Catálogo do 28º Festival de Cinema de Vitória

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2021. Um ano novo a cada dia. Máscaras, protocolos e muitos cuidados. Respeitando todas as mudanças que o mundo impôs, mas também fazendo as coisas andarem. Dando um passo e recuando dois, todos nós fomos lidando com mais um ano complexo. No meio de tudo isso, a vacinação, que trouxe um novo fôlego e a possibilidade de um cotidiano mais tranquilo, mas ainda com cautela. No universo da cultura, os projetos são idealizados com antecedência para que toda a cadeia produtiva possa executar seus trabalhos com excelência. Como nosso projeto presencial tem o objetivo de atingir o maior número possível de pessoas, e, quando a produção começou a ser tocada, as atividades presenciais no Espírito Santo ainda aconteciam com número limitado de público, o 28º Festival de Cinema de Vitória será em formato on-line. E, apesar de ainda não termos o calor do público, esta é uma oportunidade de chegarmos novamente aos quatro cantos do país. É sempre um desafio e, ao mesmo tempo, um prazer dar visibilidade à produção audiovisual brasileira. Durante seis dias, o público vai poder conferir uma seleção de 92 filmes, que serão exibidos em 12 mostras – 11 competitivas e uma fora de competição. A Comissão de Seleção nos traz um olhar cuidadoso sobre os diversos gêneros da produção cinematográfica brasileira contemporânea. Os filmes reafirmam a pluralidade e o talento de nossos realizadores e de nossas realizadoras. Além dos filmes, nesta 28ª edição, vamos reverenciar o trabalho de duas mulheres que fazem a diferença no audiovisual brasileiro. A Homenageada Capixaba é Margarete Taqueti. Profissional versátil, ela já atuou como diretora, produtora e roteirista audiovisual, entre muitas outras funções, além de ser uma figura fundamental na fundação da ABD Capixaba e no movimento cineclubista do Espírito Santo. Marcélia Cartaxo é a Homenageada Nacional desta edição. Artista que usa o seu trabalho para jogar luz sobre as inúmeras possibilidades de existência, Marcélia é uma profissional versátil, extremamente talentosa e uma pessoa doce e divertida. Um ser humano especial. Uma atriz e diretora que é a cara do Nordeste e, consequentemente, a cara do Brasil. Uma honra reverenciar o talento e a presença feminina na sétima arte. Agradeço a todos que, direta ou indiretamente, fazem o nosso evento acontecer: patrocinadores, apoiadores, produtores, apresentadores, as comissões de seleção e de júri, pela dedicação e competência, e especialmente aos realizadores e ao público, que confiam seus trabalhos e sua audiência a nós. Meu muito obrigada. Desejo a todos os amantes do cinema seis dias de total imersão no universo cinematográfico. E que em 2022 a gente possa se reencontrar e dividir aquilo que o cinema faz de melhor: dar-nos emoção. Boa sessão a todos na esperança de um abraço em breve. Lucia Caus Diretora do 28º Festival de Cinema de Vitória


O Festival de Cinema de Vitória se transformou num Hub de projetos. Na realidade, esse é um processo que vem acontecendo ao longo dos últimos anos, uma vez que acrescentamos novas modalidades de expressão artística a cada edição. Partimos do audiovisual, do cinema brasileiro – que é o que nos move há 28 anos a realizar o maior evento do setor no estado do Espírito Santo –, para conectá-lo a diversas outras formas de expressão cultural. Essa incubadora de novos projetos segue expandindo suas atividades, que englobam desde ações de desenvolvimento social em comunidades periféricas até difusão musical. Um dos aspectos decorrentes dessa ramificação é a notável expansão da capacidade de público do evento, o que se mostrou ainda mais latente no contexto da pandemia de Covid-19, quando o Festival passa para o formato digital e se desterritorializa, alcançando espectadores de todas as partes do planeta. Só poderíamos expandir horizontes, entretanto, com a confiança de nossos patrocinadores, a quem agradecemos por continuarem incentivando a manutenção de um dos maiores eventos da Cultura no estado. Além de gerar riqueza imaterial, esse investimento é responsável por impulsionar um movimento muito importante na economia local. Hoje, cem por cento dos recursos captados no Festival são investidos em mão de obra daqui, o que nos comprova quão grande é nosso potencial de mercado. A indústria da Cultura se adequou, se readaptou e se firmou mais uma vez como um importante posto de trabalho e de afirmação da nossa identidade como capixabas e brasileiros. Diante disso, o 28º Festival de Cinema de Vitória só tem a agradecer por estarmos juntos, da forma possível, por mais um ano! Larissa Delbone Produtora Executiva do 28º Festival de Cinema de Vitória


Sumário 08 | 25ª Mostra Competitiva Nacional de Curtas 24 | 11ª Mostra Competitiva Nacional de Longas 32 | 11ª Mostra Quatro Estações 38 | 10ª Mostra Foco Capixaba 44 | 10ª Mostra Corsária 52 | 8ª Mostra Outros Olhares 58 | 6ª Mostra Cinema e Negritude 64 | 6ª Mostra Mulheres no Cinema 70 | 5ª Mostra Nacional de Videoclipes 82 | 4ª Mostra Nacional de Cinema Ambiental 88 | 3ª Mostra Do Outro Lado – Cinema Fantástico 94 | 4ª Mostra Cinema de Bordas (Não competitiva) 100 | Sessões Especiais 104 | Homenagens 108 | Premiação 110 | Júri 116 | Agradecimentos 118 | Ficha Técnica 120 | Outros Projetos



25ª MOSTRA COMPETITIVA NACIONAL DE CURTAS


Arejando horizontes De que formas o cinema pode nos fornecer novos fôlegos e perspectivas para compreendermos as questões do aqui e agora? Ao traçar um panorama do curta-metragem brasileiro desta safra, a Mostra Competitiva Nacional de Curtas apresenta uma série de olhares que amplificam tais questões e propõem novos e arejados modos de existir e habitar um mundo em constante convulsão, redescoberta e tensão. A complexidade das relações interpessoais, um tema sobre o qual o cinema sempre tem algo novo a dizer, atravessa narrativas tão distintas quanto o registro realista de Portugal Pequeno (Victor Quintanilha), a mise-en-scène de tirar o fôlego em Ato (Bárbara Paz), as dimensões coreográficas que pautam as tensões em Calmaria (Catapreta) e o pacto ardente pela imprevisibilidade em A Cambonagem e o Incêndio Inevitável (Castiel Vitorino Brasileiro e Roger Ghil). A coexistência nem sempre fácil em espaços partilhados revela-se um complexo quebra-cabeça, cujas peças incluem as questões condominiais de Cercanias/ Gatos (Sérgio Andrade), as relações de amizade e vizinhança desenhadas em Prata (Lucas Melo) e o abismo social que se revela cada vez mais desconcertante quando se confrontam os outrora confortáveis discursos da classe dominante, como em Per Capita (Lia Letícia). Também falando do viver junto, os laços familiares, seus rituais, interdições e cumplicidades nada óbvias são investigados sob as mais diversas perspectivas, em obras como Faz Vinte Anos (Tati Franklin), O Barco e o Rio (Bernardo Ale Abinader), 5 Fitas (Heraldo de Deus e Vilma Martins) e Três Graças (Luana Laux), numa leva de filmes que dirige seu foco especialmente ao universo de irmãos e meios-irmãos.


A tensão entre memória e esquecimento assume novos contornos em trabalhos como Coleção Preciosa (Rayssa Coelho e Filipe Gama), que repensa a cinefilia de outros tempos numa época que luta contra o total apagamento da memória cultural do país, ou na luta contra um desaparecimento surrealmente imposto à protagonista de O Resto (Pedro Gonçalves Ribeiro). Há também a sobreposição de outras temporalidades à esfera cotidiana, como a da própria espiritualidade em Meus Santos Saúdam Teus Santos (Rodrigo Antônio), ou o mergulho nas memórias fragmentadas de Praia dos Tempos (Luan Santos). Há também espaço para novos e poéticos investimentos no cotidiano e no trabalho, como em Muxarabi (Natália Maia e Samuel Brasileiro), enquanto corpos e afetos são reinventados sob novas chaves desejantes em Vagalumes (Léo Bittencourt), Cenas da Infância (Kimberly Palermo) e De Vez em Quando Eu Ardo (Carlos Segundo). Há também um número crescente, ano após ano, de obras que apostam em estratégias fabulativas tanto para tensionar o passado, suas lacunas, feridas e imprecisões, como Hawalari (Cássio Domingos) e Bestiário Invisível (Tati Rabelo e Rodrigo Linhales), quanto para projetar novos futuros possíveis, mas sem perder o olhar crítico que se lança ante a ameaça da precarização nas mais diversas esferas existenciais, como em Gargaú (Bruno Ribeiro) e Usina – Desejo Contra a Indústria do Medo (Amanda Seraphico, Clarissa Ribeiro e Lorran Dias/Anarca Filmes). Respirar novos ares não somente é recusar o escapismo mas acreditar numa potência de transformação, tão onírica quanto concreta, consciente tanto de suas adversidades quanto da energia criadora que produz novas e irrecusáveis possibilidades de existência e enfrentamento diante do turbilhão de um mundo tão complexo e contraditório como esse em que vivemos. Erly Vieira Jr Curador


ATO

5 FITAS

Bárbara Paz FIC, Cor, DIG, 21’, MG, 2020 Classificação Indicativa: Livre

Heraldo de Deus e Vilma Martins FIC, Cor, H264, 15’, BA, 2020 Classificação Indicativa: Livre

Direção de Produção e Produção Executiva: Tatyana Rubim Roteiro: Cao Guimarães Fotografia: Azul Serra Direção de Arte: Lara Tausz Montagem: Renato Vallone Som e Edição de Som: Rodrigo Ferrante Trilha Sonora: Bárbara Paz Elenco: Alessandra Maestrini e Eduardo Moreira Filmografia da Diretora: Meu Amigo Hindu, Making Of (2015); Assédio (2019); Conversa com Ele (2019); Babenco - Alguém Tem Que Ouvir o Coração e Dizer: Parou (2019).

Direção de Produção: Laísa Costa, Daiane Silva, Iana Nascimento, Daniele Souza e Tainan Maria Produção Executiva: Milena Anjos Roteiro: Heraldo de Deus e Vilma Martins Direção de Arte: Adriele Regine Fotografia: Ariel Ferreira Montagem: Ana do Carmo Som: Marise Urbano Trilha Sonora: Emilie Lapa e Elinaldo Nascimento Elenco: Adili Pita, João Pedro Costa, Matias Santana, Rejane Maya, Clara Paixão, Wesley Guimarães, Sergio Laurentino e Iana Nascimento Realização: Sujeito Filmes, Saturnema Filmes, Gira Pomba Produções e Bico Produções Filmografia dos Diretores: Sujeito Objeto (2017)

Sinopse: Em um mundo suspenso e solitário, Dante se encontra em um processo de travessia. Sua única companhia: Ava - uma profissional do afeto.

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Sinopse: Em Salvador, todo ano acontece a tradicional festa para Senhor do Bonfim, onde fiéis, turistas e foliões peregrinam até a famosa igreja para amarrar fitas e fazer pedidos. Os irmãos Pedro e Gabriel ouvem desde cedo as histórias da avó e decidem se aventurar sozinhos para fazer um pedido especial. Lá eles aprendem sobre religiosidade, sincretismo e importância da família.


PRAIA DOS TEMPOS

HAWALARI

Luan Santos FIC, Cor, H264, 11’, BA, 2021 Classificação Indicativa: Livre

Cássio Domingos FIC, Cor, FullHD, 15’, GO, 2021 Classificação Indicativa: 12 anos

Direção de Produção: Coletivo Canzuá e Akanni Obatayie Produção Executiva: Coletivo Canzuá Roteiro: Luan Santos Direção de Arte: Lia da França Fotografia: Letícia Cristina Montagem: Luan Santos e Letícia Cristina Som e Edição de Som: Analuana Trilha Sonora: Miguel Caligari Elenco: Virna Oliveira, Luara Oliveira e Lucileide Ferreira Filmografia do Diretor: Mil Vinny’s - Suíte Cachoeirana (2019); Os Dias com Você (2021); Histórias que nos Contam (2021).

Direção de Produção: Camila Nunes Produção Executiva: Cássio Domingos e Raphael Gustavo da Silva Roteiro: Hawalari Coxini e Cássio Domingos Direção de Arte: Débora Corrêa Alves Fotografia e Montagem: Marcelo Kamenach Som: Thiago Camargo e Guilherme Nogueira Trilha Sonora: Thiago Camargo Elenco: Hawalari Coxini e Vinícius Queiroz Filmografia do Diretor: Mãe, Acorda a Vovó (2017)

Sinopse: Em uma praia onde as temporalidades se atravessam, Virna experiencia uma jornada de memórias fragmentadas, compartilhamentos e reconciliações consigo mesma.

Sinopse: Final do século XIX. Hawalari, jovem indígena do povo Iny, que vive no Centro-Oeste do Brasil, depara-se com uma situação que lhe causa insegurança.

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A CAMBONAGEM E O INCÊNDIO INEVITÁVEL

FAZ VINTE ANOS

Castiel Vitorino Brasileiro e Roger Ghil DOC, Cor, HDTV, 34’, ES/NY, 2021 Classificação Indicativa: 10 anos

Tati Franklin DOC, Cor, H264, 6’, ES, 2020 Classificação Indicativa: Livre

Direção de Produção: Castiel Vitorino Brasileiro e Roger Ghil Produção Executiva: Castiel Vitorino Brasileiro Roteiro, Direção de Arte e Trilha Sonora: Castiel Vitorino Brasileiro Animação, Fotografia, Montagem, Som e Edição de Som: Castiel Vitorino Brasileiro e Roger Ghil Elenco: Castiel Vitorino Brasileiro e Rodrigo Jesus Filmografia das Diretoras: Para Todas as Moças (2019); O Trauma É Brasileiro (2019); Uma Noite sem Lua (2020).

Roteiro e Montagem: Tati Franklin Filmografia da Diretora: Casa da Vovó Totonha (2015); Insular (2015); Transvivo (2017); Toda Noite Estarei Lá (2021).

Sinopse: Inevitável é o acaso da forma do fogaréu. Inevitável é o fogo que acontece em mim quando eu danço. A cambonagem trata-se de um pacto: acolheremos a imprevisibilidade de nossos caminhos.

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Sinopse: Minha irmã fez vinte anos, fiz um presente para ela.


MEUS SANTOS SAÚDAM TEUS SANTOS

PORTUGAL PEQUENO

Rodrigo Antônio DOC, Cor, DIG, 14’, PA, 2021 Classificação Indicativa: Livre

Victor Quintanilha FIC, Cor, DIG, 20’, RJ, 2020 Classificação Indicativa: 14 anos

Produção Executiva: Rodrigo Antônio Roteiro: Rodrigo Antônio Fotografia: Luana Peixe e Rodrigo José Montagem: Eduardo Resing Som e Edição de Som: Victor Quintanilha Elenco: Astrea Lucena, pajé Roxita e Rodrigo Antônio

Direção de Produção: Fara Clash Produção Executiva: Rodrigo Antônio Roteiro: Victor Quintanilha Direção de Arte: Camila Tarifa Fotografia: Daniel Venosa Montagem: Eduardo Resing Som: Victor Jaramillo Edição de Som: Matheus Miguens Trilha Sonora: Abel Duarte e Victor Quintanilha Elenco: João Vitor Nascimento, Wilson Rabelo, Danilo Martins, Ruth Rodrigues, MC R6, Philipp Lavra e Matheus Campinho Filmografia do Diretor: El Sonido del Silencio (2011); Condição (2012); Anosognosia (2013); Hijo (2013).

Sinopse: Em uma viagem de regresso à ilha do Marajó, terra de seus avós, Rodrigo conhece a pajé Roxita e recebe a notícia de que tem guias espirituais de herança. Rodrigo, então, vive sua iniciação na pajelança marajoara e registra sua relação com Roxita, que será sua guia num encontro com seus ancestrais.

Sinopse: Jonatan é MC Xerelete e seu sonho é um dia ser um cantor de funk famoso e dar para ele e seu pai a vida cômoda que a publicidade lhe vende. Enquanto isso não acontece, os dois trabalham pescando na baía de Guanabara, encarando as responsabilidades e os obstáculos que a realidade lhes impõe.

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CALMARIA

PER CAPITA

Catapreta FIC, Cor, 2K, 24′, MG, 2020 Classificação Indicativa: 12 anos

Lia Letícia FIC, P&B, H264, 15’, PE, 2021 Classificação Indicativa: 14 anos

Direção de Produção: Catapreta Produção Executiva: Catapreta e Thaísa Tadeu Roteiro, Direção de Arte, Fotografia e Montagem: Catapreta Som, Edição de Som e Trilha Sonora: Daniel Nunes Elenco: Alexandre de Sena, Juhlia Santos, Preto Amparo e Samuel Jorge Filmografia do Diretor: Moradores do 304 (2007); O Céu no Andar de Baixo (2010); Vento Virado (2013); Entrada pela Frente (2015); Quarto do Desassossego (2021); Ventilador de Duas Pás (2021); Órbita (2021). Sinopse: As ruas estão desertas, eles fogem buscando a paz, mas a paz é nossa inimiga.

Direção de Produção e Produção Executiva: Rosa Melo Roteiro: Lia Letícia Direção de Arte: Ariana Nuala Fotografia: Pablo Nóbrega Montagem: Karen Black Som: Guga S. Rocha Edição e Desenho de Som: Nicolau Domingues Trilha Sonora: Novíssimo Edgar Elenco: Paula de Renor, Mekson Dias, Tom Alvim e Yuri de Holanda Filmografia da Diretora: Orwo Foma (2012); Encantada (2014); Terra Não Dita, Mar Não Visto (2017); Thinya (2019); De Todos os Lugares, o Mundo (2020); Feliz Navegantes (2021); Queda (2021). Sinopse: Como despertar uma gente entorpecida que tinha tudo, que comprara todos os sonhos que o dinheiro pode comprar e sabia que tinha sido uma pechincha?

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BESTIÁRIO INVISÍVEL

CERCANIAS/GATOS

Tati Rabelo e Rodrigo Linhales DOC/EXP, Cor, FullHD, 12’, ES, 2020 Classificação Indicativa: 12 anos

Sérgio Andrade DOC, Cor, DIG, 15’, AM, 2021 Classificação Indicativa: Livre

Direção de Produção e Prod. Executiva: Mirabólica Roteiro e Direção de Arte: Mirabólica Animação: Rodrigo Linhales Fotografia e Montagem: Tati Rabelo Edição de Som e Trilha Sonora: Gabriela Brown Elenco: Chama Amanda, Ícaro Goulart (Úrsula Pussynail), Lorena Bonna (Roberta de Razão), Caic Goulart (Brisadíssima), Max Uranio e Graziella Real Filmografia dos Diretores: Distopia (2014); Vitória Minas (2015); Minhas Horas com Camomila (2017); Banco Bem (2017); Moqueca Sonora (2018); O Pássaro sem Plumas (2019); Zacimba Gaba - Um Raio na Escuridão (2020).

Direção de Produção: Sérgio Andrade Assistente de Produção: Matheus Cordeiro Produção Executiva: Henrique Amud Roteiro e Direção de Arte: Sérgio Andrade Fotografia: Valentina Ricardo Montagem e Edição de Som: Lucas H. Rossi dos Santos Assistente de Montagem: Fábio Ottoni Som: Sérgio Andrade e Valentina Ricardo Elenco: Wallid Abuchahin, Nabil Abuchahin, Melka Guimarães, Thiago Alencar, Zeudi Souza e Lucinha Benchaya Filmografia do Diretor: Um Rio Entre Nós (2009); Cachoeira (2010); A Floresta de Jonathas (2012); Antes o Tempo Não Acabava (2016); A Terra Negra dos Kawa (2019).

Sinopse: Realizado com recursos do FUNCULTURA, “Bestiário Invisível” é um filme fora do padrão. Uma pequena coleção de monstros criados por um imaginário social heteronormativo compulsório e tóxico. Com depoimentos fortes e interferências digitais impactantes, uma verdadeira história de terror é construída através da fala de sobreviventes. A vida pode ser cruel para uma pessoa LGBTQIAP+ que vive no Brasil, o país que continua líder em assassinatos de seres humanes da comunidade. Com muito orgulho e coragem, é um filme que nos lembra que o simples fato de existir já é um grande ato de resistência.

Sinopse: Entre os muros de um condomínio de classe média, três gatos de rua procuram abrigo, comida e alegria. Enquanto isso, o cotidiano dos moradores vira um misto de afetos e desentendimentos.

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CENAS DA INFÂNCIA

COLEÇÃO PRECIOSA

Kimberly Palermo ANI, Cor, H264, 6’, RJ, 2021 Classificação Indicativa: 16 anos

Rayssa Coelho e Filipe Gama DOC, Cor, H264, 15’, BA, 2021 Classificação Indicativa: Livre

Direção de Produção: Gabriel Ferreira Roteiro, Montagem e Edição de Som: Kimberly Palermo Direção de Arte: Felipe Siqueira e Kimberly Palermo Animação: Gabriel Ferreira e Kimberly Palermo Fotografia: Gabriel Ferreira Som: Kimberly Palermo e Thiago Medeiros Filmografia da Diretora: Peixe (2019)

Direção de Produção: Rayssa Coelho e Filipe Gama Produção Executiva: Rayssa Coelho e Kétia Prado Roteiro: Filipe Gama, Rayssa Coelho, Rafael Oliveira e Raul Ribeiro Direção de Arte: Filipe Gama, Rayssa Coelho e Raul Ribeiro Animação: Camila Vianna Fotografia: Filipe Sobral Montagem: Filipe Gama e Rafael Oliveira Som: Kauan Oliveira Edição de Som: Ian Costa Trilha Sonora: Vito Quintans Elenco: Rosana Flick e Lêda Flick Filmografia dos Diretores: Rayssa Coelho - Diretora estreante. Filipe Gama - Quem é Dirceu? (2010); Efêmera Ilha (2018); 101% (2019); Zanata, Fotógrafo de Campo (2019); Retrato Pensado (2019); Os Porcos e a Reza (2020).

Sinopse: Um pequeno camundongo vive uma infância tranquila. Ele come biscoitos caseiros, brinca com suas bonecas e ouve contos de fadas antes de dormir - até que uma noite de insônia o faz romper com seu mundo idílico.

Sinopse: Vivendo na cidade baiana de Vitória da Conquista, o técnico em refrigeração Ferdinand Willi Flick dedicou mais de cinco décadas a cultivar sua grande paixão: o cinema. A relação entre Flick e a sétima arte resultou em uma impressionante coleção de itens de cinema, que ele chamava de “Coleção Preciosa”. 18 |


USINA – DESEJO CONTRA A INDÚSTRIA DO MEDO

MUXARABI

Amanda Seraphico, Clarissa Ribeiro e Lorran Dias (Anarca Filmes) FIC, Cor, H264, 16’, RJ, 2021 Classificação Indicativa: 16 anos

Natália Maia e Samuel Brasileiro DOC, Cor, DCP, 18’, CE, 2021 Classificação Indicativa: 12 anos

Direção de Produção e Prod. Executiva: Anarca Filmes Roteiro: Lorran Dias Direção de Arte: Amanda Seraphico e Clarissa Ribeiro Animação: Lucas Mariano Fotografia e Montagem: Clarissa Ribeiro Som: Maria Bogado Edição de Som: Lorran Dias e Bernardo Girauta Trilha Sonora: Bernardo Girauta Elenco: Amanda Seraphico, Lorre Motta, Tadáskía, com participação de Javier, o gato. Filmografia dos Diretores: Migues (2015); Trópico Terrorista (2016); Waleska Molotov (2017); Bad Galeto no Limite da Morte (2017); X-Manas (2018); Anti: Residência Filmica Antifascista (2018); Perpétuo (2019); O Conto do Nunca Mais (2019). Sinopse: Bill e Penélope são cineastas que moram juntos durante uma terrível era no Brasil-catástrofe. Após um desastre do Cinema e da Cultura, o emprego de Bill fica por um fio. Em plena distopia, entre as ruínas de uma indústria, Penélope o apresenta a UsinaDesejo, canal da taróloga Oráculo no Youtube. Através de uma misteriosa interatividade, Oráculo introduz a dupla a um mundo repleto de mistérios, excessos e delírios. Esta é a primeira obra interativa da Anarca Filmes e o final dessa desventura na internet você decide! Ficção web-specific, cinema expandido.

