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JUN/JUL2010 vista.art.br












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CAPA #030

S Gustavo 'Black CAPAAlien' #030

S Fabiano lokinho

F Fabiano lokinho

M Melon

M Sadplant F Acervo Black Alien

Ed.

T Tobias Sklar

Caiu a pauta, e agora? Quem vive de retratar a vida dos outros sempre tem uma carta na manga pro lugar daquela fora do baralho. E como em toda boa mesa, a escondida que é

Sum. 14 16 18 20 22 24 28 46 60 78

Bloguigrafia Classe A Só Pedrada De olhos abertos

Exp. EDITOR CHEFE: Alexandre Marten xande@vista.art.br PRODUÇÃO, DIREÇÃO & EDIÇÃO DE CONTEÚDO: Tobias Sklar tobias@vista.art.br PROJETO GRÁFICO, ARTE & DIAGRAMAÇÃO: Frederico Antunes frederico@chibachiba.com EDITOR FOTOGRAFIA: Flavio Samelo flaviosamelo@gmail.com COLABORADORES TEXTO: Daniel Tamenpi, Flavio Samelo, Gilberto Custódio Jr, Pablo Vaz & Ricardo Tibiu

Visita

COLABORADORES FOTOGRAFIA: Fabiano Lokinho, Flavio Samelo, Jr Lemos, Pablo Vaz, Raul Passos, Renê Júnior, Robson Sakamoto & Roger Tilskater

Trakinas

AGRADECIMENTOS: Dea Lellis, Rene Shigueto & Marina Chaccur

Ortiz Souza ArteMuda Shigueto

Comercial : Alexandre Marten RS: 0 (xx) 51 8413.6898 SP: 0 (xx) 11 6152.2013 Administrativo: Gustavo Tesch gustavo@vista.art.br Periodicidade: bimestral Distribuição: distribuição@vista.art.br Distribuição gratuita realizada em boardshops, galerias de arte, blitz & cadastro. Impressão: Gráfica Pallotti Para anunciar: anuncie@vista.art.br ou 0 (xx) 51 3012.7078 Fale conosco: leitores e lojistas, comuniquem-se com a Vista através do e-mail contato@vista.art.br ou através do telefone 0 (xx) 51 3012.7078 ERRATAS Too Drunk to Surf, Vista #29: Onde você leu “Rafael Passos” na verdade se tratava de BINHO MIRANDA. Binho é o responsável pela imagem na matéria de Ricardo Tibiu. Confira os canais da Vista no site: www.vista.art.br

certeira, aquele às de espadas que faltava para completar a sequencia matadora e levar todo o pote. Pois foi com esse sentimento que encaixamos na sequencia uma entrevista de um jovem skatista curitibano atrás do outro. Felipe Ortiz e Renato Souza em suas vidas divertidas e compromissadas. Dois amigos que fazem questão de lembrar de outros amigos em meio ao trabalho. Dois caras que conseguem fazer parte de um grupo autodenominado Tropicalientes logo na cidade onde chove todo dia. Como na introdução da entrevista do Ortiz, “estereótipos não funcionam” para essa piazada. Confere com a gente porque! É a improbabilidade de estilo comprovando que estereótipos são a maior furada.


spaceboy 7396.5132

fabio cast il ho

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urgh.com.br 5511 3226.2233


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T Flavio Samelo

F Divulgação

www.flaviosamelo.com www.flourishestudio.com

http://radiotransistor.blogspot.com Renato Souza // 21 anos Patro: Converse e Sector Cidade que vive: Curitiba

Bloguigrafia

C

M

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CM

Esse é o tipo de blog que você encontra música boa. Seja lá o que tenha sido publicado ali, é bom. Acompanho esse blog há um tempo e as informações sobre os discos publicados são ótimas e completas. Uma coisa que eu gosto nele é a mistura de música das antigas com coisas novas. Aí posso citar muitos exemplos: os vários discos do Felá Kuti, discos do A Tribe Called Quest, Mutantes, Jards Macalé, Syl Johnson, Phil Raneln, Barrington Levy e tantos outros.

