Caderno Tarsila do Amaral

Page 1

Artista: Tarsila de Aguiar do Amaral

“Eu invento tudo na minha pintura. E o que eu vi ou senti, eu estilizo.”

UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP CURSO: Arquitetura e Urbanismo DISCIPLINA: História Geral da Arte


INTRODUÇÃO Um trabalho científico, tem por intenção analisar e pesquisar temas sugeridos, com uma apresentação de metodologias, conclusões e resultados obtidos. Logo nos primeiros semestres do curso de Arquitetura e Urbanismo, nos foi passado para fazer tal trabalho científico com o intuito de estudar um artista, e apresentar algumas obras, falando o motivo do artista ser importante, e apontar também sua evolução durante seu tempo. Contudo este trabalho se trata de Tarsila de Aguiar do Amaral, uma pintora e desenhista brasileira do movimento modernista. Além de falar sobre a artista, também entenderemos algumas de suas obras mais famosas. TARSILA DE AGUIAR DO AMARAL Tarsila do Amaral nasceu em 1 de setembro de 1886 no interior de São Paulo, em uma cidade chamada Capivari. Ela ficou conhecida como uma das pintoras mais importantes da primeira fase do modernismo, conhecida também como amante das cores vivas e das paisagens brasileiras. Tarsila é filha de uma família bastarda, ela passou sua infância e sua adolescência com seus pais e seus sete irmão na sua cidade natal. Sua família herdou fazendas de seu avô José Estanislau do Amaral, que era conhecido como “o milionário”. Estudou em um Colégio de Freiras e no Colégio Sion, em São Paulo, mais tarde Tarsila se muda para Barcelona - Espanha, com a intenção de terminar seus estudos, e com 16 anos Tarsila pinta seu primeiro quadro, Sagrado Coração de Jesus. Então, ao voltar Brasil Tarsila casa-se com André Teixeira Pinto, com quem teve uma filha, chamada Dulce. Mas em 1920, se divorcia e vai para Paris - França, para estudar arte na Academia Julian, uma escola de pintura e escultura. Em 1922, Tarsila participa da semana de Arte Moderna, logo após conhece o escritor modernista Oswald de Andrade, com quem entra em um relacionamento que durou de 1926 a 1930. Na pintura, a ideia de representar o mundo de forma realista já não fazia mais sentido. Sua intenção era quebrar o rigor de mostrar o real, então suas pinceladas ficaram mais soltas, distorcendo a imagem, e libertando de ter que pintar um retrato nobre e fiel da sociedade. Ao lado de Oswald de Andrade, Anita Malfatti, Mário de Andrade e Menotti del Picchia, eles formaram o “Grupo dos Cinco”, com a intenção de mudar o cenário histórico - cultural e artístico do país, com a influência das vanguardas europeias.

01


Tarsila faleceu aos 86 anos na cidade de São Paulo, no dia 17 de janeiro de 1973. MOVIMENTO ANTROPOFÁGICO O movimento antropofágico marcou muito o modernismo no Brasil. A ideia da Antropofagia veio dos índios canibais. O termo antropofagia, quer dizer comer partes de corpos humanos de formas ritualísticas. A intenção do movimento antropofágico era “comer” as influências estrangeiras e misturar com a cultura brasileira, digerir, para assim criar. A tela Carnaval em Madureira é uma pintura a óleo, foi feita no ano de 1924, no período do movimento antropofágico, onde Tarsila retrata uma festa de carnaval no Rio de Janeiro, onde as pessoas ergueram uma Torre Eiffel de enfeite. Esta torre é como um símbolo de modernidade na Europa, mas no caso está em uma festa profana em Madureira.