Direção de Produção e Produção Executiva: Natália Maia e Samuel Brasileiro Roteiro e Montagem: Natália Maia e Samuel Brasileiro Fotografia: Jorge Silvestre Som: Letícia Belo Edição de Som: Lucas Coelho Carvalho Identidade Visual: Terroristas del Amor Elenco: Eudes, o Bonitão Filmografia dos Diretores: Natália Maia - Lana & Carol (2019). Samuel Brasileiro - Romance de Minha Vida (2012); Lição de Esqui (2013); Biquini Paraíso (2015); O Animal Sonhado (2015); Lana & Carol (2019); O Tempo do Olhar e O Olhar no Tempo (2019). Sinopse: Em uma oficina metalúrgica no Conjunto Palmeiras, bairro de Fortaleza, Ceará, Eudes, o Bonitão vive e trabalha como metalúrgico. Ele faz portas, janelas e grades. Durante sua rotina de trabalho, cria invenções e reflete sobre a vida.

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DE VEZ EM QUANDO EU ARDO

PRATA

Carlos Segundo FIC, Cor/P&B, DCP, 15’, MG, 2020 Classificação Indicativa: 12 anos

Lucas Melo EXP, Cor, DIG, 21’, RJ, 2020 Classificação Indicativa: 12 anos

Direção de Produção: Cristiano Barbosa Produção Executiva: Cristiano Barbosa e Justin Perchberty Roteiro: Carlos Segundo Direção de Arte: Nara Sbreebow Fotografia: Clovis Cunha Montagem: Carlos Segundo e Jérôme Bréau Som: Giovanna Duarte e Leo Bortolin Edição de Som: Vincent Trilha Sonora: NoPorn Elenco: Rubia Bernasci e Carla Luz Filmografia do Diretor: Dorsal (2015); Ainda Sangro Por Dentro (2016); Balança Brasil (2017); Subcutaneo (2018); Fendas (2019).

Direção de Produção: Rayanne Khalil Produção Executiva: Caio Lemos Roteiro: Lucas Melo, Gustavo Almeida, David Vidal, Iago Fernandes, Iuri Silva e Erick Bezerra Direção de Arte: Uli Dile Animação: Gustavo Vorage Fotografia: Fillipe França e V.H Saldanha Montagem: Paulo Gabriel Almeida Som: Valtecir C. Heckert Edição de Som: Thiago Sobral Elenco: Gustavo Almeida, Iuri Silva, David Vidal, Erick Bezerra, Iago Fernandes e Jane Barbosa

Sinopse: Louise é uma fotógrafa que busca a simbiose dos corpos. Seu encontro com Tereza, uma jovem que se oferece para participar da sessão de fotos, cria um abalo, muito maior do que elas podem imaginar.

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Sinopse: Gustavo perde seu emprego por não acreditar na revelação da primeira imagem de um buraco negro e agora não sabe o que fazer.


VAGALUMES

GARGAÚ

Léo Bittencourt EXP, Cor, H264, 19’, RJ, 2021 Classificação Indicativa: 18 anos

Bruno Ribeiro DOC, Cor, DCP, 20’, RJ, 2021 Classificação Indicativa: Livre

Direção de Produção e Produção Executiva: Sabrina Bitencourt Roteiro: Léo Bittencourt e Ricardo Pretti Fotografia: Léo Bittencourt e Juliano Gomes Montagem: Ricardo Pretti e Waldir Xavier Som: Felipe Luz Desenho de Som: Felippe Schultz Mussel Edição de Som: Felippe Schultz Mussel, Laura Zimmermann e Verónica D. Cerrotta Elenco: Daniel dos Santos de Andrade, Elisa Lucinda, Gabriel Fernando de Castro, Gleiton Matheus Bonfante, Lino Besser, Lourival Júnior, Niana Machado, Nico Arawá, Paulo Guidelly, Rafael Medina e Wallace Lino Filmografia do Diretor: Dia dos Pais (2008); Satélites (2013); As Ondas (2016).

Direção de Produção: Laís Diel e Adler Morais Produção Executiva: Laís Diel Roteiro: Tuanny Medeiros e Bruno Ribeiro Direção de Arte: Adler Costa, Bruno Ribeiro, Dona Graça, Gabriela Montoni, Gustavo Andrade, Lucas Fratini e Tuanny Medeiros Fotografia: Bruno Ribeiro, Lucas Fratini e Tuanny Medeiros Montagem: Bruno Ribeiro Som: Gustavo Andrade Edição de Som: Bernardo Uzeda Elenco: Bruno Ribeiro, Dona Graça, Gabriela Montoni, Gustavo Andrade, Lucas Fratini e Tuanny Medeiros Filmografia do Diretor: Pele Suja Minha Carne (2016); BR3 (2018).

Sinopse: O lado noturno de um ícone modernista. A fauna e flora dos jardins de Roberto Burle Marx habitado pelos frequentadores do Parque do Flamengo enquanto a cidade do Rio de Janeiro adormece. “Vagalumes” é uma etnografia fabular da noite no Aterro do Flamengo.

Sinopse: Bruno entra em um carro com desconhecidos.

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TRÊS GRAÇAS

O RESTO

Luana Laux FIC, Cor, H264, 19’, ES, 2020 Classificação Indicativa: 10 anos

Pedro Gonçalves Ribeiro DOC, Cor, ProRes, 21’, MG, 2021 Classificação Indicativa: Livre

Direção de Produção: Tânia Silva Produção Executiva: Leandra Moreira e Sullivan Silva Roteiro: Léo Alves Direção de Arte: Léo Alves e Paula Vieira Fotografia: Ursula Dart Montagem: Mariana Duarte e Paula Sancier Som, Edição de Som e Trilha Sonora: Fernando Paschoal/ Expurgação Filmes Elenco: Simone Mazzer, Nathália Lima Verde, Elaine Vieira e Margareth Galvão Participação Especial: Eldon Gramlich, Ivny Matos Gonçalves e Lucimar Costa Filmografia da Diretora: Só Mais Cinco Minutinhos (2006); Sol de Dentro (2015); Abissal (2018).

Direção de Produção: Daniela Cambraia e Fernanda Kalil Produção Executiva: Bruno E. Grossi Roteiro: Pedro Gonçalves Ribeiro Direção de Arte: Bianca Moreira, Lorena Zschaber, Maíria Tula e Erika Rohlfs Fotografia: Renan Távora Soares Montagem: Felipe Casanova e Pedro Gonçalves Ribeiro Som: Yara Tôrres Edição de Som: Pedro Henriques Elenco: Iolanda Bambirra Filmografia do Diretor: Lugar Nenhum (2021)

Sinopse: Numa fazenda no interior do Brasil que abriga uma antiga Casa-Grande e uma fábrica de cachaça, três irmãs vivem uma ciranda do destino: pedem a Virgem Maria a graça para um desejo que, ironicamente, é a outra quem realiza.

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Sinopse: Declarada morta por engano, a senhora Iolanda Bambirra vive entre a vida e a morte como um fantasma em Belo Horizonte, uma cidade em ruínas e sem vestígios do tempo.


O BARCO E O RIO Bernardo Ale Abinader FIC, Cor, DIG, 17’, AM, 2020 Classificação Indicativa: Livre Direção de Produção: Keila Serruya Produção Executiva: Hamyle Nobre Roteiro: Bernardo Ale Abinader Direção de Arte: Francisco Ricardo Fotografia: Valentina Ricardo Montagem: César Nogueira Som e Trilha Sonora: Heverson Batista a.k.a. Batata Edição de Som: Lucas Coelho Elenco: Isabela Catão, Carolinne Nunes, Márcia Vinagre e Diego Bauer Filmografia do Diretor: Os Monstros (2015); Amem (2016); A Goteira (2019). Sinopse: Vera é uma mulher religiosa que cuida de uma embarcação no porto de Manaus. Ela precisa lidar com a irmã Josi, com quem diverge em relação a como lidar com o barco e sobre como viver a vida.

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11ª MOSTRA COMPETITIVA NACIONAL DE LONGAS


Cinema: máquina de memória, transformação do imaginário Como transformar um trabalho de seleção de longas-metragens em um compartilhamento afetivo, que possa transformar os espectadores, por via da experiência estética de ver filmes, e, ao mesmo tempo, fazê-los sentir nessa partilha o endereçamento de nosso interesse em demonstrar a força de nosso cinema, em sua resiliência e resistência? A presente escolha busca esses efeitos, entre outras possibilidades. O cinema é pensado, nessa curadoria, em sua magnitude, como uma máquina de memória que atravessou o século XX e segue no novo milênio oferecendo variadas possibilidades narrativas e experimentais via imagem-movimento. Ele condensa, assim, um campo vasto da experiência da humanidade nesses territórios nomeados como filmes. E aqui, restringindo esse universo à realidade cinematográfica brasileira, temos reunidos esses títulos pensados em sua potência narrativa e fabular, bem como em obras que agenciam, estética e politicamente, faturas da memória de nossas vivências em distintas chaves. Nesses atravessamentos, no tempo, podemos recuperar os termos “mulheres” e “cinema”, que têm gerado obras, debates e teorias. Portanto, o cinema se transformou a partir das questões de gênero, conduzidas, sobretudo, pelas realizadoras, militantes e teóricas feministas que reelaboraram o repertório cinematográfico. Dois filmes posicionam personagens e narrativas femininas no centro de suas fabulações, Mulher Oceano (Djin Sganzerla) e A Mesma Parte de um Homem (Ana Johann). Nos filmes se executam reposicionamentos estratégicos nos modos de narrar, na conduta das personagens diante de seus desafios a serem enfrentados, nos modos de organizar o universo onírico e de beleza que arrebata as protagonistas. Assim, de um lado, há o modo delicado e, ao mesmo tempo, vigoroso pelo qual o mar adentra nas histórias de vida das personagens de Hannah e Ana e, por contiguidade, elas também se entrelaçam em relações inter-humanas que se afetam, promovendo camadas narrativas que inspecionam de modo obtuso as relações subjetivas das personagens.


Por outro, há o universo brutal rural, onde a fala truncada, os gestos rudes e a ausência de gentileza estabelecem molduras de uma secura quase intransponível até que o encontro com o estranho e não familiar faz emergir desejos escondidos, numa revelação profunda das possibilidades de reinvenção do ser. Masculinidades também compõem o repertório dessa seleção. Ser e estar homem no mundo pode também ligar-se a perfis com certa tradição ou chamar a atenção para novos agenciamentos e formatos. Assim, a errância de um vaqueiro em Última Cidade (Victor Furtado) coloca em perspectiva a célebre relação sertão/mar em chave distópica, o que radicaliza e modifica narrativas outrora utópicas em que o mar cumpria esse destino. Aqui, a fábula da destruição capitalista é inexorável. Em outra moldura, a masculinidade exposta em Mirador (Bruno Costa) ganha ares de um thriller que borra a expectativa do melodrama. Um filme surpreendente acerca da sobrevivência de um pai solo, trabalhador precarizado e boxeador, em que recai mais a formação de um novo imaginário da paternidade que o acionamento de um repertório compartilhado. Finalmente, em Noites de Alface (Zeca Ferreira), a solidão da velhice em uma vida pacata em cidade interiorana é remexida pela imaginação da personagem que lê um livro de suspense, rememora a vivência com sua esposa e toda a orquestração de um crime que não se sabe se se praticou ou não. Ali, uma galeria de tipos emerge na imaginação de um velho, e a partilha de sua melancolia interior, e a potência imaginativa que não cessou com a idade. No único documentário dessa seleção, Máquina do Desejo (Joaquim Castro e Lucas Weglinski), há o transbordamento da força da arte em sua capacidade plena de transformação. Assim, o filme se torna porta-voz das décadas do Teatro Oficina e de José Celso Martinez Correa, por meio de histórias transgressoras, irreverentes e de profundo abalo do pensamento estético e político do Brasil. Um mergulho arrebatador nos arquivos de um dos maiores artistas que pensou o país, pela via demolidora e carnavalizada de seu teatro, e que inclui incursões pela imagem em movimento. Portanto, uma obra que arremata essa seleção interessada em abraçar o cinema como um dispositivo de resistência e de criação poética. Gilberto Alexandre Sobrinho e Leila Bourdoukan Curadores


MULHER OCEANO

ÚLTIMA CIDADE

Djin Sganzerla FIC, Cor, 2K, 99’, SP, 2020 Classificação Indicativa: 14 anos

Victor Furtado FIC, Cor, DCP, 70’, CE, 2020 Classificação Indicativa: Livre

Direção de Produção: Djin Sganzerla Prod. Executiva: Ludmila Patrício / Mercúrio Produções Prod. Executiva (Rio de Janeiro): Fernanda Romero e Cavi Borges Roteiro: Djin Sganzerla e Vana Medeiros Direção de Arte: Isabela Azevedo Fotografia: André Guerreiro Lopes Montagem: Karen Akerman, EDT Trilha Sonora: Rafael Cavalcanti Som: Pedro Assumpção (Rio de Janeiro) e Zoe Yasmine (Japão) Edição de Som: Edson Secco Elenco: Djin Sganzerla, Kentaro Suyama, Stênio Garcia, Lucélia Santos, Gustavo Falcão, Rafael Zulu e Jandir Ferrari

Direção de Produção: Laila Pas Produção Executiva: Caroline Louise e Amanda Pontes Roteiro: Victor Furtado e Thiago B. Mendonça Direção de Arte: Thais de Campos Fotografia: Victor de Melo Montagem: Ricardo Pretti Som: Nicolas Halet Edição de Som: Lucas Coelho Trilha Sonora: Pedro Fonseca Elenco: Julio Adrião, Hector Briones, Uirá dos Reis, Yasmin Salvador, Danilo Pinho, Cristina Costa, Liduina Costa, José Rufino e Maria do Carmo Filmografia do Diretor: Raimundo dos Queijos (2011); Meu Amigo Mineiro (2013); Visita Guiada (2017); Além da Jornada (2019).

Sinopse: Ao se mudar para Tóquio, uma escritora brasileira se dedica a escrever seu novo romance, instigada por suas experiências no Japão e por uma das últimas cenas que presenciou no Rio de Janeiro: uma nadadora de travessia oceânica rasgando o horizonte com vigorosas braçadas em mar aberto. Essas duas mulheres aparentemente não compartilham nenhuma conexão, até que suas vidas começam a interferir uma na outra, estranhamente ligadas pelo mar. Hannah, a escritora, mergulha em uma jornada de auto descoberta no Japão, enquanto Ana, a nadadora no Rio, estranhamente tem seu corpo transformado em uma espécie de Oceano interior. 28 |

Sinopse: João, montado no seu cavalo Cruzeiro, e na companhia de um andarilho chamado Tahiel, adentra uma grande cidade do nordeste brasileiro para enfrentar aquele que tomou suas terras e acabou com sua família.


MIRADOR

NOITES DE ALFACE

Bruno Costa FIC, Cor, DCP, 95’, PR, 2021 Classificação Indicativa: 14 anos

Zeca Ferreira FIC, Cor, DCP, 79’, RJ, 2021 Classificação Indicativa: 12 anos

Direção de Produção: Andrea Tomeleri Produção Executiva: Fran Camilo e Chris Spode Roteiro: Bruno Costa e William Biagioli Direção de Arte: Ana Bona Fotografia: Elisandro Dalcin Montagem: Matheus Kerniski Som: Lucas Maffini Edição de Som: Luiz Lepchak Elenco: Edilson Silva, Maria Luiza da Costa, Stephanie Fernandes, Giovana Soar, Luiz Pazello, Rafaela Becker e Léa Albuquerque Filmografia do Diretor: Os Dias Cinzas (2007); A Infância de Margot (2008); Cinematoso (2009); Circular (2010); In (2012); Tympanum (2014); Nada Muda entre Nós (2016); Último Ensaio (2021).

Direção de Produção: Amanda Haddad e Renata Amaral Produção Executiva: Tânia Leite Produção: Alexandre Rocha e Marcelo Pedrazzi Roteiro: Zeca Ferreira Direção de Arte: Ana Paula Cardoso Fotografia: Miguel Vassy Montagem: Lívia Arbex Edição de Som: Gabriel Pinheiro Som: Etienne Chambolle Trilha sonora: Mario Gil Elenco: Marieta Severo, Everaldo Pontes, Inês Peixoto, João Pedro Zappa, Teuda Bara, Romeu Evaristo, Lumi Kin, Antonio Sakatsume, Pedro Monteiro, Eduardo Moreira, Isak Dahora, Julia Cartier Bresson e Cirilo Luna Filmografia do Diretor: Terreiro Grande (2009); Áurea (2009); Aldeia (2012); Ensaio sobre o Silêncio (2013); Entre o Traço e a Luz (2016); Ilha das Crianças (2016).

Sinopse: Maycon é um boxeador que treina para retornar aos ringues enquanto divide seu tempo com dois subempregos. Pai de Malu, fruto de uma relação casual que teve com Michele, ele tem sua vida revirada quando se vê na situação de ter que cuidar da filha sozinho. Entre a rotina exaustiva de treinos e bicos para sobreviver, a maior luta de Maycon ainda está por ser vencida: tornar-se pai.

Sinopse: Ada e Otto passaram a vida toda em uma bucólica cidade no interior, onde todos se conhecem. A rotina pacata do casal e de seus vizinhos ganha contornos de mistério com o sumiço repentino do carteiro. Tentando vencer a insônia com o chá de alface preparado por Ada, Otto atravessa as noites entre espiadas pela janela e a leitura de um intrigante livro de suspense. Dono de uma personalidade mais reservada, ele vê realidade e ficção se embaralharem ao revisitar lembranças e conversas para tentar descobrir o que aconteceu de fato. | 29


MÁQUINA DO DESEJO

A MESMA PARTE DE UM HOMEM

Joaquim Castro e Lucas Weglinski DOC, Cor/P&B, DCP, 110’, SP, 2021 Classificação Indicativa: 16 anos

Ana Johann FIC, COR, DCP, 99’, PR, 2021 Classificação Indicativa: 16 anos

Produção Executiva: Lucas Weglinski, Clara Ramos, Heloisa Jinzenji, Fernando Nogueira e Joaquim Castro Roteiro e Montagem: Joaquim Castro e Lucas Weglinski Direção de Arte: Lina Bo Bardi, Flávio Império e Hélio Eichbauer Animação: Átila Fragozo e Marcelo X Trilha Sonora: Guilherme Vaz Som: Edson Secco, Joaquim Castro e Lucas Weglinski Edição de Som: Edson Secco - Sonideria Elenco: Zé Celso Martinez Corrêa, Ítala Nandi, Elke Maravilha, Renato Borghi, Othon Bastos, Lina Bo Bardi, Caetano Veloso, Fernanda Montenegro, Hélio Eichbauer, Chico Buarque, Dina Sfat, Marieta Severo, José Wilker, Célia Helena, Bete Coelho, Camila Mota e Sylvia Prado Filmografia dos Diretores: Joaquim Castro Dominguinhos (2014).

Direção de Produção: Eduardo Calegari Produção Executiva: Chris Spode e Raiane Rodrigues Roteiro: Alana Rodrigues e Ana Johann Direção de Arte: Fabíola Bonofiglio Fotografia: Hellen Braga Montagem: Aristeu Araújo Som: Henrique Bertol e Felipe Debiasio Edição de Som: Débora Opolski Elenco: Clarissa Kiste, Irandhir Santos e Laís Cristina Filmografia da Diretora: De Tempos em Tempos (2006); Abaixo do Céu (2010); Notícias da Rainha (2013); Um Filme para Dirceu (2012); O Que nos Olha (2017); Você Ainda Não Está Morta (2016).

Sinopse: “Máquina do Desejo” é um filme construído a partir do precioso acervo audiovisual da Cinemateca Brasileira e do Teatro Oficina, que, em seus mais de 60 anos, transborda o palco e penetra na História do Brasil. Um mergulho nas entranhas criadoras das várias formações da indomável companhia e de sua sede, foco de resistência e reexistência, que faz da liberdade de criação uma conquista irreversível. 30 |

Sinopse: Renata vive isolada no interior com sua filha adolescente e seu marido, compreendendo o medo como um sentimento comum. A chegada de um desconhecido desperta nela o desejo por tudo o que estava adormecido.




11ª MOSTRA QUATRO ESTAÇÕES


A era do fogo 2021 foi um ano de tentar voltar a respirar, sentir a ardência de se estar no mundo – enquanto houver energia não haverá apagamento e o cinema LGBTQIA+ queer mantém acesa a chama de nossas inquietações. Na 11ª Mostra Quatro Estações temos uma seleção phyníssima que nos lembra que o amor e o desejo são fogos que ardem muito mais quando ganham visibilidade. O nascimento de uma relação de cumplicidade em um contexto pouco usual é o mote de Cacicus (Bruno Cabral e Gabriela Dullius), em que duas adolescentes conectam suas realidades em uma barulhenta lavanderia. Saindo do desnorteamento do barulho para o silêncio de uma tarde de verão, o olhar feminino aquece a leveza do encontro em Letícia, Monte Bonito, 04 (Julia Regis). “Meu grande sonho, o sonho da minha vida, era destruir uma família”, com essas (e outras) palavras, o fogo no rabo queer arde na forma atrevidamente experimental presente em O Nascimento de Helena, de Rodrigo Almeida, carbonizando as concepções reducionistas e castradoras dos laços humanos e dos desejos de se estar junto. E os excessos corporais e desejantes põem em combustão os corpos e fetiches não normativos que movem Macho Carne, de George Pedrosa. Enfrentando os dramas cotidianos, Time de Dois (André Santos) mostra a complicada intimidade de dois garotos periféricos em um ambiente de masculinidade hostil, enquanto Fio de Ariadne (Mozart Freire e Ton Martins) manifesta a criação e fortalecimentos de vínculos de amizades entre mulheres trans que vivem, trabalham e traçam juntas seus planos de futuro. Nesses mais de dez anos, o cinema queer/LGBTQIA+ brasileiro, apesar de tantos cerceamentos e perseguições públicas nos anos recentes, continua a iluminar e energizar a diversidade de gêneros, sexualidades e novos modos de existir no cinema brasileiro. A fogueira está acesa e queima intensamente, não mais o fogo da inquisição, mas sim a tocha que conduz existências atrevidas que jamais irão se apagar. Waldir Segundo Curador


CACICUS

TIME DE DOIS

Bruno Cabral e Gabriela Dullius FIC, Cor, H264, 14’, RS, 2021 Classificação Indicativa: Livre

André Santos FIC, Cor, DIG, 11’, RN, 2021 Classificação Indicativa: Livre

Direção de Produção e Produção Executiva: Gabriela Dullius Roteiro, Animação e Montagem: Bruno Cabral Direção de Arte: Wesllen Machado Fotografia: Jonatan Pacheco Som e Edição de Som: Gabriela Kopp Trilha Sonora: Trombone de Frutas Elenco: Jessica Ruviaro, Edson Queiroz e Vick Maciel

Direção de Produção: Larissa Sales e Luiza Oest Produção Executiva: Babi Baracho Roteiro: André Santos Direção de Arte: Mamba Negra Fotografia: Johann Jean Montagem: Pipa Dantas Som: Herison Pedro Edição de Som: Ricardo Felix Trilha Sonora: “Braille” - Rico Dalasam; “Esse é o meu lugar” - Rogerinho Lucarino Elenco: Firmino Brasil, Thásio Igor, Célia Melo, Leonardo Prata, Wallace Martin e Artur Sousa Filmografia do Diretor: Rastro da Flor (2014); Do Mar (2015); Septo - 1ª Temporada (2016); Septo - 1ª Temporada (2016); Septo - 2ª Temporada (2019); Natureza do Homem (2019); Septo - 3ª Temporada (2020); Dias Felizes (2020).

Sinopse: Laura vive e trabalha com o pai em uma lavanderia à beira da falência. A troca de mensagens por bilhetes deixados nas roupas com Camila, uma cliente frequente, traz a possibilidade de fugir do mundo barulhento das máquinas de lavar funcionando 24 horas por dia para um momento de paz e silêncio.

Sinopse: Flávio e Wendel são da mesma escolinha de futebol e compartilham o sonho de serem jogadores profissionais. Flávio tem dúvidas se deve continuar tentando e com a possibilidade de sua desistência, Wendel percebe que o que eles sentem um pelo outro pode ser mais que amizade.

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FIO DE ARIADNE

LETÍCIA, MONTE BONITO, 04

Mozart Freire e Ton Martins FIC, Cor, DIG, 16’, CE, 2020 Classificação Indicativa: 16 anos Direção de Produção: Barbara Cabeça Produção Executiva: Renata Cavalcante Roteiro: Mozart Freire e Ton Martins Direção de Arte: Jônia Tércia Fotografia: Irene Bandeira Montagem: Abdiel Anselmo Som: Volgam Timbó Edição de Som: Abdiel Anselmo Trilha Sonora: João R. Victor Elenco: Layla Sah e Patrícia Dawsom Filmografia dos Diretores: Cinemão (2015); Janaína Overdrive (2016); Pop Ritual (2019).

