Revista Viver bem 13

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ANO 4 | EDIÇÃO 13 | SET/OUT/NOV 2012

Sem tempo pra malhar? Está na hora de organizar a agenda e priorizar sua saúde

COMPORTaMENTO Saiba como superar a timidez ENTREVISTa Elizabeth Monteiro fala sobre o sentimento de culpa das mães RECOMEÇO Mulheres e homens encontram uma nova motivação após a viuvez




editorial

Giovanna Reis

Expediente

Edição nº 13 | set/out/nov/2012 Direção geral Juliana Garcia e Patrícia Guedeville

Culpa

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Coordenação editorial Juliana Garcia Textos

Quando uma mulher descobre que está grávida uma explosão de sentimentos acontece dentro dela. É impressionante como um simples “positivo” no papel é capaz de provocar tantas mudanças. As emoções são potencializadas e tudo o que sentimos é mais intenso, muito mais intenso. Provavelmente, os homens que estiverem lendo esse texto vão pensar que é, no mínimo, um exagero. Mas quem é mãe, quem já passou por esse momento de descoberta, sabe do que estou falando. Entre tantos sentimentos, a culpa parece que chega colada com a maternidade. Passei a refletir mais sobre isso quando uma amiga que acabou de descobrir que está grávida me ligou para contar que estava com um descolamento na placenta. A preocupação natural com a saúde do bebê foi sufocada por um enorme sentimento de culpa. Culpa? Sim! Afinal, o descolamento não teria acontecido se ela não estivesse trabalhando, se não tivesse viajado, se não tivesse feito isso ou aquilo... Por coincidência (ou providência), a entrevistada dessa edição é a EM REVISTA

pedagoga Elizabeth Monteiro, autora do livro “A culpa da mãe”. Numa conversa esclarecedora com a jornalista Taciana Chiquetti, ela fala sobre os prejuízos que a “culpa” pode trazer e orienta mães (e pais) sobre como superar os desafios da educação nos tempos modernos. Alimentação, saúde, beleza, comportamento, infância e maturidade. Essa edição, como todas as outras, traz reportagens sobre cada um desses temas. A novidade é a coluna “Eu vivo bem”, destinada para os leitores contarem suas conquistas nessa busca pelo autoconhecimento, qualidade de vida e felicidade. A reportagem de capa destaca a importância de organizar a agenda e priorizar um momento do dia para a prática de exercícios. Se continuar parado, aí sim pode se sentir culpado por descuidar do seu bem maior, a sua saúde. Boa leitura! Juliana Garcia juliana@guiaviverbem.com.br @jufariasgarcia

Daniele Oliveira, Eugênio Bezerra e Taciana Chiquetti Revisão Márcia Melo Fotos Ramón Vasconcelos Projeto Gráfico Carlos Soares Diagramação GR Design Editorial www.grdesigneditorial.com.br Comercial GGTec Produções Impressão Impressão Gráfica Tiragem 10.000 exemplares Fale conosco 84 3213.8592 viverbememrevista@ggtec.com.br


maturidade

equilíbrio

meio ambiente

saúde

comportamento

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infância

alimentação

qualidade de vida

beleza

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Sumário ANO 4 | EDIÇÃO 13 | SET/OUT/NOV 2012

24 Capa Modelo: Luis Henrique Foto: Ramón Vasconcelos Agradecimento: Academia Nova Stylo

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Alimentação Rodízio de pães faz bem à saúde SAÚDE Aprenda a gerenciar o estresse EM REVISTA


viver bem

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Uma maratona de exercícios com aulas de oito modalidades

Conexão Viver Bem Quem estava sentindo falta do Conexão Viver Bem, suspenso no mês de agosto em virtude da interdição do Espaço Folha do Parque das Dunas, teve a oportunidade de colocar o corpo em movimento com a equipe do programa no mês de setembro. No dia 01, participamos do encerramento da VIII Semana de Educação Física e

Nutrição da UnP, uma manhã dedicada aos cuidados com a saúde, alimentação saudável e atividade física. Um conexão especial aconteceu nos dias 15 e 16, dentro da programação do Circuito Qualidade de Vida Nordestão. Foram 8 horas dedicadas à prática de exercícios com aulas de várias modalidades. Confira as fotos:

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01. Treino de corrida com a Natal Runner 02. Equipe do Espaço Vivo antes da aula de pilates 03. Studio Body Fit e a aula de body attack 5

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04. Seve Cunha, do Espaço Corpomente, comandou a aula de yoga 05. Platinum Prime e a aula de Sh´Ban 06. Treinamento Funcional – Platinum Prime 07. Jump Show com as academias Flex e SummerFit 08. Set Entretenimento encerrou o

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evento com a aula de dança


Corra também Em setembro, o Viver Bem começou a acompanhar o desenvolvimento do programa de incentivo à prática da corrida que o Instituto de Radiologia de Natal implantou para os seus colaboradores. Os treinos com a Natal Runner já estão a todo vapor e a meta do grupo é fazer bonito na Meia Maratona de Natal, marcada para o dia 10 de novembro. Para acompanhar a evolução da equipe, os treinos e a participação nas provas é só se ligar no Viver Bem, todos os sábados, às 9h, na Tv Ponta Negra.

Parte da equipe de colaboradores do IRN depois de um treino de qualidade

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Viver Bem é Tudo de Bom Depois de concluir os 21km na Meia Maratona do Rio de Janeiro, a apresentadora do Viver Bem, Juliana Garcia, encara um novo desafio. Ao lado do jornalista Luís Henrique, está no comando do programa Tudo de Bom, uma revista eletrônica, com uma hora de duração, exibido todos os dias, às 10h40, na Tv Ponta Negra. O Tudo de Bom aborda temas variados como moda, entretenimento, saúde, fitness, gastronomia, educação e muito mais.

SUA OPINIÃO “Gostei muito da reportagem sobre as artes marciais. Pratico Muay Tai há 6 meses e confirmo todos os benefícios citados.” Jessica Helena, por email “A entrevista com Martha Medeiros foi a melhor de todas as edições. Palavras certas para levantar o astral e a autoestima de qualquer mulher.” Georgia Reis, por email

“Ao ler a reportagem sobre saladas, descobri que a minha não tinha nada de saudável. Que bom que vocês abriram meus olhos e ensinaram receitas de molhos saudáveis.” Kaline Nóbrega, por email “Na minha família, as alergias são causas de muito sofrimento. Foi bom me identificar com outras pessoas que enfrentam o mesmo problema e

saber que é possível ter qualidade de vida apesar desse problema.” Luís alberto, por email “Gosto do jeito que vocês abordam certos assuntos, como por exemplo, a reportagem sobre os chacras. Desmistificou muita coisa, abrindo novas possibilidades para os leitores desfrutarem a vida.” Elói Mendes, por email

PROGRaMa VIVER BEM - SÁBaDO, 9H, Na TV PONTa NEGRa - WWW.GUIaVIVERBEM.COM.BR - TWITTER: @PROG_VIVERBEM

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Educadora física, pós-gra-

Pergunte ao personal 1. musculação engorda? Bethânia Pires – por email

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Se a pessoa estiver parada e começar a fazer musculação, existe sim um ganho de massa muscular, em detrimento da perda calórica, dependendo da regularidade dos treinos. Esse ganho de massa muscular aparece na balança, como ganho de peso, mas isso não significa que a pessoa engordou e sim que ela está fazendo uma substituição da massa gorda pela massa magra. 2. Jogo futebol duas vezes por semana há mais de 10 anos. isso é suficiente para manter minha saúde? Cláudio José – por email Não. O fato de você estar fazendo uma prática desportiva é sim muito positivo. No entanto, isso não é o ideal. Lembrando que temos 7 dias numa semana, dois dias apenas não é o suficiente para se ter saúde. O seu corpo está tendo benefícios, mas ele já está condicionado e acomodado pela frequência que você adotou. 3. Tenho 46 anos. vejo muitas pessoas praticando corrida. ainda dá tempo pra eu começar a correr? Lolita Fagundes – por email Sim. Não há tempo ideal para se começar uma atividade física. O ideal, na verdade, é começar. Não devemos nos prender à idade, mas precisamos, a partir dos 40, obrigatoriamente, de um check-up para sabermos como estão as nossas taxas e o coração. Baseados nesta liberação médica, teremos como indicar o melhor tipo de exercício para você. A corrida poderá ser

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duada em exercícios físicos aplicados a grupos especiais. Com 26 anos de experiência, atua como personal trainner em academias e em domicílio.

praticada sim, mas a princípio você terá que começar caminhando, pelo menos na sua primeira semana. Depois você poderá aumentar o ritmo da sua caminhada até começar a fazer pequenos trotes (corrida leve), evoluindo até a corrida propriamente dita. 5. Tenho pressão alta. É verdade que não posso fazer musculação? Pedro Lago – por email Pelo contrário, a musculação pode ajudar a controlar a sua pressão arterial. No entanto, a atividade deve ser moderada e acompanhada por um educador físico, para que se possa dosar a atividade corretamente. É necessário, sempre, levar em consideração a idade e o seu histórico em relação à prática de atividades físicas. Se você está parado há muito tempo, é um fator de risco para se retomar a prática, tendo-se em vista este alerta dado pela sua pressão arterial. 6. sempre me exercitei. acabei de completar 50 anos. Todos falam que o metabolismo desacelera. preciso treinar mais forte? Faço musculação. José Pinto – por email Cada metabolismo funciona de forma diferente para as situações propostas. Se você é uma pessoa ativa e sempre foi, ótimo! Quanto ao aumento da intensidade dos exercícios, depende. Não é porque você tem 50 anos que a sua atividade deve ser mais forte. Não funciona de forma tão simples assim. O correto é que a cada mês a intensidade dos exercícios seja modificada para que o metabolismo reaja a essas modificações e continue a trabalhar sempre em alta.

Foto: Arquivo pessoal

Brígida Sousa



Arquivo pessoal

Deixe de caningar!!! artigo

Por Cásio Barreto - casio.barreto@gmail.com

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Desde que acordamos, iniciamos (sem perceber, muitas vezes) uma série de questionamentos que permearão o nosso dia até o final. Eles se constituem de coisas simples, como escolher a roupa que iremos usar (coisa de meninas), passando por qual o melhor caminho para chegar ao trabalho que evite o tráfego, até que programa assistir na televisão (algo cada vez mais difícil). Esses são alguns dos exemplos das várias dúvidas que invadem constantemente nossas vidas e que ilustram como ela são recheadas de conflitos. Caninga, aperreio, duelo, contenda, luta, combate, tumulto são alguns dos vários sinônimos que a língua portuguesa e o nordestinês encontraram para expressar aquilo que é tão inerente ao ser humano quanto a sua própria condição de ser pensante. Se Descartes, na Idade Média, já afirmava que pensar é condição sine qua non para existir (“penso, logo existo”), o homem moderno bem que poderia substituir essa famosa citação por “penso, logo brigo”. E essa briga inicia-se logo aos primeiros raios de sol, quando tentamos decidir se pulamos da cama ou se ficamos apenas “só mais 5 minutinhos”, para ao longo do dia se estender para os demais que nos rodeiam. Seja pela vaga de estacionamento

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no supermercado, o filho que não quer aprender, o marido que troca a esposa pelo futebol, a esposa que não quer namorar ou as pressões do chefe no trabalho, o nosso dia a dia é repleto de conflitos. Então, como resolvê-los? Ora, como já foi dito, se os conflitos são inerentes a nossa condição humana, é impossível dissociar-nos deles. Portanto, o caminho

Caninga, aperreio, duelo, contenda, luta, combate, tumulto são alguns dos vários sinônimos que a língua portuguesa e o nordestinês encontraram para expressar aquilo que é tão inerente ao ser humano quanto a sua própria condição de ser pensante.

