Aracê 2012 / 2013

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Projeto-piloto Aracê Inclusão Produtiva

Ações: Janeiro de 2012 a dezembro de 2013 1


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Sumário (este documento segue uma linha cronológica)

O projeto

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Parceiros

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Metodologia

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Ações Aracê

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Contratações Aracê: inclusão produtiva

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Ex-contratados

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Resumo

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Festa de Fim de Ano

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Ações Indiretas

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Conclusão

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Ficha técnica

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Contatos

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"Vivemos todos sob o mesmo cĂŠu, mas nem todos temos o mesmo horizonte." Konrad Adenauer

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Somente os parceiros, diretos e indiretos, do Projeto Aracê têm acesso a este relatório. Assim, as imagens e nomes reais dos integrantes do Projeto, aqui apresentados, serão omitidos caso este documento venha a ser divulgado publicamente.

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Projeto Aracê Aracê: do Tupi-guarani: aurora, o nascer do dia.

A ideia Em 2005, durante o Festival Lixo e Cidadania, foi apresentada ao público a dificuldade em inserir no mercado formal de trabalho pessoas com trajetória de exclusão. As políticas públicas e as Organizações Não Governamentais - ONGs, na tentativa de resgate dessas pessoas, conseguiam atuar só até certo ponto nesse processo. Ainda era necessária a participação do setor privado para que se completasse o ciclo de inclusão: a carteira assinada como garantia de trabalho e símbolo de cidadania. A Diretoria da Vina Equipamentos e Construções se sensibilizou com a questão e agiu: entrou em contato com os parceiros e colocou para o grupo a sua disposição em desenvolver um projeto-piloto de inclusão social1 que demonstrasse, na prática, a viabilidade do resgate da cidadania via mercado formal de trabalho. A empresa se propunha ser o “laboratório” do Projeto para que, num futuro próximo, essa experiência pudesse sensibilizar outras empresas e, assim, tivesse início um ciclo capaz de promover a quebra de um paradigma social. O Projeto Aracê foi todo concebido em parceria. A Vina não tinha um modelo pronto e não fez nenhum tipo de imposição por acreditar que este projeto-piloto deveria ser construído a partir das experiências e demandas apresentadas pelos parceiros para que, juntos, pudessem buscar mecanismos de inclusão social via mercado formal de trabalho. Em março de 2007, o Projeto Aracê começou a ser colocado em prática e, em dezembro do mesmo ano, um Termo de Cooperação2 foi assinado. A partir da proposta da Vina Equipamentos e Construções para a inclusão de pessoas em situação de vulnerabilidade social no seu quadro efetivo, a Secretaria Municipal de Saúde, por meio do seu Projeto de Saúde Mental, a Secretaria Municipal Adjunta de Assistência Social, por meio da sua Gerência de Inclusão Produtiva, e a Pastoral de Rua da Arquidiocese de Belo Horizonte constituíram, junto com a Vina, uma equipe de referência para criar e desenvolver um projeto-piloto de inserção produtiva, no qual todas as etapas do processo deveriam ser cuidadosamente acompanhadas. 1 2

O Projeto-piloto Aracê na íntegra está disponível no link: www.bit.ly/projetoarace Por uma exigência da Secretaria Municipal de Saúde. Disponível no link: www.bit.ly/termosmsa

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Os parceiros Para os parceiros do Projeto Aracê a responsabilidade social é um compromisso que uma organização deve ter para com a sociedade, a ser expresso por meio de ações e atitudes que a afetem positivamente.  Vina Equipamentos e Construções Ltda. Empresa atuante no mercado nas áreas de gestão de resíduos sólidos e locação de equipamentos. Empenhada na busca de formas mais compatíveis e inteligentes de relacionamento com a sociedade, com o meio ambiente e com a economia, a Vina empreendeu esforços no sentido de promover parcerias com diferentes setores do poder público, com instituições acadêmicas e do terceiro setor, sob a coordenação do seu Departamento Socioambiental3.  Prefeitura Municipal de Belo Horizonte – PBH/ Secretaria Municipal de Saúde – SMSA No começo da década de 1990 ocorre uma mudança significativa na assistência à saúde mental em Belo Horizonte. O portador de sofrimento mental, que até então tinha nos hospitais psiquiátricos o único local para seu tratamento, passa a contar com uma rede de serviços substitutivos destes hospitais. Essa rede tem como diretriz norteadora e como política o projeto Antimanicomial, que vem ancorado na insígnia “por uma sociedade sem manicômios”. O atual projeto de saúde mental busca a reinserção social do portador de sofrimento mental. Com o projeto Aracê, abriu-se a possibilidade do acesso ao mercado formal de trabalho como mais uma forma de resgate da cidadania.  PBH/ Secretaria Municipal Adjunta de Assistência Social – SMAAS A SMAAS investe em ações que promovem a socialização, a convivência familiar e comunitária do indivíduo, visando também à prevenção de situações de risco e exclusão social. Nessa ótica, a Gerência de Inclusão Produtiva - GEINP é a responsável pela qualificação e geração de trabalho e renda. Assim, acolhe as pessoas excluídas do mercado de trabalho, na perspectiva do resgate da cidadania de forma articulada e integrada, buscando a capacidade produtiva e a autonomia dos usuários da Política de Assistência Social da PBH.

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Mais informações sobre o Departamento Socioambiental disponíveis no link: www.bit.ly/deptosocio

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 Pastoral de Rua da Arquidiocese de Belo Horizonte A Pastoral de Rua atua, em Belo Horizonte, desde 1987. Uma das linhas de ação da Pastoral de Rua é a construção de alternativas de geração de trabalho e renda para pessoas com trajetória de exclusão, além de buscar alternativas que se constituam em políticas públicas. Em parceria com a SMAAS e com a Associação dos Catadores de Papel, Papelão e Material Reaproveitável – ASMARE, a Pastoral encaminha e acompanha os ex-moradores de rua para grupos organizados de geração de trabalho e renda.

Continuidade do Projeto Aracê No decorrer de 2008 todas as parcerias que participavam do Projeto Aracê foram, por motivos diversos, encerradas. Por acreditar no projeto proposto, mesmo depois do encerramento formal das parcerias estabelecidas, a Vina prosseguiu internamente com o processo de inclusão Aracê, utilizando do seu Banco de Dados, mantendo em ação a Referência interna Vina/Aracê e contando com o suporte informal de alguns técnicos (ex-parceiros).

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Metodologia

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Metodologia Como o foco principal do Projeto Aracê são as pessoas, a metodologia que foi empregada no processo de sua implantação vem sendo cuidadosamente transformada para que possa, a cada ano, se adequar às necessidades que percebemos na prática e no cotidiano do projeto. Referências Externa e Interna Aracê A Metodologia das Referências foi criada para facilitar a adaptação dessas pessoas, cuja trajetória de exclusão geralmente provoca uma grande dificuldade em relação à rotina do trabalho. Foram criadas duas modalidades de Referências: •

Externa: técnico responsável pelo novo contratado, conhecedor da sua história, ligado

a uma das instituições parceiras. O acompanhamento é feito dentro e fora do trabalho. •

Interna: essa pessoa não é ligada diretamente ao departamento para o qual o candidato

foi contratado. Ela acompanha o seu processo de adaptação à nova rotina e auxilia a chefia em caso de alguma dúvida ou problema que possa surgir. Como funciona Após a contratação, as Referências acompanham o candidato na rotina de trabalho e fora dela. Em caso de algum tipo de dificuldade, as Referências tentam buscar soluções viáveis para uma melhor adaptação do candidato à sua nova realidade, procurando evitar possíveis desgastes na relação de trabalho. As duas Referências deverão estar sempre em contato. Qualquer decisão em relação ao futuro do candidato Aracê deverá ser sempre tomada de comum acordo entre as partes envolvidas. O objetivo é que, entre 30 e 60 dias, o contratado Aracê esteja adequado à sua nova condição de vida profissional e pessoal, conquistando dia a dia a sua autonomia e não necessitando mais do suporte dado pelas Referências. Aos poucos, espera-se que o trabalhador vá conquistando e resgatando a sua autoestima e a sua cidadania.

