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MARK

GONZALEZ


PHOTO SERIES: BRYCE KANIGHTS

Tommy Guerrero: Canon AE-1 using Kodak Ektachrome film Mark Gonzales: Canon T-90 using Kodak Kodachrome film



POR FLAVIO SAMELO

COMUNIDADE Desde que começamos a revista sempre tivemos a ideia de ser um meio onde novos skatistas, fotógrafos, escritores, artistas, ou qualquer pessoa merecedora, pudessem se expressar de alguma forma positiva em prol da comunidade do skate e das artes. Para que tivessem uma opção a mais para publicar e compartilhar seus trabalhos, ideias e opiniões. Outras revistas, vídeos, programas de tv e outros, também tem essa missão, não somos os únicos, nem os primeiros. E que assim seja durante a eternidade. Mesmo o skate sendo uma arte individual, o grupo de amigos, a comunidade onde o skatista convive e tem suas experiências, tem uma baita importância no esquema todo. Nessa edição temos três exemplos bem distintos, mas que tem a comunidade e o coletivo como fio condutor.

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O skatista e fotógrafo Bruno Rocha, junto com o pessoal da colletividade viajaram por três meses na China, o lugar com os picos mais perfeitos de skate de rua, para eles. Estar em grupo fez total diferença nessa viagem. Assim como a ida do João Ferreira até o Egito, onde se conectou com os skatistas locais até conhecer o primeiro skatista do país. Sim, conheceu o cara que começou tudo por lá, dando início a comunidade de skate local. Nosso grande colaborador do Nordeste, Fernando Gomes, sempre está na sessão e juntou um material de skate com fotos de paisagens que ele fez das comunidades por onde passou. Juntou isso tudo numa composição estética que coloca uma foto de skate visualmente inserida em um contexto maior e contemplativo. Indo além das páginas da revista, Roni Carlos, skatista Profissional, se juntou com um pessoal da sua área em Carapicuíba, reorganizaram uma escola para que uma horta comunitária fosse colocada para funcionar, possibilitando que um alimento orgânico e gratuito pudesse ser uma realidade na comunidade local. Acreditamos muito que o intuito final na vida de qualquer coisa que exista, viva ou não, é ter um sentido para o “todo” depois que partimos para outra “fase”. Fazer algo para sua comunidade, seus amigos e também para pessoas que você nem conheça, mas que precisem de algo que você possa oferecer, com certeza é uma das maneiras de atingir esse objetivo maior. Nada de recompensas em forma de carrão importado ou de férias nas neves. E todo fim gera um novo começo. Por isso estas últimas linhas são para comunicar que nesse momento encerramos nossa missão como ela veio até aqui. E assim possibilitamos um novo começo, uma nova vida, uma nova maneira de compartilhar. A alma prevalece, pois cada um tem a sua missão e seguirá trabalhando arduamente nela. Obrigado por ter vindo até aqui conosco.

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BY FLAVIO SAMELO

COMMUNITY

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Ever since we started the magazine, the idea has always been to be a medium where new skaters, photographers, writers, artists and anyone who wants to express themselves in any positive way for the skate community and the arts, have one more option to publish and share works, ideas and opinions. Other magazines, videos and TV shows also have this mission, we are not the only ones, nor the first, and so be it for eternity. Even though skateboarding is an individual art, the group of friends, the community where the skater lives, and has his experiences, has a huge importance in the whole scheme. In this edition we have three very distinct examples but one that has the community, and the collective as the guiding thread. The skateboarder and photographer Bruno Rocha, along with the folks from the colleges, went to travel for three months in China, the place with the most perfect peaks of street skateboard for them, and the importance of the group made a total difference in this trip. Just like João Ferreira’s trip to Egypt and connected with the local skaters, until he met the first skateboarder who started it all, starting the local skate community. Our great collaborator of the Northeast, Fernando Gomes, always in the session joined a skateboarding material with pictures of landscapes that he made of the communities where he passed and joined it all in an aesthetic composition that puts a skateboard photo visually inserted in a larger context and contemplative. But, going beyond the pages of the magazine, Roni Carlos, professional skateboarder joined with a staff from his area in Carapicuíba, re organized a school for a community garden was put to work and for a free organic food could be a reality in the local community. In this edition we have three very distinct examples but it all has the community, and the collective as the guiding thread. The skateboarder and photographer Bruno Rocha, along with the folks from the colletividade, went to travel for three months in China, the place with the most perfect spots for street skateboard for them, and the importance of the group made a total difference in this trip. Just like João Ferreira’s trip to Egypt, connected with the local skaters, until he met the first skateboarder who started it all, starting the local skate community. Our great collaborator of the Northeast of Brasil, Fernando Gomes, always in the session, he get together a skateboarding material with pictures of landscapes that he made of the communities where he passed and joined it all in an aesthetic composition that puts a skateboard photo visually inserted in a larger contemplative context. But, going beyond the pages of the magazine, Roni Carlos, professional skateboarder joined with a group of friends from his area in Carapicuíba, São Paulo state, re organized a school for a community garden, put it to work and for a proved that a free organic food plantation could be a reality in the local community. We strongly believe that the ultimate purpose in life of anything that exists, alive or not, is to have meaning for the community after set out for another life. Doing something for your community, your friends, or people you do not even know but who need something you can offer, for sure is one of the ways to achieve that goal, greater than having a car or something. Every end generates a new beginning and here we close our mission as a magazine. A new beginning, a new life, a new way of sharing experiences will arise and the soul prevails, each one has its mission, which is programmed for eternity.

