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MARCELO FORMIGA
ATRETA HOCKS
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EDITORIAL
Flavio Samelo
O SKATE É UMA PARADA MUITO LOUCA MESMO. UNS DIZEM QUE É UM MERCADO PEQUENO, OUTROS DIZEM QUE É GIGANTE, COM MILHÕES DE PESSOAS E VALORES ENVOLVIDOS, QUE INFLUENCIA GERAÇÕES DE PESSOAS EM TODO O MUNDO, QUE ISSO, QUE AQUILO, MAS O QUE É NA REAL O SKATE? SE DESDE QUANDO ESSA PORRA EXISTE, E ATÉ HOJE 2015, NINGUÉM CONSEGUIU ENFIAR ISSO NUMA CAIXA VAMOS COMBINAR QUE É MELHOR DESENCANAR DESSAS IDEIAS E APENAS VIVER DIA APÓS DIA ANDANDO DE SKATE DO SEU JEITO. QUANTO MAIS VOCÊ ACHAR QUE O SKATE ESTÁ INDO PRA UMA DIREÇÃO X, TEM 30 MALUCOS NO INTERIOR DO SEI LÁ ONDE FAZENDO Y DE UMA MANEIRA FODA E VERDADEIRA, SEM NEM PENSAR QUE ALGUÉM VAI ENTENDER OU RESPEITAR O QUE ESTÃO FAZENDO PORQUE O SKATE É INDIVIDUAL, NA PRÁTICA, NA IDÉIA E NO PENSAMENTO, AO MESMO TEMPO QUE NÃO. AO MESMO TEMPO QUE A VERDADEIRA COMUNIDADE DO SKATE É SIM UMA DAS PARADAS MAIS FODA EM SE “ANDAR DE SKATE”, OS AMIGOS QUE VOCÊ CONHECE NESSA CAMINHADA, AS PARCERIAS QUE SURGEM NO PROCESSO, OS APOIOS E PATROCÍNIOS QUANDO VOCÊ COMEÇA A LEVAR A COISA PRA UM LADO MAIS PROFISSIONAL E POR AI VAI. PENSAMOS MUITO NISSO AQUI NAS NOSSAS “REUNIÕES” VIA WHATSAPP E SKYPE, CONVERSANDO BASICAMENTE MERDA, PIADAS E COISAS LOUCAS DO SKATE QUE CURTIMOS COMPARTILHAR COM OS OUTROS DO GRUPO QUE MONTA A VISTA. E NESSAS CONVERSAS O TRABALHO DE MUITA GENTE APARECE POR SEREM PROCESSOS MAIS LIVRES E FEITOS DE UMA MANEIRA MAIS RELAX, MAIS FOCADAS EM UMA SATISFAÇÃO PESSOAL, ASSIM COMO A ENTREVISTA DO SMAILY LÁ DO VALE DO PARAÍBA, EM SP, ONDE O FOTÓGRAFO VINICIUS SE JUNTOU A ELE, O VÍDEO CABULOSO DOS GEMAS DE GUARULHOS, DAS FOTOS QUE O FERNANDO MANDOU DA BAHIA, A VIAGEM DO ROGÉRIO PRA AMÉRICA, SKATE NA PALESTINA ENTÃO? ENFIM, ASSIM COMO NÓS QUE FAZEMOS ALGO QUE TEM TUDO PRA DAR ERRADO HÁ 10 ANOS, E DÁ, MAS MESMO ASSIM FAZEMOS, ESSES LOUCOS TODOS TAMBÉM COMPARTILHAM DESSA ATITUDE DO “VAMO AI”. A REAL É QUE O SKATE É FEITO SÓ POR UMA PESSOA, O INDIVÍDUO QUE SOBE NELE E EMPURRA O CHÃO PRA TRÁS PARA QUE ELE VÁ PRA FRENTE, MAS NUNCA ESQUEÇA QUE FAZER ISSO COM UM BANDO DE MALUCOS QUE DÃO RISADAS DAS MESMAS COISAS QUE VOCÊ, É MUITO MAIS LEGAL, O RESTO É PASSAGEM DE TEMPO.