Julia Regis FIC, Cor, DIG, 19’, RS, 2020 Classificação Indicativa: Livre

Sinopse: Ari, uma professora de corte e costura, celebra sua gravidez com as alunas e Laura, sua parceira. Porém, entre uma aula e outra, ela tece linhas de fuga para escapar de uma relação opressora do passado. Com o afeto gerado por sua turma, Ari encontra o corte certo para se fortalecer e superar seu medo.

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Direção de Produção: João Fernando Chagas Produção Executiva: Laila Oliveira Roteiro e Montagem: Julia Regis Direção de Arte: Marina Becker Fotografia: Julia Leite Som e Edição de Som: Gabriel Portela Elenco: Maria Galant e Eduarda Bento Sinopse: No interior do Rio Grande do Sul, Laís conhece a intensa Letícia, com quem passa uma tarde letárgica de verão.


O NASCIMENTO DE HELENA

MACHO CARNE

Rodrigo Almeida EXP, Cor/P&B, DIG, 11’, RN, 2021 Classificação Indicativa: 16 anos

George Pedrosa EXP, Cor, DCP, 15’, MA, 2021 Classificação Indicativa: 16 anos

Direção de Produção: Surto & Deslumbramento Produção Executiva: Rodrigo Almeida Roteiro e Fotografia: Rodrigo Almeida Montagem: Paula Hasney Som: Rodrigo Almeida e Paula Hasney Edição de Som: Paula Hasney Elenco: Vítor Lagden, Viq Viç Vic, Kunoichi e André Antônio Filmografia do Diretor: Casa Forte (2013); Como Era Gostoso Meu Cafuçu (2015); Memelito (2019)

Direção de Produção: Josh Baconi, Gabriel Marques e Helen Maria Produção Executiva: Josh Baconi Roteiro: George Pedrosa Direção de Arte: Jacksciene Guedes, Rafael Azevedo, Ruan Francisco e Felipe Spooka Fotografia: Gabriel Bruno Montagem: D’glan Ramon Som, Edição de Som e Trilha Sonora: Gabriel Portela Elenco: Chico Gonçalves e Felipe Spooka Filmografia do Diretor: Você É Diferente (2018); Colidiremos (2019); Mach (2020).

Sinopse: Meu grande sonho, o sonho da minha vida, era destruir uma família.

Sinopse: Ele camufla os sentimentos através da pele e anseia que sua carne se rasgue algum dia. Uma ode poética ao fetichismo do corpo, suor e sangue, um fantasma ardente.

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10ª MOSTRA FOCO CAPIXABA


Um sonho sonhado por muitos A Mostra Foco Capixaba completa dez anos, e, para além de um ponto de convergência entre cineastas de diferentes partes do estado, trajetórias e cinematografias, é uma grande vitrine para o curta-metragem capixaba – especialmente no atual contexto dos festivais acontecendo on-line, possibilitando que cinéfilos em todo o território nacional acessem a potência e a pluralidade da mostra. Se hoje temos uma produção diversa em termos de narrativas, estéticas e modos de feitura, precisamos saudar aqueles que construíram os caminhos e projetaram o audiovisual estadual no cenário nacional. A ABD Capixaba com sua luta por políticas públicas de fomento, ações de exibição e reflexão dessa produção. O curso de Audiovisual da Universidade Federal do Espírito Santo, que nesses onze anos de existência é responsável por boa parte dos filmes inscritos e de audiência participativa. A rica cena cineclubista que há muito promove não só a difusão dos filmes conterrâneos, mas um importante diálogo entre seu público e os realizadores. E saudemos também as itinerâncias realizadas pelo Festival com atividades formativas que despertam em muitos a paixão pelo nosso cinema, desenvolvendo um olhar mais crítico e apresentando ferramentas de realização. A décima Mostra Foco Capixaba tem como espinha dorsal universos fabulares, a começar pela poética provocativa de Uma Noite Sem Lua (Castiel Vitorino Brasileiro), criando uma memória numa temporalidade espiralar, trazendo o universo sensível para comunicar sobre a travestilidade. Se Nostalgia (Raphael Araújo) nos convida a embarcar numa lembrança surrealista, em Quimera (Luísa Costa Miranda) mergulhamos no intenso processo criativo de uma artista visual, e Metamorfose Concreta (Carol Covre, Larissa Barreto e Narjara Portugal) apresenta uma viagem interna para descobrir-se ligado ao todo. Em Ausência (Ricardo Sá) aterramos na história de uma filha de desaparecidos políticos argentinos criada num balneário capixaba. Encerramos com a comédia Chamada a Cobrar (Edson Ferreira), na qual a nota baixa de uma adolescente revela os segredos dos adultos que a cercam. Flavia Candida Curadora


UMA NOITE SEM LUA

NOSTALGIA

Castiel Vitorino Brasileiro DOC, P&B, H264, 27’, ES/SP/Berlim, 2020 Classificação Indicativa: 12 anos

Raphael Araújo ANI, Cor, H264, 1’, ES, 2020 Classificação Indicativa: Livre

Direção de Produção e Produção Executiva: Castiel Vitorino Brasileiro Roteiro, Direção de Arte, Fotografia, Montagem e Direção Sonora: Castiel Vitorino Brasileiro Finalização: Roger Ghil Filmografia da Diretora: Para Todas as Moças (2019); Quarto de Cura (2019); Lembrar Daquilo que Esqueci (2020); A Cambonagem e o Incêndio Inevitável (2021).

Direção de Produção e Produção Executiva: Raphael Araújo Roteiro, Direção de Arte, Animação, Montagem, Som, Edição de Som e Trilha Sonora: Raphael Araújo Filmografia do Diretor: Clipe musical Marky Ramone, banda Morto Pela Escola (2011); Clipe musical Choripan, banda Merda (2011); Clipe musical Índio Cocalero, banda Merda (2011); Clipe musical Change My Way, banda Merda (2011); Confinópolis – A Terra dos Sem Chave (2012); Cláudio (2013); Clipe musical Lua Cheia, banda Mukeka Di Rato (2013); Você, Morto (2018).

Sinopse: Pois o limite das linguagens usadas para descrever nossas transfigurações é a palavra. A palavra Travesti é um limite, um convite e um lembrete. E minha escuridão preexiste à raça e ao gênero. A comunidade é, ao mesmo tempo, veneno e mel. Eu sou bantu. Eu sou a mensageira que anuncia a transmutação que nomeamos de Travesti.

Sinopse: Uma pálpebra se abre nos transportando para um fragmento de memória. Uma menina vaga em um deserto surreal em que peixes voadores plantam bombas que germinam olhos carnívoros. Uma lembrança nostálgica.

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QUIMERA

METAMORFOSE CONCRETA

Luísa Costa Miranda FIC, Cor, FullHD, 13’, ES, 2021 Classificação Indicativa: 18 anos

Carol Covre, Larissa Barreto e Narjara Portugal EXP, Cor, H264, 3’, ES, 2020 Classificação Indicativa: Livre

Direção de Produção e Produção Executiva: Luísa Costa Miranda Roteiro e Direção de Arte: Luísa Costa Miranda Fotografia: Marcelo Mendes Gomes Montagem, Som e Edição de Som: Luísa Costa Miranda e Marcelo Mendes Gomes Elenco: Maria Eduarda Ramos

Roteiro: Carol Covre, Larissa Barreto e Narjara Portugal Fotografia e Montagem: Carol Covre Elenco: Narjara Portugal Filmografia das Diretoras: Carol Covre - Perto da Minha Casa (2013); Córrego Grande, 13 (2015).

Sinopse: Muriel, uma artista plástica, vê suas obras se tornarem um reflexo de si mesma, levando seu processo criativo a um experimento entre o real e o imaginário.

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Sinopse: Quebrar e cavar fundo para redescobrir o que é natural: somos parte de um organismo complexo e intimamente integrado. Somos a Terra.


AUSÊNCIA

CHAMADA A COBRAR

Ricardo Sá DOC, Cor, H264, 19’, ES, 2021 Classificação Indicativa: Livre

Edson Ferreira FIC, Cor, H264, 19’, ES, 2020 Classificação Indicativa: Livre

Direção de Produção: Monica Nitz Produção Executiva: Ricardo Sá e Victoria Del Monte Roteiro, Fotografia e Montagem: Ricardo Sá Animação, Som e Edição de Som: Lucas Bonini Trilha Sonora: Water Dance Loops Elenco: Victoria del monte, Detinha Alle Son e Hugo Guangiroli Filmografia do Diretor: Procurando Madalena (2010); Era Assim Naquela Época (2013); Divina Luz (2017); Amargo Rio Doce (2019).

Direção de Produção e Produção Executiva: Edson Ferreira Roteiro, Montagem e Edição de Som: Edson Ferreira Direção de Arte e Fotografia: Arthur Sampaio Trilha Sonora: Beto Dourah e Fernando Palau Som e Elenco: Edson Ferreira, Jéssica Bragio, Lino Ribeiro, Nathalia Camporez e Thiara Téos Filmografia do Diretor: Auroras de Ébano (2005); A4 (2007); Frames (2008); Marcas da Vila (2010); Charme (2010); Alma Nua (2010); Sombras do Tempo (2012); Deixa o Coração Falar (2013); Entreturnos (2014); Chamada a Cobrar - A Série (2021); Quando as Paredes Falam (2022); Sub (2022).

Sinopse: A história de Victória, filha de desaparecidos políticos argentinos, que foi criada pelo avô exilado em Manguinhos, no ES.

Sinopse: Segredos dos pais de Júlia são revelados quando eles tentam reverter a nota baixa da filha na escola.

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10ª MOSTRA CORSÁRIA


Navegações corsárias: entre riscos e descobertas Este ano, a Mostra Corsária chega à sua décima edição, sempre aberta a propostas audiovisuais mais experimentais, e a realizadores cujos nomes estão mais associados a projetos estéticos (e políticos) que contemplem o risco e à expansão ou ao esgarçamento de um repertório da linguagem audiovisual já consolidado – ou seja, um cinema de pura invenção, que aponta caminhos para o futuro da produção brasileira, sem nunca virar as costas para a urgência do presente. Nesses dez anos, pudemos ver a emergência de novas gerações e propostas – nomes são revelados, outros retornam a estas paradas após percorrerem outras mostras, com recortes estéticos e discursivos distintos, alguns nomes revezam-se entre os formatos do curta e do longa-metragem no decorrer de suas carreiras, mas a Corsária sempre está aberta a navegações arriscadas e a novos e imprevistos portos de chegada. Este ano, trazemos uma síntese desses caminhos, num conjunto de filmes bastante instigante, que explora as diversas possibilidades do filme-ensaio e de outras inserções de marcas autorais não somente nas obras, mas também no fluxo do próprio mundo que cerca tais artistas.


Há desde narrativas que exploram os diversos fins de mundo que se sucedem diante das mazelas do tempo presente, mas que também apontam recomeços, como Minha Bateria Está Fraca e Está Ficando Tarde (Rubiane Maia e Tom Nóbrega) e Os Últimos Românticos do Mundo (Henrique Arruda). Há olhares demolidores diante das hierarquias instituídas, como Há uma Profeta nas Olaias, Tenham Cuidado! (Lucas Camargo de Barros) e Presente Maravilha (Jeã Santos), e outros atentos a estranhamentos e presenças que transcendem a banalidade de nossas percepções, como Todos os Rostos que Amo se Parecem (Davi Mello e Deborah Perrotta) e Casa de um Corpo Gasoso (Bruno Moreno). E há também novos modos de existir e de se relacionar com os espaços e os corpos, como em Mormaço (Carol Lima) e Atlântida (Diego Locatelli). Em todos esses filmes, a consciência e a perplexidade de se estar no mundo e de permitir-se correr o risco (afinal, viver é algo tão perigoso quanto saboroso) são questões fundamentais que atravessam as distintas experiências espectatoriais aqui oferecidas. Erly Vieira Jr Curador


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ATLÂNTIDA

TODOS OS ROSTOS QUE AMO SE PARECEM

Diego Locatelli DOC, Cor, H264, 4’, ES, 2021 Classificação Indicativa: Livre

Davi Mello e Deborah Perrotta FIC, Cor, HD, 14’, MG, 2021 Classificação Indicativa: Livre

Direção de Produção: Murilo Paiva Produção Executiva: Igor Selingarde Roteiro: Nabillah Sedar e Diego Locatelli Direção de Arte: Thiago Cusack Fotografia: Valette Animação: Gabriel Fontenele Montagem: Tiago Gil e Igor Selingarde Som: Heitor Pontes Edição de Som e Trilha Sonora: Breno Vazzoler Elenco: Nabillah Sedar Filmografia do Diretor: Algo sobre Nós (2013); Perto da minha Casa (2014).

Direção de Produção e Produção Executiva: Davi Mello, Deborah Perrotta e Luciana de Araújo Monteiro Roteiro, Direção de Arte, Fotografia e Montagem: Davi Mello e Deborah Perrotta Som: Luciana de Araújo Monteiro Edição de Som: Davi Mello Trilha Sonora: Tarcísio Pereira Elenco: Deborah Perrotta Filmografia dos Diretores: Davi Mello - A Bordo (2015); As Viajantes (2019); Domicílio Incerto (2020). Deborah Perrotta - A Bolsa (2016); Domicílio Incerto (2020).

Sinopse: São Paulo é a cidade onde é necessário perder-se para experimentar a falsa sensação de se encontrar. “Atlântida” é um documentário performático que explora a construção imaginada da maior capital da América Latina pelo olhar estrangeiro de Nabillah Sedar. A simbiose entre os organismos urbanos e a pele do ator africano recria uma das várias possibilidades de flanar por essa grande cidade.

Sinopse: Uma casa esquecida volta a ser habitada, e uma estranha presença se aproxima.


PRESENTE MARAVILHA Jeã Santos EXP, Cor, HD, 3’, RJ, 2021 Classificação Indicativa: 12 anos Direção de Produção e Produção Executiva: Selo Vicioclipes Roteiro, Direção de Arte, Fotografia e Montagem: Jeã Santos Som, Edição de Som e Trilha Sonora: Selo Vicioclipes Elenco: Jeã Santos e Sueli Guerra Filmografia do Diretor: Dia de Folga (2016); Superpina (2017); Insipiente (2019). Sinopse: Acorda, humanidade! Vem comigo escolher um presente de aniversário para uma amiga maravilhosa. Entre objetos que lembram o passado e evocam o futuro, uma estrela surgirá.

HÁ UMA PROFETA NAS OLAIAS, TENHAM CUIDADO! Lucas Camargo de Barros DOC, Cor/P&B, DCP, 8’, SP, 2021 Classificação Indicativa: Livre Direção de Produção: Lucas Camargo de Barros Produção Executiva: Julia Bogochvol e Lucas Camargo de Barros Roteiro e Montagem: Lucas Camargo de Barros Fotografia: Bruno Claro e Ian Capillé Edição de Som e Mixagem: Pedro Santiago Trilha Sonora: Maria do Mar e Pedro Santiago Elenco: Josefa Pereira, Ana Paula Csernik e Marina de Barros Vilela Filmografia do Diretor: Algumas Mortes (2012); Ouça o Ciclone (2014); Antes dessa Guerra (2015); O Pequeno Mal (2018). Sinopse: Portugal, 1911: os tempos não são fáceis para aqueles que têm fé. Após a implantação da república portuguesa, o processo de secularização do Estado ganha força. Uma mulher conhecida como A Brasileira faz milagres e é perseguida nas Olaias. Sua magia e história cruzam tempos, mares e embalam o sono de minha sobrinha no Brasil.

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MORMAÇO

MINHA BATERIA ESTÁ FRACA E ESTÁ FICANDO TARDE

Carol Lima DOC, Cor, HD, 11’, PE, 2021 Classificação Indicativa: 16 anos

Rubiane Maia e Tom Nóbrega DOC, Cor, HD, 27’, Grã-Bretanha, 2020 Classificação Indicativa: 12 anos

Direção de Produção: Socorro Alves e Tammy de Paula Produção Executiva: Socorro Alves Roteiro: Carol Lima e Renata Pimentel Fotografia: Carol Lima e Humberto Filho Montagem: Letícia Barros Som: Carlos Aquino e Márcia Rezende Edição de Som: Carlos Aquino Trilha Sonora: Maria Inês Elenco: Carol Lima, Catarina Alves, Rosa Fernanda, Mia Aragão, Fernanda Capibaribe e Thays Melo Narração: Renata Pimentel Filmografia da Diretora: Espelhos (2019)

Direção de Produção: Rubiane Maia e Tom Nóbrega Produção: Rubiane Maia Roteiro, Direção de Arte e Fotografia: Rubiane Maia e Tom Nóbrega Animação, Montagem e Edição de Som: Tom Nóbrega Filmografia dos Diretores: Evo (2014); Ádito (2017).

Sinopse: “As águas, quem pode domá-las?” “Mormaço” é um curta-metragem documental de abordagem ensaística que vem a visibilizar as vivências e as narrativas que atravessam os corpos lésbicos.

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Sinopse: Enquanto a pandemia de SARS-CoV-2 (Covid-19) aumentava, Rubiane Maia estava em Folkestone, na Inglaterra, e Tom Nóbrega em Tarapoto, na Amazônia peruana. Ambos ficaram surpresos com a necessidade repentina de cancelar as viagens planejadas para o Brasil, sua terra natal. As fronteiras fechadas trouxeram situações insólitas e um sentimento desconhecido de exílio. À medida que as notícias vindas do Brasil chegavam à distância como pedras quebrando suas telas de computador, borrando a linha entre o que é pessoal e o que é coletivo, a dupla de amigos compartilhou sua perplexidade, tentando encontrar alguma ressonância em meio à quantidade avassaladora de informações que flutuavam no espaço virtual. Rubiane Maia e Tom Nóbrega se conheceram em 2010, e, ao longo de dez anos de amizade e colaboração, ambos testemunharam profundas mudanças nos modos de viver um do outro, pensando e criando, o que muitas vezes aconteceu com processos complexos de ruptura, realocação e reinvenção. Embora eles raramente pudessem estar presentes no mesmo lugar e ao mesmo tempo, sempre encontraram maneiras de se comunicar a distância.


CASA DE UM CORPO GASOSO

OS ÚLTIMOS ROMÂNTICOS DO MUNDO

Bruno Moreno FIC, Cor, HD, 5’, PI, 2021 Classificação Indicativa: Livre

Henrique Arruda FIC, Cor, HD, 23’, PE, 2020 Classificação Indicativa: 14 anos

Direção de Produção: Odete e Campo arte contemporânea Fotografia: Bibi Dória Montagem e Som: Bibi Dória e Bruno Moreno Finalização: Ian Capillé Filmografia do Diretor: CAMBOA (2020); Milagres Mistério (2021).

Direção de Produção: Anna Andrade Produção Executiva: Anna Andrade e Adriano Portela Roteiro: Henrique Arruda Direção de Arte: Carlota Pereira Fotografia: Breno César Montagem: Sylara Silvério Som: Catharine Pimentel Edição de Som: Mago de Andrade Elenco: Mateus Maia, Carlos Eduardo Ferraz, Gilberto Brito, Sóstenes Fonseca, Sharlene Esse, Raquel Simpson, Odilex Lins, Suelanny Carvalho e Andreia Valois Filmografia do Diretor: Ainda Não lhe Fiz uma Canção de Amor (2015); Verde Limão (2018).

Sinopse: Filme que flagra a aparição de um corpo que exibe seus contornos por alguns instantes.

Sinopse: 2050. O mundo como conhecemos está prestes a ser extinto por uma nuvem rosa. Distante do caos urbano, Pedro e Miguel só buscam a eternidade.

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8ª MOSTRA OUTROS OLHARES


Olhar para não ver? No ano passado acreditávamos que em 2021 estaríamos todos vacinados e presencialmente juntos na 28ª edição do Festival. A vacinação trouxe fagulhas de esperança com a energia necessária para nos despertar da letargia, matando saudades das ruas, dos encontros e da crença de que juntos podemos voltar a construir um futuro melhor. A 8ª Mostra Outros Olhares encara tensionamentos que radiografam o Brasil de múltiplas fraturas expostas, cobertas por simples curativos. Em 1º Turno, Clementino Junior traz uma colisão de afetos estremecidos num reencontro fortuito em meio às eleições municipais durante a pandemia. Costurando arquivos e entrevistas no documentário Ouro para o Bem do Brasil, Gregory Baltz nos relembra que o combo ameaça comunista mais notícias falsas já nos assombrou em outros momentos terríveis da nossa recente História. A Terra em que Pisar, de Fáuston da Silva, e A Beleza de Rose, de Natal Portela, são cirúrgicos em ficcionalizar sobre a precarização do trabalho, direito à moradia e racismo – questões estruturais sobre as quais nosso país se constituiu. Vivendo o luto pela morte do seu pai no garimpo, Rayane Penha realiza Utopia, um mergulho poético na história dele, através de cartas e arquivos pessoais sobre as dificuldades do cotidiano no garimpo. O veterano Hsu Chien dirige com doçura a atriz Camila Amado em seu último trabalho, A Balada da Nobre Senhora, uma ode aos encontros, aos grandes amores que nos acompanham vida afora e à diversidade. Flavia Candida Curadora


1º TURNO

OURO PARA O BEM DO BRASIL

Clementino Junior FIC, Cor, H264, 15’, RJ, 2021 Classificação Indicativa: Livre

Gregory Baltz DOC, Cor, H264, 17’, RJ, 2020 Classificação Indicativa: Livre

Direção de Produção: Marcos Moura Produção Executiva: Cineclube Atlântico Negro Assistente de Produção: Mariana Maia e Suzane Nahas Roteiro, Montagem e Edição de Som: Clementino Junior Fotografia: Paulo César Som: Clementino Junior e Gabriela Costa Identidade Visual: Suzane Nahas Distribuição: Corpo Fechado Produtora Elenco: Alberto Sena, Melissa Arievo e Márcio Januário (locução) Filmografia do Diretor: Sillis (2000); Sequestro de Bellini (2003); O Artilheiro (2004); Bolero de Pastel (2005); Histórias de Pescador (2006); 7KPTAIS (2007); Sua Majestade, O Delegado! (2007); Folia de Adão e Eva (2009); Ojú Onà (2011); Anjo de Chocolate (2013); Jurema (2014); (in)cômodos (2014); feli(Z)cidade (2015); Na Rua (2015); Tião (2016); Anamnese (2016); 6do2 (2017); A Fé (2017); O Jogo (2017); Mística (2018); Unindo Corações (2018); João (2018); Baía (2020); A Padroeira (2020); Curai-vos (2020); Trem do Soul (2021).

Direção de Produção e Produção Executiva: Lua Ebisawa Roteiro: Gregory Baltz Fotografia: Frico Guimarães e Luis Cipullo Montagem: Rayana Aguiar e Gregory Baltz Edição de Som: Ana Luísa Mariquito Mixagem e Masterização: Ian Murray Filmografia do Diretor: As Constituintes de 88 (2019) Sinopse: Em 1964, dias após o golpe militar, o empresário Assis Chateaubriand criou a campanha “Ouro para o bem do Brasil”, por meio da qual convidava a população brasileira a doar bens e ajudar a acabar com a dívida externa do país. Ao traçar olhares sobre a campanha e o momento político da época, o filme é uma análise sobre a História a partir da memória do ontem e do hoje.

Sinopse: Após 15 anos, Thati e Beto se reencontram no dia do primeiro turno da eleição municipal, e entre máscaras e distanciamento social tentam concluir assuntos não resolvidos para ambos. | 55


A TERRA EM QUE PISAR

A BELEZA DE ROSE

Fáuston da Silva FIC, Cor, H264, 24’, DF, 2021 Classificação Indicativa: Livre

Natal Portela FIC, Cor, FullHD, 20’, CE, 2020 Classificação Indicativa: Livre

Direção de Produção: Tatianne da Silva e Liana Farias Produção Executiva: Tatianne da Silva, Liana Farias e Fáuston da Silva Roteiro: Fáuston da Silva Direção de Arte: Nadine Diel Fotografia: André Xará Montagem: Tiago Esmeraldo Som: Hudson Vasconcelos Edição de Som: Maurício Fonteles Trilha Sonora: Juninho Nascimento Elenco: Márcia Costa, Sara Souza, Maria Eneida, Genivaldo Sampaio e Andrade Júnior

Direção de Produção: André Silva Produção Executiva: Raylane Neres Roteiro, Montagem e Edição de Som: Natal Portela Direção de Arte: Henrique Zore Fotografia: Roney Souza Som: Paulo Sidney Luz e Carlos Soulza Trilha Sonora: Forró do Tianguá - Mestre Quincas da Rabeca Elenco: Paulo Henrique dos Santos, Rosa Lígia dos Santos Rodrigues, Quézia Oliveira Dias, Oclenilde Maria de Oliveira Alves, Lucélia Medeiros, Tereza D’ávila Souza, Roney Souza, Palloma Rodrigues Chavier, Ana Darlene dos Santos Cezário, Ana Beatriz Gaspar de Matos, Cecília Alves da Costa e Hágatha Huanna Filmografia do Diretor: Marróia! (2008); Deixa O Menino Gingar (2011); Fca Carla (2012/2017); Caleidoscópio (2018); A Família Marrom (2019).

