Resistência Quilombola - A repressão ao samba e a luta do Quilombo Sacopã por seus direitos
VÍRUS Porque neutro nem sabonete, nem a Suíça
PLANETÁRIO
DROGAS
Legalizando
o debate
Quais são as consequências da guerra às drogas e por que a descriminalização deve estar em pauta
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Cuba Como vai a ilha socialista em 2012?
ENTREVISTA INCLUSIVA com
Adriana Facina A pesquisadora fala sobre o desafio de ser intelectual e miliante e sobre seu novo livro
R$5 edição nº 14 maio
Por Laissa Gamaro
Por Laissa Gamaro
APRENDEM
Afinal, o que é a Vírus Planetário? Muitos não entendem o que é a Vírus Planetário, principalmente o nome. Então, fazemos essa explicação maçante, mas necessária para os virgens de Vírus Planetário: Jornalismo pela diferença, não pela desigualdade. Esse é nosso lema. Em nosso primeiro editorial, anunciamos nosso estilo; usar primeira pessoa do singular, assumir nossa parcialidade, afinal “Neutro nem sabonete, nem a Suíça.” Somos, sim, parciais, com orgulho de darmos visibilidade a pessoas excluídas, de batalharmos contra as mais diversas formas de opressão. Rimos de nossa própria desgraça e sempre que possível gozamos com a cara de alguns algozes do povo. O bom humor é necessário para enfrentarmos com alegria as mais árduas batalhas do cotidiano. O homem é o vírus do homem e do planeta. Daí, vem o nome da revista, que faz a provocação de que mesmo a humanidade destruindo a Terra e sua própria espécie, acreditamos que com mobilização social, uma sociedade em que haja felicidade para todos e todas é possível. Recentemente, inauguramos um Conselho Editorial (nomes ao lado) com integrantes de movimentos sociais e intelectuais que referendam e apoiam a revista. Em breve, ampliaremos os participantes do Conselho.
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EXPEDIENTE: Rio de Janeiro: Artur Romeu, Caio Amorim, Felipe Salek, Fernanda
Freire, José Roberto Medeiros, Júlia Bertolini, Maira Moreira, Maria Luiza Baldez, Mariana Gomes, Renata Melo, Rodrigo Teixeira e Seiji Nomura | Campo Grande (MS): Marina Duarte, Rafael de Abreu, Tainá Jara, Daniel Lacraia, Jones Mário, Fernanda Palheta, Everson Tavares | Brasília: Thiago Vilela, Alina Freitas, Ana Malaco, Luana Luizy, Elis Tanajura, Tais Koshino Diagramação e projeto gráfico: Caio Amorim e Mariana Gomes Ilustrações: Rio de Janeiro: Carlos Latuff e Francis Carnaúba; Vila Velha-ES: Laíssa Gamaro e Leonardo Almenara (estudiocosmonauta. com.br); Brasília-DF: Tais Koshino (capa) Revisão: Bruna Barlach e Luma Marques Colaborações: Rafael Puetter (rafucko.com), Lobo Batuta (lobobatuta.com), Carmem Xantre (Casa da América Latina),Lidiane Lobo e Rosilene Almeida
Conselho Editorial: Adriana Facina, Ana Enne, André Guimarães, Carlos Latuff, Dênis de Moraes, Eduardo Sá, Gizele Martins, Gustavo Barreto, João Tancredo, Larissa Dahmer, MC Leonardo, Marcelo Yuka, Marcos Alvito, Michael Löwy, Miguel Baldez, Orlando Zaccone, Oswaldo Munteal, Paulo Passarinho, Tarcisio Carvalho, e Virginia Fontes
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Anuncie na Vírus: marketing@virusplanetario.net #Impressão: #Tiragem: 3 mil exemplares
COMUNICAÇÃO E EDITORA A Revista Vírus Planetário - ISSN 2236-7969 é uma publicação da Malungo Comunicação e Editora com sede no Rio de Janeiro
Edição Digital reduzida.
Editorial
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer. Nesta edição, colocamos alguns tabus em cima da mesa! Já passou da hora de discutirmos certos assuntos. Num período em que alguns poucos direitos começam a ser conquistados, como a legalização do aborto no caso de fetos anencéfalos, vemos aumentar casos de machismo e homofobia.
