THEY WATCHED THAT, I FELT THAT THEY REALLY SAW THE IMPORTANCE OF THIS. I REALLY NOTICED THAT. EVEN TODAY, MANY PEOPLE STILL WATCH AND UNDERSTAND MORE EACH TIME, BECAUSE THE FIRST TIME THEY WATCH THEY SEE THE FUNNIER THINGS. WHEN THEY SEE THE BIT IN THE CENTRE

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estávamos entrando. Foi quando começamos a entender o sentido de tudo aquilo que a gente tinha filmado. Mais uma vez eu via aquelas filmagens e ouvia as palavras dos velhos. De novo era um aprendizado para mim. Eu estava chegando muito próximo do que sempre gostei, da espiritualidade, de aprender coisas, como guarani e como cineasta. Por um lado, eu estava aprendendo a montagem, a tradução, o roteiro. Mas o mais importante de tudo isso era a tradução. Foi quando aprendemos muitas coisas que os velhos falam e que os jovens já não sabem mais. É porque os velhos falam uma outra língua diferente, são palavras mais poéticas. Isso eu gosto muito. E na tradução os velhos também participam. Eles vão dizendo, essa palavra é isso, essa outra significa aquilo. As belas palavras a gente vai aprendendo durante a tradução. Quando filmo nem percebo se alguém falou alguma coisa que eu entendia ou não entendia. Algumas vezes não entendemos, mas filmamos. Daí a importância da tradução. Estava vendo o outro lado do processo, e vendo já de outra forma a comunidade, a realidade mesma. Nunca me envolvi tão fortemente, tão emocionalmente com nada. Nada foi tão forte como fazer Duas aldeias, uma caminhada. Foi uma coisa intensa, que eu não queria perder de jeito nenhum. Eu não sabia o quanto ia sofrer. Eu acho que é porque ia significar muito realmente.

OF PORTO ALEGRE, THOUGH, A SITUATION VERY DIFFERENT TO HERE, THEY ARE TRULY SHOCKED. AND THEY BECOME VERY SAD. WE HAD 150 HOURS OF RAW FOOTAGE TO PROCESS IN THE EDITING WORKSHOP. IT WAS A NEW PROCESS WE WERE BEGINNING. IT WAS WHEN WE BEGAN TO UNDERSTAND THE MEANING OF EVERYTHING WE HAD FILMED. I SAW THE FILMING AFRESH AND HEARD THE WORLD OF THE ELDERS. IT WAS ANOTHER APPRENTICESHIP FOR ME. I WAS GETTING VERY CLOSE TO WHAT I HAD ALWAYS LIKED, SPIRITUALITY, LEARNING THINGS, AS A GUARANI AND AS A FILMMAKER. ON ONE HAND I WAS LEARNING TO EDIT, TRANSLATE, DEVELOP A SCRIPT. BUT THE MOST IMPORTANT PART WAS THE TRANSLATION. THAT WAS WHEN WE LEARNT MANY THINGS WHICH THE ELDERS SAY AND WHICH YOUNG PEOPLE NO LONGER KNOW. THE ELDERS SPEAK A DIFFERENT LANGUAGE, THE WORDS ARE MORE POETIC. I LIKED THIS A LOT. AND THE ELDERS ALSO TOOK PART IN THE TRANSLATION. THEY EXPLAINED AS WE WENT ALONG, THAT WORD MEANS THIS, THE OTHER WORD MEANS THAT. WE LEARN THESE BEAUTIFUL WORDS DURING THE TRANSLATION. WHEN I’M FILMING I DON’T EVEN NOTICE IF SOMEONE HAS SAID SOMETHING I UNDERSTOOD OR NOT. SOMETIMES WE DON’T UNDERSTAND, BUT WE FILM ANYWAY. THAT’S WHY TRANSLATION IS SO IMPORTANT. WE WERE REALLY SEEING THE OTHER SIDE OF THE PROCESS AND ALREADY SEEING THE COMMUNITY IN ANOTHER WAY, THE TRUE REALITY. I NEVER INVOLVED MYSELF SO STRONGLY AND EMOTIONALLY IN ANYTHING. NOTHING WAS AS POWERFUL AS MAKING TWO VILLAGES, ONE WALK. IT WAS SOMETHING INTENSE THAT I DIDN’T WANT TO LOSE AT ALL. I HAD NO IDEA HOW MUCH I WAS GOING TO SUFFER. I THINK IT’S BECAUSE IT REALLY WAS GOING TO MEAN A HUGE DEAL.

