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ANO 2 | EDIÇÃO 03 | MAR/ABR/MAI 2010

ALIMENTAÇÃO Os benefícios dos alimentos integrais

EQUILÍBRIO Mudar. A hora é agora

Muito prazer. Meu nome é futuro. Qual o seu papel na educação dessa nova geração?



qualidade de vida

maturidade

comportamento

equilíbrio

entrevista

beleza

alimentação

editorial

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Sumário ANO 2 | EDIÇÃO 03 | MAR/ABR/MAI 2010

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NOSSA CAPA MODELO: JOÃO VITOR AMORIM FOTO: GEOVANA REIS

ALIMENTAÇÃO Integrais, ricos em nutrientes, saborosos e ajudam a manter a linha COMPORTAMENTO Criar e formar um novo ser é tarefa de grande responsabilidade EQUILÍBRIO Sustentabilidade, veja como construir poupando os recursos naturais

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editorial

Expediente

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Tic-tac, tic-tac, tic-tac, meu Deus, já são 12h20, tenho que passar em casa, ajeitar o almoço e voar para a academia, voltando esbaforida e suada da malhação; finalizo o almoço para a família, tomo um banho e rua novamente... Essa fração do meu dia não é diferente da vida da maioria das pessoas, o que mostra e prova que a correria está acabando conosco. Por que temos que ser os melhores? Desde quando o bom já não basta? Por que temos dificuldades de dizer simplesmente “não”, “não posso”, “não tenho tempo”... E os filhos? São criados e acostumados a ver esse tipo de rotina e têm que se adaptar aos tempos modernos. Afinal, são filhos modernos que comem com o prato à frente da televisão, trocam o conversar pelo teclar e alguns são ilustres desconhecidos do restante da família. Nesta edição da Revista Viver Bem, procuramos falar um pouco dessa “missão impossível” diária que é a gestão do nosso tempo, identificar as reais prioridades e refletir sobre o que fazer para melhorar. A matéria da capa fala sobre as dificuldade e responsabilidades que a nossa geração encontra na criação e educação dos filhos com a chamada falta de tempo. Conversei com a Monja Coen em São Paulo, o que se transformou numa entrevista valiosa que trata das amarras e encruzilhadas que enfrenta

O Tempo

o ser humano nos dias de hoje. Após a identificação do problema é hora de mudar, mas às vezes é preciso ajuda, por isso trazemos esse tema na sessão “Equilíbrio”. Porque não mudar também os hábitos alimentares, veja os benefícios de uma alimentação integral e conheça também algumas opções de arquitetura sustentável que além de contribuir com o planeta farão você viver melhor. Estamos enfrentando uma época de transição onde o nível de exigências está cada vez mais alto. E quem está na chuva, certamente não sairá seco. Não é fácil, mas a ideia é viver cada segundo prestando muita atenção nele, quase um desfrute. Já que não há tempo, vamos aproveitar ao máximo todos os momentos. O tempo não para, tampouco volta atrás; as crianças crescem e, se não ficarmos atentos, perderemos momentos importantes e únicos. Logo, logo nos tornamos órfãos de filhos. Vamos cuidar para que o nosso tempo (cada vez mais curto) não se vire contra nós, pois hoje são as crianças tentando chamar a nossa atenção a todo custo, amanhã poderemos ser nós, idosos solitários, implorando por um pouquinho do tempo dos nossos filhos. Hum... 12h48, já! Desfrute a leitura. Adriana Keller

Edição nº 3 mar/abr/mai 2010 Direção geral Juliana Garcia e Patrícia Guedeville Coordenação editorial Adriana Keller Editorial Bureau de Comunicação bureaudecomunicacao@gmail.com Textos Kennya Amorim, Cleonildo Melo e Adriana Keller Revisão Andrea Vianna Fotos Geovana Reis Projeto Gráfico Carlos Soares Diagramação GR Design Editorial www.designeditorial.com.br Comercial GGTec Produções Impressão Impressão Gráfica Tiragem 10.000 exemplares Fale conosco 84 3213.8592 viverbememrevista@ggtec.com.br Distribuição gratuita



O desafio da

Por Juliana Garcia

Equipe Viver Bem 6

No final do ano passado, lancei um desafio para a equipe do programa. A ideia era começar a treinar para encarar os 5 km da Meia Maratona de Natal

Basta andar pelas ruas da cidade com um olhar mais atento para perceber que a corrida está conquistando os natalenses. O esporte é democrático: o importante é ter disciplina e disposição. Começar a treinar para encarar o desafio de participar de uma prova garante um pique a mais. Eu falo isso por experiência própria. No final do ano passado, lancei um desafio para a equipe do programa. A ideia era começar a treinar para encarar os 5 km da Meia Maratona de Natal. Como trabalhamos para divulgar informações que promovam a saúde e o bem-estar dos telespectadores é preciso dar o exemplo. Seguindo as recomendações para iniciar qualquer tipo de atividade física, passamos por uma avaliação médica. Em seguida, fizemos uma avaliação física completa. Para os corredores o teste da pisada é indispensável, pois com o resultado é possível escolher o tênis ideal para garantir melhor desempenho e uma corrida segura. Foram dois meses de preparação com três treinos semanais. A evolução foi rápida. O mais gratificante foi ver a nossa editora de imagens, Ana Roberta, que carregava nas costas o peso de 20 anos de sedentarismo, completar os 5 km. Depois da Meia Maratona continuamos os treinos. A corrida agora era por prazer. Percebemos que estávamos prontos para um desafio maior e decidimos encarar os 10 km da Corrida Natalina. Mais uma vez a meta foi atingida e terminamos o ano com uma certeza: o bichinho da corrida tinha nos contaminado. Os treinos continuam e já estamos atraindo novos membros para a equipe. A meta é evoluir a cada dia. A corrida é uma excelente forma de queimar gorduras, ajuda a melhorar a respiração, previne doenças coronarianas, ajuda a ativar a circulação sanguínea, relaxa e acaba com o estresse. Enfim, correr faz bem à saúde. Movimente-se! Você só precisa dar o primeiro passo. Siga o exemplo da nossa equipe. Partimos do zero e hoje não conseguimos imaginar como seriam nossas vidas sem os treinos de corrida. Que a partir de agora você também faça parte desse grupo de pessoas que, literalmente, correm em busca de uma vida saudável e cheia de energia.


Lançamento da segunda edição da Viver Bem em Revista, que ocorreu em novembro, durante a I Meia Maratona de Natal Abaixo, da esquerda para a direita: as jornalistas Anely Medeiros e Virgínia Coelli, atletas, cobertura do programa Viver Bem, equipe Viver Bem, Marcelo Diniz - jornalista, shiatsu com o mestre Seve Cunha, massagem com o terapeuta Rico Dias no Espaço Viver Bem, Patrícia Guedeville e Karlley Pondofe, Mary Vilar – personal trainner e a secretária de Esportes Magnólia Figueiredo (à direita)

SUA OPINIÃO “Nunca tinha ouvido falar sobre Higienismo. Adorei a filosofia e passei a aplicar alguns conceitos na minha vida. Funciona mesmo. Acho que estou conseguindo desintoxicar meu corpo. Energia não falta e estou até me sentindo mais magra. Continuem trazendo essas novidades”. Luana Farias - por email “Estava na sala de espera do consultório do meu médico e nem vi o tempo passar. Li a revista inteira. Vocês estão de parabéns. São dicas variadas e importantes para a nossa saúde”. Claudia Borges - por email

Novidades no site BLOG PARA AS GRÁVIDAS A gravidez é um período cheio de muitas dúvidas, mudanças e descobertas.