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Como o Projeto já está inserido e adaptado à rotina de trabalho da Vina, as contratações passaram a acontecer de forma mais natural, o que torna a dinâmica do projeto mais simples e eficaz. A Metodologia de Referências continua ativa, porém, com o rompimento das parcerias, o acompanhamento dos contratados agora é feito somente pela Referência Interna na Vina e pelos técnicos que realmente se envolveram com o projeto. Tal envolvimento facilitou a comunicação entre as Referências e agilizou o processo de contratação, proporcionando mais confiança e segurança aos contratados Aracê. Referência Interna Vina Para que esse acompanhamento seja realizado de forma natural e efetiva, é necessário que a Referência Interna tenha um bom relacionamento com os colegas e apresente um perfil proativo e dinâmico. A atenção particular aos contratados se dá de maneira cuidadosa, para não trazer nenhum tipo de constrangimento ou regalias. O envolvimento de cada um e o espírito de corresponsabilidade são os eixos fundamentais para alcançar o principal objetivo do projeto: inclusão no mercado de trabalho com respeito e dignidade. A escolha da Referência Interna é feita através de um convite realizado pela coordenadora do Departamento Socioambiental a uma pessoa da equipe Vina que se encaixe nesse perfil. Em 2012 e 2013, a Referência Interna escolhida pela Vina não conseguiu assumir de maneira adequada a sua função, trazendo algumas consequências negativas, como, por exemplo, negligência no preenchimento de vagas que poderiam ter sido direcionadas para o Projeto Aracê. Por isso, e pelo fato de os contratados ativos na empresa já estarem adaptados à rotina de trabalho, o Departamento Socioambiental da Vina resolveu desempenhar esse papel.

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Ações Aracê O Projeto Aracê vem ocorrendo de forma tranquila dentro da empresa, sem problemas significativos no processo de inclusão social via mercado formal de trabalho.  Desde 2010, após o encerramento das parcerias formais, o projeto começou a assumir seu próprio ritmo, se adequando de forma natural às necessidades da empresa e dos contratados. O trabalho das referências interna e externa entrou em sintonia, o que trouxe mais segurança e estabilidade à rotina de trabalho dos contratados.  Foram realizadas algumas ações indiretas, como palestras e eventos, envolvendo alguns dos atuais e, também, ex-integrantes do Aracê. Mais detalhes na pág. 59.  Em agosto de 2013, a Vina, a partir do seu Departamento Socioambiental, iniciou um projeto de consultoria, que irá transformar as inclusões realizadas pelo o Projeto Aracê em dados socioeconômicos.

 A Vina prossegue com o Projeto Aracê e tem como foco dar continuidade a novas possibilidades de inclusão. Desde a última documentação (dezembro de 2011), aconteceram três novas contratações, por meio de contato direto entre a Vina e os técnicos responsáveis (parceiros informais).

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Gostaríamos de esclarecer que nos valores de salários apresentados a seguir, poderão ocorrer algumas alterações relacionadas a valores exibidos em relatórios anteriores. Como essas diferenças não afetam significativamente as informações neste relatório, devem ser considerados os valores apresentados a seguir. 18


4 – Contratados Aracê Hildebranda de P. dos Santos Admissão4: 03/05/2007 Demissão: 21/01/2013 Origem: ONG Associação Querubins (ONG que trabalha com arte e educação e atua na Vila Acaba Mundo, Praça JK/Sion). Função: Auxiliar de escritório Setor: Administrativo Escolaridade: 2º grau incompleto Salário inicial: R$ 403,28 Alimentação: R$ 125,00 Transporte: R$ 123,75 Total: R$ 652,03 Em 2008: assumiu a nova função de Auxiliar de Escritório (B) Setor: Departamento Pessoal Salário: R$ 753,00 Alimentação: R$ 187,50 Transporte: R$ 270,00 Total: R$ 1.210,50 Curso: Utilizando o Sistema Master Folha / Mastermaq O curso teve duração de seis dias, 4h/dia, totalizando a carga horária de 24h. Mastermaq – www.mastermaq.com.br Em 2012: transferência para Ribeirão das Neves. Função: Auxiliar de Escritório (B) Setor: Segurança de Trabalho Salário: R$ 1.041,00 + insalubridade R$ 248,80 = R$ 1.289,80 Alimentação: R$ 300,00 Transporte: R$ 130,00 Total: R$ 1.719,80 Hildebranda possui uma necessidade especial na perna e foi contratada na categoria de PNE (Portador de Necessidades Especiais), comprovada pelo laudo que consta no link: http://bit.ly/pnebranda 4

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O histórico abaixo é referente ao período dessa documentação. Os históricos passados, desde a contratação de cada um, estão disponíveis nas documentações já entregues. Histórico No início de 2012, após a conclusão do seu curso Mastermaq, na área do Departamento Pessoal, surgiu uma oportunidade de transferência de Hildebranda para Ribeirão das Neves. Apesar de continuar no mesmo cargo, ela passou a receber insalubridade, pois, em Ribeirão das Neves, o escritório fica localizado dentro do aterro e a equipe tem contato próximo com os resíduos químicos do lixo. Com essa transferência, Branda passou a cumprir seus horários com mais pontualidade, por estar mais próxima ao local de trabalho. Após receber uma proposta de emprego em outra cidade, a funcionária Branda, no final de 2012, pediu seu desligamento da empesa, após 5 anos e 7 meses de trabalho. Com a mudança de emprego, Branda irá morar na Serra do Cipó, interior de Minas Gerais. Ela se mostrou muito entusiasmada com a nova oportunidade e satisfeita por morar em outra cidade. De acordo com ela: “um lugar calmo, afastado da cidade, onde poderá criar seus filhos com mais tranquilidade”. Apesar de não ter origem nos programas de políticas públicas dos parceiros Aracê, por sua trajetória de exclusão, ela é considerada, dentro da empresa, como integrante do Projeto Aracê.

Obs.: A Vina tem um programa de empréstimo para sua equipe, no valor máximo de 5 mil reais, sem juros, que pode ser parcelado em até 12 vezes e descontado diretamente na folha de pagamento. Esse programa oferece oportunidades e dá um suporte a mais, não só aos contratados Aracê, mas a toda equipe da Vina, e, por isso, vem funcionando de maneira bastante positiva na empresa. Hildebranda já foi beneficiada por esse programa.

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Os depoimentos que serão apresentados a seguir foram escritos por livre e espontânea vontade pelos contratados Aracê, que também concordaram com a publicação desse conteúdo. Depoimento: Segue a carta escrita por Branda, dando seu depoimento a respeito da sua experiência pessoal e familiar pós-inclusão no mercado formal de trabalho. A carta foi transcrita na íntegra e consta nos arquivos sob a responsabilidade da Referência Interna Vina/Aracê. “Eu Hildebranda gostei muito de trabalhar na Vina foi uma experiência Maravilhosa. Agradeço 1º a Jeová por ter me guiado meus caminhos e depois a Claudia e o Renato pela oportunidade. A empresa me fez crescer como pessoa e profissionalmente. Tudo que aprendi na Vina vou levar para a minha vida profissional, as oportunidades os amigos e os desafios que fizeram parte do meu crescimento profissional. A minha saída da Vina, é para alcançar novos alvos e poder dedicar a minha vida mais a Jeová e aos meu filhos. Agora posso dizer que posso andar com as minhas próprias peras, pois a Vina me ensinou a andar. Agradeço por todos os momentos bons e todo apoio e conselho profissional dos meus colegas de trabalho. Fiquem com Jeová e que tudo possa dar certo na vida de todos da Empresa Vina Equipamentos. Tel contato 8890-6685 14/01/2012”