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Realizadores

| F I LM M AKERS

Ariel Duarte Ortega (Kuaray Poty)

Patrícia Ferreira (Kerexu)

Nasceu em 1985, na aldeia Tamanduá Vera

Nasceu em 1985, na aldeia Tamanduá em

Guaçu, comunidade que tem o nome de

seu avô Dionísio Duarte, ex-cacique geral

dos Mbya-Guarani de Misiones, na Argentina. Chegou ao Brasil em 2001, vindo morar na aldeia do Salto do Jacuí, e mais tarde

(em 2007) na aldeia Koenju, no município de São Miguel das Missões, ambas no Rio

Grande do Sul. Tornou-se líder de Koenju

em 2009. Além de ser realizador, Ariel dá palestras sobre os diversos aspectos da cultura e da religião Guarani, trabalhando

para diminuir o preconceito dos brancos em relação ao seu povo.

Misiones, Argentina. Com 10 anos, mu-

dou-se para a aldeia Kunhã Piru, e com 13, foi para o Salto do Jacuí, no Brasil, onde viveu por dois anos. Aos 17 anos (2002)

fixou-se em Koenju, em São Miguel das Missões – RS, onde é professora. Formou-

se em magistério em 2010, em Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul, no curso denominado Kuaa-mbo’e, que reuniu alunos Guarani do Espírito Santo, Rio

de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Rio

Grande do Sul. Hoje é a cineasta mulher mais atuante do Vídeo nas Aldeias.

BORN IN 1985, IN TAMANDUÁ VERA GUAÇU VILLAGE,

BORN IN 1985, IN TAMANDUÁ VILLAGE IN MISIONES,

A COMMUNITY THAT CARRIES THE NAME OF HIS

ARGENTINA. AT THE AGE OF 10 SHE MOVED TO KUNHÃ

GRANDFATHER DIONÍSIO DUARTE, THE FORMER CHIEF

PIRU VILLAGE AND AT 13 WENT TO SALTO DO JACUÍ, IN

LEADER OF THE MBYA-GUARANI DE MISIONES, IN

BRAZIL, WHERE SHE LIVED FOR TWO YEARS. AT THE AGE

ARGENTINA. HE ARRIVED IN BRAZIL IN 2001, HAVING

OF 17 (2002) SHE SETTLED IN KOENJU, IN SÃO MIGUEL

COME FROM THE VILLAGE OF SALTO DO JACUÍ, AND

DAS MISSÕES (RS), WHERE SHE IS NOW A TEACHER. SHE

LATER (IN 2007) MOVED TO KOENJU VILLAGE IN THE

COMPLETED HER TRAINING IN 2010, IN SANTA CATARINA,

MUNICIPALITY OF SÃO MIGUEL DAS MISSÕES, BOTH IN

PARANÁ AND RIO GRANDE DO SUL, ON THE KUAA-

RIO GRANDE DO SUL. HE BECAME THE LEADER OF KOENJU

MBO’E COURSE, WHICH BRINGS TOGETHER GUARANI

VILLAGE IN 2009. AS WELL AS A FILMMAKER, ARIEL GIVES

STUDENTS FROM ESPÍRITO SANTO, RIO DE JANEIRO,

TALKS ON VARIOUS ASPECTS OF GUARANI CULTURE

PARANÁ, SANTA CATARINA AND RIO GRANDE DO SUL.

AND RELIGION, WORKING TO COMBAT THE PREJUDICED

TODAY SHE IS VÍDEO NAS ALDEIAS’S THE MOST ACTIVE

ATTITUDES OF WHITES CONCERNING HIS PEOPLE.

FEMALE FILMMAKER.

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Germano Beñites (Karai Tataendy)

Jorge Morinico (Verá Miri)

Nasceu em 1987, filho de João Benites da

Nasceu em 1991 em Misiones, na Argenti-

aldeia Tamanduá, na Argentina, e de Gio-

na, na aldeia de Xapukai. É um dos sete fi-

vana Cacere do Salto do Jacuí, Rio Grande

lhos de Cirilo Morinico, cacique da aldeia

do Sul. Nascido em Tamanduá, morou

Anhetenguá, na Lomba do Pinheiro, re-

ainda criança nas aldeias Kunhã Piru, Pi-

gião metropolitana de Porto Alegre, onde

piri e Yedjú, todas na província de Misio-

reside atualmente. Quando criança, Jorge

nes, e em Koenju, no Brasil. Viveu 5 anos

cantou no coral Mbya de sua comunida-

na aldeia Anhetenguá, em Porto Alegre,

de, tendo participado da gravação do CD

quando participou da sua primeira ofici-

do grupo. É entusiasmado em continuar

na de vídeo, antes de voltar para Koenju,

trabalhando com vídeo, sendo o principal

em São Miguel das Missões. Muito calado,

repórter da aldeia.