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COLETIVAMENTE POR BRUNO ROCHA

ALGUM TEMPO ATRÁS A CHINA ERA A NOVA MECA DO SKATE GLOBAL. NO PAÍS QUE MAIS CRESCE ECONOMICAMENTE NO MUNDO OS PICOS PERFEITOS PARA ANDAR DE SKATE PIPOCAVAM DIARIAMENTE. CIDADES INTEIRAS CRIADAS POR ALGUÉM QUE PARECIA SABER O QUE ESTAVA FAZENDO, O QUE PRA GENTE É MARAVILHOSO. ATÉ HOJE TEM MUITA COISA DE SKATE PRA SER EXPLORADA POR LÁ E A DIFERENÇA CULTURAL NÃO É NENHUM PROBLEMA PARA QUEM É SKATISTA, NA REAL, É O QUE FAZ UMA VIAGEM DESSA SER MAIS LEGAL AINDA. ESSE FOI O PONTO DE PARTIDA DA VIAGEM QUE O BRUNO ROCHA E SEUS AMIGOS FIZERAM ESSE ANO. COMPARTILHANDO AS OPINIÕES E AS IMAGENS DELES DESSA VIAGEM, ACREDITE: SKATE É UMA DAS EXPERIÊNCIAS SÓCIO-CULTURAIS MAIS REVELADORAS QUE SE PODE TER NESSA VIDA. MESMO EM UMA CULTURA TÃO DIFERENTE DA NOSSA, O SKATE É IGUAL, OS SKATISTAS SÃO IGUAIS E A ALEGRIA DE ENCONTRAR OS QUE COMPARTILHAM DA MESMA ALEGRIA É GLOBAL.

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RAFAEL EDUARDO - FS180 TO FAKIE NOSEGRIND • GUANGZHOU/CHINA

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EDUARDO MS - SS FS NOSEGRIND • SHENZHEN/CHINA

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CLAUDIO JUNIO - BS CROOKED • SHENZHEN/CHINA

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RAFAEL EDUARDO - NOLLIEFLIP • GUANGZHOU-CHINA

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CLAUDIO JUNIO - BS NOSESLIDE • SHANGHAI/CHINA

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POR JP CUNHA


Fui convidado pelo Eduardo Franchi, skatista old school, para fazer essa viagem para o Egito com o propósito de falar de compaixão, amor e andar de skate com os skatistas locais. Comigo foram mais quatro pessoas: Edu, Bárbara, Amanda e o Naldo.

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NALDO PEREIRA - HIGHJUMP • CAIRO/EGITO


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NALDO PEREIRA - FS NOSELIDE • CAIRO/EGITO


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• CAIRO/EGITO F: ACERVO


NALDO PEREIRA - BS CROOKED• CAIRO/EGITO F: BÁRBARA PINHEIRO

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Nessa viagem o skatista que conheci que mais me marcou foi o Moou, o primeiro skatista do Egito. Colamos na casa dele onde existe uma exposição de peças de skate. Infelizmente hoje ele já não pode andar mais de skate por causa da saúde, mas é skatista de alma para sempre. Andamos em alguns picos bem diferentes por lá, como a pista localmente conhecida “Cidade do Lixo”. Um lugar extraordinário, onde as pessoas vivem em uma simbiose no meio do lixo que a cidade do Cairo manda para ser reciclado.

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POR RENATO CUSTODIO • FOTOS BRUNO ROCHA

SABE QUANDO VOCÊ ACORDA COM UMA LIGAÇÃO E, DE REPENTE, SE DÁ CONTA QUE ESSA CHAMADA ESTÁ DE FATO LIGANDO PONTOS NA NOSSA COSTURA, TENDO O PODER DE ESTANCAR O SANGUE, ABRIR OS OLHOS E DERRUBAR DA CAMA? O RONI ME LIGOU EM UM SÁBADO DE MANHÃ, FALANDO QUE JÁ ESTAVA PRONTO PRA BOTAR FOGO NO MATO SECO, QUE A IMAGEM IRIA FICAR LOUCA E SE EU PODERIA COLAR PRA FAZER O REGISTRO. ME EXPLICOU QUE SERIA MAIS UM CARAPICUIBA COLORS, QUE DESSA VEZ ESTAVA JUNTANDO FORÇAS PRA FAZER MAIS FORTE E COMO UM PROJETO DE VIDA.