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Allan Carlos de Alcântara Mesquita Admissão: 13/08/2007 Origem: Bolsa Moradia Função: Servente Setor: Sudecap Escolaridade: 1º grau incompleto Salário inicial: R$ 380,00 + insalubridade R$ 152,00 = R$ 532,00 Alimentação: na época da contratação, a refeição era oferecida pela empresa. Transporte: R$ 100,00 Total: R$ 632,00 Em outubro de 2008, Allan foi promovido a Borracheiro de Equipamento Pesado. Setor: Oficina Salário: R$ 431,20 + insalubridade R$ 166,00 = R$ 597,20 Transporte: R$ 100,00 Alimentação: na época, a refeição era oferecida pela empresa. Total: R$ 697,20 Em dezembro de 2012, Allan foi promovido para Operador de Retroescavadeira. Setor: Sudecap Salário: R$ 959,00 + insalubridade: R$ 248,80 = R$ 1.207,80 Alimentação: R$ 300,00 Transporte: R$ 265,00 Total: R$ 1.772,80 Resumo atualizado do Allan em dezembro de 2013: Cargo: Operador de retroescavadeira Salário: R$ 1.265,00 + insalubridade R$ 271,20 = R$ 1.418,20 Alimentação: R$ 375,00 Transporte: R$ 280,00 Total: R$ 2.073,20

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Curso de Borracheiro para Equipamento Pesado Período: de 02/10/2008 a 10/10/2008 Carga horária final: 72 horas Empresa: JP Pneus (Radial) - www.jpradialpneus.com.br Endereço: Rodovia BR-040 - km 514, s/nº - Bairro Napoli - Ribeirão das Neves – MG Custo: curso oferecido pela empresa JP Pneus (Radial) como cortesia, devido a uma parceria de serviços com a Vina. Histórico: No primeiro semestre de 2010, Allan começou a treinar no equipamento retroescavadeira e demonstrou grande potencial para a nova tarefa. Nessa época, Allan também iniciou o curso de mecânica de moto, mas acabou não concluindo. Em 2011, ele continuou na função de borracheiro, mas com possibilidades de uma promoção para a função de operador de retroescavadeira. Allan já tinha sido aprovado nos testes e, para assumir essa nova função, dependia da carteira de habilitação na categoria “D” e do surgimento de vaga. De acordo com o seu encarregado, é notória a evolução profissional e pessoal de Allan. Em 2012, ele cumpriu sua função sem maiores problemas e conquistou sua carteira de habilitação na categoria “D”, necessária para a promoção de cargo. Após essa aquisição, Allan foi transferido, no mês de dezembro, para a função de Operador de Retroescavadeira. Um fato interessante para o projeto: em 2012, foi Allan quem treinou e acompanhou o processo de experiência do contratado Aracê Wellington Alves na borracharia (mais detalhes, pág. 35). Allan se mostrou empenhado e satisfeito na nova função. Porém, em janeiro de 2013, começou a queixar com relação ao seu salário. Ele solicitou um aumento ao seu encarregado algumas vezes e, por esse motivo, chegou até a se desentender com ele. De acordo com a Referência Interna, essa era a única queixa de Allan com relação ao trabalho. Em julho de 2013, Allan recebeu o aumento e está trabalhando bem, sem maiores problemas. Ele deseja realizar futuramente um curso de informática.

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Depoimento Segue a carta escrita por Allan, dando seu depoimento a respeito da sua experiência pessoal e familiar pós-inclusão no mercado formal de trabalho. A carta foi transcrita na íntegra e consta nos arquivos sob a responsabilidade da Referência Interna Vina/Aracê. “Ola Sou Alllan e gostaria mais uma vez de agradecer a Vina Pelas oportunidades que me oferece estou muito satisfeito pela confiança que depositam em mim. Isso para mim e muito importante pois aumenta minha auto estima e mim deixa mais confiante Por isto gostaria de dizer obrigado Por mim ajuda contudo graças a deus neste ano aconteceu muitas coisas boas na minha vida por exemplo troca minha carteira troca de função e espero que as oportunidades continue surgindo.” Allan Carlos

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Grazielle Regina de Castro Admissão: 22/10/2009 Demissão: 22/09/2012 Origem: Bolsa Moradia Função: Ajudante de Paisagismo Setor: SLU Salário inicial: R$ 506,00 Alimentação: R$ 187,50 Vale transporte: R$ 172,50 Total: R$ 866,00

2010 Nova função: Operadora de Trator de Esteira II (B) Setor: SLU Salário: R$ 698,00 + insalubridade R$ 282,80 = R$ 980,80 Transporte: Grazielle não dependia de transporte, pois era vizinha da empresa. Alimentação: R$ 187,50 Total: R$ 1.168,30 2012 Nova função: Operadora de Trator Esteira II (D) 5 Setor: SLU Salário: R$ 879,00 + insalubridade R$ 248,80 = R$ 1.127,80 Transporte: Grazielle não dependia de transporte, pois era vizinha da empresa. Alimentação: R$ 300,00 Total: R$ 1.427,80 Obs.: Grazielle foi contratada, inicialmente, como ajudante de paisagismo. Em 2010, ela tornou-se a primeira mulher operadora de máquina pesada da empresa. O teste realizado por ela foi considerado um dos melhores da empresa para essa função.

As letras ao final do nome do cargo indicam faixas salariais que determinam a experiência do empregado. Essa nomenclatura é utilizada para controle interno da Vina. 5

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Histórico: Durante o ano de 2010, Grazielle atendeu ao contrato do Serviço de Limpeza Urbana – SLU de forma tranquila, profissional e com boa relação com os colegas de trabalho. No final de 2010, ela deu início ao processo para tirar sua carteira de habilitação e, em 2011, passou na prova de legislação e começou as aulas de direção. Nessa ocasião, a Vina flexibilizou seu horário de trabalho, para que ela pudesse frequentar a autoescola com mais tranquilidade. Grazielle foi reprovada no exame e acabou perdendo a sua pauta. Em julho de 2012, após informar à Vina sobre sua gravidez, Grazielle começou a questionar algumas de suas condições na operação do equipamento: cabina aberta sujeita a contaminação e vibração. A partir desses questionamentos, ela foi encaminhada ao SESMET – Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho para apresentação de um laudo médico que informasse sobre suas restrições como gestante. Diante desse laudo, Grazielle foi transferida para um novo local, fora do Aterro Sanitário: para a frente de trabalho em Capitão Eduardo, bairro de Belo Horizonte, no qual ela poderia operar uma máquina cabinada, mais apropriada ao seu estado. Mesmo com a mudança, os problemas continuaram. Grazielle levou suas questões para sua Referência Externa, que solicitou uma reunião, na qual seriam discutidas as questões levantadas por Grazielle. Nessa reunião, a Vina reconheceu que as condições de trabalho nesse setor ainda não são as ideais, mas assegurou que trabalha dentro das normas técnicas exigidas (Grazielle recebe insalubridade em grau máximo). Por essa e outras razões, a empresa vem tentando melhorar as condições de trabalho, inclusive com a aquisição de equipamentos cabinados. A Vina sempre esteve aberta ao diálogo e acredita que não houve negligência por parte de sua Referência Interna que, por diversas vezes, tentou conversar com Grazielle no intuito de achar soluções para as questões levantadas. Além disso, a Vina, sempre que possível, ofereceu suporte nas demandas profissionais e particulares, solicitadas por ela, como: empréstimos financeiros, flexibilização na jornada de trabalho para retirada de carteira de motorista, empréstimo de veículo da empresa para mudança de residência, entre outros. Na visão da empresa, o que havia mudado era a postura de Grazielle em relação ao trabalho.