“Já li o livro a Semente da Vitória, de Nuno Cobra, há muito tempo. A entrevista me fez relembrar os conceitos do livro. Atividade física é importante, mas tudo tem que ser na dose certa. Valeu!” Joaquim Galvão - engenheiro

Como estou vivendo esse momento mágico decidi focar o blog do Viver Bem nesse assunto. Dicas sobre alimentação, atividade física, cuidados com a pele, a importância de um bom pré-natal e muito mais. Aproveitem! www. guiaviverbem.com.br 8 ANOS DO PROGRAMA VIVER BEM Em maio, o programa Viver Bem comemora oito anos no ar. Vamos realizar promoções durante o mês inteiro. Quem quiser transformar seus hábitos e dar aquele trato no visual não pode ficar de fora. Entre os prêmios está uma

“Obrigada pelas dicas para lidar com os adolescentes que vão enfrentar o vestibular. Meu filho está nessa batalha há dois anos. Acho que estava atrapalhando mais do que ajudando. Vocês abriram meus olhos”. Soraya Fonseca - advogada

temporada no Spa Maria Bonita (www.spamariabonita.com.br), em Nova Friburgo, no Rio de Janeiro, o único SPA higienista do Brasil e pertence à cantora Tânia Alves. Mais informações, no site www.guiaviverbem.com.br

VIVER BEM NA TV: aos sábados, 12h20, TV Ponta Negra. NO TWITER: @prog_viverbem

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beleza

Rejuvenescimento 8

Por Kennya Amorim A face é o nosso cartão de visita. Através dela as pessoas ao nosso redor julgam quando estamos alegres ou tristes, preocupados ou mesmo, “em paz”. Estes sinais podem ser características pessoais, herdadas, como também podem representar apenas o envelhecimento facial que aos poucos vai marcando a face de um modo indesejável. O tempo é um processo dinâmico e inevitável, mas é possível agir sobre alguns destes fatores externos.

O cirugião Niro Reis em plena atividade

Facial Hábitos menos saudáveis como o fumo, o vento, a poeira, também têm ação sobre o envelhecimento da pele. Fumantes têm mais rugas que não fumantes e a coloração da pele é mais amarelada. Além disso, as mudanças hormonais decorrentes do próprio envelhecimento, os radicais livres e outras alterações do funcionamento químico do corpo contribuem para o processo. MAS POR QUÊ? A teoria mais aceita é que ocorre uma progressiva queda dos tecidos por ação da gravidade, mas evidências recentes mostram uma remodelação dos tecidos mais profundos, que desaparecem de alguns lugares e surgem em outros, e nesse processo, a modificação dos depósitos de gorduras da face tem um papel importante. A isso é associado o dano actínico, ou seja, a ação do sol e da luz. Algumas pessoas adquirem aspecto envelhecido mais cedo que outras por uma predisposição genética, popularmente conhecida como “herança de família”. Fatores protetores como a cor e a espessura da pele são alguns dos responsáveis por esse “ envelhecimento” diferenciado. Porém, o principal fator externo responsável pelo envelhecimento da pele é a luz do sol. O chamado fotoenvelhecimento, (envelhecimento da pele provocado pela exposição à luz e à luz do sol) tem a radiação ultravioleta como a maior responsável. O ultravioleta de comprimento de onda curto, UVB, causa alterações na camada mais externa da pele, a epiderme; e o UVA, ou ultravioleta de comprimento de onda mais longo, causa alterações às camadas mais profundas, a derme.


“A radiação ultravioleta, que é parte da luz do sol, é a responsável pelo que chamamos de fotoenvelhecimento” Dr. Niro Reis

Vânia exibe seu antes e depois

A tecnologia contra o tempo A cirurgia plástica tem evoluído muito para realizar os sonhos de rejuvenescimento facial. Muitos dos sinais de envelhecimento cutâneo podem ser atenuados pelos tratamentos da pele com cremes, peelings, laser, etc, ou mesmo pelos tratamentos dos músculos subjacentes (toxina botulínica, por exemplo). Entretanto, determinadas características são tratadas mais adequadamente através da cirurgia plástica. A evolução dessa área é eminente e, hoje, inclui inúmeras técnicas que, associadas ou isoladamente, proporcionam resultados mais naturais, com menores cicatrizes e em muitos casos, mais duradouros. Uma das técnicas que mais vêm ganhando a aceitação das pessoas é o lifting, indicado para corrigir os efeitos do tempo sobre a face, como a queda natural da pele e a flacidez da musculatura própria da região. “É sempre bom lembrar que é preciso ter avaliação clínica, pois existe contraindicação para qualquer procedimento médico. Rejuvenescimento, não significa voltar no tempo. A idéia é que os pacientes tenham a idade que têm, com o aspecto muito mais jovem”, ressaltam os médicos cirurgiões de face Niro Reis e Paulo Eduardo, que formam a equipe da Faciale.

Apesar das técnicas avançarem bastante nem sempre é necessário recorrer ao bisturi. “Existem vários pontos que podem ser trabalhados sem o bisturi, o tratamento das rugas dinâmicas da face com toxina botulímica (Botox); preenchimento de rugas profundas como o sulco nasogeniano - que fica um pouco mais profundo até em pessoas jovens; os lábios - quando têm pouca projeção; preenchimento da região malar e os tratamentos da pele conhecidos como peelings”, ressaltam os médicos da equipe da Faciale. É na avaliação, durante a consulta médica, que são estudadas as melhores formas de tratamento que vão envolver uma atenção diária e um certo grau de disciplina. Como a empresária Vânia Aggio, que com 56 anos resolveu mexer para valer no visual. “Sempre me cuidei, mas chegou um momento que comecei a ficar depressiva. Aí decidi apelar para a cirurgia plástica. Fiz nariz, pálpebra e lifting. O resultado foi maravilhoso e recomendo a todos. Reconquistei a minha autoestima e me sinto poderosa. Farei quantos procedimentos forem precisos para estar sempre de bem com a vida”, diz Vânia.

CONHEÇA MELHOR AS OPÇÕES BOTOX

OTOPLASTIA (ORELHAS DE ABANO)

Um procedimento moderno e eficaz para atenuar a formação das rugas dinâmicas da face, as chamadas “rugas de expressão”. O efeito de “rejuvenescimento facial” ocorre por diminuição da força muscular responsável por essas rugas. É principalmente indicado para eliminar rugas da testa, rugas entre as sobrancelhas e linhas dos olhos - os “pés de galinha”. A aplicação é simples e tem eficácia comprovada. Os resultados aparecem em 72 horas e permanecem, em média, por 4 a 6 meses.

Reposicionar as orelhas é um procedimento relativamente simples, que pode ser aplicado até mesmo em crianças com idade superior a cinco anos. A plástica para correção de orelhas de abano é um tratamento cirúrgico que favorece a harmonização da face do paciente, como se fosse um retoque para promover naturalidade à estética do rosto. O tempo de recuperação é de aproximadamente uma semana e a duração dos resultados é permanente. A anestesia é local, com sedação.