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ARTE: IACO F: CARLOS ALBERTO


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F: MARCOS VAN BASTEN


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JEAN SPINOSA - FLIP • SAO SEBASTIÃO/SP F: NAAN SILVA


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KLAUS BOHMS

- FS FLIP • SÃO PAULO/SP pF: DIEGO SARMENTO

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LucIANO CRISTOBAL - fs disaster • Lima/Peru F: FRANCISCO CHAVEZ

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SOMOS ESSENCIALMENTE NATUREZA, PARTE IMPORTANTE E MINÚSCULA DE UM UNIVERSO. O MODO DE VIDA PADRÃO DAS GRANDES CIDADES NESSE TEMPO EM QUE VIVEMOS NOS FAZ IGNORAR OU ESQUECER DISSO. ALGUNS POR DETERMINADOS MOMENTOS, OUTROS POR TODA UMA VIDA. ESSE BRINQUEDO QUE TANTO AMAMOS E CHAMAMOS DE SKATE, CARRINHO, BOARD, ATUA COMO VEÍCULO DE ACESSO À NOSSA NATUREZA EM MEIO AO CAOS DAS SELVAS URBANAS EM QUE VIVEMOS. AINDA QUE INCONSCIENTEMENTE, OS MOMENTOS COM O PÉ NA LIXA TAMBÉM TÊM CARÁTER ESPIRITUAL, DE ÊXTASE SEMELHANTE AOS DE CONTATO COM AMBIENTES NATURAIS. ACREDITO QUE SEJA O QUE NOS DÁ AS MANHAS DE FAZER ALGO TÃO PESSOAL EM MEIO AO EXCESSO DE INFORMAÇÃO E ENERGIA DAS RUAS.

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RELIGARE

POR FERNANDO GOMES

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PEDRO LIMA - IMPOSSIBLE INTO BANX • SALVADOR/BA


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PEDRO LIMA - BODY VARIAL ANTI SMITH • MACEIÓ/AL


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SERGIO SANTORO - HURRICANE


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WESLEY DENTE - FS HEEL BIGSPIN


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JEFERSON SANTOS - FS CROOKED


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ALTAICOMPANY. COM . BR

TODOS OS DIREITOS RESERVADOS / ALTAI COMPANY


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Fim

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COLETIVAMENTE Algum tempo atrás a China era a nova meca do skate global. No país que mais cresce economicamente no mundo os picos perfeitos para andar de skate pipocavam diariamente. Cidades inteiras criadas por alguém que parecia saber o que estava fazendo, o que pra gente é maravilhoso. Até hoje tem muita coisa de skate pra ser explorada por lá e a diferença cultural não é nenhum problema para quem é skatista, na real, é o que faz uma viagem dessa ser mais legal ainda. Esse foi o ponto de partida da viagem que o Bruno Rocha e seus amigos fizeram esse ano. Compartilhando as opiniões e as imagens deles dessa viagem, acredite: skate é uma das experiências sócio-culturais mais reveladoras que se pode ter nessa vida. Mesmo em uma cultura tão diferente da nossa, o skate é igual, os skatistas são iguais e a alegria de encontrar os que compartilham da mesma alegria é global.

“Uma das melhores viagem que já fiz na vida com meus amigos. Comida e transporte com preços justos já nos deixa melhor! É um país que pra quem anda de skate com certeza é o melhor lugar para manobrar, mármores perfeitos. Só que eles estão flagrando que o skate dá uma destruída e tão intensificando a segurança, picos clássicos estão mais difíceis de manobrar. Mas nasce um novo e mais perfeito todo dia, muito cabrero! Nós que não falamos a língua local e também não entendemos, ficamos distantes, um pouco sendo uma atração nas ruas. A segurança é um dos fatores que mais me impressiona, porque o número de roubos e outros crimes é mínimo, quase não existe. Longe da nossa realidade Brasileira, infelizmente. Essa viagem veio para mostrar que se você acredita mesmo no que pensa, no que alimenta em seu coração, ponha em prática, sai da sua zona de conforto, ponha em primeiro lugar Deus e as coisa vão se moldando da melhor forma! Lembrando que tudo isso não seria possível se nosso amigo Henrique Lucas não estivesse por lá dando todo suporte de tradução, orientação de picos, comida e moradia. Obrigado, irmão.”

FLAVIO SAMELO EDUARDO M.S.