único a ser traçado é aprender a administrá-los, até porque alguns autores insistem em afirmar que conflito não se resolve, se gerencia, pois assim que “solucionamos” um, outro se prepara para se instalar. Nesse contexto, algumas organizações já se preocupam com o impacto dos conflitos nos ambientes laborais, sendo inclusive preocupação do governo federal, que indica a mediação como ferramenta para administrar essas arestas. A mediação é uma forma de composição voluntária entre as partes, podendo ser estas pessoas físicas ou jurídicas, e tem lugar quando as possibilidades de entendimento direto entre as partes se esgotaram, tornando necessária a intervenção de um terceiro imparcial e sem interesse direto na demanda para auxiliá-las a encontrar a solução do conflito. O mediador, dessa forma, desempenha um papel ativo com notável grau de iniciativa, não só porque a sua conduta tem o objetivo de aproximar as partes conflitantes, separadas pela distância dos pontos de vista de cada uma, mas também porque apresenta alternativas para estudo dos interessados. As tentativas de composição formuladas pelo mediador não têm efeito vinculativo para os sujeitos do conflito, que podem acatá-las ou não.


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Arquivo pessoal

consciência 12

MeditAção Há poucos meses comprei uma bicicleta, mas quase não a usei por um motivo simples: as instruções de como usar as marchas não vieram junto e, após muitas tentativas frustradas, tomei uma decisão. O dono da loja não quis acreditar em meu pedido. Chegou até a se oferecer para me ensinar a usar as benditas, mas o desgaste era imenso nessas alturas e não houve acordo possível: as marchas foram desativadas, para meu total alívio! Coisas de gente mais velha... A oportunidade de testar meu veículo de duas rodas nessa nova versão veio com um convite desafiador para pedalar pela cidade: 24 quilômetros, com aparato policial e tudo! A cumplicidade das nuvens encobrindo o sol, as presenças lindas de meu neto, filha e genro, aliadas à promessa subjacente de uma grande aventura deram o tom que necessitava. Quem resiste a tanto apelo? Crianças foram amparadas com essa iniciativa. As da Casa de Caridade que recebeu as doações dos participantes e uma criança aqui de quase EM REVISTA

60 anos, que se flagrou rindo de tudo e de nada o tempo todo... Ri das minhas limitações quando chegamos aos trechos mais íngremes – “use as marchas” - alguém me sugeriu...Ri mais ainda! Ri das minhas conquistas, mesmo sem as marchas auxiliares, depois que consegui passar pelas lombadas mais cruéis... Foi um encantamento sem fim! A cada metro percorrido, uma Natal vista sob ângulos jamais presenciados... Nesse instante sagrado, nada mais importava. Exausta e feliz! Desafiando meus limites e a inércia que os finais de semana sugerem ao corpo cansado de uma semana de trabalho contínuo. Estava completamente presente, onde só a alegria ocupava todos os espaços de meu ser. Não havia julgamento de absolutamente nada. Tudo estava perfeito – como é, como foi e sempre será. Observe quando estiver se exercitando, principalmente se a integridade de seu corpo depender disso. A mente não interfere e existe um grande pra-

Com o neto Arthur, companheiro da pedalada

zer nisso. Esse é o espaço de meditação, o caminho para sentir Deus em você. É um lugar onde a mente não é convidada a entrar, daí o riso brota fácil, a alegria ativa as cores da vida... Não por acaso alguns mestres sugerem a meditação dinâmica, onde a movimentação corporal é o ponto alto para diminuir a interferência dos pensamentos. Onde não há interferência mental não há conflito, a natureza intrínseca da mente. Quando você chega nesse patamar, você chega ao coração, onde mora o amor em toda a sua plenitude. Se estiver difícil de assimilar esse contexto, relaxe. Quem gosta de teoria é a mente, usurpadora dos melhores momentos de nossas vidas. Tenha a experiência, permita-se! Deixe que esse riso contido, espremido dentro de você venha para a superfície e exploda em milhões de partículas de saúde física, mental, espiritual! Élcia Luz amalaluz@gmail.com


Sua confiança nos transformou em referência. A Prontoclínica de Olhos acaba de adquirir sua nova plataforma cirúrgica, a mais moderna do Norte-Nordeste, para correção de miopia, hipermetropia ou astigmatismo. Ela é composta pelo alegretto de última geração para correção de ametropias e do laser de femtossegundo que é usado para execução do flap, o que torna a cirurgia totalmente realizada por laser e aumenta a sua precisão.


beleza 14

1. você segue algum ritual para manter a beleza da pele e dos cabelos? A minha manutenção básica é filtro solar na pele e leave in nos cabelos, sempre. Ritual sagrado mesmo é só a limpeza. Não consigo dormir com a pele suja, mas os cremes, confesso que não consigo todos os dias. 2. como é sua alimentação diária? Pela loucura que é o meu dia a dia não consigo estabelecer uma rotina organizada, mas procuro sempre comer coisas saudáveis. Adoro comer de tudo, mas hoje tenho a consciência de evitar certas coisas como um refrigerante ou sanduiche, por exemplo. 3. Qual a sua atividade física preferida? Adoro spinning! Tem uma queima calórica muito considerável... 4. o que gosta de fazer nas horas livres? Não sei muito bem o significado desta palavra, mas dentro da minha rotina atual e frenética, procuro alguns momentos de diversão, pra relaxar. Adoro assistir filmes, viajar, tentar arrumar a casa... 5. como será a andrea daqui a 20 anos? Atualmente não tenho a menor noção, mas espero colher da vida regrada que sigo hoje muita saúde e paz. 6. o que é viver bem pra você? Viver bem pra mim é ter saúde, estar em paz comigo mesma, não fazer e nem desejar o mal a ninguém e sentir a energia das pessoas que me querem bem ao redor. EM REVISTA

Andrea Cariello

Ela é arquiteta e há mais de 15 anos atua na área de ambientação residencial. Faz parte da equipe do Programa Art&Design e de quebra acabou de colocar no ar um blog (www.deadica.com.br) para compartilhar dicas legais. Andrea tem um filho de 13 anos, que , segundo ela, é a sua grande fonte de alegria e inspiração para lutar. Alegre e comunicativa, ela contou para a Viver Bem em Revista suas receitas de beleza e bem estar.


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beleza

Pele de bebê BB Cream Multifuncional tem tudo o que sua pele precisa

16 Vários benefícios em apenas uma embalagem. A proposta de um produto facial com diversas funções para a pele vem fazendo sucesso na Formule Farmácia de Manipulação, localizada no bairro de Lagoa Nova e em breve com filial na Av. Afonso Pena, no bairro de Petrópolis, em Natal. O BB Cream Multifuncional é a mais recente novidade no estabelecimento que conta com 13 linhas de produtos destinados para nutrição, cabelo, face, corpo, proteção, assim como opções de vinhoterapia, argan, romã, frutais e uma linha verde. “Por ter este conceito multifuncional, o produto está fazendo muito sucesso entre os clientes. Quem faz, aprova, acaba levando”, relata a farmacêutica especialista em manipulação alopática e proprietária da Formule, Luciana Liberato. Desenvolvido por dermatologistas alemães, o BB Cream rapidamente tornou-se uma tendência cosmética mundial, já que oferece fotoproteção, cobertura de imperfeições, hidratação, redução de rugas, clareamento, firmeza de pele, além de efeito natural de maquiagem. As celebridades coreanas foram as primeiras a comprovar EM REVISTA

as vantagens deste produto, que ficou famoso no continente asiático e depois no mundo todo. Aplicando o produto apenas uma vez ao dia, os usuários estão tendo acesso a um protetor solar (Fator de Proteção Solar – FPS - 40), creme embelezador de toque sequinho, tonalizante, hidratante, redutor de rugas e marcas de expressão e também a um primer – produto que prepara e antecede a maquiagem. “Por mais suave que seja a maquiagem, sempre existem componentes que agridem a pele, por isso usar o BB Cream é importante. Os pigmentos desse produto são de origem mineral, motivo que o torna muito mais saudável para o rosto, colo e pescoço”, observa Luciana. A textura do produto é superagradável e se adequa a todos os tons de pele, uniformizando a aparência da pele. Há 11 anos na capital potiguar, a Formule – única farmácia da cidade a receber por quatro vezes consecutivas a certificação do Sistema Nacional de Aperfeiçoamento e Monitoramento Magistral (Sinamm) - estará, em breve, com mais uma sede e manterá o serviço de call center com entrega em

domicílio, que retira as prescrições médicas sem custo para o cliente. Formule Farmácia de Manipulação Av. Nascimento de Castro, 1765 Lojas 15 e 16 - Lagoa Nova Fone: 84 3234-0314 www.formulefarmacia.com.br www.facebook.com/formulefarmacia www.twitter.com/formulefarma

Luciana Liberato: farmacêutica e proprietária da Formule Farmácia de Manipulação



qualidade de vida

Por EugĂŞnio Bezerra

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Sem tempo para malhar? Saiba como organizar o dia para conquistar mais saĂşde e um corpo em forma EM REVISTA


Ricos ou pobres, pretos ou brancos todos temos em comum o tempo: nossas 24 horas são iguais para todos. Não podem ser encurtadas ou estendidas, mas sim devidamente aproveitadas. Dividir bem o tempo para acomodar trabalho, estudo, atividade física, descanso e lazer é um desafio que pode ser vencido e a gente ensina como. Ouvimos muito as pessoas se queixarem da velocidade da vida moderna, da ansiedade e da correria sem descanso, sem tempo. Será? Vamos imaginar a seguinte situação. Você está matriculado na academia e todos os dias se programa para malhar. Mas chega a hora e você sempre se lembra de um compromisso mais importante. Nesses casos, não tem problema: a malhação pode esperar, certo? Errado! Os exercícios físicos também devem ter um horário reservado na sua agenda. Andreia Schultz é exceção à regra. Ela tem 23 anos, 54 kg bem distribuídos em 1,74 metros de altura. É modelo. Tá explicado! Nós acompanhamos a correria dela num dia de trabalho. Acorda cedo. Vai para a faculdade na qual cursa o penúltimo ano do curso de Direito, almoça na rua mesmo e se manda para o estágio num escritório de advocacia. À noite vai para academia? Nem sempre. A carreira de modelo e os imprevistos são motivos suficientes para Andreia cancelar a malhação. “Às vezes tenho que estudar ou alguma campanha publicitária, passarela, enfim, compromissos que me fazem mudar o roteiro do dia e não ir para academia . Aí tenho que controlar a alimentação pra compensar a falta de exercícios”. Para as consultoras de recursos humanos Karina Braga e Roberta Forastieri, é necessário prever os imprevistos. Se a imprevisibilidade é a grande culpada por suas faltas na academia - e até em outros programas -, você pode aprender a driblá-la sem muitas dificuldades. A primeira lição é não agendar mais compromissos do que você pode cumprir. A segunda é sempre reservar um espaço para os imprevistos. E, se eles aparecerem ao longo do dia e o tempo reservado não for o suficiente, não tem problema. Sabe a lei da compensação que funciona na dieta? Funciona aqui também! “Quando você for organizar seu dia deixe um espaço para eventuais problemas. Caso não seja suficiente, faça uma hora extra, por exemplo”, diz Karina Braga. O empresário Ricardo Barros dribla os imprevistos reservando um dia da semana para eles. “Eu malho quatro vezes na semana por 45 minutos e deixo a quarta para os imprevistos, viagens, resolver problemas e vou adequando de acordo com meus compromissos”, explica o empresário.

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“Às vezes tenho que estudar ou alguma campanha publicitária, passarela, enfim, compromissos que me fazem mudar o roteiro do dia e não ir para academia . Aí tenho que controlar a alimentação pra compensar a falta de exercícios” Andreia Schultz, modelo EM REVISTA


Encontre um estímulo

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Ainda segundo as consultoras de recursos humanos Karina Braga e Roberta Forastieri, planejar é importante. Mas antes é preciso definir objetivos. Que resultados você quer alcançar com a atividade física? Você quer melhorar a saúde? Arrumar um namorado novo e pra isso vai precisar ficar com o corpo em dia? Definidos o objetivo e as metas a longo, médio e curto prazos fica mais fácil conseguir a aderência aos exercícios. “Tem gente que se sente bem vendo a foto de uma pessoa com a barriga sarada e quer ficar daquele jeito. Outras pessoas olham para a imagem de alguém com sobrepeso e se sentem provocadas a não ficar daquele jeito. Cada um tem um estimulo pra continuar fazendo os exercícios físicos e é preciso descobrir qual é a motivação individual e estabelecer as estratégias de motivação interna para a mudança”, esclarece Roberta. Aos 46 anos, o empresário Ricardo Barros encontrou na comparação com os amigos do tempo de escola o estímulo para continuar malhando. “Melhora a autoestima. Você passa a se amar mais. Quando eu encontro os amigos do colégio lembro que na época eu era jovem, cheio de espinhas, magro e da cabeça grande. Quando encontro os amigos hoje, a maioria está com bucho e carecas. As meninas que achava demais. Nossa! Eu olho assim e penso: eu não ficava com uma velha dessa nem a pau”, brinca o empresário.