Sinopse: Joana decide participar de uma ocupação irregular de terra pública. A decisão lhe dará mais que uma moradia, mas uma nova consciência política.

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Sinopse: “Um dia na vida.” A sinopse do filme pega emprestado um dos títulos do cineasta Eduardo Coutinho e ficcionaliza um dia comum na vida de muitas garotas brasileiras para, a partir disso, falar sobre imagem e o imaginário racial brasileiro. O curta acompanha a personagem Rose em sua busca por uma vaga de emprego, e reflete como o racismo estrutural está entranhado no cotidiano do nosso país.


UTOPIA

A BALADA DA NOBRE SENHORA

Rayane Penha DOC, Cor, HD, 15’, AP, 2021 Classificação Indicativa: Livre

Hsu Chien FIC, Cor, UHD, 15’, RJ, 2021 Classificação Indicativa: Livre

Direção de Produção: Silvana Edwvirgens Produção Executiva: Rayane Penha Roteiro: Rayane Penha Direção de Arte: Luiza Nobre Fotografia: Régis Robles e Cezar de Morais Montagem: Rodrigo Aquiles Santos e Mc Super Shock Som: Kleber Reis Edição de Som: Klebson Reis Trilha Sonora: Aron Miranda Elenco: Seu Edvaldo, Alice Penha e Rayane Penha Filmografia da Diretora: Carta Sobre o Nosso Lugar – Mulheres do Vila Nova (2017)

Direção de Produção: Carol Leipelt Produção Executiva: Marcelo Alvim Roteiro: Flávia Guimarães Direção de Arte: Victor Aragão Fotografia e Montagem: Pedro Iorio Som: Vicente Vianna Edição de Som: Natalia Petrutes Trilha Sonora: Bruno Costa Elenco: Camilla Amado, Guilherme Quadrado, Carol Leipelt, Luana Farnezi, Adassa Malagolini e Gabriel Figueiredo. Filmografia do Diretor: Histórias de Alice (2016); Elis (2016); Um Homem Só (2016); Não Se Aceitam Devoluções (2016); A Dona da Banca - série (2018); Meu Preço (2018); Veneza (2019); A Mulher do Meu Marido (2019); Eduardo e Mônica (2019); Diários de Intercâmbio (2020); Dois Mais Dois (2020); Quem Vai Ficar com Mário? (2021); Prego e Flores (2021); Me Tira da Mira (2021); Desapega! (2022).

Sinopse: A busca de uma filha por histórias vividas pelo pai garimpeiro que faleceu no garimpo. Arquivos sobre esse pai, fotos, vídeos e cartas que ele escrevia para a família relatando a vivência e as dificuldades do garimpo. O documentário procura humanizar homens que dedicam suas vidas à terra; mais do que um registro, o filme vem mostrar um relato íntimo e poético sobre a vida desses garimpeiros.

Sinopse: Duas vidas que se cruzam com os mais sinceros sentimentos de afeto. Duas pessoas que, na maioria das vezes, são colocadas às margens da sociedade. Porém, em um acorde, eles se entrelaçam no amor.

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6ª MOSTRA CINEMA E NEGRITUDE


Habitar as telas-territórios, construir poderosas narrativas A Mostra Cinema e Negritude reúne expoentes em curta-metragem do cinema negro brasileiro. Menos que um lugar definidor daquilo que diretores e diretoras negras realizam especificamente, a mostra revela, ano após ano, a potência criativa de um posicionamento político, subjetivo e estético a partir da negritude. Portanto, o cinema negro, no entendimento da curadoria, articula poder e potência estética, como um gesto político de reivindicação e estabelecimento do direito às representações, às poéticas experimentais e às infinitas possibilidades que a arte oferece, a despeito do racismo estrutural que solapa vidas e criatividade. Os quatro filmes selecionados foram realizados em diferentes cidades, de distintos estados brasileiros, o que indica uma diversidade de sotaque, de paisagem, de vivências e de contextos para reforçar a ideia na qual acreditamos em relação à diversidade inerente à experiência fílmica, a partir do recorte étnico-racial. Nesse sentido, o cinema realizado dominantemente por pessoas brancas também é étnico e racial, ele também possui força estética e política, porém, em seu bojo, além disso, há embutido um lugar de privilégio e dominação que, historicamente, construiu estereótipos de representação racial, de gênero, nacionalidade e território. Isso tem alimentado noções de sub-representação, em que o outro, em geral, carrega o destino da discursividade etnocêntrica, a partir do momento em que o sujeito, em geral branco, isenta-se dos atributos de raça e etnia, e subjuga a alteridade, inferiorizando-a. Pode-se, desse modo, entender a força criativa do cinema negro como um grande movimento desestabilizador de discursos conservadores e mobilizador de outros agenciamentos artísticos, conforme se evidencia nas narrativas fílmicas.


Assim, o retorno à escrita imiscui-se entre as memórias pessoais e afetivas vividas por um velho escritor (Antônio Pitanga), entre conversas e caminhadas, em paisagens bucólicas e historicamente imponentes do Recôncavo Baiano, em Olhos de Cachoeira (Adler Paz). Essa mesma dimensão que acopla corpo e subjetividade negras em performance artística acomete a personagem central na ficção, a partir da dança, em As Vezes Que Não Estou Lá, vivida e dirigida pela jovem Dandara de Morais. Em performances distintas, o futuro se apresenta aos personagens do escritor e da dançarina como modos de afirmação pessoal e artística. Lá, é o retorno positivo à escrita de um homem cego que quer continuar a dar vazão à imaginação pela palavra; aqui, a artista sinaliza um encontro entre seu corpo e sua arte, com a certeza de que o autocuidado e os afetos comunitários participam da conjunção entre identidade, identificação e criação. As relações entre construções narrativas e processos de fabulação que olham com cuidado a ressignificação dos espaços estão no centro de 25 Anos sem Asfalto (Fabi Andrade) e Forrando a Vastidão (Higor Gomes). O primeiro realiza um amálgama interessante entre ficção e documentário. Centrado no bairro periférico de Vargem Grande, no extremo sul da cidade de São Paulo, e focado na personagem da mãe solo Rose e sua longa jornada de trabalho e também de seu filho adolescente entre a escola e o lazer, no momento que vivenciam, finalmente, a chegada do asfalto na vizinhança. Os percursos narrativos são acompanhados de vozes de mulheres em over, e suas narrativas de diferentes relações de opressão e superação que as acometeram. Já Forrando a Vastidão volta-se para o espaço doméstico, em um experimento fabular com o cotidiano de uma dona de casa e sua rotina, num gesto interessante que convida o espectador a abstrair camadas de sentido em uma vida, aparentemente, banal. Gilberto Alexandre Sobrinho e Flavia Candida Curadores


OLHOS DE CACHOEIRA

AS VEZES QUE NÃO ESTOU LÁ

Adler Paz FIC, Cor, ProRes, 23’, BA, 2020 Classificação Indicativa: 14 anos

Dandara de Morais FIC, Cor, HD264, 25’, PE, 2020 Classificação Indicativa: 16 anos

Direção de Produção: Gisela Stangl Produção Executiva: Tati Lima e Adler Paz Roteiro: Jô Bilac e Thadeu Nogueira Direção de Arte: Luís Parras Fotografia: Pedro Semanovsky Montagem: Caio Araújo Som: Pedro Garcia Edição de Som: Eduardo Joffily Ayrosa Trilha Sonora: Heitor Dantas Elenco: Antônio Pitanga, Tatiana de Lima e Fábio Vidal Filmografia do Diretor: Pênalti (2000); Cães (2008); Café, Pepi e Limão (em fase de finalização).

Direção de Produção: Lis Veras Produção Executiva: Danielle Valentim Roteiro: Dandara de Morais Direção de Arte: Lia Letícia Fotografia: Safira Moreira Montagem: Ana Julia Travia e Dandara de Morais Som e Edição de Som: Guga S. Rocha Elenco: Dandara de Morais, Aurora Jamelo, Anne Costa, Amethyst, Claudio Ferrario, Eliane Santos, Erick Felipe, Everton Gomes, Gustavo Patriota, Jean Santos, Maria Laura Catão, Meujael Gonzaga, Una Martins e Sophia Williams Filmografia da Diretora: Bup (2018); Grito! Parte I: Mini Manifesto Feminista Interseccional em Imagens (2018); Tudo Que Eu Podia Fazer Era Chorar (2021); 2323 Danço Desabo ou Salvo o Mundo (2021).

Sinopse: Carlos Eugênio é um renomado escritor brasileiro, de muito sucesso no passado. Hoje, cego, vive só, apenas com a companhia de seu fiel criado Danilo, em uma grande fazenda às margens do Rio Paraguaçu, na região do recôncavo baiano, importante berço da cultura negra no Brasil. Após anos aposentado, resolve voltar a escrever. Tratase de um livro de memórias e reflexões chamado “Olhos de Cachoeira”. Para ajudar na digitação do livro, resolve contratar uma garota chamada Mônica, que chega para dar mais vida à sua casa, formando, assim, uma grande amizade. 62 |

Sinopse: Rossana enxerga e vive o mundo através de um vidro borderline. Entre pliés, delírios dançantes e duros golpes de realidade, ela busca seu lugar no mundo.


25 ANOS SEM ASFALTO

FORRANDO A VASTIDÃO

Fabi Andrade FIC, Cor, H264, 15’, SP, 2021 Classificação Indicativa: Livre

Higor Gomes FIC, Cor, HD, 15’, MG, 2021 Classificação Indicativa: 12 anos

Direção de Produção: Jaqueline da Silva Sales, Gabriela França Varella, Rodrigo Dantas Bastos e Fabíola Andrade Lopes Produção Executiva: Rodrigo Dantas Bastos Roteiro: Fabi Andrade Direção de Arte: Ana Carolina Ballan Sebe e Heloisa Guisard Fotografia: Francisco Bahia Lopes Montagem: Tom Laterza Som: Edson Spitaletti Edição de Som e Trilha Sonora: Rafael Bresciani Elenco: Uyara Lourenço, Nikolas Otavio Ramos, Hugo Vitorio Soares, Lara Silva, Cris Oliveira, Teresa Andrade, Nayla Marinho, Luane Silva, Jheniffer Alves dos Santos e Bernardo Cordeiro

Direção de Produção e Produção Executiva: Bruno Greco e Jacson Dias Roteiro, Direção de Arte, Fotografia, Montagem e Som: Higor Gomes Edição de Som: Alexandre Martins Elenco: Maria Edna de Paula Gomes, Aline Gomes, Hugo Gomes, Higor Gomes, Geraldo Rocha Gomes, Fernanda Kalil e Rubem Neto Filmografia do Diretor: Impermeável Pavio Curto (2018) Sinopse: Lia se prepara para o futuro. Seja lá qual for.

Sinopse: Rose se empenha para garantir a Pedro um futuro melhor do que uma vida confinada entre as ruas de terra do bairro e o asfalto da cidade, quando um acontecimento inesperado a fará se conectar ao cotidiano de pequenas aventuras do filho.

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6ª MOSTRA MULHERES NO CINEMA


O corpo na tela E lá se foi mais um ano de pandemia em que tentamos sobreviver isoladas às nossas dores, saudades de afetos distantes, inúmeras reuniões online, um país em desconstrução, onde a destruição de direitos se dá a cada dia, e aos lutos desse período. Adaptamo-nos à excepcionalidade desses tempos e vivemos ausências infinitas, de toques, de presença, de convivência e de encontros culturais. Não poderíamos começar este texto sem lembrar da situação em que nos encontramos, porque somos produzidas e produzimos nosso tempo e lugar no mundo, um mundo que nunca pudemos chamar de normal e que se distancia a cada dia do aceitável. Mas, se vivemos as dores das transformações pelas quais fomos forçadas a nos adaptar, também conseguimos ver luzes e calor em lugares onde não acreditávamos existir havia pouco. Somos mais! O cinema de inúmeras mulheres se mostra potente e avassalador, sempre buscando (re)existir com arte e criando mundos imagéticos onde antes era só aridez e terra devastada. Ao nos depararmos com os 107 curtas-metragens dirigidos por mulheres e inscritos para a 6ª edição da Mostra Mulheres no Cinema, o que fica evidente é a surpresa e o frescor dos olhares que atravessam nossas vidas mediadas pelas


telas. Após assistir a 1.307 minutos de filmes, percebemos que há alegria e renovação, há o corpo na tela e nossos corpos misturados com todas as novas questões que surgem e explodem diante do nosso olhar de curadoras. Nesta edição da Mostra Mulheres no Cinema, nós, curadoras, levamos nossos olhares para os corpos presentes nos filmes, e nos questionamos que corpos são estes que produzem visões de um cinema tão carne, tão movimento e tão sensório que sentimos as suas superfícies roçando nossas peles digitais? É este corpo atravessado que também vemos presente nos quatro curtas selecionados para a programação. Um corpo-político afetado pela política institucional, como no documentário Eu Espero o Dia da Nossa Independência, das diretoras Bruna Carvalho Almeida e Brunna Laboissière, ou na ficção Fora de Época, das diretoras Laís Catalano Aranha e Drica Czech; um corpo desejante, como em O Peixe, de Natasha Jascalevich, ou em Em Caso de Fogo, Pegue o Elevador, de Fernanda Reis. Permita-se ser afetada(e)(o) pelas superfícies de corpos que rasgam as telas e tocam, às vezes suavemente, outras com asperezas, mas sempre com uma presença urgente a nos lembrar que onde hoje é ausência, amanhã pode ser presença. Saskia Sá e Bárbara Cazé Curadoras


O PEIXE

EU ESPERO O DIA DA NOSSA INDEPENDÊNCIA

Natasha Jascalevich EXP, Cor, Super33, 11’, RJ, 2021 Classificação Indicativa: 14 anos

Bruna Carvalho Almeida e Brunna Laboissière DOC, Cor, HD, 21’, SP, 2021 Classificação Indicativa: Livre

Direção de Produção: Meduzza Filmes Produção Executiva: Natasha Jascalevich Roteiro e Elenco: Natasha Jascalevich Direção de Arte: Luiza Mitidieri Fotografia e Montagem: André Hawk Som, Edição de Som e Trilha Sonora: Jayme Monsanto Sinopse: Depois de acordar com a cama encharcada e “parir” acidentalmente um peixe, Hanako resolve preparar uma receita com o pescado para tentar encontrar um significado para o acontecimento bizarro.

Direção de Produção e Produção Executiva: Bruna Carvalho Almeida e Brunna Laboissière Roteiro e Montagem: Bruna Carvalho Almeida e Brunna Laboissière Colaboração de Roteiro: Radja Bechichi Fotografia: Brunna Laboissière Som: Bruna Carvalho Almeida Edição de Som: Henrique Chiurciu Colorização: Alice Andrade Drummond Finalização: Matheus Rufino Filmografia das Diretoras: Bruna Carvalho Almeida - Correspondências do Front (2015); Os Jovens Baumann (2018). Brunna Laboissière - Fabiana (2018). Sinopse: Maio de 2019: duas brasileiras viajam para a Argélia durante o Harak – um movimento popular pró-democracia. No meio da multidão, elas conhecem uma jovem musicista. O mar que as separa também é capaz de uni-las.

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EM CASO DE FOGO, PEGUE O ELEVADOR

FORA DE ÉPOCA

Fernanda Reis FIC, Cor, HD, 13’, RS, 2021 Classificação Indicativa: 14 anos

Laís Catalano Aranha e Drica Czech FIC, Cor, HD, 13’, SP, 2020 Classificação Indicativa: 12 anos

Direção de Produção: Charlie Droves Produção Executiva: Fernanda Reis Roteiro: Charlie Droves Direção de Arte: Fernanda Martinelli Animação, Montagem e Edição de Som: Vinicius Linhares Macedo Fotografia: Fernanda Reis e Maurício Muller Som: Fernanda Martinelli e Vitória Lisboa Trilha Sonora: ANICO Elenco: Naiany Agarb e Vulpe Lisbôa Filmografia da Diretora: Tamagotchi (2018); Dublê (2019); Até que a Terra Caia (2020).

Direção de Produção e Produção Executiva: Laís Catalano Aranha e Drica Czech Roteiro e Direção de Arte: Drica Czech Fotografia, Montagem, Som e Edição de Som: Laís Catalano Aranha Elenco: Drica Czech, Cadu Batanero, Caio Balthazar e Laís Catalano Aranha Filmografia das Diretoras: Drica Czech - Casa (2020); 62 Segundos (2021). Laís Catalano Aranha Liberdade X Segurança (2017); 19 (2018); Eita Baby (2019); Gente (2019); Loukkk (2019); Drica e Laís: Cama de Gato (2020); Salomé (2021); Lua Nova (2021).

Sinopse: Uma jovem com muito tesão busca sem sucesso jeitos criativos para gozar em meio à frustração de um isolamento.

Sinopse: Segundo turno das eleições presidenciais de 2018. Renata, lésbica com familiares conservadores, decide passar uns dias sozinha no sítio do pai. Ansiosa e sem conseguir dormir, tenta entender por que sua mãe escolheu passar os últimos dias de vida isolada em uma pequena casa velha no terreno. Ao entrar no espaço abandonado, Renata se depara com revelações sobre sua mãe e sua própria história.

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5ª MOSTRA

NACIONAL DE

VIDEOCLIPES


Resistir na vida e na tela é o desafio do nosso tempo Em 2021 a Mostra Nacional de Videoclipes do Festival de Cinema de Vitória completa cinco anos. Nesse tempo, passaram por aqui mais de 70 clipes, que totalizaram cinco horas de exibição entre novos talentos e artistas consagrados de todo o país. Este ano rompemos uma barreira histórica: pela primeira vez nesta mostra, a maioria dos videoclipes são dirigidos por mulheres. Ainda temos muito a caminhar, mas esse já é um marco importante para nosso audiovisual, um setor predominantemente branco, masculino e heterocisnormativo. A quinta edição da Mostra Nacional de Videoclipes apresenta uma jornada de heroínas e heróis do nosso povo; outros olhares, outros corpos e cores protagonizam as histórias de vozes há muito tempo silenciadas pela violência e que lutam para existir e sobreviver a esses tempos sombrios que nos cercam. Iniciamos a jornada com o sarcástico Os Cara Tão de Brincadeira (Matheus Fighera), que traz uma irônica representação dos nossos dias distópicos vividos durante a pandemia de Covid-19. Em Bruta (Raymundo Calumby), conhecemos o universo fantástico da cantora Sandyalê, que personifica uma mariposa perseguida por um pássaro numa batalha pela sobrevivência. Com uma estética pin-up e uma pitada de deboche, Salomé (Drica Czech e Laís Catalano Aranha) apresenta uma personagem que prepara um jantar enquanto ouve sua cantora preferida. Tudo parece muito inocente, exceto pelo fato de a letra da música anunciar o tempo todo que há “uma cabeça numa bandeja”. Nessa altura de nossa jornada videoclíptica, o vermelho invade a paleta de cor. Lockdown (Roberto Mamfrim), inspirado em “Corra”, de Jordan Peele, e Goat Talk (Diego Capeletti) abrem as portas para o Rap e denunciam a dura realidade da violência policial contra a população negra e periférica. As cores vibrantes e o vermelho do sangue se intensificam em É Só Me Chamar


(Lucas Sá), que, com direção de arte e fotografia impecáveis, nos convida a um mergulho no mundo sombrio do protagonista vivido por Paolo Ravley. The Wolves Are Never Tired (Thais Siqueira) se destaca pela equipe totalmente feminina e apresenta a protagonista vivida pela cantora Luana di Angelo em busca de sua libertação, fugindo do mal que a persegue. Bons ventos nos sopram e trazem novas cores e corpos em Tá Vendo Seu Moço? (Juliana Segóvia e Pedro Brites), que é protagonizado por artistas LGBTQIAP+. Isis Broken vive uma Trava Cangaceira em Ararinha da Viola (Letícia Pires). Ela escreve a sua própria sina, resiste e ressurge do mangue, emerge das águas que desembocam em Não Conserve a Dor (Eduardo Christofoli). Em preto e branco, o clipe apresenta o indie rock low profile de Black Bell Tone, que começa e termina no mar. Saímos da água salgada e encontramos a água doce da cachoeira em Come (Flora Fiorio), estrelado por Dan Abranches, Afronta MC e MK Paiva, num delicado retrato de paz, cuidado e amor. Flores e Rifles (Raphael Correa) e BXD Existe (Pamela Ohnitram) falam sobre resistência. A Baixada Fluminense, intitulada BXD, grita aos ventos que existe e resiste por meio da ancestralidade, das cores, da luta e da arte. Os mesmos ventos em tons de rosa encerram o clipe Flores e Rifles, que nos lança a questão: seremos flores ou rifles nessa sociedade? Do céu ao chão, em Corpo a Corpo (Jessika Goulart), vemos um harmônico emaranhado de corpos, a terra é o elemento presente e aponta um caminho para um futuro de esperança. Ao fim da jornada, Dis-ritmia (Thais Lima) questiona o paradoxo do tempo que sempre nos falta nos dias de hoje. Apesar dos ares sombrios que nos rodeiam e contrariando todas as expectativas que 2021 nos impõe, escolhemos as histórias que queremos contar, que representam no território das imagens os desafios da vida real. Aqui vencemos o jogo e mandamos nosso recado. E neste cenário, na escassez da vida real, a arte resiste como cura para todo mal. Luiz Eduardo Neves e Suellen Vasconcelos Curadores


OS CARA TÃO DE BRINCADEIRA

BRUTA

Matheus Fighera Artista: Igor Fuchs VID, Cor, H264, 3’, RS, 2021 Classificação Indicativa: Livre

Raymundo Calumby Artista: Sandyalê VID, Cor, ProRes, 6’, SE, 2021 Classificação Indicativa: Livre

Direção de Produção: Andressa Dotto Produção Executiva: Matheus Fighera Roteiro, Fotografia e Montagem: Matheus Fighera Direção de Arte: Andressa Dotto Som, Trilha Sonora e Elenco: Igor Fuchs Filmografia do Diretor: i13.9 (2016); Vênus em Escorpião (2020).

Direção de Produção: Raymundo Calumby Produção Executiva: Farofa Sintética Roteiro: Raymundo Calumby e Piton Direção de Arte: Kayque Barros e Allan Wallace Fotografia: Vicente Otávio Montagem: Raymundo Calumby Trilha Sonora: Sandyalê Elenco: Sandyalê e Hélio Toste Filmografia do Diretor: O Clã – Isis Broken (2019); Tateia – Sandyalê (2020); Web Namoro – Piton (2020); Sua – Sandyalê (2021); Pensando em Mim – Sandyalê (2021).

Sinopse: No fim do mundo os dias são todos iguais.

Sinopse: Após um feitiço de purificação, Sandyalê renasce como uma mariposa. Ela aproveita as maravilhas de sua nova vida, mas um pássaro está à sua espreita.

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SALOMÉ

LOCKDOWN

Drica Czech e Laís Catalano Aranha Artista: Naiá Camargo VID, Cor, HD, 4’, SP, 2021 Classificação Indicativa: Livre

Roberto Mamfrim Artista: Carga Pezada VID, Cor, FullHD, 4’, SP, 2020 Classificação Indicativa: 12 anos

Direção de Produção: Laís Catalano Aranha e Drica Czech Produção Executiva: Josi Herculano Roteiro: Drica Czech Direção de Arte: Laís Catalano Aranha e Drica Czech Animação: Raoni Arruda Fotografia e Montagem: Laís Catalano Aranha Música/Composição: Ana Flor de Carvalho; Voz: Naiá Camargo; Guitarra e Violão: Felipe El Baixo; Teclado e Sintetizadores: Marcos Maurício; Bateria Eletrônica: Guilherme Nakata; Prod. Musical: Rodolfo Dox Lacerda e Marcos Maurício Mixagem: Marcos Maurício Masterização: Sérgio Soffiatti Direção Artística: Rodolfo Dox Lacerda Elenco: Drica Czech e Naiá Camargo Filmografia das Diretoras: Drica Czech - Explosão Caixa Preta – O Teatro Paulista em Espaços Não Convencionais (2010); Casa (2020); 62 (2021). Laís Catalano Aranha - Liberdade X Segurança (2017); 19 (2018); Eita Baby (2019); Gente (2019); Loukkk (2019). Drica Czech e Laís Catalano Aranha - Cama de Gato (2020); Fora de Época (2020); Lua Nova (2021).

