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Depoimentos

so de leituras, ensaios e filmagens, Bete nos presenteou não apenas com toda sua experiência, técnica e talento, mas também com muita curiosidade, encantamento e fascínio pela personagem, pelo tema, pelo projeto. Tudo com o objetivo de juntos construirmos o melhor filme possível, juntos fazermos arte. Em tempos tão sombrios, foi um privilégio resistir e ser artista ao seu lado. Estar diante de uma figura histórica para a cultura e a política brasileiras como é a Bete, com sua gentileza, delicadeza, força e resistência, acalenta nosso coração, ilumina nosso passado e, com sua luz, nos enche de esperança pelo que pode ser nosso futuro. Parabéns por esta merecidíssima homenagem, Bete!

Diego dos Anjos, diretor e roteirista

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A visceral atriz dos filmes de Roberto Santos e de Leon Hirszman, entre outros diretores de marcantes filmes da História do cinema brasileiro; do Teatro e da dramaturgia de nossa TV, Bete Mendes, tem a sua inseparável atuação como cidadã e como política. Conhecida defensora da Democracia, da Cultura, da Liberdade e dos Direitos Humanos, marcada pelo episódio da denúncia da presença de um torturador da ditadura num cargo diplomático no exterior, que revela a sua coragem como parlamentar naquela ocasião. Tive o privilégio de contar com seu talento e disciplina no filme que dirigi Introdução à Música do Sangue e que selou a nossa amizade para sempre. Parabéns, Bete !

Luiz Carlos Lacerda, diretor

Meu amor por Bete Mendes vem do berço, e isso não é apenas uma forma de expressão. É fato. Nasci em 1966, e em 1968 Bete estrelou Beto Rockfeller, a novela que revolucionou o gênero, e assim ela pas-

sou a fazer parte de minhas memórias mais profundas, aquelas anteriores à linguagem. Alguns anos depois, assistindo à ousada novela O Rebu, me apaixonei por sua linda e andrógina personagem de cabelos curtíssimos. Em Eles Não Usam Black-Tie, ela foi a escolha perfeita não só pelo seu talento, mas por seu engajamento político. Bete nunca foi apenas a mocinha linda, cativante e carismática. Sua preocupação com as questões sociais deu outra dimensão ao seu ofício. Tive a sorte de contracenar e conviver com Bete no papel de sua filha na minissérie Anos Rebeldes, onde nós do elenco contamos com sua experiência e generosidade ao dividir momentos dramáticos vividos por ela no período da ditadura militar. Nunca vou me esquecer de uma cena gravada no Doi-Codi em que ela e eu visitávamos o personagem do Geraldo Del Rey na prisão. Foi muito forte viver esse momento com ela, num lugar que, mesmo já estando desativado há algum tempo, ainda guardava a atmosfera de terror do período mais violento da ditadura militar. Impossível imaginar mãe mais doce e acolhedora. Bete jamais perdeu uma postura positiva e terna diante da vida e do trabalho.

Malu Mader, atriz

Conheci Bete Mendes na década de 70 na TV Tupi, em São Paulo. Participávamos de novelas diferentes e, por isso, não tive a oportunidade de contracenar com ela, o que lamentei muito, pois sempre a considerei uma excelente atriz. Nós nos encontrávamos sempre nos corredores da emissora ou no restaurante da esquina, ponto de encontro para almoço ou lanche, aí então batíamos longos papos! Tempos depois, viemos a trabalhar no mesmo filme, Vazio Coração, de Alberto Araújo. Outra vez não tivemos a oportunidade e o prazer de contracenar. Finalmente, agora, em 2022, no filme Esta Noite Seremos Felizes, de Diego dos Anjos, aí sim, contracenamos. O que foi um grande prazer! Nada mais justo e merecedor que Bete Mendes seja homenageada neste Festival.

Othon Bastos, ator

Legendas e créditos das imagens

Capa - Foto de Selmy Yassuda / Acervo IBCA-Galpão Produções (2022). Pág. 2 - Foto de Selmy Yassuda / Acervo IBCA-Galpão Produções (2022). Pág. 4 - No Filme Eles Não Usam Black-Tie (1981) / Frame do filme. Pág. 6 - Na novela O Rebu (1974) / Acervo Rede Globo. Pág. 10 - Bete Mendes na primeira comunhão (1955) / Acervo pessoal de Bete Mendes. Pág. 16 - Na minissérie Anos Rebeldes (1992). Na imagem acima com Malu Mader; abaixo com Mila Moreira, Cássio Gabus Mendes e Malu Mader / Acervo Rede Globo. Pág. 21 - No filme As Delícias da Vida (1974) / Acervo pessoal de Bete Mendes. Pág. 31 - Na peça A Calça (1979) / Acervo CEDOC Funarte. Pág. 32 - Com o ator Ítalo Rossi na peça A Calça (1979) / Acervo CEDOC Funarte. Pág. 38 - Eva Wilma, Douglas Massola, Bete Mendes e Nicette Bruno na novela O Meu Pé de Laranja Lima (1970) / Acervo pessoal de Bete Mendes. Pág. 45 - Com a atriz Ruth de Souza na novela Sinhazinha Flô (1977) / Acervo Rede Globo - Nelson Di Rago. Pág. 53 - Com o ator Marcus Vinícius no filme J.S. Brown, O Último Herói do Gibi (1980) / Acervo Cinemateca Brasileira. Pág. 61 - Com o ator Carlos Alberto Riccelli no filme Eles Não Usam Black-Tie (1981) / Frame do filme. Pág. 62 e 63 - Com o ator Othon Bastos no filme Esta Noite Seremos Felizes (2022) / Still de Raúl Tamayo Estrada. Pág. 64 - Na peça As Desgraças de uma Criança (1974) / Acervo pessoal de Bete Mendes. Pág. 66 - Com o ator Helber Rangel no filme Os Amantes da Chuva (1979) / Frames do filme. Pág. 68 - No filme Introdução à Música do Sangue (2017) / Foto de Rafaela Lima. Pág. 78 - Acima, com as atrizes Angela Rebello e Laura Cardoso na novela Gabriela (2012). Abaixo, com os atores Vitor Mayer e Rosa Marya Colin no seriado Sítio do Picapau Amarelo (2007) / Frames de trechos das obras citadas no site Memória Globo. Pág. 82 - Foto de Selmy Yassuda / Acervo IBCA-Galpão Produções (2022).

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