“É preciso descobrir qual é a motivação individual e estabelecer as estratégias de motivação interna para a mudança” Roberta Forastieri, consultora de RH

DICAS PARA QUEM NÃO TEM TEMPO PRA MALHAR ORGaNIZE-SE Como qualquer outra atividade, fica mais fácil se estiver organizada, ou seja, estabeleça horários, planeje e se comprometa. Não deixe para “quando der”.

COMPROMETa-SE Encare como uma receita médica. Afinal, você faz isso pela sua saúde, não é apenas lazer, é algo tão importante como um remédio. É saúde preventiva!

PROCURE a aTIVIDaDE FÍSICa QUE LHE aGRaDa Não adianta ir na “vibe” dos outros. Cada um tem uma atividade física que mais gosta, descubra qual é a sua.

NÃO DESaNIME Se propôs a si mesma fazer quatro vezes por semana e perdeu algum desses dias, não esquente, insista. O que vai interessar é a atividade física a longo prazo.

TENHa CIÊNCIa DO QUE É SaÚDE Fazer, no mínimo, quatro vezes por semana atividades de 30 a 40 minutos que envolvam exercícios aeróbios e musculação, já é mais do que suficiente para aquisição de todos os benefícios proporcionados pela atividade física.

EM REVISTA

LUGaR NÃO É DESCULPa Não tem tempo de ir à academia, informe-se e procure um profissional de Educação Física com um programa de atividade física e faça em casa. Se nem houver tempo para isso, caminhe, corra, mexa-se!


De olho no tempo Outra coisa importante que as consultoras alertam é para a noção de tempo. Às vezes, as pessoas acabam perdendo tempo com atividades que não deveriam ou não são prioritárias de acordo com os objetivos estabelecidos por elas mesmas. “Perdemos tempo pensando em coisas que já passaram ou nos preocupando com coisas que ainda vão acontecer. É preciso trazer a mente para o tempo da ação, o presente”, constatam Karina e Roberta. Preocupação é a ocupação antes do tempo. “É preciso ter clareza da percepção do tempo passado, presente e futuro. Mesmo que a pessoa faça uma agenda e se organize, ela não cumpre. É uma espécie de autossabotagem que vai roubar o tempo do pensamento que não está no presente”, explicam as consultoras, tendo por base os conhecimentos e conceitos da neurolinguística. Com experiência de quem atua há mais de 15 anos como educador físico, Damião Pereira garante que vale à pena organizar o tempo e dedicar parte dele à atividade física. “Praticando exercícios regularmente, pelo menos 3 vezes por semana com treinos de 40 minutos de duração, você vai ter resultados na melhoria da saúde, além de prevenir doenças”. A recomendação do professor Damião Pereira é reforçada por estudo realizado na Universidade McMaster, no Canadá, que revelou que é possível ter importantes ganhos mesmo com poucos minutos de atividade física diária. Isso significa que, se administrarmos de forma eficiente o nosso dia, podemos dedicar um tempo para nosso bem estar. Segundo a pesquisa, realizar dez séries de apenas um minuto de bicicleta, com um minuto de descanso entre elas, três vezes por semana, é tão eficiente na melhoria da musculatura quanto a prática de muitas horas de exercícios convencionais de longa duração. São menos de 30 minutos para manter-se em forma, acredite!

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“É preciso ter regularidade, mas, praticando exercícios pelo menos 3 vezes por semana com treinos de 40 minutos de duração, você vai ter resultados na melhoria da saúde, além de prevenir doenças” Damião Pereira, educador físico

LEMBRE-SE - Antes de começar a praticar qualquer tipo de atividade física, mesmo sendo de intensidade moderada, vá a um médico e faça um exame para ver como anda a sua saúde. - Outro ponto muito importante é a nossa alimentação. Nós não podemos iniciar um programa de atividade física sem nos preocuparmos com o que vamos comer. - Aliar um bom programa de atividade física a uma dieta alimentar adequada é um passo enorme para uma vida saudável. Anime-se e comece desde já.

EM REVISTA


Toxina do bem

Por Taciana Chiquetti

Odontologia se rende aos benefícios do Botox A toxina botulínica, mais conhecida por Botox™ (que é a marca comercial americana da toxina botulínica), auxilia no tratamento da cefaléia e enxaqueca crônica de origem dentária (parafunção), na desprogramação muscular, após implantes dentários com carga imediata, também pode ser eficaz no tratamento de alguns distúrbios odontológicos que muito incomodam e que são bastante comuns, como o bruxismo, o sorriso gengival, a assimetria do sorriso, a salivação excessiva e disfunções da ATM (articulação temporomandibular), por exemplo. Sua finalidade pode ser, portanto, terapêutica. Um odontólogo, com treinamento específico, está habilitado a utilizar este recurso para as reabilitações orais, de acordo com a Resolução nº 112/ 2011 do Conselho Federal de Odontologia. A aplicação da toxina botulínica é um procedimento seguro e eficaz, quando realizado com critério, por isso, o diagnóstico e o planejamento detalhado do tratamento são fundamentais. “O bruxismo é o problema mais comum. Em muitos casos, os pacientes podem, até mesmo, deixar de usar a placa depois da aplicação da toxina. EM REVISTA

Já no caso do sorriso gengival, é possível, com esta nova técnica, evitar a cirurgia para a correção do problema”, conta Cloaldo Mendonça, especialista em Ortodontia, com curso de atualização profissional em Toxina Botulínica Aplicada à Odontologia. Acometendo 15% das crianças e afetando, indistintamente, cerca de 30% dos homens e mulheres, o bruxismo é uma desordem funcional – associada a fatores genéticos, situações de estresse, tensão, ansiedade ou a problemas físicos de oclusão ou fechamento inadequado da boca - que se caracteriza pelo ranger ou apertar dos dentes durante o sono. Essa pressão pode provocar desgaste e amolecimento dos dentes. Dor de cabeça é outro sintoma muito comum nesta doença. De origem biológica, obtida a partir da bactéria Clostridium botulinum, a toxina botulínica atua bloqueando a liberação de um neurotransmissor chamado acetilcolina, que interfere na capacidade de contração muscular. Desta forma, ocorre diminuição da contração de alguns músculos que podem estar influenciando nas funções habituais de fala, mastigação e sorriso.

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Wanderley Adams

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alimentação

Por Juliana garcia

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O pão nosso de cada dia Ele está presente na mesa da maioria dos brasileiros todos os dias. Comer pão faz bem à saúde, mas é preciso fazer escolhas saudáveis e consumir com moderação

EM REVISTA

Você come pão todos os dias? Se essa pergunta for feita na casa da microempresária Adriana Bezerril, 36 anos, a resposta será um sim em alto e bom tom. A família inteira é viciada em pão. Ele tem seu lugar reservado na mesa do café da manhã e do jantar. “Às vezes, também me rendo a um pão doce na hora do lanche”, confessa Adriana, que já tentou retirar o alimento da dieta várias vezes, mas só conseguiu manter distância dele por, no máximo, três dias. “Eu sinto muita falta quando não como. E quando estou na TPM, o desejo é ainda maior. Devoro vários pães de uma vez e depois sofro com o peso na consciência”. O peso na consciência certamente está associado ao medo de encarar a balança, pois ela pode denunciar alguns quilinhos a mais. No entanto, é importante frisar que o pão não engorda ninguém sozinho. O que faz


Fotos: Ramón Vasconcelos

uma pessoa engordar são os hábitos alimentares, os excessos e o sedentarismo. O pão é rico em carboidratos, nutrientes importantes, pois são eles que fornecem energia para o organismo funcionar. Portanto, é um alimento que faz bem. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria da Panificação e Confeitaria, o pão francês é o preferido. No Brasil, 56% dos pães são relacionados a produtos oriundos da farinha branca ou refinada. Na sequência de vendas estão os destinados para os lanches, como pão de cachorro quente e hambúrguer, e também bisnaguinha. Já os mais saudáveis, como

o integral, o de grãos ou sem glúten, ocupam as últimas posições. Segundo a nutricionista Fátima Nunes, é aí onde mora o problema. “Apesar de ser uma boa fonte de carboidratos, o pão francês tem uma quantidade muito grande de sódio, entre 300 e 500 mg, e o ideal é que essa quantidade não ultrapasse os 200mg. O sal é um grande vilão da saúde, pode levar a problemas como hipertensão e retenção de líquidos, por isso eu não recomendo o consumo de pão branco, pois a farinha refinada não tem nenhum nutriente, o melhor é optar pelas versões mais saudáveis”, orienta.

“Eu sinto muita falta quando não como. E quando estou na TPM, o desejo é ainda maior” Adriana Bezerril, microempresária

E o glúten? O glúten é uma proteína do trigo presente em massas e farinhas. É ele que dá liga na massa e também ajuda o pão a crescer. Algumas pessoas são sensíveis a essa proteína, não conseguem fazer a digestão e são obrigadas a retirar o glúten da dieta. Alguns especialistas, entre eles a nutricionista Fátima Nunes, acreditam que o excesso de glúten pode causar prejuízos até mesmo para quem não tem alergia à proteína. “Unhas fracas, olheiras, queda de cabelo, gases, prisão de

ventre e estufamento abdominal são alguns dos sintomas que podem estar relacionados ao excesso de glúten. É preciso observar, retirar o glúten por um período, depois voltar a consumi-lo. Não existem regras. Cada pessoa reage de uma maneira”, explica a nutricionista, que também alerta para os riscos da retirada do glúten e do pão da dieta sem a orientação de um profissional para que sejam feitas as substituições adequadas, de forma a não comprometer a nutrição do corpo.

“Unhas fracas, olheiras, queda de cabelo, gases, prisão de ventre e estufamento abdominal são alguns dos sintomas que podem estar relacionados ao excesso de glúten” Fátima Nunes, nutricionista EM REVISTA

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Rodízio da saúde

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Variar o cardápio é sempre o melhor caminho quando se fala em nutrição de qualidade. Imagine como seria sua vida se você comesse ovo, doces, carnes todos os dias. Com o pão não é diferente. “Ele é uma boa fonte de carboidratos, mas não é a única. Existem outras opções que, além de fornecer energia, também ajudam a controlar os níveis de glicose”, explica Fátima Nunes. Ela se refere às raízes como batata doce, inhame e macaxeira. Outras opções para substituir o pão são o cuscuz e a tapioca. “O ideal é fazer esse rodízio. Deixe para comer pão apenas duas vezes por semana. Assim, quando tiver vontade de comer até mesmo um pão branco, seu organismo não vai sentir tanto”, orienta. O rodízio também pode ser feito entre os tipos de pães. Existem várias opções no mercado. Tem pão integral, de linhaça, de centeio. Tem opções que são feitas sem o glúten, como o pão de quinoa, amaranto, com farinha de arroz. Hoje já existem empresas especializadas na produção dessas novas versões de pães saudáveis. Vlademir dos Santos é proprietário de uma delas, a Lírius Boutique do Pão. Toda a produção é artesanal, sem a adição de aditivos químicos e com o teor de sódio reduzido. “Oferecemos um produto diferenciado e muito saudável, inclusive para os clientes que optaram por excluir o glúten da dieta”, diz o empresário. Feita a opção pelos pães mais saudáveis, é preciso também ficar atento ao que se passa sobre ele. Geralmente, a manteiga, os molhos, os queijos gordurosos, os patês e outros alimentos usados para incrementar a fatia acabam colocando tudo a perder. “Uma boa opção para acompanhar o pão é um patê feito com ricota amassada, atum ou frango desfiado, maionese de soja e cenoura ralada. Assim, você vai acrescentar mais saúde ao pão”, complementa a nutricionista Fátima Nunes.