f o t o : P a b l o Va z
giancarlo naccarato andrĂŠ genovesi l.p. aladin patrick vidal roni carlos daniel mordzin pedro biagio filipe ortiz dwayne fagundes
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Renato Custódio
Enrico Dorante
Entrar com uma mini-rampa e mais uns 20 skates na Faixa de Gaza não é brincadeira. Imagine ter que avançar pelos túneis que fazem a fronteira com o Egito, caminhando com tudo na mão, as madeiras e os skates, lanterna e muita motivação. Enrico, um skatista brasileiro que mora na Inglaterra, encabeçou essa missão e formou uma crew com caras de vários cantos do mundo para fazer isso acontecer. Esqueça todos os conflitos daquela região, imagine várias pessoas vivendo ali no meio de uma guerra, construindo e reconstruindo sua terra, sua casa e torcendo pra que um dia aquilo tudo acabe. Imagine elas dando o primeiro drop e aprendendo as primeiras batidas, sentindo o vento na cara e podendo esquecer, mesmo que por alguns minutos, que aquela merda toda de Israel X Palestina existe. O Enrico nos contou mais sobre tudo isso.
Como surgiu esse projeto? Você pode explicar um pouco sobre a ONG?
Entrei em contato com muita gente. Conheci grupos de b-boys, grafiteiros, surfistas e praticantes de parkour também.
A ideia surgiu em 2011, estava numa época de mudança na minha vida. Eu tinha um estúdio E nisso os caras do circo já estavam lá em de serigrafia em Londres, estava um pouco GAZA? estagnado, queria mudar as coisas e não estava andando muito de skate. Em 2010, conheci um Eles foram algumas vezes desde a Guerra de grupo circense que estava indo pra Gaza e eles 2008-2009, quando Israel começou a operação estavam produzindo uma festa pra arrecadar “Cast Lead”, que matou 1500 palestinos e os fundos. O evento que eles organizaram, destruiu quase toda a Faixa de Gaza. Mesmo chamado “Electric Circus”, foi foda, com só visitando é muito difícil cruzar a fronteira várias performances, bandas, DJs e todo tipo e quando você consegue, o tempo lá dentro é de música. Com o dinheiro arrecadado, eles limitado também. foram em um comboio pra Gaza levando de tudo: equipamento médico, medicamento, Você já tinha uns aliados no projeto? computador, brinquedo, e também fazendo performances para as crianças e oficinas de Os aliados foram aparecendo. O primeiro atividades circenses. Eles estão no caminho contato que eu fiz foi com os Camps Breakerz, certo, as crianças precisam se divertir também, que ajudaram muito para o projeto acontecer. principalmente numa região em constante Eles que me colocaram em contato com o guerra. O skate pode ajudar nisso também, por ministério da cultura e da educação em Gaza isso resolvi me envolver. e com a autoridade Palestina também. Eu também falava sobre o projeto pra muita gente, pra amigo do skate, do rolê, de música… Aí você pegou e já resolveu ir pra lá do nada? Isso foi quando eu comecei a considerar a idéia. Eu continuei em contato com essas pessoas e fui pesquisar sobre o que estava acontecendo em Gaza, sobre o conflito, a autoridade local, e muito sobre as crianças e jovens que nasceram e vivem na Faixa de Gaza.
E já divulgando a idéia de ir pra GAZA?
A princípio eu estava coletando muita informação e vendo qual eram as possibilidades. Sabia que tinha muito trabalho pela frente, arrecadar o dinheiro, formar um grupo de pessoas confiáveis e juntar toda a documentação pra cruzar a fronteira, o que é provavelmente o mais difícil.
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Khan Younis, Sul da Faixa de Gaza
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Túnel na fronteira com Rafah, Egito
Nossa, e aí?
No final de 2011 eu fui morar em Fortaleza por 5 meses. Foi lá onde eu me concentrei, escrevi o projeto, fiz o website, solidifiquei as ideias e os contatos e comecei a desenvolver um plano pra construir uma pista de skate na Faixa de Gaza. No começo de 2012, o “skatejam.org” estava formado.
uma rampa de skate, tinha umas horas que a rampa ficava lotada, muito skate o dia inteiro! Nesse festival foi onde começou a campanha pra levar um rampa de skate pra dentro da Faixa de Gaza. Foi positiva a parada, tivemos muito apoio do público e de todo mundo envolvido com skate também. No mesmo ano, organizamos uma exposição de arte chamada “The Art Of Rolling” que aconteceu em duas cidades, Londres e Brighton, exibindo peças de arte e pinturas feitas por skatistas ou pessoas que estão ligadas de alguma forma à cultura do skate. Todos os fundos arrecadados foram destinados para o projeto e as peças que não foram vendidas foram para um leilão online na mesma semana. No final do mesmo ano, a gente lançou um video online explicando o projeto e começamos uma crowdfunding campaign para levantar os últimos fundos antes de partir.