A

cho que o ponto em comum desses posts de ótimos discos é a riqueza da música negra, que desde de sempre foi, e tenho certeza que durante muito tempo será, muito mais cheia de verdade e originalidade, seja lá onde ela seja produzida. Fica claro que no Brasil, na Nigéria ou nos Estados Unidos, a música que tem uma idéia,

Fica aqui a dica de você baixar os discos dali que você não conhece, nunca ouviu o artista ou ficou curioso pela capa. Pois o mais legal dos blogs de música é se surpreender com as coisas que você consegue ter acesso graças à pessoas como o administrador do Radio Transistor que compartilha com os outros as coisas boas que ele tem acesso.

que tem verdade e sentimento fala mais forte. É aquela sensação de não conseguir ficar parado enquanto você escuta, pra andar de skate é mais que perfeito.

Muito obrigado ao blog e muito boa música para todos.

+ http://radiotransistor.blogspot.com

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Renato Souza // 21 anos http://radiotransistor.blogspot.com Patro: Converse e Sector Cidade que vive: Curitiba

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Muitas vezes imitado. Nunca duplicado. Vans para a vida.


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T Gilberto Custódio Jr.

F Divulgação

http://lazerguidedmelodies.blogspot.com

Classe A

Dica de alguns discos que marcaram ou ainda marcarão época, mas sem cair nas obviedades de sempre.

Beach House | Teen Dream | 2010 | Sub Pop

Roberto Carlos | Robert Carlos | 1971 | CBS

Magazine | The Correct Use of Soap | 1980 | Virgin

Apontado por muitos como o grande destaque de 2010 até o momento, o Beach House chega a seu terceiro álbum esbanjando beleza, certa originalidade e uma densidade difícil de explicar. Melhora e cresce a cada audição, ao invés vez de enjoar. É um álbum climático, carregado de atmosferas sonoras que os aproximam do dream pop, mas mesmo assim passando longe dos clichês do estilo. Todas as canções são boas, sendo que o destaque talvez seja a belíssima “10 Miles Stereo”. Beach House é uma dupla, a vocalista e organista Victoria, dona de uma belíssima voz, lembra tanto Nico quanto Patti Smith e o Alex, que cuida de todos os outros instrumentos da “banda”. É o primeiro disco deles pela Sub Pop, clássica gravadora que em 2010 também lança a estreia de Male Bonding, outra banda muito acima da média.

Esse disco de 1971, também conhecido pelo nome de “Detalhes” (por causa da clássica faixa de abertura), é um dos melhores, senão o melhor, da extensa discografia do Rei Roberto Carlos. É considerado um álbum de transição, pois antes ele já havia flertado com o rock no período da Jovem Guarda nos anos 60 e com o soul, durante a virada dos 60 para os 70. Em 1971 ele carregava essa bagagem, mas já anunciava a fase romântica, com a qual ele se consagraria de vez como o maior cantor do Brasil. Esse álbum junta tudo isso de forma espetacular e por isso agrada tanto gregos, como troianos. Várias faixas se destacam, mas “Debaixo Dos Caracóis Dos Seus Cabelos”, parceria com Erasmo Carlos, é de deixar qualquer um de queixo caído, com dedilhados de violão jingle-jangle, um ritmo suave, mas upbeat, e uma melodia e letra que até arrepiam de tão boas.

Não confundir com a versão brasileira de Kid Vinil, esse Magazine é inglês e conta como vocalista Howard Devoto, que antes era front-man dos Buzzcocks. Esse é o terceiro disco deles, que se aventurava pelos terrenos férteis do pós-punk e aqui atinge o ápice, com um álbum variado e bastante intenso. O destaque fica por conta dos distintos sons de teclado, que sempre se encaixam perfeitamente na canção e a enriquece de forma notável. Canções essas que transitam entre o punk e o new wave, como na mesma época estavam fazendo o Public Image Ltd. e Gang of Four, mas que infelizmente não receberam o merecido reconhecimento que ambas as bandas citadas tiveram. Caso tenha alguma simpatia pelo pós-punk dessa época, não deixe de ir trás do Magazine e principalmente desse excelente disco. Tente encontrar a versão em CD, que possuem os singles da época como bonus-tracks.


www.dropfamily.com.br • (41) 3039.0707 • www.yerbah.com


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T Daniel Tamenpi

F Divulgação

www.sopedradamusical.com

Native Tongue e o Trio Parada Dura No último dia 17 de abril, rolou a comemoração pelos 20 anos do lançamento do disco “People's Instinctive Travels and The Paths of Rhythm” do grupo A Tribe Called Quest. Um verdadeiro marco na história do hip-hop. Entrei no clima nostálgico da data e fiquei no repeat do disco. Daí, comecei a ouvir outros clássicos que influenciaram aquele momento e formaram o início do que seria o Native Tongues, um dos coletivos mais influentes do rap não comercial. Pensando nisso, nossa coluna falará sobre três álbuns, lançados em seqüência, iniciando um novo estilo no rap, o rap alternativo.