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alimentação 12

Por Cleonildo Melo

Integrais, uma porção de saúde à mesa Ricos em nutrientes, saborosos e, o melhor: ajudam a manter a linha. São os alimentos integrais que a cada dia conquistam mais o prato do brasileiro


Sabe aquela combinação saladinha, frango ou carne grelhados e arroz branco a que se costuma recorrer toda vez que é preciso dar uma reduzida nos ponteiros da balança? Esqueça, principalmente essa última opção, pois existe um grupo de alimentos ricos em carboidrato que cumpre bem esse papel, só que de forma mais eficiente: os integrais. Apesar de mais calóricos, esses alimentos ajudam no processo de emagrecimento, reduzindo as gordurinhas na região da barriga, que aumentam o risco de doenças cardiovasculares e encolhem a cintura. Como uma comida calórica não faz engordar? Parece uma contradição, mas, não é. “Por serem ricos em fibras, vitaminas e minerais, os integrais acabam contribuindo para o emagrecimento. Diferente dos re-

finados, que fazem o nosso organismo gastar mais energia, reter menos nutrientes e eliminar menos toxinas. Isso contribui para um maior ganho

“As fibras presentes nos cereais integrais diminuem a síntese de colesterol, contribuindo para proteger as artérias” Graça Morais, nutricionasta

de peso”, explica a nutricionista Maria das Graças Moraes. Esses alimentos fazem bem à saúde porque trazem propriedades quase antagônicas em

comparação com os não-integrais refinados. Uma das principais vantagens dos integrais é a sensação de saciedade. Além disso, possuem um alto teor de fibras, que são capazes de eliminar o excesso de gordura e o carboidrato no intestino para serem absorvidos de forma mais lenta. Como não são processados, obrigam o corpo a queimar gordura no processo de digestão. “O esvaziamento gástrico após o consumo desses alimentos é mais lento e isso ajuda a emagrecer além de não engordar. As fibras presentes nos cereais integrais diminuem a síntese de colesterol, contribuindo para proteger as artérias”, aponta a especialista. Do ponto de vista bioquímico, os integrais induzem uma liberação lenta de um hormônio chamado insulina e a sensação de fome demora

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mais para se manifestar. As fibras presentes nos integrais retardam a absorção de glicose e ajudam a diminuir a carga glicêmica (IG) dos alimentos que contêm carboidrato. Por isso, é preferível optar por carboidratos integrais - como arroz integral, cereais integrais, farinha integral, frutas com

casca, verduras e legumes - e evitar os refinados, presentes em alimentos feitos com farinha branca e açúcares. As prateleiras dos supermercados já estão repletas desses produtos e seus derivados. Vão desde o arroz até o açúcar (também conhecido como açúcar mascavo). Além da aveia, o

trigo é um dos grãos mais utilizados, pois a partir dele são fabricados pães, biscoitos cream-cracker e, inclusive, macarrão integrais. O milho, o centeio, o inhame, a macaxeira e a batata têm as mesmas propriedades. Mas, Graça Moraes faz um alerta. Nada de exageros. Ela recomenda a ingestão de, no mínimo, três porções diárias de cereais integrais e, no máximo, seis, pois o consumo em excesso pode interferir no aproveitamento do cálcio. “Esses alimentos, por não sofrerem nenhum processo de refino, contêm fitatos, que competem com a absorção do cálcio, mineral importante para os ossos. Dá para começar a incluir esses cereais desde cedo, já no café da manhã, lanche ou jantar. Aveia, cereais matinais, pães, inhame, tapioca e outros. Já o arroz deve ser onipresente no almoço”.

Garcia prefere as massas integrais e, por isso, costuma comprar o macarrão integral, mas reclama do valor, que é bem mais salgado que o do comum. “É uma pena que o preço seja elevado porque é muito gostoso”. Para ela, os alimentos integrais ajudam no funcionamento do sistema digestivo. “No meu café da manhã sempre tem algo integral, nem que seja apenas a vitamina batida com aveia. O organismo trabalha muito melhor. Há uma melhor digestão dos alimentos, o intestino funciona, não há aquela sensação de empanturrado ou de ter comido muito”.

Keity substiuiu o pão francês pelo integral

Testado e aprovado A gerente de marketing, Keity Garcia, já descobriu os benefícios de uma dieta à base de integrais. Há nove anos, ela começou a substituir o pão francesinho da padaria por algum integral com aveia ou outros grãos. “Aos poucos, fui aumentando o consumo através da reeducação alimentar. Isso foi lento para que meu paladar se acostumasse aos novos sabores. Com a reeducação alimentar, fui comendo mais cereais matinais, soja no lugar da carne vermelha, açúcar mascavo ou demerara no lugar do açúcar branco refinado”, conta. Apesar de não ser radical, Keity

“No meu café da manhã sempre tem algo integral, nem que seja apenas a vitamina batida com aveia” Keity Garcia, gerente de marketing


Conheça melhor o glicogênio e a insulina Para compreender o papel dos integrais, é preciso entender primeiro a atuação do carboidrato, que contém o glicogênio, a primeira fonte de energia que o corpo usa. O problema é que o organismo armazena apenas entre meio e um quilo de glicogênio. O excesso de carboidrato cai na corrente sanguínea e se transforma em gordura. Há outro porém: toda vez que comemos carboidratos, a taxa de insulina aumenta para estimular a formação do glicogênio no fígado e nos músculos. Como a insulina é extremamente anabolizante, leva ao acúmulo de gordura, principalmente a abdominal. Daí, vem a formação da famosa barriguinha quando passamos dos limites com os carboidratos processados, como é o caso do pão comum, arroz branco, macarrão e açúcar refinados. Isso acontece porque eles são rapidamente transformados em glicose e absorvidos. O aumento no nível de glicose induz à liberação de grandes quantidades de insulina e logo depois vem novamente a sensação de fome. “Uma dieta rica em fibras reduz a taxa na qual o açúcar consumido é digerido, além de acelerar o metabolismo (gasto de energia). Ajuda no emagrecimento, na queda dos níveis de colesterol e açúcar no sangue, na diminuição do risco de câncer, doenças cardíacas, diabetes e na redução de inflamações. Seu consumo interfere nos picos de glicose e regula os níveis de insulina evitando o trabalhos extra do pâncreas”, diz Graça Moraes.

INTEGRAIS DO BEM QUINOA: Originário dos Andes, tem alta concentração de aminoácidos essenciais, magnésio, potássio, zinco e manganês. Dá energia, fortalece o sistema imunológico, controla a pressão arterial e a função cardiaca. AVEIA: Rico em betaglucana, essa substância é um tipo de fibra que ligado a água, forma um gel, eliminando o excesso de gorduras. Coloca o colesterol para fora do organismo, possui cálcio, ferro e fibras. Controla a glicemia e o bom funcionamento do intestino. CEVADA: Fonte de magnésio, mineral que constitui o tecido ósseo, evitando a osteoporose. MILHO: Rico em carotenóides, vegetais com ação antioxidante, além de luteína e zeaxantina, substâncias que protegem os olhos. ARROZ: Concentra grandes quantidades de vitaminas do complexo B, em especial a B6. Importante para a produção de neurotransmissores, como a Serotonina, contribuindo para o bem estar. Além da vitamina B1, que é ideal para o aproveitamento de energia. GERGELIM: Semente oleaginosa com vitaminas do complexo B, cálcio, fósforo e ferro, ômega 3 e ômega 6 - nutrientes que previnem as doenças cardíacas. SOJA: Contém isoflavonas, que reduzem a taxa de absorção de glicose e os níveis de LDL, o mau colesterol no sangue. GIRASSOL: A semente é fonte de vitamina D, cálcio, ferro, zinco, potássio, magnésio e fibras necessárias para o bom funcionamento do intestino. LINHAÇA: Fonte natural de ômega 3, afasta as chances de depósitos de gordura nas artérias. Também é rica em vitamina E, um nutriente com ação antioxidante. ÔMEGAS 3 E 6: Gorduras benéficas ao coração, que reduzem os níveis de colesterol ruim (LDL) e de triglicérides. Encontradas em sementes, óleos vegetais e peixes gordurosos (salmão, arenque, bacalhau).

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Gestão que preza a

qualidade de vida Pedal Livre prepara Natal para uma convivência harmônica no trânsito DICAS

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Dicas que estarão visíveis nos locais onde for acontecer o Pedal Livre: VELOCIDADE Não corra além do limite. Respeite os diversos usuários do Pedal Livre. EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA É importante usar equipamentos de segurança como capacete, óculos, luvas, fitas refletoras e buzinas.