“Oferecemos um produto diferenciado e muito saudável, inclusive para os clientes que optaram por excluir o glúten da dieta” Vlademir dos Santos, proprietário da Lírius Boutique do Pão EM REVISTA

PARA AJUDAR NA ESCOLHA PÃO INTEGRaL Tem mais fibras que o pão branco e exige mais tempo de mastigação. Isso faz com que a pessoa se sinta saciada por mais tempo. PÃO COM LINHaÇa Rico em ômega 3 e leguinianas, substâncias que fazem a diferença na formação e equilíbrio dos hormônios femininos progesterona e estrógeno. O consumo frequente reduz os sinais e sintomas da TPM. PÃO COM aVEIa Contém uma boa quantidade de fibras solúveis, que aceleram o movimento intestinal e, com isso, o bolo fecal fica menos tempo no intestino. Ajuda a reduzir o colesterol, triglicérides e previne a formação de tumores, principalmente os do tubo digestivo. PÃO COM CENTEIO O farelo de centeio contém fibras insolúveis e uma boa quantidade de zinco. Contribui para o aumento da imunidade e a redução de risco de câncer.



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Leve Doçura

Vai valer à pena dar uma escapadinha da dieta para provar essa delícia Basta só olhar para a foto do novo biscoito trufado da Leve Doçura pra ficar com água na boca. É um tipo de alfajor - biscoito do tipo Maria com delicioso recheio de doce de leite e maravilhosa cobertura de chocolate do tipo suisso. É verdade que quem segue uma dieta de restrição calórica precisa consumir com moderação. Cada um possui em média 153kcal. Mas comer doces como esses, principalmente o chocolate, tem seus pontos positivos. Eles ajudam a aumentar a produção de serotonina, um neurotransmissor que melhora o humor e é produzido pelo organismo em resposta aos momentos de felicidade. A Leve Doçura acaba de chegar ao mercado. A empresa surgiu de uma parceria entre a Leve Delícia, empresa de sanduiches leves, presente no mercado há 8 anos, e a renomada doceira pernambucana Franci Lelis. Os biscoitos trufados são os primeiros produtos da marca e você pode escolher entre os recheios de chocolate EM REVISTA

ou doce de leite. Os clientes podem aguardar os futuros lançamentos, dentro dessa mesma linha. Todos seguindo o mesmo padrão de qualidade com que são produzidos os 18 sabores de Sanduiches Leve Delícia. “Aproveitamos a logística de distribuição e a clientela dos sanduiches da Leve Delícia para colocar esse novo produto no mercado. A aceitação está sendo ótima. O produto tem qualidade, um sabor maravilhoso e pode ser encontrado nas melhores lojas de conveniência, padarias e lanchonetes no Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco”, comemora a proprietária Neide Franco. Os produtos da Leve Doçura também estão disponíveis para encomendas para aniversários, casamentos e outros eventos. Leve Doçura Fones: 84 3218 6288 / 84 8746 5111 leve.delicia@hotmail.com www.levedelicia.com.br

Neide Franco, feliz pelo sucesso do lançamento



infância

Por Taciana Chiquetti

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A moda das siglas Filhos? Filhos Melhor não tê-los Noites de insônia (...) (...) Chupam gilete Bebem shampoo Ateiam fogo No quarteirão... Filhos... Filhos? Melhor não tê-los! Mas se não os temos Como sabê-lo? (...)

EM REVISTA

Vinícius de Moraes, em seu poema “Enjoadinho”, descreve a rotina dos pais acompanhando o desenvolvimento de seus filhos. Correndo os olhos pelos versos, fica a dúvida que talvez o poetinha não tenha pensado quando escreveu o texto: até que ponto as travessuras, o desassossego, a distração e a falta de atenção são características normais de uma criança ou indícios de transtornos? As siglas TDA e TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade) parece que viraram moda nas escolas e consultórios pediátricos e psicológicos na atualidade. Mas é preciso cautela, antes de chegar a conclusões. A jornalista Renata Passos, mãe de Gabriel (19) e Arthur (9), já experiente como mãe, sabia bem que a poesia, quando se trata de filhos, transforma-se em prosa quando se depara com a vida real. Uma história que exige grandes doses de paciência e dedicação. Quando se tem um filho com TDA ou TDAH, a dose precisa ser aumentada e ser paciente tem que passar a ser um estilo de vida. “Eu achava que a facilidade em perder os objetos, ser mais disperso que o normal, ter uma caligrafia ruim e ser desorganizado eram características masculinas ou típicas da idade, pois já tenho um menino. Geralmente, os meninos são assim, ao


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contrário das meninas. Mas quando Arthur começou a ter uma queda significativa no rendimento escolar, comecei a me preocupar e investigar melhor o que poderia estar havendo com ele”, relata. Ficar de castigo era rotina para o garoto e não saber como lidar com ele era angustiante para os pais. Desde então, ela peregrinou por diversos especialistas até encontrar a pediatra comportamental e hebiatra Luiza Meira Pires, que depois de pesquisar o comportamento de Arthur e realizar uma série de exames chegou ao diagnóstico de TDA moderado. “Quando a escola e a família não dão conta, eles vêm ao meu consultório, mas, para se chegar a um diagnóstico desses transtornos, é preciso uma investigação criteriosa. Alguns comportamentos típicos de TDAH podem revelar outras patologias, como ansiedade, disritmia e, até mesmo, deficiência auditiva”, explica a médica, que começou a se especializar no assunto depois de viver esta realidade em sua própria casa. Cerca de 3% a 5% da população no mundo possuem TDA com ou sem hiperatividade, sendo mais comum em meninos. “Trata-se de uma alteração neuroquímica no lobo frontal, com a diminuição dos neurotransmissores dopamina e noradrenalina, que interferem nas ações

“Alguns comportamentos típicos de TDAH podem revelar outras patologias, como ansiedade, disritmia e, até mesmo, deficiência auditiva” Luiza Meira Pires, pediatra EM REVISTA


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executivas, planejamento, organização e atenção. Por isso, o tratamento inclui medicação, além de psicoterapia”, explica. “As escolas não tem preparo para as especificidades dos alunos. O diagnóstico precoce é importante para dar o apoio que a criança precisa e para que a autoestima dela não fique comprometida”, opina Renata. Segundo Luiza, existe um protocolo a ser seguido para não se banalizar o transtorno. O primeiro passo é verificar o grau de prejuízo que ela está tendo em sua vida. Depois disso, ela analisa se o comportamento se repete em diferentes ambientes. Para ser classificado como TDA ou TDAH, é preciso ainda pontuar um questionário de rastreamento da classificação internacional das doenças mentais (DSM4), que apura desatenção, hiperatividade e impulsividade. Caso o resultado seja positivo, a pediatra solicita exames oftalmológicos, laboratoriais, de audiometria e eletroencefalograma (EEG) para buscar possíveis causas orgânicas que justifiquem a alteração de comportamento. Somente depois dessa pesquisa, é possível determinar se há ou não os transtornos e partir para o tratamento. A médica relata que é constante a angústia dos pais quando veem seus filhos rejeitados ou excluídos, inclusive por membros da família. “Eles não cumprem ordens e não conseguem administrar o tempo, por exemplo, porque não conseguem. Não é porque eles não querem. Os pais precisam entender que isso não é culpa nem da criança e nem dos pais”, diz. Algumas doenças podem estar associadas ao transtorno, como: depressão, ansiedade, delinquência e dependência química. Por isso, para Luiza, trata-se de um problema de saúde pública em que a informação sobre ele deve ser difundida para as pessoas. A poesia de Moraes destaca as dificuldades e os desafios de ser pai e mãe, mas também é generosa ao mostrar que, qualquer que seja a limitação do filho, ele vale à pena.

“Quando Arthur começou a ter uma queda significativa no rendimento escolar, comecei a me preocupar e investigar melhor o que poderia estar havendo com ele” Renata Passos, jornalista EM REVISTA

Filhos... Mas se não os temos Como sabê-los? Como saber Que macieza Nos seus cabelos Que cheiro morno Na sua carne Que gosto doce Na sua boca! Que coisa louca Que coisa linda Que os filhos são!



entrevista 34

Para ser uma boa mãe é necessário ter amadurecimento, bom equilíbrio afetivo-emocional e desejar muito o filho EM REVISTA

Elizabeth Monteiro


Por Taciana Chiquetti Ela define família como seu principal alimento. Talvez, por isso, resolveu formar uma bem numerosa para se sentir sempre nutrida de amor. E, diante da experiência própria e da formação acadêmica, também se sentiu à vontade para passar o que aprendeu para frente. Pedagoga, psicóloga, psicopedagoga, Elizabeth Monteiro também é escritora. Em seu livro mais recente “A culpa é da mãe”, ela relata suas vivências e dá sua contribuição para outras mães, à luz do conhecimento adquirido. “Escrever é uma forma de falar com o outro, além das paredes do meu consultório, e fazer algo pelas famílias. Precisamos investir nas nossas crianças, futuros cidadãos deste mundo, que muito precisa melhorar. Não nasci somente para saborear a vida, mas para deixar uma parcela de contribuição daquilo que sei, àqueles que necessitam”, define-se. Casada há quarenta anos com o primeiro namorado, tem quatro filhos e, no momento, quatro netinhos. Em seu consultório particular, na cidade de São Paulo, atende a crianças, adolescentes e adultos. Além disso, dá palestras e cursos pelo Brasil. Nesta edição da Revista Viver Bem, Elizabeth orienta sobre os limites na educação dos filhos. Uma pequena demonstração de que ela enfrenta suas culpas, tanto quanto sugere que seus leitores também enfrentem, é que não tem nenhum problema em assumir os seus 63 anos de idade. Seu ano de nascimento está lá, estampado em seu site na internet (www.elizabethmonteiro. com.br). É justamente esta maturidade que a faz multiplicadora de consciências tranquilas.

Viver Bem em Revista - Quais os tipos mais frequentes de culpa que os pais enfrentam, atualmente, em nosso modelo de educação? Por que a mãe se sente mais culpada? Elizabeth Monteiro - Os pais, principalmente as mães, carregam muitas culpas. As mães se sentem culpadas quando a sua família não se enquadra no modelo da família “perfeita”. As mães são as maiores responsáveis pela criação dos filhos e ficam mais tempo com eles. Portanto, assumem maiores responsabilidades. Quando alguma coisa não vai bem, o mundo as acusa e quando o mundo não as acusa, elas mesmas se acusam: “Onde foi que eu errei?”. Culpam-se porque o filho não vai bem na escola, porque não obedece, porque tem alguma dificuldade física ou psíquica... São tantas as culpas. Dentro do modelo atual de educação, onde a mídia passa que é preciso TER para SER, as mães também se culpam por não poderem dar o mundo aos seus filhos. As mães que trabalham fora, então... São as mais culpadas, porque pensam que, dando tudo, repararão a sua ausência. VBR - Quais os principais erros cometidos? EM – Eu não gosto de apontar os erros que as mães cometem, até porque também sou mãe, errei e erro muito. O importante é aprender com os erros, pois ninguém tem culpa daquilo que não sabe, mas passa a ter a partir do momento em que sabe. Nenhum filho precisa de uma mãe perfeita, mas penso que a atitude mais grave na criação de um filho é a mania que os adultos

têm de rotular a criança. A criança e o jovem não sabem quem eles são. Quando o adulto diz ao menor que ele é um burro, chato, preguiçoso, insuportável, este jovem está recebendo um papel na vida: um rótulo. E, assim, passará a agir e a se comportar de acordo com o rótulo que recebeu. Isso é grave! VBR - Como dar limites sem sentir culpa? EM – Para se dar limites sem culpa, é preciso ser firme e delicado ao mesmo tempo. Sempre digo que a firmeza não exclui a delicadeza. Pais que resolvem tudo aos tapas e berros ensinam aos filhos que é desta forma que se resolvem os problemas e eles receberão de volta as mesmas agressões. A gente colhe aquilo que planta. Só se educa bem quando se é um bom modelo. Os pais devem agir de acordo com aquilo que pensam e sentem. Devem educar de acordo com o seu sistema de crenças e de valores. Antes de dar limite ao filho, deve-se olhar para dentro de si e pensar. Não é bom seguir modelos externos. Exemplo: se você acha que o seu filho não tem idade para ir para festas e baladas, não permita. Se a sua vizinha permite, isso é problema dela e basta explicar isso ao seu filho. Claro que não é fácil, mas devemos educar usando o bom senso. Penso que, para dar limites precisos, também é necessário não esperar que a sua paciência se esgote. Em campo tenso, todos brigam e perdem a razão. VBR - A escola pode ajudar a família a construir uma educação mais efetiva para os filhos e menos “culpada” para os pais? De que maneira? EM REVISTA