F

ormado no meio dos anos 80 por Mike Gee, Baby Bam e DJ Sammy B, o Jungle Brothers lançou seu álbum de estréia “Straight Out The Jungle” em 88, pelo selo independente Warlock Records. Mostrando um estilo inovador para a época, o trio trazia um discurso sério, mas bem humorado com rimas pacíficas e alegres e uma musicalidade mais aberta, beirando o psicodélico, usando samples de clássicos do funk e jazz, indo de John Coltrane à Gil Scott-Heron e muito James Brown. O grupo fez uma verdadeira bagunça (no bom sentido) na cena naquele ano, dominado pelo gangsta rap do N.W.A. e pelos politizados do Boogie Down Productions e Public Enemy.

O Jungle Brothers veio com uma proposta totalmente diferente de tudo que se fazia no rap e é considerado pioneiro do jazz-rap e do rap afrocêntrico, tratando de temas históricos da Diáspora africana. Foi também o primeiro grupo a juntar música eletrônica (mais precisamente o house) com o rap, na faixa de grande sucesso “I’ll House You”. O reconhecimento foi tão grande que a Warner correu atrás deles com um contrato, lançando o segundo álbum no ano seguinte. Q-Tip, do A Tribe Called Quest já se manifestava nas faixas “Black Is Black” e “The Promo”, mostrando o que estava por vir.



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T Ricardo Tibiu

F Marina Melchers

De olhos bem abertos!

Formado há menos de um ano na capital paulista, o Take Off The Halter já conseguiu um reconhecimento que poucos grupos conseguem: ser elogiado tanto pela galera mais velha, quanto pela molecada mais nova. A banda abriu os shows de referências do hardcore mundial, como No Fun At All e NOFX, e recentemente lançou, de forma independente o EP “We Took Off”, onde mostram um som mesclando técnica, melodia e muita energia. Nos restou conversar com os guitarristas Fernando e Danilo para saber um pouco mais sobre o TOTH. Uma coisa é certa, é bom ficar de olhos bem abertos para eles!

T

udo parece estar acontecendo rápido com vocês. Como é tocar em shows lotados com bandas internacionais que são referência como foi com o No Fun At All e o NOFX e outros bem menores, com a estrutura e público completamente diferentes? Danilo: Realmente tá acontecendo tudo muito rápido, nós não estávamos esperando esse retorno tão imediato. Por nossa falta de experiência é complicado abrir um show grande em um palco grande aonde você não sabe nem por onde andar! É uma puta responsabilidade e um baita desafio. Muitos comentam sobre nossa presença de palco não ser das melhores, mas estamos tentando melhorar (risos). Os shows menores são os melhores... Você está tocando e na sua frente estão as pessoas que curtem sua banda, seus amigos cantando, isso não tem preço. A energia é bem melhor que a daquele palco imenso que você não sabe nem o que fazer (risos).

www.myspace.com/takeoffthehalter tothardcore@gmail.com (11) 8210.6722

Para mim, o nome da banda e o do EP se completam. De onde vem Take Off The Halter? Fernando: É um tipo de expressão para que as pessoas “abram os olhos” e vejam o que realmente está acontecendo com o mundo. Muitos não fazem questão de “retirar o cabresto” para ver que tudo está desmoronando ao nosso redor! Danilo: Cabresto é aquele lance que colocam nos cavalos para tapar a visão e impedir que eles olhem para os lados… Acho que é isso (risos). Pode ter vários significados, tanto esse que o Fernando disse, quanto pra galera voltar os olhos à banda e ver que tem muita gente nova fazendo um som de responsa sem muitas cores…


Quais são as principais influências do TOTH? Fernando: São muitas, mas as principais são Belvedere, Reffer, A Wilhelm Scream, Pennywise, Propagandhi e Austrian Death Machine. Danilo: Tudo isso e Metallica antigo! (risos). Há muito tempo eu não via surgir uma banda como vocês, que fosse quase uma unanimidade, ou seja, agradou ao pessoal mais velho e também à nova geração. A quê vocês acham que se deve isso? Fernando: É muito bom saber que todo o trabalho de ter composto as músicas, gravado e ensaiado muito, está sendo reconhecido. Acho que público mais velho está curtindo devido às nossas influências que são bem presentes no som! Danilo: A gente tá surpreso cada dia mais como a galera curtiu e aceita nosso som. Todos comentam isso com a gente, que a “velharada” pegou a gente pra criar e a o pessoal mais novo também curte pra caramba.