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Basta! Precisamos discutir as questões que todos conhecem, mas a mídia grande prefere ignorar, omitir ou desinformar. Começaremos o debate sobre a descriminalização das drogas no Brasil. A verdade é que, hoje, todas as classes sociais usam os mais diversos tipos de drogas – lícitas ou não. Isso todo mundo já sabe. Mas há um lado perverso desta questão que ninguém fala: se o uso é geral, a repressão é segmentada, sendo direcionada às camadas mais pobres da sociedade.
Sumário (da edição completa)
Recebemos também um relato em primeira mão da XIX Brigada SulAmericana de Solidariedade a Cuba. Nela, pessoas de diferentes países sul-americanos têm a oportunidade de conhecer o país socialista. A aventura é impressionante e revela o quanto estamos desinformados. Continuaremos trazendo relatos de países pelo mundo afora.
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Niterói_Morro do Bumba: dois anos de luto e luta
6 Passatempos Virais_Ligue os pontos
E na primeira de uma série de cidades, nossos Passatempos Virais apresentam o transporte coletivo do Rio de Janeiro, onde o usuário pode escolher entre sofrer um assalto nas barcas (e não é culpa da violência, é do preço mesmo!), ser esmagado dentro do metrô ou desfrutar de um tranquilo engarrafamento em um calorento ônibus. Em dúvida sobre qual escolher?
7 Uma nota latinoamericana 8 Bula Cultural_Manguinhos e o Ecomuseu 10 Bula Cultural 11 Mato Grosso do Sul_Relatos do Tribunal
Um novo horizonte O que não nos falta são discussões, denúncias e ideias. Mas para darmos conta de tudo isso, precisaremos da participação cada vez mais intensa de vocês, nossos leitores. Por isso, agradecemos a sua compreensão em relação ao aumento do preço da revista impressa para R$5. Ressaltamos que agora contamos com um escritório de redação, pelo qual pagamos aluguel e, com o crescimento da qualidade de impressão, quantidade e distribuição da revista, também aumentam os gastos.
Popular da Terra
14 Drogas_Legalizando o debate 18 Sensacional Repórter Sensacionalista 19 Sórdidos Detalhes 20 Choque de silêncio ao Quilombo Sacopã 24 Passatempos Virais_Jogo da Vida-transportes 26 Entrevista Inclusiva_Adriana Facina 30 Para quem vale a Vale?
Além disso, nos firmamos cada vez mais como membros da linha de frente no quesito democratização da comunicação. Estamos crescendo nas redes sociais (passamos a Veja Rio em número de fãs no facebook!) e, hoje, nossas atualizações nas redes sociais são vistas por mais de um milhão de pessoas por semana. No entanto, isso não se converte, necessariamente, em recursos financeiros para a revista. Continuamos sem remuneração, mas esperamos contar com mais ousadia e vontade política para democratizar a comunicação por parte das entidades sindicais, organizações e movimentos sociais. Falamos para muitos. A esquerda precisa entender esse espaço e, perceber de vez, que seu lugar é aqui, e não nas mídias tradicionais. A um passo de conquistar nossa profissionalização concreta precisamos de mais e mais parceiros! A democratização da comunicação deve ser uma bandeira da esquerda como um todo. Um novo horizonte se coloca e estamos mais do que preparados para ele! Vamos juntos?
32 (Re)conhecendo Cuba_Uma viagem à ilha socialista em 2012
Correio Viral: Maria Tabosa: Feliz por ter conhecido a Virus. A Vírus faz meus dias mais iluminados: de idéias, de sentimentos, até de amor à vida. Ana da Costa: Quero agradecer ao comprometimento de vocês com os leitores. Edições adicionais como um pedido de desculpas não é tão simbólico, qualquer editora faz, mas um bilhete pessoal e escrito à mão é o diferencial e mostra a importância do leitor para a revista. Obrigada! Luiz Phillip Luca Chaves: Excelente jornalismo.
Paulo Oliveira: Obrigado. Vocês fornecem (mesmo sem saber [ou não ] ) jornalismo de melhor qualidade que a grande maioria dos jornais que eu conheço. Abordam de maneira imparcial e de forma crítica, analítica. NOSSA RESPOSTA: Na verdade, abordamos de maneira Parcial! Com muito orgulho de termos lado, de escolhermos lutar pelo fim das desigualdades. Para nós, não existe comunicação imparcial, pois é feita por pessoas, e quem se diz imparcial, está mentindo. Como diz nosso slogan: “Porque neutro nem sabonete, nem a Suíça” Muito obrigado, Paulo!
