Entrevista: Nalu Farias_A
militante da Marcha Mundial das Mulheres fala sobre a luta feminista
Vírus Porque neutro nem sabonete, nem a Suíça
Mulheres
Planetário
em luta
Por que as bandeiras do feminismo estão mais atuais do que nunca?
Com conteúdo do
MEDIA FAZENDO
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R$5 edição nº 21 março 2013
Em defesa do projeto dos movimentos sociais para o petróleo, com monopólio estatal, Petrobrás 100% pública e investimento em energias limpas.
Leia: “Movimentos sociais interrompem seminário da Agência Nacional do Petróleo”
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traço livre
Notícias da campanha: www.apn.org.br www.tvpetroleira.tv
Por Paulo Marcelo Oz | Veja mais em: facebook.com/ tirinhasoz
organização: Participe do abaixo-assinado: www.sindipetro.org.br
CAMPANHA FOTO-PROTESTO a favor dos Direitos Humanos no Brasil
A indicação do pastor-deputado Marco Feliciano à presidência da Comissão de Direitos Humano não é uma traição ao povo em razão de sua (dita) crença, nem de seu cargo de pastor. A indicação de Feliciano é um desrespeito hediondo contra os direitos humanos porque alguém que publicamente já discorreu sobre seu racismo e homofobia nada tem de humano, e não é capaz de reger os direitos de ninguém. Portanto, convocamos todas e todos, a manifestarem-se publicamente das maneiras que puderem, que se juntem a nós em uma Campanha de foto-protestos. É bem simples: basta criar (escrever, desenhar...) uma plaquinha com a sua indignação e fotografar (várias pessoas já nos enviaram - alguns dos participantes acima). Postem no mural da Vírus para que apareça em nossa página e consigamos ver - www.facebook.com/ virusplanetario . Você pode enviar sua foto até dia 15/04!!! Vamos movimentar uma campanha online em um vídeo com as imagens. Avante!
Assine a petição pela imediata destituição do Pr. Marco Feliciano da Presidência da Comissão de Direitos Humanos www.is.gd/lKX2qM
Entenda mais - www.tinyurl.com/feliciano-cdh realização: facebook.com/coletivo.batalho
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Afinal, o que é a Vírus Planetário? Muitos não entendem o que é a Vírus Planetário, principalmente o nome. Então, fazemos essa explicação maçante, mas necessária para os virgens de Vírus Planetário: Jornalismo pela diferença, não pela desigualdade. Esse é nosso lema. Em nosso primeiro editorial, anunciamos nosso estilo; usar primeira pessoa do singular, assumir nossa parcialidade, afinal “Neutro nem sabonete, nem a Suíça.” Somos, sim, parciais, com orgulho de darmos visibilidade a pessoas excluídas, de batalharmos contra as mais diversas formas de opressão. Rimos de nossa própria desgraça e sempre que possível gozamos com a cara de alguns algozes do povo. O bom humor é necessário para enfrentarmos com alegria as mais árduas batalhas do cotidiano.
O homem é o vírus do homem e do planeta. Daí, vem o nome da revista, que faz a provocação de que mesmo a humanidade destruindo a Terra e sua própria espécie, acreditamos que com mobilização social, uma sociedade em que haja felicidade para todos e todas é possível.
Recentemente, unificamos os esforços com o jornal alternativo Fazendo Media (www.fazendomedia.com) e nos tornamos um único coletivo e uma única publicação impressa. Seguimos, assim, mais fortes na luta pela democratização da comunicação para a construção de um jornalismo pela diferença, contra a desigualdade.