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“Recebi um convite dos meus irmãos da colletividade para ir para China em 2017, convidei o meu mano Dantas pra somar, fizemos todo o corre burocrático e partimos, sem pretensões. Colamos, andamos de skate, demos muitas risadas. Eu que gosto muito de cerveja bebi algumas naquele precinho da China. Tínhamos pouca grana, como sempre, não conhecíamos ninguém, tínhamos apenas um amigo de infância do Rafa que mora lá a uns 5 anos, mas isso não interferiu muito, nos viramos do jeito que qualquer skatista rueiro se vira em qualquer lugar. Fomos aos picos históricos que queríamos, descobrimos vários novos e, para mim, o mais importante foi ver como os chineses vivem, se comunicam, comem, se locomovem etc. Eles são completamente diferentes de nós, consomem apenas o necessário e valorizam o bem estar. Vi muita gente se divertindo nas praças todos os dias depois do trabalho, muitos carros nas garagens e bicicletas rodando, a arquitetura é brilhante. Enfim, estarei lá de novo assim que possível! Agradeço de coração cada um dos meus irmãos da colletividade. Não procedemos como indivíduos, somos um organismo vivo!” BRUNO ROCHA

“Momentos marcantes e intensos que ficarão guardados na memória para sempre. Estar em um dos melhores lugares do mundo para se andar de skate, com os melhores amigos, não tem preço. Aprendizado único em passar vários dias onde existe uma cultura e idioma totalmente diferente da nossa, onde nos viramos com bastante improviso e adaptação. Trinta horas de voo, milhares de kms de distância que valeram a pena cada centímetro. Teve muita história que ficou registrada; dormir na rua pra andar em spot proibido que só teríamos um pequeno momento da manhã para se andar devido ao seguranças; procurar por uma, duas, até três horas um spot clássico e acabar não achando, mas andando em outro pico muito mais louco. Fazer uma viagem de metrô e táxi por duas horas, chegar no lugar e estavam reformando o espaço, tinham retirado todo o chão, não conseguíamos acreditar que toda a missão tinha sido em vão. Mas com aquele jeito brasileiro improvisamos um chão com alguns madeirites que estavam jogados devido a reforma e conseguimos andar ainda. Foram três meses intensos de muito skateboard e amizade que Deus nos proporcionou de uma forma especial, colocando pessoas e situ

ações em nossas vidas que serão lembradas com muita intensidade. Grato Vista pelo espaço e liberdade de expressão.” RAFAEL EDUARDO

“Primeiramente queria agradecer pelo espaço na Vista. China 2017 com meus amigos do Colletividade foi uma experiencia muito foda que irei levar pra vida toda. Além de ser um dos melhores lugar do mundo para se andar de skate, filmar e fotografar, os picos são muito bons porque a arquitetura da cidade proporciona muito isso. Mas além do skate tive uma experiência muito boa da cultura que eles vivem por lá. Foi algo muito marcante ficar três meses absorvendo essa experiência e andando de skate nos picos que eu sempre via nos vídeos como “GIVE MY MONEY CHICO”, e vários outros. Ver que é algo possível quando você acredita que pode estar em qualquer lugar do mundo fazendo o que mais ama, quando temos um propósito independente, se tem marcas ajudando ou nós por nós mesmo e isso eu sou grato a todos meus amigos que fizeram parte dessa viagem somando na COLLETIVIDADE. Uma das coisas que mais me marcou nessa viagem foi que sempre quis conhecer um pico que ficava em Shenzhen, a borda de mármore despencando onde vários já deixaram suas manobras registradas nos vídeos como Rodrigo TX, Rodrigo Gerdal, Jack Curtin, Kelly Hart e muitos outros, Assim que chegamos na praça vimos que estava em reforma e sem o chão da praça inteira, sem condições de andar. Aí a vontade era tanta que fizemos um improviso com umas madeiras que estavam ao redor da praça e meio que conseguimos andar e registrar algo nesse pico tão clássico. Ficou na memória.” CLAUDIO JUNIO

“Viajar pra China era algo que já vinha pensando a um bom tempo, mas não tava tão simples na minha cabeça de como realizar. O fato de agir em coletivo sempre foi mais tranquilo e inspirador, ainda mais sabendo que alguns dos camaradas já tinham ido um ano antes. Na hora que fiquei sabendo que eles iriam de novo fiquei muito pilhado e toda aquela complicação de comida, língua, onde ir, etc se foi com todas as risadas que eu sabia que iam sair quando se está “de banca”. Foi muito inspirador saber que além poder ver/andar nos lugares mais perfeitos do mundo, descobri que de fato “o mun

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do é tão pequeno” quando se tem uma mochila amigos e um skateboard! Vamos de clichê então - “o céu é o limite” porque a China é pouco pra coletividade.” J.P. DANTAS

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of cars in the garages and bikes running around, architecture is brilliant ... I’ll be there again as soon as possible! I thank each and every one of my friends, deep from my heart all my from colletividade. We do not proceed as individuals, we are a living organism! “ BRUNO ROCHA

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COLLECTIVELY A few years ago China was the new mecca of global skateboarding. Is the fastest growing economy in the world today, perfect skateboarding spots popped daily. Whole cities created by someone who seemed to skate, which to us is wonderful. To date, there is a lot of skateboarding to be explored there and the cultural difference is no problem for skateboarders, in fact, it is what makes these trips even more cool.