>Envie colaborações (textos, desenhos, fotos), críticas, dúvidas, sugestões, opiniões gerais e sobre nossas reportagens para
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niterói
Foto: Samuel Tosta / APN-Sindipetro-RJ
Morro do Bumba: Dois anos de luto e luta
Dois anos depois da tragédia ocorrida pela chuva e descaso do poder público de Niterói, moradores de favelas atingidas continuam desabrigados Por Seiji Nomura Encontrar com o Morro do Bumba pouco mais de dois anos após os desabamentos de 2010 dá, ao mesmo tempo, esperança e tristeza. Dentro do possível, a vida continua na favela, as crianças e os adultos jogam futebol aos domingos, enquanto outros preferem pescar pelas redondezas. Conversando com os moradores, porém, logo são lembradas pessoas que morreram no desastre das chuvas e do descaso, que fez mais de 50 vítimas só ali, além de ter deixado centenas sem moradia. “Dois anos depois, o prefeito não fez nada. Os apartamentos, que deveriam ter sido entregues para nós em seis meses, não recebemos até hoje, por exemplo”, afirma o presidente da Associação de Vítimas do Morro do Bumba, Francisco Carlos Ferreira de Souza, que também perdeu sua casa no acidente. Esta orga4
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nização é uma das várias criadas por conta dos desabamentos. Foi considerado um dos fatores determinantes para a ocorrência do desastre o fato de que várias casas foram construídas em cima de um
que lá era aterro sanitário, mas é preciso explicar como era. Por cima do lixo, era colocada uma camada de pó químico, terra e concreto”, explica. “Já moravam pessoas no morro antes da instalação do aterro sanitário, que ficava em São Lourenço. A
“
Grande parte das famílias afetadas pelas chuvas não recebeu aluguel social até hoje”
aterro sanitário. Ao contrário da impressão que várias reportagens da época dos desabamentos passaram, esta parte do Bumba não passava de 1/5 do morro. Infelizmente, era a área onde Francisco e muitos outros moravam. “Várias pessoas sabiam
transferência foi feita com força policial porque os moradores da região não queriam que fosse levado para lá”, recorda. A esposa de Francisco, Eliane de Souza, estava presente em um pronunciamento do então prefeito Jorge Roberto Silveira (que hoje
está em novo mandato) sobre o tema. “Ele disse que poderíamos construir sobre essa área e deu até título de posse”, lembra a moradora. “Vários outros governantes fizeram melhorias também davam aval pra que ficássemos lá. Recebemos caixa d’água, asfalto e até um campo de futebol”, comenta Francisco de Souza. Ele lembra que desde o começo da ocupação das favelas, no começo do século XX, com a ocupação da favela da Providência, a história do Rio de Janeiro é marcada pelo descaso com a habitação popular. “Com a demolição de cortiços, muitos se encontraram sem ter onde morar. O Estado deveria ter construído habitação para eles”, opina. Em uma visita ao Bumba, notase como a organização das casas e do espaço é bem diferente das construções propostas pelo governo e das que têm sido realizadas como política urbana na maioria do Estado, que parece ter como referência a classe média. Por exemplo: no Bumba, boa parte das pessoas conta com quintal, o que permite que algumas criem animais como galinhas, cabras e pelo menos um cavalo; as casas são maiores do que os apartamentos com dois quartos que o governo está construindo, pois as famílias costumam ser maiores do que as de classe média (não só pelo número de filhos, mas também porque, frequentemente, incluem outros parentes e filhos de outros relacionamentos). É de praxe que as pessoas no Bumba andem pelas ruas do morro despreocupadas, pois não têm que seguir o mantra “olhe duas vezes antes de atravessar a rua” — primeiro porque quase não passam carros e motos, segundo porque rua não parece ser lugar que só se atravessa, mas também em que se para e conversa.