Expediente: Rio de Janeiro: Aline Rochedo, Ana Chagas, Artur Romeu, Beatriz Noronha, Caio Amorim, Catherine Lira, Chico Motta, Eduardo Sá, Gabriel Bernardo, Ingrid Simpson, Julia Maria Ferreira, Livia Valle, Maria Luiza Baldez, Mariana Gomes, Miguel Tiriba, Noelia Pereira, Raquel Junia, Seiji Nomura e William Alexandre | Mato Grosso do Sul: Marina Duarte, Tainá Jara, Jones Mário, Fernanda Palheta, Eva Cruz e Juliane Garcez | Brasília: Alina Freitas, Luana Luizy, Mariane Sanches e Thiago Vilela | São Paulo: Ana Carolina Gomes, Bruna Barlach , Duna Rodríguez, Jéssica Ipólito e Luka Franca | Minas Gerais: Ana Malaco, Laura Ralola e Paulo Dias Diagramação e projeto gráfico: Caio Amorim Ilustrações: Carlos Latuff (RJ), Paulo Marcelo Oz (MG) e Adriano Kitani (SP) Revisão: Bruna Barlach e Jones Mário Colaborações: Juliana Rocha Capa: Juliana Florêncio e Bruna Barlach
Conselho Editorial:
Adriana Facina, Amanda Gurgel, Ana Enne, André Guimarães, Carlos Latuff, Claudia Santiago, Dênis de Moraes, Eduardo Sá, Gizele Martins, Gustavo Barreto, Henrique Carneiro, João Roberto Pinto, João Tancredo, Larissa Dahmer, Leon Diniz, MC Leonardo, Marcelo Yuka, Marcos Alvito, Mauro Iasi, Michael Löwy, Miguel Baldez, Orlando Zaccone, Oswaldo Munteal, Paulo Passarinho, Repper Fiell, Sandra Quintela, Tarcisio Carvalho, Virginia Fontes, Vito Gianotti e Diretoria de Imprensa do Sindicato Estadual dos Profissionais de Edução do Rio de Janeiro (SEPE-RJ)
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Comunicação e Editora A Revista Vírus Planetário - ISSN 2236-7969 é uma publicação da Malungo Comunicação e Editora com sede no Rio de Janeiro. Telefone: 3164-3716
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Editorial
Sumário
(da edição completa)
Quando o Dia Internacional da Mulher é lembrado, temos o desgosto de ver reportagens reduzindo a data, de reflexão e de luta, à distribuição de flores, promoções em salões de beleza e presentes na forma de vestidos, joias e até de eletrodomésticos. De alguma forma, na imagem que vem sendo construída da mulher moderna, bem sucedida e independente, parece não caber o espírito de luta das gerações anteriores. Se não tentamos compreender o que foi o feminismo e as causas pelas quais outras brigaram antes de nós, não somos capazes de ver as amarras que ainda existem. Como vanguarda central da luta contra a opressão, as mulheres se levantam há mais de dois séculos por melhores condições de vida. A cada nova geração, novas militantes entram para essa luta, defendendo as bandeiras históricas do feminismo, contra as novas formas de opressão que surgem com o desenvolvimento do capitalismo. As lutas pelos direitos das mulheres, pelo fim da violência contra a mulher e pela emancipação das mulheres em diferentes espaços não deve deixar de ser travada ainda nos marcos do capitalismo. Não só porque essas lutas são emergenciais e necessárias para a sobrevivência e existência das mulheres no mundo de forma mais digna e plena, mas porque não podemos aceitar nenhuma opressão. Nessa edição pautamos não só os atos e a importância do oito de março (que deve ser reconhecido como dia internacional de luta das mulheres trabalhadoras), mas também falamos sobre o feminismo, seus aspectos históricos e como o machismo atua na sociedade desde a manutenção das condições objetivas de vida até a cultura do estupro, que causa a destruição não só física e psicológica da mulher, mas em muitos casos leva à morte. Nas atuais mobilizações feministas, vemos em evidência o debate sobre o corpo. O corpo feminino ainda é onde se manifesta tanto a opressão quanto a resistência feminina. Insistimos em lembrar que o nosso corpo é o nosso território, sobre o qual nem o Estado e nem as Igrejas devem ter ingerência. Mostramos, com isso, que há muito o que transformar no conjunto de valores relativos ao imaginário sexual que estão impregnados de ideologia machista. É também nesse contexto que vemos manifestações feministas que aliam o questionamento à persistência da banalização das violações sexuais às demonstrações contra o racismo, a homofobia, a desigualdade de acesso ao poder e o modo capitalista de vida. Tais manifestações nos ensinam que as matrizes de desigualdades não podem ser tomadas isoladamente, elas estão intrinsecamente associadas. No seu sentido mais amplo, o feminismo é a luta contra qualquer e todo tipo de opressão. Basta olhar em volta para que essa luta está longe de acabar.