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Infelizmente, em agosto do mesmo ano, Grazielle perdeu o bebê. Após essa perda, ela continuou mantendo uma postura profissional distante e de insatisfação com a Vina. Ao perceber esta insatisfação, o Gerente e o Encarregado, responsáveis pelo contrato onde ela atuava, a chamaram para uma conversa, na qual foi discutido o futuro dela na empresa. Eles queriam entender o porquê de sua mudança radical de atitude, o que estava se passando na sua vida pessoal e os seus objetivos profissionais. A conversa não foi positiva, pois Grazielle se mostrou desinteressada, deixando claro que não possuía nenhum objetivo profissional na empresa. A partir daí, a Vina decidiu colocá-la de aviso prévio, sem a intenção real de demiti-la, mas para despertar uma reflexão com a possibilidade da perda do emprego. Essa tática acabou não dando certo, pois o que Grazielle realmente queria era ser demitida. Em setembro de 2012, assim que o aviso prévio terminou, a Vina recebeu uma intimação a respeito de uma ação trabalhista, movida por Grazielle, que alegava falhas no contrato de trabalho, dando a entender que não gozava de horário de almoço e folga semanal e, também, por falha no pagamento de valores corretos por horas extras trabalhadas e insalubridade em grau máximo. Na audiência, que aconteceu em 31 de outubro de 2012, na 24ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte, a Vina esteve presente com toda a documentação necessária que comprovava que tais alegações não procediam. Grazielle não compareceu a essa audiência e o processo foi arquivado. No dia 09 de novembro do mesmo ano, a Vina recebeu outra carta que confirmava a reabertura do processo, com outra audiência marcada para o dia 22 de novembro, a ser realizada no mesmo local e com as mesmas alegações. Nessa data, Grazielle chegou atrasada e sua entrada não foi permitida. O processo foi arquivado novamente. Em janeiro de 2013, Grazielle abriu um novo processo6 e a audiência foi realizada no dia 14 de fevereiro do mesmo ano. Na ocasião, o representante da Vina optou por fazer um acordo trabalhista, no valor de R$ 1.500,00, evitando prolongar este tipo de ação, que gera desgastes e custos para a empresa. Desde a implantação do Projeto Aracê, foi a primeira vez que um dos contratados entrou na justiça de trabalho contra a empresa. 6

Documentos disponíveis para consulta no Departamento Socioambiental da Vina.

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Obs.: A Vina tem um programa de empréstimo para sua equipe, no valor máximo de cinco mil reais, sem juros, que podem ser parcelados em até 12 vezes e descontados diretamente na folha de pagamento. Esse programa oferece oportunidades e dá um suporte a mais, não só aos contratados Aracê, mas a toda equipe da Vina, e por isso vem funcionando de maneira bastante positiva na empresa. Grazielle fez uso desse programa.

Depoimento Segue a carta escrita por Grazielle, após sua inclusão no mercado formal de trabalho, dando um depoimento a respeito da sua experiência pessoal e familiar. A carta foi transcrita na íntegra e consta dos arquivos sob a responsabilidade da Referência Interna Vina/Aracê. Essa foi a última carta escrita por Grazielle antes da sua demissão.

“Belo Horizonte 06/01/2012 Estou muito feliz pela oportunidade que Eu recebi hoje tenho condição de cria minha filha com carinho Não deicho falta nada para minha filha sou muito feliz porque antes eu não tinha esta felicidade que tenho hoje porque eu não tinha condição nem de comprar um roupa para minha filha nem para mim Nem no dia das crianças nem um brinquedo hoje não depois que eu recebi esta oportunidade de trabanha aqui minha vida. Melhorou, muito , hoje o que eu poderia ter , hoje eu tenho e minha finha também , graças a vocês sou muito feliz . adoro a minha profissão e guero tira minha cartera, mais rapido , possivem por que eu sei que e esta carteira que vai mim ajuda nesta profissão que eu adoro e eu tambem tenho, um sonho de compra um carro para mim passear com minha filha Fim”

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Cassimara da Silva Ribeiro Admissão: 14/01/2010 Origem: Bolsa Moradia Função: faxineira Técnica: Laura Salário inicial: R$ 548,00 Alimentação: R$ 187,50 Transporte: R$ 172,50 Total: R$ 908,00 Em novembro de 2010, Cassimara foi promovida a Auxiliar de Serviços Gerais Salário: R$ 698,00 Alimentação: R$ 300,00 Transporte: Não fornecido pelo fato de Cassimara ser vizinha da empresa. Total: R$ 998,00 Em setembro de 2011, Cassimara foi promovida a Auxiliar Administrativa. Salário: R$ 769,00 Alimentação: R$ 300,00 Total: R$ 1.096,00 Resumo atualizado da Cassimara em dezembro de 2013: Cargo: Auxiliar Administrativo Salário: R$ 1.041,00 Alimentação: R$ 300,00 Total: R$ 1.341,00 Cursos profissionalizantes 2010 – Curso de Informática (Windows XP) pelo SENAC Minas Período: julho a setembro (3 meses) Carga horária: semanalmente, aos sábados, das 8h às 13h, totalizando 30h de curso. 2011 – “Técnicas em Serviços de Recepção e Telefonia”, pelo SENAC Minas. Período: no mês de setembro, com duração de 10 dias Carga horária: 20h 31


Histórico Durante o ano de 2012, Cassimara evoluiu muito como profissional no seu novo cargo e está satisfeita, realizando bem suas tarefas sem maiores problemas. Em 2013, Cassimara planeja realizar outro curso de capacitação para aprendizado e melhoria no programa de Windows Excel 2007. Ela demonstra grande interesse em desenvolver outras habilidades, para ter maior contribuição em outros setores e crescer como profissional na empresa. Ela também planeja iniciar o processo para conseguir sua carteira de habilitação. Depoimento Segue a carta escrita por Cassimara, após sua inclusão no mercado formal de trabalho, dando um depoimento a respeito da sua experiência pessoal e familiar. A carta foi transcrita na íntegra e consta dos arquivos sob a responsabilidade da Referência Interna Vina/Aracê. Belo Horizonte, 21 de Janeiro 2014. Na vida é preciso ter foco para realizar sonhos, e isso é algo que nunca me faltou.Sempre sonhei em ser recepcionista, em uma empresa. A rotina de uma recepção pra mim sempre foi fascinante. Hoje a quase três anos sinto que meu sonho foi realizado, claro com muitas coisas a aprender. E se tratando de aprender, que orgulhosamente falo do curso que estou fazendo, Informática e Assistente Administrativo. O que me orgulha é a forma que a oportunidade de fazer esses cursos surgiu na minha vida, eu estava saindo de férias, e a funcionária da Instituição SOS, me convidou para participar de um sorteio de bolsas com 10, 20, 30,40 e 50% de desconto. Tempo passou e me ligaram da SOS, informando que eu havia ganhado a bolsa de 50 % de desconto, na hora fiquei frustrada, em duvida ,mas em pensamento conversei comigo mesma e senti a necessidade de ir até lá ,pois precisava ao menos saber o que estava abrindo mão. A proposta foi irresistível, pago mensalmente em torno de cem reais por mês, fixo dentro de 2 anos, fora o valor da passagem (6,10R$ Ida e Volta ,totalizando 42,70 por mês). Fico desconfortada financeiramente, pois afinal tenho minhas obrigações e gastos com a casa, meus filhos, água, luz e outros, mas sinceramente não podia deixar passar essa oportunidade de aprimoramento para expandir minha vida profissional. Quero muito continuar aqui na Vina, pois afinal foi a empresa que mim deu oportunidades de realizar sonhos, mas quero crescer ,respirar novos ares, aprender novas rotinas e enfim receber mais . Algo de novo também na minha vida é o empréstimo que fiz na empresa, para conseguir realizar um grande sonho meu que é ter minha CNH. Sempre me limitei a realizar esse sonho, pois carregava comigo o medo de não conseguir passar nem no primeiro teste, mas depois que voltei de férias, me sinto encorajada, sei 32


que estou sujeita ao bom e o mal, mas no lugar do medo coloquei coragem porque é caindo que se aprende ,minha persistência será infinita porque o foco eu não posso perder. Hoje eu e Lilian saímos para almoçar, conversamos ,trocamos ideias e novidades. Achei ótima a novidade do Departamento Sócio Ambiental está próximo da Vina, diante disso pode ver a minha oportunidade de aprender, mudar de rotina e enfim fazer parte dessa equipe. Certamente se essa oportunidade chegar será muito bem vinda. Mas tudo tem seu tempo, e se tem algo que aprendi é que devo está sempre preparada para o bem e o mal. Meus sonhos não terminam jamais rsrs...Não vejo a hora de conseguir minha carteira ,compra meu carrinho e enfim vencer obstáculos.