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Deve-se realocar as pessoas para casas melhores, mas perto do local de origem, para não perder o vínculo”
Falando sobre esse assunto, Francisco de Souza conta o que achava das remoções. “Não sou a favor da remoção das favelas, mas sim de realocar as pessoas. O que se remove é objeto. Acho que se deve realocar para casas melhores, com infraestrutura, mas perto do local de origem para não perder o vínculo”, explica. “E, claro, dando laudo definitivo de que não está em risco, não tem porque sair”. O ativista também criticou a política de aluguel social do governo. “Um dos problemas é que grande parte das famílias afetadas pelas chuvas não recebeu aluguel social até hoje — só no Bumba são 20, mas em Niterói são centenas. Mas mesmo quem recebe não está tão bem. No dia seguinte ao anúncio de que seria dado o aluguel social, os preços subiram muito, cerca de 50%”, afirma: “Na verdade, existe uma lei municipal que afirma que o Estado é responsável por pagar o aluguel e arranjar as casas e não esse “se vira” que foi o aluguel social”. Outro problema teria sido a condição dos abrigos, onde até hoje moram centenas de famílias. “Eram dois: o 4º Grupo de Companhias de Administração Militar (4º GCAM) e o 3º Batalhão de Infantaria do Exército (3º BI). Em 2011, as pessoas foram retiradas à força do GCAM, apesar de termos resistido três vezes, mas na última trouxeram o BOPE e como havia crianças no abrigo, decidimos não continuar lá”, explica. “Juntaram todo mundo no BI, onde as condições são muito piores. Entra água da chuva nos pavilhões, vaza esgoto. Só há um banheiro para todas as pessoas que, inclusive, encontra-se em uma condição precária”, denuncia.
Francisco de Souza em audiência sobre a situação dos desabrigados
Foto: Elias Francioni
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Bula cultural
algumas recomendações médico-artísticas
Indicações Documentário “As muitas faces de uma cidade” - Danilo Georges, Eliseu Pirocelli e Vinicius Santos
Contraindicações
O documentário descreve brilhantemente as contradições de uma cidade como Foz do Iguaçu, bela, que irradia energia para todo o país, e é, ao mesmo tempo, a cidade onde mais morrem jovens. Nessas muitas faces das tão variadas cidades, encontramos jovens que arrumam seu trampo, que se divertem e que reinventam a vida.
Bar Bukoswki
Exposição “Manguinhos: Território em Transe” A exposição conta, através de fotografias, mapas e textos, a história da ocupação de Manguinhos, zona norte do Rio de Janeiro e as lutas políticas ocorridas durante os últimos cinco séculos. A mostra itinerante começa seu percurso nos dias 23, 24 e 25 de maio no campus da Fiocruz. De lá, seguirá para Manguinhos, favela onde se situa a insa cidade tituição. “A gente reforçou muito a relação de Manguinhos com iros verdade os são que aqueles r provoca de foi o trabalh nosso O do Rio. dor historia Pinha, Daniel afirma io”, protagonistas da história do territór e Ativista Unidad pela o realizad é o trabalh O projeto. do ador e pesquis da CoordeDefensora do Meio Ambiente (Uadema) e conta com convênio . Fiocruz da ncia Presidê da Social ção Coopera nadoria de ioeMais informações: territorioemtranse@yahoo.com.br / territor 6 8167526 (021) e 00 3181.79 mtranse@uadema.org.br / Tels.: (021)
Localizado em Botafogo, o Bar Bukowski, que já foi sinônimo de um espaço alternativo no Rio de Janeiro, piora sua concepção a cada dia. Entrada muito cara (R$35,00), péssimo serviço e “seguranças” que se valem da premissa de serem Policiais Militares para exercerem sua “autoridade” no esta belecimento. Ilegal e imoral.