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Ana Enne_Dia da mulher
8 Bula Cultural 10
Fazendo Media_Encontro de camponesas termina com ato em frente ao Congresso Nacional
12 Fazendo Media_Entrevista Nalu Faria
15 Saúde_A história de Chico 18 São Paulo_Viviane Wahbe 20 Minas Gerais_Nas ruas, nas praças... Mulheres em luta!
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Sociedade_O estupro como cultura
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CAPA_O feminismo de volta ao centro do debate
30 Sórdidos Detalhes 32 Passatempos Virais 34
O Sensacional Repórter Sensacionalista
Ana Enne Ana Enne é professora do departamento de Estudos Culturais e Mídia da Universidade Federal Fluminense (UFF), jornalista formada pela PUC-Rio e doutora em Antropologia pelo Museu Nacional (UFRJ).
Dia da Mulher:
No que avançamos e no que precisamos avançar Dia 8 de março. Dia internacional da Mulher. Data simbólica, historicamente instituída, para marcar a luta das mulheres por respeito, dignidade, condições igualitárias, direitos, reconhecimento etc.
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daqueles que não desistem de lutar. Sinceramente, não é possível tolerar esse tipo de fala, nem como suposta piada.
Assim como essa, O Dia da Mulher outras datas foram tem a função criadas, também historicamente, para de denunciar e dar acentuar as lutas visibilidade às das minorias (muidemandas e causas tas vezes maiorias quantitativas) por daqueles que são seus direitos: negros, submetidos à opressão. homossexuais, trabalhadores... E, recorrentemente, precisamos conviver com os comentários do tipo: “absurdo, vamos criar também o dia Falando em piada, do homem, dos heterossexuais, dos vale a pena assistir ao patrões...”. Sempre me pasmo com documentário “O riso dos esse discurso cínico. Datas como o outros”, - (veja aqui - www. Dia da Mulher são marcos cívicos, tinyurl.com/risodosoutros). têm por principal função denunciar e Ele aborda de maneira compledar visibilidade às demandas e cauxa e dialética as disputas em torsas daqueles que, cotidianamente, no das representações do outro são aviltados em seus direitos, são através do humor. Há uma parte desrespeitados e submetidos a consobre as piadas machistas sobre dições de opressão e desigualdade. mulheres, que vale um contraste Ora, sabemos nós todos que no procom os discursos dos participantes, cesso histórico da cultura ocidental por exemplo, da Marcha das Vadias hegemônica, esse não é o caso nem (citada, inclusive, no filme; mas disdos homens, nem dos heterossexuponível para consulta também no ais, muito menos dos patrões. Esses youtube). A evidente contradição são protegidos pela moral, pelo Estaentre as visões acerca do lugar sodo, pela lei, pelo senso comum. E aincial da mulher apontam claramente da querem ou ironizar ou se apropriar para a não neutralidade da piada, que de ferramentas de luta conseguidas serve muitas vezes para reiterar os com suor, muito trabalho e sacríficio preconceitos.
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Vírus Planetário - março 2013
Neste triste momento da história política brasileira, em que, pelo menos até este momento, um deputado de discurso homofóbico e racista é eleito para a presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal, é preciso estar ainda mais “atento e forte” na luta por igualdade e respei-
Ilustração: Carlo
s Latuff
Gestão Mobilização Docente e Trabalho de Base
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ANDES-SN, ANFFA-SINDICAL, ASFOC, ASMETRO-SN, ASSIBGE-SN, CONDSEF, CONFELEGIS, CPERS-SINDICATO, CSP-CONLUTAS, CTB, FASUBRA, FENAJUFE, FENALE, FENALEGIS, FENAPRF, FENASPS, FENASTC, MOSAP, SEPE-RJ, SINAGÊNCIAS, SINAIT, SINAL, SINASEFE, SINASEMPU, SINDIFISCO NACIONAL, SINDIRECEITA, SINDLEGIS, SINPECPF, SINTBACEN e UNACON-SINDICAL
CARTAZ contra reforma da previdência.indd 1
to a todos aqueles que vêm sendo vítimas de sistemas injustos e opressivos. No decorrer da modernidade, as mulheres têm sido prova clara de que a luta vale a pena. Conseguiram o direito ao voto, leis que as protegem, investimentos em
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sua educação e valorização profissional. Mas o tanto a ser feito, as dificuldades ainda gritantes de calar tanto as piadas quanto a violência física, a desigualdade salarial e de carreira a que são submetidas, a necessidade de terem ainda um dia para significarem e ampliarem suas demandas, nos lembram o quanto ainda precisa ser feito. Ainda é preciso gritar: Basta! Não toleraremos mais seu preconceito. Nem em forma de piadas nada ingênuas, nem de forma alguma.