Direção de Produção: Roberto Mamfrim Produção Executiva: Brombini Dois-G Roteiro e Elenco: Brombini Dois-G e Nego Dollar Direção de Arte: Raíza Prevides Morato Animação e Montagem: Roberto Mamfrim Fotografia: Otavio Matutino Edição de Som: Swag Beats Trilha Sonora: Carga Pezada Filmografia do Diretor: Obrigado Tempestade (2013); Você Não Pode Desistir (2014); Ela Só Quer Paz (2016); Aquela Avenida (2020); Ave de Nós (2020); Molhada (2021). Sinopse: Através de recortes de fatos reais, Lockdown discute diversos temas ligados ao preconceito e à violência policial.

Sinopse: Uma cozinha. Nela, uma mulher dos anos 50 prepara o jantar - aparentemente. Em um universo colorido por tons pastéis, ela cozinha com alegria enquanto ouve sua cantora favorita. Parece uma típica propaganda (machista) de eletrodomésticos do período. Mas a letra da música anuncia o tempo todo que há uma “cabeça numa bandeja”. Será? | 75


GOAT TALK

É SÓ ME CHAMAR

Diego Capeletti Artista: AXANT VID, Cor, H264, 2’, ES, 2021 Classificação Indicativa: 18 anos

Lucas Sá Artista: Paolo Ravley VID, Cor, 4K, 4’, MA, 2021 Classificação Indicativa: 14 anos

Direção de Produção: Axant Produção Executiva: Axant e Setor Proibido Roteiro: Diego Capeletti e Axant Direção de Arte, Animação, Fotografia e Montagem: Diego Capeletti Som e Edição de Som: Axant Trilha Sonora: Axant, Ursão Beats e Cocran Elenco: Rodolfo de Almeida Barcelos, Elen de Almeida, José Passamani, Fabiano Caldas e Leo Almeida Filmografia do Diretor: WTF 2 (2019); Atemporal (2020); Novo Narcos (2020).

Direção de Produção: Sâmia Oliveira, Carol Araújo, Gabriel Marques, Juliana Mendes, Viny B. Oliver e Paula Beatriz Produção Executiva: Ana Carolina Sousa Roteiro, Montagem e Som: Lucas Sá Direção de Arte: Neila Albertina Fotografia: Gabriel Bruno e Ruy Castro Edição de Som: Lucas Sá e Gabriel Portela Elenco: Paolo Ravley, Aster Coubert, Áurea Maranhão, Bruno Mantovani, Carol Araújo, Ciro Trindade, Elza Gonçalves, Jéssica Lauane, José Oliveira, Junior Alves, Karla Pinheiro, Letícia Barros, Marina Brito, Matheus Cutrim, Mikolina, Manu Farias, Neila Albertina, Ostrogodo e Sâmia Rocha. Filmografia do Diretor: O Membro Decaído (2012); Ruído Branco (2013); No Interior da Minha Mãe (2013); Nua por Dentro do Couro (2014); Balada para os Mortos (2016).

Sinopse: O clipe se baseia numa história fictícia de “Robin Hood”, na qual dois jovens assaltam uma mansão em uma área nobre da cidade. A partir do roubo bem-sucedido, eles esbanjam e distribuem o fruto do delito pela região de Vitória. O roubo acontece sem armas, sem reféns e sem ferir ninguém. O enredo levanta uma dualidade e questionamentos sobre ser errado roubar o que não é seu e, em contrapartida, o bem - que é tirar de quem tem de sobra e não vai sentir falta alguma - feito a partir de uma coisa fora da lei e vista com maus olhos; pode ser chamada de uma boa ação? A partir daí se desenvolvem cenas de ação baseadas em preconceitos sociais, onde o fim comum para esse tipo de delito é conhecido e muitas vezes aplaudido. Morte ou cadeia. 76 |

Sinopse: Um grupo seleto recebe em seu ritual um novo convidado. O que eles não sabem é que ele é um infiltrado buscando uma violenta vingança. Videoclipe da música “É Só Me Chamar”, de Paolo Ravley.


THE WOLVES ARE NEVER TIRED

TÁ VENDO SEU MOÇO?

Thais Siqueira Artista: Luana di Angelo VID, Cor, 4K, 2’, SP, 2021 Classificação Indicativa: Livre

Juliana Segóvia e Pedro Brites Artista: Karola Nunes VID, Cor, HD, 5’, MT, 2020 Classificação Indicativa: Livre Direção de Produção: Luiza Raquel Produção Executiva: Larissa Sossai Roteiro: Pedro Brites Direção de Arte: Amanda Nery e Fred Gustavos Fotografia: Rosano Mauro Jr. Montagem: Juliana Segóvia e Pedro Brites Trilha Sonora: Karola Nunes Elenco: Filipe Breno Vinhas, Geovane Rodrigues e Lupita Amorim Filmografia dos Diretores: Juliana Segóvia - Kalpa (2017); A Velhice Ilumina o Vento (2020); Aqui Jaz a Melodia (2021). Pedro Brites - A Pressa (2021).

Direção de Produção e Produção Executiva: Janaina Felix Roteiro: Gabriela Canelada e Luana Di Angelo Direção de Arte: Beatriz de Souza Fotografia: Gabriela Canelada e Marina Deliperi Montagem: Marilia Ruberti Trilha Sonora e Elenco: Luana Di Angelo Sinopse: “The Wolves Are Never Tired” é um videoclipe de música homônima de autoria de Luana di Angelo. A equipe é completamente composta por mulheres, o que se reflete no processo criativo e de produção do videoclipe e o caracteriza como uma obra feminista. Estabelecemos uma ambiência de pesadelo constante e cíclico, na qual a artista-personagem se vê em situações que são manifestações de sua ansiedade e refletem subconscientemente seus grandes medos, sensações de impotência e agonia. Em meio a esses inconvenientes, a personagem busca sua libertação, fugindo do mal que a persegue, porém sempre parece falhar.

Sinopse: “Tá Vendo Seu Moço?”, videoclipe de Karola Nunes, é uma produção independente de um diverso coletivo de artistas e arteiros mato-grossenses. Artistas Lgbtqia+ protagonizam o vídeo-dança performando seus corpos protestos à cisnorma. As cores de suas bandeiras colorem o interior de um antigo casarão que somam aos corpos uma resposta decolonial à questão-título “Tá vendo seu moço?”.

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ARARINHA DA VIOLA

NÃO CONSERVE A DOR

Letícia Pires Artista: Isis Broken VID, Cor, H264, 3’, SE, 2021 Classificação Indicativa: Livre

Eduardo Christofoli Artista: Black Bell Tone VID, P&B, HD, 6’, RS, 2021 Classificação Indicativa: Livre

Direção de Produção e Produção Executiva: Ana Paula Salmeron Roteiro e Elenco: Isis Broken Direção de Arte: Carlos Estranho Fotografia: Diego DiSouza Montagem: Ruriá Venâncio Filmografia da Diretora: No Escuro (2011); A Casa Nova de Newton (2016); Eu Quero Ser Sua Mãe (2017); Vento (2018); Sinastria (2019); Montes Claros (2019); Triângulos (2019); Mais Amor (2019); Gigantesca (2019).

Direção de Produção e Produção Executiva: Eduardo Christofoli Roteiro: Eduardo Christofoli, Nando Potin e Taba Kunz Fotografia: André Wofchuk Montagem: Leo Vogler Som e Trilha Sonora: Black Bell Tone Edição de Som: Nando Potin Elenco: Taba Kunz (Vocal e Guitarra), Nando Potin (Guitarra), Lucas Potin (Baixo) e Fernando Paulista (Baterista) Filmografia do Diretor: Gettin Higher – Marenna (2020); Horizonte – Andersonn Prestes (2020); Photograph – Mari Gazen (2020); E vai lá – Andersonn Prestes (2020).

Sinopse: Em sua mais nova viagem pelas veredas nordestinas, uma Trava Cangaceira escreve a sua própria sina, ela é a dona da encruza e faz seu próprio caminho, ela emerge do mangue como um caranguejo em seu ninho, ela é boneca, e não seu trapo, ela trava, ela é Exu, ela é tudo isso, ela é a Isis Broken, ela é redemoinho.

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Sinopse: Videoclipe da música “Não Conserve a Dor”, da banda Black Bell Tone.


COME

FLORES E RIFLES

Flora Fiorio Artista: Dan Abranches e Pe Lopes VID, Cor, FullHD, 4’, ES, 2021 Classificação Indicativa: 16 anos

Raphael Correa Artista: Gustavo Rosseb VID, Cor, HD, 4’, SP, 2020 Classificação Indicativa: Livre

Direção de Produção: Flora Fiorio Produção Executiva: Flora Fiorio e Dan Abranches Roteiro, Direção de Arte e Fotografia: Flora Fiorio Câmera: Taciano MDK Som e Trilha Sonora: Dan Abranches Edição de Som: Dan Abranches e Leonardo Chamoun Elenco: Dan Abranches, Afronta MC e MK Paiva Filmografia da Diretora: Quiero Más – Alinne Garruth (2020); Laranja – Dan Abranches (2020); Sunday Morning – Dan Abranches (2021); Tempo de Nanã – Letícia Chaves (2021).

Direção de Produção: Raphael Correa e Gustavo Rosseb Produção Executiva: Flávia Rabachim e Gustavo Rosseb Roteiro: Raphael Correa e Gustavo Rosseb Direção de Arte e Montagem: Rapahel Correa Fotografia: Raphael Correa e Murilo Cunha Trilha Sonora: Gustavo Rosseb Elenco/Coreografia e dança: ZNiggaz Filmografia do Diretor: Primeiro Remix (2019)

Sinopse: Videoclipe oficial da música “Come” dos artistas Dan Abranches e Pe Lopes, a qual compõe o álbum “Titan”, lançado em agosto de 2021.

Sinopse: “Flores e Rifles” é um grito. Um desabafo. Nesse berro, a música chama a atenção para a era das opiniões vazias. O som evidencia o mal que tais opiniões, sem um pingo de empatia, causam. Vidas e sonhos são perdidos todos os dias, enquanto a vida passa e quase ninguém vê. Diversas causas sociais ganham mais uma voz nesse clipe e nessa canção do artista Gustavo Rosseb. “Flores e Rifles” vem pra avisar que a essência e a superficialidade travam uma guerra por um futuro melhor nesse instante. Você e eu estamos no meio disso, mas precisamos escolher um lado. Você é flor ou é rifle?

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BXD EXISTE

CORPO A CORPO

Pamela Ohnitram Artista: Xuxu ComXis (feat. Adrielle Vieira & Tiago Tk) VID, Cor, HD, 4’, RJ, 2021 Classificação Indicativa: Livre

Jessika Goulart Artista: Canto Cego VID, Cor, H264, 5’, RJ, 2021 Classificação Indicativa: Livre

Dir. de Produção: Cineclube Xuxu ComXis e Laisa Costa Produção Executiva: Cineclube Xuxu ComXis Roteiro e Fotografia: Pamela Ohnitram Direção de Arte: Giovan Bueno, Daiana Martins e Isabella Tavares Montagem: Pamela Ohnitram e Nathália Cabral Edição de Som: Heitor Martins e Dani Xis Elenco: Pamela Rodrigues, Yuri Tiger, Bia França, Sophia Oliveira e Tiago Tk Filmografia da Diretora: Poesia Segunda a Pele (2016); Revirando o Jogo (2020).

Direção de Produção e Produção Executiva: Roberta Dittz Roteiro: Samuca Bovo Direção de Arte: Paulo Olivera Fotografia: Andrea Cebukin Montagem: Roberta Dittz Elenco: Roberta Dittz, Rodrigo Solidade, Magrão e Ruth Rosa Filmografia da Diretora: Eterno Fim (2015); The Player (2015); Bastidores da Arquitetura (2016); Eu Não Sou Napoleão (2019); Corpo a Corpo (2020); Procuro-me (2020); A Voz (2021); Tanto – Carol Faria (2021).

Sinopse: É um caminho de enaltecimento ao nosso território, por onde perpassa uma história de riqueza e memórias. Uma terra indígena na qual fortalecemos a importância dos primeiros habitantes da “Cidade Perfume”, quando Nova Iguaçu era a maior produtora de laranja do país, exportando para São Paulo, Argentina e Europa. Esse fato trouxe o aumento da população rural em 1920, quando esta fez a migração nordestina para o estado do Rio de Janeiro e se concentrou na região metropolitana fluminense. Mas o clipe vai muito além disso, mostra o sincretismo do território em suas vestes, a pintura corporal, e transcreve o poder da existência e a importância desse povo para a Capital. 80 |

Sinopse: O meu corpo só se faz de outro corpo. Minha pele só se faz de outra pele. Minhas cores só se fazem de outras cores. Dentro de mim, tantos homens e mulheres.


DIS-RITMIA Thais Lima Artista: Criolina, Estrela Leminski e Téo Ruiz VID, Cor, H264, 5’, MA, 2021 Classificação Indicativa: Livre Direção de Produção e Produção Executiva: Thais Lima Roteiro: Thais Lima Direção de Arte: Zequi Fotografia, Montagem, Som e Edição de Som: Mateus Rizoka Trilha Sonora: Criolina, Estrela Leminski e Téo Ruiz Elenco: Manuzita, Josef Osei e Hildson Lucas Filmografia da Diretora: 15 Anos CPTCA - Pelo direito de ressignificar pelo dever de responsabilizar (2019); Ser o Mano – Claudio Lima (2020); Tirem as Cercas – Regiane Araújo feat. Núbia e Débora Melo (2020); REInaldo (2020); Com o Afeto das Canções – Zeca Baleiro, Rita Benneditto (2021). Sinopse: Videoclipe do Criolina, Estrela Leminski e Téo Ruiz. Com boa parte da gravação realizada no maior quilombo urbano da América Latina, bairro da Liberdade - SLZ/MA, traz um olhar sobre o tempo disrítmico que tem se apresentado na pandemia.

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4ª MOSTRA

NACIONAL DE

CINEMA AMBIENTAL


Afeto, memória, restauração e lutas A 4ª Mostra Nacional de Cinema Ambiental do Festival de Cinema de Vitória vem somar esforços com a natureza e os cientistas para dar o alerta: “A janela de oportunidades para manter o aquecimento global em níveis minimamente seguros para a humanidade está se fechando”. Ao longo dos anos, mudanças no uso da Terra levaram à perda significativa da cobertura florestal, com impactos associados à crise hídrica, à degradação dos solos e à perda da biodiversidade que afetam a qualidade de vida da população. O pacto firmado pelo Brasil no Acordo de Paris, para restaurar 15 milhões de hectares de pastagens degradadas e reflorestar 12 milhões de hectares até 2030, está longe de atingir a meta. É preciso acelerar e dar escala a essa iniciativa, que tem por desafios sequestrar carbono da atmosfera contra a crise do clima e buscar soluções baseadas na natureza para conter o avanço da perda da biodiversidade no país detentor da maior diversidade do planeta. Precisamos de medidas ousadas, sustentáveis e urgentes. As escolhas que fizermos nos próximos dez anos determinarão nosso futuro. Afeto, Memória, Restauração e Lutas são temas-chave que propomos para esse diálogo que inclui todos os cidadãos. Margarete Taqueti e Jefferson de Albuquerque Junior Curadores


NONNA

YAÕKWA, IMAGEM E MEMÓRIA

Maria Augusta V. Nunes ANI, Cor, 2K, 10’, SC, 2021 Classificação Indicativa: Livre

Rita Carelli e Vincent Carelli DOC, Cor, DCP, 21’, PE, 2020 Classificação Indicativa: Livre

Produção: Ana Paula Mendes Produção Associada: Vanessa Leal e Cíntia Domit Bittar Empresa Produtora: Novelo Filmes Roteiro: Anne Salles e Maria Augusta V. Nunes Animação: Nina Pinho Edição de Som: Jean Gengnagel Trilha Sonora: Pedro Santiago Elenco: Nina de Menezes Martins, Elaine Sallas, Nenê Borges e Cameron Venture Filmografia da Diretora: Apenas o que Você Precisa Saber Sobre Mim (2017)

Direção de Produção e Produção Executiva: Olivia Sabino Roteiro: Rita Carelli e Vincent Carelli Direção de Arte, Fotografia, Montagem e Edição de Som: Tiago Campos Torres Som: Vincent Carelli e Wallace Nogueira Trilha Sonora e Elenco: comunidade Enawenê Nawê Filmografia dos Diretores: Vincent Carelli - A Festa da Moça (1987); Vídeo nas Aldeias (1989); O Espírito da TV (1990); Eu Já Fui Seu Irmão (1993); A Arca dos Zo’é (1993); De Volta à Terra Boa (2008); Corumbiara (2009); Martírio (2017). Rita Carelli - Hospedeira (2014); A Era de Lareokotô (2019).

Sinopse: A pequena Ana e sua avó vivem no campo e sofrem com os efeitos provocados pelo uso de agrotóxicos na região. Já adulta, ao reencontrar a velha casa onde viveu sua infância, Ana entende que a presença de sua avó ali é transcendental.

Sinopse: O Vídeo nas Aldeias realizou com os índios Enawenê Nawê, durante quinze anos, extensos registros do Yaõkwa, seu mais longo ritual, em que os mestres de cerimônia puxam, durante sete meses, uma miríade de cantos, a fim de manter o equilíbrio do mundo terreno com o mundo espiritual. Neste filme, outros quinze anos mais tarde, os Enawenê Nawê reencontram essas imagens e, com elas, parentes falecidos, costumes que caíram em desuso e preciosos cantos rituais.

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DOIS RIACHÕES: CACAU E LIBERDADE

TAPAJÓS AMEAÇADO

Fellipe Abreu e Patrícia Moll DOC, Cor, HD, 10’, SP, 2021 Classificação Indicativa: Livre

Thomaz Pedro DOC, Cor, HD, 25’, SP, 2021 Classificação Indicativa: Livre

Direção de Produção e Produção Executiva: Fellipe Abreu e Patrícia Moll Roteiro: Patrícia Moll Fotografia: Fellipe Abreu Montagem: Vitor Pessoa Trilha Sonora: Enrique Menezes Filmografia dos Diretores: Yo Sí Puedo (2016); Rosa do Sertão (2017); Recomeços – Sobre Mulheres, Refúgio e Trabalho (2017); The Bitter Side of Vanilla (2018).

Direção de Produção: Vinícius Machado Silva Produção Executiva: Julia Büsser Roteiro e Fotografia: Thomaz Pedro Filmografia do Diretor: Tião Aineira (2012); Osiba Kangamuke - Vamos Lá Criançada (2016); Terminal 3 (2017); Surara a Luta pela Terra Tupinamba (2017).

Sinopse: Os moradores do assentamento Dois Riachões, no sul da Bahia, viviam em situação análoga à escravidão, mas hoje conseguiram conquistar terra e liberdade através da produção de cacau. Em 2021 a comunidade lançou sua própria marca de chocolate.

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Sinopse: Os povos indígenas que habitam as margens do Rio Tapajós, na Amazônia Brasileira, estão sendo ameaçados. Grandes projetos de infraestrutura, como ferrovias, hidrovias, agronegócio e mineração, estão em desenvolvimento na região como parte do processo de expansão do capital internacional sobre a floresta. O documentário acompanha mais de vinte lideranças indígenas para escutar de perto o que elas têm a nos dizer. A luta desses povos para manter seus modos de vida é essencial para conservar a floresta em pé e o rio vivo.


WHAT ABOUT OUR FUTURE? Cláudio Cruz e Jaime Leigh Gianopoulos DOC, Cor, DCP, 25’, Canadá, 2020 Classificação Indicativa: Livre Direção de Produção: Jen Muranetz Produção Executiva: Cláudio Cruz e Jaime Gianopoulos Fotografia: Cláudio Cruz e Jaime Gianopoulos Montagem: Jaime Gianopoulos Som: Alex Shamku Edição de Som e Trilha Sonora: Reidy Hendry Filmografia dos Diretores: Cláudio Cruz - Edu (2017); The Puma and The Flower (2019). Jaime Gianopoulos - O Florescer da Voz (2018); The Puma and The Flower (2019). Sinopse: Em 2019, os “Sustainabiliteens” mobilizaram mais de 150.000 pessoas para uma marcha contra a destruição do clima em Vancouver. O filme acompanha o dia a dia dos adolescentes, que é determinado não só pela escola, amigos e familiares, mas também pela crise climática e ativismo. Tomar as coisas com as próprias mãos dá-lhes força: “Somos imparáveis, outro mundo é possível!”.

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3ª MOSTRA DO OUTRO LADO – CINEMA FANTÁSTICO


Outras monstruosidades “Um monstro é sempre um excesso de presença”, diz o filósofo português José Gil em seu livro “Monstros”. O monstro sempre se faz presente no imaginário fantástico, muito além do lugar-comum de um corpo deformado que aterroriza: o monstro pode estar em todo tipo de pessoa ou situação em que haja uma abundância para além do normal, em que os excessos possam ocorrer sem interferências. Nesse contexto, as pessoas sempre se aterrorizam com o incomum e o desconhecido: o incômodo sempre vem quando se percebe a presença daquilo que excede, transborda, desestabiliza. Em sua terceira edição, a Mostra Do Outro Lado – Cinema Fantástico é um breve compêndio antológico dessas monstruosidades, evidenciadas em diferentes sentidos e vindas de diversas regiões do Brasil. Ampliando as possibilidades do excesso, dois novos gêneros - o documentário e a animação - fazem seu debut na mostra. Em uma cidade do interior de Santa Catarina são identificadas estranhas luzes no céu, e figuras geométricas aparecem como marcas em plantações da região: o documentário Magnético (Cassemiro Vitorino e Ilka Goldschmidt) investiga os eventos que mudaram a pequena cidade. Nunca Mais Me Vi (Demerson Souza e Laysla Brigatto) faz uso de técnicas de animação para criar uma reflexão intimidante do pós-morte. A monstruosidade do curta-metragem pernambucano AR (Marcelo Oliveira e William Oliveira) vem da combinação dos antigos temores da população LGBTQIA+ com os novos medos pandêmicos. Novos terrores também fazem parte do nosso dia a dia atual, como evidencia Planta Baixa, de Clara Martins Hermeto, onde a interferência de assustadores glitchs se combina à agressividade das intervenções ocorridas em espaços urbanos. No lúdico, temos dois contos de fadas apresentados de maneiras bem diferentes: Um Espinho de Marfim (Luis Fernando Bruno e Isabella Secchin) inspira-se numa estética europeia com pitadas das fantasias hollywoodianas dos anos 1980, em um conto de amor entre uma princesa e um unicórnio, uma relação que pode ser interrompida por uma promessa. Já no amazonense Jamary, de Begê Muniz, a menina Ane se depara com um problema muito maior do que ela quando encontra o mitológico Anhanguá: a monstruosidade está no corpo disforme ou nas atitudes de quem tem corpos “normais”? As experiências contemporâneas requerem uma nova atenção para compreender as singularidades monstruosas. Com esses tipos diferentes de monstros, a Mostra Do Outro Lado – Cinema Fantástico direciona nossos olhares para outras possibilidades, pautadas pelo excesso corpóreo e psicológico, oferecendo diferentes perspectivas que renovam os conceitos do horror e do fantástico, gêneros que se firmam cada vez mais no cinema brasileiro contemporâneo. Waldir Segundo Curador


PLANTA BAIXA

JAMARY

Clara Martins Hermeto FIC, Cor, H264, 15’, SP, 2021 Classificação Indicativa: Livre

Begê Muniz FIC, Cor, H264, 15’, AM, 2021 Classificação Indicativa: Livre

Direção de Produção: Aline Medeiros e Rafaela Scaff Produção Executiva: Sofia Wickerhauser e Clara Martins Hermeto Roteiro: Clara Martins Hermeto Direção de Arte: Anita Lisboa Fotografia: Bruno Siomi Montagem: Leonardo Priolli Som: Caio Kenji e Natasha Westenberg Edição de Som: Mariana Leão Desenho de Som e Mixagem: Julia Teles Elenco: Beto Schultz

Direção de Produção: Sidney Medina Produção Executiva: Elisa Telles Roteiro, Montagem, Edição de Som e Trilha Sonora: Begê Muniz Direção de Arte: Eliana Andrade Fotografia: Reginaldo Tyson Som: Willian Dauricio Elenco: Julia Cabral, Rosa Maria Malagueta, Elisa Telles, Isabela Catão, Clara de Sousa Leonel, Eduardo Sousa, Alex Lima, Valderes Souza, Moacy Freitas, Jôce Mendes e Begê Muniz

Sinopse: A violência da transformação do espaço urbano de São Paulo atravessada por elementos de terror e ficção científica leve.