Livro “Occupy” - David Harvey, Slavoj Žižek, Tariq Ali et al. - Editora Boitempo autores, o Com o princípio de não arrecadar recursos para editores e de ntos movime s diverso dos o mosaic um livro faz ocupação que ocorreram no mundo em 2011. Tariq Ali, em seu texto presente na coletânea, afirma que saber contra quem se luta é um importante começo. Por outro lado, Slavoj Zizek é bem categórico ao defender que é preciso saber o que se quer. Os trabalhadores, de acordo com ele, sempre tem a resposta, o problema é não saber a pergunta. O movimento Occupy abre novos horizontes para perguntas estruturais da sociedade capitalista atual. Fique ligado! Sortearemos este livro nas próximas semanas. Para concorrer, basta curtir nossa página: facebook.com/virusplanetario
POSOLOGIA ingerir em caso de marasmo ingerir em caso de repetição cultural ingerir em caso de alienação manter fora do alcance das crianças nocivo, ingerir apenas com acompanhamento médico extremamente nocivo, não ingerir nem com prescrição médica
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Vírus Planetário - ABRIL 2012
mato grosso do sul
Amanhã vai ser outro dia: Relatos do Tribunal Popular da Terra de Mato Grosso do Sul Por Tainá Jara e Rafael de Abreu
Confira a reportagem na edição completa digital ou impressa
“A universidade deve ser flexível, pintar-se de negro, de mulato, de operário, de camponês, [de índio] ou ficar sem portas, e o povo a arrebentará e pintará a Universidade com as cores que melhor lhe pareça.” Ernesto Che Guevara
Amanheceu diferente a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul no dia 30 de março de 2012. Despertavam do alojamento os índios, quilombolas e camponeses junto com estudantes e militantes de organizações ligadas à terra. Levantavam-se para mais uma batalha na luta por seus direitos em um território nunca ocupado por eles, à universidade. Os índios, com seus cocares de penas coloridas e o vermelho de suas peles realçados por urucum, junto com os demais participantes adentraram no Teatro Glauce Rocha. Em 1979, neste local, foi instalado oficialmente o governo de Mato Grosso do Sul, com a posse do primeiro governador, Harry Amorim Costa, e a presença do ditador Ernesto Geisel. Em um espaço muito frequentado pela elite sul-mato-grossense nas suas solenidades, a universidade começava a se pintar de povo no primeiro dia de atividades do Tribunal Popular da Terra de Mato Grosso do Sul (TPT-MS) que se estendeu aos dias 31 e 1º de abril.
drogas
Quer fumar?
PASSA a grana! CIA
POLÍ
Ilustração: Carlos Latuff
Legalizando o Por Maria Luiza Baldez e José Roberto Medeiros
debate
Sejam lícitas ou ilícitas, é inegável que as drogas estão inseridas na realidade social. E, apenas com uma discussão honesta, será possível descobrir o melhor caminho para se tratar deste delicado tema.
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“ M ac on ha Medicinal
Todos os objetivos da guerra contra as drogas feita através do proibicionismo são um fracasso total”
sara diz que a realidade não corresponde a esta expectativa. “A criminalização é ineficaz. Hoje em dia, quem quer usar drogas, usa”, contesta.
Após anos sendo tratado como tabu, o debate em torno da questão das drogas se reorganiza e passa a ser discutido sob novas perspectivas. Estando diante de políticas públicas limitadas, que falham em impedir a circulação das drogas no meio social, começa a se formar um consenso de que é necessário outro caminho para se tratar do assunto.
A problemática da criminalização A solução aceita hoje para se defender do medo que a população, em geral, sente em relação à droga é o caminho da criminalização e do proibicionismo. Supostamente, a droga se torna inacessível quando proibida. Contudo, o juiz criminal Rubens Ca-
O proibicionismo mostra à luz uma face que preza pela saúde e pela segurança pública - porém, se as drogas ilícitas continuam facilmente acessíveis, o que este discurso esconde? Para militantes da questão, esconde um caráter destrutivo, que atinge os dependentes e os segmentos pobres da população. “No Brasil, vemos um senso comum produzido pela grande mídia que impede que o cidadão médio brasileiro tenha acesso a informações inteligentes. Ele fica empantanado no medo, o que só aumenta o problema na produção, comercialização, violência e dependência”, afirma Vera Malaguti, professora de Criminologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e Secretária Geral do Instituto Carioca de Criminologia (ICC).
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O intelectual, ao não se posicionar, perde não só culturalmente e politicamente, mas também na reflexão e na sua capacidade de intervenção”
Foto: Artur Romeu
ENTREVISTA INCLUSIVA: Por Artur Romeu, Caio Amorim, Mariana Gomes, Seiji Nomura e Rodrigo Teixeira
Adriana Facina
Professora, antropóloga, mãe, esposa, historiadora, funkeira, intelectual, militante... seria difícil escolher apenas uma denominação para nossa entrevistada da vez. Adriana Facina tem sempre um dia cheio, reserva as segundas-feiras para escrever depois de levar o bebê, Raul, de 1 ano, à creche. Envolvida em diversos projetos, Facina tem hoje uma militância popular bastante reconhecida e muito rara. Ligada aos movimentos de favela, cultura popular e, principalmente, ao movimento funk, foi uma das principais articuladoras políticas da Associação dos Profissionais e Amigos do Funk (APAFUNK), presidida por MC Leonardo, e responsável pela politização de MCs e DJs, incentivando a composição de funks críticos e reflexivos. Ela também atua no mapeamento cultural da favela de Acari, no subúrbio do Rio, e ministra cursos de formação de agentes populares. Um dos grandes objetivos de Adriana é mostrar um lado das favelas que quase nunca aparece, mas que é riquíssimo: a produção artístico-cultural.