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“O peso da culpa faz com que as mães mimem demais os seus filhos e não exerçam adequadamente a autoridade que lhes compete”

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em – A escola deve cumprir a sua parte, assim como a família. Família e escola devem estar sempre de mãos dadas. Cabe à escola transmitir cultura, conhecimento, informação, acolhendo e aceitando todos, sabendo trabalhar com as diferenças e com as dificuldades. Integrando-os dentro da cultura e dos valores da sociedade em que estão inseridos. Cabe à família transmitir tudo, mais os valores familiares e sociais. Escola e família devem trabalhar juntas, levando os jovens à aprendizagem do exercício diário da cidadania. O que é muito comum de se ver atualmente são os pais terceirizando os seus filhos e a escola se livrando dos alunos que apresentam dificuldades. Os pais nunca devem falar mal da escola e dos professores dos filhos nem das pessoas que cuidam deste indivíduo. vBr - As mulheres estão se tornando mães cada vez mais tarde. Isso é positivo na relação entre mães e filhos? em – Não importa a idade. Para ser uma boa mãe é necessário ter amadurecimento, bom equilíbrio afetivo-emocional e desejar muito o filho. Desejar um filho não significa cumprir com um papel cultural ou social. Desejar um filho implica em querer dar a este ser uma condição de vida em que ele se sinta aceito e amado do EM REVISTA

jeito que ele é. Todas as mães amam os seus filhos, mas poucas os aceitam como são. Para mim, isso não é amor. vBr - Como os novos arranjos familiares, diferentes do tradicional pai-mãe-filhos, têm interferido nos medos de quem conduz a educação em casa? em – Apesar dos novos arranjos familiares, não existe maior sociedade, nestas cinco mil diferentes sociedades familiares espalhadas pelo mundo, em que a família, como grupo de pessoas que habitam o mesmo lugar, não tenha um poder forte sobre o indivíduo. Apesar das transformações e dos diferentes formatos existentes, a família é a principal responsável pela educação, transmissão de valores, formação de identidade, pela prevenção e cura dos muitos transtornos existentes. vBr - Quais são as principais angústias que as mulheres apresentam com relação à maternidade? Como os maridos ou outros familiares podem contribuir para minimizá-las? em – As principais angústias com relação à maternidade dizem respeito à saúde da criança, a sua perfeição física, ao parto e à amamentação. Em seguida, dizem respeito à educação e às questões financeiras. A melhor


maneira de ajudar estas mulheres está em não sofrer antecipadamente junto com elas. É aprender e ensiná-las a lidar com os problemas e dificuldades à medida em que forem surgindo. vBr - Quais as consequências de mães mais culpadas para seus filhos? em – Mães culpadas não sabem educar e se posicionar diante da criança. As crianças precisam de modelos para crescer. Modelos de pessoas fortes, firmes, autoconfiantes e seguras. O peso da culpa faz com que as mães mimem demais os seus filhos e não exerçam adequadamente a autoridade que lhes compete. As mães se queixam de não

ter autoridade e da ausência dos pais. Na verdade, algumas também temem assumir os seus filhos. Ninguém quer carregar o peso da responsabilidade, então pedem conselhos e orientação a terceiros, quando bastaria assumir aquilo que pensam e em que acreditam, sem medo de errar e sentir culpa. Os filhos dependem muito mais das atitudes dos pais do que de sermões ou críticas. É preciso que as mães acreditem em seu potencial, em seus esforços, aprendam com os erros. Seguir o modelo dos outros não é bom, porque o que serve para uma família, não serve para outra. Assim como o que serve para um filho, não serve para o outro. Não dá para ser a

mesma mãe para todos os filhos, simplesmente porque eles são diferentes e deve-se tratá-los de forma diferente: uma mãe para cada filho. Filhos de mães inseguras e culpadas sentem-se abandonados moralmente. vBr - Ajuda profissional, leituras ou outras formas de se buscar informação são sempre bem vindas? em – Os pais precisam ler, conhecer, saber sobre o desenvolvimento do filho para tomar atitudes corretas. A mãe deve estudar muito e se autoconhecer para lidar com as suas dificuldades (sem culpa), conhecer e aceitar o outro.

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comportamento

A timidez é mais comum do que se imagina. Mas, se ela compromete a sua qualidade de vida, está na hora de buscar ajuda para superá-la

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Por Taciana Chiquetti

Começa com um sorrisinho sem mostrar os dentes. Depois, passa por sempre optar pelo local mais discreto da sala até evoluir para evitar contatos mais íntimos com as pessoas e exposições em público. As bochechas rosadas de quem é tímido definitivamente não são sinais de saúde. Pelo contrário, escondem intensa angústia, que, por sua vez, desencadeia uma série de limitações. Por mais que o senso comum acredite “Fulano é assim mesmo. É o jeito dele”, é preciso atentar para o fato de que, em qualquer situação em que o indivíduo não realiza o seu potencial, existe um problema psicológico. A timidez – sensação de intenso medo e ansiedade nas mais diversas situações sociais - pode trazer prejuízos significativos para a qualidade de vida de uma pessoa, em vários aspectos, como social, profissional, econômico, sexual e familiar. As dificuldades para a formação de vínculos emocionais e o comprometimento de desempenho no ambiente profissional são os mais problemáticos. Os tímidos e fóbicos sociais ca-

sam-se mais tarde e tendem a ser menos felizes no relacionamento conjugal. Além disso, conseguem menos oportunidades de ascensão profissional e possuem maiores chances de sofrer com a depressão. As causas da timidez são múltiplas e geralmente resultam de um processo e não de um fator isolado. TRATAMENTO Observando a crescente demanda relacionada à ansiedade social, a psicóloga Neuciane Gomes da Silva, do departamento de Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), resolveu colocar o foco de seu trabalho neste problema e, em 2006, criou o projeto “Enfrentamento da Timidez”, em Natal, com a proposta de trabalhar a timidez por meio da terapia breve (Abordagem Cognitiva-Comportamental). Trata-se de uma terapia em grupo em que são realizados doze encontros semanais no Serviço de Psicologia Aplicada da UFRN para o tratamento breve e focal. Lá, os participantes – jovens e adultos, não restritos à

A angústia das bochechas rosadas EM REVISTA


comunidade acadêmica - vivenciam atividades que permitem a eles encontrar um caminho para mudar o tripé pensamento-sentimento-comportamento de forma positiva para seu benefício. As inscrições acontecem no início de cada ano. Os interessados passam por uma triagem, com a aplicação de testes psicológicos e, se a fobia social for identificada, passam a integrar o grupo. Caso o problema seja outro, a pessoa é encaminhada para outro serviço. O programa consiste em desenvolver, nas pessoas, habilidades sociais para que possam aprender gradualmente a lidar com o medo e a

ansiedade relacionados a sua vida social. “É um problema muito comum e as pessoas precisam saber que pode ser superado, pois existe tratamento. No grupo, eles entendem que não estão só, outras pessoas também têm o mesmo problema”, explica Neuciane. Pesquisas realizadas mundialmente demonstram que aproximadamente metade das pessoas sofre com a timidez em algum momento de suas vidas, que pode ser crônica ou situacional. Na timidez crônica a pessoa experimenta dificuldade em praticamente todas as áreas do convívio social. Os homens adultos são o perfil mais frequente que apresenta

timidez, porém quem mais busca ajuda são as mulheres. A “famosa” vontade de se esconder, sumir ou sair correndo quando a ansiedade e o medo estão instalados limitam a vida de quem passa pelo problema. Para a estudante Eloísa Silveira (21), falar em público é algo extremamente desgastante. Sempre que está diante desta necessidade, ela apresenta diversos sintomas, como tremores, choros, altos níveis de ansiedade e tende a ter um comportamento de fuga e esquiva. “Fico pensando que não sou capaz de falar sobre o assunto proposto, acreditando que quem assiste sabe mais do que eu. Então, fico extremamente nervosa e chego a não coordenar as ideias, trocando as palavras”, conta, relatando que gostaria de fazer terapia para identificar os motivos desta limitação. De acordo com a psicóloga, nem sempre quem tem medo de falar em público, por exemplo, apresenta necessariamente outras dificuldades sociais. Existem variações na fobia social. “Há pessoas que não conseguem

“É um problema muito comum e as pessoas precisam saber que pode ser superado, pois existe tratamento” Neuciane Gomes, psicóloga

EM REVISTA

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CAUSAS MAIS FREQUENTES PaIS OU UM DOS PaIS TÍMIDO A percepção depreciada de si mesmo o faz depreciar ou não confiar no(a) filho(a). PaIS OU UM DOS PaIS MUITO aGRESSIVO Isso faz com que o filho tenha uma visão dos outros como potencialmente hostis.

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“Fico extremamente nervosa e chego a não coordenar as ideias, trocando as palavras” Eloísa Silveira, estudante

ter um relacionamento amoroso, assinar um documento na frente de outras pessoas ou usar um banheiro coletivo. São formas focais do problema, que também devem ser tratadas”, diz. No grupo, o terapeuta estimula a busca de soluções dos próprios envolvidos e propõe o enfrentamento das situações aflitivas. O tratamento consiste em alguns passos, como a psicoeducação, ou seja, o psicólogo explica aos participantes o que é o transtorno, fala sobre a possibilidade de tratamento, sobre a importância da qualidade dos pensamentos e da necessidade de se elevar a autoestima. Depois, trabalha com a atribuição de tarefas e exercícios para serem executados dentro e fora do grupo. Em seguida, incentiva a interação dos depoimentos dos integrantes e estimula a reflexão sobre as soluções. “Os resultados tem sido muito bons ao longo de todos esses anos. A ideia é que a pessoa se torne sua própria terapeuta e se sinta preparada para enfrentar as situações. Geralmente, os participantes saem muito bem após o processo e se mostram muito mais auto-confiantes”, relata Neuciane. Sair do casulo que a timidez provoca e bater asas para viver as relações com liberdade não é uma tarefa fácil, por isso a ajuda profissional é de grande valia e pode abreviar, em um curto espaço de tempo, anos e anos de isolamento e desconforto. Para viver bem, é preciso estar aberto para a vida. EM REVISTA

EXPERIÊNCIaS DE HUMILHaÇÕES SILENCIOSaS OU PÚBLICaS Isso corrói o “eu” ou produz distorções no “eu” que está se desenvolvendo. FaMILIaRES CRÍTICOS Algumas famílias têm uma cultura muito crítica. Essa postura pode ser velada ou aberta, direta (dirigida para dentro dela mesma) ou indireta (críticas dirigidas a pessoas de fora). PROBLEMaS FaMILIaRES QUE CaUSEM VERGONHa É comum as crianças ou adolescentes sentirem-se envergonhados durante um processo de separação dos pais, por exemplo. Isso pode ser superado em pouco tempo ou pode permanecer como uma forma de auto-depreciação. Problemas familiares de outra natureza podem também causar esse dano. FaMÍLIaS aFETIVaMENTE FRIaS Famílias que não exprimem os sentimentos ou os exprime muito pouco, principalmente os sentimentos de carinho e alegria pelas realizações de alguém do grupo, podem contribuir indiretamente para a timidez. Esse comportamento não ajuda a desenvolver uma percepção pessoal de capacidade de realização, de competência, de ser capaz de ser amado, de ser estimado, de ser respeitado pelos outros. Experiências como essas desenvolvem percepções do “eu” como sendo frágil e sujeito à crítica dos outros. Fonte: www.psicologado.com.br – Artigo das psicólogas Laíla Gabriela Carvalho de Sousa e Maralice Alves de Sousa.



saúde 42

Por Taciana Chiquetti

Xô, estresse!