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Welligton Alves Rio Branco Admissão: 23/04/2012 Demissão: 12/12/2012 Cargo: Borracheiro I (A) Setor: Oficina Central Técnica: Lucinéia Origem: Bolsa Moradia Salário inicial: R$ 713,00 + insalubridade R$ 248,80 = R$ 961,80 Alimentação: R$ 300,00 Transporte: R$ 265,00 Total: R$ 1.526,80 Histórico Welligton Alves tem 34 anos e já trabalhou como pintor autônomo. Sua última função na carteira de trabalho é “Auxiliar de Serviços Gerais”. Ele não tem filhos, mora com a mãe e dois irmãos no Bairro Céu Azul. Quem o indiciou para a vaga foi a técnica Lucineia, referência externa do Bolsa Moradia. De acordo com ela, Wellington tem uma história de vida complicada, mas, apesar das dificuldades, ele está interessado em reconstruir seu futuro, terminar os estudos e tirar a carteira de habilitação. Para realizar os serviços de borracharia, ele foi treinado pelo Allan, que também é contratado pelo Aracê. Wellington ficou 8 meses na empresa e se mostrou um funcionário responsável, comunicativo e eficiente. Porém, aos poucos, foi perdendo a motivação com os serviços de borracharia. De acordo com a referência interna, ele passou por um período de muita indecisão a respeito do seu futuro na empresa. Em dezembro, em uma conversa com seu encarregado, Wellington oficializou sua demissão. Ele alegou que tinha outras propostas de trabalho em uma empresa de ônibus (Transimão).

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Depoimento Segue a carta escrita por Wellington, após sua inclusão no mercado formal de trabalho, dando seu depoimento a respeito da sua experiência pessoal e familiar. A carta foi transcrita na íntegra e consta dos arquivos sob a responsabilidade da Referência Interna Vina/Aracê. “08/05/2012 aos 15 anos eu e o meu irmão sairmos de casa porque o meu pai era aucolatra e espancava a minha mãe e nós . ai eu sen destino fui morar na favela ai eu parei de estudar, e comesei a usar drogas aí o meu irmão foi assasinado aí as coisas ficaram piores porque ele era tudo que eu tinha ele morreu com 18 anos ate hoje sinto fauta dele vocês não imagina a dor quê eu sentir pra mim o mundo tinha acabado ai tristre e sen ninguém e fui morar nas ruas de BH aí só foi tristesa e solidão fui preso varías veses aí já com 29 anos eu resouví para e mudar de vida. Aí parei com as droga e com tudo que min prejudicava agora espero reconquistar tudo o que o passado levou. E isto aí joguei 24 anos da minha vida fora. Agora e só arrependimento felicidades . obrigado pela a oportunidade e prometo não decpisionar vocês .”

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Liberdade e Oportunidade

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Eric Dias de Souza Admissão: 10/05/2010 Função: Ajudante de paisagismo Setor: SLU Escolaridade: 1º grau incompleto Salário inicial: R$ 548,00 + insalubridade R$ 204,00 = R$ 752,00 Alimentação: R$ 300,00 Transporte: R$ 172,50 Total: R$ 1.224,50 Em novembro de 2010, Eric foi promovido a Operador de pá carregadeira. Salário: R$ 601,00 + insalubridade R$ 204 = R$ 805,00 Alimentação: R$ 300,00 Transporte: R$ 172,50 Total: R$ 1.277,50 Em outubro de 2012, Eric foi promovido a Operador de Retroescavadeira Salário: R$ 1.052,00 + insalubridade R$ 248,80 = R$ 1.300,80 Alimentação: R$ 300,00 Transporte: R$ 402,50 Total: R$ 2.003,30 Resumo atualizado do Eric em dezembro de 2013: Cargo: Operador de retroescavadeira Salário: R$ 1.147,00 + insalubridade R$ 271,20 = R$ 1.418,20 Alimentação: R$ 375,00 Transporte: R$ 275,00 Total: R$ 2.068,20

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Histórico Em março de 2012, Eric realizou um grande sonho: comprar o seu próprio carro. Em junho, ele foi surpreendido com a notícia de que sua namorada estava grávida. Após descobrir que seria pai, Eric apresentou um considerável amadurecimento como profissional e como pessoa. Em conversa com a referência interna, ele demonstrou sua preocupação com os gastos de um recém-nascido e resolveu fazer um chá de fraldas para ajudar nas despesas e para comemorar a chegada de seu filho. Quando recebeu a notícia de que seu filho seria um menino, ficou muito feliz e logo escolheu o nome: Cauã. Em outubro de 2012, Eric foi promovido a Operador de Retroescavadeira. Cauã nasceu em março de 2013, muito saudável! Eric conseguiu conciliar o período de suas férias com o nascimento e está muito feliz! Ele tem se mostrado satisfeito com a promoção de cargo e novo salário, fazendo planos para 2013: pretende tirar sua carteira de habilitação “D” e concluir seus estudos. Eric também se mostrou interessado em realizar um curso de Operador de Motoniveladora (Patrol), que tem como objetivo a capacitação para operar máquinas de forma segura e eficiente, com procedimentos operacionais, manutenção e conservação do equipamento. Obs.: Em abril de 2012, Eric fez uso do programa de empréstimos oferecido pela Vina a todos os seus empregados.

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Depoimento: Segue, abaixo, a carta escrita por Eric, após seu processo de inclusão no mercado formal de trabalho, com o depoimento a respeito da sua experiência pessoal e familiar. A carta foi transcrita na íntegra e consta nos arquivos sob a responsabilidade da Referência Interna Vina/Aracê. “Eu Eric Dias de Souza presto serviço pra Vina Equipamentos e Construções, fui promovido de Op. De Pá Carregadeira para Op. De Retroescavadeira e estou satisfeito. Estou concluindo os meus estudos e logo mais pretendo estar tirando minha habilitação categoria D. e fazer uns cursos. Tambem estou muito feliz pois vou ser pai e é menino. Agradeço a oportunidade que a Vina vem me dando e penso evoluir mais e mais na Empresa. Meu filho ira nascer no mês de Fevereiro. Fim Eric Dias Grato”

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Diego Luiz Pereira Rocha Batista Admissão: 04/06/2012 Função: Operador de rolo compactador Setor: SLU Salário inicial: R$ 713,00 + insalubridade R$ 248,00 = R$ 961,00 Alimentação: R$ 300,00 Transporte: R$ 265,00 Total: R$ 1.526,00 Em junho de 2013, Diego foi promovido a Operador de Retroescavadeira. Salário: R$ 1.041,00 + insalubridade R$ 271,20 = R$ 1.312,20 Alimentação: R$ 375,00 Transporte: R$ 265,00 Total: R$ 1.952,20

Histórico Diego é ex-detento e foi contratado em junho de 2012, na função de capinador, na qual ele realizava capinas e podas internamente e nas redondezas da empresa. Diego demonstrou grande interesse no seu crescimento profissional e, após seu primeiro mês de trabalho, foi transferido para “Operador de Rolo Compactador”, na área de entulho. Após a sua entrada na Vina, Diego evoluiu como profissional e, aparentemente, está satisfeito. Ele conseguiu tirar a carteira de habilitação na categoria “B”. Em conversa com a referência interna, ele disse que estava construindo sua casa própria, em cima da casa de sua mãe. Atualmente, a casa já esta em processo final, faltando só colocar as cerâmicas. De acordo com Diego, após terminar a casa, ele pretende realizar um grande sonho: comprar um carro. Em 2013, o caso de Diego, que foi preso injustamente, foi julgado e ele estava muito ansioso pelo resultado. Após seu julgamento, ele confirmou que foi absolvido e está muito contente por ter recuperado sua liberdade por completo.