Formada em história pela UFF (no mesmo período em que passaram por lá Marcelo Freixo, Alessandro Molon e Marcos Alvito), fez mestrado em História Social da Cultura na PUCRio e, no doutorado, partiu para a antropologia, área em que ficou e se apaixonou, por trazer elementos de “carne e osso” ao estudo da história. Hoje, aos 41 anos, Adriana faz questão de frisar que pouco ensinou durante sua pesquisa pelas favelas cariocas. Segundo ela, o aprendizado foi muito maior e deixou como fruto, por exemplo, a reflexão sobre a linguagem. Mesmo com um livro inteiro praticamente pronto, ela decidiu reescrevê-lo. “Preciso dar a contrapartida aos que colaboraram comigo, inclusive, através da forma e não apenas com o conteúdo”, explica. Adriana falou à Vírus sobre funk, favela, militância e muito mais. Tudo com a já conhecida paixão pela poesia, pela música e pela cultura brasileiras.
Confira a entrevista na edição completa digital ou impressa
Enquanto isso, na sala de injustiça, o ministro de minas e energia, edison lobão já
e o ss o e sileir m o C bra a... o ux pové tro
está anunciando que o próximo leilão do petróleo brasileiro está próximo de acontecer...
Aê to Gale bl oc do m era, os und te te de o! S m pr a rr pet ão ae 1 r no óle 74 ma o, n r! a
...os empresários brasileiros e estrangeiros já começam a juntar a merreca pra comprar mais poços e ganhar muito mais dinheiro
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vuuummm
Ma õõÊE ! Quem Quer pe tróleo? Entretanto, algo não esperado por lobão e seus comparsas ainda pode acontecer: O povo brasileiro tem que se mobilizar e Exigir:
“o petróleo tem que
ser nosso!”
Olha o desespero do lobão quando notar que seus planos diabólicos irão por água abaixo...
E aí??? Quer que essa história tenha um final feliz? Então, participe da campanha Em defesa do projeto dos movimentos sociais para o petróleo, com monopólio estatal, Petrobrás 100% pública e investimento em energias limpas.
NOVIDADE! Acompanhe a campanha e outras notícias pela TV Petroleira em www.tvpetroleira.tv
Notícias da campanha: www.apn.org.br Participe do abaixo-assinado: www.sindipetro.org.br
organização:
Educação não é
Mercadoria!
O SAERJ
Diga não a
e a Escola Pública:
o
SAERJ!
No segundo semestre de 2012, os alunos das escolas estaduais farão o SAERJ. Mas o que essa prova significa? Ela irá trazer algum benefício para as escolas e para os profissionais da educação? A resposta é: infelizmente NÃO!
Mas os professores não são obrigados a aplicar essa prova. Ela será utilizada como instrumento do Plano de Metas somente em 2013. E o que o governo não está dizendo é que o tal 14º salário somente será pago às escolas que atingirem TODOS os itens do Plano de Metas. Todos os ganhos que recebemos foi graças a nossa luta e mobilização! Com a nossa greve de 2011 garantimos o Plano de Carreira para os funcionários e Professores de 40h, enquadramento por formação, incorporação do Nova Escolas e etc. Só a nossa luta tem garantido vitórias.
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Os professores NÃO têm medo de avaliação. Mas uma avaliação que não leva em conta a realidade da comunidade escolar, que não foi realizada a partir de um projeto formulado pela categoria é, no mínimo, autoritária. Além disso, é uma tentativa de mascarar o resultado do Rio de Janeiro no Ideb nacional
anos
Professor, não use essa prova como avaliação de sua disciplina! Não permita que seu aluno seja prejudicado!
Vamos juntos, pais, alunos e profissionais da educação, lutar por uma verdadeira Escola Pública de Qualidade!
Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro
www.seperj.org.br