Memórias da Vila
Educadores
Gabrielli Maia
Marcia Ortega
Vitória Carriço
Mariana Ortega
Alyson Montrezol
Thais Aparecida
Leandro Gonçalves
Michelle Santos
Juliane Manatta
Bruna Raphaela
Juliana de Araujo
Nicoli Ketlin
Sheila Daiane
Aline Alves
Nataly Gama
Janaina Oliveira
Leticia Henrique
Thamyris Pontes
Stefany Andrade
Isabella Gonçalves
Kamilli Melo
Déborah Carolina
Bruna Dalla
Vanessa Russo
Cauan Jacob
Marcos Similo
Joana Ferreira
Larissa do Monte
Vitoria Pereira
Josy Maia
Vanessa Cardozo
Bernadete Cazumba
Maria Eduarda Ferreira
Traços
LUNA 3a10m
LUIZA 3a4m
PAULO 3a7m
SOFIA HELENA 5a5m
SOPHIA CUNHA 3a6m
Viagens e Viajantes
Cecília Meireles disse em seu livro Crônicas de Viagem que existe uma grande diferença entre turista e viajante. Ela definiu o turista como “uma criatura que parte por esse mundo com sua máquina fotográfica a tiracolo”. Já o viajante foi poeticamente definido pela autora como alguém que “quer morar em cada coisa, descer à origem, amar loucamente cada aspecto do caminho”. Ler essa definição me fez refletir sobre as minhas viagens e quem eu fui em cada uma delas. Acho que já fui um pouco de cada, já tive pressa de fotografar somente pela coleção de imagens em meu celular que jamais foi revisitada e já pausei meu olhar e minha alma em janelas, paisagens e pessoas que encontrei pelo caminho. Realizar o Manacá Narra, o primeiro evento da escola, foi como planejar uma grande viagem. Pensamos exatamente onde queríamos chegar e fomos planejando o roteiro. Escolhemos com cuidado as paradas, as pausas e apreciamos cada etapa do caminho percorrido porque afinal, viajar é diferente de chegar em algum lugar. A decisão do destino, a escolha do itinerário e da hospedagem são uma parte deliciosa do processo. A partir dessas escolhas, tudo já é viagem! Cecília Meireles dizia que “viajar é ir mirando o caminho”. por Mariana Ortega
E foi exatamente assim que construímos o Narra, apreciando cada belezura que encontramos e criando uma coleção de coisas lindas.
E, como uma boa viajante, gostaria de morar naquela noite de sábado. Que bom seria poder habitar pra sempre aquelas histórias, cenários e apresentações. Este evento nos fez ver a riqueza do percurso que percorremos até aqui e a comunidade que construímos com os nossos incríveis companheiros de viagem. Sabemos que esse foi um pequeno trajeto percorrido da nossa longa jornada, mas estamos felizes por termos embarcado nessa aventura com vocês. Ouvir suas vozes lendo as histórias, vê-los construindo com as próprias mãos os cenários e depois conduzindo o mergulho das crianças no mundo da literatura nos fez ter ainda mais a certeza de que formamos uma comunidade aprendente que compartilha conhecimento e cresce junto de uma maneira intensa e profunda.
Convido vocês a viajarem nas minihistórias que mostram um pouco da importância dos livros e da leitura em nossa escola. Bom embarque!
Bebês leitores
por Sheila Daiane
Os bebês já iniciam sua trajetória na leitura desde o ventre das mães. Conversamos sobre nossos sentimentos, nossas expectativas, cantamos músicas, contamos histórias.
Quando as crianças nascem, as narrativas continuam. Mostramos as roupinhas escolhidas, os adereços, os brinquedos... E, desta forma, reforçamos a comunicação verbal, narrando as ações, as expressões e as emoções.
A identidade deles começa a ser desenvolvida, vivendo como se estivéssemos tecendo uma linda colcha de retalhos por meio das múltiplas linguagens.
A partir de algumas imagens, apreciem o quanto é admirável ver nossos bebês leitores na Vila Manacá!
[…] somos feitos de retalhos, sensações corporais, as primeiras tentativas de ligar os fatos percebido a um significado, a voz a um rosto, as representações dos pais sobre um filho que chegou…Toda essa roupagem, ainda desmembrada . É um conjunto de retalhos que, para ser devidamente costurado, exigirá a construção de uma manta protetora de linguagem, feita de palavras, retalhos de sentido, retalhos de experiência e uma envoltura de narrativa que é gestada na situação diálogo a e comunicativa que os acompanhantes da criança começam a tecer. Somos um diálogo.”
Elena Lopez
Livros que nos inspiram!
por Michelle e Stefany
Assim, como por vezes nossas emoções estão todas embaralhadas, todas juntas e misturadas, não sabemos como lidar com tanta confusão em nosso coração, mas, ao encontrar pessoas que estão ali para nos ajudar a entender onde cada emoção que estamos sentindo se encaixa, começamos a nos sentir muito melhor!
Nada melhor que uma ajuda para equilibrar as emoções e organizar melhor esses sentimentos.
Lavínia aproveitou muito bem a leitura feita pelas crianças no Nido Multietário da manhã e sua emoção escolhida foi a calma, a Calma é verdinha, “tranquila feito as árvores e leve como uma folha ao vento”, “quando você está calmo, respira pouco a pouco e profundamente. Você se sente em paz!” E foi assim que Lavínia ficou, deitada, tranquila, aproveitando essa emoção que é tão gostosa de sentir e que nos traz tanta paz e calma!