A indústria fonográfica está morrendo e ainda assim ao invés de lançarem um EP virtual vocês optaram pelo formato físico. Queria saber o motivo! Fernando: Realmente é cada vez mais raro ver a galera comprar CD. De uns anos pra cá a internet “deu” às pessoas discografias completas, sem custo algum. Lançamos o EP fisicamente pra quem curte mesmo ter um material da banda, com uma arte legal e tudo mais, não apenas um arquivo no computador. É uma realização pessoal nossa. Mas, inevitavelmente o EP vai parar na internet e as pessoas vão baixar gratuitamente. O quê vocês pensam disso? Fernando: Acho que a internet foi o melhor meio de divulgação já inventado. Mas existe o ponto negativo, que foi a queda na venda de CDs. Mas quem gosta de verdade da banda, compra, tanto para ajudar, quanto para ter o material físico! Vendemos cerca de 50 cópias só na primeira semana que recebemos os EPs. Danilo: Se não fosse a internet não teríamos nem 10% do pouco que temos hoje em dia. Sem dúvida é o melhor meio de divulgação que uma banda pode ter. Se fosse seguir a lógica de antigamente, vocês estariam em trilhas de skate, vídeos de surf etc. O TOTH tem alguma relação com esses esportes ou gostaria de participar desse tipo de lançamento? Fernando: Eu gosto muito de skate, andava quando era um pouco mais novo, hoje tento, mas sabe como é, né?! Na banda a maioria andava de skate, mas só por diversão. Se houvesse a oportunidade de participar de algo do gênero seria “totalmente excelente”, como diria o Paulo Bonfá.

Danilo: Resumindo o que o Fernando disse, eu, ele e o Victor somos pessoas frustradas por não saber andar bem de skate (risos). Se rolasse a oportunidade seria uma das coisas mais fodas que poderiam acontecer, já que não podemos sonhar que nossos sons toquem um dia numa rádio (risos). Seria um sonho jogar um dia um skate no 360 escutando nosso som! O hardcore melódico está voltando com força total, lá fora um dos responsáveis por isso é o A Wilhelm Scream e por aqui vocês são um dos mais apontados. Servir de “referência” mais ajuda ou acaba atrapalhando? Fernando: O fato do hardcore melódico estar voltando é muito bom. Em meio a essa massa de cores, é muito bom ver que estamos fazendo a diferença e colaborando com a volta de uma cena que esteve escondida e morta há sete anos. Acredito nisso. Portanto, ajuda sim. É bacana poder servir de referência e ajudar a levantar a moral do hardcore nacional, que com esse modismo todo foi perdendo o foco ao longo dos tempos. Quais são os próximos planos do TOTH? Fernando: Continuar a divulgar a banda pelo Brasil e no exterior também. Enquanto isso, estamos preparando músicas novas para a gravação do nosso primeiro álbum, com previsão de lançamento neste ano ainda. Danilo: O lance agora é tocar o máximo que puder!


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T Flavio Samelo

F Flavio Samelo

VISITA DEA LELLIS

Masmorra A

artista paulista Dea Lellis, vive e trabalha na mesma vizinhança. Ruas calmas, como se estivesse no interior, ao lado do centro da maior cidade das Américas, combinando com a pessoa que ela aparenta ser. Seu ateliê é um oásis no meio da cidade de São Paulo. Seu trabalho, segue a mesma idéia de contraste, todo delicado, cheio de detalhes, com pinturas que lembram cenas e fatos da realidade, num recorte de mundo. Assim como em seus trabalhos, seu ateliê é forrado de miniaturas de animais, livros de biologia e zoologia, que inspiram a artista. Histórias de pessoas que ela conheceu em sua vida real viram personagens que sofrem as punições medievais para os seus erros, criando uma atmosfera de mistério, sonho, delicadeza e uma sutil agressividade. Aspectos que dão ao seu trabalho um detalhe final e marcante. Mas, por traz dessas histórias e aparências, existe um outro mundo, assim como seu ateliê, lugar onde passa a maior parte de seu dia, como se algo estivesse por acontecer e todos soubessem o porque daquilo, menos você. No começo, Dea pintava telas menores que uma folha A4 e as achava infinitas. Hoje, preparando 12 telas de 1,20m x 1,80m ela se depara com um novo marco em sua vida artística.

http://www.flickr.com/photos/metalpreto http://www.flickr.com/photos/metalpreto



T Tobias Sklar

24 Fabiano Lokinho

25 FS Smith Curitiba, PR. Pablo Vaz


Qual você acha que é a maior preocupação de um skatista que está com uma entrevista prestes a ser publicada?