Em 2013, éramos sete pessoas: eu, dois ingleses, um galês, dois americanos e um cara da Jordânia que na verdade é palestino. Esse cara é firmeza, o nome dele é Mohamed Zakaria, a família dele se refugiou na Jordânia quando Israel começou a ocupar a Palestina e ele tem uma marca de skate por lá, chamada Com a ajuda de muita gente na Inglaterra, o Philadelphia Skateboards (phillyskateboards. Skatejam conseguiu espaço em um festival com). O maluco participou de um filme chamado de verão muito foda chamado Boomtown Fair “PUSH Tunisia”, produzido por um americano (boomtownfair.co.uk). Lá a gente construiu que tem uma produtora chamada The Bedouins. uma mini rampa de 1.5m de altura com um Quatro anos atrás rolou uma revolução por lá e sistema de som junto. Foi loco, muito skatista que estava no festival nem imaginava que ia ter derrubaram o ditador, lembra?
Lembro que começou ali e meio que generalizou/expandiu por toda parte.
É, toda essa parada que aconteceu ali depois foi pra Líbia, uma atrás da outra. Tudo isso começou na Tunísia. Esses malucos foram lá quando a revolução árabe tinha acabado de acontecer. E vocês já tinham marcado de ir?
Em janeiro, recebemos o convite de um clube de esporte chamado Al-Amal na cidade de Khan Younis (a primeira cidade no sul da Faixa de Gaza) para construir uma mini rampa. Então marcamos pra ir o quanto antes. Nos encontramos no Cairo logo na primeira semana de fevereiro de 2013. Lá, visitamos o Ministério das Relações Exteriores, levamos os passaportes e toda a documentação que precisava para ter uma permissão pra cruzar a fronteira de Rafah (cidade egípicia que faz fronteira com a Faixa de Gaza) Lá no Egito?
É, a gente ficou no Cairo por cinco semanas, foi longo. Na quarta semana, já estávamos bem desmotivados e a esperança de conseguir cruzar a fronteira foi diminuindo. Algumas pessoas no grupo tiveram que ir embora porque já estávamos muito atrasados e o Mohamed Zakaria não conseguiu encontrar a gente no Cairo.
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Voluntários locais que ajudaram na construção da rampa e começaram a andar de skate. A maioria parte do Gaza Parkour Team.
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O pedido foi negado duas vezes, a primeira por causa dos equipamentos que estávamos levando, que eram 20 skateboards, tênis, roupa e equipamento de segurança como capacete, joelheira e cotoveleira. Disseram que não podia e não explicaram o motivo. Só uma dúvida: por que o seu camarada da Jordânia não foi? O Mohamed mora em Amman (Capital da Jordania), que não fica muito longe dali, então ele resolveu esperar a permissão sair primeiro. Como o pedido foi negado a primeira vez, a gente pediu permissão novamente sem os equipamentos. E foi negado de novo. Nesse ponto, a gente já estava quase desistindo. No final, foi a autoridade Palestina que colocou a gente lá dentro. E lá, vocês tinham um esquema com esse clube?
Esse clube que cedeu o espaço pro projeto. Tem várias atividades lá como futebol, vôlei, basquete, tem também luta marcial e é o lugar onde o Gaza Parkour Team treina. E o clima da cidade? O que você sentiu? A cidade é bem destruída, eles estão re-construindo constantemente, ataque após ataque. A comunidade te recebe muito bem, principalmente os jovens. O skate chama muito a atenção pelo barulho que faz, pela agressividade nas manobras e também por ser uma sub-cultura diferente. A molecada adora. Skate é uma atividade que te dá muita
liberdade de movimento e você cria uma identidade, um estilo que é seu, as manobras que você gosta mais e tal. Eles vivem em uma prisão a céu aberto, a Faixa de Gaza é cercada por um muro gigante que faz fronteira com Israel. Sobra só um pedaço do sul de Gaza que faz fronteira com o Egito. Esse muro divide o que dentro da Palestina? O muro divide a Faixa de Gaza do Estado de Israel e do resto da Palestina, Cisjordânia (West Bank). A Faixa de Gaza é formada por algumas cidades e campos, as principais são: Khan Younis, no sul perto da fronteira com o Egito, Nurseirsat Camp (campo de refugiados que se tornou uma cidade) e Gaza City, que é a principal e fica mais para o norte, próximo do centro do Estado de Israel.
