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SOCIEDADE

Candidatos à Câmara apoiados pelos líderes nacionais dos Partidos

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Ao longo dos últimos meses, os líderes nacionais dos Partidos que estão presentes na corrida à Câmara de Gondomar, demonstraram o apoio aos seus respetivos candidatos. Confira os momentos fotográficos dos sete candidatos que estão na disputa pelo poder.

> Bruno Maia, candidato do BE, acompanhado por Catarina Martins

> Cristina Coelho, candidata da CDU, juntamente com Jerónimo de Sousa > Rafael Corte Real, candidato da Iniciativa Liberal, com João Cotrim de Figueiredo

> Nuno Santos, candidato do PAN, acompanhado de Bebiana Cunha

> Marco Martins, candidato pelo PS, juntamente com António Costa

AUTÁRQUICAS 2021

Bruno Maia:

“Sinto-me confi ante que iremos retirar a maioria ao PS e eleger um vereador”

Texto e Fotos: Gabriela Monroy

Quem é o Bruno Maia?

É uma pergunta difícil, porque não gosto de falar muito sobre mim (risos). Tenho 39 anos. Como sabem, sou médico. Neste momento, trabalho em Lisboa e vivi até aos meus 25 anos, até acabar a faculdade em Gondomar, mais concretamente em São Pedro da Cova. Há muitos anos que tenho participação política , obviamente que as minhas áreas de interesse começam pela saúde, para além de uma serie de outros ativismos que fui realizando ao longo dos anos, com a cannabis, com a comunidade LGBT e tive um papel importante na eutanásia.

Já que tocou logo na vertente política, questiono-o como é que surgiu esta vontade de exercer política?

Eu comecei a ter uma presença ativa logo no inicio da faculdade. Na altura tínhamos um governo de direita, encabeçado por Durão Barroso, que aumentou as propinas da faculdade. Perante a situação, envolvi-me no movimento anti-propinas e foi assim que comecei a fazer política. Depois com o passar dos anos, acabei por aproximar-me do Bloco, por causa desse movimento anti-proprinas, porque na altura tinha muitos ativistas que eram do BE e acabei por tornar-me militante. Ao fi m destes anos continuo a identifi car-me com a linha política do partido.

Atualmente em Gondomar, temos um executivo de esquerda, o PS, assim como a maioria das Juntas de Freguesia, com a exceção de Fânzeres e São Pedro da Cova. Assim, na perspetiva do Bruno, hoje, como é que avalia o concelho de Gondomar?

Tendo em conta o ponto de vista das pessoas que vivem no concelho, Gondomar, tem muitas falhas, tanto a nível da habitação, dos transportes e do próprio ambiente. São insufi ciências que se foram acumulando ao longo das últimas décadas seguramente, mas os últimos oito anos da maioria socialista, não são exceção. Pelo menos eu e o Bloco reconhecemos que há pequenas mudanças que foram signifi cativas desde o executivo de Valentim Loureiro, até ao executivo PS. Nomeadamente, presenciou-se algum investimento na área ambiental do concelho. Agora, falando concretamente da maioria socialista ao longo destes oito anos, eles não souberam responder a questões fundamentais dos gondomarenses, como a habitação, os transportes e a água. O executivo de Marco Martins foi incapaz nestes oito anos, de baixar o preço da fatura da água ou de pelo menos acelerar o processo da vinda do Metro para o centro de Gondomar. Além destes dois pontos, foram também incapazes de resolver os problemas de habitação que temos nos nossos bairros e mantiveram milhares pessoas à espera de casa. Do nosso ponto de vista, como há uma maioria PS presente na Câmara, o próprio Partido Socialista e o Marco Martins, sentiram-se pouco pressionados para que durante oito anos resolvessem estes problemas. É por isso que nos candidatamos, porque achamos que o concelho de Gondomar pode melhorar no sentido de ver alguns destes problemas discutidos e outros resolvidos, se houver uma maioria de toda a esquerda na Câmara, sem a maioria absoluta do PS. Portanto, o nosso objetivo é eleger um vereador para fazer pressão na autarquia, para estes priorizarem os problemas que não foram prioritários para este executivo.

Na sua perspetiva, é difícil ser oposição em Gondomar?