A tela Abaporu, também é uma pintura a óleo, e foi feita no ano de 1928, assim como a tela do Carnaval em Madureira, ela foi pintada durante o movimento antropofágico, a tela foi um presente para seu primeiro marido Oswald Andrade. O nome Abaporu significa índio canibal ou índio antropófago,

Descrição de Tarsila sobre a obra Abaporu: “Há uma figura solitária monstruosa, pés imensos, sentada sobre uma planície verde, o braço dobrado repousando num joelho, a mão sustentando o leve peso da minúscula cabeça. Em frente, um cactus explodindo em uma enorme flor.” Toda a modernização foi um período de crescimento da classe média, em 1917, por exemplo, teve uma greve dos operários lutando pelos seus direitos. Até a Semana da Arte Moderna em 1922, o Rio de Janeiro era o único polo cultural, logo após este evento, tudo mudou. Tarsila realizou várias exposições individuais, mas foi acusada de subversão por seu engajamento político, chegando a ser presa por um mês pelo governo do Getúlio Vargas. Já a obra escolhida foi a tela Operários, pintura feita em 1933, sendo ela temática, retratando cinquenta e um operários. Nos dias atuais ela pertence ao Acervo do Governo de São Paulo.

02


O crescimento das indústrias de são Paulo, fez com que as pessoas saíssem da zona rural, e fossem para a cidade em busca de emprego e melhores condições, criando uma cultura urbana e cada vez mais agitada. A tela é considerada um dos

melhores

registros

do

período

da

industrialização, onde os operários aparecem com o rosto sobrepostos e lado a lado, mostrando também que apesar das diferenças todos carregam no semblante feições extremamente cansadas e desesperançadas, predominando o contexto da exploração da Era Vargas. Todos os operários olham na mesma direção - para frente - e não estabelecem nenhum tipo de contato visual uns com os outros. Com o formato em pirâmide não se pode deixar de expressar o fundo, onde há elementos do cubismo como cilindros e retângulos que indicam as fábricas das cidades. A artista representa no quadro todos os imigrantes que vieram do interior do país para trabalhar nas indústrias em São Paulo. CONCLUSÃO Após ser realizados estudos relacionados às obras e sobre a artista, vimos que é possível o despertar da curiosidade sobre o modernismo, a literatura, a música e outras manifestações artísticas mundiais no final do século 19. O movimento modernista só chegou no Brasil nos anos de 1920, e os brasileiros que haviam estudado na Europa, quando voltaram perceberam que os elementos brasileiros, como: índios, culinárias, danças, etc; eram ricos. Com isso, eles renegaram os valores europeus, reinventando técnicas para criar o que muitos críticos chamam de genuinamente brasileira. A Semana de Arte Moderna de 1922 ajudou com na transformação, sendo assim, grandes ícones da produção modernista brasileira. 150 anos após a pintura do quadro Os Operários, o trabalho nas fábricas já estavam mais amadurecidos, não só no Brasil, mas no mundo, com sindicatos e partidos comunistas. Hoje em dia, o emprego industrial virou referência, com melhores salários e benefícios, além de maior proteção. Desde a Revolução Industrial (1780-1850) as condições de trabalho eram abusivas, e com o tempo o trabalho fabril se tornou questão de sobrevivência, onde o salário dos homens - Operários, chefes de família - se tornou insuficiente para sustentar uma casa.

03


ALGUMAS OBRAS

A Árvore, 1922

A Negra, 1923

O Pescador, 1925

Antropofagia, 1929

“Sinto-me cada vez mais brasileira: quero ser a pintora da minha terra. Como agradeço poder ter passado na fazenda minha infância toda. As reminiscências desse tempo vão se tornando preciosas para mim. Quero, na arte, ser a caipirinha [da fazenda] de São Bernardo, brincando com bonecas de mato, como no último quadro que estou pintando.” (Carta de Tarsila do Amaral à família, quando da sua estada em Paris, em 1924)

BIBLIOGRAFIA

https://noticias.universia.com.br/tempo-livre/noticia/2012/12/03/986108/conheca-carnaval-em-ma dureira-tarsila-do-amaral.html https://www.escritoriodearte.com/artista/tarsila-do-amaral https://mundoeducacao.uol.com.br/artes/tarsila-do-amaral.htm https://pt.wikipedia.org/wiki/Tarsila_do_Amaral

04


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.