E Israel controla tudo?
Israel controla praticamente tudo. Controla todas as fronteiras com a Cisjordânia e quase toda a fronteira com a Faixa de Gaza. Assim eles controlam tudo que entra e tudo que sai, quem entra e quem sai. Dificulta muito a vida de muita gente e o comércio local também. A alternativa é usar os túneis na fronteira com o Egito. O comércio exterior dos caras é pelo túnel?
Praticamente tudo circula pelos túneis, desde comida a peças de carro, material de construção e também arma para a resistência Palestina. E como é a arquitetura por lá? É tudo meio destruído, meio velho?
O que é esse “West Bank”?
O West Bank é a Cisjordânia, um lugar lindo mas que está quase completamente ocupado por Israel. As vilas que sobraram, que resistiram à ocupação, estão cada vez menores e cercadas por muros para dividir Palestinos das Colônias Israelenses. Isso faz parte da Faixa de Gaza?
A Cisjordânia fica separada da Faixa de Gaza. Até 1967 era tudo Palestina, depois da Guerra dos Seis Dias, em 1967, Israel ocupou boa parte do território Palestino. Desde então, ele tem diminuído bastante.
O lugar está em constante construção, mas ainda tinha muita destruição aparente dos ataques que aconteceram meses antes da gente estar lá. Não tem baile, não tem festa, não tem skate, não tem porra nenhuma?
Não tem muita coisa não. Tem muita festa de casamento e alguns eventos na rua. Mas eu acho que hoje em dia está mudando, eles estão abrindo mais a cabeça, até as pessoas mais velhas estão aceitando mais as sub-culturas como skate, break dancing, grafite, parkour, etc…
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Construindo a mini rampa e ensinando os skatistas locais um pouco de marcenaria.
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E os picos de rua? Tem uns lugar pra andar, fotografar, filmar?
Cinco skatistas ajudaram na construção, eles foram os caras que gostaram mesmo.
É um pouco difícil, mas dá pra achar. É tudo meio destruído por lá. O skate chama muito a atenção, como já disse. Era difícil sair pra andar na rua, mas mesmo assim a gente foi algumas vezes. Tinha muita preocupação com a nossa segurança, todo tempo precisava ter alguém com a gente.
Perfeito! Se ficaram cinco que gostaram de verdade, vocês plantaram uma semente...
Sim, a maioria dos jovens que começam a andar de skate lá já estão um pouco envolvidos com break dance e parkour. Com certeza ajuda no equilíbrio.
Não rolava de levarem o cara pra sessão?
Sim, um dos skatista local acompanhou a gente em alguns lugares e também em Gaza City, onde é bem diferente, por ser uma cidade maior. Muita gente estranha o skate quando vê pela primeira vez, não entende e pode até não gostar. Tipo “O que esse cara quer aqui com esse skate?”. Um extremista pode entrar numas?
É, pode ter algumas pessoas que não gostam. Eu tive uma impressão muito boa. Todo mundo que eu conheci gostou da idéia e apoiou o projeto. Isso ajudou em tudo. E como foi pra desenvolver a parada de vocês, construir a mini ramp e tudo mais? Foi fácil e rápido também. A gente teve bastante ajuda local, tinha um intérprete que foi com a gente comprar os materiais, ajudou a pesquisar o melhor preço e tal. E teve também ajuda braçal de muitos jovens que começaram a andar de skate ali. Eles ajudaram a construir a rampa e no final a gente doou skates pra eles andarem na rampa que ajudaram a construir.
E a parada de internet, flui pros caras terem referência?
Muito, é a janela pro mundo, é como eles se comunicam e onde eles aprendem tudo sobre sub-culturas, música e esporte. Tem muito corte na rede elétrica de lá. Toda a energia vem de geradores à diesel então acaba tendo muito racionamento. A usina de energia que eles tinham foi destruída por Israel alguns anos atrás e desde então eles vivem nessa situação. O que força ainda mais o uso dos túneis na fronteira com o Egito para a sobrevivência dentro da Faixa de Gaza.
Então se acabam os túneis a Faixa de Gaza praticamente morre?
Dificulta com certeza. Eles são bem autosuficientes de certa forma, mas mesmo assim ainda precisam de um comércio que não seja só o local.
Eles não têm como reconstruir essa parte elétrica? Provavelmente tem, o problema é que quase tudo é destruído muito rápido. O aeroporto de Gaza só durou 2 anos depois de inaugurado e foi destruído por Israel. O sistema de saneamento foi destruído também.