Vamos investigar o livro?
por Juliana de Araujo
Dentre tantos objetos para descobrir, percebi olhinhos atentos quando dentro de nossa cabana um belo livro foi encontrado. João, Davi e Antonio sentaram-se quase ao mesmo tempo em uma roda aconchegante dentro de nossa cabana. Cada página virada os olhinhos brilhavam, atentos em encontrar e descobrir o desfecho dessa história.
Ao finalizar o livro e dizer:
“Quem gostou faz o que?”, belas palmas surgem terminando nossa leitura.
“O livro é o alimento da alma”
Ziraldo
Unidas pela leitura
por Aline Alves
Lavínia aproximou-se do móvel com livros e escolheu: “O que vamos construir?” de Oliver Jeffers.
Basta um livro ser aberto no espaço que Letícia se aconchega com curiosidade, observou os detalhes das páginas com a colega, enquanto a menina folheava o livro com cuidado.
Tempo depois, Letícia levantou-se e decidiu buscar o livro “Bruxa, bruxa, venha à minha festa.” de Arden Druce.
Sentou-se ao seu lado e ambas seguiam ali, conectadas pela leitura.
Ayla que andava pelo espaço com um cachorro de pelúcia considerou participar daquele momento, sentouse entre as duas colegas e as acompanhou naquele momento de aconchego.
“A literatura oferece material simbólico para que a criança comece a descobrir não apenas quem é, mas também quem quer e pode ser.”
Yolanda Reyes
Quando um espaço abriga muitas histórias
por Leticia Henrique
A mente da criança circula livremente na imaginação enquanto as páginas dançam entre as mãos. É lindo ver como o desejo de ler tem sido construído em nosso nido, onde o prazer em escolher um livro é tão grande que em frente a estante já é confortável o suficiente para se deliciar e substituir a frase “Lê pra mim?” por “Posso ler pra você?” se tornou natural. Relacionar-se com o livro faz parte do processo de se tornar leitor.
Yasmin tem um jeito interessante, parecido com o meu. Com o livro virado para quem está ao seu redor, pede uma escuta atenta para sua leitura. De forma sútil, potencializou algo grande: O ler antes de saber ler. O grupo foi contagiado, e agora, eles lêm uns para os outros.. O que me resta? Compartilhar com vocês as bonitezas que vejo todos os dias.
Literatura do amor
por Bruna Dalla e Vanessa Russo
É sabido que a literatura infantil possibilita às crianças experiências diversas com relação às linguagens e que o contato com os livros é que os tornará bons leitores, mas mais do que isso, o que temos vivenciado em nosso Nido é o estreitamento das relações, laços que se criam através da leitura.
Convidados a conhecerem o livro “Eu sou assim e vou te mostrar”, de Heinz Janisch, as crianças aceitaram prontamente e sentaram-se em roda. Ouviam o texto rimado com interesse e nos olhavam atentamente com seus olhinhos curiosos enquanto procuravam em si e nos amigos as tais diferenças físicas dos personagens mostrados no enredo. Tocavam cabelos uns dos outros, analisando entre lisos e cacheados, mediam suas alturas, e conferiam se todos tinham barriga!
Foi então que chegamos a parte onde o autor dizia que todos temos braços e mãos para acariciar e abraçar, mas não para arranhar. Sophia logo procurou o amigo Paulo para lhe dar um abraço e rapidamente a ação foi imitada pelos demais, que se abraçavam, nos abraçavam, e riam, felizes, demonstrando os laços e o vínculo de amor que nasceu em nosso grupo e vem sendo fortalecido e alimentado diariamente! Vínculo que não se vê, mas que se sente intensamente!
A melodia de uma história
por Thais Aparecida
Um livro diferente seria lido em nossa roda de leitura hoje, um livro que possuía em sua última página a melodia que daria vida a nossa história, foram essas exatas palavras que encantaram as crianças, aguçando sua curiosidade e atenção pela história que logo viria. Logo após encerrarmos nossa roda de leitura, Pietro diz: Quero ler a história e escutar a música ao mesmo tempo. No início estranhei seu pedido mas lhe dei o livro e conectei a música “Down by the bay” na caixinha de som. O momento que se seguiu foi cheio de entusiasmo e encantamento, pois Pietro folheava o livro com tamanha atenção como se os fatos narrados na música estivessem se materializando bem ali a sua frente, nas páginas daquele livro. Ao término da leitura, enquanto as últimas notas da música ainda ecoavam suavemente, Pietro olhou para mim com os olhos brilhando de fascínio. Sua expressão era de pura alegria e sua mente, claramente imersa na história que acabara de absorver. Nossos corações ficaram aquecidos pela magia daquele momento, onde a imaginação se encontrou com a melodia, transformando simples palavras em uma aventura memorável. E ali, naquele momento encantado, entendemos juntos que histórias podem ganhar vida de maneiras surpreendentes quando estamos abertos ao encanto do mundo ao nosso redor.
The melody of a story
by Thais Aparecida
A different book would be read in our reading circle today, a book that had on its last page the melody that would bring our story to life, it was these exact words that enchanted the children, sharpening their curiosity and attention for the story that would soon come and soon After finishing our reading circle, Pietro says:
-I want to read the story and listen to the music at the same time. At first I found his request strange but I gave him the book and connected the song “Down by the bay” to the speaker next to us. The moment that followed was full of enthusiasm and enchantment as Pietro leafed through the book with such attention as if the facts narrated in the song were materializing right there in front of him, on the pages of that book. At the end of the reading, while the last notes of the song were still echoing softly, Pietro looked at me with his eyes shining with fascination. His expression was one of pure joy and his mind was clearly immersed in the story he had just absorbed. Our hearts were warmed by the magic of that moment, where imagination met melody, transforming simple words into a memorable adventure. And there, in that enchanted moment, we understood together that stories can come to life in surprising ways when we are open to the charm of the world around us.