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Depoimento: Seguem, abaixo, duas cartas escritas por Diego, uma no momento da sua entrada na empresa e, outra, após todo o processo de inclusão no mercado formal de trabalho, com depoimentos a respeito da sua experiência pessoal e familiar. As cartas foram transcritas na íntegra e constam nos arquivos sob a responsabilidade da Referência Interna Vina/Aracê. “04/06/2012 Minha vida mudou depois que um fato ocorreu comigo há alguns anos atrás. Quando um rapaz foi morto por alguns jovens, fato que até hoje eu não entendo. Muitos falam que foi por ele ter envolvimento com o trafico de drogas, outros dizem que ele foi morto por engano, que ele tinha problemas mentais e mesmo assim era honesto e trabalhador Um policial foi testemunha ocular dos fatos e disse que eu era o assassino do rapaz quando eu passava pelo local do ocorrido. Fui preso mais com os testes de balística da policia civil foi comprovado que não era eu o assassino. O policial rebateu os fatos dizendo que não era mesmo , mais que eu era o mandante do crime e que eu era o chefe do trafico da comunidade como uma palavra de uma pessoa comum contra um policia não vale muito na verdade não vale nada, eu fiquei presso por esse crime quase oito meses e respondo até hoje . Tudo isso para encobrir que dois jovens que eram presentes no crime são parentes dele . Desde então minha vida ficou difícil pois sempre trabalhei e muitos lugares não aceitam pessoas na minha condição , mesmo assim eu tenho batalhado muito para mostrar que sou um cidadão de bem. Minhas metas não são muito pretenciosas, a minha prioridade era conseguir um bom emprego de carteira assinada onde eu poderia ter oportunidade de crescimento e aqui na Vina paresce que encontrei, a minha outra prioridade é ajudar minha mãe que jamais esqueceu de mim em momento algum e terminar com a minha casa que está com a obra parada. As outras metas ficam para a próxima !!!”

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“Belo Horizonte, 12 de novembro de 2012 Minha vida está cada dia melhor, graças a Deus. Estou trabalhando, apreendendo uma profissão boa, que até algum tempo jamais imaginaria ter. sou grato a vina por está oportunidade não só pelo emprego mais também por me ajudar a mostrar que sou um cidadão de bem e que posso conviver com a sociedade independente de ter um processo na justiça. O pouco tempo que estou na empresa já consegui resolver algumas pendencias, adiantei bastante a obra da minha casa, estou ajudando a minha família que pra mim é uma melhora significativa. Ainda mais com o meu julgamento chegando, porque não vejo a hora de ficar liberto desse processo e conquistar minha liberdade por completo. O resto agente conquista devagar sem stress!! Um abraço, Diego”

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Thiago Souza Rodrigues Admissão: 08/05/2013 Escolaridade: Ensino Médio Completo Função: Gari Coletor Setor: Aterro Ribeirão das Neves Salário: R$ 736,00 + R$ 271,20 insalubridade = R$ 1.007,20 Alimentação: R$ 225,00 Transporte: R$ 130,00 Total: R$ 1.362,20 Histórico Thiago chegou à Vina através de indicação de um colega. Por ser ex-detento, ele foi contratado pelo Projeto Aracê. O seu contrato atende o município de Ribeirão das Neves e, até o momento, ele tem se mostrado um bom profissional. De acordo com sua Referência Interna, ele é pontual com seus horários e cumpre suas obrigações com empenho. Além disso, ele também tem se mostrado atencioso e educado com os colegas de trabalho.

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Depoimento Segue, abaixo, a carta escrita por Thiago, após seu processo de inclusão no mercado formal de trabalho, com o depoimento a respeito da sua experiência pessoal e familiar. A carta foi transcrita na íntegra e consta nos arquivos sob a responsabilidade da Referência Interna Vina/Aracê. Eu Thiago Souza Rodrigues venho contar como foi que eu fui preso. sem esta trabalhando fui chamado para poder guarda em minha casa cocaina em grande quantidade, para ser entregue a outras pessoas cujo nome e endereço eu não sabia so o motoqueiro que me entregava e pegava a droga sabia, e como achei o dinheiro que iriam me pagar era bom acabei aceitando, mas como nada dura pra sempre, vizinhos vendo que sempre eu comprava roupas, celulares e saia sempre com meus amigos sem está trabalhando acabaram fazendo uma denúncia anônima dizendo que eu estaria vendendo drogas em minha casa e no ano de 2010 policiais atendendo a essa denúncia entraram em minha casa e encontram as drogas, um caderno de anotações e uma balança, então nesse ano fui enquadrado no artigo penal 33 que é o tráfico de drogas onde ganhei a pena de 2 anos e 6 meses, fiquei preso 1 ano e uns 9 meses e ganhei o beneficio de semi-aberto e depois o aberto que tive de ficar assinando uns 9 meses, e depois disso trabalhei em três firmas e hoje estou aqui na vina trabalhando de gari coletor a uma semana e meia e estou gostando muito pois todos la me tratam bem e com muita simpatia, meus companheiros de trabalho são alegres e cheios de humor por isso me senti bem lá i é só isso que tenho a dizer.

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Inclusões da Saúde Mental

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Rosemary Menezes de Jesus Admissão: 24/03/2011 Demissão: 09/01/2012 Origem: Bolsa Moradia Técnica: Lucinéia Escolaridade: Fundamental incompleto Função: Faxineira Setor: Geral Salário inicial: R$ 579,00 Vale Transporte: R$ 198,72 Alimentação: R$ 252,00 Total: R$ 1.029,72 Histórico Antes de entrar para a Vina, Rosemary trabalhava na reciclagem de papel e papelão nas ruas de Belo Horizonte (MG). Ela mora sozinha com sua filha de 8 anos, em uma casa paga pela PBH, onde ela recebe o acompanhamento da técnica Lucinéia. Rosemary faz uso de medicamento controlado, o que não a impede de exercer sua função na empresa. Rosemary iniciou suas atividades dia 24 de março de 2011. No começo, ela foi acompanhada por Cassimara, que ocupava o cargo assumido por ela. Cassimara forneceu todo o apoio necessário à Rose nas atividades de limpeza, na compra de materiais e nos procedimentos internos ligados à função. Ela se mostrou animada para começar o trabalho, mas estava insegura, pois temia perder o emprego pelo fato de não executar as tarefas com muita agilidade. Após três meses trabalhando normalmente, Rosemary começou a apresentar algumas limitações: abandonava o trabalho no meio do expediente, não se relacionava com os colegas, se ausentava sem avisar e chegou até a pedir demissão. Mas, ao mesmo tempo, desenvolvia sua função com eficiência.

