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SOCIEDADE
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Atualmente, o Rancho Folclórico “As Ceifeiras de Sta Maria de Medas”, é constituído por 55 pessoas, sendo que o elemento mais novo tem 12 anos e o mais velho 75 anos. Com 61 anos de vida, é uma associação com história em Medas e que, devido à pandemia, está a passar momentos conturbados. Estivemos à conversa com José Sousa, Vice Presidente e Eusébio, Secretário da Assembleia, que nos revelaram como
> Eusébio e José Sousa dirigentes da Associação
tem sido os últimos tempos. Rancho e, na altura, o ambiente, a maneira de conviver com as pessoas era diferente. Claro que, com o passar dos anos, as coiComo é que foi fundado o Rancho Fol- sas mudam, apesar de ainda haver alguns clórico “As Ceifeiras de Sta Maria de jovens que acabam por vir, porque tem Medas”? familiares ou conhecidos na Associação. Esta Associação foi fundada a 19 de ju- Mas na minha perceção, o Folclore no genho de 1960. A ideia surgiu porque havia ral está a perder um pouco da força que tio hábito aqui nas redondezas de fazerem nha em certas zonas e isso preocupa-nos. o chamado ‘zonas’, outras localidades cha- Por exemplo, os acordionistas é uma premam de ‘cortejos’. As zonas eram, o que ocupação constante, porque antigamente nós chamamos, hoje, de lugares. Havia os havia jovens que iam aprendendo, agora, lugares de cima e os de baixo. Portanto, para arranjar um é complicado e, pelo meos populares juntavam-se para angariar nos no nosso rancho, a base essencial das fundos para festas ou desfiles. E, a inicia- nossas músicas é o acordeão. tiva correu bem e as pessoas gostavam daquelas danças, resolveram criar o Ran- Sentem o apoio das entidades à valoricho Folclórico Ceifeira de Santa Maria de zação da vossa arte? Medas. Todos os anos, por volta do nosso Eu sinto que muitas vezes não há comaniversário, temos o hábito de realizar um preensão por parte de algumas entidades. festival, mas devido ao momento que esta- Nós somos uma coletividade sem fins lumos a passar, não nos foi permitido fazer. crativos e de utilidade pública. Se temos utilidade pública, quando digo nós, falo E, o que é que vos diferencia dos outros também pelas outras, pelo menos o IMI ou Ranchos que existem? o IVA, deveria de funcionar de forma difeAs músicas do Rancho das Medas e os rente, principalmente em alturas de pancantares são originais. Embora que, outros demia. Na minha opinião deveria de haver Ranchos já tenham algumas e outros fize- mais consideração. Mesmo com a água e ram umas adaptações. Mas o Rancho das a luz fechadas, temos que pagar na mesMedas é considerado do Douro Litoral, ou ma as taxas. E, quanto às telecomunicaseja, temos muitos ‘viras’. Nós até temos ções, as operadoras, mesmo vendo que um livro que foi uma pessoa aqui da Terra nada está a ser utilizado, elas cobram-nos que o escreveu, onde consta as nossas na mesma. Já tentamos de tudo para canmúsicas, para preservar para o futuro. celar ou interromper o contrato, mas eles só querem saber do dinheiro. Com as ajuUm Rancho é sinónimo de tradição. das da Câmara e da Junta, as coisas foVocês sentem que, com o passar dos ram-se compondo.
anos, a dificuldade em atrair pessoas aumenta? Na vossa perspetiva, o que é que foi o
Já há um pouco de dificuldade. Ainda vai mais difícil com a pandemia? aparecendo algumas pessoas, mas já não Todos os anos, juntamente com a Junta é, como era de antes. Eu tenho 32 anos de de Freguesia, nós fazíamos eventos aqui, como as comemorações do 25 de abril. Nós conseguíamos trazer para aqui as coletividades todas. Em simultâneo, todos os anos fazíamos festivais, com Ranchos Nacionais, que são as chamadas permutas. Nós ficávamos de ir lá e depois eles vinham cá. Com a pandemia tudo acabou e nem sabemos quando é que vamos voltar. O Folclore é o convívio entre as pessoas, que são como uma família, porque trabalham a semana toda e depois vem ao fim de semana, para aqui, relaxar um pouco. Depois, quando tínhamos as saídas, eram a cereja no topo do bolo. O folclore é isso, é o convívio. Para muitas pessoas as nossas saídas e os nossos ensaios, eram uma forma de sair de casa.
Como é que foi para vocês lidar com o último ano a nível económico?