Nas avenidas, pistas reservadas para duas rodas

A Prefeitura do Natal, através da Secretaria de Mobilidade Urbana, criou o projeto Pedal Livre. A iniciativa tem como finalidade incentivar o uso de bicicletas como um meio de mobilidade saudável, econômico e não poluente, em harmonia com os veículos motorizados. Jovens, pessoas da Melhor Idade e toda a família vão ganhar uma área delimitada para esta finalidade, disponível todos os domingos das 8h às 12h, a partir do dia 21 de março de 2010. O primeiro circuito é na Zona Norte, na Av. Itapetinga, onde a faixa central está sinalizada e delimitada

por cones, criando um circuito de 3,4 km. Nessa etapa os primeiros 2.000 inscritos serão sorteados para ganhar brindes. Qualquer um poderá participar do circuito, independente de estar usando a camiseta, porém, só os inscritos no Clube do Pedal e usando a camiseta e o boné do projeto participarão do sorteio. A inscrição pode ser feita no blog Pedal Livre ou no stand que funciona no Norte Shopping. O blog, além disso, funcionará como suporte de comunicação e interação com a comunidade, aceitando sugestões, divulgando itinerários, mudanças e dicas de segurança.

MANUTENÇÃO DA BICICLETA Verifique as condições de uso da sua bicicleta, especialmente freios e pneus. RESPEITO Respeite os pedestres e os outros participantes do Pedal Livre. IDENTIFICAÇÃO PESSOAL Porte sempre seus documentos pessoais e, caso existam problemas de saúde, consulte o médico de plantão.


Canindé Soares

JOGO LIMPO

ATI recentemente inaugurada na Cidade da Esperança, a meta é instalar 27 novas unidades

Academias da Terceira Idade Para combater o sedentarismo, a Prefeitura do Natal, por meio dassecretarias municipais de Serviços Urbanos (Semsur), e da Juventude, do Esporte e Lazer (Sejel), criou o programa da Academia da Terceira Idade (ATI). Idosos de toda a cidade lotam as praças onde as quatro ATIs estão instaladas. Não há quem resista a esse estímulo à conquista de uma vida mais saudável. Um dado alarmante indicou a necessidade de se criar espaços para difundir a prática esportiva em Natal. Uma vez que a população local é campeã em colesterol alto e diabetes em todo o Brasil, de acordo com pesquisa realizada entre julho e dezembro de 2007 pelo Ministério da Saúde.

Assim, a ATI chegou a Natal com a criação do equipamento na Praça Augusto Leite, no Tirol. O projeto existe também na Praça Kalina Maia, em Lagoa Nova; no Espaço Cultural Jesiel Figueiredo, no Gramoré e, por último, na Praça Aluízio Alves, que fica localizada na Cidade da Esperança. Nesses quatro primeiros equipamentos, foram investidos cerca de R$ 100 mil. Segundo o secretário municipal de Serviços Urbanos, João Bastos, a meta é instalar 27 novas academias em diferentes bairros até o final do ano, sendo 17 custeadas pela empresa Ziober, que confecciona os equipamentos, e as outras 10, adquiridas com recursos da Prefeitura.

“A ATI é um verdadeiro presente para a comunidade da Cidade da Esperança, pois o bairro não tinha um espaço de lazer e entretenimento como esse” Terezinha Pereira dos Santos, 64 anos, moradora do bairro há 30 anos, aposentada

Outra novidade da Prefeitura através da Companhia de Serviços Urbanos de Natal (URBANA) é a inauguração da primeira unidade do Projeto Jogo Limpo. O projeto, desenvolvido em parceria com a Secretaria Municipal da Juventude, do Esporte e Lazer (Sejel) e Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (Semsur), consiste em transformar pontos de lixo em áreas esportivas. Os terrenos, previamente identificados pela Urbana como áreas de depósito de lixo, passam por uma reforma e são transformados em áreas verdes, campos, minicampos de futebol e quadras de vôlei de areia. A primeira unidade de lazer, instalada no Conjunto Santa Catarina, já está sendo utilizada pela comunidade. Até o meio do ano, mais quatro áreas esportivas serão entregues à população dos bairros KM 6, Nova Natal, José Sarney e Guarapes. O Projeto Jogo limpo é de autoria do Vereador Edivan Martins. Mais informações: www. natal.rn.gov.br.

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entrevista 18

Monja Coen: o sorriso que salva


Por Adriana Keller

Reconstruindo a realidade, reparando insatisfações, ela simplesmente propõe viver. Estar presente na vida, aberto ao momento e a todas as possibilidades, ativo e dono de suas atitudes. Chama a atenção para o tempo que rapidamente se esvai. É preciso despertar e não desperdiçar essa vida Ela era uma jovem paulista que adorava filmes de mocinho e bandido e até chegou a ganhar do Papai Noel uns revólveres prateados com o coldre. Ela imaginava ser a mocinha dos filmes com armas nas mão, vencendo os inimigos. Desde cedo uma guerreira. Muitos anos depois, residente na Califórnia nas décadas de 70 e 80, aprendeu a meditar e mergulhou no mundo do autoconhecimento através da tradição Soto Zen Budista. Em 1997 tornou-se a primeira mulher e primeira pessoa de origem não japonesa a assumir a presidência da Federação das Seitas Budistas do Brasil. Dona de uma habilidade deliciosa com as palavras ela se expressa dentro de uma aura de simplicidade, clareza e amor. Uma conversa maravilhosa. Às vezes apenas com os olhos, às vezes apenas com sorrisos. A cada frase, inúmeras possibilidades de traduções valiosas. Assim foi, numa manhã chuvosa na agitadíssima ca-

pital paulista. A conversa fluiu como a água que pingava na vidraça, transparente, refrescante e renovadora. Viver Bem em Revista: Como surgiu o seu interesse pelo budismo? Conte um pouco da sua história. Monja Coen: Nasceu da necesssidade de autoconhecimento, da reconstrução da realidade. Parar de reclamar do passado e agarrar as rédeas da situação, ter o comando e ser coautora da própria vida. Prestar atenção como falo, como penso e como vou agir. Ser responsável pela minha realidade através de escolhas baseadas em uma compreensão mais profunda, era isso que eu buscava. VBR: Hoje em dia o ser humano está muito preocupado com a perfeição, acabando por não saborear os pequenos encantos da vida. O que é preciso para viver a vida com qualidade?

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Em 1997 tornou-se a primeira mulher e primeira pessoa de origem não japonesa a assumir a presidência da Federação das Seitas Budistas do Brasil


MC: Estar presente no “agora”. Parar, respirar, sentir as texturas e estar consciente. O corpo também nos ajuda a estar no “agora”, a postura ereta faz essa conexão. De hora em hora, pare e faça uma respiração consciente. As pessoas hoje correm tanto que não percebem a beleza do caminho, existe uma ansiedade de acertar, completamente desnecessária, porém é preciso fazer o seu melhor. Os ingredientes básicos para esse objetivo são: alegria, felicidade, amorosidade e exatidão. VBR: Em algumas palestras e entrevistas você menciona um portal ligado ao budismo. Explique o que significa esse portal e as oportunidades que ele oferece.

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“Sempre digo aos meus alunos e alunas, colaboradores e colaboradoras, que o avesso tem que ser tão bonito quanto o direito” Monja Coen