O problema é que o papel da oposição numa maioria absoluta torna a oposição, unicamente oposição. Tomando como exemplo o que aconteceu no país ou noutras Câmaras Municipais, como a de Lisboa, em que numa ausência de maioria absoluta do PS e com uma maioria de esquerda, foi possível implementar medidas concretas que melhoraram a qualidade de vida das pessoas. É isso que queremos para Gondomar. Dou como exemplo, os passes gratuitos para as pessoas ou os cortes nas tarifas dos mesmos. A medida dos manuais escolares gratuitos começaram em Lisboa por pressão do BE, no executivo do PS, que depois acabou por replicar-se para o resto do país. Entre outras medidas que foram implementadas a nível central por pressão do BE. Assim, podemos constatar que é possível fazer oposição a um executivo do PS de forma mais efi caz se este não tiver a maioria absoluta. O que nós pretendemos são conquistas concretas que melhorem a qualidade de vida das pessoas.

Sente que Gondomar evoluiu nestes últimos quatro anos?

Sinto que Gondomar está a fazer pequenas evoluções muito próximas das eleições. Considero que há um grande aceleramento dos projetos, nesta fase fi nal do mandato e isso é negativo, porque não só coloca pressão na cidade com o excesso de obras e requalifi cações, como demonstra que nos restantes três anos, houve pouco investimento no concelho, no sentido de se resolver situações concretas. Portanto, há claramente um eleitoralismo em 2021, deste executivo PS para tentar compensar a pouca atividade que existe em algumas áreas prioritárias na vida das pessoas que são uma serie de investimentos e contratos públicos que foram assinados pela Câmara, agora em 2021. Assim, eu considero que é necessário uma Câmara que durante quatro anos seja capaz de fazer todos estes investimentos e todos estes trabalhos, para não cair neste eleitoralismo que não faz sentido.

Caso o Bruno seja eleito, quais são as principais medidas que terá como prioridade?

É evidente que é difi cil elencar prioridades, mas há aqui pontos que podemos começar a fazer. O primeiro problema tem haver com a água. Considero que este é um dos maiores problemas do concelho. A medida que será implementada da redução dos 16%, para nós, é claramente insufi ciente. Nós, neste momento, aquilo que é o gasto médio das famílias em Gondomar é de 36,5 euros. Assim, neste momento, os gondomarenses estão a pagar 11 euros a mais, comparando à média nacional e são mais de 16 euros, comparando ao Porto. O que esta negociação de Marco Martins fez foi, reduzir em 16% nos dois primeiros escalões, o que signifi ca, 8 ou 9 euros para a maioria das famílias. Apesar desta redução, a maioria destas famílias irão continuar a pagar acima da media nacional e acima do preço cobrado no concelho do Porto. Isto é inadmissível por uma razão muito simples, nós sabemos que as famílias que habitam em Gondomar tem rendimentos mais baixos, das que habitam nos restantes concelhos da Área Metropolitana do Porto e da média nacional. Portanto, com esta negociação, os gondomarenses continuaram a pagar mais do que a maioria do país. Portanto, é uma negociação que é claramente insufi ciente. Para além disto, esta negociação é à custa de um perdão, ou de um abdicar de rendas no valor de 5 milhões de euros por parte da Câmara. É verdade que não vai sair diretamente do bolso dos gondomarenses, nem há um prolongamento do contrato, isso é bom, mas estamos a abdicar desta quantia. E abdicar signifi ca perder este dinheiro que seria para os gondomarenses.

O Bloco foi diferente?