1 Fotos 2 Texto 3 Diagramação 4 Outros conteúdos da edição 5 Incluir o amigo e verdadeiro parceiro de sessão 6 Skatista não se preocupa, skatista dá um tempo

Se você respondeu número 5 é muito provável que você conheça o pessoal da Tropicalient's. Sim, a turma de Curitiba está sempre de braços abertos para novos amigos, mas 3 deles fazem parte do núcleo dessa união e vieram parar aqui na Vista: Felipe Ortiz e Renato Souza representam a qualidade, estilo e comportamento da nova geração do skate brasileiro.

Guilherme Trakinas que está nesta página foi mais que um pedido do Felipe e do Renatinho, na real. Foi uma imposição jornalística! Um fato que a Vista não poderia ser furtar a explicitar.

Amigos que andaram, andam e vão andar juntos para sempre, como o skate deve ser.

Vista # 30 www.vista.art.br




28 Fabiano Lokinho



NESTA EDIÇÃO TEMOS A PRESENÇA DE ILUSTRES CONVIDADOS CURITIBANOS. COMPROVANDO QUE ESTEREÓTIPOS NÃO SIGNIFICAM NADA. ALIAS, SIGNIFICADO PARA ELE EXISTE NO SKATE, NA AMIZADE E EM SEUS SONHOS E OBJETIVOS. ENTÃO CHEGA DE CONVERSA QUE ESSA MOLECADA É TÍMIDA E SABE MESMO É SE COMUNICAR EM CIMA DO SEU SKATE!

T Pablo Vaz

A primeira vez que você embarcou para os EUA foi quando ganhou uma passagem após uma evento de uma finada revista. Qual foi seu maior choque na época, ao sair do país e conhecer a raiz do skate? Acho que o meu maior choque mesmo foi de estar realizando um sonho, de estar indo para lá, de ter visto os cara gringos e ter conseguido um lugar lá, no meio daquilo tudo. Isso, pra mim, foi um choque, porque nunca achei que isso fosse capaz de acontecer. Depois da primeira vez, nunca mais parou e hoje você intercala entre Brasil e EUA. Como foi conquistar, aos poucos, esse espaço na cena, que não é fácil nem mesmo para os próprios americanos? Está sendo muito louco, porque não é tão diferente do que a gente faz por aqui, a única diferença mesmo é o nível mais alto e a sorte deles de terem mais picos mesmo e de serem melhores do que os nossos. Mas é igual aqui, você tem que batalhar, filmar, correr atrás para acontecer, mas é muito dahora poder representar o Brasil lá fora.

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31 FS Rockslide Curitiba, PR. Fabiano Lokinho

Filipe Ortiz // 20 anos Patro: Volcom, Blind, Tensor & DC Cidade que vive: Costa Mesa/CA e Curitiba

Seu estilo, tanto de skate, como de se vestir e agir mudou muito desde que você chegou aos EUA pela primeira vez, como foi acontecendo essa transformação? Putz, não sei se foi uma transformação, acho que eu apenas cresci, mudei meus gostos e é assim a vida, evolução. E como você acha que essa evolução influenciou para que você conquistasse seu espaço em terras americanas? Não sei se me ajudou em algo pra conquistar meu espaço por lá, mas acredito que me ajudou muito na minha vida. Como assim? Bom, porque se você não evoluir, não mudar seus sonhos, você não tem objetivos, é como se não tivesse um lugar para chegar. Então é bom estar sempre crescendo, evoluindo cada vez mais, para viver melhor e, assim, talvez seja mais fácil para conquistar seus objetivos. Você já viajou para diversos países, tem bons patrocinadores, já teve fotos publicadas em diversas revistas gringas e brasileiras e uma parte em vídeo. Você diria que conquistou parte de seus objetivos? E o que ainda falta? Eu diria que me sinto feliz pelo que eu já conquistei, mas sempre falta algo, senão não tem graça né?!