Por André Dahmer | www.malvados.com.br Vírus Planetário - março 2013
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FAZENDO
*É isso mesmo, caro leitor, agora a Vìrus e o Fazendo Media são um veículo único!
MEDIA
Março de 2013 | Ano 10 | Número 104 | www.fazendomedia.com | contato@fazendomedia.com
a média que a mídia faz
Encontro de camponesas termina com ato em frente ao Congresso Nacional Mulheres lutam por seus direitos, alimentação saudável e em defesa ao meio ambiente
Ato final do encontro | Foto: Eduardo Sá
Por Eduardo Sá BRASÍLIA(DF)
Em marcha até o Congresso Nacional, em Brasília, cerca de três mil mulheres encerraram na manhã do dia 21 de fevereiro o I Encontro Nacional do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC) com um ato político reivindicando atenção ao combate à violência contra a mulher e ampliação de direitos para as trabalhadoras do campo. Houve protesto em frente ao ministério da Previdência e Assistência Social pela abrangência do salário maternidade para 6 meses às mulheres agricultoras. Também foram fincadas no gramado do Congresso dezenas de placas com nomes de camponesas assassinadas nos últimos anos. De acordo com Rosangela Piovesani da direção do MMC, o encontro teve um importante ganho na orga-
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Vírus Planetário / fazendo media - MARÇO 2013
nização autônoma das mulheres e o reconhecimento por parte da sociedade e das autoridades. Segundo ela, as camponesas saíram de muito longe com muitas dificuldades para fazer um debate super importante sobre alimentação saudável e combate à violência doméstica. “É muito importante porque só com formação e organização que de fato a gente vai avançar no enfrentamento às desigualdades sociais e, em especial, à violência doméstica. O encontro foi de um ganho muito grande, as mulheres estão emocionadas, firmes, saem daqui com muita certeza de que temos de trabalhar cada vez mais nossa organização e nossa luta, a resistência pelo o que é nosso de direito”, afirmou. A representante do movimento disse ainda que existe a assinatura
de um acordo da presidente Dilma com o MMC de apoio às agroindústrias familiares dos grupos informais de mulheres, o que representa uma conquista fruto de uma luta que valeu a pena nos últimos três anos. Isso, ainda segundo Piovesani, é fundamental para lutar também por avanços nas estruturas das cozinhas, nos processamentos da industrialização e no acesso ao mercado. O encontro foi considerado um marco para o movimento, pois foi o segundo grande acontecimento desde seu primeiro congresso realizado em 2004, afirmou a camponesa maranhense Maria Neves, que pela primeira vez participou de uma atividade dessa amplitude. Nesse sentido, o evento consolida mais o movimento e amplia a formação das agricultoras, complementou.