atento, adora filmar e é considerado pelos colegas o melhor cinegrafista da turma. BORN IN 1987, THE SON OF JOÃO BENITES FROM TAMANDUÁ VILLAGE IN ARGENTINA, AND GIOVANA CACERE FROM SALTO DO JACUÍ, RIO GRANDE DO SUL. BORN IN TAMANDUÁ, HE LIVED AS A CHILD IN THE VILLAGES OF KUNHÃ PIRU, PIPIRI AND YEDJÚ, ALL IN THE MISIONES PROVINCE OF ARGENTINA, AND IN KOENJU, IN BRAZIL. HE LIVED FOR 5 YEARS IN ANHETENGUÁ VILLAGE,

BORN IN 1991 IN MISIONES, IN ARGENTINA, IN THE VILLAGE OF XAPUKAI. HE IS ONE OF SEVEN CHILDREN OF CIRILO MORINICO, LEADER OF ANHETENGUÁ VILLAGE, IN LOMBA DO PINHEIRO WITHIN THE METROPOLITAN REGION OF PORTO ALEGRE, WHERE HE LIVES AT PRESENT. AS A CHILD, JORGE SANG IN HIS COMMUNITY’S MBYA CHOIR, PARTICIPATING IN THE RECORDING OF THE GROUP’S CD. HE IS KEEN TO CONTINUE WORKING WITH VIDEO, AND IS THE VILLAGE’S MAIN REPORTER.

IN PORTO ALEGRE, WHERE HE TOOK PART IN HIS FIRST VIDEO WORKSHOP, BEFORE RETURNING TO KOENJU, IN SÃO MIGUEL DAS MISSÕES. VERY QUIET AND ATTENTIVE, HE ADORES FILMING AND IS CONSIDERED THE GROUP’S BEST CAMERA OPERATOR BY HIS COLLEAGUES.

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Narradores

| NAR R ATORS

José Cirilo Morinico Cirilo nasceu em Misiones, na Argentina e migrou para o Brasil em 1994. É cacique da aldeia Anhetenguá, na Lomba do Pinheiro em Porto Alegre, e cacique geral dos Mbya Guarani no Rio Grande do Sul. CIRILO WAS BORN IN MISIONES, IN ARGENTINA AND

Francisco da Silva (Kuancito) Conhecido como Kuancito, ele é um importante Xondarovichá, líder dos Xondaro, ou curadores. Ele media os rituais de chegada, aguyjevete, empunhando os bastões cerimoniais, yvyraí. Reside na área do

MIGRATED TO BRAZIL IN 1994. HE IS THE LEADER OF

Cantagalo, no município de Viamão – RS,

ANHETENGUÁ VILLAGE, IN LOMBA DO PINHEIRO IN

próximo a Porto Alegre.

PORTO ALEGRE, AND THE CHIEF LEADER OF THE MBYA GUARANI IN RIO GRANDE DO SUL.

KNOWN AS KUANCITO, HE IS AN IMPORTANT XONDAROVICHÁ, A LEADER OF THE XONDARO OR XONDAROVICHÁ HEALERS. HE MEDIATES THE ARRIVAL RITUALS, AGUYJEVETE, CARRYING THE YVYRAÍ CEREMONIAL AGUYJEVETE BATONS. HE LIVES IN THE CANTAGALO AREA IN THE MUNICIPALITY OF VIAMÃO (RS), NEAR TO PORTO ALEGRE.

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Mariano Aguirre (Karaí Miri) Nascido em Misiones, na Argentina, aldeia Garuapé, próxima a Kunhã Piru. Morou também em Yvypytã, e de lá veio acampar na Fonte missioneira, em São Miguel das Missões (junto com a mãe de Patrícia) até se mudar, em 2001, para a aldeia Koenju, na reserva Inhacapetum, em São Miguel das Missões, onde vive até hoje. BORN IN MISIONES, ARGENTINA, IN GARUAPÉ VILLAGE, CLOSE TO KUNHÃ PIRU. HE ALSO LIVED IN YVYPYTÃ, AND FROM THERE CAME TO CAMP AT THE MISSIONARY SITE OF FONTE, IN SÃO MIGUEL DAS MISSÕES (ALONG WITH HIS MOTHER PATRÍCIA) UNTIL MOVING IN 2001 TO KOENJU VILLAGE, LOCATED IN THE INHACAPETUM RESERVE IN SÃO MIGUEL DAS MISSÕES, WHERE HE LIVES STILL TODAY.