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33 Ollie Curitiba, PR. Fabiano Lokinho



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35 Ollie to fakie Curitiba, PR. Fabiano Lokinho



Como é sua vida na Califa? E qual a principal diferença entre estar lá e aqui no Brasil? Minha vida lá é normal, ando de skate sempre. A principal diferença é que aqui, pra mim, tem toda a vibe do que realmente é o skate, andando com a Tropicalient´s, correndo atrás, um ajudando o outro, batalhando, sempre dando risadas, mas essa vibe não é só por ser o Brasil , é por ser o país onde eu nasci e onde cresci com meus amigos, lar doce lar. Acredito que essa seja a principal diferença e o maior problema quando estou lá. Você já disse algumas vezes que queria voltar e ficar no Brasa. Você ainda pensa nisso ou foca em ficar na Califa mesmo? Eu sempre penso nisso, mas é algo para o futuro. Agora penso em me focar na gringa e na minha carreira por lá, mas não vou ficar morando lá para sempre, quero ter minha família aqui, morrer aqui, no Brasil. Falando em morte, como é viajar com o David Gonzales? Uahuhauhhahuauhhua. Vou te falar que é dahora, ele é muito sangue bom, ele já me ensinou a tocar guitarra. Ele não é tão amedrontador assim como a galera pensa.

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37 BS Tailslide Curitiba, PR. Fabiano Lokinho

Ele me lembra o Trakynas.... Parece ser uma pessoa para quem não o conhece, mas na real é outra, bem melhor. Confere? Eu acho que o Traky todo mundo já sabe, logo de cara, que ele é sangue, trata todo mundo como se já conhecesse antes, não é como o David que a galera pensa que é mal. O Trakynas você já ve logo de cara O Renato, também entrevistado nesta edição, falou sobre o Tropicalient’s, que é uma união de amigos que andam de skate juntos, se ajudam. Você sente falta dessa amizade na gringa? Muito, mas isso logo acabará, já to aprendendo a lidar com essa falta, mas logo mais o Renato e o Trakynas vão estar lá comigo, o Chalés também disse que vai colar. E é isso mesmo, a Tropicalient’s é uma união, não só minha, do Renato e do Trakynas, mas de todos que estão no role, sempre um ajudando o outro, batalhando. Sempre quando nossos amigos de sampa ou de qualquer outro lugar colam aqui em Curitiba, viram parte dessa união, isso é Tropicalient’s e não tem quem não pode ser, ninguém é melhor que ninguém, “tá tudo aí pra noiz, é só saber chegar!” É assim quem tem que ser!



38 Flip Curitiba, PR. Pablo Vaz



40 Nosewillie/nollie flip out Curitiba, PR. Pablo Vaz



42 Bs Feeble to bs smith grind

43 360 flip

Curitiba, PR.

Curitiba, PR.

Pablo Vaz

Pablo Vaz





46 Pablo VazVaz Pablo





SER HUMILDE É PARA POUCOS, É UMA DÁDIVA QUE ABRE PORTAS MAS NEM TODOS SABEM APROVEITAR! QUEM JÁ TROCOU, QUE SEJA, APENAS UMA PALAVRA COM RENATO SOUZA, OU RENATINHO, SABE DO QUE ESTOU FALANDO. SORRIDENTE, HUMILDE E COM UM SKATE HÁBIL, TANTO NAS TRANSIÇÕES, FRUTO DA ESCOLA CONHECIDA COMO PISTA DO AMBIENTAL, QUANTO NAS RUAS, EM MEIO AS SESSÕES COM OS TROPICALIENT’S.

T Pablo Vaz

Você nasceu em Maringá, morou em diversas cidades e só depois se fixou em Curitiba, chegou já se encontrando com o skate? Quando cheguei em Curitiba, morei uns quatro anos no bairro Jardim Pinheiros, em Santa Felicidade. Depois disso, com uns 12 anos de idade, me mudei para o lado da pista do Jardim Ambiental, do lado mesmo. Só precisava atravessar a rua, foi então que comecei a andar de skate. Então você é mais uma cria do Ambiental, assim como o Piolho, Kosake, os irmãos Simão? Você andava com esses caras? Rolava um incentivo ou eles te gralhavam porque você era de menor? uhahauhahahauha... Eu sempre andei com eles sim, mas quando eles andavam eu preferia ficar olhando, foi uma época muito style. Eles sempre me incentivaram, me ajudavam com peças, com tênis, essas coisas... Nunca vou me esquecer.