Sinopse: Ane passa as tardes brincando nos arredores da floresta com seus primos, até se deparar com o Anhangá, um espírito indígena que rodeia a sua comunidade. Mas ao adentrar mais profundamente na floresta, Ane se depara com uma verdadeira assombração.

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NUNCA MAIS ME VI

AR

Demerson Souza e Laysla Brigatto ANI, P&B, HD, 4’, SP, 2020 Classificação Indicativa: 10 anos

Marcelo Oliveira e William Oliveira FIC, Cor, H264, 10’, PE, 2020 Classificação Indicativa: 14 anos

Direção de Produção e Produção Executiva: Demerson Souza Roteiro: Demerson Souza Direção de Arte e Animação: Laysla Brigatto Montagem: Carlos Pegoraro Som, Edição de Som e Trilha Sonora: Guilherme Gila Elenco: Nina Denobile Rodrigues, Marco Faustino e André Marques Gila Filmografia dos Diretores: Demerson Souza - Mamãe Tem um Demônio (2020). Laysla Brigatto - Sununga (2018).

Roteiro, Fotografia, Direção de Arte, Luz, Som e Elenco: Marcelo Oliveira e William Oliveira Trilha Sonora: Luccas Maia Montagem: William Oliveira Maquiagem: Marcelo Oliveira Tradução em Libras: Eduardo Calisto Filmografia dos Diretores: Boa Vista (2019); Casa Amarela (2019); A Invasão (2020); O Toque (2020); Bom Ar (2021); Varadouro (2021).

Sinopse: No leito de morte, Antônio descobre a crueldade do pós-vida.

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Sinopse: Um artista independente gay está vivendo isolado devido a uma ameaça mortal. Ele tenta escapar do perigo que está cercando sua casa.


UM ESPINHO DE MARFIM

MAGNÉTICO

Luis Fernando Bruno e Isabella Secchin FIC, Cor, H264, 20’, RJ, 2020 Classificação Indicativa: Livre

Cassemiro Vitorino e Ilka Goldschmidt DOC, Cor, FullHD, 25’, SC, 2021 Classificação Indicativa: Livre

Direção de Produção: Mônica Varella Produção Executiva: Amanda Lima Roteiro: Luis Fernando Bruno Direção de Arte: Beli Araújo Fotografia: Lucas Storck Som: Romulo Americano Edição de Som: João Curvelo Trilha Sonora: Victor Pozas e Rafael Langoni Elenco: Rachel Rennhack, Tonico Pereira e Vitor Falcon Filmografia dos Diretores: Casamento no Interior (2019); Hey Jude (2019); Paciência (2020).

Direção de Produção: Ilka Goldschmidt Produção Executiva: Cassemiro Vitorino Roteiro e Montagem: Cassemiro Vitorino e Ilka Goldschmidt Animação: Marília Labes Fotografia: Cassemiro Vitorino Som: Luciano Marafon e Cleiton Fernandes Edição de Som: Leonardo Zanchetta Trilha Sonora: Eduardo B. Florêncio e Francisco F. Madureira Elenco: Ademar Gonçalves, Alvadir Fumagalli, Arlete M. Adriano, Carlos R. Block, Carminda M. A. de Oliveira, Dani P. Mottin, Diva T. Bianchi, Dorisete Muller, Edna K. Block, Elio Ortiz, Enedir Fumagalli, Gesuino Guaranhe, Gilmar J. Guzatto, Jocildo P. de Morais, Mario C. Adriano, Moacir Romanini, Nair Visoli, Neuza Maria F. Muller, Nilse S. Block, Ortencila B. Guisso, Otacílio Muller, Paulo C. dos Santos, Sebastião A. de Oliveira, Teresinha M. R. Piva, Valter J. Mollmann, Volmir Block e Waldemar Visoli Filmografia dos Diretores: Celibato no Campo (2010); O Ritual da Resistência Kaingang (2014); O Goio-en Transbordou (2014); Dom Quixote das Artes (2017); O Salame Vai à Feira (2019); O Poeta de Cordel (2019).

Sinopse: O filme é inspirado no livro de Marina Colasanti “Uma ideia toda azul”, que conta histórias de reis, rainhas, princesas, príncipes, unicórnios, gnomos, cisnes, fadas que revelam fantasias, medos, desejos e outros sentimentos universais presentes na alma humana. Em uma época de transformações velozes, a realidade externa está em constante mudança, mas a interna, feita de medos e fantasias, muitas vezes se mantém inalterada, e é com essa camada mais oculta que dialogam os seres míticos, interagindo com o inconsciente.

Sinopse: A pequena cidade de Ipuaçu, no oeste de SC, é a capital nacional dos agroglifos. Entre outubro e novembro os círculos aparecem. Anoitece e não tem nada. Amanhece e os desenhos estão lá, no meio do trigo. Seres de outros planetas? Em “Magnético”, os seres humanos dão suas versões da história. Afinal, até que provem o contrário, eles existem. | 93



4ª MOSTRA CINEMA DE BORDAS (NÃO COMPETITIVA)


Filmes de bordas: o entrelugar do cinema O cinema pode ser visto sob dupla perspectiva: como uma arte feita com imagens, sons e movimento ou como uma indústria de filmes. Talvez por esse motivo sejam tantas as variantes usadas nas denominações que o rotulam e que nunca se explicam de forma convincente, afinal. Na contramão do chamado cinema comercial e narrativo, por exemplo, os termos alternativos pipocam como cogumelos na chuva: cinema-poesia, cinema de arte, de vanguarda, marginal, independente etc. Esses nomes paralelos permitem ambiguidades e cabem nas mais diversificadas opções de quem queira utilizá-los, seja por necessidade teórica, seja por diletantismo. Por sua vez, cada realizador se apropria do termo que lhe parece mais honorífico, mais nobre, mais apropriado ou mesmo mais rentável à sua produção. Nessa imensidão de variáveis e instáveis, o conceito de Cinema de Bordas atua como uma vertente situada no entrelugar de todas as demais diferentes categorias, podendo nomear filmes que oscilam nas fronteiras das produções cinematográficas, sem determiná-los ou aprisioná-los, mas considerando que são tão valiosos ao apreço crítico quanto é precioso o desejo do cinema, que persiste em quem os faz. Os realizadores do Cinema de Bordas são quase sempre cineastas autodidatas que exercem a profissão de modo alternativo, driblando os preconceitos, as precariedades, a falta de verbas e toda espécie mais de desafios. Os recursos precários e o “periferismo” com que lidam nunca atuam como motivo para desistência. Antes servem como afirmativa de sua condição de autor. Na verdade, os realizadores dos filmes de bordas carregam até mesmo um certo orgulho, uma fidelidade e uma devoção a seu trabalho, ocupando um lugar cultural entre os membros da comunidade a que pertencem. Desse modo, a atitude do Cinema de Bordas pode ser vista como uma recusa à sujeição aos princípios tradicionais acadêmicos ou de mercado.


Assim, é uma alegria registrar, mais uma vez, o generoso reconhecimento do 28º Festival de Cinema de Vitória, que inclui em sua vitrine uma quarta Mostra Cinema de Bordas (não competitiva). Dos três filmes escolhidos, dois deles são representativos daquilo que aparece de mais atual na produção periférica de bordas que se faz no país, pois refletem uma tomada de consciência sobre este momento atormentado por angústias humanas e mergulhado em embates sociais: A Última Porta (2020), do cineasta baiano Milton Santos Jr, radicado em São Bernardo, na Vila São Pedro, retrata a difícil trajetória existencial de um policial civil; Amor Sangue Dor (2020), do cineasta paulista/gaúcho Magnum Borini, é um apanhado metafórico, poético, irônico, alusivo a imagens e sentimentos que o cinema banalizou. O terceiro filme selecionado é o faroeste O Homem Sem Lei (2006), de Seu Manoelzinho. Representa a homenagem desta curadoria a um dos mais importantes realizadores de filmes periféricos de bordas que, até sua morte em 2018, viveu e morou em Mantenópolis, uma pequena cidade ao noroeste do Espírito Santo. Em geral, os filmes de Seu Manoelzinho, feitos com uma velha câmera de vídeo VHS, têm lances melodramáticos que envolvem tramas de amores impossíveis entre jovens de famílias rivais ou casais de namorados separados pela necessidade de partida de um deles; filmes de terror em que pontificam almas penadas de assassinados que rondam casas abandonadas e mal-assombradas; faroestes em que bons moços se transformam em assassinos implacáveis para vingar a morte de entes queridos; mistérios; casos políticos e epidemias de doenças contemporâneas. Por certo, se vivo estivesse, esse legítimo cineasta de bordas estaria a filmar sobre a sombria epidemia que, agora, destroça a humanidade. Bernadette Lyra Curadora


AMOR SANGUE DOR

A ÚLTIMA PORTA

Magnum Borini FIC, Cor, H264, 11’, SP/RS, 2020 Classificação Indicativa: 12 anos

Milton Santos FIC, Cor, HD, 20’, SP, 2020 Classificação Indicativa: Livre

Direção de Produção: Cláudia Borba Produção Executiva: Petter Baiestorf, Alex Racor e Magnum Borini Roteiro: Magnum Borini Direção de Arte: Heloisa Barros Fotografia e Montagem: Aguinaldo Junior Som: Daniel Machline Edição de Som: Aguinaldo Junior e Magnum Borini Trilha Sonora: Edu K Elenco: Aline Szpakowski e Rute Nascimento Filmografia do Diretor: Dudjinka - O Monstro Assassino (2009); Beijo na Morte (Dir: Renato Batarce e Magnum Borini. 2012); O Colecionador de Sacis (Dir: Andriolli Costa e Magnum Borini. 2016).

Direção de Produção: Milton Santos Jr. Produção Executiva: Tamara ká Roteiro, Direção de Arte, Fotografia, Montagem e Edição de Som: Milton Santos Jr. Som: Rubens Nê Viana Elenco: Katyte 1000grau, Sueli Porfírio, Danilo Correa, João Miguel Valencise, Heron Calado, Valzir Badô, João Batista, Neilson Ceará, Tamara ká e Jeniffer Souza Filmografia do Diretor: Bola Dourada (2000); Pirralhos (2002); Realizador de Sonhos (2003); Adotados (2004); Dom Pedro Pirou (2005); Passadismo (2005); Gole (2006); Invasão de Domicílio (2007); Castanhas (2008); Vila São Pedro e Sua Gente (2009); As Aventuras de João Lió (2009); Quando os Bravos Choram (2010); O Casamento de João Lió (2011); Paco: Difícil de Matar (2011); O Cabra Bode (2012); A Testemunha (2013); Vida de Gari (2014); Pé de Cabra (2015); A Lenda do Folha Seca (2016).

Sinopse: Uma misteriosa fotógrafa caminha pela noite paulistana à procura de mais uma vítima para seus clicks. Sensações e sentimentos se fundem em um encontro inusitado.

Sinopse: Lionel, um policial civil linha-dura, reconhecido várias vezes como herói por mandar muitos bandidos para a cadeia, de repente se vê com problemas de depressão, e os sintomas da doença mudam drasticamente sua vida.

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O HOMEM SEM LEI Manoel Loreno FIC, Cor, VHS, 72’, ES, 2006 Classificação Indicativa: 14 anos Direção de Produção: Manoel Loreno Produção Executiva: Manoel Loreno e Televídeo Roteiro: Manoel Loreno Direção de Arte: Wilson Campos Fotografia e Montagem: Junior Lopes Elenco: Manoel Loreno, Aser Airlines, Eloison Pereira, João B. de Jesus Silva, Cezario M. da Silva, Joel B. Furtado, Milton Jeronimo, Aldair José Pereira, Lacir Tomé de Souza, José R. Pires, Silas das Dores Silva, Sebastião Ribeiro, Geraldo Alves, José S. Lopes, Waldirene Rodrigues T., Maria André do Prado, João Jônico, Imaculada Conceição, Jakeline G. de Souza, Vanessa A. Gomes e Poliana da Silva Filmografia do Diretor: A Vingança de Loreno; Loreno, o Gatilho Mais Rápido do Oeste (1 e 2); Loreno Volta para Matar; A Revolta de Loreno (1 e 2); Perseguição Loreno; O Duelo de Loreno; O Sonho de Loreno (1 e 2); Natal Sangrento; Aluguel Assombroso; A Visita do Além; O Espantalho Assassino; A Maldição da Caveira Assassina; O Morto das Sete Cruzes; A Busca do Tesouro; A Maldição da Casa de Vanirinho; O Golpe Fatal de Loreno (1 e 2); A Caça do Avião Perdido; O Amor Proibido; O Rico Pobre VHS; O Rico Pobre Digital; A Vingança de um Apaixonado; O Meu Revólver É a Lei; Na Mira de Loreno; Uma Força para Loreno; A Gripe do Frango; Turma do Jabuti; Manoelzinho É Bom, 2 É Demais. Sinopse: “O Homem Sem Lei” é um faroeste que narra a vingança de Johny, o mocinho do filme, que junta uma tropa e sai à caça do homem que matou o seu pai. | 99



Sessões Especiais


A MATÉRIA NOTURNA

LIMIAR

Bernard Lessa FIC, Cor, HD, 89’, ES, 2021 Classificação Indicativa: 12 anos

Coraci Ruiz DOC, Cor, DCP, 77’, SP, 2020 Classificação Indicativa: 12 anos

Direção de Produção: Maria Grijó Simonetti Produção Executiva: Bernard Lessa, Eduardo Cantarino e Vitor Graize Roteiro e Montagem: Bernard Lessa Direção de Arte: Joyce Castello Fotografia: Safira Moreira Som e Edição de Som: Hugo Reis Trilha Sonora: Lucas Carvalho (C-Afrobrasil) Elenco: Shirlene Paixão, Welket Bungué, Altamir Furlane, Suelly Bispo, Luciene Camargo, André Félix, Luis Gobbi, Angelo Seaway e Melanie de Vales Filmografia do Diretor: Tejo Mar (2013); Sopro, Uivo e Assobio (2015); A Casa Térrea (2017).

Produção Executiva: Julio Matos Assistente de Produção Executiva: Marcinho Zolá Roteiro: Coraci Ruiz e Luiza Fagá Consultoria de Roteiro: Cristina Amaral (DOCSP 2019) Coord. de Pesquisa: Gilberto Alexandre Sobrinho Fotografia: Coraci Ruiz Montagem: Luiza Fagá Assistente de Edição: Augusta Gui Colorista: Tobias Rezende Produção de Finalização: Marcelo Fėlix Trilha Sonora: Natália Mallo Filmografia da Diretora: Saudade, Vídeo-Cartas para Cuba (2005); Outra Cidade (2009); Cartas para Angola (2012); Cartas do Desterro (2014); Pluma Forte (2019).

Sinopse: Jaiane é uma mulher de 30 anos, ela é motorista de aplicativo e canta numa roda de samba. Aissa é um marinheiro moçambicano que, devido a um problema em seu navio, permanece em Vitória por alguns dias. Jaiane experiencia a hostilidade do Brasil contemporâneo, enquanto Aissa se esforça para ter uma experiência real em solo firme.

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Sinopse: “Limiar” é um documentário autobiográfico realizado por uma mãe que acompanha a transição de gênero de seu filho adolescente: entre 2016 e 2019 ela o entrevista abordando os conflitos, certezas e incertezas que o perpassam numa busca profunda por sua identidade. Ao mesmo tempo, a mãe, revelada por meio de uma narração em primeira pessoa e por sua voz que conversa com o filho por detrás da câmera, passa ela também por um processo de transformação que a obriga a romper velhos paradigmas, enfrentar medos e desmantelar preconceitos.


ESPERO QUE TE ENCONTRE E QUE ESTEJAS BEM Natara Ney DOC, Cor, DCP, 84’, PE, 2020 Classificação Indicativa: 12 anos Produção Executiva: Carla Francine e Danielle Villanova Empresas Produtoras: Arrudeia Filmes e MarIlha Produções Produtoras Associadas: Casa de Cinema de Olinda e Alameda Produções Roteiro: Natara Ney Fotografia: Felipe Reinheimer Som Direto: Pedro Saldanha Montagem: Karen Akerman e Mair Tavares Trilha Original: Ricco Viana e Antônio Van Ahn Filmografia da Diretora: Um Outro Ensaio (2010); Cafi (2020); Elza Infinita (2021). Sinopse: Em janeiro de 2011 um lote com 110 cartas de amor foi encontrado em uma Feira de Antiguidades, todas escritas por uma moradora de Campo Grande/MS para o seu noivo no Rio de Janeiro. Durante 2 anos, 1952/53, ela relata sobre a paixão e a distância. A partir desta descoberta, uma investigação se inicia para localizarmos este casal apaixonado e descobrirmos o desfecho do romance. Uma história sobre amor, tempo e memória.

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Marcélia Cartaxo homenageada nacional

Nascida em Cajazeiras, Alto Sertão da Paraíba, Marcélia Cartaxo é um dos grandes nomes da atuação no Brasil. Com quase 40 anos de carreira, a atriz imprime o sonho, a força e a realidade da mulher brasileira em suas atuações. No cinema, ficou conhecida através de personagens que entraram para a história do audiovisual brasileiro. Como não se lembrar de Macabéa, de “A Hora da Estrela”? Marcélia deu vida à ingênua datilógrafa presente originalmente no livro de Clarice Lispector, logo em sua estreia no cinema, no filme dirigido por Suzana Amaral. Dona de um talento irretocável, Marcélia ganhou o mundo e recebeu o Urso de Prata de Melhor Atriz no Festival Internacional de Cinema de Berlim. Vários outros prêmios se seguiram ao longo de sua carreira, à altura do trabalho que desempenhou especialmente nas telonas. Entre suas personagens de destaque, não podemos deixar de lembrar também a prostituta Laurita, de Madame Satã, de Karim Aïnouz; a sonhadora Pacarrete, do filme homônimo de Allan Deberton; e a mãe de Francisco, no longa-metragem Big Jato, de Cláudio Assis. É com muita honra que o 28º Festival de Cinema de Vitória presta homenagem a essa atriz tão importante para a cultura e o cinema brasileiro! Lucia Caus Diretora do 28º Festival de Cinema de Vitória



Margarete Taqueti homenageada capixaba

Diretora, roteirista e produtora, Margarete Taqueti possui uma trajetória múltipla na cena cultural e, em especial, na história do audiovisual do Espírito Santo. Natural da cidade mineira de Aimorés, mudou-se para o Espírito Santo na adolescência. E foi aqui que ela trilhou sua carreira dedicada ao cinema. Ainda na década de 1980, atuou junto ao jornalista e cineasta Amylton de Almeida na adaptação de textos para roteiros de cinema e foi sua assistente de direção. Atrás das câmeras, Margarete chegou a dirigir vários filmes ao longo de sua trajetória, entre eles, sua primeira ficção, o curta-metragem “O Fantasma da Mulher de Algodão” (1995). Mulher de habilidade múltipla e sempre à frente de seu tempo, Margarete, além de dirigir várias produções, dedicou-se a outros tantos filmes assumindo diferentes funções que desempenhou dentro do audiovisual. Consciente da importância sociocultural do cinema, deixou sua marca também como cineclubista e gestora pública, além de ter feito parte da primeira diretoria da ABD Capixaba, fundada em 2000. Com muito orgulho, o 28º Festival de Cinema de Vitória homenageia essa grande colaboradora do cinema capixaba! Lucia Caus Diretora do 28º Festival de Cinema de Vitória


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Premiação – 28º FCV 25ª MOSTRA COMPETITIVA NACIONAL DE CURTAS

10ª MOSTRA FOCO CAPIXABA Troféu Vitória – Melhor Filme (Júri Técnico) Troféu Vitória – Melhor Filme (Júri Popular)

Troféu Vitória – Melhor Filme (Júri Técnico) Troféu Vitória – Melhor Filme (Júri Popular) Troféu Vitória – Prêmio Especial do Júri Troféu Vitória – Melhor Direção Troféu Vitória – Melhor Roteiro Troféu Vitória – Melhor Contribuição Artística Troféu Vitória – Melhor Interpretação

8ª MOSTRA OUTROS OLHARES

11ª MOSTRA COMPETITIVA NACIONAL DE LONGAS

6ª MOSTRA MULHERES NO CINEMA

Troféu Vitória – Melhor Filme (Júri Técnico) Troféu Vitória – Melhor Filme (Júri Popular) Troféu Vitória – Melhor Direção Troféu Vitória – Melhor Roteiro Troféu Vitória – Melhor Contribuição Artística Troféu Vitória – Melhor Interpretação

11ª MOSTRA QUATRO ESTAÇÕES Troféu Vitória – Melhor Filme (Júri Técnico) Troféu Vitória – Melhor Filme (Júri Popular)

10ª MOSTRA CORSÁRIA Troféu Vitória – para os dois melhores filmes (júri técnico e sem ordem classificatória) Troféu Vitória – Melhor Filme (Júri Popular)

Troféu Vitória – Melhor Filme (Júri Técnico) Troféu Vitória – Melhor Filme (Júri Popular)

6ª MOSTRA CINEMA E NEGRITUDE Troféu Vitória – Melhor Filme (Júri Técnico) Troféu Vitória – Melhor Filme (Júri Popular)

Troféu Vitória – Melhor Filme (Júri Técnico) Troféu Vitória – Melhor Filme (Júri Popular)

5ª MOSTRA NACIONAL DE VIDEOCLIPES Troféu Vitória – Melhor Filme (Júri Técnico) Troféu Vitória – Melhor Filme (Júri Popular)

4ª MOSTRA NACIONAL DE CINEMA AMBIENTAL Troféu Vitória – Melhor Filme (Júri Técnico) Troféu Vitória – Melhor Filme (Júri Popular)

3ª MOSTRA DO OUTRO LADO – CINEMA FANTÁSTICO Troféu Vitória – Melhor Filme (Júri Técnico) Troféu Vitória – Melhor Filme (Júri Popular)

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Júri 25ª MOSTRA COMPETITIVA NACIONAL DE CURTAS / 10ª MOSTRA FOCO CAPIXABA André Dib Jornalista, pesquisador e crítico de cinema, com textos publicados em diversos jornais, revistas e livros, entre eles, “100 melhores filmes brasileiros” (2016) e “Trajetória da crítica de cinema no Brasil” (2019). Organizador do livro “Antologia da Crítica Pernambucana: discursos sobre cinema na imprensa” (2020). Realiza oficinas e curadorias para mostras e festivais de cinema. Mestre em Comunicação pela Universidade Federal da Paraíba. Glenda Nicácio Graduada em Cinema e Audiovisual pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). É sóciafundadora da produtora independente Rosza Filmes, fundada em 2011 juntamente com Ary Rosa. Como realizadora audiovisual desenvolve funções como direção geral, direção de arte e direção de produção em longas-metragens de ficção e de documentário. Realizou a direção geral e a direção de arte dos longas-metragens “Café com Café”, “Ilha”, “Até o Fim”, “Voltei”, “Mugunzá” e “Eu Não Ando Só”.

11ª MOSTRA COMPETITIVA NACIONAL DE LONGAS Anselmo Vasconcellos Ator, diretor, escritor e professor da Funarj. Premiado no Brasil e no exterior desde os anos 70, desenvolve carreira artística em todos os veículos de comunicação. Gustavo Cheluje Jornalista de cultura de A Gazeta desde 2001, tendo realizado a cobertura de importantes festivais de cinema nacionais, como Festival de Cinema de Gramado (RS), 110 |

Festival de Cinema de Brasília (DF), Festival de Cinema de Fortaleza (CE), Festival de Cinema de Recife (PE), Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e Festival de Cinema do Rio de Janeiro. Já integrou o júri técnico do Festival de Cinema de Vitória em diversas edições. Antes de A Gazeta, trabalhou como assessor de imprensa e programador cultural do Cine Metrópolis (Ufes). Viviane Ferreira Diretora-presidente da Spcine, advogada, ativista negra e cineasta. Mestre em Comunicação pela Universidade de Brasília (UnB), presidiu a Comissão de Seleção Brasileira 2021 do Oscar®, que escolhe o representante brasileiro na Academia. Professora universitária de Mídia Cinematográfica da ESPM, fundadora da Odun Filmes e uma das fundadoras da APAN, Associação Brasileira dos Profissionais Negros da Indústria Audiovisual. Seu curta “O Dia de Jerusa” (2014) foi selecionado para o Cannes Short Film Corner e posteriormente se tornou o longa-metragem “Um dia com Jerusa” (2020). Em 2021, foi nomeada pelo Most Influential People of African Descent (MIPAD) como uma das 100 Afrodescendentes Mais Influentes do mundo, com menos de 40 anos, na categoria Humanitarismo e Ativismo. A ação faz parte da agenda global da ONU e é uma iniciativa global da sociedade civil em apoio à Década Internacional das Nações Unidas para os Afrodescendentes. Especialista em políticas públicas para a indústria audiovisual, na Spcine lidera o desenvolvimento, o financiamento e a implementação de programas e políticas para os setores de cinema, TV, games e novas mídias.