MC: Cada obstáculo pode se transformar num portal. Em frente a uma dificuldade ou um problema, em vez de encará-lo como algo que esteja nos atrapalhando, encare como um ensinamento. O que estou aprendendo com isso? Ao acessar esse portal você terá a oportunidade de compreender com mais clareza o que realmente está acontecendo. No nosso caminho a principal característica é apreciar a vida e descobrir como lidar com as adversidades. Todos nós temos esse portal, lá estão as possibilidades, basta parar e acessá-las. VBR: O budismo ressalta muito a importância de dar o devido valor às coisas, em reparar, aprender com cada detalhe. Fale um pouco sobre isso. MC: Nosso dia a dia é feito de pequenos detalhes, são os “quase nada” que fazem a nossa vida. Sempre digo aos meus alunos e alunas, colaboradores e colaboradoras, que o avesso tem que

ser tão bonito quanto o direito. Todos os nossos atos e ações devem ser feitos com extremo capricho. Pode parecer um detalhe sem importância, mas essa idéia poderia mudar o mundo. Valorizar o momento quando estamos escovando os dentes, estar presente nessa ação, escovar com a sua presença e dedicação para esse momento; quem escova os dentes pensando na roupa que vai vestir, certamente não fará um bom trabalho na boca e precisará abrir o armário e olhar as roupas para assim escolher a mais adequada. Lembro sempre de uma passagem que pode ilustrar essa idéia, outro dia entrou um passarinho aqui nessa sala. Ficou muito assustado e não conseguia sair, via a luz da janela, voava para ela, batia a cabecinha no vidro e não conseguia sair, cada vez ficava mais assustado. A cena é horrível, pois o passarinho bate tantas vezes com a cabecinha no vidro que acaba por morrer. Eu abri as janelas e deixei-o só, senti que a minha presença atrapalhava. Quando voltei, ele havia conseguido sair. Conosco acontece a mesma coisa, por vezes, a luz está ali, mas as pessoas não conseguem chegar a ela, se afobam e insistem em agir sempre da mesma forma, repetindo os erros e batendo constantemente a cabeça. Nosso dever é mostrar o caminho e sair de perto. Essa busca é extremamente individual, depende de cada um ter a serenidade para passar por uma janela aberta sem confundi-la com um vidro. Por isso, temos que aprender a valorizar o momento, cuidar de cada detalhe com carinho e ternura, do contrário vamos continuar batendo a cabeça. VBR: Hoje em dia ouve-se muito a palavra “zen”, ela virou sinônimo de tranqüilidade e calma, a idéia original é essa mesmo?


MC: É verdade, hoje as pessoas falam: aquele fulano é zen, virou um adjetivo (risos). Ser zen é ser simples. Da simplicidade dos santos e dos sábios. Não se omitir, estar atento e sentir tudo. É um comando da consciência, ter atitudes que possam melhorar o mundo. Ser zen não significa ter uma postura passiva, simplesmente sentar, meditar e pronto. É preciso ser ativo, doar, criar, propagar o bem. Certa vez ouvi uma passagem que gosto de lembrar: perguntaram a um homem muito poderoso quais eram os atos mais importantes para ele e que lhe proporcionavam mais prazer na vida. Ele respondeu: comer, fazer sexo e doar. O prazer em doar e fazer o bem é realmente insuperável, fazer o bem simplesmente pelo bem é a melhor resposta ao nosso coração. VBR: Estamos em um momento de fortes mudanças com relação aos valores e até à busca espiritual, hoje existe uma consciência maior e isso não deixa de ser uma evolução.

Como encara essa fase e o que pensa sobre as inúmeras opções de religião que surgem a cada dia? MC: Somos da mesma espécie, porém não somos iguais. Hoje passamos por uma múltipla necessidade de fé e cada um procura o que mais lhe completa, isso pode ser caracterizado por laços culturais, regionais e principalmente afinidades. Assim, cada um tem uma aptidão religiosa diferente do outro. O importante é saber respeitar essas escolhas individuais e não tentar convencer o outro a ser como você é, a sentir como você sente. Mas também é necessário saber discernir o que é certo e o que está sendo abusivo, volto a referir: estar atento e ativo! Um dos meus alunos queridos, depois de algum tempo aqui no nosso Templo, voltou a ler a bíblia e descobriu coisas que antes não tinha percebido. Certa vez olhou-me nos olhos e disse: Sensei, eu redescobri o catolicismo e estou apaixonado por isso. Fiquei muito contente e ele também.

“Soluça. Ri. Canta. Fala. Declama. Relembra. Planeja. Silencia. Entende. Subentende. Compreende. Aprende. Meditar é meditar e nada mais.” Retirado do livro Sempre Zen*

MEDITAR É PRECISO Aqui vão algumas dicas básicas para que você consiga se beneficiar da prática da meditação. Quem medita como Buda deixa as mãos no colo. Não é pensar. A postura correta, a respiração correta, e mente correta. - Sente com a coluna ereta. Pode ser no chão, de joelhos, encostando os glúteos nos pés. Joelhos juntos, pés juntos, coluna ereta. Também pode ser com as pernas cruzadas (se for numa cadeira, sente sem se encostar); - Pés firmes no chão, paralelos, na mesma distância que os quadris; - A cabeça acompanha a coluna. Para que a cervical não fique comprimida, abaixe um pouco o queixo; - Coloque o dorso da mão direta no seu colo, com o dedo mínimo tocando o abdômen, o dorso dos dedos da mão esquerda sobre os dedos da mão direita e deixe os polegares se tocarem tão levemente como se houvesse uma finíssima folha de papel entre eles; - Língua no céu da boca, atrás dos dentes frontais; - Solte todo ar pela boca; - Comece com dez minutos e depois vá aumentando o tempo.

* A Monja Coen tem dois livros publicados: Viver Zen (2004) e Sempre Zen (2006), ambos pela Publifolha. Existe também um livro sobre a sua vida “Monja Coen, uma mulher nos jardins de Buda”.

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Dicas de

Ilustrações: Vitor Negreiros

moda BUMBUM AVANTAJADO Não use: Calças muito justa e cintura alta, a calcinha marcada na calça é muito feio: blusas e casacos curtos, saias com corte evasê, calça fuseau, estampas grandes. Abuse: Calças boca de sino, saia com pences, calças de cintura baixa e pernas pouco justas, casacos e paletós acinturados e longos.

SE VOCÊ TEM MUITO BUSTO Não use: decote alto e gola careca; atenção ao sutiã, nunca deixe aparecer a renda ou o contorno da costura; blusa de gola alta ou rolê. Abuse: decotes amplos e em “V”, blusas justas na cintura e folgadas no peito, vestidos com decotes quadrados e mangas três-quartos, vestidos trespassados.

Estamos sempre preocupados com a nossa aparência, afinal ela é o nosso cartão de visitas. Porém, para estar elegante não é preciso seguir à risca a ditadura da moda e suas tendências e sim, saber o que fica bem e o que não deve usar. O Norte Shopping selecionou algumas dicas preciosas para ajudar você nessa missão.

CULOTES GRANDES Não use: Camisetas brancas e folgadas, calças capri, calças retas ou de pernas afuniladas, saias com cortes enviesados ou com pences, paletós ou casacos acinturados, calça fuseau. Abuse: Decote canoa, blusas confortáveis que assentem acima dos quadris, calça boca de sino ou pantalona, saia evasê.

SEM CINTURA Não use: Blusões soltos tipo batas, casacos com abotoamento duplo, vestido tubinho. Abuse: Decotes profundos e V, cintos largos sobre o quadril, vestido justo com estampas, jaquetas e casacos acinturados e com zíper na frente, blusas e vestidos trespassados.

BARRIGA Não use: Blusas justas e tecidos colantes, camisetas curtas, top justos, tubinho de lycra ou stretch, roupas com franzido na cintura, calça jeans muito justa, cintura baixa, cintos apertados. Abuse: Blusas até a barriga e mais justas no peito, blusas franzidas na frente ou trespassadas, vestidos com cintura baixa, saias tipo envelope, calcinhas reforçadas ou com cintas elásticas, se optar por calça jeans de cintura baixa compre um numero maior.