Caralho, que foda hein... No final o projeto inteiro foi muito bom. Teve um evento pequeno da inauguração da rampa com a comunidade local, com os b-boys e os moleques do parkour, foi animal. A rede de TV Al-Jazeera foi lá fazer uma matéria sobre o projeto, teve uma repercussão boa e a gente voltou feliz. Os skatistas que ficaram lá estão andando, eles sempre me mandam fotos e eu converso com eles por Skype algumas vezes. A gente tem planos de voltar em breve, talvez no ano que vem, e construir uma pista de concreto completa, com street, bowl e tudo mais. É difícil, mas com ajuda dos locais e da comunidade de skate internacional, dá pra levar o skate pra qualquer lugar. Tem muito projeto interessante pelo mundo todo, Skatetistan no Afeganistão é um que me inspirou muito no começo, foi uma peça importante pra eu perceber que construir uma rampa de skate na Faixa de Gaza não era uma coisa impossível. E tem outros também como o Skate Aid, que construiu rampas em muitos lugares na Africa e, ao que parece, tem planos de construir uma pista na Cisjordânia em breve. SkatePal é outro projeto independente e muito foda que já construiu algumas rampas na Cisjordânia no mesmo ano que o skatejam. org estava em Gaza.
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33 Laurence Reali - bs 50-50 窶「 Florianテウpolis SC
GRATIDテグ
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Tobias Sklar
Andrテゥ Ferrer
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Laurence Reali - fs tailslide • Guarulhos SP
A hashtag do título é trending topic do momento, mas mesmo avesso às modas e tendências não consegui parar de pensar nesse termo ao parar pra escrever esse texto sobre o Made In Brazil 2, vídeo dos Irmãos Ramos, ou Gemas como eu prefiro, com parte dos skatistas Biano Bianchin, Lucas Xaparral, Renato Souza, Victor Süssekind e Yuri Facchini, além da participação especial de Laurence Reali. Gratidão é um sentimento que todas essas pessoas transformam em ação no seu dia a dia nas ruas. Diogo e Diego tem uma paixão avassaladora por skate, VX e pelo Brasil. E mesmo sem patrocínios, picos gringos ou incentivos governamentais eles te convencem que nosso país é foda. Ou melhor, nossa cultura do skate é foda! E ainda emociona pela sua reverência constante ao Laurence, skatista que mesmo não estando nesse plano terrestre, segue sendo referência de caminhada e proceder. Nível de skate? Mescla de estilos? Valorização de diferentes gerações e regiões? Tátenu no vídeo dos meninos de Guarulhos! Então aproveita que a gente te lembrou disso e assiste o vídeo, tem lá no site ou no Youtube deles. #gratidao #lreterno #vx1000 #madeinbrazil2 + youtube.com/diogogema
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Laurence Reali - nollie bs tailslide โ ข Florianรณpois SC
Laurence Reali - nollie bs noseblunt • Criciúma SC
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MAILY DI LELLIS
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Vinicius Branca
Vinicius Branca
O cara já tem nome de skatista. Foi um dos primeiros amadores da região do Vale do Paraíba/São Paulo que conheci, com um estilo e uma técnica que dispensam comentários. O pop então? Vishhh... Não brinca em serviço! Durante algumas missões, o Smaily me convidou para ajudá-lo no projeto de fazer uma matéria para a Vista e divulgar sua passagem para profissional. Na época, havia falta de fotógrafos na região e, como eu morava em Caçapava/SP e estava na pegada de fotografar, foi uma ótima oportunidade para poder ajudar um amigo tão cabreiro no skate. No total foram 2 anos produzindo material e vários quilômetros rodados pela via Dutra, passando por Guaratinguetá, Lorena, Cruzeiro e outras cidades. São locais em crescimento constante, onde novos picos surgem a todo momento, seja no meio da estrada ou em prédios de empresas falidas e abandonadas. Lugares inéditos e perfeitos para uma missão, prontos para contar mais um capítulo da história do skate no vale. Estávamos bem focados em fazer um trabalho consciente, sem pressa. A ideia foi produzir um conteúdo de qualidade, para podermos transmitir o quão importante é o skate para nós, e como devemos valorizar nossas raízes, divulgar a cena da nossa região! Ainda tem muito a se fazer para o skate ser valorizado e respeitado, mas temos certeza de que estamos no caminho certo. Esta matéria é a prova disto. Obrigado Smaily e família e todos os skatistas e amigos que estiveram presentes nas sessões!