11ª MOSTRA QUATRO ESTAÇÕES Anderson Bardot Graduado em Cinema e Audiovisual pela Universidade Federal do Espírito Santo. É diretor, produtor e roteirista de Inabitáveis (2020), curta-metragem que estreou no Festival Internacional de Rotterdam e na 23ª Mostra de Cinema de Tiradentes, passando por mais de 68 festivais por todo o mundo e sendo vencedor de 13 premiações.


Em 2021 recebeu o prêmio nos EUA: Outsouth Winner Of The 2021 Emerging Artists Awards. Ary Rosa Graduado no curso de Cinema e Audiovisual pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (20102015) e no curso de Filosofia pela Faculdade Católica de Pouso Alegre (2006-2008). Diretor, Roteirista, Diretor de Som e Produtor Executivo do filme longa-metragem de ficção “Ilha” (2018), vencedor dos prêmios de Melhor Roteiro (Ary Rosa) na Mostra Competitiva do 51º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro; Melhor Filme de Longa-Metragem na Mostra Novos Rumos no 20º Festival do Rio; Melhor Roteiro (Ary Rosa) no 26º Mix Brasil. É roteirista, diretor-geral, produtor executivo, diretor de som do filme de longa-metragem “Café com Canela” (2017), vencedor dos prêmios de Melhor Filme pelo Júri Popular e Melhor Roteiro (Ary Rosa) no 50º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Gabriel Lodi Ator, dublador e transativista. Começou sua carreira na companhia Satyros de Teatro, onde atuou nas três peças da “Trilogia Anti Patriarcal”, além de uma montagem independente da peça “Agridoce”, de Zen Salles. Na TV fez parte de duas séries nacionais, uma na HBO, a “Todxs Nós”, e na produção independente, também com temática LGBTQIA+, “Seus Olhos”, disponível pela Amazon Prime. No cinema está no elenco principal do novo filme da diretora Eliane Caffé, “Para Onde Voam as Feiticeiras”, que acaba de receber o prêmio de melhor filme no QueerPorto de Portugal. Como dublador fez a locação da voz do primeiro protagonista trans na história dos games, no storytelling “Tell Me Why”, da Microsoft, além de dublar alguns outros talentos da Netflix e outros estúdios.

10ª MOSTRA CORSÁRIA Daniela Zanetti Professora do curso de Comunicação Social – Cinema e Audiovisual da Universidade Federal do Espírito

Santo (UFES). Doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Coordenadora do Grupo de Pesquisas Cultura Audiovisual e Tecnologia (CAT). É autora do livro “O Cinema da Periferia: narrativas do cotidiano, visibilidade e reconhecimento social” (E-Livros/ Edufba) e co-organizadora de “Comunicação e Territorialidades: poder e cultura, redes e mídias” (Edufes) e “Minorias Midiatizadas: gêneros, etnias e territórios” (Ed. UFPel). Gabriele Stein Jornalista formada pela Faculdades Integradas São Pedro (Faesa - ES). Atua na área de Direção e Edição desde 2010, quando também formou-se em Direção Cinematográfica pela Academia Internacional de Cinema de São Paulo (AIC-SP). Assina a direção do curta-metragem “Delete Love” (2012) e “Míope” (2014). Assina a edição e finalização dos documentários “Homens” (2011), de Lúcia Caus, e “Cavalo Ferro” (2013), de Gui Castor, e da série da Multishow “Tá Gostando do Show” (2015), um documentário de 12 episódios sobre o Circo Voador, casa de shows no Rio de Janeiro. Sebastião Ribeiro Filho – Tião Xará Natural de Castelo (ES), formado em Direito pela Ufes, com especialização em Direito Ambiental pela Universidade do Amazonas. Participante do Cineclube Universitário, fundador e primeiro Presidente da Federação de Cineclubes do Espírito Santo. Autor dos livros “ARDORARTE”, de poesia, “Casas de Muqui”, de fotos e textos, “Belezas Naturais do Espírito Santo”, de fotos, textos e mapas, e “Queda Livre”, de poesia. Na área de fotografia, realizou exposições individuais e participação em coletivas. Músico, com composições gravadas e participação em festivais. Na área do audiovisual, autor do roteiro, música e diretor do curta “O Homem que Sonhava Fotografia,” participação na direção coletiva e produção do documentário “Imprensados: A Luta Pelo Território Quilombola do Sapê do Norte-ES”, produção de 3 vídeos de Cloves Mendes e autor de roteiros ainda inéditos. | 111


8ª MOSTRA OUTROS OLHARES Bárbara Cazé Mulher negra, baiana e mãe de Joaquim. É Pedagoga, Mestra em Educação e doutoranda em Educação na UERJ. Idealizadora e coordenadora do Cineclube Afoxé e do Festival Cinema Também é Quilombo. Organizadora do livro “Mulheres Negras na Tela do Cinema”, publicado em 2020 pela Editora Pedregulho. É também realizadora audiovisual tendo o seu curta “Réplica” eleito melhor filme pelo Júri Popular na Mostra de Cinema Independente da ABD Capixaba em 2020. Emilia Silveira Diretora, roteirista e produtora, dirigiu cinco longas documentais: “Setenta” (2014) e “Galeria F” (2016) sobre fatos ligados à ditadura civil-militar; “Silêncio no Estúdio” (2017), sobre a jornalista, escritora e apresentadora Edna Savaget; “Tente Entender o que Tento Dizer” (2018), sobre pessoas que vivem com HIV; e o filme “Callado”, lançado em 2021, que se aproxima da vida e da obra de um dos mais importantes nomes da literatura brasileira, Antonio Callado. Para a TV, dirigiu as séries “Histórias de um Tempo de Guerra” (Canal Brasil), “Tá no Quadro” e “Expedição Água” (TV Globo). Já na GloboNews, dirigiu séries sobre Bossa Nova, Tom Jobim e Cartola. Seus próximos projetos para o cinema e plataformas de streaming são o documentário “Sem Saída”, que trata do sistema carcerário feminino, e a série de ficção, baseada em fatos reais, “Primeira Página”. A temporada de abertura, intitulada “Feliz Aniversário”, aborda a atuação de grupos neonazistas no país. Como jornalista, foi repórter do Jornal do Brasil, de O Globo, além de editora e editora-chefe de telejornais, programas e eventos no Departamento de Jornalismo dos Canais Globo. Na área de Entretenimento da mesma TV Globo, foi diretora, autora e diretora-geral de programas musicais, especiais e transmissões ao vivo. É sócia da produtora 70 Filmes.

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Susanna Lira Cineasta, pós-graduada em Filosofia, Direito Internacional e Direitos Humanos, com especialização em biopolítica criminal. É Mestranda em Psicanálise. Atualmente é diretora-geral da série de ficção de 10 episódios “Não Foi Minha Culpa”, da Disney, e está finalizando a série “Casão, Num Jogo Sem Regras” (Globoplay). Criou e dirigiu quatro temporadas da série de ficção “Rotas do Ódio” para a Universal/ NBC e Globoplay. Também dirigiu as séries “O Tempo que a Gente Tem” (GNT); “Por um Respiro” (Globoplay); “Outros Tempos” (HBO); “Linhas Negras” (CINEBRASILTV); “Mulheres de Aço” (GNT); “Em Busca do Pai” (GNT); “Mulheres em Luta” (GNT); entre outras. Já dirigiu 15 longas-metragens e dezenas de curtas. Entre seus filmes de maior destaque estão: “A Mãe de Todas as Lutas” (2021); “Prazer em Conhecer” (2020); “Torre das Donzelas” (2018); “Mussum, um Filme do Cacildis” (2018); “Legítima Defesa” (2017); “Clara Estrela” (2017); “Intoler Ncia.Doc” (2016); “Mataram Nossos Filhos” (2016); “Levante!” (2015); “Damas do Samba” (2015); “Porque Temos Esperança” (2014); “Uma Visita para Elizabeth Teixeira” (2011); “Positivas” (2010); “Contracena” (2009); “C Mera, Close!” (2005). Ao longo de 20 anos de carreira, trabalhou para os principais veículos de comunicação, entre eles: Disney, Globoplay, HBO, Universal Channel, Al Jazeera, TV Globo, Canal GNT, TV Cultura, TV Brasil, Canal Futura, SESCTV, TV CAMARA, Cinebrasil TV, Canal Curta, Fashion TV e Multishow. Tem uma longa e reconhecida carreira como documentarista, tendo sido inclusive homenageada em vários países: no Festival de Cine Independente de Mar del Plata 2016, na Argentina, com a mostra “Susanna Lira - Hasta el limite”; no Festival Tenemos que Ver, no Uruguai, em 2018, e no Festival FEMCINE, no Chile, em 2019.

6ª MOSTRA CINEMA E NEGRITUDE Marina Ferreira Formada em Cinema e Audiovisual pela ESPM, atua no mercado audiovisual latino como produtora


audiovisual e tem um foco na divulgação e construção de políticas públicas audiovisuais. Rogério Sagui Rogério do Livramento Silva, conhecido como Rogério Sagui, é um muiltiartista da cidade de Poções, no sudoeste da Bahia. Ele transita entre a música, a dança e as manifestações populares de sua região. Rogério se encontrou no cinema e atua como roteirista, diretor e produtor em seus filmes. Ele ganhou destaque na sua primeira produção, o curta-metragem documental “As Memórias de um Quilombo Vivo”, de 2019. Agora, Sagui acaba de lançar o “Rosa Tirana”, seu primeiro longa-metragem, já premiadíssimo no cenário nacional e internacional, que conta com participações do grandioso ator José Dumont e da maravilhosa cantora Elba Ramalho. É graduado em Serviço Social e escolheu o cinema para contar histórias universais, através de narrativas baseadas em uma estética poética e onírica. O cinema traz uma paz enorme para a sua alma, faz com que ele consiga transitar por vários segmentos artísticos e condensar todos eles em um balaio de sons e imagens. Yasmine Evaristo Mineira, de Belo Horizonte, onde reside. Bacharel em Artes Plásticas pela Escola Guignard, atualmente é graduanda em Letras – Tecnologia da Edição no CEFET-MG. Pesquisa Cinema Fantástico, com ênfase em cinema de terror e horror, bem como representação e representatividade de pessoas negras no cinema. É crítica de cinema e criadora de conteúdo nos sites Music Non Stop e Clube da Poltrona, assim como cofundadora e crítica no site Longa História.

6ª MOSTRA MULHERES NO CINEMA Flavia Guerra Documentarista e jornalista. Formada em jornalismo pela ECA-USP, tem mestrado em Direção de Documentário e Cinema na Goldsmiths - University of London. É editora e apresentadora do podcast Plano Geral (@planogeral_

podcast) e cobre os principais festivais internacionais de cinema para o Canal Brasil. Apresenta a coluna Cinema na rádio Band News FM. Em documentários e cinema, já roteirizou, narrou, produziu, dirigiu diversos projetos. Produziu e dirigiu “Karl Max Way” (premiado no Festival É Tudo Verdade 2010); foi coprodutora e assistente de direção de curtas como “O Caminhão do Meu Pai” (préfinalista ao Oscar 2015, de Maurício Osaki); roteirizou e narrou a série “Brasil Visto do Céu” (Gullane Filmes e da Francesa Arte). Foi pesquisadora e roteirista do longa “Em Busca da Cerveja Perfeita” (2019), de Heitor Dhalia. É codiretora de “Poemaria” (www.poemaria. com.br). Como jornalista, atuou como repórter de Cultura de O Estado de S. Paulo por 15 anos. Cobre os principais eventos de cinema do mundo, tais como Cannes, Berlim, Veneza e Sundance, para o Canal Brasil. Atuando também como curadora, já integrou júris e também comissões de seleção de diversos concursos, editais e festivais, como o Festival de Gramado, Festival de Cinema Brasileiro de Miami, entre outros. Em 2019, integrou a comissão de seleção de longas do Festival de Brasília; em 2021, foi júri do Festival Cine Esquema Novo, além de curadora do festival CineAlter. É curadora do Feed Dog - Festival Internacional de Documentários de Moda. Em 2020 e 2021, produziu e apresentou a série de poscasts “Era Uma Vez São Paulo – 10 Anos Depois” do CineSesc. Também conduziu entrevistas e apresentou as cerimônias de abertura e encerramento da Mostra Ecofalante de Cinema, além de apresentar também a abertura e o encerramento do Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo - Curta Kinoforum; conduziu entrevistas com personalidades importantes do cinema internacional para o Projeto Paradiso. Integra o Coletivo Mais Mulheres do Audiovisual e o Elviras - Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema, além da Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema). Liz Donovan Graduada em Desenho Industrial pela UFPE, é fotógrafa de still, tendo atuado no mercado publicitário de Pernambuco por mais de 15 anos. No cinema, é curtametragista premiada nas categorias de Roteiro e Direção pelos títulos “Tapacurá”, “Brennand de Ovo | 113


Omnia” e “Isabel”. Reside na Ilha de Florianópolis, onde está vinculada ao Departamento de Artes da UFSC e ao NEEDRAM. Tamyres Batista Poeta e educadora negra nascida na diáspora. Cientista social e cineclubista, integra os coletivos Cineclube Nome Provisório e Teresa de Benguela. Nos últimos anos tem se dedicado a investigar a potência da palavra na poesia, na prosa e também na escrita dramática, integrando o coletivo “Elas tramam”, espaço de criação e difusão de escrita dramatúrgica feita por mulheres no Espírito Santo, e também participando da sala de roteiro da websérie “Balada” (2021). “Ela tem lutado para garantir o direito de fabular e habitar dentro do próprio sonho.”

5ª MOSTRA NACIONAL DE VIDEOCLIPES André Prando Um dos principais nomes da música no Espírito Santo e, aos poucos, ganha espaço no cenário nacional. Com voz e identidade marcantes, canta suas composições e chama atenção por sua performance visceral, composições que estimulam o pensamento crítico e que causam fácil identificação ao ouvinte. Seu trabalho atual é o EP “Calmas Canções do Apocalipse” (2020). Um trabalho pensado e produzido durante o período de isolamento social causado pela pandemia da Covid-19. São duas composições (uma em parceria com Luiz Gabriel Lopes e outra em parceria com a banda Biltre) e uma releitura de Belchior, a atualíssima “Clamor no deserto”. O EP conta ainda com participações especiais, com destaque para Rick Ferreira, que gravou guitarra e pedal steel na primeira faixa – guitarrista lendário que gravou em discos de Raul Seixas, Belchior, Erasmo Carlos, Zé Ramalho, entre muitos outros. Possui outros três trabalhos de estúdio: “Vão” (2014); “Estranho Sutil” (2015) e “Voador” (2018) – álbum que marca o início da distribuição digital do artista pela Sony, com produção de Jr Tostoi (Lenine) + 114 |

Henrique Paoli. O álbum teve destaque em algumas listas de “melhores lançamentos de 2018” e foi um trabalho de grande aceitação do público e da crítica. Com “Voador”, o artista se apresentou no Rock in Rio em 2019. Daniel Morelo Nasceu em Vitória, é comunicólogo com ênfase em publicidade e propaganda e pós-graduado em planejamento estratégico de comunicação, licenciado em filosofia e estudante de artes visuais e música. Entre os principais projetos em que atua, estão o Formemus, o Marien Calixte Jazz Music Festival, os programas de rádio diários Sorvetinho FM e Sorvetinho BR na Universitária 104,7 FM, todos produzidos pela MM Projetos Cultuais. Foi conselheiro municipal e estadual de cultura entre 2012 e 2019. Marina Abranches Artista visual capixaba que une de modo potente uma linguagem moderna com a delicadeza das condições ordinárias: há um olhar sobre o sensível enlaçado com as possibilidades infinitas das condições de pós-produção. A dicotomia desses fatores a permite construir um percurso rico. Já há 8 anos no mercado audiovisual, forma junto a Gustavo Martins a dupla MAGU, que conta com um amplo portfólio publicitário e, ainda, reconhecimento internacional por meio de projetos pessoais, alcançando título de Staff Pick em uma de suas obras. Formada em fotografia, tem como premissa criar com um discurso imagético as narrativas que se impõem, tanto de ordem intimista quanto diante do processo criativo existente para seu trabalho como diretora de cena e diretora de fotografia. Ocupando os cargos descritos e ainda compondo toda a cadeia de pós-produção, é uma das poucas diretoras mulheres do estado, sendo referência não apenas diante de sua condição de gênero, mas também diante da sua sexualidade. Como mulher lésbica, sua visibilidade torna-se política, sendo uma figura importante para a expansibilidade inerente à questão da representatividade LGBTQI+.


4ª MOSTRA NACIONAL DE CINEMA AMBIENTAL Antonio Claudino de Jesus Médico, professor aposentado da Ufes, gestor público, cineclubista, realizador e produtor cultural, iluminador cênico, ator e diretor teatral. Foi presidente do Conselho Nacional e da Federação Internacional de Cineclubes, membro do Conselho Nacional de Cinema e da Embrafilme, do Conselho da Secretaria do Audiovisual e dos Conselhos Municipal de Cultura de Vila Velha e do Estadual de Cultura. Sócio-fundador da ABCD - ES, tendo sido seu VicePresidente, do Conselho Nacional de Cineclubes e da Organização dos Cineclubes Capixabas. Atualmente é Secretário Adjunto para América Latina da Federação Internacional de Cineclubes. Fernanda Couzemenco Jornalista socioambiental. A Floresta é seu foco principal de trabalho. Desde a publicação da primeira reportagem, em 1998, o fascínio pela diversidade da vida a fez trilhar um caminho próprio, aprendendo na prática a utilizar o Jornalismo como ferramenta de proteção da natureza, em especial nos domínios do bioma Mata Atlântica. Escolha que tem sido praticada por meio de reportagens impressas, eletrônicas, videodocumentários e trabalhos diversos de educomunicação ambiental, e reconhecida por premiações em âmbito estadual, nacional e internacional. Martha Tristão Professora titular do Programa de Pós-Graduação em Educação da Ufes/ES. Coordena o Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa e Estudo em Educação Ambiental (NIPEEA) do Centro de Educação da Ufes. Pesquisadora das relações entre o lugar, as culturas e as produções narrativas de comunidades e escolas, processos de interdependência natureza/cultura e de descolonização do pensamento. Publicou vários artigos em revista e periódicos, livros e capítulos de livros. Atua e integra vários movimentos e

organizações não governamentais na defesa do meio ambiente e da educação.

3ª MOSTRA DO OUTRO LADO - CINEMA FANTÁSTICO Amanda Luvizotto Arquiteta, crítica de cinema formada pela AIC-RJ, pesquisadora e curadora formada pela Abbracine. Escreve para diversos veículos, como Almanaque Virtual, Canal Claquete, Revista Exibidor, Críticos.com, e é cocriadora da página @3locadas no Instagram. Faz parte do grupo Mulheres no Terror, formado por Raphaela Ximenes. Carissa Vieira Cineasta e roteirista formada pela UFPE. Produz conteúdo sobre tropos narrativos e estereótipos, especialmente os que são voltados para negritude e questões de gênero, com foco no cinema de horror. Monica Trigo Gestora Cultural. Foi Secretária de Cultura de Paulínia e Ilha Comprida; Chefe da Representação do Ministério da Cultura nos Estados da Bahia e Sergipe; e Diretora de Desenvolvimento e Promoção do Audiovisual do estado de Minas Gerais. Compõe júris técnicos e curadorias de festivais nacionais e internacionais de cinema, é parecerista e realizadora de festivais de cinema. Atualmente preside a FANTLATAM – Alianza Latinoamericana de Festivales de Cine Fantastico, representando o Brasil.

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Agradecimentos ABD/ES Abraccine Adriane Nunes Alexandre Benon Alfredo Bertini Alisson Prodlik Allan Deberton Altair Caetano Amanda Luvizotto Anderson Bardot André De Biase André Dib André Prando André Saddy Andreia Lopes Andy Malafaia Angela Buaiz Anselmo Vasconcellos Antonio Claudino de Jesus Antonio Leal Ariadne Mazetti Armando Babaioff Ary Rosa Banestes Bárbara Cazé Barral Lima Beatriz Lindenberg Bel Kutner Bernadette Lyra Bertrand Lira Café Lindenberg Canal Brasil Cariê Lindenberg in memorian Carissa Vieira Carla Buaiz Carolina Ruas 116 |

Cézar Baptista in memorian Christian Petermann in memorian Cláudia Cabral Cristina Rio Branco Daniel Morelo Daniela Fernandes Daniela Zanetti David Tygel Diego de Jesus Edilson Pedrini Edina Fujii in memorian Edson Francisco do Rosário Eduardo Fachetti Elynes Soares in memorian Emília Silveira Ériton Berçaco Erly Vieira Jr Fabrício Noronha Fernanda Borel Fernanda Cozumenco Festival do Rio Filippo Pitanga Financial Contabilidade Flavia Guerra Flavio Figueiredo Assis Fórum dos Festivais Gabriel Lodi Gabriela Nogueira Gabriele Stein Gilberto Alexandre Sobrinho Gisele Arantes Giselle Goldine Tiso Glenda Nicácio Governo do Estado do Espírito Santo Gustavo Cabral Vieira Gustavo Cheluje Heber Trigueiro Hegli Lotério Herta Torres


Hsu Chien Instituto Marlin Azul Itamar Palauro Jacob Santos Delbone João Guilherme Delbone Vieira Johnny Hooker Jorge Bodanzky José Amarildo Casagrande José Regio Sallas in memorian José Roberto Santos Neves José Roberto Torero Joyce Castello Jussan Silva Kassandra Brandão Katia Adler Leila Bourdoukan Lena Cogo Lenise Loureiro Lívia Corbellari Liz Donovan Luciane Ventura Luiz Carlos Lacerda Luiz Paulo Vellozo Lucas Marcélia Cartaxo Marcelo Siqueira Marcio Rosário Marcos Frizera Marcoz Gomez Margarete Taqueti Maria Alice Lindenberg Maria Gladys Maria Grijó Simonetti Maria Virginia Casagrande Marina Abranches Marina Ferreira Martha Tristão Matheus Nachtergaele Miguel Delbone Vieira Monica Trigo

Natara Ney Nonato Freire in memorian Orlando Bonfim in memorian Orlando da Rosa Farya Otto Guerra Palavra! Assessoria de Comunicação Paulo Hartung Rede Gazeta Rede Tribuna Rede TV Renata Rasseli Renato Casagrande RF Assessoria de Comunicação Rodrigo Cerqueira Rodrigo de Oliveira Rogério Sagui Rose Frizzera Saskia Sá Sebastião Filho – Tião Xará Sérgio Blank in memorian Sérgio Sanz in memorian Sesi Cultural Silvio Alencar Simone Marçal Suellen Vasconcelos Susanna Lira Tamyres Batista Costa Tiago Minamisawa Tower Web Unimed Vitória Vip Van Viviane Ferreira Wilson Nunes in memorian Yasmine Evaristo Zéu Britto Zezé Motta

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Ficha Técnica

Realização Galpão Produções IBCA - Instituto Brasil de Cultura e Arte Direção Lucia Caus Coordenação Executiva Larissa Caus Delbone Vieira Fran de Oliveira

Produção Gabi Nogueira Guilherme Rebêlo Renata Moça

Identidade Visual, Projeto Gráfico e Design Gustavo Binda Comunicação, Assessoria de Imprensa e Redes Sociais Leonardo Vais Miguel Filho

Comissão de Seleção Mostra Competitiva Nacional de Longas Leila Bourdoukan Gilberto Alexandre Sobrinho

Comissão de Seleção Mostra Competitiva Nacional de Curtas, Mostra Quatro Estações, Mostra Foco Capixaba, Mostra Corsária e Mostra Outros Olhares Erly Vieira Jr Flavia Candida Ursula Dart Waldir Segundo

Comissão de Seleção Mostra Cinema e Negritude Gilberto Sobrinho Flavia Candida

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Comissão de Seleção Mostra Mulheres no Cinema Bárbara Maia Cazé Hegli Lotério Saskia Sá

Comissão de Seleção Mostra Nacional de Videoclipes Luiz Eduardo Neves Suellen Vasconcelos

Comissão de Seleção Mostra Nacional de Cinema Ambiental Jefferson de Alburquerque Junior Margarete Taqueti

Comissão de Seleção Mostra Do Outro Lado – Cinema Fantástico Waldir Segundo

Comissão de Seleção Mostra Cinema de Bordas Bernadette Lyra Lívia Corbellari

Programação do Site Silvio Alencar Fotógrafo Levi Mori

Editoração Material Gráfico Gustavo Binda Reportagem Caderno Homenageado Nacional Leonardo Vais Paulo Gois Bastos

Reportagem Caderno Homenageado Capixaba Leonardo Vais Paulo Gois Bastos Projeto Editorial dos Cadernos Lucia Caus e Paulo Gois Bastos


Editoração e Finalização dos Cadernos Gustavo Binda

Vinheta do Festival Ariane Piñeiro

Revisão de Conteúdo e Memorial Patricia Galleto

Coordenação Júri Renata Moça Mediação dos Debates Filippo Pitanga Viviane Pistache Waldir Segundo

Conferência e Testes de Cópias Cora Made Fran de Oliveira Produção dos Programas Studiovix Iluminação e Cenografia Vitor Lorenção e Gustavo Senna

Libras Miriã Schaydegger

Troféu Vitória Andrius Machado Brena Ferrari

Foto e Tratamento do Troféu Vitória Thiago Christo Vitor Nogueira

Plataforma de Exibição InnSaei.TV

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Outros Projetos

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TENDA LAB A TendaLab: Mostra de Criatividade, Sustentabilidade e Formação Cultural, realizada de 23 a 25 de abril de 2021 no canal do Festival de Cinema de Vitória no YouTube, teve como proposta estimular e aquecer a produção cultural nas cidades através de diversas linguagens artísticas. A atividade reuniu apresentações musicais exclusivas, retrospectiva das três primeiras edições da Mostra de Videoclipes (originalmente exibidas no Festival de Cinema de Vitória), lançamento da Revista Tenda e exposição fotográfica digital, além da participação do ator e cantor Silvero Pereira. Na abertura do evento, Silvero Pereira fez uma homenagem ao conterrâneo Belchior, no mês em que completaram quatro anos da sua morte. Ao lado da Banda Paralela, formada especialmente para essa apresentação pelos músicos capixabas Fepaschoal, Brunu Chico e Natália Arrivabene, eles apresentaram o show inédito Tributo a Belchior, com clássicos do cantor. A programação musical da TendaLab foi selecionada por meio de chamamento público e apresentou um recorte da produção musical do Espírito Santo. Foram três apresentações, com a participação da banda Zé Maholics, a cantora Eloá Eler e o cantor e compositor Juliano Gauche.