Considerado o mal do século, o estresse também tem seu lado positivo. É preciso aprender a gerenciar suas reações

EM REVISTA

Há quem considere o cão de guarda a melhor exemplificação do estresse. O processo de estresse no ser humano se assemelha a um cachorro de estimação que zela pela nossa integridade: ele dá sinais contundentes de ameaça ou permanece tranquilo ao nosso lado, quando tudo está bem. A palavra “estresse” já faz parte do vocabulário cotidiano das pessoas. Já virou, até mesmo, verbo, conjugado de diversas maneiras: “Tô estressado!”, “Não me estressa...” Por isso, são necessários alguns esclarecimentos para saber as diferenças entre estresse positivo e negativo.


“A competição e os frequentes ajustes às inovações tecnológicas, por exemplo, são fontes inesgotáveis de estresse. Na tentativa de adaptar-se às mudanças ambientais e em adequar-se às interações sociais, a pessoa pode chegar ao estresse excessivo”

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Suely Mendonça, psicóloga

“O estresse é uma reação do organismo que ocorre quando ele precisa lidar com situações que exijam um grande esforço emocional para serem superadas. Quanto mais a situação durar ou quanto mais grave ela for, mais estressada a pessoa pode ficar. Porém, há meios de se aprender a lidar com o estresse de modo que, mesmo nos piores momentos, o organismo não entre em colapso”. Esta é a definição da especialista Marilda Lipp – psicóloga e fundadora do Centro Psicológico de Controle do Stress (CPCS), entidade com sede em Campinas-SP e filiais em diversos estados brasileiros, que se destina a promover a prevenção e o tratamento do estresse excessivo desde 1985. O CPCS é a primeira entidade no Brasil especificamente organizada com o objetivo de realizar pesquisas sobre o estresse e seus efeitos. A unidade mais próxima do Rio Grande do Norte fica em Recife-PE, liderada pela psicóloga Suely Mendonça. “A velocidade das mudanças, a necessidade de atualização constante e o acúmulo de funções no mundo corporativo geram desafios físicos e psicológicos. A competição e os frequentes ajustes às inovações tecnológicas, por exemplo, são fontes inesgotáveis de estresse. Na tentativa de adaptar-se às mudanças ambientais e adequar-se às interações sociais, a pessoa pode

chegar ao estresse excessivo”, explica Suely, que também é membro do Conselho Científico da Associação Brasileira de Stress. Por outro lado, é o estresse positivo que permite as realizações e que coloca a pessoa na ativa. Muitas pesquisas realizadas pela instituição, em diferentes grupos - escolares, adolescentes, universitários e adultos - revelam a prevalência de sintomas de estresse excessivo significativamente mais alta em mulheres. Segundo a psicóloga, apesar de não se ter uma resposta precisa, acredita-se que grande parte do estresse feminino pode ser atribuída à diversidade de papéis acumulados pela mulher na sociedade moderna e pelo padrão de perfeição a ela imposto no desempenho desses papéis. Além das mulheres, os apressadinhos, em geral, correspondem ao perfil mais vulnerável ao estresse negativo. “Pessoas com esse padrão de comportamento estabelecem muitos objetivos simultaneamente, gostam de fazer muitas coisas ao mesmo tempo, agem de forma rápida e têm dificuldade de concentrar-se. Nas relações interpessoais, costumam ser impacientes, irritadiças e hostis com outras pessoas e exigem muito de si. O estilo de vida oriundo desse padrão torna essa pessoa uma verdadeira usina de estresse”, alerta Suely. EM REVISTA


Efeitos e consequências

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Apesar de constituir uma reação natural do organismo, em excesso, o estresse pode sim ser extremamente prejudicial, causando muito mais do que um desconforto e a perda da qualidade de vida. O desequilíbrio pode levar a transtornos mentais, que provocam prejuízos pessoais, profissionais, familiares e sociais. Problemas físicos e emocionais, conflitos interpessoais, queda da produtividade e desemprego, por exemplo, são fontes recorrentes de estresse. Nos consultórios psicológicos, o que mais se constata, por causa do estresse em excesso, são disfunções como o transtorno do pânico, o transtorno depressivo e o transtorno de ansiedade generalizada. Para lidar com o estresse do dia a dia, a melhor recomendação é adotar um estilo de vida saudável, que inclua uma alimentação balanceada, atividade física regular (que é um antidepressivo natural), a busca pela estabilidade emocional e práticas de relaxamento - os chamados pilares para o gerenciamento do estresse. O professor de kundalini yoga, há mais de 30 anos, Akal Muret Singh, já incorporou esses pilares em sua vida e, hoje, consegue ser portador da boa notícia de que é possível vencer o estresse “do mal” e dar boas-vindas ao estresse “do bem”. Ele orienta que uma respiração adequada e técnicas de relaxamento fazem a diferença para se viver bem. “Nós nos estressamos todos os dias, então também temos que sair do estresse todos os dias. O estresse negativo certamente é uma questão de saúde pública, pois desencadeia diversas doenças. Não há problema em se estressar, o problema é não sair desta condição”, alerta. Ponto fundamental para manter EM REVISTA

o cão de guarda mansinho é mudar a forma como se interpreta as situações que nos acontecem. “Precisamos encarar a vida de forma cada vez menos ameaçadora. É a nossa reação que define o nosso estresse. Quando você se sente mais forte e mais confiante, você consegue relaxar. Massagem, kundalini yoga e bioenergética são alguns caminhos para isso”, explica Akal. Vale salientar, portanto, que nem todas as pessoas respondem às demandas do cotidiano com estresse excessivo. “Se existem muitas diver-

gências entre as diversas dimensões da vida, as quais são responsáveis por um mal estar pessoal, sem que a pessoa consiga sozinha realizar as mudanças necessárias, a solução pode vir através do suporte psicoterápico com o propósito de auxiliar no reconhecimento do que se quer e do que se está realizando na vida. A psicoterapia pode ser importante no ajuste das disfunções, evitando o estresse”, conclui a psicóloga especialista no assunto. Se tratado com atenção, o cão chamado “Estresse” é, sem dúvida, o fiel melhor amigo do homem.

“Não há problema em se estressar, o problema é não sair desta condição” Akal Muret Singh, mestre em yoga

EQUILÍBRIO PASSO A PASSO Pessoas mais vulneráveis ao estresse excessivo podem encontrar o equilíbrio seguindo os seguintes passos: • Aprendendo a reconhecer os sinais físicos e psicológicos do estresse em si mesma; • Identificando as fontes externas de estresse e tentando afastá-las, se possível; • Identificando as fontes internas de estresse e tentando modificar a forma de pensar, agir e sentir para uma melhor adequação; • Assumindo os estressores inevitáveis e aprendendo a lidar com eles, buscando ajuda, se necessário.



odontologia 46

Equipe integrada para oferecer atendimento em nove especialidades. José Sandro Silva, Priscila Alencar, Hallissa Simplício, Andréa Lira e Danilo Gonzaga (em pé). Anna Lucy Sobral, João Marcelo Arcoverde e Katharine Frota (sentados).

A vez do sorriso

Day Spa Odontológico oferece conforto e agilidade aos pacientes

EM REVISTA

Quem é que não lembra do filme “Náufrago”, em que o personagem do ator Tom Hanks deixa sempre para amanhã a visita ao dentista e, depois, passa pelas consequências de protelar esse cuidado com seu sorriso? Pensando no ritmo intenso de atividades que as pessoas vivem atualmente, uma clínica de odontologia, em Natal, criou um serviço que soluciona o problema tão comum da falta de tempo. A Orale, localizada no bairro Petrópolis há nove anos, dispõe de um serviço diferenciado conhecido por “Day Spa Odontológico” em

que o paciente pode fazer todos os procedimentos de que necessita no menor espaço de tempo possível. “O atendimento é planejado de forma a evitar retornos, condensando tudo o que precisa ser feito em apenas um dia”, explica a cirugiã-dentista especialista em endodontia, Andréa Lira. Para os muito ocupados, que contam com a tecnologia para otimizar suas tarefas, a Orale Odontologia Personalizada disponibiliza aos clientes um cyber hall com computadores e internet wireless. Oferecer odontologia personali-


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zada e multidisciplinar (de bebê à idosos) com profissionais mestres e doutores que passam frequentemente por atualizações, é o foco principal da clínica. Isso possibilita tratamento completo em um mesmo local. “A interação entre os profissionais é muito grande, por isso conseguimos atingir um alto índice de sucesso em nossos tratamentos”, observa a ortodontista Hallissa Simplício. As especialidades contempladas são: cirurgia buco-maxilo-facial, dentística, endodontia, implantodontia, odontopediatria, ortodontia, periodontia, prótese e fonoaudiologia. Para personalizar o atendimento, a diferença já começa no acolhimento do paciente. “Toda a equipe é treinada para colocar este conceito em prática. Contamos com uma profissional especializada em gestão de pessoas para identificar as necessidades do cliente”, relata o implantodontista João Marcelo Arcoverde, destacando que este serviço é uma exclusividade da Orale, em Natal. Os atendimentos são sempre com hora marcada, o que acaba por otimizar o tempo dos nossos clientes. Outro diferencial é o trabalho com crianças, que contam com um espaço exclusivo para elas na clínica, com

brinquedos, canais infantis de TV e internet, além de fraldário. “O atendimento visa romper com o medo que, geralmente, as crianças possuem de ir ao dentista. Oferecemos o pré-natal odontológico para que o acesso à saúde dos dentes comece desde cedo”, informa a odontopediatra Priscila Alencar. A Orale também prima pela responsabilidade social, apoiando projetos sociais voltados para a área de odontologia. As ações nesta área visam esclarecer, educar e ajudar as pessoas a cuidar melhor do seu sorriso. Com relação à estrutura, a clínica Orale possui 100% de acessibilidade e segurança, com câmeras de vigilância e segurança externo. Além disso, há uma central de esterilização e de limpeza de materiais que segue rígidos protocolos de biossegurança. O horário de atendimento na clínica é de segunda a sexta-feira, das 8h às 19h e, aos sábados, das 8h às 12h. Orale Odontologia Personalizada Av. Campos Sales, 632 – Petrópolis Fone: 84 3211-4522. Fax: 84 3211-4522 www.clinicaorale.com.br EM REVISTA


saúde 48

Tesouro dos tempos de bebê Células-tronco coletadas do cordão umbilical já podem ser utilizadas no tratamento de 80 patologias

EM REVISTA

Álbuns de fotografia, o mimo oferecido na maternidade, a primeira roupinha... São muitas as lembranças que as famílias gostam de ter dos tempos de bebê. Mas os avanços tecnológicos permitem, hoje em dia, que um verdadeiro tesouro fique guardado para a vida toda e que seja utilizado nos momentos de maior necessidade: as células- tronco do cordão umbilical. Essas células primárias são capazes de se transformar em células de qualquer órgão ou tecidos do corpo humano, como sangue, ossos, nervos e músculos, por isso podem ser fundamentais na cura de diversas doenças, caso ocorram no futuro. Atualmente, mais de 80 patologias podem ser tratadas por meio do transplante de células-tronco, como linfomas, leucemias e paralisia cerebral de recém-nascidos. Além disso, mais de 200 terapias estão em fase de pesquisa em todo o mundo.