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Diante disso, as Referências interna e externa Vina/Aracê dispensaram uma atenção especial a Rose, com a intenção de mantê-la na sua função e evitar a sua demissão. Com o apoio das Referências e uma melhor orientação médica, Rose se mostrou mais estável, começou a conviver melhor com os colegas, além de realizar suas tarefas com a eficiência de sempre. Porém, com o passar do tempo, ela voltou a se ausentar sem aviso prévio. A Referência Interna Vina/Aracê solicitou à Lucinéia, sua Referência externa, um acompanhamento mais próximo, para que ela conseguisse, de forma gradativa, se adaptar à rotina de trabalho que o mercado formal exige. Rose, quando não apresenta os problemas acima citados, é considerada umas das melhores faxineiras que já passaram pela empresa. Por isso, as Referências interna e externa decidiram levar ao conhecimento da diretoria da Vina a dificuldade que Rose alegava para as faltas que vinha cometendo. Segundo ela, por problemas relacionados à dificuldade de ter alguém para cuidar da sua filha, não conseguia cumprir o horário estabelecido. Foi sugerida, então, a possibilidade de Rose mudar seu horário de trabalho, para que pudesse desenvolver suas funções com mais tranquilidade. A empresa acatou a sugestão das Referências e, no final do mês de novembro de 2011, ela começou a trabalhar na sua nova rotina. Pelas dificuldades que Rose apresentou no processo de adaptação ao mercado formal de trabalho, a Vina cogitou a possibilidade de substituí-la, chegando a entrevistar outros candidatos para a sua vaga. No entanto, após a adaptação de seu horário e a mudança de comportamento de Rose, a Vina suspendeu esse processo, pois acreditava que ela, aos poucos, iria se adaptar ao trabalho, além de respeitar e reconhecer o excelente serviço que ela desenvolve dentro da sua função na empresa. Porém, mesmo após as mudanças no horário, Rose continuou a se ausentar. No final do mês de dezembro, ela faltou por mais de uma semana, o que causou grande preocupação por parte das Referências interna e externa. A Vina ficou em uma posição delicada, na qual as limitações de Rosemary estavam afetando, de forma pontual, a rotina da empresa. Ela teve que ser substituída e reapareceu na empresa no dia 9 de janeiro de 2012 para assinar sua demissão, duas semanas após o seu sumiço.

Depoimento: Até o fechamento deste documento, Rose ainda não tinha escrito a sua carta-depoimento.

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5 – Ex-integrantes do Aracê Para saber detalhes sobre os ex-integrantes, gentileza consultar a documentação dos anos anteriores, na parte de ‘contratações’. Éderson André de Oliveira Contratado do Programa da Saúde Mental. Na data de fechamento deste documento (janeiro de 2014), a Referência Interna Vina conseguiu um breve contato com Éderson. Atualmente, ele está desempregado e morando com a mãe e pediu uma nova oportunidade para voltar a trabalhar na empresa. Grazielle Regina de Castro Na data de fechamento deste documento (janeiro de 2014), a Referência Interna Vina conseguiu um contato com Cíntia, atual técnica que acompanha Grazielle, e atualmente ela está desempregada e cuidando do seu recém-nascido. Hildebranda de P. dos Santos Na data de fechamento deste documento (janeiro de 2014), a Referência Interna Vina conseguiu um contato com Branda. Ela está morando em Morro do Pilar (interior de MG) e contou como foi fácil conseguir um emprego na Prefeitura da cidade, pois é a única com o curso de Mastermaq (programa utilizado no Departamento Pessoal). Porém, ela foi dispensada, pois os funcionários da Prefeitura devem prestar concurso público e ela não possui escolarização suficiente para participar do processo. Na ocasião, ela pediu uma oportunidade de voltar para a Vina, mas a empresa não atende nenhum contrato próximo a cidade de Branda. Jefferson de Magalhães Fonseca Na data de fechamento deste documento (janeiro de 2014), a Referência interna Vina conseguiu um contato com a antiga Referência externa de Jefferson, Roseni. Ela informou que não tem mais os contatos de Jefferson e a sua última notícia é que ele foi reassentado pela PBH. João Eduardo dos Santos Silva Até a data de fechamento deste documento, não conseguimos obter informações sobre o seu paradeiro.

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José Ailton M. de Meireles Após sua ida à Vina em 2009, em busca de um emprego, não tivemos mais notícias sobre ele. Até a data de fechamento deste documento, não conseguimos obter informações sobre o seu paradeiro. José Geraldo Santos Na data de fechamento deste documento (janeiro de 2014), a Referência interna Vina conseguiu um contato com uma das técnicas do abrigo que José Geraldo frequentava. Ela nos informou que ele retornou para as ruas, mas ainda é visto em outros abrigos de vez em quando. José Reinaldo Ramos Até a data de fechamento deste documento, não conseguimos obter informações sobre o seu paradeiro. Libério José da Silva Na data de fechamento deste documento (janeiro de 2014), a Referência Interna Vina fez contato com Libério e atualmente ele está bem, casado, morando em seu apartamento e está empregado em uma grande rede de supermercados. Luceni Secundina de Oliveira Contratada do Programa da Saúde Mental. Na data de fechamento deste documento (janeiro de 2014), a Referência Interna Vina conseguiu um contato com a atual técnica que acompanha Luceni. De acordo com ela, Luceni conseguiu ser assentada em uma moradia em Belo Horizonte, mas acabou vendendo o apartamento e não se tem mais notícias dela. Luiz Carlos Ferreira Santos Até a data de fechamento deste documento, não conseguimos obter informações sobre o seu paradeiro.

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Manoel Lúcio Lucas No final do ano de 2012, a Referência Interna Vina/Aracê fez um contato telefônico com Seu Manoel que, na ocasião, disse que estava trabalhando como motorista em uma empresa de asfalto, na cidade de Juatuba (MG). Na data de fechamento deste documento (janeiro de 2014), a Referência Interna Vina conseguiu um contato com Neta, atual técnica, que informou que Seu Manoel voltou para as ruas. Paulo Eustáquio dos Santos Contratado do Programa da Saúde Mental. Até a data de fechamento deste documento, não conseguimos obter informações sobre o seu paradeiro. Ricardo Vieira Souto Na data de fechamento deste documento (janeiro de 2014), a Referência Interna Vina conseguiu um contato com a antiga Referência Externa de Ricardo, Roseni, que nos informou que ele se encontra em tratamento químico. Rosemary Menezes Atualmente acompanhada pela técnica Débora, Rosemary foi recém-contratada por uma empresa de varrição. Ela está passando por um momento difícil, no qual a sua limitação mental vem dificultando sua adaptação no novo emprego. Quando a medicação é tomada em dia, Rosemary fica muito bem. Após sua saída da Vina, este foi o primeiro emprego que ela conseguiu. Wellington Alves Atualmente acompanhado pelo técnico Pedro, que nos informou que ele está desempregado e deseja participar de uma seleção na Vina.

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Resumo – em dezembro de 2013: Inclusão Aracê via mercado formal de trabalho Total de contratações: 21 (vinte e uma) Em exercício na Vina: 5 (cinco) Demissões: 16 Sendo que:  Sete pessoas: não sabemos o paradeiro;  Seis pessoas: estão desempregadas ou voltaram para as ruas;  Duas pessoas: estão empregadas com carteira assinada;  Uma pessoa: em tratamento químico para se recuperar das drogas.

Situação do banco de dados Até dezembro de 2013, o banco de dados estava desatualizado e desativado. Com a mudança de Referência Interna Vina, ele será reformulado e, aos poucos, alimentado.

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Festa de Fim de Ano A tradicional Festa de Natal da equipe da Vina foi realizada com muita descontração e alegria, no dia 15 de dezembro de 2012. Trabalho e alegria podem andar sempre juntos.

Vista geral da festa.

Um dos momentos mais esperados da Festa de Natal é o sorteio dos brindes. Como sempre, os brindes foram comprados com a venda das sucatas acumuladas na empresa durante todo o ano. Este ano, apenas um contratado Aracê foi contemplado: Cassimara Ribeiro. Ela ganhou um cheque no valor de R$ 400,00. Para os sorteados, a festa foi ainda melhor!

Cassimara recebendo seu prêmio e os outros premiados na festa.