Sentimos muito e vou acentuar o muito, porque o Rancho não tem patrocínios e arranja-los é muito difícil, assim, um Rancho vive das atuações que faz nas festas. E, uma sede como a nossa, tem uma despesa mensal muito grande. Por exemplo, as entidades da água, luz e telecomunicações não têm compreensão com as dificuldades das Associações. Chegamos a pedir até para, por exemplo cancelar o pacote de telecomunicações e até propusemos assinar um contrato, onde iria constar que, quando retomássemos as nossas funções, eles seriam a empresa escolhida, mas não, eles não aceitaram ajudar. As poucas reservas que tínhamos guardado no banco, foram-se. A Câmara e, em particular, a Junta de Freguesia, ajudaram-nos. Para não falar que temos um Vice Presidente que, pontualmente, ajuda a nossa Associação a sobreviver. Estivemos fechados e só abrimos há oito dias. Este verão, provavelmente, será mais um verão esquecido. Nós temos um palco para espetáculos que é verdadeiramente de ponta. Foi graças a esse palco que conseguimos pagar algumas despesas, como o IMI. É ele que nos ajuda a sustentar. Porque o Rancho em si e as atuações não justifica, porque temos sempre despesas. As pessoas que fazem parte da nossa associação, estão sempre a perguntar quando é que os ensaios irão retomar, mas para já ainda não temos previsão de quando vamos voltar. Isto porque, treinar com máscaras é difícil, porque as nossas danças são muito exigentes. Não é aquele folclore que as pessoas estão habituadas.
E, o que é que vocês esperam para o futuro?
A palavra que me vem à cabeça é ‘tremido’, porque nós não vamos ter atuações neste verão, dado que, normalmente a época mais alta é junho e agosto. Neste momento, já estamos a meio do mês de julho e não há nada agendado e quanto a agosto, como nós não podemos fazer as romarias, não podemos fazer as festas, vamos entrar na época baixa, que será até ao mês de maio do próximo ano. Portanto, quanto ao futuro, vamos tentar aguentar, não com o Folclore, mas com a sede que temos e que irá ajudar a pagar as nossas despesas.
Como é que as pessoas podem entrar em contacto com a vossa associação?
Nós temos o nosso email e o nosso telefone. Além disso, também criei uma página na internet e temos Facebook, embora que, este ano, sem as atuações, a nossa página não está atualizada. ■
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DESTAQUE
Metyis investe 10 milhões de euros em Gondomar e vai gerar mais de mil postos de trabalho
O concelho de Gondomar foi um dos locais escolhidos, em Portugal, pela Multinacional Metyis, para acolher o seu novo centro tecnológico - Tech Hub - que irá chamar-se Metyis Campus. O projeto irá gerar mais de 1000 postos de trabalho diretos altamente qualificados e a primeira fase de construção conta com um investimento na ordem dos 10 milhões de euros.
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> Maquete do projeto a implementar no concelho de Gondomar
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Marco Martins Presidente CMG
Texto: Gabriela Monroy
A história da Metyis, com a região norte, remonta ao ano de 2019, quando adquiriu a Virtus, uma Star- tup sediada na UPTEC (incubadora da Universidade do Porto). Apesar de ser constituída por quatro funcio- nários, a mesma chamou a atenção da Multinacional pela sua ética de trabalho, ao desenvolver um projeto para um cliente em comum o Gru- po Carlsberg. Posto isto, a empresa decidiu investir na equipa, dado que reconheceu o talento e a capacidade de inovação dos portugueses. Gondomar surge no mapa para a Metyis pela proximidade que possui com o concelho do Porto e pela facilidade de trabalho com as entidades do concelho, o que auxiliou na agilização do processo. Este novo campus da Metyis pre- tende dar valor à região, gerar mais oportunidades de empregos alta- mente qualificados, apoiar a comu- nidade e contribuir para o seu de- senvolvimento económico, apostar na educação e apoiar a igualdade de género na tecnologia. Além disso, os seus valores são diferenciados visto que, em termos de remuneração, possui salários acima da média nacional, possui um ambiente de trabalho inovador e tem um olhar direto para o lado social, tendo uma interação direta com as IPSS. O primordial para a empresa é criar um Campus onde os seus funcionários se sintam felizes, confortáveis e inspirados a trabalhar. Quanto à primeira fase da emprei- tada, o projeto contempla a construção de um auditório que servirá de apoio para os eventos da empresa, bem como para a comunicação, formação e desenvolvimento da sua equipa. Em simultâneo, irá contemplar o Metyis Digital Center, uma área de escritórios, em formato open space que incluirá espaços de lazer, zonas verdes, cantina e bar. Ainda sobre o projeto, podemos observar que a empresa irá optar por um design inovador, eficiente e discreto, dado que privilegiará a entrada de luz Para Marco Martins, este é um investimento estratégico para o Município, “Não só para criar o maior polo tecnológico do grande porto, como um dos futuros maiores empregadores do concelho". O autarca acrescenta ainda que, a Metyis será uma âncora para a revitalização de uma zona de Gondomar (São Cosme) e de Valbom.
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