A primeira coisa que nós fi zemos que já foi no mandato que agora termina, foi apresentar a proposta na Assembleia Municipal, de implementar uma tarifa automática da água, medida esta que foi chumbada pelo PS. E, em que é que consistiria esta automatização da tarifa da água, signifi ca que as famílias com menos recursos, iriam ter direito automático a ter uma tarifa social da água que, de momento é muito cara para estes agregados. De acordo com os dados que nós temos da entidade reguladora da energia, há cerca de 14 mil pessoas abrangidas com a tarifa social de energia, no concelho de Gondomar, mais mil com a tarifa social do gás. Isto signifi ca que, a maioria destas pessoas, provavelmente, tem direito à tarifa social da água. E, começar já a benefi ciar destas tarifas. Marco Martins diz que, a tarifa social está disponível, não está é automatizada. Então, mas o grande motivo desta automatização, é o facto de as pessoas sentirem que ao candidatar-se à tarifa social da água, é um processo burocrático no qual elas têm pouco acesso ou pouca facilidade em se candidatar, porque se efetivamente fosse fácil, estas famílias já se tinham candidatado e já tinham uma tarifa social da água. O que não está acontecer. Portanto, nós estamos a perder uma redução da tarifa a milhares de famílias do concelho. Depois se Lisboa, que é um dos concelhos mais ricos do país, teve aprovada a tarifa automática da água, porque é que não há este mesmo mecanismo implementado em Gondomar, onde os rendimentos são inferiores? Não entendemos o porquê deste chumbo do PS. No entanto, o problema da água é mais profundo e difícil de resolver. Neste momento, nós temos uma empresa privada a gerir as AdG (Águas de Gondomar), sendo que é ela a responsável por cobrar estas tarifas. Isto é um erro. Termos uma empresa privada em Gondomar, a gerir às águas é um erro. Um erro cometido em 2001, que só termina em 2031. Nós sabemos que fi ca caro a remunicipilização desta empresa. Não estamos a dizer que não a devemos fazer, estamos a reconhecer que pode fi car cara. Recentemente, Marco Martins apresentou um estudo que o custo fi caria aproximadamente 100 milhões de euros. Ainda não o vimos, temos que o ver, temos de o analisar e perceber bem se aquilo está infl acionado ou não. Assim, o que nós víamos como uma solução imediata, era levar a empresa a tribunal, e porquê? Porque a AdG que cobra estas tarifas exorbitantes aos gondomarenses, é a mesma empresa que está a gerir as ETARE's do concelho e é a mesma empresa que está a realizar descargas poluentes sobre o rio Douro, de forma repetitiva através da ETAR de Gramido e que já fez no passado e continua a fazer, através da ETAR do Meiral, sobre o rio Tinto. Estas são situações que se repetem de forma continua. Estamos perante um crime ambiental. Aliás, se a situação não fosse tão grave, o próprio Presidente Marco Martins, não teria formalizado uma queixa contra a AdG à própria Agência Portuguesa do Ambiente (APA), ‘por crimes ambientais reiterados’, foram as palavras que ele utilizou. Perante este facto, podemos constatar que há uma violação do contrato assinado por parte da empresa, aos Gondomarenses. Quando há uma violação do contrato, este pode ser rescindido. Agora, o problema aqui é que envolvemos tribunais e são eles que têm que tomar uma decisão sobre o contrato. Mas se não fi zermos nada, os tribunais não se irão prenunciar. Assim, o que o BE propõe é que haja por parte do Município, um inicio de um processo legal, com vista à quebra do contrato, por violação do mesmo.

Mas porque é que acha que o PS não apresentou essa possibilidade?

Porque o PS tem medo da empresa. O PS, seguramente, tem medo de o fazer, porque tem medo de confrontar a empresa e isso diminuir a sua capacidade negociação, para a redução de tarifas. Mas a verdade é que, do ponto de vista de transparência, não vale a

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pena fechar os olhos sobre os crimes que a empresa comete para com os rios, para eventualmente conseguir umas reduções que são insufi cientes. Sabemos que pode demorar anos, mas pode permite a rescisão do contrato e a municipilização da AdG.

Para além do problema das águas, que outras medidas têm como prioridade?