“Já houve casos de pais que decidiram ter mais um filho na esperança de coletar as células e salvar o outro filho já doente”

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Maurício Galvão Pereira, médico

Existem diversos bancos públicos e privados de cordão umbilical pelo planeta e Natal já conta com os serviços do maior banco privado das Américas: o BCU, com dez anos de atuação no Brasil, no México, na Argentina e nos Estados Unidos. São 25 mil cordões criopreservados. No Rio Grande do Norte, o escritório do Banco de Cordão Umbilical (BCU) funciona há cerca de um ano, no bairro Lagoa Nova. “Nosso diferencial é que temos atendimento 24 horas por dia. Estamos intensificando o trabalho de orientação aos pais e profissionais da área da saúde para mostrar os benefícios da coleta, que ocorre somente na hora do parto”, explica o médico Maurício Galvão Pereira. Segundo ele, a demanda por esse tipo de serviço vem aumentando no Estado. Os irmãos e até mesmo os pais podem ser beneficiados, em casos de doenças, pelas células coletadas. “As chances são menores para os pais e para os irmãos, giram em torno de 25%, mas existem. Já houve casos de pais que decidiram ter mais um filho na esperança de coletar as células e salvar outro filho já doente”, conta. No parto, que pode ser normal ou cesárea, após o nascimento do bebê e o corte do cordão umbilical é o momento para se obter as células, sem qualquer risco para a mãe ou o recém-nascido. Logo depois, o material é acondicionado

em recipiente térmico e encaminhado imediatamente para o laboratório central do BCU, na cidade de São Paulo, por meio de transporte aéreo. Para a coleta do material, é utilizado um sistema totalmente fechado para o processamento das amostras, o que elimina a possibilidade de contaminação externa. “Além disso, esta forma garante maior obtenção de células-tronco e uma maior viabilidade celular”, orienta. O armazenamento é feito em bolsas de congelamento bi-partidas, com um envelope especial (overwrap), para otimizar o aproveitamento e garantir a segurança do processo. As bolsas são congeladas em nitrogênio líquido a 196º C negativos. Adequado às normas da vigilância sanitária, o processo ainda provê suporte técnico e gratuidade no transporte do material para qualquer lugar do mundo. Para esclarecer sobre os benefícios das células-tronco coletadas do cordão umbilical, o BCU faz um trabalho de orientação e divulgação constante. A cada dois meses, uma palestra gratuita, com a participação de pediatra, obstetra, nutricionistas e a equipe do BCU, é realizada para gestantes, em Natal. BCU Brasil Av. Lima e Silva, 1611, Ed. Blue Tower Center, sala 411. Fone: 84 3086-1532 | www.bcubrasil.com.br EM REVISTA


meio ambiente 50

Democratizando as questões ambientais para um mundo melhor Por Eugênio Bezerra

Se a Eco 92 mudou o mundo, a Rio +20 mudou a sociedade

EM REVISTA

A primeira conferência sobre o homem e o meio ambiente foi realizada em 1972, em Estocolmo, na Suécia. Em junho de 1992, no Rio de Janeiro, foi realizada a ECO 92 e os temas sobre a ecologia e sustentabilidade do planeta ganharam grandes espaços na mídia mundial. Durante o encontro, o mundo inteiro reconheceu que a Terra estava em perigo e as-

sinou 4 documentos que até hoje são importantes no combate à destruição do planeta: a Agenda 21, a Convenção sobre Diversidade Biológica, a Convenção sobre Mudanças Climáticas e o Tratado das Florestas. Vinte anos depois, em junho deste ano, o debate continuou com a realização da RIO + 20, Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvi-


mento Sustentável. Assim como também continuaram a exploração desenfreada dos recursos naturais, a poluição, o desmatamento e tantas outras formas de destruição do planeta. E de novo uma velha constatação. A Terra continua correndo perigo. O que a natureza levou milhões de anos para criar equilibradamente, o homem tratou de destruir em poucas décadas. Mas algo vem mudando? Parece que sim. A Eco 92 mudou o mundo ou como ele era conhecido até então. Caiu a ilusão de que os recursos naturais são abundantes. Não são. Os países e os governantes passaram a ser inseridos na discussão sobre o futuro do planeta. Deixou de ser “papo de ambientalista” para tornar-se assunto de interesse de todos os governantes. A ecologia passou a fazer parte do dia a dia, inclusive na educação das crianças. Passados 20 anos, a segunda Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável tem um balanço (acreditem) positivo também. Enquanto a Eco 92 mudou o mundo, a Rio + 20 está mudando a sociedade. Com a realização da conferência, o debate sobre as questões ambientais chegou às pessoas. Tanto é verdade que o destaque do evento foi a participação popular através da presença e também de protestos. A mobilização ganhou as ruas. Índios, veganos e mulheres protestaram e/ou defenderam seus pontos de vista. Se nenhum documento mais contundente foi assinado. Se não houve punição para os países que continuam poluindo e destruindo o planeta. A conferência trouxe a consciência planetária de que devemos fazer alguma coisa e logo. Convém salientar que, atualmente, os países, principalmente os mais ricos estão mais interessados em salvar suas economias internas do que a economia verde planetária. Hoje, 16% da população mundial consomem 70 % do total do poder de consumo e já estamos consumindo 50% a mais do que a Terra é capaz de produzir. Estamos a caminho de um colapso do sistema de produção em virtude do consumo desequilibrado. O atual modelo de desenvolvimento é insustentável. Durante o fórum dos cientistas que aconteceu na PUC – Rio (Pontifícia Universidade Católica) dentro da programação da Rio +20, a temática foi debatida e os mais de 500 cientistas de 75 países, entre eles os seis ganhadores do prêmio Nobel, denunciaram o alto risco que a humanidade corre se não mudarmos meios de produção e de consumo. Parece que os ecos de todos esses alertas desde 1992 até hoje foram ouvidos nos quatro cantos do planeta. A consciência e a mobilização da sociedade fizeram despertar a esperança de um cenário diferente. Claro que algumas mudanças ainda vão demorar, serão mais lentas. É preciso “cair a ficha” de que temos urgência nessas questões. Se os governantes hesitam, há quem tome a dianteira e faça a diferença em favor de um mundo melhor e mais justo. Você pode até continuar achando que a Rio+20 não teve resultados importantes. Mas o fato é que, a partir da conferência, o mundo ficou mais consciente e melhor.

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Hoje, 16% da população mundial consomem 70% do total do poder de consumo e já estamos consumindo 50% a mais do que a Terra é capaz de produzir EM REVISTA


O mundo que nós queremos

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precisarão se alimentar, se vestir, se locomover, mas já ultrapassamos a nossa capacidade de reposição do que consumimos e não será desmatando para plantar soja que o planeta recuperará seu equilíbrio produtivo. Em muitas partes do mundo ainda é uma realidade a pobreza extrema, a fome e as doenças endêmicas. A insegurança alimentar está aumentando, assim como o desemprego e a agitação social e política. Muitos países desenvolvidos ainda estão se recuperando da última crise financeira e, como vivemos numa economia global, isso afeta imediatamente outras regiões. A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, foi encerrada com a divulgação do documento final, contendo 49 páginas, denominado O futuro que queremos. O balanço dos dez dias de discussões dividiu opiniões. Autoridades brasileiras consideram um avanço a inclusão do desenvolvimento sustentável com erradicação da pobreza, enquanto movimentos sociais e alguns líderes estrangeiros condenam a falta de ousadia do texto. Parece que perdemos tempo. De repente o Rio, Cidade Maravilhosa, ficou cheio de turistas. Mas foi além disso...

Mudança climática

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De concreto destaco, pois tive a alegria e honra de participar da reunião da cúpula do C-40, o compromisso dos prefeitos de 59 cidades que respondem por 20% do PIB mundial – se fosse um país seria o mais rico do mundo e terceiro mais populoso com 544 milhões de habitantes – de reduzir a emissão de gases de efeito estufa em 1,3 bilhão de toneladas até 2030. É mais do que Canadá e México poderiam emitir juntos no mesmo período. Prefeitos assumiram a responsabilidade de reduzir a emissão de gases de efeito estufa e só alcançarão esse resultado com investimento mais e melhor em transporte público, tratamento do esgoto, uso de energias renováveis, adequado recolhimento e destinação de lixo. Enfim, fazendo o dever de casa. Cuidando das cidades e das pessoas que nela vivem. As lições e bons exemplos estão ai. Depende dos governantes sim, mas muito mais do engajamento da sociedade. Os países, cada um dentro de sua realidade, devem estimular a mudança para racionalizar a energia, reciclar dejetos, voltar a usufruir dos bens da natureza repondo o que se tira dela. Em 2050, a Terra terá quase dez bilhões de pessoas que

O gráfico mostra que a vida humana é possível entre o piso das necessidades sociais e o teto da capacidade do ambiente



equilíbrio

Fotos: Daniele Oliveira

Um passo de cada vez

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É assim que se chega ao Ninho do Tigre, um templo do Butão

Por Daniele Oliveira EM REVISTA


Deixar o vento suave de verão que sopra do Himalaia entrar na alma é uma chance de renovação. E uma boa oportunidade para isso é enfrentar um treking rigoroso até o Ninho do Tigre (Taktshang), monastério mais importante do Butão. Sim, estamos na Ásia, exatamente entre as gigantes China e Índia. Aqui é o país onde moram a alegria, o amor e a fé. Antes do desafio da caminhada, vale dizer que o Butão é um reino muito, mas muito distante mesmo e que por aqui o povo se orgulha de medir seu desenvolvimento econômico por meio de um indicador diferente de tudo que já vi. Nada de PIB - Produto Interno Bruto, e sim FIB – Felicidade Interna Bruta. Parece irreal para nós ocidentais, mas o governo do Butão leva a sério e mantém administrativamente até um Departamento da Felicidade. Para o rei do Butão, Jigme Khesar Wangchuk (30), o monarca mais jovem do mundo, o progresso não pode ser mensurado apenas pelo movimento financeiro. Se a felicidade não estiver dentro de cada um, em seu pequeno país de apenas 700 mil habitantes, nada vale à pena. A fé desse povo das montanhas pode ser vista por todos os lados, principalmente no caminho que leva ao Ninho do Tigre. Saindo de Paro, onde está o único aeroporto do país, seguimos por 30 minutos de carro entre muito verde (70% do Butão são cobertos por verde!), montanhas e tranquilidade. Chegando no vale onde conseguimos avistar o Ninho, o desafio mais parece impossível. Para se chegar ao mais alto monumento sagrado da fé budista é preciso mais do que disposição, você tem que acreditar de verdade que vai conseguir encarar pelo menos seis horas de

caminhada com terreno irregular e absolutamente íngreme, com pedras soltas, lutando contra a falta de ar por causa da altitude. O Ninho do Tigre fica a 3.120 metros acima do nível do mar. Além da energia, muita fé e vontade de chegar lá, o aventureiro não pode deixar faltar na mochila uma garrafinha térmica com água, boné, protetor solar e, na minha opinião, o mais significativo e relevante, um cajado na mão. Sinceramente, quando me entregaram na saída para a caminhada achei que fosse frescura, mas acredite, não é e agradeço pela humildade de ter aceitado. Foi meu fiel companheiro. Por todo o Butão existem muitos mosteiros e neste país onde a paz e a felicidade interior estão sempre em primeiro lugar, os locais de retiro espiritual são considerados sagrados, mas o Ninho do Tigre é ainda mais especial. Na verdade, ele resume a história do budismo butanês. É um santuário para peregrinação e guarda nele um pouquinho das lendas e das tradições locais. Essa jóia encravada em meio à montanha foi construída em 1692 e envolve uma lenda inseparável da história. Dizem os butaneses que na metade do século VIII, Buda veio até este lugar, mas não caminhando, ele veio voando nas costas de um tigre alado que posou no alto de uma pedra na montanha, meditou por três meses inteiros e foi ali também que ele derrotou oito monstros... E assim o budismo vem sendo cada vez mais difundido pelo mundo, soprando ao vento palavras de amor e respeito. Vento que sopra fazendo dançar as bandeirinhas coloridas que indicam o caminho até o Ninho do Tigre e levam para as divindades as orações e pedidos feitos ao se pendurar cada uma delas.