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equilíbrio 24

mude

Simplesmente, Por Kennya Amorim

VOCÊ PODE TUDO! Quem nunca ouviu alguém dizendo: “Isto não é possível!” “Não consigo!” “Não tenho essa habilidade!” Frases como estas são muito comuns no dia a dia. O que poucas pessoas sabem é que hoje temos métodos muito eficazes para desenvolver todas as nossas limitações. Daniella Medeiros, 30 anos, jornalista e empresária, procurou crescer internamente. Devido a impulsos de colegas de trabalho teve vontade de conhecer melhor algumas práticas e mecanismos para melhorar. “Eles falavam o tempo todo em técnicas de desenvolvimento e au-

toconhecimento. Comecei a buscar informações sobre o tema, li muitos livros, busquei alternativas e descobri que aqui, em nossa cidade, há opções que me fariam conhecer um mundo novo”, conta Daniella. Segundo a jornalista, as mudanças foram muitas! Desde coisas simples do dia a dia, como autodisciplina, acordar cedo e malhar com freqüência, até perder o medo e a timidez, eliminando de vez os pensamentos de autossabotagem que permeavam seus sentimentos toda vez que desejava algo importante. “Eu era tímida, insegura, tinha um medo constante de morrer,

era sedentária, acordava tarde. Com as técnicas utilizadas durante o treinamento consegui me superar em tudo. Hoje, acordo na hora em que eu quero, mesmo indo dormir tarde. Corro diariamente, me tornei uma pessoa confiante, não tenho mais problemas em meu relacionamento familiar, tanto com meu esposo quanto com meus filhos. Dentro da minha profissão, como empresária, obtive um resultado fantástico”, completa. Até quem está de fora percebe os resultados, como a mãe da jornalista e empresária, Inês Medeiros, que afirma as melhoras da filha. “Ela


Essa é a palavra de ordem. Nos dias de hoje já não há mais espaço para aquela pessoa avessa a novas idéias, cabeça dura, dona da verdade... Com todos os avanços das ciências que tratam das relações humanas, não pega o bonde quem não quer! Qualquer pessoa pode melhorar sua capacidade de estar bem na vida. Basta querer! Poucas coisas fazem tanta diferença em nossas vidas quanto uma mudança. Mudança daquelas menos abstratas e mais realistas, ou seja, alterar hábitos, cumprir novas regras, fazer acordos com nós mesmos. Mudar. Juntar o que presta e arquivar, jogar hábitos e manias que já não se encaixam nesse seu novo espaço. Eis a sugestão: arrume a sua vida em caixas e... mude-se! Não é novidade nenhuma a máxima de que você tem as rédeas da

era relutante tanto para ouvir quanto para falar. Hoje ela é uma pessoa melhor por saber escutar as críticas e dialogar sobre tudo”, afirma a mãe de Daniella. Se é possível para um, está ao alcance de todos. A arquiteta Maria Cândida, de 31 anos, sempre buscou o autoconhecimento, não tinha confiança plena em si mesma. Achava que não era capaz de nada. Procurou ajuda quando estava prestes a defender sua tese de mestrado e não se imaginava apresentando o trabalho para várias pessoas; queria estar preparada para aquele momento.

sua vida, basta segurá-la com força e determinação. Chega de desculpas, carmas, azares, castigos e culpas. Xô! Modifique-se... Estamos sugerindo uma libertação, esqueça as crenças, as histórias de criança e vamos arrumar a casa. Não se trata de tarefa das mais fáceis, não é simplesmente esquecer tudo o que já aconteceu, porém, acredite que em algum cantinho de você existe uma força mágica que tem o poder de transmutar tudo.

Hoje ela tem até dificuldades de falar sobre como era a Maria Cândida de antes. “Como eu era antes? Humm... É difícil falar e prefiro nem lembrar. (risos)”. Mas sobre os resultados que obteve, ela fala com firmeza: “Sou mais confiante, determinada, mais convicta e sei que sou capaz de tudo! Inclusive, apresentei minha tese e me saí muito bem!”, afirma a jovem. Já o bancário Geraldo Filho, 41 anos, começou a se interessar pelos temas em busca do equilíbrio e também da administração do estresse. “A partir da aplicação das técnicas, você vai se conhecendo melhor, vai enten-

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dendo as informações. É uma busca infinita para saber como funciona a sua cabeça e a do próximo”, explica. Hoje, Geraldo se define com um homem mais equilibrado, mais consciente e sabe tomar as decisões importantes da melhor forma possível, tanto no âmbito profissional quanto no pessoal. “O diálogo familiar melhorou. Antes eu perdia o controle facilmente, hoje, consigo ter uma conversa com inicio, meio e fim”, diz, orgulhoso de seus avanços. Todos afirmam que se trata de uma busca constante. Mas que receita milagrosa é essa?


Por onde começar 26

Onde encontrar esses cursos, essas técnicas e profissionais capacitados que atuam na área? Em São Paulo? No exterior? Engano seu! Em nossa cidade podemos encontrar tudo isso em um só lugar: Humanocenter. Atuando desde 2000, com sede em Natal, a Humanocenter é uma empresa especializada em eventos de desenvolvimento humano, pessoal e organizacional, usando ferramentas avançadas de Programação Neurolingüística e consciência corporal para trabalhar o crescimento humano, por meio de atendimentos individuais, cursos, seminários e treinamentos nacionais e internacionais. Desde sua criação, as diretoras Roberta Forastieri e Karina Braga já treinaram mais de mil pessoas, que participaram de cursos de formação

como Practitioner em Programação Neurolinguistica, PNL; Master; Coaching; Body Mind Talk; PNL aplicada à Autoestima; Prosperidade; Saúde; Liderança; Comunicação e Vendas; Treinamento de Liderança; Biodança; Dança do Ventre Terapêutica e Cozinha Nutricional, entre outros treinamentos personalizados. Na Humanocenter os cursos e treinamentos são baseados em experiências e resultados de pessoas e empresas de sucesso. Utilizando a abordagem construtivista e a andragogia - teoria educacional voltada para o aprendizado do adulto - como processo de integração das equipes, aliados a recursos como os de Coaching e PNL há casos de pessoas e organizações de sucesso, dinâmicas de grupo, simulações e exercícios vivenciais, buscan-

A equipe da Humanocenter já treinou mais de mil pessoas

As sócias Karina Braga e Roberta Forastieri

A Humanocenter é uma empresa especializada em eventos de desenvolvimento humano pessoal e organizacional do a contextualização e a conciliação entre a realidade do participante e as necessidades da organização. Através de processos modernos todas as técnicas possibilitam que as pessoas aprendam novos comportamentos e ensinem àqueles que se interessam ou necessitam desse conhecimento. É um conhecimento considerado avocacional pelos órgãos públicos, porém, vem ganhando terreno, penetrando em escolas, indústrias, comércios e associando-se aos demais ramos profissionalizantes, culturais e filosóficos. Portanto, não visa mudar o que existe, mas dar um novo significado e acrescentar novos recursos e habilidades para facilitar a vida e o convívio entre as pessoas. Você pode experimentar! Mais informações, acesse www. humanocenter.com.br.


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comportamento 28

Qual é a sua participação na educação da “geração do futuro”?


Por Adriana Keller

Criar e formar um novo ser é uma tarefa de grande responsabilidade. Mais do que fazer o que os pais mandam, os filhos são exímios observadores do “como” seus pais agem e se comportam perante a vida Tudo começa assim: quero ser mãe. E a pergunta deveria ser: por quê? Você tem tempo para isso? Após estar anos e anos numa posição secundária em relação ao homem, face ao mercado de trabalho, a mulher hoje tenta abraçar todas as suas funções ao mesmo tempo. Ela faz de tudo para dar conta e administrar tarefas profissionais, viagens, horas extras, reuniões intermináveis, celulares que tocam a todo instante... Ela tem uma carreira e quer ser a melhor. Nada mais justo. A arte consiste no malabarismo para equilibrar essa vida profissional e a vida pessoal com a permanente educação dos filhos, juntamente com o relacionamento com o companheiro e, claro, a árdua tarefa de parecer jovem e bela pelo resto da vida. Ufa! Já cansei só de escrever... E que tempo fica para a educação dos filhos? Parece inacreditável, mas existem pais que acreditam que isso é tarefa das escolas; pagam verdadeiras fortunas para algumas instituições se ocuparem da educação dos filhos e assim, se livrarem de mais esse “problema”. O resultado, em médio prazo, são crianças carentes, prepotentes e sem a verdadeira relação de amor e cumplicidade própria da ligação entre

pai e filho. Em longo prazo, tornam-se adultos imaturos e infelizes. A psicóloga Simone de Carvalho Caminha, que atua na área de Psicologia Escolar, coloca algumas soluções para combater a falta de tempo: “O tempo precisa ser distribuido entre a carreira e a criação dos filhos. O caminho é a conversa e a participação efetiva dos pais na vida dos seus filhos. Se existe a conversa isso se torna possível, conhecer as dificuldades da criança, saber das qualidades e vontades, enfim, acompanhar o crescimento de maneira profunda. O tempo é um empecilho? Nesse caso não, estamos falando de qualidade de tempo, que, por mais curto que seja, será bastante satisfatório se houver dedicação na sua qualidade”, explica. A educação do filho há muito que não é tarefa unicamente da escola, tampouco da mãe. Apesar de ela carregar esse estigma designado pela sociedade durante muitos anos, essa tarefa hoje deve ser dividida. “A participação dos pais na escola é de uma importância que vai além do acompanhamento escolar. A criança precisa apresentar aos pais a sua vida, o seu mundo. Trazer os pais para essa realidade dá segurança à criança”, completa a psicóloga.