Temos outros dois problemas, que é o transporte e a habitação. Em termos de transportes públicos, Gondomar é uma manta de retalhos. Temos as zonas urbanas servidas por uma parte da STCP e as zonas mais rurais são servidas pelas Gondomarense. No entanto o que é presenciamos? Linhas irregulares, com uma baixa frequência de transportes, com autocarros que saem lotados, temos uma fraca ligação entra estas várias modalidades de transportes, e é urgente olharmos sobretudo para o interior do Alto Concelho e não apenas para Rio Tinto, e perceber o que as pessoas necessitam realmente. Por exemplo, em Medas, há localidades em que os autocarros passam com um intervalo de três horas. Assim, para estas pessoas virem a um Centro de Saúde ou à Câmara tratar de burocracias, enfi m, da sua vida, podemos estar a falar de grandes sacrifícios de tempo que estas pessoas vão fazer e que não faz sentido dentro do mesmo concelho. O que nós propomos é a criação imediata de mais linhas das que já existem. Depois, para os transportes que circulam no interior do concelho, haja gratuitidade para os gondomarenses. Em terceiro lugar, os transportes assegurados pela STCP, na AMP, que se caminha, em simultâneo, para a gratuitidade dos mesmos. É uma decisão mais difícil porque é intermunicipal, mas o concelho de Gondomar poderá ter um papel importante nessas negociações. Obviamente que, implementando a gratuitidade, não só ajudamos as famílias, como também estimulamos o consumo de transportes públicos, porque ou nós investimos na massifi cação dos transportes publicos em todo o território gondomarense e até nacional, ou a nossa batalha contra as alterações climáticas está perdida. Nós temos que reduzir rapidamente os combustíveis fosseis, para conseguirmos atingir a naturalidade climática da maneira mais rápida possível, porque só assim iremos sofrer menos consequências das que iremos ter se continuarmos neste caminho. É ainda necessário deixar bem explicito que a gratuitidade não chega, é necessário transportes de qualidade e com uma frequência ajustada aos movimentos pendulares das pessoas. Para combater as alterações climáticas, Gondomar pode começar por dar o exemplo daquilo que é dependente da autarquia. A Câmara Municipal pode começar a utilizar transportes individuais próprios elétricos, ou seja, eles podem deixar de utilizar os carros movíveis a combustíveis fosseis. Os edifícios públicos podem ser reestruturados e modifi cados de forma a ter efi ciência energética. As escolas também têm que ser requalifi cadas com esse ponto de vista, temos que apostar no isolamento térmico das escolas para conseguirmos reduzir o consumo de energia nas mesmas. Depois, tem que existir uma aposta de mais espaços verdes, sobretudo nas zonas urbanas. É verdade que têm sido feitos, mas não chega devido ao carbono. Aquilo que nós propomos para a Habitação é muito simples. A habitação pública e as políticas da Habitação da Câmara têm que estar prontas para enfrentar a crise económica que estamos a viver e que provavelmente vai-se agravar. E como é que isto se faz? A Câmara pode começar por utilizar os instrumentos que existem a nível central. Estes instrumentos foram desenvolvidos nos últimos anos, não só a aprovação da lei de bases da habitação, como o Programa primeiro de direito que prevê uma serie de mecanismos, como a Estratégia Local de Habitação, como o Conselho Municipal de Habitação, entre outros, e que não só permite ir buscar recursos a nível central, bem como dá instrumentos à Câmara Municipal para fazer reabilitações e novas construções. Como é o caso da necessidade de intervenção nos Bairros, já existente, da Câmara, porque muitos estão num estado degradado. Assim, com todos estes instrumentos é possível aumentar a qualidade da Habitação em Gondomar e nós defendemos ainda que a Taxa de Habitação Pública baixa, deva subir. Porque perante as crises, as pessoas perdem as suas casas, porque não conseguem pagar os empréstimos ao banco e o Município vai ter que ter a responsabilidade de apoiar estas pessoas. Isso faz-se com mais disponibilidade de Habitação Pública. A aposta na Habitação Pública, é uma aposta para o futuro. Ainda na Habitação, há regras que se podem impor mesmo para os privados. Por exemplo, tem que ser acautelado que, todas as novas construções que são realizadas em Gondomar, respondem a uma serie de necessidades da população. No caso, nós defendemos que haja quotas de habitação acessível. Isto é, habitação disponível para pessoas com defi ciências e defendemos que essa taxa seja de 25% nas novas construções. Nós consideramos ainda que deveria de haver o direito de preferência para populações mais vulneráveis, como é o caso de pessoas vitimas de violência domestica. A Câmara tem que estar capacitada a dar resposta a estas situações de vulnerabilidade. Para isso é necessário mais construções de habitações ou compras de imóveis. Quanto à cultura, na nossa perspetiva falta tudo à Câmara, porque não há uma estratégia direcionada para a cultura em Gondomar. Nós temos imensas Associações Culturais de diversas áreas, só que falta uma estratégia que seja capaz de unir toda esta iniciativa voluntária que existe no concelho. Falta uma estratégia ambiciosa para ter uma agenda cultural que não seja apenas reactiva àquilo que fazem os grupos locais, ou seja, a Câmara tem que participar na construção da agenda, disponibilizando meios e incentivando os grupos locais a fazer mais e construi-la em parceria com estas coletividades. Propomos ainda que seja realizado um apoio à profi ssionalização em alguns grupos. Há espaço para isso em Gondomar. O apoio que é feito por parte da autarquia é reactivo, insufi ciente muitas vezes, mas é um apoio com pouca iniciativa por parte da Câmara. Para isso é preciso vontade, é preciso investimento e mais uma vez é preciso que a Câmara tenha iniciativa.

Mas na sua opinião, a rede dos Parques Urbanos não é sufi ciente?