Além disso, foi lançada a Revista Tenda. A publicação reúne cinco artigos inéditos, selecionados por meio de chamamento público, que abordam aspectos da produção cultural no Espírito Santo: “Carne Viva, Corpo que Resiste: A Poesia de Lívia Corbellari”, de Wagner Silva Gomes; “Para Lembrar-se Sempre Outra Vez de Haydeé Nicolussi”, de Guilherme Medeiros; “O Agora é uma Ruína”, de Rafaela Germano Martins; “O Sonho Kyneklubysta”, de Sebastião Ribeiro Filho; e “Lei de Incentivo à Cultura Pede Passagem no ES”, de Marcelo Lages. A revista, que pode ser acessada gratuitamente pela internet, também traz perfis dos músicos que se apresentaram na TendaLab, além de informações sobre os filmes da retrospectiva da Mostra de Videoclipes e sobre a Exposição Fotográfica Digital, que foi resultado do Laboratório Criativo de Fotografia, coordenado pelo cineasta e fotógrafo Bernard Lessa, no mês de março deste ano. Este projeto contou com recursos da Lei Aldir Blanc, via Edital de Seleção de Projetos e Concessão de Prêmio Artes Integradas 2020, por intermédio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult ES), direcionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal.

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ITINERÂNCIA FEMININA

MOSTRA MULHERES NO CINEMA ITINERÂNCIA FEMININA MOSTRA MULHERES NO CINEMA Através do canal do YouTube do Festival de Cinema de Vitória, foi apresentada a Itinerância Feminina - Mulheres no Cinema, que levou para o público um recorte da produção feminina no audiovisual brasileiro no dia 14 de julho de 2021. Essa sessão especial exibiu oito curtas-metragens que apresentam diversos aspectos das vivências e lutas femininas no mundo contemporâneo. Produtoras Associadas

Secretaria da Cultura

Para Saskia Sá, curadora dessa edição retrospectiva, “pensar e escrever sobre o cinema realizado por mulheres é criar um território para que mundos ainda não visíveis sejam narrados. Toda a minha vivência cineclubista me mostrou que o filme se faz no encontro onde afeta as vidas”. Os filmes exibidos foram Dentro de Casa, de Yasmin Nolasco, que traz uma protagonista negra que sofre gaslighting do companheiro; Revejo, de Láisa Freitas, que é uma investigação da própria diretora sobre a sua negritude; Mc Jess, de Carla Villa-Lobos, sobre uma poeta negra que encontra na arte uma forma de se expressar e superar suas inseguranças; Em Busca de Lélia, de Beatriz Vieirah, que trata da busca pela ancestralidade inspirada na história da filósofa e antropóloga Lélia Gonzalez; Fofa, de Flora Pappalardo, sobre a ressignificação de corpos gordos; Deus te dê Boa Sorte, de Jaqueline 122 |

Farias, um recorte sobre a vida das mulheres parteiras da comunidade indígena Pankaru; Afeto, de Gabriela Gaia Meirelles e Tainá Medina, que utiliza a linguagem experimental para olhar a cidade e sua arquitetura no embate com os corpos femininos; e Esmalte Vermelho Sangue, de Gabriela Altaf, que se apropria do discurso publicitário para traçar um paralelo entre a violenta modelagem dos corpos e as violências cotidianas dos relacionamentos abusivos. Todos os filmes ficaram disponíveis por dois meses após a primeira exibição. A Mostra Mulheres no Cinema, janela exibida dentro da programação do Festival de Cinema de Vitória há seis anos e que deu origem a esse projeto, abre espaço exclusivo para mulheres realizadoras e intenciona dar destaque ao trabalho de mulheres no mercado cinematográfico brasileiro, propiciando o debate sobre questões de gênero e evidenciando discursos de empoderamento e questionamentos sobre a igualdade de direitos no contexto social contemporâneo, através de suas produções. As curadoras dessa mostra são Saskia Sá, Bárbara Cazé e Hegli Lotério. Este projeto contou com recursos da Lei Aldir Blanc, via Edital de Seleção de Projetos e Concessão de Prêmio “Cultura Digital” - Apoio à Produção de Conteúdos Digitais no Estado do Espírito Santo, por intermédio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult ES), direcionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal.


SEMINÁRIO MOSTRA FOCO CAPIXABA A Mostra Foco Capixaba tem a proposta de incentivar e valorizar o cinema produzido no Espírito Santo, sendo uma janela exclusiva para curtas-metragens capixabas dentro da programação do Festival de Cinema de Vitória. Com o objetivo de aprofundar a reflexão sobre a produção local, tendo como recorte a última década, foi realizado, então, o Seminário Mostra Foco Capixaba - Recorte 10 anos, de 20 a 22 de julho deste ano no Canal do YouTube do Festival de Cinema de Vitória. Na programação, estiveram presentes as palestras “Cinema: Política e Identidade”, com a cineasta, roteirista e escritora Saskia Sá; “Modos de Produção do Cinema Capixaba”, com o produtor audiovisual, editor e curador Waldir Segundo; e “Cinema Capixaba - Reflexos do Passado e Apontamentos para o Futuro”, com o cineasta, escritor e doutor em Comunicação e Cultura Erly Vieira Jr. O Seminário Mostra Foco Capixaba - Recorte 10 anos foi voltado para realizadores, produtores, jornalistas, estudantes e público em geral interessado na produção audiovisual. As inscrições para a participação no evento foram gratuitas. Este projeto contou com recursos da Lei Aldir Blanc, via Edital de Seleção de Projetos e Concessão de Prêmio Artes Integradas 2020, por intermédio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult ES), direcionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal. | 123


PANORAMA DIVERSIDADE - 27 ANOS DE FESTIVAL DE CINEMA DE VITÓRIA A proposta do Panorama Diversidade – 27 Anos de Festival de Cinema de Vitória foi apresentar um recorte de quase três décadas do Festival de Cinema de Vitória por Realização meio do seu principal produto: os filmes. O projeto foi realizado em 24 de fevereiro de 2021 em formato on-line e gratuito no Canal do Youtube do evento, e seguiu disponível ao público até o dia 26 de março deste ano. A programação também ofereceu um minicurso voltado para a produção e o lançamento de uma revista on-line. Secretaria da Cultura

No total, foram exibidos 20 curtas-metragens que apresentaram um recorte simbólico da produção audiovisual no Brasil ao longo dos últimos 27 anos. A programação foi dividida em três programas: Mostra Panorama Brasil; Mostra Panorama Espírito Santo; e Mostra Panorama Diversidade. As mostras tiveram a curadoria do cineasta, escritor e pesquisador na área audiovisual Erly Vieira Jr e do produtor audiovisual Waldir Segundo. A Mostra Panorama Brasil apresentou cinco filmes que focam na pluralidade apresentada na programação do Festival de Cinema de Vitória que, ao longo dos anos, exibiu filmes com temas, gêneros e realizadores diversos; a Mostra Panorama Espírito Santo apresentou um recorte da produção local a partir da seleção de sete curtas; e fechando a seleção, foram exibidos oito filmes com foco na diversidade sexual e de gênero na Mostra Panorama Diversidade. 124 |

Como parte da programação do Panorama Diversidade – 27 anos de Festival de Cinema de Vitória foi ofertado, de 1º a 3 de março deste ano, o Laboratório Criativo Tecnologias Sociais nos Festivais de Cinema. O curso on-line tratou, em três aulas, das etapas que levam à construção de um festival de cinema. As aulas foram sobre produção - com foco em gestão de projeto -, mobilização comunitária e produção executiva. Foram 20 vagas para participantes e 100 para ouvintes com inscrição prévia. Os facilitadores do curso foram o produtor e realizador Fran de Oliveira, o produtor e projetista cultural Guilherme Rêbelo e a advogada e produtora executiva do Festival de Cinema de Vitória e diretora do Instituto Brasil de Cultura e Arte (IBCA), Larissa Delbone. Além das exibições e do curso foi lançada a Revista Panorama. A publicação reuniu os textos da curadoria sobre as três mostras exibidas dentro do Panorama Diversidade e as fichas técnicas completas dos 21 filmes que fizeram parte da programação. A identidade visual do projeto utilizou a obra do artista plástico Hélio Coelho e foi idealizada pelo designer Gustavo Binda. Este projeto contou com recursos da Lei Aldir Blanc, via Edital de Seleção de Projetos e Concessão de Prêmio Artes Integradas 2020, por intermédio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult ES), direcionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal.


MOSTRA QUATRO ESTAÇÕES 10 ANOS A Mostra Quatro Estações é uma janela audiovisual do Festival de Cinema de Vitória que aborda há 11 anos as vivências da comunidade LGBTQIA+. Para celebrar esse espaço diverso e pioneiro de exibição no Espírito Santo foi realizada, antes mesmo da 28ª edição do Festival, a Mostra Quatro Estações - 10 Anos. Nos dias 26 e 27 de junho, no canal do YouTube do Festival de Cinema de Vitória, foram exibidos dez curtas-metragens, divididos em duas sessões (que ficaram disponíveis por 30 dias), com classificação indicativa de 18 anos.

além de compreender um pouco mais do impacto dessa produção no contexto do cinema brasileiro atual. Foram exibidos os filmes: Meninos do Arco-Íris, de Herbert Bastos e Lamartine Neto; Convictas, de Kamila Barbosa Ferreira; Wonderfull – Meu Eu Em Mim, de Dário Júnior; Azul Vazante, de Júlia Alquéres; Quem Tem Medo de Cris Negão?, de René Guerra; Nova Dubai, de Gustavo Vinagre; Bonde, de Asaph Luccas; Cuscuz Peitinho, de Rodrigo Sena e Julio Castro; Stanley, de Paulo Roberto; e Tea For Two, de Julia Katharine.

Os filmes selecionados haviam sido apresentados nas dez edições anteriores da Mostra Quatro Estações e estavam entre os que receberam o Troféu Marlene de Melhor Filme ou foram agraciados com menções honrosas.

Junto com a mostra audiovisual foi lançada a revista on-line e gratuita Mostra Quatro Estações - 10 Anos, um catálogo que apresenta a ficha técnica dos filmes exibidos, um texto curatorial sobre a seleção da mostra e uma matéria retrospectiva sobre a história da janela na programação do Festival de Cinema de Vitória.

A mostra teve curadoria do cineasta, escritor e pesquisador na área audiovisual, doutor em Comunicação e Cultura pela UFRJ e professor do POSCOM da Ufes Erly Vieira Jr e do produtor audiovisual, editor e curador Waldir Segundo. A seleção teve como proposta evidenciar a multiplicidade de narrativas que envolvem esses filmes,

Este projeto contou com recursos da Lei Aldir Blanc, via Edital de Seleção de Projetos e Concessão de Prêmio Artes Integradas 2020, por intermédio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult ES), direcionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal. | 125


WEBSÉRIE CINEMA EM DIÁLOGO Pensar o cinema a partir do olhar de quem produz cinema. Essa foi a proposta da websérie Cinema em Diálogo, que estreou sua primeira temporada com quatro episódios, no dia 06 de julho de 2021 no Canal de YouTube da Websérie Cinema em Diálogo. Com apresentação de Larissa Delbone, produtora executiva do Festival de Cinema de Vitória, cada programa apresentou, sempre às terças-feiras, um bate-papo com profissionais que produzem no Espírito Santo, sempre com foco em uma área do audiovisual. “O audiovisual é uma indústria coletiva. Feita por muitas mãos e talentos. A ideia da websérie é abordar, a partir das experiências dos convidados, as etapas de um projeto audiovisual”, afirmou Larissa sobre o projeto.

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No programa de estreia, o tema foi Produção. As convidadas Mayra Alarcón e Úrsula Dart falaram sobre o passo a passo para produção de um filme. No segundo programa, no dia 13 de julho, Juane Vaillant e Melina Galante falaram da importância de um Roteiro para uma obra audiovisual. No penúltimo programa da série, no dia 20 de julho, as atrizes Lílian Casotti e Margareth Galvão falaram sobre Interpretação, e, encerrando a primeira temporada, no dia 27 de julho, os realizadores Anderson Bardot e Rodrigo de Oliveira abordaram os caminhos da Direção. Este projeto contou com recursos da Lei Aldir Blanc, via Edital de Seleção de Projetos e Concessão de Prêmio “Cultura Digital” - Apoio à Produção de Conteúdos Digitais no Estado do Espírito Santo, por intermédio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult ES), direcionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal.


CULTURA EM TODA PARTE - MÓDULO NORTE O projeto Cultura em Toda Parte - Módulo Norte teve como proposta realizar um passeio virtual pela produção cultural da Região Norte e Metropolitana do Espírito Santo. O evento aconteceu em formato on-line nos fins de semana entre os dias 25 de junho e 25 de julho de 2021 nos canais do YouTube do IBCA, da Secult ES e da TVE, além de ter sido transmitido pela TV Educativa do Espírito Santo. O público conferiu 59 atrações, de diversos gêneros artísticos, que foram selecionadas por meio de chamada pública, que aconteceu entre os dias 02 e 17 de abril, em formato on-line. As apresentações aconteceram em cinco fins de semana, atendendo de forma virtual cinco microrregiões do Estado do Espírito Santo: Microrregião Metropolitana – Cariacica, Fundão, Guarapari, Serra, Viana e Vila Velha; Microrregião Sudeste Serrana – Brejetuba, Conceição do Castelo, Domingos Martins, Laranja da Terra, Marechal Floriano e Venda Nova do Imigrante; Microrregião Central Serrana – Itaguaçu, Itarana, Santa Leopoldina, Santa Maria de Jetibá; Microrregião Nordeste – Boa Esperança, Jaguaré, Montanha, Mucurici, Pedro Canário, Ponto Belo, Pinheiros e São Mateus; e Microrregião Noroeste – Água Doce do Norte, Águia Branca, Barra de São Francisco, Ecoporanga, Mantenópolis e Nova Venécia, a partir das cidades-sedes. Foram elas: Vitória, Santa Teresa, Afonso Cláudio, Conceição da Barra e Vila Pavão. Essa última etapa do projeto Cultura em Toda Parte Módulo Norte comprovou o talento e a qualidade do

trabalho dos artistas que produzem no Espírito Santo. Da música ao teatro, passando pelo circo, pela contação de histórias e por outras expressões culturais, esse grupo de profissionais apresentou um recorte potente e plural da criatividade dos artistas do estado. Além das apresentações culturais, entraram no ar as Galerias On-line. O projeto apresentou o trabalho dos artistas visuais Andreia Falqueto, Hélio Coelho, Kika Carvalho, Luciano Feijão e Orlando da Rosa Farya. A curadoria dos artistas foi feita pela produtora cultural Lucia Caus. O Cultura em Toda Parte - Módulo Norte também contemplou 30 atividades de formação em sua programação. De 25 de maio a 08 de junho aconteceram 18 oficinas e 12 palestras gratuitas e on-line. As formações abordaram diversas áreas e assuntos com foco na cultura, como Audiovisual, Literatura, Tecnologia, Interpretação, Fotografia, Música, Teatro, Gastronomia, Cultura Afro, Dança, Artesanato, Direito Autoral, Cultura Popular, Marketing, Fake News e Políticas Públicas. Este projeto contou com apoio do Sesi Cultura e da TV Educativa do Espírito Santo e com recursos da Lei Aldir Blanc, via Chamamento Público para Seleção de Organização da Sociedade Civil (OSC) para realizar Gestão e Operacionalização do Projeto “Cultura em Toda Parte” – Circulação e Difusão de Atividades Artísticas e Culturais no Estado do Espírito Santo, por intermédio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult ES), direcionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal. | 127


27º FESTIVAL DE CINEMA DE VITÓRIA - CULTURA SOLIDÁRIA A programação do 27º Festival de Cinema de Vitória - Cultura Solidária colocou em foco o audiovisual feminino dentro da sua programação. No dia 25 de setembro de 2021, estreou uma edição especial da Mostra Mulheres no Cinema, que foi exibida no Canal do YouTube do Festival de Cinema de Vitória. Os escolhidos foram filmes inscritos para a Mostra Mulheres no Cinema, janela que integrou a programação do Festival de Cinema de Vitória pelo sexto ano em 2021. A seleção de curtas-metragens, que contou com a curadoria da roteirista, diretora, escritora e ilustradora Saskia Sá, celebrou o cinema pensado, produzido e realizado por mulheres. A classificação indicativa da mostra foi de 16 anos. Foram exibidos os curtas-metragens: Selma Depois da Chuva, de Loli Menezes; Aurora, de Renata Spitz; Tea For Two, de Julia Katharine; Mulheres Xavante Coletoras de Sementes, de Danielle Bertolini; Tecendo a Liberdade, de Luíza Matravolgyi; Irmã de Cena, de Gisele Bernardes; Nas Curvas da Estrada, de Viviane Mayumi; e O Projeto do Meu Pai, de Rosária Moreira. 128 |

Além da exibição dos filmes, o projeto realizou o Passeio Fotográfico, trabalho que finalizou as atividades da Oficina de Fotografia: Retratos Cotidianos, ministrada pelas fotógrafas Luara Monteiro e Thaís Gobbo, que percorreu os municípios de Serra, Cariacica e Vitória, dentro da programação do 27º FCV - Cultura Solidária. As fotografias realizadas pelos alunos fizeram parte do Concurso Fotográfico. A foto vencedora de cada uma das turmas foi premiada com um celular. Além disso, as fotografias produzidas renderam a exposição Virtuais. Dividida em seis galerias on-line, uma para cada cidade, foi possível fazer um passeio pelas imagens capturadas no Sítio Histórico de Queimado, na Serra; pela Avenida Expedito Garcia, em Cariacica; e pelo Mercado da Vila Rubim, em Vitória. A exposição Virtuais ganhou, ainda, uma edição especial, de 22 a 24 de setembro, nas paredes de prédios das cidades de Cariacica, Vitória e Serra, em projeções desenvolvidas pelo PixxFluxx. Este projeto contou com o patrocínio do Ministério do Turismo, através da Lei de Incentivo à Cultura, e do Instituto Cultural Vale.


27º FESTIVAL DE CINEMA DE VITÓRIA ITINERANTE O 27º Festival de Cinema de Vitória Itinerante promoveu o encontro do cinema com a música. Realizado de 28 a 30 de outubro de 2021 através do canal do Festival de Cinema de Vitória no YouTube, o FCV Itinerante contou com a apresentação do ator e cantor Silvero Pereira. Na programação em formato on-line, o público conferiu três sessões audiovisuais retrospectivas, tendo como base os filmes exibidos ao longo da história do Festival, além de shows ao vivo e laboratório de formação. Em sua primeira edição virtual, o evento percorreu simbolicamente as cidades de Serra, Cariacica e Vitória. A proposta dessa edição foi alcançar pessoas de várias partes do Brasil com uma programação eclética que dialogasse com a diversidade do Festival. Foram escolhidos 15 filmes, divididos em três programas de cinco curtas-metragens, que dimensionam a pluralidade audiovisual do país. A primeira sessão exibiu os filmes: Macabéia (2000), de Erly Vieira Jr, Lizandro Nunes e Virginia Jorge; Água Viva (2018), de Bárbara Ribeiro; Depois de Tudo (2008), de Rafael Saar; Agrados para Cloê (2007), de Jefinho Pinheiro; e Santos Imigrantes (2018), de Thiago Costa. No dia seguinte, a sessão apresentou um recorte de filmes que abordam experiências pessoais que afetam

a percepção do todo: Braços Vazios (2017), de Daiana Rocha; Manaus Hot City (2020), de Rafael Ramos; Montação (2016), de Wan Viana; Vento Sul (2014), de Saskia Sá; e Sweet Karolynne (2009), de Ana Bárbara Ramos. Encerrando a programação, a terceira sessão trouxe filmes que atravessam o universo infantil. Foram eles: O Olho e o Zarolho (2013), de Juliana Vicente e René Guerra; A Piscina de Caíque (2017), de Raphael Gustavo da Silva; Guri (2019), de Adriano Monteiro; Pobre Yurinho (2018), de João Ademir; e Arani Tempo Furioso (2019), de Roobertchay Domingues Rocha. A música também fez parte da programação do 27º Festival de Cinema Vitória Itinerante. Foram três shows inéditos transmitidos ao vivo direto do Bravo Estúdio no mesmos dias de exibição dos filmes, com Alice Caymmi, André Prando e Letrux. Além disso, de 27 a 29 de outubro foi realizado o Laboratório de Fotografia com a fotógrafa Luara Monteiro, na sede da Galpão Produções, com a participação de 30 alunos, sendo 10 por turma. A proposta foi apresentar os conceitos básicos da fotografia e da câmera considerando o olhar observador, enquadramento, timing e luz. As aulas foram oferecidas gratuitamente para maiores de 18 anos e com inscrição prévia. O 27º Festival de Cinema de Vitória Itinerante contou com o patrocínio do Ministério do Turismo, através da Lei de Incentivo à Cultura, e do Instituto Cultural Vale.

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CINECLUBE SÃO JORGE A Galpão Produções e o Instituto Brasil de Cultura e Arte (IBCA) apostam no Cineclube São Jorge como projeto de difusão e democratização do cinema brasileiro. Além da projeção de filmes, o Cineclube se-

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dia outras atividades com foco na formação na área audiovisual, como cursos, palestras e debates com realizadores. O espaço também traz um pouco da história do cinema de rua de Vitória, uma vez que seus 30 assentos são cadeiras restauradas do extinto Cine Teatro Glória.


VÍDEO NAS COMUNIDADES Vídeo nas Comunidades é um projeto de formação audiovisual que tem como proposta promover oficinas de vídeo para jovens e adolescentes de comunidades consideradas de risco social. O objetivo é estimular o interesse pelo audiovisual como forma de expressão cultural e social, envolvendo os integrantes em todas as etapas de produção: pesquisa e elaboração do roteiro, captação de imagens, operação de instrumentos de luz e som, edição.

Ao final, o trabalho é apresentado na comunidade onde foi realizado, estando apto, também, a percorrer o circuito nacional dos festivais e mostras de cinema e vídeo. O projeto é mais um instrumento de ação social, atuando nas áreas de educação, cultura e desenvolvimento, promovendo também a autoestima dos estudantes e a ampliação dos horizontes de informação, cultura e relações sociais.

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