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Simone atua na área da psicologia escolar

“O tempo precisa ser distribuido entre a carreira e a criação dos filhos. O caminho é a conversa e a participação efetiva dos pais na vida dos seus filhos” Simone Caminha


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“Ser um bom pai não significa passar a mão na cabeça do filho, e sim, saber falar ‘não’ quando necessário e explicar o porquê” Simone Caminha

Passos comedidos entre o dragão da permissividade...

A linha tênue entre a rigidez e a permissividade Educar, hoje em dia, parece mais complicado e é tema corrente em consultórios de psicologia. Por estarmos vivendo essa “falta de tempo” para a educação dos nossos filhos, a necessidade de colocar limites é sempre muito questionada, tanto pelos filhos como entre os novos e dedicados pais. Já não existe lugar para a intolerância dos duros limites, constituídos de severas regras e punições como antigamente. Era exigida da criança total submissão, ser obediente e boazinha, jamais ser espontânea ou questionar uma ordem. Era a época do “porque sim!”, quando havia a coragem de questionar a negativa de algum pedido, com o famoso ”mas por que não?”. Porém, esse limite é uma corda

bem fininha que, se de um lado está o tubarão da rigidez, do outro, o dragão da permissividade. Quando o passo pende mais para um lado do que deveria, encontramos crianças que mandam nos pais, mimadas, birrentas e cruéis, ou as inseguras, introvertidas, antissociais e revoltadas (fruto de uma educação sufocante). Aff! Sejamos artistas, então! Da corda bamba, malabaristas, corredores recordistas... E o sucesso do nosso desempenho implica em ter uma noção clara do que é ser “adequado”, o que depende da maturidade emocional de cada um (adultos e crianças). Para Simone, a questão é muito delicada e a maioria dos problemas que identifica é a falta de limite da

criança. “Em alguns casos os pais acham uma maneira de ‘compensar’ o pouco tempo que têm para seus filhos. Assim, não querem brigar, chamar a atenção ou entrar em conflito. Aí, a permissividade toma conta da relação. Ser um bom pai não significa passar a mão na cabeça do filho, e sim, saber falar “não” quando necessário e explicar o porquê”. A carência da criança, muitas vezes é indicada pelo comportamento de birras, intermináveis crises de choros sem lágrimas e a necessidade de chamar a atenção a todo custo. Em alguns casos essa insegurança é tal que a criança chora para ir à escola e o motivo desse choro é cruel: o medo dos pais não virem buscá-la. “Nesses


MINIADULTOS

... e o tubarão da rigidez

casos, os pais devem suprir essa necessidade que julgamos exagerada, com muito amor e qualidade do tempo dedicado a ela. Explicar o motivo da sua ausência e estar presente da maneira possível. A criança precisa se sentir segura e amada”, conclui.

“Ter tempo para ouvir e tempo para falar” Simone Caminha

Alguns psicólogos defendem que a ocupação exagerada do adulto consigo mesmo e com o seu mundo, desenvolve um mecanismo que torna menos trabalhoso cuidar da criança, trazendo-a para o seu mundo, ou seja, fazendo-a crescer rapidamente. E assim é feito. Muitos pais tratam os filhos como pequenos adultos. Eles ainda não estão prontos para determinadas decisões, respostas ou atitudes e são questionados e pressionados. Aí deve entrar a palavra mágica “respeito”. Respeitar a individualidade daquele ser, conhecer seus limites para orientar o caminho de acordo com a sua necessidade pessoal e intransferível. Cada criança tem sua personalidade, vive suas angústias, os pais devem reconhecer. “O ponto de partida é a troca, a parceria estabelecida tendo como tripé ideal a confiança, a sinceridade e o amor. Ter tempo para ouvir e tempo para falar. É muito importante a parceria entre a família e a escola. Ela é o primeiro mundo social da criança além da família”, conclui.

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maturidade


Por Kennya Amorim

viajar

A arte de

“A verdadeira arte de viajar... A gente sempre deve sair à rua como quem foge de casa, como se estivessem abertos diante de nós todos os caminhos do mundo. Não importa que os compromissos, as obrigações, estejam ali... Chegamos de muito longe, de alma aberta e o coração cantando (Mário Quintana)”

Ainda hoje é comum pessoas acreditarem que ter mais de 65 anos é sinônimo de fragilidade, falta de saúde, limitações e acúmulo de doenças. Mas, essa visão está superada. Com o avanço da ciência, o uso de medicamentos especiais e a adoção de costumes que aumentam a expectativa de vida, o cenário se transformou. Pesquisas comprovam que, atualmente, o processo natural de envelhecimento não é um fator impeditivo para a maioria das atividades cotidianas de um adulto de qualquer idade. Nos anos 80, os idosos representavam algo em torno de 10% da população, o que dava a impressão de que o Brasil seria para sempre um país

formado por jovens. Mas esse número mudou e o aumento da população idosa, fora do processo produtivo e que vive de aposentadoria, representa um novo segmento para diversas áreas da economia, principalmente o turismo. Esse público tem uma vida financeira estável, já criou os filhos, se aposentou e adquiriu a maioria dos bens materiais que vislumbrava, restando tempo livre para aproveitar a vida. Nesse caso, não há opção melhor do que viajar e conhecer novos lugares. Lembrando também que hoje existe uma maior conscientização da população da Melhor Idade sobre a importância da atividade física e do lazer para se ter uma vida melhor. Cada dia

que passa, a inatividade e o sedentarismo representam um prejuízo para quem deseja viver com mais saúde. Os viajantes da Terceira Idade são estimulados ao movimento, ao contato com a natureza, o que resulta em uma reinserção do idoso na sociedade e a descoberta de motivações e novas possibilidades para a vida depois dos 60. A melhor época para a população da Melhor Idade viajar é a de baixa temporada, quando os locais com boa infraestrutura, muito procurados durante todo o ano, estão mais vazios. Isso garante relativo sossego, aliado às inúmeras promoções que podem chegar a 30% abaixo do valor cobrado na alta temporada.