Ss fs bluntslide • Lorena SP
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Ss crooked • Lorena SP
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Fs tailslide fs flip out • Cruzeiro SP
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Nollie varial-flip • Cruzeiro SP
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Ss pop shove-it • Lorena SP
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Bs nollie flip • Lorena SP
52 Claudio Souza - bs tailslide
ALVE LEGAL
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Fernando Gomes
Fernando Gomes
Sessões no solo sagrado do Jarda finalizadas com água de coco ou acarajé de dois conto. Pôr do sol na pista mal feita da Ribeira. Pôr do sol na pista bem feita de São Tomé. Ignorar as placas de “proibido skate” no Campo Grande, praça que mais parece um pedaço de Barcelona na Bahia. Poucas skateshops, quase nenhuma marca e mercado enfraquecido. Dar risada com as histórias de Tapó. Conhecer a gangueiragem de Kino. Saudar Fred Sillmamm com um “salve legal!”. Explorar a cidade com os parceiros da FDN Crew e seus anzóis. Ver vários caras andando muito sem visibilidade. Ver alguns caras lutando pra conseguir dar visibilidade e fortalecer o cenário local. Trocar ideia com os crackeiros nas sessões na Aquidabã. Saber que você está manobrando em solo pavimentado por várias gerações, de Primitivo a Cupim, passando por Cardosos, Selects e Galos. Colar na pista dos Barris e depois subir pro Pelourinho nas terças-feiras. Descer corrimão com o Elevador Lacerda ao fundo. Sofrer com o calor. Se sentir à vontade porque ninguém está medindo seu rolé... Ser skatista em Salvador tem a ver com tudo isso. Ah, tem a ver também com o fato dessa ser uma das capitais mais skatáveis do Brasil, com muitos picos ainda pouco explorados. Só colando aqui pra sentir a energia e as toneladas de skate que cada um de nós levamos na alma.
Felipe Oliveira - bs tailslide
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Josรงo Oliveira - 360flip
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Felipe Oliveira - bs smithgrind
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Alex Cardoso - fs nollie 180 to ss crooked
Felipe Oliveira - polejam
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RogĂŠrio Lemos - fs boneless
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TRIPPIN' LOCOS Rogério Lemos
Gian Mazzeo
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Descobrir a essência disso que me move desde 1986. Essa é a meta que tento alcançar toda vez que ando em algum pico novo. Isso me motiva à procura constante, sem me preocupar com nível, com manobras atuais e novas. Me sinto privilegiado em poder vivenciar tudo isso por tanto tempo e chegar após os 40 ainda com gás pra continuar buscando, descobrindo, viajando por qualquer lugar que respire e tenha a alma do skate. Juntar os camaradas e sair atrás da raiz. Aliás, fomos. Quatro doidos com fome de concreto, de asfalto e até de esgoto. Trippin' Locos. E como somos doentes mesmo. Entramos em um local fedido, sujo, tudo em nome do propósito. Sol rachando, chão zuado, aquele cheiro ruim e as costas sujas já de tantas tentativas de acerto de uma manobra naquele local que só nós enxergamos como paraíso, a típica praia do skatista. Descobrimos um quintal com uma piscina vazia, cheia de entulho e tranqueiras jogadas aos montes. Perfeito. Encontramos uma simples calçada com paredes tortas mas anguladas a 45 graus, do it yourself. E lá se vai uma tarde toda ali, só pra dormir tranquilo e com sorriso na cara. Consegue entender?
Penúltimo dia, malas (quase) prontas pra retornar. E hoje, qual vai ser? E procurando achamos um evento de sarjetas pintadas de vermelho que escorregam qualquer rockslide, mais conhecidas como curb. Mas não, ali era o Slappy Slaughter, nada de money talks e sim quilos e quilos de skate verdadeiro, sem massagem. Pesado. Tão pesado que em um singelo vacilo, quase que infantil, encontrei o asfalto com meu ombro. E o médico decretou minha cirurgia na clavícula, aprendi assim mais uma lição. Mas eu ainda vou voltar lá naquele curb, isso não vai ficar barato.
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Trippin'Locos
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©Titi Freak
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ŠAdriana Lozano
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ŠMarcio Moreno
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ŠZezinho Martins
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ŠNatasha Xavier
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ŠRafael Chaves
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