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PROJETO INICIAL
As grandes modificações pelas quais o projeto inicial passou até sua construção finalizada, delimitam uma diferença entre a intenção projetual do arquiteto e o edifício que conhecemos, embora as mudanças não denotem prejuízo significativo para o resultado. A configuração formal escolhida corresponde à solução tipológica torre sobre plataforma, com um volume horizontal que ocupa toda a extensão da quadra e uma lâmina vertical justaposta ao embasamento. Nesta tipologia, os dois volumes estabelecem distintas relações com o espaço urbano. Enquanto o embasamento delimita a relação do edifício com o entorno, a lâmina vertical estabelece um vínculo simbólico com a cidade, representando a torre vertical da urbanização moderna e constituindo referência geográfica ao ser proposta num dos pontos de maior altitude da cidade. O projeto prevê dois pavimentos de subsolo, um volume de embasamento com três pavimentos comerciais e um edifício lâmina, suspenso por pilotis, sobreposto ao embasamento. Entre o corpo horizontal e o edifício lâmina há um pavimento intermediário, o terraço-jardim, que recebe um pavilhão e uma cobertura para a área de circulação entre os níveis do embasamento. Os acessos à lâmina vertical estão situados na área externa do edifício. O edifício conta com uma rampa helicoidal que parte do 1º subsolo e atravessa todo o bloco horizontal, chegando ao pavimento intermediário entre embasamento e torre - terraço jardim. A ligação contínua com as áreas de garagem, considera a participação da dinâmica urbana dos automóveis no interior do edifício, pois o subsolo não é uma área apartada, mas um espaço integrado às áreas comuns.
Os acessos à lâmina vertical estão situados na área externa do edifício. O edifício conta com uma rampa helicoidal que parte do 1º subsolo e atravessa todo o bloco horizontal, chegando ao pavimento intermediário entre embasamento e torre - terraço jardim. A ligação contínua com as áreas de garagem, considera a participação da dinâmica urbana dos automóveis no interior do edifício, pois o subsolo não é uma área apartada, mas um espaço integrado às áreas comuns. No período de concepção do projeto, o problema de circulação de veículos tomava dimensões significativas nas discussões sobre o planejamento da cidade e determinou a aprovação da lei sobre obrigatoriedade das vagas de garagem nas edificações. Este fato transforma grande parte dos projetos da cidade, que passam a abrigar subsolos ou conferir parte da área térrea a estacionamentos. No Conjunto Nacional, este aspecto foi solucionado pela previsão de dois pavimentos de subsolo com 800 vagas de garagem, fato anunciado como vantagem imobiliária. O segundo subsolo surgiu por sugestão do arquiteto após a constatação da necessidade de fundações profundas para a edificação. Estruturalmente, o projeto adota uma malha regular ordenadora para o volume horizontal que obedece a intervalos de 5 e 10 metros de distância entre pilares em toda a extensão do embasamento. A modulação coincide com a frente das unidades comerciais do pavimento térreo como também com a divisão das vagas de garagem dos subsolos. A lâmina vertical tem uma solução estrutural distinta e independente da estrutura do embasamento. Está
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suspensa por linhas de pilotis duplos que, nos desenhos iniciais, apresentam uma distribuição regular, excetuando-se o trecho do bloco Guayupiá, próximo à Rua Augusta. O projeto inicial propunha um uso misto que atendesse às diversas atividades existentes nos grandes centros urbanos, num edifício pensado na escala de uma cidade.
Acima, maquete do primeiro estudo de David Libeskind para o Conjunto Nacional. Fonte: STINCO, Claudia Virginia. O Conjunto Nacional: história e análise de um modelo. Dissertação de mestrado. São Paulo, FAU Mackenzie, 2004, p.114;