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Diário de Bordo

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Mercedez: não irei parar de viajar nunca

“Podemos viajar por todo o mundo em busca do que é belo, mas se já não o trouxermos conosco, nunca o encontraremos”. Ralph Waldo Emerson

Quinta-feira, seis da manhã. A algazarra domina o ponto de partida de uma excursão. Cinqüenta turistas de cabelos grisalhos preparam-se para embarcar rumo a um passeio para conhecer o interior do Rio Grande do Norte. A euforia é tanta que aqueles senhores e senhoras até parecem colegiais em viagem de férias. Uma das integrantes, Vilma Pereira, diz que em sua última viagem, fez caminhadas de até cinco quilômetros, mergulhou em lagoas e desceu dunas “rolando” nos Lençóis Maranhenses. Ela tem 74 anos. Engenheira civil aposentada, Vilma era a mais velha integrante de um grupo de outros nove turistas de Melhor Idade que passou uma semana no Maranhão aproveitando ao máximo todos os passeios. “Desde criança gostava de acampar, não vou mudar agora”, brinca. Sem restrições nem queixas, o grupo cumpriu o roteiro, apesar do sol forte e do pouco conforto. O segredo para aproveitar a aventura, segundo ela, é saber respeitar limites. Com problemas na perna, ela fazia as caminhadas em um ritmo mais lento, mas não deixou para trás nenhuma oportunidade. Alguns passeios são adaptados, com mais paradas para descanso. Mas o importante é alcançar o objetivo. Ao final do percurso comemoram a chegada até com gritos de guerra. Na mochila dos viajantes da Melhor Idade não há lugar para baralho nem outros passatempos, eles viajam em busca de aventura. A ordem é aproveitar pra valer. Também não há espaço

para mau humor ou reclamações. Se não fossem os cabelos brancos, poderiam ser confundidos com um grupo de adolescentes em férias. Ninguém escapa de ganhar apelidos ou virar alvo de piadas, algumas vezes até por conta de problemas típicos da idade, como as armadilhas de memória. A descontração engana o cansaço. Terminada a viagem, os participantes continuam em contato. É hora de trocar fotos e de matar as saudades. Mercedez Santos de Aguiar há 30 anos mora longe da sua terra natal, Blumenau em SC, o que facilitou a sua predisposição para viajar. “Morei no Rio de Janeiro por 13 anos e há 18 moro em Natal. Adoro conhecer lugares e também visitar parentes que, com a distância, acabamos por não ter tanto contato. A viagem que mais me marcou foi quando me aventurei em ir visitar minha mãe, em Blumenau, de ônibus. Saí de Natal/RN e o ônibus foi parando em vários destinos até lá. Tantos lugares lindos, imagens inesquecíveis. Ficará para a história! Meu próximo destino? Uma incógnita. A única coisa certa de fato, é que não irei parar de viajar nunca”, relata a vendedora de 68 anos. O idoso que viaja fica mais confiante e passa a lidar melhor com as situações de conflito que existem nessa etapa da vida. Os médicos garantem que viajar diminui a incidência de estados depressivos, bem como a apatia diante da família e da sociedade. Motivo de sobra para os filhos estimularem seus pais a não pararem nunca e viajarem sempre.



equilíbrio Ilustração: Vitor Negreiros

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Por Cleonildo Melo

Construir com

sustentabilidade


Professor Aldomar Pedrini (quarto da esquerda para a direita) e sua equipe

Muitas ações pretendem estimular a edificação de empreendimentos sustentáveis. Encontrar formas de poupar os recursos naturais é hoje tema de análise de arquitetos e urbanistas do Rio Grande do Norte Pense em como seria interessante ter uma casa que aproveita a luz do sol, a água da chuva e não polui o meio ambiente com esgotos domésticos. Imagine também reciclar o lixo orgânico e produzir adubos a partir desse material. Aparentemente fictícia, a idéia já começa a ganhar corpo e de forma muito consistente. Já aparecem iniciativas no Rio Grande do Norte para se alcançar essa meta e comprovar que é possível morar bem, com conforto, em um ambiente aconchegante e ainda poupar os recursos naturais. Construir com sustentabilidade é um tema tão importante que um grupo de pesquisadores do Departamento de Arquitetura da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) já estuda a melhoria do desempenho térmico e energético de edificações. O intuito de estudantes e docentes é promover ambientes confortáveis termicamente com o menor consumo de energia possível, ao ponto de implan-

tar um sistema de regulamentação da etiquetagem de eficiência energética. É como se cada empreendimento recebesse um selo dando aval de que a

“Muito pode ser evitado se houver um projeto adequado. É uma maneira de economizar recursos naturais e diminuir os custos da edificação” Aldomar Pedrini, professor

edificação é ecologicamente correta, assim como acontece com os eletrodomésticos que consomem menos energia. Os prédios passariam a ser

classificados quanto ao nível de eficiência energética, tal qual geladeira, ar-condicionado e televisão. As pesquisas desenvolvidas no Laboratório de Conforto Ambiental são de grande importância, já que os edifícios consomem muita energia, principalmente para manter as condições de conforto térmico por meio dos condicionadores de ar. “Muito pode ser evitado se houver um projeto adequado. É uma maneira de economizar recursos naturais e diminuir os custos da edificação quanto à aquisição, manutenção e operação de sistemas prediais, dentre outros”, explica o coordenador do projeto, Aldomar Pedrini. Segundo ele, as futuras construções deverão levar em conta o baixo impacto ambiental, pois há uma tendência de os projetos serem mais inteligentes, fazendo uso dos recursos bioclimáticos, como ventilação e luz naturais. “Certamente, esses projetos serão bem melhores do que os atuais”, prevê o professor.

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A escolha dos materiais

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Acredita-se que a edificação sustentável começa com o material, mas na realidade ele pode representar muito pouco diante da importância do projeto arquitetônico. De acordo com Aldomar Pedrini, o arquiteto ou projetista é o principal agente, pois é o responsável pela produção do espaço e por sua racionalidade. A escolha do material é uma conseqüência natural. Qualquer material tem algum tipo de impacto e, por isso, recomenda-se escolher os que apresentam menor conteúdo de energia na sua fabricação. O reuso ou a reciclagem de materiais deve ser considerado, assim como sistemas construtivos com baixo desperdício. O mercado ainda é incipiente e, por isso, é difícil avaliar os impactos das decisões. Mas, certamente, o principal obstáculo para as práticas sustentáveis é a comodidade. É necessário que o consumidor valorize tudo isso. Os custos de construção de casas sustentáveis são, em média, trinta por cento maiores do que os envolvidos na construção de uma casa pelo método tradicional. No entanto, esse custo inicial maior se refletirá num ganho 1. Belfrey Golf Resort, na Inglaterra, projeto do Reardon Smith Arquitects. Telhado verde, reciclagem de água e paredes de vidro 2 e 3. Paredes verdes do arquiteto francês Patrick Blanc, ambas na Espanha 4. Eco casa da Noza Zelândia utiliza materiais que a mantêm quente no inverno e fria no verão 2

PASSO A PASSO

posterior e na valorização do imóvel. Para se ter uma residência ecologicamente correta, criatividade ajuda, mas o importante é ter sensibilidade. É preciso verificar como causar o menor impacto possível no terreno, recuperar a vegetação original, projetar conforme o clima do lugar - considerando o entorno -, adotar cobertas claras para refletir a radiação solar, sombrear as aberturas, evitar a impermeabilização, ventilar quando a temperatura do ar externo for menor que a do interno. Em relação à ambientação, Aldomar Pedrini diz que precisa refletir as mesmas preocupações do projeto arquitetônico, como evitar o desperdício e adotar materiais com baixo conteúdo de energia. Há materiais de revestimento de fontes renováveis como madeira de reflorestamento ou bambu, além de reuso de materiais e utensílios. “Frequentemente se observa edificações sustentáveis com ambientes minimalistas, apenas com o necessário, com iluminação natural e integração com o exterior, com muita vegetação. Isso requer algumas mudanças de hábitos e valores”, explica. 1

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• Contrate um profissional com competência na área e procure se conscientizar sobre o impacto ambiental de seus atos. • Procure ser racional quanto ao projeto. Integre estratégias bioclimáticas e de eficiência energética para depender o menos possível de equipamentos que consomem energia. • Evite o desperdício típico dos sistemas construtivos convencionais. • Tente fazer reuso da água e coleta da água de chuva. • Promova o paisagismo com espécies nativas. • Respeite a topografia do terreno e evite impermeabilizá-lo sempre que possível. • Busque uma boa arquitetura que será mais fácil de considerar esses aspectos. • Reveja seus valores pessoais.

O principal obstáculo para as práticas sustentáveis é a comodidade 4




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