Camponeas reunidas em atividade do encontro | Foto: Eduardo Sá
“Temos um novo ânimo, todas estão empolgadas e querendo se comprometer para levar esse movimento a diante. A gente nunca para de lutar, quando a gente consegue uma conquista está sempre buscando outras. Estamos até lutando por algumas que já foram conquistadas, e estão querendo derrubar e desrespeitar, como a aposentadoria: é um direito do trabalhador, no entanto temos que provar mil coisas para o INSS. A licença maternidade de seis meses também, a gente não quer que seja só para a trabalhadora urbana”, destacou. O encontro também contou com a colaboração de homens para sua realização, como é o caso de Samuel Scarponi, do Levante Popular da Juventude, que trabalha com educação infantil e acompanhou as crianças enquanto as mulheres realizavam os debates. “A ideia é garantir que enquanto as mulheres participam do encontro, tiram as deliberações políticas, possam estar seguras que os meninos vão receber acompanhamento. Fizemos um processo de educação acompanhando a própria campanha da violência contra a mulher, o efeito que ela tem. As discussões que as camponesas fazem em relação ao feminismo é um avanço para a sociedade. Os homens e o resto da sociedade
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Temos de trabalhar cada vez mais nossa organização e nossa luta, a resistência pelo o que é nosso de direito”
têm que saber diferenciar o feminismo do femismo, não é a mulher contra o homem: elas querem o espaço delas e igualdade. É uma das demandas mais prioritárias para termos avanços, e se emancipar enquanto povo”, destacou o militante. Com apenas 11 anos, Emilly Jahn disse que o encontro foi muito interessante para entender as coisas do Brasil e de outros países. “A gente discutiu muito e aprendemos muitas coisas, a principal delas foi sobre a violência contra a mulher. Tivemos várias atividades que falavam sobre isso, e tudo o que acontece com as mulheres no país. No lugar onde a gente ficou, fizeram teatro com fantoches ensinando várias coisas”, disse a menina. Durante o encontro foi elaborado coletivamente pelas camponesas um documento com as principais reivindicações do movimento, no qual elas também se comprometem a construir relações de igualdade dos seres humanos com a natureza, com a produção agroecológica de alimentos diversificados, além de fortalecer as organizações populares, feministas e de trabalhadoras. Outra carta foi entregue a presidenta Dilma Rousseff, que participou do encontro com várias ministras, com a seguinte introdução: “Este encontro traz os desafios que envolvem a luta pelo fim da violência contra a mulher, entendida como resultado do sistema capitalista, da cultura patriarcal, machista e racista que perpassa todas as dimensões da sociedade. O modelo de agricultura centrado no agronegócio, no uso de agrotóxicos e transgênicos torna as famílias camponesas empobrecidas, dependentes e subordinadas, impactando diretamente as mulheres camponesas que vivem em situação de pobreza no campo e na floresta”.
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minas gerais
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Performance sobre a violência contra a mulher tem lugar no ato | Foto: Ana Malaco
Nas ruas, nas praças...
mulheres em luta! Militantes de diversos movimentos sociais ocupam e ressignificam espaços do hipercentro da capital mineira no dia internacional de luta da mulher Por Ana Malaco, Laura Ralola e Paulo Dias Ocupar e ressignificar os espaços do hipercentro da capital mineira. Foi essa ação que moveu mais de três mil mulheres e pessoas do movimento feminista para as ruas, no Dia Internacional da Mulher, 8 de março. As tradicionais e corriqueiras comemorações e felicitações desse dia foram dispensadas em detrimento de uma luta conjunta, onde flores deram lugar a palavras de ordem que reivindicavam os direitos das mulheres. Cinco praças de Belo Horizonte tiveram seus nomes substituídos de forma simbólica por nomes de mulheres que historicamente lutaram pelo feminismo e pela construção de outra sociedade. Construído por diversos coletivos e movimentos sociais, o ato (que se repetiu em outras cidades do país) reuniu o Movimento Sindical, o Movimento das Mulheres Camponesas, a Marcha Mundial das Mulheres e diversos movimentos e coletivos feministas, de diversidade sexual e direitos humanos, gritando pela desnaturalização de formas de opressão cotidianas e da discriminação contra a mulher.
Confira a reportagem na edição completa digital ou impressa
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Flores deram lugar a palavras de ordem que reivindicavam os direitos das mulheres.”
Concentração para o ato de 08 de março em BH | Foto: Ana Malaco
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sociedade
O feminismo
de volta ao centro do
debate
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Cartaz de protesto em ato do dia 08 de março Foto: facebook.com/pstu16
O que é esse tal de feminismo que ganha cada vez mais espaço na internet, nas ruas e por todas as partes? Por Bruna Barlach, Jéssica Ipólito e Ana Chagas Sentadas em roda na sala de aula um grupo de meninas conversam entre si e com a professora que conduz o debate. A questão que está sendo discutida vem de uma pergunta muito simples: o que é ser mulher. Quando uma das meninas responde que ser mulher é casar, ter filhos e cuidar da casa e do marido logo outra se levanta e veemente responde que o que ela quer mesmo é ter uma carreira e morar fora do país. São meninas de 11, quase 12 anos, de classe média alta de uma das maiores cidades do mundo. Se você pensa que é um avanço que uma delas se contraponha a uma visão determinista do que é ser mulher, vamos começar o nosso questionamento por outro ângulo: Por que será que há necessidade de definir o que é ser mulher em nossa sociedade? Por que a identidade tem recorte de gênero?