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Árvore de Natal Reciclada Símbolo da renovação e da reciclagem, a tradicional árvore de Natal de sucata – criada em 2007 pelo artista Libério, ex-morador de rua e primeiro contratado do projeto Aracê – ganhou uma nova decoração e ficou ainda mais especial! Este ano a árvore recebeu borboletas coloridas, que foram criadas com embalagens de produtos de limpeza em oficinas realizadas na UMEI Águas Claras. As oficinas foram coordenadas pela artista plástica Cristina Araújo e contaram com o trabalho criativo de um grupo de mulheres da comunidade. Essas oficinas geraram renda e alegria para todas as participantes.

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Ações Indiretas A convite da Profª. Sonia Dias, da Faculdade de Ciências Humanas (Fafich) da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG, o Departamento Socioambiental realizou três palestras para os alunos do curso de Gestão Pública. As palestras foram realizadas na UFMG, duas em 2012 e uma em 2013. O objetivo era apresentar brevemente o Projeto Aracê e discutir, com os alunos, a parceria entre os setores público e privado. Nesses encontros, alguns contratados Aracê estiveram presentes para dar o seu depoimento sobre o projeto.

Primeira palestra – Junho/2012

Libério e a exposição de suas peças.

Material de divulgação entregue aos alunos.

Lilian Bernardes (aluna), Libério, Cassimara, Allan, Eric, Prof.ª Sônia Dias, Cláudia Lessa, Flávia e Maurício (Reciclo 2). 59


 Material de divulgação: todos os participantes, inclusive os contratados Aracê, receberam um material produzido pelo Departamento Socioambiental, em parceria informal com o ex-contratado Libério. Foram produzidas 60 porta-canetas 7em formato de florzinhas de PET, que foram entregues com o caderninho Ações Vina e um marcador de páginas.  Exposição Libério: na época da produção dos materiais de divulgação, em conversas informais, Libério vinha se queixando da dificuldade de trabalhar com arte e sucata, por falta de divulgação e pela baixa remuneração. Para ajudar na divulgação da arte de Libério, Claudia Lessa, coordenadora do Departamento Socioambiental da Vina, teve a ideia de criar uma exposição na UFMG, durante a palestra. Foram compradas duas peças para sorteio (valor R$ 80,00). Além disso, foram produzidos 500 cartões de visita (valor: R$ 45,80) e o foi oferecido todo o suporte necessário para a divulgação do trabalho de Libério na internet. Apesar dessa e de outras oportunidades que a Vina tinha intenção de oferecer ao Libério, ele não demonstrou interesse por elas.  Café: nesse evento, o Reciclo 2, grupo de inclusão produtiva da ASMARE, formado por excatadores e ex-moradores de rua, foi contratado para produzir o lanche, que foi muito apreciado por todos. Algumas peças de arte, criadas a partir de sucata, foram sorteadas para os alunos. (Valor do lanche com as peças sorteadas inclusas: R$ 810,00)

 Transporte: Eric ficou responsável pelo transporte dos colegas até a UFMG e, na volta, até a residência de cada um. Ele utilizou um carro emprestado pela Vina, que também ofereceu a gasolina. Antes do evento, foi fornecido um lanche produzido na própria empresa por uma funcionária da Vina, gerando renda para ela no valor de R$ 60,00.

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Por uma falha interna do Departamento Socioambiental da Vina, os custos dessa produção foram perdidos.

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Segunda palestra – Novembro/2012 Nesta palestra também foram entregues kits de material de divulgação do Departamento Socioambiental da Vina. Dessa vez, Eric utilizou o seu carro particular para realizar o transporte. A Vina calculou o valor gasto de gasolina (R$ 57,00) e pagou ao Eric o valor de R$ 80,00, como forma de gratificação pela gentileza. A referência interna Vina/Aracê também estava presente.

Terceira palestra – Maio/2013 O foco dessa palestra era apresentar o projeto Aracê para os alunos, explicando as etapas de construção e implementação do projeto na empresa. Os contratados Aracê foram convidados a participar e a dar o seu depoimento pessoal. Cassimara e Diego aceitaram o convite! Cassimara deu seu depoimento, sensibilizando os alunos. Diego, por uma falha de logística, acabou se perdendo dentro da universidade e não conseguiu chegar a tempo de participar. Nenhum dos dois teve necessidade de utilizar o transporte oferecido pela Vina. Antes do evento, foi fornecido um lanche produzido na própria empresa por uma funcionária da Vina, gerando renda para ela no valor de R$ 20,00.

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Nessa palestra, foi iniciada uma nova ação do Departamento Socioambiental, em parceria informal com a Prof. Sônia Dias. O objetivo inicial era gravar a palestra e transformá-la em um vídeo, para ser divulgado no meio acadêmico. Porém, após a experiência, chegou-se a conclusão de que esses vídeos devem ser gravados em outro formato para cumprirem seu objetivo. Essa ação ainda está em processo de construção e avaliação. A primeira ideia é a realização de filmagens e entrevistas, que explorem a história e as falas de cada contratado do Projeto Aracê, narrando, a partir do olhar deles, essa experiência. Em novembro de 2013 foi iniciada a primeira fase das filmagens.

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Conclusão A equipe da Vina vem percebendo que, a cada ano, o Projeto Aracê tem evoluído. O objetivo principal desse projeto-piloto, que é o resgate da cidadania via mercado formal de trabalho, vem se mostrando viável. Apesar de a empresa não oferecer um grande número de vagas – até agora foram 21 – a oportunidade oferecida já transformou, de alguma maneira, a vida dessas pessoas com a sua reinserção social. Na visão da Vina, a evolução do projeto é significativa, mostrando, cada vez mais, a sua viabilidade de implementação. Em setembro de 2013, teve início a ação de transformar as contratações Aracê em dados socioeconômicos, como já citamos em documentações anteriores. A partir da consultoria contratada e do documentário do Aracê, a Vina irá trabalhar na direção do cumprimento de outro objetivo: sensibilizar outras empresas a colocarem em prática ações de inclusão, via mercado formal de trabalho, de pessoas com trajetória de vulnerabilidade social. A partir dessa ação, a Vina acredita que é possível estabelecer, gradativamente, um ciclo que promova a quebra desse paradigma social.

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Ficha Técnica

Vina Equipamentos e Construções Ltda. Departamento Socioambiental Coordenação Cláudia Pires Lessa Elaboração e Programação Visual Juliana Foini Rosa Equipe de Apoio – Aracê Patrícia Hellen e Lilian Bernardes Capa do relatório e porta CD: material produzido pela ASMARE, com coordenação da designer Cristina Araújo, com reaproveitamento de diversos materiais. Folhas de rosto: digitalização de desenhos8 feitos pelos alunos da Unidade Municipal de Educação Infantil – UMEI Águas Claras, após uma visita ao lote onde está sendo construída a futura sede da Vina. Essa e outras ações fazem parte do trabalho conjunto realizado entre a Vina e a UMEI, dentro do Projeto Multidisciplinar Nova Sede Vina. Revisão (de acordo com a nova ortografia): Élida Murta

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Pelo uso de imagens, a UMEI Águas Claras recebeu da Vina o valor de R$ 250,00.

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Vina Equipamentos e Construções Ltda. Coordenadora do Departamento Socioambiental Tel.: (31) 3221-2448/ 9591-5516 E-mail: vinasocial@gmail.com www.vinavina.com.br UMEI Águas Claras Vânia Gomes (vice-diretora) Tel.: 31 3277-1540 E-mail: vaniagmm@pbh.gov.br Cristina Araújo – designer Tel.: 31 9136-9680 E-mail: cristinaaraujo.gotz@gmail.com Élida Murta – Redatora e revisora Tel.: (31) 9678-5916 E-mail: trema.textos@gmail.com

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“O correr da vida embrulha tudo, a vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem.”o

Guimarães Rosa

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