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“Nada de PIB Produto Interno Bruto e sim FIB – Felicidade Interna Bruta. Parece irreal para nós ocidentais, mas o governo do Butão leva a sério e mantém administrativamente até um Departamento da Felicidade” Daniele Oliveira, jornalista EM REVISTA


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As três horas de subida são aliviadas no momento do encontro com o grande templo. Receber uma medalha depois de uma maratona deve ser a mesma sensação. Missão cumprida com louvor. Infelizmente não se pode filmar ou fotografar do lado de dentro dos templos, então o peregrino tem que levar embora, na alma e no coração, a energia forte presente nos sete templos magníficos, todos com paredes de pedra e imagens budistas. Quando decidir aparecer por aqui não esqueça de estar também preparado para se enfrentar. Um passo de cada vez. A caminhada abre as portas para você refletir, colocar os pensamentos no lugar e, principalmente, agradecer por ter tido a oportunidade de viver aquele momento único. Um pouco de mim ficou no Butão. Dicas de como chegar até lá, onde ficar e tudo mais você encontra no embarqueimediato.net.br. EM REVISTA

O esplendor da visão do Ninho do Tigre (maior); Menina butanesa com trajes típicos; Butanês em oração; Peregrinos desafiando seus limites.


Amigos do coração Por mais surpreendente que pareça, crianças e adolescentes também podem apresentar problemas cardíacos. Na maioria das vezes, são cardiopatias congênitas, ou seja, que estão presentes desde o nascimento. No Brasil, 1% das crianças nasce com as chamadas doenças do coração. No Rio Grande do Norte, as estimativas dos especialistas apontam que, pelo menos, 500 crianças fazem parte da estatística. O diagnóstico precoce interfere diretamente nas possibilidades de se oferecer o tratamento mais indicado e melhorar os resultados e a qualidade de vida futura da criança. Constatando essa necessidade relevante, uma organização não governamental de Natal resolveu abraçar esta causa: a Amico - Associação Amigos do Coração, localizada no bairro Lagoa Nova. “Hoje, temos condições de atender a 30% dessa demanda do Estado, mas queremos ampliar esta capacidade”, observa o fundador da entidade, o médico anestesiologista José Madson Vidal.

Há dois anos funcionando como casa de apoio, a ong já acolheu 108 crianças de diversos municípios do RN e já realizou, através de parcerias com hospitais especializados, 134 cirurgias cardíacas. Com uma equipe multidisciplinar, a Amico já contabiliza mais de 600 consultas clínicas e dispõe de serviço de odontologia, pediatria, psicologia, nutrição, fisioterapia e outras especialidades. A entidade também é responsável por agilizar exames de ecocardiograma e tomografia na rede de saúde pública e privada. Para manter a estrutura de atendimento aos pacientes, eles dependem exclusivamente de doações. Do mês de agosto de 2011 ao mês de junho de 2012, foram gastos R$ 265.072,59. Em média, por mês, são gastos R$ 25 mil em medicamentos, manutenção, alimentação, pagamento de funcionários e outras despesas. “Nós precisamos de doações. Por isso, criamos uma rede de associados, pessoas que se cadastram e recebem um boleto

solidariedade

Para colaborar com a Amico, entre em contato: Av. Amintas Barros, 1350, Lagoa Nova Fone: 84 3206 1941/ 9659 4445 Twitter: www.twitter.com/amico_rn

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bancário em casa todos os meses. O valor mínimo de contribuição é R$ 10”, informa o médico. A Amico também recebe doações de roupas, brinquedos, móveis e artigos para o bazar, que funciona diariamente na casa. No bazar, também são encontrados produtos da própria ong para comercialização, como camisetas com a logomarca da entidade.

EM REVISTA


maturidade 58

Por Taciana Chiquetti

EM REVISTA

Hora de recomeรงar


“A minha própria retomada de vida aconteceu por causa do apoio da comunidade e da minha família” Sandra Santos, presidente e fundadora da Associação das Viúvas e Viúvos do RN

A viuvez chega e transforma a vida de homens e mulheres. Mas é possível superar a saudade e iniciar um novo ciclo de felicidade

A cama parece grande demais, a mesa posta já não é para dois e as lembranças são mais presentes do que o relato do dia. Tal vazio unido às dúvidas e medos próprios da fase madura – a chamada terceira idade – podem trazer consequências devastadoras, dependendo da forma como tudo isso é encarado. Sim, deprimir-se é possível... Mas, felizmente, recomeçar e escrever um novo capítulo da própria história também! De acordo com a Associação das Viúvas e Viúvos do Rio Grande do Norte – única entidade no Brasil destinada a este público -, localizada no bairro Cidade Alta, em Natal, existem mais de 14 mil viúvos no Estado. Fundada em 1989, a instituição possui cerca de quatro mil associados e oferece assistência psicológica, atendimento médico em diversas especialidades e cursos para várias áreas de atuação (cabeleireiro, artesanato, secretariado, idiomas, etc). “Aqui, estas pessoas encontram apoio e amparo. A minha própria retomada de vida aconteceu por causa do apoio da comunidade e da minha família”, relata

a presidente e fundadora da Associação, Sandra Santos, que ficou viúva depois de 14 anos de casamento, no dia de natal. “Por mais que o tempo passe, a pessoa se torna insubstituível. Mesmo retomando minha vida, com o trabalho na entidade, nunca mais conseguimos fazer um jantar natalino em minha casa, depois da morte dele em um acidente automobilístico”, conta. Do total de idosos conhecidos no Brasil, 55% são mulheres, que apresentam uma expectativa de vida superior aos homens. A viuvez das mulheres idosas é 3,4 vezes maior do que a dos homens idosos, mas são justamente eles que precisam de mais apoio. Pelo menos, é o que se observa na entidade. No entanto, devido à expectativa de vida maior, e por terem mais chance de se tornarem viúvas na terceira idade, a tendência é que as mulheres idosas tenham uma velhice mais solitária. A viuvez é dolorosa em todas as idades. E engana-se quem pensa que esta experiência é comum somente após os 60 anos. “Já acolhemos viúvas EM REVISTA

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com 18 anos! Mas boa parte é de meia idade – de 30 a 50 anos”, observa Sandra. No entanto, segundo o psicólogo e psicanalista, José Araújo, quando o casal é idoso, após muitos anos juntos, os efeitos da perda do parceiro pode ser devastador e trazer diversas outros tipos de perdas em consequência, como a financeira, por exemplo. “A viuvez no idoso pode levar à depressão fatal, pois há uma série de outras condições que são perdidas com a morte, adquiridas no processo de vida a dois em que as identidades já se misturaram. Eles já pensam e decidem tudo em conjunto”, explica. Quando a depressão se instala, uma gama de outros problemas vem no encalço: passam negligenciar a boa higiene e a alimentação saudável e o sistema imunológico fica mais comprometido – “prato cheio” para doenças oportunistas. Daí, a pergunta que não cala é: “e agora, como continuar?” Aos que pensam que terapia é uma boa saída, de fato, é sim. Porém, poucos idosos procuram este auxílio. “Eles só vem quando são trazidos pelos filhos, que já estão, geralmente, muito ocupados com seus afazeres”, diz o psicólogo. A orientação, segundo ele, é deixar o

viúvo se lastimar e chorar a sua dor para que ele consiga elaborar seu luto. Depois, apoiá-lo e estimulá-lo à prática de atividades físicas e recreativas e a formar uma rede de amizade. Substituir, no ritmo do enlutado, hábitos de casal por novos hábitos é recomendado: trocar a cama por uma de solteiro, doar pertences, deixar de colocar mesa para dois, por exemplo. A psicoterapia - não somente para quem perdeu o companheiro, mas para a família que vive o problema - também é uma importante aliada para o tão sonhado recomeço. “Negar a dor não é a melhor saída. Da espécie animal, o homem é o único que não consegue viver só”, frisa. Sentindo-se amparada, útil para a comunidade e motivada a criar os quatro filhos, Sandra elaborou seu luto, enxugou suas lágrimas e optou pela vida. A consequência de viver feliz e se abrir para o novo ciclo, apesar da perda, resultou na chegada de um novo companheiro, também viúvo. Um estudo realizado na Suécia e divulgado recentemente, segundo o portal da Terceira Idade (http://www. portalterceiraidade.org.br), sugere que, na atualidade, as pessoas com mais de 70 anos possuem uma vida

“Negar a dor não é a melhor saída. Da espécie animal, o homem é o único que não consegue viver só” José Araújo, psicólogo e psicanalista

GRUPOS DE APOIO Uma equipe de psicólogas de Natal realiza um trabalho de grupo de apoio às pessoas que estão vivenciando processos variados de perdas e lutos em suas vidas por meio da terapia em grupo. As profissionais fazem parte do Núcleo de Apoio Apego e Perdas, que funciona, há dois anos, no bairro de Lagoa Nova, na capital potiguar. “No apoio do grupo, as pessoas conseguem se identificar com os problemas das outras e unem forças para superar o momento de dificuldade, orientadas pelas profissionais de Psicologia”, observa a psicóloga Millena Câmara, especialista em Psicologia do Luto. O luto por morte e as perdas que ocorrem por causa dos divórcios e separações são os principais motivos que levam as pessoas a procurar ajuda psicológica atualmente.

EM REVISTA

Além dos grupos “reais”, o ambiente virtual também tem seu papel neste contexto. As redes sociais, atualmente, estão utilizadas por quem sofre a perda, como forma de expressar seus sentimentos e, de certa forma, buscar apoio sem que seja preciso “encarar” diretamente a sociedade, como também pelos que sentem a necessidade de prestar sua solidariedade e apoio. Escrever pode, em alguns momentos, proteger do contato com a dor do outro, que tanto mobiliza e remete às próprias dores. As redes na internet, como forma de apoio, podem ser importantes em momentos como esses, mas precisam ser cuidadosamente utilizadas para não contribuírem para que um luto complicado se instale e a dor se torne crônica.


sexual mais ativa e sentem mais prazer do que os idosos de três décadas atrás. As tardes dançantes de sexta-feira e as excursões para diversos destinos, dentro e fora do RN, promovidas pela Associação dos Viúvos, são excelentes oportunidades de interação social em que é possível fazer novos amigos e, até mesmo, novos amores. “A morte é uma coisa certa, mas a vida continua. Então, o melhor que temos a fazer é cumprir nossa missão com amor ao próximo. Em nossa instituição, somos uma grande família”.

“E engana-se quem pensa que esta experiência é comum somente após os 60 anos. Já acolhemos viúvas com 18 anos! Mas boa parte é de meia idade – de 30 a 50 anos”

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Sandra Santos, presidente e fundadora da Associação das Viúvas e Viúvos do Rio Grande do Norte

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eu vivo bem 62

Fique presente EM REVISTA

No dia que fui convidada a escrever para essa coluna, aconteceu um fato extremamente desagradável, fomos roubadas na empresa. Levaram nosso equipamento de gravação (câmera, microfone, baterias) enfim, tudo o que usamos para fazer as gravações do programa Viver Bem e dos trabalhos da produtora. Foi um susto enorme, mas foi também uma maneira de aprender que tem coisas que fogem totalmente ao nosso controle e dessa forma, exigem uma boa dose de aceitação e confiança. E fiquei pensando sobre isso, assim como o roubo dos equipamentos, muitas vezes a vida nos presenteia com situações adversas, mas que sempre trazem algum aprendizado. Aprender a viver bem é um exercício diário, de paciência, tolerância, compaixão, amor por si mesmo e pelos outros, e principalmente a tal da aceitação: das situações, das pessoas, enfim, da vida como ela se apresenta pra nos! Cada dia é um novo dia, com coisas boas e ruins, com fatos novos, e aí é que entra a nossa decisão de viver bem e aproveitar o momento presente, da forma como ele vem, afinal, é tudo o que temos: o presente. Já que o passado não tem volta e o futuro ainda não chegou. Então, aceita o desafio? Patrícia Guedeville Publicitária e diretora comercial do Viver Bem patricia@guiaviverbem.com.br




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