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This was the starting point of this trip that Bruno Rocha and his friends made this year. Sharing their opinions and images of this trip, believe me: skateboarding is one of the most revealing social-cultural experiences anyone can have in this life, even in a culture so different from ours, skateboarding is the same, skateboarders are the same and the joy to find those who share the same joy is global. FLAVIO SAMELO

“I received an invitation from my great friends of colletivity to go to China in 2017, I invited my other friend JP Dantas, we made the whole bureaucratic run and we left, without pretensions, we went to skateboarding and also to laughs a lot, I like beer a lot and in China people said it was cheap, let’s check this out.. We had little money as usual, we did not know anyone, we had only a friend of Rafa’s childhood who live there about 5 years, but that did not interfere much, we made it happen anyway, like any street skater in this world, going anywhere and find spots on the way, we stick to historical spots that we wanted to skate, we discovered several new ones, and for me the most important thing was to see how the Chinese people lives, communicate, eat, get around and so on. They are completely different from us, consume only what is necessary and value well-being. I’ve seen lots of people having fun in the plazas every day after work, lots

“One of the best trips I’ve ever done in my life with my friends, food and transport with fair prices already makes everything better during the 3 months! It is a country for those who skates for sure, is the best place to skateboarding, perfect marbles, but now they are understanding that the skateboarding destroyed a little bit the spots and so they are all intensifying the security, the classic spots are difficult to skate, but new ones are borning and more perfect every day! We, who do not speak the local language and also do not understand, are far from them a little bit, being an attraction in the streets, kind of. Security is one of the factors that strikes me most because the number of robberies and other crimes is minimal hardly exists, far from our Brazilian reality, unfortunately. This trip came to show me that if you believe in what you think and about what feeds in your heart, put it into practice, get out of your comfort zone, put God first and things are shaping up in the best way! Remembering that all this would not be possible if our friend Henrique Lucas was not there giving all support of translation, orientation for the spots, food and housing. Thank you brother.” EDUARDO M.S.

“Striking and intense moments that have been kept in my memory forever, being in one of the best places in the world to skate with the best friends is priceless. It is a unique learning to spend many days where there is a culture and language totally different from ours where we have to come up with a lot of improvisation and adaptation.Thirty hours flight, thousands of miles away that worth every inch. There was a lot of history recorded; sleeping on the street to skate at a forbidden spot that we would only have a small moment in the morning to skate due to the security; look for one, two or three hours for a classic spot and end up not finding but skating on another much better. Take a subway and taxi ride for two hours, get in the place and they were reforming the space, they had

removed all the ground, we could not believe that the whole mission had been in vain. But with that Brazilian way we improvised a floor with some wood that had been thrown due to the renovation and we still managed to skate the spot. It was three intense months of great skateboarding and friendship that God has given us in a special way placing people and situations in our lives that will be remembered with great intensity. Grateful for the space and freedom of expression.“ RAFAEL EDUARDO

“Firstly, I wanted to thank for the space at Vista Magazine, and China 2017 with my friends of Colletividade was a very fucking amazing experience that I will take for my lifetime, besides being one of the best places in the world to skate, to film and make photos, and the spots are very good because the architecture of the city provides it. But besides the skateboard I had a very good experience with the culture they live there, it was very remarkable to spend three months absorbing this experience and skateboarding the spots I always saw in the videos like “GIVE MY MONEY CHICO” among many others, to see that it is possible when you believe that you can be anywhere in the world doing what you love the most, when you have an independent purpose, if you have help from companies or do it for ourselves, I am grateful to all my friends who were part summing up in the colletividade.One of the things that struck me most about this trip was that I always wanted to know a spot that was in Shenzhen, a marble edge where many skaters already left their tricks recorded in the videos like Rodrigo TX, Rodrigo Gerdal, Jack Curtin, Kelly Hart and many others. As soon as we arrived in the plaza we saw that it was under renovation and without the floor of the whole plaza without conditions to skate, there was so much desire that we improvise with some wood that was around the plaza and we have been able to skate and register something at the classic spot, that will be in my memory for a long time.” CLAUDIO JUNIO

“Traveling to China was something I had been thinking for a long time, but it was not so simple in my head how to make it happen. The fact of acting collectively was always more peaceful and inspiring, even more knowing that some of the