Solano (Karaí Tataendy) “Eu nasci em Garuapé, depois a minha mãe me levou pro Paraguai, onde eu cresci. Depois fui pra Argentina, em Passarera, Passo Tigre, Cochilla, até chegar a Kunhã Piru. Depois eu vim pro Brasil, porque nós mbyás somos assim, sempre tem parente em algum lugar. Aí quando a gente está assim na minha idade, já pensa de outra maneira, olha pra trás e pensa em como viveu. Eu queria voltar a esse tempo. Mas geralmente a gente fica num lugar só, porque pensamos em muita coisa.” “I WAS BORN IN GARUAPÉ. AFTERWARDS MY MOTHER TOOK ME TO PARAGUAY WHERE I WAS RAISED. THEN I WENT TO ARGENTINA, LIVING IN PASSARERA, PASSO TIGRE AND COCHILLA, UNTIL ARRIVING AT KUNHÃ PIRU. AFTER THAT I CAME TO BRAZIL, BECAUSE WE MBYÁ ARE LIKE THAT, WE ALWAYS HAVE RELATIVES SOMEWHERE. WHEN PEOPLE ARE MY AGE, THEY START TO THINK DIFFERENTLY, LOOK BACK AND THINK ABOUT HOW THEY USED TO LIVE. I WANT TO GO BACK TO THAT TIME. BUT USUALLY WE LIVE IN ONE PLACE ONLY, BECAUSE WE THINK ABOUT MANY THINGS.”

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Pauliciana Ramires Benites (Tataxi) Nascida em janeiro de 1947, na região de Kunhã Piru (3 Arroios) em Misiones, na Argentina. Morou também na aldeia Yvypytã, próxima a Kunhã Piru, vindo para São Miguel das Missões em 2002. Faleceu em 2009, um mês depois das filmagens de Bicicletas de Nhanderú. BORN IN JANUARY 1947, IN THE KUNHÃ PIRU REGION (3 ARROIOS) IN MISIONES IN ARGENTINA. SHE ALSO LIVED IN YVYPYTÃ VILLAGE, CLOSE TO KUNHÃ PIRU, COMING TO SÃO MIGUEL DAS MISSÕES IN 2002. SHE DIED IN 2009, ONE MONTH AFTER THE FILMING OF BICYCLES OF NHANDERÚ.

Palermo e Neneco Palermo (Alex, 11 anos) e seu irmão Neneco (Mateus, 9 anos) são filhos de Andréia Martins e Eduardo Chamorro, nascidos em Misiones, na Argentina. Residem na aldeia Anhetenguá na Lomba do Pinheiro, em Porto Alegre. Estrelas de Bicicletas de Nhanderú, expressam com liberdade os dramas de um povo. PALERMO (ALEX, 11 YEARS OLD) AND HIS BROTHER NENECO (MATEUS, 9 YEARS OLD) ARE THE SONS OF ANDRÉIA MARTINS AND EDUARDO CHAMORRO, BORN IN MISIONES, IN ARGENTINA. THEY LIVE IN ANHETENGUÁ VILLAGE IN LOMBA DO PINHEIRO, IN PORTO ALEGRE. THE STARS OF BICYCLES OF NHANDERÚ, THEY FREELY EXPRESS THE DRAMAS OF A PEOPLE.

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ANIMAÇÃO DE ABERTURA |

REALIZAÇÃO |

A N I M AT I O N

R E A L I Z AT I O N

Ernesto de Carvalho

Vídeo nas Aldeias

Tiago Campos Tôrres

Programa Cultura Viva – MINC

Amandine Goisbault

COORDENAÇÃO VÍDEO

F OTO S | PHOTOS

NAS ALDEIAS | VÍDEO NAS

Ernesto de Carvalho

A L D E I A S CO O R D I N AT I O N

Tiago Torres

Vincent Carelli

Vincent Carelli

PRODUÇÃO DO DVD |

PROJETO GRÁFICO |

DVD PRODUCTION

GRAPHIC DESIGN

Fábio Menezes

Traço Design

Vincent Carelli

P R O D U Ç Ã O | PRODUCTION

Olívia Sabino

E N T R E V I STA | I N T E R V I E W

Renata Ribeiro

Ariel Ortega

AGRADECIMENTOS |

T R A D U Ç Ã O | T R A N S L AT I O N

THANKS

Marcus Benedetti

Cristian Huaiquiñir

Mariana Larch

David Rodgers Oiara Bonilla

Candice Ballester

AUTORAÇÃO | AUTHORING

Ana Kuiza Azevedo

Cirilo Morinico

Fabio Menezes

Giba Assis Brasil Casa de Cinema

REALIZAÇÃO

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