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51 Bs NoseBlunt Belo Horizonte, MG Pablo Vaz

Renato Souza // 21 anos Patro: Converse e Sector Cidade que vive: Curitiba

Mas me recordo de ter te visto por volta de 2001 no Ambiental e a galera parando para ver você, um pirralho, andar. Já havia um respeito por você desde aquela época e até ano passado você era respeitado e conhecido quase exclusivamente em Curitiba. Como foi essa transição de skatista local que trampava em skateshop, para um skatista reconhecido nacionalmente com um grande patrocinador dando todo o suporte necessário? Tudo aconteceu naturalmente, eu sempre amei andar de skate e fazia isso todos os dias até meus 18 anos, quando então ganhei meu espaço. Comecei a trabalhar para ajudar em casa, essas coisas, mas nunca parei de andar de skate. Foi então que a Converse me deu a oportunidade de fazer parte de um time e só andar e viver o que os skate tem de melhor, e tudo acontece naturalmente, novamente.



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53 FS Feeble Curitiba, PR. Pablo Vaz



Tudo acontece naturalmente sim, mas também através de muito trabalho. Agora você viaja o país todo com skatistas de peso e representando uma grande marca. Como foi se habituar a essa nova vida e o que mais te impressionou, que você nem imaginava? Para me acostumar foi fácil, todos lá dentro são muito “sangue bom” e me receberam muito bem. Na real o que mais me impressiona é ver o Dudu esquecendo tudo, carteira, notas.... Mesmo com essa mudança, digamos, radical, você continuou a mesma pessoas. essa é uma jogada de marketing ou é natural também? Uahuahuahuahuahuahua. Claro, é natural também. Vou ser sempre assim mesmo, estando na pior ou na melhor não vou mudar nunca. Está certo, prova disso é a Tropicalient’s crew que você, o Guilherme Trakynas e o Filipe Ortiz criaram a algum tempo e sempre que estão em Curitiba ainda se juntam para fazer as sessões juntos. Conta aí um pouco sobre a Tropicalient’s. Na real não é uma crew. É uma força, uma união de longa data. A gente sempre andou juntos e isso só foi criando uma amizade maior. A gente se ajuda muito, tanto no skate como fora dele, a gente esta sempre juntos, seja andando de skate ou zoando por ai. E Tropicalient´s não é só nos três, é todos que andam de skate com a gente, todos que correm pelo skate, e é isso aí. É só chegar!

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55 BS Tailslide Curitiba, PR. Pablo Vaz

Vista # 30 www.vista.art.br

Tudo com você parece acontecer natural, seu jeito, as pessoas com quem anda, seu próprio skate. E o futuro? Você tenta influenciar ou deixa as coisas acontecerem naturalmente também? Tento não pensar muito no futuro para não esquecer o presente, mas claro que penso em poder estar tranqüilo, ter uma vida boa, mas o amanhã deixo para amanhã. Uahahauha. E o que você deixou para amanhã? Pode nos contar algum projeto que esta trabalhando pro futuro? Estou filmando com os irmãos Diego e Diogo Gema tentando coletar o máximo de material possível para fazer o Made in Brazil 2 que vai ter parte minha, do Biano Bianchin e Luan de Oliveira. Que responsa hein, ter parte no mesmo vídeo que o Luan... Vixeeee e o Biano também. Uhauauhauhauhua. Beleza Renato, pra finalizar... Essa tranquilidade toda, de deixar acontecer, não funciona muito bem quando está voltando aquela manobra e por detalhes não consegue completar.. Confessa aí. Uhauauhauhahauhahua. As vezes pode ser por detalhes e você não conseguir voltar alguma coisa, aí não tem nem como não ficar com raiva de si mesmo. Mas aí vem a superação de tentar de novo, no próximo dia.




56 BS Flip Curitiba, PR. Pablo Vaz

57 Mayday Curitiba, PR. Pablo Vaz


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Fakie flip S達o Paulo, Sp?.