Não. É evidente que a construção de todos os Parques Urbanos são bem vindos. A questão é que não são sufi cientes. Mesmo nas zonas urbanas, nós ainda temos muito território no qual podemos utilizar para a construção de parques com árvores autóctones, portanto que sejam daqui do nosso concelho e sobretudo da região norte, porque são eles que nos vão permitir reabsorver o carbono que as próprias zonas urbanas produzem. Parte deste investimento que é necessário, ainda é preciso pensar no reordenamento da fl oresta. Nós temos 69% de taxa de eucaliptização no concelho. É muito, porque nós sabemos que esta taxa de eucaliptização está diretamente direcionada para o risco de incêndios. Para além disto, temos que proteger os nossos rios. Nós não conseguimos olhar para o ambiente, sem olhar para aquilo que é igualmente importante no nosso concelho que é os rios. Eu recordo que Gondomar foi classifi cado por um estudo realizado pela Universidade de Lisboa há três anos, como um dos Municípios de Portugal, em que o risco de cheias eram maiores e que tinham mais impacto sobre a população. Isto signifi ca que, perante um cenário de cheias, que é um cenário que será mais frequente no futuro, por causa das alterações climáticas, os gondomarenses estão mais expostos às inundações nas suas casas. E o que é que nós precisamos de fazer? Esse próprio estudo faz uma serie de recomendações aos concelhos em risco de cheias. Uma delas é parar com as construções nas margens dos rios. Isto leva-nos a um dos maiores problemas que nós tivemos com este executivo camarário que foi a construção do Hotel na região de Valbom, na Ribeira de Abade. A Câmara tem a obrigação de lutar contra as construções feitas nas marginais dos nossos rios, para não falar que esta construção tinha problemas legais gravíssimos. Está construído numa zona de reserva ecológica nacional. Recordemos que esta construção foi já chumbada duas vezes pela CCDR-N sendo depois aprovada numa terceira vez. O problema da segunda para a terceira, é que não mudou nada no projeto, porque os problemas não foram resolvidos. A Câmara em 2016, quando aprova o projeto devia ter pedido uma reavaliação daquele projeto e não fez. A autarquia falhou quando aprovou o projeto.

Como é que avalia a relação da Câmara com a população?

O caso do Hotel de Valbom, um exemplo de como um executivo se relaciona com a sua população. As pessoas têm se queixado muito no alto do concelho e mesmo em freguesias como Fânzeres, São Pedro da Cova, ou Baguim do Monte, que a Câmara tem uma preferência pelas áreas urbanas, sobretudo Rio Tinto.

Partilha dessa opinião de que este executivo coloca o alto concelho em segundo plano?

Partilho. Eu aceito que haja pessoas que tenham alguma rivalidade bairrista e que exageram nestas diferenças. Mas entre o que diz a Câmara e o que dizem as pessoas, no terreno há-de estar a verdade. E a realidade é que há uma desigualdade territorial e ela é evidente. Isso é claro e é por isso que as pessoas falam. Portanto, há de facto um olhar preferencial para a zona de Rio Tinto. Isto tem que acabar porque a população do Alto Concelho tem que ser igualmente ouvida.

Porque razão os gondomarenses devem votar BE?

Eu considero que o Bloco de Esquerda, neste momento está na posição de poder retirar a maioria absoluta ao PS, garantindo assim que se mantém uma maioria de esquerda na Câmara. Acho que esse é o melhor cenário que pode acontecer aos gondomarenses tendo em conta os próximos quatro anos. Porque só com uma maioria de esquerda, em que o BE faça parte, é que vai ser de facto possível priorizar os problemas dos gondomarenses, sobretudo das população mais vulneráveis. Não podemos esperar para as próximas eleições, ou fazer apenas promessas, ou adiamento de obras e investimentos que necessitam de ser feitos como vimos nos passados oito anos da maioria do PS.

POLÍTICA

Quinta do Passal comemora 8º aniversário e apresenta Plano de Educação Ambiental para 2021-22

A Quinta do Passal, antiga quinta agrícola requalificada no âmbito do programa Polis, celebra este domingo, dia 12 de setembro, o seu 8º aniversário. A data é assinalada com a apresentação do seu Plano de Educação Ambiental para o ano letivo 2021-2022. Integrado na Quinta, existe o Centro de Educação Ambiental da Quinta do Passal, que em 8 anos, conta com aproximadamente, 85 mil visitantes. O Plano de Educação Ambiental (PEA), pode ser consultado na integra no site da Autarquia de Gondomar.