De onde vem esse feminismo? Muitos já ouviram falar de feminismo, mas sobre ele pouco se sabe. Sem a compreensão da história da luta pela emancipação das mulheres, e da sua grande importância para uma sociedade melhor para todos, é difícil entender o feminismo e cada uma de suas bandeiras, seus atos, suas palavras de ordem, seus gritos. Que não são de hoje, e que ainda tem um longo caminho a percorrer.
Foi Marx quem nos disse a célebre frase: “A opressão do homem pelo homem iniciou-se com a opressão da mulher pelo homem”. Podemos entender melhor o que diz essa frase ao nos enveredarmos pelas páginas do livro de Engels (grande parceiro teórico de Marx) em “A origem da família, da propriedade privada e do Estado”.
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Se as coisas mudaram para as mulheres é porque elas se organizaram e foram à luta”
A mulher nem sempre esteve em uma posição inferior ao homem. Muito pelo contrário, em muitas culturas a mulher era naturalmente líder, sendo assim consideradas sociedades matriarcais. O mesmo processo histórico que tira as mulheres de sua posição de poder na sociedade é o que, pouco a pouco, viria a construir a sociedade capitalista, que é totalmente baseada na exploração. Nesse aspecto, o machismo cumpre um papel estratégico para apoiar a ampliação da exploração através da opressão.
O principal motivo pelo qual historicamente a mulher é colocada em uma condição subalterna, e sob constante vigilância da sociedade, é a garantia de que a herança das famílias ficaria entre os filhos legítimos. Para isso a mulher passava a ser compreendida também como uma propriedade do homem. Um ser criado para casar, reproduzir e cuidar da casa, sem se desenvolver por completo. Dessa forma não haveria o risco de amar, de fazer sexo com outros homens e, com isso, engravidar fora do casamento. Exatamente por serem vistas como uma extensão da casa as mulheres demoraram a ter direitos básicos, como o direito ao voto. Até bem pouco tempo as mulheres não eram consideradas cidadãs, não podiam ter opinião, participar da política.
Confira a reportagem na edição completa digital ou impressa Vírus Planetário - março 2013
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36 anos
Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro
Educação Estadual
na luta!
Rede municipal do Rio vai parar no dia 18 de abril
A rede municipal de Educação do Rio fará uma paralisação de 24 horas no dia 18 de abril. Neste dia, haverá um ato de protesto na prefeitura, às 11h e uma assembleia geral da rede, no Instituto de Educação (Rua Mariz e Barros 243 – Tijuca), a partir das 14h, para discutir a luta pela Campanha salarial 2013 e pelo plano de carreira unificado para os profissionais das escolas municipais. Até o dia da paralisação, o Sepe promoverá uma campanha de mobilização nas escolas municipais para fortalecer o movimento da categoria. No dia 13 de abril, haverá uma plenária dos profissionais de Educação Infantil. O sindicato também organizará um plebiscito, de 1º a 17 de abril sobre a política educacional da prefeitura.
MP vai investigar a utilização de material didático para a promoção pessoal de Paes A 1ª Promotoria de Tutela Coletiva da Educação, órgão do Ministério Público do Estado, anunciou que vai investigar o uso irregular de material didático pela rede pública de ensino municipal do Rio na promoção pessoal do prefeito Eduardo Paes e de seus aliados.
Aula pública realizada pelo SEPE na paralisação de 5 de março na Cinelândia com crítica bem-humorada à “brincadeirinha” de Paes
Segundo o MP, serão investigados o uso do jogo ‘Banco Imobiliário - edição Cidade Olímpica’ e de material didático” distribuídos nas escolas. O Sepe teve participação ativa nas denúncias contra mais este abuso da prefeitura do Rio e criou a frase “Escola não é banco, nem de brincadeira”, uma crítica contra a utilização pelo prefeito de mais de R$ 1 milhão do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica para a compra de 20 mil kits do jogo.
www.seperj.org.br