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guys had already gone a year before. At the time I knew they would go again I was very excited and all that complication of food, language, where to go, etc. disappear with all the laughter that I knew would be when you are with such a crew. It was very inspiring to know that besides being able to see / skate in the most perfect places in the world, I discovered that in fact “the world is so small” when you have a backpack, friends and a skateboard !!!!! Let’s go with more cliché to “sky is the limit” because China is small for collectivity.” J.P. DANTAS

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CARAPICUIBA COLORS

Quando cheguei, ainda no sábado, vi um espaço que nas antigas, como disse o Roni, era um mini campinho de areia que as crianças jogavam bola (ele mesmo no caso). Ali tinha uma pequena horta (orgânica e com sementes crioulas) que sua companheira Jéssica e mais uma amiga, haviam começado junto com as crianças. De cara já imaginei que sim, ali também poderia ser uma grande horta e que iria buscar ajuda de outros camaradas para fazer algo. Na hora lembrei do Eric Veloso, sabia que ele estava nessa pegada de colocar a mão na terra e conectado com as mudas. Ele já manjava como fazer mini agro-floresta. Havia lido e visto algumas coisas sobre permacultura, escutava muita gente falar e nosso camarada Pedro que largou a cidade para morar em sítio e começar a cavocar a terra um tempo atrás. O pessoal do coletivo Aparelhamento também deu uma força e nos doou fundos para o material necessário. Então era só colocar a mão na terra e aprender. Foi foda! Vários dias de trampo e muita energia, muita energia.

QUANDO O COLETIVO SE FORTALECE POR RENATO CUSTÓDIO

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Sabe quando você acorda com uma ligação e, de repente, se dá conta que essa chamada está de fato ligando pontos na nossa costura, tendo o poder de estancar o sangue, abrir os olhos e derrubar da cama? O Roni me ligou em um sábado de manhã, falando que já estava pronto pra botar fogo no mato seco, que a imagem iria ficar louca e se eu poderia colar pra fazer o registro. Me explicou que seria mais um Carapicuiba Colors, que dessa vez estava juntando forças pra fazer mais forte e como um projeto de vida. Demorei um tempo para entender o que poderia fazer, além de fotografar e filmar para um pequeno documentário sobre o processo e o evento. Sabia que o Roni estava disposto a fazer algo mais profundo na sua quebrada, que não era apenas mais um evento como foram os outros. A vontade e a força estavam vibrantes, contagiando as pessoas e unindo-as. Muitos grafiteiros se disponibilizaram para dar outra cara para a parte externa da quadra, que era toda pixada e degradada. Amigos que se disponibilizaram a ajudar no que fosse preciso, conseguiram diversas doações para revitalização/pintura da quadra, fizeram vários cavaletes e telas de pintura e mais um monte de coisas que foram aparecendo no decorrer.

A partir das movimentações, muitas pessoas ajudaram e o evento foi ganhando força. A horta cresceu, ganhou novas doações de mudas no dia do evento, da rapaziada de Ribeirão Preto e logo mais estará dando seus “frutos”. A participação na horta era o que mais divertia as crianças. Elas querem estar presentes, pintar, ajudar no que for preciso. É como se estivessem ali, nos esperando e cheio de vontades em aprender e crescer. Como parte do processo, também conseguimos organizar uma visita em alguns laboratórios na USP. Com a ajuda da Doutora Fabiane Trindade e mais a ONG (Brasil melhor), as crianças passaram o dia lá e a tarde visitaram o instituto de química. Lá elas entraram nos laboratórios, viram diversos experimentos que os pesquisadores estão fazendo e, o principal, o resultado que eles (cientistas) conseguiram através dos experimentos. Elas ficaram extasiadas, entusiasmadas e curiosas. O professor do instituto de química disse, de canto, que as crianças faziam as mesmas perguntas que seus alunos pós doutorandos. Ele estava de cara. Acho que não precisa falar muito mais que isso. É muito foda ver de perto, saber que essas crianças podem ser tocadas e não esquecidas como acontece. Com muito pouco, pode-se fazer muito, e o nosso governo não faz nem o mínimo necessário, porque ele sabe que não se sustenta com uma sociedade que pensa. _____________________________