Inserida no núcleo histórico de Gramido, em Valbom, e a cerca de 3,5 km da Ponte do Freixo, a Quinta do Passal beneficia de uma localização estratégica na margem direita do rio Douro e de quatro hectares de extensão, constituindo-se um excelente local para passear com a família e animais de companhia ou praticar exercício físico na nova via pedonal e ciclável entre o Multiusos de Gondomar e a Ribeira de Abade. Mas as ofertas deste espaço não se ficam por aqui. A Quinta do Passal disponibiliza jardins temáticos para observação e interpretação da natureza, parque de merendas, parques infantis, um circuito de arborismo e um de orientação, hortas comunitárias, um parque canino e um Centro de Aprendizagem e Reabilitação Comportamental Animal de Gondomar (CARCAG) para socialização canina com aulas periódicas. Além disso, a infraestrutura receberá em breve novas valências e novos equipamentos lúdicos de acesso livre, que vão proporcionar bons momentos aos seus visitantes, entre os quais: um mini golf, slide e parede de escalada. Com objetivos pedagógicos de sensibilização e educação ambiental, o CEA da Quinta do Passal promove o Plano de Educação Ambiental (PEA) junto das escolas do ensino público e privado, com atividades ligadas a temáticas tão diversas como a água, a biodiversidade, a floresta, as alterações climáticas, a agricultura biológica, a alimentação saudável e sustentável, a economia circular e a proteção animal, adaptadas às diversas faixas etárias. Na interrupção letiva do Natal, Páscoa e Verão, são dinamizados programas de ocupação de tempos livres para crianças e jovens, entre os 6 e os 14 anos. Com uma média de 20 mil visitantes por ano - nos quais estão incluídas as escolas, tanto do concelho como da Área Metropolitana do Porto -, o CEA da Quinta do Passal recebe, também, grupos do movimento associativo, nos quais se incluem as IPSS’s e seus utentes com necessidades educativas especiais. Se gosta de pedalar, pode usufruir do projeto “Gondomar a pedalar” que consiste num sistema público de utilização gratuita de bicicletas por períodos de quatro horas, disponível para o público maior de 14 anos, todos os dias, no horário do Centro de Educação Ambiental. O próprio projeto de arquitetura da Quinta do Passal acautelou a otimização de consumos energéticos e hídricos na manutenção da Quinta, estando a mesma equipada com painéis solares e fotovoltaicos e água proveniente de furo para a rega dos jardins e das hortas biológicas. ■

Empresas gondomarenses distinguidas pelo Município de Gondomar

O Palácio do Freixo, situado no Porto, foi no dia 6 de setembro, palco da cerimónia de entrega de prémios PME Excelência 2020. Um evento que pretende homenagear as empresas que conquistaram o estatuto PME Excelência, atribuído pela IAPMEI - Agência para a Competitividade e Inovação, relativo ao ano anterior.

Nesta edição, foram premiadas 40 empresas de Gondomar, que receberam um diploma e uma lembrança do Município. A distinção de PME Excelência ocorre de acordo com critérios exigentes entre as empresas PME Líder, tendo este estatuto a validade de um ano. A maioria das PME’s Excelência 2020 são empresas de pequena dimensão, distribuídas de forma mais acentuada pelos setores da indústria, comércio e turismo. O Presidente da Câmara Municipal de Gondomar, Marco Martins destacou a importância que as pequenas e médias Empresas possuem na economia do município e na criação de postos de trabalhos: “Um reconhecimento justo e merecido tendo em conta um ano particularmente difícil, no qual muitos empresários dispuseram das suas poupanças pessoais para aguentarem os seus negócios”, destacou o autarca. Este reconhecimento, por parte do Município de Gondomar, volta a ocorrer numa cerimónia própria, depois de, no ano passado, devido ao contexto pandémico, não ter sido possível reunir num só evento todas as empresas distinguidas. ■

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DESTAQUE

Marco Martins renova maioria absoluta para o último mandato

De acordo com a sondagem VivaCidade/Multidados, Marco Martins garante uma vitória com maioria absoluta, a terceira do autarca socialista. À direita, o Partido Social Democrata vê crescer o número de vereadores eleitos, onde deverá alcançar três vereadores, a CDU deverá perder um vereador fi cando apenas com um eleito.

Entre as forças políticas que não conseguem eleger nenhum vereador, Bruno Maia, do Bloco de Esquerda, é aquele que obtém o melhor resultado com 4,7%, seguido de Isabela Mendes do CHEGA, que consegue 2,5%, e Rafael Corte Real (Iniciativa Liberal) e Nuno Santos (PAN), ambos com menos de 2%.

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