FS Ollie Curitiba, PR. Pablo Vaz


60 Flip 360 Curitiba, PR Alex Brand達o



• | POR CHIBACHIBA



64 SatĂŠlite Jr.Lemos



66 Ricardinho Varial Heelflip S達o Paulo, SP Leandro Moska


Marcos Noveline Ollie Rio de Janeiro, RJ Rene Jr



68 Laurence Reali Nollie fs boardslide S達o Paulo, Sp. Flavio Samelo

69 Pedro Barros Ollie Floripa, SC Raul Passos


70 Igor Smith BS Crooked S達o Paulo, SP Roger Tilskater


Marcelo Formiguinha Indy S達o Paulo, SP Brax


72 Willians Dentinho BS Noseblunt S達o Paulo, Sp. Fabiano Lokinho



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74 Deconhecido Pop shove-it SĂŁo Paulo, SP. Andreza Pinheiro

75 Mario Marques Nose bump BelĂŠm, PA Leo Barreto






Shigueto Monogatari GENJI MONOGATARI ("O CONTO DE GENJI") É UM LIVRO ESCRITO POR MURASAKI SHIKIBU NO COMEÇO DO SÉCULO XI, DURANTE O PERÍODO HEIAN DA HISTÓRIA DO JAPÃO. É LARGAMENTE CONSIDERADO COMO O PRIMEIRO ROMANCE LITERÁRIO DO MUNDO. AO LONGO DE 54 CAPÍTULOS A ESCRITORA DESCREVE O JAPÃO FEUDAL. AGORA ESTAMOS NO SÉCULO XXI E O SKATISTA RENE SHIGUETO NOS DESCREVE EM BREVES CAPÍTULOS UM PAÍS MODERNO, CULTURAL E SKATISTICO.

78 Satoshi Ohashi Halfcab airwalk finger flip Japão Nao Imai

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80 Shigueto fakie casper to casper Japão Satoshi Ohashi

Shigueto Halfcab bigspin into the bank Japão Satoshi Ohashi

81 Nao Abe Flip Japão 440

“Estive no Japão no final do ano passado com dois objetivos: andar de skate e conhecer a terra dos meus familiares. Deixei a primeira parte da viagem dedicada para o skate e logo no primeiro dia, fui para Yokohama, na casa do meu amigo Satoshi, que conheci na Inglaterra em 2006. Nessa trip eu tive uma companhia muito especial, meu pai. Achei que ia ser difícil viajar com ele. Eu nunca tinha viajado com ele para nada que fosse relacionado a skate, mas foi tudo bem e o mais importante que ele curtiu a skate trip! Ficou amigo dos meus amigos, e, não fosse ele, eu acho que estaria perdido até agora em alguma estação de trem. No Japão tem muitos lugares bons para se andar de skate. Como durante o dia tem muito movimento, os melhores horários são de noite ou nos finais de semana. Os seguranças também não deixam andar muito tempo, eles chegam com os braços cruzados, sinal de proibido, mas eles não

são ignorantes, e uns deixam mais umas tentativas. O Japão se tornou um dos lugares preferidos para as tours, pois além dos picos perfeitos, tem um mercado consumidor gigante. O povo japonês é muito educado, organizado e simpático, eles respeitam muito os outros, fiquei impressionado com as pessoas de lá. Algumas casas não tem fechadura, os tênis, guarda chuva, bicicleta e skate ficam do lado de fora de casa. Os carros ficam abertos, meu amigo deixava os equipamentos de foto e filmagem no carro, e ninguém mexe em nada. Fui numa loja que não tinha ninguém, você compra o que quer e deixa o dinheiro num pratinho, e tem até umas moedas para você pegar o troco se for necessário. Já pensou isso no Brasil? Não sobra nem o prato! Falando em prato a comida japonesa é muito boa, engana-se quem pensa só em sushi e sashimi. Aliás sashimi lá é caro, barato mesmo são os rodízios de São Paulo.

A culinária é farta e tem muita comida gostosa, tem prato que parece obra de arte. A última semana da trip deixei para o turismo. Fui para o Castelo de Himeji, o único castelo que não foi invadido durante as guerras. Fui ao Vulcão Aso, a maior boca de vulcão em atividade. Fiz compras em Tóquio, fui para Fukuoka visitar parentes, fui em uns templos, fui no Daibutsu Buda, pena que durou pouco tempo, queria ter ido para muitos outros lugares. E tudo isso só aconteceu porque fui participar de um campeonato mundial de skate. Aliás foi um campeonato muito louco, dentro do maior shopping center da região de Tóquio, com um nível altíssimo, e um público para lá de animado. Fiquei em terceiro e voltei com um troféu para casa, mas melhor que um troféu são as lembranças que uma viagem proporciona. Foi uma viagem que teve família, cultura, amizade, turismo, e muito skate“!





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