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CARAPICUIBA COLORS

WHEN THE COLLECTIVE STRENGTHENS BY RENATO CUSTÓDIO

Do you know when you wake up with a call, and suddenly realize that this call is actually connecting stitches in our seam, having the power to stanch blood, open our eyes and fall from the bed? Roni called me on a saturday morning, saying that he was ready to set fire to the dry bushes, the image would be crazy and if I could go to the register. He explained that it would be another Carapicuiba Colors, which this time was gathering strength to make it stronger, more as a life project. It took me some time to figure out what I could do, as well as shoot for a short documentary about the process and the event, and some photos. He knew that Roni was willing to do something deeper in his neighborhood, which was not just another event like the others. The idea and strength were vibrant, infecting people and uniting them. Many graffiti artists were willing to give another face to the outside of the court, which was all tagged and degraded. Friends who volunteered to help in what was needed, got several donations for revitalization / painting of the court, made several easels and canvases of painting and more a lot of things that were appearing in the course. When I arrived still on Saturday, I saw a space that in the old one as Roni said: “it was a mini sand court where the children played soccer (himself, by the way). There was a small garden, organic and with some creole seeds, that his girlfriend Jessica and another friend had previously started with the children. I already imagined that, yes, it could also be a big vegetable garden and that it would need help from other friends to do something. At the time I remembered Eric Veloso, I knew he was on this footprint to put his hand on the ground and connected with the seedlings. He already handled how to make mini agro-forest. I had read and seen a few things about Permaculture, heard a lot of people talking and our friend Pedro who left the city to live in a farm and begin to dig the earth a while ago. The staff of the collective Aparel-

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hamento also gave a force and gave us funds for the necessary material. So I just put my hand on the ground and learn. It was fuck awesome! Several days of hard work and lots of energy, lots of energy. From the movements, many other people helped and the event was gaining strength. The vegetable garden has grown, they have received new donations of seedlings on the day of the event, the boys from Ribeirão Preto and soon will be giving their “fruits”. The participation of the children in the garden was the place where they had fun. They want to be present, to paint, to help in whatever it takes. It is as if they are there, waiting for us and full of wills to learn and grow. As part of the process, we were also able to organize a visit to some laboratories at USP, the biggest public university of São Paulo city. With the help of Dr. Fabiane Trindade and the NGO (Brazil better), the children spent the day there and in the afternoon visited the chemistry institute in the University. There they entered the labs, saw several experiments with the researchers, the ones they are working on. They were ecstatic, enthusiastic, and curious. The chemistry professor said, that the children asked the same questions as their post-doctoral students, he was impressed. I do not think you need to say much more than that. It’s amazing to be close to seeing that these children can be touched and not forgotten as it happens. With too little, much can be done, and our government does not do the minimum necessary, because it knows that it does not sustain itself with a society that thinks. _____________________________

cipalmente nos primeiros dias era muito louco andar pelas ruas do Cairo e ver as cores dos prédios, as roupas e esse contato com uma cultura tão diferente da nossa no Brasil. A loucura que são os egípcios, muito agitados no trânsito ou no comércio, onde eles gritam muito, se expressam com o corpo, onde toda hora parece que estão brigando, mas só estão conversando. E, quando estavam brigando, nunca passam da discussão, vai cada um para o seu lado e acaba aí. Vi muito respeito com as pessoas mais velhas, mas também vi desrespeitos com as crianças e com as mulheres, lá elas não têm voz, isso para mim foi muito triste de ver. Sentir muita opressão em ver as mulheres cobertas pelas burcas, onde a sua identidade e beleza ficam proibidas. Apesar de todas essas diferenças é um lugar extraordinário e não é pelas pirâmides e por toda a história que o lugar carrega, mas sim pelas pessoas humildes e hospitaleiras. Conhecemos alguns skatista egípcios que enfrentam muitas dificuldades para andar de skate e para conseguir peças, pois não existe mercado ou marcas de skate locais.

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Voltei de lá com uma alegria muito grande, mesmo vendo tanto sofrimento e limitações, mas sabendo que a nossa ideia de espalhar a fé e amor entre as pessoas que conhecemos e andamos de skate me fez ter muita esperança e acreditar mais que o skate é uma grande ferramenta para compartilhar alegrias e amor. _____________________________

EGITO

POR JOÃO FERREIRA

Fui convidado pelo Eduardo Franchi, skatista old school, para fazer essa viagem para o Egito com o propósito de falar de compaixão, amor e andar de skate com os skatistas locais. Comigo foram mais quatro pessoas: Edu, Bárbara, Amanda e o Naldo. Após muitas horas de viagem chegamos ao Egito. No começo foi um choque cultural, parecia que eu estava em um filme de época, tudo completamente diferente do que eu tinha já tinha visto ao vivo. Tudo parecia ter parado no tempo. Prin-

Nessa viagem o skatista que conheci que mais me marcou foi o Moou, o primeiro skatista do Egito. Colamos na casa dele onde existe uma exposição de peças de skate. Infelizmente hoje ele já não pode andar mais de skate por causa da saúde, mas é skatista de alma para sempre. Andamos em alguns picos bem diferentes por lá, como a pista localmente conhecida “Cidade do Lixo”. Um lugar extraordinário, onde as pessoas vivem em uma simbiose no meio do lixo que a cidade do Cairo manda para ser reciclado.

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EGYPT

BY JOÃO FERREIRA

I was invited by Eduardo Franchi old school skater to make this trip to Egypt

with the purpose of talking about compassion, love and skateboarding with the local skaters. With me there were five more people traveling were four more people: Edu, Barbara, Amanda and Naldo. After many hours flying over the world, we arrived in Egypt. In the beginning it was a cultural shock, it seemed like I was in an old movie, everything completely different from what I had never seen alive, everything seemed to have stopped in time. Especially in the first days it was crazy to walk in the streets of Cairo and see the colors of the buildings, the clothes and this contact with a culture so different from ours in Brazil. The madness of the Egyptians, who are very agitated in traffic or commerce, where they shout loudly, express themselves with their bodies, where they all seem to be fighting, but they are only talking and when they were fighting, they turn sideways and it ends up right there. I saw a lot of respect with the older people but I also saw disrespect with the children and with the women, they have no voice. For me it was very sad to see it. To feel a lot of oppression in seeing the women covered by the burqas, where their identity and beauty are forbidden. In spite of all these differences it is an extraordinary place and it is not for the pyramids and for all the history that the place carries, but for the humble and hospitable people. We met some Egyptian skateboarders who face many difficulties to skate, whether to get parts of skateboard, as there is no market or local skate brands, and because it is all imported everything is very expensive, since a dollar is worth about fifteen times a guinea, Egyptian currency, you can imagine how difficult it can be. On this trip, the skateboarder I met who called my attention the most was Moou, the first skater in Egypt. We went to his house where there is an exhibition of skateboard pieces. Unfortunately today he can’t skate anymore because of his health, but he is a soul skateboarder forever. We skate in some very different spots over there as the skatepark that Eduardo Franchi made on previous trips, at a place called known: “City of Garbage”. An extraordinary place where people live in a symbiosis in the middle of the garbage that the city of Cairo sends to be recycled. I came back with a great joy, even see

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ing so much suffering and limitations, but knowing that our idea of spreading faith and love among the people we know and skate, made me have a lot of hope and believe that skate is a great tool for sharing hapiness and love. _____________________________

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RELIGARE

POR FERNANDO GOMES

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Somos essencialmente natureza, parte importante e minúscula de um universo. O modo de vida padrão das grandes cidades nesse tempo em que vivemos nos faz ignorar ou esquecer disso. Alguns por determinados momentos, outros por toda uma vida. Esse brinquedo que tanto amamos e chamamos de skate, carrinho, board, atua como veículo de acesso à nossa natureza em meio ao caos das selvas urbanas em que vivemos. Ainda que inconscientemente, os momentos com o pé na lixa também têm caráter espiritual, de êxtase semelhante aos de contato com ambientes naturais. Acredito que seja o que nos dá as manhas de fazer algo tão pessoal em meio ao excesso de informação e energia das ruas. E assim como a natureza vence o caos que a humanidade lhe causa, nós também vencemos esse caos, ironicamente se divertindo no que seriam os seus obstáculos de concreto. Basta um pouco de umidade para algumas espécies de plantas brotarem em paredes. Basta um pouco de vela que a gente arruma logo uma outra maneira de intervir numa borda de cimento. Pense no que você (ainda) não enxerga e lembre sempre que somos parte. Um do outro e de tudo. Esse texto, a série de imagens que a Vista traz nessa edição e o vídeo que chega às telas em breve são consequência da percepção do skate como instrumento de conexão com nós mesmos, com o que há de natural em cada um de nós e que pode estar perdido em certos momentos. Religare. _____________________________

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RELIGARE

BY FERNANDO GOMES

We are essentially nature, an important and tiny part of a universe. The standard way of life of the great cities nowadays the one we are live in causes us to ignore or forget it. Some for certain times, others for a lifetime. This toy that we love and call skateboard, acts as a vehicle for access to our nature amid the chaos of the urban jungles in which we live. Although unconsciously, the moments with the foot in the griptape also have spiritual character, of ecstasy similar to the contact with natural environments. I think that’s what gives us the guts to do something so personal amid the excess of information and energy from the streets. And just as nature overcomes the chaos, which the humankind causes, so we overcome this chaos as well, ironically amusing itself in what would be its concrete obstacles. A little moisture is enough for some plant species to sprout on walls. It is enough for a little bit of wax for us soon find another way of intervening on a cement edge. Think about what you still do not see and always remember that we are a part. One from the other and from everything. This text, the series of images that this Vista magazine brings in this edition and the video that comes to the internet soon, are a consequence of the perception of skateboard as an instrument of connection with ourselves, with what is natural in each one of us and that can be lost at certain times. Religare. _____________________________

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BEBA COM MODERAÇÃO 65



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